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Arranjos para conjuntos de escola

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O conteúdo deste mini-curso compreende traçar algumas estratégias para lidar com formação de bandas e grupos instrumentais-vocais na escola. O objetivo aqui é oferecer algumas direções para facilitar a formação de um trabalho musical que envolva a participação conjunta de alunos com vistas à performance musical. A proposta foca o aproveitamento das potencialidades musicais dos alunos no que tange a prática em grupo. O aprendizado técnico individual a priori fica a cargo do aluno que captará com seu professor de instrumento ou em oficinas para fins de aprendizado do instrumento. A proposta aqui é a integração dos instrumentistas e cantores para formação de banda, os conjuntos de música na escola. O arranjo aqui é a proposta e a disposição de arregimentação dos instrumentos. Algumas noções e cuidados de instrumentação.

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Abem – 2010 – Sinop – MT (05, 06 de Agosto de 2010).

“Políticas públicas em educação musical: dimensões culturais, educacionais e formativas”.

“Arranjos para conjuntos de escola”

Prof. Ms. Edson Hansen Sant ’ Ana Resumo: O conteúdo deste mini-curso compreende traçar algumas estratégias para lidar com formação de bandas e grupos instrumentais-vocais na escola. O objetivo aqui é oferecer algumas direções para facilitar a formação de um trabalho musical que envolva a participação conjunta de alunos com vistas à performance musical. A proposta foca o aproveitamento das potencialidades musicais dos alunos no que tange a prática em grupo. O aprendizado técnico individual a priori fica a cargo do aluno que captará com seu professor de instrumento ou em oficinas para fins de aprendizado do instrumento. A proposta aqui é a integração dos instrumentistas e cantores para formação de banda, os conjuntos de música na escola. O arranjo aqui é a proposta e a disposição de arregimentação dos instrumentos. Algumas noções e cuidados de instrumentação. Abaixo relacionamos alguns exemplos e sugestões viáveis de conjuntos musicais (grupos

instrumentais-vocais),

Grupo de Violões

Banda (bateria, violão, guitarra, teclado e contrabaixo ; podendo ter cantor ou cantores)

Grupos variados (violões, violinos, flautas (doces e ou transversal))

Roda de Viola (viola caipira, violões, duplas sertanejas)

Grupos de Percussão (fanfarras, “grupo de pagode”, instrumentos de material reciclável)

Duetos, trios, quartetos, pequena camerata (violinos, violões, piano, teclado, flauta, canto –

repertório a partir de prática de leitura em partitura)

Inventário

Para o início de um trabalho com vistas a formar conjuntos musicais na escola é

imprescindível uma análise classe por classe que componha uma relação de alunos que praticam

música instrumental e ou vocal. A visualização a respeito das competências em música dos alunos

da escola visa construir um inventário que facilitará os demais passos para se conseguir um

conjunto ou conjuntos musicais na escola. Haverá com este inventário a possibilidade de um

mapeamento e criação não somente de um conjunto, mas vários grupos, visando oportunizar não só

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uma tendência estilística, mas diversos gêneros, que os próprios alunos possam querer praticar. É

sempre importante ouvir as preferências e sugestões dos alunos.

Plano de trabalho

Após o inventário, poder-se-á traçar uma identificação dos alunos músicos e da possível

formação de conjunto musical ou conjuntos musicais. No tocante a formação de conjunto poderá

deixar-se a cargo das preferências dos próprios alunos para que o grupo seja formado. Haverá em

muitos casos preferências dos alunos em tocar com este ou aquele aluno daquela ou outra série. Em

outros casos, alguns alunos necessitarão de ser encaixados em alguma formação para pertencer a

um conjunto musical.

Próximo passo será de discutir possíveis horários de ensaio para a formação de uma agenda

de ensaio com os alunos. Geralmente esses ensaios poderão ocorrer no horário oposto, ou até em

algum horário oficial de conteúdo de disciplina que vise esta prática.

São importantes a coordenação e supervisão do professor que se responsabilizará por essa

atividade de ensaios – uma supervisão geral dando liberdade aos alunos marcarem seus horários

flexíveis.

Durante a prática

O professor aos poucos pode acrescentar interferências com vistas a solidificar e corrigir

possíveis deficiências técnicas. O professor deve ser assíduo observador quanto à sonoridade do

grupo, deve sugerir adaptações de conjunto, correções técnicas de performance que possa ter algum

tipo exagerado de problema. Se necessário alterar e adaptar trechos, ou melhores execuções,

inverter músicos e suas perfomances de certos trechos.

Dinâmicas em sala de aula

Nas escolas que já existem um horário reservado na grade para música, pode-se

criar um espaço para que o professor estimule a apresentação de alunos que desenvolvam

alguma prática instrumental musical. Essa estratégia fortalece os dados que o inventário

possibilitou – o apontamento de que aquele ou este aluno toca tal instrumento e ou somente

canta. Além do mais o professor pode ter uma idéia do tipo de performance, no que tange à

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musicalidade e à que pé está a desenvoltura artística do aluno praticante de música. Os

alunos quando indagados sobre quem toca, eles mesmos apresentam os possíveis e

potenciais musicistas da classe. Outro avanço é a intercooperação com professores de

outras disciplinas. Por exemplo, um professor de inglês que queira trabalhar ou aprimorar

as canções do idioma, pode contar com o apoio do professor de música, daí pode nascer um

coral de classe, associado a uma banda instrumental (violão, guitarra, contrabaixo e

bateria).

Resultados podem viabilizar outros resultados

Hinos Cívicos – um espaço a moldes de outras épocas, em algumas séries de

menores, pode-se instituir além do próprio canto, a inclusão de práticas instrumentais

utilizando os hinos cívicos antes do acesso desses alunos às suas respectivas salas de aulas.

Assim como se pode obter a prática desses hinos temáticos em outros espaços de aulas, ou

no espaço da disciplina de música.

Recreio Musical – como professor de música lotado num dos colégios da cidade,

observei uma idéia inteligente de um professor de Filosofia - Claudismar Camargos – que

criou o recreio musical. Neste micro-evento que acontece uma vez cada mês, elenca-se os

alunos que queiram se apresentar, assim possibilitando um espaço para apresentações

musicais, ao mesmo tempo vai se tendo uma idéia artística-musical dos trabalhos e

fomações de conjuntos musicais. Além de que esta idéia pode já fazer prenunciar uma noite

musical cultural no fim de ano utilizando as melhores apresentações neste referido evento.

No recreio musical pode-se agregar e possibilitar apresentações de práticas

contemporâneas de outros gêneros musicais como: Hip Hop, Rap, Funk, Samba, Pagode,

etc. O importante é que a temática e ou os gêneros apresentados podem ser de escolha dos

alunos. O professor poderá ajudar indelevelmente a nortear os critérios para escolha. Mas é

de tom necessário que o professor possa ter um espírito democrático, assim como saiba

negociar suas preferências com as preferências mais contemporâneas dos alunos.

Eventos na Escola - Há durante o ano, algumas datas propícias e comemorativas

como - dia das mães, dia dos pais, dia dos professores, e outras datas variadas que podem

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estimular a existência de outro espaço onde os alunos que possuam habilidades

instrumentais, possam construir números artísticos. Assim motivados esses alunos se

entusiasmam por um objetivo, por um programa musical. Eles sentem-se importantes e

assim muitos desses alunos passam a ser mais aplicados em outras disciplinas. Eles também

estimulam outros a estudarem algum instrumento musical. É uma corrente que se

estabelece gerando estímulo a outros colegas da escola.

Intercâmbio Musical – cabe ao professor responsável pelo fomento da atividade

musical na escola, criar apresentações de números especiais que sejam desempenhados por

instrumentistas mais experientes da cidade ou de alunos de outras escolas. Instrumentistas e

ou cantores de renome, ou professores de instrumentos musicais na cidade podem ser

convidados para fazerem apresentações musicais e ao mesmo tempo divulgam suas

potencialidades e seus cursos, estimulando outros alunos a estudarem música de maneira

formal.

Noite Musical ou Noite Cultural - Com as iniciativas de um plano de trabalho

como este, ou um outro mais ampliado pode oferecer possibilidades de se ter uma boa

diversidade de material musical para compor um evento musical ou multi-artístico no fim

de ano. Um evento significativo não precisa só ter música. Pode se ter grande variedade,

recorrendo-se a outras manifestações artísticas em conjunto com uma performance musical;

isso pode ocorrer de maneira interativa, e ou itercaladamente – no todo do programa isso se

manifesta com sigficado inter-relacional, como interdisciplinaridade. No Colégio Regina

Pacis em Sinop-MT, chamamos de Noite Cultural.

Alguns cuidados técnicos

O professor de música deve estar atento quanto ao fator de adequabilidade da

tessitura e da tonalidade para performances instrumentais que estejam associadas à prática

vocal. Muitas vezes, será necessário adequações quanto ao tom devido para o cantor e isso

exigirá que os instrumentos, ou seja a banda – o conjunto instrumental pratique

transposições (mudança de tom para oferecer uma altura musical mais confortável para o

cantor). Outra questão é a equilibrio do volume entre os instrumentistas. É quase que

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comum os músicos iniciantes quererem que seus instrumentos sejam destacados em termos

de volume. Cabe ao professor conscientizar os componentes da banda de que estes estão a

serviço de um ideal estético de grupo. O som deve ser pensado em um resultado geral. O

individual compõe um quadro timbrístico geral. Portanto os momentos de destaque

solístico devem ser específicos e controlados, assim como o contrôle e a aplicação das

funções estruturais de cada instrumento na banda devem seguir o seu papel.

Conclusão

O professor da disciplina de música, ou o professor que é o responsável por

atividades de música, e ou idealizador da banda de alunos, ou que chamamos de conjunto

musical na escola, este professor deve buscar repertórios iniciais para este projeto que

partam da escolha e vivência dos alunos. Buscar praticar nesta banda alguma música

comum a todos, ou que seja esta música de escolha dos alunos. Isso facilitará as atividades

iniciais dos alunos neste conjunto musical. O professor não deve esquecer de estar atento ao

cumprimento da agenda de ensaios. Embora imprimindo uma postura séria de trabalho para

o ensaio e estudo da banda musical, o professor deve também promover ambiente

prazeroso, estimulando a auto-estima dos alunos, elogiando-os e motivando-os.