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8/16/2019 Arte_ Prazer, Expressão e Conhecimento
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28/01/2016 Arte: prazer, expressão e conhecimento
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Crítica19 de Janeiro de 2016 ⋅ Estética
Arte: prazer, expressão econhecimento
Gordon Graham
Tradução de Carlos Leone
Prazer
A visão comum de que a arte se encontra no
prazer que dela obtemos foi considerada deficiente em vários
aspectos. Primeiro, não é claro que o que é em geral visto como o
melhor na arte seja, excepto para aqueles “laboriosamente preparados
para o desfrutar”, uma verdadeira fonte de diversão. Segundo, se o
valor da arte é o prazer, isso faz com que seja quase impossível
explicar as várias discriminações que são estabelecidas entre, e no
interior de várias obras e formas de arte. Terceiro, é difícil ver como é
que a teoria do prazer poderia sustentar os tipos de distinçõesavaliativas feitas entre arte e não-arte nas instituições culturais e
educacionais da nossa sociedade. Podemos tentar remendar a teoria
do prazer falando de prazeres mais elevados, ou distintamente
estéticos. Mas, na verdade, nenhuma dessas distinções parece ser
sustentável. Mesmo se substituirmos o prazer estético por uma
concepção kantiana de beleza, somos conduzidos na direcção errada,
nomeadamente em direcção ao estado mental do público e, assim,
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expressivismo que tem o mérito de evitar o que podemos chamar
“psicologismo” e que demonstra ser uma explicação tão boa do valor
da arte quanto se pode desejar. Mas, investigando mais, vemos que
estas vantagens são ganhas através de um abandono efectivo do
essencial no expressivismo. Se seguirmos a teoria de Collingwood atéà sua conclusão lógica, acabamos com uma descrição da arte como
modo distinto de entendimento da experiência humana. […]
Conhecimento
Apesar de existirem diferenças evidentes entre arte, por um lado, eciência ou história, por outro, a primeira, tal como estas últimas, pode
ser considerada como um contributo significativo para o entendimento
humano. Ao apreciarmos como o faz, é essencial perceber que as
obras de arte não expõem teorias nem consistem em sumários de
factos. Tomam a forma de criações imaginativas que podem ser
trazidas para a experiência quotidiana como modo de a ordenar e
esclarecer.
O cognitivismo estético pode explicar, com mais sucesso do que outras
teorias, por que é que atribuímos a grandes obras de arte o valor que
atribuímos. Embora se obtenha prazer das artes e da beleza que
possuem, e apesar de serem muitas vezes comoventes, estas
características só por si não podem explicar o valor da arte no seu
melhor. A ideia de que obtemos da arte um melhor entendimento da
experiência humana é capaz de dar sentido a isto, mas não é claro
que esta explicação do valor possa ser aplicada a todas as artes.
Precisamos agora, assim, de olhar com mais pormenor para formas dearte específicas — música, pintura, literatura e arquitectura.
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ISSN 1749-8457
Gordon Graham
Retirado de Filosofia das Artes: Introdução à Estética (Edições 70, Lisboa, 2001), pp.
39–40, 67–68, 99–100.
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