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a rtefato Ano 13, nº 7 Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília distribuição gratuita Brasília, novembro de 2012 Vias livres Mão única e túnel podem solucionar caos do trânsito em tagua tinga. pro posta otimista deve benefi ciar 1 milhão de pessoas. p. 4 e 5 Foto: Alexandre Magno Força e concentração Esporte novo na cidade, o slackline tem condicionamento comparado ao da yoga e do pilates. p. 16 Menos transtorno Justiça Volante se apresenta como solução para colisões de trânsito e morosidade da justiça comum. p. 7 Arte em pauta Cineclubes funcionam como construção coletiva no dF. Atualmente existem 40 em atividade. p. 23 Controle o doce A cada oito segundos uma pessoa morre vítima do diabetes. Governo distribui medicamentos de graça. p. 12 e 13 Estética infantil Crianças são alvos fáceis da indústria de cosméticos. Médicos alertam para os riscos. p. 18 Foto: Ricardo Felizola

Artefato - 11/2012

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Jornal laboratório da Universidade Católica de Brasília

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artefato Ano 13, nº 7

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação

Social da Universidade Católica de Brasília

distribuição gratuita

Brasília, novembro de 2012

Vias livresMão única e túnel podem solucionar caos do trânsito em taguatinga.

proposta otimista deve benefi ciar 1 milhão de pessoas. p. 4 e 5

Foto: Alexandre Magno

Força e concentração

Esporte novo na cidade, o slackline

tem condicionamento comparado ao da yoga e do pilates.

p. 16

Menos transtornoJustiça Volante se apresenta como solução para colisões de trânsito e morosidade da justiça comum. p. 7

Arte em pautaCineclubes funcionam como construção coletiva no dF. Atualmente existem 40 em atividade. p. 23

Controle o doceA cada oito segundos uma pessoa morre vítima do diabetes. Governo distribui medicamentos de graça. p. 12 e 13

Estética infantilCrianças são alvos fáceis da indústria de cosméticos. Médicos alertam para os riscos. p. 18

Foto: Ricardo Felizola

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OPINIÃO editorial

artefato

COLUNA DO HERALDO

ExpEdiEntEJornal-Laboratório do Curso de

Comunicação Social daUniversidade Católica de BrasíliaAno 13 nº 7, novembro de 2012

Reitor: Dr. Cicero Ivan GontijoDiretora do Curso de Comunicação Social: Prof.ª Angélica Córdova Machado MilettoEditores-chefes: Bruno Bandeira e George MagalhãesEditores de Arte: Carolina Meneses e Everton LagaresEditores de Web: Gabriela Costa e Sheylla AlvesEditores de Fotografia: Alexandre Magno e Gabriella AvilaSubeditores de fotografia: Guilherme Barros, Juciane de Lima, Karinne Santos Viana, Luíz Fernando de Sousa, Luiza Stefany, Raiane SamaraEditores de texto: Bianca Lima, Guilherme Assis, Jéssica Paulino, Mayra Rodrigues, Rayna Fernandes, Wilma MendonçaDiagramadores: Alana Letícia, Giullia Chaves, Jussara Rodrigues, Lorena Vale, Paula dos SantosChecadores: Ludmila Rodrigues e Silvania SousaRepórteres: Aline Baeza, Bárbara Nascimento, Fernanda Xavier, Francisco Daniarle, Kleyton Almeida, Ludmila Rodrigues, Marília Lafetá, Natália Almeida, Rosália Almeida , Samanta de Lima, Silvania Sousa, Silvia Guerreiro, Suélen Emerick, Thiago Baracho, Vinicius RochaFotógrafos: André Andrade, Alex Santos, Bárbara Nascimento, Flávia Fonseca, Flávia Simone, Henrique da Silva Carmo, Jusciane Matos, Luíz Fernando Souza, Karinne Rodrigues, Murilo Lins, Renato Gomes, Rhayne Nunes, Ricardo Felizola, Rosália Almeida, Walquíria ReisMonitora: Fabiana SousaProfessoras Responsáveis: Karina Gomes Barbosa e Fernanda VasquesOrientação Gráfica: Prof. Moacir MacedoOrientação de Fotografia: Prof. Bernadete Brasiliense

Tiragem: 2 mil exemplares Impressão: Gráfica Athalaia

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

EPCT QS 07 LOTE 1 Águas Claras - DFCEP: 71966-700

Tel: 3356-9237 - [email protected]

A intenção da terceira edição do Artefato é informar com qua-

lidade, de maneira útil e com no-vidades ao brasiliense. Apostamos em fornecer ao leitor informações relevantes do seu dia-a-dia.

A matéria de capa apresenta quais as mudanças que vias de mão única em Taguatinga sofre-rão. O objetivo é desafogar a cir-culação de veículos. Outro projeto que, parece, vai sair, é a criação de um túnel sob a avenida central da

cidade. A região começa a ganhar contornos viários de metrópole.

Para quem procura opções de cultura, nós oferecemos infográ-fico sobre cineclubes da capital. Também como serviço ao cida-dão, a matéria sobre a atuação da justiça volante mostra ao leitor o serviço eficiente e pouco difundi-do, muito útil em momentos de acidentes de trânsito.

E, em meio a tantos assuntos sérios, de repente você está an-

dando pelo parque quando se depara com pessoas que se equi-libram em cima de uma corda e praticam o slackline. O Artefato buscou saber por que essa moda-lidade que junta equilíbrio e con-centração pode ser vista em cada ponto onde se encontra sombra, árvores e uma corda. Esperamos ser úteis.

Se conseguirmos, fizemos jor-nalismo e cumprimos nossa fun-ção social.

A serviço do cidAdãoBruno Bandeira e George Magalhães

Novamente a zebra eleitoral deu as caras. Dessa vez de

uma forma bem sutil. No último dia 28, o bacharel em Direito, com currículo extenso no que diz respeito à política, Fernando Ha-ddad deixou pra trás Serra, Rus-somano, Chalita, Soninha, Ne-tinho de Paula, tucanos, verdes, azuis e simpatizantes.

Disputando a corte maior da cidade de São Paulo, o autor de “O Sistema Soviético”, “Em De-fesa do Socialismo”, “Desorga-nizando o consenso” e “Sindica-tos, cooperativas e socialismo” – e futuro prefeito, tem uma missão simples pela frente: ge-rir a cidade que mais consome no Brasil.

Haddad começou sua campa-nha em busca da prefeitura de SP com desvantagens. No início de maio, o candidato aparecia com 4% dos votos, provavel-mente apenas dos moradores do Largo de São Francisco onde seu pai começara a vender do-ces numa esquina perto da USP – vários doces.

Incrivelmente – alguns di-riam que “por obra do Divino” – o cinquentão chegou à reta final da disputa com mais de 3 milhões, três brilhantes milhões de votos, e abocanhou o cargo. Cingido pela bênção da atual presidente(a) do Brasil, Dilma R., muitos duvidam que o feito tenha ocorrido naturalmente.

Filósofos, poetas, estudantes de Física Quântica e alquimis-

Não eXisTe AcAso eM sP

tas do PV se reuniram e acredi-tam, por consenso, que isso já era de se esperar vindo de um partido onde a maçonaria reina escancaradamente. Não é banal que o nosso querido e antigo presidente tenha se curado de um câncer incurável. Milagre ou não, Criolo condena: “Não existe acaso em SP”.

* Não há semelhanças entre a vida real e o jornal.

Pintura de Rembrandt reflete visão do artista sobre a corrida eleitoral em SP

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3SATÉLITESSATÉLITES

À esPerA de TrANsPorTe

Quem mora em condomínios no Distrito Federal sofre dia-

riamente com a falta de alternativas para utilização do transporte públi-co. A distância das principais vias, a falta de coletivos e a precariedade dos ônibus são as principais barrei-ras encontradas diariamente.

O DFTrans estuda regulamen-tar a contratação de empresas particulares que façam o trans-porte de pessoas dos condomí-nios para a área central do Plano Piloto. O órgão atuaria na indica-ção de itinerários, locais de para-da e transportes utilizados. A em-pregada doméstica Luiza Cardoso mora em Águas Lindas de Goiás e trabalha em Vicente Pires, região que abriga uma série de condomí-nios e que é atendida por linhas regulares, mas precariamente. Ela diz que todos os dias tem difi cul-dade para voltar para casa. “A ida é muito tranquila, mas a volta é sempre complicada. Sair de Vi-cente Pires para qualquer lugar é um sofrimento. O ônibus demora e quando passa já está lotado.”

De acordo com diretor do DF-Trans, Marco Antônio Campanella, a alternativa pode diminuir o gran-de fl uxo de carros nas ruas diaria-mente. Ele ressalta que a proposta servirá para complementar o ser-viço básico de transporte público. “Por essa regulamentação o condo-mínio teria condições de fazer um contrato de natureza privada com um trabalhador autônomo ou uma empresa que colocaria ônibus de qualidade, com poucos pontos de embarque e desembarque dentro dos condomínios e nos principais locais de trabalho dos moradores. Nós queremos oferecer um servi-ço alternativo. Não vamos defi nir tarifas. O morador vai ter duas al-

ternativas, o serviço básico que será licitado pelo governo e o transporte contratado pelos condôminos.”

Na prática, a proposta do GDF transfere aos condomínios a res-ponsabilidade de oferecer trans-porte público a moradores e traba-lhadores e, dessa forma, as linhas privadas não seriam caracterizadas como transporte ilegal. Áreas na mira do DFTrans seriam o Colo-rado, condomínios de Sobradinho e outros próximos à Ermida Dom Bosco. Todos são considerados áreas amplas mas isoladas – muitas vezes, as pessoas caminham quilô-metros até a parada.

Outras tentativasMoradores já tentaram estabele-

cer meios alternativos de transporte

para a área central de Brasília, mas a burocracia emperrou o andamento do projeto. A presidente da União dos Condomínios Horizontais no DF (Única), Junia Bitencourt, acre-dita que, se sair do papel, a alterna-tiva pode benefi ciar os moradores. Mas é preciso estudar e diferenciar o transporte em cada região do DF. “Já houve outras tentativas no passado de fazer algo semelhante, mas im-pedimentos legais não fi zeram com que o projeto prosperasse. É mui-to válida a discussão, a ideia é boa e será bem aceita pelos moradores. Existem condomínios de tamanhos diferentes, com população que deve ser servida de forma diferente. Já é um grande passo para uma solução de demanda de transporte que não existe nas regiões de condomínios.”

O DFTrans ainda não estipulou nenhum prazo para que a nova medida comece a vigorar. De-vem ocorrer audiências públicas e reuniões sobre a proposta. A pre-sidente da Única, apesar de favo-rável à ideia, se mostra reticente sobre a implantação.

Rafael Alves

Trabalhadora aguarda ônibus em Vicente Pires. Região pode ser benefi ciada por decisão do DFTrans

sAiBA MAis• Atualmente o distrito Federal possui quase 600 condomínios horizontais;• Cerca de 40% são regularizados;• pelo menos ¼ da população do dF mora em condomínios horizontais;• A área do Lago Sul é a que possui melhor transporte de pessoas para a região central do plano.

trÂnsito

proposta do dFtrans estuda regulamentar contratação de empresas particulares que transportem pessoas dos condomínios para a área central do plano piloto

Foto: Flávia Simone

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SATÉLITES

MudANçAs No TrâNsiTo de TAguATiNgA: TeNTATivA de MelhoriA

projetos em andamento prometem facilitar tráfego de três das maiores regiões administrativas do dF

obras

Bianca Lima e Silvânia Sousa

Foi aprovado pela Secretaria de Obras do GDF um projeto

que propõe mudanças no trân-sito de Taguatinga. O objetivo é transformar as vias na região da Praça do DI, em Taguatinga Norte,em pistas de mão única para diminuir engarrafamentos e acidentes. Outra proposta é a criação de um túnel sob a aveni-da central da cidade.

De acordo com a proposta, as pistas serão de mão única, também com o intuito de aca-bar com constantes congestio-namentos e acidentes no local. A praça é bastante frequentada pela população brasiliense, devi-do ao grande número de bares, choperias e restaurantes instala-dos ao seu redor. Por dia, segun-do o Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal (DER), circulam mais de 20 mil veículos no local.

Foi realizada uma audiência pública, no dia 3 de outubro, com os moradores e com representan-tes do governo. O administrador regional de Taguatinga, Carlos Jader; o diretor-geral do Detran, José Alves Bezerra; o superinten-dente de trânsito do DER, Murilo de Melo; e outras autoridades de segurança estavam presentes. Na audiência, o projeto foi apresen-tado para a sociedade, que deu apoio à proposta. Na ocasião, 40 moradores estavam presentes.

José Antônio Alves, 45 anos, vendedor que fica na praça do DI, aprova as mudanças e diz que é uma grande melhoria para a cida-de e, principalmente para o trân-

sito, que ficará bem mais tranqui-lo. “O trânsito de Taguatinga será outro”, espera.

De acordo com o Carlos Jales, a questão da mão única é uma das soluções que os engenheiros do Detran encontraram para so-lucionar o caos nas ruas tagua-tinguenses. “Todos esses projetos estão prontos e serão encaminha-dos para Detran e Novacap para que sejam efetivados. Vamos tes-tar dessa maneira, mas, se for ne-cessário, faremos novas interven-ções”, afirma Jales.

TúnelO orçamento já foi aprovado,

agora só falta começar a cons-trução do túnel por onde os car-ros que saem da Avenida Elmo Serejo, mais conhecida como Via Estádio, entrarão na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) – os veículos passarão por baixo do centro. Aqueles que chegam a Taguatinga pela EPTG também entram nesse túnel até o início da Via Estádio, logo após o via-duto da Avenida Samdú.

Com a criação desse atalho, a

Foto: Flávia Fonseca

Projeto já aprovado pela Secretária de obras do GDF tem o objetivo de otimizar o trânsito no centro de Taguatinga

sAiBA MAisEm volta da praça do di,

se localizam as quadras comerciais CnA 01 à CnA 04.

O nome se deve ao antigo departamento de imobiliária da novacap, que ficava no local. Oficialmente a praça se chama Santos dumont, apesar de poucos conhecerem este nome.

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retenção de veículos nos cinco semáforos do centro de Tagua-tinga será evitada e as vias mar-ginais darão acesso às avenidas Comerciais e Samdú Sul e Norte.

Segundo o GDF, a obra está calculada em aproximadamente R$ 250 milhões e será realizada com recursos do PAC Mobilida-de Grandes Cidades, que desti-nou R$ 2,2 bilhões para obras de infraestrutura na capital federal.

Para o Secretário de Obras do DF, David José de Matos, o túnel, assim como a Praça do DI, é uma das prioridades do governo e uma necessidade para a melhoria do sistema de transporte. “O Corredor Oes-te [nome da nova configura-ção viária] tem como promessa acabar com os constantes con-gestionamentos que se formam na entrada de Taguatinga, seja qual for o sentido. O projeto é antigo e necessário,” reforça.

De acordo como ele, a implan-tação da obra começou a ser pen-sada em 1993, juntamente com o metrô. Só agora sai do papel e promete se tornar realidade.

O túnel será linear e terá 830 metros. Começa logo após a descida do viaduto de Tagua-tinga, que irá fazer ligação com Samambaia e a Ceilândia. Des-se modo, quem quiser ir para as duas cidades não precisará mais atravessar Taguatinga Centro.

Serão três vias de rolamento expressas por baixo, duas vias expressas em cima, para veí-culos, e duas vias para ônibus (veja infográfico ao lado). A ex-pectativa do GDF é que o pro-jeto beneficie cerca de 1 milhão de pessoas – quase metade da população candanga.

Mariângela Santos, 32 anos, passa pela EPTG todos os dias para ir ao trabalho e diz que a construção do túnel irá benefi-ciar muitas pessoas. “Com essa mudança vou poder sair de casa um pouco mais tarde”, afirma.

A licitação deverá sair em novembro e a previsão de du-ração da obra é de 18 a 24 me-ses até a conclusão.

DesviosA Secretaria de Obras não sou-

be precisar como ficará o trânsi-to durante a construção do túnel. Contudo, a Administração de Taguatinga estima que a solução deve ser similar àquela adotada quando o metrô foi construído. No sentido Ceilândia-Taguatin-ga, o acesso será pelas vias Sa-mdú Norte e Sul; já no sentido EPTG-Taguatinga, pelos pistões Norte e Sul.

Fonte: Secretaria de Obras do GDF: http:// www.so.df.gov.br

36,2%do tráfego do dF. É o percentual de

deslocamentos diários na área afetada pelo túnel

407.031Carros e ônibus serão afetados

pelas obrasFonte: Codeplan

Infografia:MoacirMacedo

O futuro centro de Taguatinga

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EDUCAçÃO

Pequenos colchões coloridos em forma de livros espalhados por um salão, de-

zenas de crianças atentas, livros infantis e personalidades conhecidas. Foi essa a re-ceita que a atriz Sônia de Paula encontrou para ajudar a divulgar a literatura infantil. As crianças entram no mundo fantástico onde tudo pode acontecer. Nesse mundo elas são guiadas apenas pela imaginação e pelos contadores de histórias. O projeto co-meçou em 2010, pensando em uma forma de levar cultura e literatura para as crianças de todo o Brasil. O projeto “Lê pra mim?” foi idealizado por Sônia com o objetivo de levar autores e personalidades a lerem li-vros infantis para crianças pelo país a fora.

A idealizadora do projeto diz que a pre-sença dos famosos não só traz a identifica-ção rápida das crianças, como mobiliza a mídia para a causa, mostrando para meni-nos e meninas pessoas bem sucedidas que curtem literatura. O projeto é gratuito, mas em alguns dias é reservado para crianças de escolas públicas e instituições de ensi-no especiais. “Geralmente escolhemos um centro turístico da cidade sede”. No caso de Brasília foi o Museu dos Correios, onde os

contadores se dividiram em duas sessões diárias, em que cada personalidade ficou com um turno. “Nos dias que estivemos aqui muitos alunos e crianças se divertiram ouvindo histórias e brincando com os con-tadores” conta.

Na programação sempre há uma intér-prete para surdos. A preocupação com a acessibilidade é marca registrada do even-to, como fala a idealizadora. “Aqui temos acesso para cadeirante e uma professora de LIBRAS para as crianças. É importante mostrar que basta pensar antes nessas pes-soas que nada faltará, e todas as crianças vão sair daqui com um livro.” A iniciativa de deixar as crianças levarem livros para casa ainda fomenta a leitura que os pais fa-zem para os filhos.

O público-alvo é formado por crianças a partir dos quatro anos, de todas as clas-ses sociais, moradoras de qualquer região brasileira. O projeto já passou por Salvador, Rio de Janeiro, Belém e, depois de Brasília, estará em São Paulo. Na capital, o evento começou no dia 6 de Outubro e terminou no dia das crianças (12). No último dia quem ficou responsável pelas leituras fo-

ram a atriz da Globo Maria Paula e a professora e jorna-lista Dad Squarisi.

Dad contou uma história sobre fadas e fez a criançada prestar atenção no conto. So-bre a importância de trazer o hábito da leitura disse: “A leitu-ra multiplica a vida, enriquece nosso vocabulário, amplia a imaginação, e nos tornamos pessoas melhores por estarmos em contato com as diferenças”.

O mercado de livros infan-tis é um dos mais movimen-tados no mercado editorial brasileiro, pois além de serem

Thiago Baracho

liTerATurA iNfANTil divulgAdA coM leiTurA

projeto criado por atriz coloca famosos lendo histórias para crianças

incentivo

vendidos em livrarias e pontos comerciais, são alvo de adoção por escolas e mercado-ria de compra pelos governos municipais, estaduais e federais. É a produção de livros que mais cresce no Brasil, seguida dos li-vros didáticos. Os pequenos leitores, além de ser um público voraz, agora, enquanto pequenos, também serão os leitores e con-sumidores de cultura do futuro.

Já marcaram presença no projeto perso-nalidades como: Flávia Alessandra, Mar-gareth Menezes, Cláudia Raia, Reynaldo Gianecchini, Alexandre Borges, Maitê Pro-ença, Edson Celulari, Glória Maria, Ga-briela Duarte, Julia Lemmertz, Marília Ga-briela, Marisa Orth, entre outros.

Sonia de Paula, criadora do projeto e Dad Squarisi, uma das leitoras

Foto: Márcio Dequiqui

Crianças escutam com atenção a história do dia

Foto: Thiago Baracho

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Transtorno. Esse é o nome para o que acontece quan-

do há colisão entre veículos. Os motoristas envolvidos tendem a fi car nervosos com a situação, e a discussão de quem estava errado e de quem vai pagar os prejuízos pode ser desgastante e complica-da. Se não for resolvida, a parte mais lesada pode levar o caso à justiça, o que requer mais tempo e mais estresse.

Visando evitar que processos de simples resolução passem pelo burocrático trâmite do sistema judiciário, e como forma de facili-tar o acesso do cidadão brasilien-se ao poder judiciário, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) criou o Núcleo de Atendimento de Trân-sito (Nuat), conhecido também como Justiça Volante.

O serviço consiste em uma van equipada com uma espécie de Juizado de Pequenas Causas que conta com o trabalho de um policial militar e um conciliador ofi cial. Ao ser chamada pelo tele-fone , sempre pelos envolvidos e no momento do acidente, a van vai até o local e realiza a concilia-ção das partes de acordo com as leis de trânsito.

O serviço é gratuito, mas há algumas especificações. Casos envolvendo carroça, bicicleta, carros de empresas ou diplomá-ticos não são atendidos. Se o aci-dente envolver vítimas, ou tiver causado danos ao patrimônio público, a Justiça Volante tam-bém não intervém.

CIDADANIAjustiÇa

resolução de iMPAssesseM BurocrAciA

Serviço gratuito facilita a negociação de envolvidosem acidentes de trânsito

Gabriella Avila

AudiênciaCláudio Henrique Gomes de

Souza precisou da Justiça Volante no mês passado, após sofrer uma batida traseira no veículo. Quando o motorista do carro de trás não quis assumir o prejuízo, ele chamou o serviço para resolver ofi cialmente o impasse. Após uma hora de es-pera, a van chegou e ambos foram convidados para entrar no veículo e participar de uma espécie de audi-ência. Usando como base o Código de Trânsito, o conciliador explicou que, em casos como esse, a respon-sabilidade é do motorista causador da batida (quem bate atrás). Com a concordância das duas partes, um compromisso foi assinado, onde o culpado se comprometeu a pagar o conserto, e o caso foi resolvido.

O supervisor do Nuat, Rogé-rio Machado, explica a audiência: “Nosso atendimento só é possível

se as partes, por livre e espontânea vontade quiserem, pois como não há um processo, e sim um procedi-mento, é indispensável que todos os envolvidos estejam no local e queiram entrar na van e participar da audiência”, explica. “Quando não há concordância das partes, mesmo com a audiência também registramos ofi cialmente a petição inicial, com os pedidos de cada um dos envolvidos, e encaminha-mos ao juiz para que ele decida”, esclarece Rogério.

Cláudio, assistido pelo Nuat, aprovou o atendimento. “Se fos-semos levar o caso para a justiça tradicional, levaria mais tempo, devido à burocracia do sistema. Resolvemos em 20 minutos o que demoraria dias”, comenta. Ele re-comenda o serviço: “Passo o tele-fone para todos que conheço, pois funciona mesmo”.

Sistema judiciárioCriado em 1990 pelo desem-

bargador Hermegildo Fernandes, a Justiça Volante ajudou a desafo-gar o sistema do TJDF. “São mais de cinco mil acordo/ano, o que no mínimo evita um número de ações de reparação de danos em número próximo ou até mesmo superior”, explica Rogério Machado. “Isto tudo leva à economia de despesas, tempo e evita desgaste das partes”, completa. A maioria dos casos atendidos é no Plano Piloto, mas o número de atendimento nas ci-dades satélites está aumentando a medida que a população conhece mais o serviço.

serviço

Justiça Volante0800 644 2020

Segunda à sexta feira,das 8h às 18h

Ao ser acionada pelo número 0800, a Justiça Volante vai até o local do acidente

Foto: Renato Gomes

regiões ATeNdidAs PelA JusTiçA volANTe

Asa Sul e norteLago Sul e norte

CruzeiroSudoeste

OctogonalJardim Botânico

park WaySAi

SAAnGuará iGuará ii

Ceilândia Areal

n. BandeiranteRiacho Fundo iRiacho Fundo ii

taguatingaVicente piresÁguas Claras

CandangolândiaSamambaia

Via Estrutural

Foto: Márcio Dequiqui

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CIDADANIA passeio

zoo ProJeTosFundação Jardim Zoológico de Brasília desenvolve iniciativas para

promover educação ambiental para todas as idades

O Zoológico de Brasília é uma opção para distrair e divertir

as crianças nos fi ns de semana. Inaugurado no dia 6 de dezembro de 1957, antes mesmo da capital federal, recebeu cerca de 1,2 mi-lhão de pessoas em 2011. No úl-timo dia das crianças, 12 de outu-bro, foram 40 mil pessoas.

O zoológico possui uma área de 139,7 hectares e, além dos re-cintos dos animais, conta com es-paço para produzir a alimentação dos bichos, parque para camping, lagos artifi ciais, playgrounds, Museu de Taxidermia (leia box), áreas de passeio, estacionamen-tos e lanchonetes. Espaços bem conhecidos pelos brasilienses. Mas o que nem todos sabem é a quantidade de projetos desenvol-vidos pela Superintendência de Educação e Lazer (Suel) e reali-zados pelo Zoológico, que pro-movem a inclusão, socialização, educação, consciência e respon-sabilidade ambiental.

Zoo ToqueÉ um dos projetos que tem par-

ceria com escolas públicas que atendem defi cientes visuais. Por meio do toque, os alunos perce-bem a forma, a textura dos pelos e penas e o calor do corpo dos animais. Todo ano uma escola é benefi ciada, e durante os 12 me-ses os alunos visitam animais de diferentes espécies.

Nesse ano, os alunos foram ao borboletário, ao espaço dos ma-míferos, ao museu de taxidermia e também visitaram os felinos. Para Marcelle Carvalho, coorde-nadora do programa, o Zoo To-

Aline Baeza e Rosália Almeida

que tem função lúdica, pois ao mesmo tempo em que as crian-ças se divertem com os bichos, também aprendem sobre a vida dos animais: “As crianças apren-dem brincando. Elas conhecem os animais por meio do cheiro, do toque, dos sons. Isso estimula o desenvolvimento”, explica. Para acolher os defi cientes físicos, exis-te o Zoo Especial que, em 2012, atende uma escola da 611 Sul. As atividades são parecidas com as desenvolvidas pelo Zoo Toque.

Crianças na faixa etária de 7 a 12 anos das escolas públicas do DF recebem o Zoo vai à Escola. Nele, uma equipe do zoológico leva, diariamente, palestras sobre educação ambiental e animais ta-xidermizados.

Férias e ressocializaçãoO Zoo Noturno consiste em

uma visita ao ambiente dos ani-

mais que têm maior atividade no período da noite. Os visitan-tes, sempre supervisionados por uma equipe, recebem informa-ções e curiosidades a respeito dos bichos e também percebem como os animais podem se com-portar de maneiras diferentes a cada período do dia.

A Suel, em parceria com a Se-cretaria de Estado da Criança do Governo do Distrito Federal, desenvolve um projeto para res-socializar jovens em cumprimen-to de medidas socioeducativas. São 10 adolescentes entre 16 e 20 anos. Lá eles assistem a pales-tras sobre educação ambiental e museologia, manejo com aves e mamíferos, exercem atividades laborativas a fi m de despertar o interesse pelo trabalho e forma-ção profi ssional.

Há também a Colônia de Fe-ras, que funciona na época de

férias escolares e atende crian-ças de 8 a 12 anos. Por meio de atividades lúdicas elas apren-dem sobre educação ambien-tal. “Eu aprendi todos os dias a não ter medo dos animais, e sim respeitá-los porque eles não são maus, só são diferentes da gen-te e querem brincar”, reconhece Bianca Carneiro, que participou da colônia em 2011.

Rafaela Ferro Moreira, direto-ra de conscientização ambiental do zoológico, ressalta a impor-tância desses projetos. ”Observa-mos o interesse das crianças pelos projetos e o respeito que passam a ter pelos animais. Nossa preo-cupação é levar conscientização ambiental. E, felizmente, temos conseguido”, comemora.

Museu de TAXiderMiA

taxidermia é uma técnica que prepara a pele de animais mortos, a fi m de conservar ao máximo as características morfológicas que tinham em vida.

A elefanta nely (foto ao lado), primeira moradora do zoológico, foi um presente de um embaixador da Índia para Juscelino Kubistcheck. Viveu 37 anos no oo e morreu em 1994 em função de uma artrose, adquirida pela idade avançada. Seu esqueleto está exposto no Museu de taxidermia.

Foto: Rosália Almeida

Esqueleto da elefanta Nely auxilia alunos em aulas expositivas

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Antigamente o embaixador era representante do rei, do pre-

sidente ou do detentor do poder máximo. Na teoria, a figura ain-da é a personificação do monarca no território. O Itamaraty atribui à embaixada o papel de garantir que os interesses nacionais sejam resguardados, mas sem interfe-rir diretamente na atuação de um governo em seu próprio territó-rio. Em um mundo marcado por conflitos de interesses, guerras e de informações midiáticas a cada se-gundo, de que forma esses espaços ainda atuam na prática?

Segundo o Itamaraty, o Brasil mantém relações diplomáticas com todos os países membros das Nações Unidas. As funções da em-baixada vão desde ajudar a iden-tificar oportunidades de negócios no país até garantir um tratamento justo e transparente de justiça de outro país a um brasileiro. É ela quem protege os chamados inte-resses nacionais.

Segundo o porta-voz da embai-xada da Espanha, José Vicente, o

diplomacia

síMBolos dA MediAção eNTre NAções

George Magalhães

MUNDO

local tem a função de ser a repre-sentação de um Estado no exte-rior, dando apoio aos cidadãos do país das formas de que dispuser e ainda manter as relações nos dife-rentes níveis (político, econômico e social). “Nos relacionamos com o governo brasileiro por meio do Ministério das Relações Exteriores. Nosso papel não é interferir nas de-cisões finais entre os países, mas ser a ferramenta principal de elo neste relacionamento”, explica.

Papel Segundo o professor e assessor

de relações internacionais da Uni-versidade Católica de Brasília, Cre-omar de Souza, quando o governo brasileiro decide abrir embaixada em um país manda um recado: existe interesse em criar laço mais estreito. “Durante o governo Lula, o Brasil aumentou o número de em-baixadas brasileiras na África. Hoje são mais de 30 e só perdemos em representação no continente para os chineses. Isso demonstra interes-se naquela parte do país”, explica.

Para Ricardo Caldas, doutor em relações internacionais e professor da Universidade de Brasília, um fator recente restringe a atuação de embaixadores em situações mais ex-tremas. “Não existe mais monopó-lio de informações. A imprensa no-ticia tudo em todos os países. Com isso, o embaixador atua em assuntos delicados ou não noticiados na mí-dia”, comenta. A presença física do porta-voz é essencial em situações críticas que podem comprometer as relações. “Há pouco tempo, o Canadá estabeleceu restrições sobre as importações da carne brasileira com medo da gripe asiática e cuida-dos sobre o produto. O embaixador foi essencial para dar explicações ao governo brasileiro e não gerar uma crise maior”, ressalta.

Brasil e CanadáA atuação do corpo di-

plomático canadense no episódio das carnes evitou desgastes que afetariam os dois países. Atualmen-te 500 empresas do país operam em terras brasi-leiras. Em 2011, comércio e investimentos bilaterais totalizaram R$ 70 bilhões. O Brasil é o maior parcei-ro comercial na América do Sul, o 10º no mundo e o 6º maior investidor no Canadá. “Exportações de carne suína brasileira para o Canadá não são permitidas. A Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (CFIA) está conduzindo uma avalia-ção de risco, cobrindo aspectos relativos à saúde animal e público. Uma

vez concluída, autoridades dos paí-ses deverão discutir os termos para a certificação”, informa a assessoria de imprensa da embaixada.

A interferência do embaixador permitiu que o debate sobre o tema fosse aberto e as relações não tives-sem prejuízos. O primeiro-ministro canadense visitou o Brasil em 2011 e o ministro de relações exteriores do Brasil, Antônio Patriota, esteve lá em outubro. Uma viagem da presiden-te Dilma ao Canadá é prevista para 2013, principalmente após o anúncio de que as universidades do país rece-berão 123 mil estudantes brasileiros como parte do Programa Ciência sem Fronteiras. Cerca de mil alunos já estão estudando pelo programa.

15 países têm representação em todos os

membros da OnU. O Brasil é um deles.

Brasília, com 129 embaixadas,

é a 12ª capital em número de embaixadas residentes.

desde 2003, o Brasil abriu 75 novos postos

no exterior.

no período, 33 novas embaixadas foram instaladas em Brasília.

Foto: Murilo Lins

Creomar de Souza: embaixadores são aliados do jogo diplomático

Embaixadas atuam no relacionamento entre países e contribuem para estreitar relações

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10

iNserção No MercAdo dePeNde de vivêNciA ProfissioNAl

Mayra Rodrigues

Baias, telefones tocando, com-putadores, quadros nas pa-

redes com metas, cronogramas, destaque do mês e um ritmo de trabalho acelerado compõem o espaço organizacional de uma Empresa Júnior (EJ). O ar de for-malidade e o discurso de mercado também chamam a atenção: ben-chmarking, clientes satisfeitos, ne-tworking e vantagens competiti-vas, são termos comuns entre eles.

Presentes na maioria das gran-des universidades brasileiras, as EJs oferecem aos universitários melhor qualifi cação para o mer-cado de trabalho ao unir teoria e prática profi ssional, estimulando o espírito empreendedor. As EJs são associações civis sem fi ns lu-crativos, vinculadas às instituições de ensino, mantidas e organizadas pelos alunos de graduação com a colaboração de professores.

De acordo com o Censo Identi-dade 2011, pesquisa feita pela Con-federação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), cinco mil estudantes circulam anualmente nas 192 empresas juniores confede-radas e realizam mais de 2.500 pro-jetos por ano. Em Brasília, existem 44 empresas juniores, 15 integram a Federação das Empresas Juniores do Distrito Federal (Concentro).

O empresário júnior é reconhe-cido pelo diferencial de viver, no período de graduação, uma expe-riência de mercado e relacionar-se com clientes e projetos reais. Para a diretora de Comunicação da Con-centro, Paula Macedo, “o estudante pode desenvolver ao longo da sua experiência no Movimento Em-presa Júnior (MEJ) competências e habilidades que, na maioria das

ticipar de eventos proporcionados pelas EJ’s e conhecer pessoas do mercado é trocar experiências”, explica Gabriela Domingues, as-sessora da presidência na AD&M Consultoria Empresarial, EJ do curso de Administração da UnB.

Os eventos promovidos pelo MEJ são patrocinados por grandes empresas, como: Ambev, Banco Itaú, Odebrecht, Bain&Company, Abril, MBA Empresarial, dentre outras. “São organizações com um grande programa trainee. Conhe-ço vários casos de amigos que fo-ram questionados, em entrevistas, se passaram por empresa júnior. Como a resposta foi negativa, a im-pressão foi ruim.”, afi rma Eduardo Barreto membro da Facto, EJ do curso de Jornalismo da UnB.

O mercado reconhece o desen-volvimento empresarial do estu-dante que passa por uma empresa júnior. Diretora de Marketing na Projetos Consultoria Integrada, empresa júnior que engloba vários cursos do Centro Universitário de

Brasília (UniCEUB), Luana Car-doso, relata a experiência adqui-rida como certeza de inserção no mercado: “Quando quem está te avaliando sabe o que é uma em-presa júnior, o movimento e como funciona, você pode ter certeza que será efetivado. Eles prezam muito por isso”.

Gratifi caçãoOs empresários juniores não

recebem salário. Os valores co-brados pelos projetos realizados têm custos inferiores aos cobrados pelo mercado e são revertidos em gastos com a empresa, cursos e em promoção de eventos. “Eu não vejo desvantagens, só vejo desafi os. Não ser remunerado, por exemplo, é confuso para quem não entende a essência. Mas deve ser compreen-sível, já que a empresa também não tem fi ns lucrativos, e investe muito em treinamentos, cursos, capacita-ções, palestras para os empresários juniores”, pontua Eduardo.

Universitários apontam empresa júnior como garantia de empregabilidade

vezes não são foco da graduação, mas essenciais para um profi ssio-nal, como liderança, pró-atividade, resiliência, trabalho em equipe e visão empreendedora”.

Estudante e membro da Praxis Gestão de Pessoas, EJ do curso de Psicologia da Universidade de Bra-sília (UnB), Natália Campos, relata o que despertou seu interesse para ingressar na empresa. “Entrei para aprender, na prática, a psicologia. Porém, ao ingressar, descobri que o aprendizado vai além dos conhe-cimentos da área de graduação. Aprendemos negociação, trabalho em equipe, além do contato com a realidade de outras áreas”.

EmpregabilidadeO empresário júnior se depara

com a prática do networking que aumenta as chances de contra-tação. “Nós conhecemos muitas pessoas. Diversas vezes o cliente pergunta, ao terminar o projeto: Quando você vai sair? Quero te contratar na minha empresa. Par-

saiba quais são as empresas fe-deradas à concentro e como par-

ticipar dos processos seletivos.

Acesse: http://www.concentro.org.br ou http://brasiljunior.org.br

Várias vezes o cliente pergunta ao terminar o projeto: Quando você vai

sair? Quero que você seja contratado na

minha empresa

““ ““

minha empresa

minha empresa

Gabriela Domingues

Ambiente das empresas juniores reúne descontração universitária e seriedade do mercado

Foto: Jusciane Matos

empreendedorismoTRABALHO

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11

Não é novidade que a situ-ação dos planos de saúde

está um caos. A grande espera no atendimento e a má quali-dade dos serviços prestados por algumas operadoras são algumas das razões do aumento do núme-ro de reclamações de usuários. A Resolução Normativa nº 259 da Agência Nacional de Saúde Su-plementar (ANS), que começou a valer em dezembro de 2011, determina prazo para marcações de consultas, exames e cirurgias. Mas em vez de resolver, a regra criou novos problemas. Conve-niados reclamam do não cum-primento das normas impostas, como em casos de marcações de consultas (veja box).

Em função do descumprimen-to da resolução, no dia 5 de ou-tubro a ANS suspendeu a venda

usuÁrios AiNdAreclAMAM dA esPerA

Após determinação da Agência nacional de Saúde Suplementar (AnS), prazos referentes a atendimentos médicos causam mais transtornos

Ludmila Rodrigues e Wilma Mendonça

atendimento

de 301 planos de saúde, de 38 operadoras, por três meses. A decisão foi tomada em busca da melhoria dos serviços.

“Hoje, a maior parte das recla-mações que acontecem são de-correntes da questão da demora do atendimento das operadoras para marcar consultas. Agora já mudou a regra, o governo tem que acabar com isso”, explica Paulo César Gonçalves, corretor de seguros e diretor do Conselho de Ética do Sindicato dos Corre-tores de Seguros, Empresas Cor-retoras de Seguros, Capitalização e Previdência Privada no Distrito Federal (Sincor-DF). Pela ANS, as operadoras teriam o prazo de sete dias para agendar as consul-tas. Se não conseguir, o usuário pode acionar a operadora para agendar a consulta.

O que deve melhorar?Paulo aponta mais uma razão

para o caos nos atendimentos de usuários do DF. “Os problemas aqui são o grande número de re-clamações e a falta de profi ssio-nais. Por exemplo, no mercado de Brasília têm poucos endocrinolo-gistas que atendem. São poucos profi ssionais que trabalham com planos.” Paulo conta que, há mais ou menos dez anos, o número de especialistas que atendem pelos planos diminuíram. Isso se deve ao baixo valor pago aos profi ssio-nais – o plano repassa em média entre R$ 40 e R$ 60 ao médico, se-gundo estimativa do Sincor.

Já os médicos que realizam con-sultas particulares cobram um va-lor maior: em média, pelo menos R$ 70. Essa é uma das razões pelas quais os médicos entram em gre-ve: para reivindicar remuneração maior por parte das operadoras.

“Além do baixo valor pago pelo convênio, incidem os impostos e a margem de lucro das clínicas. E o pagamento dos planos de saúde geralmente é feito após pelo me-nos 30 dias da realização do aten-dimento médico, mas é muito fre-quente esse prazo se estender por vários meses, infelizmente”, afi rma o dr. Roberto Borges, psiquiatra. Ele já atendeu convênios, mas hoje só recebe pacientes particulares.

O futuro conveniado deve se informar sobre os serviços que contratará. “É importante que o usuário tenha o conhecimento do contrato que vai fechar e de todos os períodos de carência. Às vezes

ele fecha um contrato sem nem ter conhecimento de todas as carên-cias que tem de cumprir”, conta Paulo Gonçalves, diretor do Con-selho de Ética do Sincor-DF.

DemitidosNovas regras entraram em vi-

gor em 1º de outubro para funcio-nários demitidos por justa causa e para aposentados. O funcionário demitido que contribuiu com o convênio terá direito a manter os benefícios do plano empresarial de acordo com o tempo de contri-buição, pelo mesmo valor.

Já quem se aposentar depois de ter contribuído com o plano de saúde por mais de dez anos terá o direito de manter o convênio, mas as mensalidades cobradas serão integrais. Em um período menor que dez anos, o aposentado terá cobertura por um ano – cada ano de contribuição será equivalente ao tempo de cobertura.

BEM-ESTAR

Paulo Gonçalves, diretor do Sincor-DF, reconhece que há mais demanda que profi ssionais

Foto: Alex Santos

diAs ÚTeis PArA ATeNdiMeNTo

3 diAs: Exames por laboratório de análises clínicas em regime ambulatorial

7 diAs: pediatra, clínico, cirurgião geral, ginecologista e obstetra

10 diAs: Fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, fi sioterapeuta, serviços de diagnóstico e terapia em regime ambulatorial

14 diAs: demais especialidades médicas

21 diAs: procedimentos de alta complexidade, internação eletiva

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BEM-ESTAR

doeNçA sileNciosA é ePideMiA MuNdiAl

no dF, 117,5 mil pessoas são diabéticas

diabetes

Alana Araújo e Alexandre Magno

Atualmente a falta de conhecimento de como age o diabetes no organis-

mo faz com que ele seja um dos males do século, considerado uma epidemia global. Sem tratamento, causa doenças cardiovasculares, cegueira e insuficiência renal, entre outras.

Um comunicado da Organização Mun-dial da Saúde (OMS), de 16 de maio de 2012, destacou que a prevalência média de diabetes no mundo está em 10% da população. Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que, no Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas convivem com o problema. Trata-se de uma doença crôni-ca, causada pela má ou falta de absorção da insulina no organismo, o que resulta num elevado nível de glicose no sangue (hiperglicemia).

Este ano, uma pesquisa feita pela Vigi-lância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefôni-co (Vigitel) mostrou que no Distrito Fede-ral, 117,5 mil pessoas – 4,7% da população

- são diabéticas. Trata-se da maior taxa desde 2007.

Quem é portador de diabe-tes sabe o quanto é necessário tomar os medicamentos de for-ma contínua. Aqui no Brasil, o tratamento é gratuito e ampa-rado pela Lei de n°11347. Isso garante que todas as pessoas diabéticas tenham direito de receber do Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos, insumos e o glicosímetro (apa-relho utilizado para determi-nar os níveis de glicemia).

Para receber os remédios, o paciente precisa, primeiro, fazer um cadastro para receber o Cartão Nacional de Saúde. É só levar um documento de identidade com foto, CPF e receita do medicamento na Se-cretaria de Saúde ou Posto de Saúde. Os medicamentos podem ser encontrados em estabelecimentos credenciados no Progra-ma Farmácia Popular.

Outra pesquisa do Ministério da Saúde revela que 70% das cirurgias para retira-da de membros (amputações) no Brasil são ocasionadas pelo diabetes. A doença causa o estreitamento das artérias e dimi-nuição da circulação.

O paciente começa a notar os sintomas comuns ao “pé diabético”: formigamentos, perda da sensibilidade local, dores, quei-mação nos pés e nas pernas. O endocri-nologista Antônio Lerário relata que em casos mais graves é preciso realizar a am-putação. Esse procedimento pode ser evi-tado com prevenção.

Para conviver bem com o diabetes é ne-cessário fazer o controle glicêmico de for-

efeiTo devAsTAdorma contínua. São precisas ainda medidas higiênicas, cuidados com os pés e acom-panhamento de um profi ssional com ex-periência na área.

Nos postos de saúde de todo o DF exis-tem ambulatórios (Sala do Pé Diabético), que prestam assistência e promovem o rastreamento de prevenção do pé diabéti-co. De acordo com as normas do Ministé-rio da Saúde, quem é diabético não precisa aguardar meses à espera de uma consulta.

Além de assistir a palestras sobre a do-ença, o atendimento médico em centros de saúde é garantido a cada seis meses. Mas dependendo do estado clínico do pa-ciente, a consulta deverá ser imediata.

Medicamentos distribuídos gratuitamente pela

farmácia Popular

Glibenclamida Metformina insulina Humana npH e Regular

O diabetes mata uma pessoa a cada 8 segundos

4 milhõesde pessoas morrem por ano

1 milhão de amputações de membros inferiores são feitas por ano

Foto: Luiz Fernando G. Souza

A glicemia de jejum considerada normal é de até 100 mg/dl

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A glicemia de jejum conside-rada normal é de até 100 mg/dl. Quando a marca vai até 126 mg/dl, significa que está alterada.

Acima desse índice, há o diag-nóstico de diabetes. É preciso controlar muito bem o nível de glicemia e prestar atenção às re-ações do organismo ligadas ao sistema nervoso, olhos, coração, pés, rins e dentes. Também é imprescindível, a partir do diag-nóstico de diabetes, o constante acompanhamento médico.

NA grAvidezO diabetes gestacio-nal ocorre quando a placenta produz hor-mônios que podem bloquear parcialmen-te a ação da insulina. O problema afeta cerca de 7% das mu-lheres e persiste até o fi m da gestação.

Para os diabéticos, a boa ali-mentação cumpre papel fun-damental. Quem é diabético deve ter alimentação adequada e equilibrada, rica em nutrien-tes que contribuam para o bom funcionamento do organismo e que tragam, como resultado, a diminuição da glicose.

“Recomendamos para nossos pacientes uma dieta rica em fi-bras alimentares, especialmente fibras solúveis. Diminuir subs-tancialmente a quantidade de açúcar e gordura ingerida. O que mais preocupa os diabéticos são os carboidratos. Também

AliMeNTAção AdequAdAindicamos que seja feita uma re-dução”, esclarece a nutricionista Camila Aparecida Gonçalves, profissional da área de interna-ção do Hospital São Francisco.

Camila relata que os pacien-tes diabéticos concordam com as dietas propostas por ela, mas alerta que alguns ainda preferem o açúcar e pedem para saborear algum tipo de doce na refeição. Quando isso acontece, ela opta por um doce de leite e gelatina dietética ou uma barr de cereal.

Também deve haver disciplina quanto aos horários das refeições. De acordo com a nutricionis-

O diabetes é consi-derado uma doença si-lenciosa porque muitos pacientes podem não apresentar sintomas ou desenvolver apenas si-nais discretos. É o que explica o endocrino-logista Antônio Carlos Lerário, da Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

“Independente dos sintomas, o mau con-trole glicêmico leva a complicações crônicas do diabetes em dife-rentes órgãos e tecidos”, completa o dr. Antônio. Essas complicações são fatores de maior morbi-dade e mortalidade.

O especialista ressal-ta que todos os pacien-tes com hiperglicemia crônica fazem parte de um grupo de risco. “In-divíduos obesos, com história familiar de dia-betes, hipertensão arte-rial e com antecedentes de diabetes gestacional

(veja quadro ao lado) estão neste grupo”, destaca. Os sintomas clássicos da doença são: boca seca, muita fome, diurese ex-cessiva e emagrecimento não justificável por mudanças dietéticas.

Para Shirley Oliveira, comerciante de 38 anos, a doença veio após passar mal várias vezes. “Passava mal diariamente e não sabia o que acontecia, pois ia ao ba-nheiro direto, sentia muita sede tanto de

seM

Foto: Luiz Fernando G. Souza

Para conviver bem com o diabetes é necessário fazer o controle glicemico de forma contínua

Foto: Henrique da Silva Carmo

dia como na madrugada.”Antes do diabetes Shirley comia de

tudo, mas hoje as coisas mudaram. Além de seguir uma dieta rigorosa, ela tem que tomar vários medicamentos, como com-primidos de insulina antes das refeições para manter o controle da doença. Shir-ley também precisa se consultar e fazer exames regularmente para acompanhar o desenvolvimento da doença.

A glicemia de jejum considerada normal é de até 100 mg/dl

siNToMAs

ta, os diabéticos devem comer de três em três horas. “Se ele fi car mais tempo sem se alimen-tar vai ter pouca glico-se no sangue e, quando comer,provavelmente terá uma hiperglicemia.”

Outra dica importante dos nutricionistas para quem sofre com a do-ença é beber 1,5 litro de água por dia nos interva-los das refeições, e optar por alimentos cozidos, grelhados, estufados e assados sem molho.

diAgNÓsTico

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14

BEM-ESTAR

Natalia Alves e Paula Morais

o Poder dos ANTioXidANTesAlimentos ajudam a prevenir doenças, além de proporcionar benefícios

oNde eNcoNTrAr ANTioXidANTes:

vitamina c: Acerola , laranja, pimentão, morango, goiaba

vitamina e: Germén de trigo, óleos vegetais, nozes

Betacaroteno: damasco, cenoura, tomate, mamão

Minerais (zinco e selênio): Ostras, fígados, grãos de cereais, cebola

isofl avona: soja, uva, alho, berinjela e beterraba

Foto: Luiz Fernando G. Souza

nutriÇÃo

Frutas, verduras e legumes são as principais fontes antioxidantes e devem ser consumidos todos os dias

Os alimentos são fonte de ele-mentos que compõem o cor-

po humano. Mas, segundo estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceira com a Universidade de São Paulo (USP) e publicado na revista americana Nutrition Journal, a má alimen-tação está deixando o nosso orga-nismo carente em fi bras, selênio e vitaminas A, C e E, principais fon-tes antioxidantes. Os antioxidantes são substâncias com o poder de neutralizar os radicais livres, mo-léculas produzidas naturalmente no organismo que podem destruir as células e causar danos à saúde. Podem ser encontrados nas frutas, legumes, verduras, grãos, cereais e alguns temperos.

Quando há um desequilíbrio entre os compostos oxidantes e an-tioxidantes, ocorre o estresse oxida-tivo, que danifi ca células e tecidos, levando ao início do envelhecimen-to precoce e a outras doenças. Esse estresse está ligado a poucas horas de sono, tabagismo, alcoolismo, exercícios físicos em excesso e die-tas inadequadas. De acordo com a nutricionista esportiva Allana Car-delino, uma alimentação saudável e equilibrada consegue fornecer as quantidades necessárias da subs-tância para o bom funcionamento do nosso organismo.

Os benefícios da ingestão de antioxidantes são inúmeros, já que são ricos em ferro, fósforo, vitaminas, manganês, magnésio e selênio. Um consumo saudável ajuda a prevenir vários tipos de câncer, como o de mama, estôma-go, bexiga e pele, doenças pulmo-

nares, cardiopatias, artrite, catara-ta e envelhecimento precoce.

Alguns cereais, como o painço e a linhaça, são ricos em fi bras, que auxiliam na prevenção de excesso de peso e controle de coles-terol e glicemia. São muito usado para incremen-tar a alimenta-ção de pessoas com propensão à formação de cálculos bilia-res e pedra na vesícula.

Consumo diárioApós uma consulta

médica, a servidora pública Nei-de Maria de Sousa descobriu que seu organismo tinha deficiência de alguns nutrientes e introdu-ziu no cardápio alimentos antio-xidantes. “O que descobri é que nenhum alimento faz milagre sozinho, tudo depende da roti-na alimentar, sempre variada. A frequência no consumo traz be-nefícios à saúde”, enfatiza.

A nutricionista Allana Carde-lino orienta que todas as pessoas de todas as idades podem e de-vem consumir alimentos fontes de antioxidantes.

Sem nenhuma restrição, ela explica que a ingestão deve, pre-ferencialmente, ser diária. “O consumo de, pelo menos, três porções de frutas, verduras e le-gumes diariamente – assim como está no Guia Alimentar para a População Brasileira (CGAN) – consegue fornecer uma ótima

quantidade de antioxidantes”.Dos manuais da boa alimen-

tação à mesa de refeição, no en-tanto, há um longo caminho. Se-gundo dados do IBGE de 2011, 98% dos brasileiros não ingerem a quantidade ideal de vitaminas por dia e 92% não comem frutas com frequência. Ter uma alimen-tação saudável vem da combi-nação de dieta rica em antioxi-dantes com atividade esportiva. O cultivo de verduras, legumes e frutas em casa é a forma mais econômica de tê-los à mesa.

Vale o bom senso. Não é preciso ter todos os nutrientes no cardápio, basta introduzir alguns alimentos com propriedades antioxidantes para manter a saúde em dia.

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15ESPORTE

Atividade ajuda na interação social, no combate ao Alzheimer e até no desenvolvimento escolar de crianças no distrito Federal

passatempo

doMiNÓ PArA eXerciTAr A MeNTe

Sheylla Alves

O dominó não éum fi m em si mesmo,

mas um método inteligente de

aproximação entreas pessoas

““ “

aproximação entre

aproximação entre

Ronaldo Aguiar

Um jogo milenar, que mes-mo com origem indefini-

da, conseguiu conquistar todo o mundo. Mas foi na América La-tina que o dominó tomou pro-porções gigantescas, e pode se classificar como o segundo jogo mais popular na atualidade.

Com a lei Pelé nº 9.615/1998, o esporte tornou-se oficial. Em 2011 foi fundada a Confedera-ção Brasileira de Dominó. Com sede em Brasília, bons jogadores locais já participaram de tor-neios internacionais.

Com apenas um ano de histó-ria ofi cial, a Confederação Brasi-liense de Dominó é promovida pela associação de moradores da QE 30 do Guará e pela equipe Terno de Branco. São realizados 12 campeonatos ofi ciais por ano.

Sebastião Dourado é pratican-

te há 40 anos. Hoje é presidente da Federação Brasiliense de Do-minó e organiza grande parte dos eventos que acontecem no Dis-trito Federal, como o campeona-to que ocorreu no dia 21 de ou-tubro no Guará II. “Temos muita difi culdade em conseguir patro-cínio, até porque o dominó foi ofi cializado no Distrito Federal há um ano e só é permitido pedir patrocínio após dois anos de ofi -cialização”, expõe Dourado. Mes-mo com essa difi culdade, um dos campeonatos regionais, que vai ocorrer no dia 25 de novembro, recebeu o primeiro patrocínio conquistado pelo presidente. Se-gundo ele, já é um grande passo para os profi ssionais do dominó.

Se para o futebol existe a FIFA, o novo esporte fi ca por conta da Federação Internacional do Do-minó (FID). Com sede nos EUA, a FID é responsável pelas regras

dos torneios internacionais. São essas normas que a Federação Brasiliense de Dominó utiliza em suas competições.

BenefíciosSegundo estudos científi cos

realizados pela Universidade de Barcelona, na Espanha, um dos efeitos do dominó é o estimulo contra os males da era contempo-rânea. O uso de drogas, o mal de Parkinson e Alzheimer, a depres-são e principalmente o estresse mental podem ser combatidos com a prática constante do jogo.

Além de ser um passatempo, a modalidade auxilia na integração social, pois não discrimina sexo nem classe social. “O dominó não é um fi m em si mesmo, mas um método inteligente de aproxima-ção entre as pessoas. Prova disso é o nosso projeto de inclusão, em parceria com a escola classe 06

do Guará, onde os alu-nos do ensino integral podem exercitar a men-te por meio do esporte”, esclarece o presidente da Confederação Brasi-liense de Dominó, Ro-naldo Aguiar.

O projeto, conhecido como Contagem Rápida de Pedras de Dominó, é um incentivo aos jogos que estimulam a mente, além de auxiliar no de-senvolvimento do apren-dizado em outras disci-plinas escolares. “Como voluntário na inserção do projeto, acredito que quando o dominó for incluso como disciplina extracurricular nas esco-

las, o esporte ganhará mais admi-radores”, pondera Ronaldo.

Quem joga?O brasiliense Carlos Lima, 34

anos, participou do torneio in-ternacional que ocorreu na Ve-nezuela. “Aprendi a jogar dominó aos oito anos enquanto observa-va meu pai, que na época jogava em uma praça de Ceilândia. En-tão, dia de domingo já era certo. Tomava café da manhã e ia jogar na praça”, conta.

Mas foi aos 12 anos que Car-los tomou realmente gosto pelo dominó, após o falecimento de seu pai. “Éramos muito próxi-mos. Encontrei no jogo uma for-ma de continuar perto dele”, ex-plica. Carlos chegou a aprender um pouco de espanhol só para poder participar do torneio da Venezuela: “Quando fi cou certo que iríamos viajar, começamos a pagar por aulas particulares de espanhol, pois as regras ofi ciais ainda se encontram no idioma e não queríamos fazer feio”.

Hoje Carlos é o primeiro colo-cado na liga brasiliense de domi-nó e planeja participar de outras competições internacionais. O dominó quebra barreiras sociais, proporciona o lazer e desenvolve aspectos intelectuais

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16equilíbrio

Aliado à diversão e à adrenalina, o slackline ou “linha folgada” é

a nova febre dos esportes radicais. É um esporte de equilíbrio sobre uma fita de nylon, estreita e flexível, pra-ticado, inicialmente, a uma altura de 30cm do chão. Há quem o com-pare à corda bamba, por conta da li-nha de nylon, similar ao cabo de aço usado pelos artistas circenses.

O slack, esporte em que concen-tração é primordial, originou-se da escalada e popularizou-se como treino de equilíbrio em meados dos anos 80, nos campos de escalada do Vale de Yosemite, nos EUA. Os es-caladores acampavam à procura de novos locais e, nas horas vagas, usu-fruíam dos equipamentos esticando as fitas de escalada para se equilibrar e, assim, caminhar. Depois de muito treino, o praticante pode criar saltos e manobras radicais.

Paulo Silva, carioca e professor de academia, diz ser um dos espor-tes que mais trabalham a mente e o corpo. “É como se fosse a ioga e o pilates. Ao mesmo tempo que há o relaxamento e a concentração, há o esforço físico. O condicionamen-to que o slack pode dar ao aluno é incrível. Trabalha-se os membros inferiores, superiores e o abdômen”, explica. Além do equilíbrio, da con-centração e de agilidade acrobática, o slackline tem mais um atrativo: a facilidade de praticá-lo e o baixo custo. São precisos, apenas, dois pontos fixos – como duas árvores – para deixar a fita esticada.

PraticidadeMatheus Mareda, aluno de En-

genharia Ambiental da Universida-de Católica de Brasília, é adepto ao slackline desde o ano passado. Co-nheceu em uma viagem ao Rio de

soBre A cordA BAMBAO slackline ganha adeptos pelo mundo. Além de unir

condicionamento físico e lazer, funciona como fisioterapiaGabriela Vinhal e Guilherme Assis

Janeiro e adquiriu o equipamento lá mesmo. Matheus conta que a jun-ção de admirar a paisagem, se di-vertir e “malhar” foi o motivo para se apaixonar pelo esporte. “Amo a natureza. Lá no Rio pude andar de slack na praia, curtir o sol e ouvir o barulho do mar. Tive de comprar e trazer para Brasília que, mesmo não tendo praia, tem áreas verdes incrí-veis. Isso é o que mais gosto no sla-ckline: a aproximação com a natu-reza. Além do mais, é muito prático para se carregar”, acrescenta.

O primeiro contato brasileiro com o esporte foi dos cariocas. Nas areias das praias do Rio, adeptos disputam espaço – e coqueiros – para praticar a atividade. Para quem se interessou em levar o esporte mais a sério, as academias brasilienses começaram agora a dar aulas de slackline. “O treino começa com um alongamen-to e depois movimentos no chão que trabalham a consciência corporal, como a transferência do peso do corpo de um lado para o outro. É basicamente um treino de estabilida-de, para, assim, subir na linha”, conta

Paulo Silva. O instrutor ainda alerta: mesmo sendo um esporte divertido, é preciso atenção e cautela.

Variações Gabriel Bello, atleta de escalada

e amante do slackline, já é mais ex-periente no assunto. Além de fazer saltos e posições de ioga, ele pratica o esporte sobre as águas. Essa varia-ção pode ser chamada de waterline. “Pratico escalada há muito tempo, é a minha paixão. Conheci o slackli-ne e me apaixonei também. Gosto muito de praticá-lo tanto no solo quanto na água, mas o waterline tem uma vantagem: se errar o salto ou se desequilibrar, você cai na água e não no chão. Além de refrescante, dói menos”, brinca.

Há também o highline que, além dos requisitos do slackline, exige uma dose bem maior de concen-tração e, principalmente, coragem, pois é praticado em altitudes mais radicais. O único recurso de segu-rança utilizado é semelhante a uma cadeirinha de escalada ligada a uma fita de segurança com um mosque-

tão especial preso à própria fita. E para quem pensa em praticar

esse esporte apenas pela atividade física, Paulo comenta que, em uma hora e meia, pode-se queimar até 700 calorias. E não para por aí: o slack serve também como fisiote-rapia para quem sofreu algum tipo de lesão no tornozelo ou no pé. Recomenda-se praticá-lo como rea-bilitação. Porém, gestantes, pessoas com osteoporose ou com a coluna e joelhos lesionados devem ficar mui-to longe dessa corda bamba.

O ortopedista Sandro Costa res-salta que a queda do slackline pode piorar lesões nos joelhos e na colu-na. “A técnica é simples: é preciso flexionar os joelhos, contrair o ab-dômen e deixar a coluna reta para conseguir equilibrar-se na corda. Se os joelhos e a coluna estiverem doendo e o aluno cair, o que ia fa-zer bem pode se transformar em uma péssima escolha. Não é reco-mendável forçar nenhuma parte do corpo lesionada, e sim, ficar de repouso e seguir o tratamento que o médico passou”, argumenta. O doutor lembra ainda que o adepto do esporte não pode medir a in-tensidade e nem o jeito como cai, o que pode se tornar um risco às ges-tantes. “Recomendo que se colo-que almofadas ou colchões embai-xo da corda, ou a pratique na água. O esporte tem de ser prazeroso e não um aborrecimento”, finaliza.

Em Brasília, os principais pon-tos de slack são os parques, a Er-mida Dom Bosco e as áreas ver-des da cidade. Já há lojas virtuais que disponibilizam kit com fita de 15m, 5 cm de largura, protetor de árvore e manual de montagem. O preço varia de R$ 250 a R$ 800, dependendo do tamanho da fita e de outros equipamentos.

Foto: Ricardo Felizola

O slackline precisa de fitas de nylon e natureza para ser praticado

ESPORTE

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17perFil

filhos do BANhodona Jacy revela 43 anos de histórias entre banhos e cuidados

de recém-nascidos. Mais de 50 crianças e uma vida salvaMarília Lafetá e Sheylla Alves

Mais do que um canal pelo qual o bebê recebe os nu-

trientes necessários para crescer com saúde, o cordão umbilical é a principal fonte de ligação entre a criança e a mãe. É durante a ges-tação que o pequeno ser humano, frágil e indefeso, está mais protegi-do - dentro do ventre da pessoa que mais pode amá-lo na vida. Basta chegar a hora de vir ao mundo para saber que, da primeira respiração ao primeiro choro, a ligação mais intensa entre mãe e bebê foi corta-da. Agora, mesmo dependendo da mãe, a criança se encontra lutando a cada segundo pela própria vida.

Jacy Gomes, 75 anos, entende exatamente o signifi cado: “O nas-cimento de um bebê é um mo-mento importante, bem como os primeiros cuidados que os profi s-sionais da saúde e os pais devem ter”, recomenda. Uma dessas pre-cauções é com o umbigo que fi ca na criança após o corte do cordão umbilical. Não como profi ssão, mas por amor a novas vidas, Jacy vem desempenhando o papel de dar banho nos recém-nascidos há 43 anos. Desde o nascimento de sua última fi lha, Wânia, ela já foi a responsável por lavar e tomar os primeiros cuida-dos de mais de 50 bebês de sua fa-mília, de amigos e de conhecidos.

Umbigo é vidaQuando mais nova, Jacy cos-

tumava observar sua mãe dando banho nos bebês dos familiares no Rio de Janeiro. Acabou aprendendo

Foto: Rhayne Nunes

Os primeiros cuidados são importantes para a saúde do bebê

o que Pode

• Álcool 70• Água• Sabonetes especiais

para bebês.

o que Não Pode

• Mercúrio• pó de café• Abafar o umbigo do

bebê com pano ou gases.

enquanto cuidavam dos três primeiros fi lhos que teve nesta época. Porém, em 1967, teve que se mu-dar para Brasília e infeliz-mente sua mãe não pôde acompanhá-la. Dois anos depois, quando sua fi lha mais nova veio ao mun-do, Jacy estava sozinha para realizar os primeiros cuidados com a recém--nascida. Resolveu pedir ajuda para os vizinhos, mas ninguém se dispôs. Pegou mercúrio, álcool e gases e cuidou dela sozi-nha. Em poucos dias, o umbigo caiu e estava tudo bem. Com essa experiên-cia, Jacy acabou gostando do que fez e passou a ofe-recer esses cuidados aos pequenos. “Umbigo é vida. Tem que saber cuidar”, enfatiza. Hoje, a higienização é realizada apenas com álcool 70, água e gases.

Com sorriso no rosto, ela lembra que nenhum dos bebês que passa-

ram por seus cuida-dos tiveram qual-quer complicação. Inclusive, ela até já salvou uma vida. Uma menina, que estava aos cuidados de outra pessoa, próxima à residên-

cia de Jacy fi cou doente. Ao abrir a fralda, percebeu que havia algo de errado. A menina estava com uma infecção no umbigo por falta de cui-dados necessários. “O umbigo dela não estava sendo bem higienizado e por isso infl amou”, conta. Seu co-nhecimento e experiência ajudaram

a curar a criança que hoje, já adulta, ainda mantém contato - recente-mente, Jacy foi, inclusive, convidada para seu casamento.

Pode não parecer, mas uma sim-ples infecção no umbigo da criança pode se tornar complexa e matá-la - bem como não fechar corretamente e depressa o cordão umbilical assim que ela sai da barriga. Esse procedi-mento deve ser realizado correta-mente para evitar a entrada de ar e para que problemas como a hérnia umbilical possam ser evitados. Por isso, cuidados simples como o uso de avental e álcool antes de dar ba-nho no bebê são essenciais.

Netos, Jacy tem dez e banhou to-dos, a partir do segundo. O primei-ro nasceu prematuro e fi cou na in-cubadora nos primeiros dias, então os cuidados foram feitos no hospi-

Umbigo é vida. tem que saber

cuidar

Jacy Gomes

“tal. Já faz três anos que Jacy banhou o último bebê, mas ela garante que, enquanto tiver condições, vai fa-zer questão de estar presente nesse momento tão importante nas vidas das mães e dos recém-nascidos que passam por ela.

COMPORTAMENTO

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18

COMPORTAMENTO

As indústrias de cosméticos comemoram. Agora elas

têm um novo público: as crian-ças. Algumas marcas se preo-cupam com o fato das crianças buscarem cada vez mais produ-tos como maquiagens, esmaltes e afi ns, e resolveram criar uma linha voltada para elas. A dife-rença dos produtos infantis para aqueles utilizados pelos adultos é que são mais leves para não pre-judicar a pele da criança, além de serem feitos para durar até 24h.

Ciente do crescimento no mer-cado de maquiagem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novas exi-gências para a comercialização de produtos voltados ao público infantil, entre elas, a principal é que o produto tenha baixo poder

estÉtica

Cada vez mais exigentes, crianças manifestam o desejo de se produzir

Giullia Chaves

de fi xação e seja facilmente remo-vido com água. Mas nem sempre a comercialização é feita dentro das regras da Anvisa. A primeira me-dida tomada pela Agência saiu em 2001, e foi revisa-da em setembro deste ano, quando uma variedade de cosméticos foi liberada para uso das crianças.

A maquiadora e vendedora da loja Contém 1g, Narja Fragoso, afi rma que a procura tem real-mente crescido e que as mães tra-zem as fi lhas para experimentar os produtos. Crianças a partir de quatro anos adentram a loja em busca de tubinhos coloridos e glitter para passar nos olhinhos e

bocas. Narja diz que ape-sar dos produtos serem dermatológica e oft almo-logicamente testados, não há uma linha diferenciada feita para crianças: os pro-dutos procurados por elas são os mesmos usados pe-los adultos. A maquiadora afi rma não ter nada contra vaidade na infância des-de que não tome grandes proporções e acabe por se tornar algo exagerado.

Já a postura da marca americana de cosméticos MAC é diferente. Os ven-

dedores da loja afi rmam que os produtos são voltados para o público adulto e têm fi ns mais profi ssionais. Lá, por mais que as mães levem suas fi lhas e pe-çam algo para elas, os vende-dores não indicam nada vol-tado para as pequeninas, mas também não contrariam as mães. Os produtos são vendi-dos, entretanto eles explicam que aquela maquiagem não é a mais específi ca para a pele das jovens consumidoras.

PreocupaçãoA dermatologista Grace

Caldas alerta para os perigos que essa prática pode causar: “A pele da criança não está preparada com a proteção adequada para receber a ma-quiagem, pois é uma pele que ainda não tem hormônios atu-ando para produzir um tipo de óleo que protege a superfície que conhecemos como cama-da córnea. Por isso, qualquer corante, mesmo sendo hipo-alergênico, pode causar uma sensibilização que mais tarde é

ModA NA WeB:Julie Lourenço, de apenas cinco

anos, posta tutoriais de maquiagem no youtube. A menininha é suces-so nas redes sociais e fez aparições na televisão. A mãe de Julie apoia a fama e não vê problema algum nas brincadeiras, sempre mostrando ter controle sobre aquilo que a fi lha faz, participando inclusive de alguns dos vídeos e atividades da criança. A pá-gina dela na internet é: http://www.dicasdajulie.blogspot.com.br/

capaz de levar a quadros alérgicos que comprometem a pele quando precisar da maquiagem”, explica. A dermatologista alerta ainda para o uso de esmaltes: “o esmalte tam-bém pode ser nocivo por ter fi xado-res, pigmentos e conservantes que causam quadros difíceis de alergia quando a criança passa as mãos nas pálpebras”. A especialista aconselha que crianças só devam usar ma-quiagem para brincar, contanto que os produtos sejam antialérgicos e de fácil remoção.

A preocupação é que as crianças deixem de considerar o fato de se pintar como uma brincadeira e pas-sem a ter a maquiagem como algo do dia-a-dia antes mesmo de chegar à adolescência. Para a psicóloga He-liane Nagasava, a inserção das crian-ças nesse mundo de práticas adultas pode acarretar a perda da infância. “Quando essas ações deixam de ser somente uma brincadeira e passam a ser atitudes cotidianas, com o in-tuito de promover uma sensualidade que não é característica de criança, a infância se perde, e por causa dis-so, as crianças acabam se tornando mini-adultos”, sentencia.

Crianças começam a se preocupar cada vez mais cedo com a estética

BuscA Precoce PelA vAidAde

Foto: Karinne Rodrigues

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19COMPORTAMENTO

saia justa virtual

Bárbara Nascimento e Lorena Vale

iNdiscrição MArcou você No fAceEtiqueta e bons modos não saíram de moda, nem nas redes sociais

“Ligações, mensagens e um ‘Para de me ignorar,

amor. Por favor!’ a noite toda... HAHAHA. Por favor, né?”. Isabe-la Aquino* é dessas pessoas que adoram (e ela admite) dar indire-tas no Facebook. Seus posts vão desde declarações ácidas para ex--namoradas até demonstrações de afeto. Ela é bem categórica quando diz: “Levo tudo na brincadeira, eu me exponho por coisas que não devem ser levadas a sério. É engra-çado ver a reação das pessoas”.

Não é preciso ir longe para perceber como foi rápida a mu-dança da sociedade com a che-gada da internet. Há 11, 12 anos, as pessoas ainda tinham o hábito de mandar cartas, falar pessoal-mente ou ligar para o telefone fixo de alguém. Hoje, elas man-dam e-mails, conversam por mensagens instantâneas, por meio do Facebook, do Twitter, do Ask, do WhatsApp... São tan-tas formas de nos comunicarmos com o mundo e de expressarmos o que pensamos, que, na maioria das vezes, acabamos falando sem pensar ou falando sem parar. Ou as duas coisas ao mesmo tempo. Na opinião do diretor do curso de Psicologia da Universidade Católica de Brasília, Luciano Es-pírito Santo, esses são os princi-pais objetivos das redes sociais. “Um dos padrões do relaciona-mento virtual implica numa su-perexposição da intimidade. Na internet a pessoa frequentemente diz tudo o que vem à cabeça por ter a fantasia de que os contatos que ela possui nas redes sociais são íntimos.”

Em uma época em que a infor-mação circula rapidamente, em

que o novo se torna obsoleto em questão de dias, as pessoas tendem a pensar que, se não chamarem atenção constantemente, poderão ser esquecidas. “A gente acha que ninguém nunca nota aonde você vai e, então, você vai à padaria e quando volta tem uma pergunta no face: ‘E aí, comprou quantos pães?”, diz Isabela. Pensar que alguém se interessa pelos fatos mais banais de sua vida pode alimen-tar uma carência que vai além das telas dos computadores. “Quando a internet é usada como extensão das relações concretas, que já existiam antes, ela não traz problemas. En-tretanto, quando é usada para substituir o contato real pelo contato virtual, é sinal de que há algo errado”, pontua Luciano.

“Joãozinho enviou uma solicitação”Se desabafos sentimentais constantes ou

postagens sobre o que fez durante o dia po-

dem ser considerados comportamentos irritan-tes nas redes sociais, en-viar solicitações de jogos é o campeão no ranking das condutas mais chatas que os usuários podem tomar. De 60 pessoas entrevis-tadas pelo Artefato, 30% afirmaram que não há nada mais incômodo do que receber convites para jogos e aplicativos. Marca-ção em fotos de eventos ou em situações embaraçosas aparece em terceiro lugar no ranking, com 21% de reprovação por parte dos entrevistados.

“É muito decepcio-nante quando você entra no Facebook, vê que tem uma notificação, espera que seja algo interessan-te e, no fim das contas, era só uma solicitação de um jogo que você sequer acha legal”, diz Eduardo

Lucas Amaral, estudante de Geo-logia da Universidade de São Pau-lo. Já Camila Fragoso, estudante de cursinho, afirma que já teve de enfrentar situações complica-das com a mãe depois de ter sido marcada em uma foto compro-metedora. “Minha mãe tinha me pedido para não beber e eu disse que naquela noite não iria beber de jeito nenhum. No dia seguinte ela me viu marcada em uma foto com um copo na mão.”

“Partiu!” É normal se deparar com frases

do tipo “Estou indo ao cinema” ou “Partiu academia” na página principal do Facebook. Segundo 17% dos entrevistados, detalhes

Exageros nunca são bem vindos na web

Fotomontagem: Bárbara Nascimento

Crianças começam a se preocupar cada vez mais cedo com a estética

Foto: Karinne Rodrigues

do cotidiano não mere-cem ser expostos na rede e, depois de certo tem-po, postagens assim se tornam inconvenientes. Além disso, marcar lo-cais por onde se anda to-dos os dias facilita a ação dos chamados “stalkers”, que, em inglês, significa “perseguidores”.

“A internet dá a liber-dade de você criar perfis falsos, de acessar páginas de pessoas conhecidas ou desconhecidas sem reve-lar sua identidade, o que acaba facilitando a ação dos stalkers. É necessá-rio tomar muito cuidado com o que publicamos e com os dados que com-partilhamos”, aconselha o psicólogo Luciano Es-pírito Santo.

Apesar de ser um am-biente no qual nos senti-mos mais à vontade para compartilharmos expe-riências e expressarmos pontos de vista, devemos nos lembrar de que a in-ternet é um lugar onde as regras sociais do mundo real também precisam ser respeitadas, afinal, esta-mos conectados a inúme-ras pessoas, que têm cren-ças, costumes e valores distintos. No caso da web, vale lembrar que exageros nunca são bem-vindos e que o respeito pelo pró-ximo ainda não saiu de moda (ainda bem).

*O nome utilizado é fictício

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eNTão... você vAi ser PAPAi!

Vinicius Rocha

A maternidade é quase sempre exaltada pelas mulheres, mas

como os pais de primeira viagem reagem com a notícia? Em alguns casos, quando a confi rmação de uma gestação precoce acontece, a atitude dos pais, principalmen-te, pela inexperiência e difi cul-dade de se inserir rapidamente no contexto, gera dúvida e causa desconforto, desentendimentos e falta de compreensão entre o pai e a mãe de primeira viagem.

As novidades de uma gestação trazem surpresas e desafi os tanto para o homem quanto para a mu-lher. De acordo com o médico gi-necologista e obstetra, Charles Car-doso, para alguns pais de primeira viagem, é normal fi car atrapalhado, ou mesmo “apavorado” nos meses de gestação da mulher e prin-c i p a l m e nt e nos primeiros dias de vida do bebê. “Nes-se período, a relação entre mãe e fi lho é muito profun-da, mas tem como ter um papel ativo e partici-pativo na vida familiar. Infelizmen-te, ainda existem muitos homens que acham que criar fi lhos é coisa de mãe, e eles estão muito enga-nados. É necessário fazer a tran-sição de marido/namorado para pai, e tendo muita paciência com a companheira”, disse.

A psicóloga Noêmia Kunch afi rma que ser pai requer ener-gia, comprometimento, envolvi-mento, toma muito tempo e exige muito esforço: “Não dá para ser Theo, fi lho do casal, com pouco menos de um mês de vida

pai pela metade ou só nas horas vagas. Uma hora ou outra a fi cha vai cair e a pessoa será chamada a cumprir com essa responsabilida-de. Tudo tem o seu tempo. Nossa sociedade precisa de bons pais e nossas crianças também”.

Aos 20 anos de idade, Bruno Menezes é um pai de primeira viagem. Sem qualquer experiên-cia com crianças, Bruno admite que no início teve insegurança de segurar o fi lho no colo, por medo de deixá-lo cair e reconhe-ceu que não sabia trocar fraldas. Ele garante que nunca passou por momentos tão especiais como es-ses: “Foi a maior emoção que eu já passei na minha vida. Fiquei em estado de choque quando o vi pela primeira vez. Por mais que a

habilidade com o fi lho ainda não seja as me-lhores, eu estou a p r e n d e n d o com o tempo. Força de vonta-de é o que não falta”, conta.

Luiz Phelipe, 19 anos, na-

morado de Marília Pessoa, 17, já cuida da primeira fi lha (Manuela) que ainda está para chegar, apesar de achar que o pai, no período da gravidez, é quase um fi gurante de novela. “Estamos na 28ª semana e já me sinto pai completamente, mas é complicado ter ações com-paradas as da mãe, somos fi gu-rantes”, descreve o futuro pai. Ele acompanha a namorada às con-sultas médicas, cuida da alimen-tação dela e diz que quando a fi lha nascer não vai ser diferente: “Com

Creio que o fi lho é tipo um pop-up, só cai à fi cha quando realmente aparece

na sua frente

““ ““

realmente aparece

realmente aparece

Luiz Phelipe

Foto: Arquivo Pessoal

paternidade

Confi rmação traz desafi os, insegurança e altera relações. pais de primeira viagem garantem participar da gestação do início ao fi m

COMPORTAMENTO

certeza, quero participar de tudo”.Com opiniões semelhantes,

Bruno e Luiz Phelipe contam que o apoio da família é primor-dial. “Necessariamente, nós ma-

rinheiros de primeira viagem, precisamos do apoio de quem nos conhece e nos querem bem. A ex-periência e conselho deles nos dá um rumo”, dizem.

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21COMPORTAMENTO

o hoMeM MAis BoNiTo do BrAsil MosTrA que BelezA Não é Tudo

Antes de ganhar o Mister Brasil, thiago ximenes já fazia a cabeça das mulheres brasilienses

Kleyton Almeida

Aos 24 anos, o taguatinguense Thia-go Ximenes conquistou a faixa do

concurso mais disputado de beleza mas-culina do país: foi eleito o homem mais bonito do Brasil. Mesmo não concorren-do no Mister universo no Peru, por fal-ta de estrutura e por preferir investir em outros projetos, já se sente realizado em carregar a faixa nacional.

O garoto criado em Brasília, filho de pais separados e mais velho entre três ir-mãos, soube da responsabilidade e come-çou a trabalhar desde cedo. Aos 15 anos, Thiago arranjou o primeiro emprego em um salão de beleza no Lago Sul. Começou na recepção do salão atendendo telefone e marcando horários para as clientes, mas a desenvoltura e o bom atendimento rende-ram elogios, que logo foram reconhecidos pelo antigo patrão.

A vontade em querer aprender uma pro-fissão foi fundamental para que conven-cesse a equipe. Mesmo com pouca idade, já levava jeito para cortar cabelos. Passou a ajudar e observar os profissionais e logo começou a praticar as técnicas que obser-vava, atento a todas as explicações que lhe eram passadas.

Após anos de experiências e atenden-do os mais exigentes clientes de Brasília, o atual mister Brasil tornou-se hairstylist (designer de cabelos). Com visão empreen-dedora, percebeu que era hora de seguir o próprio caminho. Montou um salão no Guará com ajuda e apoio da família.

No início teve dificuldades, como todo pequeno empresário. O serviço burocráti-co e administrativo ocupava grande parte do tempo e ele ainda tinha que atender os clientes. Chegava a trabalhar mais de doze horas por dia. Aos poucos foi conquistan-do espaço e clientela, principalmente pela forma personalizada com que atendia os

clientes. A qualidade do trabalho dava fama a Thia-go. Pouco a pouco ele conseguiu se firmar como em-presário bem sucedido no ramo. Hoje tem 19 funcio-nários no salão. “Tudo que consegui foi com esforço e dedicação, nada veio de graça”, diz.

MisterEm 2012, Thiago recebeu o convite para represen-

tar o DF no concurso Mister Brasil, no Sul do país. O jovem sempre teve contato com o mundo da moda: além do salão, dos 14 aos 17 anos trabalhou como modelo, o que ajudou a performance no concurso

nacional. “Beleza é muito subjetiva, os ju-rados avaliam mais sua postura do que a beleza em si”, ressalta.

Sobre o concurso, conta que existiu uma série de etapas e que, em todo o tempo, estava sendo observado. Por mais que as pessoas não saibam, o concurso tem outros papeis: quando recebe a faixa, o Mister Bra-sil se compromete com uma série de ativi-dades de cunho social e político. “Tenho a responsabilidade de corresponder não só pela beleza, mas como ser humano. Todo o tempo é uma responsabilidade carregar a faixa”, afirma.

Thiago conta que não pretende largar a profissão, pelo contrário: quer investir ainda mais e, quem sabe, futuramente abrir filiais do salão. Ele não descarta ainda a possibi-lidade de trabalhar em outras atividades, como por exemplo a TV. Comenta com ex-clusividade que recebeu convite para parti-cipar de um reality show. Ainda não há nada certo e, no momento, ele participa de pro-gramas no rádio na TV. “Quem trabalha e quer crescer cria oportunidades”, comenta.

Ele enfrentou preconceito principalmen-te por ser cabelereiro, mas superou. Hoje, se sente orgulhoso, e o que tem conquista-do se deve muito à profissão. “A área de cabelo é uma terapia, você trabalha a au-toestima de uma pessoa e mostra que ela sempre pode ficar melhor. É muito recom-pensador, além de ser um trabalho digno como qualquer outro”, ressalta.

Mesmo sem diploma de curso superior, o Mister Brasil passou quatro anos especia-lizando-se em cabelos. A intenção é firmar parcerias com faculdades para montar uma graduação para cabelereiros – de visagis-mo e estética capilar, assim como já há em São Paulo e fora do país. “Não adianta ter um rostinho bonito, as pessoas já não que-rem só isso”, finaliza.

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Mister Brasil começou a carreira aos 15 anos como cabeleleiro

Foto: André A

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CULTURA mapa Gentil

ArTe e educAção gerAM geNTilezAprojeto no Cemeit busca ressignifi car a relação das pessoas com as cidades

Bruno Bandeira, Fabiana Sousa e Silvia Guerreiro

“A imagem mostra criatividade em conscientizar as pessoas.” É o que diz a estudante Bruna Morais Lima, 15 anos, sobre o imenso palhaço pintado em uma parede próxima à Estação do Metrô Pra-ça do Relógio, em Taguatinga. A representação ainda contempla a frase: “Gentileza gera alegria”, e faz parte do projeto Mapa Gentil.

A iniciativa, baseada nos prin-cípios de José Datrino – conheci-do também como Profeta Genti-leza –, foi elaborada por artistas visuais do Distrito Federal em parceria com 30 estudantes do Centro de Ensino Médio EIT (Cemeit), em Taguatinga.

O projeto desenvolveu in-tervenções urbanas, com vistas a difundir por meio da arte o conceito de gentileza, criando uma reflexão sobre a ocupação das cidades e unindo manifes-tações artísticas e educação,

além de estimular cuidado com os bens públicos.

BenefíciosAo todo, foram feitas 97 obras,

em 62 locais diferentes de qua-tro cidades do DF: Samambaia, Taguatinga, Ceilândia e Riacho Fundo. A coordenadora do pro-jeto, Janaína André, artista visual que trabalha com projetos de in-tervenção urbana há mais de dez anos, destaca que existem entre 20 e 30 obras em cada cidade.

Janaína também ressalta que entre os benefícios do projeto estão os cuidados com os bens públicos, o estímulo à gentileza com o outro e consigo mesmo, além da discussão da ecologia. Segundo ela, a fi losofi a gentil prega que a maior riqueza está na natureza. “Esse é um tema amplo e de grande importância para a sociedade”, relata.

O projeto, dividido em quatro fases, foi desenvolvido duran-te mais de um ano. Na primei-ra etapa, os alunos do Cemeit participaram de um ciclo de pa-lestras que envolviam assuntos relacionados aos ensinamentos do Profeta Gentileza, incluindo a vida dele.

A segunda fase incluiu ofi cinas práticas de pintura, como o grafi -te. Já a terceira enfocou o estudo das cidades e a implementação das obras, que foram feitas próxi-mas aos locais de grande trânsito de pessoas e próximo aos pontos de cultura local como feiras. Ain-da nessa etapa, os participantes mapearam as intervenções ar-tísticas e elaboraram um roteiro

bilizadas pelo projeto. A coorde-nadora do mapa salienta que du-rante esse período cerca de 3500 pessoas fi zeram o tour.

RelaçõesPara a estudante do 3o ano do

Cemeit Brenda Lopes, 17 anos, participante da iniciativa, o Mapa Gentil criou nos alunos o senti-mento de que era preciso mudar o aspecto das cidades e transmitir algum tipo de mensagem positi-va. “Fiquei sabendo do projeto a partir do relato de uma professo-ra. Depois das ofi cinas e de todo conhecimento que adquirimos sobre o Profeta Gentileza, foi ine-vitável a necessidade de partici-par das intervenções. Sentimos que precisávamos fazer algo para mudar a cara daqueles locais e passar alguma mensagem”, conta.

O professor Frederico Flós-culo, doutor em processos de desenvolvimento humano e saú-de e professor de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília, destaca que as obras de intervenções urbanas como as do projeto Mapa Gentil são impor-tantes porque estão fi xas, o que geram reeducação social nas pes-soas. “As intervenções urbanas são muito bem vindas, porque ressignifi cam o ambiente, criam um estado de preservação e apro-priação dos espaços, e muda con-sideravelmente as relações inter-pessoais”, conta.

Ele aponta ainda que as obras devem ser constantemente reno-vadas ou passarem por manuten-ção para causar o impacto deseja-do nas comunidades.

nós percebemos diminuição signifi cativa

das brigas em sala de aulaFlávia Felipe

‘‘ ”turístico pelas cidades incluídas no projeto.

Na última fase do projeto foram realizados os “passeios gentis”. Durante um mês, a co-munidade e estudantes de esco-las públicas puderam conhecer melhor as obras e a história das quatro cidades em que estavam inseridas. Em cada encontro, um guia acompanhava os visitantes e falava sobre o projeto, o contexto urbano e das intervenções.

O percurso do Mapa Gentil tinha cerca de 50 quilômetros e podia ser feito com vans disponi-

Localizado na entrada da estação da Praça do Relógio, em Taguatinga, o Palhaço impacta pelo tamanho

Foto: Elza Milhomem

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23Fo

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ção

cineclubes

o ciNeMA eM deBATeAumentam na capital grupos que se

reúnem para assistir e discutir a sétima arte

Você assiste a um fi lme bri-lhante, sente necessidade de

comentar... Mas com quem? Os ci-neclubes estão aí para isso. Fãs da sétima arte se reúnem para assistir e discutir fi lmes em sessões que acontecem periodicamente em vá-rios lugares do Distrito Federal.

Os debates após as exibições são apenas uma das características dos cineclubes, que convidam a popu-lação a conhecer uma programa-ção alternativa, diferente das salas de cinema comerciais. A entrada é franca, e muitas vezes os espectado-res participam da escolha da pro-gramação. Esses fatores atraem um público cada vez maior e fazem com que o movimento cineclubista viva uma boa fase na capital.

Para Ana Arruda Neiva, coorde-nadora de parcerias da União dos Cineclubes do DF e do Entorno (UCDF), a grande diferença entre sessões de cinema convencionais e em cineclubes é que eles são um es-paço de construção coletiva. Th ays Lopes, estudante de Cinema e Mídias Digitais do Instituto de Educação Su-perior de Brasília (Iesb), comenta: “Os debates fazem com que você te-nha uma visão mais ampla sobre os fi lmes. É muito boa a experiência de participar de um cineclube”.

No DFDe acordo com Ana Arruda, exis-

tem hoje cerca de 40 cineclubes ati-vos no DF. Os grupos não estão cen-tralizados apenas no Plano Piloto, mas distribuídos por diferentes regi-ões administrativas, como Taguatin-ga, Samambaia, Cruzeiro, Brazlândia e São Sebastião. “Os cineclubes têm função cidadã, pois levam os fi lmes

a pessoas que não têm acesso a salas de cinema, por questões geográfi cas ou fi nanceiras”, diz.

O movimento cineclubista local existe desde a fundação da capital. Foi interrompido durante a ditadura, mas reavivado na década de 80, com a participação de grandes nomes do cinema brasileiro, como Vladimir Carvalho, Nelson Pereira dos Santos e Jean-Claude Bernardet.

A União dos Cineclubes funciona no DF desde 2008, mas só foi ofi cia-lizada recentemente, em 22 de setem-bro, durante o 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Reúne cineclu-bistas que promovem ações colabora-tivas entre as associações da capital.

Nas escolasCriado em 2007 pelo Ministério

da Cultura, o projeto Cine Mais Cultura disponibiliza equipamen-tos de projeção digital, obras bra-sileiras do catálogo da Programa-dora Brasil e ofi cina de capacitação cineclubista. No DF, o programa conveniou-se à Secretaria de Edu-cação, permitindo a criação de cineclubes em escolas de todas as RAs. “Foram 87 escolas capaci-tadas, e muitos grupos fundados pelo programa continuam ativos até hoje”, conta Ana Arruda.

O Centro de Ensino Médio EIT foi uma das escolas que recebe-ram o programa, e possui um dos cineclubes mais ativos da capital. A maior parte dos frequentadores é de alunos, mas as exibições são abertas ao público.

Além de decidirem os fi lmes que serão assistidos e discuti-dos, são os alunos que montam os equipa-mentos de projeção e realizam as sessões.

Carolina Meneses e Fernanda Xavier

vejavocêsegundas-feiras, a cada 15

dias, às 11h30 e às 18hauditório do bloco K, universidade católica,

taguatingawww.pulsatil.com.br

bancáriotoda segunda-feira, às 20h

teatro dos bancários, asa sul

www.bancariosdf.com.br

iesbtoda quinta-feira, às 11h.

sábados, às 16hsala de cinema, iesb, asa

sulwww.cineclubeiesb.

wordpress.com

cine teatro eittoda quarta-feira, às 12h15

e às 18h15teatro da praça, taguatinga

centrowww.cineteatroeit.

blogspot.com.br

cineclube vladimir carvalho

domingos, às 19hconic

www.fundacaoastrojildo.org.br

cinebeijocatoda quinta-feira, às 11h.

sábados, às 16hsala de cinema, iesb, asa

sulwww.cinebeijoca.

wordpress.com

CULTURAmapa Gentil

Page 24: Artefato - 11/2012

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a designer e professora Débo-ra Medeiros. “A gente nunca come um só e a parte de de-sign e apresentação das loji-nhas é linda, a gente fica com vontade de comer e com água na boca. É uma fofura o que eles fazem para apresentar os brigadeiros”, avalia.

A estudante de biomedicina Raíssa Araújo afi rma ser fre-quentadora assídua de brigadei-rias e sempre que vai, pede um de pimenta, seu preferido: “Eu gosto da ideia de brigadeirias. Para mim, tudo o que envolve chocolate é divino”.

Apesar de gostar muito de chocolate, a estudante confessa que o preço não é tão doce as-sim: “Particulamente eu achei meio caro, mas como não paguei da primeira vez que fui, não li-guei pra isso na hora. O melhor é que tem gosto de brigadeiro caseiro, e não desses de lata, in-dustrializados”, conclui.

Seja na versão sofi sticada ou caseira, uma coisa é

certa: o brigadei-ro é um dos

doces pre-feridos dos brasileiros.

Muitos chefs estão se espe-cializando em reinventar a

receita do famoso doce brasileiro. Brigadeiros com nutella e carame-lo são as mais novas pedidas. Tem brigadeiro para todos os gostos.

Tendência em Brasília, muitas brigadeirias, surgiram da paixão pelo doce e da vontade de comer-cializar diferentes receitas.

Mãe e fi lha, lite-ralmente, em um momento de descontração decidiram abrir um n e g ó -c i o . C r i s -tina e Marcella res olve-ram co-mercializar o doce mais querido do Brasil. As duas são donas do quiosque Mãe e Filha, lo-calizado no shopping Gilberto Salo-mão, no Lago Sul. Lá, as duas ven-dem as gostosuras.

A loja Joaquina, que fi ca no Parkshopping é fruto da paixão de Isabela Oliveira pela cozinha. Isabela é formada em nutrição e pós-graduada em nutrição in-fantil. Buscando especializar-se, mudou para Londres onde se formou em gastronomia. Voltan-do para Brasília, resolveu abrir um negócio juntando as duas paixões: gastronomia e brigadei-ro. Então, abriu a loja Joaquina Gourmet, onde vende brigadei-ros dos mais variados sabores.

AutonomiaEm contrapartida, há aqueles

que não têm uma empresa e fa-zem o brigadeiro em casa para vender por aí.

A estudante de Cinema e Mí-dias Digitais, Natália Duarte, con-fessa que durante os seus tempos de ensino médio fazia brigadeiros para vender na escola e faturava

uma boa grana. Ela gas-tava em média 10 reais

com os ingredien-tes, com este tan-

to dava para fazer 34 b r i g a -d e i r o s de copi-

nho que ela ven-

dia por um real cada.

Infelizmente, por causa da correria, Na-

tália teve que pa-rar com a produção,

mas diz que assim que tiver um tempinho voltará a comercializar seus bri-gadeiros.

A estudante Lui-za Kavamoto come sempre que pode em brigadeirias e acha muito gostoso. “Gosto muito do de nu-tella mas prefi ro o que vem na bisnaguinha, porque vem mais brigadeiro e é muito, muito bom”, diz.

“Brigadeiro é bom de qualquer jeito, seja feito em casa, pronto, ou os que vendem em lojas”, comenta

CARDÁPIO Guloseima

Brigadeiro, sobremesa tipicamente brasileira, ganha ares de sofi sticação na versão gourmet

eu sÓ quero chocolATe

Giullia Chaves e Fernanda Xavier

Foto: Karinne Rodrigues

cializar diferentes receitas.Mãe e fi lha, lite-

ralmente, em um momento de descontração decidiram abrir um n e g ó -c i o . C r i s -tina e Marcella res olve-ram co-mercializar o doce mais querido do Brasil. As duas são donas do

para vender na escola e faturava uma boa grana. Ela gas-

tava em média 10 reais com os ingredien-

tes, com este tan-to dava para

nho que ela ven-

dia por um real cada.

Infelizmente, por causa da correria, Na-

tália teve que pa-rar com a produção,

Foto

: G

iullia

Cha

ves

Seja na versão sofi sticada ou caseira, uma coisa é

certa: o brigadei-ro é um dos

doces pre-feridos dos brasileiros.

rar com a produção, mas diz que assim que

tiver um tempinho voltará a comercializar seus bri-

acha muito gostoso. “Gosto muito do de nu-tella mas prefi ro o que vem na bisnaguinha, porque vem mais brigadeiro e é muito, muito bom”, diz.

“Brigadeiro é bom de qualquer jeito, seja feito em casa, pronto, ou os que vendem em lojas”, comenta

rar com a produção,

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