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Arteterapia no contexto hospitalar pediátrico

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Material enviado ao Portal Banco Cultural pela Profª Ana Cláudia Afonso Valladares (FEN-UFG) - Coordenadora do Conselho Editorial da Revista Científica de Arteterapia Cores da Vida e presidente da Associação Brasil Central de Arteterapia (ABCA)

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VALLADARES, A. C. A. Arteterapia no contexto hospitalar pediátrico. Rev. Departamento de Arte terapia do Instituto Sedes Sapientiae, São Paulo, n.4, p.20-25, 2000/2001. ISSN: 1414-6223.

*ARTE TERAPIA NO CONTEXTO HOSPITALAR

PEDIÁTRICO*

VALLADARES, Ana Cláudia A. Arte terapeuta Artista Plástica Enfermeira Pediátrica Professora das Faculdades de Artes Visuais e Enfermagem da UFG Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Arte terapia da UFG

Resumo A hospitalização constitui uma experiência estressante e traumática, que afeta tanto o lado

orgânico como o psíquico. Visa determinar distúrbios corportamentais diversos, que vão

da agressividade à apatia. O aporte teórico, que norteia o estudo, repousa na contribuição

da arte terapia para desencadear o processo criativo e para estimular o imaginário,

facilitando, assim, a expressão simbólica e a ordenação de experiências dos eventuais

pacientes. Esta pesquisa é constituída de estudos de caso de fundo qualitativo,

fundamentado a partir de mudanças de comportamento dos enfermos e de suas imagens. A

arte terapia não é um mero entretenimento, mas uma maneira natural das crianças

comunicarem-se com as outras pessoas, é um meio de expressão e de criação. Através

dela, as crianças podem ampliar seus conhecimentos sobre o mundo e se desenvolver

emocional e socialmente. Enfim, a arte terapia ajuda no retorno ao equilíbrio psíquico do

paciente.

Abstract Hospitalization constitutes a stressful and traumatic experience which affects the

organic as much as the psychological aspect. It is supposed to determine various

behavioral disturbances ranging from aggressiveness to apathy. The theoretical basis

guiding the study lies in the contribution of art therapy to arouse the imagination,

facilitating, therefore, the symbolic expression and order of experiences of the eventual

patients. This research has been arranged in studies of qualitative based cases built upon

changes in the behavior of the patients and their images. Art therapy is not mere

recreation, but a natural way through which children communicate with other people and it

is also a means of expression and creation. It enables children to broaden their knowledge

of the world and develop emotionally and socially. In conclusion, art therapy helps restore

the psychological balance of the patient.

* Pesquisa financiada/vinculada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em Saúde Integral/FEN/UFG.

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Introdução: A arte é um meio de expressão, de comunicação e de linguagem. É a troca de energia entre o criador e o objeto criado, expondo o não exprimível e, ao mesmo tempo, refletindo uma necessidade de transformação pessoal. A arte pode orientar o desenvolvimento da criatividade, expandindo melhor suas necessidades. Todo indivíduo, especialmente a criança, tem a necessidade de criar e de manifestar essa criação. A utilização da arte terapia, portanto, facilita o processo de criação e de exteriorização de conteúdos intrínsecos. A arte terapia não é mero entretenimento, é a maneira natural da criança comunicar-se com os outros. Possibilita á criança a ampliação de seu conhecimento sobre o mundo e o sue desenvolvimento tanto emocional, como social. Por conseguinte, é essencial à vida da criança, mesmo para aquelas hospitalizadas. A brincadeira simbólica, ou seja, a capacidade de representar, leva a criança a experimentar ser outras pessoas, a fantasiar, vivendo essa criação intensamente. Possibilita o retorno a si mesmo e à realidade sem se perder, ou se fixar na situação imaginada. (Oliveira, 1992) As situações causadoras de medo e angústia vivenciadas na infância necessitam ser trabalhadas pela própria criança, através da fantasia e do jogo simbólico. É sabido que a hospitalização constitui uma experiência estressante e traumática, pela sensação de abandono, por lidar com experiências dolorosas, por não poder praticar atividades anteriormente desenvolvidas e pela ameaça de lesão corporal. (Ribeiro, 1991) Desse modo, a doença e a hospitalização constituem uma “crise” na vida da criança (Huerta, 1990) e afetam o lado orgânico, bem como o psíquico, acarretando distúrbios comportamentais diversos, que vão da agressividade à apatia, o que é prejudicial ao normal Desenvolvimento. Para Viegas (1995), a rotina da vida da criança internada se interrompe, não só pela dor e doença, mas pelo afastamento de tudo que era a sua vida. Isso levaria à tristeza, fantasias aterrorizantes e ao pânico, dificultando a aceitação do tratamento hospitalar e sua consequênte recuperação. Alguns aspectos interferem sobremaneira na hospitalização e determinam alterações psicológicas, tais como: - os traços de personalidade, que surgem a partir do próprio caráter da criança; - os antecedentes educacionais e religiosos; - a idade cronológica e psíquica, para compreender e lidar com o processo hospitalar; - o contexto familiar, econômico e social no qual a criança se insere; - o grau de integração da criança com a equipe de saúde; - a repulsa a outras internações, a tratamentos de saúde em geral, ou ainda a perdas

significativas, especialmente recentes e traumatizantes; - o nível de hostilidade, o grau de dependência física e emocional e as próprias condições

físicas do infante, geradas ou não pela gravidade da doença; - a doença psiquiátrica associada, por exemplo: fobias, depressões.

Os malefícios da hospitalização são inúmeros. Esclarece Angerami (1996) que é possível que, em todas as idades a, rotina de vida da criança internada se interrompe pelos motivos a seguir: - Perda da autonomia, independência e privacidade, no ambiente novo; - Afastamento de pessoas significativas (pais, irmãos, avós), do ambiente e objetos

familiares;

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- Rompimento da integridade física, com procedimentos invasivos e cirúrgicos; - Dor, gerando desconforto físico e medo da morte; - Quebra de rotinas e rituais habituais.

A arte terapia oferece oportunidades que levam a criança a aceitar com mais naturalidade as situações desfavoráveis, ajudando-a a se adaptar melhor às rotinas hospitalares e a restabelecer o equilíbrio emocional.

Quando as crianças estão absorvidas em atividades criativas, elas se esquecem que estão enfermas e todos à sua volta se descontraem, diminuindo o estresse e as reações de angústia, o que facilitando o tratamento. (Lindquist, 1993)

Assim, a arte terapia ajuda o ambiente hospitalar a parecer menos hostil, tornando-o mais descontraído e natural. Por isso, a arte terapia, no contexto hospitalar, objetiva: - Dar continuidade ao processo de desenvolvimento global da criança, através da

estimulação física, social e sensorial; - Permitir a exteriorização de sentimentos, de tensões e angústias, trabalhando com a

reorganização do meio interno da criança; - Promover a socialização, ajustamento e integração com o ambiente; - Preparar a criança para cada evento, através de dramatizações, desenhos entre outros; - Reconquistar a própria autonomia perdida; - Diminuir a dor e o desconforto físico; - Estimular a imaginação e a criatividade; Abordagem Metodológica: A estrutura teórica norteadora do presente estudo repousou na contribuição da arte terapia como desencadeadora do processo criativo, estimulando o imaginário, para facilitar, assim, a expressão simbólica e a ordenação das experiências internas dos pacientes. Baseou-se em estudos qualitativos, fundamentados a partir de mudanças de comportamento dos enfermos e de suas imagens.

Foi desenvolvido na Clínica Pediátrica de um Hospital Público e Especializado de Goiânia, no período de agosto de 1998 a dezembro de 1999, em sessões sucessivas. Consistiu de acompanhamento coletivo ou individual, no setting terapêutico ou no leito dos enfermos, sendo os pacientes divididos em grupos distintos e flutuantes em relação à idade e à patologia. A população alvo foi o grupo de várias crianças hospitalizadas de ambos os sexos, com idades entre três e doze anos e baixo nível econômico. A condução da dinâmica foi espontânea, a fim de proporcionar ao paciente sintonia consigo mesmo e de exteriorizar a sua subjetividade. “A expressão livre e

espontânea é a exteriorização sem constrangimento das atividades mentais do pensamento,

sentimento, sensação e intuição.” (Read, 1956: 139) Ao término das sessões, era feito um registro do comportamento dos enfermos, por fotografia (autorizados pela família e instituição), na tentativa de ser extremamente fiéis aos conteúdos manifestos, facilitando uma análise criteriosa posterior.

Algumas características imprescindíveis processo são: - Tempo: As crianças foram incentivadas, durante seu tempo disponível, inclusive

durante os procedimentos médicos. Todavia, nas sessões de arte terapia, as crianças nunca foram forçadas a nada. Elas sempre brincaram e escolheram livremente os materiais artísticos básicos diversos. “A interferência na atividade lúdica, pelo adulto,

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prejudica o desenvolvimento da experiência que a criança realiza ao brinca.” (Rizzo, 1984: 29);

- Espaço: A sala destinada para as sessões arte terapêuticas era alegre, estimulante, tranquilo, agradável e de fácil higienização. O ambiente era bem iluminado, ventilado e seguro. “Não são necessários grandes espaços mas sim usar recinto próprio do qual a

criança sinta-se dona.” (Rizzo, 1984: 209); - Materiais e técnicas expressivas: A quantidade de brinquedos e técnicas de arte foram

suficientes para o número de crianças da Clínica. Esses materiais eram atrativos para se adequar à capacidade de cada criança. Eram variados, para contemplar aspectos, como: condições do enfermo (tipo de patologia, fase da doença e estado em geral); idade cronológica e nível do estágio psicomotor. Erma expostos para o fácil acesso dos mesmos;

- Segurança: Os materiais não tinham arestas ou pontas, sendo que os com peças menores não eram dados às crianças mais novas, a fim de evitar a aspiração. Cordas, fios ou barbantes, que compunham os brinquedos, tinham no máximo trinta centímetros de comprimento para evitar acidentes. Os brinquedos não tinham ruídos muitos fortes; as tintas não eram tóxicas e a argila foi usada apenas por crianças maiores da mesma. “A ludoterapia deve oferecer às crianças qualquer que seja a idade, atividades

estimulantes, divertidas e enriquecedoras, que tragam ao mesmo tempo calma e

segurança” (Lindquist, 1993: 24); - Limpeza e assepsia dos materiais: os materiais manuseados pelos enfermos foram

lavados com água e sabão e desinfeccionados com hipoclorito de sódio a 1% ou com álcool a 70%, quando contaminados. Evitou-se materiais de pano, pêlos, pois podiam ser alérgicos e de difícil higienização. Os brinquedos não laváveis (papel, madeira etc), quando levados a pacientes em isolamento, eram descartados.

As crianças portadoras de moléstias infecciosas e em período de transmissibilidade de doença e, por isso, se encontravam em isolamento eram atendidas em seus quartos. As crianças acamadas e de repouso também puderam ser atendidas em seus leitos. Os grupos de atendimento foram diversos: atendimento individual no leito; individual no setting terapêutico, ou no quarto isolado; entre grupos de crianças somente, e entre grupos de crianças e pais e/ou responsáveis juntos. A arte terapia proporcionou instrumentos diversos para abranger e entender os níveis mais profundos do funcionamento psíquico. Cada modalidade expressiva tem propriedades terapêuticas inerentes e específicas e coube ao arte terapeuta construir um repertório de informações adequadas a cada uma, com o intuito de adequar as modalidades expressivas e materiais às analogias e quadros clínicos atendidos. As modalidades expressivas foram diversificadas na busca de alguns materiais hospitalares. A seguir, as modalidades expressivas mais utilizadas nesse processo: Desenho: “Forma de expressão gráfica que possibilita a captação e reprodução a nível

simbólico dos pensamentos e sentimentos de seu criador.” (Borges, 1995: 61) O desenho objetivou a forma, a precisão, o desenvolvimento da atenção, da concentração, da coordenação viso-motora e espacial. Também concretizou alguns pensamentos. Materiais utilizados: giz de cera, carvão, nanquim, lápis de cor, grafite, giz colorido, pincel atômico, pastel seco e oleoso, canetas hidrográficas e papéis diversos. Pintura: “A pintura possui o seu próprio valor terapêutico especial. Quando a pintura flui

amiúde o mesmo ocorre com a emoção.” (Okalander, 1980: 62)

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A fluidez da tinta com a sua função liberadora induziu o movimento de soltura, de expansão, trabalhando o relaxamento dos mecanismos defensivos de controle. As cores quentes (amarelo, vermelho) ativas e dinâmicas aceleraram o metabolismo, enquanto que as cores frias (verde, azul) com a característica balsâmica, acalmaram, lentificaram. Materiais utilizados: cola colorida, aquarela, guache, tinta acrílica, suportes diversos tipo: papéis, tecidos e madeira. Colagem/Recorte: “Simbolicamente o ato de recortar ou rasgar os papéis e

posteriormente reuni-los, colá-los, recompondo-os, corresponde subjetivamente à vivência

de cortes, rupturas, reparação e reorganização-estruturação.” (Guaraná, 1997: 25) A colagem favoreceu a organização de estruturas pela junção e articulação de formas prontas. Já a organização espacial foi simbólica, reparadora e de baixo custo. Materiais utilizados: revistas, jornais, linhas, madeiras, caixas, sucata, papéis diversos, materiais orgânicos (folhas, flores, casca de árvore, sementes, areia), tesoura, cola, fita adesiva, durex, grude. Modelagem: “Promove a sensibilização tátil, sendo uma atividade de relaxamento, além

de fortalecer a musculatura e a harmonia pelo equilíbrio. Oferece noções de temperatura,

peso, textura, concavidade ou convexidade.” (Nascimento, 1995: 35) A modelagem foi uma atividade especialmente sensorial, trabalhando o toque da mão e a organização tridimensional. Materiais utilizados: argila, papiê-machiê, gesso, plastilina, massa artesanal e estecas. Construção: “Trabalha com atos de montar e desmontar e equilibrar... a percepção e o

despertar de valores, como noções de peso, tamanho, forma, posição e espaço.” (Novato, 1999: 42) Construir significou edificar, estruturar, organizar, elaborar. Foi uma atividade de organização tridimensional; consequentemente, requereu níveis melhor elaborados do que as atividades bidimensionais (desenho, pintura, colagem). Materiais utilizados: madeira, sucata, tecidos, sementes, papéis, caixas, arame, pregos, cola, grampeador, fita adesiva. Teatro: “Pela linguagem do corpo, você

Diz muitas coisas aos outros,

E eles têm muitas coisas a

Dizer para você.

Também nosso corpo é antes de tudo

Um centro de informações para nós mesmos

E uma linguagem que não mente.” (Weil & Tompakow, 1986: 07) A dramatização permitiu a experimentação de novos papéis, trabalhou na criação de histórias, personagens e figuras. O boneco permitiu a pessoa dizer algo que ela não diria por si só. O teatro arte terapêutico foi bastante abrangente, devido às várias comunicações simbólicas nas suas produções, pois seus textos e imagens foram numerosos e variados, o que facilitou o confronto do paciente com as informações, em geral, e do arteterapeuta com o entendimento das mensagens. Tipos de teatros: marionetes de vara, ator, fantoches, sombra, bonecos, máscaras, de dedo, origamis. Tabuleiro de areia: “Permite uma expressão tangível tridimensional dos conteúdos

incipientes, inconscientes. Os cenários na areia representam figuras e paisagens do mundo

interior e exterior, situando-se aparentemente entre esses dois mundos e ligando-os.” (Weinrib, 1993: 19)

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Técnica que permitiu criar cenas tridimensionais em cenários ou em desenhos abstratos numa caixa de tamanho específico, com uso de areia, água e um grande número de miniaturas realistas. Foi uma técnica proveitosa para crianças isoladas ao leito. Materiais utilizados: tabuleiro, areia, contas, miniaturas diversas, caixas com tampa, sucata, recursos orgânicos. As técnicas empregadas eram livres e algumas dirigidas. As dirigidas trabalhadas utilizaram desenho, pintura, modelagem, entre outras, com a representação do hospital, doença, casa, equipe de saúde. Trabalhava-se a partir de frases como: “Se você fosse mágico, (faria, estaria, teria) ....; também a partir do desenho de polaridades: fraco/forte; saúde/doença; gosto/não gosto; medo/coragem; vida/morte; hospital real/hospital imaginário; doença/cura. A criação de histórias coletivas, ou as que representavam o processo hospitalar como: “A operação de Lili” de Rubens Alves, foram inseridas nesse contexto. A pintura utilizou-se de materiais hospitalares como: equipos, scalpes sem agulhas, frascos de soro, seringas, máscaras de isolamento hospitalar. A construção de personagens e de máscaras com atadura gessada; a pintura facial; a criação de personagens com a própria equipe de saúde; o plantio de feijão dentro da casca do ovo colorido; brincadeiras livres como guerra de balões, dança, canto; brincadeiras de roda, de fazer caretas ou de dar gritos e risadas, também foram largamente utilizadas. Apresentação e Discussão dos Resultados: No início das sessões, as crianças enfermas apresentaram estados dolorosos mais acentuados, com muita ansiedade e insegurança. Posteriormente, a liberdade de expressão e de criação não foram prejudicados e pode-se conferir uma diversidade de formas de comunicação prioritariamente não-verbais, através da expressão da linguagem simbólica. Observou-se que cada criança lidava livremente com os materiais de arte, explorando muitas vezes uma temática dirigida, mas que, ao final, expressava seu mundo interior, com seus sentimentos, idéias e fantasias. O pintar, o desenhar, o dramatizar, o modelar e o construir implicaram um processo de organização do real e de sua criação, sendo, ao mesmo tempo, tanto estruturação, quanto comunicação. Integraram e transfiram significados. Os pacientes, ao serem estimulados pela arte terapia, puderam descobrir o material, relacionando-se afetivamente com ele e encontrando respostas às suas fantasias, medos e ansiedades. Possibilitou-se, então, a minimização dos efeitos nocivos da hospitalização, que ficou evidenciada pela mudança positiva de comportamento dos enfermos, acarretando no melhor equilíbrio emocional delas, ao término das sessões. Considerações Finais: Ao teor do exposto, verificou-se que as crianças hospitalizadas se beneficiam da aplicação da arte terapia, porque, vivendo um momento de “crise”, têm necessidade de experimentar novos papéis, de desenvolver seu potencial criativo, sua auto-expressão, imaginação, espontaneidade e autonomia, de descarregar energias e tensões, de exteriorizar os sentimentos e de comunicar o que pensam e sentem. Concluímos, então, haver um grande benefício terapêutico na utilização da arte terapia para esta população, pois a ajuda a retomar seu equilíbrio psíquico, fortalecendo um lado mais saudável da criança adormecida pela doença, hospitalização e tratamento.

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