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Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso Artigo revistaferidas.com.br Ano 06 | Julho/Agosto 2018 Mala Direta Básica CNPJ 18.590.546/0001-05 DR/SPM/SP Cliente MPM COMUNICAÇÃO LTDA R$ 26,00 REVISTA FERIDAS ISSN 3018-7336 Foto: ilustrativa/CanStockPhoto Artigos Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros? • Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular Entrevista A enfermeira colombiana Margarita Maria Ortiz O. compartilha sua experiência internacional no tratamento de feridas • Evento INTERPELE coloca a prevenção de lesões de pele no centro dos debates em Saúde no Brasil Marketing Laboratório Cristália lança programa de educação continuada com foco na colagenase

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Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso

Artigo

revistaferidas.com.brAno 06 | Julho/Agosto 2018

Mala Direta BásicaCNPJ 18.590.546/0001-05

DR/SPM/SP Cliente

MPM COMUNICAÇÃO LTDA

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Artigos Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros? • Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular • Entrevista A enfermeira colombiana Margarita Maria Ortiz O. compartilha sua experiência internacional no tratamento de feridas • Evento INTERPELE coloca a prevenção de lesões de pele no centro dos debates em Saúde no Brasil • Marketing Laboratório Cristália lança programa de educação continuada com foco na colagenase

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A Revista Feridas é uma publicação brasileira, com periodicidade bimes-tral, destinada à divulgação de conhecimento científico da Saúde, voltada ao grupo multidisciplinar formado por médicos de todas as especialidades, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, dentistas, psicólogos e tantos outros profissionais da área, e que tem como finalidade contribuir para a construção do saber desses profissionais. Periodicidade: bimestral. Tiragem: 20 mil exemplares.

A edição brasileira da Revista Feridas, criada em maio/junho de 2013, atu-almente publicada pela editora MPM Comunicação Ltda., é uma publicação bimestral destinada à divulgação de conhecimento científico nas áreas de Ci-rurgia Plástica, Infectologia, Cirurgia Vascular, Enfermagem, Fisioterapia, Podo-logia, Nutrição, entre outras. Tem como finalidade contribuir com a construção do saber dos profissionais destes campos por meio de divulgação de conteúdos científicos. www.revistaferidas.com.br

Periodicidade: bimestral | Tiragem: 15.000 exemplares | Impres-so no Brasil por: Brasilform Ltda | ano 06 | R$340,00

O número no qual se inicia a assinatura corresponde ao mês seguinte ao do recebimento do pedido de assinatura em nossos escritórios.

Propriedades e direitosDireitos de autor: todos os artigos, desenhos e fotografias estão sob a proteção do Código de Direitos de Autor e não podem ser total ou parcial-mente reproduzidos sem permissão prévia, por escrito,da empresa editora da revista. A revista Feridas envidará todos os esforços para que o material mantenha total fidelidade ao original, pelo que não pode ser responsabiliza-da por erros gráficos surgidos. As opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente à opinião dos editores.

www.instagram.com/revistaferidas

www.facebook.com/revistaferidas

www.RevIsTafeRIdas.com.BR

Conselho CientífiCoDra. Aída Carla Santana de Melo Costa: Universidade Tiradentes, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde | Campus 2 - Ciências Biológicas e da Saúde | Fisioterapeuta / Mestre em Ciências da Saúde / Doutoranda em Ciências da Saúde. Dr. Aylton Cheroto Filho: Hospital das Clínicas da FMUSP | Formação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo | Residência Médica em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo HC-FMUSP | Mestrado em Cirurgia Plástica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Carla Cristina Araújo: Fisioterapeuta Mestre em Biológicas (Fisiologia) pela Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ). Doutoranda em ciências Biológica, pelo Instituto de Ciência Básica da Saúde (UFRS). Colaboradora do laboratório de Investigação Pulmonar, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Membro da sociedade Ameri-cana Torácica e da Sociedade Brasileira de Fisiologia. Daniele Vieira Dantas: Enfermeira e administrativa (UFRN). Doutora e Mestre em enfermagem/UFRN. Professora adjunta do Departamento de enfermagem/UFRN e membro do grupo de Pesquisa Incubadora de Procedimentos de enfermagem/UFRN. David de Souza Gomes: Médico. Diretor técnico de Serviço de Saúde da Divisão de Cirurgia Plástica e Queimaduras do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Médico responsável pelo Serviço de Queimaduras. Professor titular de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro. Professor da Faculdade de Medicina de São Paulo e Médico do Hospital Escola Wladimir Arruda. Francisco Lopes: Médico. Membro especialista e titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Membro Titular do Colégio Bra-sileiro de Cirurgiões. Preceptor dos Serviços de Cirurgia Plástica e do grupo de Prevenção e Tratamento de feridas do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre. Geraldo Magela Salomé: Médico. Cirurgião Plástico Pós Doutorado e doutor em cirurgia plástica. Universidade Federal de São Paulo. Docente do curso de Mestrado Profissional Ciências Aplicadas à saúde da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS, Pouso Alegre/MG). Gilson de Vasconcelos Torres: Enfermeiro. Pós Doutor em enfermagem (Évora/Portugal). Doutor em enfermagem (EERP/USP). Dr. José Adorno: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica | Graduação em Medicina pela Universidade de Brasília (1986) e mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília. Prof. José Antonio Gonçalves Silva: Especialista em Enfermagem Dermatológica (ESTÁCIO DE SÁ) | Mestre em Ciência da Saúde (UNISA) | Mestre em UTI (IBRATI) | Especialista em Urgência e Emergência e Cuidados Intensivos (UNICSUL) | Especialista em Enfermagem Cardiovascular e Intervencionista (UNICSUL) | Pós Graduação em Administração dos Serviços de Saúde (UNICSUL) | Pós Graduação em Docência para Nível Médio e Superior (FACCAMP) | Bacharel em Enfer-magem (UNICASTELO) | Enfermeiro Assistencial Hospital São Camilo UTI/Adulto | Docente na Universidade Santa Rita - SP. Dr. José Maria Pereira de Godoy: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Enfermagem | Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e Doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Dr. Kleder Gomes de Almeida: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Departamento de Morfofisiologia | Graduação em Medicina pela Universidade Serra dos Orgão, Mestrado em Técnicas Operatórias e Cirurgia Experimental pela Universidade Federal de São Paulo e Doutorado pela UFMS. Luciana Frutuoso de Oliveira: Enfermeira. Mestre em Saúde, Am-biente e trabalho ênfase em Epidemiologia). Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia (UFBA). Luiza Wilma Santana da Silva: Enfermeira. Pós doutora em Enfermagem (UFSC), com período de estudos em Londres e Inglaterra. Professora Titular do UESB (Jequié/BA). Docente colaboradora do programa de Pós – Graduação em enfermagem/UFBA. Coordenadora do Projeto de Extensão. Marcos Barreto: Médico. Coordenador do Centro de Tratamento de Queimadas do Hospital da Restauração. Dra. Maria de Fátima Guerreiro Godoy: Professora Convidada da Pós-Graduação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto | Graduação em Terapia Ocupacional pela Universidade Metodista de Piracicaba Mestrado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Pós Doutorado Faculdade de Medicina de São Jose do Rio Preto/CAPES. Marina de Góes Salvetti: Enfermeira. Pós Doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte com bolsa CAPES. Doutora em Ciência pelo programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto (2010). Realizou o programa “Internacional Nursing PhD e doutorado “sanduíche” com bolsas CAPES na Bloomberg Faculty of Nursing (University of Toronto) Professora do Departamento de Enfermagem Médico – Cirúrgico da Escola de Enfermagem da USP. Dr. Marcelo Fernando Matielo: Hospital do Servidor Público Estadual, Cirurgia Vascular | Doutorado pela FMUSP | Graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, doutorado em Medicina (Clínica Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo. Prof.ª Ma. Sandra Marina Gonçalves Bezerra: Especialista em Estomaterapia (UNI-TAU) | Mestre em Enfermagem (UFPI) | Doutoranda em Enfermagem (UFPI) | Diretora Geral Hospital Promorar (FHT) | Professor Assitente I (UESPI). Dr. Paulo Jorge Alves: A Universidade Católica Portuguesa (UCP) | Doutoramento em Enfermagem pela Universidade Católica Portuguesa. Dra. Roberta Azoubel: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Enfermagem | Doutorado em Ciência da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestre em Ciência da Saúde (UFRN) área de concentração úlcera venosa. Roseanne Montargil Rocha: Enfermeira. Pós-Doutorado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2015). Doutorado em Enfermagem Fundamental pela Escala de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professora Plena da Universidade Estadual da Santa Cruz e Coordenadora Operacional do DINTER Em Enfermagem EERP/USP/UFMA/UESC. Dra. Rutiene Maria Giffoni Rocha de Mesquita: Universidade Federal de Roraima, Centro de Ciências da Saúde | Graduação em Medicina pela UFBA. Dr. Sérgio Luis Alves de Morais Júnior: Doutorado em Biotecnologia | Mestrado em Reabilitação | Especializações em Urgência e Emergência, U.T.I e Saúde Pública | Graduação em Enfermagem | Professor nas Universidades Anhanguera de São Paulo e Nove de Julho (UNINOVE) nos cursos de Graduação e Pós-graduação. Thaiza Teixeira Xavier Nobre: Fisiote-rapeuta. Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professora Adjunta II FACISCA/ UFRN. Chefe do Laboratório de Anatomia Humana da FACISSA/UFRN. Líder do grupo de pesquisa. Grupo Interdisciplinar de Estudos em Ciência, Saúde e Sociedade. Docente da residência multiprofissio-nal da área de Fisioterapia materno-infantil.

editorA CientífiCAMPM Comunicação

editorA exeCutivAMaria Aparecida dos Santos

envio de Artigos [email protected] ou pelo site www.revistaferidas.com.br (na aba envie seu artigo)

AssinAturAs assinaturas@ mpmcomunicacao.com.br

PubliCidAdemaria.aparecida@ mpmcomunicacao.com.br

PAutAjornalista@ mpmcomunicacao.com.br

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Sumário

Edição 32

Ano 2018

Mês Julho/Agosto

Capa Foto: ilustrativa/CanStockPhoto

1064 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1064

ArtigosTratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso Venous ulcer treatment with inelastic compression associated with lasertherapy and photodynamic therapy: case report Tratamiento de úlcera venosa con compresión inelástica asociada a laserterapia y fototerapia dinámica: relato de caso Dominique Cavalcanti Méllo

Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?How to control the costs in the healing room of the basic health unit (UBS), based on the monitoring of records?Cómo controlar los costes en la sala de curativo de la unidad básica de salud (UBS), basado en el monitoreo de los registros?Marcele D’Albuquerque Gomes

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecularIn vitro evaluation of the mechanism of action of hyaluronic acid on the proliferative phase of wound healing by cellular and molecular biology techniquesEvaluación in vitro del mecanismo de acción del acido hialurónico sobre la fase proliferativa de cicatrización de la herida por técnicas de biología celular y molecularPedro Gonçalves de Oliveira, João Cezar Castilho, Daniel Gonsales Spindola, Carlos Rocha Oliveira

Editorial

Normas de Publicação

Notícias

Entrevista Conhecimento e técnica “na bagagem” — com a enfermeira colombiana Margarita Maria Ortiz O.

Evento A prevenção no centro do combate às lesões de pele — sobre o 5º INTERPELE

Agenda

MarketingColagenase é tema central de programa de educação continuada

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EDITORIAL

Esta edição da Revista Feri-das fica pronta às vésperas do 10º Congresso Brasilei-

ro Nursing/1º Congresso In-ternacional Saúde Coletiva/1º Congresso Internacional Feri-das, nos dias 29 e 30 de agosto, em São Paulo/SP, com o mesmo objetivo do evento de ser uma plataforma para a reflexão das temáticas e das práticas em tor-no das feridas no difícil contexto do sistema de saúde do Brasil.

Pensando nisso, entrevistamos uma das palestrantes internacio-nais do congresso, a enfermeira colombiana Margarita Maria

Ortiz O., instrutora médica da Lohmann & Rauscher, que, além de falar do papel da enferma-gem no tratamento do linfedema, compartilha suas impressões so-bre o cuidado de feridas em dife-rentes países da América Latina. Em Evento, o 5º INTERPELE, rea-lizado pela 3M do Brasil, chama a atenção, mais uma vez, para a importância fundamental da prevenção das lesões de pele, associando a discussão, entre outras, à questão da segurança do paciente.

Na matéria de Marketing, indústria e ciência caminham

juntas no programa de educa-ção continuada promovido pelo Laboratório Cristália, o “Como tratar feridas com Kollagena-se”. No conteúdo técnico-cien-tífico, úlcera venosa e custos com curativos são os assuntos de destaque.

O segundo semestre promete ainda mais informação, reflexão, debates e cobranças, com as eleições que se aproximam. A Saúde e as feridas estão em pau-ta, como sempre deve ser.

Boa leitura e até a próxima!

Da Redação

Feridas na agenda da Saúde

2018; 06 (32) 1065 • Revista Feridas | 1065

1. A Revista Feridas (RFE), como um veículo de difusão científica, abre espaço para que diversos profissionais das áreas de medicina, enfermagem, nutrição, psicologia, engenharia, fisioterapia, educação física, entre outros, divulguem seus estudos. A RFE aceita artigos inéditos e originais, e condena o plágio e o autoplágio. Os trabalhos devem ser destinados exclusivamente para a RFE, não sendo permitida sua apresentação simultânea a outro periódico, seja parcial ou integralmente. Na pesquisa envolvendo seres humanos, é necessário o envio de cópia da aprovação por um Comitê de Ética em Pesquisa (CONEP), segundo as Normas da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

2. Juntamente com o manuscrito, o/a(s) autor(-es/-as) deverá(-rão) enviar declaração referente a responsabilidade de conteúdo, termo de transferência de direitos autorais e declaração de conflitos de interesse (modelos no site: revistaferidas.com.br). O autor de correspondência deverá encaminhar os documentos para o e-mail [email protected], juntamente com o artigo.

3. Categorias aceitas: artigos de revisão de literatura, artigos originais, relato de experiência profissional (inclui estudo de caso). Máximo de 15 páginas (excluindo apenas a folha de rosto). Notas e carta para Editora Científica (máximo de uma página).

4. Estruturação e preparação dos manuscritos: folha de rosto com títulos completos em negrito nos idiomas português, inglês e espanhol, nome dos autores separados por ponto e vírgula e, em nota de rodapé, a listagem dos autores (com respectivas titulações, instituições por extenso, departamento a que pertencem, e-mail de todos os autores e categoria do manuscrito; o autor de correspon-dência deve acrescentar o endereço). Resumos em português, inglês e espanhol, com no máximo 250 palavras, espaçamento entrelinhas de 1,0, contendo objetivo, método, resultados e conclusão. Ensaios clínicos devem apresentar o número do registro ao final do resumo e ter um máximo de 8 páginas (excluindo folha de rosto). Descritores: três a seis descritores acompanhando os idiomas português, inglês e espanhol, extraídos do vocabulário DeCs (Descritores em Ciências da Saúde), elaborado pela BIREME (disponível em decs.bvs.br). Introdução, métodos, resultados, discussão, conclusões e agradecimentos: numeração arábica e sequenciada, no canto superior direito. Corpo do manuscrito: deve ser apresentado em folha A4, com margens superior, inferior, direita e esquerda a 3,0 cm. O texto deve ter espaço entrelinhas de 1,5, fonte Times New Roman, tamanho 12. Referências: em ordem numérica, seguindo as Normas Gerais do Estilo Vancouver.

5. Ilustrações: gráficos, tabelas, fotografias e fluxogramas, totalizando 06 ilustrações, devem ser inseridos no corpo do texto, exceto as fotografias. As nomenclaturas das ilustrações devem vir antes das mesmas, no canto superior direito justificado, numeradas sequencialmente, à medida que aparecem no texto (numeração arábica). As fotografias devem vir em alta resolução (mínimo de 300 DPI e 1 a 2 MBs.), encaminhadas em arquivo separado para o e-mail [email protected].

6. Processo de julgamento: o anonimato dos autores será garantido. Cumpridas as normas pelos autores, o manuscrito será encaminhado para dois pareceristas (avaliação cega). Em discordância, será encaminhado a um terceiro parecerista. Após tomar conhecimento dos pareceres, a coordenação científica conduzirá a decisão: aceite, aceite após revisão e/ou recusa. Os manuscritos não aceitos serão excluídos dos arquivos da RFE.

7. Artigo aceito para publicação: um dos autores deverá assinar a revista; ainda, o autor deverá submeter seu artigo a um revisor das línguas portuguesa, inglesa e espanhola (da sua preferência) e enviar, em anexo, uma declaração desses revisores para o e-mail [email protected].

8. Ao primeiro autor do artigo serão encaminhados dois exemplares.

Normas completas no site: revistaferidas.com.br

Normas de Publicação da Revista Feridas

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NOTÍCIAS

1066 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1066

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EUA economizam quase U$ 3 bilhões com a prevenção de eventos adversos

A Agência de Pesquisa e Qualidade em Assistência à Saúde (AHRQ) do governo dos Estados Unidos apresentou no dia 5 de junho relatório sobre indicadores relacionados à se-gurança do paciente no país entre 2014 e 2016. O docu-mento aponta uma economia de cerca de 2,9 bilhões de dólares e a prevenção de 8 mil mortes no período com a redução de eventos adversos e condições adquiridas durante a internação hospitalar.

A agência atribui os resulta-dos positivos à atuação das Hospital Improvement Innova-tion Networks (HIINs), lideradas pelos Centers for Medicare & Medicaid Services (CMS), do sistema de seguros de saúde norte-americano, que têm como meta reduzir em 20% os casos de condições adquiridas duran-te as hospitalizações até 2019. As HIINs trabalham em conjunto com agências federais, parcei-ros da iniciativa privada e orga-nizações de defesa do paciente com o objetivo de tornar a as-sistência em saúde mais segura.

BALANçO POSITIvOO relatório da AHRQ foi di-

vulgado no Brasil pelo Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP), que destacou alguns dos índices alcançados

nos Estados Unidos, entre os quais, o número de mortes, que caiu de 98 a cada 1.000 altas, em 2014, para 90, em 2016. A matéria publicada no site do IBSP menciona que os resultados são preliminares, já que ainda não foram contabilizados 7 dos 28 indicadores estudados.

Até o momento, houve redu-ções importantes nas infecções sanguíneas associadas a cate-ter central, no tromboembolis-mo venoso pós-operatório, nas pneumonias associadas à ven-tilação e nos eventos adversos relacionados à medicação. O estudo também incluiu o núme-ro de infecções pela bactéria Clostridium difficile, que pode levar às diarreias hospitalares e à colite pseudomembranosa.

Apesar dos resultados positi-vos, alguns indicadores ainda

merecem atenção, como os relativos às lesões por pressão, que apresentaram, ao contrário da maioria, aumento de 10% entre 2014 e 2016.

O texto completo do IBSP pode ser lido em https://www.segurancadopaciente.com.br/seguranca-e-gestao/prevencao--de-eventos-adversos-gera-eco-nomia-de-us-3-bilhoes-nos-eua/.

Já o relatório preliminar da AHRQ está disponível on-line, em PDF, pelo link https://www.ahrq.gov/sites/default/files/wysiwyg/professionals/qua-lity-patient-safety/pfp/na-tlhacratereport-rebaselining 2014-2016_0.pdf.

FONTES: Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente

(IBSP); Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ).

Relatório aponta melhora nos indicadores de segurança do paciente em 2014-2016, mas cresce o número de casos de lesões por pressão

Texto: Ana Cappellano

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TRIPLAAÇÃOC

ICATRIZA

NTE ANTI-INFLA

MATÓRIA

ANTIMICROBIAN

A

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ENTREVISTA

1070 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1070-1075

Conhecimento e técnica “na bagagem”A enfermeira colombiana Margarita Maria Ortiz O. percorre a América Latina treinando profissionais da Saúde no cuidado de feridas. No currículo, o testemunho das dificuldades que o conhecimento científico na área ainda enfrenta para ir além dos grandes centros e o crescimento por meio da vivência internacional

Por Ana Cappellano | Fotos: arquivo pessoal; Markus Gaunersdorfer/Lohmann & Rauscher

O cuidado do paciente com linfedema é, por si só, um desafio, frente às

exigências de um tratamento con-tínuo, que demanda o total com-prometimento do paciente, e da abordagem multidisciplinar, que não acontece sem uma equipe de profissionais muito bem prepara-dos. Os problemas enfrentados no sistema de saúde também podem representar obstáculos para o aten-dimento adequado, uma realidade que não é exclusiva do Brasil. Nes-te cenário, quem tem a informação de qualidade e o domínio da técni-ca faz toda a diferença. E buscar o conhecimento, onde quer que ele esteja, é o primeiro passo.

Foi o que fez a enfermeira colom-biana Margarita Maria Ortiz O.,

instrutora médica para América Latina da Lohmann & Rauscher — multinacional do setor de dis-positivos médicos e produtos de higiene com amplo portfólio para cuidados de enfermagem —, quando, depois de se formar na Universidad Nacional de Colom-bia, em Bogotá, deixou seu país para cursar pós-graduação em Es-tomaterapia na Universidade de São Paulo (USP). “O Brasil está muito mais desenvolvido do que os outros países no tema e você sempre quer ir para o melhor. Ao menos, eu sempre quis estar no melhor curso de pós, com os melhores profissionais, e no Brasil você consegue isso”, revela Mar-garita na entrevista concedida à Revista Feridas.

Hoje, Margarita viaja a Améri-ca Latina ajudando outros profis-sionais da saúde a melhorarem suas práticas e soma à sua atu-ação o olhar de quem sabe que não deve haver fronteiras para o saber científico. Em agosto, ela estará novamente em São Paulo/SP, desta vez, para participar do 10º Congresso Brasileiro Nur-sing, nos dias 29 e 30, como palestrante convidada.

Revista Feridas: Como se

deu a sua formação profissio-nal até chegar à estomaterapia, ao tratamento do linfedema? E como surgiu essa ponte Brasil--Colômbia?

Margarita Maria Ortiz O.: Eu me formei na Universidad Na-

Margarita Maria Ortiz O. é enfermeira graduada pela Faculdade de Enfermagem da Universidad Nacional de Colombia, especialista em Enfermagem em Estomaterapia pela Universidade de São Paulo (USP) e certificada em Técnicas de Terapia Física para o Tratamento do Linfedema pela Universidad Autónoma de Bucaramanga e Escuela Colombiana de Linfologia. Atualmente, é instrutora médica para a América Latina da Lohmann & Rauscher, encarregada dos treinamentos e suporte técnico para dez países, incluindo o Brasil.

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ENTREVISTA

2018; 06 (32) 1070-1075 • Revista Feridas | 1071

cional de Colombia e lá tem uma enfermeira muito reconhecida, a Sandra Guerrero (Prof.ª Dra. Nidia

Sandra Guerrero Gamboa), que fez o mestrado e o doutorado no Bra-sil. Ela sempre falava muito bem do curso da Prof.ª Vera (Prof.ª

Dra. Vera Lúcia Conceição de Gouveia

Santos, da Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo — EEUSP, e

membro fundadora da Associação Brasi-

leira de Estomaterapia: estomias feridas e

incontinências — SOBEST), do Brasil, da qualidade da educação aí. Vários de nós ficamos com essa curiosidade, com essa vontade de ir para aí, para nos formar em estomaterapia.

Eu me formei em 2012 e saí para fazer um serviço social obrigatório que a gente tem na Colômbia após se formar como enfermeira, médico ou odontó-logo. Enquanto eu fazia isso, eu fiquei poupando dinheiro, por-que eu já tinha o objetivo de ir para aí (Brasil), para fazer a pós em estomaterapia na USP. E em 2015 eu viajei para São Paulo para a entrevista com a Prof.ª Vera e para tentar entrar na pós da USP. Graças a deus, eu con-segui o Celpe-Bras (Certificado de

Proficiência em Língua Portuguesa para

Estrangeiros, o certificado brasileiro ofi-

cial de proficiência em português como

língua estrangeira/Fonte: portal.inep.

gov.br), que você precisa ter para entrar, e aí a Vera me selecionou entre os candidatos.

Feridas: O que você achou dessa oportunidade? O curso atendeu às suas expectativas aqui no Brasil?

Margarita: As expectativas foram superadas. O curso foi mui-to bom, eu aprendi muita coisa,

conheci uma realidade diferente da saúde e das feridas, especial-mente porque aqui na Colômbia o tema não está tão desenvolvido quanto aí. Realmente o curso foi maravilhoso e eu até recomenda-ria se a gente não fosse da última turma! Eu ainda recomendo os cursos do Brasil porque eles são muito fortes, têm uma bagagem, uma história muito longa, e na Colômbia a gente só tem um cur-so, e ele não é reconhecido pelo WCET (World Council of Enteros-tomal Therapists).

Então, eu ainda recomendo para todos os interessados na estomaterapia ir para o Brasil, mesmo que às vezes a língua seja um obstáculo. O Brasil está muito mais desenvolvido do que os outros países no tema e você sempre quer ir para o melhor, né? Ao menos, eu sempre quis estar no melhor curso de pós, com os melhores profissionais, e no Brasil você consegue isso.

Feridas: Onde você atua hoje? Margarita: Eu sou uma trei-

nadora médica para a América

Latina. Estou trabalhando com a Lohmann & Rauscher, que é uma empresa austro-alemã, e estou em 10 países dando treinamentos para enfermeiras e médicos no cuidado de feridas. Eu vou des-de o México até a Argentina, e o meu trabalho é esse: falar sobre os básicos do cuidado de feridas, treinar as pessoas em como dar um bom cuidado para a ferida, para que ela consiga evoluir para a cicatrização. E, obviamente, nesse processo, eu falo de como usar corretamente os curativos que a gente produz.

Feridas: Você consegue en-xergar diferenças e semelhanças entre o Brasil e a Colômbia, e também em relação aos outros países?

Margarita: Após eu entrar na Lohmann, a empresa me deu a oportunidade de fazer um curso de terapias físicas para tratamento de linfedema que foi muito bom para mim, um curso de 100 ho-ras, aqui na Colômbia, com o Dr. Alejandro Latorre (Alejandro Latorre

Parra, fundador da Escuela Colombiana

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Agenda internacional: em Guayaquil, no Equador, Margarita palestra para cirurgiãs e cirurgiões plásticos e enfermeiras e enfermeiros de clínica de feridas.

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ENTREVISTA

1072 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1070-1075

de Linfologia). E aí foi que eu apren-di realmente muita coisa que eu desconhecia completamente. Eu queria dizer isso antes porque eu vou falar dos cuidados das feridas e do linfedema na América Latina. Eu não conheço tudo, não posso generalizar, mas eu já viajei várias vezes a cada país e consigo falar algumas coisas importantes dos dois temas.

Os treinadores da indústria, eu acredito que a gente faça um trabalho que muito poucas institui-ções educativas conseguem fazer, pois a indústria faz um investimen-to importante para levar conheci-mentos a mais profissionais. As cidades, capitais, em todos os países, estão mais desenvolvidas nos conhecimentos. Ainda assim, em muitos dos países, os conhe-cimentos em feridas e linfedema são muito poucos. Quando eu vou para o interior, realmente os conhecimentos estão muito atrasa-dos. Eu vejo que o desenvolvimen-to acadêmico tem uma dificuldade muito grande para chegar a esses locais. E quando um treinador da indústria vai, ele tenta dar o melhor, o mais atualizado, tenta deixar nos profissionais o máximo possível de conhecimento. É isso que eu acho legal. Porque os pro-fissionais, no dia a dia, não têm tempo para fazer curso, para ir lá nas bases de dados e procurar, pesquisar os últimos artigos, por-que nem todos têm essas habilida-des e sabem como fazer. Então é muito bom você conseguir chegar lá longe e deixar um pouquinho de atualização, de conhecimento que vai atingir a vida dos pacien-tes no final.

Na América Latina, ainda há muito para se fazer em cuidado

de ferida e em linfedema. Em feri-das, há vários países que vão um pouco à frente: o Brasil, o Chile, a Colômbia. Temos outros países que estão ainda se desenvolven-do, onde ainda falta muita coisa, e que precisam de muito trabalho dos profissionais para conseguir esses conhecimentos. Também tem as diferenças. Por exemplo, no

Panamá, eles fazem muito bem os tratamentos, mas foram os médi-cos que pegaram esse segmento, eles que lideram o processo e a enfermeira só segue as instruções. No México, é muito parecido, tem mais médico liderando, cirurgião vascular, e algumas enfermeiras estão saindo aí na frente.

Na Colômbia, no Brasil e no Chile, há mais enfermeiras empo-deradas com conhecimento, com

estudo, com pesquisa, do que nos outros países. Mas ainda falta mui-ta coisa, porque, como eu disse, onde estão as escolas de estoma-terapia, os cursos de pós, aí está desenvolvido mesmo. Mas você vai para fora, uns quilômetros para fora, e aí já não está mais. Então, ainda custa muito levar a academia, a ciência, a atualiza-ção para todos os locais.

Feridas: Resumidamente, quais são as principais abordagens no cuidado ao paciente com linfedema, com o seu olhar da Enfermagem?

Margarita: Há cinco pilares no tratamento. A terapia toda se chama terapia física complexa, ou combinada. O primeiro (pi-lar) é o cuidado da pele, depois vem a drenagem linfática manual. Após, há uma corrente que fala da pressoterapia, mas não é todo mundo que faz. Depois vem o tratamento com bandagens, que é fundamental nesses pacientes, ou com mangas e meias elásti-cas, dependendo do estado do paciente. E, ao final, são os exer-cícios miolinfocinéticos.

Todo esse tratamento precisa de uma equipe multidisciplinar. A gente precisa do vascular para fazer o diagnóstico, dos fisiotera-peutas para a parte da drenagem manual e dos exercícios e, obvia-mente, eu digo muito que precisa MESMO da enfermagem, porque os cuidados da pele, os cuidados com o paciente, o educar o pa-ciente e o detectar o paciente pre-cocemente é muito nosso.

Como são muito poucos os profissionais com o conhecimen-to, é bom que todos que saibam e estejam treinados atendam o

Na Colômbia, no Brasil e no Chile, há mais enfermeiras empoderadas com conhecimento, com

estudo, com pesquisa, do que nos outros países. (…) Onde estão as escolas de

estomaterapia, os cursos de pós, aí está desenvolvido

mesmo

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ENTREVISTA

1074 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1070-1075

paciente. Então, não fica só na mão do vascular ou da fisiotera-peuta. Todo aquele que estiver treinado deve ter a responsabili-dade de cuidar desse paciente, e a enfermagem é muito importante aí, porque nós gostamos muito de estudar, de ficar atualizadas, de saber mais dos temas, e somos nós que passamos o maior tempo com os pacientes.

Feridas: Para os profissionais e as profissionais de enferma-gem, qual seria o maior desafio neste contexto da abordagem e do tratamento integrais ao pa-ciente com linfedema?

Margarita: O desconhecimen-to total da doença e do tratamento.

Feridas: As faculdades não abordam o assunto?

Margarita: Não. O contato que a enfermagem tem com o lin-fedema é muito pouco. Nas facul-dades, nem na de Enfermagem, nem na de Medicina, nem na de Fisioterapia falam disso. Como o profissional tem o conhecimento? Se a enfermeira está num serviço, por exemplo, no Hospital do Cân-cer ou num serviço de reabilita-ção, ela vai ter contato e vai preci-sar, ou vai procurar conhecimento. Na fisioterapia, é só na pós de fisioterapia oncológica. E não tem em todos os países e nem em to-das as faculdades. E os vasculares têm que procurar uma pós, porque na faculdade eles não sabem. Eu não posso generalizar sobre a ci-rurgia vascular porque eu sei que no Brasil tem, sim, um pouco de foco sobre isso. Mas nas outras áreas não é tanto assim, não…

E como ela é uma doença crô-nica, que não vai curar e que o

paciente vai ter muitas crises para piora, então, há poucos profissio-nais que realmente trabalham nis-so. Porque tem que trabalhar mui-to, muito mesmo. Na Argentina, eles têm uma escola muito forte, há muito tempo estão trabalhando com isso, então, lá é um dos pa-íses mais fortes quanto ao linfede-ma em medicina. E na Colômbia, com o Dr. Latorre, que faz cursos

em que recebe todos os profissio-nais de todos os países.

Feridas: O que são as "téc-nicas de terapia física" para o tratamento do linfedema?

Margarita: A primeira é a dre-nagem manual linfática, ou drena-gem linfática manual, em que você tem que estar com o paciente. É uma terapia que vai trabalhar no sistema linfático, partindo da aber-tura dos nódulos linfáticos e, de-pois, mobilizando a linfa e a pro-teína devagar, com a mão mesmo.

A segunda são as bandagens, quando você tem que fazer um excelente enfaixamento. E a ter-ceira são os exercícios miolinfoci-néticos, que são exercícios para apoiar essa drenagem e os bons resultados da compressão com exercícios muito focados na extre-midade afetada.

Para contextualizar um pouqui-nho, essa terapia física complexa, bem feita, pode levar até duas ho-ras, entre a drenagem manual, que vai tomar pelo menos 40 minutos, o enfaixamento e, depois, os exer-cícios, que, no começo, o paciente vai aprender com o profissional e ele vai ter que fazer em casa todos os dias, sempre com a compres-são, seja faixa, meia ou manga.

Feridas: Quais seriam as van-tagens e desvantagens dessas técnicas para o tratamento do linfedema? Há alguma contrain-dicação?

Margarita: Poderíamos falar assim: as vantagens da enferma-gem saber sobre o tópico é que o paciente vai chegar mais cedo ao profissional que precisa ou que sabe como atender, como tratar sua doença. Isso seria muito bom. Porque aí o paciente não vai ter que ir atrás de um, de outro, de outro, a doença piorar, piorar, pio-rar para chegar a um que sabe como tratar. Se a enfermagem sabe do assunto, a vantagem é muito grande para o paciente, porque ele, nos primeiros sinais e sintomas da doença, vai ser enca-minhado para o profissional ade-quado. Agora, a terapia, ela tem só vantagens. Porque o paciente vai melhorar a qualidade de vida, vai evitar as complicações e a evolução da doença.

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Se a enfermagem sabe do assunto,

a vantagem é muito grande para o

paciente, porque ele, nos primeiros sinais

e sintomas da doença, vai ser encaminhado

para o profissional adequado

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2018; 06 (32) 1070-1075 • Revista Feridas | 1075

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Desvantagens, há várias, mas não é por conta da terapia, é por conta dos sistemas de saúde. A terapia toma muito tempo, en-tão, não há dentro do sistema de saúde, muitas vezes, como dar esse tempo para o profissional atender o paciente corretamente. E outra (desvantagem) é que o paciente tem que pagar. Porque no âmbito público é difícil achar o tratamento “certinho”.

Feridas: Qual seria a im-portância de estar em eventos como o 10º Congresso Brasilei-ro Nursing e qual vai ser o foco da sua participação?

Margarita: O meu foco vai ser deixar essa semente nos profissionais para irem atrás de

mais conhecimento. Eu vou falar bem pontualmente dos cuidados que todos os profissionais, mas, especialmente, os da enferma-gem, conseguem desenvolver com esses pacientes. Porque nós os pegamos antes da mastecto-mia, prostatectomia, remoção ganglionar, no tratamento de radioterapia e quimioterapia, quando eles têm alguma compli-cação após esses tratamentos… Então, a gente tem toda a opor-tunidade para detectar esses pacientes num estágio inicial da doença, do linfedema — que realmente não é uma doença, é uma condição. E meu foco é esse: deixá-los (os profissionais) com uma vontade de ir atrás, de saber mais, de olhar diferente

seus pacientes e os ajudar, para não piorarem na condição.

E a importância de participar é o intercâmbio de conhecimen-to. É muito bom sempre ir atrás de coisas novas, porque a gen-te não precisa saber tudo sobre tudo. Não dá. A Enfermagem é muito ampla e nosso objetivo é sempre dar o melhor cuidado. Então a gente tem que focar mui-to bem o conhecimento. Mas há momentos, quando você pega informações pequenas mas boas, como as informações que vão re-ceber no congresso, que servem para você melhorar um pouco. E para mudar seu olhar e conseguir impactar positivamente a vida dos pacientes ou das famílias que você tem ao seu cuidado.

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EVENTO

1076 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1076-1078

A prevenção no centro do combate às lesões de peleEvento bianual promovido pela 3M, INTERPELE é referência no debate e na atualização sobre a prevenção de lesões de pele. Abordagem busca mais espaço nas práticas de cuidado no Brasil

Por Ana Cappellano | Fotos: Divulgação 3M

A 5ª edição do Congresso In-ternacional de Prevenção de Lesões de Pele — IN-

TERPELE foi realizada entre 15 e 17 de maio e reuniu 650 profissio-nais em Belo Horizonte/MG em torno do tema central “Movendo para a prevenção”, colocando a importância da prevenção de le-sões de pele definitivamente na agenda da Saúde no Brasil. Este foi um dos maiores públicos da his-tória do evento, que tem inscrições gratuitas e é o único congresso do

mundo totalmente voltado para a prevenção de lesões que são ad-quiridas nos hospitais e em conse-quência de tratamentos médicos, como as lesões por pressão, a dermatite associada à incontinên-cia (DAI), lesões por adesivos mé-dicos, entre outras, consideradas eventos adversos.

Deixando clara a associação destas lesões às questões de se-gurança do paciente, o congres-so contou com a palestra “Progra-ma Nacional de Segurança do

Paciente — A Cultura da Preven-ção”, conduzida por Karina Pi-res, do Instituto Brasileiro para a Segurança do Paciente. Já a palestra “Prevenção de lesões de pele: aspectos éticos e legais”, de Eduarda Ribeiro, trouxe à tona aspectos éticos e legais que permeiam a atuação dos profis-sionais quando se deparam com uma lesão que poderia ter sido evitada no cuidado prestado.

Especialistas internacionais, como a norte-americana Laurie

INTERPELE: único encontro educacional de Saúde no mundo que trata exclusivamente da prevenção de lesões de pele.

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EVENTO

2018; 06 (32) 1076-1078 • Revista Feridas | 1077

McNichol, com a apresentação “O poder da prevenção de le-são por pressão na Economia em Saúde”, e a PhD canadense Karen Laforet, com “Desenvolvi-mento de negócios e a preven-ção de lesões de pele”, tiveram destaque na grade da conferên-cia.

A 3M do Brasil, idealizadora e realizadora do INTERPELE, que contou em 2018 com patrocínio da Nestlé Health Science e apoio da SOBENDE (Associação Brasi-leira de Enfermagem em Derma-tologia) e da SOBENFeE (Socie-dade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética), comemora o sucesso do evento. “Este foi, sem dúvida, de longe, o melhor con-gresso que a gente já fez, em que tivemos os maiores espaço, reper-cussão, público”, conta Maria Clara Garofani Nasimoto, geren-te de serviço técnico da divisão hospitalar da 3M do Brasil.

Prevenção em focoO INTERPELE foi lançado 8

anos atrás como uma forma de ex-pandir o alcance do “Programa de Prevenção”, criado há 11 anos pela 3M com o objetivo de ampliar o conhecimento e promover a reci-clagem dos profissionais da saúde, principalmente os que atuam nos hospitais, sobre a importância da prevenção de lesões de pele, com foco na qualidade da assistência, segurança do paciente e conse-quente redução de custos com le-sões prevalentes e preveníveis.

O congresso, além de fomen-tar a discussão e a atualização contínuas, revela características in-teressantes sobre o perfil profissio-nal e do atendimento prestado atu-almente no cuidado das lesões de

pele no Brasil. “A gente percebe tanto a indústria quanto o público muito voltados para o tratamento”, comenta Maria Clara. Ela salienta que, no geral, há uma dificuldade dos profissionais em aliar a abor-dagem do tratamento e a da pre-venção, o que os leva a acreditar que têm que optar por uma delas.

Outra observação importan-te é o fato de a prevenção estar essencialmente e diretamente rela-cionada ao trabalho da equipe de enfermagem, tanto na parte opera-cional e de execução do cuidado, quanto na de gestão. Isso porque a Enfermagem, além de estabe-lecer protocolos de prevenção, é quem opera todo o processo de tratamento e cuidado dos pacien-tes, do manejo de tecnologias e equipamentos, à limpeza, higieni-zação, escolha da superfície, mu-dança de decúbito, entre outros. Por isso, o público do INTERPELE é predominantemente formado por profissionais da área.

Olhar humanizadoUm dos destaques na progra-

mação do INTERPELE deste ano foi a sessão “Experiência do Pacien-te”, que apresentou o depoimento em vídeo de um paciente, marido de uma das palestrantes do even-to, que, cerca de dois anos atrás, adquiriu uma lesão por pressão na região sacral durante uma in-ternação de dois meses, por conta de uma encefalite, e que tem sua vida, até hoje, totalmente impacta-da pela lesão.

O relato trouxe a perspectiva do paciente para dentro do con-gresso, aproximando a experiên-cia dos especialistas da realidade vivida por quem sofre com lesões de pele e esbarra, muitas vezes,

nas barreiras impostas pela falta de treinamento, conhecimento ou de recursos nas redes de aten-dimento de saúde do país. Ma-ria Clara descreveu o momento como “emocionante”, chamando atenção para o fato de que este tipo de problema acontece, inclu-sive, nos melhores hospitais. “Às vezes, você fecha uma ferida e há aquele efeito ‘ufa!’ e ‘ah, está tudo certo, tudo resolvido’. E não está. Este senhor (do depoimento)

O melhor congresso que a gente já fez,

em que tivemos os maiores espaço,

repercussão, público

— Maria Clara Garofani Nasimoto, da 3M do Brasil,

sobre o 5º INTERPELE

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EVENTO

1078 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1076-1078

não consegue mais ficar sentado por muito tempo, não consegue dirigir, ele não vai ao cinema… Nós, enquanto profissionais de saúde, enfermeiros, médicos, es-tamos dentro do hospital e traba-lhamos tanto com isso, que perde-mos a sensibilidade. Vemos como um caso e não como uma pes-soa. Este relato foi emocionante neste sentido”, analisa.

Para a Saúde no Brasil, fica o recado: a prevenção, também para as lesões de pele, é o me-lhor caminho.

A próxima edição do INTER-PELE deve acontecer em 2020, com local e tema ainda a serem definidos.

Na programação do 5º INTERPELE, o “4º Concurso Científico TAL — Talentos da América Latina” — que teve como tema “Prevenção de lesões de pele: prática baseada em evidências” — premiou, em 1º lugar, o “Estudo piloto para comparação entre o efeito da pomada de óxido de zinco e da película de barreira não irritante na prevenção da DAI: ensaio clínico randomizado”, de Carla Lúcia Goulart Constant Alcoforado, da Escola de Enfermagem/UFMG, Tânia Couto Machado Chiana, Flávia Falci Ercole, Rafael Lima de Carvalho, Raquel de Araújo Fernandes, Camila Cláudia Campos, Priscila Thomaz e Fabiana Onésio Lopes. Em 2º, “Protocolo para prevenção de lesões por pressão em pessoas com dermatoses imunobolhosas: avaliação pela Lógica Fuzzy”, de Euzeli da Silva Brandão, da UFF, Iraci dos Santos e Regina Serrão Lanzillotti, da UERJ.

Produtos e tecnologia: público pôde conhecer o portfólio da 3M para a prevenção de lesões de pele. Evento deu ênfase a segurança do paciente e aspectos éticos e legais.

Incentivo à prevenção

O INTERPELE é palco de reconhecimento daquelas instituições que investem em iniciativas, protocolos e boas práticas voltadas à prevenção de lesões de pele. No dia 16 de maio, foi realizada a cerimônia de certificação de 60 hospitais, de diversos portes e diferentes cidades do Brasil, desde o Maranhão até São Paulo, passando por Acre, Rio de Janeiro, entre outros estados, nas categorias Diamante e Diamante Prime do “Programa de Certificação em Prevenção de Lesões de Pele”.

As entidades certificadas foram avaliadas de perto durante cerca de quatro meses por especialistas da 3M que acompanharam e analisaram in loco o trabalho de cada uma delas na prevenção de lesões de pele.

O hospital interessado em participar e se inscrever para o programa deve buscar um representante da 3M para mais informações. Os contatos para localizar o representante mais próximo são [email protected] ou 0800 0132333.

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Fabricio Rech Ana Elia Petrone Luiza Dal Ben

Maria Alice Lelis

Conceição da Silva-OharaCaroliny Guimarães

Evandro Pereira dos ReisLuis Simões

Maria Julia Paes Renato Kfouri Laércio Neves Marcelo Chanes

Margarita Maria OrtizTamara CianciarulloMara Blanck

29 E 30 DE AGOSTO DE 2018

Multidisciplinaridade em SaúdeINTEGRANDO SABERES

AP TROCÍNIO APOIO

Conhecaos palestrantes

www.revistanursing.com.br/congresso

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DATA EVENTO LOCAL INFORMAÇÕES

A G O S T O

10 e 11 1st Oncology Nursing Brazil 2018

São Paulo/SP — Hotel InterContinental

São Paulo

Contatos: [email protected] | (11) 3888-2222 (tel.)/3888-2221 (fax)

Site: oncologynursingbrazil.com.br/onb2018

25 V Seminário sobre Epidermólises Bolhosas

São Paulo/SP — Câmara Municipal

de São Paulo

Contatos: [email protected]: dermacamp.org.br/wp/v-sem-eb

29 e 30

10º Congresso Brasileiro Nursing/1º Congresso Internacional Saúde

Coletiva/1º Congresso Internacional Feridas

São Paulo/SP — Hotel Transamérica

São Paulo

Contatos: [email protected]: revistanursing.com.br/congresso

31PODIATRICARE —

II Simpósio de Podiatria Clínica

São Paulo/SP — Teatro Gamaro

Contatos: [email protected] |

(11) 5081-7718/ 96740-4910 (WhatsApp)Site: expansaoeventos.com.br

31/08 e 01/09

SIITTRAL 2018 — V Simpósio Internacional de Inovações Tecnológicas no

Tratamento de Lesões

Rio de Janeiro/RJ — Sheraton Rio Hotel

& Resort

Contatos: (11) 3831-6382/ 3836-0593

Site: siittralrj.com.br

S E T E M B R O

6 a 9 73º Congresso

da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Curitiba/PR — Expo Unimed/Campus da Universidade Positivo

Contatos: [email protected] | (21) 2253-6747/(11) 2147-8151 (SBD)

Site: sbd.org.br/dermato2018

20 a 22

15º Congresso Brasileiro da Associação Brasileira

de Flebologia e Linfologia/7º BIMEP — Brazilian International Meeting

of Phlebology

São Paulo/SP — Sheraton São Paulo

WTC Hotel

Contatos: [email protected] | (11) 3849-0379/3849-8263

Site: congressoabfl.com.br

20 a 2310º Congresso Internacional de

Fisioterapia

Fortaleza/CE — Centro de Eventos

do CearáSite: sbf.org.br/10cif

AGENDA

1080 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1080

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Referências Bibliográficas: 1. Torra i Bou JE, Paggi B. La colagenasa y el tejido desvitalizado en el contexto de la preparación del lecho de la herida. Revista ROL Enf 2013;36(2):109-14. 2. Falanga V. Wound bed preparation and the role of enzymes: a case for multiple actions of therapeutic agents. Wounds 2002;14(2):47-57. 3. Alipour H, Raz A, Zakeri S, Djadid ND. Therapeutic applications of collagenase (metalloproteases): A review. Asian Pac J Trop Biomed 2016;6(11):975-81. 4. Varma AO, Bugatch E, German FM. Debridement of dermal ulcers with collagenase. Surg Gynecol Obstet. 1973;136(2):281-2. 5. McCallon SK, Weir D, Lantis JC 2nd. Optimizing wound bed preparation with collagenase enzymatic debridement. J Am Coll Clin Wound Spec. 2015;6(1-2):14-23. 6. Waycaster CR, Gilligan AM, Milne CT. Pressure ulcer treatment in a long-term care setting: wound bed healing with clostridial collagenase ointment versus hydrogel dressing. Chronic W Care Manag Res.2014;1:49-56.

CONTRAINDICAÇÃO: HIPERSENSIBILIDADE AOS COMPONENTES DA FORMULAÇÃO. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: KOLLAGENASE NÃO DEVE SER UTILIZADA COM ANTISSÉPTICOS.Kollagenase colagenase – pomada dermatológica 0,6 U/g, USO TÓPICO. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. INDICAÇÕES: Como desbridante enzimático para o tratamento de lesões da pele em que é indicado o desbridamento em feridas, úlceras e lesões necróticas em geral; gangrenas de extremidade; lesões por congelamento; condições associadas à difícil cicatrização; queimaduras; previamente ao transplante de pele. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade à colagenase ou a qualquer outro componente da formulação. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES: Se não houver melhora após 14 dias, consultar seu médico. CRISTÁLIA - Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. - Farm. Resp.: Dr. José Carlos Módolo - CRF-SP nº 10.446 - Rodovia Itapira- Lindóia, km14, Itapira-SP - CNPJ Nº 44.734.671/0001-51 - Indústria Brasileira - SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente): 0800 7011918 – nº do Lote, Data de Fabricação e Prazo de Validade: Vide Bisnaga/Caixa. CLASSIFICAÇÃO: VENDA LIVRE - Reg. MS nº 1.0298.0431. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

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1082 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1082-1083

Colagenase é tema central de programa de educação continuadaCurso oferecido pelo fabricante de Kollagenase — fármaco que tem como base a enzima colagenase — ajuda profissionais de saúde a entenderem seus mecanismos de ação e a buscarem melhores resultados no tratamento de feridas

Por Ana Cappellano | Fotos: ilustrativas/CanStockPhoto

As instituições educacionais são, sem dúvida, espaço pri-meiro para a formação aca-

dêmica e profissional contínua na Saúde. Mas para quem busca atu-alização e treinamento específico com o que há de mais recente em dispositivos, equipamentos, tecno-logias e medicamentos, a indústria também pode ser fonte importante de conhecimento.

Atentas a isso, e interessadas no melhor aproveitamento do que desenvolvem e oferecem ao mer-cado, muitas empresas do setor

médico-hospitalar investem em ini-ciativas de educação, promovendo o aperfeiçoamento no uso de seus produtos e se tornando referência entre os profissionais da área como alternativas eficazes na busca de aprimoramento técnico.

O Laboratório Cristália, fabri-cante da Kollagenase, por exem-plo, ao identificar que a adesão ao medicamento tem potencial para crescer ainda mais nas rotinas de cuidado e nos protocolos de atendi-mento no campo de feridas, pensou em reapresentar o produto ao seu

público-alvo com uma abordagem mais proveitosa e diferenciada, por meio de um programa de educa-ção continuada.

“O que observamos atualmente é um desconhecimento, por parte dos profissionais de saúde, de algumas características importantes da cola-genase, como a seletividade. Isto faz com que, embora de uso bastante disseminado, a enzima não esteja presente de forma mais ampla em protocolos de tratamento”, comentou Dr. Jorge Afiune, diretor médico do Cristália, em reportagem publicada

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MARKETING

no início do ano pela Revista Feridas (edição março/abril).

Adesão bem-informadaPartindo dessa percepção, o

Cristália desenvolveu um projeto educacional voltado a médicos e enfermeiros com o título “Como tratar feridas com Kollagenase”, que conta com uma grade de aulas on-line gratuitas (em kollagenase.com.br), ministradas ao vivo pela internet por especialistas de renome e com experiência no uso do fárma-co em diferentes contextos do tra-tamento das lesões de pele. Após as transmissões, os encontros são disponibilizados no portal do curso.

Neste ano, são três módulos mo-derados por Dr. Adriano Antonio Mehl, que, entre outros, é médico responsável pelo Núcleo de Pes-quisa, Prevenção e Tratamento de Feridas e Pé Diabético do Centro Médico Plunes e pela Comissão de Integridade da Pele do Hospital Santa Cruz, e membro da Europe-an Wound Management Associa-tion (EWMA), da Association for the Advancement of Wound Care (AAWC) e da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

O primeiro módulo, “O uso de colagenase em queimaduras”, com Dr. Luiz Philipe Molina vana, médico especialista em Cirurgia Plástica e atual presidente da Socie-dade Brasileira de Queimaduras (SBQ), foi ao ar em junho. Em julho, Dr. Dimas André Milcheski, médi-co e cirurgião plástico e de mão no Hospital das Clínicas da Faculda-de de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) e, entre outros, membro da Sociedade Bra-sileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Sociedade Brasileira de Cirur-gia da Mão (SBCM) e da Socie-

dade Brasileira de Microcirurgia Reconstrutiva (SBMR), falou sobre “O uso de colagenase em cicatriz cirúrgica no pós-operatório”.

Em setembro, a Profª. Dra. Lu-ciana Patricia Fernandes Abbade, professora assistente e doutora do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Me-dicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FMB-UNESP), e docente per-manente da Pós-Graduação em En-fermagem da FMB-UNESP, ministra o terceiro módulo, sobre “Aborda-gem baseada em evidências para feridas agudas pós-operatórias, queimaduras leves e feridas pós--reações medicamentosas graves”.

Aprendizado e oportunidade “Como tratar feridas com Kolla-

genase” tem a aprovação da Co-missão Nacional de Acreditação (CNA) e oferece créditos para a aquisição do Certificado de Atu-alização Profissional (CAP) — em Dermatologia, Clínica Médica, Ci-rurgia Plástica e Cirurgia Vascular — a quem alcançar 70% ou mais de aproveitamento nos testes apre-sentados nos três módulos.

O curso é uma oportunidade acessível para ampliar os conheci-mentos sobre o uso da colagena-se, somar informação atualizada e de qualidade à prática clínica e aperfeiçoar a atuação no cuidado de feridas.

Kollagenase para queimadurasO primeiro módulo de “Como tratar

feridas com Kollagenase”, “O uso de colagenase em queimaduras”, foi conduzido por Dr. Luiz Philipe Molina Vana, que utiliza o produto com sucesso nos tratamentos de seus pacientes. “Utilizo nas queimaduras de segundo grau superficial e em feridas que precisam de ajuda no desbridamento”, esclarece Dr. Luiz Philipe.

Segundo o médico, Kollagenase deve ser recomendada para queimaduras mais superficiais. “É um produto eficaz que, como qualquer produto, deve ser utilizado adequadamente, caso contrário, os resultados não serão adequados”, destaca. Ele explica que o fármaco atua ajudando no processo de desbridamento de tecidos desvitalizados superficiais e criando um meio propício à epitelização.

vANTAGENSA aplicação considerada simples e indolor e o baixo custo de aquisição

são apontados pelo cirurgião como alguns dos benefícios da adoção de Kollagenase nos cuidados a pacientes com queimaduras.

O medicamento vem sendo utilizado neste tipo de atendimento desde que chegou ao mercado e já faz parte de alguns protocolos. “Existem diversos protocolos, alguns incluem a colagenase. Penso que é um bom produto e que possa ser incorporada nos protocolos”, comenta Dr. Luiz Philipe. “É um produto barato, simples de ser utilizado e eficaz”, resume o especialista.

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ARTIGO TraTamenTo de úlcera venosa • Méllo DC.Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso

Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso

ResumoAs úlceras de extremidade inferiores são um desafio para a saúde públi-ca mundial, 75% destas correspondendo às úlceras venosas. A úlcera venosa está associada à disfunção da bomba muscular da panturrilha, dificultando o retorno do sangue venoso, o que leva à hipertensão de membros inferiores. O tratamento padrão ouro para este tipo de lesão é a terapia compressiva. A terapia fotodinâmica (PDT) é uma terapêutica utilizada no controle antimicrobiano. Pode-se dizer que a PDT age com-binando fotossensibilizador, luz (laser baixa intensidade) emitindo um determinado comprimento de onda e a presença de oxigênio molecular

que levará à morte do microrganismo. Este trabalho refere-se a um relato de caso clínico observacional que tem por objetivo relatar a evolução e o prognóstico do tratamento de uma úlcera venosa com laser e PDT. Segue as normas do sistema CEP/CONEP. O caso em questão refere-se a um paciente que so-freu um trauma na região maleolar lateral do MIE, o que gerou um abcesso e, consequentemente, uma lesão. Foi realizado um procedimento cirúrgico para retirada do abcesso que, no pós-operatório me-diato, apresentou deiscência. Foi iniciada terapia compressiva inelástica com espuma de poliuretano com prata e aplicação de laser baixa intensidade e PDT semanalmente. A lesão, em 03/04/2017, apresentava 9 x 3,8 cm (A x L), com apresentação de esfacelo e exsudato seroso abundante. Durante o tratamento, detectou-se em exame de imagem um moderado derrame articular associado a sinovite. O uso contínuo do laser e da PDT cessou o derrame articular, acelerando o fechamento da lesão. Descritores: Enfermagem; laserterapia; fototerapia dinâmica (PDT); feridas; insuficiência venosa.

AbstractLower extremity ulcers pose a challenge to global public health, 75% of these corresponding to venous ulcers. Venous ulcer is associated with dysfunction of the calf muscle pump, making it difficult to return venous blood, which leads to lower limb hypertension. The gold standard treatment for this type of injury is compressive therapy. Photodynamic therapy (PDT) is a therapy used in antimicrobial control. It can be said that PDT acts by combining photosensitizer, light (low intensity laser) emitting a certain wavelength

Dominique Cavalcanti MélloMestre em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Enfermeirana Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro — Cap 2.1 Equipe DAPS (Rio de Janeiro/RJ).

Venous ulcer treatment with inelastic compression associated with lasertherapy and photody-namic therapy: case report

Tratamiento de úlcera venosa con compresión inelástica asociada a laserterapia y fototerapia dinámica: relato de caso

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ARTIGO • TraTamenTo de úlcera venosaMéllo DC. Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso

and the presence of molecular oxygen that will lead to death of the microorganism. This paper refers to an observational clinical case report, which aims to report the evolution and prognosis of the treatment of a venous ulcer with laser and PDT. It follows the rules of the CEP/CONEP system. The case in question refers to a patient who suffered a trauma in the lateral malleolar region of the MIE which generated an abscess and, consequently, an injury. A surgical procedure was performed to remove the abscess which, in the postoperative period, presented a dehiscence. Inelastic compression therapy with polyurethane foam with silver and low intensity laser application and PDT weekly was initiated. On 04/3/2017, the lesion had 9 x 3.8 cm (H x W), with the presence of sphagnum and abundant serous exudate. During treatment, a moderate joint effusion associated with synovitis was detected on imaging. Continuous use of the laser and PDT ceased the joint effusion, accelerating the lesion closure.Descriptors: Nursing; laser therapy; photodynamic therapy (PDT); wounds; venous insufficiency.

ResumenLas úlceras de extremo inferior son un desafío para la salud pública mundial. El 75% de estas corres-ponden a las úlceras venosas. La úlcera venosa está asociada a la disfunción de la bomba muscular de la pantorrilla, dificultando el retorno de la sangre venosa, lo que lleva a la hipertensión de miembros inferiores. El tratamiento estándar de oro para este tipo de lesión es la terapia compresiva. La fototera-pia dinámica (PDT) es una terapéutica utilizada en el control antimicrobiano. Se puede decir que la PDT actúa combinando fotosensibilizante, luz (láser baja intensidad) emitiendo una determinada longitud de onda y la presencia de oxígeno molecular que llevará la muerte del microorganismo. Este trabajo se refiere a un relato de caso clínico observacional que tiene por objetivo relatar la evolución y pronóstico del tratamiento de una úlcera venosa con láser y PDT. Sigue las normas del sistema CEP/CONEP. El caso en cuestión se refiere a un paciente que sufrió un trauma en la región maleolar lateral del MIE, lo que generó un absceso y, consecuentemente, una lesión. Se realizó un procedimiento quirúrgico para retirar el absceso que, en el postoperatorio mediato, presentó dehiscencia. Se inició terapia compresi-va inelástica con espuma de poliuretano con plata y aplicación de láser baja intensidad y PDT sema-nalmente. La lesión, en 03/04/2017, presentaba 9 x 3,8 cm (alto x ancho), con presentación de esfacelo y exudado seroso abundante. Durante el tratamiento, se detectó en un examen de imagen un moderado derrame articular asociado a sinovitis. El uso continuo del láser y de la PDT cesó el derrame articular, acelerando el cierre de la lesión.Descriptores: Enfermería; laserterapia; fototerapia dinámica (PDT); heridas; insuficiencia venosa.

RECEBIDO: 11/07/2018 | APROVADO: 11/07/2018

Introdução

As úlceras de extremidade inferiores são um desafio para a saúde pública mun-

dial, 75% destas correspondendo às úlceras venosas.1 A úlcera ve-nosa está associada à disfunção da bomba muscular da panturrilha, dificultando o retorno do sangue venoso, o que leva à hipertensão de membros inferiores. O tratamen-to “padrão ouro” para este tipo de

lesão é a terapia compressiva. A fototerapia dinâmica (PDT) é uma terapêutica utilizada no controle antimicrobiano. Pode-se dizer que a PDT age combinando fotossensi-bilizador, luz (laser baixa intensida-de) emitindo um determinado com-primento de onda e a presença de oxigênio molecular que levará à morte do microrganismo.

Este estudo originou-se a partir do caso de uma lesão em malé-

olo lateral esquerdo ocasionada por um trauma, em cliente de ses-senta e nove anos de idade, ta-bagista, com insuficiência venosa leve, sem qualquer outra comor-bidade. A lesão ficou aberta por quase um ano, até a realização de uma intervenção cirúrgica na tentativa de redução do absces-so que se desenvolveu após uma punção do líquido formado próxi-mo à cápsula sinovial.

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ARTIGO TraTamenTo de úlcera venosa • Méllo DC.Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso

O paciente apresentava uma in-suficiência venosa de leve a mode-rada, o que dificulta a cicatrização. A insuficiência venosa “atinge 20% da população adulta em países ocidentais, com 3,6% de casos de úlcera ativa ou cicatrizada na popu-lação adulta; é, segundo dados ofi-ciais no Brasil, a 14ª causa de afas-tamento temporário do trabalho.”¹

O tratamento para insuficiên-cia venosa crônica com úlcera ati-va é o uso de compressão elástica ou inelástica.¹

O Laser de Baixa Potência ou Intensidade (LBP ou LBI) tem tido grande uso pela enfermagem de-vido ao seu efeito biomodulador, que auxilia na reparação tecidual, assim como também tem ação bio-inibitória de processos infecciosos em feridas crônicas.²

A fototerapia dinâmica (PDT)* é uma modalidade terapêutica em que se utiliza o laser vermelho e azul de metileno no tratamento al-ternativo de neoplasias e no con-trole antimicrobiano de processos dermatológicos. É uma técnica secular baseada na interação da luz visível com um agente fotossen-sibilizador ou corante e oxigênio tecidual. Esta associação gera um estresse oxidativo, sendo capaz de inviabilizar células ou micror-ganismos, uma vez que estes te-nham sido corados com o agente. Podendo ser utilizado para fins de descontaminação de feridas, o agente fotossensibilizador utiliza-do é o azul de metileno (AM).³

Apesar de ser considerada de médio custo devido ao valor de aquisição do aparelho, a técnica torna-se de custo acessível pela aquisição do fotossensibilizador (azul de metileno), além de ser al-tamente eficaz no controle antimi-

crobiano. No aspecto social, ela vai minimizar os efeitos colaterais dos antibióticos no paciente porta-dor de lesão com infecção.

A fototerapia dinâmica (PDT) tem relevância devido à possibilida-

de de ser utilizada como tratamento de infecções em feridas sem uso de antibioticoterapia. E também por ser uma inovação tecnológica no cuidado de feridas.

Os estudos sobre a fototerapia dinâmica (PDT) tiveram início no sé-culo XX, em Munique, quando um estudante de medicina e seu orien-tador, o professor Hermann von Tappeiner, observaram os efeitos decorrentes da fotossensibilização em protozoários (paramecium)². Foram observadas alterações no tempo de vida do protozoário em eventos semelhantes, mas com al-teração climática como diferença, o que os alertou da possibilidade de a luz ter algum efeito no tempo de vida destes seres.²

Esta pesquisa tem os seguin-tes objetivos:4 relatar a evolução e prognóstico do tratamento de uma úlcera venosa com lasertera-pia e fototerapia dinâmica (PDT), favorecer a cicatrização total da lesão e controlar a infecção.

*Definição de termos: 1) Fototerapia dinâmica (PDT) — Modalidade terapêutica em-pregada no tratamento alternati-vo de neoplasias e no controle antimicrobiano de processos dermatológicos.³

Quadro 1. Área x Data do tratamento de lesão.

2017CM2 x DATA

CM2

DATA

Apesar de ser considerada de médio custo devido

ao valor de aquisição do aparelho, a técnica torna-se

de custo acessível pela aquisição do fotossensibilizador (azul de metileno)

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ARTIGO • TraTamenTo de úlcera venosaMéllo DC. Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso

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Foto 1. Sequência de fotos da evolução da lesão durante o tratamento.

MétodosO presente trabalho é um estudo de caso, definido por Yin como o desejo de “entender um fenômeno do mundo real e assumir que esse entendimento provavelmente en-globe importantes condições con-textuais pertinentes ao seu caso.”5

Refere-se a um relato de caso clínico observacional e tem por objetivo relatar a evolução e o

prognóstico do tratamento de uma úlcera venosa com laser e PDT, seguindo as normas do sistema CEP/CONEP e tendo colhido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do cliente em questão.

DiscussãoO cliente sofreu um trauma na região maleolar lateral do mem-bro inferior esquerdo e um pro-

cedimento de punção realizado por um ortopedista promoveu um abscesso. Após alguns meses, foi realizado um procedimento cirúrgico por outro cirurgião orto-pédico e, com dois dias de pós--operatório, houve deiscência da sutura cirúrgica. Vale ressaltar que o paciente realizou apenas antibioticoterapia padrão pós--operatória por 48h.

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1088 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1084-1088

ARTIGO TraTamenTo de úlcera venosa • Méllo DC.Tratamento de úlcera venosa com compressão inelástica associada à laserterapia e fototerapia dinâmica: relato de caso

Este paciente tem um histórico de insuficiência venosa leve, é tabagista há mais de cinquenta anos e não apresenta qualquer outra comorbidade.

O tratamento foi iniciado em 27 de março de 2017 com uso de cobertura de hidrofibra com prata, com troca de dois em dois dias, e

laser vermelho 2J/cm² e infraverme-lho 2J/cm², além de fototerapia di-nâmica (PDT) com 9J/cm² em azul de metileno, uma vez por semana, durante um período de aproxima-damente trinta dias, pois o cliente tinha uma viagem programada e não podia alterar a data.

Após esse período, quando o cliente retornou da viagem ao exte-rior, iniciou-se a compressão elásti-ca com sistema de dupla camada (Coban™ 2 Lite) durante dez sema-nas e, a seguir, o uso do sistema de compressão inelástica Circaid® e de espuma de poliuretano com prata, trocando duas vezes por se-mana, mantendo a aplicação do laser vermelho e infravermelho com 3J/cm² cada e a fototerapia dinâ-mica uma vez por semana, durante vinte e seis semanas.

A lesão após a deiscência dos pontos, em 3 de abril de 2017, estava com uma área de 34,2 cm² que evoluiu até 50 cm², em 05 de maio de 2017. A partir desta data, a lesão começou a diminuir de tamanho, conforme Quadro 1 e Foto 1.

Em 16 de maio de 2017, o ortopedista que acompanhava o caso solicitou uma ressonância magnética da área operada que teve como laudo uma “ulceração

da pele e do tecido celular subcu-tâneo do aspecto ântero-lateral do tornozelo esquerdo, com pertuito de extensão subtalar, onde se ob-serva moderado derrame articular associado a significativo espes-samento sinovial (sinovite), o qual oblitera a gordura do seio do tarso e determina erosões nas corticais apostas margeadas por acentua-do edema e hiperemia medulares, tanto no tálus quanto no calcâneo, que pode corresponder a osteíte reacional e/ou comprometimento do processo inflamatório/infeccio-so por contiguidade (osteomielite)” (Imagem 1).

Em 28 de setembro de 2017, foi realizado um exame-controle que refere “não mais identificar o trajeto fistuloso descrito no exame anterior” (Imagem 2).

ConclusãoA lesão evoluiu para fechamento to-tal com epitelização em seis meses, alertando para o fechamento da fís-tula sinovial, sem qualquer infecção durante o tratamento e sem uso de antibioticoterapia complementar.

Fatos estes que são corrobora-dos pelos estudos do uso do laser na qualidade da cicatrização e da fototerapia dinâmica na redução da carga bacteriana.

1. Castro e Silva M, Cabral ALS, Barros Jr. N et al. Diagnóstico e tratamento da doença venosa crônica. Normas de orientação clínica da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vas-cular (SBACV) [Internet]. J Vasc Bras. 2005;4(Suppl 2);S185-94. [cited 2011 Mar 10]. Disponível em: http://www.jvascbr.com.br/vol4_n4_supl2.pdf. Acessado em 19 de novembro de 2017.2. Chavantes MC (editora). Laser em bio-medicina: princípios e prática — Um guia para iniciantes, pesquisadores e discentes na área da saúde e exatas. São Paulo: Editora Atheneu, 2009.3. Lima TCG, Barcessat ARP. Estudo comparativo dos efeitos

da terapia fotodinâmica e da laserterapia no processo de cica-trização e reparo de úlceras induzidas em modelos de roedo-res. In: Brito AU, Dalmácio CEC, Simões HCGQ (Orgs.). Dis-ponível em: <http://www2.unifap.br/dpq/files/2017/03 /Livro-CSa%C3%BAde-finalizado.pdf#page=147>. Acessado em 07 de julho de 2017.4. Santos AR. Metodologia científica: a construção do conheci-mento. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.5. Yin RK. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradu-ção: Cristhian Matheus Herrera. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. 290p.

Referências

Imagem 1. Imagem da ressonância magnética em maio de 2017. Fonte: arquivo da pesquisa/fornecida pela autora.

Imagem 2. Imagem da ressonância magnética em setembro de 2017, no fim do tratamento. Fonte: arquivo da pesquisa/fornecida pela autora.

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2018; 06 (32) 1089-1095 • Revista Feridas | 1089

ARTIGO • CUSTOS NA SALA DE CURATIVOGomes MDA. Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

ResumoA autora e gestora da Unidade Básica de Saúde (UBS), na cidade do Rio de Janeiro/RJ, observou que, antes do advento da expansão da atenção primária à saúde, as unidades de saúde não possuíam um aten-dimento, acompanhamento e monitoramento dos pacientes portadores de feridas com qualidade e tecnologia de ponta. O indivíduo buscava as unidades de Saúde Pública com lesões em estágio avançado e com aumento do tempo de cronicidade, devido à dificuldade de acesso à unidade de Saúde e escassa oferta de atendimento especializado, com a falta de profissionais treinados e cobertura especial em uso adequado a cada necessidade das lesões, para atendimento oportuno, seguro e, também, isento de riscos, queixas e aumento de custos para gerentes de recursos públicos. O tema “custos unitários” foi de grande relevância, pois, ao realizar o levantamento do consumo mínimo do vestiário de uma UBS no primeiro trimestre de 2017, percebeu-se que o custo era de R$ 70.877,77 (reais), devido a dispendiosos gastos com insumos e falta de tempo para treinar profis-sionais. Foi usado um Plano Terapêutico, que é uma planilha compartilhada que serve para registrar e contabilizar cada consumo, por meio de uma lista nominal de pacientes com feridas. A coordenação da área do programa (seguindo um padrão exigido pela Secretaria Municipal de Saúde — SMS em relação ao Plano Terapêutico) realiza o acompanhamento mínimo desses materiais curativos, bem como dos registros de Enfermagem e do consumo mensal de cada item assim escolhido pelo profissio-nal, com o registro feito semanalmente, após o serviço de cada usuário. Considerou-se o número de pacientes tratados por feridas (crônicas ou não), sexo, comorbidades, tabagismo, amputações, tipo de lesão e motivos para alta, a fim de elaborar um plano de ação voltado à melhoria da conduta profis-sional bem como dos registros e da redução de desperdício e custo com cobertura especial. O Plano Terapêutico visa garantir o acompanhamento dos suprimentos dispensados a cada paciente. Contém o nome do paciente, a idade, o nome da equipe, local da lesão, tipo de úlcera e a característica

Marcele D’Albuquerque GomesEnfermeira Sanitarista pelo Centro Universitário Celso Lisboa (Rio de Janeiro/RJ). Enfermeira Dermatológica pela Universidade Estácio de Sá (Rio de Janeiro/RJ). Enfermeira de Saúde da Família na Clínica da Família (CF) Cypriano das Chagas Medeiros — CAP 3.3, da Prefeitura do Rio de Janeiro/Secretaria Municipal de Saúde — SMS (Rio de Janeiro/RJ).

How to control the costs in the healing room of the basic health unit (UBS), based on the monitoring of records?

Cómo controlar los costes en la sala de curativo de la unidad básica de salud (UBS), basado en el monitoreo de los registros?

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1090 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1089-1095

ARTIGO CUSTOS NA SALA DE CURATIVO • Gomes MDA. Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

da lesão, área circundante, exsudação/odor, o início do tratamento, as comorbidades associadas e coberturas utilizadas, com campo para descrever o tempo de uso da cobertura adotado, a razão para o intercâmbio, o profissional que fez avaliação, a quantidade de placas ou ml aproximado das capas especiais, com consumo mensal, e o tempo de tratamento. Mesmo com uma planilha completa como esta e com a necessidade de preenchimento pelo Enfermeiro na troca de curativo/avaliação de cada paciente, a equipe de Enfermagem da Unidade Básica de Saúde não conseguia administrar o gasto total dispensado para cada terapia dos 96 pacientes atendidos no primeiro trimestre de 2017 com cobertura especial. O estudo realizado na Unidade Básica de Saúde tem como objetivo descrever o trabalho realizado pela gerência da unidade com a equipe multidisciplinar.Descritores: custos; formação de profissionais; tratamento de feridas.

Abstract The author and manager of the Basic Health Unit (UBS), in the city of Rio de Janeiro/RJ, observed that, prior to the advent of expansion of primary health care, the health units did not have a service, follow-up and monitoring of patients with wounds with quality and state-of-the-art technology. The individual sought the Public Health units with lesions in an advanced stage and with increasing chronicity time, due to the difficulty of access to the Health unit and scarce supply of specialized care, with the lack of trained professionals and special coverage in appropriate use to each need of the injuries, for timely and safe care, also free of risks, grievances and cost increase for managers of public resources. The theme “unit costs” was of great relevance because, when performing the survey of minimum consumption of the dressing room of a UBS in the first quarter of 2017, it was noticed that the cost was R$ 70,877.77 (reais), due to costly expenses with inputs and lack of time to train professionals. The Therapeutic Plan, a shared worksheet which serves to record and account for each consumption, through a nominal list of patients with wounds, was used. The program area coordination (following a standard required by the SMS regarding the Therapeutic Plan) performs the minimum monitoring of these curative supplies, as well as of the Nursing records and the monthly consumption of each item so chosen by the professio-nal, with the record made weekly, after each user's service. The number of patients treated for wounds (chronic or not), gender, comorbidities, smoking, amputations, type of injury and reasons for discharge were considered in order to draw up a plan of action aimed at improving professional conduct as well as the records and reduction of waste and cost with special coverage. The Therapeutic Plan aims to ensure the monitoring of the supplies dispensed to each patient. It contains the patient's name, age, team name, injury site, ulcer type and characteristic of the lesion, surrounding area, exudate/odor, initiation of treatment, associated comorbidities and covers used, with field to describe the time of use of the coverage adopted, reason for the exchange, professional that made the evaluation, quantity of plates or approximate ml of the special covers, with monthly consumption, and time of treatment. Even with a complete spreadsheet like this one and the need of filling by the nurse in each patient's dressing/evaluation exchange, the Nursing team of the Basic Health Unit could not manage the total expenditure dispensed for each therapy of the 96 patients seen in the first quarter of 2017 using special coverage. The study carried out in the Basic Health Unit aims to describe the work performed by the management of the unit with the multidisciplinary team.Descriptors: costs; training of professionals; wound care.

ResumenLa autora y gerente de la Unidad Básica de Salud (UBS), en la ciudad de Río de Janeiro/RJ, observó que, antes del advenimiento de expansión de la Atención Primaria, las unidades de salud no tenían una atención, un seguimiento y monitoreo de los pacientes portadores de heridas con calidad y tecno-

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2018; 06 (32) 1089-1095 • Revista Feridas | 1091

ARTIGO • CUSTOS NA SALA DE CURATIVOGomes MDA. Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

logía de punta. El individuo buscaba las unidades de Salud Pública con lesiones en etapa avanzada y con tiempo de cronicidad cada vez mayor, debido a la dificultad de acceso a la unidad de Salud y oferta escasa de atención especializada, con carencia de profesionales capacitados y de coberturas especiales en uso adecuado a cada necesidad de las lesiones, para una atención en tiempo hábil y seguro, y, también, libre de riesgos, agravios y aumento de costo para los gestores de recursos públicos. El tema “costos de la unidad” fue de gran relevancia, pues, al realizar el levantamiento de consumo mínimo de la sala de curativo de una UBS en el primer trimestre de 2017, se percibió que el costo era de R$ 70.877,77 (reais), debido al gasto oneroso con insumos y falta de tiempo hábil para capacitar a profesionales. Se utilizó un Plan Terapéutico, que es una hoja de trabajo compartida que sirve para registrar y contabilizar cada consumo, a través de una lista nominal de los pacientes porta-dores de heridas. La coordinación del área del programa (siguiendo un patrón exigido por la SMS con respecto al Plan Terapéutico) realiza el monitoreo mínimo de esos materiales curativos, así como de los registros de Enfermería y del consumo mensual de cada ítem así escogido por el profesional, con el registro hecho semanalmente, después del servicio de cada usuario. Se tomaron en consideración la cantidad de pacientes que estaban en tratamiento de heridas (crónicas o no), sexo, comorbilidades, tabaquismo, amputaciones, tipo de lesión y los motivos del alta, para trazar un plan de acción orien-tado a mejorar la conducta profesional, así como los registros y la reducción de los desperdicios y del costo con la cobertura especial. El Plan Terapéutico pretende garantizar el monitoreo de los insumos dispensados a cada paciente, contiene nombre del paciente, edad, nombre del equipo, lugar de la lesión, tipo de úlcera y característica de la lesión, área circundante, exudado/olor, inicio del tratamien-to, comorbilidades asociadas y coberturas utilizadas, con campo para descripción del tiempo de uso de cobertura adoptada, motivo del cambio, profesional que hizo evaluación, cantidad de placas o ml aproximado de las coberturas especiales, con consumo mensual, y tiempo de tratamiento. Incluso con una planilla completa como esa y con necesidad de llenado por parte del enfermero, en cada cam-bio de curativo/evaluación del paciente, el equipo de Enfermería de la Unidad Básica de Salud no lograva gestionar el gasto total dispensado a cada terapia de los 96 pacientes atendidos en el primer trimestre de 2017 en uso de cobertura especial. El estudio realizado en la Unidad Básica de Salud pretende describir el trabajo realizado por la gerencia de la unidad con el equipo multidisciplinario.Descriptores: costes; formación de profesionales; tratamiento de heridas.

RECEBIDO: 20/07/2018 | APROVADO: 20/07/2018

Introdução

A autora e gerente da Uni-dade Básica de Saúde (UBS), na cidade do Rio

de Janeiro/RJ, observou que, antes do advento de expansão da Atenção Primária, as unida-des de Saúde não possuíam um atendimento, acompanhamento e monitoramento dos pacientes portadores de feridas com quali-dade e tecnologia de ponta. O indivíduo procurava as unidades de Saúde Pública com lesões em

estágio avançado e com tempo de cronicidade cada vez maior, devido à dificuldade de acesso à unidade de Saúde e oferta escas-sa de atendimento especializado, com carência de profissionais ca-pacitados e de coberturas espe-ciais em uso adequado a cada necessidade das lesões, para um atendimento em tempo hábil e se-guro, e, também, livre de riscos, agravos e aumento de custo para os gestores de recursos públicos.

O tema “custos da unidade”

foi de grande relevância, pois, ao realizar o levantamento de consu-mo mínimo da sala de curativo de uma UBS no primeiro trimestre de 2017, observou-se que o custo era de R$ 70.877,77 (reais), devido ao gasto oneroso com insumos e à falta de tempo hábil para capacitar profissionais. Utilizou-se um Plano Terapêutico, que é uma planilha compartilhada que serve para re-gistrar e contabilizar cada consu-mo por meio de lista nominal dos pacientes portadores de feridas.

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1092 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1089-1095

ARTIGO CUSTOS NA SALA DE CURATIVO • Gomes MDA. Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

A coordenação de área pro-gramática (seguindo um padrão exigido pela Secretaria Munici-pal de Saúde — SMS a respei-to do Plano Terapêutico) realiza o monitoramento mínimo desses insumos de curativos, bem como dos registros da Enfermagem e do consumo mensal de cada item assim escolhido pelo profissional, os registros sendo feitos sema-nalmente nessa planilha, após o atendimento de cada usuário.

Levou-se em consideração a quantidade de pacientes que es-tavam em tratamento de feridas (crônicas ou não), sexo, comorbi-dades, tabagismo, amputações, tipo de lesão e os motivos da alta, para traçar um plano de ação voltado a melhorar a con-duta profissional bem como os registros e a redução dos desper-dícios e do custo com a cobertu-ra especial.

O Plano Terapêutico visa ga-rantir o monitoramento dos insu-mos dispensados a cada pacien-te, contendo nome do paciente, idade, nome da equipe, local da lesão, tipo de úlcera e caracterís-tica da lesão, área circundante, exsudato/odor, início do trata-mento, comorbidades associadas e coberturas utilizadas, com cam-po para descrição do tempo de uso de cobertura adotada, moti-vo da troca, profissional que fez avaliação, quantidade de placas ou ml aproximado das coberturas especiais, com consumo mensal, e tempo de tratamento.

Mesmo com uma planilha completa como esta e com ne-cessidade de preenchimento por parte do Enfermeiro em cada tro-ca de curativo e avaliação do pa-ciente, a equipe de Enfermagem

da Unidade Básica de Saúde não conseguia gerenciar o gasto total dispensado a cada terapia dos 96 pacientes atendidos no primeiro trimestre de 2017 em uso de cobertura especial.

O estudo realizado na Unida-de Básica de Saúde visa descre-ver o trabalho realizado pela ge-rência da unidade com a equipe multidisciplinar.

MetodologiaEstudo observacional, com coleta de dados por meio da planilha institucional — Plano Terapêuti-co1 —, com período de análise de março de 2016 a março de 2017. Este período de análise foi o gatilho para a gerência desper-tar para o alto custo dispensado no tratamento de feridas da unida-de de saúde. Foi retirada dessa planilha institucional somente uma

Unidade Básica de Saúde, onde o estudo foi realizado.

O Apêndice visa demonstrar como a unidade estava em rela-ção a custo e consumo no período de março de 2016 a março de 2017. E a Matriz de Intervenção do modelo de avaliação AMAQ, instrumento usado pelo Ministério da Saúde2 (tabela abaixo), tem como objetivo demonstrar como as intervenções foram adotadas pela gerência e equipe para con-trolar os custos da unidade em relação ao curativo.

Este instrumento foi utilizado para nortear o processo de tra-balho da gestão junto à equipe para reduzir o custo no tratamen-to de feridas.

Resultados e discussãoLevou-se em consideração a quan-tidade de pacientes que estavam em tratamento de feridas (crônicas ou não), sexo, comorbidades, tabagismo, amputações, tipo de lesão e os motivos da alta para traçar um plano de ação voltado a melhorar a conduta profissional bem como os registros e a redu-ção dos desperdícios e do custo com a cobertura especial.

Através da análise dos regis-tros de cada paciente que cons-tava no Plano Terapêutico, com busca nos prontuários eletrônicos, observou-se que a equipe de Enfermagem não fazia a gestão adequada dos pacientes, com base no consumo e tempo de tra-tamento. Os registros em prontuá-rio eletrônico e no Plano Terapêu-tico apresentavam curativos que não tinham uma avaliação perió-dica pelo Enfermeiro (somente os técnicos estavam a par do que o paciente fazia uso).

A equipe trabalhava com uma cultura de

somente traçar a avaliação inicial

e monitorar apenas as intercorrências,

sem gestão de tempo e gastos durante esse tratamento

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2018; 06 (32) 1089-1095 • Revista Feridas | 1093

ARTIGO • CUSTOS NA SALA DE CURATIVOGomes MDA. Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

A equipe trabalhava com uma cultura de somente traçar a ava-liação inicial e monitorar apenas as intercorrências, sem gestão de tempo e gastos durante esse tratamento, o que se deve à fal-ta de visão do profissional, que vai desde a solicitação do insu-

mo até a avaliação do paciente, passando pelo controle da cober-tura adequada com menor custo para a lesão naquele estágio da ferida e necessitando da dispen-sação adequada da farmácia em relação ao controle do estoque/consumo pautado na descrição

do Plano Terapêutico.No total, foram analisados

169 pacientes no período de mar-ço de 2016 a março de 2017, alcançando alta de 49 pacientes, com análise dos motivos que leva-ram à alta, como óbito, cicatriza-ção, transferência e abandono.

ESTRATÉGIAS PARA ALCANçAR OS OBJETIVOS/METAS1 - Realizar capacitação com os Enfs. para sensibilizá-los do alto custo relacionado ao consumo de cura-tivos quando um paciente deixa de receber o devido monitoramento; 2 - Propiciar apresentações de casos clínicos de experiências exitosas entre os casos tratados pela equipe e discutir os casos de maior dificuldade.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS (DETALHAMENTO DA EXECUçãO)1 - Promover reflexão por parte da equipe, em que cada profissional realizará uma análise de custos x tempo médio de curativo e da eficácia do Plano Terapêutico (permitindo a análise de erros e acertos);2 - Encontros mensais para discussão da linha de cuidados com base nos registros de alta dos pacientes;3 - Capacitação e atualização dos Enfs..

RECURSOS NECESSÁRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES1 - Auditório com recurso audiovisual;2 - Profissional CAP e OS (relacionado à linha de cuidado, trazendo a visão do consumo geral da Unidade no período em análise);3 - Equipe de Enfermagem;4 - Gerente da ESF.

RESULTADOS ESPERADOS1 - Qualificar o preenchimento do Plano Terapêutico e a abordagem do paciente em relação ao custo/ terapia, baseado na adesão do paciente.

RESPONSÁVEIS1 - RT de Enf., Enfs. e técnicos, gerente da ESF.

PRAzOS1 - Um mês para levantamento dos casos de maior dificuldade no tratamento das lesões;2 - Mensal em reunião de Enf. para discussão das evoluções;3 - Trimestral para demonstração da redução dos gastos para cada equipe.

MECANISMOS E INDICADORES PARA AVALIAR O ALCANCE DOS RESULTADOS1 - Usar o Plano Terapêutico para acompanhar os registros bem como a evolução em prontuário, pois con-seguimos o detalhamento de gastos por paciente;2 - Acompanhar a dispensação dos insumos pela farmácia.

MATRIZ DE INTERVENÇÃO

Descrição do padrão: custos da Unidade. Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: controle de custos na sala de curativos.Objetivo/Meta: reduzir custos de insumos de curativos, longa permanência no tratamento de pa-cientes portadores de feridas e qualificar os registros em prontuário eletrônico e Plano Terapêutico.

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1094 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1089-1095

ARTIGO CUSTOS NA SALA DE CURATIVO • Gomes MDA. Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

ConclusãoO objetivo deste trabalho foi reali-zar uma assistência livre de danos ao paciente e um tratamento em tempo oportuno, com qualidade e conforto, garantindo uma atua-lização e um aprimoramento do conhecimento técnico da equipe de Enfermagem3.

Além de promover uma redu-ção no tempo de cronicidade (que prolonga o tempo de tratamento) e a reinserção social do paciente, é possível reduzir o custo mediante a escolha do insumo adequado ao tratamento, conforme a fase de evolução da ferida. Pois uma equipe treinada minimiza erros e promove a satisfação, o bem-estar e a segurança do paciente.

Com este trabalho, foi pos-sível dar alta a 82,81% dos pacientes que estavam em trata-mento prolongado há um ano na unidade.

1. Borges EL, Gomes FSL, Saar SRC. Custo comparativo no trata-mento de feridas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/re-ben/v52n2/v52n2a08.pdf>. Acessado em mar. 2017.2. Ministério da Saúde. Autoa-valiação para melhoria do aces-so e da qualidade da Atenção Básica. Disponível em: <http:// 189.28.128.100/dab/docs/geral/amaq.pdf>. Acessado em jan. 2017.3. Gaspar PJS, Costa RPP, Costa JEG, Fierro JMM, Rodrigues JO. Impacto da formação profissio-nal contínua nos custos do trata-mento das feridas crônicas. Dis-ponível em: <www.scielo.mec. pt/pdf/ref/vserI I In1/serI I In1 a06.pdf>. Acessado em 08 jul. 2017.

Referências

UNIDADE

MANOEL JOSÉ FERREIRA

Paciente169

% 20,69

Sexo

Masculino 80

% 47,34

Feminino 89

Tipo de úlcera

Vascular 83

Pé diabético 18

Lesão por pressão 18

Amputação 7

DM43

% 25,44

HAS81

% 47,93

HAS/DM33

% 19,53

Amputado13

% 7,69

DM/Amputado8

% 4,73

Tabagista12

% 7,10

Alta49

% 28,99

Motivo de alta

Óbito2

1,18

Cicatrização43

25,44

Abandono 4

2,37

Transferência0

0,00

Apêndice I. Análise do Plano Terapêutico da Unidade de refe-rência do estudo, de março de 2016 a março de 2017.

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2018; 06 (32) 1089-1095 • Revista Feridas | 1095

ARTIGO • CUSTOS NA SALA DE CURATIVOGomes MDA. Como controlar os custos na sala de curativo da Unidade Básica de Saúde (UBS), baseado no monitoramento dos registros?

COBERTURA / CONSUMO MÊS

CONSUMO MENSAL DE COBERTURAS EM 2017

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET TOTAL UNIT $TOTAL

Solução para irrigação base PHMB 350 ml (Prontosan) 14 8 15 8 6 11 8 12 8 90 82,85 7.456,5

Gel amorfo alginato tubo/90 ml (Saf Gel) 8 4 10 12 13 10 6 13 0 76 75 5.700

Gel amorfo à base de PHMB tubo/100 ml (Aquasept gel) 5 7 3 5 5 2 5 3 0 35 62,5 2.187,5

Filme transparente 15 x 10 cm 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 98 98

Protetor cutâneo creme bar-reira tubo/100 ml (Derma-mon Free)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 39,99 0

Alginato de cálcio 10 x 10 cm und. (Biatain Alginato) 42 12 17 25 36 28 35 38 27 260 42,8 11.128

Hidrofibra com prata 10 x 10 cm und. (Acquacel) 22 35 56 20 29 22 32 37 43 296 61 18.056

Membrana celulósica 10 x 16 cm und. (Membracel) 1 0 1 0 1 2 0 0 0 4 207,91 831,64

Gaze Rayon com AGE und.(Pielsana) 30 18 24 6 25 7 8 13 0 131 8,77 1.148,87

Carvão ativado com prata 10 x 10 cm und. (Actisorb) 78 71 96 34 31 52 69 44 62 537 42 22.554

Gaze algodão com PHMB Rolo und. (Kerlix) 28 14 18 13 30 25 22 37 30 217 57,73 12.527,41

Espuma de poliuretano com prata 10 x 10 cm und. (Biatain Ag)

18 16 19 26 26 42 36 45 50 278 753 209.334

Gaze rayon com petrolatum 7 x 15 cm und. (Adaptic) 19 11 9 6 3 7 5 4 12 76 6,4 486,4

Bandagem flexível de gaze branca com óxido de zinco und. (Bota de Unna)

0 0 4 1 0 0 7 13 10 25 58,84 1.471

TOTAL EM 3 TRIMESTRES 292.979,32

Apêndice II. Tabela mostra gasto anual da Unidade com insumo de curativo especial nos trimestres do estudo. Em 2017, foram dadas 74 altas.

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1096 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1096-1102

ARTIGO AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO • Oliveira PG; Castilho JC; Spindola DG; Oliveira CR.

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

ResumoO ácido hialurônico (AH) atua nas fases inflamatória, proliferativa e remodeladora da cicatrização, enquanto fatores de crescimen-to de fibroblasto (FGF) agem na regeneração cutânea. Recepto-res ativados de FGF fosforilam resíduos de tirosina que mediam vias de sinalização intracelular, tais como PI3K-AKT, e resultados ex vivo sugerem sua relevância sobre a cicatrização, assim como das vias de sinalização ERK e PI3K. O objetivo deste trabalho foi avaliar mecanismos de ação do AH sobre a fase proliferativa da cicatrização, investigando sua capacidade de induzir a prolifera-ção celular, de modular a expressão gênica dos FGF-7 e FGF-10 e atuar na sinalização das vias MEK/ERK e PI3K/AKT. Foram empregadas as técnicas de cultura celular, de azul de tripano, de brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil tetrazolium] (MTT) e de wound healing (WH). A expressão relativa dos genes FGF-7 e FGF-10 foi determinada pela reação em cadeia da polimerase quantitativa (qPCR) e a sinalização de MEK/ERK e PI3K/AKT ocorreu pela incorporação de seus anticorpos primários e secun-dários. Foram realizadas análises de 100.000 eventos em citô-metro de fluxo. Após tratamento com AH, foi verificado aumento significativo na proliferação das células e nas fases S-G2-M do ciclo celular. O AH 0,2% promoveu redução significativa da área da lesão, com taxas de migração celular de 74% no modelo de WH. Houve aumento significativo na expressão de mRNA

dos genes FGF-7 e FGF-10 (P<0.05). Foi observada a fosforilação de ERK1/2 e de MEK

Pedro Gonçalves de Oliveira Farmacêutico. Doutor em Fármacos e Medicamentos. Especialista em Gestão e Economia e em Saúde. Pesquisa e Desenvolvimento, TRB Pharma (Campinas/SP).

João Cezar Castilho Farmacêutico. Mestre em Farmacologia. Professor do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) — Cursos de Farmácia e Nutrição (Jaguariúna/SP). Pesquisa e Desenvolvimento, TRB Pharma (Campinas/SP).

Daniel Gonsales Spindola Enfermeiro. Mestre em Ciências da Saúde pela Unifesp — Universidade Federal de São Paulo (São Paulo/SP).

In vitro evaluation of the mechanism of action of hyaluronic acid on the proliferative phase of wound healing by cellular and molecular biology techniques

Evaluación in vitro del mecanismo de acción del acido hialurónico sobre la fase proliferativa de cicatrización de la herida por técnicas de biología celular y molecular

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2018; 06 (32) 1096-1102 • Revista Feridas | 1097

ARTIGO • AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICOOliveira PG; Castilho JC; Spindola DG; Oliveira CR.

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

em comparação ao controle em ambas concentrações (0,1% e 0,2%). PI3K e AKT não mostraram fosforilação significativa após exposição ao AH. O AH induziu a proliferação e migração de fibroblastos através da ativação da via de sinalização ERK e demonstrou capacidade de aumentar a expressão relativa de mRNA dos genes FGF-7 e FGF-10. Tais achados são compatí-veis com a aceleração do processo cicatricial por meio de inter-ferências positivas em suas fases proliferativa e remodeladora. Técnicas de biologia celular e molecular foram de grande valia para o esclarecimento dos mecanismos de ação do AH, tornan-do possíveis a melhor compreensão de seus efeitos terapêuticos e a identificação de novas perspectivas de uso. Descritores: ácido hialurônico; cicatrização; modelos in vitro; biologia celular; biologia molecular.

AbstractHyaluronic acid (HA) acts on the inflammatory, proliferative and remodeling phases of wound healing, whereas fibroblast growth factors (FGF) act on skin regeneration. Activated FGF receptors phosphorylate tyrosine residues that mediate intracellular signaling pathways, such as PI3K-AKT, and ex vivo results suggest their relevance on wound healing, as well as of ERK and PI3K signaling pathways. The aim of this work was to evaluate the mechanisms of action of HA on the proliferative phase of wound healing, investigating its capacity to induce cell proliferation, to modulate the gene expression of FGF-7 and FGF-10 and to act on MEK/ERK and PI3K/AKT. Cell culture, trypan blue, [3-(4,5-dimethylthiazol-2yl)-2,5-diphenyl tetrazolium bromide] bromide (MTT) and wound healing (WH) model techniques were used. The relative expression of the FGF-7 and FGF-10 genes was determined by the quantitative polymerase chain reaction (qPCR) and the signaling of MEK/ERK and PI3K/AKT occurred by incorpora-ting their primary and secondary antibodies. Analyzes of 100.000 events were performed on a flow cytometer. After HA treatment, a significant increase in cell proliferation and S-G2--M phases of the cell cycle was observed. The HA 0.2% promoted a significant reduction of the area of the lesion, with cellular migration rates of 74% in the WH model. There was a significant increase in mRNA expression of the FGF-7 and FGF-10 genes (P <0.05). ERK1/2 and MEK phosphorylation was observed in comparison to the control at both concentrations (0.1% and 0.2%). PI3K and AKT did not show significant phosphorylation after HA exposure. HA induced proliferation and migration of fibroblasts through the activation of the ERK signa-ling pathway and demonstrated the ability to increase the relative mRNA expression of the FGF-7 and FGF-10 genes. Such findings are compatible with the acceleration of the healing process through positive interferences in its proliferative and remodeling phases. Cellular and molecular biology techniques were valuable for clarifying the mechanisms of action of HA, making possible a better understanding of its therapeutic effects and the identification of new perspectives of use.Descriptors: hyaluronic acid; would healing; in vitro models; cell biology; molecular biology.

ResumenEl ácido hialurónico (AH) opera en la fase inflamatoria, proliferativa y remodeladora de la cicatrización, mientras que los factores de crecimiento de fibroblastos (FGF) actúan en la

Carlos Rocha OliveiraFarmacêutico. Doutor em Biotecnologia. Professor da Universidade Anhembi Morumbi/Instituto de Osmologia e Óleos Essenciais (São Paulo/SP).

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1098 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1096-1102

ARTIGO AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO • Oliveira PG; Castilho JC; Spindola DG; Oliveira CR.

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

regeneración de la piel. Los receptores activados de FGF fosforilan los residuos de tirosina que medían vías de señalización intracelular, tales como PI3K-AKT, y resultados ex vivo sugieren su relevancia sobre la cicatrización, así como de las vías de señalización ERK y PI3K. El objetivo de este trabajo fue evaluar mecanismos de acción del AH sobre la fase pro-liferativa de la cicatrización, investigando su capacidad de inducir la proliferación celular, de modular la expresión génica de los FGF-7 y FGF-10 y actuar en la señalización de las vías MEK/ERK y PI3K/AKT. Se emplearon las técnicas de cultivo celular, de azul de tripano, de bromuro de [3- (4,5-dimetiltiazol-2yl) -2,5-difenil tetrazolium] (MTT) y de wound healing (WH). La expresión relativa de los genes FGF-7 y FGF-10 fue determinada por la reacción en cadena de la polimerasa cuantitativa (qPCR) y la señalización de MEK/ERK y PI3K/AKT ocurrió por la incorporación de sus anticuerpos primarios y secundarios. Se realizaron aná-lisis de 100.000 eventos en citómetro de flujo. Después del tratamiento con AH, se verificó un aumento significativo en la proliferación de las células y en las fases S-G2-M del ciclo celular. El AH 0,2% promovió una reducción significativa del área de la lesión, con tasas de migración celular del 74% en el modelo de WH. Se observó un aumento significativo en la expresión de ARNm de los genes FGF-7 y FGF-10 (P<0.05). Se observó la fosforilación de ERK1/2 y de MEK en comparación con el control en ambas concentraciones (0,1% y 0,2%). PI3K y AKT no mostraron una fosforilación significativa después de la exposición al AH. El AH indujo la proliferación y migración de fibroblastos mediante la activación de la vía de señali-zación ERK y demostró capacidad de aumentar la expresión relativa del ARNm de los genes FGF-7 y FGF-10. Estos resultados son compatibles con la aceleración del proceso cicatricial por medio de interferencias positivas en sus fases proliferativa y remodeladora. Las técnicas de biología celular y molecular fueron de gran valor para la aclaración de los mecanismos de acción del AH, haciendo posibles la mejor comprensión de sus efectos terapéuticos y la identificación de nuevas perspectivas de uso.Descriptores: ácido hialurónico; cicatrizacíon de heridas; modelos in vitro; biología celular; biología molecular.

RECEBIDO: 24/07/2018 | APROVADO: 24/07/2018

Introdução

O ácido hialurônico de baixo peso molecular (AH) é proposto como

agente que atua nas três fases da reparação teciduall. A subs-tância tem demonstrado eficá-cia na cicatrização de feridas por meio de estudos envolven-do animais1 e seres humanos2-5. No mesmo sentido, tem sido empregada com base em seu efeito sobre fatores presentes nas três fases da cicatrização (inflamatória, proliferativa e re-modeladora)6.

Dentre os aspectos relacio-nados aos seus mecanismos de ação, destaca-se o estímulo à proliferação de fibroblastos, evidenciado na reepitelização do tecido lesionado e por re-sultados de estudos envolvendo cultura celular7. Fatores de cres-cimento de fibroblasto (FGF) apresentam efeitos potenciais na reparação e regeneração cutânea, consistindo em com-ponentes chaves nos processos de proliferação e diferenciação de uma grande variedade de células e tecidos. Neste caso,

estudos revelaram efeitos pro-missores no tratamento de fe-ridas8, tornando interessante avaliar os efeitos do AH sobre esses fatores.

A interação de FGF com os seus receptores de sinalização é regulada por cofatores de pro-teínas ou proteoglicanos e por proteínas de ligação extracelu-lar. Receptores ativados de FGF fosforilam resíduos de tirosina específicos que mediam a inte-ração com proteínas adaptado-ras citosólicas e vias de sinali-zação intracelular, como, por

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2018; 06 (32) 1096-1102 • Revista Feridas | 1099

ARTIGO • AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICOOliveira PG; Castilho JC; Spindola DG; Oliveira CR.

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

exemplo, PI3K-AKT.9 Além dis-so, as cascatas de sinalização Ras/Raf/MEK/ERK e PI3K/PTEN/AKT desempenham pa-péis críticos na transmissão de sinais de receptores de fatores de crescimento para regular a expressão gênica e prevenir a apoptose. Resultados obtidos em modelos ex vivo têm suge-rido a relevância desses fatores nos processos de cicatrização, na medida em que revelaram, por exemplo, que a inibição das vias ERK e PI3K em culturas de córneas porcinas prejudicou a reparação epitelial.10

Complementarmente, a ava-liação do envolvimento do AH na sinalização celular demons-trou que este composto pode interagir com os receptores CD44 e RHAMM, influencian-do a sobrevivência celular, motilidade celular e cicatriza-ção11,12. Neste caso, a ligação do AH ao RHAMM proporcio-na a transdução de sinais que influenciam o crescimento e o aumento da motilidade, como, por exemplo, a ativação de SRC quinase, FAK (quinase de adesão focal), ERK (proteína quinase regulada por sinal ex-tracelular) e PKC (proteína qui-nase C)11,13. Tais propriedades do complexo RHAMM-AH são relevantes para a reparação tecidual e os processos inflama-tórios12, fato destacado por estudos que demonstraram que o bloqueio desta via de sina-lização em culturas de células inibiu a capacidade de migra-ção celular14.

Além disso, a interação do AH com CD44 também pode regular a sinalização da família

ERBB (receptor do fator de cresci-mento epitelial), ativando, assim, a via de sinalização PI3K (fosfa-tidilinositol-3-quinase)-PKB/AKT (proteína quinase B) e fosforila-ção de FAK e BAD (antagonista de BCL2, associado à morte ce-lular), que estão envolvidas com a sobrevivência celular11.

Baseado no exposto, o ob-jetivo deste trabalho foi avaliar os prováveis mecanismos de ação do AH sobre a fase pro-liferativa da cicatrização cutâ-nea, investigando-se sua capa-cidade de induzir proliferação celular de fibroblastos dérmicos humanos, assim como seus efei-tos na modulação da expressão gênica dos FGF-7 e FGF-10 e na sinalização das vias MEK/ERK e PI3K/AKT.

Materiais e métodosREAGENTESO reagente 3-(4,5-Dimethylthia-zol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium Bromide (MTT) foi adquirido da Sigma Chemical Co. (St. Louis, MO, USA). Os anticorpos pri-mários MEK, ERK, PI3K e AKT, além do anticorpo monoclonal conjugado com Alexa Fluor 488 foram adquiridos na Santa Cruz Biotechnology, Inc. (Santa Cruz, CA, USA). O AH foi gentilmente cedido pela TRB Pharma Indústria Química e Farmacêutica Ltda.

CULTURA CELULAROs fibroblastos CCD-1072Sk (ATCC® CRL2088TM) foram cultivados em meio ISCOVE'S com 10% de soro fetal de bovi-no, 0,292 g/L de L-glutamina, 1,0 g/L de D-glucose, 2,2 g/L de NaHCO3, 10 000 UI de pe-nicilina e 0,060 g/L de estrep-tomicina. As células foram man-tidas em frascos de 25 cm2 (1 x 105 células/mL), em incubadora umidificada a 37ºC com atmos-fera de 5% de CO2.

Em todos os ensaios, as cultu-ras de fibroblastos foram subme-tidas a ensaios de viabilidade celular utilizando corante azul de tripano, e as leituras foram realizadas em câmara hemocito-métrica sob microscopia óptica. Todos os ensaios foram realiza-dos quando a viabilidade celu-lar era igual ou superior a 95%.

ENSAIO DE REDUçãO DO MTTAs células foram semeadas a uma densidade de 5 × 104 cé-lulas/poço e tratadas com di-ferentes concentrações de AH (0,1% - 1,0%) por 24 horas. Em seguida, 10 mL de uma solução

Quando submetida ao

teste de WH, a exposição a 0,2% de AH promoveu

redução significativa da área da lesão,

com taxas de migração celular

de 74%

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1100 | Revista Feridas • 2018; 06 (32) 1096-1102

ARTIGO AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO • Oliveira PG; Castilho JC; Spindola DG; Oliveira CR.

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

MTT 5 mg/mL foram adiciona-dos a cada poço. Após 4 ho-ras, as amostras foram reincuba-das com 100 µL de solução de dodecil sulfato de sódio (SDS) [10%] por 12 horas e, em segui-da, a densidade óptica foi me-dida em um leitor de bancada multimodo FlexStation® 3 (Mo-lecular Devices, CA, EUA) em 540 nm.

ENSAIO DE INCORPORAçãO DO IODETO DE PROPíDEO Foram realizados ensaios de incorporação do iodeto de pro-pídeo para avaliação da fra-ção celular que se encontra em fase S/G2/M do ciclo celular, através de citometria de fluxo. As células foram semeadas em placas de 24 poços (densidade inicial em células/poço de 2 x 105) e a elas foi adicionada a solução fluorocrômica hipotôni-ca (HFS – 0,1% p/v de citrato de sódio trissódico, 0,5% p/v de Triton-X 100 e 50 µg/mL de iodeto de propídeo). Após perí-odo de incubação de 4h, a 4ºC e ao abrigo da luz, as células e o sobrenadante foram recolhi-dos e analisados.

Foram utilizados o citômetro de fluxo FACScan e o progra-ma CELLQuest, e os dados ob-tidos, considerando-se 20.000 eventos por análise em cada ensaio, foram analisados no programa WinMDI 2.8. O en-saio foi realizado com o grupo controle (sem tratamento e pri-vado de soro fetal bovino) e so-lução de 0,2% de AH.

WOUND HEALING Os fibroblastos foram cultivados em placas de 6 poços e cultiva-

dos como descrito acima até a observação de uma monocama-da confluente. As monocamadas de células foram cuidadosamen-te "cortadas" com uma ponta de pipeta estéril e lavadas com so-lução salina e PBS para remover células soltas e detritos.

Em seguida, as células fo-ram incubadas a 37°C com meio de cultura sem soro fetal bovino (privação de nutrientes) e com 0,2% de AH de baixo peso molecular.

Pontos de referência pró-ximos à “fenda” foram demar-cados para garantir a mesma área de aquisição de imagem. As imagens foram obtidas em diferentes momentos, utilizando--se uma câmera digital acopla-da ao microscópio, e a porcen-tagem de fechamento da ferida foi calculada utilizando-se o IMAGEJ (NIH, EUA).

VIAS DE SINALIzAçãO CELULAR MEK/ERK E PI3K/AKT EM FIBRO-BLASTOSA fosforilação de proteínas é um processo dinâmico controlado pe-las atividades enzimáticas de qui-nases e fosfatases. Para inibir estes processos rapidamente, a fixação foi feita adicionando BD FACSTM Lysing Solution. Após a fixação, as células foram sedimentadas por centrifugação e a permeabi-lização celular foi realizada por utilização de uma solução de sa-ponina para análise de proteínas citoplasmáticas e solução Triton X-100 para proteínas nucleares.

Após fixação e permeabi-lização, as amostras foram la-vadas uma vez com PBS e pro-cessadas para marcação de anticorpos. Prepararam-se dilui-ções de anticorpos utilizando-se PBS com BSA e azida de sódio, com concentrações de anticor-po primário de acordo com as instruções do fabricante.

As amostras foram incubadas durante 2 horas à temperatura ambiente para marcação. Em seguida, as amostras foram lava-das e incubadas com o anticor-po secundário por 45 minutos, também à temperatura ambien-te. Após a marcação com os anticorpos primário e secundá-rio, as amostras foram lidas em 100.000 eventos em um citôme-tro de fluxo BD AccuriTM C6.

REAL-TIME PCR (QPCR)O RNA total foi extraído dos fibro-blastos e convertido em cDNA utili-zando-se um kit SuperScript® III RT (Invitrogen, CA). A análise qPCR foi realizada em reações de 10 μL com SYBR GREEN PCR Master Mix e analisada em equipamento

PI3K e AKT (...) não mostraram

fosforilação significativa após exposição ao AH

de baixo peso molecular

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2018; 06 (32) 1096-1102 • Revista Feridas | 1101

ARTIGO • AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICOOliveira PG; Castilho JC; Spindola DG; Oliveira CR.

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

StepOnePlusTM Real-Time PCR ins-trument (Invitrogen, CA).

Curvas-padrão relativas foram geradas por diluições em série e todas as amostras foram reali-zadas em triplicatas. Os primers utilizados foram: FGF-7 forward; FGF-7 reverse e FGF-10 forward; FGF-10 reverse. A reação de PCR foi realizada nas seguintes condi-ções: 50˚C (2 min), 95˚C (10 min) e 40 ciclos de 95˚C (15 s) e 55˚C (1 min). GAPDH foi usado como um gene de controle.

ANÁLISE ESTATíSTICAOs resultados foram apresentados como média ± EPM (erro padrão da média). Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente por meio de análise de variância one-way (ANOVA), seguida do teste de Tukey a posteriori.

As semiquantificações foram analisadas usando-se o Teste t de Student. Valores de p < 0,05 foram considerados significati-vamente diferentes. As análises foram realizadas usando o Gra-phPad Prism versão 5.0 (Gra-phPad Software Inc., CA, EUA).

ResultadosApós tratamento com AH, foi ve-rificado aumento significativo na proliferação das células e nas fases S-G2-M do ciclo celular (Figura 1). Quando submetida ao teste de WH, a exposição a 0,2% de AH promoveu redução significativa da área da lesão, com taxas de migração celular de 74% (Figura 2).

Foi evidenciado aumento sig-nificativo na expressão de mRNA dos genes FGF-7 e FGF-10 (P < 0.05) nas concentrações testa-das, quando comparado aos

fibroblastos-controle (sem trata-mento). (Figura 3)

Na interação entre vias de sobrevivência celular (PI3K/AKT) e vias de sinalização mitogênica (Ras/MAPK) após tratamento dos

fibroblastos com AH de baixo peso molecular (0,1% e 0,2%), foi observada fosforilação de ERK1/2 bem como grande fos-forilação de MEK em compara-ção com o controle não tratado

150

100

A

Via

bilid

ade

celu

lar

(%)

50

50CLT 0,1% 0,2% 0,3% 0,4% 0,5% 0,6% 0,7% 0,8% 0,9% 1,0%

Azul de TripanoMTT

*

*

*

20

40

50

80

100

00

B

S-G

2-M

(%)

Controle 0,2% AH PI

C

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0

200

400

600

101100 102 103 104

S-G2-M24,6

Controle

0

200

400

600

101100 102 103 104

S-G2-M36,6

0,2% AH

Figura 1. (A) Percentual de viabilidade celular após 24 horas de exposição a diferentes concentrações de AH de baixo peso molecular, através das técnicas de azul de tripano e MTT. (*) P < 0,05, significativo em relação ao controle, ANOVA, Tukey. (B) Percentual de células em fase S-G2-M obtidas após exposição por 24 horas a 0,2% de AH de baixo peso molecular sobre linhagem de fibroblastos. (*) P < 0,05, significativo em relação ao controle, Teste t de Student. (C) Histogramas representativos da população em fases S-G2-M do ciclo celular dos grupos-controle e tratados com 0,2% de AH, respectivamente. Ensaios realizados em triplicata. GraphPad Prism V.5.0. FlowJo v10.0

Figura 3. Expressão relativa dos níveis de mRNA de FGF-7 e FGF-10 em linhagem de fibroblastos humanos por RT-PCR quantitativo. As células foram tratadas com 0,1% (A) e 0,2% (B) de AH por 12h. As barras representam o alcance da expressão relativa. (*) P < 0.05 e (**) P < 0.01 quando comparados ao controle interno GAPDH. ANOVA, Tukey, GraphPad Prism v5.0.

80

100

60

40

A

Áre

a da

lesã

o (%

)

20

00 12

T (horas)

24

0,2% AHCLT

*

0h 12h 24hB

Con

trole

0,2%

Figura 2. (A) Percentual da área lesionada em relação aos tempos de tratamento (0, 12 e 24 horas) e (B) respectivas imagens representativas. Resultado obtido após exposição a 0,2% de AH de baixo peso molecular sobre linhagem de fibroblastos. (*) P < 0,05, significativo em relação ao controle, Teste t de Student. Ensaio realizado em triplicata. GraphPad Prism V.5.0. IMAGEJ (NIH, EUA).

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ARTIGO AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO • Oliveira PG; Castilho JC; Spindola DG; Oliveira CR.

Avaliação in vitro do mecanismo de ação do ácido hialurônico sobre a fase proliferativa da cicatrização empregando-se técnicas de biologia celular e molecular

(Figura 4). PI3K e AKT, no entan-to, não mostraram fosforilação significativa após exposição ao AH de baixo peso molecular. (Figura 5)

Discussão e conclusões Os resultados obtidos revelaram a capacidade do AH de aumen-tar a proliferação e migração de fibroblastos, o que pode ser com-patível com a aceleração do pro-cesso cicatricial por meio de inter-ferências positivas em suas fases proliferativa (Fase II) e remodela-dora (Fase III), desde que permiti-das as respectivas interações.

O AH de baixo peso molecu-lar testado sobre a linhagem de fibroblastos humanos foi capaz de aumentar a expressão rela-tiva de mRNA mensageiro dos genes FGF-7 e FGF-10 e induzir a proliferação de fibroblastos humanos através da ativação da via de sinalização ERK, uma das mais importantes vias MAPK,

que é controlada pela sinaliza-ção extracelular.

Tais fatos são relevantes para o esclarecimento de seu meca-nismo de ação no tratamento de feridas. Finalmente, conclui-se que técnicas de biologia celular

e molecular são de grande valor para o esclarecimento dos meca-nismos de ação do AH, tornando possíveis a melhor compreensão de seus efeitos terapêuticos e a identificação de novas perspec-tivas de uso.

20.000

40.000

60.000

80.000

0MEK

rel

ativ

e �u

ores

cenc

e

Controle

**

0,2% AH0,1% AH

20.000

40.000

60.000

80.000

0MEK

rel

ativ

e �u

ores

cenc

e

Controle

**

0,2% AH0,1% AH

20.000

40.000

60.000

80.000

0

ERK

rela

tive

�uor

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nce

Controle

**

Figura 4. Representação gráfica da fosforilação das proteínas MEK e ERK após exposição por 1h frente às concentrações de 0,1% e 0,2% de AH de baixo peso molecular. Os resultados estão expressos em MFI (median fluorescence intensity) e comparados com o grupo-controle (células não tratadas). (*) P < 0.05, significativo em relação ao controle. ANOVA, Tukey, GraphPad Prism v5.0.

60.000

0

AKT

rel

ativ

e �u

ores

cenc

e

Controle 0,2% AH0,1% AH

20.000

40.000

60.000

0

PIK3

rel

ativ

e �u

ores

cenc

e

Controle 0,2% AH0,1% AH

20.000

40.000

Figura 5. Representação gráfica da fosforilação das proteínas AKT e PIK3 após exposição por 1h frente às concentrações de 0,1% e 0,2% de AH de baixo peso molecular. Os resultados estão expressos em MFI (median fluorescence intensity) e comparados com o grupo-controle (células não tratadas). (*) P < 0.05, significativo em relação ao controle. ANOVA, Tukey, GraphPad Prism v5.0.

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Referências

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