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    Revista Brasileira de Cincias Ambientais Nmero 24 Junho de 2012 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrnico: 2176-947817

    Uma anlise da produo mais limpa no Brasil

    An analysis of cleaner production in Brazil

    RESUMOA Produo mais Limpa (P+L) uma abordagem para eliminar/reduzir a

    poluio ainda no processo produtivo. A P+L foi proposta pelo United

    Nations Environment Programme em 1989 e, adotada por muitos pases.

    Este trabalho analisa como se deu a implantao da P+L no Brasil e sua

    relao com as polticas pblicas ambientais. A metodologia foi

    fundamentada em anlise de dados bibliogrficos, documentais e de stios

    eletrnicos. Os resultados mostram que a insero da P+L no pas se deu a

    partir da criao do Centro Nacional de Tecnologias Limpas - CNTL em 1995,

    apoiada posteriormente pela Rede Brasileira de Produo mais Limpa, que

    instalou ncleos em todos os estados brasileiros. O governo federal

    promoveu a criao de fruns de P+L em alguns estados e elaborou planos.

    Porm, tanto os ncleos quanto os fruns no tiveram continuidade. Os

    arranjos e as polticas pblicas atuais so insuficientes para promoverem o

    conceito de P+L, que aparece apenas pontualmente nas aes do governo

    federal e da iniciativa privada.

    PALAVRAS-CHAVE: Produo mais Limpa; gesto ambiental organizacional;

    polticas pblicas ambientais.

    ABSTRACT

    Cleaner Production (CP) is an approach to eliminate / reduce pollution still in

    the production process. It was proposed by the United Nations Environment

    Programme in 1989 and adopted by many countries. This paper analyzes the

    process of implantation of CP in Brazil and its relation to environmental

    public policy. The methodology was based on the analysis of bibliographic

    data; public documents and electronic sites. Results show that CP adoption

    in Brazil started with the creation of the CNTL (National Center for Clean

    Technologies) in 1995. It was subsequently supported by the Brazilian

    Network for CP (Rede Brasileira de Produo Mais Limpa), which installed

    work centers in all Brazilian states. The federal government promoted the

    creation of CP forums in some states and the development of policies and

    programs. However, both the work centers and forums were not given

    continuity. The current arrangements are insufficient to promote the

    widespread adoption of CP in Brazil. Lately, the theme is rarely touched upon

    by the federal government or private enterprises.

    KEYWORDS: cleaner production, organizational environmental management,

    environmental public policies.

    Graciane Regina Pereira

    Biloga, Mestre em Engenharia

    Ambiental pela FURB. Doutoranda

    Programa de Ps-Graduao em

    Engenharia Ambiental -

    Universidade Federal de Santa

    Catarina, Florianpolis, SC, Brasil

    [email protected]

    Fernando Soares Pinto SantAnna

    Engenheiro Civil, Programa de Ps-

    Graduao em Engenharia

    Ambiental - Universidade Federal

    de Santa Catarina, Florianpolis, SC,

    Brasil

    [email protected]

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    Revista Brasileira de Cincias Ambientais Nmero 24 Junho de 2012 18 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrnico: 2176-9478

    INTRODUO

    Os cuidados com o meioambiente, por parte das empresas,iniciaram-se pelos controlesambientais, cuja nfase, no incio, foi

    o controle fim de tubo. Porm, apercepo que todo resduo,efluente ou emisso representa umcusto para a empresa, motivou orepensar dos processos industriais.Surgiu ento uma gesto ambientalmais preventiva, sem perder de vistaa rentabilidade. Todo esse processofoi concomitante preocupaocom a imagem da empresa perantea comunidade, pois muitas tiveramsrios problemas por conta de

    controles ineficientes ouinexistentes; e, no menosimportante, ao aumento dasensibilizao dos consumidorespelas questes socioambientais.

    Ao longo do tempo,surgiram diversas abordagens paragerir os aspectos ambientais emorganizaes. A opo feita pelogestor, por uma ou outra, motivada por fatores diversos:exigncias legais; capacidade

    tcnica; exigncias dos clientes;exigncias de rgos ambientais;marketing ecolgico; entre outros.Seja qual for a abordagem escolhida,normalmente sua implantao direcionada por princpios ourequisitos pr-determinados.

    Dentre as abordagensexistentes, a Produo mais Limpa(P+L) uma das mais adotadas etem como princpio bsico eliminar apoluio ainda no processo

    produtivo, e no aps o mesmo(controle fim de tubo). Cada etapada produo avaliada para acompreenso de como as matrias-primas, a gua e a energia estosendo empregadas. Caso hajagerao de resduos, emisses ouefluentes, o processo produtivo revisto, pois indicam perdas derecursos naturais e custos comtratamentos.

    A P+L foi proposta pelo

    Programa das Naes Unidas para oMeio Ambiente - PNUMA (UnitedNations Environment Programme -

    UNEP) em 1989, como umaabordagem para a conservao derecursos e gesto ambiental. Cadapas interessado em difundir a P+Ldeveria instalar um Centro Nacionalde Produo mais Limpa. No Brasil,

    com o apoio da UNIDO - UnitedNations Industrial Development

    Organizatione do UNEP, foi criado oCentro Nacional de TecnologiasLimpas (CNTL) junto ao ServioNacional de Aprendizagem Industrial(SENAI) do Rio Grande do Sul.

    Aps, a criao do CNTL, oConselho Brasileiro para oDesenvolvimento Sustentvel(CEBDS) articulou esforos para acriao de ncleos de P+L em todos

    os Estados brasileiros, queformaram a Rede Brasileira deProduo Mais Limpa.

    No setor governamental, oMinistrio do Meio Ambiente, dosRecursos Hdricos e da Amaznia -MMA incentivou a criao de frunsestaduais de P+L em alguns estadosbrasileiros. Essas aes, porm,foram tmidas. Em 2010, o MMA,atravs da Secretaria de ArticulaoInstitucional e Cidadania Ambiental -

    Departamento de Cidadania eResponsabilidade Socioambientalretomou o assunto, atravs do Planode ao para Produo e ConsumoSustentveis - PPCS, umcompromisso assumido atravs doacordo de Marrakesh. No PPCS, h oentendimento da relao deinfluncia e dependncia recprocaentre essas duas dimenses da aohumana: produo e consumo, poisa produo afeta o consumo (por

    meio de design de produtos e dosapelos do marketing), mas tambmo consumo afeta a produo (namedida em que as escolhas dosconsumidores influenciam asdecises dos produtores) (MMA,2010).

    O Estado de So Paulo,abordado nas pesquisas de Ribeiro ePacheco, 2011, apresenta iniciativasprprias, e encaminhou de formaautnoma a sua trajetria nadimenso da P+L. Em 1992 iniciavaas discusses em torno do conceitode Preveno da Poluio (P2), nos

    anos seguintes foi um fortepromotor da P+L e recentementeadotou o conceito de Produo eConsumo Sustentveis.

    Aprofundar asparticularidades que envolvem o

    tema no Brasil e construir aevoluo da P+L nos ltimos anos o que se prope apresentar nesteartigo, estabelecendo como se d aarticulao dos rgos envolvidosnesta rea. Buscou-se relacionaresta evoluo da P+L com aspolticas pblicas ambientais, j quea adoo de prticas maissustentveis pelas organizaes estdiretamente ligada a forma como opas direciona suas polticas.

    Fernandes e SantAnna (2007)afirmam que os problemasambientais tm origem na relaohomem x ambiente, mediada pelaracionalidade instrumentaleconmica, uma racionalidadeindividual em detrimento dacoletividade. A priorizaoeconmica individual tem comoresultado inerente o prejuzocoletivo. Este coletivo, por sua vez representado pelo Estado, sendo

    sua funo represent-lo e defende-lo. Assim, os rgos de controleambiental, bem como as polticaspblicas que do sustentao para oseu funcionamento, continuamsendo imprescindveis. E, nestecontexto o governo pode promovercondies para as empresasbuscarem solues inovadoras, semperder qualidade e competitividade.

    As estruturas apoiadoras daP+L, distribudas por vrias partes do

    territrio brasileiro, ora trabalhamjuntas ora trabalham de formaindependente, mas todas asiniciativas seguem os preceitos doUNEP, tambm usado comoreferencial terico neste trabalho.

    METODOLOGIA

    Trata-se de pesquisabibliogrfica e documental, com

    caracterstica descritiva, a partir daqual se buscou uma compreenso

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    aprofundada da implantao da P+Lno pas. Este entendimentopossibilitou estabelecer os arranjosinstitucionais, os atores envolvidos eos instrumentos de ao e polticaspblicas relacionadas. Por se tratar

    de um tema recente, cuja produoacadmica ainda incipiente, asinformaes mais significativasforam aquelas obtidas em pesquisasem stios eletrnicos de instituiespblicas e privadas.

    PRODUO MAIS LIMPA P+L E POLTICAS PBLICAS

    Produo mais Limpa - umprograma das Naes Unidas

    A P+L foi propostamundialmente pelo UNEP em 1989,atravs de sua Diviso deTecnologia, Indstria e Economia,que a define como:

    aplicao contnua de umaestratgia ambientalpreventiva integradaaplicada aos processos,produtos e servios paraaumentar a eficincia geral

    e reduzir riscos aoshumanos e ao meioambiente.Esperava-se com tal

    programa que as indstriasmelhorassem seu desempenhoindustrial e ao mesmo tempo emque protegessem o meio ambiente.No entanto, o conceito de P+L nofoi to bem aceito e incorporadopelas indstrias como esperado.Assim, ainda hoje o UNEP vem

    trabalhando para conseguir ocompromisso necessrio dosgovernos, das companhias, dasassociaes de indstrias, daacademia de todos os agentes quepossam ter um papel no grandecenrio da produo e consumosustentvel.

    Ao longo dos ltimosanos, houve um esforo do UNEP,em associao com a Organizaodas Naes Unidas para o

    Desenvolvimento Industrial- UNIDO,para implantar em vrios pases

    Centros Nacionais de P+L. No Brasilfoi criado o Centro Nacional deTecnologias Limpas - CNTL junto aoSENAI RS em 1995.

    Para fortalecer essescentros, o UNEP/UNIDO criou a

    Rede Global para a Eficincia deRecursos e Produo mais Limpa RECP Net. A RECP Net est divididaem regies geogrficas (AmricaLatina e Caribe, frica, LesteEuropeu e sia), representada pelosseus Centros Nacionais de P+L, queso 42 no mundo. O objetivo darede promover aes e projetosatravs de seus Centros e, destaforma, incrementar o intercmbiode conhecimentos e prticas,

    priorizando o intercmbio detcnicos e a implantao de novoscentros em outros pases (CNTL,2011).

    Uma organizao quandodecide adotar a P+L assume umcompromisso de desenvolver umaestratgia ambiental preventiva, quevisa, tambm, ganhos financeiros. AP+L est presente em todas asetapas produtivas, a comear pelaescolha das matrias-primas e o

    desenho do produto, e compreendetambm a preocupao emminimizar desde insumos, gua eenergia a resduos e emisses.

    Ainda segundo os conceitosdo UNEP, a P+L pode ser aplicadapara processos de qualquerindstria, para seus produtos e paravrios servios oferecidos para asociedade, conforme figura 1.

    Para processos deproduo, a P+L resulta da

    combinao das seguintesatividades: conservao dematrias-primas e energia,substituio de materiaistxicos/perigosos por outros menosprejudiciais, e reduo daquantidade e/toxicidade dasemisses e resduos antes delesdeixarem o local de produo.

    Para produtos, a P+L foca areduo dos impactos ambientas detodo o seu ciclo de vida, desde aextrao da matria prima at a suadisposio final do produto,propondo um designapropriado.

    Para servios, a P+L implicaincorporar conceitos ambientais nodesenho e execuo do servio. Asquestes ambientais soincorporadas nas diversas etapas doprocesso, como as operaes

    logsticas, reduzindo assim asemisses de gases causadores doefeito estufa.

    O UNEP destaca algumascaractersticas da P+L:- um processo contnuo, no uma atividade pontual;- no est limitado a indstrias ouempresas de certo tipo ou tamanho;- busca um equilbrio entre adisponibilidade e o consumo demateriais (incluindo gua e energia).

    O crescimento no negado desdeque seja ecologicamentesustentvel.- uma abordagem de produo eprestao de servios com ummnimo de impactos ambientais,tendo em conta os limitestecnolgicos e econmicos atuais.No se limita a minimizao deresduos, mas opera em umcontexto mais amplo.- com relao aos impactos do ciclo

    de vida, a P+L tambm se dirige aosconceitos de sade e segurana eenfatiza a reduo de riscos. umaestratgia holstica de gestoambiental.- eficiente em termos deresultados imediatos; e efetiva emtermos de resultados positivos emlongo prazo.

    - uma estratgia queprotege o meio ambiente,comunidade (por exemplo, sade e

    segurana de trabalhadores,consumidores e vizinhana) e osnegcios (sua lucratividade eimagem). Trabalha tambm naperspectiva econmica e social, ques vezes ficam fora da estratgiaambiental.

    Na publicao QuestesAmbientais e P+L do SENAI - CNTL(2003) so apontadas as diferenasmarcantes entre a abordagem deP+L e o uso de tecnologias de fim detubo, conforme tabela 1 abaixo.

    A P+L foi se conformando ese estruturando a partir das

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    deficincias dos controlesambientais fim-de-tubo. A perda demateriais, de tempo e os impactosambientais de resduos e emissesaumentam os custos das empresasque adotam controles corretivos. AP+L, e outras abordagens maissistmicas, vm solucionar estasdeficincias quando propem umanova maneira de tratar os aspectosambientais das organizaes e suarelao com a sociedade.

    Apesar de todos os seusaspectos positivos, a implementaoda P+L no Brasil tem encontradobarreiras, como apontado porPimenta e Gouvinhas (2011)resistncia mudana; conceitoserrados (falta de informaes sobre

    a tcnica e a importncia dada aoambiente natural); ausncia depolticas nacionais que apoiamatividades de P+L, alm da poucainterao entre empresas,universidades e centros de pesquisa,na tentativa de desenvolvimento deaes conjuntas de P+L; barreiraseconmicas (alocao incorreta doscustos ambientais e investimentos ebaixa capacidade de investimento) ebarreiras relacionadas com o papel

    da equipe de implantao.

    Anlise da P+L no Brasil

    O UNEP facilitador deuma rede global de mais de 300organizaes ativas em Produo

    mais Limpa, incluindo centrosregionais e nacionais, universidades,centros tcnicos e de pesquisa, oBanco Mundial e outrasorganizaes das Naes Unidas(UNEP, 2002). No Brasil, como jcitado, criou-se em 1995 o CentroNacional de Tecnologias Limpas CNTL, instalado na Federao dasIndstrias do Estado do Rio Grandedo Sul (FIERGS), junto aoDepartamento Regional do Rio

    Grande do Sul do SENAI-RS. Estecentro tem tido a funo de articularno pas a promoo da P+L, atravsde capacitaes, consultorias,informao tecnolgica e eventosem vrios estados do Brasil. A partirda criao do CNTL, o Brasil passou adesenvolver efetivamente aesrelacionadas P+L.

    Em 1997 foi criada, sobarticulao do CEBDS e orientaodo CNTL, a Rede Brasileira de P+L.Esta rede foi resultado de parceriaentre sete organizaes (CEBDS,SEBRAE Nacional, Banco do

    Nordeste, CNI, FINEP, PNUMA ePNUD) e chegou a ter elos (ncleos)em todos os estado do Brasil. Elabuscou unir esforos, trocarexperincias e desenvolver sistemasconjuntos, para fortalecer asprticas de P+L e encorajar asempresas a se tornarem maiscompetitivas, inovadoras eambientalmente responsveis(CEBDS, 2003).

    Os objetivos desta redeforam:- reduzir ou minimizar os impactosambientais;- disseminar as prticas de ProduoMais Limpa;- fortalecer aes integradas entreaspectos de qualidade ambiental,

    segurana e sade ocupacional;- promoo a pesquisa,desenvolvimento e transferncia detecnologias mais limpas;- consolidar um banco e dados e deinformaes sobre as experinciasdos integrantes da rede.

    Segundo SEBRAE/CEBDS(2010), as aes da Rede Brasileirade P+L so divididas em trs fases:

    Primeira fase: 76 empresasselecionadas que investiram R$ 2,8

    milhes com medidas de P+L,obtendo uma reduo de R$ 18

    Produo mais Limpa

    Preventiva, integrativa,

    contnua

    Estratgia

    aplicada a

    Processos ServiosProdutos

    Para aumentar eficincia e

    Melhorar o desempenho

    ambiental e reduzir custosVantagem

    competitiva

    Reduo de riscos

    Figura 1 - Definio de Produo mais Limpa (Adaptado de UNIDO/UNEP)

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    milhes por ano em gastos commatrias-primas, materiaisauxiliares, gua, energia eltrica eretrabalho dos seus funcionrios.

    Segunda fase: em umconvnio em 2001 do CEBDS eSEBRAE, o foco foram as micro epequenas empresas brasileiras, coma formao da Rede de Econegcios.85 micro e pequenas empresasparticiparam e investiram cerca deR$2,4 milhes em oportunidades de

    melhoria. Tais investimentosgeraram benefcios anuais de R$5,6milhes e mais benefciosambientais, como a reduo anualde 167 toneladas de matrias-primas, 111 mil metros cbicos degua, 350 mil quilowatts de energiaeltrica, dentre outros.

    Terceira fase: Iniciada em2007, como Rede Brasileira deEcoeficincia, contemplou cincoaes principais: avaliao da rede

    existente; desenvolvimento denovos produtos; formao de novos

    ncleos, apoio aos existentes einteriorizao nas unidades locais.Contemplou-se tambm aestruturao do portal da Rede eintegrao do sistema decomunicao. Na terceira fase, oSEBRAE Nacional investiu R$1.673.170,00, que formou 236profissionais em 17 estados. As 160micro e pequenas empresas queparticiparam dessa fasedesenvolveram, junto aos

    consultores e facilitadores,condies para planejarem aesdiretas de reduo dos custosrelacionados a desperdcios e riscosnos diversos segmentos produtivosestudados.

    Um dos marcos das aesda Rede Brasileira de P+L foi apublicao em 2003 do Guia deProduo Mais Limpa faa vocmesmo, orientando as empresas implantao autnoma.

    Apesar de um inciopromissor e de sua grande

    importncia, a Rede Brasileira deP+L teve suas atividades finalizadasem 2009.

    Com relao ao governofederal, o Ministrio do MeioAmbiente aderiu em novembro de2003 Declarao Internacionalsobre Produo mais Limpa doUNEP. Neste ano, o MMA instituiu oComit Gestor de Produo MaisLimpa (Portaria n 454, de28/11/2003), e estabeleceu nove

    Fruns Estaduais de P+L (Amazonas,Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais,Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,Santa Catarina, So Paulo ePernambuco).

    O MMA, juntamente comrgos estaduais de meio ambiente,promoveu articulao cominstituies dos setores pblico,privado e terceiro setor, visandosensibilizar agentes envolvidos comao tema e a organizao e

    institucionalizao dos FrunsEstaduais de P+L. Estes fruns no

    Tabela 1 Diferenas entre tecnologias de fim de tubo e P+L

    Tecnologia de fim de tubo Produo mais Limpa

    Como tratar os resduos e as emissesexistentes?

    De onde vm os resduos e as emisses?

    Pretende reao Pretende ao

    Leva a custos adicionais Ajuda a reduzir custosOs resduos, efluentes e as emisses solimitados atravs de filtros e unidades de

    tratamento:

    Solues de fim de tubo

    Tecnologia de reparo

    Armazenagem de resduos

    Preveno da gerao de resduos, efluentes eemisses na fonte, o que evita processos e

    materiais potencialmente txicos

    A proteo ambiental foi introduzidadepois que os produtos e processos foram

    desenvolvidos

    A proteo ambiental um aparte integrante dodesigndo produto e da engenharia de processo

    Os problemas ambientais so resolvidos apartir de um ponto de vista tecnolgico

    Resolvem-se os problemas ambientais em todosos nveis e envolvendo a todos

    Proteo ambiental um assunto paraespecialistas competentes, que so trazidos

    de fora e aumentam o consumo dematerial e energia

    Proteo ambiental tarefa de todos, pois umainovao desenvolvida dentro da empresa que

    reduz o consumo de material e energia

    Complexidade dos processos e os r iscos soaumentados

    Os riscos so reduzidos e a transparncia aumentada

    Proteo ambiental focada nocumprimento de prescries legais o resultado de um paradigma de

    produo que data de um tempo em que osproblemas ambientais ainda no eram

    conhecidos

    uma abordagem que cria tcnicas e tecnologiasde produo para o desenvolvimento sustentvel

    Fonte: SENAI - CNTL, 2003.

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    se consolidaram e no foramencontradas informaes a respeitode suas aes.

    As discusses sobrepolticas pblicas ambientaisevoluram no pas e a Portaria N 44,

    de 13 de fevereiro de 2008, instituiuo Comit Gestor de Produo eConsumo Sustentvel - CGPCS, aquem competiu elaborar eimplementar o Plano de Ao paraProduo e Consumo Sustentveis PPCS. A criao deste comit teveforte influncia da adeso do Brasil,ao Processo de Marrakech em 2007.

    O Processo de Marrakechvisa dar aplicabilidade e expressoconcreta ao conceito de Produo e

    Consumo Sustentveis (PCS). Elesolicita e estimula que cada pasmembro das Naes Unidas, eparticipante do programa,desenvolva seu plano de ao, oqual ser compartilhado com osdemais pases, em nvel regional emundial, gerando subsdios para aconstruo do Global Frameworkfor Action on SCP (MMA, 2010).

    No Brasil, o governo doEstado de So Paulo e o governo

    federal adotaram o conceito deProduo e Consumo Sustentvelem lugar de P+L. Isto significa aincorporao, ao longo de todo ociclo de vida de bens e servios, dasmelhores alternativas possveis paraminimizar custos ambientais esociais. Esta abordagem preventivamelhora a competitividade dasempresas e reduz o risco para sadehumana e meio ambiente (MMA,2008). Ou seja, amplia-se o foco

    dado produo, a preocupaovem antes e aps a mesma, com oconsumo e ps-consumo.

    Tambm segundo aUNIDO/UNEP (2008), mudar aproduo e consumo para padresmais sustentveis significa melhorar:- As tecnologias e processosenvolvidos nas atividades produtivas(em alguns casos, adotando oconhecimento local);- A forma como os servios bsicosso fornecidos, geridos edistribudos populao;

    - A maneira como a comunicao einformaes so fornecidas, e- A forma como os consumidorescompram.

    O UNEP vemdesenvolvendo atividades

    complementares PCS relativos eficincia energtica (industrial eno-industrial, como por exemplo,em edifcios, que normalmente nofaz parte da P+L), acordosambientais multilaterais, comprassustentveis, consumo sustentvel,design para a sustentabilidade eparticipao ativa no programa daNaes Unidas Pacto Global(UNIDO/UNEP, 2008). Existemorientaes para que os CNPL

    tratem tambm destas vriasatividades afins da P+L, como porexemplo, de mecanismos dedesenvolvimento limpo, deresponsabilidade social corporativae da transferncia de tecnologiasambientalmente saudveis. Estesdois ltimos j se configuram comoprogramas especficos daUNIDO/UNEP.

    A evoluo de P+L paraproduo e consumo sustentveis,

    proposta no PPCS, est alinhada aocrescente aumento da degradaoambiental global (aquecimentoglobal, desmatamento,desertificao, escassez de recursos,entre outros). O Comit GestorNacional de Produo e ConsumoSustentveis articulou vriosministrios e parceiros do setorprivado e da sociedade civil com afinalidade de realizar amplo debatee identificar aes que pudessem

    levar o Brasil, de forma planejada emonitorada, a buscar padres maissustentveis de consumo eproduo nos prximos anos (MMA,2010). Uma verso preliminar doPlano de ao para Produo eConsumo Sustentveis PPCS foisubmetida consulta pblica. Naconstruo deste plano houve umaao conjunta de atoresrelacionados P+L e ao consumosustentvel.

    O PPCS apresenta um lequede seis prioridades direcionadas smudanas de padro tanto na

    produo quanto no consumo. Soelas:

    aumento da reciclagem;

    educao para o consumosustentvel;

    agenda ambiental na

    administrao pblica; compras pblicas

    sustentveis;

    construes sustentveis;

    varejo e consumosustentveis.

    O plano chama ateno aindapara a pouca preocupao dada aoconsumismo nos ltimos anos. Sehouve preocupao ambientalquanto produo, nada foi feitoquanto ao consumo, principalmente

    em pases em desenvolvimento,como o Brasil. Segundo o MMA(2010), o conceito de Produo eConsumo Sustentvel, porm, mais que a soma das duas partesacima descritas: trata-se daaplicao de uma abordagemintegrada entre produo econsumo, com vistas sustentabilidade, entendendo-seque h uma relao de influncia edependncia recproca entre essas

    duas dimenses da ao humana; aproduo afeta o consumo (porexemplo, por meio de design deprodutos e dos apelos domarketing), mas tambm o consumoafeta a produo, na medida em queas escolhas dos consumidoresinfluenciam as decises dosprodutores por exemplo, os casosde boicote a determinados produtosque poluem o meio ambiente oucausam danos sade levaram

    empresas a processos corretivosbem sucedidos.

    Na elaborao do PPCSforam consideradas as diretrizes doPlano Nacional de Mudanas doClima (2008) e da Poltica Nacionalde Resduos Slidos (2010). Sobastante similares e convergentes asaes relacionadas produo e aoconsumo nestes documentos.Segundo mensagem no site doMMA, o plano est sendo formatado

    neste momento.Apesar de j transcorrerem17 anos desde a introduo da P+L

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    Revista Brasileira de Cincias Ambientais Nmero 24 Junho de 2012 23 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrnico: 2176-9478no Brasil, h grande dificuldade de

    Tabela2 Principais rgos pblicos e privados com aes relacionadas P+L

    rgo Papel

    MMA Ministrio do Meio Ambiente,Recursos Hdricos e Amaznia Legal(www.mma.gov.br)

    Articula diversos programas que estimulam prticas maisresponsveis por organizaes e cidados: Programa Agenda 21;Agenda ambiental da administrao pblica A3P; Produo eConsumo Sustentvel; Campanhas de consumo sustentvel, entreoutros. No MMA encontra-se a estrutura institucional de meioambiente do pas responsvel pela gesto ambiental.

    MDIC Ministrio do Desenvolvimento,Indstria e Comrcio Exterior

    (wwww.mdic.gov.br)

    Coordena todas as atividades ligadas aos setores produtivos e meioambiente. Em 2011 lanou Plano Brasil Maior que tem como uma

    de suas metas produzir de forma mais limpa, diminuindo oconsumo de energia por unidade de PIB.O INMETRO e o BNDES so entidades vinculadas a este ministrio eque tm forte influncia na normalizao ambiental e nofinanciamento de empreendimentos sustentveis,respectivamente.

    MCTI Ministrio da Cincia e Tecnologia eInovao(www.mct.gov.br)

    Desenvolve pesquisas e estudos que se traduzem em gerao deconhecimento e de novas tecnologias, bem como a criao deprodutos, processos, gesto e patentes nacionais. Em suas aes hmuita nfase nas mudanas climticas e inovaes tecnolgicas.Importantes rgos de financiamento esto atrelados ao MCTI:CNPQ, FINEP, FNDCT, GEF.

    MME - Ministrio de Minas e Energia(www.mme.gov.br) Gere as reas de geologia, recursos minerais e energticos;aproveitamento da energia hidrulica; minerao e metalurgia; epetrleo, combustvel e energia eltrica, incluindo a nuclear. Cabeao MME garantir a segurana energtica do pas. O Plano Nacionalde Eficincia Energtica (2011) traz diretrizes especficas para asempresas otimizarem o uso de energia e sua eficincia. PETROBRSe ELETROBRS so entidades deste ministrio.

    CNTL Centro Nacional de TecnologiasLimpas(http://www.senairs.org.br/cntl/)

    O objetivo do CNTL incentivar o desenvolvimento sustentvel,sempre buscando uma maior eficincia dos processos econmicospara as empresas. O CNTL chama para si o papel de influenciar aspolticas pblicas nacionais relacionadas gesto ambiental dasorganizaes, como tambm o de preparar consultores atravs decapacitao terico-prtica. Contribuiu decisivamente na instalaode vrios ncleos de P+L em todo o pas. Suas aes nos Estados feita em articulao com o CNI e a Federaes das Indstrias locais.

    CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro parao Desenvolvimento Sustentvel(www.cebds.com)

    Criado em 1997 por empresrios. Lidera esforos para implantaono pas do desenvolvimento sustentvel, promovendo seminrios,reunies, debates e trabalhando com organizaesgovernamentais, no-governamentais e instituies acadmicas,atravs de suas cmaras tcnicas especializadas, entre elas P+L. AoCEBDS, vinculava-se a Rede Brasileira de P+L.

    CNI - Confederao Nacional das Indstrias(www.cni.org.br)

    a entidade mxima das indstrias brasileiras. O ConselhoTemtico Permanente de Meio Ambiente formula linhas de aopara aumentar a competitividade das indstrias a partir dapreservao do meio ambiente. Possui assento nos principaisconselhos, comisses e cmaras formuladores de polticas pblicasdo pas. Dentro do Sistema Indstria encontram-se o SENAI e o IEL,importantes entidades que oferecem em todo o pas capacitaoe/ou prestao de servios na rea ambiental.

    SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio a Microe Pequenas Empresas(www.sebrae.com.br)

    Possui aes, projetos, produtos e servios que consideram que acultura do aprendizado e do uso do conhecimento pode garantiruma gesto competitiva, eficiente e moderna dos micro e pequenosnegcios. Busca promover a competitividade e a sustentabilidadedo pas. Est presente em vrios espaos de formulao de polticaspblicas ambientais e em alguns momentos com parcerias parapromover a P+L nos estados.

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    acesso s informaes pertinentes,se que existem registros dasmesmas. Pimenta e Gouvinhas(2011) do uma noo quantitativaao afirmarem que a estrutura deP+L no pas promoveu a

    implementao da P+L em mais de300 empresas, melhorando odesempenho ambiental eeconmico destas organizaes. Defato prticas limpas ocorrem emmuitas empresas, de todos ossetores, de todos os portes, ao longodo territrio brasileiro, e podem sermotivadas por um processo decertificao, por presso das leis,dos clientes ou apenas por cinciade seus grandes benefcios. Mas, so

    raros os casos com informaesacessveis, que possibilitem formarum panorama fidedigno da P+L, nasempresas ou nos rgosgovernamentais.

    Atores e seus papis na P+Lbrasileira

    Aps o levantamento datrajetria da P+L no Brasil, realizou-se um levantamento nos principais

    rgos relacionados P+L paraesclarecer qual a posturainstitucional de cada um peranteesta temtica.

    No tabela 2 soapresentadas as instituies pblicase privadas envolvidas atualmentecom a divulgao da P+L ou dagesto ambiental nas organizaes,e seus respectivos papis nesteprocesso.

    Layrargues (2000), afirma

    que o cenrio brasileiro ainda nopermite que o planejamento daspolticas ambientais enfatize oenfrentamento da problemticaambiental no mbito industrialunicamente por meio do mercado. Oautor cita a pesquisa de Tigre (1994),a qual demonstrou que aregulamentao governamental oprincipal indutor da adoo desolues ambientais pela indstria.Assim, o mercado, sozinho,

    insuficiente para alterar ocomportamento das empresas emrelao ao meio ambiente.

    necessria a interveno do governoatravs de polticas pblicaseficientes que estimule reconverso industrial pelastecnologias limpas. Essa construodas polticas pblicas exige uma

    parceria e corresponsabilidade entreos dois setores governo eempresas.

    Esta necessidade dearticulao entre governo e empresatambm apontada no trabalho deRosa (2005), o qual traz que aefetiva gesto ambiental se d pelaintegrao entre os dois sistemas:sistema ambiental pblico e sistemaambiental privado. O sistemapblico estabelecendo polticas,

    elaborando leis, fiscalizando epunindo o prprio Estado, aspessoas fsicas e as empresas. Osistema privado, por sua vez,buscando estabelecer suas prpriaspolticas, estratgias e seus modelosde gesto que estejam emconformidade com a legislao,primordialmente, e com o mercadoem que atua, respeitando eprotegendo assim o meio ambientee as comunidades locais.

    Acserald (2001) tambmaborda as dificuldades de se fazergesto ambiental no Brasil.Analisando as polticas pblicasambientais, o autor afirma que aps30 anos de poltica ambiental, aao governamental caracterizadapelo total isolamento entre o setorambiental do governo e osmecanismos da efetiva gestoestatal do meio ambiente. Para oautor, a fragmentao e a

    pulverizao das instncias dedeciso da poltica ambientalexprimem o fato de que a gestoambiental no ainda questo deEstado no Brasil.

    CONSIDERAES FINAIS

    Ao longo desta anlisequalitativa contextualizada,verificou-se que a insero da P+Lno pas ocorreu com a criao do

    CNTL, seguida do apoio de outrasinstituies, principalmente da

    iniciativa das instituies em tornoda Rede Brasileira de P+L, queinstalou ncleos em todos osestados brasileiros. O governoapoiou a P+L atravs da criao dosfruns estaduais de P+L em alguns

    estados e na elaborao de plano eprogramas, como por exemplo, oPPCS. Porm, o arranjo tanto dosncleos quanto dos fruns no semanteve.

    Nos documentos dosministrios (programas, planos)percebe-se alguma articulao entreos rgos descritos no quadro 2 noque diz respeito a P+L. Todospossuem em seus objetivos, aes,programas e planos a preocupao

    com a gesto ambiental, eestimulam seu desenvolvimento nasorganizaes. Muitas destas aesso dissociadas de objetivos comunse no so claramente divulgadas emnvel nacional. Como a integraodestas aes fica prejudicada, o quese observa so medidas pontuais emalguns setores, em alguma regio,ou em alguma empresa especfica ecom isso resultados parcos e novisveis.

    Apesar da constatao queos ministrios e rgos privadosincentivam uma produo maislimpa, o pas no possui nenhumapoltica especfica para a P+L.Percebe-se que as polticas atuaisdo indicativos para suaimplementao de forma voluntria,mas no h medidas institucionaisvoltadas para a gesto ambientalnas empresas, ou seja, h umdescompasso entre as aes do

    governo e as demandas dasociedade. As organizaes adotamou no abordagens maisresponsveis, motivadas porinteresses prprios ou paraindiretamente atender algunsmecanismos de comando e controle,como o licenciamento ambiental.

    O panorama atual insuficiente para promover a P+L, osresultados so pouco visveis e nochegam s organizaes. A temticaperdeu ao longo desses anos muitoespao institucional e poltico.Apesar da evoluo do conceito para

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    Produo e Consumo Sustentvel,conforme proposto na minuta doPPCS, h muito que se construir,principalmente em termos depolticas pblicas.

    Durante sua trajetria, o

    conceito de P+L vem sendoadaptado por seus promotores, snecessidades e discusses globais.Os processos passaram a serconsiderados de forma maissistmica e foram includasferramentas para melhorar aprodutividade e a qualidade de vidada populao, elementos quepodem ser constatados no mbitodas decises globais e nas diretrizesdo UNEP.

    A insero da P+L no pasexigir muita articulao poltica dosatores envolvidos a fim de fazerchegar as informaes em cadaorganizao independente de suaatividade ou porte. As polticaspblicas no Brasil precisam colocarno mesmo nvel os mecanismos depreveno e aqueles de comando econtrole. preciso desenvolvermecanismos que deem sustentaoaos programas e planos de governo

    e de entidades privadas voltadospara a gesto ambiental deorganizaes. Aes neste sentido,quando existentes, em geral tmvida breve, j que ficamdependentes de vontades polticas etendem a ser abandonadas ousubstitudas por outras a cada novogoverno ou gesto, noconfigurando de fato uma polticado pas e, sim, uma poltica pessoalde quem est no comando naquele

    momento.Percebe-se que estafragilidade quanto P+L poderia serreforada com a criao de umapoltica nica que fosse catalisadoradas iniciativas de governo dispersasnos vrios ministrios. Com umapoltica nacional voltada para a P+Lhaveria a garantia da permannciadestas iniciativas, ao longo desucessivos governos. Uma polticaque pudesse abranger os pilaresdesta construo como formaoprofissional adequada, pesquisa e

    inovao, fomento especfico, linhasde crdito, entre outros.

    REFERNCIASBIBLIOGRFICAS

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    Recebido em: mar/2011

    Aprovado em: jun/2012

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