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Escola Estadual Prof° Orlando Mendes de Moraes As Civilizações E suas Diferenças Rosilda Soares Pereira 1

As Civilizações e Suas Diferenças

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Escola Estadual Prof° Orlando Mendes de Moraes

As Civilizações

E suasDiferenças

Rosilda Soares Pereira

São Paulo, 14 de Abril de 2011

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Escola Estadual Prof° Orlando Mendes de Moraes

As Civilizações

E suasDiferenças

Projeto de pesquisa apresentado a Escola Estadual Pro° Orlando Mendes de Moraes SP, como requisito para avaliação bimestral de Geografia.

Rosilda Soares Pereira

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São Paulo, 14 de Abril de 2011

Sumário

Pág.

Capa 01

Contra Capa 02

Sumário 03

Civilização Árabe 04

- Maomé, o Profeta 04- A Expansão Muçulmana

05Civilização Latino-Americana

05- Divisões regionais

05- Divisão por Línguas

05- Divisão Cultural

05Civilização Ocidental

07

- Origem 07

- Introdução 07

- Definição Clássica 08- Culturas dominantes desde a época colonial

08- Países capitalistas durante a guerra fria

08

- Definições de Governos 08

Civilização Ortodoxa 08

- História 08

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- Introdução 09

Civilização Subsaariana 09- Diversidade étnica

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- Línguas 10

- História 10

Conclusão 12

Bibliografia 13

Civilização Árabe

A civilização árabe ou islâmica surgiu no Oriente Médio, numa península desértica situada entre a Ásia e a África. É área de aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados, com centenas de milhares recobertos por um enorme deserto, pontilhados por alguns oásis e por uma cadeia montanhosa, a oeste. Somente uma estreita faixa no litoral sul da península possui terras aproveitáveis para a agricultura.

Até o século VI, os árabes viviam em tribos, sem que houvesse um Estado centralizado. No interior da península havia tribos nômades de beduínos, que viviam basicamente do pastoreio e do comercio. Às vezes entravam em luta pela posse de um oásis ou pela liderança de uma rota comercial. Também era comum o ataque a caravanas que levavam artigos do Oriente para serem comercializados no Mar mediterrâneo ou no Mar Vermelho.

Apesar de dispersos num grande território os árabes edificaram algumas cidades, entre as quais as mais importantes localizavam-se a oeste, na parte montanhosa da Península Arábica. Eram elas: latribe, Taife e Meca, todas na confluência das rotas das caravanas que atingiram o Mar Vermelho. A cidade de Meca era, sem dúvida, a mais destacada, pois, como centro religioso de todos os árabes, ali se reuniam milhares de crentes, o que tornava seu comércio ainda mais intenso.

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Embora fossem politeístas e adorassem diversas divindades, os ídolos de todas as tribos estavam reunidas num templo, chamado Caaba, situado no centro de Meca. A construção, que existe até hoje, assemelha-se a um cubo e, assim como a administração da cidade, ficava sob os cuidados da tribo dos coraixitas.

Maomé, o Profeta

Maomé, que iria causar enormes transformações em seu povo e no mundo, nasceu por volta de 570, na poderosa tribo dos coraixitas.

Tendo sido por muito tempo guia de caravanas, Maomé percorreu o Egito, a Palestina e a Pérsia, conhecendo novas religiões, como o judaísmo e o cristianismo. A grande transformação de sua vida teve lugar quando, já bem estabelecido economicamente, divulgou que tivera uma visão do anjo Gabriel - entidade da religião cristã - em que este lhe revelara a existência de um deus único. A palavra deus, em árabe, se diz Alá.

Começou então a pregar o islamismo, ou seja, a submissão total a Alá, com a conseqüente eliminação de todos os outros ídolos. Os crentes na nova religião eram chamados muçulmanos ou maometanos. A revelação feita a Maomé e todas as suas pregações estão reunidas no Corão, o livro sagrado dos muçulmanos e primeiro texto escrito em árabe. Além da submissão total a Alá, o Corão registra as seguintes regras fundamentais para os muçulmanos: orar cinco vezes por dia com o rosto voltado para Meca; jejuar regularmente; dar esmolas; peregrinar ao menos uma vez na vida para Meca. Com os ensinamentos de Maomé se instalaram também outras regras de comportamento individual e social, como a proibição de consumir carne de porco, de praticar jogos de azar e de reproduzir a figura humana, além da defesa da autoridade do pai na família e da permissão da poligamia masculina.

Os habitantes de Meca, temerosos de perder o comércio as caravanas de fiéis que se dirigiam à Caaba, passaram a perseguir Maomé, e a maioria da população árabe da cidade não aderiu ao seu monoteísmo. Maomé foi obrigado, então, a fugir para latribe, que passou a chamar-se Medina, nome que significa a "cidade do profeta". Essa fuga, que ocorreu em 622, é chamada de héregia e indica o início do calendário muçulmano, tendo, para esse povo, o mesmo significado que o nascimento de Cristo tem para os cristãos.

Gradualmente, o número de crentes em Alá foi aumentando e, apoiado nessa força, Maomé começou a pregar a Guerra Santa, ou seja, a expansão do islamismo, através da força, a todos os povos "infiéis". O grande estímulo era dado pela crença de que os guerreiros de Alá seriam recompensados com o paraíso, caso morressem em luta, ou com a partilha do saque das cidades conquistadas, caso sobrevivessem. A Guerra Santa serviu para unificar as tribos árabes e tornou-se um dos principais fatores e permitir a expansão posterior do islamismo.

A Expansão Muçulmana

Após a morte, Maomé foi substituído pelos califas - os "sucessores do profeta" - que eram chefes religiosos e políticos. Com os califas iniciou-se a expansão da civilização muçulmana, motivada principalmente pela necessidade de terra fértil que o aumento populacional da Península Arábica após a unificação das tribos exigia. Os guerreiros islâmicos, impulsionados pela crença no paraíso após a morte e pelas recompensas terrenas, avançaram rapidamente, aproveitando-se da fraqueza de seus vizinhos persas e bizantinos. Caracterizando-se, em geral, pelo respeito aos costumes dos povos vencidos, os muçulmanos dominaram toda a Península Arábica. Expandindo-se para leste, alcançaram a Índia e, estendendo-se em direção ao Mar Mediterrâneo, conquistaram o norte da África e parte da Península Ibérica. Apesar do avanço muçulmano na Europa ter sido freado na Batalha de Poitiers, em 732, pelo franco Carlos Martel, os árabes ainda conseguiram conquistar as ilhas Baleares, a Sicília, a Córsega e a Sardenha. A extensão dos domínios muçulmanos pelo Mediterrâneo prejudicou o comércio da Europa Ocidental com o Oriente. Este foi um dos fatores que contribuíram para o isolamento dos reinos bárbaros cristãos que voltaram mais ainda para uma economia agrícola e rural, o que contribuiu para a formação do feudalismo. A tolerância dos muçulmanos para com os povos conquistados permitiu-lhes atingir grande

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progresso econômico e cultural, pois, utilizando elementos próprios e de outras culturas, desenvolveram conhecimentos e técnicas valiosas até hoje. Foi o caso do uso da bússola e da fabricação do papel e da pólvora, aprendidos com os chineses e introduzidos no Ocidente. Em virtude da enorme extensão de seu império, os árabes difundiram o cultivo de produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar, o algodão, o arroz, a laranja e o limão. No campo das ciências desenvolveram a Matemática, com muitas contribuições à Álgebra, Geometria, Trigonometria e Astronomia. Os algarismos que usamos atualmente são uma herança indiana transformada e transmitida aos ocidentais pelos árabes, daí serem chamados arábicos. Até mesmo a palavra algarismo deriva da língua árabe. A Medicina que desenvolveram baseou-se nos conhecimentos dos gregos. Séculos mais tarde, os turcos, originários da Ásia Central e seguidores do islamismo, conquistaram grande parte dos domínios muçulmanos. Eles formaram no século XIV o Império Turco, que englobou esses domínios e acabou, depois de várias tentativas, conquistando o Império Bizantino, com a tomada de Constantinopla em 1453.

Civilização Latino-Americana

A Civilização Latino-Americana é a mais recente e misógina civilização contemporânea. Formada pela conquista do continente americano pelos exploradores portugueses e espanhóis em sua expansão ultramarina. Quando Espanha e Portugal unificaram coroas, entre 1580 e 1640, o conjunto formado pelo então Reino de Espanha e suas colônias (a principal era a América Latina) formavam o maior império do mundo em sua época.

Divisões regionais

Embora seja necessário a divisão do subcontinente latino-americano em características regionais, por razões didáticas, é importante lembrar que a enorme diversidade de sub variedades culturais e a ausência de fronteiras específicas entre elas torna impossível uma divisão tecnicista destas multiplicidades.

Divisão por Línguas

Em tese existe uma América espanhola e outra América portuguesa, esta última é representada unicamente pelo Brasil, enquanto que os demais países do continente formam a América Hispânica.

Divisão Cultural

Necessária apenas para destacar as manifestações hegemônicas e diferenciar as regiões industrializadas daquelas que ainda tem na agricultura sua maior fonte de divisas. Assim sendo temos:

O Cone Sul, que é formado pela Argentina, Paraguai, Uruguai e região sul/sudeste Brasileiro. É um pólo industrial do continente. É o centro europeu do continente, com forte influência da cultura inglesa e norte-americana nos dias atuais, tendo como principal herança étnica a portuguesa, a espanhola e a italiana (esta última devido a levas migratórias). No Brasil ainda houve forte presença de africanos, que foram usados como mão-de-obra escrava até 1888. A parte brasileira do cone sul é ao mesmo tempo a mais européia e a mais misógina de todo o continente latino-americano. É notável que, ao mesmo tempo que os habitantes do Cone Sul se consideram latino-americanos, consideram-se também integralmente parte da Civilização Ocidental.

A região do Chaco boliviano que também engloba o Paraguai é uma região de agropecuária extensiva. Nos aspectos culturais o Pantanal Mato Grossense também se insere neste contexto. É uma região que tem muitas interações com a cultura sertaneja brasileira, em especial o Paraguai. Canções como Índia e Galopeira tem elementos musicais de fusão dos estilos caipiras brasileiros com a polca e o guarânico paraguaios.

O conjunto Andino, com exceção do Chile, onde atividades agrícolas formam a maior fonte de divisas e forte a presença indígena nativa. Celeiro da Nação Inca, que enche o folclore da região de elementos pré-colombianos. A força da música regional se impõe aos ritmos e estilos internacionais e existe até mesmo na moda, uma resistência bastante nítida de culturas ancestrais.

A Amazônia é região que compreende o norte do Brasil e partes de Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. A região mais rica em termos de culturas locais ainda não colonizadas. Mas, a miscigenação dos

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homens brancos com os nativos deu origem e uma cultura que tem recebido diversas denominações ao longo da história: ribeirinha, amazonense, cabocla. Esta última é a mais difundida atualmente. A identidade cabocla se define pelo homem que vive da selva, seja ele índio, seringueiro, pescador ou caçador. É o homem que precisa da selva de para continuar sobrevivendo. Por esta causa, o estilo de vida caboclo é estimulado a resistir à ocupação predatória da região. O líder Chico Mendes é um dos principais ícones de auto-afirmação desta cultura.

O Sertão brasileiro é o centro geográfico da América do Sul, sofre forte influência indígena, especialmente a Guarani e tem sua formação étnica como sendo resultado das incursões dos bandeirantes europeus pelo continente na busca do ouro. Tem uma forte identidade cultural e está fortemente integrada economicamente ao cone sul, embora não desfrute dos mesmos índices de IDH deste.

O Nordeste brasileiro pode ser considerado, em parte, como ligado ao sertão, mas há inúmeras características regionais que o tornam diferente de qualquer outra parte do conjunto latino-americano. Especialmente a região conhecida como Agreste e Zona da Mata. Ali, elementos africanos, indígenas e europeus se fundem e ganham aspectos locais de forte influência da estética barroca, tanto nas inúmeras variedades musicais, quanto na literatura popular e na tradição oral do povo. É uma região pobre, contudo há ilhas de desenvolvimento nas capitais. Interessante ressaltar que o Estado da Bahia, tem aspectos em comum com o restante do Nordeste, mas pode ser considerada uma região particular dentro do Brasil.

Guianas: conjunto tão isolado e diferente do restante do continente que nem pode ser considerado como parte desta civilização. As influências variam do holandês, inglês, francês ao indiano.

Norte da Venezuela e Antilhas: estas formam um conjunto marcado pelo mambo e por uma inestimável riqueza de culturas. A Venezuela é a mais européias das nações que formam este conjunto que merece ser destacado dos demais por sua pequena separação geográfica do restante do continente.

Istmo Central, ou América Central é o nome atribuído aos países localizados entre o México e a Colômbia. A região mais violentada pela política externa norte-americana até o fim do século XX. Ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos esmagaram as economias locais por décadas. Apesar de ser região basicamente agrícola, os EUA precisavam dela para obter produtos agrícolas tropicais tais como banana, laranja, café e outros. Culturalmente é a região dos Maias, o México influencia diretamente a cultura local.

México: pode quase ser considerada uma civilização autônoma. A identidade mexicana é marcada pela imposição de alguns costumes espanhóis a elementos Astecas. Muitos mexicanos consideram o país o centro da cultura hispânica no mundo. De fato, durante a ocupação napoleônica na Espanha, muitos nobres se refugiaram no México e os principais assuntos relativos à Coroa Espanhola eram tratados neste país. O povo que habita o norte do país tem maior descendência indígena do que sul, de forte presença européia. Em termos europeus, o México tem a mais purista influência, uma vez que não sofreu levas migratórias de outros grupos europeus como seus vizinhos do sul.

Caribe Anglo-Saxão: somente a língua tem influência britânica, já que os ingleses não se miscigenaram com os habitantes locais, em sua maioria negros africanos. Constituem este conjunto ilhas como a Jamaica (a mãe do Reggae) e outras ilhas de domínio histórico britânico como as Bahamas.

Civilização Ocidental

Origem

De origem, a expressão indicava as áreas da Europa tradicionalmente católicas ou protestantes.A diferença entre o Ocidente e a sua contrapartida o Oriente é mais velha: no Império Romano já

havia diferença entre a parte ocidental latina e o parte oriental, dominada pelos gregos. A separação do Império Romano em uma parte Ocidental e uma parte Oriental em 395 e o cisma de 1054 também reforçaram esta diferença.

Com a expansão do cristianismo na Europa, a diferença foi levada às outras partes da Europa. Por exemplo, a Rússia e a Bulgária foram convertidas a partir de Constantinopla e fazem parte do Oriente, enquanto os irlandeses e os neerlandeses pertencem ao Ocidente. Depois da Idade Média, o Ocidente foi caracterizado por um grande número de correntes de desenvolvimento, tais como o Renascimento, o Iluminismo, o Protestantismo, o Humanismo, etc.

Introdução

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É consenso que o Ocidente teve origem no norte e leste do Mediterrâneo, com a Grécia antiga e a Roma antiga. Com o tempo, seus impérios associados cresceram primeiro para o leste e para o sul, conquistando e absorvendo muitas grandes civilizações mais antigas; depois, cresceu para o norte e para o oeste incluindo a Europa Central e Ocidental.

O território ocidental da Europa de acordo com Huntington. O mapa representa o Oriente Ortodoxo e o Ocidente cristão (católico-protestante) do Ocidente. Através dos séculos, o Grande Cisma causou diferenças determinantes na estrutura social, nas formas dominantes, no domínio das tecnologias aplicadas e desenvolvimento econômico, na filosofia e na ética, na arquitetura, nas finas artes e no vestuário.

Outros historiadores, como Carroll Quigley (Evolução das Civilizações), sustentam que a civilização ocidental nasceu por volta de 400 d.C., após o colapso total do Império Romano do Ocidente, deixando um vácuo para o florescimento de novas idéias que eram impossíveis nas sociedades clássicas. Em qualquer ponto de vista, entre a queda do Império Romano do Ocidente e o Renascimento, o Ocidente experimentou um período de declínio considerável, conhecido como a Idade Média, que inclui a Idade das Trevas e as Cruzadas.

O conhecimento do mundo antigo ocidental foi parcialmente preservado durante este período devido à sobrevivência do Império Romano do Oriente, que também foi expandido pelo Mundo Árabe, e principalmente pela ascendência concorrente da Era de Ouro do Islamismo. A importação árabe, tanto de antigas quanto de novas tecnologias a partir do Oriente Médio e do Oriente para a Europa renascentista representou "uma das maiores transferências tecnológicas na história do mundo."

Desde a Renascença, o Ocidente evoluiu além da influência dos antigos gregos, romanos e muçulmanos devido às revoluções Comercial, Científica e Industrial, à expansão dos povos cristãos dos impérios da Europa Ocidental e particularmente, à abrangência dos impérios europeus dos séculos XVIII e XIX. Desde a Era dos Descobrimentos e de Colombo, a noção do Ocidente se expandiu para incluir as Américas, embora grande parte das Américas tenham tido uma considerável influência pré-cultural ocidental. A maioria dos países da América Latina, Austrália e Nova Zelândia são consideradas parte da cultura ocidental devido ao seu estatuto anterior de colônias de impérios da Europa Ocidental. Em geral, o consenso atual seria localizar o Ocidente, pelo menos, entre as culturas e povos da Europa, América do Norte (ou seja, Canadá, Estados Unidos e México), a maioria dos países na América do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Há um debate entre alguns se a Europa Oriental poderia ser colocada em uma categoria própria. Culturalmente o Leste Europeu é geralmente aceito como parte do "Ocidente", principalmente por causa da sua localização geográfica e pelos laços culturais com o restante da Europa. No entanto, a região não preenche os critérios econômicos tradicionais de padrão de vida que se associa com "o Ocidente".

Quando se refere a acontecimentos atuais, o termo "mundo ocidental", muitas vezes inclui os países desenvolvidos da Ásia, como o Japão, Singapura, Taiwan e Coréia do Sul, que têm fortes laços econômicos, políticos e militares com a Europa Ocidental, a OTAN e Estados Unidos. Embora esses países tenham considerável influência e semelhanças com a cultura ocidental, eles ainda mantêm tradições muito distintas do Ocidente em religião (embora o Cristianismo seja uma religião importante na Coréia do Sul), idiomas, costumes e visões de mundo que são produtos do seu próprio desenvolvimento indígena, ao invés de apenas serem frutos das influências ocidentais.

Japão e Coréia do Sul, em particular, são os únicos membros asiáticos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e são as duas principais democracias plenas na Ásia, tendo um alto padrão de vida e um elevado nível de desenvolvimento humano.

Definição clássica

A definição clássica para o "Mundo Ocidental" compreende os países da Europa (por oposição a Ásia, o "mundo oriental"), e os que têm suas raízes históricas e culturais ligadas à Europa. Nesta definição se incluem, além da própria Europa, também as Américas e a Oceania e, em parte, também a África do Sul.

Culturas dominantes desde a época colonial

A expressão Mundo Ocidental às vezes refere-se ao grupo de países que alcançaram a hegemonia desde a segunda parte do segundo milênio. Nesta definição estão incluídos a Europa Ocidental, os Estados Unidos e o Canadá.

Países capitalistas durante a guerra fria

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Durante a Guerra Fria, a expressão "Mundo Ocidental" se referia de maneira muito genérica aos países capitalistas desenvolvidos. Esta definição inclui os Estados Unidos, o Canadá, a Europa Ocidental, a Austrália, a Nova Zelândia, e também o Japão e Israel.

Definições de governos

Definições de governos servem um alvo legal e administrativo. Às vezes, elas têm pouca relação com definições que foram apresentados acima. Por exemplo, o governo dos Países Baixos considera os imigrantes da Indonésia (uma ex-colônia holandesa) como imigrantes ocidentais.

Civilização Ortodoxa

Seria a civilização de países que têm como religião predominante a doutrina ortodoxa do Cristianismo, constituída principalmente pela Rússia e pelo Leste Europeu.

A Igreja Ortodoxa, também conhecida como Igreja Católica Apostólica Ortodoxa ou Igreja Ortodoxa Oriental, é uma das principais Igrejas cristãs da atualidade. A Igreja Ortodoxa vê a si mesma como a verdadeira igreja instituída por Jesus Cristo, e a seus líderes, sucessores dos apóstolos. Em que pesem diferenças teológicas, organizacionais e de espiritualidade não desprezáveis, no todo sua doutrina é semelhante à da Igreja Católica; preserva os sete sacramentos, o respeito a ícones e o uso de vestes litúrgicas nos seus cultos (denominados de divina liturgia). Seus fiéis são chamados de cristãos ortodoxos.

A Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica Apostólica Romana separaram-se no século XI. Por essa razão os ortodoxos não reconhecem a autoridade do Papa, não aceitam os dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana em séculos recentes, tais como o da Imaculada Conceição e o da infalibilidade papal, e não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs.

História

Até o século XI, católicos romanos e ortodoxos têm uma história comum, que começa com a instituição da Igreja por Jesus Cristo e sua difusão pelos apóstolos. O Primeiro Concílio de Niceia, em 325, estabeleceu a Pentarquia, em que a Igreja foi organizada sob cinco patriarcas: os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma, sendo o Bispo de Roma considerado o primus (primeiro) entre os patriarcas, embora muitos interpretem esse título como o primus inter pares (primeiro entre iguais). Porém, quando a residência do Imperador e do Senado foi transferida para Constantinopla (em 330 d.C), o Bispo de Roma perdeu influência em favor do Bispo de Constantinopla em relação às igrejas orientais. Ainda assim Roma continuou tendo uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.

Uma série de dificuldades complexas ocasionou um progressivo distanciamento entre Roma e os demais patriarcados. Primeiro veio a quebra da unidade política. Com a divisão do Império Romano (em 395), a queda do Império Romano do Ocidente (em 476) e o fracasso da tentativa de Justiniano de reunificar o império (a partir de 535), Oriente e Ocidente deixaram de estar sob o mesmo império. Mais tarde, com a ascensão do Islã, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, se tornaram mais difíceis, e a unidade cultural entre os dois mundos deixou paulatinamente de existir. No século VIII, Roma colocou-se sob a proteção do Império Carolíngio. Criou-se assim uma situação em que as Igrejas em Roma e em Constantinopla estavam no seio de dois impérios distintos, fortes e auto-suficientes, cada qual com sua própria tradição e cultura.

Essa situação ensejou uma escalada de divergências doutrinárias entre Oriente e Ocidente (em particular a inclusão no Credo Niceno-Constantinopolitano, pelo Ocidente, da cláusula filioque, considerada herética pelos ortodoxos) e a adoção gradativa de rituais diferentes; ao mesmo tempo, acentuou-se a pretensão, por parte de Roma, de exercer uma autoridade inconteste sobre todo o mundo cristão, enquanto que Constantinopla aceitava somente que Roma tivesse uma posição de honra. Tais disputas levaram à ruptura, em 1054, que dividiu a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste (Grécia, Rússia e muitas das terras eslavas, Anatólia, Síria, Egito, etc.). A esta divisão a historiografia ocidental chama Cisma do Oriente, e a oriental, Grande Cisma.

Introdução

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A Igreja Ortodoxa é formada por diversas jurisdições eclesiásticas (como por exemplo, a Igreja Ortodoxa Grega, Igreja Ortodoxa Russa) que professam a mesma fé e, com algumas variantes culturais, praticam basicamente os mesmos ritos. O chefe espiritual das Igrejas Ortodoxas é o Patriarca de Constantinopla, embora este seja um título mais honorífico, uma vez que os patriarcas de cada uma dessas igrejas são independentes. A maior parte das Igrejas ortodoxas, todas elas em comunhão umas com as outras, usam o rito bizantino.

Para os ortodoxos, o chefe único da Igreja, e sem intermediários, representantes ou legatários, é o próprio Jesus Cristo. A autoridade suprema na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, que se compõe de todos os patriarcas chefes das igrejas autocéfalas e os arcebispos-primazes das igrejas autônomas, que se reúnem por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.

A autoridade suprema regional em todos os patriarcados autocéfalos e igrejas ortodoxas autônomas são da competência do Santo Sínodo Local. Uma igreja autocéfala possui o direito a resolver todos os seus problemas internos em base a sua própria autoridade, tendo também o direito a remover seus próprios bispos, incluindo o próprio patriarca, arcebispo ou metropolitana que presida esta Igreja.

A Igreja Ortodoxa reconhece sete Concílios Ecumênicos: Niceia, Constantinopla, Éfeso, Calcedônia, Constantinopla II, Constantinopla III e Niceia II.

Civilização Subsaariana

Efetivamente, o Deserto do Saara, com os seus cerca de 9 milhões de quilômetros quadrados, forma uma espécie de barreira natural que divide o continente africano em duas partes muito distintas quanto ao quadro humano e econômico. Ao norte encontramos uma organização sócio-econômica muito semelhante à do Oriente Médio, formando um mundo islamizado. Ao sul temos a chamada África Negra, assim denominada pela predominância nessa região de povos de pele escura.

Diversidade étnica

A diversidade étnica desta região de África é patente nas diferentes formas de cultura, incluindo as línguas, a música, a arquitetura, a religião, a culinária e a indumentária dos diferentes povos do continente.

A grande maioria da população pertence a etnias anteriormente classificadas na "raça negra".

Línguas

A África é provavelmente a região do mundo onde a situação lingüística é a mais diversificada (com 1000 línguas) e a menos conhecida. A classificação estabelecida por Joseph Harold Greenberg, um famoso lingüista norte-americano, em 1955, distingue quatro grandes conjuntos:

A família khoin ao sul, constituída essencialmente pelas línguas de cliques dos bosquímanos e dos hotentotes;

A família camito-semítica (dita também afro-asiática) ao norte, constituída pelo semítico (árabe, hebraico, etíope e outras), o berbere, o egípcio, o cuchítico e o chadiano (haúça),

A família nilo-saariana, que se estende sobre uma zona descontínua do Chade ao Sudão e ao Zaire, e compreende o songai, o maban, o koma, o fur e o nilo-chadiano, este dividido em sudanês central (sara, mangbetu) e sudanês oriental (línguas núbias);

A família nígero-congolesa, que ocupa a maior parte da África Negra, é dividida em seis grupos: o oeste-atlântico (peul, uolof, diola), o mandé ou mandinga (bambara, malinque, mende), o voltaico ou gur (mossi), o kwa (iorubá, iba, akan, ewe, kru), o grupo de Adamaua Oriental e o grupo benuê-congolês, essencialmente constituído pelas línguas bantas, que ocupam todo o sul do continente. Para fazer face a essa diversidade lingüística, foram desenvolvidas línguas de relação, faladas como segundas línguas nos conjuntos geográficos mais vastos: o árabe, a língua mais falada do continente; o suaíle (a leste da África), primeira língua banta a utilizar a forma escrita; o lingala (oeste do Zaire); o bambara (Mali, Guiné, Costa do Marfim);

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o haúça (norte da Nigéria) e outras. Finalmente, as línguas européias herdadas da colonização (inglês, francês, português) são faladas pelas classes cultas e continuam a ser o alicerce lingüístico de numerosos países. Essa imensa diversidade cultural é, em parte, explicada pela preservação, até tempos recentes, de uma organização social tribal. A tribo é uma das mais antigas e elementares formas de organização social, sendo caracterizada pela presença de um território comunitário e pela unidade da língua e das tradições. Dessa maneira, cada tribo é um verdadeiro universo cultural, com suas particularidades bem definidas, que se mantêm enquanto não são expostas a culturas externas.

História

A teoria mais aceite entre os antropólogos e arqueólogos diz que a "África é o berço da humanidade", mas o "homem negro" talvez tenha sido o último a surgir entre os representantes das grandes etnias. Na Antigüidade, a Núbia e a Abissínia foram as primeiras regiões a receber influências externas, principalmente egípcias, a partir do III milênio a.C.. O território a oeste do Chade permaneceu mal conhecido, e passou lentamente do Neolítico à Idade do Ferro. Existiram grandes impérios: Gana, Mali, Songai, Bornu. A partir do século VIII, os Estados sudaneses sofreram a influência dos muçulmanos e tornaram-se fortemente islamizados. O império de Gana, entre o Senegal e o Níger, desenvolveu-se a partir do século IX e foi destruído em 1076-1077 pelos almorávidas. Seu território controlado no início do século XIII pelo Reino de Sosso passou em 1240 à dominação do Império de Mali, que herdeiro de sua riqueza, se estendeu por uma zona bastante extensa no Sudão ocidental. Esse império entrou em lento declínio a partir do século XV e foi perdendo terreno para o império Songai, que cresceu às suas custas a partir de então. O golpe final do império de Mali foi dado pelo Reino de Segu, por volta de 1670.

O islamismo, introduzido pelos almorávidas, durante muito tempo atingiu somente as classes dirigentes. Ao redor do Chade, sucederam-se ou coexistiram diferentes reinos: Baguirni, Uadai e Kanen-Bornu, islamizados superficialmente. O Islã deu origem também à reinos teocráticos, no vale do Senegal e no Futa-Djalon, onde ocorreram conversões massa no século XIX. Na costa do golfo de Benin formaram-se reinos animistas, menores, porém, muito centralizados, como Achanti e Daomé. Ao leste do deserto da Líbia, o reino cristão da Núbia passou, pouco a pouco ao controle do Islã, o da Etiópia, refugiado nas montanhas após a ruína de Aksum por volta do século VI, sobreviveu - apesar de uma história tumultuada - até a sua reorganização, na segunda metade do século XIX, sob uma dinastia igualmente abissínia. Na costa oriental surgiu uma série de sultanatos fundados pelos árabes, que prosperaram até a chegada dos portugueses, no século XVI. Madagascar povoou-se de indonésios desde uma data desconhecida até perto do século XIII.

A chegada dos portugueses no século XV trouxe grandes mudanças, pois o comércio português, em breve seguido pelo de outras nações européias como os Países Baixos, Dinamarca, Grã-Bretanha e França, por intermédio de companhias autorizadas, baseava-se essencialmente no tráfego de escravos. Do século VII ao XX, cerca de 14 milhões de escravos foram levados para o mundo árabe pelo Saara e pelos portos da costa oriental. A eles se devem somar os que, do século XV ao XIX, foram para a América: de 15 a 20 milhões, mais os que morreram durante a viagem. Os chefes das regiões costeiras foram, no decorrer do século XIX, substituindo a "mercadoria humana" por produtos tropicais (óleo de coco), que eram trocados por tecidos e armas.

A partir de 1815, a França tentou lentamente extrair recursos do Senegal, que ocupou em 1658. A Grã-Bretanha se instalou na Costa do Ouro (Golden Coast) a partir de 1875 e na Nigéria desde 1880, ano em que a França desencadeou a "corrida do ouro", com a Marcha do Níger. A Conferência de Berlim (novembro de 1884-fevereiro de 1885) não decidiu a partilha da África, mas acelerou a instalação territorial das potências européias e a constituição de grandes impérios coloniais: inglês, holandês, italiano, belga e alemão, junto aos restos do império espanhol e português. Até a Segunda Guerra Mundial, a África subsaariana evoluiu em ritmos diversos, em função do meio e dos recursos, da precariedade das vias de comunicação, da densidade das populações e da urbanização. Por toda parte a massa camponesa (90% da população) sofreu com o domínio colonial. Entretanto a urbanização, acentuada após a Segunda Guerra Mundial, e a formação de elites letradas desenvolveram a consciência da identidade africana.

Após a Segunda Guerra Mundial o prestígio da etnia branca diminuiu (derrota de 1940, lutas intestinas entre franceses, rivalidade franco-inglesa), fato acentuado com a propaganda dos movimentos pan-africanistas, que já existiam desde antes da guerra. Essa evolução foi geralmente pacífica, salvo a rebelião malgaxe de 1947, as sublevações kikuyus (mau-mau) do Quênia, de 1952 a 1956, e a revolta da União das populações de Camarões (1955-1958), O processo de descolonização iniciado em 1944 (Conferência de Brazzaville), acelerou-se após 1960, ano em que muitos países africanos conquistaram a independência.

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Apesar disso continuaram com graves problemas econômicos e políticos, a despeito do apoio das antigas metrópoles. A África tornou-se, por outro lado, território de disputa entre os dois blocos então dominantes na política mundial, acentuada pela assistência militar que a União Soviética, China, Cuba, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e outras potências forneciam a governos africanos sob sua influência.

A fragilidade econômica de muitos países africanos levou-os a buscar ajuda nas antigas metrópoles, das potências que apoiaram os novos governos pós-independência, ou sob forma multilateral, dos organismos internacionais como a ONU ou a Comunidade Econômica Européia. Para superar suas fraquezas os países africanos formaram a Organização da Unidade Africana (OUA), criada em 1963 em Adis-Abeba. A África negra hoje atravessa uma crise política e econômica que se caracteriza pela rejeição aos partidos únicos, pelo aumento das tensões tribais e por um desastre econômico sem precedentes. Desde o início dos anos 80 a recessão vem se ampliando, com a queda das matérias-primas e o aumento da dívida externa e do desemprego num continente onde a população cresce num ritmo inédito na história. Tais dados demográficos, no entanto, podem transformar-se profundamente com a evolução da Aids: em 1991, metade dos 5 a 8 milhões de indivíduos portadores do vírus eram africanos.

Até o final dos anos 80, a maioria dos dirigentes se manteve no poder graças a partidos únicos que garantiam os privilégios de uma minoria, apoiada na corrupção generalizada. A crescente pressão dos direitos humanos, no entanto, tem obrigado vários países a se justificarem perante a comunidade internacional. Nesse contexto, em 1990 a África negra passou por mudanças políticas fundamentais, caracterizadas pela implosão dos sistemas vigentes: pluripartidarismo e democracia tornaram-se as palavras de ordem. O Benim renunciou ao marxismo-leninismo, a Costa do Marfim legalizou os partidos de oposição após 3 anos de autoritarismo e Gabão, Zaire, Tanzânia, Camarões, Zâmbia e Congo por sua vez, se abriram ao pluripartidarismo. Na África do Sul as leis que regiam o Apartheid foram abolidas em 1991, e a maioria dos países da África austral caminha para a democratização, adotando o pluripartidarismo, novas constituições e eleições livres, na esperança de atingir a estabilidade política indispensável ao desenvolvimento econômico.

Conclusão

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Bibliografia

http://www.screbd.com

O Choque das Civilizações e a Mudança na Ordem Mundial Autor: HUNTINGTON, SAMUEL P.Editora: OBJETIVA

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