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1 Universidade de Brasília ADEVONIR RODRIGUES FLORES AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARA OS PAIS DOS DISCENTES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTA MARIA (RS): UM ESTUDO DE CASO FENOMENOLÓGICO Santa Maria 2007

AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO … · ESPECIALIZAÇÃO EM ESPORTE ESCOLAR. ... - Identificar as contribuições negativas do PST para os pais dos discentes. ... cooperativo,

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Universidade de Brasília

ADEVONIR RODRIGUES FLORES

AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARA OS

PAIS DOS DISCENTES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTA

MARIA (RS): UM ESTUDO DE CASO FENOMENOLÓGICO

Santa Maria

2007

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ADEVONIR RODRIGUES FLORES

AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARA OS PAIS DOS DISCENTES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTA MARIA (RS): UM

ESTUDO DE CASO FENOMENOLÓGICO

Monografia de Especialização Em Esporte Escolar Para a obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar Universidade de Brasília Centro de Educação a Distância

Orientador: Prof. Dr. HUGO NORBERTO KRUG

Santa Maria 2007

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ESPORTE ESCOLAR

A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA A MONOGRAFIA

AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARA OS PAIS DOS DISCENTES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTA MARIA (RS): UM

ESTUDO DE CASO FENOMENOLÓGICO

ELABORADA POR:

ADEVONIR RODRIGUES FLORES

COMO REQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA

EM ESPORTE ESCOLAR

COMISSÃO EXAMINADORA:

_____________________________________________ Prof. Dr. Hugo Norberto Krug – Orientador - UFSM

____________________________________________

____________________________________________

Santa Maria, 10 de março de 2007.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida.

Aos meus pais, pelo estimulo e pela presença constante.

A minha filha, Jaqueline pela paciência na minha ausência.

Aos meus familiares, que mesmo de longe me incentivaram.

Aos meus colegas, pelas contribuições intelectuais e afetivas.

A direção, aos colegas, aos alunos da Escola Estadual Irmão José Otão, pela convivência,

apoio e força.

Ao Ministério dos Esportes, ao CEAD, aos Tutores e professores pela oportunidade de

realizar este curso.

Ao meu orientador prof. Dr. Hugo Norberto Krug.

Muito obrigado.

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RESUMO

AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARA OS PAIS

DOS DISCENTES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTA MARIA (RS): UM

ESTUDO DE CASO FENOMENOLÓGICO

Autor: Adevonir Rodrigues Flores

Orientador: Prof. Dr. Hugo Norberto Krug

O presente estudo teve como objetivo analisar as contribuições positivas e

negativas do Programa Segundo Tempo (PST) para os pais dos discentes da Escola Estadual

de Educação Básica Irmão José Otão da cidade de Santa Maria (RS). Participaram da pesquisa

15 pais dos discentes que participavam do PST. O instrumento utilizado na pesquisa foi uma

entrevista semi-estruturada. Através da análise fenomenológica foi constatado que o PST teve

mais pontos positivos do que negativos e, isso mostrou, o quanto, os pais, consideram

importante o desenvolvimento de atividades extracurriculares para os seus filhos (alunos),

tanto para a ocupação do tempo como para o aprendizado. Entretanto, os raros pontos

negativos mostram a reprovação dos pais ao término do PST. Desta forma, então, aparece o

descomprometimento do Governo, através dos projetos sem continuidade, os quais, são de

grande importância para a comunidade escolar auxiliando muito na inclusão, evitando a

violência, pois enquanto essas crianças estão no ambiente escolar praticando algo que só lhes

trarão benefícios para a vida não estão expostas à criminalidade das ruas. Assim, esta

investigação desvelou o quanto foi importante à implantação e a execução do PST, para os

pais e, principalmente, para as crianças e adolescentes participantes do mesmo.

Palavras-chave: Programa Segundo Tempo; Contribuições; Esporte Escolar.

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SUMÁRIO

O PONTO DE PARTIDA DA INVESTIGAÇÃO....................................................... 8

1- CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA............................................................... 8

2- OBJETIVOS DO ESTUDO......................................................................................... 9

2.1- Objetivo geral......................................................................................................... 9

2.2- Objetivos específicos.............................................................................................. 10

3- JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 10

AS BASES TEÓRICAS DA INVESTIGAÇÃO........................................................... 11

1- O ESPORTE NA ESCOLA........................................................................................ 11

2- ESPORTE E INCLUSÃO.......................................................................................... 14

3- O ESPORTE COMO DIREITO DE TODOS............................................................. 18

4- JOGANDO E APRENDENDO COM O PROGRAMA SEGUNDO TEMPO.......... 20

A FENOMENOLOGIA COMO CAMINHO DA INVESTIGAÇÃO........................ 23

1- VISÃO DA SÍNTESE DO PROCEDIMENTO METODOLÓGICO.......................... 23

1.1- A corrente do pensamento: Fenomenologia........................................................... 23

1.2- Abordagem da pesquisa: Qualitativa...................................................................... 24

1.3- Forma assumida (tipo): Estudo de caso.................................................................. 25

1.4- Coleta de informações: Pesquisa bibliográfica e entrevista.................................... 25

1.5- Interpretando as informações: Análise fenomenológica......................................... 27

2- ABRANGÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO: PARTICIPANTES................................... 28

OS ACHADOS DA INVESTIGAÇÃO: A INTERPRETAÇÃO DOS

SIGNIFICADOS..............................................................................................................

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1- AS ESSÊNCIAS DAS CONTRIBUIÇÕES POSITIVAS DO PROGRAMA

SEGUNDO TEMPO PARA OS DISCENTES.................................................................

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2- AS ESSÊNCIAS DAS CONTRIBUIÇÕES NEGATIVAS DO PROGRAMA

SEGUNDO TEMPO PARA OS DISCENTES.................................................................

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O TEMA DA INVESTIGAÇÃO DESVELADO: QUANDO ENTENDEMOS OS

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO

PARA OS DISCENTES....................................................................................................

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REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 37

ANEXOS..........................................................................................................................

ANEXO A.........................................................................................................................

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O PONTO DE PARTIDA DA INVESTIGAÇÃO

1- CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

A educação tem um valor inestimável como força motriz de mudança e

libertação, como instrumental de formação política e reflexão sobre os problemas do País e do

mundo, sendo capaz de gerar uma nova postura diante das problemáticas que nos afetam

(FREIRE, 1994).

Ao longo das últimas décadas, educadores das mais variadas concepções

pedagógicas vêem defendendo como um dos objetivos principais para a educação formal, a

questão da formação para a cidadania.

Acreditamos que a educação deve estar sempre a serviço de uma

transformação do indivíduo dentro da sociedade em que vive. Tal transformação somente

acontecerá se a escola possibilitar ao aluno atuar de modo crítico, reflexivo, observando

criticamente a realidade, econômica, social, política e cultural do seu País.

Dentro do quadro da educação, consideramos que a Educação Física brasileira,

a partir do início dos anos 80, passou por um despertar de novas concepções e entendimentos

de si mesma, e que, a partir da década de 90, se caracterizou pela implementação de propostas

e projetos a nível nacional destas novas concepções e entendimentos.

Na escola, a Educação Física é um componente curricular que desempenha um

papel significativo na formação do educando. E, dentro deste contexto, o esporte pode e é

utilizado como um meio pedagógico para alavancar esta formação da cidadania do alunado.

Também podemos destacar que a Educação Física e também o esporte podem

ser alicerces para atividades extracurriculares como mais uma possibilidade para o

desenvolvimento integral do aluno.

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O esporte pensado e utilizado como um dos fatores de inclusão social, já que é

um poderoso mecanismo de integração entre crianças e adolescentes, pode ser considerado

como uma ferramenta pedagógica na aula de Educação Física curricular ou fora dela, por

exemplo, na realização de projetos extracurriculares, como é o caso do Programa Segundo

Tempo (PST).

Desta forma, o Programa Segundo Tempo nos parece ser uma ótima

possibilidade de se trabalhar na construção da cidadania do aluno, pois neste referido

Programa, o esporte é compreendido como uma prática de jogos, não sendo necessariamente

baseado na reprodução de movimentos e sim na capacidade de se envolver no jogo, e ao se

tratar de jogo deve-se lembrar que a aceitação das diferenças e das diferentes possibilidades

de resposta dentro de jogos e esportes ajudará na inclusão das pessoas enquanto cidadãos de

uma nação.

Assim, considerando o exposto e os diferentes papéis atribuídos à Educação

Física e ao esporte, pretende-se com este estudo responder ao seguinte questionamento:

“Quais são as contribuições positivas e negativas que o Programa Segundo Tempo (PST)

trouxe para os discentes da Escola Estadual de Educação Básica Irmão José Otão da cidade de

Santa Maria (RS) na opinião dos pais”?

2- OBJETIVOS DO ESTUDO

2.1- Objetivo geral

Analisar as contribuições positivas e negativas do Programa Segundo Tempo

para os pais dos discentes da Escola Estadual de Educação Básica Irmão José Otão da cidade

de Santa Maria (RS).

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2.2- Objetivos específicos

- Identificar as contribuições positivas do PST para os pais dos discentes;

- Identificar as contribuições negativas do PST para os pais dos discentes.

3- JUSTIFICATIVA

A relevância desta investigação está fundamentada no próprio objetivo do

Programa Segundo Tempo que é proporcionar atividades físicas e desportivas às crianças e

adolescentes, em horário inverso ao das aulas, afastando-as das ruas e seu possível

envolvimento com outras atividades que poderão trazer malefícios ao seu desenvolvimento.

O esporte utilizado com fins educativos poderá possibilitar a aquisição do

espírito participativo, cooperativo, de integração, tanto nas aulas como em seus grupos

sociais.

O esporte educa pelo desenvolvimento das potencialidades criadoras, pelo

fazer, e para isso é preciso sensibilizar as pessoas que através do esporte, é possível mostrar

novas alternativas para que a juventude encontre novos caminhos para a manifestação do seu

ser.

Assim, justificou-se a realização dessa investigação, para que através dela

possamos avaliar quais foram às contribuições positivas e negativas do Programa Segundo

Tempo para os pais dos discentes envolvidos, para que num próximo projeto possa ser

aperfeiçoado.

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AS BASES TEÓRICAS DA INVESTIGAÇÃO

1- O ESPORTE NA ESCOLA

O esporte é um fenômeno de grande relevância nos tempos modernos, por isso,

é um dos temas que gera muitas controvérsias, pela paixão que suscita, por sua abrangência,

por várias possibilidades de enfoque gerado por diferentes aspectos e diferentes realidades

escolares.

Pelas regras das competições, o esporte imprimi no comportamento, as normas desejadas das competições e da concorrência, as competições do esporte organizado ou de rendimento, são, simultaneamente, as condições de uma sociedade de estruturação autoritária. O ensino dos esportes nas escolas enfatiza o respeito incondicional e irrefletido às regras e da´a estas um caráter estático e inquestionável, o que não leva a reflexão, ao questionamento, mas sim ao acomodamento (COLETIVO DE AUTORES, 1992,,p..59).

Por isso, podemos perceber que existem várias maneiras de entender o esporte,

dependendo do enfoque dado pelo professor poderá levar os alunos a desenvolver o seu senso

crítico ou levá-los apenas a serem meros receptores das informações, sem questioná-las.

Com base em Günther, Lüschen, Kurt, Weis e Mariebrohm (apud BETTI,

1991, p.35) podemos definir o esporte: “como uma ação social institucionalizada,

convencionalmente regrada, que se desenvolve com base lúdica, em forma de competição

entre duas ou mais partes oponentes, cujos objetivos é por uma comparação de desempenho

(...)”.

Conforme a colocação dos autores, o esporte escolar pode ser trabalhado

dentro de várias possibilidades, tanto de forma lúdica como de competição, mas nós

professores devemos buscar uma maneira prazerosa de participação dos alunos em detrimento

aos resultados.

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Taffarel (2000) coloca que assim como esferas sociais tais como a educação, a

saúde e a comunicação, etc., o esporte não possui poderes mágicos para existir,

independentemente das relações entre o sujeito que o tornam reais, concreto e objetivo.

Por isso o esporte sofre influência das pessoas que o praticam e do meio onde

vivem, portanto, devemos entender o esporte em todas as suas dimensões sociais, não

enfatizando apenas a competição.

Como um dos fatores de integração social, o esporte é um poderoso

mecanismo de integração entre crianças e adolescentes, podendo ser considerado como

ferramenta pedagógica na escola (ou fora do contexto escola) dependendo das ações

desencadeadas pelos professores, instrutores e monitores (BRASIL, 2004).

Ensinado o aluno a pensar criticamente o esporte, damos-lhes a oportunidade

de manifestar um comportamento que é fruto do seu entendimento, do seu aprendizado,

fazendo seu jogo ser não apenas a imitação e reprodução de performances existentes. Pois: “É

pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”

(FREIRE, 1994, p.44).

De acordo com que o autor coloca, entendo que, cabe a nós professores,

direcionar e orientar a nossa prática pedagógica no sentido de proporcionar aos alunos o

diálogo, e a liberdade para que os mesmos possam a partir dos seus conhecimentos e das suas

vivências, criar novas maneiras de realizar as atividades propostas.

Uma boa metodologia, respaldada por uma inovadora pedagogia, não é aquela

que demonstra um gesto para ser imitado, automatizado, mas é aquela que permite ao

educando vivenciar um processo de ensino-aprendizagem, na qual, por meio da possibilidade

de exploração, a criança constrói não um gesto motor apenas, mas uma conduta motora, fruto

de sua competência interpretativa (SCAGLIA, 2003).

Nós professores devemos oferecer aos alunos uma pedagogia que seja voltada

para produzir um cidadão, sem se preocupar em produzir um atleta.

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Ao se propor ensinar alguma coisa, deve-se ter em mente algo que direcione a

sua ação, que aponte alguns fatores que são inerentes ao ato de ensinar, e, para isso, deve-se

ter algum conhecimento sobre as teorias pedagógicas e seus processos de ensino-

aprendizagem. Ou seja, é necessário aprender a ser professor. A arte que se aprende e re-

aprende a cada dia de ensino-aprendizagem (BRASIL, 2004).

O professor tem a responsabilidade de ter um conhecimento teórico básico das

teorias de ensino-aprendizagem, desenvolvendo suas ações de maneira a proporcionar uma

prática esportiva acessível a todos, permitindo que seus alunos construam a partir de seus

conhecimentos novas respostas para a sua prática esportiva.

O lazer e a disponibilidade de espaços para atividades lúdicas e esportivas são

necessidades básicas e, por isso, direitos do cidadão. Os alunos podem compreender que os

esportes e as demais atividades corporais não devem ser privilégio apenas dos esportistas ou

das pessoas em condições de pagar por academias e clubes. Dar valor a essas atividades e

reivindicar o acesso a elas para todos é um posicionamento que pode ser adotado a partir dos

conhecimentos adquiridos nas aulas de Educação Física (BRASIL, 1997).

É nosso dever de professor levar os alunos a conhecer os seus direitos de

cidadão em todos os níveis, principalmente no que diz respeito as atividades físicas, de lazer,

recreação, etc.

Também os PCNs (BRASIL, 1997, p.30) nos diz que:

(...) no âmbito da Educação Física, os conhecimentos construídos devem possibilitar a análise crítica dos valores sociais, tais como os padrões de beleza e saúde, que se tornaram dominantes na sociedade, seu papel como instrumento de exclusão e discriminação social e a atuação dos meios de comunicação em produzi-los, transmiti-los e impô-los, uma discussão sobre a ética do esporte profissional, sobre a discriminação sexual e racial que existe nele, entre outras coisas, pode favorecer a consideração da estética do ponto de vista do bem estar, as posturas não consumistas, não preconceituosa, não discriminatórias e a consciência dos valores coerentes com a ética democrática.

Os professores devem levar nossos alunos fazerem uma análise criteriosa sobre

os valores que são essenciais para a sua vida, como também, saber distinguir o que é

veiculado na mídia sobre os padrões de beleza, sobre o profissionalismo no esporte, sobre

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todas as discriminações. Partindo destas constatações eles poderão compreender melhor a

realidade, tirando o que de melhor para a sua vida cotidiana.

2- ESPORTE E INCLUSÃO

A Educação Física, por meio do esporte, torna-se cúmplice do modelo, da

razão formal defendida pela sociedade moderna. A ciência por sua vez, faz do esporte e de

seus princípios, sinônimos de rendimento. Nessa lógica, o esporte de alto rendimento passa a

ser o vínculo entre Educação Física e a sociedade moderna, sendo desenvolvido nos espaços

de educação formal (como as universidades e as escolas), onde os seus princípios, como a

sobrepujança e o selecionamento são disseminados de maneira irrefletida e assimilados por

todos como se fosse natural e exclusivamente desejável na educação física o desenvolvimento

de prática discriminatória (KUNZ, 1994).

Provém desse processo uma contribuição à formação de sujeitos passivos, sem

iniciativa e imobilizados em suas práticas sociais, limitados, ficando alheios ao processo de

construção da cultura elaborada.

Diante das conseqüências dessa prática de esportes (competitivo e excludente)

acarreta distorções no processo de formação dos alunos, pretendemos analisar outra

possibilidade, outra metodologia para orientar a relação possível e desejável entre a educação

física e a prática do esporte no âmbito escolar, que venha possibilitar o entendimento do

esporte como meio de desenvolvimento da cidadania e da sua cultura de todos os seus

praticantes.

Segundo Escobar (1987) na escola, o principal objetivo não é transmitir

conhecimento para ser assimilado, mas partir de uma determinada prática pedagógica que

esteja adequada à realidade do aluno, em especial, através do conteúdo esporte.

Portanto, cabe ao professor proporcionar meios e situações adequadas a

realidade em que estão inseridos os alunos, possibilitando assim, através do esporte escolar

uma prática prazerosa e criativa.

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Segundo Coletivo de Autores (1992) muitos professores tendem a valorizar o

desempenho motor (técnica) como conteúdo fundamental no ensino da Educação Física,

repetindo, de certa forma, a tendência de adestramento do corpo.

Para darmos um novo rumo a Educação Física escolar devemos buscar novos

métodos de ensino e uma nova pedagogia baseada nos valores humanos de cooperação,

solidariedade, substituindo o individualismo pelo coletivo, não valorizando a perfeição do

gesto técnico, mas sim incentivando a participação de todos e respeitando os limites de cada

um, explorando o conhecimento que cada um já possui do esporte.

Segundo Kunz (1991, p.182) “(...) a Educação Física deve ser vista como uma

práxis social com estreitas relações no plano sócio-político-cultural”.

O professor de Educação Física deve ter em mente que o aprender para o aluno

deve ser significativo, ter uma relação com o seu cotidiano, com a sua realidade. O professor

deve deixar os alunos criarem, participarem do ato de aprender, através de suas próprias

vivências e experiências já acumulada durante sua vida. Cabe ao professor proporcionar

experiências novas aos alunos, incentivando-os a pesquisarem, debaterem sobre determinado

esporte ou assuntos relacionados ao mesmo.

Em 1976, os Ministros dos Esportes dos países membros da ONU, reunidos em

Paris, na I Conferência Internacional de ministros e autos funcionários encarregados pela

educação e esporte, em suas resoluções afirmaram ser o esporte um meio de formação integral

do indivíduo na perspectiva da educação permanente voltada para o desenvolvimento da

solidariedade, respeito total de integridade e dignidade do homem.

Em 1995, com a criação do Ministério Extraordinário dos Esportes e do

INDESP (Instituto Nacional do Desporto), o esporte educacional foi implantado enquanto

política do governo em todo o Brasil. Esta política caracterizou-se pela busca de tornar o

esporte amplamente praticado nas escolas e nas comunidades.

Além dos princípios voltados para uma prática mais cooperativa outro fator

fundamental difundido através do esporte educacional é a construção da cultura e da

cidadania.

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Como podemos observar e constatar na prática não somente nós professores

como também os governos estão apostando no esporte escolar e comunitário como um

poderoso fator de inclusão social. Conhecimentos e estudos recentes de vários autores

mostram que a vivência de um determinado desporto, jogo, oferece a base para o

desenvolvimento do saber em todos os sentidos, provoca a descoberta de si e do outro,

desenvolvendo a cooperação, a tomada de decisões, o senso crítico e a resolução de

problemas tanto em situações de jogo/esporte como na vida.

Baseados em Freitas (1995) podemos dizer que ao expressar a sua teoria

educacional, o educador expressa, também, entre outros aspectos, o seu projeto histórico, que

tipo de pessoa quer formar, os fins da educação e a relação entre educação e sociedade em seu

desenvolvimento. “Não é apenas a didática que deve estar sob análise, mas sim a escola, sua

organização e seus métodos, já que todos esses níveis são históricos e, portanto, mudam sob o

impulso do fluxo da mesma história” (p.58). O autor chama atenção para a importância para

as categorias de conteúdo, método e objetivo. Porém, estes devem estar aplicados “a

compreensão do aparato escolar como um todo” (p.59), já que a escola também apresenta

conteúdos método e objetivos, modulados pela função social que exerce na sociedade

capitalista.

Um dos princípios que norteiam os PCNs (BRASIL, 1997) para a área de

Educação Física é a inclusão, que tem como meta inserir todos os alunos na cultura corporal

de movimento, por meio da reflexão e da participação concreta e afetiva. Busca-se dessa

forma reverter o quadro histórico da distinção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas

corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência. Ou seja,

explorando o aspecto social e participativo, procurando-se fazer com que o aluno se integre

cada vez mais, independentemente da sua capacidade física ou técnica.

Na Educação Física o princípio da inclusão traz um grande benefício para os

alunos, mesmo para os que não tem deficiência. Isso porque a grande parte deles se descobre

capaz de praticar atos solidários e cooperativos, aumentando a tolerância e a compreensão em

relação aos outros, o que é muito importante, ainda que em nossa sociedade altamente

competitiva.

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Felizmente os ideários perversos da aptidão física e da máxima mens sana in

corpore sano, combatidos longamente por diferentes autores brasileiros, cederam, já à algum

tempo, lugar para uma outra concepção de homem, corpo e movimento. Estamos falando da

diversidade humana, das diferenças, das dificuldades.

Atualmente, não somente as pessoas portadoras de deficiência que tiveram

acesso aos esportes atingiram um razoável estágio em termos de participação e

desenvolvimento físico desportivo, mas também idosos, crianças, gestantes, cardiopatas e

muitos outros (BRASIL, 2004).

Os professores devem compreender e entender que nem todos somos iguais, só

isso, devemos buscar formas, maneiras de transmitirmos tais conteúdos, conhecimentos

(esporte, jogo), e que cada um dentro de suas habilidades, capacidades terão diferentes

maneiras de assimilar tais conteúdos, assim como também tempos diferentes quanto à

aprendizagem.

Uma coisa é trabalhar no sentido de mudar e superar a realidade existente

transformando, simultaneamente homem e realidade. Outra é trabalhar objetivando apenas

adaptar os indivíduos a uma realidade, como se fosse imutável (BRASIL, 2004).

Em vista disso, os professores que atuam com pessoas com necessidades

especiais devem buscar conhecimentos através de pesquisas, troca de informações, que

tragam subsídios que contribuam para uma pratica do esporte com menos adaptações

possíveis e que sirva de união entre os diferentes com os ditos “normais”.

Segundo os PCNs (BRASIL, 1997), por desconhecimento, receio, ou mesmo

preconceito, a maioria dos portadores de deficiências física foram (e são) excluídos das aulas

de Educação Física. A participação nessa aula pode trazer muitos benéficos a essas crianças,

particularmente no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades afetivas, de

integração e inserção social.

A partir da participação dos alunos especiais nas aulas de educação física,

acredito que poderá se estabelecer relações equilibradas e construtivas com os outros alunos,

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reconhecendo e respeitando as diferenças físicas de si próprio e dos outros, sem discriminação

pessoal, físicas, sexuais ou sociais.

3- O ESPORTE COMO DIREITO DE TODOS

A publicação da Política Nacional do Esporte (1), PNE, que aborda o esporte

como uma questão de estado e como direito fundamental, colocou em evidencia a necessidade

de se construir um Sistema Nacional de Esporte e Lazer para operar as suas diretrizes. Cabe às

forças democráticas populares mais conseqüentes construí-lo buscando a unidade, as amplas

alianças com os segmentos envolvidos e a utilização de conceitos avançados.

“No Brasil, o esporte sempre foi uma política para poucos. As classes

dominantes apenas legitimavam a pratica esportiva quando seus interesses internacionais

poderiam promover a nação, vendendo-a segundo os princípios mercadológicos (...)”

(BRASIL, 2004, p.12,).

Conforme Coletivo de Autores (1992, p.30):

um exame fundamentado no método materialista histórico e dialético pode revelar a política social como parte da estratégia da classe dominante, mais adequadamente da burguesia. Pode dar a conhecer a política social como estratégia capaz de conservar a desigualdade social, colaborando no funcionamento do capitalismo.

Somar os esforços na direção do sujeito coletivo da classe dos que vivem do

trabalho é ousar nas possibilidades concretas de mudança. O esporte, no interior da escola,

tem canais próprios para esse tipo de aposta. Sim, é uma aposta, pois não se pode saber o

resultado, mas também pode ser um trabalho fascinante, se houver envolvimento social e

emocional das pessoas (BRASIL, 2004).

Pelo que podemos constatar, o esporte no Brasil, sempre foi praticado por uma

parcela privilegiada da população. Os governantes apenas davam ou mostravam-se

interessados ou apoiavam determinado esporte incentivando sua pratica quando estes

poderiam promover a nação, visando os princípios mercadológicos.

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Se os profissionais da Educação Física realizarem suas ações pedagógicas

voltadas para os alunos no sentido de desenvolver suas potencialidades em todos os sentidos,

tanto motora, cognitivas e afetivas; estará contribuindo para fazer da escola um espaço de

construção coletiva e democrático do esporte.

A Educação Física enquanto componente curricular deve assumir então uma

outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o

cidadão que vai produzí-la, reproduzí-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir

do jogo, do esporte, das atividades rítmicas, da dança, da ginástica e praticas de aptidão físicas

em beneficio da qualidade de vida. A integração que possibilitará o usufruto da cultura

corporal de movimento, há de ser plena, afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer é a

integração da sua personalidade (BETTI, 1991).

Para isso, não basta o professor apenas ensinar habilidades técnicas,

movimentos padronizados, mas oportunizar aos alunos atividades que desenvolvam suas

capacidades como ser integral, visando seu aprimoramento como cidadão.

Coletivo de Autores (1992), diz que a Educação Física deve possibilitar o

acesso da criança à cultura corporal e a compreensão da realidade, já que a criança traz para a

escola um acervo cultural sobre as questões de corporeidade. O professor precisa respeitar

essa experiência e ajudar o aluno a organizar, sistematizar e ampliar o seu conhecimento. Essa

interação tem que ser prazerosa dando ênfase no caráter lúdico.

Os elementos de socialização e convívio escolar devem ser incentivados e

quando possível incrementado os laços de solidariedade e amizade. As diferenças corporais e

técnicas dos alunos não devem ser motivos de exclusão ou segregação, mas respeito,

tolerância, compreensão e crescimento. Dentro ou fora do jogo esportivo, a expressão da

afetividade se mistura com o prazer, a disputa, a ética, a estética, a confiança, o medo, a

intenção e o conhecer corporal (BRASIL, 2004).

Na sociedade atual, onde é dada ênfase ao individualismo, ao vencer, através

do ensino dos esportes na escola, o professor poderá despertar o valor de conviver com o

outro, valorizando o coletivo, o respeito com o colega, como também reconhecer e respeitar

suas limitações e a dos colegas, levando estas aprendizagens tanto na escola como fora dela.

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A Educação Física tem um papel fundamental na determinação de

possibilidades distintas de apreensão do esporte, pois ele, assim como traz consigo desde sua

origem a cultura do povo modificada e transformada em produto de consumo, também traz

possibilidades contraditórias estabelecidas em sua própria dinâmica, de forma que na sua

pratica é possível enfatizar situações que privilegiam a solidariedade sobre a rivalidade, o

coletivo sobre o individual, a autonomia sobre a submissão, a cooperação sobre a disputa, a

distribuição sobre a apropriação, à abundância sobre a escassez, a confiança mútua sobre a

suspeita, a descontração sobre a tensão, a perseverança sobre a desistência e, além de tudo a

vontade de continuar jogando em contraposição à pressão para terminar o jogo e configurar o

resultado (TAFFAREL, 2000).

Podemos perceber, embora em algumas situações o esporte possa ser motivos

de exclusão de alguns, o profissional de Educação Física comprometido e consciente do seu

papel como educador deverá, através dos esporte levar os alunos a refletir e analisar

criticamente sobre o que o esporte pode trazer em benefício de si próprio e para os outros.

4- JOGANDO E APRENDENDO COM O PROGRAMA SEGUNDO TEMPO

Para Freire; Scaglia (2003, p.33) “o jogo é uma categoria maior, uma metáfora

da vida, uma simulação lúdica da realidade, que se manifesta, se concretiza, quando as

pessoas praticam esportes, quando lutam, quando fazem ginástica, ou quando as crianças

brincam”.

O jogo influencia a cultura, como a cultura fornece elementos para o jogo. O

jogo está contido na cultura é produto cultural, concomitantemente se auto-afirma,

desencadeando contínuos processos culturais (BRASIL, 2004).

Para BETTI (1991), a Educação Física tem a função pedagógica de integrar e

introduzir o aluno de primeiro e segundo grau no mundo da cultura física, formando o cidadão

que vai usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade

física.

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Segundo Kamii (1985) jogar significa levar em consideração os fatores

relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. A autonomia deveria ser uma das

principais metas da educação e o jogo apareceria, então, como um dos mais apropriados

meios para se conduzir a essa autonomia, pois através dele é possível formar sujeitos capazes

de cooperar, de questionar, criticar e transformar.

Concordo com o autor, ao jogar, os alunos, desenvolvem atitudes e habilidades

como raciocínio, a tomada de decisões, o respeito às regras e aos colegas. Outro aspecto

importante no desenvolvimento dos jogos é o envolvimento emocional que torna uma

atividade com forte teor motivacional, gerando um estado de vibração e euforia.

Para Teixeira (1995, p.23):

(...) as atividades lúdicas integram várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva. Como atividade física e mental que mobiliza as funções e operações, a ludicidade aciona as esferas motoras e cognitiva, e à medida que gera envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva. Assim sendo, vê-se que a atividade lúdica se assemelha à atividade artística, como um elemento integrador dos vários aspectos da personalidade. O ser que brinca e joga é, também o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve.

Para que possamos ter uma idéia de como realçar e aumentar o número de

praticantes de esportes, temos que ter a coragem de aceitar as inovações metodológicas de

ensino e desenvolvimento em esportes. Para isso, precisamos entender que a prática de jogos

e esportes não é necessariamente baseada na reprodução de movimentos e sim na capacidade

de se envolver no jogo. É preciso compreender o jogo como um processo cognitivo e, depois

disto, o praticante precisa assegurar seus movimentos e atitudes como ações e técnicas

individuais, isto é, como identidade da individuação (individuo+ação) (BRASIL, 2004).

De acordo com Maturana; Verden-Zoller (1994, p.145):

O jogo nos seres humanos é uma atitude fundamental que é facilmente perdida devido a que requer inocência total. De fato, qualquer atividade humana feita em inocência, isto é, qualquer atividade humana feita no momento em que é feita com a atenção nela e não no resultado, isto é, vivida sem propósito ulterior e sem outra intenção além da sua realização, é jogo ( ...).

Já Freire (1994, p.106) destaca que:

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(...) sendo exercido predominantemente na esfera da subjetividade, ele (o jogo) orienta o sujeito na direção de si mesmo, para reconhecer-se como autor da própria ação. O que equivale a dizer que o sujeito, se puder dispor entre uma miríade de possíveis entre os quais escolher, fará, por fim a única escolha que de fato, interessa a sua formação: a escolha pode ser ele mesmo, condição indispensável para que, de posse da autonomia que tal condição confere, possa estar com o outro.

Quando o aluno joga, toma atitudes, ações, onde ele escolherá a maneira mais

eficaz nas tomadas de decisões, tendo autonomia de escolher a melhor maneira de agir para si

e para com o grupo.

Segundo Kischmoto (1999) a criança evolui com o jogo e o jogo da criança vai

evoluindo paralelamente ao seu desenvolvimento, ou melhor dizendo, integrado ao seu

desenvolvimento. Independentemente da época, cultura e classe social, os jogos e os

brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de

encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz de conta se confundem. O jogo esta

na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de

criar e de transformar o mundo.

Para Huizinga (1999) o jogo é uma atividade voluntária exercida dentro de

certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas

absolutamente obrigatória, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento

de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana.

Concordo com os autores acima citados, aos professores devemos utilizar o

jogo como um recurso pedagógico importante para o desenvolvimento do nosso trabalho

dentro da escola, devido ao mesmo proporcionar aos alunos a sua autonomia, a socialização, a

compartilhar, a negociar, a respeitar os colegas, enfim, contribuindo para a formação do seu

caráter e da sua personalidade.

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A FENOMENOLOGIA COMO CAMINHO DA INVESTIGAÇÃO

1- VISÃO DA SÍNTESE DO PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Esta pesquisa constituiu-se de uma investigação fenomenológica, no qual se

realizou um estudo de caso com abordagem qualitativa, com as informações coletadas na

bibliografia existente e com entrevistas semi-estruturadas, gravadas e transcritas pela própria

autora, tendo sua interpretação seguida pela análise fenomenológica.

● Corrente do pensamento: Fenomenologia.

● Abordagem da pesquisa: Qualitativa.

● Forma assumida (tipo): Estudo de caso.

● Coleta de informações: Bibliográfica, entrevista.

● Interpretação das informações: Análise fenomenológica.

1.1- A corrente do pensamento: Fenomenologia

Os enfoques fenomenológicos na pesquisa começaram, em geral, nos últimos

anos da década de 70. Esta corrente de pensamento contemporâneo tem suas raízes em vários

pensadores que nos dizem que fazer fenomenologia não é utilizar um método previamente

considerado, mas limitar-se às regras formais dirigidas, especialmente, a partir do fenômeno

(fenômeno aqui entendido como aquilo que está presente como é ou está em si mesmo).

Segundo Koogan; Larousse (1990, p.37), em si, “a fenomenologia é o estudo

descritivo de um conjunto de fenômenos”.

A intenção da fenomenologia é de não separar o homem e o mundo, mas

reuni-los na estrutura da experiência intencional. Rezende (1995, p.34-35), nos coloca uma

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questão, propondo-nos encarar o fenômeno como uma estrutura, reunindo, dialeticamente, na

intencionalidade, o homem e o mundo, o sujeito e o objeto, a existência e a significação.

1.2- Abordagem da pesquisa: Qualitativa

Segundo Gamboa (1995, p.61) a pesquisa qualitativa proporciona a “busca de

novas alternativas para o conhecimento de uma realidade tão dinâmica e polifacética como a

problemática estudada”.

Conforme Triviños (1987, p.125): “a pesquisa qualitativa de natureza

fenomenológica surge como forte reação contrária ao enfoque positivista, privilegiando a

consciência do sujeito e entendendo a realidade social como uma construção humana”.

O autor explica que, para a realização de uma pesquisa qualitativa do tipo

fenomenológico não é necessário, por exemplo, a elaboração de hipóteses empiricamente

testadas, de testes estatísticos, tampouco de esquemas rígidos de trabalho, determinados

aprioristicamente. Antes, sim, é importante que o pesquisador desenvolva uma certa dose de

flexibilidade, no sentido de re-elaborar, substituir, ou mesmo suprimir formulações, de acordo

com as evidências e resultados que vai obtendo ao longo da pesquisa.

Na concepção fenomenológica da pesquisa qualitativa, a preocupação

fundamental é com a caracterização do fenômeno, com as formas que apresenta e com as

variações, já que o seu principal objetivo é a descrição.

Para Joel Martins (apud FAZENDA, 1989, p.58) “a descrição não se

fundamenta em idealizações, imaginações, desejos e nem num trabalho que se realiza na

subestrutura dos objetos descritos; é, sim, um trabalho descritivo de situações, pessoas ou

acontecimentos em que todos os aspectos da realidade são considerados importantes”.

Interessa á descrição fornecer informações suficientes e relevantes, ser

completa e precisa tanto quanto possível.

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1.3- Forma assumida (tipo): Estudo de caso

Na concepção de Lüdke; André (1986, p.18), o estudo de caso enfatiza a

“interpretação em contexto”. Segundo as autoras, “um princípio básico deste tipo de estudo é

que, para uma apreensão mais completa do objeto, é preciso levar em conta o contexto em

que se situa”.

Godoy (1995, p.35) coloca que:

o estudo de caso tem se tornado a estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder às questões “como” e “por que” certos fenômenos ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de um contexto de vida real.

Já segundo Goode; Hatt (1968, p.17): “o caso se destaca por se constituir

numa unidade dentro de um sistema mais amplo”. O interesse incide naquilo que ele tem de

único, de particular, mesmo que posteriormente fiquem evidentes certas semelhanças com

outros casos ou situações.

1.4- Coleta de informações: Pesquisa bibliográfica e entrevista

Para esta investigação foi significativo usar, para a coleta de informações, a

pesquisa bibliográfica e a entrevista. A primeira foi embasadora do referencial teórico

elaborado, a partir dos conceitos e posicionamentos emitidos pelos autores que abordam a

temática proposta, servindo como fundamentação deste estudo. Foi importante este momento

porque possibilitou ampliar conhecimentos e discussões sobre o assunto em foco.

Carvalho (1987, p.110) diz que: “A pesquisa bibliográfica é a atividade de

localização e consulta de fontes diversas de informações escritas, para coletas dados gerais e

específicos a respeito de determinado tema”.

Um dos pontos ressaltados é o de que toda pesquisa realizada em documentos

escritos ser denominada de pesquisa bibliográfica. Ela também é a base imprescindível para

qualquer tipo de pesquisa, pois não pode existir investigação científica, sem antes haver um

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conhecimento das contribuições teóricas existentes em textos que já abordaram com maior ou

menor incidência o assunto a ser estudado.

Sendo assim é importante citar um conceito de pesquisa bibliográfica que se

define como (AYALA; LAMEIRA, 1989, p.100-101):

é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informação escrita, para coletar dados gerais ou específicos a respeito de determinado tema. A etimologia da palavra BIBLIOGRAFIA (biblio=livro; grafia=descrição escrita) sugere que se trata de um estudo de texto impresso. Assim, pesquisar no campo bibliográfico é procurar no âmbito dos livros e documentos escritos as informações necessárias para progredir no estudo de um tema de interesse. Do ponto de vista prático, divide-se a PESQUISA BIBLIOGRÁFICA em três momentos ou fases: identificação das fontes seguras; localização dessas fontes; e a compilação das informações (documentação).

Foi também utilizada, na coleta de informações, a técnica de entrevista semi-

estruturada.

A entrevista semi-estruturada é aquela que segundo Triviños (1987, p.146):

... parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam á pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo, à medida que se recebem as respostas do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.

A utilização desta técnica foi de grande valia porque este instrumento permitiu

a criação de um clima de interação recíproca entre entrevistador e entrevistado fazendo,

assim, fluir naturalmente as informações.

As questões norteadoras que comporão a entrevista semi-estruturada foram as

seguintes:

1- No seu ponto de vista, quais foram às contribuições positivas do Programa Segundo

Tempo para os seus filhos?

2- No seu ponto de vista, quais foram às contribuições negativas do Programa Segundo

Tempo para os seus filhos?

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1.5- Interpretando as informações: Análise fenomenológica

A interpretação das informações seguiu a metodologia de análise

fenomenológica proposta por Giorgi (1986) que cita quatro procedimentos na análise. São

eles:

1) O sentido do todo - equivale à etapa da "descrição do fenômeno". A descrição é um modo

de acesso à situação conforme vivida pelo sujeito e o pesquisador está presente na situação,

através do meio oferecido pela linguagem. Esta linguagem pode ser de forma oral, através de

entrevistas gravadas e depois, transcritas em forma escrita através de documentos;

2) As unidades de significado - a partir do sentido do todo, obtido pela descrição do

fenômeno, processa-se a "redução fenomenológica". Esta é também tomada como

instrumento metodológico que fornece à pessoa a possibilidade de descrever a experiência

sem os pressupostos metafísicos do senso comum, na atitude natural. Capta-se o sentido do

todo e, então, volta-se ao início para discriminar as unidades de significado, conforme uma

determinada perspectiva e com o foco no fenômeno que está sendo investigado;

3) Transformações das unidades de significado - para a fenomenologia toda realidade é tida

como significativa, pois só o que tem sentido é real. O mundo é aquilo que percebemos. Ao

atingirmos a essência do fenômeno ele se mostra em toda a sua significação. Retomamos

todas as unidades, reescrevendo-as em função do fenômeno que está sendo investigado, ou

seja, fazendo uma transformação das unidades de significado em linguagem educacional; e

4) Síntese das estruturas de significado - partindo-se da valorização da verdade como critério

fenomenológico que está presente na essência do fenômeno, elabora-se uma descrição

harmoniosa e consistente que equivale à própria estrutura da experiência vivida pela pessoa.

Transformar as unidades de significado em unidades estruturais de modo mais geral do que as

do sujeito, de tal modo que respeitando sua experiência, possa transmitir o fenômeno como

objeto de análise. Realiza-se, então a síntese de todas as unidades transformadas em uma

perspectiva consistente.

Também consideramos aqui, como um quinto procedimento, o que Comiotto

(apud ODORIZZI, 1996) propõe, que é que a partir do sentido unitário e básico do fenômeno

surjam dimensões fenomenológicas, nas quais as essências se mostram.

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2- ABRANGÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO: PARTICIPANTES

Os atores que tornaram-se membros do estudo se caracterizaram por serem 15

pais de discentes da Escola Estadual de Educação Básica Irmão José Otão, que participaram

do Programa Segundo Tempo.

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OS ACHADOS DA INVESTIGAÇÃO: A INTERPRETAÇÃO DOS SIGNIFICADOS

1- AS ESSÊNCIAS DAS CONTRIBUIÇÕES POSITIVAS DO PROGRAMA

SEGUNDO TEMPO PARA OS PAIS DOS DISCENTES

Primeira essência: o oferecimento de merenda

Uma das essências das contribuições positivas do Programa Segundo Tempo

(PST) para os pais dos discentes foi “o oferecimento de merenda”. Alguns depoimentos

foram: “(...) a merenda (...)” (Pai 1); “(...) a merenda eles adoravam” (Pai 2); “(...) o lanche

também era importante (...)” (Pai 3); “(...) a merenda era boa (...)” (Pai 5); “(...) foi muito

boa a merenda (...)” (Pai 8). Para Teixeira (1996) a alimentação adequada, sono suficiente e

treinamento são as condições indispensáveis para um bom desempenho físico.

Segunda essência: a prática de jogos orientados

Uma outra essência da contribuição positiva do PST facilmente identificada no

depoimento dos pais dos discentes foi “à prática de jogos orientados” pelos alunos da escola.

Alguns pais disseram o seguinte: “faziam atividades físicas junto com os professores (...)”

(Pai 4); “(...) a participação nas atividades distraia bastante, praticava esportes” (Pai 6);

“(...) as atividades eram boas, as crianças gostavam de jogar (...)” (Pai 9); “primeiramente

praticar esportes, o tempo que ele fica com alguém orientando (... ) foi muito bom (...)” (Pai

10). Para Snyders (1992) o elemento lúdico, inerente ao ser humano e ao esporte, ao ser

abordado didaticamente na escola requer ser tratado como alegria da cultura mais elaborada.

Já Santin (1995) diz que não é necessário que exista o espírito de guerra nas atividades

esportivas, competitivas e de rendimento, para que os mesmos sejam envolventes e cheios de

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emoção. Contudo Falkenbach (2002) entende o esporte como um meio prático e eficiente de

contribuir na educação das crianças e dos jovens.

Terceira essência: estar o aluno na escola o maior tempo

“Estar o aluno na escola o maior tempo” foi mais uma essência da contribuição

positiva do PST para os pais dos discentes. Eis algumas falas dos pais: “integração da

criança com a escola, enquanto está na escola não está na rua (...)” (Pai 1); “gostei porque

sabia onde encontrar os filhos, eles estavam na escola” (Pai 2 ); “foi muito bom porque a

gurizada não ficava na rua (...)” (Pai 3); “era uma coisa que eles gostavam, que ocupava o

tempo, a gente sabia que eles estavam ali na escola (...)” (Pai 5). Para Falkenbach (2002), a

prática no grupo permite aos participantes perceberem-se como uma unidade que é composta

pelas diferenças, bem como aprenderem na troca que estabelecem. A escola é o lugar de

desenvolver a Educação Física que provoca as trocas e aprendizagens entre as pessoas.

Segundo Gadotti (2004, p.32) o aluno é estimulado, através de atividades esportivas ou

assistido, a permanecer na escola em tempo integral para garantir um melhor desempenho.

Quarta essência: a doação de camisetas

Outra essência de contribuição positiva do PST para os pais dos discentes

facilmente percebida em suas falas foi “a doação de camisetas”. Algumas falas foram as

seguintes: “(...) as camisetas (...)” (Pai 1); “(...) as camisetas (...)” (Pai 5); “(...) a camiseta

achei muito bonita (...)” (Pai 13). Segundo Siedentop (1994) o material torna-se essencial no

que se refere à qualidade de vivências que o aluno poderá experimentar. Mesmo que o

professor possa improvisar, não substitui de nenhuma forma a aprendizagem e ampliação das

habilidades motoras quando se utiliza o material adequado. Para Fernandes (1990) através de

boas instalações e materiais adequados a escola estará proporcionando oportunidades para o

crescimento integral de seus alunos, tornando-se importante sua manutenção e zelo.

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Quinta essência: a integração entre os alunos de várias escolas

A “integração entre os alunos de várias escolas” foi mais uma essência da

contribuição positiva do PST que se percebeu nas falas dos seguintes pais dos discentes. São

elas: “(...) também era importante juntar os alunos da nossa escola com os das outras escolas

(...)” (Pai 3); “o meu filho conheceu muitos amigos (...)” (Pai 12); “(...) conheceu outros

alunos (...)” (Pai 13); “(...) o meu filho fez novas amizades (...)” (Pai 15). O jogo infantil,

segundo Leontiev (apud FALKENBACH, 2002), manifesto em sua ação/expressão motriz,

não somente auxilia aos professores como ferramenta pedagógica, mas é, em sua totalidade, a

manifestação significativa das crianças. Neste sentido cabe aos professores a compreensão do

verdadeiro sentido dos jogos manifestos pelos grupos de crianças.

Sexta essência: a realização do passeio/festival de jogos

Uma outra essência da contribuição positiva do PST destacada pelos pais dos

discentes foi “a realização do passeio/festival de jogos”. As falas são: “(...) o passeio até o

Malet dos meus filhos foi bem legal (...)” (Pai 5); “(...) o festival de jogos no Malet, porque

tinha campo grande, fizeram passeio de ônibus” (Pai 11); “(...) o festival de jogos foi muito

bom” (Pai 12); “(...) quando foram no Malet ele gostou dos jogos (...)” (Pai 13). Para

Falkenbach (2002) os jogos com um sentido recreativo e cooperativo são os que mais se

adaptam ao espaço físico e as finalidades educacionais. Já Bento (apud KLINE, 2004, p.31)

coloca o seguinte:

A escola deveria ser a melhor festa da cidade. É preciso renovar a escola, de recriar, e tornar mais atraentes as formas de realizar a educação e isto não dispensa o contributo da atividade esportiva. Com efeito a escola carece de riso, de entusiasmo, de dinamismo, de palmas, de alegria e animação; precisa que se goste dela. Ora o desporto é um meio primordial de renovar a educação, de lhe emprestar uma cara de festa e de convivialidade, de quebrar a rotina escolar com competições internas e externas. Trata-se de consumar o desiderato de desportivizar a escola e escolarizar o desporto.

Também, segundo Mesquita (2000), o querer ganhar é legítimo e deve ser

incentivado desde de que o jovem esteja preparado para responder as situações-problemas

apresentadas por cada prática esportiva. Acrescenta a autora que o “clima” criado em torno

da competição influencia, decisivamente, a forma como o jovem praticante a encara. Neste

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sentido, deve ser proporcionado um “clima” competitivo facilitador da aplicação das

aprendizagens realizadas pelos praticantes (minimizar o estresse competitivo, permitir ao

aluno o erro deixando-o experimentar diferentes opções).

Sétima essência: a ida do pai à escola

“A ida do pai à escola” foi mais uma outra essência da contribuição positiva do

PST para os pais dos discentes. O depoimento foi o seguinte: “(...) a integração dos pais com

os filhos na escola (...)” (Pai 1). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,

1997, p.208) “o aprendizado dos alunos e dos professores, o seu contínuo aperfeiçoamento,

deve ser uma construção coletiva, num espaço de diálogo propiciado pelo sistema escolar e

com a participação da comunidade”.

2- AS ESSÊNCIAS DAS CONTRIBUIÇÕES NEGATIVAS DO PROGRAMA

SEGUNDO TEMPO PARA OS PAIS DOS DISCENTES

Primeira essência: nenhuma

Uma essência identificada nas falas dos pais dos discentes foi que não havia

“nenhuma” contribuição negativa do PST para eles. Alguns depoimentos foram: “eu não

achei nada de ruim” (Pai 4); “eu acho que o Programa Segundo Tempo não teve nada de

ruim” (Pai 8). Ao constatarmos esta essência consideramos a dificuldade que possuem

normalmente as pessoas de refletirem sobre os fatos. Segundo Furter (apud KRUG, 1996)

refletir não é alienar-se. E, isto, em nossa opinião aconteceu com estes pais porque preferiram

não analisar os fatos com mais detalhamento, e sim, ficaram na acomodação de não emitir

uma opinião com maior rigor e análise. Merleau-Ponty (apud KRUG, 1996) coloca que a

reflexão não é, absolutamente, a observação de um fato, é um esforço para compreendê-lo.

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Segunda essência: o término do Programa Segundo Tempo

“(...) o único problema foi que o projeto acabou” (Pai 2); “(...) porque parou o

projeto (Pai 4)”; “(...) foi porque o projeto terminou” (Pai 5); “(...) porque o projeto terminou”

(Pai 8); “(...) pena que parou” (Pai 9); “(...) o único ponto negativo foi o fim do programa”

(Pai 10); “foi ruim porque terminou o programa” (Pai 11); “pena que terminou o programa

(Pai 12). Nestas falas desvelamos que “o término do Programa Segundo Tempo” foi mais

uma essência de contribuição negativa do PST para os pais dos discentes. O Estatuto da

Criança e do adolescente, no capítulo IV, art.59, legitima – “Os Municípios, com apoio dos

Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para

programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e juventude”. A Lei de

Diretrizes e Bases (9.394/96), que normatiza a educação nacional, também valoriza em seus

princípios as atividades extra-curriculares, dentre elas o Esporte, como fator imprescindível ao

desenvolvimento escolar infanto-juvenil (MANUAL DE DIRETRIZES E ORIENTAÇÕES

DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO, s.d., p.4).

Terceira essência: a merenda deveria ser mais diversificada

Outra essência da contribuição negativa do PST para os pais dos discentes foi

que “a merenda deveria ser mais diversificada”. Eis uma fala: “a merenda deveria ser mais

diversificada” (Pai 1). Teixeira (1996) destaca que uma boa alimentação é uma das condições

indispensáveis para um bom desempenho físico e mental.

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O TEMA DA INVESTIGAÇÃO DESVELADO: QUANDO ENTENDEMOS OS

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARA

OS PAIS DOS DISCENTES

Após o desvelamento de todos os depoimentos dos pais dos discentes são

visíveis os pontos positivos e negativos que o Programa Segundo Tempo teve para os

mesmos.

O que mais chamou a atenção foi que o Programa Segundo Tempo teve mais

pontos positivos do que negativos e, isso mostra, o quanto, os pais, consideram importante o

desenvolvimento de atividades extracurriculares para os seus filhos (alunos), tanto para a

ocupação do tempo como para o aprendizado.

Entretanto, os raros pontos negativos mostram a reprovação dos pais ao

término do Programa Segundo Tempo. Desta forma, então, aparece o descomprometimento

do Governo, através dos projetos sem continuidade, os quais, são de grande importância para

a comunidade escolar auxiliando muito na inclusão, evitando a violência, pois enquanto essas

crianças estão no ambiente escolar praticando algo que só lhes trarão benefícios para a vida

não estão expostas à criminalidade das ruas.

Assim, esta investigação desvelou o quanto foi importante à implantação e a

execução do Programa Segundo Tempo, para os pais e, principalmente, para as crianças e

adolescentes participantes do mesmo.

Pois, a partir do desenvolvimento das atividades práticas, dos jogos lúdicos,

das brincadeiras, passeios e festivais de jogos, realizados entre os diversos núcleos do

Programa Segundo Tempo, percebemos a importância desse trabalho junto aos alunos, onde

professores e estagiários interagiram no cotidiano escolar, onde aconteceram aprendizagens

novas, e o mais importante é que estas aprendizagens foram adquiridas na interação com os

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alunos participantes do referido Programa, bem como através da realidade onde estes vivem e

de suas experiências anteriores, fazendo-nos pensar e solucionar problemas que por ventura

surgissem.

Acreditamos que é através de um trabalho em conjunto com os pais, alunos,

professores, governos e demais entidades ligadas ao esporte, que poderemos ver a cada dia

crescer o número de praticantes de esportes.

O Programa Segundo Tempo, apesar de ser uma atividade recreativa visando

às crianças e adolescentes, justifica-se a sua realização por ter objetivos educativos e

formativos.

Neste sentido, as atividades eram voltadas para a maior participação dos

alunos, buscando difundir a prática desportiva de forma lúdica.

Outro aspecto muito utilizado e de fundamental importância, foi a socialização,

feita entre os pais, alunos e professores, através de atividades, visando melhorar o

relacionamento entre os seres humanos.

Quanto aos objetivos propostos pelo Programa Segundo Tempo, acreditamos

que foram em sua maioria atingidos, devido a grande participação e motivação dos alunos.

Em referência aos objetivos da pesquisa em identificar e analisar as

contribuições positivas e negativas do PST na visão dos pais dos alunos participantes,

podemos constatar que, os pais aprovaram por unanimidade o Programa, onde podemos

constatar que as contribuições positivas foram muito significativas e, quase não houve pontos

negativos no referido Programa.

Nesse sentido, salientamos a importância do Programa Segundo Tempo de

modo a proporcionar aos profissionais da Educação Física e estagiários um maior contato com

os alunos e sua realidade e a escola da nossa comunidade e de outras comunidades.

Atualmente, não há duvida de que o esporte é um fenômeno social e cultural de

grande relevância em nossa sociedade contemporânea.

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Observamos, hoje, que as áreas que se relacionam com o movimento humano,

incluindo a Educação Física, não pode estar de fora do contexto social, cultural e humanitário.

Portanto, o Programa Segundo Tempo, na visão, não somente nossa, mas,

principalmente dos pais dos alunos participantes, foi de uma relevância social muito grande,

porque através das atividades esportivas desenvolvidas, com a orientação dos professores, os

alunos desenvolveram o senso crítico, a responsabilidade, a cooperação, a solidariedade e

puderam constatar que através do esporte praticado de forma lúdica, prazerosa, foram capazes

de superar seus limites, ultrapassar barreiras e desenvolver a cidadania e melhorar a sua

qualidade de vida, assim como buscar o seu espaço dentro da sua comunidade, de forma

saudável e de maneira coletiva, obtendo assim a sua inserção social de forma democrática.

Na minha opinião através do esporte podem ser (re) construídos valores tais

como: responsabilidade, direitos, cooperação, companheirismo,solidariedade e cidadania.

Cabe aos professores, alunos, pais e demais pessoas, nos posicionarmos e

cobrarmos das autoridades a volta do Programa Segundo Tempo à nossa comunidade, porque

como constatamos na presente investigação a sua relevância social, e nós como cidadãos

devemos exigir nossos direitos cumprindo com nossos deveres.

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ANEXOS

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ANEXO A

Roteiro da entrevista aplicada aos pais dos discentes

Perguntas:

1)No seu ponto de vista, quais foram às contribuições positivas do Programa Segundo Tempo

para o seu filho?

2)No seu ponto de vista, quais foram às contribuições negativas do Programa Segundo Tempo

para o seu filho?