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As Leis de Organização Plástica 2014 I-Introdução: Conforme você aprende os elementos das artes, um por um, através de estudo, observação e desenho, você passa por um processo natural de crescimento. Você expande a lógica da natureza para dentro de você mesmo. Conforme você desenvolve a maestria sobre estes elementos, você se torna uma personalidade mais profunda, mais rica, com uma habilidade de ver além da superfície das coisas. O ritmo está presente nos diferentes processos da vida, bem como nos comunicativos, inclusive nos visuais. Este estudo investiga o próprio conceito de ritmo visual, os diferentes sentidos do termo e os distintos nomes atribuídos ao mesmo fenômeno. Parte de pressupostos da semiótica discursiva, considerando-o um fenômeno estético textual e atribuindo-lhe o estatuto de sintaxe, por sua ocorrência articuladora de elementos. 4

As leis da definição plastica

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As Leis de Organizao Plstica2014

I-Introduo: Conforme voc aprende os elementos das artes, um por um, atravs de estudo, observao e desenho, voc passa por um processo natural de crescimento. Voc expande a lgica da natureza para dentro de voc mesmo. Conforme voc desenvolve a maestria sobre estes elementos, voc se torna uma personalidade mais profunda, mais rica, com uma habilidade de ver alm da superfcie das coisas. O ritmo est presente nos diferentes processos da vida, bem como nos comunicativos, inclusive nos visuais. Este estudo investiga o prprio conceito de ritmo visual, os diferentes sentidos do termo e os distintos nomes atribudos ao mesmo fenmeno. Parte de pressupostos da semitica discursiva, considerando-o um fenmeno esttico textual e atribuindo-lhe o estatuto de sintaxe, por sua ocorrncia articuladora de elementos.

1- Conceitos Fundamentais:

No incio da dcada de 1830, um grupo de pintores, entre os quais Thodore Rousseau, Charles-Franois Daubigny e Jean-Franois Millet, se estabeleceu no povoado francs de Barbizon com a inteno de reproduzir as caractersticas da paisagem local. Cada um com seu estilo, enfatizaram em seus trabalhos o simples e ordinrio, ao invs dos aspectos grandiosos da natureza. Millet foi um dos primeiros artistas a pintar camponeses, dando-lhes um destaque at ento reservado a figuras de alto nvel social. Outro importante artista francs frequentemente associado ao realismo foi Honor Daumier, ardente democrata que usou a habilidade como caricaturista a favor de suas posies polticas. 1.1- Artes Plsticas:

Artes plsticas a designao dada ao conjunto constitudo pela arquitetura, a escultura, as artes grficas e o artesanato artstico. As artes plsticas so caracterizadas, tal como as restantes artes, tanto global como individualmente, pelo efeito recproco da forma e do contedo. Na evoluo dos estilos artsticos se verificam caractersticas especiais de desenvolvimento histrico. Cada poca, como a romnica, a gtica, a barroca ou renascentista, tem estilos caractersticos regionais (nacionais) e individuais, com evoluo prpria e ligados a individualidades artsticas isoladas, cuja investigao do foro da histria da arte. O fato de o princpio da harmonia inerente a uma obra de arte nem sempre estar ligado concepo corrente de beleza determinada pelos ideais clssicos, j se observa na arte das culturas pr-histricas: separao entre superfcie e forma, por exemplo, nas imagens rupestres e utenslios da era glaciar. Encontra-se tanto na arte dos povos primitivos, que serve as finalidades do culto mgico, como na arte popular, nas obras de arte das igrejas e cortes ocidentais e na expresso imagstica das crianas, sendo a finalidade de todos os ramos da educao artstica auxiliar o desenvolvimento do impulso inconsciente da criao. A lgica da progresso do desenvolvimento de formas estilsticas atravs das fases da juventude, maturidade, idade adulta e avanada, bem como a importncia do contexto de relaes sociais, polticas e religiosas, so tambm fatores determinantes de todas as artes e obras artsticas, quer tenham por finalidade servir, educar, criticar ou apenas sugerir ou retratar as relaes temporais.1.2- Teoria da Gestalt sobre as leis de organizaes plstica A psicologia da Gestalt em trabalhos das dcadas de 1930 e 1940 levantou muitas das hipteses que so estudadas pelos cientistas da viso atualmente. As leis de organizao da Gestalt tm guiado os estudos sobre como as pessoas percebem componentes visuais como padres organizados ou conjuntos, ao invs de suas partes componentes. Gestalt uma palavra alem que significa "configurao" ou "padro". De acordo com essa teoria, h seis fatores principais que determinam como ns agrupamos coisas de acordo com a perceo visual.

1.2.1- Proximidade Os objetos mais prximos entre si so percebidos como grupos independentes dos mais distantes. Na figura abaixo h quatro grupos, sendo que os trs grupos da direita ainda podem ser agrupados entre si, distinguindo-se do grupo da esquerda.1.2.3- Similaridade ou semelhana No desenho abaixo, mais fcil distinguir linhas (e no colunas), parecendo que os crculos brancos se agrupam entre si, o mesmo acontecendo com os negros, apesar de a distncia entre as linhas e entre as colunas ser a mesma.1.2.4- Fechamento Nossos crebros adicionam componentes que faltam para interpretar uma figura parcial como um todo.1.2.5- Simetria Elementos simtricos so mais facilmente agrupados em conjuntos que os no simtricos. Na figura abaixo as duas figuras da esquerda, simtricas so mais facilmente percebido como um grupo, que o par da direita, em que uma das figuras no simtrica.1.2.6- Destino comum Itens movendo-se no mesmo sentido so mais facilmente agrupados entre si.1.2.7- Continuidade Uma vez que um padro formado, mais provvel que ele se mantenha, mesmo que seus componentes sejam redistribudos. Tambm j foi demonstrado que certas diferenas individuais, como a acuidade visual ou habilidades espaciais tambm podem afetar a perceo visual. H tambm outros fatores que podem influenciar a interpretao das coisas vistas, como a personalidade, estilos cognitivos, sexo, ocupao, idade, valores, atitudes, motivao, crenas, etc. Conceito o complemento de uma ideia sugerida pelo autor da propaganda despertando em quem v, o desejo de possuir objeto. o estmulo que o crebro recebe para imaginar como o comercial seria completado se bem elaborado cria a necessidade do consumidor. Os consumidores tendem a perceber os objetos como o todo e o crebro d continuidade ao que est incompleto. A perceo a imagem mental que se forma com a ajuda das experincias e das necessidades. E o resultado de um processo de seleo interpretao das sensaes.Ex: Quando lemos algumas frases, logo completamos com o que vem em seguida:gua mole em pedra dura........... (tanto bate at que fura)Pau que nasce torto .................... (nunca se endireita)Casa de ferreiro............................ (espeto de pau)1.3- Perceo visual Perceo visual, no sentido da psicologia e das cincias cognitivas uma de vrias formas de perceo associadas aos sentidos. o produto final da viso consistindo na habilidade de destetar a luz e interpretar (ver) as consequncias do estmulo luminoso, do ponto de vista esttico e lgico. Na esttica, entende-se por perceo visual um conhecimento terico, descritivo, relacionado forma e suas expresses sensoriais. Um tipo de talento, uma caracterstica desenvolvida como uma habilidade de um escultor ou pintor que diferencia os pontos relevantes e no-relevantes de sua obra. Para que depois de pronta - em uma anlise mais detalhada - possa explicar os atributos ali contidos.1.4- Teorias da perceo visualO maior problema no estudo da perceo visual que o que as pessoas veem no uma simples traduo do estmulo da retina (ou seja, a imagem na retina). Assim, pessoas interessadas na perceo tm tentado h muito tempo explicar o que o processamento visual faz para criar o que realmente vem. O psiclogo James J. Gibson desenvolveu um modelo terico da viso que difere radicalmente do de Helmholtz. Gibson considera que h perceo visual suficiente em ambientes normais para proporcionar uma perceo verdadeira (perceo acurada do mundo). Gibson troca, em sua teoria, a inferncia pela coleta de informaes. Apesar da maior parte dos pesquisadores atualmente se sentirem mais prximos da teoria da inferncia inconsciente de Helmholtz, as teorias de Gibson tm um papel importante na identificao do tipo de informao que est disponvel ao sistema visual.1.5- Tipos de perceo visual Perceo de formas; Perceo de faces e emoes associadas. Um tipo especializado de perceo de formas; Perceo de profundidade, orientao e movimento; Perceo de cores; (ou viso em preto e branco) Perceo de intensidade luminosa1.6- Direitos do artista plstico A Lei n. 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, no artigo 7, estabelece serem obras intelectuais protegidas as criaes do esprito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangvel ou intangvel, atualmente conhecido ou que se invente no futuro, compreendendo-se entre elas as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cintica, as ilustraes, cartas geogrficas e outras da mesma natureza; os projetos, esboo e obras plsticas concernentes geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e cincia; as obras fotogrficas e as produzidas por qualquer processo anlogo ao da fotografia. As citadas obras intelectuais so conceituadas em quase todo o mundo ou mais propriamente nos pases que subscreveram a Conveno de Berna, pelas expresses "criaes visuais" ou "artes visuais", definindo, assim o campo criativo desenvolvido pelos criadores de obras de artes plsticas, criao grfica e obras fotogrficas. Os pases que mantm estabelecidas sociedades de gesto coletiva desses direitos sob um modelo configurado internacionalmente pela CISAC (Confederao Internacional de Sociedades de Autores), a exemplo da ADAGP - Societ des Auteurs Dans les Arts Graphiques et Plastiques, constituda desde 1953 e da VEGAP - Visual Entidad de Gestin de Artistas Plsticos, constituda em 1990, congregam em seus quadros, como associados, os criadores das obras de artes plsticas, das obras de criao grfica e obras fotogrficas sob o conceito de criadores visuais.1.7- Ritmos Se partirmos do pressuposto greimasiano da imanncia do sentido, teremos por hiptese, que o fenmeno do ritmo visual revela, fortuitamente, uma intencionalidade de dar forma e organizar estruturas em torno da manuteno da continuidade e da coerncia das imagens. Portanto, estudar o ritmo visual implica ir atrs dos efeitos de sentido, j que as imagens visuais esto permanentemente fazendo circular significaes. Por outro lado, a bibliografia escassa ou no consolidada sobre o tema um forte sinalizador de lacuna terica. A noo de ritmo visual, diluda em esparsos textos sobre diferentes linguagens, demanda uma explorao mais detida e especifica em relao a sua efetiva participao na sintaxe e na significao da visualidade.1.8- Os distintos tipos de ritmo O ritmo e a repetio Antes de esquadrinhar as diferentes concepes de ritmo entre os autores do campo da visualidade, percebe-se a necessidade de uma breve digresso sobre o conceito de repetio. Quando algum diz que uma composio visual rtmica, parece acompanhar tal leitura o pressuposto de que o dado objeto analisado apresenta elementos discretos que se repetem, seja na dimenso temporal ou espacial. Em outras palavras, existe uma organizao rgida e perceptvel da disposio de um mesmo paradigma dentro do sintagma.

1.9- O ritmo na sintaxe visual

Ao abordar a composio visual, Souza (1977, p. 35-37), declara que a satisfao diante da imagem obtida pela sua variedade visual, que retm o nosso interesse. Para evitar a monotonia, os elementos ordenam-se pelo ritmo, uma recorrncia de variaes, as mais das vezes sob a forma de destaques e intervalos, com bastante similaridade para estabelecer continuidade e um plano de ordenamento. Para Perazzo e Valena (p. 87-102), so conceitos aplicveis s imagens visuais: simetria, integrao, igualdade, espaos intermedirios, largura constante, proximidade e uniformidade de fundo. O ritmo e seu sentido ficam subjacentes aos demais fenmenos visuais. Ritmo como uma sucesso de elementos, de formas, de objetos, de cores e de movimentos que se repetem constantemente. Podendo ser: crescente, decrescente, alternado ou radial, simtrico e assimtrico.

Ritmo CrescenteRitmo Simtrico. Azulejo.Ritmo Alternado

1.10- O ritmo na comunicao visual

a traduo, em meio visual, da expectativa produzida por uma repetio. O ritmo comporta aspectos cognitivos devido previsibilidade de suas ocorrncias.Podemos dizer que as primeiras civilizaes, por exemplo, se estabeleceram devido ao trabalho realizado sobre os ritmo naturais. Assim ocorreu com o Egito antigo. A previsibilidade dos perodos de cheia do Nilo permitiu aos egpcios construir um sofisticado sistema de irrigao das terras ribeirinhas, a qual foi a base material de sua extraordinria cultura milenar. Atravs do ritmo h uma analogia entre a imagem e a poesia assim como com a msica. Rimas visuais so obtidas com o uso de elementos disposto ritmadamente sobre o suporte. O ritmo conduz o olhar, embala e seduz. H uma tendncia da perceo em acompanhar a direo sugerida por um ritmo.2. O universo plstico: os seis elementos, seus qualificadores, materiais, tcnicas e atividades expressivas.No incio, Deus, numa deciso sem disputas, escolheu a reta e a curva para imprimir sobre o mundo a divindade do criador. Assim Deus, o que tudo sabe, concebeu um mundo fsico cuja natureza toda est contida dentro das polaridades de linhas curvas e retas.Materiais Tcnicas Qualidades essenciais e qualidades simblicas dos elementosNvel da essncia 2.1- . PontoO ponto geomtrico um ser invisvel" No possui dimenso e, portanto imaterial. Ele a forma mais concisa, concentrada e absoluta possvel, de onde tudo se origina. o alfa e o mega, o incio e o fim, o silncio e a palavra. o grande UM de onde tudo nasce. indivisvel, no conhece a polaridade, a unidade, o todo. Coloca-se no plano ou no espao sem indicar movimento, ao contrrio, marca uma localizao esttica com preciso absoluta. Sua tenso concntrica enfatiza sua estabilidade e o estar fechado em si mesmo. No revela nenhuma tendncia e como um mundo isolado do seu em redor.2. 2- Linha EssnciaAs origens dinmicas da linha ficam ressaltadas nas colocaes de Phillipe Sers, na introduo do livro de Kandinsky, "Ponto, linha e plano", de como a linha "uma fora exterior (que) pode forar o ponto numa direo, destruindo a sua tenso concntrica, fazendo dele um ser novo, submetido a novas leis" e de como ela possui como "caracterstica essencial a interveno de uma ou de vrias foras exteriores que permitem a passagem do esttico ao dinmico".2.3- Superfcie EssnciaA superfcie o suporte, a base, onde os outros elementos podem se manifestar. A superfcie extremamente generosa e se doa para que os outros elementos da arte possam se expressar e normalmente "desaparece" para a nossa conscincia. Ela o primeiro elemento a ter uma realidade concreta, na sequncia ponto, linha e plano. A linha e o ponto so imateriais enquanto a superfcie pode ser tocada.

3- Concluso

No que se refere s denominaes, encontramos para o mesmo procedimento sinttico: repetio; contraste; ritmo propriamente dito; cadncia; alternncia; redundncia; sequencialidade; movimento; padro; modelo; mdulo; intervalo; similitude; subdiviso, entre outros. Esta diversidade o primeiro indcio da abrangncia do fenmeno nos domnios da linguagem.

Conforme constatado, portanto, aspectos e fenmenos rtmicos revelam-se tambm nos produtos das chamadas linguagens visuais. luz da semitica plstica, o ritmo configura-se como procedimento da linguagem visual, e como tal imbricado na significao de diferentes textos. Nestes, elementos paradigmticos alinham-se em relaes ditas sintagmticas, e na arquitetura de tais relaes manifestam-se aspectos rtmicos. As diferentes interpretaes do ritmo nos textos visuais, abordadas a partir do princpio do paralelismo entre os planos da expresso e do contedo, proposto por Hjelmslev, partem do pressuposto semitico de que todo contedo apenas se revela atravs de sua expresso.

4- Referncias Bibliografia

HALE, N. C. Abstraction in art and nature. New York: Dover Publications, 1993. ITTEN, J. The art of color. New York: John Wiley & Sons, 1997. JACKSON, C. Collor me beautiful. New York: Ballantine, 1985. JAMES, V. Language of the line: a reinvented art-form of the Waldorf Schools. Journal for Waldorf/Rudolf Steiner Education, New Zealand, v.8, n.2, november 2006. Disponvel em http://www.waldorflibrary.org/index.php?option=com_content&view=article&id=623:language-of-the-line-a-reinvented-art-form-of-the-waldorf-schools&catid=127:articles&Itemid=5 Acesso em 20/06/2012.

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