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As Novas Aventuras do Vento Peralta

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Page 1: As Novas Aventuras do Vento Peralta
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Suzete Poyastro

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© Todos os direitos reservados para Suzete Poyastro Krimberg

Organização: Marilice CostiCapa e ilustrações: Marcelo Germano

Arte-final: Marcelo Germano

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

P891v Poyastro, Suzete As Novas Aventuras do Vento Peralta; ilustrações de Marcelo Germano. - Porto Alegre, 2010. 46 p.: il.; 20x25 cm

1. Literatura Infanto-juvenil. Literatura rio-grandense. I. Marcelo Germano. II. Título.

CDD 000.0

Bibliotecária Responsável: Isabel merlo Crespo CRB 101201

ISBN 000-00-000000-0-0

Contate a autora:[email protected]

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Aos meus queridos netos,Com todo o meu carinho.

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Suzete Poyastro

Nasceu em Porto Alegre, RS.Graduada em Pedagogia pela UFRGS,

Especialista em Comunicação Linguística.

Por amar crianças e gostar de ler,passou a criar suas próprias histórias.

Sua estréia na literatura se dá com O vento peralta, mas vêm outros por aí...

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Eu perambulava na beira da praia, quando vi uma garrafa sendo empurrada pelo mar. Curioso, esperei que ela viesse dar na areia. Parecia vazia mas, ao tirar a rolha, saiu um pó acobreado que foi tomando forma gigantesca.

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A princípio, fiquei muito assustado e me escondi atrás de um cômoro.

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Passado o primeiro impacto e, como nada de ruim acontecia, fui me aproximando.

– Olá. Sou Peralta. E você?– Sou o Gênio dos Ventos. Há séculos, uma bruxa ardilosa conseguiu me

enganar e prendeu-me nesta garrafa. Obrigado por me libertar. Você nem pode imaginar o bem que me fez. Por isso, realizarei três pedidos seus.

– Que maravilha! – exclamei exultante de alegria.

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Últimamente eu andava aborrecido. Todos os dias era a mesma rotina: varrer ruas, espalhar sementes nos campos, refrescar ambientes... Vez por outra, até fazia algumas peraltices: espalhava lixo enquanto as pessoas varriam as calçadas, arrancava chapéus que saíam rolando pelas ruas, entrava nas casas tirando as coisas do lugar e, quando havia velas acesas eu não titubeava em apagá-las...

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O que poderei pedir? São tantos os meus desejos! Ah, já sei! Para começar quero sentir fortes emoções.

Imediatamente, o Gênio se transformou num poderoso vento e me disse:– Ande! Suba!Pulei e me acomodei na sua garupa.

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O Gênio começou a movimentar-se lentamente e, aos poucos, tomou velocidade. Parecia um tapete mágico supersônico.

Fomos em direção à cidade. Aqui e ali despontavam prédios mais altos. Escolhemos o mais imponente.

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Entramos pela janela de um apartamento e saímos pela sacada do lado oposto. Um homem, que ali trabalhava, levou o maior susto e ficou esbravejando ao ver seus papéis voarem do décimo andar. Não pude segurar o riso. Mas... coitado!

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Depois, ao fazer um movimento brusco com seu corpo, o Gênio me fez rolar sobre ele como se fosse um tobogã. Senti um frio na barriga. Que delícia!

Mais adiante, aceleramos ao passar por entre vários prédios que formavam um corredor. Viramos à esquerda e zunimos entre dois edifícios.

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Às vezes, eu tinha a impressão que íamos nos estatelar, mas era só impressão.Meu amigo era muito rápido e, antes que pudéssemos ficar estirados no chão,

lá íamos nós subindo, subindo, subindo... até atingirmos uma altura descomunal de onde descíamos tão rapidamente que eu nem tinha tempo de sentir medo.

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Depois dessas maluquices, passamos assobiando pela garagem de um grande condomínio. As pessoas que ali estavam ficaram bastante assustadas e surpresas com um vento assim tão forte e cantador.

Eu estava adorando!

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Nisto, apareceu Pé-de-vento, um velho amigo meu, e me desafiou a uma competição.

– Vamos ver quem é o mais veloz ao passar entre os pilotis no térreo do shopping?

O Gênio prontificou-se para ser o juiz. Colocamo-nos em posição de largada e, ao escutarmos o apito, saímos chispando.

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Inicialmente, corríamos lado a lado mas, pouco depois, Pé-de-vento passou à minha frente. Fiquei enfezado e, esforçando-me, consegui emparelhar. Cada qual se empenhava mais que o outro. Ora eu, ora ele passava na frente. Quando faltavam poucos metros, Pé-de-vento estava vencendo. Foi então que reuni todas as minhas forças e, pela diferença de apenas um nariz, consegui vencer.

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– Parabéns, Peralta, pela vitória. – Obrigado, Pé-de-vento, quase empatamos. Quem sabe na

próxima, você vencerá. – Isto não importa. O melhor de tudo é o prazer de competir.

Até logo, amigo. É sempre uma alegria encontrá-lo.

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Continuando nosso passeio, eu e o Gênio chegamos ao coração da cidade. Do alto, víamos as ruas congestionadas de carros, caminhões, ônibus, motos, bicicletas. Pessoas caminhavam apressadas. Camelôs anunciavam suas mercadorias e, no meio de tal agitação, ladrões se aproveitavam para roubar carteiras dos passantes desatentos.

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Distraídos com aquele cenário quase demos de cara na fachada de um arranha-céu. Por sorte, meu companheiro foi rápido. Fez um rolamento sobre si e várias piruetas. Foram tantas as reviravoltas que, por pouco, não fiquei com o estômago embrulhado.

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Ao meio-dia, descemos no maior parque da cidade. Era sábado, dia de feira de hortifrutigranjeiros e de artesanato. O dia ensolarado animava o pessoal a fazer compras para satisfação dos feirantes e artesãos.

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Jovens pintados de prata pareciam estátuas e atraiam olhares. Outros faziam malabarismos. Indígenas vendiam cestas de palha, pulseiras, colares de sementes, bolas de cipó. Desportistas dedicavam-se a diferentes atividades: caminhada, corrida, alongamento, bicicleta, futebol, enquanto outros, usufruindo o verde do parque, preferiam fazer yoga e meditação.

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Tanta era a aglomeração de pessoas que ficava difícil se locomover.

– Puxa! Que loucura! Não gostaria de viver nesse burburinho! – comentou o Gênio. Prefiro espaços mais amplos onde possa me movimentar livremente.

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Depois desse passeio, decidimos retornar à praia. No caminho encontramos uma esquadrilha da fumaça e não tivemos dúvida em nos enturmar. O Gênio tomou a forma de um avião e começou a fazer as mesmas piruetas. Fingi que estava pilotando e pude perceber quão difíceis e arriscadas são as manobras. Esses aviadores são muito destemidos. Senti orgulho em participar deste evento.

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Quando o show terminou, o Gênio retomou sua forma e fomos nos distanciando dos pilotos que ficaram bastante intrigados.

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De volta à beira do mar, desci da garupa do Gênio, agradeci e combinamos novo encontro ao amanhecer do dia seguinte. O meu primeiro pedido fora realizado.

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Amanhecia, quando fui esperar meu amigo no mesmo lugar onde o encontrei pela primeira vez. O sol refletia sua luz dourada nas águas calmas do mar.

Pescadores retornavam à praia com seus barcos abarrotados de peixes. Garças em revoada buscavam alimentos e eu admirava o céu azul, sem nuvens, sentindo bem-estar.

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Não tardou muito, o Gênio apareceu.– Qual seu desejo para hoje, meu amo?– Quero conhecer outros ventos: o que fazem, como vivem...– Vamos lá!

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Viajamos para uma região distante, um lugar onde ventos enraivecidos causavam o maior estrago: derrubavam árvores, destelhavam casas, quebravam vidros, empurravam pessoas...

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Mais adiante, outros ventos acompanhados de chuvas torrenciais desmoronavam morros, destruíam pontes e estradas, transbordavam rios, riachos, lagos e, no mar, causavam ressacas. Essas águas empurradas pelos ventos arrastavam tudo que encontravam pela frente. Era uma tristeza ver os danos que causavam.

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– Por que agem assim? indaguei.– Os homens não respeitam a natureza. Poluem as águas com produtos

químicos e todo tipo de lixo. Lançam gases poluentes na atmosfera, tornando o ar irrespirável. Derrubam matas, provocam queimadas. Destroem o que a natureza levou séculos para criar! – explicou-me o Gênio.

– E a natureza responde. É isto?– Com certeza – disse-me ele.No fim do dia, voltei triste e pensativo

para a minha casa.

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À noite, as cenas que vira me faziam rolar na cama. Quando finalmente consegui dormir, sonhei que viajava com o Gênio para uma região onde os habitantes preservavam a natureza.

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As ruas estavam limpas. Veículos com motores não poluentes circulavam. Havia lixeiras para cada tipo de detrito. As indústrias respeitavam as normas ambientais. As pessoas eram saudáveis e tranquilas. A vida parecia transcorrer sem sobressaltos.

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No entorno da cidade, as florestas preservadas favoreciam o estrativismo sustentável. Os mais variados pássaros marcavam sua presença com uma sinfonia de sons e cores. Os animais da região encontravam ali o ambiente adequado à sua sobrevivência. Gigantescas árvores e variada vegetação amenizavam o clima, regulando as chuvas e os ventos. A transparência das águas permitia a visão de muitas espécies de peixes.

Acordei entusiasmado com a esperança de que, no futuro, o meu sonho se tornasse realidade.

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No terceiro dia, eu só queria me divertir. Pedi ao Gênio para visitar outras praias.

Inicialmente fizemos um voo panorâmico. Vimos lugares maravilhosos. Estava difícil escolher.

Por fim, aterrissamos numa praia pequena e inexplorada.

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Num passe de mágica apareceram duas pranchas. E lá fomos nós pegar ondas. Cada qual se exibia mais, mostrando habilidades de bons surfistas.

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Quando cansamos de surfar, surgiram jet-skis e saímos numa corrida desabalada. Como é bom ter um amigo capaz de fazer mágicas, pensei.

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Tantas foram as brincadeiras que, exaustos, deitamos na areia mas não conseguimos descansar. Um grupo de alegres golfinhos se aproximou da praia e nos convidou para visitar o fundo do mar.

– Vamos? Vai ser mais emocionante que andar de jet-skis! disse eu.

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Acomodamo-nos nas costas de dois golfinhos e mergulhamos. Diferentes espécies de plantas e animais podiam ser admirados. Os golfinhos conheciam tudo e davam verdadeiras aulas.

De um modo geral, os animais pareciam aceitar bem nossa presença e podíamos passar por eles sem medo.

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Mas, lá pelas tantas, um dos golfinhos deu sinal de alerta. Olhei em todas as direções e não percebi nada de anormal. Entretanto, ao voltar minha atenção novamente à direita, fiquei paralisado. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Não conseguia nem respirar...

- Um tubarão!

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O Gênio, ao perceber o perigo que eu corria, transformou-se num enorme golfinho e partiu rumo ao inimigo que estava prestes a abocanhar-me.

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Diante de um opositor tão poderoso, o tubarão fugiu em disparada.

Foi um alívio para todos.– Obrigado, amigão. Te devo esta.

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Passado o susto, continuamos a explorar as profundezas do mar. Algo volumoso chamou nossa atenção. Aproximamo-nos e vimos que era uma caravela. Teria sido de piratas ou pertencera a algum reinado?

Olhando com mais atenção visualizamos uma caveira esculpida no mastro. Sim, esta embarcação fora de piratas. Cena em que eles atacavam outros navios passavam em minha mente.

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Decidimos explorar o porão. Ele estava abarrotado de baús.- O que será que eles contêm? Perguntamos em coro.O Gênio, compartilhando nossa curiosidade, rebentou todas as fechaduras

ao mesmo tempo.- Que coisa de louco! Olhem só este tesouro! Comentei. Eu nunca tinha

visto tantas jóias, nem tal quantidade de moedas de ouro!

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Todos ficamos boquiabertos como que hipnotizados pela beleza e pelo brilho ofuscante que saía dos baús!

Entretidos, brincando com esse tesouro, não vimos as horas passarem.

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O entardecer se aproximava.-Vamos, Peralta!Observei que o Gênio estava ansioso.Porém, antes de subir à superfície, lembrando de meus amigos, peguei uma

moeda para lhes mostrar, pois eles não acreditariam em mim se eu não tivesse uma prova do que vira.

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Na praia, nos despedimos dos golfinhos, agradecendo a fascinante aventura.

Sobrevoamos a costa no caminho de volta observando os variados tons de azuis e verdes do oceano até chegarmos ao local onde tudo começou.

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– Bem, amigo. Hora de dizer adeus! Serei eternamente grato a você.– Na, na, ni, na, não. Nada de adeus. Odeio despedidas definitivas.

Prefiro um até logo, até mais ou até breve. Prefiro pensar que nos encontraremos outras vezes.

E um abraço carinhoso selou nossa amizade.

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