As regras do poder judiciário brasileiro estão As regras do poder judiciário brasileiro estão previstas nos artigos 92 a 126 da CF/88.previstas nos artigos 92 a 126 da CF/88.

Segundo Humberto Teodoro Junior, o sistema Segundo Humberto Teodoro Junior, o sistema constitucional brasileiro divide os órgão do poder constitucional brasileiro divide os órgão do poder judiciário em dois aparelhos, um federal, com judiciário em dois aparelhos, um federal, com jurisdição nacional (Tribunais Superiores) e os jurisdição nacional (Tribunais Superiores) e os aparelhos estaduais, com jurisdição em cada Estado-aparelhos estaduais, com jurisdição em cada Estado-Membro.Todos são, no entanto, “liderados” pelo Membro.Todos são, no entanto, “liderados” pelo Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional, e Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional, e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria de direito pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria de direito Comum (respeitados os órgãos de jurisdição especial – Comum (respeitados os órgãos de jurisdição especial – justiça do trabalho etc.). justiça do trabalho etc.).

Ambos têm sede na capital da Ambos têm sede na capital da República e exercem jurisdição em República e exercem jurisdição em todo o território nacional todo o território nacional (Constituição Federal, art. 92,§§ 1º e (Constituição Federal, art. 92,§§ 1º e 2º com redação dada pela Emenda 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004).Constitucional nº 45 de 2004).

Em matéria de jurisdição Em matéria de jurisdição civilcivil, a , a administração da justiça está confiada ao administração da justiça está confiada ao aparelho federal, que compreende os Tribunais aparelho federal, que compreende os Tribunais Regionais Federais e os juízes federais, e os Regionais Federais e os juízes federais, e os aparelhos estaduais, que compreendem os aparelhos estaduais, que compreendem os Tribunais e juízes de cada unidade da Tribunais e juízes de cada unidade da Federação. Ambos os aparelhos se sujeitam à Federação. Ambos os aparelhos se sujeitam à jurisdição extraordinária comum e unificadora jurisdição extraordinária comum e unificadora do Supremo Tribunal Federal, e pelo Superior do Supremo Tribunal Federal, e pelo Superior Tribunal de Justiça.Tribunal de Justiça.

Justiça trabalhista, eleitoral e militar Justiça trabalhista, eleitoral e militar

ORGÃOS DE SOBREPOSIÇÃOORGÃOS DE SOBREPOSIÇÃO – segundo Cássio – segundo Cássio Scarpinnella Bueno, 6.ed.rev.,atal. E ampl. – SP: Saraiva, Scarpinnella Bueno, 6.ed.rev.,atal. E ampl. – SP: Saraiva, 2012, 2012, os Tribunais Superiores exercem dentre outras, os Tribunais Superiores exercem dentre outras, competência recursal que os caracteriza como órgãos de competência recursal que os caracteriza como órgãos de sobreposiçãosobreposição na estrutura judiciáriana estrutura judiciária, ou seja, que visam , ou seja, que visam em primeiro plano uniformizar a interpretação e a aplicação em primeiro plano uniformizar a interpretação e a aplicação do direito em todo o território nacional, sendo por isso que só do direito em todo o território nacional, sendo por isso que só eles, e não os demais, têm jurisdição em todo o território eles, e não os demais, têm jurisdição em todo o território nacional.nacional.

ESTRUTURA DO PODER ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIOJUDICIÁRIO

ESTRUTURA DO PODER ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIOJUDICIÁRIO

No primeiro grau situam-se os juízos No primeiro grau situam-se os juízos singulares (juízes de direito e juízes singulares (juízes de direito e juízes federais) e no segundo, os juízos federais) e no segundo, os juízos coletivos (TRF’s e Tribunais de coletivos (TRF’s e Tribunais de Justiça).Justiça).

Os tribunais formam o grau superior Os tribunais formam o grau superior da hierarquia jurisdicional, colocando-da hierarquia jurisdicional, colocando-se “acima dos juízes”, como órgão de se “acima dos juízes”, como órgão de competência recursal.competência recursal.

Entre os juízes de 1º grau e os tribunais de 2º Entre os juízes de 1º grau e os tribunais de 2º grau a que se acham subordinados os grau a que se acham subordinados os primeiros, a hierarquia é primeiros, a hierarquia é orgânica e orgânica e funcionalfuncional, pois os Tribunais exercem poder de , pois os Tribunais exercem poder de reexame e disciplina.reexame e disciplina.

Entre os tribunais Estaduais e Federais de Entre os tribunais Estaduais e Federais de jurisdição civil no que toca a cúpula do Poder jurisdição civil no que toca a cúpula do Poder Judiciário nacional (STF e STJ), Judiciário nacional (STF e STJ), a hierarquia é a hierarquia é apenas funcionalapenas funcional, pois tão somente se , pois tão somente se verifica o reexame das matérias decididas, verifica o reexame das matérias decididas, sem que ocorra interferência disciplinarsem que ocorra interferência disciplinar..

Os tribunais gozam de autonomia Os tribunais gozam de autonomia administrativa e financeira, cabendo-lhes a administrativa e financeira, cabendo-lhes a elaboração de suas propostas orçamentárias, elaboração de suas propostas orçamentárias, dentro dos limites estipulados conjuntamente dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais poderes na lei de diretrizes com os demais poderes na lei de diretrizes orçamentárias (CF/88 art. 99 e §§) . Compete, orçamentárias (CF/88 art. 99 e §§) . Compete, ainda, aos tribunais escolher seus dirigentes ainda, aos tribunais escolher seus dirigentes e elaborar seus regimentos internose elaborar seus regimentos internos, , bem como organizar os serviços de suas bem como organizar os serviços de suas secretarias e dos juízos que lhes são secretarias e dos juízos que lhes são vinculados, e, ainda prover os cargos de juiz vinculados, e, ainda prover os cargos de juiz de carreira e os necessários à administração de carreira e os necessários à administração da justiça (CF/88 art. 96).da justiça (CF/88 art. 96).

Em nosso Estado a matéria está Em nosso Estado a matéria está disciplinada disciplinada pela lei complementar 17 pela lei complementar 17 de 23de 23 de janeiro de 1997de janeiro de 1997 e alterações e alterações introduzidas pelas leis complementares nº introduzidas pelas leis complementares nº 35 e 36 de 2004 que dispõe sobre a 35 e 36 de 2004 que dispõe sobre a Divisão e a Organização Judiciária do Divisão e a Organização Judiciária do Estado do Amazonas, bem como sobre o Estado do Amazonas, bem como sobre o Regime Jurídico da Magistratura e a Regime Jurídico da Magistratura e a Organização dos Serviços Auxiliares da Organização dos Serviços Auxiliares da Justiça. Justiça.

O regimento interno do Tribunal de O regimento interno do Tribunal de justiça do Amazonas estabelece a justiça do Amazonas estabelece a composição, a competência e o composição, a competência e o funcionamento dos órgãos do funcionamento dos órgãos do Tribunal de Justiça do Estado do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, regula o processo e o Amazonas, regula o processo e o julgamento dos feitos de sua julgamento dos feitos de sua atribuição e disciplina os seus atribuição e disciplina os seus serviços auxiliares.serviços auxiliares.

Lei Complementar nº 17Lei Complementar nº 17

DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIODOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO:: Art. 2º - Art. 2º - A administração da Justiça compete ao Poder A administração da Justiça compete ao Poder

Judiciário, pelos seus órgãos, com a colaboração dos Judiciário, pelos seus órgãos, com a colaboração dos serviços auxiliares judiciais. serviços auxiliares judiciais.

Art. 3º Art. 3º - São órgãos do Poder Judiciário: - São órgãos do Poder Judiciário: I - Tribunal de Justiça; I - Tribunal de Justiça; II - Tribunais do Júri; II - Tribunais do Júri; III - Juízes de Direito; III - Juízes de Direito; IV - Juízes Substitutos de Carreira; IV - Juízes Substitutos de Carreira; V - Conselhos de Justiça e Auditoria Militar; V - Conselhos de Justiça e Auditoria Militar; VI - Juizados Especiais Cíveis e Criminais; VI - Juizados Especiais Cíveis e Criminais; VII - Juizado da Infância e da Adolescência; VII - Juizado da Infância e da Adolescência; VIII - Juizados de Paz.VIII - Juizados de Paz.

CF/88 - Art. 92. São órgãos do CF/88 - Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; I-A o Conselho Nacional de Justiça; 

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - o Superior Tribunal de Justiça;II - o Superior Tribunal de Justiça; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares;VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm

sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional.sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os

Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:princípios:

Lei Complementar nº 17Lei Complementar nº 17 Art. 4º Art. 4º - Para assegurar o cumprimento e a - Para assegurar o cumprimento e a

execução dos seus atos e decisões, poderão os execução dos seus atos e decisões, poderão os órgãos judiciários requisitar o auxílio da força órgãos judiciários requisitar o auxílio da força pública, devendo a autoridade a quem for dirigido pública, devendo a autoridade a quem for dirigido o pedido prestá-lo, sem inquirir do fundamento da o pedido prestá-lo, sem inquirir do fundamento da requisição, sob pena de responder por crime de requisição, sob pena de responder por crime de desobediência. desobediência.

Art. 6º Art. 6º - Para fins de administração do Poder - Para fins de administração do Poder Judiciário, o território do Estado do Amazonas tem Judiciário, o território do Estado do Amazonas tem como unidades judiciárias as Comarcas, os Termos como unidades judiciárias as Comarcas, os Termos Judiciários e os Distritos constantes do Quadro Judiciários e os Distritos constantes do Quadro anexo e os que forem criados na forma desta Lei.anexo e os que forem criados na forma desta Lei.

Lei Complementar nº 17Lei Complementar nº 17 Art. 8º Art. 8º - As Comarcas classificam-se em - As Comarcas classificam-se em

duas entrâncias, a saber: duas entrâncias, a saber: I- Primeira Entrância - interior do Estado; I- Primeira Entrância - interior do Estado; II- Segunda Entrância - Capital do Estado.II- Segunda Entrância - Capital do Estado. Hoje entrâncias inicial e final. “Art. 6º - As Comarcas

Judiciárias do Estado do Amazonas são classificadas em duas entrâncias denominadas de entrância inicial e entrância final. Art. 7º - Fica classificada em entrância final a Comarca de Manaus.” (Lei Complementar n° 68, de 03 de novembro de 2009).

Lei Complementar nº 17Lei Complementar nº 17 Art. 9º Art. 9º - Todos os Municípios do Estado são - Todos os Municípios do Estado são

sedes de Comarcas, e aqueles Municípios sedes de Comarcas, e aqueles Municípios que forem criados, após a vigência desta que forem criados, após a vigência desta Lei, dependerão, para a implantação da Lei, dependerão, para a implantação da Comarca, do cumprimento dos requisitos Comarca, do cumprimento dos requisitos estabelecidos nesta Lei, mediante apuração estabelecidos nesta Lei, mediante apuração pelo Tribunal de Justiça. pelo Tribunal de Justiça.

Parágrafo único - Parágrafo único - A Comarca ainda não A Comarca ainda não implantada constitui Termo Judiciário, na implantada constitui Termo Judiciário, na forma do artigo 13 deste Código.forma do artigo 13 deste Código.

Lei Complementar nº 17Lei Complementar nº 17 Art. 10 Art. 10 - Para a implantação e a instalação - Para a implantação e a instalação

de Comarcas, o Tribunal de Justiça verificará de Comarcas, o Tribunal de Justiça verificará se a sede do Município, candidato a se a sede do Município, candidato a Comarca, possui prédio destinado ao Fórum Comarca, possui prédio destinado ao Fórum local, com dependência para gabinete do local, com dependência para gabinete do Juiz, sala de audiências, sala para o Juiz, sala de audiências, sala para o Ministério Público, sala para Defensores Ministério Público, sala para Defensores Públicos; dependência para o Cartório, Públicos; dependência para o Cartório, inclusive, o Cartório eleitoral, além de outras inclusive, o Cartório eleitoral, além de outras dependências necessárias aos serviços dependências necessárias aos serviços judiciais e, ainda, casas para a residência do judiciais e, ainda, casas para a residência do Juiz, do Promotor de Justiça e cadeia pública, Juiz, do Promotor de Justiça e cadeia pública, todos a integrar o domínio do Estadotodos a integrar o domínio do Estado. .

§1º. Satisfeitos os requisitos referidos no §1º. Satisfeitos os requisitos referidos no ‘caput’ deste artigo, o Tribunal, mediante ‘caput’ deste artigo, o Tribunal, mediante ato, fará a declaração de implantação da ato, fará a declaração de implantação da Comarca e diligenciará o provimento dos Comarca e diligenciará o provimento dos cargos de Juiz, Escrivão, ou Diretor de cargos de Juiz, Escrivão, ou Diretor de Secretaria de Vara, Oficial de Justiça - Secretaria de Vara, Oficial de Justiça - Avaliador, e demais auxiliares, conforme Avaliador, e demais auxiliares, conforme dispõe esta Lei, em número necessário à dispõe esta Lei, em número necessário à execução dos serviços judiciais. execução dos serviços judiciais.

Art. 11 Art. 11 - Instalada a - Instalada a Comarca, os feitos em Comarca, os feitos em tramitação na Comarca de tramitação na Comarca de origem, que já estiverem origem, que já estiverem instruídos, serão julgados instruídos, serão julgados pelo seu titular, remetendo-se pelo seu titular, remetendo-se à nova Comarca os que à nova Comarca os que dependerem de instrução.dependerem de instrução.

Lei Complementar nº 17Lei Complementar nº 17 Art. 13 - O Município cuja Comarca ainda Art. 13 - O Município cuja Comarca ainda

não estiver implantada constituirá Termo não estiver implantada constituirá Termo Judiciário, permanecendo, enquanto Judiciário, permanecendo, enquanto nessa condição, vinculado à Comarca com nessa condição, vinculado à Comarca com sede mais próxima. sede mais próxima.

Parágrafo único - Os serviços judiciais Parágrafo único - Os serviços judiciais dos Termos Judiciários ficam afetos ao dos Termos Judiciários ficam afetos ao Juízo da Comarca à qual estão vinculados.Juízo da Comarca à qual estão vinculados.