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Na região dosubmêdioSão Francisco,onde o solo bebeapenas 400mmanualmente de águae a temperaturamédia é de 25°C,concentra-se a maiorexploraçãode uvas do Nordeste.
FRUTICUL TURA
As vinhas do SãoFrancisco
viticultura na região do sub-médio São Francisco, no tre-cho compreendido entre a
barragem de Sobradinho e os municí-pios de Santa Maria da Boa Vista/PE eCuraçá/BA, tem-se desenvolvido bas-tante nesses últimos anos, tanto pelosesforços de empresários desta regiãocomo de outras regiões do país, queinvestem na produção de uvas para me-sa, vinho e passa.
As pesquisas realizadas pelo Centrode Pesquisa Agropecuária do TrópicoSemi-Árido (CPATSA), da EmpresaBrasileira de Pesquisa Agropecuária(Emprapa), com a cultura da videiravisam a melhorar o sistema de cultivoexistente na região, introduzindo no-vos cultivares de mesa, vinho e passa;minimizando o custo de algumas práti-cas culturais; elevando a produtividadedos cultivares já em produção na re-
gião; e proporcionando melhor contro-le fitossanitário.
Apresentamos algumas recomenda-ções técnicas a serem empregadas naimplantação e condução de um parrei-ral na região do submédio São Francis-co, sendo que algumas práticas cultu-rais, produtos químicos e formulaçãoaqui recomendados poderão ser atuali-zados à medida que forem surgindonovos resultados de pesquisa.
A GRANJA - 45
Cultivar itâliu, uma das mais difundidas na região
I,OCALIZAÇÃO
° parreira! deverá ser localizado emárea com topografia apropriada parairrigação. O solo da área deve ter, emmédia, um metro e meio de profundi-dade e apresentar boa drenagem, pois avideira é bastante sensível ao excessode umidad-e. As fileiras de plantio de-vem ser orientadas no mesmo sentidodos ventos dominantes, pois as plantasressentem-se bastante com fortes raja-das de vento. Na impossibilidade deadoção desta orientação, a instalaçãode quebra-ventos com bananeiras ougravioleiras, com espaçamento ultra-denso, proporciona boa proteção.
PREPARO DO SOLO
Limpeza da área - a roçagem e odestocamento da área a ser cultivadacom videira deverão ser feitos três aquatro meses antes do plantio.
Análise do solo - logo após a limpe-za, três meses antes do plantio, coletaramostras de solo representativas daárea onde será implantado o parreiral,à profundidade média de trinta e cincocentímetros, e remetê-Ias para labora-tório de an.álise de solo para saber danecessidade de calagem e fertilização.
Calagem - havendo necessidade decalagem, de acordo com os resultadosno laudo da análise de solo, fazê-Ia, nomínimo 60 dias antes do plantio, pro-
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curando sempre atingir um pH em tor-no de 6,0-6,5.
Aração e gradagem - após a distri-buição do calcário, fazer uma araçãotão profunda quanto o solo permitir euma gradagem, incorporando o corre-tivo ao solo.
Marcação e sulcamento para aduba-ção de correção - quando o sistema deirrigação da área for através de sulcos,faz-se a demarcação destes no sentidoperpendicular ou oblíquo ao canal deirrigação, dependendo da declividadedo terreno. Estes sulcos terão o espaça-mento estabelecido para a cultura e se-rão o mais profundos possíveis para re-ceber a adubação.
Mudas prontaspara o
trans~lante
ADUBAÇÃO DE CORREÇÃO
A adubação de correção deverá serfeita 15 a 30 dias antes do plantio, nossulcos abertos para esse ·fim. Aconse-lha-se uma adubação de forma contí-nua nos sulcos, com as seguintes dosa-gens por planta: 15 a 20 litros de ester-co caprino ou bovino e 300g de P205,sendo os sulcos fechados a seguir.
CULTIV AR A SER IMPLANTADO
Cultivar produtor - os cultivaresmais difundidos na região são, no mo-mento, o 'itália' e o 'piratíninga', quedestinam-se ao consumo in natura,com boa aceitação nas capitais do Nor-deste.
° cultivar itália apresenta cachosgrandes com um peso médio de 800gramas; os bagos são grandes, desdeque o cacho tenha sido bem raleado,coloração amarelo-âmbar, com pelícu-la grossa e sabor levemente moscato. Aprodutividade deste cultivar atinge emmédia 25-30 toneladas/ha/ano, condu-zido em sistema de latada.
° cultivar piratininga apresenta ca-chos grandes, com um peso médio de750 gramas, e não necessita um desbas-te muito acentuado; os bagos são gran-des, de coloração rosa-avinhado, coma película grossa e sabor neutro, leve-mente ácido. A produtividade destecultivar atinge, em média, 25-30 tone-ladas/ha/ano, conduzido em sistemade latada.
No entanto, outros cultivares pode-rão se tornar competitivos no mercado,pois o CP ATSA dispõe de uma coleçãocom 130 cultivares, que estão sendoavaliados quanto à adaptação, produ-tividade e aspectos qualitativos para os.diversos fins: mesa, passa e vinho.
Entre os cultivares para mesa, estãomostrando-se bastante promissores emavaliações preliminares: moscatel-de -hamburgo, malvasia-de-la chartrense,gros-colman, dona-maria. Para passa,estão salientando-se os cultivares: per-lette, moscatuel, feal, que dão passassem sementes de ótima qualidade. Paravinho, tem-se chenin blanc, semillon,ugni blanc, petit syrah, merlot, cinsaute souzão, apresentando ótima qualida-de para vinificação, com boa produti-vidade.
Porta-enxerto - o porta-enxertomais utilizado na região é o tropical,
que é muito vigoroso, apresentandoaparente resistência a nematóides. Noentanto, este porta-enxerto poderá vira ser substituído por outros, que tam-bém são resistentes a nematóides, me-nos vigorosos, mas que concorrem pa-ra uma produção de maior qualidadecomo: dog ridge, salt creek, SO-4, R-99.
FORMAÇÃO DAS MUDAS
A videira é normalmente propagadavegetativamente por estaquia e enxer-tia.
Obtenção das estacas - as plantasselecionadas para fornecerem as esta-cas devem ser escolhidas, a priori, deacordo com as seguintes característi-cas: crescimento vigoroso, alta produ-tividade, bom aspecto sanitário (semdoenças e sem pragas) e apresentar ra-mos bem lignificados e bem formados.
Preparo das estacas de porta-enxer-tos e pés-franco - as estacas que desti-nam-se ao plantio em viveiro ou diretono campo são cortadas com 25-30emde comprimento, com quatro a seis ge-mas.
O corte da base das estacas é feitosobre o nó e o do ápice é feito três aquatro centímetros acima da gema su-perior, o que evita o ressecamento damesma. N. gemas que ficarão enterra-das são eliminadas para que haja umamaior absorção de água, facilitanto oenraizamento e evitando a emissão deramos "ladrões"
PREPARO DO MATERIALPARA ENXERTIA
Produtora - os enxertos ou garfossão fragmentos de vara do cultivar pro-dutor, que apresentam duas gemas. Aextremidade superior é cortada reta,com três a quatro centímetros acima dagema, e a inferior é cortada em formade cunha (Figuras IA e IB).
A seguir, enrola-se o enxerto com fi-ta plástica, deixando-se somente as ge-mas e a cunha descobertas. A extremi-dade superior deve ser bem protegida,evitando-se, desta forma, o desseca-mento do enxerto (Figura IC).
Porta-enxerto para enxertia de mesa -são fragmentos de vara do cultivar es-
colhido como porta-enxerto, em tornode 22-25cm e duas ou três gemas. O
. corte inferior é feito bem junto ao nó eo superior /i-8cm acima da gema supe-
Figura IA: Corte da vara para colocação deenxertos
Figura lB: Enxertos cortados em forma debisei
GEMA
I
Ir
li1(' ,." )~
I1
pLASTlCO
pLAsnco
GEMA
Figura lC: Enxertos aplicados no "cavalo"
Cultivar piratininga:produtividade média
de 25 toneladas/hectare/ano
pLASTlCO
rior (Figura 2A). As gemas são elimi-nadas para favorecer o enraizamento etambém para evitar que haja emissãode ramos "ladrões" (Figura 2B).
Porta-enxertos para enxertia de cam-po - as mudas de porta-enxertos sãoplantadas no campo e seus ramos, emnúmero de três, são conduzidos na ver-tical. Todas as brotações secundáriassão eliminadas, facilitando desta for-ma o engrossamento dos ramos que se-rão enxertados. Por ocasião da enxer-tia, cortam-se dois dos ramos a 20emdo solo e eliminam-se todas as folhasabaixo do corte (Figura 2C).
Enxertia - unem-se o enxerto e oporta-enxerto, já devidamente prepa-rados, através da enxertia de garfagemde fenda cheia, procedendo da seguinteforma:
a) cortar na vertical a estaca ou osramos do porta-enxerto, abrindo umafenda de 2 a 3cm sem atingir o nó ime-diatamente abaixo;
b) introduzir nesta fenda o enxertocom a extremidade cortada em cunha(Figura 3A);
c) observar que haja contato entre ascascas do enxerto e do porta-enxerto,mesmo que este contato seja só de umlado; neste caso, a gema do enxertopróxima à cunha deve ficar voltada pa-ra o lado em que as cascas contactam(Figura 3A);
d) após a colocação. do enxerto nafenda do porta-enxerto, faz-se a fixa-ção dos mesmos através de fita plásti-ca, evitando-se, desta forma, que hajaum deslocamento do enxerto, o queprejudicaria a enxertia (Figura 3B).
Na enxertia de campo, podem-se uti-lizar as plantas de porta-enxerto comos ramos verdosos e material em iníciode lignificação do enxerto, pois, segun-do observações dos autores, a cicatrí-
A GRANJA - 47
EMA ELIMINADA ~
Figura 1C:Cultivarenxertado
Figura 1.A1: Porta-enxertoscom gemas
Figura 1B: Eliminação dasgemas para aplicação do cultivar
zação se processa de forma mais rápidae de maneira mais uniforme, não ha-vendo aparentemente nenhuma necro-se dos tecidos.
O processo de enxertia pode ser feitoem qualquer época do ano. No entan-to, o crescimento da muda é menor du-rante o período mais frio; ou seja, demeados de maio a agosto. Os dois pro-cessos de enxertia apresentam alto índi-ce de pega, mas sugere-se a enxertia demesa por apresentar as seguintes vanta-gens:
• consegue-se antecipar em três me-ses a primeira colheita, além de tornar
mais econômica a formação da muda;• não há emissão de ramos ladrões
provenientes do porta-enxerto;• não foi observada nenhuma dife-
rença com relação ao vigor das plantasentre os dois métodos de enxertia.
PLANTIO
As mudas do porta-enxerto ou daprodutora de pé-franco ou enxertadapoderão ser levadas ao campo comtrês/quatro meses de idade, desde quetenham sido bem protegidas do ataquede pragas e doenças.
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48· JANEIRO 1991
CUI.,TURAIS-CONDUÇÃO
Época - havendo disponibilidadede mudas, o plantio pode ser efetuadoem qualquer época do ano. No entan-to, para minimizar os custos com irri-gação, aconselha-se o plantio no inícioda estação chuvosa (dezembro).
Espaçamento - para cultivares en-xertados sobre o porta-enxerto tropi-cal, o espaçamento pode ser de 3 x 3mou 4 x 2m. Para cultivares plantados depé-franco, este pode ser de 3 x 2m ou2,5 x 2m quando a condução for em es-paldeira.
Covas - as covas, de tamanho sufi-ciente para acomodar o sistema radicu-lar da muda, são abertas no camalhãoque se formou sobre a linha de adubodepositado no fundo do sulco de adu-bação.
Tutoramento - antes de plantar amuda ou imediatamente após, enterrarum tutor que conduzirá a brotação ver-ticalmente até o arame do sistema decondução.
, i~[ 'iA<;7 (' Di ESTPUTURAD~~CONDVÇÃO
A sustentação das plantas será atra-vés de latada, constituída por moirõese postes de boa madeira (sabiá, baraú-na, etc.). Cada fileira será independen-te da outra, pois o aramado, para cadafileira, será amarrado nos postes damesma. Fazer uma rede de arame lison? 12nas linhas das plantas e n? 14nasentrelinhas espaçadas de 50cm, sendoque o arame n? 12 fica a cada 6m, es-tendido perpendicularmente à fileiradas plantas. Arame farpado é colocadonas extremidades da latada (perpendi-cular a fileiras de planta) e a cada 25m,com a finalidade de impedir o desloca-mento do arame n? 14. A latada deveser confeccionada com 2m de altura(Figura 4).
Adubação de cobertura - É feita comadubos químicos, 40 dias após o plan-tio, com as mudas em plena brotação,sendo repetida a cada três meses, até aprimeira poda de frutificação,
Adubação foliar - É feita a cadatrinta dias com formulações comerciais(Stimufol, Bayfolan Extra, etc.), sendoa primeira realizada vinte dias após aprimeira adubação de cobertura, até aprimeira poda de frutificação.
As dosagens encontram-se na Tabela1.
Poda de condução e amarração -após o plantio, conserva-se um únicoramo que ê conduzido até à latada eamarrado ao tutor para dar origem auma planta com o tronco bem ereto eevitar que se quebre pela ação do ven-to. Os ramos ladrões que saem do por-ta-enxerto e as brotações laterais sãoeliminados ainda novos, evitando-se acompetição deles com o ramo que estásendo conduzido. Quando o ramo ul-trapassar a latada de uns 3Ocm, ele épodado, deixando-se a gema imediata-mente abaixo da mesma. Após a brota-ção das gemas finais do ramo podado,deixam-se apenas as duas últimas bro-tações, das quais originarão os braçosprimários (lFiguras 5A e 5B).
Através da poda, a cada 35-4Ocmdos braços primários, vão se formandoos braços secundários, dois por poda(Figura 5C). Este trabalho se repetetantas vezes quanto for necessário paraa formação dos braços secundários (Fi-guras 5D e 5E). Sobre os braços secun-dários, faz-se o mesmo trabalho de po-da, a fim de formarem-se unidades deprodução separadas umas das outrasem 15cm (Figura 5F).
Num plantio de 2mx4m, os braçosprimários desenvolvem-se por dois me-tros de comprimento, no sentido per-pendicular à linha de plantas. Os ra-mos secundários, cinco ou seis,desenvolvem-se perpendiculares aosprimários e comportam, cada um, cin-co a sete unidades de produção (Figura6).
Para facilitar o desabrochamentodas gemas necessárias à formação doesqueleto das plantas, as podas podemser realizadas com os ramos ainda ver-des sem estarem lignificados. As plan-tas não apresentam o mesmo ritmo decrescimento. Portanto, é necessárioque se repasse a área todas as semanaspara se fazer a poda, a condução e aamarração.
A formação das plantas dura de 10 a14 meses, segundo o vigor do cultivar.
Limpeza .- a partir do plantio, man-ter sempre limpa as fileiras das plantas,evitando que as mudas ainda novas se-jam abafadas pelas ervas daninhas.Nas entrelinhas, utiliza-se a roçadeiraou enxada rotativa, para manter a ve-getação rasteira ao solo.
Combate àformiga - na fase inicialde desenvolvimento das parreiras, émuito importante que se faça um com-bate eficiente às formigas, pois se estasatacarem após o plantio, quando doaparecimento das primeiras folhas, é
r------------------ --------------------,
EXERTO
PLÁSTICO
11
PORTA ENXERTO
~\
3A: Colocação do enxertono "cavalo" (vistas laterais e frontais)
PLÁSTICO
praticamente inevitável a perda dasmudas. A melhor hora para procuraras caseiras é a partir das 17 horas,quando se faz o controle das mesmascom dodecacloro granulado.
Tratamento fitossanitário - nestafase de crescimento das plantas, é ne-cessário que se faça um controle dasdoenças que venham a aparecer: o oí-dio durante todo o ano e o míldio noperíodo chuvoso, permitindo, destaforma, que as plantas desenvolvam-sesadias e com maior rapidez.
Irrigação - as irrigações deverão serrealizadas com intervalos de sete diasem solos pesados (vertissolos) e de qua-tro dias em solos leves (latossolos) até opegamento da muda e expansão do sis-tema radicular. Posteriormente, quan-do as plantas já estiverem bem desen-volvidas, a irrigação deverá ser feitaquando o solo apresentar, aproxima-damente, 50' por cento de umidade dis-ponível no perfil de l00cm.
PLÁSTICO I.
r1I
38: União do enxerto no "cavalo"
~~RÁTICAS CULTlm IS-COl 'DuçAo
Poda de frutificação - consiste emdeixar, em cada unidade de produção,um esporão com duas gemas e uma va-ra com oito a 12 gemas (Figura 6). A fi-nalidade do esporão é produzir a vara eo esporão da poda do ciclo seguinte, ea da vara é a produção de cachos. Demodo geral, costuma-se encurvar asvaras amarrando suas extremidadesjunto às bases. Este encurvamento tempor finalidade a torção das varas, cau-sando uma certa ruptura dos vasoscondutores da planta. Esta prática visaa uma brotação mais uniforme, que-brando parcialmente a dominância api-cal.
Irrigação por gotejamento: economia d'água em solo muito seco
A GRANJA - 49
Não perca tempo, ganhe dinheiro
Adubação de manutenção - é feitauma adubação após cada poda de fru-tificação, com adubo químico e orgâni-co (esterco). Os fertilizantes são aplica-dos a lanço em pequenos sulcos cava-dos na lateral das plantas com uma dis-tância de 50cm no primeiro ano, 80emno segundo ano e 100cm no terceiroano e seguintes.
Cobertura - no início da frutifica-ção, é realizada uma adubação de co-bertura com nitrogênio.
Foliar - as adubações foliares sãofeitas na p: é-floração e no início defrutificação, com formulações comer-ciais.
As dosagens de cada adubação sãoencontradas na Tabela 1.
Limpeza - manter limpas faixas de1,5m nas linhas das plantas; nas entre-linhas, passar a enxada rotativa após apoda de frutificação e, posteriormente,manter o terreno apenas roçado.
Amarração - logo após a poda,amarrar as varas, não apertando muitojunto aos fios de arame, devido ao seucrescimento transversal. Quando osnovos lançamentos atingirem aproxi-madamente 40cm, devem ser amarra-dos para que não se quebrem pela açãodos ventos. O material usado para estaprática pode ser palha de milho, cor-dão, barbante ou qualquer fibra.
Poda verde - a poda verde consistenuma série de práticas que se realizamnas plantas em produção e que tem porfinalidade melhorar o aspecto e a qua-lidade dos cachos, além de promover oequilíbrio entre a vegetação e a frutifi-
r-----------------.--.------- -.--------..,;;; :;: :;: ;;: ;;: :;: ;;: ;;: :;: :;: ;;: ;;: :;: ~ :;:
0,5m 0,5 0,5 0,5 0,5 0.5 0,5 0,5 0.5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5Arame liso n! 12
• Arame n~ 12 e N'! 14como indicado
Arame farpador-'
r,~~r ,.-~v-- --
.~1l'
~ PROJEÇÓES DOS MOURÓES ESTICADORES
'3 "'PROJEçúES DOS ESTAIS ESTICADORES
?- ~ ""~ ....:?-
Figura 4: Sistema de condução em latada
cação, A poda verde é mais utilizadanos cultivares para consumo in naturae consiste nas práticas que se seguem.
Esladroamento - é a remoção dosramos estéreis quando estiverem com10 a 30cm de comprimento, o que nãochega a causar feridas e nem um dese-quilíbrio fisiológico, proporcionandoaos ramos remanescentes maior cresci-
mento. Devem-se eliminar os ramosque nascem do tronco, os que estão emexcesso e quando brotam mais de umpor gema. O aparecimento de muitosramos ladrões significa que o métodode poda adotado é incorreto e há neces-sidade de uma poda menos severa.
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midade dos ramos e as gavinhas antesou até o início da floração. Seu objeti-vo é acelerar a maturação das gemasbasais, evitar a filagem ou o desavinho,melhorar a fecundação das flores, in,duzir a uma melhor formação dos fru-tos e equilibrar a vegetação. Para culti-vares de mesa, .é uma prática necessá-ria, porém bastante demorada, o queonera muito os custos de produção.Para minimizar o tempo e os custosdesta prática, deve-se fazer o despontee eliminar as gavinhas somente dos lan-çamentos das extremidades das varas edos que tenham cachos.
Desbaste equilibradoé assim: um cachopara dois ramos
-.
Tabela 1 - Adubação da videira
Fase de Tipo de Nutriente Quantidade Freqüência de aplicaçãodesenvolvimento ,adubação do nutriente
Cobertura N 50g/planta 40 dias após o plantio e aK20 60g/planta cada 3 meses até a primeira
Crescimento poda de frutificação
FoliarFormulaçOes 300m/11001 20 dias após a primeiracomerciais de água adubação de cobertura e a
cada 30 dias até a poda defrutificação
Esterco Imediatamente a cada podaManutenção caprino ou 10l/planta de frutificação
bovinoN 60g/planta
Produção KP 120g/planta
Cobertura N 60g/planta Início de frutificação
FoliarFormulações 300ml/1001 Pulverizar na pré-floração ecomerciais de água no início da frutificação
.---
Desnetamento - consiste no des-pontamento das feminelas ou ramosterciários, deixando-se apenas uma ouduas folhinhas, que auxiliam na assi-milação de nutrientes para a melhorformação dos frutos e das gemas frutí-feras do ciclo seguinte. Esta prática de-ve ser feita até o início da floração.
Desfolhamento - deve ser feito noperíodo de crescimento do ramo. Visaa melhorar a ventilação, a insolação e afacilitar o controle das doenças dos ca-chos. Não se deve tirar mais de cincofolhas por ramo e, naqueles com ca-cho, devem ser deixadas seis a oito fo-lhas acima do mesmo.
Desbaste de cachos - é a remoçãode cachos florais antes da floração edos cachos ainda novos ou parte de taiscachos depois que o fruto se formou.
Eliminam-se os cachos dos ramos maisdébeis, com poucas folhas, doentes ouabafados por excesso de ramos e fo-lhas, procurando-se deixar a frutifica-ção bem distribuída, evitando-seamontoado de cachos em alguns ramose claros noutros. Aumentando-se a re-lação entre as folhas e o número de ca-chos, permite-se uma melhor nutriçãodos cachos remanescentes. Fazendo-seuma poda mais longa e com o auxíliode reguladores de crescimento para fa-vorecer a melhor brotação das varas, épossível aumentar efetivamente a capa-cidade de produção da videira. No en-tanto, através do desbaste dos cachos,consegue-se deixar uma produção dequalidade, sem danos posteriores àsplantas.
Os cachos provenientes dos netos de-
Parreira de cultivar Feal, próprio paracultivo de uva-passa sem sementes
vem ser eliminados, pois são mais atra-sados e fazem concorrência aos cachosjá formados. Resumindo, pode-se di-zer que o tamanho dos cachos está emfunção da superfície foliar das plantas.A relação mais equilibrada é de um ca-cho para dois ramos.
Descompactação do cacho - a des-cornpactação ou raleio do cacho podeser manual, sendo efetuada no inícioda frutifícação, quando os bagos estãono estágio de chumbinho. Pode, tam-bém, ser feita através de produtos quí-micos que atuam como reguladores decrescimento, obtendo-se desta formauma descompactação parcial.
Os produtos utilizados são:• ácido naftalenoacético (5ppm):
pulverizar toda a planta na fase de flo-ração;
• ácido giberélico (50ppm): parauvas apirênicas (sem sementes), pulve-rizar a parte verde da planta, no inícioda frutificação;
• uréia (0,5%) + triadimefon(0,0380/0):pulverizar os cachos no iní-cio da frutificação e repetir trinta diasdepois.
Ao utilizar-se qualquer um dessesprodutos quirnicos, há necessidade deum repasse manual, pois nem todos oscachos encontram-se no mesmo estágiode desenvolvimento, quando da aplica-ção do produto. Para as uvas apirêni-cas, quando da utilização do ácido gi-berélico, não é necessário o repassemanual.
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r----------------------- - -
Brotaçãoàtloração
--------------,
Tabela 2 - Tratamentos fitossanitários - planta em produção
Chuvoso
Chuvoso
Chuvoso
Só aplicar o produto quando -- fi, constatar a pragaS.4,k
:'XIl it~:?,i':-" ''1,,1< o,' <;A" );-,"':,:'",!,~·-·<)t '-'A h4);:':~'Triadimefon0+ thlovlt' A cada quinze dias alternando Suspender a pulverizaçãoFenarimol + thiovit os produtos dias antes da colheita
B~~mYI t~~n~,?z~~0 ~~~:t:P~ii~~çoes com intervalos :~~~a;J~c;:;b~o:i~ft~nl~do~:iwit~ff§
L~ _
MENOR TAMANHOMAIOR DESEMPENHO
Capacidade desecagem:
2 MIL SACOS/DIATOTALMENTE,
AUTOMÁTICO
IMETALÚRGICASILOS IDEAL LTDA.FONE: (0532) 21·0433
PELOTAS/RS
52· JANEIRO 1991
...--••••..............•
Triadimefon + thiovitFenarlrnol ,+- thlovlt
Oxicloreto de cobre +mancozeb
Duas a três aplicações com 4dias de intervalo
Uma em plena brotação
Raramente ocorre
Uma em plena brotação
A cada quinze dias alternandoos produtos
A cada oito dias alternandoos produtos
Benomyl + mancozeb Duas aplicações com intervalosde sete dias
F
Condução dapoda de formação
na videira
Tratamentos fitossanitários - desti-nam-se ao controle das doenças: oídio,míldio, antracnose, podridão-dos-ca-chos; e das pragas: ácaros, cochoni-lhas, moscas dos frutos e tripses. Ostratamentos Solofeitos segundo a Tabe-la 2.
Combate à formiga - é realizadosempre que a videira inicia a brotação,pois o ataque da formiga é mais inten-so quando os brotos estão bem tenros.
Irrigação -- para as videiras irriga-das pelo sistema de sulcos com profun-didade de 4Ocm, a primeira irrigação éfeita após a poda. Para o vertissolo, to-mando-se como base uma umidade dis-ponível de 45 por cento no perfil de120cm, o intervalo de irrigação será dequinze dias, aplicando-se lâminasd'água de 136,83mm em cada irriga-ção, o que dá um consumo médio diá-rio de 4,18mm. A última irrigação, emcada ciclo, será aplicada 15 dias antesda colheita, ou seja, quando os frutosiniciam a fase de maturação, o que sepode observar através do amolecimen-to das bagas.
Repouso e tratamentos para melho-ria da brotação - o repouso da videirano Trópico Serni-Árido é obtido atra-vés da suspensão da irrigação por umperíodo de tempo entre a colheita e apoda do ciclo seguinte. Os benefíciosdecorrentes desta prática encontram-seem fase de pesquisa no CPATSA. Noentanto, sugere-se suspender a irriga-ção por um período de 15 a 20 dias an-tes da colheita, para que haja uma con-centração de açúcares nos cachos. Apoda, que dá início ao ciclo seguinte,poderá ser realizada imediatamente àcolheita, sendo a primeira irrigação fei-ta após a poda.
Deve-se dar ênfase às produções co-lhidas no período de agosto a novem-bro, quando o preço da uva é mais ele-vado, oferecendo maior lucratividadeaos produtores.
Para melhorar o índice de brotação,pincelar os ramos das videiras, com ex-ceção da gema apical, com uma solu-ção de calciocianamida (CaCN2) a 20por cento. Pesquisas em andamento noCPATSA têm mostrado que o ácido 2-c\oroetil fosfônico (Ethrel) é bastanteeficiente na melhoria da brotação davideira, antecipando e uniformizando-a.
Ma/vás/a: cultivarpromissor para mesa
Veja como se faz apoda de frutificação
Vara.i.:
----Braço Secundáno
COLHEITA
A produtividade varia com o cultivare o estado fitossanitário e nutricionalda planta. Para o cultivar itália, emcondições normais, prevêem-se os se-guintes valores médios para a produ-ção anual em duas safras:
• primeiro ano de produção:5t/ha/ano;
• segundo ano de produção:16t/ha/ano;
• terceiro ano de produção:3Ot/ha/ano;
• quarto ano de produção e seguin-tes: 4Ot/ha/ano. ~~
João Antônio Silva de Albuquerque e Terezinha Cosia Sitveírade Albuquerque, pesquisadores do CPTSA - EmbrapalPE
A GRANJA - 53