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ASILO POLÍTICO Profª. Rosângela Fátima Penteado Brandão

ASILO POLÍTICO 2012

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ASILO POLÍTICO

Profª. Rosângela Fátima Penteado Brandão

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Previsão Legal C.F. art. 4º, X Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas

suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

X - concessão de asilo político. E.E art. 28 Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional

na condição de asilado político ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito Internacional, a cumprir as disposições da legislação vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar.

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DUDH art. 14 Artigo XIV     1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem

o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 

     2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

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CONCEITO Asilo Político é a proteção dada por um Estado a

cidadão de outro país, perseguido por este como criminoso político.

Crime Político: revolução, graves perturbações ou comoções nos Estados.

Segundo Rezek – “Asilo político é o acolhimento pelo Estado de estrangeiro perseguido alhures – geralmente mas não necessariamente em seu próprio pais patrial – por causa de dissidência política, de delitos de opinião, ou por crimes que relacionados com a segurança do Estado, não configuram a quebra do Direito Penal comum”. (2012, p.221)

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ESPÉCIES Asilo Diplomático: missões diplomáticas,

navios e aeronaves de guerra. Direito Costumeiro do continente americano – Peru e República Domenicana não aceitam.

Asilo territorial – o perseguido por autoridades, ultrapassa as fronteiras e solicita o asilo.

Criminoso Político: é todo aquele que ofende ou ameaça direta ou indiretamente a ordem política vigente no país.

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Admissão ou impedimento Atos do executivo – poder discricionário Competência – Ministro da Justiça Deveres do Asilado: Abster-se de atos de provocação, insurreição armada,

ou propaganda ideológica contra Estado estrangeiro. Deve ficar asilado longe das fronteiras do pais onde

era perseguido. E.E. Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem

prévia autorização do Governo brasileiro. Parágrafo único. A inobservância do disposto neste

artigo importará na renúncia ao asilo e impedirá o reingresso nessa condição.

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Diploma Legais

Decreto nº. 55.929 de 14/04/65 – Convenção sobre asilo diplomático e asilo territorial

Decreto nº. 50.215 de 28/01/61 – Estatuto dos Refugiados

Lei nº. 9.474 de 22/07/1997 – define mecanismos para implementação do Estatuto dos Refugiados e cria o CONARE.

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Concessão do Refúgio – Lei 9.474/97

    Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:

        I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;

        II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior;

        III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.

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CONARE O Conare - Comitê Nacional para os Refugiados é o órgão colegiado,

vinculado ao Ministério da Justiça, que reúne segmentos representativos da área governamental, da Sociedade Civil e das Nações Unidas, e que tem por finalidade:

analisar o pedido sobre o reconhecimento da condição de refugiado; deliberar quanto à cessação “ex officio” ou mediante requerimento das

autoridades competentes, da condição de refugiado; declarar a perda da condição de refugiado; orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da proteção,

assistência, integração local e apoio jurídico aos refugiados, com a participação dos Ministérios e instituições que compõem o Conare; e

aprovar instruções normativas que possibilitem a execução da Lei nº 9.474/97.

Disponível em: http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJ7605B707ITEMID5246DEB0F8CB4C1A8B9B54B473B697A4PTBRIE.htm Acesso em: 22.10.2012.

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1. Total de Refugiados no Brasil: 4477, dos quais:

4053 reconhecidos por vias tradicionais de elegibilidade;

424 reconhecidos pelo Programa de Reassentamento (que permanecem no país).

Reassentamento ocorre quando o refugiado não pode permanecer no país que concedeu o refúgio por questões de segurança, portanto outro Estado o acolhe.

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Diferença entre Asilo Político e Refúgio

O asilo tem uma dimensão fundamentalmente política e diplomática, é uma faculdade discricionária do Estado. Já o refúgio é um instituto de proteção internacional ao qual os Estados estão obrigados pela Convenção de1951 e o Protocolo de 1967 das Nações Unidas, define Renato Zerbine. Disponível em: http://stf.jusbrasil.com.br/noticias/2044217/programa-forum-explica-a-diferenca-entre-asilo-e-refugio Acesso em: 20.10.2012

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Diferença entre Asilo Político e RefúgioASILO REFÚGIO

Instituto jurídico regional (América Latina)

Instituto jurídico internacional de alcance universal

Medida de caráter político Medida de caráter humanitário

Normalmente empregado em casos de perseguição política individualizada

Aplicado a casos em que a necessidade de proteção atinge um número elevado de pessoas, onde a perseguição tem um aspecto mais generalizado

Motivado pela perseguição por crimes políticos

Fundamentado em motivos religiosos, raciais, de nacionalidade, de grupos sociais e de questões políticas.

A proteção pode se dar no território do país estrangeiro (asilo territorial) ou na embaixada do país de destino (asilo diplomático)

Em regra a proteção se opera fora do país

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Diferença entre Asilo Político e Refúgio

ASILO REFÚGIOInexistência de cláusulas de cessação, perda e exclusão

Existência de cláusulas de cessação, perda e exclusão (Convenção da ONU refugiados)

Necessidade de efetiva perseguição É bastante o fundado temor de perseguição

Efeito constitutivo Efeito declaratório

Constitui exercício de ato soberano do Estado, sendo decisão política cujo cumprimento não se sujeita a nenhum organismo internacional

Instituição convencional de caráter universal aplica-se de maneira apolítica

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Bibliografia ACCIOLY, Hildebrando. SILVA, G. E. do

Nascimento. CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público. 17. ed. São Paulo:Saraiva, 2009.

MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 2. ed. São Paulo: RT, 2007.

REZEK, J. Francisco. Direito Internacional Público: Curso Elementar. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VARELLA, Marcelo de. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva 2009.

Site do Ministério da Justiça www.mj.gov.br