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ASPECTOS AGRONÔMICOS DE ALGUMAS HORTALIÇAS.
CENOURA – Daucus carota.
Características:
1. Raiz tuberosa, de cor alaranjada (rica em caroteno - precursor da
vitamina A).
2. Temperaturas superiores a 21 ºC estimulam a formação de raízes
curtas e de coloração deficiente.
3. Acima de 30 ºC a planta tem o ciclo vegetativo reduzido, o que
afeta o desenvolvimento das raízes e a produtividade.
4. Temperaturas no intervalo de 8 a 35ºC favorecem a germinação,
que ocorre 7 a 10 dias após a semeadura
Preparo dos canteiros:
1. Os canteiros possuem dimensões de 10 a 20 m de comprimento,
com 100 a 120 cm de largura por 20 a 30 cm de profundidade.
2. É de fundamental importância para o bom desenvolvimento da
cultura que o solo esteja com uma profundidade adequada,
mesmo não se fazendo os canteiros deve-se possibilitar a
profundidade indicada.
3. Quando se trabalha com uma área nova, recomenda-se
aprofundar uns 50 cm de fundura, o que virá a permitir uma boa
aeração, boa infiltração de água evitando encharcamentos ou
escorrimentos resultando na deformação dos canteiros.
4. Aconselha-se fazer os canteiros nivelados para uma melhor
padronização.
5. Nas margens dos canteiros aconselha-se utilizar materiais que
impossibilitem desmoronamentos, exigindo maior gasto de tempo
e mão de obra. Uma simples pressão com as costas da enxada
pode solucionar o problema em alguns casos.
6. Recomenda-se deixar um espaçamento entre os canteiros de 30
a 50 cm, a fim de permitir locomover-se entre os canteiros.
Semeadura:
1. A semeadura é feita direta no campo, podendo ser no sentido
longitudinal ou transversal.
2. O plantio é feito em sulcos, podendo ser feito em 4 a 5 fileiras
longitudinais distanciadas 20 a 25 cm. Em sulcos transversais espaça-se
15 a 20 cm entre fileiras. As sementes são distribuídas uniformemente
nos sulcos com 1 a 2 cm de profundidade.
3. A semeadura em covas pode ocasionar falhas de germinação, o que
resultaria no atraso da produção, desuniformidade, maior gasto com
mão-de-obra e com sementes.
Tratos culturais:
1. Desbaste: é feito 25 a 30 DAS, deixando-se uma planta, num
espaçamento de 5 cm entre plantas.
2. Irrigação: a cultura é exigente em água durante todo o ciclo. A primeira
irrigação após o plantio deve-se molhar até 20 cm de profundidade, do
plantio ao desbaste as irrigações devem ser leves e freqüentes. A partir
do desbaste apode-se aumentar gradativamente a quantidade de água
até a colheita.
3. Adubação: devem-se utilizar adubos orgânicos como o esterco curtido
de bovinos, aves, ovinos ou caprinos. A prática da compostagem é
bastante eficiente, fácil de fazer, requer apenas recursos da área,
tornando-se bastante eficiente.
4. Cobertura do solo: recomenda-se fazer a cobertura do solo com material
adequado como, por exemplo, palha de carnaúba, de arroz ou
serragem. Esta medida ajuda no controle de daninhas dentro do
canteiro, assim como na manutenção da umidade do solo e retenção
dos sais presentes na água de irrigação. O material deve ser leve e bem
picado.
5. Controle de daninhas: deve-se observar bem o surgimento de plantas
daninhas, pois irão competir diretamente por espaço, água, nutrientes
com a cultura. O mais indicado é a capina manual ou com auxilio de um
pequeno sacho. O período crítico ocorre nas primeiras 6 semanas de
cultivo. Recomenda-se fazer o preparo do solo 2 a 3 semanas antes do
plantio, fazendo a irrigação permitindo assim a germinação de espécies
daninhas e sua posterior eliminação da área.
6. Amontoa: esta prática consiste em se juntar terra no colo da planta,
evitando assim a exposição da raiz, cenoura propriamente dita, aos raios
solares.
Colheita:
1. Deve-se levar em consideração o ciclo da cultura, a necessidade do
mercado para se determinar o ponto ideal de colheita.
2. O ciclo varia de 85 a 120 dias, porém na nossa região pode ser menor.
3. Quando as folhas amarelecerem ou começar o secamento das folhas
inferiores, pode fazer a colheita.
Tomate – Lycopersicon esculentum.
Características:
1. Ocorre ao mesmo tempo a fase vegetativa e a fase de frutificação e
maturação. Rama e fruto ao mesmo tempo.
2. A cultura pode ser dividida em cv. de hábito indeterminado (apresentam
mais de 2,5 m de altura), e em cv. de hábito determinado (apresentam
hastes com menos de 1m).
3. Apresenta coloração vermelha, devido ao carotenóide licopeno
(anticancerígeno).
4. O sistema radicular varia de acordo com o tipo de semeadura, na
semeadura direta há um maior desenvolvimento no sentido vertical, nas
culturas transplantadas desenvolve mais no sentido horizontal, cerca de
60% das raízes estão nos primeiros 10 cm de profundidade.
Semeadura:
1. Semeadura direta no campo.
1.1.Exige maior quantidade de sementes assim como maiores cuidados
com tratos culturais, como capinas, irrigação, desbaste. A principal
vantagem é a ausência de danos ás raízes, causa ainda o
aprofundamento das raízes, aproveitando melhor água e nutrientes.
2. Semeadura em sementeira.
2.1.Semeia-se em pequenos sulcos transversais, com 1 cm de
profundidade, distanciados de 10 a 15 cm. Transplanta-se as mudas
com raiz nua, apresentando 4 a 5 folhas definitivas. Uma desvantagem
é que a muda torna-se menos vigorosa.
3. Repicagem para o viveiro.
3.1.Efetua-se a repicagem quando as plântulas apresentam a 1º folha
definitiva. No viveiro utiliza-se o espaçamento 10 x 5 cm. Quando a
muda atingir 10 a 15 cm de altura, apresentando 5 a 6 folhas
definitivas,faz-se o transplante da muda com torrão. A desvantagem é
que esse método prolonga o tempo de formação da muda.
4. Semeadura em copinho.
4.1.Trata-se de um método precoce, as mudas aos 20 dias após a
semeadura já podem ser transplantadas para o local definitivo. Utiliza-
se de 2 a 3 sementes/copo, permitindo um maior rendimento de
sementes. Quando se usa copos de jornal estes são facilmente
destruídos.
5. Semeadura em bandeja.
5.1.É um método bastante eficiente, prático, exige menos trabalho. As
mudas estão em ponto de transplante quando a muda apresenta 4
folhas definitivas, em torno de 20 dias após a semeadura. Utiliza-se 2 a
3 sementes/célula. Como as mudas são transplantadas com o torrão, as
mesmas sofrem menos estresse.
Espaçamento:
1. Crescimento indeterminado: 100 a 120 x 40 a 70 cm. Deixa-se somente
a haste principal e, duas plantas/cova. Gr. Santa Cruz.
2. Gr. Salada usa-se 100 x 50 cm. Deixa-se uma única planta e uma só
haste.
3. Para cv. Rasteira usa-se 100 x 20 cm após o desbaste. Deixam-se duas
plantas/cova. Em fileira dupla 150 x 50 x 30 cm.
Aspecto fitossanitário:
1. Recomenda-se fazer a rotação de culturas, devido à grande
susceptibilidade a doenças. Podem-se usar gramíneas, como o milho,
sorgo, cana.
Tratos culturais:
1. Irrigação: é exigente em água, sendo menor a necessidade na fase
inicial. Deve-se aumentar gradativamente.
2. Desbaste: realizado para eliminar o excesso de plantas, visando obter o
número desejado de plantas dentro do espaçamento desejado.
3. Raleamento: feito quando se deseja diminuir o número de frutos, a fim
de aumentar o tamanho dos remanescentes. Também utilizado para
eliminar frutos defeituosos. Deixa-se 4 a 6 frutos/penca.
4. Cobertura do solo: manter umidade, controle de daninhas, etc.
5. Invasoras: controle manual.
Colheita:
1. Pode ser colhido verde ou quando atingir a coloração desejada. Deve-se
levar em consideração a firmeza do fruto.
2. Inicia-se aos 90 a 120 dias, dependendo da cv.
Pimentão – Capsicum annuum
Características:
1. Existem cv. De pimentão que apresentam diferentes cores, como por
exemplo: verde, amarela.
2. O pimentão produz melhor em temperaturas elevadas.
3. A preferência do consumidor é por frutos verdes.
Semeadura:
1. Pode ser feita em bandejas ou copinhos.
2. O transplante é pouco desfavorável, mas muito usado.
3. Usa-se de 2 a 3 sementes, raleando-se deixando apenas uma.
4. Recomenda-se fazer o transplante com mudas mantendo o torrão.
5. Transplanta-se quando a muda atingir 7 a 8 cm de altura e 4 a 5 folhas
definitivas.
6. Utiliza-se espaçamentos de 100 a 130 x 40 a 60 cm.
7. Quando o ciclo é maior devem-se usar espaçamentos maiores.
Tratos culturais:
1. Irrigação: é exigente em água, principalmente durante a
frutificação e a colheita. Porém, deve-se evitar o excesso de água
prevenindo assim a podridão do colo.
2. Desbrota: pode-se efetuar a desbrota até a altura das primeiras
flores, o que favorece o alongamento da haste.
3. Capina: cuidado para não ferir as raízes, evitando uma porta de
entrada de doenças.
4. Desbaste: feita para eliminar frutos com anomalias, doentes, o
seja, mantêm-se frutos com boa formação.
Colheita:
1. O ciclo é de 100 a 110 dias para colher frutos verde.
2. A colheita pode ser prolongada por 4 a 6 meses.
3. O ponto de colheita em frutos verde é quando o mesmo atinge 14 a 18
cm de comprimento.
4. Deve-se cortar o pedúnculo a 1 a 2 cm do fruto, o que vem a prolongar
a conservação pós-colheita.
Alface – Lactuca sativa
Características:
1. É uma folhosa que possui folhas lisas ou crespas, podendo ainda, serem
roxas ou verdes.
2. Possui sistema radicular ramificado e superficial, explorando os
primeiros 25 cm de profundidade, quando a cultura é transplantada.
3. Em semeadura direta a raiz pivotante pode atingir 60 cm.
Semeadura:
1. Pode ser semeadas em sementeiras e transplantadas quando
apresentarem 4 folhas definitivas.
2. Mudas com torrão pegam melhor, e há maior proteção das raízes.
3. A semeadura direta exige um ótimo preparo dos canteiros.
4. O espaçamento utilizado é de 25 a 30 x 25 a 30 cm.
Tratos culturais:
1. Irrigação: altamente exigente em água. As irrigações devem ser
freqüentes e abundantes, devido à ampla área foliar e a
evapotranspiração intensiva da cultura.
2. Cobertura do solo: essencial na fase inicial.
3. Controle com invasoras: ter cuidado com o sistema radicular que é
superficial.
Colheita:
O ciclo varia de 60 a 80 dias após a semeadura.
1. Colhe-se a planta cortando-se o diminuto caule.
2. Não colher plantas com pendoamento que proporciona um sabor
amargo.
Repolho – Brassica oleracea cv. Capitata
Características:
1. Apresenta folhas cerosas.
2. Forma cabeça.
3. A maioria das raízes encontra-se nos primeiros 20 a 30 cm do solo.
4. Temperaturas elevadas ocasionam a formação de cabeças pouco
compactadas ou até mesmo sua ausência.
5. Existem cv de coloração verde-clara como também roxa.
Semeadura:
1. Transplanta-se a muda no espaçamento de 70 a 80 x 30 a 40 cm em
fileira simples.
2. As mudas são transplantadas quando apresentam 6 a 10 cm,
apresentando 3 a 4 folhas definitivas.
3. Para se obter cabeças menores, usam-se fileiras duplas, no
espaçamento de 80 x 30 x 30 cm com disposição das mudas em
triângulo.
Tratos culturais:
1. Irrigação: é uma cultura muito exigente em água, mesmo após a
formação da cabeça. Devendo-se manter o teor de água adequado e
constante. Molhar as folhas ajuda no combate a insetos, porém ter
cuidado com a qualidade da água. Água com alto teor de sal unida a
insolação alta queima as folha ou partes da planta.
2. Daninhas: ter cuidado no combate, já que as raízes são superficiais.
Colheita:
1. O ciclo é de 80 a 110 dias, quando apresentam cabeças bem formadas
e compactas.
Couve de cabeça – B. oleracea
Características:
1. Apresenta a maior parte das raízes superficiais, encontrando-se nos
primeiros 20 a 30 cm iniciais.
Semeadura:
1. Semeadura viveiro campo.
2. As mudas são transplantadas quando apresentam 6 a 10 cm,
apresentando 3 a 4 folhas definitivas.
3. O plantio pode ser feito em fileiras simples (100 a 110 x 50 a 60 cm),
dependendo da cv.
Tratos culturais:
1. Irrigação: altamente exigente em água.
2. Capinas: tomar cuidado devido às raízes serem superficiais.
3. Estiolamento ou branqueamento da cabeça: cobre-se a cabeça em
formação, amarrando-se duas folhas, promovendo o sombreamento, isto
resulta numa coloração branca leitosa. Quando exposta á luz adquire
uma coloração creme.
Colheita:
1. Colhe-se cabeças bem formadas, compactadas, com botões florais
ainda unidos.
2. O ciclo varia de 80 a 130 dias, dependendo da cv.
Couve de folha – B. oleracea var. acephala
Características:
1. Emite folhas continuamente, na forma de roseta.
2. Não forma cabeça.
3. Há a emissão de rebentos laterais, utilizados na propagação.
4. A planta cresce verticalmente.
Semeadura:
1. O plantio é feito por propagação vegetativa, através dos rebentos
laterais do caule.
2. Os rebentos devem ser previamente enraizados em viveiros, no
espaçamento 15 x 15 cm.
3. Ao atingirem 15 cm de altura, as mudas são transplantadas com o
torrão.
4. O espaçamento é de 50 a 100 x 50 cm.
Tratos culturais:
1. Irrigação: altamente exigente em água. Irrigações freqüentes e que
molhem as folhas ajudam a combater pulgões e lagartas. Cuidado com
água salina.
2. Cobertura do solo: mantêm a umidade, diminui os efeitos erosivos das
gotas de água no solo, retém a salinidade na palhada.
3. Desbrota: retira-se os rebentos laterais, bem como a eliminação de
folhas velhas, isto estimula a emissão de folhas novas.
4. Capação: corte do broto apical, quando as plantas apresentam-se
exageradamente altas, a cultura deixa de ser rentável quando muito alta
a planta.
Colheita:
1. Pode ser iniciada aos 50 a 60 dias após transplante. Porém, não se
recomendam colher as primeiras folhas. Esse retardamento favorece o
maior desenvolvimento.
2. Dessa forma a colheita, propriamente dita, inicia-se apenas aos 80 a 90
dias.
3. O melhor método é puxar as folhas para baixo, quebrando-as no ponto
de inserção do caule.
EXIGÊNCIAS EM ÁGUA
HORTALIÇAS TUBEROSAS HORTALIÇAS DE FRUTO HORTALIÇAS FOLHOSAS
--------------------------------------------------------------------EXIGÊNCIA EM ÁGUA------------------------------------------------------------------
CENOURA BERINJELA ALFACE
BATATA FEIJÃO – VAGEM REPOLHO
ALHO PIMENTÃO VERDE, VERMELHO, AMARELO COUVE
MACAXEIRA JERIMUM/ABÓBORA BRÓCOLIS
BETERRABA MELANCIA
RABANETE MELÃO
CEBOLA TOMATE