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0 Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal Diretoria de Assistência Farmacêutica/CATES/SAIS/SES ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA MANUAL

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA MANUAL - saude.df.gov.brŠNCIA... · 1 APRESENTAÇÃO As atividades desenvolvidas na assistência farmacêutica, segundo a Política Nacional de Medicamentos1,

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Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal Diretoria de Assistência Farmacêutica/CATES/SAIS/SES

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

MANUAL

1

APRESENTAÇÃO _______________________________________________________ 1

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS ____________________________________ 3

HISTÓRICO _________________________________________________________________ 3

ACESSO AOS MEDICAMENTOS _________________________________________________ 4

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO DF _____________________________________ 5

1. COMPONENTE BÁSICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA _______________________ 5

1.1. Diabetes _________________________________________________________ 6

1.2. Programa de Hipertensão Arterial ___________________________________ 7

1.3. Saúde da Mulher __________________________________________________ 7

1.4. Fitoterapia _______________________________________________________ 7

1.5. Saúde mental ____________________________________________________ 8

1.6. Bexiga neurogênica ________________________________________________ 9

2. COMPONENTE ESTRATÉGICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA __________________ 9

2.1 DST/AIDS _______________________________________________________ 10

2.5 Tuberculose _____________________________________________________ 11

2.5 Hanseníase _____________________________________________________ 11

2.5 Tabagismo ______________________________________________________ 12

2.5 Influenza _______________________________________________________ 12

2.6 Endemias Focais _________________________________________________ 13

3. COMPONENTE ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA _______________ 14

4. MÉDIA COMPLEXIDADE __________________________________________________ 15

5. HOSPITALAR ___________________________________________________________ 15

USO RACIONAL DO MEDICAMENTO NO DF _______________________________ 16

FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA _______________________ 18

CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA _________________________________ 22

Seleção de medicamentos ____________________________________________________ 23

Programação de medicamentos _______________________________________________ 25

Aquisição de medicamentos __________________________________________________ 25

Armazenamento de medicamentos ____________________________________________ 26

Distribuição de medicamentos ________________________________________________ 28

Dispensação de medicamentos ________________________________________________ 28

ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ________ 29

ATRIBUIÇÕES DOS SERVIDORES DAS FARMÁCIAS _________________________ 40

REFERÊNCIAS _________________________________________________________ 42

1

APRESENTAÇÃO

As atividades desenvolvidas na assistência farmacêutica, segundo a Política

Nacional de Medicamentos1, têm como objetivo precípuo garantir o acesso da

população a medicamentos essenciais de qualidade, promovendo, dessa forma, seu

uso racional.

Os medicamentos têm contribuição apreciável para a melhoria da saúde da

população e sobrevida dos pacientes2. A resolutividade das ações de saúde pública

direcionadas à descontinuação e à modificação da história natural das doenças, assim

como as relacionadas à redução dos sintomas são fortemente influenciadas pelo

acesso e utilização racional de medicamentos2,3.

O Brasil tem apresentado avanços sustentados da investigação biomédica,

clínica e epidemiológica em questões que envolvem prevenção e tratamento das

doenças infecciosas4.

Assim a Farmácia brasileira prossegue com constantes transformações e

regulamentações dos seus serviços. Pode-se citar as resoluções 585/2013, que

regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e a 586/2013, que dispõe sobre a

prescrição farmacêutica no Brasil5,6 Estas resoluções tratam dos aspectos técnicos

científicos que regulamentam as atribuições clínicas do farmacêutico e o habilitam a

realizar a prescrição farmacêutica com mais segurança e confiança.

O Ministério da Saúde com o intuito de implementar as ações, programas, vem

traçando diretrizes e conceitos, para o aprimoramento e qualificação dos profissionais

de saúde, como o Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no

âmbito do Sistema Único de Saúde (QualifarSUS), que tem por finalidade a integração

sistêmica das atividades da Assistência Farmacêutica nas ações e nos serviços de

saúde, visando a uma atenção contínua, segura, responsável e humanizada à

população brasileira, conforme será exposto.7

A importância do farmacêutico como profissional da saúde essencial na

garantia do acesso a medicamentos e uso racional destes 8, lembrando que, para

garantir esse acesso e a assistência farmacêutica, precisa-se de profissional

qualificado. Apontam, portanto, a necessidade de capacitação de gestores e

profissionais envolvidos em todas as atividades clínica (prescrição, dispensação,

incluindo atenção farmacêutica, administração, seguimento e adesão) e gerencial

(seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribuição) relacionadas à

assistência farmacêutica.

2

No âmbito do Distrito Federal, o serviço de Farmácia Clínica, foi criado por meio

da Portaria 187/2015 9, para atender todos os serviços de saúde do Distrito Federal

(Hospitais, Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento e demais

serviços de saúde) que demandarem a atuação do Farmacêutico Clínico.

Entre as ações assistenciais voltadas para a clínica farmacêutica, destaca-se a

orientação terapêutica ao usuário, a revisão da farmacoterapia, o acompanhamento

farmacoterapêutico, a conciliação de medicamentos e a avaliação e promoção da

adesão terapêutica.

É fundamental que o farmacêutico se aproprie dos novos referenciais teóricos

para que o processo de mudança, tão necessário, possa ter início com iniciativas de

cada profissional a partir da conscientização de seu papel no sistema de saúde,

apoiadas institucionalmente, para o real benefício do indivíduo, da família e da

comunidade.

Nesse contexto, o Manual da Assistência Farmacêutica vem estabelecer

diretrizes que abrangem todo o ciclo da assistência farmacêutica, bem como divulgá-

las, estabelecendo o compromisso da gestão em buscar melhorar continuamente a

eficiência dos serviços prestados à população atendida pela rede da SES/DF.

Este Manual tem como objetivo ser um referencial acerca das ações da

Assistência Farmacêutica na SES-DF, considerando as particularidades do Distrito

Federal que o torna singular dentro deste país.

3

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS

HISTÓRICO No Brasil, o marco regulatório que norteou a Assistência Farmacêutica, como

política pública, iniciou na década de 70, por meio do Decreto 68.806/197110, com o

intuito de proporcionar o acesso à população de baixa renda aos medicamentos e

regular a produção e distribuição estatais. Caracterizava-se por manter uma política

centralizada de aquisição e distribuição de medicamentos.

Nos anos 80, o Movimento da Reforma Sanitária de Saúde, composto por grupo

de profissionais, proporcionou uma ampla discussão sobre o processo saúde-doença,

transcendendo o setor da saúde, com uma visão mais ideológica da sociedade e suas

prestações de serviço, no que tange a integralidade, universalidade e igualdade que

culminou na pauta da VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986.

Assim, a Constituição Federal de 1988 foi delineada com foco central no

cidadão brasileiro e não no sistema de saúde. A militância do movimento da reforma

sanitária possibilitou a formação das bases para sustentação dos princípios do SUS, ou

seja, a descentralização, o controle social e a universalidade, juntamente com suas

diretrizes: universalização, integralidade, descentralização, participação popular,

regionalização e equidade.

A CF/88 que estabeleceu a criação do Sistema Único de Saúde, reconhecendo a

saúde como direito social, deixou implícito o acesso a medicamentos como uma

obrigação do Sistema Único de Saúde – SUS, bem como explicita a responsabilidade

pública sobre a qualidade da produção de medicamentos.

Nos anos 90, as publicações das Leis Orgânicas da Saúde (Lei n. 8080 e 8142/90)

institucionalizaram o Sistema Único de Saúde (SUS) e seu controle social. Onde, no.

Artigo 6º: determina como campo de atuação do SUS, a “formulação da política de

medicamentos (...)” e atribui ao setor saúde a responsabilidade pela “execução de

ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.”

Na segunda metade da década de 90, a Política de Medicamentos do Ministério

da Saúde, foi publicada compreendendo a assistência farmacêutica propriamente dita

e as ações voltadas para a produção, e o mercado passou por modificações

importantes. Essas modificações incluem a descentralização, revisão de práticas

4

administrativas e novas formas de intervenção no mercado, resultando numa

ampliação da assistência e do número de beneficiários.

A Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) foi concebida a partir

das deliberações da 1ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência

Farmacêutica (CNMAF), realizada em setembro de 2003.

A Resolução nº 338, de 06 de maio de 2004, do Conselho Nacional de Saúde,

que aprovou a PNAF, define Assistência Farmacêutica como sendo:

[...]um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto

individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e

ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de

medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição,

dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de

sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade

de vida da população.

Nesse sentido, essas Políticas, são partes integrantes da Política Nacional de

Saúde, constituem instrumentos fundamentais voltadas à promoção, proteção e

recuperação da saúde com vistas a garantir os princípios da universalidade,

integralidade e equidade do SUS.

ACESSO AOS MEDICAMENTOS

No cotidiano dos serviços de saúde é comum a compreensão limitada deste

conjunto de ações, reduzindo a Assistência Farmacêutica (AF) apenas a necessidade de

adquirir e distribuir os medicamentos, marginalizando a complexidade e a necessidade

de ações para a garantia do acesso e uso racional, com consequências negativas para

toda a sociedade.

Ao considerar que a maioria das intervenções em saúde envolve o uso de

medicamentos, o que pode ser determinante para a obtenção de menor ou maior

resultado, é imperativo que a AF seja vista sob ótica integral.

O “acesso” não deve ser reduzido apenas à disponibilidade do medicamento,

sob o risco do desperdício de recursos sem que haja um real impacto sobre a

qualidade de vida da população. É preciso envidar esforços na promoção do uso

racional de medicamentos, na ampliação do acesso superando a visão reducionista de

5

aquisição/distribuição, na incorporação do profissional farmacêutico na rede municipal

de saúde, seja na logística, seja na atenção direta ao usuário e às equipes de saúde da

família.

A construção da integralidade do SUS, capaz de atender plenamente as

necessidades de saúde da população de forma resolutiva e responsável exige de seus

gestores compromissos sérios com a estruturação da AF e sua qualificação, tendo no

profissional farmacêutico um importante aliado na garantia do uso racional, seguro e

efetivo do medicamento.

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO DF

A organização da Assistência Farmacêutica na Secretaria de Estado de Saúde do

DF segue o modelo de gestão do Ministério da Saúde. Atualmente, o bloco de

financiamento da assistência farmacêutica está organizado em três componentes:

básico, estratégico e especializado. Além desses componentes, a SES-DF disponibiliza

medicamentos contemplados na média complexidade e no atendimento hospitalar,

para os pacientes que se encontram internados em um dos hospitais do Distrito

Federal.

É de extrema importância a integração de todas as unidades e atividades que

compõem o ciclo da assistência farmacêutica, uma vez que a SES/DF possui uma

estrutura ampla com características específicas e diferentes níveis de complexidade.

1. COMPONENTE BÁSICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Assistência Farmacêutica na Atenção Básica em Saúde é parte da Política

Nacional de Assistência Farmacêutica do Sistema Único de Saúde – SUS. Ele envolve

um grupo de ações desenvolvidas de forma articulada pelo Ministério da Saúde,

Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e do Distrito Federal, para garantir o

custeio e o fornecimento dos medicamentos e insumos essenciais da RENAME vigente,

destinados ao atendimento dos agravos prevalentes e prioritários da Atenção Básica.

Seu financiamento e execução encontram-se normatizados pela Portaria de

Consolidação nº 6, de 28 de setembro de 2017, a qual trata das normas sobre o

6

financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de

saúde do Sistema Único de Saúde.

O Componente Básico da Assistência Farmacêutica destina-se ao fornecimento

dos medicamentos e insumos para o tratamento tempestivo e adequado dos

problemas mais comuns e/ou prioritários, passíveis de atendimento em nível básico,

incluindo aqueles relacionados a agravos e programas de saúde específicos. A

execução das ações e serviços de saúde do Componente Básico da Assistência

Farmacêutica é descentralizada, sendo o Distrito Federal responsável pela seleção,

programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação dos

medicamentos e insumos. No âmbito da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito

Federal, a prescrição e fornecimento de medicamentos e produtos para a saúde são

regulamentados pela Portaria nº 250, de 17 de dezembro de 2014.

A atenção básica é entendida como o primeiro nível da atenção à saúde no SUS

(contato preferencial dos usuários), que se orienta por todos os princípios do sistema,

inclusive a integralidade, mas emprega tecnologia de baixa densidade.

1.1. Diabetes

O diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes portadores do

Diabetes mellitus se dá no âmbito da Atenção Básica, sendo o SUS responsável pela

distribuição gratuita de medicamentos para tratamento e monitoramento dessa

doença.

Para ter acesso aos insumos para o monitoramento da glicemia capilar, o

paciente com diabetes deve se inscrever no Programa de Diabetes na Unidade Básica

de Saúde - UBS mais próxima da residência ou trabalho e se enquadrar nos critérios

dos Protocolos e normas técnicas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Além dos medicamentos do componente básico para diabetes, a SES/DF

dispensa, por meio de protocolo local, insulinas complementares ao tratamento:

- ANALOGO DE INSULINA HUMANA DE AÇAO ULTRA RAPIDA SOLUÇAO INJETAVEL 100

UI/ML CARPULE DE VIDRO 3 ML

- INSULINA DETEMIR SOLUÇAO INJETAVEL 100 U/ML CARPULE DE VIDRO 3 ML COM

SISTEMA APLICADOR

- INSULINA GLARGINA SOLUÇAO INJETAVEL 100 UI/ML CARPULE DE VIDRO 3 ML

7

Estas são dispensadas na – Farmácia Escola – Farmácia do Hospital

Universitário de Brasília (HUB), Unidade Mista de Saúde de Taguatinga (Policlínica de

Taguatinga) e em breve na Policlínica de Planaltina.

1.2. Programa de Hipertensão Arterial

O diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes portadores de

hipertensão arterial ocorrem no âmbito da Atenção Básica, sendo o SUS responsável

pela distribuição gratuita de medicamentos para controle dessa doença. O usuário será

acolhido e acompanhado pela equipe de saúde da Atenção Primária à Saúde, tendo

como referência a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência, para

receber orientação quanto ao tratamento e monitoramento da doença.

A modificação do estilo de vida (controle de peso, mudança dos hábitos

alimentares, redução do consumo de sal, atividade física, etc.) é fundamental no

controle da hipertensão arterial. Quando necessário, o tratamento farmacológico será

indicado pela equipe de saúde da família.

1.3. Saúde da Mulher

O financiamento e aquisição dos medicamentos contraceptivos e insumos

pertencentes ao Programa Saúde da Mulher é responsabilidade do Ministério da

Saúde, ficando a cargo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal o fornecimento às

usuárias nas Unidades Básicas de Saúde.

1.4. Fitoterapia

O Ministério da Saúde realiza diversas ações para a implantação da Política e do

Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e para a inserção de plantas

medicinais e da fitoterapia no SUS, de forma a contribuir com o desenvolvimento do

setor. Desse modo, está previsto na Portaria GM/MS nº 1.555, de 30 de julho de 2013,

o uso de plantas medicinais, drogas vegetais e derivados vegetais para manipulação

das preparações dos fitoterápicos em Farmácias Vivas e em farmácias de manipulação

do SUS.

A Portaria GM/MS nº 886, de 20 de abril de 2010, institui a Farmácia Viva no

âmbito do SUS, sob gestão estadual, municipal ou do Distrito Federal, que é

8

responsável por realizar todas as etapas, desde o cultivo até a coleta, o que

compreende o processamento, o armazenamento, a manipulação e a dispensação de

preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos.

No Distrito Federal, a Farmácia Viva localizada no Riacho Fundo I é responsável

pelo cultivo e produção de fitoterápicos, além da distribuição para a rede pública.

Atualmente, a linha de produção da Farmácia Viva conta com 12 apresentações de

fitoterápicos (Figura 2), além do chá medicinal de guaco (Mikania laevigata).

Figura 2 – Lista de Fitoterápicos produzidos pela Farmácia Viva do Riacho Fundo

I.

1.5. Saúde mental

Uma grande parte dos distúrbios psíquicos leves é atendida no âmbito da

Atenção Básica do SUS. Contemplando a rede de cuidados que devem garantir atenção

9

em saúde mental, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal tem medicamentos

padronizados destinados ao tratamento dos agravos psíquicos, sendo que os

psicotrópicos estão entre as classes de medicamentos mais utilizadas no âmbito da

SES/DF, com os antidepressivos ocupando o primeiro lugar desse grupo de

medicamentos, seguido pelos antiepilépticos e antipsicóticos, de acordo com os dados

consolidados de distribuição de medicamentos para as Unidades de Saúde do Distrito

Federal em 2016.

Os usuários que necessitam de medicamentos para Saúde Mental poderão ter

acesso ao tratamento nas Unidades Básica de Saúde (UBS) que contam com

farmacêutico. Em alguns casos, o acesso a determinados medicamentos seguirão os

protocolos clínicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde ou pela SES/DF,

classificados conforme as linhas de cuidado para doenças como: Transtorno Afetivo

Bipolar do Tipo I, Transtorno Esquizoafetivo, Depressão no Idoso, Esquizofrenia,

Comportamento Agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo, Transtorno do

Déficit de Atenção e Hiperatividade, que são dispensados nas farmácias do

Componente Especializado. Os protocolos clínicos aprovados pela SES/DF podem ser

acessados pelo sítio eletrônico da Saúde DF.

1.6. Bexiga neurogênica

A Bexiga neurogênica se refere à disfunção da bexiga urinária devido à doença

do sistema nervoso central ou nervos periféricos envolvidos no controle da micção. A

bexiga neurogênica pode ser hipoativa (incapaz de se contrair, não esvaziando

adequadamente) ou hiperativa (esvaziando por reflexos incontroláveis).

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal fornece medicamentos e insumos

para o tratamento, de acordo com Protocolos e normas técnicas. Para o recebimento

desses itens, o paciente deverá se cadastrar na UBS mais próxima da residência,

cabendo citar que não está previsto o fornecimento dos itens nas UBS em que não

possui cadastro.

2. COMPONENTE ESTRATÉGICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF) destina-se à

garantia do acesso equitativo a medicamentos e insumos, para prevenção, diagnóstico,

10

tratamento e controle de doenças e agravos de perfil endêmico, com importância

epidemiológica, impacto socioeconômico ou que acometem populações vulneráveis,

contemplados em programas estratégicos de saúde do SUS.

O CESAF disponibiliza medicamentos para pessoas acometidas por tuberculose,

hanseníase, malária, leishmaniose, doença de chagas, cólera, esquistossomose,

filariose, meningite, oncocercose, peste, tracoma, micoses sistêmicas e outras doenças

decorrentes e perpetuadoras da pobreza. São garantidos, ainda, medicamentos para

influenza, doenças hematológicas, tabagismo e deficiências nutricionais, além de

vacinas, soros e imunoglobulinas.

Os medicamentos e insumos são financiados e adquiridos pelo Ministério da

Saúde (MS), sendo distribuídos aos estados e Distrito Federal. Cabem a esses o

recebimento, armazenamento e a distribuição aos municípios. O Sistema Nacional de

Gestão da Assistência Farmacêutica (HÓRUS) e outros sistemas próprios são utilizados

na logística e gestão, contribuindo com as ações e serviços de Assistência

Farmacêutica. Os medicamentos e insumos do CESAF estão relacionados nos anexos II

e IV da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). A gestão no nível

federal desse componente é realizada pela Coordenação Geral de Assistência

Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos (CGAFME) e no âmbito do Distrito Federal

é a Gerência do Componente Básico da Assistência Farmacêutica/DIASF.

2.1 IST/AIDS

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para

impedir a multiplicação do vírus no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o

enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é

fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem

com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo

com HIV que necessitam de tratamento. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal em

parceria com o Ministério da Saúde desenvolve o programa de IST/AIDS e disponibiliza

medicamentos estratégicos para pacientes com o vírus da imunodeficiência humana

(HIV), bem como profilaxia de indivíduos expostos ao vírus, de forma a controlar a

transmissão.

11

2.5 Tuberculose

O Programa de Controle da Tuberculose compreende estratégias de

diagnóstico e tratamento precoces e adequados a fim de tratar pessoas infectadas e

interromper a cadeia de transmissão. O Programa também privilegia a

descentralização das medidas de controle para a atenção básica no intuito de ampliar

o acesso da população em geral e das populações mais vulneráveis ou sob risco

acrescido de contrair tuberculose.

A tuberculose tem cura e o tratamento, que dura no mínimo seis meses, é

gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

No tratamento, é preciso obedecer aos princípios básicos da terapia

medicamentosa. A esses princípios, soma-se o Tratamento Diretamente Observado

(TDO) da tuberculose, que consiste na ingestão diária dos medicamentos da

tuberculose pelo paciente, sob a observação de um profissional da equipe de saúde.

O estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e usuário é

fundamental para que haja adesão do paciente ao tratamento e assim as chances de

abandono sejam reduzidas. O paciente deve ser orientado, de forma clara, quanto às

características da tuberculose e do tratamento a que será submetido: medicamentos,

duração e regime de tratamento, benefícios do uso regular dos medicamentos,

possíveis consequências do uso irregular dos mesmos e eventos adversos.

Logo nas primeiras semanas de tratamento, o paciente se sente melhor e, por

isso, precisa ser orientado pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o

final, independente da melhora dos sintomas. É importante lembrar que o tratamento

irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes

aos medicamentos.

2.5 Hanseníase

A Hanseníase faz parte de um conjunto de endemias que demandam ações

estratégicas para eliminação como problema de saúde pública. O tratamento da

hanseníase, recomendado pela Organização Mundial de Saúde - OMS e preconizado

pelo Ministério da Saúde do Brasil, é a poliquimioterapia. O tratamento é ambulatorial

e está disponível em todas as unidades públicas de saúde.

12

O Sistema Único de Saúde disponibiliza o tratamento poliquimioterápico (PQT),

recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é a associação de

Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. Essa associação diminui a resistência

medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um

medicamento, e impossibilita a cura da doença.

2.5 Tabagismo

O tabagismo é reconhecido como uma doença epidêmica resultante da

dependência de nicotina e classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no

grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de

substâncias psicoativas (OMS, 1997). Para reverter essa situação, o Ministério da

Saúde assumiu o papel de organizar o Programa Nacional de Controle do Tabagismo

(PNCT).

Esse Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes em nosso

país e a consequente morbimortalidade por doenças tabaco relacionadas. Para esse

fim, o PNCT tem procurado atuar por meio de ações educativas, legislativas e

econômicas. Para que essas ações atinjam todo o território brasileiro, foi organizada

uma rede nacional para gerenciamento regional do Programa, por meio do processo

de descentralização e parceria com as Secretarias Estaduais, Distrital e Municipais de

Saúde, seguindo a lógica do SUS. Hoje, as Secretarias Estaduais e Distrital de Saúde

possuem uma Coordenação do Programa de Controle do Tabagismo.

2.5 Influenza

A Influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com

distribuição global e elevada transmissibilidade. Apresenta-se com início abrupto com

febre, mialgia e tosse seca. Em geral, tem evolução autolimitada de poucos dias. Sua

importância deve-se ao caráter epidêmico e alta morbidade, com elevadas taxas de

hospitalização de idosos ou de pacientes portadores de doenças debilitantes crônicas.

O Ministério da Saúde, para o controle da doença no país, possui um programa para a

distribuição de medicamentos às Secretarias de Saúde dos Estados com a finalidade de

possibilitar o acesso da população ao tratamento.

13

De acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2015, do Ministério da

Saúde, o uso do antiviral fosfato de oseltamivir está indicado para todos os casos de

síndrome respiratória aguda grave e casos de síndrome gripal com condições e fatores

de risco para complicações.

Os medicamentos podem ser prescritos em receituário simples e estão

disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e, atualmente, tem sua dispensação nas

Unidades de saúde da SES/DF, regulamentada pela Circular SEI-GDF n.º 5/2018 -

SES/SAIS/CATES/DIASF/GCBAF e Circular SEI-GDF n.º 6/2018 -

SES/SAIS/CATES/DIASF/GCBAF.

O início do tratamento deve ser preferencialmente nas primeiras 48 horas após

o início dos sintomas. O antiviral apresenta benefícios mesmo se administrado após 48

horas do início dos sintomas. Para os casos de intolerância gastrintestinal grave, alergia

e resistência ao fosfato de oseltamivir é oferecido o medicamento zanamivir.

2.6 Endemias Focais

As endemias focais compreendem algumas doenças que necessitam de ações

estratégicas para que haja um controle e um tratamento adequado a cada uma delas.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal disponibiliza medicamentos para pacientes

que são diagnosticados com as seguintes endemias, dentre outras: leishmaniose,

malária, esquistossomose e doença de chagas.

2.6.1. Infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório

O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes etiológicos das

infecções que acometem o trato respiratório inferior entre lactentes e crianças

menores de 2 anos de idade, podendo ser responsável pelas bronquiolites e

pneumonias durante os períodos de sazonalidade. Lactentes com menos de seis meses

de idade, principalmente prematuros, crianças com doença pulmonar crônica da

prematuridade e cardiopatas são a população de maior risco para desenvolver

infecção respiratória mais grave.

Foi padronizado o medicamento palivizumabe para a prevenção da infecção

grave associada ao VRS. A sazonalidade do VRS na Região Centro-Oeste é o período

compreendido entre os meses de março a julho, sendo que o período de aplicação do

14

palivizumabe é de fevereiro a julho nos CRIE (Centro de Referência de Imunobiológicos

Especiais). Os locais de aplicação estão em frequente processo de revisão, de forma

que o acesso dos pacientes seja facilitado. Em caso de mudanças, as alterações são

inicialmente publicadas no site da SES-DF, e estarão descritos nas próximas versões

deste Manual.

3. COMPONENTE ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

O Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), aprovado

pela Portaria GM/MS nº 2.981, de 26 de novembro de 2009, com as regras de

financiamento e execução regulamentadas pelas Portarias de Consolidação nº 2 e nº 6,

de 28 de setembro de 2017, é uma estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do

Sistema Único de Saúde (SUS). O CEAF tem como objetivo garantir a integralidade do

tratamento medicamentoso em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão

definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) publicados pelo

Ministério da Saúde (MS).

O acesso aos medicamentos é realizado na central de atendimento nos

telefones 160, opção 3 (Farmácia Ambulatorial Especializada) para ligações efetuadas

dentro do Distrito Federal e 0800 6440160 para ligações originadas fora do DF. O

atendente da central agendará data e horário para comparecimento em uma das

farmácias:

Farmácia Ambulatorial Especializada da Asa Sul (antiga Farmácia de Alto

Custo): Estação 102 Sul do Metrô, Subsolo – Ala Comercial, Asa Sul,

Brasília/DF. Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h

às 17h. Telefone: (61) 4042-6774

Farmácia Ambulatorial Especializada da Ceilândia (antiga Farmácia de

Alto Custo): EQNM 18/20, blocos A e C – Praça do Cidadão,

Ceilândia/DF. Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das

8h às 17h. Telefone: (61) 4042-6773

15

Farmácia Ambulatorial Especializada do Gama (antiga Farmácia de Alto

Custo): Praça 1, s/n – Setor Leste, Gama/DF. Horário de funcionamento:

de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Telefone: (61) 4042-6771

4. MÉDIA COMPLEXIDADE

Além dos medicamentos dos componentes básico, estratégico e especializado,

a Secretaria de Saúde do Distrito Federal disponibiliza aos usuários do SUS

medicamentos que não fazem parte desses componentes ou que não estão

contemplados nos protocolos do Ministério da Saúde, mas que são importantes para a

saúde da população local. Esse elenco de medicamentos foi denominado de

medicamentos de média complexidade, dispensados nas farmácias ambulatoriais:

Farmácia ambulatorial especializada do Instituto Hospital de Base, Farmácia Escola –

Farmácia do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Policlínica de Taguatinga e

Policlínica de Planaltina, com previsão de expansão dessas unidades.

5. HOSPITALAR

A farmácia hospitalar é uma unidade do hospital que tem, dentre outros

objetivos, garantir o uso seguro e racional dos medicamentos prescritos e responder à

demanda de medicamentos dos pacientes hospitalizados.

A assistência farmacêutica hospitalar constitui-se como um sistema complexo e

relevante no âmbito da gestão de sistemas e serviços de saúde, não somente por

contemplar um dos insumos básicos para cuidados aos pacientes, como também pelos

altos custos envolvidos.

A complexidade das terapias medicamentosas e as evidências dos resultados

das intervenções farmacêuticas na melhoria dos regimes terapêuticos e na redução

dos custos assistenciais reforçam a importância de uma assistência farmacêutica de

qualidade.

As principais atividades da farmácia hospitalar são:

Seleção - processo dinâmico, contínuo e multidisciplinar de seleção dos

medicamentos e demais insumos que serão padronizados em cada local, a fim

de atender às necessidades assistenciais do serviço, de modo seguro e racional;

16

Programação - consiste na elaboração dos pedidos de

compras/suprimento dos insumos padronizados, com base na demanda e

epidemiologia específica de cada local;

Armazenamento - corresponde à guarda dos medicamentos, materiais,

OPMEs (órteses, próteses e materiais especiais), e outros insumos

padronizados conforme as boas práticas de armazenamento;

Fracionamento/unitarização - etapa em que cada medicamento é

individualizado em sua unidade de dispensação, para atender às

prescrições/solicitações exclusivas de cada paciente e/ou serviço;

Dispensação - ato de entregar/aviar os medicamentos e demais insumos

ao paciente, com segurança e exatidão, no momento adequado, e sob as regras

sanitárias vigentes, a partir da prescrição/solicitação das unidades e serviços

demandantes;

Centro de Informação sobre Medicamentos.

USO RACIONAL DO MEDICAMENTO NO DF

FARMÁCIA CLÍNICA/CUIDADO FARMACÊUTICO

A Farmácia Clínica é a área da ciência em que o farmacêutico presta cuidado ao

paciente com o objetivo de otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e

prevenir doenças. Quando esse serviço clínico é prestado de forma ambulatorial, como

Unidades Básicas de Saúde, Farmácias do Componente Especializado e Policlínicas, na

SES/DF, chamamos de Cuidado Farmacêutico. A atuação do farmacêutico clínico é

promovida de forma colaborativa e interdisciplinar com a equipe assistencial, visando

o uso seguro e racional dos medicamentos, além de auxiliar na melhoria dos

resultados terapêuticos. Na SES/DF, a Portaria 187 de 23 de julho de 2015 criou o

serviço de farmácia clínica em todas as unidades de saúde: hospitais, unidades de

pronto atendimento, unidades básicas, Policlínicas e farmácias ambulatoriais.

Entre as atividades do farmacêutico clínico, podemos citar:

17

Análise de prescrição: trata da revisão dos medicamentos e diluentes,

avaliando a segurança e racionalidade. Investigam-se potenciais problemas

relacionados à dose, posologia, interações, incompatibilidade, entre outros;

Conciliação medicamentosa: obtenção da lista completa e precisa dos

medicamentos de uso habitual do paciente e posterior comparação com a

prescrição em todas as transições de cuidado (admissão, alta hospitalar ou

transferência entre unidades de internação);

Monitorização da farmacoterapia: avaliação da efetividade e segurança

dos medicamentos, a partir de exames de nível sérico ou outros tipos de

aferição;

Consulta farmacêutica: atendimento realizado pelo farmacêutico ao

paciente, respeitando os princípios éticos e profissionais, com a finalidade de

obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover o uso racional

de medicamentos e de outras tecnologias em saúde e a adesão à

farmacoterapia;

Auxiliar na elaboração e revisão de protocolos clínicos, junto da equipe

multidisciplinar;

Além dessas atividades, no âmbito da SES/DF, são consideradas também

atividades ligadas ao Cuidado Farmacêutico na APS as ações realizadas pelo

farmacêutico de: acompanhamento e revisão da farmacoterapia, educação em

saúde, dispensação, manejo de problemas de saúde autolimitados. Os serviços

clínicos farmacêuticos na APS deverão ocorrer por meio da participação do

farmacêutico no Nasf-AB, visitas domiciliares, reuniões com a Equipe Saúde da

Família (ESF), consulta farmacêutica, consultas compartilhadas, atividades

educativas e reunião de grupos.

Rede de Cuidado Farmacêutico

Com a publicação da Portaria 187/2015 foram criados os serviços clínicos

farmacêuticos em todas as Unidades de Saúde da SES/DF. Nas unidades hospitalares,

posteriormente, em 2016, foram incorporados no organograma da Secretaria os

18

Núcleos de Farmácia Clínica, que tem papel fundamental na assistência beira leito. Na

Atenção Primária à Saúde (APS), o Projeto de Implantação do Cuidado Farmacêutico,

lançado em 2017, vem modificando processos de trabalho, visando o equilíbrio da

carga horária para as atividades de gestão e logística, bem como para as ações clínicas

diretamente aos usuários e em conjunto com a equipe de saúde.

Para que haja integralidade da atenção aos usuários, foi iniciado projeto piloto

para criação de fluxo de referência e contrarreferência dos serviços clínicos

farmacêuticos. Com isso, os usuários internados que necessitam de acompanhamento

mais próximo, são assistidos pelos farmacêuticos clínicos, sendo que na alta hospitalar

recebem orientação e são encaminhados ao serviço farmacêutico na Unidade Básica

mais próxima de sua residência. Em 2018, foram também fortalecidas as ações de

Cuidado Farmacêutico para usuários do Componente Especializado, que também

poderão ser referenciados aos serviços farmacêuticos na APS.

FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Um dos temas mais discutidos nos últimos anos em saúde coletiva é o

financiamento dos sistemas de saúde. O financiamento consiste em um processo de

arrecadação de recursos monetários destinados à execução de um gasto, à realização

de um investimento ou à obtenção de um objetivo específico.

Não por acaso o financiamento tem se apresentado como um dos grandes

desafios à consolidação de sistemas universais. Em recente avaliação do Sistema Único

de Saúde – SUS, ainda que vários avanços tenham sido ressaltados e representem

melhorias nos indicadores de saúde do País, o financiamento insuficiente é apontado

como fator determinante para a infraestrutura inadequada na atenção básica e

escassez de funcionários nos hospitais 11.

O financiamento da assistência farmacêutica para todas as atividades descritas na

PNM, assim como o financiamento do SUS, é feito pela União, Estados, o Distrito

Federal e Municípios. A extensão da descentralização político-administrativa do

sistema de saúde revela a complexidade deste processo e a necessidade de análise do

papel de cada esfera de governo.

19

Atualmente, o financiamento é regido pela Portaria de Consolidação nº 6, de 28 de

setembro de 2017, que trata da consolidação das normas sobre o financiamento e a

transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde do Sistema

Único de Saúde.

O bloco de financiamento para a Assistência Farmacêutica será constituído por

três componentes: (Origem: PRT MS/GM 204/2007, Art. 24)

I - Componente Básico da Assistência Farmacêutica; (Origem: PRT MS/GM 204/2007,

Art. 24, I)

II - Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica; e (Origem: PRT MS/GM

204/2007, Art. 24, II)

III - Componente Especializado da Assistência Farmacêutica. (Origem: PRT MS/GM

204/2007, Art. 24, III)

O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica destina-se ao financiamento

de ações de assistência farmacêutica dos seguintes programas de saúde estratégicos:

(Origem: PRT MS/GM 204/2007, Art. 26)

I - controle de endemias, tais como a tuberculose, a hanseníase, a malária, a

leishmaniose, a doença de chagas e outras doenças endêmicas de abrangência

nacional ou regional; (Origem: PRT MS/GM 204/2007, Art. 26, I)

II - antirretrovirais do programa DST/Aids; (Origem: PRT MS/GM 204/2007, Art. 26, II)

III - sangue e hemoderivados; e (Origem: PRT MS/GM 204/2007, Art. 26, III)

IV - imunobiológicos. (Origem: PRT MS/GM 204/2007, Art. 26, IV)

O financiamento do Componente Básico da Assistência Farmacêutica é de

responsabilidade da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, com

aplicação, no mínimo, dos seguintes valores de seus orçamentos próprios: (Origem:

PRT MS/GM 1555/2013, Art. 3º)

I - a União repassará o valor de R$ 5,58 (cinco reais e cinquenta e oito centavos)

por habitante/ano, para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos do

20

Componente Básico da Assistência Farmacêutica constantes dos Anexos I e IV da

RENAME vigente no SUS. (Origem: PRT MS/GM 1555/2013, Art. 3º, I) (com redação

dada pela PRT MS/GM 2001/2017);

II - estados: R$ 2,36 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano, para

financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV da

RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinodependentes

estabelecidos na Seção I do Capítulo X do Título V da Portaria de Consolidação nº 5,

constantes no Anexo IV da RENAME vigente no SUS; e (Origem: PRT MS/GM

1555/2013, Art. 3º, II);

III - municípios: R$ 2,36 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano,

para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV

da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários

insulinodependentes estabelecidos na Seção I do Capítulo X do Título V da Portaria de

Consolidação nº 5, constantes no Anexo IV da RENAME vigente no SUS. (Origem: PRT

MS/GM 1555/2013, Art. 3º, III);

O Distrito Federal aplicará, no mínimo, o somatório dos valores definidos nos

incisos II e III do "caput" para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos

constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS incluindo os insumos para os

usuários insulinodependentes estabelecidos na Seção I do Capítulo X do Título V da

Portaria de Consolidação nº 5, constantes no Anexo IV da RENAME vigente no SUS.

(Origem: PRT MS/GM 1555/2013, Art. 3º, § 1º).

Para fins de alocação dos recursos federais, estaduais e municipais, utilizar-se-á a

população estimada nos referidos entes federativos pela Fundação Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE) para 1º de julho de 2016. (Origem: PRT MS/GM

1555/2013, Art. 3º, § 2º) (com redação dada pela PRT MS/GM 2001/2017).

O financiamento para aquisição dos medicamentos do Componente Especializado

da Assistência Farmacêutica está diretamente relacionado ao Grupo em que se

encontram alocados. (Origem: PRT MS/GM 1554/2013, Art. 66)

21

Os medicamentos do Grupo 3 são financiados conforme regras do Componente

Básico da Assistência Farmacêutica, definido em ato normativo específico. (Origem:

PRT MS/GM 1554/2013, Art. 66, § 1º)

Os medicamentos pertencentes ao Grupo 2 são financiados integralmente pelas

Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal, observando-se o disposto no art.

99 do Anexo XXVIII da Portaria de Consolidação nº 2, cujos valores na Tabela de

Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS

correspondem a 0 (zero). (Origem: PRT MS/GM 1554/2013, Art. 66, § 2º)

Os medicamentos pertencentes ao Grupo 1 são financiados pelo Ministério da

Saúde, sendo que, para o Grupo 1A, na forma de aquisição centralizada, e para o

Grupo 1B, na forma de transferência de recursos financeiros. (Origem: PRT MS/GM

1554/2013, Art. 66, § 3º)

Os valores dos medicamentos pertencentes ao Grupo 1B são calculados

considerando o PMVG, conforme o disposto no art. 99 do Anexo XXVIII da Portaria de

Consolidação nº 2, e terão validade a partir da vigência da Portaria nº 1554/GM/MS,

de 30 de julho de 2013.

O Ministério da Saúde publicará Portaria, trimestralmente, com os valores a serem

transferidos mensalmente às Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal,

apurados com base na média das APAC emitidas e aprovadas conforme critérios e

valores de referência indicados para o Grupo 06, Subgrupo 04, da Tabela de

Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS.

(Origem: PRT MS/GM 1554/2013, Art. 69).

Os medicamentos não classificados nos blocos acima apresentados compõe o roll

de produtos cuja aquisição é de responsabilidade exclusiva do Governo do Distrito

Federal, ou seja, o Componente Hospitalar e a Média Complexidade da Assistência

Farmacêutica. Incluem-se tanto itens que constam na RENAME ou não, os quais são

padronizados e incorporados na REME-DF de acordo com as necessidades regionais

dos pacientes. Em geral são medicamentos destinados ao cuidado na atenção

Hospitalar, também dispensados nas farmácias ambulatoriais de média complexidade

22

ou nas farmácias do Componente Especializado, para atendimento de patologias não

previstas nos PCDTs do Ministério da Saúde.

Este bloco de financiamento demanda a maior quantidade de recursos

oriundos da Assistência Farmacêutica, em decorrência do nível de complexidade dos

tratamentos e procedimentos que são realizados.

Dessa forma, com o intuito de racionalizar o uso dos recursos, adota-se o

seguimento e elaboração de protocolos, o qual consiste num documento desenvolvido

sistematicamente para assistir o médico e o paciente nas decisões acerca dos cuidados

clínicos adequados em circunstancias clínicas específicas, as quais são redigidas

cuidadosamente, de modo a transpor o conhecimento científico mais puro dos estudos

originais aplicado às necessidades dos doentes.

Os protocolos clínicos são nada mais que diretrizes terapêuticas

fundamentadas em evidências científicas e práticas de consenso, racionalizadas

quanto ao uso e organizadas de modo a tornar prática sua aplicação. Entre as muitas

vantagens observadas após a implantação desse modelo de assistência está o

incremento significativo na segurança e qualidade da assistência, uma vez que atenua

a variabilidade da conduta clínica.

CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Assistência Farmacêutica tem como princípio norteador o Ciclo da Assistência

Farmacêutica. Sua organização é fundamentada no enfoque sistêmico, caracteriza-se

por ações articuladas e sincronizadas entre as diversas partes que compõem o sistema.

Essas ações influenciam e são influenciadas umas pelas outras, sendo elas:

23

Figura 1. Ciclo da Assistência Farmacêutica

Seleção de medicamentos

O ciclo da AF inicia-se com a seleção de medicamentos a serem disponibilizados

na rede pública de saúde. A seleção tem como objetivos racionalizar seu uso,

harmonizar condutas terapêuticas e direcionar políticas farmacêuticas.

O SUS disponibiliza a Relação de Medicamentos Essenciais - RENAME como

referência nacional, porém, considerando a dimensão continental do Brasil e fatores

específicos de cada região, é importante que os estados, municípios e DF determinem

quais medicamentos são fundamentais para compor o seu elenco próprio de acordo

com suas características epidemiológicas.

O DF, por exemplo, possui sua Relação de Medicamentos padronizados (REME-

DF) disponibilizada no site da SES-DF http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2017/12/Rela%C3%A7%C3%A3o-de-Medicamentos-REME_DF.pdf.

A escolha do elenco é avaliada pela Comissão Central de Farmácia e

Terapêutica (CCFT), cujas atribuições estão regulamentadas pela Portaria nº 10, de 28

de janeiro de 2016.

24

A elegibilidade do medicamento envolve comprovação do seu valor terapêutico

por meio de evidências técnico-científicas como segurança, eficácia e efetividade, além

de viabilidade econômica. A escolha deve ser influenciada também por condições

relacionadas à estabilidade do produto, como armazenamento, transporte e

dispensação.

Uma vez publicada, a REME deve passar por revisões periódicas com vistas à

adequação do elenco às necessidades da população. A inclusão, exclusão e

substituição de medicamentos devem ser feitas levando em conta a necessidade e a

comprovada vantagem dos novos produtos, com base no custo-efetividade.

A Comissão Central de Farmácia e Terapêutica (CCFT) tem por finalidade a

avaliação sistemática da Relação de Medicamentos Padronizados na SES-DF (REME),

realizando: i) a seleção de medicamentos nos diversos níveis de complexidade do

sistema, ii) o estabelecimento de critérios para o uso e avaliação daqueles

selecionados, e iii) a definição de critérios para padronização de novos fármacos.

Considerando o regimento interno dessa comissão, Portaria nº 10, de 28 de janeiro de

2016, publicada no DODF nº 30, de 16 de fevereiro de 2016, a REME deve contemplar

um elenco de produtos necessários ao tratamento e controle da maioria das patologias

prevalentes no Distrito Federal. Logo, leva em consideração as necessidades de

assistência à saúde da maioria da população, de acordo com dados epidemiológicos

regionais.

Ademais, a seleção de medicamentos deve objetivar também a racionalização

do uso dos recursos financeiros, priorizando aqueles com melhor custo-efetividade,

onde deve ser observado custo de aquisição, armazenagem, distribuição e controle;

observados os aspectos eficácia [1], segurança [2], qualidade e disponibilidade

orçamentária.

Atualmente, os processos são autuados por meio do SEI!, diretamente pelo

demandante. As solicitações de inclusão, exclusão ou alteração de medicamentos da

REME-DF são encaminhadas à Comissão Central de Farmácia e Terapêutica (CCFT) pela

Referência Técnica Distrital das respectivas áreas. Para tanto, devem apresentar a

seguinte documentação, conforme regimento interno da comissão:

25

Formulário de solicitação de inclusão, exclusão ou substituição de

medicamentos na REME e estimativa de consumo mensal do medicamento da

rede SES/DF no caso de inclusão;

Documentação técnico-científica embasada na melhor evidência científica

disponível; e

Proposta de Protocolo de Atenção à Saúde na SES/DF que contemple o uso do

medicamento para a condição solicitada.

A Secretaria-Executiva da CCFT, após atestar o cumprimento dos requisitos formais

para o processamento do pedido, procede a avaliação e condução do processo. No

caso de solicitações incompletas, essas retornam ao demandante para conhecimento

do requisito formal descumprido. Assim, a análise não é iniciada pela CCFT até o envio

da documentação completa pelo requerente.

Programação de medicamentos

A etapa de programação tem como finalidade a garantia da disponibilidade do

medicamento na quantidade e momento oportunos, bem como dimensionar, a partir

do elenco de medicamentos padronizados, a programação para aquisição,

considerando o histórico de consumo, capacidade instalada e dados epidemiológicos.

Na SES-DF, a unidade responsável pela programação de medicamentos,

materiais médico hospitalares e de laboratório é a Diretoria de Programação de

Medicamento e Insumos para a saúde - DIPRO, vinculada hierarquicamente a

Subsecretaria de Logística – SULOG.

Aquisição de medicamentos

A etapa de aquisição é um conjunto de procedimentos administrativos,

jurídicos e técnicos pelos quais está sujeita a compra de medicamentos e demais

produtos para saúde. A aquisição de medicamentos, materiais médico-hospitalares e

de laboratório no âmbito da Administração Pública, é regulamentada basicamente

pela lei de licitações (8.666/1993), pela lei do pregão eletrônico (10520/02) e pelo

Decreto nº 39.103/2018 que regulamenta, no âmbito do Distrito Federal, o Sistema de

Registro de Preços.

26

As aquisições realizadas pela SES-DF são conduzidas pela Subsecretaria de

Administração Geral, com suporte técnico das áreas assistenciais, seja na elaboração

dos catálogos de itens demandados por cada áreas, seja na construção dos Termos de

Referência/Projetos Básico, como também na emissão de parecer técnico, onde são

avaliadas documentação dos licitantes, observando a conformidade com a legislação

vigente.

No caso de medicamentos é exigido: Atestado(s) de Capacidade Técnico-

Operacional, Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) emitida pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) ou Autorização Especial (AE) quando se tratar

de medicamentos ou substâncias sujeitos a controle especial, Alvará Sanitário (ou

Licença Sanitária) Estadual/ Municipal/ Distrital (vigente), conforme disposto na Lei

nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, regulamentado no Decreto nº 74.170 de 10 de

junho de 1974, Certificado de Registro do Produto, em plena validade, podendo ser

cópia autenticada da publicação no Diário Oficial da União, Certidão de Regularidade

Técnica vigente expedida pelo Conselho Regional de Farmácia do estado onde se situar

a empresa vencedora, conforme Resolução CFF nº 577/2013. As propostas serão

avaliadas, no que couber, por um dos membros da comissão de pareceristas nomeada

pela Diretoria de Assistência Farmacêutica – DIASF.

Armazenamento de medicamentos

A etapa de armazenamento envolve recebimento, estocagem, conservação,

controle de estoque, de entrega, de forma a garantir a preservação das características

físico-químicas e microbiológicas dos medicamentos.

Para a garantia da qualidade dos medicamentos armazenados, é imprescindível

a obtenção de Certificado de Boas Práticas de Armazenagem, concedido pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e regulamentado pela RDC no39/2013, de 14

de agosto de 2013. O certificado é obtido após verificação do cumprimento dos

requisitos das normas vigentes de Boas Práticas de Fabricação e Boas Práticas de

Distribuição e/ou Armazenagem. Para tanto, as atividades realizadas no local de

armazenagem devem ser uniformizadas em Procedimentos Operacionais Padrão

(POP’s) para limpeza e higienização; recebimento de produtos; controle de

27

temperatura e umidade; sistema de controle de estoque, lotes e prazos de validade,

entre outros.

Para que os produtos farmacêuticos não sofram alterações durante o

armazenamento, há procedimentos indispensáveis, começando pelo recebimento,

cujas orientações básicas são:

Conferir a quantidade recebida e a solicitada;

Conferir especificações técnicas (integridade e adequação da

embalagem, bula e rótulos segundo a RDC 71 de 2009).

Proteger os medicamentos da luz solar, umidade, poeira e alta

temperatura (o farmacêutico deve atentar-se para produtos termolábeis, que

requerem preocupação especial com sua temperatura de armazenamento);

Manter registros diários de controle de temperatura externa

(ambiente) e interna (refrigeradores) e umidade;

Afastar das paredes as gavetas, prateleiras ou outros tipos de suporte

de medicamentos, de forma que facilite a limpeza e inspeção do local;

Manter em suas embalagens originais;

Organizar os medicamentos por ordem alfabética, de lote e validade,

inclusive os armazenados em geladeiras. Em relação à validade, manter os com

prazo de validade mais curto à frente, para que saiam primeiro;

Armazenar medicamentos em local exclusivo, separados de

cosméticos, produtos de higiene e inflamáveis. As instalações físicas devem

estar dispostas de forma a permitir racionalidade das operações;

Guardar embalagens frágeis como ampolas e frascos de vidro em

lugar seguro;

Proibir a entrada de alimentos nos locais de estocagem;

Antes da dispensação, fazer inspeção visual do produto e verificar se

há mudança de cor, cheiro, consistência, aparecimento de partículas, manchas,

turvação ou vazamento.

Registrar entradas e saídas no sistema informatizado.

Conforme os artigos 67 e 68 da portaria SVS/MS nº. 344/1998, medicamentos

de controle especial (psicotrópicos e entorpecentes) possuem condições específicas de

28

armazenamento. Devem ser guardados em armário fechado, cuja chave pertença

apenas ao farmacêutico responsável. Ao profissional cabe ainda possuir registros de

entrada e saída destes produtos para balanço anual.

Distribuição de medicamentos

A qualidade do atendimento prestado ao paciente depende também de um

sistema de distribuição eficiente. É necessário transporte adequado, rapidez na

entrega e rastreabilidade dos produtos.

A distribuição é feita a partir da requisição do medicamento pelas unidades de

saúde. Isto pressupõe planejamento adequado feito pelo gestor local, de forma que a

demanda da rede como um todo seja atendida, em tempo hábil.

Utilização: prescrição, dispensação e uso

Segundo a Política Nacional de Medicamento, a Dispensação é o ato profissional

farmacêutico de fornecer um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como

resposta a apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado.

Neste ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do

medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no

cumprimento da dosagem e posologia prescritas, a influência dos alimentos, a

interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas

potenciais e as condições de conservação dos produtos.

Além do cuidado com instruções a serem passadas ao paciente, o farmacêutico

deve também estar atento à adequação da prescrição e suas particularidades. Devem

ser observados:

Legibilidade e ausência de rasuras;

Identificação correta do paciente;

Local e data de emissão da prescrição;

Identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma

farmacêutica e quantidade;

Informações de posologia e duração do tratamento;

Identificação do prescritor com número de registro no respectivo

conselho e assinatura.

29

Medicamentos de controle especial devem ser dispensados apenas mediante

apresentação de receita e preenchimento de notificação de controle especial,

conforme determina a portaria SVS/MS nº. 344/1998. As prescrições e notificações

devem ser lançadas diariamente nos registros da farmácia, onde devem permanecer

arquivadas por um período de dois anos. Notificações de controle especial são

documentos padronizados para formalizar a notificação da prescrição de

medicamentos de controle especial. Cada classe deve ser notificada em documento de

cor específica: entorpecentes (cor amarela), psicotrópicos (cor azul) e retinóides de

uso sistêmico e imunossupressores (cor branca).

Outro caso que requer cuidado diferenciado é tratado na RDC nº. 20/2011: em

casos de substâncias classificadas como antimicrobianos, a dispensação deve ser feita

mediante a retenção da 2ª (segunda) via da prescrição. A 1ª (primeira) via é devolvida

ao paciente e tem validade de 10 dias a contar da data de prescrição.

A garantia de integralidade do atendimento prestado aos usuários do Sistema

Único de Saúde requer que o contato entre o farmacêutico e o paciente não seja

interrompido na dispensação. É preciso acompanhamento farmacoterapêutico que

assegure a humanização do atendimento ao usuário.

ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Diretoria de Assistência Farmacêutica (DIASF), unidade orgânica de direção é

responsável pela normatização das ações e programas de Assistência Farmacêutica na

rede pública de saúde do DF. A DIASF estabelece normas e diretrizes para os serviços

de Assistência Farmacêutica executados pelas regionais. Já a organização local do

serviço, bem como a gestão de pessoal, é de competência de cada Região de Saúde. A

DIASF é composta por 3 Gerências e 5 núcleos.

As atribuições do farmacêutico na Assistência Farmacêutica da SES/DF

englobam dois grupos de atividades:

30

Gestão do medicamento:

Planejar, coordenar e executar as atividades de assistência farmacêutica, no

âmbito da saúde pública;

Gerenciar o ciclo logístico da Assistência Farmacêutica (selecionar, programar,

receber, armazenar, distribuir e dispensar medicamentos e produtos para a

saúde), com garantia da qualidade dos produtos e serviços;

Treinar e capacitar os recursos humanos envolvidos na assistência

farmacêutica.

Assistência à saúde:

Prestar serviços clínicos farmacêuticos aos usuários, especialmente, aos que

necessitem acompanhamento constante, como os de doenças crônicas;

Acompanhar e avaliar a utilização de medicamentos pela população, para

evitar usos incorretos;

Educar a população e informar aos profissionais de saúde sobre o uso racional

de medicamentos, por intermédio de ações que disciplinem a prescrição, a

dispensação e o uso de medicamentos.

A legislação estabelece que o profissional farmacêutico deve zelar pelos

princípios éticos da atuação profissional, pelo cumprimento da legislação sanitária,

pela garantia do fornecimento dos medicamentos e produtos para saúde e pelo

atendimento humanizado ao paciente.

As atribuições do profissional farmacêutico são regulamentadas pelo Código de

Ética (Resolução do Conselho Federal de Farmácia – CFF nº 417/2004) e pelas

resoluções, entre outras: Res. CFF nº 357/2001, que institui as Boas Práticas de

Farmácia; Res. CFF nº 365/2001, para distribuidoras, que inclui as Centrais de

Abastecimento Farmacêutico; Res. CFF nº 539/2010, para as atividades na área de

Vigilância Sanitária; Res. CFF nº 296/96, para as análises clínicas.

No ano de 2013 houve uma grade conquista do Farmacêutico Clínico, com a

Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013 que regulamenta as atribuições clínicas do

farmacêutico e dá outras providências e com a Resolução nº 586 de 29 de agosto de

2013 que regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.

31

1. Atribuições essenciais gerais dos Farmacêuticos da Assistência

Farmacêutica

Cumprir e fazer cumprir o Manual de Assistência Farmacêutica –

descrição de atribuições e atividades de farmacêuticos e auxiliares e técnicos

da farmácia da unidade de saúde sob sua responsabilidade;

Atuar técnica e administrativamente segundo os preceitos éticos da

profissão e de acordo com as diretrizes políticas, técnicas, normativas e

administrativas da DIASF, bem como a Política Nacional de Medicamentos, a

Política Nacional de Assistência Farmacêutica e os Princípios e Diretrizes do

SUS;

Conhecer as diretrizes e o planejamento da Assistência Farmacêutica da

SES-DF e colaborar para o seu cumprimento;

Conhecer e divulgar para os profissionais de saúde a Relação de

Medicamentos Padronizados do Distrito Federal - REMEDF e os critérios

utilizados para a sua seleção;

Conhecer e divulgar aos profissionais de saúde e usuários os fluxos de

acesso aos medicamentos padronizados em todos os níveis de atenção, bem

como as legislações e protocolos relacionados, considerando que alguns deles

apenas são dispensados em unidades referenciadas ou unidades que dispõe de

serviços específicos;

Notificar, assim como os demais profissionais de saúde, via sistema de

Notificação da ANVISA (NOTIVISA) e às instâncias competentes, os casos de

queixas técnicas, reações adversas, problemas com a eficácia, qualidade e

segurança relacionados aos medicamentos;

2. Atribuições essenciais dos Farmacêuticos da Assistência

Farmacêutica no nível de gestão central

Estabelecer as diretrizes políticas, técnicas e normativas referentes ao

desenvolvimento da Assistência Farmacêutica no âmbito da SES-DF, visando

garantir o acesso da população a medicamentos essenciais com uso racional,

segundo as diretrizes da Política Nacional de Medicamentos e Política Nacional

de Assistência Farmacêutica;

32

Realizar o planejamento, organização, monitoramento e prestação de

contas da Assistência Farmacêutica, integrantes dos instrumentos formais da

gestão do SUS: Plano Distrital de Saúde e Plano Plurianual;

Elaborar Relatório de Gestão, no mínimo anualmente, nos assuntos de

sua competência;

Participar da organização das linhas de cuidado das Redes de Atenção;

Participar da elaboração das diretrizes de Assistência Farmacêutica para

a organização das Unidades especializadas e/ou de maior complexidade;

Colaborar na organização do ciclo operativo da Assistência Farmacêutica

fornecendo orientações técnicas para a elaboração do descritivo dos produtos

farmacêuticos, programação, aquisição, armazenagem, distribuição dos

medicamentos, dispensa, e aprimoramento dos processos de trabalho e seu

monitoramento;

Estabelecer as diretrizes para a organização do ciclo técnico-científico da

AF segundo suas Boas Práticas: seleção, prescrição, dispensa e utilização de

medicamentos;

Acompanhar os trabalhos da CFT, que têm como principais atribuições:

a seleção de medicamentos nos diversos níveis de complexidade do

sistema,

o estabelecimento de critérios para o uso e avaliação daqueles

selecionados, e

a definição de critérios para padronização de novos fármacos.

a avaliação dos protocolos clínicos elaborados pelas áreas técnicas e de

diretrizes terapêuticas para as principais morbidades no âmbito da SES-DF;

Elaborar indicadores de qualidade da assistência farmacêutica

referentes a acesso e uso racional;

Assessorar a SUPLANS no estabelecimento dos indicadores de

Assistência Farmacêutica;

Realizar a interlocução e o acompanhamento dos programas de

Assistência Farmacêutica do Ministério e da Secretaria de Estado da Saúde e

realizar a programação dos medicamentos do Componente Estratégico e

Especializado;

33

Colaborar na organização das ações de Vigilância à Saúde: elaborar, em

conjunto com a Subsecretaria de Vigilância Sanitária (SVS) e a rede, o fluxo de

farmacovigilância (queixas técnicas, desvios de qualidade, interdições, etc.) e

fluxo de descarte de medicamentos;

Acompanhar a situação de abastecimento de medicamentos nos

serviços de farmácia na rede;

Participar da proposição e desenvolvimento de melhorias no sistema

informatizado utilizado para gestão dos estoques de medicamentos nas

unidades da SES-DF e de prontuário eletrônico, no que compete, em interface

com a área técnica de tecnologia de informação e demais áreas afins;

Participar da elaboração das diretrizes para a organização dos serviços

das farmácias hospitalares;

Participar das ações de capacitação de profissionais diretamente

envolvidos na AF (técnicos, AOSD e farmacêuticos), bem como propor critérios

técnicos para a adequação quantitativa e qualitativa dos profissionais nas

diferentes instâncias da SES-DF;

Capacitar e promover a capacitação dos profissionais da equipe de

farmácia de forma permanente para garantir o processo de melhoria contínua

da AF;

Participar, juntamente com as demais Áreas Técnicas, da capacitação

das equipes multiprofissionais;

Realizar a articulação intersetorial com todas as instâncias envolvidas

com atividades de AF (seleção, programação, aquisição, armazenamento,

distribuição, prescrição, dispensação e uso de medicamentos);

Implementar normas, procedimentos e instrumentos de controle e de

avaliação relativos ao Componente Especializado da Assistência Farmacêutica

de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde;

Realizar a articulação com outras secretarias de saúde e com a Câmara

Legislativa do Distrito Federal, CONASS, Ministério da Saúde, conselhos de

classe, OPAS, universidades, organizações da sociedade civil, entre outras

instituições;

Fornecer informação relativa à organização do acesso a medicamentos

no SUS para ouvidoria, assessoria parlamentar, assessoria de comunicação,

Conselho Regional de Saúde, Ministério Público e aos usuários.

34

Monitorar e avaliar o desempenho da produção e faturamento das

Autorizações de Procedimento de Alta Complexidade no âmbito do

Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.

Avaliar os processos de solicitação inicial de medicamentos dos

pacientes do Componente Especializado de acordo com as exigências

estabelecidas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas e demais

normas do Ministério da Saúde;

3. Atribuições essenciais dos Farmacêuticos da Subsecretaria de

Logística

Realizar as atividades relacionadas ao recebimento, armazenamento e

distribuição central de medicamentos e materiais laboratoriais;

Realizar as atividades de controle e gestão de estoque de medicamentos

e materiais laboratoriais;

Controlar os prazos de entrega de medicamentos e materiais

laboratoriais e notificar os atrasos e inexecuções aos interessados

Controlar a distribuição central de medicamentos e materiais

laboratoriais;

Monitorar e avaliar as formas de armazenamento de medicamentos e

materiais laboratoriais;

Instruir processos de pagamentos de fornecedores de medicamentos e

materiais laboratoriais;

Propor medidas de controle, baseadas em gestão de riscos, em sua área

de competência; e

Dirigir os processos relacionados ao recebimento, armazenamento e

distribuição central de materiais de almoxarifado, medicamentos e produtos

para a saúde no âmbito da secretaria;

Monitorar e avaliar os processos de armazenamento central de

materiais de almoxarifado, medicamentos e insumos para a saúde;

Monitorar e avaliar a instrução dos processos de pagamento de

fornecedores de materiais de almoxarifado, medicamentos e insumos para a

saúde;

35

Propor normas, fluxos e rotinas relacionadas à execução dos serviços de

recebimento, armazenamento e distribuição de materiais de almoxarifado,

medicamentos e insumos para a saúde para as unidades responsáveis pela

logística das superintendências e unidades de referência distrital;

Emitir pedido de aquisição de material para compra de medicamentos,

materiais médico hospitalares e opme para o atendimento das demandas

judiciais;

Programar a aquisição dos itens demandados judicialmente que

necessitem de fornecimento continuado; e

Planejar, organizar, coordenar e controlar a execução das atividades

relacionadas à previsão de demanda de medicamentos e de insumos para

laboratório, em consonância com a legislação vigente;

Monitorar os níveis de disponibilidade de estoque de medicamentos e

de insumos para laboratório nas centrais de distribuição;

Executar as atividades relacionadas à programação de aquisição de

medicamentos e de insumos para laboratório;

Acompanhar os prazos de entrega de medicamentos e de insumos para

laboratório conforme procedimento operacional padrão;

Definir critérios relacionados à previsão de demanda de medicamentos

e de insumos para laboratório em conjunto com às áreas finalísticas;

Apoiar as unidades das superintendências e unidades de referência

distrital responsáveis pela logística quanto à utilização dos critérios para

previsão de demanda de medicamentos e de insumos para laboratório;

Analisar a previsão de uso de medicamentos e de insumos para

laboratório a partir dos parâmetros e taxas de consumo históricos, presentes e

estimados disponíveis nos sistemas de informação vigente;

Monitorar a utilidade efetiva das atas de registro de preços, a partir do

prazo de validade, das taxas de utilização e quaisquer outros fatores

supervenientes relacionados à execução das aquisições de medicamentos e de

insumos para laboratório; e

Dirigir os processos relacionados à previsão de demanda de

medicamentos, insumos para saúde, padronizados na secretaria, em

consonância com a legislação vigente;

36

Estabelecer critérios para a execução da programação de medicamentos

e insumos para saúde;

Implementar ações para mitigação de eventual ruptura dos níveis de

abastecimento de medicamentos e insumos para saúde;

Validar e aprovar os critérios relacionados à previsão de demanda de

medicamentos e de insumos para saúde, em conjunto com às áreas finalísticas;

Propor medidas de controle, baseadas em gestão de riscos, em sua área

de competência;

Monitorar e avaliar os indicadores de desempenho da programação dos

medicamentos e insumos para saúde padronizados;

Monitorar vigência e saldo das atas de registro de preços para informar

aos executores, áreas demandantes e áreas de vinculação técnica, em

conformidade com a legislação vigente.

4. Atribuições essenciais dos Farmacêuticos da Assistência

Farmacêutica nas Regiões de Saúde

Assessorar a equipe multiprofissional e os gestores da sua respectiva

região de saúde nas questões relacionadas à AF;

Manter articulação e integração com as áreas envolvidas na AF do nível

central e das demais regiões de saúde;

Assumir a Responsabilidade Técnica, conforme definido em legislação

vigente.

Interagir sistematicamente com a equipe multiprofissional da Unidade

de Saúde articulando as ações da AF;

Participar da organização de fluxos e programas relacionados a

medicamentos;

Manter articulação e integração com as demais áreas técnicas da

Superintendência a fim de promover a AF no contexto das Redes de Atenção à

Saúde, bem como participar do processo de organização, estruturação,

reestruturação e funcionamento dos serviços de farmácia das unidades da

Superintendência;

37

Fornecer informações sistemáticas e produzir relatórios de

gestão/gerência da AF para a gestão Central e Regional;

Colaborar na definição, implantação e acompanhamento de indicadores

e metas relacionados às ações da assistência farmacêutica;

Divulgar Diretrizes, Boletins Farmacoterapêuticos e demais documentos

técnicos;

Orientar os servidores sobre as Boas Práticas de Recebimento,

Armazenamento e Dispensação de Medicamentos;

Promover, em conjunto com a DIASF, a organização do Cuidado

Farmacêutico na rede de Atenção Básica e Especializada;

Realizar serviços de assistência direta aos usuários, família e

comunidade e em colaboração com a equipe de saúde.

Coordenar e supervisionar tecnicamente e administrativamente o

processo de trabalho da equipe de farmácia, incluindo as etapas de programar,

armazenar, controlar, distribuir e dispensar medicamentos e produtos para

saúde nas unidades de saúde, de acordo com as boas práticas estabelecidas,

com registro de movimentação dos estoques por meio do Sistema

Informatizado definido pela SES/DF;

Coordenar e realizar ações que promovam a manutenção de estoques

para atendimento da demanda local, propondo remanejamentos entre as

unidades dispensadoras de seu território;

Promover e apoiar as ações de prevenção de riscos de vencimento de

medicamentos e insumos;

Monitorar e avaliar, em conjunto com a Assistência Farmacêutica da

SULOG, os valores de Consumo Médio Mensal dos medicamentos, propondo

alterações oportunas, sempre que necessário;

Realizar e avaliar a programação anual e reprogramação trimestral dos

medicamentos do Componente Estratégico da AF, para as unidades sob

responsabilidade da Superintendência, em conjunto com DIASF e interlocuções

de vigilância epidemiológica local;

Interagir com a equipe de Vigilância em Saúde local, supervisionando a

utilização dos medicamentos estratégicos, visando sua gestão e promoção do

controle das doenças de Notificação Compulsória;

38

Colaborar na elaboração e revisão dos Procedimentos Operacionais

Padrão da assistência farmacêutica, divulgar e aplicar continuamente nas

unidades de atuação;

Promover, acompanhar e avaliar a capacitação inicial e contínua de toda

a equipe de farmácia sob sua coordenação, quanto às normas, procedimentos

técnicos e demais informações relativas à AF;

Assessorar a ouvidoria nas questões relacionadas à assistência

farmacêutica;

Atentar para os alertas dos Problemas Relacionados a Medicamentos

pertinentes a rede e encaminhar as informações Gerência de Riscos em

Serviços de Saúde

Acionar o serviço de suporte técnico através dos canais competentes e

do fluxo pré-estabelecido pela SES sempre que forem observados problemas de

qualquer natureza no sistema de materiais

(http://atendimentoti.saude.df.gov.br/);

Providenciar a rápida segregação e registro no sistema dos

medicamentos interditados pela Vigilância em Saúde (no caso de interdição

provisória, providenciar a rápida reinserção no sistema em caso de liberação do

medicamento pela vigilância) e atender, prontamente, as solicitações da

GADMLAB/SULOG quanto ao recolhimento de medicamentos e demais

solicitações técnico-gerenciais;

Atender e supervisionar o cumprimento das normas vigentes para o

descarte de medicamentos com prazo de validade expirado ou impróprios para

utilização;

Colaborar com a elaboração e divulgar o plano de gerenciamento de

resíduos (medicamentos) prevendo, inclusive, os devolvidos pela população;

Realizar inventário periódico do estoque físico dos medicamentos e

produtos para a saúde com verificação do prazo de validade;

Realizar inventário mensal do estoque físico dos medicamentos e

produtos para a saúde antes de solicitar o pedido mensal à GADMLAB;

Manipular medicamentos quimioterápicos e princípios ativos para a

fabricação ou transformação de medicamentos e suas formas farmacêuticas;

Realizar e supervisionar o controle de temperatura para os

medicamentos termolábeis;

39

Abastecer e monitorar, em conjunto com a enfermagem, as boas

condições de medicamentos dos carrinhos de emergência e identificar

adequadamente os medicamentos potencialmente perigosos;

Realizar a análise das prescrições para a montagem dos Kits de Dose

individualizada;

Supervisionar a confecção dos kits de dose individualizada pelos

auxiliares de farmácia e realizar a dupla checagem;

Participar das Comissões hospitalares instituídas e previstas em lei;

Realizar ações assistenciais voltadas para a Farmácia Clínica, com

destaque para a orientação terapêutica ao usuário, a revisão da

farmacoterapia, o acompanhamento farmacoterapêutico, a conciliação de

medicamentos e a avaliação e promoção da adesão terapêutica;

Realizar o registro adequado dos atendimentos efetuados ao paciente,

no prontuário eletrônico definido pela SES/DF, respeitando a metodologia e

critérios definidos pela comissão de prontuários local, conforme preconizado

pela legislação específica;

Registrar os atendimentos relacionados às atividades clínicas nas

planilhas e relatórios de indicadores definidos pela DIASF;

Realizar prioritariamente o acompanhamento farmacoterapêutico de

indivíduos mais vulneráveis para a utilização inadequada de medicamentos

(pacientes com limitação cognitiva, idosos, doentes crônicos e que recebem

vários tipos de medicamentos);

Planejar, em conjunto com a equipe multiprofissional, projetos

terapêuticos singulares (individual e em grupo);

Contribuir para a promoção do uso racional de medicamentos através

de ações educativas individuais ou coletivas para prescritores, gestores, equipe

multiprofissional, usuários e conselho gestor;

Participar de reuniões de equipe para discussão de casos clínicos

visando a otimização da farmacoterapia;

Realizar visitas domiciliares em conjunto com os demais profissionais de

saúde, orientando ao usuário quanto ao uso correto, vencimento, descarte de

medicamentos, bem como verificação e orientação sobre adesão ao

tratamento medicamentoso e orientações complementares como, por

exemplo, atividade física, alimentação e hábitos saudáveis de vida;

40

Desenvolver ações de farmacoepidemiologia: estudos de utilização de

medicamentos como p. ex. estudos de perfil de consumo, estudos de

prescrição-indicação, estudos de adesão às diretrizes farmacoterapêuticas, etc.;

Prescrever medicamentos, dentro da prática clínica, desde que

condicionado à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver

formalmente previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas

técnicas, que venham a ser recepcionados ou elaborados pela DIASF e

aprovados para uso no âmbito da SES-DF;

Prescrever exames laboratoriais, dentro da prática clínica, desde que

condicionado à necessidade de monitoramento do uso de medicamentos, sob

aspectos de segurança e efetividade, e apenas quando estiver formalmente

previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, que venham

a ser recepcionados ou elaborados pela DIASF que venham a ser aprovados

para uso no âmbito da SES-DF

ATRIBUIÇÕES DOS SERVIDORES TÉCNICOS/AUXILIARES DAS FARMÁCIAS

Conhecer e cumprir os princípios básicos da Política Nacional de

Medicamentos, da Política Nacional de Assistência Farmacêutica e os Princípios

e Diretrizes do SUS, bem como as diretrizes e normas da Assistência

Farmacêutica da SES-DF e colaborar para o seu cumprimento;

Conhecer e orientar os usuários quanto à organização do acesso aos

medicamentos no SUS: os do Componente Básico, Especializado e Estratégico

da AF e da Média Complexidade.

Conhecer e executar as normas das Boas Práticas de Recebimento e de

Armazenamento de medicamentos sob supervisão do farmacêutico;

Conhecer as Boas Práticas de Dispensação de Medicamentos;

Atender e orientar os usuários, sob supervisão do farmacêutico;

Auxiliar nas ações de educação em saúde, a respeito do uso racional de

medicamentos em nível individual e coletivo;

Conhecer e identificar variações das características macroscópicas dos

medicamentos, informando ao farmacêutico em caso de suspeita de avaria ou

desvios de qualidade;

41

Conhecer o uso dos produtos antissépticos, desinfetantes e

esterilizantes;

Utilizar adequadamente o Sistema informatizado de gestão de

materiais, para os lançamentos tempestivos de entradas e saídas de

medicamentos e produtos para a saúde;

Providenciar a rápida segregação e baixa no sistema dos medicamentos

interditados pela Vigilância em Saúde (no caso de interdição provisória,

providenciar a rápida reinserção no sistema em caso de liberação do

medicamento pela vigilância);

Conhecer e atender as normas vigentes para o descarte de

medicamentos com prazo de validade expirado ou impróprios para utilização;

Realizar ações para intervir positivamente na manutenção de estoques

para atendimento da demanda, realizando remanejamento de medicamentos,

em conjunto com o farmacêutico;

Realizar o monitoramento sistemático da validade dos medicamentos,

providenciando seu oportuno remanejamento, em conjunto com o

farmacêutico, para evitar perdas por vencimento;

Acompanhar, em conjunto com o farmacêutico de referência, os valores

de Consumo Médio Mensal dos medicamentos, indicando alterações

oportunas, sempre que necessário;

Realizar inventário periódico do estoque físico dos medicamentos com

verificação do prazo de validade dos mesmos;

Realizar o abastecimento das unidades assistências hospitalares, bem

como a entrega dos kits de dose individualizada e o recolhimento dos

medicamentos não utilizados;

Acionar o serviço de suporte técnico através dos canais competentes e

do fluxo pré-estabelecido pela SES sempre que forem observados problemas de

qualquer natureza no sistema de materiais

(http://atendimentoti.saude.df.gov.br/);

Reportar-se ao farmacêutico para orientação sobre as questões técnicas

da área farmacêutica;

Efetuar o cadastramento dos usuários e de solicitações de

medicamentos nos núcleos de farmácia do componente especializado da

assistência farmacêutica.

42

REFERÊNCIAS

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Oficial da União. Acesso em: 02/10/2018. Disponível em:

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5. Conselho Federal de Farmácia – CFF. Resolução – RDC nº 585 de 29 de agosto

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outras providências. Acesso em: 02/10/2018. Disponível em:

http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf

6. Conselho Federal de Farmácia – CFF. Resolução – RDC nº 586 de 29 de agosto

de 2013. Ementa: Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.

Acesso em: 02/10/2018. Disponível em:

http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf

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8. Organización Mundial de la Salud. El papel del farmacéutico en el sistema de

atención de salud. Washington DC: Organización Panamericana de la Salud;

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43

9. Secretaria Estadual de Saúde. Portaria 187 de 27 de julho de 2015. Acesso em

02/10/2018. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

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10. BRASIL. Decreto n. 68.806, de 25 de junho de 1971. Institui a Central de Medicamentos

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junho-1971-410656-publicacaooriginal-1-pe.html

11. JURGERG, C.; HUMPHREYS, G. Brazil's march towards universal coverage. Bulletin of

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<http://www.scielosp.org/pdf/bwho/v88n9/a05v88n9.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2013.