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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Av. Cel. Prof. Antonio Esteves, nº 01, Campo de Aviação – Resende-RJ CEP: 27.523-000 Tel./Fax: (24) 3383 -9000 www.aedb.br

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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Av. Cel. Prof. Antonio Esteves, nº 01, Campo de Aviação – Resende-RJ

CEP: 27.523-000

Tel./Fax: (24) 3383 -9000

www.aedb.br

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 2

Prezado (a) Aluno (a);

É com grande satisfação que eu Prof. Msc Mario Esteves e Prof. Dr. Júlio

Batista damos lhes as boas-vindas à disciplina de Introdução à Engenharia da

FER(Faculdade de Engenharia de Resende). Ao longo do ano letivo trabalharemos

juntos no intuito de fundamentar, pesquisar e debater os tópicos simultaneamente,

oferecendo um treinamento teórico e prático, por meio de exemplos, simulados e

exercícios.

O conteúdo da disciplina foi estruturado em vários módulos, os quais se encontram no

link "conteúdo da disciplina". Clique nesse links para conhecer os diferentes módulos e

iniciar seus estudos.

Não esqueça de acessar o calendário da disciplina (link "calendário de atividades da

disciplina") para acompanhar nossas atividades programadas (trabalhos, provas etc.).

Finalmente, sempre que você tiver qualquer dúvida pode entrar em contato conosco via

e-mail ou fóruns disponibilizados nesta plataforma de EaD.

Abs.,

Prof. Tutor Mario Esteves

Prof. Tutor Júlio Batista

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 3

Conteúdo Programático dos Bimestral

1.-Engenharia

1.1-Curso De Engenharia Civil

1.2- Curso de Engenharia Elétrica com Ênfase em Eletrônica

1.3- Curso de Engenharia de Produção com Ênfase Automotiva

1.4- Curso de Engenharia de Produção com Ênfase em Metalurgia

1.5- Curso de Engenharia Mecânica

2.- Ciência, Tecnologia e Inovação

2.1- Conceito de Tecnologia

2.2- Aspectos Históricos de Ciência e Tecnologia (CeT)

2.3- Propriedade Tecnológica

2.4- Patente

2.5- Conceito de Marca

2.6- Conceito de Royalties

2.7- Conceito de Know-How

2.8- Conceito de Franquia

2.9- Ativos Intangíveis

2.10- Eventuais Aspectos Contratuais nas Negociações Tecnológicas

2.11- Invenção e Inovação

2.12- Ciclo de Vida do Produto

3.- Aspectos Políticos e Econômicos do Domínio Científico - Tecnológico

3.1- Estratégias de Poderes

3.2- Pesquisa e Desenvolvimento

4.- Metodologia Científica e Tecnológica

4.1- Técnicas de Aprendizagem

4.2- Estudo

4.3- Trabalhos Acadêmicos e Científicos

4.4- Normas para redação

4.5- Ferramentas de Benchmarking

4.6- Questionário para Estudo

5.- Engenharia de Projetos e Manutenção

5.1- Gestão da Qualidade

5.2- Gestão Ambiental

5.3- Metrologia

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5.4- Questionário para Estudo

6.- Qualidade

6.1- Evolução Histórica da Qualidade

6.2- Conceito de Processo

6.3- Ferramentas da Qualidade

7.- Engenharia e Logística

7.1 -Tipos de Logística

7.2- Sistema Produtivo e a Logística

7.3- Conceito de Estoque

7.4- Natureza dos Estoques

7.5- Classificação dos estoques pelo Índice de Falta (Estratégia)

7.6- Classificação dos estoques pelo sistema"ABC"(Pareto)

7.7- Técnicas de Administração de Logística e Suprimento

8.- Manutenção

9.- Acidentes de Trabalho

9.1.- Fatores de Acidentes

9.2.- Causas de Acidentes

9.3.- Prevenção de Acidentes

9.4.- Comunicação dos Acidentes

9.5.- Custos de Acidentes

9.6.- Avaliação dos Acidentes

10.- Artigos

10.1.- Engenharia de Produção X Engenharia Civil

10.2.- Sustentabilidade na Engenharia

10.3.- Responsabilidade Social do Engenheiro

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1. - ENGENHARIA

1.- Conceito de Engenharia

A Engenharia é a ciência e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos

matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de

utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos,

que realizem uma determinada função ou objetivo.

Nos processos de criação, aperfeiçoamento e implementação, a engenharia conjuga os

vários conhecimentos especializados no sentido de viabilizar as utilidades, tendo em

conta a sociedade, a técnica, a economia e o meio ambiente.

A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos

mais especializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados

campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia

Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 6

1. - ENGENHARIA

1.1- Curso de Engenharia Civil

Objetivo

O Curso de Engenharia Civil visa oferecer aos estudantes a oportunidade de

obter o título de engenheiro civil, com um diferencial profissional de nível superior que

o capacite na solução de problemas do processo de produção civil, e condução das

situações a ele inerente, de formas criativas, competentes, eficazes e decorrentes da

busca constante do aperfeiçoamento, integrando as áreas de estudo abordadas no curso

às situações da vida prática, contribuindo assim para melhor produtividade dos

segmentos de produção e, por conseguinte, o aperfeiçoamento da qualidade de vida na

sociedade.

Concepção

O Curso de Engenharia Civil é composto de núcleos de conteúdos básicos,

profissionalizantes e específicos, sendo necessário recorrer à integração de todos eles

para formar uma compreensão do todo. Através de mecanismos de interdisciplinaridade,

pode-se integrar o raciocínio lógico com a visão crítica. A cadeira de Tópicos Especiais

procura incorporar conhecimentos atualizados da Engenharia Civil.

Perfil

O Engenheiro Civil da Faculdade de Engenharia de Resende (FER) será capaz

de desenvolver as seguintes atividades:

- Projetar e construir edificações residenciais multifamiliares;

- Planejar e controlar custos nas diversas etapas de qualquer tipo de construção;

- Realizar orçamentos de construções em geral;

- Projetar estruturas metálicas e em concreto armado;

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 7

- Desenvolver sistemas de fluidez de trafego urbano;

- Projetar e construir instalações prediais diversas;

- Planejar e acompanhar obras de movimentação de terra;

- Planejar, acompanhar e fiscalizar obras de infraestrutura em geral.

Mercado de Trabalho

O crescimento da economia nacional e regional proporciona ao engenheiro civil

campo de trabalho em diversos segmentos, como:

Empresas construtoras de variados portes;

Empresas de petróleo e gás;

Empresas de mineração;

Empresas de logística;

Instituições financeiras de projetos habitacionais;

Instituições públicas no setor de fiscalização de obras;

Poder executivo em geral(prefeitura, estado e federação).

Coordenação

Michel Haddad

Graduado em Engenharia Civil pela UNIFOA – Volta Redonda Mestre em Engenharia

Civil pela UFF – Niterói

Direção

Mário Simon Esteves

Graduado em Engenharia Industrial pela PUC-RJ-Mestre em Ciências e Engenharia

pela UFF

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Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Anotações

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1.-ENGENHARIA

1.2.- Curso de Engenharia Elétrica com Ênfase em Eletrônica

Objetivo

O objetivo deste curso é formar profissionais na área de Engenharia Elétrica,

com ênfase em Eletrônica, habilitados a atuar junto aos setores industriais e de produção

de energia, em atividades relacionadas à área elétrico-eletrônica.

Concepção

O engenheiro formado pela FER terá ampla formação nos conteúdos básicos,

além de uma formação específica, técnico e laboratorial, tendo a informática como

ferramenta de suas atividades discentes, o que consolidará seu potencial profissional,

tornando-o atrativo e abrangente.

Perfil

O profissional formado será capaz de participar de atividades nas áreas de

circuitos elétricos e eletrônicos, automação industrial, instalações elétricas, conversão

de energia e informática, com atuação segundo a resolução de CONFEA nº 218 de 28

de Junho de 1973, nas formas a seguir listadas:

- supervisão, coordenação E orientação técnica;

- estudo, planejamento, projeto E especificações;

- Estudo de viabilidade técnico-econômica;

- assistência, assessoria E consultoria;

- Direção de obra e serviço técnico;

- vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo E parecer técnico;

- Desempenho de cargo e função técnica;

- Técnica, extensão;

- Elaboração de orçamento;

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- padronização, mensuração E controle de qualidade;

- Execução de obras e serviço técnico;

- Fiscalização de obras e serviço técnico;

- Produção técnica e especializada;

- Condução de trabalho técnico;

- Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou

manutenção;

- Execução de instalação, montagem ou reparo;

- Operação e manutenção de equipamentos ou instalação;

- Execução de desenhos técnicos.

O exemplar nº 1509, da revista ISTO É, em sua separata " Roteiro do Vestibulando",

discorre sobre a carreira e o mercado de trabalho do engenheiro elétrico, assim

expressando-se.

Mercado de Trabalho

As inúmeras aplicações da Engenharia Elétrica, no desenvolvimento das novas

tecnologias, indicam boas e crescentes possibilidades de trabalho.

Entre os setores mais promissores estão a indústria da informática, empresas de

telecomunicação e de eletroeletrônica. Porém, os desafios também são grandes.

Assim, se a especialização em uma determinada área é importante, o engenheiro

também deve estar atualizado em face das inovações nos outros campos de

conhecimento associados à engenharia elétrica.

Coordenação

Onofre Bueno Filho

Graduado em Engenharia Elétrica pela USS.

Especialista em Telecomunicações pela UGF.

Mestre em Ciências da Engenharia Elétrica pela UNIFEI.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 11

Direção

Mário Simon Esteves

Graduado em Engenharia Industrial pela PUC-RJ-Mestre em Ciências e

Engenharia pela UFF

Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Anotações

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 12

1. - ENGENHARIA

1.3 - Curso de Engenharia de Produção com Ênfase Automotiva

Objetivo Geral

O curso visa formar profissionais habilitados a projetar, implantar, operar,

aperfeiçoar e manter sistemas produtivos integrados de bens e serviços, buscando a

máxima eficiência e os melhores resultados.

Tem por objetivo formar engenheiros de produção, capacitados e qualificados a lidar

com todo o processo produtivo de qualquer empresa, seja ela uma siderúrgica, um

fabricante de aviões, uma indústria química, uma prestadora de serviços, ou uma

montadora de automóveis.

Objetivos Específicos

Capacitar profissionais a desempenhar atividades relacionadas à engenharia de

produção, com especialização na área automotiva, habilitando-os a concorrer com

notória vantagem de formação e conhecimentos, sobre outros profissionais sem tal

formação específica.

Voltado para a realidade local, o curso visa formar engenheiros para atender à demanda

de mão-de-obra especializada para o importante pólo automotivo da região das Agulhas

Negras, no Sul Fluminense, composto por grandes montadoras e cercado de inúmeras

empresas do ramo de autopeças que ali se estabeleceram na ultima década.

Perfil

O engenheiro de produção automotiva deve possuir habilidades e competências que o

capacite a:

- Identificar e resolver problemas concretos, promovendo abstrações, modelando

casos reais e adequando-se a novas situações;

- Elaborar projetos e proposição de soluções técnicas e economicamente

competitivas;

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 13

- Absorver novas tecnologias, promover inovações e conceber, com criatividade,

aplicações na área de Engenharia de Produção Automotiva;

- Dimensionar e integrar recursos humanos e financeiros a fim de produzir com

eficiência e ao menor custo, considerando a possibilidade de melhorias contínuas;

- Prever e analisar demandas, selecionar tecnologias e know-how, projetando

produtos ou melhorando suas características e funcionalidades;

- Incorporar conceitos e técnicas de qualidade em todo o sistema produtivo, tanto

nos seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais, aprimorando produtos e

processos, e produzindo normas e procedimentos de controle e auditoria;

- Compreender a inter-relação dos sistemas de produção com o meio ambiente,

tanto no que se refere à utilização de recursos escassos quanto à disposição final de

resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de sustentabilidade;

- Utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a

viabilidade econômica e financeira de projetos;

- Gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas utilizando tecnologia

adequada.

- Ter atitude empreendedora; excelente comunicação oral e escrita; leitura,

interpretação e expressão por meios gráficos; domínio de técnicas computacionais;

conhecimento da legislação pertinente.

Mercado de Trabalho

O engenheiro formado nesse curso pode ser inserido no mercado de trabalho em

diversas áreas e não apenas na automotiva. Devido a sua formação multidisciplinar, as

oportunidades de trabalho para esse profissional são amplas, sendo possível atuar nas

diferentes áreas de uma organização, como finanças, produção, recursos humanos,

marketing ou desenvolvimento do produto. Essas organizações podem ser de

manufatura ou de serviços, relacionados com os mais diversos setores: meio ambiente,

reaproveitamento de energia, mecânica, petróleo, química, civil, eletro-eletrônico,

siderurgia e agroindústria, entre outros.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 14

Coordenação

Henrique Martins Rocha

Pós-Doutorado em Engenharia de Produção pela UNESP

Direção

Mário Simon Esteves

Graduado em Engenharia Industrial pela PUC-RJ

Mestre em Ciências e Engenharia pela UFF

Volte ao seu curso e partícipe do Fórum "“.

Anotações

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 15

1. - ENGENHARIA

1.4- Curso de Engenharia de Produção com Ênfase em Metalurgia

Objetivo Geral

Desenvolver Conhecimentos e Habilidades de forma a que o aluno se capacite a

discutir e interagir com os mais diversos sistemas de produção industrial metalúrgico e

de materiais, projetando, instalando, reformando, promovendo melhorias e realizando a

manutenção nestas unidades de produção, sempre utilizando a mais moderna tecnologia

do setor.

Objetivos Específicos

Formar / Habilitar profissionais para:

Especificar e implementar escopos de projetos para linhas de produção;

Implementar Sistema de Controle e Supervisão de processos utilizando as

ferramentas estatísticas;

Projetar sistemas de automação juntamente com a equipe de automação

para as instalações industriais;

Executar o start-up de unidades de produção;

Executar a programação, o planejamento e o controle dos processos

produtivos (PCP);

Coordenar a implantação e execução de projetos industriais;

Planejar e executar atividades de gerenciamento de processos nas

instalações industriais;

Ser um facilitador na transferência de conhecimento tecnológico.

Perfil

O Engenheiro de Produção com ênfase em Metalurgia formado pela Faculdade

de Engenharia de Resende deve apresentar:

- Sólida formação básica e profissional geral, incluindo aspectos humanísticos,

sociais, éticos e ambientais;

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 16

- Capacidade para resolver problemas concretos, promovendo abstrações,

modelando casos reais e adequando-se a novas situações;

- Capacidade de análise de problemas e síntese de soluções integrando

conhecimentos multidisciplinares;

- Capacidade de elaboração de projetos e proposição de soluções técnicas e

economicamente competitivas;

- Capacidade de absorver novas tecnologias, promover inovações e conceber

com criatividade aplicações na área de Engenharia de Produção Metalúrgica; o que

engloba a capacidade para consolidar os processos metalúrgicos/siderúrgicos;

- Capacidade para criar sistema de qualidade visando aprimoramento dos

processos metalúrgicos/siderúrgicos;

- Capacidade para formação de recursos humanos fabris;

- Capacidade para propor modificações no projeto/processo, conhecimento de

todas as etapas dos processos metalúrgicos/siderúrgicos;

- Capacidade para definir ensaios necessários para homologação de processos;

- Capacidade de comunicação e liderança para trabalhar em equipe;

- Capacidade de transmitir e registrar, de forma ética, seu conhecimento e

produção;

- Consciência da necessidade de contínua atualização profissional e de uma

constante atitude empreendedora;

- Consciência da importância da busca permanente da qualidade nos produtos e

processos no exercício da atividade profissional;

- Consciência de sua responsabilidade na solução dos problemas da sociedade.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 17

O Engenheiro de Produção Metalúrgico deve ser capaz de implantar ou empreender,

analisar criticamente, administrar recursos humanos, financeiros, materiais, a produção

e os serviços, para cumprir a missão a que estiver vinculado. Deverá ainda, com visão

de futuro, atender as expectativas de um mercado de trabalho em franco

desenvolvimento, extremamente competitivo, em que a qualidade se sobrepõe aos

demais fatores, em um mundo de relações globalizadas e de rápidas transformações

tecnológicas, políticas e sociais, agindo com o compromisso de continuar a

alavancagem sócio-econômica do elevado potencial regional e do Brasil. Em tempo

cada vez mais exigente de otimização continuada da capacidade de administração dos

recursos, sempre mais escassos, cabe ao profissional uma visão crescente, eclética e

holística sobre as dinâmicas das transformações no mundo contemporâneo.

Em suma o Engenheiro de Produção Metalúrgica da Faculdade de Engenharia de

Resende deve ser um profissional comprometido com valores de responsabilidade

social, da justiça e da ética, demonstrando em suas ações o respeito a vida, pelo

ambiente, pelo ser humano e pela sociedade.

Mercado de Trabalho

Com a crescente demanda do parque industrial nacional, especificamente o setor

siderúrgico, o engenheiro de produção metalúrgico encontra oportunidade de emprego

nos mais diversos segmentos da indústria:

Metal-mecânico (siderurgia, metalurgia e indústria automotiva);

Cimenteiro;

Indústria química e petroquímica;

Mineração entre outros.

Os postos de trabalho são dos mais diversificados, podendo-se colocar de forma geral

como:

Gerente / supervisor de produção industrial;

Integrador;

Profissional de treinamento técnico no seguimento de produção siderúrgica

e/ou metalúrgica;

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 18

Engenheiro de produção em processos industriais;

Consultor técnico em produção siderúrgica e/ou metalúrgica;

Representante comercial, vendas ou compras de produtos siderúrgicos e/ou

metalúrgicos.

Coordenação

Rogério Ferreira Ribeiro

Direção

Mário Simon Esteves

Graduado em Engenharia Industrial pela PUC-RJ

Mestre em Ciências e Engenharia pela UFF

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Anotações

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 19

1.-ENGENHARIA

1.5.- Curso de Engenharia Mecânica

Histórico

A região Sul Fluminense é um pólo industrial que vem se desenvolvendo

fortemente com a presença das indústrias como: Grupo Votorantin Metais, Volkswagem

(MAN – maior fabricante de caminhões do Brasil), PSA Peugeot Citroën, Michelin

(pneus), Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, Saint-Gobain, além da Nissan e

Hyundai que estão sendo implantadas.

O município de Resende situa-se geograficamente na região denominada Médio

Paraíba no Sul Fluminense, ao longo do Rio Paraíba do Sul, que banha três estados

brasileiros: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Esta região é composta por doze

municípios do Estado do Rio de Janeiro: Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Piraí,

Porto Real, Pinheiral, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta

Redonda; somando 6.586 km2 e mais de 780.000 habitantes.

O Curso de Engenharia Mecânica foi concebido a partir da observação sobre a

necessidade do ensino superior nesta área de engenharia, em face das empresas

automotivas e suas consorciadas instaladas na região do Médio Paraíba.

Tendo em vista a carência de profissionais do ramo, o curso foi tido como ideal para

contribuir de forma significativa para o desenvolvimento regional.

Objetivo

O Curso de Engenharia Mecânica visa oferecer aos estudantes a oportunidade de

obter o título de engenheiro mecânico, com um diferencial profissional de nível superior

que o capacite na solução de problemas mecânicos, e condução das situações a ele

inerente, de formas criativas, competentes, eficazes e decorrentes da busca constante do

aperfeiçoamento, integrando as áreas de estudo abordadas no curso às situações da vida

prática, contribuindo assim para melhor produtividade dos segmentos industriais e, por

conseguinte, o aperfeiçoamento da qualidade de vida na sociedade.

Perfil

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 20

O Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade de Engenharia de Resende,

deve apresentar:

• sólida formação básica e profissional geral, incluindo aspectos humanísticos,

sociais, éticos e ambientais;

• capacidade para resolver problemas concretos, promovendo abstrações,

modelando casos reais e adequando-se a novas situações;

• capacidade de análise de problemas e síntese de soluções integrando

conhecimentos multidisciplinares;

• capacidade de elaboração de projetos e proposição de soluções técnicas e

economicamente competitivas;

• capacidade de absorver novas tecnologias, promover inovações e conceber com

criatividade aplicações na área de Engenharia Mecânica;

• capacidade para criar sistema de qualidade no setor mecânico

• capacidade para formação de recursos humanos para o setor mecânico;

• capacidade para propor modificações no projeto/processo, conhecimento de

todas as etapas do processo construtivo de máquinas e motores;

• capacidade para definir ensaios necessários para homologação de processos no

setor mecânico;

• capacidade de comunicação e liderança para trabalhar em equipe;

• capacidade de transmitir e registrar, de forma ética, seu conhecimento e

produção;

• consciência da necessidade de contínua atualização profissional e de uma

constante atitude empreendedora;

• consciência da importância da busca permanente da qualidade nos produtos e

processos no exercício da atividade profissional;

• consciência de sua responsabilidade na solução dos problemas da sociedade.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 21

Mercado

O Engenheiro Mecânico deverá atender as expectativas de um mercado de

trabalho em franco desenvolvimento, extremamente competitivo, em que a qualidade se

sobrepõe aos demais fatores, em um mundo de relações globalizadas e de rápidas

transformações tecnológicas, políticas e sociais, agindo com o compromisso de

continuar a alavancar o elevado potencial regional e do Brasil socialmente e

economicamente. Os principais setores de atuação do engenheiro mecânico são:

indústrias de diversos setores, indústria automotiva, indústria siderúrgica, indústria de

petróleo e gás, indústria de geração de energia, manufatura de peças, desenvolvimento

de máquinas e ferramentas, automação e robótica, hidráulica e pneumática.

Coordenação

Prof.ª. Rosana Ravaglia

Graduada em Engenharia Metalúrgica pela UFF.

Mestrado em Engenharia Metalúrgica pela PUC-RIO.

Doutorado em Engenharia Metalúrgica pela PUC-RIO.

E-mail: [email protected]

Direção

Professor Mário Simon Esteves

Graduado em Engenharia Industrial- PUC-Rio

Mestre em Ciências e Engenharia pela UFF.

E-mail: [email protected]

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Anotações

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2. - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.- Conceito de Ciência

É o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo, envolvendo

seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais.

Ciência Pura ou Fundamental

Quando a ciência é desvinculada de objetivos práticos.

Ciência Aplicada

Quando a ciência visa consequências determinadas.

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Anotações

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 23

2. - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.1 - Conceito de Tecnologia

É o conjunto ordenado de conhecimentos empregados na produção e

comercialização de bens e serviços, e que está integrada não só por conhecimentos

científicos provenientes das ciências naturais, sociais, humanas, mas igualmente por

conhecimentos empíricos que resultem de observações, experiência, atitudes

específicas, tradição, etc. (Sábato, Jorge A.)

Este conjunto de conhecimentos que definem a Tecnologia não é simplesmente um

agregado, mas sim deve estar ordenado, organizado e articulado para a produção e

comercialização de materiais e serviços. Esta característica leva a uma importante

constatação, pois define a Tecnologia como se fosse uma mercadoria.

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Anotações

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2. - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.2- Aspectos Históricos de Ciência e Tecnologia (CeT)

C&T percorrem caminhos diferentes até se tornarem indissociáveis e fator

central do progresso da humanidade.

1º Estágio - Antecede a Revolução Industrial

É caracterizado pelo surgimento da Ciência moderna, isto é a Revolução

Científica que teve início na Europa no século XVIII.

Ciências e as técnicas utilizadas para produção de bens e serviços são independentes.

Evolução: Antigüidade - Renascença - Surgimento do Capitalismo - Grandes

Descobertas - Surgimento da Imprensa - Revolução Científica - Surgimento do Método

Científico (experimentação para explicação dos fenômenos da natureza), Galileu, Bacon

e Descartes - Fundação de Sociedades e Academias de Ciências.

2ºEstágio - Revolução Industrial até a 2º Guerra Mundial

Revolução Industrial ou Revolução Científica teve início em 1740 na Inglaterra

sendo caracterizada pela introdução de máquinas no processo produtivo, pela

organização no trabalho de forma intensiva e pela ampliação do sistema de crédito.

Fases: Revolução do Carvão e do Ferro de 1780 a 1850

Revolução do Aço e da Eletricidade de 1850 a 1914

Pode-se afirmar que a contribuição inicial da ciência para a Revolução Industrial

não foi de introduzir o conhecimento científico no processo produtivo, mas sim de criar

uma ambiência (Meio em que se vive; meio ambiente) favorável à inovação.

As invenções da Revolução industrial foram resultadas de experimentos empíricos,

produtos de Engenharia artesanal e grandes quantidades de trabalho árduo.

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Somente em fins do século XIX a tecnologia passou a fazer uso significativo da ciência

quando principalmente a Indústria Química e os usos de Engenharia Elétrica se

apoiaram em descobertas científicas.

- Químicas dos corantes sintéticos (Perkin, Royal College of Chemistry em

Londres)

- Usinas geradoras de eletricidade (trabalhos de Faraday, Ampere, Volta e etc.)

Institucionaliza-se a função da Pesquisa e Desenvolvimento experimental na geração de

Tecnologias.

Edison, Pioneiro como fabricante de Tecnologias. Valendo-se dos conhecimentos

científicos disponíveis, principalmente na área elétrica desenvolveu a lâmpada, o reg. de

voltagem medidor de kW hora, fusíveis etc. totalizando 1097 patentes.

O potencial tecnológico do método experimental ou científico comprovado e o

conhecimento dos fenômenos da natureza passou a ser procurado para fins econômicos

e não apenas intelectuais.

Assista ao vídeo: Thomas Edison e suas invenções

http://www.youtube.com/watch?v=g0NqXVdrFEg

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.3.- Propriedade Tecnológica

Tendo definido Tecnologia como mercadoria podemos observar a importância

do reconhecimento de sua propriedade. As grandes empresas da atualidade e entre essas

as empresas multinacionais nasceram em grande parte, da propriedade tecnológica.

Caso a Tecnologia fosse um bem livre certamente não estaríamos em um sistema

capitalista.

O Acordo de Paris e o Sistema Capitalista

Após a metade do século XIX, os problemas perenes do monopólio e de

restrição do comércio começaram a se apresentar como uma nova face de todos os

países industrializados.

A cartelização e a oligopolizada da Economia Mundial tornou-se um problema visível.

Por outro lado, o reconhecimento do Monopólio Tecnológico, reforçando a

“legalização” do fenômeno também ocorreu no mesmo período.

Em 1883, um acordo intergovernamental foi firmado em Paris estabelecendo-se a

Convenção Internacional para a Propriedade Industrial, antes disso não era possível a

garantia da propriedade a nível Internacional. Ficou sendo chamado o Acordo da União

de Paris.

O acordo de Paris propiciou que o “Livre Comércio” fosse processado como a

defesa dos interesses dos grupos econômicos dominantes na esfera de produção de

mercadorias - através das patentes - e na esfera da comercialização - através das marcas.

Desta maneira a substituição de Importações podia ser controlada ou pelo menos

minimizado pelo emprego do Acordo de Paris.

A adoção da propriedade e monopólio da Invenção segue uma seqüência de países e de

datas, correspondentes à entrada dos mesmos no processo de desenvolvimento

capitalista.

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Aspectos do Acordo de Paris

Sua aplicação depende das legislações nacionais dos países membros, todavia há

três pontos característicos do acordo de Paris que são primordiais e na sua essência

obedecidos pelos países membros.

1) Igualdade de Tratamento:

Significa que em termos de proteção à propriedade Industrial, os estrangeiros

tem os mesmos direitos e obrigações que os nacionais

2) Direito de Prioridade:

Prioridade dos direitos que, em todos os países membros de acordo, tem aquele

que primeiro solicitar em um país membro a propriedade de isenção ou da marca. O

prazo de prioridade é de um ano para patentes e seis meses para as marcas.

3) Independência de Propriedade:

A Patente só tem validade jurídica e econômica no país onde foi solicitado ou

concedido, pois os privilégios concedidos pelas patentes podem ser bastantes

diferenciados pelas legislações nacionais.

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.4.- Patente

É um privilégio legal concedido pelo governo aos inventores, por um período

determinado de anos, a fim de excluir outras pessoas de manufaturar, usar ou vender um

produto patenteado ou de utilizar um método ou processo patenteado.

Ao término do prazo para qual o privilégio é concedido, a invenção patenteada é

disponível ao público em geral, isto é, cai em domínio público.

Os Tipos de Patentes

- Patentes de Invenção (PI)

Tem como objeto novo produto ou processo de fabricação que apresente uma solução

para um problema técnico específico e que pode ser fabricada e utilizada

industrialmente.

- Modelos de Utilidade (MU)

Objeto de uso prático suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou

disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou

em sua fabricação.

Obs.: Não se pode patentear um processo como Modelo de Utilidade, somente como

Patente de Invenção.

- Certificado de Adição de Invenção (C)

Objetiva a proteção de aperfeiçoamentos ou desenvolvimentos referentes a invenções

que já são objeto de pedidos depositados. Tais aperfeiçoamentos devem apresentar o

mesmo conceito inventivo do objeto do pedido de patente a que se relaciona, não

constituindo invenção nova. O certificado será aditivo à patente e com mesma data final

de vigência desta.

Patente de importação

Patente estrangeira com direitos reconhecidos no país

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Invenções não Patenteáveis

O requisito de patenteabilidade é o da novidade, isto é, quando não

compreendido pelo estado da técnica, e suscetível de utilização industrial.

As invenções que não podem ser patenteáveis:

- Invenções de finalidade contrária às leis, à moral, a saúde, à segurança pública.

- As descobertas, assim como as teorias científicas e os métodos matemáticos;

As invenções são patenteáveis, mas as descobertas não são. Como descoberta entende-

se (revelação ou identificação de um fenômeno da natureza). A descoberta consiste na

revelação ou identificação de algo (ou fenômeno) até então ignorado, mas já existente

na natureza, através da capacidade de observação do homem.

- Os materiais ou as substâncias já existentes na natureza e as matérias nucleares;

Criações puramente intelectuais e abstratas (um método rápido de divisão, um método

para desenhar objetos ou ensinar idiomas, regras de jogos, método para resolver

palavras cruzadas, apresentação cuja característica principal seja o conteúdo de

informações, etc.).

- As criações estéticas. Criações puramente artísticas ou estéticas (criações que

não envolvem aspectos técnicos, mas puramente artísticos), por não apresentarem

caráter técnico, não são consideradas invenções. Se o efeito estético ou artístico é obtido

através de meios envolvendo características técnicas, tais meios constituem matéria

patenteável, podendo inclusive, o próprio produto obtido ser passível de proteção.

- Técnicas cirúrgicas, concepções puramente teóricas, enxertos de plantas, raças

de animais.

Obs.: A legislação de Patentes é um instrumento de política econômica e industrial e

pode ser usada como objetivos políticos, econômicos sociais e até de segurança

nacional.

Etapas para uma obtenção de uma patente

1- O Pedido

Descreve a invenção, tem que ser um documento tecnológico e não um relatório

codificado.

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2 - A Publicação do pedido

Torna pública a invenção a fim de que terceiros possam contestar, isto é, provar

a inexistência de requisitos de patenteabilidade.

3 - Oposição de Terceiros

Geralmente são empresas concorrentes, com conhecimento suficiente

tecnologicamente para avaliar o estado da arte. Diminui sensivelmente o trabalho da

agência governamental na próxima etapa.

4 - O Exame

É o estudo da invenção perante o estado das artes. Os Engenheiros, Químicos

etc, da agência governamental, podem emitir o parecer sobre a patenteabilidade ou não

da Invenção.

5 - A Concessão

Caso o pedido seja considerado patenteável pela agência governamental (INPI) e

terceiros não tenham contestado, faz-se a concessão da patente. Prazo de validade: 15

anos a partir da data do pedido, uma das menores do mundo capitalista

.

Conceito de Banco de Patentes

Para o empresário que pretende investir em inovação, nada pior do que gastar

dinheiro para criar algo que já existe, ou seja, “reinventar a roda”. Por isso, a

informação tecnológica disponível em bancos de patentes e na literatura especializada,

deve ser consultada antes de iniciar novos projetos. Para isso, o INPI (Instituto Nacional

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de Propriedade Industrial) possui em sua sede uma biblioteca para este fim. Este banco

de patentes também pode ser acessado através do site do INPI

(http://www.inpi.gov.br).

Importância estratégica do ponto de vista tecnológico dos bancos de patentes

1. Manter a empresa atualizada com os mais recentes desenvolvimentos

tecnológicos em seu campo de atuação.

2. Permite-lhe acompanhar o que seus concorrentes, tanto no Brasil como no

exterior estão fazendo em termos de desenvolvimento tecnológico.

3. Fornece subsídios para as atividades de pesquisa e desenvolvimento evitando

esforços e dispêndios na busca de solução para problemas técnicos já resolvidos e

revelados no documento de patente.

4. Revela a tendência do desenvolvimento tecnológico no campo de atuação da

empresa, constituindo-se em alerta quanto à possível obsolescência da tecnologia atual e

surgimento de uma nova.

5. Indica fontes alternativas para aquisição de tecnologia abrindo o mercado

tecnológico mundial.

6. Possibilita a captação de nichos de mercado tendo em vista produtos e

processos patenteados em outros países, não terem o direito de prioridade, por não

terem sidos solicitados no Brasil, as respectivas patentes.

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.5.- Marca

Conceito

É um registro legal concedido pelo governo dando proteção ao seu proprietário

na esfera da comercialização. O prazo de validade é de 10(dez) anos a contar da data do

pedido, podendo ser prorrogado por períodos iguais e sucessivos.

Valor da Marca

Para as organizações as marcas são uma propriedade legal e muito valiosa, que

tem uma grande influência no comportamento do consumidor, podem ser

comercializadas, ou seja, tem grande valor na compra e na venda.

Veja abaixo um vídeo, mostrando as 100 marcas mais valiosas do mundo em 2011,

conforme avaliação e metodologia da MillwardBrown Optimor.

http://www.youtube.com/watch?v=Cymn3VEip2E

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.6.- Conceito de Royalties

É a remuneração pelo aluguel ou cessão de direitos da propriedade tecnológica.

Este conceito também se estende a outras remunerações no que tange os direitos de

exploração como por exemplo de lavras, obras literárias, entre outros.

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.7.- Conceito de Know-How

O termo inglês "Know-How" é utilizado para designar uma técnica, um

conhecimento ou uma capacidade desenvolvida por uma organização ou por uma pessoa

e que sejam usualmente aplicáveis nos setores primário, secundário e/ou terciários da

economia. O know-kow pode, em determinados casos, constituir uma importante fonte

de vantagens competitivas para quem o detém.

No caso dos contratos de "Know-How" a empresa somente transfere os conhecimentos

que possui sobre os quais não têm direitos de propriedade definidos e, portanto, não

licencia.

Características do Know-How e suas Variações (Segredo de Fabricação e

Informações Confidenciais)

A - Em geral, não é uma propriedade legalmente reconhecida.

B - Há uma contradição de fundamentos com o “sistema” de patentes.

C - Sendo secreto, sigiloso ou confidencial e não tendo validade temporal, seus

“direitos” no comércio de tecnologia podem objetivamente, tornar-se superiores e mais

amplos do que os direitos da propriedade industrial.

D - Nenhuma autoridade governamental tem conhecimento do que compreende

qualquer know-How específico.

Desta forma, ao aceitarmos os acordos de Know-How estamos deixando de conhecer a

verdadeira origem da tecnologia.

No momento em que sucede o surto de industrialização acelerado provavelmente

já se encontra perdido o prazo de prioridade, o que significa a impossibilidade de então

ser obtido o privilégio, geralmente já em vigor nos países desenvolvidos. O que resta a

fim de receber os pagamentos pela tecnologia oferecida, é o contrato de Know-How,

que encobre direitos de patentes não existentes em outros países.

A maioria das empresas do mundo desenvolvido, podendo-se incluir entre elas várias

empresas multinacionais, não possuem no país as patentes que protegem a sua

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tecnologia e portanto utilizam know-how como forma de proteger seu conhecimento. O

fato pode ser explicado pelos custos de se obter as patentes em cada país.

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.8.- Conceito de Franquia

O Sistema de "Franchising" é uma metodologia de expansão utilizada por uma

empresa (empresa Franqueadora) que detém o "know-how", experiência comprovada,

uma marca reconhecida e forte e um histórico de sucesso na venda de determinado

produto e/ou serviço.

Segundo definição da ABF - Associação Brasileira de Franchising é:

"Sistema onde alguém (Franqueador) autoriza um terceiro (Franqueado), a explorar os

direitos de uso da marca, os direitos de distribuição de produtos e/ou serviços em um

mercado definido e os direitos de utilizar um sistema de operação e gestão de um

negócio de sucesso".

Uma franquia é uma relação permanente entre o franqueador e o franqueado, na

qual a soma total do conhecimento, da imagem do sucesso, da produção e das técnicas

de marketing do franqueador são fornecidas ao franqueado. Aceitar a franquia é aceitar

ser dirigido ad infinitum, concordando com a dependência tecnológica.

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.9.- Ativos Intangíveis

Os chamados ativos intangíveis são aqueles que não têm existência física.

Alguns podem ser alugados ou vendidos e, por isto, são chamados de "ativos

intangíveis de propriedade". Outros, que fazem parte da própria empresa, e por isto são

difíceis de se definir concretamente, são chamados de "ativos intangíveis de posse".

Neste último caso, a única garantia que a empresa tem sobre eles é a sua posse, pois não

são legalmente reconhecidos.

Entre os ativos intangíveis de propriedade encontram-se as patentes,marcas registradas e

nomes comerciais. Na categoria de ativos intangíveis de posse enquadram-se o

conhecimento técnico (Know-how), a reputação comercial da empresa e outros bens

semelhantes.

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.10.- Eventuais Aspectos Contratuais nas Negociações Tecnológicas

1. Cláusula de Cessação de Produção

Após o término deste contrato, a contratante deverá imediatamente cessar a

produção dos produtos fabricados sob acordo. Acontece exclusivamente nos contratos

de Know-How. Conseqüências: O contratante procurará manter o contrato e, portanto os

pagamentos por um prazo indeterminado.

2. - Cláusula de Tecnologia por Capacidade Instalada

Vincula o pagamento da tecnologia negociada à capacidade instalada de

produção, desta maneira a contratante pagará indefinidamente, caso realize novas

ampliações de capacidade.

3. - Cláusula/Contrato de Confidencialidade

Típica dos contratos de Know-How, não é utilizada nos contratos de

licenciamento de patentes. Portanto, impossibilita a difusão tecnológica no aspecto

macroeconômico. Representa a contradição entre Know-How e o sistema de patente.

4. - Cláusula de Restrição à Exportação

Boa parte dos contratos possuem restrição à exportação, e que demonstra a

importância desta cláusula para os fornecedores de Tecnologia. Os fornecedores de

tecnologia não desejam a concorrência.

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.11.- Invenção e Inovação

O que faz com que uma idéia seja considerada interessante e se possa

transformar num projeto ou até num produto? Por que razão grande parte dos produtos

são baseados em algo já existente?

Para melhor perceber como uma idéia se pode transformar num produto importa

compreender a diferença entre invenção e inovação. Buxton, em "Innovation vs.

Invention" , apresenta uma clara distinção entre os dois termos:

“Inovação tem mais a ver com a prospecção, refinação e adição de valor, do que com a

pura invenção. (...) Muitas vezes a obsessão está em 'inventar' algo totalmente único, em

vez de extrair valor a partir da compreensão criativa do que já é conhecido.”

As invenções e correspondentes inovações têm ocorrido em ondas sucessivas e

espaçadas. O tempo decorrido entre as invenções e as correspondentes inovações tem

decrescido a cada nova onda.

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Anotações

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2.-CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

2.12.- Ciclo de Vida do Produto

ROCHA E CHRISTENSEN (1999, p. 212) definem que os produtos se submetem a 4

estágios:

• Introdução do Produto: ocorre quando o produto é iniciado no mercado, sem

que haja uma demanda pré-existente. O ritmo de crescimento é lento e as vendas são

fracas.

• Crescimento: ocorre quando há uma aceleração nas vendas e já há uma

demanda acelerada para o produto, sendo que os concorrentes se acentuam. Por

exemplo, Ipad;

• Maturidade: é o estágio em que o produto já se estabeleceu no mercado, assim

como sua demanda, sendo que as vendas permanecem com pouco aumento e constantes.

Por exemplo, DVD player;

• Declínio: define queda acentuada nas vendas do produto, o que pode gerar seu

desaparecimento. Algumas empresas saem do mercado. Por exemplo, televisores

convencionais, sem tela plana;

Fonte: adaptado de ROCHA E CHRISTENSEN (1999, p. 213)

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KOTLER (1998, p. 309) coloca que os produtos passam por esses quatro estágios e

complementa que, geralmente, é difícil determinar em que ponto exato um estágio

começa e outro termina, mas que eles podem ser identificados de acordo com as vendas

do produto.

Com a constante idéia de lançar novidades e inovações no mercado atual, o ciclo

de vida do produto se torna cada vez mais curto, fazendo com que os produtos se

tornem obsoletos rapidamente. Cada vez mais, produtos lançados permanecem menos

tempo no mercado, já que os ciclos são percorridos rapidamente. Logo após o seu

declínio e, por conseqüência, seu desaparecimento, são lançadas novas tentativas e

alternativas de produtos que possam oferecer êxito para a empresa.

Confira o vídeo abaixo, como o ciclo de vida do produto está cada vez menor e as

invenções e inovações cada vez mais surpreendentes:

http://www.youtube.com/watch?v=lzsBwnv_dAg

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Anotações

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3.-ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS DO DOMÍNIO CIENTÍFICO -

TECNOLÓGICO

3.- Conceitos de Poder Potencial e Poder Efetivo

Poder Potencial de um país representa comparativamente a outros países a sua

disponibilidade de condições físicas capazes de propiciar a geração de riqueza e poder,

está associado basicamente ao seu território e a sua população.

Poder Efetivo de um país representa num dado instante a sua capacidade de transformar

em riqueza e poder as disponibilidades físicas que lhe estão disponíveis.

A Educação é fator central na transformação do Poder Potencial em Poder efetivo, pois

a capacidade científica e tecnológica é extremamente dependente da qualificação

intelectual de seu povo.

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Anotações

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3.-ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS DO DOMÍNIO CIENTÍFICO -

TECNOLÓGICO

3.1.- Estratégias de Poderes

Brasil, Rússia, China e Índia, países de elevado poder potencial, ainda

apresentam baixa capacidade de produção científica e tecnológica. São países

extremamente dependentes de conhecimentos vindos do exterior para que o seu setor

produtivo funcione com alguma modernidade.

EUA líder científico e tecnológico mundial (Alto Poder Potencial e Alto Poder

Efetivo).

Japão, terceira economia mundial - apesar de não ter produzido grande

contribuição à ciência mundial tem a capacidade extraordinária de introduzir inovações

tecnológicas no mercado com um baixo poder potencial.

Europa (UE) 2ª potencial científico tecnológico mundial.

Criação da UE, brilhante projeto estratégico: Agregação de Poder Potencial e

capacidade científica tecnológico.

União Tóquio e Pequim – inviável politicamente devido à vulnerabilidade do Japão com

seu baixo poder potencial.

A história tem comprovado que só o domínio tecnológico torna

comparativamente vantajosa a riqueza primária. A simples disponibilidade de bens

primários tem se constituído em fator de subjugação das nações.

A formação de um Polo de Poder a nível mundial exige elevado poder efetivo não

vulnerável a fatores externos, ou seja. Poder efetivo dotado de Poder Potencial. Esta

condição pode ser alcançada por um país ou por um bloco de países.

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3.-ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS DO DOMÍNIO CIENTÍFICO -

TECNOLÓGICO

3.2.- Pesquisa e Desenvolvimento

Nos países líderes de desenvolvimento a nível mundial o locus do

desenvolvimento tecnológico é o setor produtivo privado. No Brasil isto não ocorre, o

setor privado responde por menos de 10% dos investimentos em P e D.

Isto ocorre por causa dos motivos descritos abaixo:

1. Os setores mais dinâmicos dominados por empresas multinacionais que somente

realizam pesquisas significativas em suas matrizes;

2. As empresas nacionais são em grande parte fortemente dependentes do exterior

no que diz respeito das tecnologias que utilizam;

3. Os incentivos para investimentos em P e D não tem sido estimulante para a

geração autóctone de tecnologias.

Sem um Potencial estável para o desenvolvimento científico e tecnológico sem

investimentos na educação, sem fortes incentivos para as atividades de pesquisa e

desenvolvimento experimental nas empresas continuaremos na periferia da ordem

econômica mundial.

Quais os fatores determinantes para que um país consiga transformar o seu poder

potencial disponível em poder efetivo?

Educação e a capacidade científica e tecnológica da produção são

imprescindíveis.

Capacidade Científica e Tecnológica

Parâmetros de Avaliação

Investimento em ciência e tecnologia

Nº de Pesquisadores por habitante

Nº de Artigos científicos publicados por ano

Nº de Patentes nacionais requeridas por ano

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Balanço de importação / exportação de tecnologia

Premissas Básicas para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico

1. A base do desenvolvimento é a educação em todos os níveis.

2. No mundo moderno nenhum país será desenvolvido se não tiver uma base

educacional e cultural forte e sobre tudo tecnológica.

3. Qualquer alternativa de desenvolvimento só é real quando voltada para resolver

os problemas da população.

4. Os problemas próprios exigem soluções próprias. As experiências de outros

podem ser aproveitadas desde que não agridam o nosso meio e a nossa cultura.

Fatores limitantes para o desenvolvimento científico e tecnológico

1. Falta de opção política para a ciência e a Tecnologia

2. Deficiência de Recursos Humanos.

3. Dificuldade para formação de técnicos de alto nível.

4. Mal aproveitamento dos Recursos Humanos existentes.

5. Dificuldade de integração das Entidades de Pesquisa entre si e as Indústrias e a

Sociedade.

6. Falta de Recursos para a Educação e Pesquisa.

7. Desequilíbrio entre Pesquisa Básica Científica X Tecnológica.

8. Falta de estrutura das Bibliotecas e Bancos de Dados.

9. Dificuldades de Manutenção, compra de Importação de equipamentos/ materiais.

10. Baixo salário dos Professores e Pesquisadores.

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Anotações

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4. - METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLOGICA

4.- O Método Científico

O método

Método segundo o dicionário Michaelis significa:

1. Conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim.

2. Ordem ou sistema que se segue no estudo ou no ensino de qualquer disciplina.

3. Maneira sistemática de dispor as matérias de um livro.

4. Maneira de fazer as coisas; modo de proceder.

5. Conjunto de regras para resolver problemas análogos.

6. Classificação ou distribuição sistemática dos diversos seres, segundo os

caracteres ou semelhanças que apresentam.

O método em seu sentido mais geral é a ordem que se deve impor aos diferentes

processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências,

entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar

na investigação e demonstração da verdade.

O método não se inventa. Depende do objeto da pesquisa. Os sábios, cujas

investigações foram coroadas de êxito, tiveram o cuidado de anotar os passos

percorridos e os meios que o levaram aos resultados. Outro, depois deles, analisaram

tais processos e justificaram a eficácia dos mesmos. Assim, tais processos, empíricos no

início, transformaram-se gradativamente em métodos verdadeiramente científicos.

A época do empirismo passou. Hoje em dia não é mais possível improvisar. A atual fase

é a da técnica, da precisão, da previsão, do planejamento. Ninguém se pode dar ao luxo

de fazer tentativas ao acaso para ver se colhe algum êxito inesperado.

Deve-se disciplinar o espírito, excluir das investigações o capricho e o acaso, adaptar o

esforço às exigências do objeto a ser estudado, selecionar os meios e os processos mais

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adequados. Tudo isso é dado pelo método. Assim, o bom método torna-se fator de

segurança e economia.

Definição do método científico

O método científico quer descobrir a realidade dos fatos e esses, ao serem

descobertos devem, por sua vez, guiar o uso do método. Entretanto, como já foi dito, o

método é apenas um meio de acesso: só a inteligência e a reflexão descobrem o que os

fatos realmente são.

O método científico segue o caminho da dúvida sistemática, metódica que não se

confunde com a dúvida universal dos céticos, que é impossível. O cientista, sempre que

lhe falta evidência como arrimo, precisa questionar e interrogar a realidade.

O método científico mesmo aplicado no campo das ciências sociais deve ser aplicado de

modo positivo, e não de um modo normativo, isto é, a pesquisa positiva deve preocupar-

se com o que é e não com o que se pensa que se deve ser.

Toda investigação nasce de um problema observado ou sentido, de tal modo que

não pode prosseguir, a menos que se faça uma seleção da matéria a ser tratada. Essa

seleção requer alguma hipótese ou pressuposição que irá guiar e, ao mesmo tempo,

delimitar o assunto a ser investigado. Daí o conjunto de processo ou etapas de que se

serve o método científico, tais como observação e coleta de todos os dados possíveis, a

hipótese que procura explicar provisoriamente todas as observações de maneira simples

e viável, a experimentação que dá ao método científico também o nome de método

experimental, a indução da lei que fornece a explicação ou o resultado de todo o

trabalho de investigação, a teoria que insere o assunto tratado num complexo mais

amplo.

Conhecimento

O homem não age diretamente sobre as coisas. Sempre há um intermediário, um

instrumento entre ele e seus atos. Isto também acontece quando faz ciência, quando

investiga cientificamente. Não é possível fazer um trabalho científico sem conhecer os

instrumentos. E esses constituem de uma série de termos e conceitos que devem ser

claramente distinguidos, de conhecimentos a respeito das atividades cognoscitivas que

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nem sempre entram na constituição da ciência, de processos metodológicos que devem

ser seguidos, a fim de chegar-se a resultados de cunho científico e, finalmente, é preciso

imbuir-se de espírito científico.

O conhecer é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto

conhecido. No processo de conhecimento o sujeito cognoscente se apropria, de certo

modo, do sujeito conhecido.

Se a apropriação é física, sensível, por exemplo, a representação de uma onda

luminosa, de um som, o que acarreta uma modificação de um órgão corporal do sujeito

cognoscente, tem-se um conhecimento sensível. Tal tipo de conhecimento é encontrado

tanto em animais quanto no homem.

Se a representação não é sensível, o que ocorre com realidades tais como conceitos,

verdades, princípios e leis, tem-se então o conhecimento intelectual.

O conhecimento sempre implica uma dualidade de realidades: de um lado, o sujeito

cognoscente e, de outro, o objeto conhecido, que está possuído, de certa maneira, pelo

cognoscente. O objeto conhecido pode, às vezes, fazer parte do sujeito que conhece.

Pode-se conhecer a si mesmo, pode-se conhecer e pensar os seus pensamentos. Mas

nem todo conhecimento é pensamento. O pensamento é conhecimento intelectual.

Pelo conhecimento o homem penetra nas diversas áreas da realidade para dela tomar

posse. A própria realidade apresenta níveis de estruturas diferentes em sua própria

constituição. Assim, a partir de um ente, fato ou fenômeno isolado, pode-se subir até

situá-lo dentro de um contexto mais complexo, ver seu significado e função, sua

natureza aparente e profunda, sua origem, sua finalidade, sua subordinação a outros

entes, enfim, sua estrutura fundamental com todas as implicações daí resultantes.

Esta complexidade do real, objeto de conhecimento, ditará, necessariamente,

formas diferentes de apropriação por parte do sujeito cognescente. Essas formas darão

os diversos níveis de conhecimento segundo o grau de penetração do conhecimento e

consequente posse mais ou menos eficaz da realidade, levando ainda em conta a área ou

estrutura considerada.

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Com relação ao homem, por exemplo, pode-se considerá-lo em seu aspecto externo e

aparente e dizer uma série de coisas que o bom senso dita ou a experiência cotidiana

ensinou; pode-se, também, estudá-lo com espírito mais sério, investigando

experimentalmente as relações existentes entre certos órgãos e suas funções; pode-se,

ainda, questioná-lo quanto à sua origem, sua realidade e destino e finalmente, investigar

a respeito de suas crenças e convicções religiosas e filosóficas.

Tem-se assim, quatro espécies de considerações sobre a mesma realidade; o homem,

consequentemente o pesquisador, está se movendo dentro de quatro níveis diferentes de

conhecimento. O mesmo pode ser feito com outro objetos de investigação.

Tem-se, então, conforme o caso:

1. conhecimento empírico;

2. conhecimento científico;

3. conhecimento filosófico;

4. conhecimento teológico.

Figura 1 – Os níveis de conhecimento

Conhecimento empírico

Conhecimento empírico, também conhecido como vulgar, é o conhecimento do

povo obtido ao acaso, após inúmeras tentativas. É ametódico e assistemático.

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O homem comum, sem formação, tem conhecimento do mundo material exterior, onde

se acha inserido, e de um certo número de homens, seus semelhantes, com os quais

convive. Vê-os no momento presente, lembra-se deles, prevê o que poderão fazer e ser

no futuro. Tem consciência de si mesmo, de suas ideias, tendências e sentimentos. Cada

qual se aproveita da experiência alheia. Pela linguagem os conhecimentos transmitem-

se de uma pessoa à outra, de uma geração à outra.

Pelo conhecimento empírico, o homem simples conhece o fato e sua ordem aparente,

tem explicações concernentes à razão de ser das coisas e dos homens. Tudo isso é

obtido das experiências feitas ao acaso, sem método, e de investigações pessoais feitas

ao sabor das circunstâncias da vida ou então sorvido do saber dos outros e das tradições

da coletividade ou, ainda, tirado de uma religião positiva.

O conhecimento científico

O conhecimento científico vai além do empírico, além do fenômeno, suas causas

e leis.

Para Aristóteles o conhecimento só se dá de maneira absoluta quando sabemos qual a

causa que produziu o fenômeno e o motivo, porque pode ser de outro modo; é o saber

através da demonstração.

A ciência, até a Renascença, era tida como um sistema de proposições rigorosamente

demonstradas, constantes e gerais que expressam as relações existentes entre seres, fatos

e fenômenos da experiência.

O conhecimento científico era caracterizado:

1. certo, porque sabe explicar os motivos de sua certeza, o que não acontece com o

empírico;

2. geral, no sentido que de conhecer no real o que há de mais universal e válido

para todos os casos da mesma espécie. A ciência, partindo do indivíduo concreto,

procura o que nela há de comum com os demais da mesma espécie;

3. metódico e sistemático. O cientista não ignora que os seres e fatos estão ligados

entre si por certas relações. O seu objetivo é encontrar e reproduzir esse encadeamento.

Alcança-o por meio do conhecimento ordenado de leis e princípios.

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A essas características acrescentam-se outras propriedades da ciência, como a

objetividade, o desinteresse pela vaidade e o espírito crítico.

A ciência, assim entendida, era o resultado da demonstração e da experimentação, só

aceitando o que fosse provado.

Hoje a concepção de ciência é outra. A ciência não é considerada como algo pronto,

acabado ou definitivo. Não é posse de verdades imutáveis.

Atualmente, a ciência é entendida como uma busca constante de explicações e soluções,

de revisão e reavaliação de seus resultados e tem a consciência clara de sua falibilidade

e de seus limites.

Nessa busca sempre mais rigorosa, a ciência pretende aproximar-se cada vez mais da

verdade através de métodos que proporcionem um controle, uma sistematização, uma

revisão de uma segurança maior do que possuem outras formas de saber não científicas.

Por ser algo dinâmico, a ciência busca renovar-se e reavaliar-se continuamente. A

ciência é um processo de renovação.

Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico distingue-se do científico pelo objeto de investigação

e pelo método. O objeto das ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis

pelos sentidos ou por instrumentos, pois sendo de ordem material e física, são por isso

suscetíveis de experimentação (método científico = experimental). O objeto da filosofia

é constituído de realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos e que, por serem de

ordem suprassensíveis, ultrapassam a experiência (método racional).

A ordem natural do procedimento é, sem dúvida, partir dos dados materiais e sensíveis

(ciência) para se elevar aos dados de ordem metempírica, não sensíveis, razão última da

existência dos entes em geral (filosofia). Parte-se do concreto material para o concreto

suprameterial, do particular ao universal.

Na concepção clássica, a filosofia era considerada a ciência das coisas por suas causas

supremas. Modernamente, prefere-se falar em filosofar. O filosofar é um interrogar, é

um questionar a si e à realidade. A filosofia não é algo feito, acabado. A filosofia é uma

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busca constante do sentido, de justificação, de possibilidades, de interpretação a respeito

de tudo aquilo que envolve o homem e sobre o próprio homem em sua existência

concreta.

Filosofar é interrogar. A interrogação parte da curiosidade. Esta é inata. Ela é

constantemente renovada, pois surge quando um fenômeno nos revela alguma coisa de

um objeto e ao mesmo tempo nos sugere o oculto, o mistério. Este impulsiona o homem

a buscar o desvendamento do mistério. Vê-se assim, que a interrogação somente nasce

do mistério, que é oculto enquanto sugerido, Jasper em sua Introdução à Filosofia,

coloca a essência da filosofia na procura do saber e não em sua posse. A filosofia trai a

si mesma e degenera quando é posta em fórmulas.

A tarefa fundamental da filosofia resume-se na reflexão. A experiência fornece uma

multiplicidade de impressões e opiniões. Adquirem-se conhecimentos científicos e

técnicos nas mais variadas áreas. Têm-se aspirações e preocupações as mais diversas. A

filosofia procura refletir sobre esse saber, interroga-se sobre ele, problematiza-o.

Filosofar é interrogar principalmente sobre fatos e problemas que cercam o homem

concreto, inserido em seu contexto histórico. Esse contexto muda-se através dos

tempos, o que explica o deslocamento de temas de reflexão filosófica. É claro que

alguns temas perpassam a história como o próprio homem; qual o sentido do homem e

da vida? Existe ou não existe o absoluto? Há liberdade? Entretanto, no campo da

reflexão ampliou-se muito nos nossos dias. Hoje, os filósofos, além das interrogações

metafísicas tradicionais, formulam novas questões: o homem será dominado pela

técnica? A máquina substituirá o homem? Também o homem será produzido em série,

em tubos de ensaio? As conquistas espaciais comprovam que o poder ilimitado do

homem? O progresso técnico é um benefício para a humanidade? Quando chegará a vez

do combate contra a fome e a miséria? O que é valor hoje?

A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal. Não há

soluções definitivas para grande número de questões. Entretanto, habilita o homem a

fazer uso de suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta.

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Conhecimento teológico

Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua

origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada

indivíduo. Os estudiosos consideram o conhecimento teológico como produto da fé

humana na existência de uma ou mais entidade divinas – a um deus ou muitos deuses ou

seres divinizados, mitificados.

Geralmente atribuídos a revelações do mistério, do oculto, por algo que é interpretado

como mensagem ou manifestação de alguma divindade. Criam-se tradições orais e ou

escritas que atribuem tais revelações a alguém que se considera sagrado. Apresenta

respostas para questões que os conhecimentos vulgar, filosófico e científico não

conseguem responder satisfatoriamente.

Exemplo: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em duendes;

acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc..

Leis

Lei, segundo o dicionário Michaelis, (exemplar UOL) significa:

Preceito emanado da autoridade soberana;

Prescrição do poder legislativo;

Regra ou norma de vida.

Relação constante e necessária entre fenômenos ou entre causas e efeitos.

Obrigação imposta.

Preceito ou norma de direito, moral etc.

Religião fundada sobre um livro.

As leis científicas que o processo alcança são, nas palavras de Montesquieu, as relações

constantes e necessárias que derivam da natureza das coisas. As leis exprimem quer

relações de existência ou de coexistência (a água é um corpo incolor, inodoro, tendo tal

densidade a tantos graus Centígrados, suscetível de assumir o estado líquido, sólido ou

gasoso etc.), quer relações de casualidade ou de sucessão (a água ferve a 100 graus

Centígrados, o calor dilata os metais etc.), quer enfim relações de finalidade (o pâncreas

tem por função também regular a quantidade de açúcar no sangue)

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Teoria e Hipótese

O emprego usual do termo teoria opõe-se ao da prática. Nesse sentido, a teoria

refere-se ao conhecimento (=saber, conhecer) em oposição à prática como ação (=agir,

fazer).

Aqui, entretanto, o termo teoria é empregado para significar um resultado a que tendem

as ciências. Estas não se contentam apenas com a formulação das leis. Ao contrário,

determinadas as leis, procuram interpreta-las ou explica-las.

Assim surgem as chamadas teorias científicas, que reúnem determinado número de leis

particulares sob a forma de uma lei superior e mais universal.

Ou, conforme Lahr: “Um conjunto de leis particulares, mais ou menos certas ligadas por

uma explicação comum, torna o nome de sistema ou teoria, por exemplo, sistema de

Laplace, a teoria da evolução...”.

Atualmente, porém, a teoria designa uma construção intelectual que aparece como

resultado do trabalho filosófico ou científico (ou ambos). A teoria não pode ser

reduzida, como alguns pretendem, à hipótese, mas é certo que as hipóteses – enquanto

supostos fundamentais – não podem ficar excluídas da construção teórica.

A teoria distingue-se da hipótese, uma vez que a hipótese é verificável

experimentalmente, e a teoria não. Todas as proposições da teoria se integram no

mundo do discurso (conhecimento), enquanto a hipótese comprova a sua validade,

submete-se ao teste da experiência.

A teoria é interpretativa, enquanto a hipótese resulta em explicação através de leis

naturais.

A teoria formula necessariamente hipóteses, enquanto ao passo que essas subsistem

independente dos enunciados teóricos.

Função das teorias:

coordenam e unificam o saber científico;

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são instrumentos preciosos do sábio, sugerindo-lhe analogias até então ignoradas

e possibilitando-lhe, assim, novas descobertas.

Teoria e Fatos

O senso comum tende a considerar o fato como realidade, isto é, verdadeiro,

definitivo, inquestionável e auto evidente. Da mesma forma, imagina teoria como

especulação, ou seja, ideias não comprovadas que, uma vez submetidas à verificação, se

revelarem verdadeiras, passam a constituir fatos e, até, leis.

Sob o aspecto científico, entretanto, se o fato é considerado uma observação

empiricamente verificada, a teoria se refere a relações entre fatos ou, em outras

palavras, à ordenação significativa desses fatos, constituindo em conceitos,

classificações, correlações, generalizações, princípios, leis, regras, teoremas, axiomas

etc.

Dessa forma conclui-se que:

Teoria e fato não são diretamente opostos, mas inextrincavelmente inter-

relacionado, consistindo em elementos de um mesmo objetivo – a procura da verdade –,

sendo indispensáveis a abordagem científica.

Teoria não é especulação, mas um conjunto de princípios fundamentais, que se

constituem um instrumento científico apropriado na procura e principalmente na

explicação dos fatos;

Ambos, teoria e fato, são objetos de interesse dos cientistas: não existe teoria

sem ser baseada em fatos; por sua vez; a compilação de fatos ao acaso, sem um

princípio de classificação (teoria), não produziria a ciência – ter-se-ia um acúmulo de

fatos não sistematizados, não relacionados, mas amorfos e dispersos, impossíveis de

serem interligados e explicados;

O desenvolvimento da ciência pode ser considerado como uma inter-relação

constante entre a teoria e fato.

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Volte para sua disciplina e participe do Fórum de "Metodologia Científica e

Tecnológica"

Anotações:

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4. - METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLOGICA

4.1- Técnicas de Aprendizagem

Leitura

Para tirar proveito das riquezas literárias, o segredo está nas normas e técnicas

da leitura inteligente. Quem não sabe ler cientificamente as obras escritas tampouco

saberá tomar boas anotações.

Pode-se ler com distintas finalidades: para formar-se, para distrair-se ou para recolher

informações. Em razão destas finalidades, pode-se classificar a leitura em três tipos:

leitura formativa, leitura de distração e leitura informativa.

Esta última é feita com vista à coleta de dados ou informações que serão utilizados em

trabalhos para responder a questões específicas. Deve-se sempre ter presente o objetivo

da pesquisa, caso contrário, a leitura informativa torna-se distrativa ou passatempo.

Expõe-se a seguir as fases das características da leitura informativa. Fases cronológica e

lógica ao mesmo tempo, pois devem suceder-se uma após a outra e nesta sucessão

temporal, o pensamento reflexivo percorre as etapas no termo das quais surge o

conhecimento científico: visão global (sincrética), visão analítica, visão sintética.

Leitura de reconhecimento e pré-leitura

Na fase inicial da leitura informativa, o pesquisador deve certificar-se da

existência ou das informações que procura, além de obter uma visão global das mesmas.

São duas, pois, as finalidades desta leitura: em primeiro lugar, permitirá ao pesquisador

selecionar os documentos bibliográficos que contém dados ou informações suscetíveis

de serem aproveitados na solução dos problemas; em segundo lugar, dará ao

pesquisador uma visão global do assunto focalizado, visão indeterminada, mas

indispensável para poder progredir no conhecimento.

Faz-se a leitura de reconhecimento ou a pré-leitura examinada a folha de rosto, os

índices, a bibliografia, as citações ao pé da página, o prefácio, a introdução e a

conclusão. Tratando-se de livros, percorrem-se o capítulo introdutório e o final; para o

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conhecimento de um capítulo estudem-se o primeiro e o último parágrafos. Tratando-se

de artigos de revistas ou jornais, normalmente a ideias está contida no título do artigo e

das partes. Os primeiros parágrafos trazem geralmente o conjunto dos dados mais

importantes.

Leitura seletiva

Localizadas as informações, procede-se à escolha do melhor de acordo com os

conhecimentos do trabalho. Selecionar é eliminar o dispensável para fixar-se no que

realmente é interessante.

Dá-se o primeiro passo de uma leitura mais séria, embora não se trate ainda de um

estudo exaustivo e minucioso. Para selecionar os dados e informações é necessário

definir os critérios de seleção. Os critérios da leitura seletiva são os propósitos do

trabalho: o problema formulado, as perguntas elaboradas quando se questionou o

assunto ou, ou em outros termos, os objetivos intrínsecos do trabalho. Somente os dados

que possam fornecer alguma luz sobre o problema, constituindo um elemento de

resposta ou de solução, é que serão selecionados. Pode-se voltar várias vezes a um

mesmo texto com propósitos distintos. São estes que determinam a importância e a

significação dos materiais.

Leitura crítica ou reflexiva

Feita a seleção do material útil para o trabalho, o pesquisador ingressa no estudo

propriamente dito dos textos, com a finalidade de saber o que o autor afirma sobre o

assunto.

Nessa fase são necessárias certas atitudes, como culto desinteressado da verdade e

ausência de preconceitos. Simultaneamente o pesquisador deve ter sempre presente

diante de si os problemas que se dispõem a resolver através do estudo.

É uma fase de estudos, isto é, de reflexão deliberada e consciente (processo de

aprendizagem); de percepção dos significados, o que envolve um esforço reflexivo que

se manifesta através de operações de análise, comparação, diferenciação, síntese e

julgamento (processo de apreensão); da apropriação dos dados referentes ao assunto ou

problema (processo de assimilação).

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Esquema

A leitura é um método de estudo que tem como objetivos:

1. Favorecer a compreensão global do significado do texto;

2. Treinar para a compreensão e interpretação crítica dos textos;

3. Auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico;

4. Fornecer instrumentos para o trabalho intelectual desenvolvido nos seminários,

no estudo dirigido, no estudo pessoal e em grupos, na confecção de resumos, resenhas,

relatórios etc.

A seguir estão descritos os processos básicos, figura 2:

1. Análise textual: preparação do texto; trabalhar sobre unidades delimitadas (um

capítulo, uma seção, uma parte etc., sempre um trecho com um pensamento completo);

fazer uma leitura rápida e atenta da unidade para se adquirir uma visão de conjunto da

mesma; levantar esclarecimentos relativos ao autor, o vocabulário específico, aos fatos,

doutrinas e autores citados, que sejam importantes para a compreensão da mensagem;

esquematizar o texto, evidenciando sua estrutura racional.

2. Análise temática: compreensão do texto; determinar o tema-problema, a idéia

central e as ideias secundárias da unidade; refazer a linha de raciocínio do autor, ou seja,

reconstruir o processo lógico do autor; evidenciar a estrutura lógica do texto,

esquematizando a sequência das ideias.

3. Análise interpretativa: interpretação do texto; situar o texto no contexto da

vida e obra do autor, assim como no contexto da cultura de sua especialidade, tanto do

ponto de vista histórico quanto do ponto de vista teórico; explicar os pressupostos do

autor que justifiquem suas propostas teóricas; aproximar e associar ideias do autor

expressas na unidade com outras ideias relacionadas à mesma temática; exercer uma

atitude crítica diante das posições do autor em termos de:

1. coerência interna da argumentação;

2. validade dos argumentos empregados;

3. originalidade do tratamento dado ao problema;

4. profundidade de análise do tema;

5. alcance das suas conclusões e consequências;

6. apreciação e juízo pessoal das ideias defendidas.

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4. Problematização: discussão do texto; levantar e debater questões explícitas ou

implícitas no texto; debater questões afins sugeridas pelo leitor. (A leitura analítica é

também fonte essencial da documentação. Cada uma das etapas fornece elementos que,

de acordo com as necessidades de cada um, podem ser transcritos para a ficha de

documentação).

5. Síntese pessoal: reelaboração pessoal da mensagem; desenvolver a mensagem

mediante retomada pessoal do texto e raciocínio personalizado; elaborar um novo texto,

com redação própria, com discussão e reflexões pessoais.

Figura 2 – Processos básicos de análise

Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

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4. - METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLOGICA

4.2 - Estudo

Em primeiro lugar, é preciso que o estudante se conscientize de que daqui para

frente o resultado do processo depende fundamentalmente dele mesmo. Seja pelo seu

próprio desenvolvimento psíquico e intelectual, seja pela própria natureza do processo

educacional desse nível, as condições de aprendizagem transformam-se no sentido de

exigir do estudante maior autonomia na efetivação da aprendizagem, maior

independência em relação aos subsídios da estrutura do ensino e dos recursos

institucionais que ainda continuam sendo oferecidos. O aprofundamento da vida

científica passa a exigir do estudante uma postura de auto atividade didática que será

sem dúvida, crítica e rigorosa. Todo o conjuntos de recursos que está na base do ensino

superior não pode ir além de sua função de fornecer instrumentos para uma atividade

criadora.

Em segundo lugar, convencido da especialidade dessa situação, deve o estudante

empenhar-se em num projeto de trabalho altamente individualizado, apoiado no

domínio e na manipulação de uma série de instrumentos que devem estar contínua e

permanentemente ao alcance de suas mãos. É com o auxílio desses instrumentos que o

estudante se organiza na no estudo e disciplina sua vida científica. Este material didático

e científico serve de base para o estudo pessoal e para complementação dos elementos

adquiridos no decurso do processo coletivo de aprendizagem em sala de aula. Dado o

novo estilo de trabalho a ser inaugurado pela vida universitária, a assimilação de

conteúdos já não pode ser feita de maneira passiva e mecânica como costuma ocorrer,

muitas vezes, nos ciclos anteriores. Já não basta a presença física às aulas e o

cumprimento forçado de tarefas mecânicas: é preciso dispor de um material de trabalho

específico à sua área e explora-lo adequadamente.

Processos lógicos de estudo

O trabalho científico implica ainda outros processos lógicos para a realização de

suas vária etapas. Assim, para abordar determinado tema, objeto de suas pesquisas,

reflexão e conhecimento, o autor pode utilizar-se de processos analíticos ou sintéticos.

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A análise de um processo de tratamento do objeto – seja ele um objeto material, um

conceito, uma ideia, um texto etc. – pelo qual este objeto é composto em suas partes

constitutivas, tornando-se simples aquilo que era composto e complexo. Trata-se,

portanto, de dividir, isolar, discriminar.

A síntese é um processo lógico de tratamento do objeto pelo qual esse objeto

decomposto pela análise é recomposto, reconstituindo-se a sua totalidade. A síntese

permite a visão de conjunto, a unidade das partes até então separadas num todo que

então adquire sentido uno e global.

A análise é pré-requisito para uma classificação. Esta se baseia em caracteres que

definem critérios para a distribuição das partes em determinadas ordens. Não é outra

coisa que se manifesta quando um texto é esquematizado, estruturado: as divisões

seguem determinados critérios que não podem ser mudados arbitrariamente. Para se

descobrir tais caracteres procede-se analiticamente.

A análise e síntese, embora se oponham, não se excluem. Pelo contrario,

complementam-se. A compreensão das coisas pela inteligência humana parece passar

necessariamente por três momentos, ou seja, para se chegar a compreender

intencionalmente um objeto, é preciso ir além de uma visão meramente indiferenciada

da sua unidade inicial, tal como a temos na experiência comum, uma consciência de um

todo sem a consciência das partes; é preciso dividir, pela análise o todo, tendo-se plena

consciência das partes que o constituem: é a síntese.

Conclusão

Para acompanhar o desenvolvimento do seu curso, o aluno deve preparar e rever

aulas. O cronograma de estudo possibilita ao aluno maior proveito da aula, seja ela

expositiva, um debate ou um seminário. Tratando-se de aula expositiva, até a tomada de

apontamentos torna-se mais fácil, dada a familiaridade com a matéria que está sendo

exposta; consequentemente, há melhores condições de selecionar o que é essencial e

que deve ser anotado evitando-se a sensação de “estar perdido” no meio de informações

aparentemente dispersas. Tratando-se de seminários ou debates mais necessário se faz

ainda a preparação prévia do que se falará ulteriormente.

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A revisão da aula situa-se como a primeira etapa de personalização da matéria estudada.

É o momento em que se retomam os apontamentos feitos apressadamente durante a aula

e se dá acabamento aos informes, recorrendo-se aos instrumentos complementares de

pesquisa após uma triagem que passarão definitivamente para as fichas de

documentação. Não há necessidade, neste momento, de decorar os apontamentos: basta

transcrevê-los, pensando detidamente sobre as ideias em causa e buscando uma

compreensão exata dos conteúdos anotados. Rever essas fichas como preparação da aula

seguinte é medida inteligente para o paulatino domínio do seu conteúdo. Na figura 3 é

apresentado o fluxograma de vida de estudo.

Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Anotações:

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4.- METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLOGICA

4.3 - Trabalhos Acadêmicos e Científicos:

Os trabalhos científicos devem ser elaborados com normas preestabelecidas com

os fins que se destinam. Serem inéditos ou originais e contribuírem não só para

ampliação de conhecimentos ou compreensão de certos problemas, mas também

servirem de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos.

Os trabalhos científicos originais devem permitir a outro pesquisador, baseado nas

informações dadas:

1. Reproduzir as experiências e obter os resultados descritos, com a mesma

precisão e sem ultrapassar a margem do erro indicada pelo autor;

2. Repetir as observações e julgar as conclusões do autor;

3. Verificar a exatidão das análises e deduções que permitam ao autor chegar às

conclusões.”

Tipos de trabalhos científicos:

1. Observações ou descrições originais de fenômenos naturais, espécies novas,

estruturas e funções, mutações e variações, dados ecológicos etc.

2. Trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e representando uma

das mais férteis modalidades de investigação, por submeter o fenômeno

estudado às condições controladas da experiência.

Trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos, levando à produção de

conceitos novos por via indutiva ou dedutiva; apresentação de hipóteses, teorias etc.”

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Figura 3 – Fluxograma de vida do estudo

Os trabalhos científicos podem ser realizados com base em fontes de informações

primárias ou secundárias e elaborados de várias formas, de acordo com a metodologia e

com os objetivos propostos.

Conceito

A monografia é a descrição ou tratado especial de determinada parte de uma

ciência qualquer, dissertação ou trabalho escrito que trata especialmente de determinado

ponto da ciência, da arte, da história etc. ou “trabalho sistemático ou completo sobre um

assunto particular, usualmente pormenorizado no tratamento, mas não extenso no

alcance” (American Library Association).

Trata-se, portanto, de um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente

valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado

assunto não só em profundidade, mas também em todos seus ângulos e aspectos,

dependendo dos fins a que se destina.

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Tem como base a escolha de uma unidade ou elemento social, sobre duas

circunstâncias:

1)ser suficientemente representativo de um todo cujas características se analisa;

2)ser capaz de reunir os elementos constitutivos de um sistema social ou de refletir as

incidências e fenômenos de caráter autenticamente coletivo.

4.4.1.2 - Características

A monografia apresenta algumas características:

a) trabalho escrito, sistemático ou completo;

b) ema específico ou particular de uma ciência ou parte dela;

c) estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspectos e ângulos do caso;

d) tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance (nesse caso, é

limitado);

e) metodologia específica;

f) contribuição importante, original e pessoal para ciência.

A característica essencial não é a extensão, como querem alguns autores mas o caráter

do trabalho (tratamento de um tema delimitado) e a qualidade da tarefa, isto é, o nível

da pesquisa, que está intimamente ligados aos objetivos propostos para a sua

elaboração.

A monografia implica originalidade, mas até certo ponto, uma vez que é impossível

obter a total novidade em um trabalho; isto é relativo, pois a ciência sendo acumulativa,

está sujeita a contínuas revisões.

4.4.1.3 - Estrutura da monografia

Os trabalhos científicos, em geral, apresentam a mesma estrutura: introdução,

desenvolvimento e conclusão.

Pode haver diferenças quanto ao material, o enfoque dado, a utilização desse ou daquele

método, dessa ou daquela técnica, mas não em relação à forma ou à estrutura.

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a) Introdução: Formulação clara e simples do tema da investigação; é a

apresentação sintética da questão, a importância da metodologia e rápida referência a

trabalhos anteriores, realizados sobre o mesmo assunto.

Quando for o caso, levanta o estado da questão, mostrando o que já foi escrito a respeito

do tema e assinalando a relevância e o interesse do trabalho. Em todos os casos,

manifesta as intenções do autor e os objetivos do trabalho, enunciando seu problema,

sua tese e os procedimentos que serão adotados para o desenvolvimento do raciocínio.

Encerra-se com uma justificação do plano de trabalho. Lendo a introdução, o leitor deve

sentir-se esclarecido a respeito do teor da problematização do tema do trabalho, assim

como a respeito da natureza do raciocínio a ser desenvolvido. Evitem-se intermináveis

retrospectos históricos, a apresentação precipitada dos resultados, os discursos

grandiloquentes. Deve ser sintética e versar única e exclusivamente sobre a temática

intrínseca do trabalho. Note-se que é a última parte do trabalho a ser escrita.

b) Desenvolvimento: Fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, cuja

finalidade é expor e demonstrar. O desenvolvimento corresponde ao corpo do trabalho e

será estruturado conforme as necessidades do plano definitivo da obra. As subdivisões

dos tópicos do plano lógico, os itens, seções, capítulos etc. surgem da exigência da

logicidade e da necessidade de clareza e não de um critério puramente espacial. Não

basta enumerar simetricamente os vários itens: é preciso que haja subtítulos portadores

de sentido. Em trabalhos científicos, todos os títulos de capítulos ou de outros .itens

devem ser temáticos e expressivos, ou seja, devem dar a ideia exata do conteúdo do

setor que intitulam.

No desenvolvimento, podem-se levar em consideração três fases ou estágios:

explicação, discussão e demonstração.

Explicação "é o ato pelo qual se faz explícito o implícito, claro o escuro, simples

o complexo" (Asti Vera, 1979:169).Explicar é apresentar o sentido de uma noção, é

analisar e compreender, procurando suprimir o ambíguo ou obscuro.

Discussão é o exame, a argumentação e a explicação da pesquisa: explica,

discute, fundamenta e enuncia as proposições.

Demonstração é a dedução lógica do trabalho; implica o exercício do raciocínio.

Demonstra que as proposições, para atingirem o objetivo formal do trabalho e não se

afastarem do tema, devem obedecer a uma sequência lógica.

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c) Conclusão: Fase final do trabalho de pesquisa, mas não somente um fim. Como

a introdução e o desenvolvimento, possui uma estrutura própria.A conclusão consiste no

resumo completo, mas sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos

constantes das duas primeiras partes do trabalho. Da conclusão devem constar a relação

existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das ideias e, ainda, conter

o fecho da introdução ou síntese de toda reflexão. É também a síntese para a qual

caminha o trabalho. Será breve e visará recapitular sinteticamente os resultados da

pesquisa elaborada até então. Se o trabalho visar resolver uma tese-problema e se, para

tal, o autor desenvolver uma ou várias hipóteses, através do raciocínio, a conclusão

aparecerá como um balanço do empreendimento. O autor manifestará seu ponto de vista

sobre os resultados obtidos, sobre o alcance dos mesmos.

Tipos de monografia

Os estudantes, ao longo de suas carreiras, precisam apresentar uma série de

trabalhos que se diferenciam uns dos outros quanto ao nível de escolaridade e quanto ao

conteúdo. Via de regra, para o término do curso de graduação os estudantes têm o

compromisso de elaborar um trabalho baseado, geralmente, em fontes bibliográficas,

que não precisa ser extenso nem muito específico.

À medida que ascendem na carreira universitária, esses trabalhos vão exigindo maior

embasamento, mais reflexão, mais amplitude e criatividade.

Alguns autores, apesar de darem o nome genérico de monografia a todos os trabalhos

científicos, diferenciam uns dos outros de acordo com o nível da pesquisa, a

profundidade e a finalidade do estudo, a metodologia utilizada e a originalidade do tema

e das conclusões.

Dessa maneira, pode-se distinguir três tipos: monografia, dissertação e tese, que

obedecem a esta ordem ascendente, em relação à originalidade, à profundidade e à

extensão.

Há os que apresentam outra divisão:

Monografias escolares ou trabalhos de caráter didático, apresentados ao final de

um curso específico, elaborados por alunos iniciantes na autêntica monografia, ou de

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"iniciação à pesquisa e como preparação de seminários" (Salvador, 1980 p32). Também

chamados trabalhos de média divulgação, porque são baseados em dados de segunda

mão.

Monografias científicas. Trabalhos científicos apresentados ao final do curso de

mestrado, com o propósito de obter o título de mestre.

Escolha do tema

Na escolha, o estudante poderá tomar a iniciativa, selecionando um assunto ou

problema de trabalho, de acordo com suas preferências, evidenciadas durante o curso de

graduação. Pode aceitar o tema indicado pelo professor ou escolher um tópico,

constante de uma relação oferecida pelo orientador, tendo sempre em vista o seu

interesse.

O tema geral de um estudo também "pode ser sugerido por alguma vantagem prática ou

interesse científico ou intelectual em benefício dos conhecimentos sobre certa situação

particular", afirma SeIltiz (1965 p.33-4).

Escolhido o tema, a primeira coisa a fazer é procurar conhecer o que a ciência

atual sabe sobre o mesmo, para não cair no erro de apresentar como novo o que já é

conhecido há tempos, de demonstrar o óbvio ou de preocupar-se em demasia com

detalhes sem grande importância, desnecessários ao estudo.

Este trabalho prévio abrange três aspectos:

orientação geral sobre a matéria que vai ser desenvolvida;

conhecimento da bibliografia pertinente;

reunião, seleção e ordenação do material levantado.

A bibliografia relacionada com o estudo muitas vezes é indicada pelo próprio professor

e/ou orientador. Nesse caso, o estudante tem à sua disposição o material necessário ao

seu trabalho.

Outros pontos importantes a serem considerados: relevância do assunto, áreas

controvertidas ou obscuras, natureza e extensão da contribuição.

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No conhecimento da bibliografia faz-se necessário consultar, ler e fichar os estudos já

realizados sobre o tema, com espírito crítico, valendo-se da literatura especializada, a

partir dos trabalhos mais gerais e indo a seguir para os estudos mais específicos.

Quanto ao assunto escolhido, devem-se ainda observar algumas qualidades importantes:

ser proporcional (em suas partes);

ter valor científico;

não ser extenso demais ou muito restrito;

ser claro e bem delineado.

As monografias referentes ao grau de conclusão do estudante universitário não podem

ser consideradas verdadeiros trabalhos de pesquisa (para o qual os estudantes não estão

ainda capacitados, salvo raras exceções), mas estudos iniciais de pesquisa.

O trabalho de investigação – teórico ou prático bibliográfico ou de campo – dá

oportunidade ao estudante para explorar determinado tema ou problema, levando-o a

um estudo com maior ou menor profundidade e/ou extensão. Possibilita o

desenvolvimento da sua capacidade de coletar, organizar e relatar informações obtidas

e, mais, de analisar e até interpretar os dados de maneira lógica e apresentar conclusões.

Artigos científicos

Os artigos científicos são pequenos estudos, porém completos, que tratam de

uma questão verdadeiramente científica, mas que não constituem em matéria de um

livro.

Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de

trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo.

São publicados em revistas ou periódicos especializados e formam a seção principal

deles.

Concluído um trabalho de pesquisa – documental, bibliográfica ou de campo – para que

os resultados sejam conhecidos, faz-se necessário sua publicação. Esse tipo de trabalho

proporciona não só a ampliação dos conhecimentos como também a compreensão de

certas questões.

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Os artigos científicos, por serem completos, permitem ao leitor, mediante a descrição da

metodologia empregada, do processo utilizado e resultados obtidos, repetir a

experiência.

Estrutura do artigo

O artigo científico tem a mesma estrutura orgânica exigida para trabalhos científicos.

Apresentam as seguintes partes:

1. PRELIMINARES:

1. Cabeçalho – título (e sub título) do trabalho.

2. Autor(es).

3. Credenciais do(s) autor(es).

4. Local de atividades.

2. RESUMO

3. CORPO DE ARTIGO

1. Introdução – apresentação do assunto, objetivo, metodologia, limitações

e proposição.

2. Texto – exposição, explicação e demonstração do material; avaliação dos

resultados e comparação com as obras anteriores.

3. Comentários e Conclusões – dedução lógica, baseada e fundamentada

no texto, de forma resumida.

4. PARTE REFERENCIAL

1. Referências

2. Apêndices ou anexos (quando houver necessidade).

3. Agradecimentos.

4. Data (importante para salvaguardar a responsabilidade de quem escreve

um artigo científico, em face da rápida evolução da ciência e da

tecnologia e demora de certas editoras na publicação de trabalhos).

A divisão do corpo do artigo pode sofrer alterações, de acordo com o texto, e ser

subdividido em mais itens. Por exemplo:

1. Introdução

2. Material e Método

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3. Resultados

4. Discussão

5. Conclusões

Todavia, não convém que os artigos sejam muito subdivididos, para que o leitor não

perca a sequência. Quando necessário, a divisão deve obedecer a uma ordem lógica, em

que cada parte forme um todo e tenha um título adequado.

Conteúdo do artigo científico

O conteúdo pode abranger os mais variados aspectos e, em geral, apresenta

temas ou abordagens novas, atuais e diferentes. Pode:

1. versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao

já conhecido;

2. oferecer soluções para questões controvertidas;

3. levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto idéias

novas, para sondagem de opiniões ou atualizações de informes;

4. abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não

seriam utilizados na mesma.

O estabelecimento de um esquema para expor de maneira lógica, sistemática, os

diferentes itens do assunto, evita repetições ou omissões ao longo da dissertação.

O público a que se destina o artigo também deve ser levado em consideração; isso pode

ser mais ou menos previsto, conhecendo-se de antemão a natureza da revista: científica,

didática, de divulgação.

Informe científico

O informe científico é um tipo de relato escrito que divulga os resultados

parciais ou totais de uma pesquisa, as descobertas realizadas ou os primeiros resultados

de uma investigação em curso.

É o mais sucinto dos trabalhos científicos e se restringe à descrição de resultados

obtidos através da pesquisa de campo, de laboratório ou documental.

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O informe consiste, pois, no relato das atividades de pesquisa desenvolvida, e é

imprescindível que seja compreendido e aproveitado. Deve estar redigido de maneira

que a comprovação dos procedimentos, técnicas e resultados obtidos, ou seja, a

experiência realizada, possa ser repetida pelo participante que se interesse pela

investigação.

Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Anotações

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4. - METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLOGICA

4.4 - Normas para Redação

A redação do texto

A fase de redação consiste na expressão literária do raciocínio desenvolvido no

trabalho. Guiando-se pelas exigências próprias da construção lógica, o autor redige o

texto, confrontando as fichas de documentação, criando texto redacional em que vão

inserir-se. Uma vez de posse do encadeamento lógico do pensamento, esse trabalho é

apenas uma questão de comunicação literária.

Recomenda-se que a montagem do trabalho seja feita através de uma primeira redação

de rascunho. Terminada a primeira composição, sua leitura completa permitirá uma

revisão adequada do todo e a correção de possíveis falhas lógicas ou redacionais.

Apesar da clareza e eficiência que o método de fichas possibilita para a redação do

trabalho, muitos aspectos desnecessários acabam sobrando no mesmo e só depois de

uma leitura atenta podem ser eliminados.

Em trabalhos científicos, impõe-se um estilo sóbrio e preciso, importando mais a

clareza do que qualquer outra característica estilística. A terminologia técnica só será

usada quando necessária ou em trabalhos especializados, nível em que já se tornou

terminologia básica. De qualquer modo, é preciso que o leitor entenda o raciocínio e as

idéias do autor sem ser impedido por uma linguagem hermética ou esotérica.

Igualmente evitem-se a pomposidade pretensiosa, o verbalismo vazio, as fórmulas feitas

e a linguagem sentimental. O estilo do texto será determinado pela natureza do

raciocínio específico às várias áreas do saber em que se situa o trabalho.

A construção do parágrafo

De um ponto de vista da redação do texto, é importante ressaltar a questão da

construção do parágrafo. O parágrafo é uma parte do texto que tem por finalidade

expressar as etapas do raciocínio. Por isso, a sequência dos parágrafos, o seu tamanho e

a sua complexidade dependem da própria natureza do raciocínio desenvolvido. Duas

tendências são incorretas: ou o excesso de parágrafos – praticamente cada frase é tida

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como um novo parágrafo – ou a ausência de parágrafos. Como a paragrafação

representa, ao nível do texto, as articulações do raciocínio, percebe-se então a

insegurança de quem assim escreve. Nesse caso é como se as ideias e as proposições a

elas correspondentes tivessem as mesmas funções, a mesma relevância nos

desenvolvimento do discurso e como se este não tivesse articulações.

A mudança de parágrafo toda vez que se avança na sequência do raciocínio marca o fim

de uma etapa e o começo de outra.

A estrutura do parágrafo reproduz a estrutura do próprio trabalho; constitui-se de uma

introdução, de um corpo e de uma conclusão.

Na introdução anuncia-se o que se pretende dizer; no corpo, desenvolve-se a

ideia anunciada; na conclusão, resume-se ou sintetiza-se o que se conseguiu.

Dependendo da natureza do texto e do raciocínio que lhe é subjacente, o parágrafo

representa a exposição de um raciocínio comum, ou seja, comporta premissa e

conclusão.

Portanto, a articulação de um texto em parágrafos está intimamente vinculada à

estrutura lógica do raciocínio desenvolvido. É por isso mesmo que, na maioria das

vezes, esses parágrafos são iniciados com conjunções que indicam as várias formas de

se passar de uma etapa lógica para outra.

Conclusão

A redação do trabalho exige o domínio prático de todo um instrumental técnico

que deve ser utilizado devidamente. Como em outros setores da metodologia, aqui

também há muitas divergências nas orientações. As diretrizes que seguem pretendem

ser as mais práticas possíveis e visam atingir os trabalhos didáticos mais comuns à vida

universitária. São normas gerais que, no caso de trabalhos científicos, como as

dissertações de mestrado e as teses de doutoramento, precisam ser complementadas com

as exigências que lhes são específicas.

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Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Anotações

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4. - METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLOGICA

4.5 - Ferramentas do Benchmarking

Definição

Benchmarking é um processo contínuo, sistemático, para avaliar produtos,

serviços e métodos de trabalho de organizações que são reconhecidos como

representantes das melhores práticas administrativas, com o propósito de

aprimoramento organizacional. É uma ferramenta viável a qualquer organização, e

aplicável a qualquer necessidade.

http://www.coladaweb.com/administracao/benchmarking

Características do benchmarking

Benchmarking é... Benchmarking não é...

um processo contínuo. um evento isolado.

uma investigação que fornece uma informação valiosa.

uma investigação que fornece respostas simples e “receitas”.

um processo de aprendizado com outros. cópia, imitação.

um trabalho intensivo, consumidor de tempo, que requer disciplina.

rápido e fácil.

uma ferramenta viável a qualquer organização e aplicável a qualquer processo.

mais um modismo da administração.

O benchmarking necessita estar aberto para novas ideias e aprendizados do que

os outros fazem de melhor, quer eles estejam dentro ou fora da indústria, nacional ou

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 79

estrangeiro. Entendendo a fortes competições e como eles operam, permitirão você

adaptar e construir em cima deles excelentes práticas para o uso da sua própria

organização. O benchmarking ajuda a melhorar a efetividade da organização e fazer as

mudanças necessárias para ser um líder mundial na indústria ou no segmento.

Fatores críticos no benchmarking

Os fatores críticos (facilitadores e dificultadores) devem estar centrados em esforços no

sentido de:

Posicionar o foco da empresa no ambiente externo reiterando a importância do

Mercado e Clientes.

Aumentar o conjunto de conhecimentos da empresa no sentido de aquisição de

novas práticas capacitadoras para a competição.

Ampliar os padrões internos de eficiência referenciados a melhoria dos padrões

de competição.

Acrescer valor à satisfação percebida pelo cliente final.

Produtos finais no processo benchmarking

Medidas de avaliação comparativas entre empresas participantes do mesmo

setor;

Explicação das melhores práticas capacitadoras da empresa líder no setor.

http://acaofuturo.blogspot.com.br/2010/04/benchmarking.html

Sistema de gerenciamento de benchmarking

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Guia para Benchmarking

Este é um resumo do Guia PRM – Padrões de Referência de Mercado, contendo

as principais informações para a realização de um Benchmarking bem sucedido. (O

processo de Benchmarking é também conhecido como PRM, desta forma, você irá

encontrar esta sigla ao longo do texto).

Benchmarking é a comparação de resultados, outputs, métodos, processos ou práticas de

maneira sistemática.

Muitas pessoas identificam o processo de Benchmarking como a visita a outra

empresas. Entretanto, a visita é apenas uma das etapas do processo. Um Benchmarking

bem estruturado compreende várias etapas:

Identificar o que comparar;

Identificar qual é o benchmark, qual é o padrão de excelência e quem atingiu

este padrão;

Determinar como atingi-lo, que métodos ou processos produzem estes resultados

e;

Decidir fazer mudanças ou melhorias nas nossa própria maneira de fazer

negócios a fim de igualar ou suplantar o benchmark.

Figura 4 - Gabarito de PRM (Benchmarking)

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 81

Quadrante 1 – PRM de quê?

O enfoque do primeiro quadrante é selecionar o assunto para o Benchmarking

baseado no seu próprio output, resultados ou fatores críticos de sucesso. Sem dúvida,

você já tem uma idéia do assunto para o Benchmarking, com base em um problema que

tenha que resolver, um resultado que gostaria de alcançar ou uma melhoria que você

gostaria de fazer no seu processo ou método de trabalho.

Nesta etapa, devem ser definidas as características mensuráveis dos seus outputs,

resultados e fatores críticos de sucesso, escolhendo medidas que possam ser comparadas

com outras empresas (dólar, percentual, etc.).

DICAS

listar assuntos potenciais;

definir bem as características mensuráveis que possam ser comparadas com

outras empresas (dólar, percentual, etc.).

ERROS FREQUENTES

escolher muitos assuntos diferentes;

não manter o foco no objetivo do Benchmarking.

Quadrante 2 – Quem / Qual é o melhor

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O enfoque desse quadrante é a escolha da(s) empresas com quem você vai se comparar.

Se você não está pesquisando características de um produto específico, empresas

atuando em atividades diferentes da sua, podem ser uma rica fonte de parceiros para

Benchmarking. Se você está, por exemplo, pesquisando um sistema de administração de

estoque, nada impede que você escolha um supermercado. O importante é que você

procure empresas eficientes nos resultados, outputs e fatores de sucesso ligados ao

assunto escolhido no Quadrante 1.

DICAS

fazer Benchmarking externo e interno também;

preparar uma lista de empresas através de consultas a especialistas no setor,

publicações e jornais, bibliotecas de negócios, etc.

ERROS FREQUENTES

só escolher empresas similares a nossa;

não incluir outras operações do mesmo grupo (nós também temos boas idéias).

Quadrante 3 – Como nós fazemos?

Conhecer bem o nosso processo de trabalho para posteriormente identificar as

mudanças que nos levarão ao Benchmark.

O propósito é identificar que mudanças nos nossos processos , métodos e práticas nos

levarão a resultados comparáveis ao benchmark. Para isso devemos compreender bem

os nossos processos de trabalho.

Uma boa forma é documentar o processo / método através de fluxogramas, pois eles

apresentam as seguintes vantagens:

proporcionam uma visão geral do sistema;

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mostram relacionamentos e interações;

facilitam a localização de problemas;

dirigem comparações com outros sistemas, etc.

DICAS

documentar nossos processos de trabalho;

utilizar fluxogramas;

identificar que mudanças no nosso processo, métodos e prática nos levarão ao

benchmark.

ERROS FREQUENTES

não fazer planejamento do benchmarking (não se preparar antes).

Quadrante 4 – Como eles fazem?

Depois de ter seguido os três primeiros passos, cadê agora obter informações sobre os

processos, métodos e práticas que fazem os resultados da empresa benchmark um

padrão de excelência. Há vários métodos para conseguir informações sobre as melhores

práticas, uma das mais comuns é a visita à empresa.

Entretanto, para que a coleta de informações através de uma visita seja eficiente, faz se

necessário tomar as seguintes ações:

ANTES DA VISITA

faça uma agenda junto a empresa que vai visitar;

reveja suas perguntas, certifique-se de que não são do tipo que induzam uma

resposta errada ou duvidosa.

reveja as informações sobre a empresa que vai visitar;

leve brochuras para oferecer aos parceiros;

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certifique-se de que todos no grupo sabem seus papeis;

faça um checklist dos assuntos a serem abordados, etc.

DURANTE A VISITA

troque cartões de visita;

diga o objetivo de visita;

não use termos peculiares;

evite discussões sobre dados privados;

faça perguntas apropriadas – não fuja do propósito (mantenha o foco!);

seja profissional e agradável (a empresa que você visita pode ser um cliente);

não seja um sabe tudo ... deixe a outra empresa falar ... você ouve!;

não confie na memória, tome nota de todas as informações importantes durante a

visita;

verifique se o checklist foi cumprido;

esclareça todos os pontos que ficaram em duvidosos (testar o entendimento);

ofereça para ser visitado, etc.;

DEPOIS DA VISITA

Reúna o grupo que efetuou o Benchmarking e documente formalmente;

Agradeça através de carta;

Se for o caso, esclareça por telefone, carta, etc, pontos da visita que não ficaram

claros, etc.

DICAS

verificar se já existem estudos disponíveis sobre o assunto feitos pela nossa

empresa;

Determinar o melhor meio para a coleta de dados; visitas, entrevista telefônica,

pesquisa pelo correio, publicações das empresas, seminários, palestras, artigos

públicos, etc.;

Desenvolver um checklist, etc.

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ERROS FREQUENTES

fazer perguntas que não são relevantes ao assunto ou problema (mantenha o

foco!);

confiar na memória e não anotar nada;

acreditar que o benchmarking se resume só na visita.

IMPLEMTENTAÇÃO

Agora, cabe a decisão das mudanças a serem feitas nas práticas e nos métodos a

fim de se igualar ou suplantar os resultados encontrados na empresa que você visitou. O

importante é ter em mente que as melhorias devem levar em conta a nossa própria

maneira de fazer negócios.

Após a implementada a mudança, é interessante medir os resultados dos novos métodos

e práticas para quantificar a melhoria e verificar se o objetivo do estudo foi atingido.

REGISTRO DOS ESTUDOS DO BENCHMARKING

Um risco que corre uma empresa grande é que as pessoas podem perder muito

tempo buscando oportunidades de melhorias que foram alvos de estudo. Sua idéia para

um estudo de benchmarking já pode ter sido iniciada (ou terminada) por alguém. Para

que seja possível compartilhar os resultados de outras pessoas deve haver um local que

concentre os históricos de todos os projetos.

Ao terminar o estudo de benchmarking, registre os resultados.

Sistema de Gerenciamento de Benchmarking:

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4.-METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

4.6.- Link de Perguntas para estudo....

http://ead.aedb.br/joomla/mat1/images/anexossegundobi/questionariodemetodocientific

o.pdf

Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Anotações

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5.-ENGENHARIA DE PROJETOS E MANUTENÇÃO

5.- Projetos

Conceito

Projeto é entendido como um conjunto de ações, executadas de forma

coordenada por uma organização transitória, ao qual são alocados os insumos

necessários para, em um dado prazo, alcançar um objetivo determinado.

Um projeto é também um conjunto de atividades inter-relacionadas que tem por

objetivo a execução de um produto, sistema, processo ou serviço. O projeto estabelece

um conjunto de procedimentos e especificações que postos em prática, resultam em algo

concreto ou em um conjunto de informações. Assim, o processo do projeto é a aplicação

de uma metodologia de trabalho na resolução de problema.

Características do projeto

É um evento único;

Tem datas específicas para início e término;

Tem orçamento definido;

O escopo do trabalho é estabelecido por tarefas definidas;

O produto final é preciso;

Utiliza recursos.

Exigências legais de projeto

Qualquer projeto terá que ser elaborado em conformidade com códigos, leis ou

normas pertinentes ao assunto e vigentes na esfera municipal, estadual ou federal.

Embora exista hierarquia entre as três esferas, devemos considerar a prescrição mais

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exigente, que eventualmente pode não ser a do órgão de hierarquia superior.

Ex. Obedecer a lei orgânica municipal para o projeto de uma determinada edificação.

Os documentos legais a serem observados são:

NBR – 5984 – Norma Geral de Desenho Técnico;

Disposições da ABNT;

Códigos, Leis e Normas Municipais, Inclusive regulamentações de

concessionárias;

Códigos, Leis e Normas Estaduais;

Códigos, Leis e Normas Federais.

Etapas de projeto

Os projetos são desenvolvidos basicamente em três etapas: Estudo preliminar;

Projeto básico e Projeto executivo.

Estudo Preliminar

É um estudo técnico efetuado para determinar a viabilidade de uma solução.

Visa a análise e escolha, dentre as alternativas de solução a que melhor responde,

técnica e economicamente, aos objetivos propostos.

Projeto Básico

Definição técnica e dimensional da solução adotada, contendo a concepção clara

e precisa do sistema proposto, bem como a indicação de todos os componentes,

características e materiais a serem utilizados.

Projeto Executivo

Definição de todos os detalhes construtivos ou executivos dos sistemas objeto do

projeto e sua apresentação gráfica, de maneira a esclarecer perfeitamente a execução,

montagem ou instalação de todos os elementos previstos no sistema.

Gerenciamento de projetos

A gerência de projetos está dirigida para um fim, e não manter ou melhorar um

conjunto de atividades repetitivas como o gerenciamento de uma fábrica.

A gerência de projetos é uma combinação de planejamento estratégico, tático,

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gerenciamento, controle atuação e avaliação de resultados como descritos nos itens

seguintes:

Planejamento Estratégico

Define os objetivos do projeto, riscos, retornos, executabilidade e competição.

Planejamento Tático

Define as atividades necessárias à execução, verifica os prazos, recursos humanos,

financeiros e técnicos, bem como procedimentos e responsáveis.

Gerenciamento, Controle e Atuação

Utiliza sistemas de acompanhamento de forma a detectar quaisquer desvios e

redirecioná-los os objetivo final.

Avaliação de Resultados

Comparação entre durações estimadas e reais, avaliação de quão bem os

recursos foram dimensionados, dos imprevistos e como se precaver no futuro, avaliação

da produtividade.

Características da gerência de projetos

Todo projeto tem um objetivo a ser atingido e, portanto é necessário haver controle.

Controle é o processo que tem por objetivo ajustar o realizado, durante a execução com

o planejado, e consiste nas seguintes etapas:

Acompanhamento (ou monitoração) – coleta ou aquisição de dados ou informações

sobre o andamento;

Avaliação – comparação da situação real com a planejada, identificação de desvios,

alternativas de correções;

Decisão – seleção das alternativas de correções e determinação das providências

decorrentes; e

Retroalimentação – ação sobre a execução e, se necessário, replanejamento. (Valeriano

pg. 24 também PDCA). É comum encontrar na literatura, sob a designação de

retroalimentação (“feedback”), todo o processo aqui descrito como controle. Também

usa-se chamar apenas as três primeiras partes (acompanhamento, avaliação e decisão),

seguido então da retroalimentação, ou seja, o laço é composto de duas partes: o controle

e a retroalimentação. Um exemplo importante é o ciclo de Deming ou roda de Deming

(por sua apresentação gráfica) ou ainda ciclo P-D-C-A, das iniciais das

palavras Plan, Do,Check e Aect. O ciclo foi preconizado por um dos consagrados

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“gurus” do gerenciamento da qualidade, como um meio de proporcionar a melhoria

contínua do produto ou processo.

Controlar também significa comparar e para comparar é necessário conhecer suas

medidas.

A medição está baseada em três parâmetros básicos que compõe o objetivo:

Prazo;

Custo; e

Qualidade.

Um projeto pode ter perfeitamente os três parâmetros igualmente importante, mas a

prática tem mostrado que todos os projetos tem uma ou mais das três medidas com

importância maior.

Projetos com maior importância em:

Qualidade:Ônibus espacial ou produtos farmacêuticos;

Prazo:Lançamento de um produto, produtos sazonais ou shows;

Custo: Produtos para aumentar participação no mercado.

Figura 5.1 – Parâmetros básicos das medidas do projeto.

Fases do gerenciamento:

Planejamento

1ª Etapa: Listar Atividades;

2ª Etapa: Ordenar Atividades;

3ª Etapa: Desenhar Rede;

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Programação

1ª Etapa: Determinar tempos e recursos;

2ª Etapa: Cálculo dos tempos, Incertezas e Recursos;

3ª Etapa: Determinar Caminho Crítico.

Controle

Prazos; e

Recursos.

Ferramentas do gerenciamento

As atividades de planejamento, programação e controle constituem o ferramental

mais organizado e estruturado no gerenciamento de projetos, quais são:

Diagramas de Gantt. (Criado em 1918 pelo engenheiro americano H. L. Gantt)

Sistema de programação que constitui em um diagrama de barras dispostas em uma

escala de tempo, mostrando o início e fim das atividades, sem mostrar sua dependência.

Exemplo:

Figura 5.2 – Gráfico mostrando o diagrama de Gantt

Vantagens:

Fácil de elaborar e desenhar;

Indica em escala de tempo;

Mostra claramente início e fim da atividade.

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Desvantagens:

Não indica dependências das atividades;

Difícil de reprogramar;

Não é indicado para grandes projetos.

Sistema PERT – CPM:

Conceitos

PERT: Program Evaluation and Review Technique. (Técnicas de Avaliação e Revisão

de Programas).Criado na década de 50 pela marinha norte-americana no projeto Polaris,

onde o prazo previsto para entrega final do projeto era 1963, e com a introdução do

sistema PERT 3 anos após o início do projeto o mesmo foi antecipado para 1960,

repercutindo em todos os setores industriais.

Projeto Polaris: Objetivo: Construir um foguete espacial:

N° de Empreiteiras 250;

N° de Sub-Empreiteiras 9.000;

N° de Peças Diferentes 70.000;

Prazo 5 Anos

Término 3 Anos

O sistema foi conduzido pela marinha americana, pela Lockheed e pela Booz Allen

Hamilton Inc. e tinha a característica de trabalhar com tempos diferenciados para cada

atividade, assim definidos:

A estimativa de tempo a ser lançado no “PERT” é o tempo esperado médio.

Uso das Atividades fictícias:

a) Não pode ter duas atividades entre dois nós.

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Atividade fantasma

b) A atividade “C” só inicia após o término da atividade “A”. Atividade “D” só inicia

após o término das atividades “A” e “B”.

Figura 5.4 – Atividade fantasma condicionando a atividade D

Ligações Erradas:

Figura 5.5 – Ligações erradas em projeto.

Vantagens do PERT – CPM

Ampla visão geral do conjunto do projeto;

Flexibilidade para planejar e reprogramar, em função de eventuais problemas em

qualquer atividade.

Detecção de pontos críticos que possam colocar em perigo os objetivos.

Facilidade de comunicação entre grupos executivos das tarefas.

CPM – Critical Path Method (Método do Caminho Crítico)

Criado na década de 50 em sistemas de engenharia de instalações desenvolvido

pela Dupont e Remington utilizava uma única duração para cada atividade, ou seja,

tempos definidos.

O PERT – CPM.

O sistema PERT – CPM consiste em diagramas de rede, que representam de

forma gráfica, seqüencial e lógica o desenvolvimento de acontecimentos e de atividades

que compõe o projeto.

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Metodologia do Sistema PERT – COM

Elementos: Flechas e Nós:

A atividade fictícia ou fantasma: É representada por uma flecha tracejada, não consome

tempo e nem recurso.

Conceitos do sistema PERT – CPM.

a. Evento Inicial – Instante em que começa a atividade;

b. Evento Final – Instante em que termina a atividade;

c. Duração – Tempo para execução da atividade;

d. Número da Atividade (ID) – É o número usado para identificar a atividade;

e. Atividade Sucessora – É ou são as atividades que sucede uma determinada

atividade;

f. Atividade Predecessora – É ou são as atividades que precedem determinada

atividade.

g. Data mais Cedo de Início ou Término de um Evento – É a data mais cedo que

uma atividade pode iniciar ou terminar.

h. Data mais Tarde de Início ou Término de um Evento – É a data mais tarde que

uma atividade pode iniciar ou terminar.

i. Folgas – São as diferenças existentes entre suas possíveis datas de início e

término mais cedo e (ou) mais tarde.

Para maior compreensão são adotadas as seguintes nomenclatura:

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Figura 5.6 – as folgas entre duas atividades

– Data mais cedo para início da atividade;

– Data mais cedo para término da atividade;

– Data mais tarde para início da atividade;

– Data mais tarde para término da atividade;

– Duração da atividade;

i1 - Folga Total (FT) – É a que corresponde ao maior tempo disponível entre dois

eventos. É também corresponde a situação em que ela possa iniciar na data mais cedo e

terminar na data mais tarde.

i2 - Folga Livre (FL) – É o atraso máximo que uma atividade pode sofrer sem alterar a

data mais cedo do evento final. É também uma situação em que todas as atividades

precedentes foram realizadas na data mais cedo e quer que as atividades sucessoras

ainda possam iniciar na data mais cedo.

i3 - Folga Dependente (FD) – É a data mais tarde que se pode iniciar a atividade, sem

prejudicar a data mais tarde do evento final. Também corresponde a uma situação em

que as atividades precedentes foram realizadas na data mais tarde e quer que as

atividades sucessoras iniciem na data mais tarde.

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i4 - Folga Independente (FI) – É o prazo que se dispõe entre a data mais tarde e a data

mais cedo do evento final. Corresponde a situação em que as atividades precedentes

foram realizadas na data mais tarde e quer que as atividades sucessoras iniciem na data

mais cedo.

Exemplo:

Dada a atividade:

Figura 5.7 – exemplo de folga entre duas atividades

(Folga Total)

(Folga Livre)

(Folga Dependente)

(Folga Independente)

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Observações:

1. A folga Livre e a folga Dependente traduzem maior ou menor elasticidade do

programa: Quanto menores mais rígidos.

2.

3. Atividade Crítica tem folga nula.

4. Caminho Crítico é a seqüência de atividades críticas.

j. Atraso ou espera (Delay, Lag ou Lead) – É o tempo de atraso necessário para iniciar

uma atividade.

k. Ligações entre atividades

k1. Ligação de fim para início (FS ou Finish to Start). Tarefa que só pode

terminar depois que outra iniciou: o serviço da “turma da noite” em uma instalação

industrial e o da “turma da manhã”.

Figura 5.8 – ligação de atividades fim para o início

k2. – Ligação de início para início (SS ou Start to Start). Tarefa que só pode

iniciar depois que outra iniciou: Controle estatístico da produção e a produção

propriamente dita.

Figura 5.9 – ligação de atividades início para início

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k3. Ligação de fim para fim (FF ou Finish to Finish). Tarefa que só pode

terminar depois que outra foi concluída: A prestação de conta de uma tarefa e a própria

tarefa.

Figura 5.10 – ligação de atividades fim para fim

k4. Ligação de início para fim (SF ou Start to Finish). Tarefa que só pode iniciar depois

que outra terminou, como a construção da parede de uma fundação.

Figura 5.11 – ligação de atividades início para fim

Por uma larga margem, o caso mais comum, entretanto, é o que só permite o início de

uma tarefa depois do término da outra (início no fim) ou (start to finish). Sendo que

muitas tarefas são independentes de outras, podendo ter curso antes, durante ou depois.

l. Meta ou marco (Milestone) – É uma atividade de duração zero que tem por finalidade

destacar um determinado evento no cronograma.

m. Data mais cedo de um evento – Seu valor é igual a maior somatória das

sequências que chegam até o evento.

n. Data mais tarde de um evento - Seu valor é igual a menor diferença encontrada

nas várias seqüências que partem daquele evento.

A seguir estão as abreviaturas em inglês das ferramentas, por já estarem consagradas no

ambiente técnico brasileiro (e mesmo universal). São elas:

PERT: “program evaluation and review technique – Técnica de Avaliação e Revisão de

Programa;

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P-PERT: É o PERT probabilístico;

GERT: “graphical evaluation and review technique” – Técnica Gráfica de Avaliação e

Revisão”;

CPM: “critical path method” – Método do Caminho Crítico;

PDM: “precedence diagram method” – Método do Diagrama de Precedência.

Método do Caminho Crítico

Objetivo

Técnica destinada ao planejamento e à gerência de projetos, onde as atividades

devem ser executadas numa seqüência definida.

Características

Identifica as atividades críticas que deverão receber atenção especial.

Permite estimar o tempo mínimo total necessário à execução do projeto.

Define o período de realização das atividades, de forma a concluir o projeto no

tempo mínimo.

Serve como instrumento de comunicação do projeto às equipes de execução e de

apoio e aos responsáveis pelas fontes de financiamento.

Facilita a construção de Gráficos de Gantt.

Vantagens

Aprimora o planejamento do projeto.

Facilita a visualização pelos grupos envolvidos (execução, apoio, financiamento,

etc).

Identifica as atividades que necessariamente devem ser completadas no prazo

para que não haja atraso na conclusão do projeto (atividades críticas).

Permite reduzir a duração do projeto, evitando atrasos desnecessários.

Limitações

Requer a estimativa da exata natureza e do tempo de execução de cada atividade.

Não permite expressar informações adicionais que o gerente de projeto

eventualmente disponha.

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Não permite considerar restrições quanto à disponibilidade de um determinado

recurso.

Pressupostos

Devem ser conhecidas, ainda durante a fase de planejamento, todas as atividades do

projeto.

Devem se concluídas todas as atividades, não havendo previsão de alternativas de

ação (havendo necessidade, devem ser preparadas redes alternativas).

O tempo estiado de duração de cada atividade é fixo (o PERT) prevê 3 tempos

estimados:

Tempo Otimista;

Tempo Pessimista; e

Tempo mais provável.

O tempo estimado de cada atividade independe da duração das demais atividades.

Os recursos previstos para a execução das atividades não podem ser modificados

(reduzidos).

Definições

Atividade: operação com o propósito específico, possuindo início e fim bem

definidos.

Atividade Crítica: aquela que, caso não seja concluída no tempo previsto, atrasa o

fim do projeto.

Caminho Crítico: seqüência de atividades críticas, que determinam o tempo de

execução do projeto.

Duração: tempo estimado para executar uma atividade.

Predecessora Imediata: atividade que deve ser concluída imediatamente antes do

início da atividade considerada.

Sucessora Imediata: atividade que só pode ser iniciada imediatamente após o

término da atividade considerada.

Tempo de Início mais Cedo (IC): é o menor período de tempo (contado do início do

projeto) a partir do qual uma determinada atividade pode ser iniciada.

Tempo de Término mais Cedo (TC): é o resultado da soma [IC + Duração] de uma

atividade.

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Tempo de Término mais Tarde (TT): é o maior período de tempo (contado do início

do projeto) ao fim do qual uma determinada atividade pode ser concluída sem atrasar

a(s) sucessora(s) imediata(s).

Tempo de Início mais Tarde (IT): é o resultado da subtração [TT – Duração] de

uma atividade.

Folga: é o resultado da subtração [IT – IC] ou [TT – TC].

Marco: é a data específica estipulada para início ou término de uma seqüência de

atividades.

Legendas para Todos os Projetos

1. Para o diagrama de Precedência:

Figura 5.12 – legenda para as atividades do diagrama de precedência

2. Para diagrama de FLECHA.

Figura 5.12– legenda para as atividades do diagrama de flechas e nós

3. Sentido de Cálculo

Para a Direita

Para a Esquerda

Quando se tem duas ou mais opções:

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para a direita Transferimos o Maior.

para a esquerda Transferimos o Menor.

Execução do Projeto Detalhado.

1. Montagem da Equipe de Projeto

Composição:

técnicos das áreas envolvidas (engenheiros de sistemas, elétricos,

mecânicos, etc.)

técnicos de apoio (programadores de computador, desenhistas, etc.)

pessoal de apoio não técnico (compras, legislação, marketing, etc.)

Objetivo:

completar o projeto de equipamentos, software e elementos de apoio.

realizar testes preliminares e avaliação.

Etapas do Projeto Detalhado(fluxograma 1)

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P I – Predecessoras Imediatas;

S I – Sucessoras Imediatas;

IC – Início mais Cedo;

TC – Término mais Cedo = (6) + (3);

IT – Início mais Tarde = (9) – (3);

TT – Término mais Tarde;

F – Folga = (8) – (6) = (9) – (7);

C – Crítica.

Duração do projeto = TC (ou TT) da atividade final = 56 dias

Confecção de modelos físicos do sistema (tabela 5.1)

Teste, avaliação e revisão final do projeto.

Conclusão da documentação e “congelamento” do projeto.

Documentação do Projeto

Desenhos (de montagem/instalação, diagramas lógicos, plantas de arquitetura e

instalações, etc.)

Lista de materiais e componentes.

Relatórios (de confiabilidade, de segurança, de análise de fatores humanos,

etc.)

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Ferramentas de Auxílio ao Projeto

Padrões de documentação (manuais, técnicas padronizadas de desenho, etc.)

Recursos de computação (softwares de modelagem matemática, análises estatísticas,

banco de dados de projetos anteriores, ferramentas CAD, etc.).

Desenvolvimento de modelos físicos tri-dimensionais (maquetes).

Revisão Formal do Projeto (tabela 5.2)

Etapas:

Revisão do Projeto Conceitual

Revisão do Projeto Preliminar

Revisão do Projeto de Equipamentos

Revisão Crítica do Projeto

Preparação das Revisões.

Definição de itens a revisar

Cronograma de execução

Agenda da revisão (definição de objetivos básicos)

Definição de equipe de revisão (representante das áreas envolvidas e, se for o

caso, clientes e fornecedores)

Disponibilidade de equipamentos (inclusive modelos físicos, se necessário)

Informações (especificações, desenhos, relatórios, etc.)

Recursos financeiros

Definição de responsabilidades e prazos de execução

Etapas Básicas do Projeto Detalhado Ver fluxograma 1.

Modelos Físicos do Sistema

Tabela 5.1 – Modelos Físicos do Sistema

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Fases de Elaboração de Documentos

As Fases de Elaboração:

O gerente e a equipe do projeto devem se preocupar com a organização e com a

elaboração dos documentos desde o início do projeto. Deixar para mais tarde constitui

um erro crasso e fator de insucesso e de fracasso, às vezes irrecuperáveis.

Para fixar uma ordem de pensamento quanto ao conjunto da documentação técnica,

pode-se considerar a elaboração destas como ocorrendo em três fases, não

necessariamente sucessivas nem estanques, mas, ao contrário, muito interativas:

2. Fase de planejamento, compreendendo a elaboração de documentos técnicos que

visam o planejamento de ações futuras que deverão, por sua vez, gerar seus respectivos

documentos. (Não confundir com o planejamento do projeto.)

3. Fase de execução, compreendendo os documentos que registram como os

problemas foram definidos e resolvidos e como o produto foi concebido. Estes

documentos permanecem na organização a menos que devam ser repassados a terceiros,

nos casos de nos casos de transferência de tecnologia. Eles contêm a metodologia do

desenvolvimento, para cuja elaboração forma empregados os conhecimentos e técnicas

da organização, e que devem ser guardados com cuidado, evitando-se a divulgação para

não haver exposição à concorrência.

4. Fase de conclusão, compreendendo os documentos que deverão ser repassados

ao cliente ou aos usuários do projeto. Os documentos produzidos nesta fase descrevem

os resultados do projeto sem informar como foram obtidos, exceto, naturalmente, no

caso de projetos de pesquisa. Estes documentos contem informações para o cliente

prosseguir no ciclo, exercendo seu papel.

Tal como as fases do projeto, as de elaboração dos documentos se superpõe, podendo

repetir-se da mesma curva típica das fases do projeto, eliminada a da fase conceptual.

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Figura 5.13– Fluxograma 1 – Etapas Básicas do Projeto Detalhado.

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Etapas de Revisão Formal do Projeto

Tabela 5.2 – Etapas de Revisão Formal do Projeto

Figura 5.14 – Fases de elaboração dos documentos técnicos.

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Os documentos típicos

Os documentos típicos de cada fase são conforme a tabela 5.3

Tabela 5.3 – Documentos típicos de cada fase do projeto.

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Exercício 1

Anotações

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5.-ENGENHARIA DE PROJETOS E MANUTENÇÃO

5.1-Gestão da Qualidade

Normas Básicas

Para a qualidade de produtos e serviços

NBR ISO 9001: Sistemas da qualidade – Modelo para a garantia da qualidade

em projeto, desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados.

NBR ISO 9002: Sistemas da qualidade – Modelo para a garantia da qualidade em

produção e instalação e serviços associados.

NBR ISO 9003: Sistemas da qualidade – Modelo para a garantia da qualidade em

inspeção e ensaios finais.

Para o Sistema de Medição

NBR ISO 10012: Requisitos de garantia da qualidade para equipamento de

medição.

Parte 1: Sistema de comprovação metrológica para equipamento de medição

Terminologia

NBR ISO 8402: Gestão da qualidade e garantia da qualidade – Terminologia,

1994

Diretrizes

Para seleção, uso e aplicação das normas básicas

NBR ISO 9000-1: Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade.

Parte 1: Diretrizes para a seleção de uso

NBR ISO 9000-2: Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade.

Parte 2: Diretrizes gerais para aplicação das normas NBR 9001, 9002 e 9003

NBR ISO 9000-3: Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade.

Parte 3: Diretrizes para aplicação da NBR ISSO 9001 ao desenvolvimento,

fornecimento e manutenção de “software”

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Para Áreas Específicas do Sistema da Qualidade

NBR ISO 9004-1: Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade.

Parte 1: Diretrizes

NBR ISO 9004-2: Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade.

Parte 2: Diretrizes para serviços

NBR ISO 9004-3: Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade.

Parte 3: Diretrizes para materiais processados

NBR ISO 9004-4: Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade.

Parte 4: Diretrizes para melhoria da qualidade

Para Auditoria do Sistema de Qualidade

NBR ISO 10011-1: Diretrizes para auditoria de sistema da qualidade.

Parte 1: Auditoria

NBR ISO 10011-2: Diretrizes para auditoria de sistema da qualidade.

Parte 2: Critérios para qualificação de auditores de sistema de qualidade.

NBR ISO 10011-3: Diretrizes para auditoria de sistema da qualidade.

Parte 3: Gestão de programas de auditoria.

Para Manuais da Qualidade

NBR ISO 10013: Diretrizes para o desenvolvimento de manuais da qualidade.

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Anotações

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5.-ENGENHARIA DE PROJETOS E MANUTENÇÃO

5.2-Gestão Ambiental

Norma Básicas

NBR ISO 14001: Sistema de gestão ambiental – Especificação e diretrizes para

uso 1996

NBR ISO 14004: Sistema de gestão ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios,

sistema e técnicas de apoio, 1996

Diretrizes para a auditoria ambiental

NBR ISO 14010 – Diretrizes para a auditoria ambiental – Princípios gerais.

1996

NBR ISO 14011 – Diretrizes para a auditoria ambiental – Procedimentos de auditoria –

Auditorias de sistema de gestão ambiental, 1996. 1996

NBR ISO 14012 – Diretrizes para a auditoria ambiental – Critérios para qualificação de

auditores ambientais, 1996

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Anotações

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5.-ENGENHARIA DE PROJETOS E MANUTENÇÃO

5.3-Metrologia

INMETRO: Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de

Metrologia – VIM Resolução CONMETRO 12/88: QGU – Quadro Geral de Unidades

de Medida

NBR 1016: Sistema Internacional (SI) – Prescrições para sua aplicação

NBR 1007: Representação de unidades SI e outras em sistema de processamento de

informações com limitações de caracteres.

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Anotações

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5.-ENGENHARIA DE PROJETOS E MANUTENÇÃO

5.4- Link de Perguntas para estudo....

http://www.ead.aedb.br/joomla/mat1/images/anexossegundobi/questionarioprojetoeman

utencao21.pdf

Volte para seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Anotações

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6.-QUALIDADE

6.-Conceito de Qualidade

De acordo com Gitlow, qualidade é um julgamento feito pelos clientes ou

usuários de um produto ou serviço; é o grau em que os clientes ou usuários sentem que

o produto ou serviço excede suas necessidades e expectativas. Ele afirma também que

qualidade inclui a melhoria contínua do processo expandido de uma empresa. Esse

termo se refere à expansão da organização para incluir fornecedores, clientes, acionistas,

empregados e a comunidade.

Para Crosby, a qualidade é baseada no comportamento das pessoas, por isso considera a

educação de todos os indivíduos da empresa um fator fundamental. Define qualidade

como fazer bem desde a primeira vez, sugerindo que a atuação das pessoas deve estar na

prevenção de defeitos. Enfatiza a importância que ele dá a especificação por parte do

cliente de suas necessidades. Qualidade para ele significa “Ir ao encontro das

exigências”.

Para Juran qualidade é aptidão ao uso.

Para Taguchi a qualidade consiste em minimizar as perdas causadas pelo

produto não apenas ao cliente, mas a sociedade a longo prazo, incluindo os aspectos

econômicos, de segurança e desempenho.

Concluindo como afirma Teboul, qualidade é a capacidade de satisfazer as

necessidades, tanto na hora da compra, quanto durante a utilização, ao melhor custo

possível, minimizando as perdas, e melhor do que os nossos concorrentes.

Volte para sua disciplina e participe do Fórum de "Qualidade".

Anotações

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6.-QUALIDADE

6.1-Evolução Histórica da Qualidade

Estágio 1: Enfoque na Inspeção (Controle da Qualidade)

Segundo Carvalho, a qualidade moderna surgiu com a Revolução Industrial

devido à necessidade de inspeção dos produtos acabados, para que itens não conformes

fossem segregados. No início do século XX, o modelo taylorista marcou o surgimento

da função do inspetor no ambiente produtivo.

Gitlow observa que no século XX iniciou-se uma era técnica que possibilitou às massas

obter produtos anteriormente reservados aos ricos. Henry Ford introduziu a linha de

montagem em movimento no ambiente industrial. A produção passou a ser dividida em

procedimentos simples, que podiam ser executados por trabalhadores não habilitados,

resultando em produtos altamente técnicos a baixo custo. Os produtos conformes e não

conformes eram separados por um processo de inspeção e a qualidade dos mesmos era

de responsabilidade exclusiva da fabricação. Formaliza se então um método que será

difundido nos EUA e também na Europa traduzido como nível de qualidade aceitável,

isto é, trata se da porcentagem máxima de elementos defeituosos que pode ser

considerada satisfatória como característica média de qualidade apresentada. Entramos

assim na civilização do 1% de defeito pois o método não permite ir além de 1%. A

figura abaixo ilustra como os americanos aceitaram essa cultura que foi desmascarada e

descartada pelos estatísticos pela aplicação deste simples exemplo de cálculo de

probabilidades.

Suponha um aparelho (máquina) composto de 50 peças, considerado que em

cada um dos componentes tenha a probabilidade de 1% de estar com defeito. A

probabilidade de ter a máquina funcionando bem, sem defeitos é: (1 – 0,01)50 = 0,60

(60%). Quarenta dessas máquinas poderão ter panes em 100 fabricadas!!!!!!!. A única

maneira de sair desta lógica do fracasso é objetivar o defeito zero.

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Figura 1 – Cultura dos 1% - Gestão da Não Qualidade

Estágio 2: Enfoque na Prevenção (Garantia da Qualidade)

Walter A. Shewhart, em 1924, criou os gráficos de controle estatístico do

processo, que marca a transição de uma postura corretiva para uma prevenção,

monitoramento e controle. Shewhart propôs o ciclo PDCA e o conceito de melhoria

contínua, que depois foi mundialmente difundido por W. Edwards Deming.

No segundo estágio, a proposta é passar do foco da inspeção, para a prevenção, em vez

de controlar a qualidade, garantir a qualidade.

A prevenção passa a assumir o lugar da inspeção. A mudança decisiva só poderá

acontecer quando a administração da empresa tomar consciência de sua

responsabilidade de relação à qualidade, responsabilidade esta que lhe pertence de fato e

não pode ser delegado a outro setor por mais especializado que seja.

O conceito de garantia de qualidade foi então amplamente empregado no Japão na

década de cinquenta (pós-guerra), com o uso intensivo das técnicas estatísticas, tais

como inspeção por amostragem e gráficos de controle.

Deming e Juran, na década de 50, após tentar passar esta mensagem nos EUA,

vão para o Japão, onde são acolhidos pelo sindicato japonês de ciência e tecnologia.

Nesses seminários foi explicado o papel que esses administradores deveriam

desempenhar para a implantação e o desenvolvimento das atividades do controle da

qualidade.

A partir da visita ao Japão do Dr. Juran o controle de qualidade passou a ser entendido e

utilizado como uma ferramenta administrativa, o que representou o início da transição

do controle estatístico da qualidade para o controle da qualidade total como é praticado

atualmente, envolvendo a participação de todos os setores e de todos os empregados da

empresa.

A partir desta percepção, foi desenvolvido, com base nos sistemas americanos e

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ingleses, um método japonês para o controle da qualidade, que leva em conta as

diferenças existentes entre o Japão e os países ocidentais. Este método foi evoluindo ao

longo dos anos, tendo dado origem ao Controle de Qualidade Total no estilo japonês,

que segundo Ishikawa, K. é um sistema gerencial baseado na participação de todos os

setores e de todos os empregados de uma empresa, no estudo e na condução do Controle

da Qualidade. Seu núcleo é, portanto, o controle da Qualidade, o qual é definido como

um “sistema de técnicas que permitem a produção econômica de bens e serviços que

satisfaçam às necessidades do consumidor”.

Estágio 3: Enfoque Intensivo no Cliente

O terceiro estágio da qualidade consolida a responsabilidade de cada um dentro

da empresa, em direção à realização do produto ou serviço sem defeito, porém

acrescentando uma atitude externa não mais defensiva e sim ofensiva.

A qualidade torna-se mais do que a simples satisfação do cliente, mas também deverá

seduzir e encantar o cliente.

É necessário partir do cliente, aquilo que ele gosta, e transmitir horizontalmente a voz

do cliente dentro da empresa.

A nova batalha que se apresenta é a da flexibilidade, para se ganhar os mercados.

Além da qualidade coerente e preços baixos, existe hoje a necessidade das empresas

implantarem mudanças rápidas de concepção para atendimento às exigências do

mercado cada vez mais competitivo.

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Anotações

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6.-QUALIDADE

6.2-Conceito de Processo

Um “processo” pode ser definido, de forma sucinta, como um conjunto de

causas que tem por objetivo produzir um determinado efeito, o qual é denominado

produto do processo. Um processo pode ser dividido em uma família de causas:

insumos, equipamentos, informações do processo ou medidas, condições ambientais,

pessoas e métodos ou procedimentos. Essa caracterização do processo será apresentada

posteriormente no “diagrama de causa e efeito” ou “diagrama de espinha de peixe” ou

“diagrama de Ishikawa”.

Um processo é uma combinação dos elementos equipamentos, insumos, métodos ou

procedimentos, condições ambientais, pessoas e informações do processo ou medicas,

tendo como objetivo a fabricação de um bem ou o fornecimento de um serviço.

Figura 2

Ciclo PDCA de Controle de Processo

O Ciclo PDCA é um método gerencial de tomada de decisões para acompanhar o

alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.

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O controle de processos, como definido no item anterior, é exercido por meio do Ciclo

PDCA de controle e processos, o qual é apresentado na Figura abaixo.

Segundo Ishikawa, K. e Campos, V. E., o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) é

composto das seguintes etapas:

Ciclo PDCA de controle de processos, segundo Campus, V. F.

- Planejamento (P) Esta etapa consiste em:

Estabelecer metas.

Estabelecer o método para alcançar as metas propostas.

- Execução (D)

Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento e

coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo. Na

etapa de execução são essenciais a educação e o treinamento no trabalho.

- Verificação (C)

A partir dos dados coletados na execução, comparar o resultado alcançado com a

meta planejada.

- Atuação Corretiva (A)

Esta etapa consiste em atuar no processo em função dos resultados obtidos,

existem duas formas de atuação possíveis:

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- Adotar como padrão o plano proposto, caso a meta tenha sido alcançada.

- Agir sobre as causas do não atingimento da meta, caso o plano não tenha sido

efetivo.

Os ciclos do PDCA servem para manter e para melhorar as metas e resultados e

para fazê-las acontecer consistem em uma sequencia de procedimentos lógicos,

baseados em fatos e dados. No giro do PDCA devemos coletar dados, medir resultados,

compara-los com a meta considerada e adotar a ação apropriada. Portanto no giro deste

Ciclo, será necessário empregar as ferramentas apropriadas para a coleta, o

processamento e a disposição de dados, o que permitirá a tomada de decisões

confiáveis.

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Anotações

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6.-QUALIDADE

6.3-Ferramentas de Qualidade

Neste item serão abordadas ferramentas da qualidade consideradas importantes

para o prosseguimento do estudo.

Brainstorming: Tempestade Cerebral

Brainstorming é uma técnica usada para gerar ideias rapidamente e em quantidade e

pode ser empregada em várias situações (OAKLAND, 1994).

Segundo Dellaretti Filho, a tempestade de ideias é recomendada para: geração de um

grande número de ideias; exploração de alternativas melhores; identificação de

oportunidades detectadas por aqueles que estão mais perto da atividade.

Etapas para o Brainstorming segundo RODRIGUES:

Etapa 1: Estabelecer o objetivo a ser tratado claramente.

Etapa 2: Convocar a equipe.

Etapa 3: Indicar um coordenador para dirigir a equipe.

Etapa 4: Indicar um membro da equipe que irá registrar as ideias e administrar o tempo.

Etapa 5: Definir regras de funcionamento:

Definir a metodologia,

A forma de participação ou intervenção dos membros,

Todas as ideias devem ser registradas onde possam ser vistas por todos.

Nenhuma ideia pode ser criticada ou rejeitada,

Outras ideias podem e devem ser criadas a partir de ideias anteriores.

Etapa 6: Iniciar coleta de dados

Segundo Galvão, as formas de organizar as ideias geradas são:

Numerar as ideias,

Filtrar as ideias realmente impossíveis de serem usadas,

Eliminar as repetições,

Juntar, combinar e completar ideias (se possível),

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Selecionar e priorizar através de técnica apropriada.

Para Rodrigues as vantagens do Brainstorming são: quebra de paradigmas e criação de

muitas ideias (multidisciplinares, originais, inovadoras, impulsivas e ousadas).

Diagrama de Causa e Efeito

O Diagrama de Causa e Efeito, também chamado de Diagrama de Espinha de

Peixe (pela sua aparência) ou Diagrama de Ishikawa (em homenagem ao seu criador),

foi criado para que todas as pessoas da empresa pudessem exercitar a separação dos fins

de seus meios (CAMPOS, 1992). É um diagrama para listar teorias de causas (JURAN,

1997).

Para o detalhamento das principais causas têm-se utilizado os diagramas de causa e

efeito denominados 4M: Mão de obra (depende de treinamento, supervisão e

motivação); Máquina (depende de manutenção, adequação, capacidade e

instrumentação); Material (depende de estocagem, qualidade, especificação, rendimento

e perdas); Método (depende de processo de fabricação, fluxo, tolerância e

instrumentação). Algumas empresas têm acrescentado mais dois M’s: o da Medição e o

do Meio ambiente (RODRIGUES, 2004).

A construção de um Diagrama de Causa e Efeito segundo Rodrigues é dividido em 6

etapas:

Etapa 1: Definir e delimitar o problema (efeito) a ser analisado.

Etapa 2: Convocar a equipe para análise do problema e definir a metodologia a

ser utilizada. Utilizar o Brainstorming ou outras técnicas que envolvam equipes de

trabalho.

Etapa 3: Definir as principais categorias e buscar as possíveis causas, coletando

junto à equipe o maior número possível de sugestões (causas).

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Etapa 4: Construir o diagrama no formato “espinha de peixe” e agrupar as causas

nas categorias previamente definidas (mão de obra; máquinas; métodos; materiais; meio

ambiente; ou outras de acordo com a especificidade do problema em análise).

Etapa 5: Detalhar cada causa identificada “preenchendo o diagrama” .

Etapa 6: Analisar e identificar no diagrama as causas mais prováveis.

Rodrigues relata também que a elaboração de um Diagrama de Causa e Efeito deve ser

feita através de um Brainstorming ou de outras técnicas que envolvam equipes de

trabalho. Esta ferramenta, além de contribuir para a solução do problema, motiva o

trabalho em equipe e envolve os membros com as causas e os objetivos organizacionais.

Exemplo de Diagrama de Causa e Efeito:

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Diagrama de Pareto

Segundo Rodrigues, o diagrama de Pareto é um gráfico de barras verticais que

permite determinar quais problemas resolver e quais as prioridades.

Um diagrama de Pareto separa os “poucos e significantes” problemas de um processo

ou produto dos “triviais e muitos” problemas (GITLOW, 1993).

Vilfredo Pareto foi um economista italiano que viveu no Século XIX. Em um de seus

estudos concluiu que 20% da população ficam com 80% da arrecadação, enquanto para

80% da população restam apenas 20% da arrecadação. Esta foi a origem da relação

20/80, onde 20% das causas explicam 80% dos problemas (RODRIGUES, 2004) .

Segundo Oakland, uma simples análise de Pareto identifica as causas que merecem mais

urgente prioridade de investigação.

Para Juran, o princípio de Pareto é explicado através do fenômeno pelo qual, em

qualquer população que contribui para um efeito comum, um número relativamente

pequeno de contribuintes responde pelo grosso do efeito.

No diagrama, conforme a Figura abaixo, os dados são representados em dois eixos: um

vertical, à esquerda, que indica a quantidade de defeitos/erros e outro, na horizontal, que

indica os tipos de defeitos/erros/problemas apontados pelos clientes (GALVÃO, 1996).

Diagrama de Pareto(RODROGUES, 2004, p.106)

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Fluxograma

Segundo Gitlow, um fluxograma é um resumo ilustrado do fluxo de várias

operações de um processo.

Juran vê o fluxograma como um meio gráfico para descrever as etapas em um processo;

também um auxílio universal para identificar quem são os clientes.

“No planejamento sistemático ou exame de qualquer processo é necessário registrar as

sequências de eventos e atividades, estágios e decisões, de tal maneira que possam ser

facilmente compreendidos e comunicados a todos [...] para superar essa dificuldade

foram desenvolvidos alguns métodos, sendo o da elaboração de fluxogramas o mais

eficaz” (OAKLAND, 1994).

Exemplo de fluxograma

Programa 5S

Segundo Campos, o programa 5S é uma nova maneira de conduzir ganhos

efetivos de produtividade. Esta ferramenta é para todas as pessoas da empresa, do

presidente aos operadores, deve ser liderada pela alta administração e é baseada em

educação, treinamento e prática em grupo.

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Segundo Barbosa et al. (1995), é um programa de Educação que dá ênfase à prática

imediata de hábitos saudáveis que permitem a integração do pensar, do sentir e do agir.

Suas ações iniciais são de natureza mecânica: classificar, ordenar, limpar. Essas práticas

promovem a imediata mudança do ambiente físico em torno da pessoa. Suas

consequências de longo prazo são as profundas mudanças nas relações das pessoas com

elas mesmas, com os outros e com a natureza. O 5S é considerado a base de qualquer

programa de Qualidade e Produtividade.

Para Barbosa et al. (1995), por suas características educativas, os benefícios do

Programa 5S vão muito além de manter o ambiente organizado, ordenado, limpo e em

condições saudáveis para o exercício das atividades de trabalho, estudo e lazer. O 5S

promove o crescimento do ser humano dentro de uma abordagem holística.

Significado dos "Esses"

De acordo com Barbosa et al. (1995), a sigla 5S deriva das iniciais de cinco

palavras japonesas, que no Brasil são interpretadas como 5 sensos:

Seiri – Senso de Utilização

Seiton – Senso de Ordenação

Seisou – Senso de Limpeza

Seiketsu – Senso de Saúde

Shitsuke – Senso de Autodisciplina

Ainda segundo o autor, a palavra senso é utilizada não só para manter a sigla original,

mas também porque a palavra senso significa “algo que vem de dentro para fora” e

reflete aquilo que é essencial no programa, ou seja, a ideia de profunda mudança

comportamental. Sua definição dos 5 Sensos é a seguinte:

Senso de Utilização –É a identificação dos itens necessários e desnecessários no local

de trabalho ou estudo. Implica no descarte dos itens desnecessários.

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Senso de Ordenação – Consiste na determinação do local para guardar e onde achar

facilmente um item, seja ele um objeto físico ou uma informação, ou seja, manter um

lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

Senso de Limpeza – Tem o sentido literal, ou seja, deixar sempre limpo todo o

ambiente de trabalho e atua no sentido de não acumular sujeira no mesmo.

Senso de Saúde - Consiste na verificação do estado de implantação dos 3 sensos

anteriores, sob os aspectos físico e mental. Significa o estabelecimento das condições

ideais para o bom funcionamento das funções vitais do organismo humano nos locais

onde se vive e se trabalha.

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Senso de autodisciplina – Consiste em ter todas as pessoas na instituição habituadas a

seguir os procedimentos operacionais, preceitos éticos e morais, normas de segurança,

etc. O senso de autodisciplina é que, bem desenvolvido, garante a substituição dos

velhos hábitos por aqueles desenvolvidos pelos quatro sensos anteriores. Em outras

palavras, é este senso que mantém o programa 5S ao longo do tempo.

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Anotações

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.-Conceito de logística

Logística é a arte e a ciência para abastecer, produzir e distribuir material e

produtos no lugar adequado, nas quantidades corretas e nas datas necessárias.

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Anotações

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.1-Tipos de logística

Logística de Abastecimento

Atividade que administra o transporte de materiais dos fornecedores para a

empresa, descarregamento no recebimento, e armazenamento das matérias-primas e

componentes. É responsável também pela estruturação de abastecimento, embalamento

de materiais, administração do retorno das embalagens e decisões sobre acordos com

fornecedores, para mudanças no sistema de abastecimento da empresa.

Logística de Manufatura

Atividade que administra a movimentação para abastecer os postos de

conformação e montagem, segundo ordens e cronogramas estabelecidos pela

programação da produção. Desova das peças conformadas como semi-acabados e

componentes, e armazenamento nos almoxarifados de semi-acabados. Deslocamento

dos produtos acabados no final das linhas de montagem, para os armazéns de produtos

acabados.

Logística de Distribuição

Administração do centro de distribuição, localização de unidades de

movimentação nos seus endereços, abastecimento da área de separação de pedidos,

controle da expedição, transporte de cargas entre fábricas e centros de distribuição e

coordenação dos roteiros de transporte urbano.

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Logística de Marketing

Definimos logística de marketing como todas as atividades e seus inter-

relacionamentos para atender pedidos de clientes, de maneira que os satisfaça

inteiramente.

Logística Internacional

Todas as funções e atividades referentes a movimentação de materiais e produtos

acabados numa escala global.

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Anotações

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.2-Sistema produtivo e a logística

Ciclo básico do suprimento

Neste ciclo está claramente evidenciada a importância da função da logística,

recebendo dos setores de comercialização a indicação das necessidades materiais para a

realização das metas de vendas, providenciando de forma otimizada estes recursos em

sintonia com as disponibilidades financeiras da empresa (fluxo de caixa).

A logística deverá assegurar em tempo, quantidade e custo os materiais necessários à

produção e manutenção dos equipamentos de uma empresa.

O maior grau de desenvolvimento dentro das empresas da gestão da logística e

suprimento é fator determinante para:

Manutenção do suprimento em um nível de equilíbrio com a demanda;

Aumento do capital de giro;

Redução dos custos em escala;

Competitividade internacional.

Na maioria das empresas industriais o custo dos materiais representa 40 a 60% do custo

de fabricação do produto acabado.

Para se ter uma idéia da importância da gestão da logística, uma redução de 5%

nos custos dos materiais adquiridos, pode representar um lucro equivalente a um

aumento de 30% do volume de produção e vendas, em determinados casos.

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.3-Estoque

Conceito de Estoque

Estoque é uma determinada quantidade de itens mantido em disponibilidade e

renovada permanentemente para produzir lucro (proveniente das vendas) ou serviços,

permitindo a continuidade do processo produtivo da empresa.

Itens de estoque é qualquer tipo de produto acabado, matéria-prima ou material auxiliar

que integra o fluxo de produção da empresa e que deva ser identificado para fins de

controle.

Controle de Estoques

O objetivo do controle de estoque é evitar a falta de material (ruptura do

estoque), sem que isso resulte em estoques excessivos as reais necessidades da empresa.

O controle procura manter os níveis de estoque estabelecidos em equilíbrio com as

necessidades de consumo ou das quantidades e qualidades desejadas.

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Anotações

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.4-Natureza dos Estoques

Estoque Ativo

Estoque resultante de um planejamento prévio e destinado a uma utilização conhecida.

Para facilitar o controle operacional pode ser subdividido em função das necessidades

de cada empresa, como segue:

Estoque para Produção: constituído por matérias primas e componentes que

integram o produto final.

Estoque para Manutenção Reparo e Operação: formado por materiais

empregados durante o processo produtivo, sem integrar o produto final.

Estoque de Produtos em Processos: constituído por materiais em diferentes

estágios de produção.

Estoque de Produtos Acabados: compreende os materiais ou produtos em

condições de serem vendidos.

Estoque de Materiais Administrativos: formado por materiais de aplicação geral

na empresa, sem vinculação direta com o processo produtivo.

Estoque inativo

Estoque sem perspectiva de utilização total ou parcialmente, decorrente de

mudanças na política de estoques, conclusão e/ou alterações de programas e/ou

cronogramas, devoluções ao estoque ou eventuais falhas de planejamento. Pode ser

subdividido como sugerido abaixo:

Estoque Disponível: materiais sem perspectivas de utilização, total ou

parcialmente em perfeito estado de conservação constituindo-se em disponibilidade para

o uso em outras filiais, fábricas ou empresas do mesmo grupo empresarial.

Estoque Alienável: constituído de materiais inservíveis, obsoletos e sucatas destinados à

alienação.

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.5-Classificação dos estoques pelo Índice de Falta (Estratégia)

Quanto a importância da aplicação do estoque:

Classe 1 – Material de aplicação vital para a produção vital para a produção sem

a possibilidade de uso de similar ou equivalente, sua falta causa grandes prejuízos à

empresa.

Classe 2 – Material de aplicação média para a produção havendo possibilidade

às vezes de ter usado um similar ou equivalente. Sua falta afeta pouco à produção da

empresa.

Classe 3 – Material de aplicação não importante, com a possibilidade de uso de

similar ou equivalente. Sua falta não traz prejuízo à empresa.

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Anotações

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.6-Classificação dos estoques pelo sistema “A B C” (Pareto)

O estoque é subdividido em: Material Classe A; Material Classe B; Material Classe C.

Proporção dos estoques baseado na divisão das classes dos materiais.

O objetivo do método é identificar os itens mais significativos para a gestão

financeira e a partir dessa constatação imprimir um gerenciamento por exceção,

constituindo basicamente da realização de controles apurados e constantes sobre poucos

itens ao invés de fazer com todo o conjunto do inventário.

Classificação dos itens quanto à classe A, B e C

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7.-ENGENHARIA E LOGÍSTICA

7.7-Técnicas de Administração de Logística e Suprimento

Desenvolvimento de Fornecedores:

Sua “marca registrada” consiste em o comprador procurar ativamente criar o

fornecedor, enquanto que na Economia de Mercado, é normalmente o fornecedor quem

procura os clientes.

Ex.: Nacionalização de Produtos.

Procedimentos para Nacionalização

1. Levantamento de dados (instruções, desenhos, especificações, normas técnicas,

etc.);

2. Pesquisa com fornecedores nacionais com potencial para fabricação de materiais

similares;

3. Desenvolvimento do produtos pelo mercado nacional;

4. Estudo de adequação ao equipamento ou sistema para desenvolvimento do

similar nacional;

5. Aceitação do produto desenvolvido pelo fornecedor;

6. Aquisição do material;

7. Acompanhamento do desempenho operacional;

8. Aprovação do produto desenvolvido no mercado nacional.

Acompanhamento das Compras (follow-up)

(Follow-up) seguimento. Dar seguimento ou acompanhar alguma ação a fim de

verificar seus resultados e dar sequência a tal ação, se for o caso. (Michaeles).

Consiste em monitorar as encomendas feitas aos fornecedores através de frequentes

contatos pessoais ou telefonemas.

Esse diligenciamento deve ser feito em caráter preventivo, bem antes do vencimento do

prazo de entrega. A primeira medida de acompanhamento é a exigência de uma carta de

confirmação do pedido pelo fornecedor.

A prática é pressionar o fornecedor para conseguir a entrega antes do prazo acordado.

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Negociação com os Fornecedores

Processo de solucionar ao mesmo tempo programas de compra e venda, com o

objetivo de se alcançar um acordo mutuamente satisfatório.

O comprador deve definir seus objetivos mais precisamente, em termos de que ele e sua

empresa esperam para obter e almejam conseguir se a negociação for habilmente

conduzida.

O objetivo poderá ser um certo preço, ou determinadas concessões relativas à qualidade,

entregas ou outros fatores.

O emprego sistemático desta técnica representa apreciáveis oportunidades de economia

para a empresa.

Gestão racional dos Almoxarifados

Uma boa gestão de materiais pressupõe investimentos em pessoal, espaço e

equipamentos. Esses gastos são efetuados com relutância pelas empresas, pois não são

diretamente produtivos. Mas são compensadores e dos mais auto rentáveis.

Requisitos mínimos de uma área de armazenagem:

a. Espaço de armazenamento e recebimento suficientes;

b. Almoxarifados devem ser restritos, com disciplina de acesso para estranhos à

área;

c. Equipamentos para pesagem e contagem na entrada de materiais;

d. Marcação e identificação correta dos materiais;

e. Existência de equipamentos de empilhamento vertical e transporte;

f. Treinamento do pessoal em aritmética, unidades e rotinas

Análise de Valor

Processo de eliminação de fatores de custo desnecessários de um bem ou serviço

adquirido.

Apoiando se em analises de valor tem se substituído materiais por outros, tais como: aço

por alumínio, metais por plásticos, gasolina por fontes de energia renováveis.

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Anotações

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8.-ENGENHARIA DE PROJETOS E MANUTENÇÃO

8.1 - Manutenção

8.1.1 - Conceito

É o conjunto de atividades, periódicas ou não, que buscam conservar as

qualidades iniciais (de projeto) de uma máquina ou instalação.

8.1.2 - Produtividade em Manutenção

Conceito: Proporcionar a máxima taxa de disponibilidade dos equipamentos

necessários à produção, de forma econômica e compatível com a segurança.A

manutenção atual precisa se integrar com as demais funções e contribuir para que a

empresa alcance seus objetivos:

Garantir a produção e os prazos de entrega;

Promover segurança e proteção ao ambiente e à saúde dos trabalhadores;

Melhorar a produtividade;

Reduzir custos;

Garantir a qualidade.

Todo o Trabalho de manutenção deverá ser conduzido para aumentar a

Disponibilidade dos equipamentos, avaliada pela expressão:

Disponibilidade = Confiabilidade x Manutenibilidade

8.1.2.1 - Confiabilidade

Probabilidade do equipamento funcionar corretamente até o fim da

missão.Tornar confiável um equipamento é esforçar-se para evitar avarias e reduzir

controladamente as necessidades de intervenção não planejada decorrentes do uso

daquele equipamento.Em termos práticos seria: quantas paradas inesperadas acontecem.

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8.1.2.2 - Manutenibilidade

É a realização eficiente do trabalho de manutenção do equipamento.Em termos

práticos, significa consertar imediatamente a avaria, ou seja: Quanto tempo o

equipamento fica parado esperando ou em conserto.Exemplo de manutenibilidade para

máquina com defeito.Para quem solicita a manutenção de uma máquina, espera que o

defeito seja sanado, estabelecendo as propriedades de projeto da máquina num espaço

de tempo pequeno.

Normalmente o tempo de manutenção deve estar dentro de um limite de tempo

previsto, normalmente alcançado por práticas de benchmarking, chamado meta para

reparo de máquinas paradas por avaria.Para quem é responsável pela manutenção a

meta estabelecida para reparo de máquinas paradas por avaria é composto por tempos

concorrentes e/ou sucessivos:

tempo desde que recebeu a solicitação do pedido até chegar ao local de

atendimento;

tempo para detectar do motivo da avaria;

tempo para ter todos os materiais sobressalentes e ferramentas necessárias ao

reparo da máquina avariada;

tempo de reparo da avaria;

tempo de teste do equipamento;

8.1.3 - Tipos de Manutenção

8.1.3.1 - Corretiva

Corretiva ou por avarias, é realizado após a ocorrência de uma falha no

equipamento.

8.1.3.2 - Preventiva

Preventiva – É realizada periodicamente, programando-se parada do

equipamento para realizar reparos ou trocas de peças necessárias, conforme um

planejamento que determina o melhor intervalo e momento para realizar o serviço.

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8.1.3.3 - Preditiva

Preditiva – Realizam-se inspeções periódicas com o auxílio de equipamentos e

métodos de diagnóstico, para investigar as condições e a deterioração das partes do

equipamento, programando-se após uma avaliação, os reparos necessários.

8.1.4 - Manutenção Convencional vs. Manutenção Produtiva Total

A Manutenção Produtiva Total (conhecida como TPM) resultou da “Ética da

Qualidade” e da quebra de paradigmas ocorrida no Japão.Todos são responsáveis pelas

boas condições das instalações, em trabalho de equipe. Os próprios operadores realizam

tarefas básicas, anteriormente feitas pela Manutenção:

Preparação da máquina;

Lubrificação;

Ajustes;

Inspeção e verificações das condições;

Solicitar manutenção especializada, indicando os problemas.

8.1.5 - Custo de Manutenção

Uma manutenção preventiva bem abrangente por razões de segurança pode

ajudar a reduzir o custo total de manutenção por todas as partes. A interdependência

entre o custo de manutenção preventiva (I) e o custo de reparo e perda de produção (II)

é mostrado na figura 4.1.

Figura 4.1 – Gráfico da Manutenção Preventiva e Custo.

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Nota: O grau mínimo de manutenção preventiva é dado pelo Procedimento

SAMACO, Desde então eles são mandatário (obrigatório), nessa altura, alguma relação

custo benefício é irrelevante. Até uma planta ou por mais simples que seja, necessita de

Procedimento SAMACO.

O que deve ser feito pela manutenção por iniciativa própria dos usuários

8.1.5.1 - Resultados da inspeção geral da fábrica

Figura 4.2 – Estratificação resultante da inspeção na fábrica

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8.1.5.2 - Transição das atividades de manutenção:

Tabela 4.4 – Transição das atividades de manutenção

Departamento

Transição

Departamento de Produção Departamento de Manutenção

Período I A unidade de produção

possui alguns operários para

os reparos; entretanto não se

espera que se tornem

técnicos no futuro.

Reparos ou tarefas

executados sem nenhuma

noção de responsabilidade

(como se fossem serviços

sub-contratados) ou a equipe

de reparos não atua a não ser

que explicitamente solicitada

para execução de uma tarefa

específica.

Período II A unidade de produção

concentra-se na produção e

começa uma divisão de

trabalho (“nós, o pessoal da

produção; vocês o pessoal

da manutenção”).

A equipe de reparos é

transferida ou designada

para a unidade de

manutenção.

Concentra-se na

manutenção e conserva sua

independência; noção de

responsabilidade aguçada.

Período III O pessoal da produção

tende a ter apenas

conhecimento limitado de

seu equipamento.

As pessoas começam a

Níveis de conhecimento

técnico e de engenharia

precisam ser aprimorados

através de:

o busca da

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ver que a tecnologia de MP

se encaixa em algum lugar

entre as tecnologias de

produção e processamento.

As inspeções diárias

limitam-se apenas a casos

mais simples.

manutenção preventiva;

o técnicas de

diagnóstico;

o atividades de MP;

Período IV Dependendo das

características do local de

trabalho, as pessoas

começam a participar das

atividades. Entretanto,

existem limitações devido

aos níveis de conhecimento

técnico e ao número de

etapas do processo.

Além da manutenção

diária, os operários também

participam ativamente das

atividades de manutenção

periódicas.

Necessidade de maior

pessoal para manutenção.

A equipe de produção

precisa de treinamento para

desenvolver a noção de

responsabilidade.

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Manutenção"

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9.-ACIDENTES DO TRABALHO

9.- Conceito:

Legal: O artigo 19 da Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991 conceitua como

acidente do trabalho "aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa

ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando, direta ou

indiretamente, lesão corporal, doença ou perturbação funcional que cause a morte ou a

perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

Prevencionista: Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa definição não é

satisfatória, pois o acidente é definido em função de suas consequências sobre o

homem, ou seja, as lesões, perturbações ou doenças. Visando a sua prevenção, o

acidente, que interfere na produção, deve ser definido como "qualquer ocorrência que

interfere no andamento normal do trabalho", pois além do homem, podem ser

envolvidos nos acidentes, outros fatores de produção, como máquinas, ferramentas,

equipamentos e tempo.

Diferença fundamental entre a definição legal e a prevencionista

Na definição legal, ao legislador interessou, basicamente e com muita

propriedade definir o acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado,

através de uma compensação financeira, garantindo-lhe o pagamento de diárias,

enquanto estiver impossibilitado de trabalhar em decorrência do acidente, ou de

indenização, se tiver sofrido lesão incapacitante permanente.

Nota-se por aí que o acidente só ocorre se dele resultar um ferimento mas, devemos

lembrar que o ferimento é apenas uma das consequências do acidente A definição

técnica nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões pessoais. A

experiência demonstra que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300

vezes não ocorre lesão nos trabalhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam

danos à integridade física do homem. Em todos os casos, porém, haverá prejuízo à

produção e sob os aspectos de proteção ao homem, resulta serem igualmente

importantes todos os acidentes com e sem lesão, em virtude de não se pode prever

quando de um acidente vai resultar, ou não, lesão no trabalhador.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 150

Tipos de acidentes:

Considera-se acidente do trabalho quando uma das situações abaixo é verificada:

1- doença profissional, ou seja, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício

do trabalho peculiar a determinada atividade e constante de relação elaborada pelo

MPAS;

2- doença do trabalho, ou seja, aquela adquirida ou desencadeada em função de

condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,

constante de relação do MPAS;

3- equiparam-se também ao acidente do trabalho, segundo a Lei n.º 8213/91:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja

contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua

capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua

recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência

de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de

trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao

trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de

trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força

maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua

atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou

proporcionar

proveito;

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c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta

dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do

meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que

seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

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Anotações

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9.-ACIDENTES DO TRABALHO

9.1 - Fatores de acidentes

Para fins de prevenção de acidentes, há 5 tipos de informações de importância

fundamental em todos os casos de acidentes. São os chamados fatores de acidentes que

se distinguem de todos os demais fatos que descrevem o evento Eles são: o agente da

lesão; a condição insegura; o acidente tipo; o ato inseguro e o fator pessoal inseguro.

Agente da Lesão:

Agente da lesão é aquilo que, em contato com a pessoa determina a lesão. Pode

ser por exemplo um dos muitos materiais com características agressivas, uma

ferramenta, a ponta de uma máquina. A lesão e o local da lesão no corpo, é o ponto

inicial para identificarmos o agente da lesão. Convém observar qual a característica do

agente que causou a lesão. Alguns agentes são essencialmente agressivos, como os

ácidos e outros produtos químicos, a corrente elétrica, etc., basta um leve contato para

ocorrer a lesão. Outros determinam ferimentos por atritos mais acentuados, por batidas

contra a pessoa ou da pessoa contra eles, por prensamento, queda, etc. Por exemplo: a

dureza de um material não é essencialmente agressiva, mas determina sempre alguma

lesão quando entra em contato mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode

dizer do peso de objetos; o peso, em si, não constitui agressividade, mas é um fator que

aliado à dureza do objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas.

Condição insegura:

Condição insegura em um local de trabalho são as falhas físicas que

comprometem a segurança do trabalhador, em outras palavras, as falhas, defeitos,

irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança e outros, que põem em

risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas, e a própria segurança das instalações

e dos equipamentos.

Nós não devemos confundir a condição insegura com os riscos inerentes a certas

operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos

que envolvem eletricidade, ou instalações elétricas; a eletricidade, no entanto, não pode

ser considerada uma condição insegura, por ser perigo Sa. Insta1ações mal feitas ou

improvisadas, fios expostos, etc., são condições inseguras; a energia elétrica em si, não.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 153

A corrente elétrica, quando devidamente solada do contato com as pessoas, passa a ser

um risco controlado e não constitui uma condição insegura.

Apesar da condição insegura ser possível de neutralização ou correção, ela tem sido

considerada

responsável por 16% dos acidentes. Exemplos de condições inseguras:

proteção mecânica inadequada;

Condição defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio,

corroído, fraturado, qualidade inferior, etc.), escadas, pisos, tubulações (encanamentos);

Projeto ou construções inseguras;

Processos, operações ou disposições (arranjos) perigosos (empilhamento

perigoso, armazenagem, passagens obstruídas, sobrecarga sobre o piso,

congestionamento de maquinaria e operadores, etc.);

Iluminação inadequada ou incorreta;

Ventilação inadequada ou incorreta.

Ato inseguro:

Ato inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou

inconscientemente a riscos de acidentes. Em outras palavras é um certo tipo de

comportamento que leva ao acidente.

Vemos que se trata de uma violação de um procedimento consagrado, vio1ação essa,

responsável pelo acidente.

Segundo estatísticas correntes, cerca de 84% do total dos acidentes do trabalho são

oriundos do próprio trabalhador. Portanto, os atos inseguros no trabalho provocam a

grande maioria dos acidentes; não raro o trabalhador se serve de ferramentas

inadequadas por estarem mais próximas ou procura limpar máquinas em movimento por

ter preguiça de desliga-las, ou se distrai e desvia sua atenção do local de trabalho, ou

opera sem os óculos e aparelhos adequados. Ao se estudar os atos inseguros praticados,

não devem ser consideradas as razões para o comportamento da pessoa que os cometeu,

o que se deve fazer tão somente é relacionar tais atos inseguros. Veremos os mais

comuns:

Levantamento impróprio de carga (com o esforço desenvolvido a custa da

musculatura das costas);

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Permanecer embaixo de cargas;

Permanecer em baixo de cargas suspensas;

Manutenção,

lubrificação ou limpeza de máquinas em movimento;

Abusos, brincadeiras grosseiras, etc.;

Realização de operações para as quais não esteja devidamente autorizado e

treinado;

Remoção de dispositivos de proteção ou alteração em seu funcionamento, de

maneira a torna-los ineficientes;

Operação de máquinas a velocidades inseguras;

Uso de equipamento inadequado, inseguro ou de forma incorreta (não segura);

Uso incorreto do equipamento de proteção individual necessário para a execução

de sua tarefa.

Acidente-tipo:

A expressão "Acidente-tipo" está consagrada na prática para definir a maneira

como as pessoas sofrem a lesão, isto é, como se dá o contato entre a pessoa e o agente

lesivo, seja este contato violento ou não.

Devemos lembrar que a boa compreensão do Acidente-tipo, nos facilitará a

identificação dos atos inseguros e condições inseguras.

A classificação usual estabelece os seguintes acidentes-tipo:

*Batida contra..: a pessoa bate o corpo ou parte do corpo contra obstáculos. Isto

ocorre com mais freqüência nos movimentos bruscos, descoordenados ou imprevistos,

quando predomina o ato inseguro ou, mesmo nos movimentos normais, quando há

condições inseguras, tais como coisas fora do lugar, má arrumação, pouco espaço, etc.

Batida por...: nestes casos a pessoa não bate contra, mas sofre batidas de objetos, pecas,

etc. A pessoa é ferida, às vezes, por colocar-se em lugar perigoso, ou por não usar

equipamento adequado de proteção e, outras vezes, por não haver protetores que isolem

as partes perigosas dos equipamentos ou que retenham nas fontes os estilhaços e outros

elementos agressivos.

Queda de objetos: esses são os casos em que a pessoa é atingida por objetos que caem.

Essas

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quedas podem ocorrer das mãos, dos braços ou do ombro da pessoa, ou de qualquer

lugar em que esteja o objeto apoiado - geralmente mal apoiado.

Embora nesses casos a pessoa seja batida por, a classificação é à parte pois a

ação do agente da lesão é diferente das demais - queda pela ação da gravidade e não

arremesso - e as medidas de prevenção também são específicas.

Duas quedas se distinguem; a pessoa cai no mesmo nível em que se encontra ou em

nível inferior, em alguns casos, para estudos mais acurados desdobra-se esse Acidente-

tipo nos dois acima citados. Porém, onde há pouca possibilidade de ocorrer quedas de

níveis diferentes, esse desdobramento é dispensável pois trará mais trabalho do que

resultado compensador.

*Quedas da pessoa: a pessoa sofre lesão ao bater contra qualquer obstáculo,

aparentemente como no segundo Acidente-tipo, classificado como batida contra...0

acidente em si, isto é, a ocorrência que leva a pessoa, nestes casos, a bater contra

alguma coisa é específica, assim como o são também os meios preventivos. A pessoa

cai por escorregar ou por tropeçar, duas ocorrências quase sempre, de condições

inseguras evidentes, cai por se desequilibrar, pela quebra de escadas ou andaimes e,

muitas vezes simplesmente abuso do risco que sabe existir.

*Prensagem entre ..: é quando a pessoa tem uma parte do corpo prensada entre

um objeto fixo e um móvel ou entre dois objetos móveis. Ocorre com relativa

frequência devido a ato inseguro praticado no manuseio de peças, embalagens, etc., e

também devido ao fato de se colocar ou descansar as mãos em pontos perigosos de

equipamentos. A prevenção desse Acidente-tipo, assim como dos dois exemplificados

anteriormente, além de dispositivos de segurança dos equipamentos, requer, dos

trabalhadores, muitas instruções, treinamento e responsabilidades no que diz respeito às

regras de segurança.

*Esforço excessivo ou "mau jeito ": nesses casos a pessoa não é atingida por

determinado agente lesivo; lesões com distensão lombar, lesões na espinha, etc.,

decorrem da má posição do corpo, do movimento brusco em más condições, ou do

super esforço empregado, principalmente na espinha e região lombar. Muito se fala, se

escreve e se orienta sobre os métodos corretos de levantar e transportar manualmente

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volumes e materiais e, por mais que se tenha feito, sempre será necessário renovar

treinamentos e insistir nas práticas seguras para evitar esse Acidente-tipo.

*Exposição à temperaturas extremas: são os casos em que a pessoa se expõe à

temperaturas muito altas ou baixas, quer sejam ambientais ou radiantes, sofrendo as

consequências de alguma lesão ou mesmo de uma doença ocupacional. Prostração

térmica, queimaduras por raios de solda elétrica e outros efeitos lesivos imediatos, sem

que a pessoa tenha tido contato direto com a fonte de temperatura extrema, são

exemplos desse Acidente-tipo.

*Contato com produtos químicos agressivos: a pessoa sofre lesão pela aspiração

ou ingestão dos produtos ou pelo simples contato da pele com os mesmos. Incluem-se

também os contatos com produtos que apenas causam efeitos alérgicos. São muitos os

casos que ocorrem devido a falta ou má condição de equipamentos destinados a

manipulação segura dos produtos agressivos, ou à falta de suficiente conhecimento de

perigo, ou ainda, por confusão entre produtos. A falta de ventilação adequada é

responsável por muitas doenças ocupacionais causadas por produtos químicos.

*Contato com eletricidade: as lesões podem ser provocadas por contato direto

com fios ou outros pontos carregados de energia, ou com arco voltaico. O contato com a

corrente elétrica, no trabalho, sempre é perigoso. Os acidentes-tipo de contato com

eletricidade são potencialmente mais graves, pois, o risco de vida quase sempre está

presente. Muitos casos ocorrem por erros ou falta de proteção adequada, mas uma

grande percentagem deve-se ao abuso e à negligência.

*Outros acidentes-tipo: como é fácil notar, alguns dos tipos relacionados

agrupam acidentes semelhantes mas que poderiam ser considerados, individualmente,

um Acidente-tipo. E lícito um desdobramento desde que seja vantajoso, para o estudo

que se propõe efetuar, cujo objetivo deve ser uma prevenção sempre mais positiva dos

acidentes.

O tipo queda da pessoa poderá ser subdividido, como já foi explicado. Isto naturalmente

será vantajoso em empresas com trabalhos em vários níveis, como na construção civil.

Numa indústria química, certamente será útil desdobrar o tipo que se refere a contato

com produtos químicos agressivos; por outro lado, em outro gênero de indústria o

resultado desse desdobramento poderá não compensar. Num armazém de carga e

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descarga com muito trabalho manual, poderá ser vantajoso subdividir o tipo esforço

excessivo ou "mau jeito" e, numa empresa de instalações elétricas certamente será

vantajoso desdobrar o tipo contato com eletricidade.

Além dos citados, existem outros tipos menos comuns, que pela menor incidência não

requerem uma classificação específica. Eles podem ser identificados por não se

enquadrarem em nenhum dos acidentes-tipo aqui relacionados.

Mais uma vez, é bom lembrar que a classificação aqui proposta baseia-se na maneira

pela qual a pessoa sofre a lesão, ou entra em contato com o agente lesivo, e nada tem a

ver com a ocorrência física do ambiente - acidente-meio - e nem com o gênero ou

extensão das lesões.

Um mesmo acidente-meio pode causar diferentes acidentes-tipo. Numa explosão, uma

pessoa poderá ser batida por algum estilhaço, outra poderá sofrer uma queda, outra

ainda poderá ser atingida por uma onda de calor. Portanto, o Acidente-tipo aqui referido

está bem caracterizado, desde a sua definição até à sua interpretação na prática.

A classificação será, eventualmente, um pouco difícil nos casos em que o

acidente puder, aparentemente, pertencer a dois tipos. Porém conhecendo-se bem os

pontos mais importantes para a classificação não haverá qualquer dificuldade. Por

exemplo: uma pessoa recebe contra o corpo respingos de ácido e sofre queimaduras; o

Acidente-tipo é "contato com produto químico" e não batida por. . . pois o que

determinou a lesão não foi o impacto, mas sim a agressividade química do agente. Uma

pessoa recebe um choque que a faz cair e bater com a cabeça no chão; sofre um

ferimento; se o ferimento foi só devido a queda, o tipo é queda da pessoa se,

eventualmente, sofresse também lesão de origem elétrica teriam ocorrido dois

acidentes-tipo e o caso deveria ser assim registrado.

Em alguns casos, apesar de todo o cuidado, poderá restar alguma dúvida, pelo fato de a

classificação proposta ser apenas genérica. Porém, para ganhar tempo, ou melhor, para

não desperdiçar tempo em detalhes que podem não compensar o esforço e o tempo

despendidos em sua análise, é preferível optar pela generalidade e dentro dela dar a

devida atenção aos fatos específicos de destaque que possam servir para a conclusão

geral do relatório - que é objetivo visado - isto é, o que fazer para prevenir novas

ocorrências.

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Fator pessoal inseguro:

É a característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro e que em muitos

casos, também criam condições inseguras ou permitem que elas continuem existindo.

Na prática, a indicação do fator pessoal pode ser um tanto subjetiva, mas no cômputo

geral das investigações processadas, e para fim de estudo, essas indicações serão sempre

úteis.

Os fatores pessoais mais predominantes são:

*atitude imprópria (desrespeito às instruções,

*má interpretação das normas,

*nervosismo,

*excesso de confiança,

*falta de conhecimento das práticas seguras

*incapacidade física para o trabalho.

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Anotações

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9.-ACIDENTES DO TRABALHO

9.2 - Causas de Acidentes

Em princípio, temos três fatores principais causadores de acidentes:

1. Condições inseguras, inerentes às instalações, como máquinas e

equipamentos.

2. Atos inseguros, entendidos como atitudes indevidas do elemento humano.

3. Eventos catastróficos, como inundações, tempestades, etc.

Estudos técnicos, principalmente no campo da engenharia, são capazes de, com o

tempo, eliminar as condições inseguras. Quando se fala, porém, do elemento homem,

apenas técnicas não são suficientes para evitar uma falha nas suas atitudes.

Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se removido

a tempo teria evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis, não surgem por

acaso, eles, na maioria das vezes, são causados, e portanto possíveis de prevenção,

através da eliminação a tempo de suas causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais

(dependentes, portanto, do homem) ou materiais (decorrentes das condições existentes

nos locais de trabalho).

Vários autores, na analise de um acidente, consideram como causa do acidente o

ato ou a condição que originou a lesão, ou o dano. No nosso entendimento, devem ser

analisadas todas as causas, desde a mais remota, o que permitirá um adequado estudo e

posterior neutralização ou eliminação dos riscos.

TEORIA DE HEINRICH (Teoria Dominó)

Entre os vários estudos desenvolvidos no campo da segurança do trabalho, nós

encontramos a teoria de Heinrich. O que nos diz a teoria de Heinrich? Nos mostra que o

acidente e consequentemente a lesão são causados por alguma coisa anterior, alguma

coisa onde se encontra o homem, e todo acidente é causado, ele nunca acontece. E

causado porque o homem não se encontra devidamente preparado e comete atos

inseguros, ou então existem condições inseguras que comprometem a segurança do

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trabalhador, portanto, os atos inseguros e as condições inseguras constituem o fator

principal na causa dos acidente.

Heinrich imaginou, partindo da personalidade, demonstrar a ocorrência de acidentes e

lesões com o auxilio de cinco pedras de dominós; a primeira representando a

personalidade; a segunda as falhas humanas, no exercício do trabalho; a terceira as

causas de acidentes (atos e condições inseguras); a quarta, o acidente e a quinta, as

lesões:

*Personalidade: ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz

consigo um conjunto de características positivas e negativas, de qualidades e defeitos,

que constituem a sua personalidade.

Esta se formou através dos anos, por influência de fatores hereditários e do meio social

e familiar em que o indivíduo se desenvolveu. Algumas dessas características

(irresponsabilidade, irrascibilidade, temeridade, teimosia, etc.) podem se constituir em

razões próximas para a prática de atos inseguros ou para a criação de condições

inseguras.

*Falhas humanas: devido aos traços negativos de sua personalidade, o homem

seja qual for a sua posição hierárquica, pode cometer falhas no exercício do trabalho, do

que resultarão as causas de acidentes.

*Causas de acidentes: estas englobam, como já vimos, as condições inseguras e

os atos inseguros.

*Acidente: sempre que existirem condições inseguras ou forem praticados atos

inseguros, pode-se esperar as suas consequências, ou seja, a ocorrência de um acidente.

*Lesões: toda vez que ocorre um acidente, corre-se o risco de que o trabalhador

venha a sofrer lesões, embora nem sempre os acidentes provoquem lesões.

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Desde que não se consegue eliminar os traços negativos da personalidade, surgirão em

consequência, falhas no comportamento do homem no trabalho, de que podem resultar

atos inseguros e condições inseguras, as quais poderão levar ao acidente e as lesões,

quando isso ocorrer, tombando a pedra "personalidade" ela ocasionará a queda, em

sucessão de todas as demais.(Veja figura abaixo)

Considerando-se que é impraticável modificar radicalmente a personalidade de

todos que trabalham, de tal sorte a evitar as falhas humanas no trabalho deve-se

procurar eliminar as causas de acidentes, sem que haja preocupação em modificar a

personalidade de quem quer que seja, para tanto, deve-se buscar a eliminação tanto das

condições inseguras, apesar da avareza, do desprezo pela vida humana ou quaisquer

outros traços negativos da personalidade de administradores ou supervisores como

também, deve-se procurar que os operários, apesar de teimosos, desobedientes,

temerários, irascíveis, não pratiquem atos inseguros, o que se pode conseguir através da

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criação nos mesmos, da consciência de segurança, de tal sorte que a prática da

segurança, em suas vidas, se transforme em um verdadeiro hábito.

Eliminadas as causas de acidentes administradores, supervisores e trabalhadores

continuarão, cada um com a sua personalidade, de que resultarão falhas no

comportamento no trabalho, mas o acidente e as lesões não terão lugar.

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Anotações

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9.-ACIDENTES DO TRABALHO

9.3 - Prevenção de Acidentes

Tendo em vista que as causas de acidentes se devem a falhas humanas e falhas materiais

a prevenção de acidentes deve ser:

*a eliminação da pratica de atos inseguros

* a eliminação das condições inseguras

* a eliminação da pratica de atos inseguros

Os primeiros poderão ser eliminados inicialmente através de seleção profissional

exames médicos adequados e posteriormente através da educação e treinamento e as

segundas, através de medidas de engenharia que garantam a remoção das condições de

insegurança no trabalho.

Nesse particular, convém lembrarmos da ``Regra EDE´´, relativa aos problemas

de segurança do trabalho: `E´´ engenharia, isto é, medidas que visam que os métodos de

trabalho seguro sejam devidamente observados; ``D´´ disciplina, isto é, medidas que

visam que os métodos de trabalho seguro sejam devidamente observados; deve

convencer a administração a corrigir as condições inseguras de trabalho reveladas pela

engenharia, instalar e subvencionar um programa de segurança, treinar os trabalhadores

,obter seu apoio para o programa e conquistar a cooperação de todos os supervisores.

``A segurança do trabalho não é somente um problema de pessoal, mas envolve uma

engenharia, um conhecimento de legislação específica, cujo sucesso é função direta da

habilidade de vencer o programa à gerencia e aos trabalhadores´´.

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9.-ACIDENTES DO TRABALHO

9.4 - Comunicação dos Acidentes

A esquematização do sistema de comunicação de acidentes será elaborada a

partir das consequências do acidente, que podem ser classificadas em:

Sem lesão;

Lesão leve (acidente sem afastamento) ;

lesão incapacitante (acidente com afastamento).

Essa classificação é feita no sentido de facilitar o entendimento. A Associação

Brasileira de Normas Técnicas editou uma norma de cadastro de acidentes (NB-18) em

1958, a qual já passou por duas reformulações, em 1967 e 1975, as quais não tem

caráter legal apenas normativo. Os conceitos aqui apresentados envolvem não só uma

compilação dessa Norma mas também aspectos legais.

Qualquer acidente, mesmo aquele sem lesão já ocasiona perda de tempo para

normalização das atividades podendo ocasionar ainda, danos materiais. Não existe a

necessidade legal de comunicação aos órgãos da Previdência Social quando não ha

lesão que ocasione o afastamento do trabalhador, se este retornar ao trabalho no mesmo

dia ou no dia seguinte, no horário normal. O acidente sem afastamento seria aquele que

o acidentado, embora tenha sofrido uma lesão, pode retornar ao trabalho no mesmo dia

ou no dia seguinte, em seu horário regulamentar de entrada. Ocorrido o acidente e não

acontecendo o retorno do acidentado ao trabalho no mesmo dia ou dia seguinte de

trabalho, no horário normal, passamos a considerar esse acidente como acidente com

afastamento, cuja conseqüência é uma incapacidade temporária total, ou uma

incapacidade permanente parcial ou total, ou mesmo a morte do acidentado.

Esquematizando, os acidentes com lesão ou perturbação funcional compreendem:

Acidente:

Sem afastamento

Com afastamento

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Acidente sem afastamento:

É aquele em que o acidentado pode exercer sua função normal, no mesmo dia do

acidente, ou no próximo, no horário regulamentar.

O acidente sem afastamento deve ser investigado mas, por convenção, não entra nos

cálculos dos coeficientes de freqüência e gravidade.

Acidente com afastamento:

É o acidente que provoca a:

*incapacidade temporária

*incapacidade parcial

*incapacidade total.

Incapacidade temporária

É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo,

nunca superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo

afastado do serviço, devido ao acidente, volta ao mesmo serviço executando suas

funções normalmente, como fazia antes do acidente.

Incapacidade parcial

É a redução parcial da capacidade de trabalho do acidentado, em caráter

permanente:

Exemplos: Perda de um dos olhos. Perda de um dedo.

Incapacidade total

É a perda da capacidade total para o trabalho em caráter permanente Exemplo:

Perda de uma das mãos e dos dois pés, mesmo que a prótese seja possível.

A comunicação de acidentes será tanto mais complexa quanto mais grave for a sua

consequência.

Os acidentes que não ocasionam lesão (como a simples queda de um fardo de algodão

da respectiva pilha) tornam-se importantes pela possibilidade de que, no caso do

exemplo citado, havendo repetição do fato, o fardo pode atingir algum operário. De

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verão , portanto , ser estudadas as causas dessa queda para evitar fatos semelhantes,

acionando-se o encarregado do setor, o chefe do departamento e o Serviço

Especializado de Segurança do Trabalho, quando houver, ou então a CIPA. No caso de

um acidente sem afastamento, com uma lesão leve portanto, alem dos elementos citados

anteriormente também o enfermeiro ou médico será envolvido Quando em virtude do

acidente ocorre lesão ou perturbação; funcional que cause incapacidade temporária

total, incapacidade permanente parcial ou total, ou a morte do acidentado, as

providencias a serem tomadas quanto à sua comunicação no âmbito da empresa são:

a) da própria vítima ou de colegas ao encarregado do setor (normalmente oral);

b) do encarregado do setor ao chefe do departamento (normalmente oral)

c) do chefe de departamento à direção da empresa e ao departamento de segurança (por

escrito).

A empresa deverá comunicar ao INSS, em, no máximo, vinte e quatro horas, da

ocorrência do acidente, através do preenchimento da ficha de Comunicação de Acidente

do Trabalho.

Essa ficha (conhecida como CAT) solicita uma série de informações, tais como:

- Nome, profissão, sexo, idade, residência, salário de contribuição.

- Natureza do acidente sofrido.

- Condições.

- Local, dia E hora do evento, nome e endereço de testemunhas.

- Tempo decorrido entre o início do trabalho e a hora do acidente.

- Indicação do hospital a que eventualmente foi recolhido o acidentado.

Se doença profissional , quais os empregadores acometidos anteriormente nos últimos

dois anos.

Observações: O INSS exige duas testemunhas (CAT) oculares ou circunstanciais, e

quando ocorrer a morte do acidentado, deverá ser informada a autoridade policial.

O sistema de comunicação de acidentes, portanto, difere de acordo com as

consequências.

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Anotações

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9.-ACIDENTES DO TRABALHO

9.5 - Custos dos Acidentes

Importância

Qualquer acidente do trabalho acarreta prejuízos econômicos para o acidentado,

para a empresa, para a Nação. Se encararmos o acidente do ponto de vista

prevencionista (não ha necessidade de efeito lesivo ao trabalhador em virtude da

ocorrência), a simples perda de tempo para normalizar a situação já representa custo.

Por exemplo, a queda de um fardo de algodão mal armazenado, em princípio, teria

como conseqüências:

a) O empregado encarregado da reamarzenagem despendera esforço para o

trabalho, inclusive passando novamente pelo risco inerente a atividade, desnecessário se

a armazenagem inicial tivesse sido corretamente feita;

b) O empregador pagara duplamente pelo serviço de armazenagem;

c) A perda de produção, pela necessidade de execução do serviço varias vezes,

representa um custo para a Nação, mais sentida em caso de produtos de exportação.

Se, no exemplo anterior, um trabalhador for atingido pelo fardo e necessitar de um

afastamento temporário para recuperação, citamos como conseqüências

a) o operário ficará prejudicado em sua saúde;

b) o empregador arcará com as despesas de salário do acidentado, do dia do

acidente e dos seguintes quinze dias,

c) a empresa seguradora (no caso do INSS) pagará as despesas de

atendimento medicoe os salários a partir do 15o dia até o retorno do acidentado ao

trabalho normal.

Há diversos custos que o próprio bom-senso facilmente determina. Outros, porem),

além de não serem identificados na totalidade, quando o são tornam-se de difícil

mensuração.

O caso de um trabalhador morto em virtude de um acidente do trabalho. Em termos da

Nação como um todo, como mensurar a perda de capacidade produtiva e mesmo da

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capacidade criativa do acidentado? Teremos os gastos com funeral, pagamento de

pensão, porém o chamado CUSTO SOCIAL decorrente do acidente não poderá ser

determinado. A família do acidentado poderá sofrer graves conseqüências, não só

financeiras, como também sociais. Não haverá mais a possibilidade de promoções,

horas extras, etc. Toda a experiência de vida que poderia ser transmitida aos filhos é

perdida.

Pode ser sentida aqui a dificuldade para mensurar os custos dos acidentes. Para

contornar esse problema, por meio de uma investigação de acidentes bem feita, e com a

utilização de recursos matemáticos e inferências estatísticas, podemos atingir um bom

nível de precisão em termos de custos para o empregador.

Parcelas do custo de acidentes

O custo total do acidente do trabalho pode ser em duas parcelas: o custo direto e o custo

indireto, ou seja:

C.T. = C.D.+ C.I.

O custo direto não tem relação com o acidente em si. É o custo do seguro de

acidentes do trabalho que o empregador deve pagar ao Instituto Nacional de Seguridade

Social - INSS, conforme determina do no artigo 26 do decreto 2.173, de 05 de março de

1997. Essa contribuição é calculada a partir do enquadramento da empresa em três

níveis de risco de acidente do trabalho (riscos leve, médios e graves) e da folha de

pagamento de contribuição da empresa, da seguinte forma:

I – 1 % (um por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante o risco

de acidente do trabalho seja considerado leve;

II – 2 % (dois por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante esse

risco de acidente do trabalho seja considerado médio;

III – 3 % (três por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante esse

risco de acidente do trabalho seja considerado grave.

Essa porcentagem é calculada em re1ação a folha de pagamento de contribuição e é

recolhida juntamente com as demais contribuições devidas INSS.

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 170

A classificação da empresa será feita a partir de tabela própria, organizada pelo

Ministério da Previdência Social Tendo em vista que o custo direto nada mais é que a

taxa de seguro de acidentes do trabalho paga pela empresa a Previdência Social, esse

custo também é chamado de "custo segurado" e representa saída de caixa imediata para

o empregador.

Já os fatores que influem no custo indireto não representam uma retirada de

caixa imediata para a empresa, mas, embora prejudiquem a produção e inclusive a

diminuam, não acarretam novos gastos necessariamente. Eles são inerentes a própria

atividade da empresa.

A seguir são citados alguns fatores que influem no aumento do custo indireto de um

acidente do trabalho.

a) salário pago ao acidentado no dia do acidente. Mesmo em casos de acidente

de trajeto, o empregador é responsável por esse pagamento;

b) salários pagos aos colegas do acidentado, que deixam de produzir para

socorrer a vítima, avisarseus superiores e, se necessário, auxiliar na remoção do

acidentado;

c) despesas decorrentes da substituição de peça danificada ou manutenção e

reparos de máquinas e equipamentos envolvidos no acidente, quando for o caso;

d) prejuízos decorrentes de danos causados ao produto em processo;

e) gastos para a contratação de um substituto, quando o afastamento for

prolongado;

f) pagamento do salário do acidentado nos primeiros quinze dias de afastamento;

pagamento de horas extras aos empregados para cobrir prejuízo causado à produção

pela paralisação decorrente do acidente; gastos extras de energia elétrica e demais

facilidades das instalações em decorrência das horas extras trabalhadas;

i ) pagamento das horas de trabalho despendidas por supervisores e outras pessoas:

i.1) n a investigação das causas do acidente

i.2) na assistência médica para os socorros de urgência;

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 171

i.3) no transporte do acidentado;

i.4) em providências necessárias para regularizar o local do acidente;

i.5) na assistência jurídica.

Conclusão

Pode-se notar, portanto, que o custo de acidentes envolve vários fatores de produção:

1º) pessoal

2º) maquinas e equipamentos;

3º) matéria-prima

4º) tempo;

5º) instalações.

Pessoal

Envolve todos os funcionários assalariados. Qualquer acidente determinará

despesas médicas, hospitalares, farmacêuticas, além de gastos com indenizações por

incapacidade, ao órgão segurador.

Maquinas e equipamentos

Inclui ferramentas, carros de transporte diretamente ligados à produção,

maquinas, que podem ser danificados em caso de acidente, exigindo reparos,

substituição de peças e serviço extra das equipes de manutenção.

Matéria - prima

Compreende os três estágios, entrada, processamento e saída como produto

acabado. Material perecível, por exemplo, pode ser perdido em caso de parada repentina

do processo em virtude de um acidente.

Tempo

Invariavelmente, qualquer acidente acarreta, com perda de tempo, tanto na

produção como na mão-de-obra.

Instalações Gerais

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Compreende danos as instalações elétricas, aos prédios, às canalizações.

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Anotações

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Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 173

9.-ACIDENTES DO TRABALHO

9.6- Avaliação dos Acidentes

Há diversos indicadores que podem ser construídos visando medir o risco no

trabalho. A OIT utiliza três indicadores para medir e comparar a periculosidade entre

diferentes setores de atividade econômica de um país (ILO, 1971): o índice de

frequência, o índice de gravidade e a taxa de incidência.

Já a NBR nº 14.280/99, sugere a construção dos seguintes indicadores: taxas de

frequência (total, com perda de tempo e sem perda de tempo de atividade), taxa de

gravidade e medidas de avaliação da gravidade (número médio de dias perdidos em

consequência de incapacidade temporária total, número médio de dias perdidos em

consequência de incapacidade permanente, e tempo médio computado). Vários estudos

elaborados por especialistas sugerem, ainda, a adoção de um indicador que permita

avaliar o custo social dos acidentes do trabalho.

É importante ressaltar que a recomendação internacional é que, no cálculo dos

indicadores, devem ser incluídos os acidentados cuja ausência da atividade laborativa

tenha sido igual ou superior a uma jornada normal, além daqueles que exercem algum

tipo de trabalho temporário ou informal, situação em que o acidentado não se ausenta

formalmente do trabalho, porém fica impedido de executar sua atividade habitual.

Os indicadores de acidentes do trabalho, além de fornecerem indícios para a

determinação de níveis de risco por área profissional, são de grande importância para a

avaliação das doenças profissionais. Além disso são indispensáveis para a correta

determinação de programas de prevenção de acidentes e consequente melhoria das

condições de trabalho no Brasil. Alguns indicadores são de interesse especial para a área

de saúde do trabalhador (tais como a taxa de mortalidade e a taxa de letalidade). Outros

são vitais para o estabelecimento de ações de controle por parte do Ministério do

Trabalho e Emprego (como, por exemplo, a incidência acumulada). O objetivo deste

trabalho é buscar um conjunto de indicadores que combine a frequência e a gravidade

dos acidentes, bem como o custo gerado com o pagamento de benefícios pela

Previdência Social.

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Desta forma, dentre uma série de indicadores sugeridos, três foram eleitos como básicos

para análise: índices de frequência, gravidade e custo. A seguir é definida a

conceituação e a metodologia de cálculo adotada para cada um dos indicadores,

considerando as peculiaridades dos dados disponíveis sobre acidentes do trabalho no

Brasil, e os objetivos de avaliação e controle dos acidentes, e o reenquadramento das

atividades econômicas por grau de risco.

9.7.1. Índice de Frequência (If)

O Índice de Frequência (If) mede o número de acidentes que geraram algum tipo

de benefício, ocorridos para cada 1.000.000 de homens-horas trabalhadas, podendo ser

escrito como,

(1) onde HHT representa o número total de homens-horas trabalhadas, sendo calculado

pelo somatório das horas de trabalho de cada pessoa exposta ao risco de se acidentar,

aproximado pelo produto entre o número de trabalhadores, jornada de trabalho diária, e

número de dias trabalhados no período em estudo, ou seja

Número de trabalhadores * 8 horas/dia * Número de dias trabalhados no período

considerado.

O número de trabalhadores é obtido a partir do número médio de vínculos no ano. Desta

forma, pessoas que mantiveram o vínculo empregatício ao longo dos 12 meses do ano,

contribuem com uma unidade na média, enquanto que aquelas que trabalharam apenas

uma quantidade y de meses, contribuem com y/12 unidades na média, garantindo a

correta mensuração de exposição ao risco.

A informação de número de dias trabalhados no período considerado deve ser

estimada. Foi utilizada uma média de 22 dias úteis como estimativa de dias trabalhados

por mês. Como o período de análise considerado é anual, o total de dias trabalhados

adotado foi de 264, ou seja, 12 meses no ano * 22 dias por mês = 264 dias.

O numerador do índice inclui apenas os acidentes do trabalho que geraram algum tipo

de benefício previdenciário (aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, auxílio-

acidente e pensão por morte), a fim de não penalizar as empresas com boa declaração de

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sinistralidades, e favorecer aquelas que só declaram os acidentes mais graves (os quais,

obrigatoriamente, envolvem a necessidade de registro oficial). Se o numerador

considerasse todos os acidentes registrados, empresas com grande número de

notificações apresentariam resultados mais elevados, ainda que não causassem ônus

para o sistema previdenciário.

9.7.2. Índice de Gravidade (Ig)

O Índice de Gravidade (Ig) mede a intensidade de cada acidente ocorrido, a

partir da duração do afastamento do trabalho, permitindo obter uma indicação da perda

laborativa devido à incapacidade, sendo dado por

(2) Segundo a OIT, esse indicador deve ser multiplicado por 1.000 (ILO, 1971), tal

como apresentado acima. A NBR 14.280/99, por outro lado, recomenda a multiplicação

por 1.000.000. A metodologia sugerida pela OIT foi a adotada, por gerar índices de

gravidade da mesma ordem de grandeza que os índices de frequência.

É recomendado que no numerador sejam computados os dias perdidos em função de

todos os acidentes ocorridos no período, incluindo os afastamentos por menos de 15

dias e o tempo de permanência como beneficiário de auxílio-doença. Além disso, devem

ser computados os dias perdidos em função de acidentes que causaram a morte, a

incapacidade total permanente e a incapacidade parcial permanente. Neste último caso,

o cálculo do número de dias perdidos deve seguir normas preestabelecias.

Segundo a 6a Conferência Internacional de Estatísticas do Trabalho, realizada

em 1947, cada acidente que resultasse na morte ou na incapacidade total permanente

deveria ser computado como 7.500 dias de trabalho perdidos. Entretanto, o cálculo

desse índice não era feito uniformemente.

Cada país utilizava um fator para cálculo dos dias perdidos. Desta forma, a 10a

Conferência Internacional de Estatísticas do Trabalho determinou que futuras pesquisas

deveriam ser elaboradas a fim de fixar um parâmetro para uso internacional (ILO,

1971).

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A NBR 14.280/99, determina que cada ocorrência de morte ou incapacidade

permanente total seja computada como equivalente a 6.000 dias de trabalho perdidos.

Este é o critério adotado pela grande maioria dos países, tal como propõe o American

National Standards Institute, e foi o critério aqui considerado na metodologia de cálculo

do índice de gravidade. É importante destacar, entretanto, que esse valor foi obtido a

partir de uma estimativa conjunta entre duas variáveis: idade ao se acidentar e

expectativa média de vida. Com a recente queda da mortalidade verificada na

população, e os consequentes ganhos na expectativa de vida, poderia ser avaliada, em

um futuro próximo, a possibilidade de revisão desse valor.

Em caso de incapacidade parcial permanente, os dias a debitar, segundo a NBR

14.280/99, devem obedecer a critérios pré-definidos conforme a parte do corpo atingida,

ainda que o número de dias realmente perdidos seja maior ou menor do que o número

de dias a debitar, ou até mesmo quando não haja dias perdidos. Entretanto, a

contabilização das causas da incapacidade parcial permanente, com o nível de detalhe

proposto pela NBR 14.280/99, demandaria tabulações extremamente complexas. Por

outro lado, a escolha a priori de um valor médio a ser atribuído para todos os casos de

incapacidade parcial permanente poderia gerar distorções. O ideal seria a elaboração de

um estudo que subsidiasse essa escolha.

Uma tentativa foi feita utilizando dados do estado de Santa Catarina, uma vez que este

dispõe de um sistema próprio para controle das CAT’s, armazenando informações sobre

a natureza da lesão e a parte do corpo lesionada (DATAPREV, 1998). Foi constatado

que, como não estava disponível a informação detalhada sobre membros amputados

(por exemplo, qual o dedo e em que altura foi amputado) ou a perturbação funcional

ocasionados pelo acidente, a atribuição de um valor médio não é uma questão trivial

(DATAPREV, 1998). O ideal seria melhorar a forma de coleta e armazenamento das

informações, de tal forma que a correta associação entre lesão e dias perdidos pudesse

ser feita. Como os dados disponíveis não permitem tal associação, foi adotado um total

de 2.500 dias perdidos para os casos de incapacidade parcial permanente.

Resumindo, para as ocorrências de aposentadorias por invalidez e pensões por

morte o total de dias perdidos foi calculado como o produto entre a quantidade de

concessões desses benefícios e a constante 6.000. No caso dos auxílios-acidente, em que

a determinação dos dias perdidos depende do tipo de lesão sofrida pelo segurado, foi

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adotada uma média de 2.500 dias. Ou seja, o total de dias perdidos foi calculado como o

produto entre a quantidade de concessões de auxílios-acidente e a constante 2.500.

Finalmente, para as ocorrências de auxílios-doença três parcelas devem ser

consideradas:

Número de dias perdidos desde a data de ocorrência do acidente até a concessão do

auxílio-doença.

Obtido pela diferença entre a data de início do benefício – DIB e a data de ocorrência do

acidente, no caso de acidentes ocorridos no ano em estudo. À esta parcela deve ser

somado o tempo de duração do auxílio-doença, que pode ser dado por uma das duas

situações:

Para benefícios com data de cessação – DCB diferente de zero, ou seja, o

benefício foi concedido e cessado no mesmo ano, calcular os dias perdidos como a

diferença entre a DCB e a DIB (expressa em dias).

Para benefícios com DCB igual a zero, ou seja, o benefício foi concedido no ano

analisado, porém não cessou nesse ano, calcular os dias perdidos como a diferença entre

a DIB e o final do ano em questão.

Finalmente, a fim de garantir a mesma base de cálculo utilizada no índice de freqüência,

serão computados os dias perdidos dos acidentes que geraram algum tipo de benefício

previdenciário, ou seja, não serão considerados os casos de simples assistência médica e

afastamentos inferiores a 15 dias.

Clique aqui e faça o Questionário de Acidentes de Trabalho.

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Anotações

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10.-ARTIGOS

10.- Visão holística do negócio

Segundo o dicionário, holismo é a tendência a sintetizar unidades em totalidades,

que se supõe seja própria do universo. Sintetizar é reunir elementos em um todo;

compor.

A visão holística de uma empresa equivale a se ter uma "imagem única", sintética de

todos os elementos da empresa, que normalmente podem ser relacionados a visões

parciais abrangendo suas estratégias, atividades, informações, recursos e organização

(estrutura da empresa, cultura organizacional, qualificação do pessoal, assim como suas

interrelações).

Todo empresário e o seu pessoal gerencial deveriam ter uma visão holística de sua

empresa. Essa visão possui diferentes ênfases e graus de abstração. No entanto, a visão

do todo ( a imagem única) é essencial para que eles cumpram o seu papel. Algumas

empresas possuem pessoas com essa visão, e normalmente elas se destacam de suas

concorrentes. Porém uma grande parte dos dirigentes atingiu seu posto vindo de uma

área específica, trazendo assim uma visão distorcida do todo. É comum encontrar

gerentes empolgados com os recursos computacionais, outros achando que a solução

está somente na estrutura organizacional, outros que consideram suas máquinas e

equipamentos como sendo a salvação da empresa, etc..

Com uma visão holística é mais seguro tomar decisões relativas a uma das

visões específicas, pois a influência desta decisão sobre as outras visões da empresa é

observada à priori. Se esta visão holística for então formalizada, pode-se discutir

problemas específicos sem se perder a abrangência, nivelando-se o conhecimento entre

os participantes da discussão. No entanto, é impossível representar o todo de forma

completa. Este todo é algo abstrato, que forma uma unidade na mente dos dirigentes.

Pensar a empresa como um conjunto de business processes é o formalismo existente

mais próximo para a obtenção da visão holística. Esses conceitos garantem a obtenção

da Integração de Empresas.

Modismos à parte, nunca o termo "holístico" foi tão utilizado quanto nos últimos anos.

A visão holística do mundo parece ter sido descoberta há pouco, como uma seqüência

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da visão mecanicista de Robert Boyle. Entretanto o pensamento holístico foi concebido

há milênios, quando a visão mística foi substituída pela observação e interpretação

racional, e teve seu apogeu na Grécia Antiga.

Mas, o que vem a ser holístico? Antes de qualquer conjectura, deve-se ter uma

visão completa do termo. Aliás, uma visão holística. Pois bem, holístico vem do grego e

significa, grosso modo, o todo; completo. De maneira mais precisa, holístico é aquilo

que se refere ao holismo, que é a "tendência, que se supõe seja própria do universo, a

sintetizar unidades em totalidades organizadas".

Entretanto seu significado prático vai muito além. Em termos filosóficos, significa "a

interação do todo com o todo", "como cada parte funcional de um sistema qualquer

interfere no todo, e o todo nestas". Outro termo muito utilizado é ontológico. Porém, a

ontologia está, hoje, muito mais ligada a questões abstratas, principalmente no tocante

ao comportamento humano. Holístico reflete muito mais a análise de sistemas

científicos e concretos.

A visão holística de todas as áreas do conhecimento humano, vem há tempos

contestando o pensamento reducionista de Descartes e Newton. Diferentemente de

outros pensadores ancestrais e contemporâneos, estes cientistas propuseram

procedimentos para análises sistemáticas de fenômenos físicos e químicos. Holística é

um termo que vem do grego “holos” = igual ao todo, mais que se inspira também da

palavra inglesa “wholy” = igual ao sagrado, santo. Holística é, por conseguinte um

termo que ao mesmo tempo indica uma tendência ao ver o todo além das partes, ele

considera esse todo como santo e sagrado.

A palavra holística nestes últimos 20 anos tem penetrado progressivamente no

âmbito da filosofia, da teologia, da educação, da ecologia, da economia, e demais

domínios do conhecimento humano. Ela representa na realidade todo um movimento de

mudança de sentido, não somente da ciência mais ainda de todo conhecimento humano.

Uma nova visão, chamada visão holística do real tem surgido sob influência das

descobertas da Física Quântica e da Psicologia Transpessoal.

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Anotações

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10.-ARTIGOS

10.1- A Atuação dos Engenheiros de Produção na Construção Civil

Nos últimos dias tem sido frequente a presença de engenheiros de produção no

cenário das construções, reformas e afins da área da construção civil. Diversos anúncios

de empregos para o setor, quando para cargos de gerência, exigem formação em

engenharia civil ou engenharia de produção.

Vamos nesse texto, discutir o que tem levado as empresas à contratação dos

profissionais da engenharia de produção para essa área, que teoricamente em nada tem

haver com os profissionais de engenharia de produção. Inicialmente, temos que

esclarecer que, de acordo com o CREA/CONFEA (conselhos regional e federal de

engenharia e arquitetura, respectivamente) os engenheiros de produção não têm

nenhuma atribuição que os vincule à construção civil, e sendo assim, não podem ser

responsáveis técnicos de quaisquer projetos. Devemos também ressaltar que, quando

tratamos de engenheiros de produção, estamos excluindo os profissionais com formação

em engenharia de produção civil.

Os engenheiros de produção, os chamados “produção plena”, são profissionais

com uma formação na gestão do negócio, cuidam do planejamento, controle e melhoria

dos projetos (entenda projeto como um empreendimento), pois possuem uma visão

holística do negócio. Já os profissionais da engenharia de produção civil, são

profissionais que adquiriram em sua grade de formação, matérias gerenciais e técnicas,

e, portanto, possuem a mesma atribuição dos engenheiros civis junto ao sistema

CREA/CONFEA, isto é, são inclusos no artigo 7º da resolução nº 218 de 29 de Junho de

1973, a saber:

Art 7º- Compete ao ENGENHEIRO CIVIL ou ao ENGENHEIRO DE

FORTIFICAÇÃO e CONSTRUÇÃO: I. o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo

1º desta resolução, referentes a edificações, estradas, pistas de rolamentos e aeroportos;

sistemas de transportes; de abastecimento de água e de saneamento… Como falamos do

assunto, os engenheiros de produção, são inclusos no Art 1º da resolução Nº 235 de 09

de Outubro de 1975, segundo CREA/CONFEA, como podemos ver abaixo: Art 1º-

Compete ao ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO o desempenho das atividades 01 a 18 da

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resolução 218 de 29 JUN 1973, referentes aos procedimentos na fabricação industrial,

aos métodos e seqüências de produção industrial em geral e ao produto industrializado;

seus afins e correlatos. Embora tenhamos visto que os engenheiros de produção não têm

vinculo como RT’s da construção civil, como já descrevemos, a atuação desses

profissionais nesse mercado tem vivido franca expansão nos últimos tempos. A

explicação para tal fato passa por dois pilares, em minha opinião. O primeiro, tem a ver

com a demanda crescente por mão de obra qualificada que o setor da construção civil

vive, haja vista o número de empreendimentos que tem sido lançados com prazos cada

vez menores.

O segundo, e talvez, o mais importante, diz respeito às competências que esses

profissionais desenvolvem durante sua formação. Os engenheiros de produção, como já

mencionamos, têm uma visão holística do empreendimento, e, portanto, conseguem

visualizar grande parte, senão todo, do produto final desejado. Assim sendo, esses

profissionais atuam no planejamento, controle e melhoria dos processos, na redução dos

custos ao longo dos processos produtivos, na busca pela qualidade total ao longo da

execução dos processos, na busca do desenvolvimento de uma cultura organizacional

que esteja alinhada à estratégia da empresa, dentre outros.

Especificamente no âmbito das construções, o cenário existente passa por

inúmeros problemas com o cumprimento de prazos e orçamento, com um déficit cada

vez maior de profissionais gabaritados, e como conseqüência, quase nunca, consegue-se

satisfazer as expectativas dos interessados nos projetos, até questões em nível tático

estratégico, pois na maioria das vezes, as empresas desse setor não possuem políticas

que vislumbrem horizontes de médio e longo prazo, no que tangem aspectos como mão

de obra, infraestrutura, etc. e esses problemas uma vez estratificados pelos engenheiros

de produção vão sendo minimizados. Por fim, vemos que todos esses fatores discutidos

acima, são problemas que os engenheiros de produção, transformam em oportunidades,

uma vez que propõem soluções de melhoria para as empresas do setor de construção.

É indiscutível que há muito que fazer no setor, e penso até mesmo, que o sistema

CREA/CONFEA, deveria despender um olhar mais atento aos profissionais da

engenharia de produção, permitindo por exemplo, que eles fossem autorizados a serem

responsáveis técnicos pela execução e controle de projetos de construção e reforma, mas

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embasados na discussão proposta acima, conseguimos responder à pergunta levantada

no inicio do texto. Cleber Luciano Engº de Produção

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Anotações

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10.-ARTIGOS

10.2 - A Sustentabilidade no Contexto das Engenharias

Desde a Revolução Industrial, e especialmente ao longo do século 20, o

desenvolvimento tecnológico, proporcionado pelas diversas áreas da Engenharia, criou

um sem-número de ferramentas fantásticas. Essas ferramentas facilitaram e deram mais

conforto à vida das pessoas, além de encurtar distâncias: eletrodomésticos, telefone,

internet, carros, aviões… A lista é infindável, assim como os seus benefícios. O

aumento do padrão de vida em diversos países, além do crescimento da oferta e redução

de preços, tem permitido que cada vez mais pessoas tenham acesso à tecnologia em

quantidade cada vez maior. Há, porém, que se olhar para o outro lado da moeda: o

consumo de recursos naturais, na forma de matérias-primas e recursos energéticos, que

são necessários para a fabricação e utilização desses produtos.

Como fornecer, de maneira sustentável, energia e materiais suficientes para suprir uma

demanda que não para de crescer?

Nos últimos dois séculos, a matriz energética mundial, especialmente a dos países

industrializados, tem sido fortemente baseada na queima de combustíveis fósseis.

Entretanto, nas últimas décadas, a utilização dessas fontes energéticas tem dado

evidências cada vez mais contundentes de ser insustentável econômica, ambiental e

socialmente. Guerras, disparada de preços, poluição do ar, efeito estufa e destruição de

ecossistemas são apenas alguns dos problemas ligados ao uso de combustíveis fósseis

que permeiam a discussão. Mas como, afinal, reduzir o consumo de combustíveis

fósseis sem impor barreiras ao desenvolvimento da humanidade?

A produção de energia a partir de fontes renováveis é uma alternativa intrínseca

à ideia de uma sociedade sustentável. O sol, o vento, os mares e rios, a biomassa, entre

outros, são fontes inesgotáveis de energia e encontram-se espalhados ao redor do globo,

e não nas mãos de alguns poucos países. Contudo, devido à sazonalidade da maioria das

fontes renováveis, faz-se necessário, para a implementação maciça dessas tecnologias

de geração, que se viabilizem formas sustentáveis de armazenamento de energia. A

produção de hidrogênio, para posterior geração de energia elétrica em células

combustíveis, e os reservatórios de acumulação de água, que armazenam energia

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hidráulica para uso em momentos de maior demanda, são algumas das alternativas às

baterias elétricas atualmente utilizadas, que são ambiental e economicamente inviáveis

para o uso em maior escala.

Um grande salto para a redução no consumo de combustíveis fósseis são os

biocombustíveis, que já são intensamente usados no Brasil, aumentando a fatia

renovável da matriz energética do país. Devido ao grau de desenvolvimento dessa

tecnologia, já é possível produzir biocombustíveis a partir de uma enorme gama de

produtos agrícolas, permitindo o desenvolvimento econômico de regiões nos mais

variados climas.

Montadoras europeias também já começam a apostar no carro elétrico, que pode vir a

ser uma excelente alternativa aos combustíveis fósseis. Entretanto, os carros elétricos

serão falsas alternativas ecológicas se a eletricidade for proveniente da queima de

combustíveis fósseis.

Há, também, exemplos de como se pode transformar o que antes era lixo em

produtos nobres. A utilização de resíduos da construção civil na composição de tijolos

ecológicos, a produção de bioplásticos a partir de resíduos agrícolas e a geração de

energia elétrica usando o biogás de aterros sanitários, são algumas das formas

encontradas para se transformar um problema ambiental em desenvolvimento social,

através da geração de empregos e do aumento na oferta de produtos.

É evidente o papel das Engenharias na construção de uma sociedade cada vez mais

sustentável. E se os futuros engenheiros não saírem da universidade com essa ideia

cristalizada em suas mentes, é improvável que darão a ela a importância devida, e que

chegarão um dia a aplicá-la de forma consistente no exercício de sua profissão.

Nos últimos tempos, a mídia tem dado grande ênfase a assuntos ligados à

Sustentabilidade, estando a sociedade em geral cada vez mais ciente da importância

dessa discussão. Contudo, na mídia o assunto é abordado de maneira generalista e

pouco aprofundada, de modo que todos possam compreendê-lo. Entretanto, os

engenheiros precisam de uma orientação mais específica à sua área de atuação, para que

possam perceber como esse conceito faz parte da atividade que exercem. É aí que surge

a importância de se discutir Sustentabilidade nos cursos de Engenharia.

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Anotações

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10.-ARTIGOS

10.3- Responsabilidade Social do Engenheiro

Abertura de crateras que engolem ruas, casas e pessoas, para dar passagem ao

metrô. Poluição de rios, cujas águas abastecem cidades e permitem a sobrevivência de

populações ribeirinhas.

Degelo de calotas polares devido à emissão de gases na atmosfera que põe em risco a

vida neste planeta. A questão que aflora é: até onde se estende a responsabilidade do

engenheiro em tais catástrofes?

O engenheiro, independentemente da área em que atua, pode ser visto como um dos

principais pilares da evolução tecnológica. Dessa maneira, é bastante claro que seu

trabalho gera consequências em qualquer população que venha a ser atingida por suas

consequências. O fato é que a grande problemática atual da engenharia é a inexistência

da interdisciplinaridade em sua “caixa de ferramentas”. Na realidade, a busca por uma

visão mais integral das ações de cada um deveria ser feita por todos os profissionais,

não somente pelos engenheiros, até mesmo estendendo essas questões para além do

âmbito da profissão, procurando, pois, conhecer sua capacidade e o que cada um pode

agregar de valor para a sociedade.

O engenheiro deve conhecer sua capacidade e o que ele pode agregar de valor

para a sociedade através da busca por uma visão mais integral de suas ações. Com isso,

obtém-se uma garantia maior de que suas ações serão mais bem planejadas, de forma a

minimizar possíveis consequências ruins e, assim, garantir que o fosso presente entre a

inovação e a sociedade seja minimizado.

Ainda quanto a questões sociais, a superespecialização dos estudantes poderia ser

encarada neste sentido como geradora de problemas sociais, que tende a cegar os

profissionais para qualquer consideração que ultrapasse o âmbito de suas competências

técnicas.

Com isso, vê-se que o engenheiro é um indivíduo com responsabilidade social,

além de outras. Uma visão meramente técnica do mundo é, portanto, uma atitude que

muito provavelmente implicará imprevistos até mesmo na essência do planejamento, a

qual deveria ser no mínimo a parte que funcionaria corretamente.

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Conclui-se que uma das grandes problemáticas atuais da engenharia é a falta de

interdisciplinaridade como ferramenta de trabalho. E isso acarreta que as próprias

grades curriculares dos cursos formadores de engenheiros são bastante conhecidas por

garantir uma grande carga de matérias puramente técnicas. O ensino de engenharia é

classicamente tecnocrático, de forma que promove na maioria das vezes a formação de

indivíduos cuja argumentação não abrange áreas que não sejam técnicas.

A tecnologia sempre desempenhará um papel central no progresso humano. Sua criação

se dá como resposta a pressões do mercado, e não em função das necessidades do

conjunto social mais amplo, alijando aqueles com pouco poder de compra.

Nesse contexto, a engenharia deve evoluir para um ponto onde um olhar mais

abrangente às questões de toda a sociedade guie as ações dos profissionais atuantes na

área. Conforme evoluímos, grupos das mais diversas áreas exigem isso dos engenheiros,

fazendo com que se cobre mais responsabilidade e maior visão crítica por parte do

corpo técnico social.

Embora o desenvolvimento tecnológico tenha ajudado imensamente a humanidade,

conferindo corpo e identidade à sociedade moderna, resolvendo uma série de problemas

e necessidades de cada indivíduo, tende-se por esquecer a essência do próprio ser

humano. E isso se torna uma situação bastante perigosa, visto que a tecnologia é

essencialmente uma ferramenta potente, e o bom senso do seu operador pode determinar

se suas consequências serão boas ou ruins para os que forem afetados por seus

resultados.

Cada engenheiro deve garantir que sua formação aborde os diversos

conhecimentos a serem aprendidos de forma que ele possa não somente entender seu

complexo funcionamento, mas também alertar e até mesmo controlar as implicações

futuras de seus empreendimentos. Sugere-se como ferramenta primordial para se

realizar tal atividade a interdisciplinaridade, já que com ela é possível se ter uma visão

maior do impacto de cada atitude em vários contextos diferentes da sociedade.

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