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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS€¦ · Até o fechamento desta edição, em 8/5/2009, o movimento de advogados, en-genheiros e arquitetos da CAIXA continuava firme, forte e unido

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Conselho Editorial: Davi Duarte, Bruno Vanuzzi, Carlos Alberto R. de Castro Silva, Roberto Maia, GryecosAttom V. Loureiro, Anna Claudia de Vasconcellos e Júlio Vítor Greve|Jornalista responsável: Mário GoulartDuarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected]. Projeto gráfico: Eduardo Furasté|Editoração ele-trônica: José Rober to Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações: RonaldoSelistre|Tiragem: 1.100 exemplares| Impressão: Nova Prova|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituições deensino e jurídicas.

Maio | 20092

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.647.8899

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2008-2010Presidente: Davi Duarte (Porto Alegre)Vice-Presidente: Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)1º Secretário: Ricardo Gonçalez Tavares (Porto Alegre)2º Secretário: José Carlos Pinotti Filho (Londrina)1º Tesoureiro: Fernando da Silva Abs da Cruz (Novo Hamburgo)2º Tesoureiro: Mariano Moreira Júnior (Florianópolis)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:

Carlos Alberto Regueira de Castro Silva (Recife)[email protected]

Diretor de Comunicação:Roberto Maia (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Honorários:Gryecos Attom Valente Loureiro (Volta Redonda)[email protected]

Diretor de Negociação:Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)[email protected]

Diretor de Prerrogativas:Júlio Vitor Greve (Brasília)[email protected]

REPRESENTANTES REGIONAISElisia Sousa Xavier (Brasília)|Júlio Vitor Greve (Brasília)| LaertNascimento Araujo (Aracaju)|Patrick Ruiz Lima (Belém) |Helena DisciniSilveira (Belo Horizonte)|Juliana Varella Barca de Miranda Porto(Brasília)|Henrique Chagas (Presidente Prudente)|Eber Saraiva deSouza (Cuiabá)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|CarlosHenrique Bernardes Castello Chiossi (Campinas)|Jayme de AzevedoLima (Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Adonias Melode Cordeiro (Fortaleza)|Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiânia)| Leopoldo VianaBatista Junior (João Pessoa)|Dioclécio Cavalcante de Melo Neto(Maceió)|Alcefredo Pereira de Souza (Manaus)|Carlos Roberto deAraújo (Natal)|Marcelo Quevedo do Amaral (Porto Alegre)|Melissa dosSantos Pinheiro (Porto Velho)|Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)|Márcio Miranda de Souza (Rio de Janeiro)|Jair Oliveira FigueiredoMendes (Salvador)|Enio Leite Alves da Silva (São Luís)|Roland GomesPinheiro da Silva (São Paulo)|Renato Cavalcante de Farias (Teresina)|Angelo Ricardo Alves da Rocha (Vitória)|Renato Luiz Ottoni Guedes(Cascavel)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)| Altair Rodrigues dePaula (Londrina)|José Irajá de Almeida (Maringá)| Clarissa Pires daCosta (Novo Hamburgo)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|Luis GustavoFranco (Passo Fundo)|Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti (RibeirãoPreto)|Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer (São José dosCampos)|Fábio Radin (Santa Maria)| Antonio Carlos Origa Junior (SãoJosé do Rio Preto)|Luciola Parreira Vasconcelos (Uberlândia)|AldirGomes Selles (Volta Redonda).CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (Londrina),Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte), Renato Luiz Harmi Hino(Curitiba), Laert Nascimento Araújo (Aracaju) e Henrique Chagas(Presidente Prudente).Membros suplentes: Arcinélio de Azevedo Caldas (Campos dosGoytacazes), Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo) e MariaEliza Nogueira da Silva (Brasília).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Rogério Rubim de Miranda Magalhães (BeloHorizonte), Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia) e Liana Cunha MousinhoCoelho (Belém).Membros suplentes: Fábio Romero de Souza Rangel (João Pessoa)e Sandro Cordeiro Lopes (Rio de Janeiro).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Lote 1, BL S, Sala 1205 | Edifício Empire CenterCEP 70070-904 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Auxiliar administrativo: PriscilaChristiane da Silva.Endereço em Porto Alegre/RS:Rua Siqueira Campos, 940 / 201 | Centro | CEP 90010-000Fones (51) 3286-5366 e (51) 3221-7936Auxiliares administrativos: Elisabeth Maria Vazquez Elmo(Administrativo), Lisandra de Andrade Pereira (Financeiro) e RafaelMartins Dias (Secretaria).

| Editorial

A edição de maio, ao contráriodo esperado e honestamente de-sejado por todos, não traz notíciasdo final de uma greve histórica,nascida vitoriosa, coesa, unitária everdadeira divisora de águas.

Este número traz, isto sim,uma longa lista de notas, informa-ções e fatos que, além de historiara sucessão de erros estratégicoscometidos pela empregadora noprocesso de negociação, refletemo grau de amadorismo e falta deseriedade aplicados a um grupode profissionais que, desde hámuito, reivindicam seu reconheci-mento na estrutura da Empresa,devido à capital

importância que o exercício desuas atribuições encerra.

Um processo exageradamentedelongado no tempo eentrecortado por alterações nacomposição do grupo de pessoasdiretamente envolvidas. Reflexosde uma política de pessoal que, aomenos em relação às carreiras pro-fissionais, não revelou até aqui aque veio.

Para alguns, era impossívelcongregar e reunir advogados, en-genheiros, arquitetos e outros tan-tos profissionais em torno deanseios comuns. Mas, eis que, con-trariando algumas pessimistas pre-visões, todos se uniram, capitane-ados por suas associações de clas-se e reforçados pela condução fir-me e intimorata da CONTEC.

O resultado foi um movimentoinédito, organizado, uniforme e con-cretizado pela intransigência daEmpresa, tanto quanto inflamadopor um sentimento de indignaçãoe revolta, originados de um históri-co desprezo pela categoria.

Sobre conciliar e conquistarO momento é de permanente

avaliação de tudo o que até aquiaconteceu, em busca da revisãodestes equivocados princípios e deum novo espaço de valorização ereconhecimento deste segmentoessencial ao exercício das missõesda CAIXA, cada vez mais pública eimprescindível ao país.

Os advogados têm sido ferozesdefensores de mudanças de postu-ra institucional da CAIXA, frente aocrescente acervo contencioso judi-cial. Desde o profissional recém ad-mitido até os mais altos dirigentesda área técnica, todos em uníssonotêm pregado a conciliação como for-ma viável, inteligente e permanentede redução das sentidas mazelas deum crescimento desenfreado de de-mandas judiciais.

Esta história, de todos conhe-cida e por demais retratada em inú-meras oportunidades, inclusiveatravés dos veículos de comunica-ção da ADVOCEF, transforma a to-dos em personagens de nossa pró-pria história.

E a história conhecida revelaque somente quando uma das par-tes, munida de pouca razão ou ne-nhuma sensibilidade, nega e ani-quila as condições de conciliar, aca-ba sujeitando a outra parte a ado-tar medidas que, ainda que contrá-rias ao seu desejo de composição,garantem o equilíbrio de forças e aretomada de ambos a um patamarde igualdade com dignidade.

Outros tantos temas de atual in-teresse estão retratados nas pági-nas desta edição, fruto da participa-ção de muitos em proveito de todos.

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Maio | 2009 3

| Greve

Até o fechamento desta edição, em8/5/2009, o movimento de advogados, en-genheiros e arquitetos da CAIXA continuavafirme, forte e unido. Essas características,em uma greve inédita, causaram a impres-são, entre os grevistas, de que dificilmentehaverá uma vitória maior que a unidade afi-nal conquistada pela categoria.

Já a negociação com a CAIXA, mais dedez reuniões depois, continuava morna,com pouquíssimos avanços. Em 5 demaio, a CAIXA reapresentou a proposta desalário inicial de R$ 5.700,00 e final de8.400,00, representando uma amplitudede 47,63% (a atual é de 63,8%). O avançoficou por conta da retroação da proposta a

Vitória garantidaAdvogados comemoram a conquista da unidade da categoria

1º/1/2009 e a possibilidade de adesão dosempregados não vinculados ao REG/REPLAN

e que não possuam ações colidentes. Aresposta da categoria foi não.

A desconsideração da Empresa em re-lação a acordos e prazos gerou sentimen-tos amargos. Em artigo publicado nestaedição, o presidente da ADVOCEF, DaviDuarte, afirma que a confiança foi quebra-da. Pesaroso, ele prevê que, a partir deagora, a defesa da CAIXA será realizadacomo a empresa merece. "Com extrema-do profissionalismo, nada mais."

Acompanhe nesta página e nas se-guintes as impressões colhidas com os ad-vogados que, ao lado de engenheiros e ar-

quitetos da CAIXA, estão à frente da luta emtodo o país.

| Reunião em São Paulo, em 25/4: preparando a greve

A paralisação dos programas federaisadministrados pela CAIXA é o tema principalabordado pela imprensa na cobertura da gre-ve dos advogados, engenheiros e arquitetos.Em 28 de abril, a Agência Estado noticiavaque "apesar da pressa do presidente LuizInácio Lula da Silva em ver resultados do pro-grama 'Minha Casa, Minha Vida', a Caixa Eco-nômica Federal ainda não assinou até agoranenhum contrato de financiamento de pro-jetos habitacionais". E acrescentava: "O an-damento do programa, que entrou em ope-ração no último dia 13, deve atrasar aindamais com a greve dos arquitetos, engenhei-ros e advogados do banco iniciada nestaterça-feira (28)".

Mais um trecho da matéria: "Respon-sáveis pela análise e acompanhamento dosprojetos de financiamento que chegam àCaixa, esses profissionais dizem que não sóo 'Minha Casa, Minha Vida' vai parar, comotambém a parte do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) que está sob respon-sabilidade do banco. Quando lançou o pro-grama habitacional no final de março, o pre-sidente cobrou agilidade e mais eficiência daCaixa".

Gestores entram na greveSegundo o Diário do Nordeste, em 30

de abril, a notícia de que até o momento a

Minha casa, minha vidaGreve da CAIXA já preocupa o governo, diz a imprensa

CAIXA não assinara nenhum contrato do"Minha Casa" incomodou o presidente, queno lançamento do programa havia pedidoeficiência na gestão. "O presidente quer serinformado de quando poderá entregar asprimeiras chaves do programa e pediu àpresidente da Caixa um cronograma com aprevisão de entrega das obras."

Entre outros veículos no país, o ParanáOnline contabilizava, em 6 de maio, umasemana da greve. "Esta semana, gestoresdas áreas, que não tinham aderido inicial-mente, também começaram a parar, e osfuncionários em serviço não são suficien-tes para manter em andamento os princi-pais projetos dos setores."

Além dos projetos relacionados ao PACe "Minha Casa, Minha Vida", estavam tam-bém travados, segundo o jornal, trabalhosrelativos ao PIS, FGTS, Fies, Bolsa Família,Penhor e Loterias.

Na mesma data, o Superior Tribunalde Justiça divulgou sua decisão de nãosuspender os prazos judiciais e os fei-tos em que a CAIXA figure como parteou interveniente em função da greve deseus procuradores. "A CEF requereu queos prazos fossem suspensos e os pro-cessos adiados em caráter excepcional,como forma de resguardar o interessepúblico e o erário. Por unanimidade, a

Corte Especial do STJ decidiu que os pra-zos e feitos prosseguirão independente-mente da greve."

Em Sergipe, a OAB regional anunciouque o Colégio de Presidentes dos ConselhosSeccionais da OAB nos Estados brasileirosaprovou moção de apoio aos advogados daCAIXA.

| Porto Alegre: a greve está na praça

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Segundo a matéria, ainda, o presiden-te estava preocupado com o movimento dosprofissionais. Conclui o jornal: "A greve jáimpacta os indicadores de análise dos pro-jetos. Isso pode prejudicar o andamento doprograma, que o governo quer que estejaem pleno vapor no próximo ano."

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| Greve

Luta e esperança"Cada dia acorda-

mos ansiosos e espe-rançosos com nossaempregadora", desaba-fou o advogado JairMendes, do JURIR/Sal-vador. "Ao final do diaesses sentimentos setransformam em frus-tração em face do cla-ro descaso da Empresapara com a sua catego-ria profissional." Nestaprimeira greve, ele dizque estão aprendendoa se mobilizar e queo temor foi embora,apesar do desgastepessoal.

Nota que a CAIXA,que não acreditava na mobilização dosadvogados, agora vê o sucesso do movi-mento. Lembra que desde 2006 lutampor melhorias na carreira, tendo evitadoo uso do remédio extremo da greve. "De-pois das atitudes perpetradas pelaComissão de Negociação da CAIXA e daproposta desrespeitosa, não restou ou-tra via."

Advogados relatam os números e os sentimentos da greve

O advogado Jairdes Carvalho Garcia,da Extensão Jurídica de Ipatinga/MG,analisa que a categoria resolveu dar umbasta às desvalorizações salariais, apósser desprezada pela CAIXA por váriosanos. "Embora sejamos consideradosum dos melhores corpos jurídicos dopaís, nossa remuneração é inversamen-te proporcional à nossa eficiência, o que

faz com que a carrei-ra seja a menos atra-ente das carreiras pú-blicas jurídicas."

Jairdes frisa quea luta dos advogadosnão visa, simples-mente, a unificaçãosalarial, mas a exce-lência na prestaçãode serviços por meioda valorização profis-sional.

A mobilizaçãotem surpreendido atémesmo os mais des-crentes, segundo oadvogado MarceloDutra Victor, doJURIR/Belo Horizon-

te. Ele é um dos encarregados de postarno site da ADVOCEF as notíciaspublicadas na imprensa sobre a greve.

Em Belo Horizonte, apenas dois ad-vogados trabalhavam, enquanto os de-mais acompanhavam os arquitetos e en-genheiros na mobilização. Os grevistasmineiros contam com o apoio do Sindi-cato dos Bancários, que desconfiado noinício, hoje constata a motivação da ca-tegoria.

Em São Paulo, onde a expectativainicial preocupava, a greve chegou ao su-cesso, anuncia o advogado Roland Pi-nheiro da Silva. "A cada dia convence-mos mais colegas da importância do mo-vimento", vibra.

Novatos e veteranosO advogado Leandro Jacob Neto, do

JURIR/Goiânia, está impressionado como interesse que une novatos e veteranos"em um ideal de luta na incessante bus-ca do brio profissional". Ele diz que o en-tusiasmo parece contagiar a unidade,pois a adesão chegou a 100%, excetu-ando apenas os detentores de cargos.Ele ressalta também a participação dequase todos nos atos públicos.

No Ceará, a coesão atingiu 85% deparalisação entre os profissionais semfunção. O advogado André Justi, que

"Certamente essa greve é um mo-mento histórico. Os profissionais daCAIXA estão unidos na busca de valori-zação profissional que implica numadisputa de visão de Empresa. A CAIXA,que nos anos 90 foi sendo direcionadapara atuar mais como um banco comer-cial, hoje atua muito mais como umaagência governamental de desenvolvi-mento.

A empresa é responsável pelaimplementação e gerenciamento de al-guns dos mais importantes programasgovernamentais, da execução de boaparte do orçamento geral da União, daimplementação e articulação de políti-

Disputa de visão

cas de desenvolvimento urbano, entremuitas outras missões fundamentaispara o desenvolvimento do país.

Consequentemente, o quadro técni-co que, na visão anterior, era conside-rado uma atividade meio, um elementoalienígena dentro da atividade centralda Empresa, passou a ocupar um espa-ço central, exercendo também uma ati-vidade fim. Assim, seu papel deve serreconsiderado dentro do planejamentoestratégico da Empresa. Ademais, oquadro profissional está consciente doseu papel, reconhece, valoriza e estácomprometido com essas mudanças ecom as tarefas que ela implica."

MarMarMarMarMarcelo Quecelo Quecelo Quecelo Quecelo Quevvvvvedo do Amaral - Pedo do Amaral - Pedo do Amaral - Pedo do Amaral - Pedo do Amaral - Porororororttttto Alegreo Alegreo Alegreo Alegreo Alegre

| São Paulo: preocupação inicial, mas sucesso alcançado

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substitui o representante da ADVOCEF,destaca a atuação política dos profissio-nais, que conquistou o apoioda OAB e da Assembleia Legis-lativa do Ceará.

"A análise, enfim, é posi-tiva", avalia André. "Se vamosalcançar os objetivos almeja-dos não sabemos, mas sob oponto de vista institucionalesta greve quebrou paradig-mas e passa a ser um marcona construção de uma carrei-ra melhor na CAIXA."

No Rio Grande do Norte,apenas três profissionais, comcargo de confiança, não pararam, de umtotal de 14 advogados e 21 engenheiros

e arquitetos. "Esta é a tônica da greve na-cional da carreira profissional da CAI-XA: a união", acentua o advogadoCarlos Araújo, do JURIR/Natal. "A nos-sa força vem também da certeza deque somos importantes para a CAIXA,na defesa do patrimônio do povo bra-sileiro."

Também em Sergipe a adesãofoi surpreendente, de acordo com aadvogada Cláudia Araujo. Dos noveadvogados da unidade, seis aderi-ram à paralisação, "de forma unida

e confiante em um desfecho favorável".Entre as atividades de mobilização,como reuniões e assembleias, os grevis-tas foram recebidos em uma solenida-de na OAB, Secção Sergipe, que deuapoio total ao movimento.

"O sentimento que impera nos gre-vistas em Sergipe é o de que a CAIXAreconheça a real importância do laborrealizado pelo seu corpo jurídico e, as-sim, viabilize um salário digno para to-dos", exprime Cláudia.

Propaganda enganosa"É lamentável a situação

a que fomos levados", criticao advogado Eber Saraiva deSouza, do JURIR/Cuiabá, en-xergando "muita má vontade"para se resolver um problemaantigo. Ele lembra quando foicontatado pelo RH para in-gressar na CAIXA, em dezem-bro de 2003. "Na época elesdiziam, para nos seduzir:"Olha, o salário não é dos me-lhores, mas vai melhorar. Nãodesista da contratação". Puroengano. "Se pudéssemos ar-vorar no instituto da propa-

ganda enganosa, seria o primeiro a de-

"Confesso que, até pouco tempoatrás, estava encarando a negocia-ção com certo ceticismo, pois acre-ditava que os critérios diplomáticosutilizados nesta transação não con-duziriam a um fim almejado pela ca-tegoria. Sendo que pressentia novaderrocada passiva de nossos ideaisde valorização.

Contudo, graças à sensibilidadedos gestores da Associação, perce-beu-se em tempo que, infelizmente,seria necessário uma maior austeri-dade na atuação para a consecuçãodos objetivos visualizados pela cate-goria.

Deste modo, em virtude da fir-meza e da sensacional eloquênciade nossos líderes na condução doinevitável embate, associado àintransigência dos negociadores daCAIXA, já conseguimos umaesplendorosa conquista: a coesãoda carreira profissional, em espe-cial, dos advogados desta institui-ção financeira.

Em minha concepção, tal con-quista é mais valiosa do que qual-quer pífio aumento salarial, pois re-presenta um novo arranjo con-ceitual da carreira jurídica destaempresa pública, demonstrando adiscordância majoritária com a po-l í t ica de abnegação de setoresdiretivos da CAIXA com a categoriaprofissional.

Ou seja, entramos em um proces-so irreversível de valorização, em queiniciamos uma fase de cognição denosso valor corporativo para o desen-volvimento das finalidades sociais daempresa, não sendo mais aceitávela exploração laboral cotidiana, comuma "fidelidade canina" com a insti-tuição.

Enfim, independentemente doresultado desta negociação coletiva,demos o nosso 'grito de indepen-dência'."

Grito deindependência

LeandrLeandrLeandrLeandrLeandro Jacob Neo Jacob Neo Jacob Neo Jacob Neo Jacob Nettttto - Goiâniao - Goiâniao - Goiâniao - Goiâniao - Goiânia

|Fortaleza: entrega de manifesto à Superintendência

|Brasília: atenção voltada ao movimentoem todo o país

|Belo Horizonte: engajados com arquitetos e engenheiros

|Goiânia: interesse igual de novatos e veteranos

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André LAndré LAndré LAndré LAndré Luis Meireles Justi - Fuis Meireles Justi - Fuis Meireles Justi - Fuis Meireles Justi - Fuis Meireles Justi - Fororororortalezatalezatalezatalezataleza

"Estamos participando de um mo-vimento inédito na história da CAIXA.Pela primeira vez tivemos a união e acoragem suficiente para paralisar as ati-vidades em prol da construção de umacarreira mais dígna.

O maior desafio foi conseguir odespreendimento da defesa dos inte-resses da CAIXA, tão arraigado na almado advogado, e objetivar a sua própriapreservação na Empresa.

Este conflito, na sua essência, vemao encontro dos interesses da CAIXA,pois se estamos buscando melhoriasna Empresa é porque ainda temos in-tenção de permanecer no seu quadrode profissionais. No dia em que aban-donarmos este ideal, certamente nãorestará a mesma dedicação à Empresa.

Aqui, no Ceará, como no resto dopaís, estamos apostando na unidade.E esta mobilização produziu um outrofenômeno, pois conseguiu unir os de-sunidos e alcançou uma integração queantes não existia. Hoje advogados, an-tigos e novos, unem-se aos engenhei-ros e arquitetos, bem como aos demaisprofissionais de carreira da CAIXA, e es-tabelecem uma aliança em prol de umamelhoria salarial."

Aposta na unidade

|Cuiabá: luta diária para ser valorizado

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|Juiz de Fora: greve porque ninguém é bobo

mandar em face à CAIXA e requerer ocumprimento de sua promessa."

Eber menciona aluta diária que os ad-vogados travam na es-perança de ser valori-zados. "É incrível quefora da CAIXA sejamosreconhecidos e respei-tados, mas dentro denossa própria casa se-jamos menospreza-dos."

Faz questão de re-gistrar "o imenso com-panheirismo que veio alume neste momento"na unidade de MatoGrosso, composta de60% de advogados novos e 40% de ad-vogados experientes. "Absolutamente to-dos foram solidários com nossa causa",comemora. Afinal, acredita que a uniãoe a perseverança haverão de mudar aindiferença demonstrada pela CAIXA nasrodadas de negociações.

|Passo Fundo: mobilização segue atitude nacional

Em Santa Catarina, a adesãoaumentou com o passar dos diasaté alcançar um bom nível, naavaliação do advogado EdsonMonteiro, do JURIR/Florianó-polis. "O sentimento dos colegasé de frustração quanto à últimaproposta apresentada pela Em-presa", afirma. "Certamente seesperava maior valorização e re-conhecimento quanto aos rele-vantes serviços prestados pelosprofissionais."

A mobilização aconteceprincipamente em frente à nova sede daCAIXA, onde está localizado o Jurídico.

Nesse local, advogados, engenheiros earquitetos colocam faixas, atraindo aatenção de muita gente. Também entreengenheiros e arquitetos a adesão égrande, che-gando a 90%no Estado. | Charge

|Luiz Arthur Marques Soares, do JURIR/Fortaleza

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| Artigo

Os advogados da CAIXA são profissio-nais responsáveis pela defesa dos interes-ses da referida empresa pública, em juízoou fora dele, seja qual for a sua natureza.

A categoria é formada por aproximada-mente 1.100 advogados que: examinam, sobo aspecto jurídico-legal, as operações da CEF;participam de apuração de responsabilida-de administrativo-disciplinar; cumprem pra-zos judiciais; propõem, contestam e adotamas demais medidas relacionadas com asações e os processos da citada instituição.

E, diante de tudo isso, as atividades ju-rídicas executadas pelos advogados da CAI-XA devem contemplar o Direito que é possí-vel de se realizar; devem ser prestadas comrapidez e pertinência; a solução tem que terterminologia adequada, clara e objetiva; oassessoramento precisa estar em conformi-dade com os princípios da Administração Pú-blica.

Numa análise imediata e simples, o ci-dadão menos cuidadoso pode acreditar queé tudo trabalho muito fácil ou sem comple-xidade ou sem dificuldade.

Então, por que ser advogado da Cai-xa Econômica Federal é uma atividade derisco?

Ora, posso começar dizendo que ainvestidura em emprego público (como é ocargo profissional de advogado da CEF) de-pende de aprovação prévia em concurso pú-blico de provas e títulos.

E passar no certame nacional, ser con-vocado para o emprego e depois tomar pos-se e integrar a carreira já é um risco à saú-de do participante/interessado, que tem queestudar muito, dormir pouco, perder váriosneurônios, ficar ansioso, ter palpitações car-díacas, ganhar rugas na testa, ficar grisa-lho aos 30 anos de idade e ainda sofrer dequeda de cabelos.

Depois disso, é bom lembrar que o regi-me jurídico do empregado público é celetista(CLT), ou seja, o advogado da CAIXA não temestabilidade garantida após três anos deefetivo exercício do cargo e, diante disso, elepoderá perdê-lo caso haja necessidade/mo-tivação, ou seja, o risco do desemprego sem-pre existe.

Marcelo Pessôa (*)

Ser advogado da CAIXA éuma atividade de risco

E, apesar do advogado ser indispensá-vel à administração da Justiça, a empresapública que configura seu empregador temautonomia funcional, dentro dos limites dalei, para dispensá-lo e, por isso, o advoga-do da CEF vive constantemente com esserisco.

De outro norte, a remuneração pesso-al do advogado da CAIXA não está de acor-do com a natureza e a complexidade do car-go/emprego que ele exerce. E isso tambémé um risco à sua dignidade e à de sua famí-lia, visto que todos terão educação ruim,moradia precária, pouquíssimo lazer, e es-tarão em insegurança permanente, inclusi-ve financeira.

Quer mais um exemplo do risco que éser advogado da CEF?

Pois bem, um advogado da CAIXA podeter 896 processos ativos registrados em seunome e sob sua responsabilidade. O valoratualizado dessa demanda sob seus cuida-dos pode chegar ao patamar de R$21.373.210,15 (vinte e um bilhões, trezen-tos e setenta e três milhões, duzentos e dezmil reais e quinze centavos) e, ainda assim,ele deve ser feliz, forte e resistente, apesardo risco de ser penalizado civilmente/eco-nomicamente por eventual conduta equivo-cada que traga algum prejuízo real aos co-fres do seu empregador/empresa pública.

Perder um prazo judicial pode ser a cau-sa da morte de um advogado da CEF comparada do coração, pode ser o fatordeterminante de uma depressãocomportamental, pode ser a razão de suaslicenças médicas, pode ser o agente eficazde sua gastrite (dor no estômago), pode sera justificativa de sua tristeza ou do seu des-contentamento emocional, enfim, pode sero motivo originário e fomentador de muitaspatologias humanas especificas deste em-pregado público.

Outro bom exemplo do risco de ser ad-vogado da CAIXA é o fato de ele, num certomomento, ter que fazer 20 peças processu-ais (entre contestações, contrarrazões, ape-

lações, agravos, impugnações, etc.) em umdia e em oito horas de trabalho, ou seja, 2,5(duas e meia) petições de grande grau dedificuldade por hora de labor e, além disso,atender telefonemas, receber documentos,analisar publicações/intimações, responderalgum fax, ler e enviar muitos e-mails, orien-tar a estagiária, ir ao banheiro, tomar água,consumir cafeína, respirar e repetir essa ro-tina pouco normal no dia seguinte.

Ah, nunca diga que é advogado da CEFse estiver dentro de um condomínio do PAR- Programa de Arrendamento Residencial, ounum conjunto de moradias do SFH, ou numprédio com muitos apartamentos financia-dos pelo SFI, posto que se corre o risco donobre profissional ser apedrejado ou ter suaintegridade física violada pelos mutuáriosinadimplentes e com restrições cadastraissucessivas, ou pelos que estão para ser de-socupados e retirados do imóvel, ou pelosque têm ação judicial contra a empresa pú-blica em questão pedindo revisão contratu-al ou nulidade da retomada do bem.

Destarte, acrescenta-se que a luta doadvogado da CAIXA em prol do atendimentodas expectativas da mencionada empresapública é missionária e penosa, pois não setrata de um simples exercício de qualquertrabalho, ofício ou profissão. É preciso tertreinamento quase para-militar (de comba-te racional), por isso, recomenda-se a leitu-ra da obra denominada "A Arte da Guerra" -é um tratado militar escrito no século IV a.C.pelo estrategista conhecido como Sun Tzu -antes de se arriscar a adentrar nessa fun-ção.

Por fim, na verdade, para ser advogadoda CEF não basta ter a prerrogativa deinviolável, não serve só ter independênciatécnica, tem que gozar de boa saúde físicae mental, tem que ser brasileiro de fé, umpovo que não desiste fácil, um ser que temesperança de vitória, e uma gente que sabeque pode aguentar tal risco, uma vez que osistema é bruto.

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogado da CAIXA em Cuiabá/MTogado da CAIXA em Cuiabá/MTogado da CAIXA em Cuiabá/MTogado da CAIXA em Cuiabá/MTogado da CAIXA em Cuiabá/MT.....

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Maio | 20098 Maio | 2009 8

| Artigo

Relação estremecidaA cláusula 47ª do Acordo Co-

letivo de Trabalho firmado entrea CAIXA e a CONTEC previu areestruturação da carreira profis-sional, mediante estudo prévio,e sua implantação a partir do 1ºtrimestre de 2009.

Iniciadas as negociações emnovembro de 2008, a CAIXA di-vulgou informações de que con-cluiria a primeira fase do traba-lho até o final do ano. No entan-to, tal não ocorreu. Janeiro e fe-vereiro de 2009 não tiveramavanço algum. Com a substitui-ção da equipe, incluindo o vice-presidente da área de Pessoas,ocorreu um vigoroso retrocessona postura da CAIXA.

A partir de então as dificuldades seagigantaram, a olhos vistos. A possibi-lidade de cumprimento amigável doacordo foi se esvaindo. A proposta dereestruturação praticamente desapare-ceu. Em seu lugar a CAIXA apresentoupropostas de pequena melhoria salari-

Davi Duarte (*)

al, desajustadas da realidade, e que au-mentam o desequilíbrio interno na car-reira jurídica.

Mais de dez rodadas de negociaçãoaconteceram e a CAIXA, por fim, apre-sentou a sua melhor proposta de umaforma que - se corretos os dados - bei-

ra a má fé. Isso porque tivemosacesso a uma tabela na qual es-tão distribuídos os profissionais.Cerca de um quarto, no início efim da carreira. Um quarto, nomeio - onde se concentra a maisexpressiva taxa de aumento (cer-ca de 20%) - e um quarto estãoexcluídos, porque não migrarampara o Novo Plano.

Logo, ainda que se cuide devalorizar a carreira, se três quar-tos dos profissionais quase nadapercebem, nesse momento, essedado salta aos olhos como umafalta de seriedade a toda prova.

Mas ultimamente temos ob-servado um discurso muito fortesobre a ética, que na prática não

se confirma, de que é um exemplo a pro-posta acima. Parece beneficiar a todose, na essência, alcança apenas umquarto dos profissionais. Quase um gol-pe de mestre. Mas a verdade aparece eé o caminho mais curto para resolveros problemas.

Uma ideia criativa foi encontrada pe-los advogados, engenheiros e arquite-tos de Porto Alegre para passar o reca-do do movimento à população gaúcha.Instalados com mesa e cadeiras na Pra-ça da Alfândega, disponibilizaram aosinteressados informações sobre os pro-gramas da CAIXA, em especial o "MinhaCasa, Minha Vida".

O inusitado e o interesse das pes-soas em utilizar o serviço chamou aatenção da imprensa, como a matériapublicada no Correio do Povo em

Escritório na praçaO advogado Cleucimar Valente

Firmiano, do JURIR/Campinas, en-viou mensagem ao deputado fede-ral Ricardo Berzoini, do PT, relatan-do a greve dos profissionais da CAI-XA, motivada pelo "não cumprimen-to de cláusula do Acordo Coletivo2008/2009 que assegurava aosprofissionais um novo PCS (Plano deCargos e Salários)".

Na correspondência, de5/5/2009, o advogado relata que aproposta apresentada pela CAIXA fi-cou "muito aquém da média da re-muneração praticada no âmbito daadministração pública direta" e pedepara o deputado interceder junto àadministração da CAIXA e, em espe-cial, junto ao ministro da Fazenda,Guido Mantega.

Carta ao deputado30/4/2009, "Escritório ao ar livre: ape-sar da greve, há atendimento".

Os profissionais da CAIXA batizaramo evento de "greve social", que é repeti-do todos os dias e imitado em váriasoutras cidades.

| Greve social: os profissionais atendem a população

|Carlos Castro e Davi Duarte, da ADVOCEF, com opresidente da OAB, Cezar Britto

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Maio | 2009 9

Por causa de proposta absoluta-mente inadequada, do atrasonocumprimento do acordo, por aspec-tos legais e legítimos é que a categoriaentrou em greve. O movimento é fortee coeso, por certo surpreendendo o ad-ministrador. É muito interessante veri-ficar que há profissionais de cabelosbrancos parados, em autêntico movi-mento sindical de base, para corrigir in-justiça.

É, sobretudo, lamentável que a CAI-XA tenha nos compelido a tanto. E acre-dito que precisamos ter fôlego para per-severar no movimento, para conseguiro objetivo. Adequar a carreira profissio-nal e a vitória do movimento.

O maior resultado que antevejo nãoestá na conquista material que tere-mos. Estará em dois outros pontos, quesão fundamentais para o futuro da em-presa:

1) a categoria se tornou forte e sabeque pode fazer greve;

2) a CAIXA perdeu o seu mais fortepara-raios, calcado na defesa intransi-

O advogado Jairdes Carvalho Garcia,de Ipatinga/MG, enviou aos colegas "in-diferentes" um poema de Bertolt Brecht:

"Primeiro levaram os comunistas,/mas eu não me importei com isso./ Eunão sou comunista. Emseguida levaram algunsoperários,/ mas não meimportei com isso./ Eutambém não era operá-rio. Depois prenderamos sindicalistas,/ masnão me importei comisso./ Eu não sou sindi-calista. Depois agarra-ram os sacerdotes,/mas como não sou reli-gioso,/ também não me importei. Ago-ra estão me levando,/ mas já é tarde."

Envolvido no movimento, acaboucompondo também uns versos:

Qual o preço da sua dignidade?/Quanto vale sua dedicação?/ Está à ven-

Versos na greveda sua hombridade?/ Tem preço sua pai-xão?/ Me diga, sinceramente,/ Se o seulabor é em vão?/Se acorda diariamen-te,/ Apenas para o ganha-pão?/ Ou setem outros anseios/ Se a sua vida, outra

razão?/ Se seus finsjustificam os meios/ ouseus meios não se jus-tificam, não?/ Agora,diga sem pestanejar/Se seu trabalho é voca-ção?/ Se não quergranjear/ Nada em re-muneração?/(...) Va-mos, sacuda a poeira!/Levante o seu vozei-rão!/ Todo o resto é

besteira/ Os medos só medos são./ Estaé a hora da liberdade!/ Hora da nossacomunhão./ Quem sabe sua verdade/Não teme retaliação./ Minha luta é sualuta/ Seja ela longa ou breve/ Contra estaforça bruta,/ Nossa arma é a greve!

Em Porto Alegre, várias faixas comfrases sobre a greve aguardavam a mi-nistra Dilma Rousseff, da Casa Civil, emfrente à sede da CAIXA na Praça da Al-fândega. Ela estava na cidade para umbalanço do PAC. Depois da entrevistacoletiva, recebeu simpaticamente a ar-quiteta Simonne Baumgartem e o ad-vogado Marcelo Quevedo do Amaral,que lhe entregaram flores.

Os representantes regionais daANEAC e ADVOCEF externaram o agra-decimento da categoria pelo fortaleci-mento da CAIXA e seu compromissocom o PAC.

- A gente tem orgulho de fazer par-te desse tipo de trabalho, que tem umresultado social e dá uma satisfaçãopessoal também - disse Simonne.

Dilma respondeu:- Vocês hoje são o sustentáculo de

uma série de programas do governo.Esse "Minha Casa, Minha Vida" euacho que vai ser uma revolução paraa área da habitação no Brasil. Vocêsestão dando um passo que, às vezespode parecer maior do que a perna,mas não é, não.

Depois agradeceu:- Muito obrigada pelas flores. Pa-

rabéns, viu. Vocês podem ter certezaque o governo e o presidente Lula têmimenso reconhecimento por vocês.Falem para todos os colegas. E quetemos um grande respeito pela MariaFernanda.

Flores para aministra

gente de suas teses, porque a advoca-cia da CAIXA, em 75% do trabalho, édefesa contra ataques externos. Sem-pre foi feita com técnica, absoluto de-nodo e muito amor. Uma profissãode fé.

Agora, podemos afirmar que foi que-brada a confiança. Assim, a defesa ha-verá de ser realizada como a CAIXA me-rece. Com extremado profissionalismo,nada mais. E os profissionais serão bemmais desapegados e atuarão cada vezmais apenas enquanto os seus interes-ses forem colidentes. A relação de amorestá fortemente estremecida. Somentepor milagre não morrerá. Espero quenão, mas o fruto da separação foi se-meado pela Empresa.

De qualquer modo, a Diretoria daADVOCEF, juntamente com as negocia-ções oficiais em curso, não descuidados contatos com lideranças políticase do Executivo federal, em busca dasensibilização para o movimento.

(*) President(*) President(*) President(*) President(*) Presidente da ADe da ADe da ADe da ADe da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF.....

| Jairdes Carvalho Garcia

| Em Porto Alegre: Simonne e Marceloaguardam Dilma Rousseff

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Maio | 200910

| Cena Jurídica

Fé públicaSancionada pelo presidente Lula a Lei nº 11.925, de17/4/2009, que estabelece que "o documento em cópiaoferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelopróprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal".Desta forma, reconhece que o advogado privado tem fépública, conferindo-lhe o mesmo poder de que já dispõema magistratura e os membros do Ministério Público.

Interesse dos associadosA ADVOCEF fechou convênios que

oferecerão vantagens econômicas aosassociados. Segundo o 1º secretário daentidade, Ricardo Gonçalez Tavares, no

plano corporativo de telefonia móvelassinado com a Brasil Telecom, os usuários

pagarão tarifas inferiores à média demercado, além de contarem com total

isenção de valores referentes a rooming edeslocamento na área de cobertura da

operadora. Outra parceria, firmada com amontadora Ford, proporcionará descontos

que chegam a 17% na aquisição de veículosda marca. Os convênios entrarão em vigor apartir de junho de 2009. Mais informações

serão disponibilizadas em breve. Opinião do presidenteO presidente Lula elogiou os profissionais do setor público,

que ganham pouco, a seu ver. "Se você for olhar para asinstituições, têm técnicos da mais alta qualificação. Só que

eles ganham mal. Ao contrário de serem chamados demarajá, de se venderem a ideia de que todo muito ganhava

muito", afirmou, em evento de 13 de abril. O presidentecitou o caso de um técnico da Petrobras que ganhava R$

26 mil por mês e foi contratado por uma empresa privadapara ganhar R$ 400 mil. "E eu achava que ele ganhava

muito na Petrobras", disse.

O advogado de Lula1. 2. Toffoli se orgulha de sua prestação de

contas à frente da AGU: entre ações paracobrar tributos devidos e outras para deixarde pagar diferenças cobradas porcontribuintes, contabiliza R$ 255 bilhõesobtidos a favor do governo nos tribunais, em2007 e 2008. "É um retorno de quase milpor cento para cada real que entrou noorçamento da AGU nesse período", calcula.

O advogado-geral da União, José Antonio DiasToffoli, não disse sim nem não à revista Época,

sobre sua possível indicação para o Supremo: "Serministro do STF não é cargo que se postule nem

indicação que se recuse". Conforme especulações,ele iria para a vaga de Ellen Gracie, se ela for

indicada para a Corte de Apelação da OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), ou de Eros Grau, que

se aposenta em maio de 2010.

O advogado de Lula 21. 2.Dois anos depois de deixar o Ministérioda Justiça, o advogado criminalista Márcio

Thomaz Bastos não vê impedimento ético emdefender a empreiteira Camargo Corrêa, alvo

de investigações da Polícia Federal, que foisubordinada a ele. Defende-se citando RuiBarbosa: "Eu tenho o dever de respeitar asinstituições, mas, como advogado, tenho o

direito de criticar os erros de seusintegrantes".

Entre os livros que ThomazBastos lê atualmente, consta "TheMan to See", biografia doadvogado norte-americano EdwardBennett Williams. O lema deWilliams era: "Eu defendo os meusclientes da culpa legal.Julgamentos morais eu deixo paraa majestosa vingança de Deus".(Fonte: O Estado de S. Paulo.)

Poeta Pontes de MirandaA obra poética, pouco conhecida, do juristaPontes de Miranda é tema de livro lançadoem Porto Alegre, pela advogada Betty BorgesFortes. "A Flor de Ouro do Poeta - Poèmes etChansons", apresentado em francês eportuguês, é inspirado em tese de doutoradoem Literatura da autora. Considerado um dosmaiores juristas brasileiros do século XX,Pontes de Miranda nasceu em 1892, emMaceió/AL, e morreu em 1979, no Rio deJaneiro. Sua obra mais conhecida é "Tratadode Direito Privado", de 60 volumes.

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Maio | 2009 11

| Cena Jurídica

Piada fura-greveOuvido durante a mobilização dosadvogados da CAIXA: "Não voufazer greve porque não acho justodeixar todo o trabalho para quemnão aderiu."

Salada de hífensO professor Pasquale Cipro Neto é um dos críticos do Acordo Ortográfico, em

especial na questão do hífen, que considera uma "verdadeira salada 'hifênica'servida aos brasileiros". Em sua coluna na Folha deS. Paulo, Pasquale pergunta qual terá sido o critériopara estabelecer que "pé de moleque" (doce), "mulasem cabeça" (do folclore brasileiro), "água de coco"

e "água de cheiro", que se escreviam com hífen, nãosão casos "consagrados pelo uso" e devem,

portanto, dispensar o traço. Pasquale conclui,contrariado, que é indispensável ter à mão o

"Vocabulário Ortográfico", recém-lançado pelaAcademia Brasileira de Letras.

Congresso em AracajuO XV Congresso da ADVOCEF vai serrealizado em Aracaju, Sergipe, entreos dias 29 e 31 de maio. A equipe

que cuida da organização, naADVOCEF e no JURIR/Aracaju,

trabalha para que saia um ótimoevento. "Queremos que os colegasque nos visitarem guardem umaimpressão boa e duradoura de

Sergipe", disse a advogadaPaula Giron Margalho.

Advogados de maisEstima-se que há três milhões deadvogados no mundo. No Brasil, hámais de dois milhões de vagas noscursos de Direito. "Tem algo errado",alertou o presidente da OAB, CezarBritto, reafirmando a importância doexame de Ordem. Sem a prova,segundo o presidente, logo haveriatrês milhões de advogados. "Ou seja,o Brasil teria mais advogado do quetodo o mundo."

Contra a lentidãoLançada, pela OAB, a Campanha deAvaliação do Poder Judiciário, com oobjetivo de ajudar a levantar as causasda morosidade da Justiça brasileira.Entre elas, segundo o presidente daOAB, Cezar Britto, estão a falta de juízese de funcionários e o excesso de cursosde Direito.

Quartos escurosEntre tantos escândados na mídia, a

cronista Cláudia Laitano, do jornal ZeroHora, destaca o do ex-padre e atual

presidente do Paraguai, Fernando Lugo.Não só por ter filhos durante o

sacerdócio, mas por abandoná-los. "Queum homem que fez isso tenha vivido boaparte de sua vida pregando a compaixãoe a moral é daquelas situações que noslembram que a alma humana pode serum casarão cheio de quartos escuros -

mesmo quando o dono da casa é umfabricante de lâmpadas."

Prioridade aoshonorários

A Comissão de Constituição e Justiça ede Cidadania, da Câmara Federal,

aprovou regras que dão prioridade aopagamento de honorários advocatícios

fixados por sentença judicial ou emcontrato. Conforme a decisão, os

honorários serão impenhoráveis e,quando devidos pela Fazenda Pública,

não estarão mais sujeitos à fila dosprecatórios. Foram considerados osprojetos de lei 3376/04, 6812/06,

1463/07 e 4327/08.

Prioridade aoshonorários 2A decisão segue o Código de ProcessoCivil, que determina que os honoráriosdevem ser de 10% a 20% do valor dacausa ou da condenação. A definiçãodo percentual, pelo juiz, deveráconsiderar o local, a importância dacausa, o trabalho e o tempo exigidosao advogado.(Fonte: Jornal do Comércio de27/4/2009.)

CNJ digitalA jurisprudência do Conselho

Nacional da Justiça (CNJ) já pode seracessada no site www.cnj.jus.br, em

ordem alfabética com títulos esubtítulos. Segundo o conselheiro RuiStoco, é o ementário mais completo

dos tribunais.

A Justiça no GoogleFirmada parceria que permitirá ao STF e

ao CNJ utilizarem ferramentastecnológicas desenvolvidas pelo Google.

O internauta poderá, por exemplo,acessar informações da TV Justiça

através do YouTube, assistindo a vídeosdos julgamentos a qualquer momento.

Outros projetos, no convênio, irãoaperfeiçoar a comunicação das duas

instituições, integrando juízes eadvogados em todo o país.

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Maio | 200912

| Vale a Pena Saber

Nosso ordenamento jurídico adotou o critério da persuasãoracional ou do livre convencimento motivado. A princípio, o limi-te da livre convicção ou do livre convencimento do juiz é a pró-pria lei.

O Código de Processo Civil, em vários dispositivos, aponta aextensão da livre convicção, estabelecendo regras que ditamsua amplitude.

O art. 131, do Código, por exemplo, expressa que o juiz po-derá apreciar livremente as provas, devendo indicar na senten-ça, contudo, os motivos que formam seu convencimento.

Assim, a motivação é o primeiro critério a se observar nalivre convicção. A própria Constituição Federal, em seu art. 93,IX, preceitua que as decisões judiciais devem ser fundamenta-das, sob pena de nulidade. Isto é, deve o juiz, ao decidir, dar asrazões de seu convencimento, sob pena de se negar a própriajurisdição.

Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery (Códigode Processo Civil Comentado. 10ª. ed. São Paulo: RT, 2007. P.391) apontam como limite do livre convencimento a prova legal,ou seja, a própria lei. Explicam que "quando a lei estabelece quesomente por determinado meio se prova um fato, é vedado aojuiz considerá-lo provado por outro meio, por mais especial queseja" (exemplo do estado da pessoa, que somente se prova porcertidão do cartório de registro civil).

O art. 126, do CPC, também traz parâmetro a ser seguidopelo juiz, ao dispor que o juiz deverá aplicar as normas legais e,na sua ausência, recorrer à analogia, aos costumes e aos prin-cípios gerais do direito. Continuando, o art. 335, também doCPC, dá certa extensão a essa norma, ao expressar que na faltade normas jurídicas particulares, aplicará o juiz as regras deexperiência comum, com exceção da prova pericial.

O livre convencimento do juiz não pode afastar a exigêncialegal do instrumento público como substância do ato. O art. 366,do CPC, expressamente veda que ela seja, por outra forma, su-prida.

Por fim, temos que o próprio art. 458, II, do CPC, exige, paraa sentença, a fundamentação, devendo, ainda, o juiz restringir-se aos pedidos e às provas carreadas nos autos, sob pena deincidir em nulidade. Humberto Theodoro Júnior (Curso de Direi-to Processual Civil. 2ª. Edição Eletrônica. Rio de Janeiro: Foren-se, 2003. Item 419) resume os limites da livre convicção da se-guinte forma: "Adotou o Código, como se vê, o sistema da per-suasão racional, ou 'livre convencimento motivado', pois: a)embora livre o convencimento, este não pode ser arbitrário, poisfica condicionado às alegações das partes e às provas dos au-tos; b) a observância de certos critérios legais sobre provas esua validade não pode ser desprezada pelo juiz (arts. 335 e 366)nem as regras sobre presunções legais; c) o juiz fica adstrito àsregras de experiência, quando faltam normas legais sobre asprovas, isto é, os dados científicos e culturais do alcance domagistrado são úteis e não podem ser desprezados na decisãoda lide; d) as sentenças devem ser sempre fundamentadas, oque impede julgamentos arbitrários ou divorciados da prova dosautos".

Quais os limites da livre convicção do juizpara sentenciar?

É comum na lide forense o fato de o juiz sentenciar a açãocautelar e a ação principal em uma única sentença, cabendo nestecaso, também, só uma apelação. Assim, surgia a questão de qualseria o efeito da apelação em face do capítulo que decidia a açãocautelar (veja-se a coluna de nov/2008). No último mês o SuperiorTribunal de Justiça colocou uma pá de cal na celeuma, estabelecen-do que a apelação deve ser recebida somente no efeito devolutivono que diz respeito à ação cautelar. In verbis: "a questão cinge-se aestabelecer em que efeitos deve ser recebido o recurso de apelaçãointerposto contra o capítulo da sentença que julgou a medida cautelar,nas hipóteses de julgamento simultâneo, em sentença única, damedida cautelar e da ação principal. Inicialmente se esclarece que,para a definição da questão, é necessário harmonizar a regra do art.520, IV, e a do art. 796, ambos do CPC. O primeiro fixa a atribuiçãode efeito devolutivo para a medida cautelar, e o segundo define queessa é sempre dependente do processo principal. A jurisprudênciadeste Superior Tribunal aponta tendência de interpretar as referidasnormas no sentido de que, julgadas ao mesmo tempo improceden-tes a ação principal e a cautelar, interposta apelação contra a deci-são, cabe recebê-la com efeitos distintos, ou seja, a cautelar nodevolutivo e a principal nos efeitos legais. No sentido contrário,não foram localizados outros precedentes além do REsp 962.045-SP, DJ 4/6/2008, havendo decisões monocráticas no sentido dadivergência (Ag 727.911-SP, DJ 21/6/2006). Dessarte, o entendi-mento que deve prevalecer é o que vem, há muito, consolidando-se no STJ. Ainda que julgadas, por sentença única, ação principal ecautelar, o recurso de apelação interposto deve ser recebido noduplo efeito quanto ao capítulo que decide a principal e apenas noefeito devolutivo no capítulo relativo à ação cautelar (REsp 970.275-SP, DJ 19/12/2007). A tese então fixada não põe em risco direitosque dependam de tutela imediata conforme as circunstânciasfáticas do processo. Para essas hipóteses, é possível suspenderos efeitos de uma sentença, ainda que proferida em julgamentocautelar, porém não com fundamento no art. 520 do CPC, cujo rolé taxativo. Aplica-se, nessas situações, a regra do art. 558, pará-grafo único, do CPC. Assim, a Corte Especial conheceu dos embar-gos, mas lhes negou provimento, consolidando a tese acima ex-posta. O Min. João Otávio de Noronha aduziu que, no duplo efeito,há que ressalvar as hipóteses dos incisos do art. 520 do CPC, por-que há casos em que, na ação principal, não há efeito suspensivo."(EREsp 663.570 SP, Corte Especial, Rel. Min. Nancy Andrighi, julga-do em 15/abr/2009).

Efeitos da apelação em sentença que julga açãoordinária e cautelar conjuntamente

Ônus de juntar extratos de FGTS é da CAIXA"Não há como alterar a decisão agravada, sendo pacífico o

entendimento acerca da controvérsia, sendo ônus da Caixa juntaros extratos da conta FGTS, ou diligenciar junto às instituições paraque apresentem os documentos necessários à realização do direi-to". (TRF 4, AG 2009.04.00.003889-4 RS, Quarta Turma, Rel. Des.Edgard Antônio Lippmann Júnior, DJe 20/abr/2009).

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| Vale a Pena Saber

Maio | 2009 13A coluna Vale a Pena Saber pode ser acessada, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

ELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃO

Giuliano D'Andrea, da REJUR/Ribeirão Preto([email protected])

e Jefferson Douglas Soares, do JURIR/Campinas([email protected]).

Sugestões dos colegas são bem-vindas.

Novas súmulas do STJSúmula 3Súmula 3Súmula 3Súmula 3Súmula 37979797979 - Nos contratos bancários não regidos por legisla-ção específica, os juros moratórios poderão ser convencionadosaté o limite de 1% ao mês.Súmula 380Súmula 380Súmula 380Súmula 380Súmula 380 - A simples propositura da ação de revisão de con-trato não inibe a caracterização da mora do autor.Súmula 38Súmula 38Súmula 38Súmula 38Súmula 3811111 - Nos contratos bancários, é vedado ao julgadorconhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.

Juros moratórios calculados com base na Selicinadmitem cumulação com outro índice

"A incidência de juros moratórios com base na variação da taxaSELIC não pode ser cumulada com a aplicação de outros índi-ces de atualização monetária, cumulação que representaria bisin idem". (STJ, REsp 1.102.552 CE, Primeira Seção, Rel. Min.Teori Albino Zavascki, DJe 06/abr/2009).

STJ. Recurso Repetitivo. Execução fiscal.Representantes. Necessidade do manuseio de

embargos"Ao julgar o recurso de acordo com o art. 543-C do CPC e o art.6º da Res. n. 8/2008-STJ, a Seção entendeu que, se a execuçãofoi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome dosócio consta da CDA, cabe a ele o ônus de provar que não ocor-reu nenhuma das circunstâncias previstas no art. 135 do CTN,ou seja, não houve a prática de atos com excesso de poderesou com infração de lei, contrato social ou estatutos. Contudo,apesar de serem os embargos à execução o meio de defesapróprio contra a execução fiscal, a Seção admitiu a exceção depré-executividade nas situações em que não se faz necessáriadilação probatória ou em que as questões possam ser conheci-das de ofício pelo magistrado, tal como as condições da ação,os pressupostos processuais, a decadência, a prescrição, entreoutras. No caso, o exame de responsabilidade dos representan-tes da empresa executada requer dilação probatória, o que leva-ria a questão a ser aduzida em embargos à execução e nãomediante o incidente referido." (STJ, REsp 1.104.900 ES, PrimeiraSeção, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 25/mar/2009).

FIES. Legalidade da taxa de juros de 9% a.a."Em relação ao FIES, os juros são convencionados em uma taxaefetiva de 9% ao ano, não havendo prejuízo ao mutuário se oseu cálculo fracionário se opera com capitalização mensal, con-quanto que a taxa mensal aplicada não resulte em taxa efetivasuperior a de sua aplicação não capitalizada". (TRF 4, AC2006.72.07.003670-3 SC, Quarta Turma, Rel. Des. Marga IngeBarth Tessler, DJe 13/04/2009).

STJ. Recurso repetitivo. FGTS. Juros progressivos.Prescrição. Fundo de direito

"Reafirmou[-se], também, que não há prescrição do fundo de direi-to de pleitear a aplicação desses juros progressivos nos saldos dascontas vinculadas ao FGTS. Assim, a prescrição só atinge as parce-las anteriores aos trinta anos que antecederam a propositura daação. Outrossim, reiterou que, conforme sedimentado em recentejulgamento de recurso repetitivo, o cálculo dos juros moratóriosdevidos na correção das contas vinculadas ao FGTS deve levar emconta a taxa legal prevista no art. 406 do CC/2002, que vem a sera taxa Selic. Anotou-se, por último, que esses juros de mora devemincidir a partir da citação." (STJ, REsp 1.110.547 PE, Primeira Se-ção, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 22/abr/2009).

Ação monitória. Cobrança indevida. Erromaterial. Necessidade de reconvenção para se

pleitear danos"1. Sendo possível, pelos elementos constantes dos autos, con-cluir pela ocorrência de erro material, consubstanciado na circuns-tância de que a autora cobrou um crédito de R$138.078,81, quan-do o correto teria sido no valor de R$13.878,81, não se justifica asua condenação, por isso, ao pagamento de indenização por danomoral e por litigância de má-fé. 2. Ademais, os embargos monitóriosnão são a via adequada para a dedução de pretensões contrapos-tas, como pedido de reparação por danos morais e litigância demá-fé, os quais deveriam ter sido deduzidos em reconvenção, quenão foi apresentada." (TRF 1, AC 2005.34.00.000919-8 DF, SextaTurma, Rel. Des. Daniel Paes Ribeiro, DJe 03/nov/2008).

Critério para repetição de indébito em dobro"Nos contratos de abertura de crédito cabe a compensação/repetição dos valores pagos a maior. A repetição deve ser feitade forma simples, não em dobro, posto que inaplicável o dispos-to no parágrafo único do artigo 42 do CDC, porque a repetiçãodobrada somente beneficia o consumidor inadimplente expostoao ridículo ou de qualquer modo constrangido ou ameaçado".(STJ, Resp 983.083 RS, Quarta Turma, Rel. Min. Fernando Gon-çalves, DJe 14/abr/2009).

"Vocabulário Jurídico"Autor: De Plácido e Silva, 28.° ed., Forense, 2009, 1.520 páginas.Editada desde 1963, a obra de Oscar Joseph de Plácido e Sil-

va é o mais tradicional dicionário jurídico brasileiro. Atualmente atu-alizada por Nagid Slaibi Filho e por Gláucia Carvalho, traz novosverbetes e revisão do texto em consonância com a reforma orto-gráfica e recentes alterações legislativas. O dicionário prima porapresentar conceitos objetivos, sem, contudo, deixar de esgotarabrangência do tema, no verbete apresentado.

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Maio | 200914

| JURIR Aracaju

O JURIR/Aracaju tem nove advogados,18 estagiários e um ótimo ambiente de tra-balho. Para o representante jurídico daADVOCEF, Laert Nascimento Araújo, isso éo mais importante, e garante que a sensa-ção é partilhada por todos, da área jurídicaao apoio. A marca do JURIR é a união, en-dossa a advogada Cláudia Teles da PaixãoAraujo. Laert dá uma ideia: "Estamos sem-

A união faz a forçaPonto forte do Jurídico de Sergipe é o ambiente de trabalho

A ameaça e a próteseUm cliente da CAIXA propôs ação judici-

al pretendendo ser indenizado moralmentepor não ter sido atendido de forma preferen-cial pela gerência de uma agência emAracaju, como achava que tinha direito emrazão de ser portador de deficiência em umdos olhos. Laert Araújo conta a história:

"O Dr. Bianco contestou a ação nor-malmente e, no dia da audiência de ins-trução, horas antes, o autor o visitou noJurídico para saber as reais intenções daCEF; se ela pagaria ou não a indenizaçãopretendida. Aparentemente saiu insatis-feito com as respostas que ouviu, pois,ao deixar a unidade, já dentro do eleva-dor, afirmou que naquele dia seria a au-diência do seu processo e, se não rece-

pre nos ajudando e nos preocupando como outro, inclusive no lado pessoal."

Em consequência, o ponto forte do Ju-rídico é o comprometimento dos seus ad-vogados. "Não fazemos a defesa da CEFdesapegadamente, formalisticamente, oque nos incentiva a sempre procurar amelhor solução para os problemas da Em-presa", diz Laert.

Isso tem umlado ruim, res-salva o advoga-do, porque difi-culta aos profis-sionais separaras coisas. "Amaioria de nósainda tem insô-nia quando aCEF sofre um re-vés consideradoinjusto. E issoacontece comfrequência, porexemplo, nas de-mandas traba-lhistas."

Um fato re-cente e positivopara o Jurídico foi"virar o jogo", nasegunda instân-cia, em relação

às demandas dos comissionados pelo CTVA(Complemento Temporário Variável de Ajus-te de Mercado). "A CAIXA iniciou sucumbin-do nas varas, mas saiu 100% vitoriosa noTRT."

"Nossa luta é árdua e diária, as con-quistas acontecem todos os dias", comen-ta Cláudia. Isso envolve desde ação civilpública sobre contratos habitacionais atentativas de responsabilização pessoalde advogado. Para complicar, o quadrode profissionais é insuficiente para aten-der a demanda. Ela informa que há dezanos havia três juízes federais na SeçãoJudiciária do Estado para nove advoga-dos da CAIXA. Hoje são 13 juízes fede-rais para os mesmos nove advogados.

O ponto alto é o grupoO relacionamento profissional do

JURIR/Aracaju é elogiado também pelacolega Paula Giron Margalho, para quemo ponto alto da unidade é mesmo o gru-po, que consegue manter plena harmo-nia apesar do volume de trabalho. "Isso

besse a indenização, daria uma facada noadvogado.

A ascensorista comunicou o que ouviraao Dr. Bianco, que, receoso, durante a audi-ência interpelou o autor sobre as afirmaçõese ainda noticiou o fato à Polícia Federal paraaveriguação. O autor negou tudo e nada acon-teceu de relevante.

Dias depois circulou a informação de queo cidadão havia confessado que queria o di-nheiro da indenização, e queria já, para custe-ar a implantação de uma prótese peniana, poistinha ficado impotente e não tinha outro meiode restaurar sua 'masculinidade'. O Dr. Bianco,enfim, entendeu a angústia do rapaz e pediu àDra. Paula para lhe enviar uns reikes. Não sesabe se funcionou."

|O JURIR/Aracaju. De péDe péDe péDe péDe pé, da esq. para a dir.: João Batista BarbosaArruda, Sônia Rodrigues Soares Caldas, Jorge Souza Alves Filho, Paula

Giron Margalho e Bianco Souza Morelli. SentSentSentSentSentadosadosadosadosados: Cláudia Teles daPaixão Araujo, Cícero Corbal Guerra Neto, Ana Paula da Cunha Soares e

Laert Nascimento Araújo.

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Maio | 2009 15

O Estado de Sergipe está localizado naregião Nordeste e tem como limites Alagoasao norte, Oceano Atlântico ao leste e Bahiaao sul e ao oeste. Ocupa uma área de21.910 km², sendo o menor dos Estadosbrasileiros. Sua capital é Aracaju.

Cerca de 85% do território está a me-nos de 300 m de altitude. O clima é tropi-cal.

Sua colonização teve início na segun-da metade do século XVI, com a vinda denavios franceses em busca de pau-brasil,algodão e pimenta-da-terra.

Sua economia se baseia no cultivo decana de açúcar, mandioca, laranja e coco.Abriga o único polo de exploração de po-tássio da América Latina, localizado no mu-nicípio de Rosário do Catete, a 35 km dacapital.

O litoral sergipano se destaca pela au-sência de recifes e pedras, e o espetáculo

O Estado e a capital

do encontro de vários rios com o mar. Dizuma lenda que, impressionados com abeleza natural, os navegadores substituí-am as descrições geográficas por informa-ções como "não há maior formosura".

Cajueiro dos papagaios

Aracaju vem da língua tupi e signifi-ca, segundo uma versão, "cajueiro dospapagaios" (ará, papagaio; acayú, fruto docajueiro).

Fundada em 1855, Aracaju foi a segun-da capital brasileira planejada, já construídapara ser a capital sergipana. Suas ruas fo-ram projetadas geometricamente, comoum tabuleiro de xadrez, para desemboca-rem no rio Sergipe. Possui 181,8 Km2 deextensão territorial e 520.303 habitantes.

Nos dias 29 a 31 de maio, será a sededo XV Congresso da ADVOCEF.

facilita imensamente o resultado, poisexercemos a oitiva de diversas teses."

Paula diz que a cooperação acontecepara todas as atividades, como as audi-ências, buscando sempre o melhor siste-ma de trabalho, como rodízios, entre ou-tros. Por causa da diversidade de matéri-as envolvidas e o pequeno número de ad-vogados, Paula acredita que o diferencialda unidade é que não contém "especialis-tas" como outros Jurídicos. "Aqui não háestrelas e sim uma constelação", resume.

Numa análise de seus companheiros detrabalho, Laert Araújo destaca o equilíbrio eo tino administrativo da advogada SôniaCaldas, a mais antiga chefe de Jurídico dopaís. "Não se fica quase três décadas à fren-te de uma unidade sem características es-peciais", diz Laert. Estendendo o exame aosoutros integrantes da equipe, ele descreve"o quase militarismo do Dr. Bianco, o bomhumor do Dr. Jorge, as 'viagens' da Dra.Paula, a pseudocasmurrice do Dr. Cícero eas especulações do Dr. João Arruda".

Também Paula Giron se refere às pe-culiaridades individuais, "como um que-bra-cabeça cujas peças unidas formam umpainel e, na ausência de uma, perdem afunção". Atendendo a um pedido para estamatéria, aceitou definir seus colegas, es-colhendo um vocábulo que representa acaracterística predominante de cada um:

Sônia, o equilíbrio; Cicero, a força("Ninguém aqui tem seu volume de traba-lho"); Laert, o sagaz; Jorge, o professor;Bianco, o criterioso; Cláudia, a atualizada;Ana Paula, a objetiva; João, o indagador.

E a advogada Paula Giron? "Fica difí-cil falar, sei que faço o melhor que pos-so, mas o que prezo mesmo é o grupo.Segundo uns colegas, sou 'a solidária', epara outros sou 'a energia/vibração'."

As cabeças dos juízesLaert Araújo descreve as principais ca-

racterísticas da região:"Sergipe fica no Nordeste e padece

dos mesmos males que os outros Estadosda Região, já por demais conhecidos e de-batidos. Mas algumas cidades do Estadotêm um bom nível de qualidade de vida. Acapital, Aracaju, por exemplo, foi expostarecentemente no programa Globo Repór-ter como a capital com melhor qualidadede vida do país, considerados todos osfatores. De fato, ainda se vive bem aqui.Há praias muito boas, razoável vida notur-na, bons restaurantes, o trânsito não émuito congestionado, gastam-se, geral-

mente, entre cinco e 20 minutos entre aresidência e o local de trabalho..."

Paula também fala da terra:"Creio que o grande nó de nossa re-

gião são as cabeças dos juízes. As decisõessão arbitrárias, creio que por se tratar deum lugar pequeno cujas decisões têm gran-des repercussões. Ademais, há uma verda-deira busca dos juízes em evidenciar suasvaidades e a disputa entre eles é acirrada.Exemplo disso foi uma ação penal propos-ta contra a chefe do Jurídico, pela não de-volução tempestiva de um processo poroutro advogado."

Baianos em SergipeTodos os dias, no horário de almoço,

com a presença em geral de cinco dos noveadvogados, o grupo aproveita para repartiruma diversidade de casos. "São tantas emo-ções!", brinca Paula. A reunião diária resul-ta salutar também para os bolsos, pois dis-

|Orla de Atalaia, em Aracaju

|Litoral Sul de Sergipe

cutem projetos de compras, ao mesmo tem-po em que fazem terapia. "Não necessita-mos de analistas", frisa, e economizam tam-bém nessa parte.

Cláudia Araujo está lotada no JURIRdesde a contratação, em 2005. Diz que sesente bem em advogar para a CAIXA, maslhe entristece a falta de reconhecimento porparte da Empresa. "Espero sinceramenteque essa situação mude para melhor."

Paula e Laert também trabalham emAracaju desde a admissão, em 1993. Am-bos são baianos, ela de Salvador e ele deRio Real, que fica próximo à praia de Man-gue Seco, conhecida nacionalmente porcausa da novela "Tieta do Agreste".

"Amo este grupo de montão", diz Paula.E tanto, ressalta, que optou em ficar noSergipe a voltar para a Bahia, onde seusfilhos cursam faculdade e seu pai trata deum câncer há sete anos. "Aqui consigo ener-gia para oferecer-lhes", explica.

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Maio | 200916

| Comunicação

Guerra e pazMensagem do presidente da ADVOCEF tem aprovação unânime

Mensagem recebidaVeja o que dizem, em síntese, as mensagens postadas no

site da ADVOCEF, a respeito do texto do presidente Davi Duarte.- Simboliza o sentimento de todos, traduz o nosso espírito.- Era disso que precisávamos, de um comando lúcido e

firme.- Os advogados estão se sentindo mais firmes e repre-

sentados.- Mensagem de um verdadeiro general as vésperas da

batalha.- Agora, os "soldados advogados" se sentem muito mais

à vontade de ir ao front.- Com que moral vamos exigir o cumprimento dos acor-

dos firmados pela CAIXA, se não conseguirmos fazer cum-prir nosso próprio acordo?

- "Faltava-nos um verdadeiro líder e agora o temos. E faltava-nos unidade e ago-ra a temos." (Marcos Nogueira Barcellos, do JURIR/Rio de Janeiro.)

| Davi: à frente dos“soldados advogados”

"Hoje lhes escrevo de um jeito diferen-te", avisou o presidente da ADVOCEF no iní-cio da mensagem dirigida aos advogados daCAIXA, no site da entidade, em 17/4/2009."Escrevo-lhes com a alma e o coração, maisdo que com o lado racional", continuou DaviDuarte, expondo o que pensa sobre o pro-cesso de negociação com a Empresa, "quenão quer dialogar". No tópico aberto no Fórumpara comentar o texto, mais de 50 advoga-dos registraram apoio unânime e entusi-asmado ao presidente.

Na mensagem, Davi critica especi-almente o novo vice-presidente de Ges-tão de Pessoas, Édilo Ricardo Valadares,que "quer mostrar serviço", não cumprindo oAcordo Coletivo de Trabalho 2008/2009."Quem tem o dever de contemporizar ecumprir o contrato está apagando in-cêndio com gasolina, com propostasabsurdamente inaceitáveis",acusa.

O presidente diz que os advogados,"forjados na luta", estão habituados a tratarcom litígios. "E vamos fazê-lo. Com prudên-cia - como temos feito. Com coragem e de-terminação - como temos agido. Mas, sobre-tudo, com perseverança e tenacidade, por-que tempo e paciência podem mais do quefúria e violência."

Davi conta que a motivação para a men-sagem foi a postergação e as dificuldadesimpostas pela CAIXA, já atrasada no cumpri-mento do Acordo. "Além disso, a proposta queapresentou foi para agravar as diferençassalariais e dividir a categoria." Davi avaliouque era o momento de pôr um limite, "paraque a Empresa soubesse que conhecemoso pensamento da Direção pelos seus atos enão por palavras, que vêm se distanciandoda prática e, por isso, estão destituídas deautoridade, calcada na lealdade e na recípro-ca confiança".

Tempo e paciênciaLeia outros trechos da mensagem:"(...) Estamos unidos e fortes. E assim

nos mantenhamos, com a mobilização jácostumeira e em contagem regressiva, apartir de hoje.

Mas o novo administrador quer mostrarserviço... E "serviço", para ele, é não aten-der, minimamente, o que está contratado,escrito, atrasado no cumprimento. Talvezconfunda mora com amora. Parece ser a

cegueira do poder. Quem sabe atéprepotência. Talvez ignorância. Talvez mal-dade. Talvez.

A irresponsabilidade, que se julgainconsequente, parece vangloriar-se de nadafazer. A ação descumpridora da obrigação éportadora da mesma filosofia de que o cri-me compensa, diante da impunidade.

Tenhamos paciência, mais um pouco,e novamente, de sorte que possamos co-nhecer - em toda a sua extensão - o tama-nho total da incongruência, do pouco casoe do descaso. Quem tem o dever de con-temporizar e cumprir o contrato 'está apa-gando incêndio com gasolina', com propos-tas absurdamente inaceitáveis. (...) O seu

agir é típico de quem quer fazer uma des-necessária guerra para chegar à paz.

E quem de nós não está acostumadoa enfrentar tais problemas diariamente?Advogadas e advogados estão habituadosa tratar com litígios. Somos forjados naluta. (...) E o novo administrador parecedesconhecer essa parte. Mais, nem querconhecê-la. Afinal, se resolvemos o proble-

ma, então o problema não chega a ele.Convido-os, pois, a que façamos

a remessa do problema a quem não oconhece... Vamos demonstrar que a

impunidade não compensa. E que oscompromissos assumidos precisam e de-vem ser cumpridos, de forma adequadae no tempo contratado.

Por outro lado sabemos que as pessoasnão são mais experientes porque mais vive-ram e nem envelhecem apenas pelo avan-çar dos anos. Jovens podem ser experientese "envelhecemos quando abandonamos osnossos ideais" (general MacArthur).

Tenhamos a certeza de que a soluçãode nossas maiores dificuldades está emnossas mãos. Somos capazes de resolvero litígio. E vamos fazê-lo. Com prudência -como temos feito. Com coragem e deter-minação - como temos agido. Mas, sobre-tudo, com perseverança e tenacidade,porque tempo e paciência podem mais doque fúria e violência. (...)"

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Maio | 2009 17

| Campanha

| Denúncia

Maio | 2009 17

As empresas quebram e deixam as dívidas para o governo

Terceirizadas sob suspeita

Grandes empre-sas de locação demão-de-obra estãosob suspeita pelo go-verno federal, por supostaatuação em cartel, simulandoconcorrências para dividir os lucrosdo negócio. Conforme apurou a Folha deS. Paulo, cerca de 30 empresas sãoinvestigadas pela Polícia Federal e pela Se-cretaria de Direitos Econômicos (SDE), porprovável combinação de resultados.

As suspeitas surgiram pela atuaçãoambígua das empresas, que ora apresenta-vam propostas competitivas, para vencer, oraincorriam em erros grosseiros, para seremdesclassificadas. Em março deste ano, a SDEsuspendeu um pregão em que a vencedoratinha apenas a sétima melhor proposta. As con-correntes foram sendo desclassificadas por pro-blemas na documentação, não convincentes.

Refeita a concorrência, o resultado foioutro.

Prestar atenção

Muitas dessas empresascumprem apenas parte do

contrato e depois quebram,deixando para a União as

dívidas trabalhistas. O governo é réuem cerca de 10 mil ações de cobran-ça dessas dívidas, movidas por traba-lhadores, sindicatos e pelo MinistérioPúblico do Trabalho. Em 2008, forampagos R$ 2,1 bilhões apenas com oscontratos.

Segundo a Folha, a derrota é ape-nas uma questão de tempo: o Tribu-

nal Superior do Trabalho tem po-sição firmada de que o Estadoé responsável pelas dívidas dei-xadas pelas empresas que con-

trata.Para o presidente da ADVOCEF,

Davi Duarte, é bom levar em contaesse tipo de notícia na hora deterceirizar serviços, inclusive os jurí-dicos. "É o que sempre falamos, masnão tínhamos dados concretos paramostrar", afirmou.

Foi realizada em Brasília a Marcha em Defesa da Cidadaniae do Poder Judiciário contra proposta de emenda à Constituição,já aprovada pelo Senado, que permite aos Estados e municípiosretardar em 15 anos o pagamento de precatórios, num total es-timado em R$ 100 bilhões. Liderada pelo Conselho Federal daOAB, a Marcha foi apoiada por 170 entidades, entre elas aADVOCEF, que participou do evento, representada pelo presiden-te Davi Duarte, os diretores Júlio Greve, Carlos Castro e a repre-sentante da Associação na Comissão da Advocacia Pública doConselho Federal da OAB, Cristina Lee.

Esteve presente também o advogado José Gomes de MattosFilho, membro do Conselho da OAB/DF, primeiro presidente esócio honorário da ADVOCEF.

O presidente da OAB, Cezar Britto, considera a proposta um"calote" aos credores. "A PEC constitucionaliza o calote. Ela diz

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Contra o caloteMarcha promovida pela OAB teve

participação da ADVOCEF

|Marcha contra calote reuniu duas mil pessoas

que o Poder Executivo pode abusar, desapropriar casas, violen-tar direitos e o povo não pode reagir. Isso é o maior ataque àdemocracia desde o golpe militar de 64", afirmou.

Pelos cálculos da OAB, participaram da Marcha 2 mil pesso-as, entre advogados, magistrados e estudantes de Direito.

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Maio | 200918

Os autoresParticipam da 8ª Revista de Direito

da ADVOCEF os seguintes au-tores:

- Alessandro Borghetti(ex-advogado da CAIXA,oficial registrador em RioGrande)

- Eduardo HenriqueVideres de Albuquerque

- Elga Lustosa deMoura Nunes

- Iliane Rosa Pagliarini eJussara Ferreira

- João Pedro Silvestrin (ex-advoga-do da CAIXA, desembargadordo Trabalho do TRT 4ª Região)

- Juliana Varella Barcade Miranda Porto

- Karin WietzkeBrodbeck

- Lenymara Carvalho- Lucas Ventura

Carvalho Dias- Marcelo Quevedo

do Amaral- Wilson de Souza Malcher

O estudo aprofundado de temas jurídi-cos, a troca de experiências e o objetivo dedivulgar as teses dos advogados da CAIXAao mesmo tempo justificam e recomendamo lançamento da 8ª edição da Revista deDireito da ADVOCEF, que ocorre em 28/5/2009, na abertura do XV Congresso da enti-dade, em Aracaju (SE). Todos esses fatores,segundo o diretor de Comunicação da

Revista de Direito da ADVOCEF será lançada no XV CongressoADVOCEF, Roberto Maia, se somam paraexplicar o sucesso da publicação.

A ideia preponderante em 2005, quan-do saiu o primeiro número, era dar visibili-dade à produção científica dos associados,mas o projeto superou as expectativas. Maiaafirma que os trabalhos publicados desdeentão demonstram que vale a pena incenti-var e difundir as discussões de temas jurídi-

cos, que nascemmuitas vezes nocotidiano do pro-fissional.

Fonte doutrináriaPara o presidente da ADVOCEF, Davi

Duarte, a Revista "é um manancial para qua-lificar o trabalho do advogado da própriaCAIXA e demais profissionais, porque preen-che todos os requisitos para ser citada comofonte doutrinária e, essencialmente, porqueo conteúdo é de alta qualidade".

A Revista de Direito circula entre os ór-gãos judiciários, universidades (inclusive doexterior), faculdades de Direito e entidadesde advogados em todo o país. A partir deagora, as unidades jurídicas da CAIXA tam-bém receberão um exemplar, destinado aoacervo bibliográfico. "Os advogados da Em-presa são a razão da criação do projeto epessoas essenciais, não somente ao pro-duzirem artigos de importância, mas tam-bém ao oferecerem ânimo e crítica à conti-nuidade da iniciativa da ADVOCEF", desta-ca Maia.

| Lançamento

Estudos à disposição

Especialistas em suas áreas, o profes-sor Adalberto Kaspary (no Direito) e StephenKanitz (na Administração) discorrem sobrea matéria de suas competências no encarteJuris Tantum desta edição da ADVOCEF EMREVISTA.

No artigo "A Linguagem do Direito",Kaspary sustenta, como o jurista italianoCarnelutti, que "nossas ferramentas não sãomais que palavras". Defende que a lingua-gem jurídica, tradicional, é também revolu-cionária, em constante evolução para aten-der a novas realidades. Estão aí, por exem-plo, o acesso universal à Justiça e ajudicialização de um universo ilimitado denovas questões.

Kaspary explica que a ciência jurídicaexige termos próprios como novação,enfiteuse, fideicomisso, retrovenda, que tra-

Mestres da linguagemAulas de Adalberto Kaspary e Stephen Kanitz no Juris Tantum

duzem um amplo conteúdo e per-mitem entendimento rápido euniforme. "O que se critica, ecom razão, é o rebusca-mento gratuito, oco, balo-fo, expediente muitas vezesprovidencial para disfarçar a pobreza dasideias e a inconsistência dos argumentos",afirma.

É tudo treinoEm "Como escrever um bom artigo", o

consultor e conferencista Stephen Kanitzrevela que normalmente escreve imaginan-do um leitor de 16 anos ou um pai de famí-lia. É que não dá para escrever para todosao mesmo tempo, ensina. Outra dica do ar-ticulista da Veja: os leitores querem sair daleitura mais inteligentes do que antes. O

objetivo de um artigo, acrescenta, é conven-cer alguém de uma nova ideia e não da inte-ligência do autor.

Kanitz reescreve cada artigo 40 vezes,em média. Uma confissão: "A maioria daspessoas me acha extremamente inteligen-te, o que lamentavelmente não sou, fui umaluno médio a vida inteira". Seu segredo écolocar boa quantidade de informação rele-vante - "e isto, minha gente, não é inteligên-cia, é treino".

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Maio | 2009 19

Reflexões para nosso tempo de greve e enfrentamento

Nestes tempos inéditos de grevedo quadro jurídico da CAIXA, neces-sário que reflexões sejam feitas eamadurecidas posições. Há umagrande tentação em rotular colegascomo fura-greve, pelegos, puxa-sa-cos. E de outro lado: baderneiros,inconsequentes, demolidores da Em-presa. Ou seja, os adjetivos são far-tos.

Porém, o que se verifica com cla-reza é um indisfarçável "efeito mana-da" no espírito decisório dos colegas."Se todos estão com esta posição, eutambém tenho!". São menos numero-sas do que seriam desejáveis as de-cisões amadurecidas, ponderadas ecoerentes, mas apenas o "Eu é quenão vou ficar sozinho nesta!". É co-mum observar colegas criticarem du-ramente outros os quais não estãoaderindo ao movimento. Quero estarfora de tais críticos. Ao contrário, porvezes ouço argumentos do tipo: "Eunão iria fazer greve, mas teria que as-sumir acervo dos colegas, então de-cidi pela greve!". Ou ainda: "Eu esta-va a favor da greve, mas ninguém quisfazer greve no meu setor, desisti!". Pa-rafraseando o poeta baiano: De per-to, ninguém é herói!

E neste ponto sugiro uma refle-xão. A decisão da greve deve ser to-mada por razões pessoais, por con-vencimento íntimo. E este convenci-mento deve ser externado nasassembleias gerais da categoria.Compreendem-se colegas que não fa-zem greve, porém incompreensível aposição daqueles que não compare-cem às assembleias e desrespeitam

a decisão soberana tomada naque-las. Se discordam do movimento, por-que não comparecer e votar contra?A assembleia é o fórum adequado dedebates, fora dela tudo é conversa debotequim, ou coisa que o valha.

Desobedecer às decisões assem-bleares é um fato de gravidade ímparem se tratando de advogados. Aassembleia da categoria é nossomicro-cosmo de Congresso Nacional.Suas decisões são como que leis queseguiram o rigor de um processolegislativo simplificado e foram demo-crat icamente aprovadas (aassembleia e suas decisões votadasé o que melhor personifica a demo-cracia direta idealizada pelos antigosgregos). E esta é a própria essênciado Estado de Direito, onde as pesso-as guiam suas práticas por normati-vos pré-estabelecidos e não pelo ar-bítrio pessoal ou da conveniência oca-sional. Em suma, é a própria contra-posição ao estado anárquico ou pré-civilizatório.

E mais: em se desprezando as de-cisões assembleares, não há mais ca-tegoria profissional, mas apenas umagrupamento de pessoas que se reú-nem em local comum de trabalhopara realizar trabalho de mesma na-tureza. Deixamos de ser parte de umtodo, para ser um indivíduo isolado,defendendo-se com as próprias for-ças e nos limites destas.

Pedindo vênia aos possíveis dis-cordantes , mas pro f i ss iona l doDireito que despreza decisões deuma assembleia regular demonstracolocar em segundo plano a impe-ratividade da lei (aqui consideradaem sentido abstrato) sobre a vonta-de individual. Reforçamos que forada lei estamos em risco, a socieda-de se inviabiliza. A obediência à leié pressuposto imprescindível à pró-pria existência de um sistema jurí-dico em dada sociedade.

Aquele que respeita as decisõesdas assembleias de sua categoria -mesmo que venha a aderir ao movi-mento grevista - se conduz numa sau-dável obediência institucional. Antesde ser um empregado-problema, aocontrário, porque guiado por normase pelas decisões maiores da coletivi-dade e não pela imposição de posi-ções pessoais imprevisíveis e unila-terais, que variam ao sabor de seupróprio humor.

Assim, e resumindo para quemestá com preguiça de ler o texto: com-pareça às assembleias, tenha opiniãoprópria e, principalmente, siga o quefoi decidido. Caramba!

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAem Brasília/DFem Brasília/DFem Brasília/DFem Brasília/DFem Brasília/DF.....

| Artigo

Sobre o efeito manada e olivre convencimento

Mauro José Garcia Pereira (*)

Page 20: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS€¦ · Até o fechamento desta edição, em 8/5/2009, o movimento de advogados, en-genheiros e arquitetos da CAIXA continuava firme, forte e unido