28
ANO XXVI - 2015 - 5ª SEMANA DE ABRIL DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 18/2015 ASSUNTOS SOCIETÁRIOS ASSUNTOS SOCIETÁRIOS ASSUNTOS SOCIETÁRIOS ASSUNTOS SOCIETÁRIOS EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – EIRELI - PROCEDIMENTOS GERAIS DE CONSTITUIÇÃO ........................................................................................................................................................ Pág. 334 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA PESSOA JURÍDICA IMUNE OU ISENTA - TRATAMENTO FISCAL............................................................................................... Pág. 348

ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

ANO XXVI - 2015 - 5ª SEMANA DE ABRIL DE 2015

BOLETIM INFORMARE Nº 18/2015

ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – EIRELI - PROCEDIMENTOS

GERAIS DE CONSTITUIÇÃO ........................................................................................................................................................ Pág. 334

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA PESSOA JURÍDICA IMUNE OU ISENTA - TRATAMENTO FISCAL ............................................................................................... Pág. 348

Page 2: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 334

ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS

EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - EIRELI Procedimentos Gerais de Constituição

Sumário 1. Introdução 2. Capacidade Para Ser Titular 3. Impedimento Para Ser Titular 4. Administração da EIRELI 4.2 – Denominação Atribuída ao Administrador 4.3 – Administrador Não Titular 4.4 -Administrador – Designação/Destituição e Renúncia 4.5 - Responsabilidade do Administrador 4.6 - Declaração de Inexistência de Impedimento Para o Exercício de Administração da Empresa 5. Ato Constitutivo – Normas Para Elaboração 5.1 - Preâmbulo do Ato Constitutivo 5.2 - Cláusulas Obrigatórias do Ato Constitutivo 5.3 - Cláusulas Facultativas do Ato Constitutivo 5.4 - Fecho do Ato Constitutivo 6. Normas Para Qualificação de Titular 6.1 - Menor de 18 e Maior de 16 Anos, Emancipado 6.2 - Número Oficial de Identidade e Órgão Expedidor 6.2.1 - Titular Residente no País 6.2.2 - Titular Não Residente no País 6.2.3 - Representação de Titular 7. Nome Empresarial 8. Enquadramento Como Microempresa/Empresa de Pequeno Porte 9. Capital Social 9.1 - Forma de Integralização 9.2 - Utilização de Acervo de Empresário, Para Versão em Capital de EIRELI já Existente 9.3 – Contribuição Com Prestação de Serviços 9.4 - Aumento do Capital Social 9.5 - Redução do Capital Social 10. Local da Sede, Endereço e Filiais 11. Objeto Social 11.1 - Restrições e Impedimentos Para Certas Atividades 12. Responsabilidade do Titular 13. Prazo de Duração da Empresa 14. Data de Encerramento do Exercício Social 15. Abertura de Filiais na Unidade da Federação ou em Outra Unidade da Federação 15.1 - Capital Social da Filial 15.2 - Depósito Fechado Sem Vendas 15.3 - Forma da Cláusula do Ato Constitutivo 16. Assinatura do Ato Constitutivo 16.1– Analfabeto 16.2 - Visto de Advogado 16.3 - Assinatura do Requerimento de Arquivamento 17. Empresas Sujeitas a Controle de Órgãos de Fiscalização de Exercício Profissional 18. Empresas Cujos Atos de Constituição, Para Arquivamento, Dependem de Aprovação Prévia Por Órgão Governamental 19. Número de Identificação do Registro de Empresa - NIRE 20. Documentação Exigida 20.1 - Autenticação de Cópias de Documentos 20.2– Procurações 20.3–Procurações e Outros Documentos Oriundos do Exterior Titular Pessoa Natural Residente e Domiciliada no Exterior 21. Modelo do Ato Constitutivo 1. INTRODUÇÃO Por meio da Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011 (DOU de 12.07.2011), foram acrescentados o inciso VI ao art. 44 e o art. 980-A e também foi alterado o parágrafo único do art. 1.033, todos da Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a constituição de empresa individual de responsabilidade limitada. De acordo com o inciso VI do art. 44 da Lei nº 10.406/2002, são pessoas jurídicas de direito privado as empresas individuais de responsabilidade limitada. O Departamento de Registro Empresarial e Integração, através do Anexo V da Instrução Normativa DREI nº 10, de 05 de dezembro de 2013 (DOU de 06.12.2013), alterado pela Instrução Normativa DREI nº 26, de 10 de setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.

Page 3: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 335

Nos itens a seguir trataremos sobre os procedimentos de constituição de empresa individual de responsabilidade limitada. 2. CAPACIDADE PARA SER TITULAR Pode ser titular de EIRELI a pessoa natural, desde que não haja impedimento legal: a) maior de 18 (dezoito) anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), que se achar na livre administração de sua pessoa e bens; b) menor emancipado: - por concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro se o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos; c) a outorga constará de instrumento público, que deverá ser inscrito no Registro Civil das Pessoas Naturais e arquivado na Junta Comercial: - por sentença do juiz que, também, deverá ser inscrita no Registro Civil das Pessoas Naturais; - pelo casamento; - pelo exercício de emprego público efetivo (servidor ocupante de cargo em órgão da administração direta, autarquia ou fundação pública federal, estadual ou municipal); - pela colação de grau em curso de ensino superior; e - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha economia própria. d) menor de 18 e maior de 16 anos, emancipado a prova da emancipação do menor de 18 (dezoito) anos e maior de 16 (dezesseis) anos, anteriormente averbada no registro civil, correspondente a um dos casos a seguir, deverá instruir o processo ou ser arquivada em separado, simultaneamente, com o ato constitutivo: d.1) pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, ou por sentença judicial; d.2) casamento; d.3) exercício de emprego público efetivo; d.4) colação de grau em curso de ensino superior; e d.5) estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha adquirido economia própria. 3. IMPEDIMENTO PARA SER TITULAR Não pode ser titular de EIRELI a pessoa jurídica, bem assim a pessoa natural impedida por norma constitucional ou por lei especial. 4. ADMINISTRAÇÃO DA EIRELI A administração da EIRELI será exercida por uma ou mais pessoas designadas no ato constitutivo. Não há obrigatoriedade de previsão de prazo do mandato de administrador, que, não estando previsto, entender-se-á ser de prazo indeterminado. Não é exigível a apresentação do termo de posse de administrador nomeado, quando do arquivamento do ato de sua nomeação. A EIRELI poderá ser administrada pelo titular e/ou por não titular.

Page 4: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 336

O administrador não titular considerar-se-á investido no cargo mediante aposição de sua assinatura no ato constitutivo em que foi nomeado. A declaração de inexistência de impedimento para o exercício de administração, se não constar do ato constitutivo, deverá ser apresentada em ato separado, que instruirá o processo. Administrador estrangeiro deverá ter visto permanente e não estar enquadrado em caso de impedimento para o exercício da administração. Os cidadãos dos países dos Estados Partes do Mercosul (República Argentina, República do Paraguai e República Oriental do Uruguai) e dos Estados Associados (Estado Plurinacional da Bolívia e República do Chile) que obtiveram a Residência Temporária de 2 (dois) anos poderão ser titular ou administrador de EIRELI, observadas as disposições da Instrução Normativa DREI nº 13/2013. 4.1 – Impedidos de Ser Administrador Não pode ser administrador de EIRELI a pessoa: a) condenada a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perduraram os efeitos da condenação; b) impedida por norma constitucional ou por lei especial: b.1) brasileiro naturalizado há menos de 10 (dez) anos: - em empresa jornalística e de radiodifusão sonora e radiodifusão de sons e imagens; b.2) estrangeiro: b.2.1) estrangeiro sem visto permanente; a indicação de estrangeiro para cargo de administrador poderá ser feita, sem ainda possuir “visto permanente”, desde que haja ressalva expressa no ato constitutivo de que o exercício da função depende da obtenção desse “visto”. b.2.2) natural de país limítrofe, domiciliado em cidade contígua ao território nacional e que se encontre no Brasil; b.2.3) em empresa jornalística de qualquer espécie, de radiodifusão sonora e de sons e imagens; b.2.4) em pessoa jurídica que seja titular de direito real sobre imóvel rural na Faixa de Fronteira (150 Km de largura ao longo das fronteiras terrestres), salvo com assentimento prévio do órgão competente; b.3) português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da Igualdade, comprovado mediante Portaria do Ministério da Justiça, pode ser administrador de EIRELI, exceto na hipótese de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; b.3.1) pessoa jurídica; b.3.2) o cônsul, no seu distrito, salvo o não remunerado; b.3.3) o funcionário público federal civil ou militar da ativa. Em relação ao funcionário estadual e municipal, observar as respectivas legislações. b.3.4) o Chefe do Poder Executivo, federal, estadual ou municipal; b.3.5) o magistrado; b.3.6) os membros do Ministério Público da União, que compreende: - Ministério Público Federal; - Ministério Público do Trabalho;

Page 5: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 337

- Ministério Público Militar; - Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; b.3.7) os membros do Ministério Público dos Estados, conforme a Constituição respectiva; b.3.8) o falido, enquanto não for legalmente reabilitado; b.3.9) o leiloeiro; b.3.10) a pessoa absolutamente incapaz: - o menor de 16 (dezesseis) anos; - o que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiver o necessário discernimento para a prática desses atos; - o que, mesmo por causa transitória, não puder exprimir sua vontade b.3.11) a pessoa relativamente incapaz: - o maior de 16 (dezesseis) anos e menor de 18 (dezoito) anos. O menor de 18 (dezoito) anos e maior de 16 (dezesseis) anos pode assumir a administração de sociedade, desde que emancipado; - o ébrio habitual, o viciado em tóxicos, e o que, por deficiência mental, tenha o discernimento reduzido; - o excepcional, sem desenvolvimento mental completo. Observação: A capacidade dos índios é regulada por lei especial (Estatuto do Índio). 4.2 – Denominação Atribuída ao Administrador Não é cabível a designação de “gerente” em correspondência a administrador, em face do disposto no art. 1.172 do CC. 4.3 – Administrador Não Titular A EIRELI poderá ser administrada pelo titular e/ou por não titular. O administrador não titular considerar-se-á investido no cargo mediante aposição de sua assinatura no ato constitutivo em que foi nomeado. A declaração de inexistência de impedimento para o exercício de administração, se não constar do ato constitutivo, deverá ser apresentada em ato separado, que instruirá o processo. No caso do administrador- sócio, o quorum de deliberação será variável de acordo com o instrumento de designação. 4.4 -Administrador – Designação/Destituição e Renúncia A administração de EIRELI somente poderá ser exercida por pessoa natural residente no País. O(s) administrador(es) será(ão) designado(s) e destituído(s), sempre por vontade do titular, mediante alteração da cláusula de administração do ato constitutivo. Quando o administrador não for titular da empresa, será nomeado e devidamente qualificado na alteração do ato constitutivo, sendo investido no cargo mediante aposição de sua assinatura no próprio instrumento. A declaração de inexistência de impedimento para o exercício de administração da empresa, se não constar da alteração do ato constitutivo, deverá ser apresentada em ato separado. A renúncia do administrador se torna eficaz, perante a empresa, a partir do momento em que esta toma ciência do ato, e, perante terceiros, a partir da data do arquivamento e publicação. 4.5 - Responsabilidade do Administrador

Page 6: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 338

Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções. O administrador incurso em atos de má-administração pode ser destituído e responderá ação indenizatória. Em relação à responsabilidade tributária, segundo o inciso III do artigo 135 do CTN, responderá pessoalmente pelas obrigações, quando decorrentes de "atos praticados com excesso de poderes ou infração da lei, contrato social ou estatutos". Sendo assim, a responsabilização do administrador será pertinente em caso de sonegação e não de inadimplemento. Por fim, cabe ressaltar que o administrador, titular ou não, que realizar operação contrária aos interesses sociais, enquanto não for averbada sua nomeação, responderá ilimitadamente pelos atos praticados. 4.6 - Declaração de Inexistência de Impedimento Para o Exercício de Administração da Empresa Preferencialmente, deverá constar do ato constitutivo, em cláusula própria, declaração, sob as penas da lei, de que o administrador não está impedido, por lei especial, e nem condenado ou encontrar-se sob efeitos da condenação, que o proíba de exercer a administração. 5. ATO CONSTITUTIVO - NORMAS PARA ELABORAÇÃO O ato constitutivo não poderá conter emendas, rasuras e entrelinhas, admitida, porém, nesses casos, ressalva expressa no próprio instrumento, com assinatura da parte. Nos instrumentos particulares, não deverá ser utilizado o verso das folhas, cujo texto será grafado na cor preta ou azul, obedecidos os padrões de indelebilidade e nitidez para permitir sua reprografia, microfilmagem e/ou digitalização. 5.1 - Preâmbulo do Ato Constitutivo Deverão constar do preâmbulo do ato constitutivo: a) qualificação do titular da empresa e, se for o caso, de seu procurador: - titular pessoa natural (brasileiro ou estrangeiro) residente e domiciliado no País ou no exterior: - nome civil, por extenso; - nacionalidade; - estado civil; (no caso de união estável, incluir o estado civil) - data de nascimento, se solteiro; - profissão; - documento de identidade, número e órgão expedidor/UF; - CPF; - endereço residencial (tipo e nome do logradouro, nº, complemento, bairro/distrito, município, unidade federativa e CEP, se no País); b) tipo jurídico (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 5.2 - Cláusulas Obrigatórias do Ato Constitutivo O corpo do ato constitutivo deverá contemplar, obrigatoriamente, o seguinte (art. 980-A, §§, c/c art. 1.054 do CC): a) nome empresarial, que poderá ser firma ou denominação, do qual constará obrigatoriamente, como última expressão, a abreviatura EIRELI;

Page 7: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 339

b) capital, expresso em moeda corrente, equivalente a, pelo menos, 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País (art. 980-A do CC); sendo desnecessária a atualização do capital social por alteração e/ou decisão do titular, quando houver mudanças no valor instituído pelo Governo Federal. Havendo qualquer outra alteração de dados, o capital deverá ser atualizado; c) declaração de integralização de todo o capital (art. 980-A do CC); d) endereço completo da sede (tipo e nome do logradouro, número, complemento, bairro/distrito, município, unidade federativa e CEP)bem como o endereço das filiais; e) declaração precisa e detalhada do objeto da empresa; f) prazo de duração da empresa; g) data de encerramento do exercício social, quando não coincidente com o ano civil; h) a(s) pessoa(s) natural(is) incumbida(s) da administração da empresa, e seus poderes e atribuições; i) qualificação do administrador, caso não seja o titular da empresa; e j) declaração de que o seu titular, não participa de nenhuma outra empresa dessa modalidade. 5.3 - Cláusulas Facultativas do Ato Constitutivo Poderão ser inseridas no Ato constitutivo, de forma facultativa, as cláusulas que tratem sobre: a) atos que dependam de aprovação prévia do titular da empresa para que possam ser adotados pela administração (por exemplo, assinatura de contratos acima de determinado valor, alienação de ativos etc.); b) declaração, sob as penas da lei, de que o administrador não está impedido, por lei especial, e nem condenado ou encontrar-se sob os efeitos de condenação, que o proíba de exercer a administração de empresa individual de responsabilidade limitada; e c) outras, de interesse do titular da empresa. 5.4 - Fecho do Ato Constitutivo Do fecho do Ato Constitutivo deverá constar: a) localidade e data; b) nome do titular; e c) assinatura. A referida assinatura poderá ser substituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1º do art. 4º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 6. NORMAS PARA QUALIFICAÇÃO DE TITULAR 6.1 - Menor de 18 e Maior de 16 Anos, Emancipado Deverá constar da qualificação de titular emancipado o motivo da emancipação. A prova da emancipação do menor de 18 (dezoito) anos e maior de 16 (dezesseis) anos, anteriormente averbada no registro civil, correspondente a um dos casos a seguir, deverá instruir o processo ou ser arquivada em separado, simultaneamente com o ato constitutivo: a) pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, ou por sentença judicial; b) casamento;

Page 8: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 340

c) exercício de emprego público efetivo; d) colação de grau em curso de ensino superior; e) estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha adquirido economia própria. 6.2 - Número Oficial de Identidade e Órgão Expedidor 6.2.1 - Titular Residente no País Deverá ser indicado o número da identidade e as siglas do órgão expedidor e da respectiva unidade da federação mencionadas no documento de identidade. No caso de identidade de estrangeiro, não indicar a UF. São aceitos como documento de identidade: cédula de identidade, certificado de reservista, carteira de identidade profissional, Carteira de Trabalho e Previdência Social ou carteira nacional de habilitação (modelo com base na Lei nº 9.503, de 23/9/97). Quando o titular estrangeiro for administrador, é exigida identidade com a prova de visto permanente e dentro do período de sua validade ou documento fornecido pelo Departamento de Polícia Federal com a indicação do número de registro. Observação: a revalidação da identidade é dispensada para estrangeiros portadores de visto permanente que tenham participado de recadastramento anterior desde que: (a) tenham completado sessenta anos de idade, até a data do vencimento do documento de identidade, ou (b) que sejam portadores de deficiência física. Na oportunidade, será necessária a prova da participação no recadastramento e, se for o caso, da condição de pessoa portadora de deficiência física. (Lei nº 9.505, de 15/10/1997) 6.2.2 - Titular Não Residente no País No caso de titular não residente no País, será necessária a comprovação das informações contidas em seu documento de identidade. 6.2.3 - Representação de Titular Quando o titular for representado, a condição do representante e sua qualificação deverão ser indicadas, em seguida à qualificação do titular. 7. NOME EMPRESARIAL O nome empresarial obedecerá ao princípio da veracidade e da novidade, incorporando os elementos específicos ou complementares exigidos ou não proibidos em lei. O nome empresarial da EIRELI pode ser de dois tipos: DENOMINAÇÃO ou FIRMA. O nome empresarial deverá conter a expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação da empresa individual de responsabilidade limitada. O titular poderá optar por firma ou denominação. Quando adotar firma, esta será formada com o seu próprio nome, que deverá figurar de forma completa, podendo ser abreviados os prenomes. Poderá aditar, se quiser ou quando já existir nome empresarial idêntico, designação mais precisa de sua pessoa ou de sua atividade. Adotando denominação, esta poderá conter o seu nome. A denominação deve designar o objeto da empresa, de modo específico, não se admitindo expressões genéricas isoladas, como: comércio, indústria, serviços. Havendo mais de uma atividade, poderão ser escolhidas uma ou mais dentre elas. Quando a EIRELI apresentar para arquivamento declaração de enquadramento como ME ou EPP, simultaneamente ao ato constitutivo, é facultativa a indicação do objeto (atividade) na denominação. 8. ENQUADRAMENTO COMO MICROEMPRESA/EMPRESA DE PEQUENO PORTE A adição ao nome empresarial da expressão ME ou MICROEMPRESA e EPP ou EMPRESA DE PEQUENO PORTE, se aplicável, não pode ser efetuada no ato constitutivo.

Page 9: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 341

Somente depois de procedido o arquivamento do ato constitutivo e efetuado pela Junta Comercial o enquadramento da EIRELI na condição de microempresa, ou empresa de pequeno porte, mediante declaração em instrumento próprio para essa finalidade, é que, nos atos posteriores, se deve fazer a adição de tais termos ao nome empresarial. O enquadramento de microempresa e empresa de pequeno porte pelas Juntas Comerciais será efetuado, conforme o caso, mediante arquivamento de declaração procedida pelo titular em instrumento específico para essa finalidade. A declaração a que se refere conterá, obrigatoriamente: I – Título da Declaração: DECLARAÇÃO DE ENQUADRAMENTO DE ME ou EPP II – Requerimento do titular de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI, dirigido ao Presidente da Junta Comercial da Unidade da Federação a que se destina, requerendo o arquivamento da declaração, da qual constarão os dados e o teor da declaração em conformidade com as situações a seguir: a) enquadramento serão consideradas enquadradas na condição de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006, do titular de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI regularmente enquadrados no regime jurídico anterior, salvo as que estiverem incursas em alguma das situações impeditivas para enquadramento previstas nos incisos do § 4º do art. 3º da mencionada Lei Complementar, que deverão promover o seu desenquadramento. As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, nos termos da legislação civil, acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões “Microempresa” ou Empresa de Pequeno Porte”, ou suas respectivas abreviações “ME” ou “EPP”, conforme o caso, sendo-lhes facultativa a inclusão do objeto na denominação social. 9. CAPITAL SOCIAL Por ser detido por apenas um titular, o capital da EIRELI não precisa ser dividido em quotas. A constituição da EIRELI exige capital não inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. O capital da EIRELI deve estar inteiramente integralizado na constituição ou em aumentos futuros. 9.1 - Forma de Integralização Poderão ser utilizados para integralização de capital quaisquer bens, desde que suscetíveis de avaliação em dinheiro. No caso de imóvel, ou direitos a ele relativo, o ato constitutivo, por instrumento público ou particular, deverá conter sua descrição, identificação, área, dados relativos à sua titulação, bem como o número de sua matrícula no Registro Imobiliário. No caso de titular casado, deverá haver a anuência do cônjuge, salvo no regime de separação absoluta. A integralização de capital com quotas de determinada sociedade implicará na correspondente alteração do contrato social modificando o quadro societário da sociedade cujas quotas foram conferidas para integralizar o capital, consignando a saída do sócio e ingresso da EIRELI que passa a ser titular das quotas. Se as sedes das empresas envolvidas estiverem situadas na mesma unidade da federação, os respectivos processos de constituição e de alteração tramitarão vinculados. Caso estejam sediadas em unidades da federação diferentes, deverá ser, primeiramente, promovido o arquivamento do ato constitutivo e, em seguida, promovida a alteração contratual de substituição de sócio. Não é exigível a apresentação de laudo de avaliação para comprovação dos valores dos bens declarados na integralização de capital de EIRELI. 9.2 - Utilização de Acervo de Empresário, Para Versão em Capital de EIRELI Já Existente Implica em cancelamento da Inscrição De Empresário. Esse cancelamento deverá ser feito concomitantemente com o processo de arquivamento da alteração da EIRELI.

Page 10: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 342

9.3 – Contribuição Com Prestação de Serviços É vedada a contribuição ao capital que consista em prestação de serviços. 9.4 - Aumento do Capital Social O capital poderá ser aumentado a qualquer momento, desde que imediatamente integralizado (art. 980-A do CC). 9.5 - Redução do Capital Social Pode a EIRELI reduzir o capital, desde que respeitado o valor mínimo exigido em lei: a) se sofrer perdas irreparáveis; e b) se for excessivo em relação ao objeto da empresa. No caso de redução de capital por ter sido considerado excessivo, restitui-se a respectiva parte ao titular. Essa redução deve ser objeto de deliberação publicada, exceto quando estiver enquadrado na condição de ME ou EPP. (art. 71 da Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006) O credor quirografário tem 90 dias após a publicação da deliberação para impugnar a redução. Se, nesse prazo, não houver impugnação ou, se provado o pagamento da dívida ou depósito judicial, a redução torna-se eficaz. Só então, a empresa procede ao arquivamento da correspondente alteração do ato constitutivo na Junta Comercial, instruída com cópias das publicações da deliberação, se não constar da alteração a menção aos jornais, folhas e datas em que foi efetuada a publicação, exceto quando estiver enquadrado na condição de ME ou EPP. (art. 71 da Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006) 10. LOCAL DA SEDE, ENDEREÇO E FILIAIS Deverá ser indicado, no ato constitutivo, o endereço completo da sede (tipo e nome do logradouro, nº, complemento, bairro/distrito, município, UF e CEP). O Titular poderá constituir filiais, através do ato constitutivo, de sua alteração ou de instrumento de deliberação de administrador, neste caso, se houver autorização no ato constitutivo. 11. OBJETO SOCIAL O objeto não poderá ser ilícito, impossível, indeterminado ou indeterminável, ou contrário aos bons costumes, à ordem pública ou à moral. O ato constitutivo deverá indicar com precisão e clareza as atividades a serem desenvolvidas pela empresa, sendo vedada a inserção de termos estrangeiros, exceto quando não houver termo correspondente em português ou já incorporado ao vernáculo nacional. Entende-se por precisão e clareza a indicação de gêneros e correspondentes espécies de atividades. São exemplos de gêneros e espécies:

GÊNEROS ESPÉCIES - comércio - de veículos automotores

- de tratores - de bebidas - de armarinho

- indústria - de laticínios - de confecções

- serviços - de reparação de veículos automotores - de transportes rodoviários de cargas

11.1 - Restrições e Impedimentos Para Certas Atividades É vedado o arquivamento na Junta Comercial de empresa cujo objeto inclua a atividade de advocacia, inclusive cobrança judicial.

Page 11: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 343

12. RESPONSABILIDADE DO TITULAR Poderá constar do ato constitutivo que “a responsabilidade do titular é limitada ao capital integralizado”. 13. PRAZO DE DURAÇÃO DA EMPRESA Deverá ser indicada a data de término do prazo da EIRELI, quando o mesmo for determinado, ou declarado que o prazo é indeterminado. 14. DATA DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO SOCIAL Indicar a data de encerramento do exercício social, quando não coincidente com o ano-civil. 15. ABERTURA DE FILIAIS NA UNIDADE DA FEDERAÇÃO OU EM OUTRA UNIDADE DA FEDERAÇÃO A abertura de filial pode ser efetuada através do ato constitutivo, de sua alteração ou de instrumento de deliberação de administrador, neste caso, se houver autorização no ato constitutivo. Em qualquer hipótese, deve ser indicado o endereço completo da filial e, nos casos de alteração, transferência ou extinção, também o seu NIRE. 15.1 - Capital Social da Filial A indicação de destaque de capital para a filial é facultativa. Se indicado algum valor, a soma dos destaques de capital para as filiais deverá ser inferior ao capital da empresa. 15.2 - Depósito Fechado Sem Vendas No tocante à constituição de depósito fechado, é necessário observar que os estabelecimentos pertencentes à mesma pessoa jurídica, que não o estabelecimento-sede, têm natureza jurídica de filial. O depósito fechado sem vendas, com a única finalidade de guarda de mercadorias, tem a característica de filial, devendo-se ser observados, para sua constituição, os mesmos procedimentos previstos para abertura de filial. 15.3 - Forma da Cláusula do Ato Constitutivo A abertura da filial será efetuada por meio de alteração do ato constitutivo, que deverá conter cláusula alusiva ao fato, redigida com clareza e identificando: - o ramo de atividade, que deverá ser similar àquele explorado pela matriz; - o endereço do novo estabelecimento; - o capital social destacado para a exploração da atividade proposta. 16. ASSINATURA DO ATO CONSTITUTIVO O titular ou seu procurador deverá assinar o ato constitutivo. A assinatura será lançada com a indicação do nome do signatário, por extenso, de forma legível. A referida assinatura poderá ser substituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1º do art. 4º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Não é necessário o reconhecimento da firma. Na dúvida quanto à veracidade da assinatura aposta, deverá a Junta Comercial exigir o reconhecimento de firma (Lei no 9.784/99). 16.1– Analfabeto

Page 12: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 344

Se o titular for analfabeto, o ato constitutivo deverá ser assinado por seu procurador, nomeado através de procuração passada por instrumento público, contendo poderes específicos para assinar o ato constitutivo (§ 2o do art. 215 do CC). 16.2 - Visto de Advogado O ato constitutivo deverá conter o visto de advogado, com a indicação do nome completo e número de inscrição na Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. Observação: fica dispensado o visto de advogado no ato constitutivo de EIRELI que, juntamente com este, apresentar declaração de enquadramento como Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte. 16.3 - Assinatura do Requerimento de Arquivamento O requerimento de arquivamento deverá ser assinado por administrador, titular, terceiro interessado ou por procurador com poderes específicos, devendo ser indicado o nome do signatário por extenso, de forma legível e, em querendo, o número do telefone. No caso de procurador, deverá ser juntada a procuração, com firma reconhecida, se por instrumento particular (art. 1.153 do CC). Têm legitimidade para requerer o arquivamento de atos perante a Junta Comercial: - o titular; - o administrador, designado na forma da lei; e - o interessado, conceituado na forma abaixo. Compete principalmente aos administradores da empresa providenciar o encaminhamento dos atos sujeitos a registro para que seja procedido o arquivamento. No caso de omissão ou demora, o titular ou qualquer interessado passará a ter legitimidade. Configura-se omissão ou demora, independentemente de notificação, o não arquivamento do ato no prazo de trinta dias, contados da lavratura do mesmo (§1° do art. 1.151 do CC). Tem-se como interessado toda pessoa que tenha direitos ou interesses que possam ser afetados pelo não arquivamento do ato. 17. EMPRESAS SUJEITAS A CONTROLE DE ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO DE EXERCÍCIO PROFISSIONAL O arquivamento do ato constitutivo de empresas sujeitas a controle de órgãos de fiscalização de exercício profissional não dependerá de aprovação prévia desses órgãos. 18. EMPRESAS CUJOS ATOS DE CONSTITUIÇÃO, PARA ARQUIVAMENTO, DEPENDEM DE APROVAÇÃO PRÉVIA POR ÓRGÃO GOVERNAMENTAL Vide Instrução Normativa DREI nº 14/2013. 19. NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO DO REGISTRO DE EMPRESA - NIRE Será atribuído número sequencial de NIRE, com terceiro dígito 6, a cada EIRELI. 20. DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA Para registro na Junta Comercial dos Atos constitutivos da EIRELI, deverão ser apresentados os seguintes documentos conforme quadro abaixo:

DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA ESPECIFICAÇÃO No DE VIAS - Requerimento (Capa de Processo) com assinatura do administrador, titular da empresa, procurador com poderes específicos, ou terceiro interessado (art. 1.151 do CC).

1

Page 13: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 345

- Ato constitutivo, assinado pelo titular da empresa ou seu procurador, ou Certidão de Inteiro Teor do ato constitutivo, quando revestir a forma pública. (1) - Caso a Junta Comercial estiver utilizando o sistema da via única de arquivamento, seguir as orientações contidas na Instrução Normativa DREI nº 03/2013.

1

- Fica mantido o sistema convencional de autenticação de documentos até a adequação da Junta Comercial que não estiver apta a utilizar a via única.

3

- Declaração de desimpedimento para o exercício de administração, assinada pelo(s) administrador(es) designados no ato constitutivo, se essa não constar em cláusula própria (§ 1º do art. 1.011 do CC).

1

- Original ou cópia autenticada (2) de procuração com poderes específicos e, se por instrumento particular, com firma reconhecida, quando o requerimento, o ato constitutivo ou a declaração de que trata o item anterior for assinada por procurador. Se o delegante for analfabeto, a procuração deverá ser passada por instrumento público. Obs.: As procurações deverão ser arquivadas em processo, com pagamento do preço do serviço devido.

1

- Cópia autenticada (2) da identidade do titular, dos administradores e do signatário do requerimento. - Aprovação prévia de órgão governamental, quando for o caso. (3)

1

- Ficha de Cadastro Nacional - FCN (fls. 1 e 2). Quando o titular da empresa for: a) pessoa natural residente e domiciliada no exterior: - fotocópia autenticada de seu documento de identidade; - procuração estabelecendo representante no País, com poderes para receber citação (4); - tradução da procuração por tradutor matriculado em qualquer Junta Comercial, caso passada em idioma estrangeiro; - o estrangeiro domiciliado no exterior e de passagem pelo Brasil poderá firmar a procuração, por instrumento particular ou público, ficando, na segunda hipótese, dispensada a apresentação de seu documento de identidade perante a Junta Comercial. b) menor de 18 e maior de 16 anos, emancipado - prova da emancipação do menor de 18 anos e maior de 16 anos, anteriormente averbada no registro civil, deverá instruir o processo ou ser arquivada em separado, simultaneamente, com o ato constitutivo.

1

-Comprovantes de pagamento: - Guia de Recolhimento/Junta Comercial e DARF/Cadastro Nacional de Empresas (código 6621). - Original do documento de consulta de viabilidade deferida em 01 (uma) via ou Pesquisa de Nome Empresarial(busca prévia) até que a Junta Comercial passe a utilizar o sistema da viabilidade. (6) - Apresentar DBE - Documento Básico de Entrada em 01 (uma) via, com assinatura do representante legal. (7)

Notas: (1) Vide Instrução Normativa DREI nº 03/2013. (2) Documentos admitidos: cédula de identidade, certificado de reservista, carteira de identidade profissional, Carteira de Trabalho e Previdência Social ou carteira nacional de habilitação (modelo com base na Lei nº 9.503, de 23/9/97). Se a pessoa for estrangeira, é exigida identidade com a provade visto permanente e dentro do período de sua validade ou documento fornecido pelo Departamento de Polícia Federal, com a indicação do número do registro Obs.: A revalidação da identidade é dispensada para estrangeiros portadores de visto permanente que tenham participado de recadastramento anterior e que tenham completado sessenta anos de idade, até a data do vencimento do documento de identidade ou sejam deficientes físicos. Deverá ser comprovada a participação no mencionado recadastramento ou a condição de deficiente físico. (Lei nº 9.505, de 15/10/1997) Caso a cópia não seja autenticada por cartório, a autenticação poderá ser efetuada pelo servidor, no ato da apresentação da documentação, à vista do documento original. (3) Ver Instrução Normativa DREI nº 14/2013.

Page 14: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 346

(4) Os documentos oriundos do exterior deverão ser autenticados ou visados por autoridade consular brasileira, conforme o caso, no país de origem. O estrangeiro domiciliado no exterior e de passagem pelo Brasil poderá firmar a procuração, por instrumento particular ou público, ficando, na segunda hipótese, dispensada a apresentação de seu documento de identidade perante a Junta Comercial. (5) No DF, o recolhimento deve ser efetuado em um único DARF sob o código 6621. (6) A consulta de viabilidade (pesquisa de nome empresarial e/ou endereço) no portal de serviços da Junta Comercial. (7) A Junta Comercial manterá convênio com a RFB para emissão de CNPJ. 20.1 - Autenticação de Cópias de Documentos A autenticação de cópias de documentos que instruírem atos levados a arquivamento, quando necessário, poderá ser feita pelo próprio servidor da Junta Comercial, mediante cotejo com o documento original. 20.2– Procurações A procuração de titular da empresa lavrada por instrumento particular deverá ser apresentada com a assinatura reconhecida, arquivada em processo separado (§ 2º do art. 654 do CC). A procuração que outorgar poderes para a assinatura do requerimento de arquivamento de ato na Junta Comercial deverá ter a assinatura do outorgante reconhecida (§ 2º do art. 654 c/c o art. 1.153, ambos do CC). O titular da empresa, quando for pessoa natural residente e domiciliada no exterior, deverá constituir procurador residente no País com poderes para receber citação em ações relacionadas com a empresa. O estrangeiro domiciliado no exterior e de passagem pelo Brasil poderá firmar a procuração, por instrumento particular ou público, ficando, na segunda hipótese, dispensada a apresentação de seu documento de identidade perante a Junta Comercial (§ 2º do art. 654 c/c o art. 1.153 do CC). 20.3–Procurações e Outros Documentos Oriundos do Exterior Titular Pessoa Natural Residente e Domiciliada no Exterior Procuração específica, estabelecendo representante no Brasil, com poderes para receber citação judicial em ações contra o titular, com as assinaturas autenticadas, de acordo com as leis nacionais, e visadas pelo consulado brasileiro no país respectivo. Os documentos oriundos do exterior (procurações, etc.) devem ser apresentados com as assinaturas reconhecidas por notário, salvo se tal formalidade já tiver sido cumprida no Consulado Brasileiro. Os instrumentos lavrados por notário francês dispensam o visto pelo Consulado Brasileiro (Decreto nº 91.207, de 29/4/85). Além da referida formalidade, deverão ser apresentadas traduções de tais documentos para o português, por tradutor matriculado em qualquer Junta Comercial, quando estiverem em idioma estrangeiro. 21. MODELO DE ATO CONSTITUTIVO Vide modelo padrão de ato constitutivo de empresa individual de responsabilidade limitada abaixo: MODELO DE ATO DE CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – EIRELI 1- Padrão ATO DE CONSTITUIÇÃO DE: _____________ Fulano(a) de Tal (nome civil, por extenso), nacionalidade, estado civil, data de nascimento [se solteiro(a)],emancipado por (motivo), profissão, documento de identidade, seu número, órgão expedidor e UF onde foi emitida, nº do CPF, domicílio e residência (tipo e nome do logradouro, número, bairro/distrito, município, Unidade Federativa e CEP), neste ato representado por seu procurador (qualificação completa do procurador) constitui EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA-EIRELI, mediante as condições seguintes cláusulas:

Page 15: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 347

CLÁUSULA PRIMEIRA – A empresa girará sob o nome empresarial ______________EIRELI e terá por título de estabelecimento ____________. CLÁUSULA SEGUNDA – A empresa tem sede na _____(endereço completo: tipo e nome do logradouro, número, complemento, bairro ou distrito, CEP, município e UF) e filial na _________(endereço completo: tipo e nome do logradouro, número, complemento, bairro ou distrito, CEP, município e UF). CLÁUSULA TERCEIRA - O capital é de R$ __________ (valor por extenso), integralizado neste ato em moeda corrente do País e representado por uma quota de igual valor nominal. ou O capital é de R$ _________ (valor por extenso), integralizado neste ato, representado por uma quota de igual valor nominal, formado por R$................. (valor por extenso) em moeda corrente do País, R$ _________ (por extenso) em bem(ns) móvel(is), R$ ___________ (por extenso) em outros bens, e R$ _________ (por extenso) em bem(ns) imóvel(is) abaixo descrito(s): a) Identificação: ____________, área:___________, dados relativos a sua titulação: ____________ e número de sua matrícula no Registro Imobiliário: ____________; b) Identificação: ____________, área:___________, dados relativos a sua titulação: ____________ e número de sua matrícula no Registro Imobiliário: ____________; CLÁUSULA QUARTA - A empresa tem por objeto: ________________________________________________. CLÁUSULA QUINTA – A empresa iniciará suas atividades em ____________ e seu prazo de duração é indeterminado. ou A empresa iniciará suas atividades em _____________ e seu prazo de duração é determinado, expirando em ____________. CLÁUSULA SEXTA – O encerramento do exercício dar-se-á em ____________. CLÁUSULA SÉTIMA – Indicar a(s) pessoa(s) natural(is) incumbida(s) da administração da empresa e seus poderes e atribuições. Qualificar os administradores, à exceção do titular. A administração da empresa será exercida pelo seu titular. ou A Administração da Empresa caberá a: a) Fulano(a) de Tal, titular, com os poderes de ____________, inclusive uso do nome empresarial, isoladamente, para ___________________, em conjunto com __________________ para ____________________ e atribuições de ____________________. b) Beltrano de Tal, com os poderes de ______________, inclusive uso do nome empresarial, isoladamente, para ___________________, em conjunto com __________________ para ____________________ e atribuições de ____________________. Opcionalmente, quando houver administrador não titular: Parágrafo único. O uso do nome empresarial é vedado em atividades estranhas ao interesse da empresa, para assumir obrigações, seja em favor do titular ou de terceiros, bem como para onerar ou alienar bens imóveis da empresa, sem autorização do titular. CLÁUSULA OITAVA – Declaro que não participo de nenhuma outra empresa da modalidade EIRELI. CLÁUSULA NONA – Caso não conste esta cláusula, deverá ser apresentada declaração em separado, firmada pelos administradores.

Page 16: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 348

O(s) administrador(es) declara(m), sob as penas da lei, que não está(ão) impedidos de exercer a administração da empresa, por lei especial ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrar(em) sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública ou propriedade. CLÁUSULA DÉCIMA – A empresa poderá, a qualquer tempo, abrir, alterar e extinguir filiais e outros estabelecimentos no País ou fora dele, _______________________________. CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA- ....................... (incorporar outras cláusulas de interesse do titular) __________________________________________________________________ CLÁUSULA ________ - FORO (alternativa a Juízo Arbitral) Caso haja administrador não titular. Fica eleito o foro de ............ para o exercício e o cumprimento dos direitos e obrigações resultantes deste instrumento constitutivo. CLÁUSULA ________ - JUÍZO ARBITRAL (alternativa a Foro) Caso haja administrador não titular. Para dirimir quaisquer divergências ou controvérsias relativas à interpretação na execução do presente instrumento constitutivo, fica eleito o juízo arbitral através dos árbitros integrantes da Câmara _____________, comprometendo-nos a cumprir o que for decidido. Administrador não titular: Assumo, nesta data, o cargo de administrador. assinatura _____________________________________ Beltrano de Tal Anuência do cônjuge do titular (outorga uxória ou marital): Cicrano(a) de Tal, (qualificação completa), autoriza o titular a incorporar ao capital da empresa o(s) imóveis especificados na cláusula terceira deste instrumento._________________________________________________ Fecho: _____________, ___ de ___________de 20___ Local e data Assinatura do titular _________________________ Visto: ______________ (OAB/UF XXXX)

Visto de advogado, se a empresa não se enquadrar na condição de ME ou EPP, conforme o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte – Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006.

Nome:

Fundamentos Legais: Os citados no texto.

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA

PESSOA JURÍDICA IMUNE OU ISENTA Tratamento Fiscal

Sumário 1. Introdução 2. Entidades Abrangidas Pela Imunidade 2.1 - Requisitos Para Gozo da Imunidade 2.1.1 - Templos de Qualquer Culto 2.1.2 - Partidos Políticos e Entidades Sindicais Dos Trabalhadores 2.1.3 - Instituições de Educação e de Assistência Social 2.1.3.1 - Instituições de Educação 3. Pessoa Jurídica Isenta do Imposto de Renda

Page 17: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 349

3.1 - Requisitos Para Gozo da Isenção 3.1.1 - Instituições de Caráter Filantrópico e Associações Civis 3.1.2 - Associações de Poupança e Empréstimo 3.2 – Entidade Privada de Abrangência Nacional e Sem Fins Lucrativos 4. OSCIP e “OS” - Remuneração de Dirigente - Permissão 5. Obrigação de Reter o Imposto 6. Receitas Não Alcançadas Pela Isenção/Imunidade 6.1 - Entidades Imunes - Dispensa da Retenção do IRRF 7. Declaração de Isenção do Imposto de Renda Pessoa Jurídica 8. Apresentação da DCTF, DACON, DIRF, EFD-CONTRIBUIÇÕES, ECD e ECF 8.1 - DCTF 8.1.1 – DCTF do Mês de Janeiro ou em Relação ao Mês de Início de Atividades 8.2 - Extinção do DACON a Partir de 01 de Janeiro de 2014 8.3 – DIRF 8.4 – EFD-CONTRIBUIÇÕES 8.5 – Escrituração Contábil Digital (ECD) a Partir de 1º de Janeiro de 2014 8.6 – Escrituração Contábil Fiscal (ECF) 9. Comprovação Perante Terceiros 10. Perda da Isenção/Imunidade 11. Entendimentos Externados Pela Receita Federal 12. Escrituração Das Receitas e Despesas 13. Contribuições ao PIS e à COFINS 13.1 - Isenção 13.2 - Entidades Filantrópicas e Beneficentes de Assistência Social - Requisitos 13.3 - Contribuição ao PIS/PASEP - Folha de Salários 14. Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido 14.1 - Imunidade 14.2 - Isenção 1. INTRODUÇÃO As pessoas jurídicas sem fins lucrativos, em relação ao Imposto de Renda, podem ser imunes ou isentas. A imunidade é concedida pela Constituição Federal, enquanto a isenção é concedida pelas leis ordinárias. Observe-se que a imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas não aproveita aos que delas percebam rendimentos sob qualquer título e forma (§ único do art. 167 do RIR/1999). Nos itens a seguir trataremos sobre os aspectos fiscais gerais aplicados às pessoas jurídicas imunes e isentas. 2. ENTIDADES ABRANGIDAS PELA IMUNIDADE De acordo com o art. 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal, e reconhecida nos arts. 167 e seguintes do RIR/1999, gozam de imunidade do imposto, desde que atendidos os requisitos previstos em lei, examinados neste trabalho: a) as instituições de educação; b) as instituições de assistência social; c) os partidos políticos, inclusive suas fundações; d) as entidades sindicais; e) os templos de qualquer culto. 2.1 - Requisitos Para Gozo da Imunidade 2.1.1 - Templos de Qualquer Culto De acordo com o art. art. 168 do RIR/1999, não estão sujeitos ao imposto os templos de qualquer culto. Essas vedações compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais dos templos. A Decisão nº 39 da Receita Federal (DOU de 29.10.1998) esclarece que as igrejas podem remunerar seus dirigentes e religiosos, bem como enviar ajuda a seus missionários a serviço no Exterior, sem perder a condição de entidade imune. No mesmo sentido, a Solução de Consulta nº 28, de 08 de abril de 2004, da 4ª RF diz que não perdem a condição de imunes a impostos os templos de qualquer culto que remunerem seus dirigentes. No entanto, devem ser informados na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ os valores dos rendimentos pagos, a qualquer título, às referidas pessoas físicas, sujeitando-se estes à incidência do

Page 18: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 350

Imposto sobre a Renda na Fonte e na Declaração de Rendimentos dos beneficiários, visto que não gozam de imunidade ou isenção. Nota: o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 2, de 06 de abril de 2015 (DOU de 07.04.2015), conceitua templos de qualquer culto, a saber: ”Declara o conceito de templo de qualquer culto para fins da imunidade prevista no art. 150, VI, b, da Constituição da República, e o alcance da não incidência de IOF determinada pelo inciso II do § 3º do art. 2º do Decreto nº 6.306, de 2007. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto na alínea b do inciso VI do art. 150 da Constituição da República, e no inciso II do § 3º do art. 2º do Decreto nº 6.306, de 14 de dezembro de 2007, DECLARA: Art. 1º Considera-se templo de qualquer culto, para fins da imunidade prevista no art. 150, inciso VI, alínea b, da Constituição Federal, a entidade por intermédio da qual se concretiza o direito constitucional ao livre exercício dos cultos religiosos e se exercita a liberdade de crença. Art. 2º A imunidade destinada a templo de qualquer culto, nos termos do art. 150, VI, b, combinado com o § 4º, da Constituição, e a não incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros (IOF), determinada pelo art. 2º, § 3º, inciso II, do Decreto nº 6.306, de 2007, não se aplicam à entidade que se constitui com a finalidade de colaborar ou cooperar com igrejas, auxiliá-las ou prestar-lhes qualquer serviço relacionado às finalidades essenciais do templo. Art. 3º Ficam modificadas as conclusões em contrário constantes em Soluções de Consulta ou em Soluções de Divergência emitidas antes da publicação deste ato, independentemente de comunicação aos consulentes. Art. 4º Publique-se no Diário Oficial da União. JORGE ANTONIO DEHER RACHID” 2.1.2 - Partidos Políticos e Entidades Sindicais Dos Trabalhadores Não estão sujeitos ao Imposto de Renda os partidos políticos, inclusive suas fundações e as entidades sindicais dos trabalhadores, sem fins lucrativos, desde que (Art. 169 do RIR/1999): a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Inciso I do art. 14 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5172/66), alterado pelo o art. 1º da Lei Complementar nº 104, de 10.01.01(DOU 11.01.01) b) apliquem seus recursos integralmente no País, na manutenção de seus objetivos institucionais; c) mantenham escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão; d) assegurem a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público. No tocante à remuneração de dirigentes, a Receita Federal manifestou entendimento por meio da Decisão nº 39/1997 (4ª Região Fiscal), no sentido de que as entidades sindicais dos trabalhadores são beneficiárias de imunidade de Imposto de Renda relacionada com suas finalidades essenciais, atendidos os requisitos legais, sendo-lhes permitido remunerar seus dirigentes. Nota: o art. 73 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, incluiu no art. 32 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, os parágrafos 10º e 11º, a saber: “§ 11. Somente se inicia o procedimento que visa à suspensão da imunidade tributária dos partidos políticos após trânsito em julgado de decisão do Tribunal Superior Eleitoral que julgar irregulares ou não prestadas, nos termos da Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 12. A entidade interessada disporá de todos os meios legais para impugnar os fatos que determinam a suspensão do benefício. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)” 2.1.3 - Instituições de Educação e de Assistência Social

Page 19: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 351

Não estão sujeitas ao imposto as instituições de educação e as de assistência social, que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. Para o gozo da imunidade, as instituições mencionadas ficam obrigadas a atender os seguintes requisitos: a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; Nota: o art. 18 da Lei nº 12.868, de 15 de outubro de 2013, incluiu no art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, os parágrafos 4º a 6º, a saber: § 4o A exigência a que se refere a alínea “a” do § 2o não impede: I - a remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício; e II - a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal. § 5o A remuneração dos dirigentes estatutários referidos no inciso II do § 4o deverá obedecer às seguintes condições: I - nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até 3o (terceiro) grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores, conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição de que trata o caput deste artigo; e II - o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo exercício das atribuições estatutárias, deve ser inferior a 5 (cinco) vezes o valor correspondente ao limite individual estabelecido neste parágrafo. § 6o O disposto nos §§ 4o e 5o não impede a remuneração da pessoa do dirigente estatutário ou diretor que, cumulativamente, tenha vínculo estatutário e empregatício, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de trabalho.” b) aplicar seus recursos integralmente no País, na manutenção de seus objetivos institucionais; c) manter escrituração contábil completa de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão; d) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; e) apresentar, anualmente, a Declaração de Rendimentos - DIPJ; f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contribuição para a seguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes, devendo fornecer os respectivos comprovantes aos beneficiários e apresentar a Declaração de Imposto de Renda na Fonte - DIRF; g) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das entidades mencionadas. 2.1.3.1 - Instituições de Educação As instituições que prestem serviços de ensino pré-escolar, fundamental, médio e superior poderão usufruir da imunidade relativa a seu patrimônio, renda e serviços, uma vez atendidos os requisitos do item anterior e as demais condições previstas na Instrução Normativa SRF nº 113/1998, entre as quais enumeramos: a) para gozo da imunidade, as instituições de educação não podem remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes, pelos serviços prestados, entendendo-se como dirigente a pessoa física que exerça cargo ou função de direção da pessoa jurídica, com competência para adquirir direitos e assumir obrigações em nome desta, interna ou externamente, ainda que em conjunto com outra pessoa nos atos em que a instituição seja parte; não se considera dirigente a pessoa física que exerça função ou cargo de gerência ou de chefia interna na pessoa jurídica, à qual podem ser atribuídas remunerações, tanto em relação à função ou cargo de gerência, quanto a outros serviços prestados à instituição (Art. 4º da Instrução Normativa SRF nº 113/1998);

Page 20: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 352

b) a instituição deve assegurar a destinação desse patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, ou a órgão público, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades; c) as instituições imunes mantenedoras de instituições de ensino superior, sem finalidade lucrativa, devem observar ainda os seguintes requisitos (Art. 12 da Instrução Normativa SRF nº 113/1998): c.1) elaborar e publicar, em cada exercício social, demonstrações financeiras certificadas por auditores independentes, com o parecer do conselho fiscal, ou órgão similar; c.2) submeter-se, a qualquer tempo, à auditoria pelo Poder Público; c.3) comprovar, sempre que solicitado, a aplicação de seus excedentes financeiros, não haver remunerado sócios, dirigentes e outros e a destinação para as despesas com pessoal docente e técnico administrativo; d) apresentação da declaração pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, em substituição à DIPJ, das Unidades Executoras do Programa Dinheiro Direto na Escola. Em relação à imunidade das entidades de educação, a Receita Federal manifestou entendimento por meio da Decisão nº 78/1998 (9ª Região Fiscal), no sentido de que aquelas que se limitam a atender a pequena parcela da coletividade, cuja receita destina-se a fim privado e não tem fins altruísticos que objetivem o atendimento aos carentes de recursos, não são imunes. Todavia, podem beneficiar-se do favor isencional, previsto no art.15 da Lei nº 9.532/1997. A imunidade tributária não ampara os estabelecimentos de ensino privado, cujas receitas representem e proporcionem ganhos financeiros ou enriquecimento patrimonial de seus proprietários, fundadores, organizadores, associados, etc. A imunidade pressupõe a exclusividade ou a preponderância do fim público, a gratuidade ou a ausência de intuito lucrativo e a generalidade na prestação de serviços (1º CC Acórdão 103-5.087/1983). 3. PESSOA JURÍDICA ISENTA DO IMPOSTO DE RENDA Gozarão de isenção as sociedades e fundações de caráter beneficente, filantrópico, caritativo, religioso, cultural, instrutivo, científico, artístico, literário, recreativo, esportivo e as associações e sindicatos que tenham por objeto cuidar dos interesses de seus associados, sem fins lucrativos, desde que observados os requisitos exigidos pela Legislação, examinados nos itens e subitens seguintes desta matéria. De acordo com o art. 15 da Lei nº 9.532/1997, consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição de grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado integralmente à manutenção e ao desenvolvimento dos objetivos sociais (redação dada pelo art. 10 da Lei nº 9.718/1998). 3.1 - Requisitos Para Gozo da Isenção 3.1.1 - Instituições de Caráter Filantrópico e Associações Civis De acordo com o art. 174 do RIR/1999, estão isentas do imposto as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam sem fins lucrativos, desde que observados os seguintes requisitos: a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; b) aplicar seus recursos integralmente no País, na manutenção de seus objetivos institucionais; c) manter escrituração contábil completa de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão; d) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; e) apresentar, anualmente, a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ)

Page 21: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 353

No tocante ao desvirtuamento dos objetivos das entidades isentas, a SRF manifestou entendimento em várias decisões, algumas reproduzidas abaixo: a) não perdem a condição de entidade imune/isenta do Imposto de Renda as entidades de assistência social e as de caráter beneficente, filantrópico e caritativo que, cedendo seu nome para campanha publicitária de empresa comercial, dela recebe, em doação, percentual sobre o valor das vendas realizadas (Decisão nº 655/1997 da 6ª Região Fiscal); b) à entidade beneficiada pelo regime de isenção nada obsta que aufira rendimentos provenientes de aluguel relativo a espaço não ocupado em sua sede, desde que continue cumprindo seus objetivos estatutários e aplique integralmente seu resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais (Decisão nº 292/1997 da 7ª Região Fiscal); c) as entidades constituídas para fins nada lucrativos, mas que venham a exercer atividades econômicas ou comerciais, não se caracterizam como isentas de tributos; também não são isentas as entidades que prestem serviços de pesquisa de mercado, pesquisa de opinião pública, assessoria de recursos humanos, assessoria de marketing, consultoria de economia ou promovam eventos comunitários, tais como encontros, congressos, cursos e outros assemelhados (Decisões nºs 31/1998, 63/1998 e 209/1998 da 6ª Região Fiscal, e Decisões nºs 219/1998 e 266/1998 da 7ª Região Fiscal); d) não perde o direito ao favor isencional a pessoa jurídica isenta do Imposto de Renda na forma do art. 15 da Lei nº 9.532/1997, que realize atividade comercial de bar e lanchonete dentro de suas dependências e em benefício de seus usuários (Decisão nº 72/1998 da 9ª Região Fiscal); e) a participação societária de entidade filantrópica em pessoa jurídica de fins econômicos elide a isenção do Imposto de Renda, dirigida às entidades de fins ideais, por representar recursos desviados da manutenção e desenvolvimento de seu objeto social (Decisão nº 125/1998 da 9ª Região Fiscal). 3.1.2 - Associações de Poupança e Empréstimo Estão isentas do imposto as associações de poupança e empréstimo, devidamente autorizadas pelo órgão competente, constituídas sob a forma de sociedade civil, tendo por objetivo propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos associados, captar, incentivar e disseminar a poupança, que atendam às normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (Art. 177 do RIR/1999). 3.2 – Entidade Privada de Abrangência Nacional e Sem Fins Lucrativos A entidade privada de abrangência nacional e sem fins lucrativos, constituída pelo conjunto das cooperativas de crédito e dos bancos cooperativos, na forma da legislação e regulamentação próprias, destinada a administrar mecanismo de proteção a titulares de créditos contra essas instituições e a contribuir para a manutenção da estabilidade e a prevenção de insolvência e de outros riscos dessas instituições, é isenta do imposto de renda, inclusive do incidente sobre ganhos líquidos mensais e do retido na fonte sobre os rendimentos de aplicação financeira de renda fixa e de renda variável, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, observado o seguinte: (art. 56-A da Lei nº 9.430/1996, incluído pelo o art. 55 da pela Lei nº 12.873, de 2013) a) para efeito de gozo da isenção, a referida entidade deverá ter seu estatuto e seu regulamento aprovados pelo Conselho Monetário Nacional; b) ficam autorizadas as transferências, para a entidade mencionada neste subitem, de recursos oriundos de recolhimentos realizados pelas cooperativas de crédito e bancos cooperativos, de forma direta ou indireta, ao Fundo Garantidor de Crédito de que trata o art. 4o da Lei no 9.710, de 19 de novembro de 1998; c) as transferências dos recursos de que trata a letra “b” acima não serão tributadas, nos termos deste subitem; d) em caso de dissolução, por qualquer motivo, da entidade tratada neste subitem, os recursos eventualmente devolvidos às associadas estarão sujeitos à tributação na instituição recebedora, na forma da legislação vigente; f) o disposto neste subitem entra em vigor no dia seguinte ao da aprovação pelo Conselho Monetário Nacional do estatuto e do regulamento da entidade tratada neste subitem. 4. OSCIP E “OS” - REMUNERAÇÃO DE DIRIGENTE – PERMISSÃO A partir de 1º de janeiro de 2003, a condição e vedação, relativamente à não distribuição de lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretexto, prevista no art. 13, § 2º,

Page 22: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 354

III, “b”, da Lei nº 9.249/1995, e a não remuneração, por qualquer forma, de seus dirigentes pelos serviços prestados, estabelecida no art. 12, § 2º, “a”, da Lei nº 9.532/1997, para as entidades imunes ou isentas, não alcançam a hipótese de remuneração de dirigente, em decorrência de vínculo empregatício, pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), qualificadas segundo as normas estabelecidas na Lei nº 9.790/1999, e pelas Organizações Sociais (OS), qualificadas consoante os dispositivos da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998. , desde que a remuneração não seja superior, em seu valor bruto, ao limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo Federal (art. 34 da Lei nº 10.637/2002). 5. OBRIGAÇÃO DE RETER O IMPOSTO A isenção/imunidade não exclui a atribuição por lei, às entidades imunes ou isentas, da condição de responsáveis pelo imposto que lhes caiba reter na fonte e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros. A falta do cumprimento dessas obrigações implica inclusive na suspensão do benefício (§§ 1º e 2º do art. 169 do RIR/1999). 6. RECEITAS NÃO ALCANÇADAS PELA ISENÇÃO/IMUNIDADE A isenção/imunidade em relação ao Imposto de Renda não alcança os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável, que são tributados exclusivamente na fonte. (art. 55 da IN RFB nº 1.022/2010) 6.1 - Entidades Imunes - Dispensa da Retenção do IRRF De acordo com o art. 57 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010, está dispensada a retenção do Imposto sobre a Renda na Fonte sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável, quando o beneficiário do rendimento declarar à fonte pagadora, por escrito, sua condição de entidade imune, observado o seguinte: a) a entidade deverá apresentar à instituição responsável pela retenção do imposto a declaração, em 2 (duas) vias, assinada pelo seu representante legal, conforme modelo reproduzido abaixo; b) a instituição responsável pela retenção do imposto arquivará a 1ª via da declaração, em ordem alfabética, que ficará à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil, devendo a 2ª via ser devolvida ao interessado, como recibo; c) o descumprimento das disposições previstas nas letras “a” e “b” acima implicará a retenção do imposto sobre os rendimentos pagos ou creditados. “DECLARAÇÃO Nome da entidade...................................................... com sede (endereço completo ...........................................), inscrita no CNPJ sob o nº ....................., para fins da não-retenção do Imposto sobre a Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, realizadas por meio do .....................................(nome do banco, corretora ou distribuidora), declara: a) que é ( ) Partido Político ( ) Fundação de Partido Político ( ) Entidade Sindical de Trabalhadores b) que o signatário é representante legal desta entidade, assumindo o compromisso de informar a essa instituição financeira, imediatamente, eventual desenquadramento da presente situação e está ciente de que a falsidade na prestação destas informações sujeitá-lo-á, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas na Legislação Criminal e Tributária, relativas à falsidade ideológica (art. 299 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal) e ao crime contra a ordem tributária (art. 1º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990). Local e data ................................ ________________________________ Assinatura do Responsável Abono da assinatura pela instituição financeira”

Page 23: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 355

7. DECLARAÇÃO DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA As pessoas jurídicas isentas/imunes, que atenderem às condições determinadas para gozo da isenção, exceto as Unidades Executoras do Programa Dinheiro Direto na Escola (que apresentam declaração específica), estão obrigadas à apresentação da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica, que deverá ser entregue no prazo estabelecido pela Legislação. 8. APRESENTAÇÃO DA DCTF, DACON, DIRF, EFD-CONTRIBUIÇÕES, ECD E ECF 8.1 – DCTF De acordo com o art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 1.110/2010, as entidades imunes e as isentas deverão apresentar, de forma centralizada, pela matriz, mensalmente, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Estão dispensadas de apresentação da DCTF as entidades imunes e isentas que não tenham débito a declarar, a partir do 2º (segundo) mês em que permanecerem nessa situação (inciso VI, do art. 3º, da IN RFB nº 1.110/2010, incluído pelo a IN RFB nº 1.478/2014). As entidades imunes e isentas devem apresentar a DCTF até o 15º dia útil do 2º mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores (art. 5º da IN RFB nº 1.110/2010). No caso de extinção, as entidades imunes e isentas extintas devem apresentar a DCTF até o 15º dia útil do 2º mês subsequente ao mês de ocorrência do evento. Com base no art. 7º da Instrução Normativa RFB nº 1.110/2010, a pessoa jurídica que deixar de apresentar a DCTF no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimada a apresentar declaração original, no caso de não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela RFB, e sujeitar-se-á às seguintes multas: a) de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante dos impostos e contribuições informados na DCTF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega dessa declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento); b) de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. Para efeito de aplicação da multa prevista na letra “a” acima, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-apresentação, a data da lavratura do auto de infração. Observada a multa mínima abaixo, as multas serão reduzidas: a) em 50% (cinquenta por cento), quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; b) em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. A multa mínima a ser aplicada será de: a) R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de pessoa jurídica inativa; b) R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. Será devida multa por atraso na entrega da DCTF, desde a data fixada para entrega de cada declaração. As multas serão exigidas mediante lançamento de ofício. 8.1.1 – DCTF do Mês de Janeiro ou em Relação ao Mês de Início de Atividades As pessoas jurídicas Imunes e Isentas, deverão apresentar a DCTF Mensal, ainda que não tenham débitos a declarar, em relação ao mês de janeiro de cada ano-calendário, ou em relação ao mês de início de atividades, para comunicar, se for o caso, a opção pelo regime de competência segundo o qual as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para

Page 24: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 356

o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), bem como da determinação do lucro da exploração, conforme disposto nos arts. 3º e 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.079, de 3 de novembro de 2010 (alínea “c” do inciso IV do § 2º do art. 3º da IN RFB nº 1.110/2010, incluído pela IN RFB nº 1.478/2014). 8.2 – Extinção do DACON a Partir de 01 de Janeiro de 2014 Através da Instrução Normativa RFB nº 1.441, de 20 de janeiro de 2014 (DOU de 21.01.2014), fica extinto o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON), relativo aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014. O disposto acima aplica-se também aos casos de extinção, incorporação, fusão, cisão parcial ou cisão total que ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 2014. 8.3 – DIRF De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.503/2014, estão obrigadas a entregar a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte relativa ao ano-calendário 2014 (DIRF-2015) as entidades imunes e isentas que tenham pagado ou creditado rendimentos que tenham sofrido retenção do Imposto sobre a Renda na Fonte e das Contribuições Sociais (PIS, COFINS e CSLL), ainda que em um único mês do ano-calendário a que se referir a DIRF, por si ou como representantes de terceiros. Nota: Todas as normas de entrega da DIRF-2015 foram abordadas no Bol. INFORMARE nº 03/2015, deste caderno. 8.4 – EFD-CONTRIBUIÇÕES A Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 01 de março de 2012 (DOU de 02.03.2012), regula a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita, que se constitui em um conjunto de escrituração de documentos fiscais e de outras operações e informações de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil, em arquivo digital, bem como no registro de apuração das referidas contribuições, referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. Estão dispensados de apresentação da EFD-Contribuições, as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma dos valores mensais das contribuições apuradas, objeto de escrituração, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). As pessoas jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação da EFD-Contribuições a partir do mês em que o limite mencionado acima for ultrapassado, permanecendo sujeitas a essa obrigação em relação ao restante dos meses do ano-calendário em curso. A EFD-Contribuições será transmitida mensalmente ao SPED até o 10º dia útil do 2º mês subsequente ao que se refira a escrituração, inclusive nos casos de extinção, incorporação, fusão e cisão total ou parcial. O prazo para entrega das EFD-Contribuições será encerrado às 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do dia fixado para entrega da escrituração. A não apresentação da EFD-Contribuições no prazo fixado, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, acarretará aplicação, ao infrator, das multas previstas no art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001. 8.5 – Escrituração Contábil Digital (ECD) a Partir de 1º de Janeiro de 2014 De acordo com o inciso III do art. 3º da IN RFB nº 1.420/2013, com a redação dada pela IN RFB nº 1.510/2014, ficam obrigadas a adotar a ECD, nos termos do art. 2º do Decreto nº 6.022, de 2007, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012. Nota: Todas as normas de entrega da Escrituração Contábil Digital - ECD foram abordadas no Bol. INFORMARE nº 14/2015, deste caderno. 8.6 – Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Page 25: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 357

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19.12.2013 (DOU de 20.12.2013), foi instituída a Escrituração Contábil Fiscal (ECF). A partir do ano-calendário de 2014, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela matriz. De acordo com o inciso IV do § 2º do art. 1º da IN RFB nº 1.422/2013, com a redação dada pela IN RFB nº 1.524/2014, a obrigatoriedade de entrega da ECF não se aplica às pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano-calendário, não tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita (EFD-Contribuições), nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012. As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) em meio físico e da entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). Até o momento a Receita Federal do Brasil, não se manifestou em relação a entrega da Declaração de Rendimentos das entidades imunes e isentas que ficarem dispensadas da entrega da Escrituração Contábil Fiscal. Nota: Todas as normas de entrega da Escrituração Contábil Fiscal - ECF foram abordadas no Bol. INFORMARE nº 14/2015, deste caderno. 9. COMPROVAÇÃO PERANTE TERCEIROS A pessoa jurídica isenta/imune deverá manter em boa guarda o Recibo de Entrega, autenticado pela Secretaria da Receita Federal por ocasião da entrega da Declaração de Isenção, pois o mesmo constitui-se em documento hábil para comprovação de sua condição perante terceiros. 10. PERDA DA ISENÇÃO/IMUNIDADE As entidades imunes e isentas perdem essa condição caso: a) deixem de satisfazer as exigências mencionadas nesta matéria; b) passem a praticar atos de natureza econômico-financeira, visando lucro, ficando assim equiparadas às pessoas jurídicas contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Jurídica; c) pratiquem, ou por qualquer forma contribuam para a prática de ato que constitua infração a dispositivo da Legislação Tributária, especialmente no caso de informar ou declarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou de qualquer forma cooperem para que terceiro sonegue tributos ou pratique ilícitos fiscais; d) efetuem pagamentos em favor de seus associados ou dirigentes, ou ainda em favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela associada por qualquer forma, de despesas consideradas indedutíveis na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda ou da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido. 11. ENTENDIMENTOS EXTERNADOS PELA RECEITA FEDERAL O Parecer Normativo CST nº 162/1974 enumera alguns casos em que não ocorre desvirtuamento das finalidades, ainda que a entidade tenha receitas próprias de empresas com finalidade econômica, nos casos em que: a) a entidade recreativa ou esportiva explorar bar ou restaurante, no âmbito de suas dependências para seus usuários; b) a sociedade religiosa (templos religiosos) que mantém livraria para venda de livros religiosos, didáticos, discos com temas religiosos e artigos de papelaria; c) as instituições filantrópicas que mantêm creche com serviços cobrados a uma parte dos usuários e atendimento gratuito aos demais, desde que mantida a igualdade de tratamento; d) a fundação cultural que mantém livraria para a venda de livros a alunos dos cursos por ela mantidos, ou a terceiros. Por outro lado, a Receita Federal manifestou entendimento de que ocorre a perda da isenção pela prática de atividade de natureza essencialmente econômica, extravasando a órbita de seus objetivos, quando:

Page 26: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 358

a) a associação de funcionários da empresa adquire mercadorias e vende a seus associados para pagar em 3 (três) parcelas; b) a entidade esportiva explora linha de ônibus para transporte de associados, cobrando pelo serviço prestado; c) a associação religiosa que exerce a atividade de compra e venda de bens não relacionados à sua finalidade. 12. ESCRITURAÇÃO DAS RECEITAS E DESPESAS A Legislação prevê que as pessoas jurídicas imunes e isentas deverão manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão, sem esclarecer a espécie de escrituração, se contábil ou livro caixa. O Parecer Normativo CST nº 97/1978 diz que as sociedades, fundações e associações beneficiárias de isenção do Imposto de Renda deverão manter escrituração contábil completa. 13. CONTRIBUIÇÕES AO PIS E À COFINS 13.1 – Isenção Não há incidência das Contribuições da COFINS e do PIS/PASEP sobre as receitas relativas às atividades próprias das entidades sem fins lucrativos, imunes ou isentas relacionadas abaixo (Art. 13 e inc. X do art. 14 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001): a) templos de qualquer culto; b) partidos políticos; c) instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532/1997; d) instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532/1997; e) sindicatos, federações e confederações; f) fundações de direito privado e fundações públicas instituídas e mantidas pelo Poder Público. As atividades próprias são aquelas que não extravasem a órbita dos objetivos sociais das respectivas entidades. Estas normalmente alcançam as receitas auferidas que são típicas das entidades sem fins lucrativos, tais como: doações; contribuições, inclusive a sindical e a assistencial; mensalidades e anuidades recebidas de profissionais inscritos, de associados, de mantenedores e de colaboradores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao custeio e manutenção daquelas entidades e execução de seus objetivos estatutários. A isenção não alcança as receitas que são próprias de atividades de natureza econômico-financeira ou empresarial. Por isso não estão isentas da COFINS as receitas auferidas com: sorteios e exploração do jogo de bingo; comissões sobre prêmios de seguros; prestação de serviços e/ou venda de mercadorias, mesmo que exclusivamente para associados; aluguel ou taxa cobrada pela utilização de salões, auditórios, quadras, campos esportivos, dependências e instalações; venda de ingressos para eventos promovidos pelas entidades e receitas financeiras (Parecer Normativo CST nº 05/1992, de 22 de abril de 1992). De acordo com o inciso IV do art. 10 da Lei nº 10.833/2003 e o inciso IV do art. 8º da Lei nº 10.637/2002, permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS e do PIS na modalidade cumulativa, as pessoas jurídicas imunes a impostos. 13.2 - Entidades Beneficentes de Assistência Social – Requisitos As entidades beneficentes de assistência social devem observar o disposto no art. 29 da Lei nº 12.101/2009, que estabelece que para gozo da isenção do pagamento da COFINS a entidade deve atender cumulativamente aos seguintes requisitos: a) não percebam, seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos; (art. 29 da Lei nº 12.101/2009 com a redação dada pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013)

Page 27: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 359

b) aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais; c) apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; d) mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade; e) não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto; f) conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial; g) cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na Legislação Tributária; h) apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Notas: 1) A exigência a que se refere a letra “a” do subitem 13.2 não impede: (art. 29 da Lei nº 12.101/2009, incluído pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013) a) a remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício; (art. 29 da Lei nº 12.101/2009, incluído pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013) b) a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal. (art. 29 da Lei nº 12.101/2009, incluído pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013) 2) A remuneração dos dirigentes estatutários referidos na letra “b” da nota nº 1 do subitem 13.2 deverá obedecer às seguintes condições: (art. 29 da Lei nº 12.101/2009, incluído pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013) a) nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até 3o (terceiro) grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores, conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição de que trata o subitem 13.2; e (art. 29 da Lei nº 12.101/2009, incluído pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013) b) o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo exercício das atribuições estatutárias, deve ser inferior a 5 (cinco) vezes o valor correspondente ao limite individual estabelecido nesta nota. (art. 29 da Lei nº 12.101/2009, incluído pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013) 3) O disposto nas notas nº 1 e 2 acima não impede a remuneração da pessoa do dirigente estatutário ou diretor que, cumulativamente, tenha vínculo estatutário e empregatício, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de trabalho. (art. 29 da Lei nº 12.101/2009, incluído pelo o art. 6º da Lei nº 12.868, de 2013) 13.3 - Contribuição ao PIS/PASEP - Folha de Salários As entidades imunes e isentas, relacionadas no subitem 13.1, ficam sujeitas ao recolhimento da Contribuição ao PIS/PASEP na modalidade folha de pagamento, à alíquota de 1% (um por cento) sobre o valor da folha de pagamento mensal. Nota: Todos os procedimentos de apuração e pagamento do PIS/PASEP - Folha de Salários foram abordadas no Bol. INFORMARE nº 50/2014, deste caderno. 14. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 14.1 – Imunidade

Page 28: ASSUNTOS SOCIETÁRIOSASSUNTOS SOCIETÁRIOS...setembro de 2014 (DOU de 11.09.2014), aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. IMPOSTO

IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – ABRIL - 18/2015 360

De acordo com o Art. 11 da Instrução Normativa SRF nº 390/2004, são imunes da CSLL as entidades beneficentes de assistência social que atendam cumulativamente às seguintes condições: a) sejam reconhecidas como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; b) sejam portadoras do Certificado ou do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Serviço Social, renovado a cada 3 (três) anos; c) promovam a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes; d) não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título; e) apliquem integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando anualmente ao Conselho Nacional da Seguridade Social relatório circunstanciado de suas atividades. Ressalvados os direitos adquiridos, a isenção será requerida ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A imunidade prevista acima não abrange empresa ou entidade que, tendo personalidade jurídica própria, seja mantida por outra que esteja no exercício da imunidade. 14.2 – Isenção De acordo com o Art. 12 da Instrução Normativa SRF nº 390/2004, consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. Para o gozo da isenção, as instituições terão que atender aos seguintes requisitos: a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; d) conservar em boa ordem, pelo prazo decadencial, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; e) apresentar, anualmente, DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da SRF. Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado integralmente ao incremento de seu ativo imobilizado. Sem prejuízo das demais penalidades previstas na lei, a SRF suspenderá o gozo da isenção, relativamente aos anos-calendário em que a pessoa jurídica houver praticado ou por qualquer forma houver contribuído para a prática de ato que constitua infração a dispositivo da Legislação Tributária, especialmente no caso de informar ou declarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou de qualquer forma cooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique ilícitos fiscais. Considera-se, também, infração ao dispositivo da Legislação Tributária o pagamento, pela instituição isenta, em favor de seus associados ou dirigentes, ou, ainda, em favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela associada por qualquer forma, de despesas consideradas indedutíveis na determinação da base de cálculo do Imposto sobre a Renda ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. À suspensão do gozo da isenção aplica-se o disposto no art. 32 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações introduzidas pelo art. 73 da Lei nº 11.941/2009. Fundamentos Legais: Os citados no texto.