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JORNAL DA COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO 74 MAIO 2015 7 Empregado da Cesan encontra maneira criativa de economizar água Cesan e parceiros não medem esforços para superar a falta de chuva Atenção máxima à crise hídrica 4 e 5 8 Dicas para não desperdiçar água 3 Medidas para combater a estiagem M-GMA realiza coleta de recicláveis 7

Atenção máxima à crise hídrica - Cesan · hídrico (rio, lagoa, manguezal ou mar). Água de reúso é esse efluente sendo utilizado para outros fins que não seja o consumo humano,

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j o r n a l da co m pa n h i a e s p í r i to sa n t e n s e d e sa n e a m e n to

74Nº

MAIO2015

7Empregado da Cesan encontra maneira criativa de economizar água

Cesan e parceiros não medem esforços para superar a falta de chuva Atenção máxima à crise hídrica

4 e 5

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Dicas para não desperdiçar água

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Medidas para combater a estiagem

M-GMArealiza coletade recicláveis

7

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DIRETORIA

Diretora Presidente Denise de M. Cadete

Gazzinelli Cruz

Diretora de Operação Metropolitana

Sandra Sily

Diretor de Operação do Interior

Carlos F. Martinelli

Diretor de Relaçõescom o Cliente

José Eduardo Pereira

Diretor Meio AmbienteAnselmo Tozi

CONSELHOS

AdministraçãoJoão Carlos Coser

Robson Leite NascimentoValdir Klug

Denise de M. Cadete G. CruzJosé Alves Paiva

Nildo A. Leite de Mendonça

FiscalPaulo Ruy Valim Carnelli

Sérgio da Cunha RodriguesEdson Luiz Bermudes Ferreira

CESAN NOTÍCIAS

CoordenaçãoCoordenadoria

de Comunicação Empresarial da Cesan

Edição e DiagramaçãoBalaio Comunicação e Design

FotografiaArquivo Cesan

Wallace CapuchoAntônio Moreira

Projeto GráficoBios Editoração

ImpressãoGráfica Sodré

Tiragem2.500 exemplares

Av. Governador Bley, 186, Edifício Bemge, 3º andar,

Centro, Vitória – ES Cep: 29.010-150

Tel.: (27) [email protected]

www.cesan.com.br

EXPEDIENTEEDITORIAL2

Denise CadetePresidente da Cesan

FOTO: AnTônIO mOREIRA

Construindo o futuro

A Cesan participou com toda a sua Diretoria do Planeja-mento Estratégico 2015-2018 do Governo do Estado, realizado nos dias 27 e 28 de março. O evento teve

como objetivo debater os grandes desafios e entregas que o Governo fará para a sociedade capixaba nos próximos anos.

Nos dois dias houve três importantes palestras que ser-viram como um alinhamento geral. O economista Armando Castelar falou sobre “Conjuntura Econômica”; o pesquisador Hilton Silveira a respeito de “Mudanças Climáticas”; e o economista Ricardo Paes de Barros abordou “Temas sociais contemporâneos”.

Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer em dois blocos distintos da programação “O Panorama Sócio Econômicos do Espírito Santo” e “O Contexto de Desenvol-vimento Urbano e Regional”. Um dado interessante extraído deste último tema é que o Estado apresentou a terceira melhor proporção de domicílios (82,9%) com saneamento básico entre os estados brasileiros em 2013.

Essa melhora no ranking nacional foi conseguida graças aos investimentos realizados a partir de 2004. Por exemplo, em abastecimento de água, no ano de 2013 ocupávamos a quarta melhor posição brasileira, com 88,5% dos domicílios atendidos, e a mesma posição também é nossa quando o assunto é o acesso à rede coletora de esgoto ou fossa séptica.

Na fase dos trabalhos em Grupo atuamos no de De-senvolvimento Urbano e Regional ao lado dos titulares da Ceturb, Detran, Secretarias de Desenvolvimento Urbano, Assistência Social, Instituto de Desenvolvimento Urbano e Habitação e Subsecretaria de Mobilidade Urbana da Secre-taria de Transporte e Obras Públicas.

D urante a realização do 127º Caneg (Café de Negócios), que aconteceu no dia 22 de maio, na cidade de Serra, foi assinado um Convênio de Cooperação Técnica entre

o Governo do Estado/Suppin, a Prefeitura de Serra/Sedur e a Ases – Associação dos Empresários da Serra que garante a ges-tão compartilhada dos polos industriais públicos do município.

O governador Paulo Hartung, o secretário de Desenvolvi-mento José Eduardo Azeredo, o diretor-geral da Suppin Sérgio Gianordoli, o prefeito de Serra Audifax Barcelos, dentre outras autoridades, estiveram presentes na solenidade que contou ainda com a participação de mais de 250 pessoas, entre empre-sários e lideranças de entidades representativas do município.

Na ocasião, a diretora-presidente da Cesan, Denise Cadete, ministrou palestra em que expôs um panorama sobre saneamento - crescimento dos serviços de esgoto - e

Coube-nos a relatoria do grupo, oportunidade em que mostramos as entregas planejadas até 2018. Os desafios são grandes, mas com dedicação, o trabalho de todos e, princi-palmente, o engajamento da sociedade, sairemos vitoriosos.

Boa leitura!

de como a companhia enfrentou a recente crise hídrica. “Nossa meta é levar o tratamento de esgoto para toda a Serra em oito anos”. Em seguida, pontuou que as atitude no presente farão diferença no futuro. “É preciso investir forte em recuperação florestal para facilitar a infiltração da água no solo, dar estabilidade às bacias e garantir a segurança hídrica nos próximos anos”, ressaltou Denise.

Para o diretor de Infraestrutura de Reservação e Distribui-ção Hídrica da Agerh, Robson Monteiro, este tipo de evento que estimula a parceria entre Governo e setores privados é fundamental para qualquer ação, principalmente quando envolve recursos hídricos. “A crise hídrica é uma realidade e todos têm que se conscientizar disso. Temos que incentivar o desenvolvimento econômico de Serra e no restante do Estado, mas com sustentabilidade, sem desperdício de água”, disse.

Governo faz convênio e debate crise hídrica com empresários da Serra

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3EnTREVISTA

Qual a situação do Espíri-to Santo em meio a esta crise hídrica?O Espírito Santo, e também o Brasil, vive uma nova rea-lidade com relação à gestão dos seus recursos hídricos. A escassez de chuvas neste úl-timo verão intensificou esta crise hídrica. Os registros históricos demonstram que poucas vezes isso aconteceu com tamanha intensidade. Ainda estamos avaliando a dimensão desse problema, pois sabemos que esta situ-ação vai persistir, uma vez que entraremos no inverno – período de pouca chuva. Por isso, a Cesan está traba-lhando em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA), a Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) e demais autarquias e se-cretarias do Governo que

O forte bloqueio atmosférico que se instalou na região sudeste durante o último verão desencadeou a pior crise hídrica

do Espírito Santo dos últimos 40 anos. Após 47 dias sem chuva no período que deveria ser o mais chuvoso do ano, os níveis dos mananciais que abastecem a população capixaba ficaram muito abaixo do aceitável, o que dificultou a captação de água para tratamento e distribuição. Por causa desta situação, o Governo do Estado declarou “cenário de alerta” e, por intermédio do Comitê Hídrico Governamental, divulgou uma série de ações a fim de minimizar os efeitos dessa estiagem atípica que já ocasionou grandes perdas para a indústria e a agricultura capixaba. Anselmo Tozi, diretor de Meio Ambiente e coordenador do Comitê de Gestão Hídrica da Cesan, pontua, nesta entrevista, as ações já em curso e as que estão por vir

Ações paraenfrentar a crise hídrica

compõem o Comitê Hídri-co Governamental a fim de encontrar saídas para este problema. O objetivo é ga-rantir o abastecimento da população e da indústria até que a próxima estação chu-vosa possa reforçar o volume dos nossos rios.

E quais medidas já estão sendo tomadas?São medidas que vão desde a realização de obras de in-fraestrutura, passando por mudança de legislação a programas de conscienti-zação da população. Faço questão de ressaltar duas que a princípio são as mais importantes e já estão em andamento. A primeira foi um acordo entre o Governo do Estado e a EDP Escelsa para o uso da água do reservatório do rio

Bonito – até então utilizada somente para geração de energia – para reforçar o abastecimento do município de Serra, da parte continen-tal de Vitória e de alguns bairros de Cariacica. Esta medida é de curto prazo e já entrou em prática, sob a coordenação conjunta da Cesan, EDP Escelsa, AGERH e do Comitê da Bacia do Rio Santa Maria, que definiu como serão feitos os pro-cedimentos de liberação de vazão, dentro do ponto de vista ambiental e de econo-micidade do recurso hídrico.Outra medida importante, mas de médio prazo, é a construção de um sistema de captação de água do rio Reis Magos, em Fundão, para abastecer parte da cidade de Serra. A obra, composta por uma estação

de tratamento e mais de 15 quilômetros de tubulações, custará aproximadamente R$ 80 milhões e deve du-rar um ano, a partir do seu início previsto para ainda em 2015.

Além destas medidas, você pode citar outras?Sim. Há medidas como per-furações de poços próximos às estações de captação de água para reforçar os reservatórios da Cesan; li-beração de água de reúso – água de esgoto tratada, mas não potável –, para irrigação de canteiros, jar-dins e parques municipais, combate a incêndios e de-sobstrução das redes de esgoto, entre outras coisas.Estudamos também a uti-lização da água de reúso em indústrias. Um exemplo

é que a água utilizada na lavagem dos filtros da Cesan, antes desprezada, possa ser utilizada pela Companhia Siderúrgica ArcelorMittal Tu-barão para molhar o estoque de minério.

E como a população pode ajudar?Conscientizando-se de que é necessário mudar o com-portamento. A forma como lidamos com os recursos hídricos é completamente equivocada. Precisamos re-duzir o consumo por meio de um uso mais racional da água em nossa casa, no condomínio, no comércio, na indústria e na agricultura. A escassez de água, que antes era vista como um problema somente do Nordeste e de alguns países, agora é uma realidade em nosso Estado.

Anselmo Tozi, coordenador do Comitê de Gestão da Crise Hídrica da Cesan

FOTO: WALLACE CAPUCHO

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CAPACAPA

Pior secaem 40 anos

Momentos críticos exigem muita habilidade e preparo das partes envolvidas. A falta de chuva durante o último verão – evento climático extremo – fez com que os níveis dos rios que abastecem

o Estado ficassem muito abaixo do esperado para essa época do ano, o que resultou numa crise hídrica sem precedentes e bastante preocupante. Porém, a partir dela foram criados projetos e oportunidades que deixarão uma herança positiva aos capixabas.

Desde o ano passado, a Cesan vem agindo para que a situação seja enfrentada da melhor maneira possível, sem que a população sofra com a falta de abastecimento. Campanhas a fim de promover o uso consciente da água vêm sendo feitas, e os capixabas aderiram em peso. Como resultado, mais de 2 bilhões de litros de água foram economizados entre janeiro e fevereiro deste ano. No mesmo período em 2014, o aumento do consumo havia sido de 111 milhões de litros.

O cidadão que economiza água contribui para o bem social comum e, também, sente os benefícios no bolso. Segundo o sistema de tarifas da Agência Reguladora de Saneamento e Infraestrutura Viária do Espírito Santo (Arsi), aplicado nas cidades em que a Cesan trabalha, quanto menos água for consumida, menor será o preço de cada mil litros. Uma residência, por exemplo, que consome mais de 50 mil litros de água mensalmente, paga R$ 5,95 por cada mil litros. Se o consumo é de 15 mil litros por mês, o valor cai para R$ 2,84.

Além das ações sugeridas pela Companhia, como evitar banhos de-morados, os capixabas mostraram criatividade ao tomarem iniciativas próprias, como utilizar a água do ar condicionado e da máquina de lavar para limpar quintais, varandas, banheiros e calçadas, e fazer uso de aplicativos no celular – ou tablet – para controlarem o tempo do banho.

Aliás, o reaproveitamento da água não é só uma iniciativa da popu-lação. A Cesan está fornecendo água de reúso, produzida nas estações de tratamento de esgoto (ETE) de Mulembá, Araçás e Bandeirantes, para as prefeituras e ao Corpo de Bombeiros, que utilizam essa água não potável

Em meio à crise hídrica, Cesan e parceiros trabalham a fim de criar bons projetos e oportunidades para superarem o momento adverso

Água de reúso

O esgoto é 99% composto por água. No final do trata-mento do esgoto resta um líquido, chamado de efluente, que nada mais é do que a água sem matéria orgânica e desinfectada. Em geral, o efluente vai para um corpo hídrico (rio, lagoa, manguezal ou mar). Água de reúso é esse efluente sendo utilizado para outros fins que não seja o consumo humano, pois ela não é potável.

para lavar ruas e calçadas, molhar parques, jardins e apagar incêndios, bem como pela própria Companhia na desobstrução de redes de esgoto.

O próximo passo é fornecer a água de reúso às indústrias e, para isso, a Cesan está investindo em estudos para melhorar a qualidade deste recurso. “O reúso é um caminho que não tem volta. Estamos investindo para que diante de uma crise hídrica como esta, nós possamos ter mais reservas de água potável para abastecer a população”, diz Luiz Cláudio Rodrigues, gerente de Coleta e Tratamento de Esgoto da Cesan, que tam-bém aconselha a sociedade a armazenar e reusar a água pluvial - água da chuva - para fins secundários, como para lavar o quintal, irrigar jardins ou até utilizar no vaso sanitário.

Luiz Cláudio Rodrigues ressalta a importância do reúso para o momento de crise

FOTO: WALLACE CAPUCHO

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CESAN + SEDu

Dentre as boas consequências da crise hídrica, destaca-se a criação do Poupe na Rede, programa da Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a Cesan, que tem como objeti-vo propagar, no ambiente escolar, o uso racional e consciente da água. O projeto estará presente em 52 escolas de educação básica da Região Metro-politana de Vitória ainda neste ano e está sendo coordenado, na Companhia, pela divisão de Educação Ambiental da Gerência de Meio Ambiente.

A partir de visitas à Estação de Tra-tamento de Água (ETA) de Carapina, a Cesan capacitará professores e pedagogos das escolas ao mostrar como é feito o tratamento da água e do esgoto, abordar a questão da importância da preservação ambiental e fornecer instruções de como evitar o desperdício da água. Nas visitas, que ocorrerão neste ano e em 2016, os docentes terão acesso à Unidade Móvel de Educação Ambiental da Companhia, que utiliza instrumentos tecnológicos e interativos para informar, dentre outros assuntos, sobre a preservação da água.

A Cesan entende que a conscientização por meio das visitas é essen-cial para o projeto. “Quando o professor vai à ETA, conhece o trabalho da Cesan, vê de perto como funciona o tratamento da água e como esse recurso chega à estação. Dessa forma, ele fica mais inteirado no assunto e passa a ter maior dimensão da importância do uso racional da água. Depois de mais consciente, ele volta para a sala de aula e passa aos alunos todas as informações com mais propriedade e clareza”, afirma a analista de educação ambiental Luzia Grazziotti, que destaca a possibilidade dos professores de também agendar visitas escolares monitoradas às estações da Cesan e solicitar que a Unidade Móvel vá às escolas.

O Poupe na Rede pretende reduzir o impacto da crise hídrica e também garantir que, no futuro, momentos como esse sejam menos prejudiciais e, até mesmo, evitados. “Programas que envolvem o ambiente escolar são de extrema importância para conscientizar as crianças de que elas também são agentes transformadores do presente e do futuro. Nós queremos sensibilizar os docentes e a nova geração sobre a necessidade do saneamento para uma vida de qualidade e disseminar a importância da água, um recurso natural, finito e essencial para a sobrevivência de todos.”, diz Luzia.

Nós queremos sensibilizar os docentese a nova geração sobre a necessidade do saneamento para uma vida de qualidade e disseminar a importância da água.”

Luzia Graziottianalista de educação ambiental

Estudantes da rede estadual de ensino na Unidade Móvel de Educação Ambiental da

Cesan, que fará parte do Poupe na Rede

FOTO: ARqUIVO CESAn

FOTO: ARqUIVO CESAn

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INVERSãO DE PRIORIDADES

Representantes da Cesan, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), da EDP Escelsa e do Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Santa Maria da Vitória assinaram, em março, um protocolo de entendi-mento, que determina que esse grupo, nomeado Grupo de Assessora-mento à Operação do Sistema Hidrológico do Rio Santa Maria da Vitória (GAO-SMV), irá monitorar o uso da água da hidrelétrica de Rio Bonito, anteriormente usada para produção de energia elétrica, prioritariamente para o abastecimento da população.

Essa inversão de prioridades, com o intuito de beneficiar a população, é mais uma das medidas do Governo para o enfrentamento da crise hídrica. Segundo Robson Monteiro, diretor de infraestrutura hídrica da AGERH, tais medidas, como os Planos de Bacia dos rios Santa Maria, Jucu e Benevente – a serem aprovados pelos CBHs – são essenciais para que o Estado possa lidar com o atual cenário adverso.

O Governo tem trocado experiências com a Agência Nacional de Águas (ANA) a fim de planejar ações de curto, médio e longo prazo – que vão desde a conscientização da população até obras de infraestrutura – para o trato da crise, que não é a primeira e nem será a última a atingir o Espírito Santo. “Passamos por um colapso hídrico de menores proporções em 2007, e certamente passaremos por outros. Isso é algo cíclico, portanto temos a necessidade de agir para que esta crise seja superada e, também, para que as próximas sejam mais moderadas”, explica Robson.

A estação chuvosa acabou e não choveu. As expectativas para 2015 quanto à questão da seca não são nada animadoras. Mas várias lições foram e ainda serão aprendidas com essa experiência. É também uma oportunidade de colocar em prática inúmeras atitudes que estavam apenas no discurso e mudar de verdade.

Temos a necessidade de agir para que esta crise seja superada e, também, para que as próximas sejam mais moderadas.“

Robson Monteirodiretor de infraestruturahídrica da AGERH

O Rio Santa Maria sofre os impactos da falta de chuva

FOTO: ARqUIVO CESAn

FOTO: ARqUIVO AGERH

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Desde o mês de abril, a Cesan implantou um processo piloto de pós--tratamento do efluente da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Camburi. O pós-tratamento acontece por meio da técnica de

flotação por ar dissolvido (FAD) e visa à produção de um efluente com qua-lidade superior para reúso em atividades que demandem água não potável.

O Engenheiro Fernando Baptista, da Divisão de Operação de Esgoto (M-DOE), explica que o piloto é uma fase de teste. “O objetivo principal deste piloto é a obtenção de um efluente com qualidade para reúso in-dustrial. Caso o objetivo principal seja alcançado a Cesan poderá avaliar o potencial de reúso deste efluente”, diz Fernando.

A Cesan já concede o efluente das Estações de Tratamento de Esgoto para reúso. Desde janeiro deste ano, já foram disponibilizados mais de 500 mil litros de água de reuso para prefeituras, corpo de bombeiros, secretarias do estado, entidades públicas e privadas, destinadas para a irrigação de jardins, lavagem de ruas e desobstrução da drenagem pluvial.

ETE Camburi testa novo processo de tratamento de efluente

O empregado da Gerência de Engenharia de Serviços, João Ramos, identificou, por meio de pesquisas realizadas na internet, uma so-lução para economizar água nas descargas do tipo caixa acoplada.

A ideia, logo colocada em ação, foi instalar uma garrafa PET de dois litros dentro da caixa da descarga, que ocupou uma boa parte do espaço e reduziu o volume de água. A caixa, que antes era preenchida com seis litros, passou a comportar quatro. O resultado foi uma economia de dois litros de água a cada acionamento.

Para validar a simplicidade da ideia, foi feito um teste no Edifício Co-mercial Limoeiro instalando garrafas PET em 22 caixas acopladas. Levando em consideração o uso, em média, de cinco descargas por dia por cada pessoa, multiplicando por 117 usuários fixos do edifício, obteve-se uma estimativa de economia de 300 mil litros de água por ano.

Empregado da O-GES encontra maneira simples de economizar água

No ano de 2014, a Gerência de Meio Ambiente (M-GMA) da Cesan recolheu quase nove toneladas de materiais recicláveis – tetra pak, papel, vidro, papelão, plástico, jornal e tubo de PVC –, pilhas e

baterias, além de mais de 80 unidades de garrafas PET. O recolhimento é feito em unidades da Cesan de Vitória e de Serra, e os recipientes devem estar lavados, secos e com tampa.

Essa ação de responsabilidade social, considerada de muita importância para os empregados da M-GMA, contribui para a preservação do meio ambiente e para a geração de renda de instituições de reciclagem. Uma delas é a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória (Amariv), que recicla o tetra pak. Outra entidade que recebe os materiais, a União de Cegos Dom Pedro II (Unicep), utiliza as garrafas PET e as em-balagens tetra pak para a produção de diversos objetos, como vassouras.

Coleta de produtos recicláveis para instituições de Vitória e Vila Velha

nOTAS

Em março, a Divisão Serrana realizou, em Santa Teresa, o tradicional Encontro de Operadores de Estações de Tratamento de Água (ETA) que acontece a cada seis meses. Foram discutidas a qualidade da

água distribuída, propostas de melhorias nas ETAs e feitas atualizações sobre novas tecnologias. Ao final, um plano de atividades voltado para a manutenção e melhoria do tratamento de água foi elaborado.

No mesmo mês, a Divisão Sul também promoveu, em Castelo, o Encontro de Operadores. Lá, o objetivo foi realizar um intercâmbio de informações e incentivar maior interação entre os operadores. Os partici-pantes conheceram o fechamento do ano de 2014 e o planejamento para 2015. A ETA de Muqui foi premiada por apresentar o melhor Índice de Qualidade da Água (IQA) em 2014.

Divisão Serrana e Divisão Sul promovem Encontros de Operadores de ETAs

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SERVIÇOS8

Dicas para

Após a seca do último verão, o monitoramento indica que os níveis de vazão dos rios Doce, Jucu, Santa Maria da Vitória, Benevente, Jabuti e Conceição estão muito baixos, o que dificulta a captação

da água para tratamento e distribuição. A Cesan está fazendo a sua parte para superar esse momento crítico

e pretende usá-lo para criar uma cultura permanente de economia de água, uma nova consciência de que esse recurso é um bem

finito cuja disponibilidade depende do uso adequado para consumo humano, industrial, na agricultura, entre outros.

Veja ao lado algumas simples ações que, quando adotadas, fazem a diferença.

economizar água