atendimento a criança adolescente em situação de vulnerabilidade social e o fator de risco CRACK

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O atendimento de crianas e adolescentes em situao de vulnerabilidade social e o fator de risco: CRACK. 2011. Nmero total de folhas. Trabalho de Concluso de Curso bacharel em servio social Centro de Cincias Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paran, Cidade, 2011.

RESUMO

A criana e o adolescente que se encontra em situao de vulnerabilidade social, apresentam maior risco de envolvimento com o crack, droga barata que causa dependncia rapidamente, em alguns casos causando danos irreparveis, psicologicamente e fisicamente. Com o intuito de avaliar o trabalho do profissional de servio social, foi realizado um estudo sobre drogas, sua classificao, seus efeitos e como prevenir, com base em dados estatsticos da situao da droga no mundo, das drogas licita e ilcitas. Tratando de temas pertinentes como o estatuto da criana e do adolescente entre outros. Atravs da pesquisa bibliogrfica de cunho qualitativo. O assistente social que trabalha nas expresses da questo social, e luta na efetivao dos direitos da criana e do adolescente, tem diante dessa problemtica um novo desafio.Palavras - chave: Criana e Adolescente. Vulnerabilidade social. Crack. Servio socialO atendimento de crianas e adolescentes em situao de vulnerabilidade social e o fator de risco: CRACK. 2011. Nmero total de folhas. Trabalho de Concluso de Curso bacharel em servio social Centro de Cincias Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paran, Cidade, 2011.

ABSTRACT

Children and adolescents who are in a situation of social vulnerability are at higher

risk of involvement with crack cocaine, cheap drug that causes dependence quickly, in some cases causing irreparable damage, psychologically and physically. In order to evaluate the work of professional social work, a study was conducted on drugs, their classification, and how to prevent its effects, based on statistical data of the drug situation in the worldoflegal and illegal drugs.Dealing withrelevant issuesas the status ofchildren and adolescentsamong others.Through the literature survey ofqualitative character.The social worker,who worksintermsof social issues, andfight in therealization of the rightsofchildren and adolescents, hasto confront this problemanew challenge.

Key-words: Children and Adolescents.Social vulnerability.Crack.Social serviceLISTA DE GRFICOSGrfico 1 uso de drogas20Grfico 2 - drogas de inicio.........................................................................................20Grfico 3 - drogas no mundo......................................................................................21

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASAVC

CNMECA

OMS

ONUPNADSESABSISNAD

SNC

SPA

SUS

SUAS

UNIFESP

UFRGS

Acidente Vascular Cerebral

Confederao Nacional de Municpios

Estatuto da Criana e do Adolescente

Organizao Mundial da SadeOrganizao das Naes Unidas

Poltica Nacional antidrogaSecretaria de Sade da Bahia Sistema Nacional antidroga

Sistema Nervoso Central

Substncias Psicoativas

Sistema nico de Sade

Sistema nico de Assistncia Social

Universidade Federal de So Paulo

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

SUMRIO111 INTRODUO

12 Vulnerabilidade social...........................................................................................013 A criana e o adolescente....................................................................................4163.1 Familia a mais importante das instituies

163.2 Falencia do codigo do menor e o Nascimento do ECA

173.3 Criana e adolescente e as drogas

4 DROGAS214.1 Conceituando a droga..........................................................................................234.2 Histria das drogas..............................................................................................234.3 Os tipos de drogas...............................................................................................245 CRACK, O MAL DO SCULO................................................................................305.1 O que crack?.....................................................................................................315.2 Seus efeitos.........................................................................................................315.3 Tratamento...........................................................................................................325.4 Preveno............................................................................................................336. O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE O ATENDIMENTO A CRIANA E ADOLESCENTE DEPENDENTE QUMICO..............................................................34REFERNCIAS42

1. INTRODUO

O presente trabalho requisito parcial para obteno de titulo de bacharel em servio social, surge diante da necessidade, de se entender como seria o trabalho do profissional de servio social frente a dependncias qumica do crack. Foi realizada uma pesquisa exploratria de artigos, reportagens, teses entre outros. Onde foi possvel constatar a grande problemtica dessa droga e o desafio do profissional diante dessa demanda. Muito vem sendo discutido entre pesquisadores poder pblico, mais no h muitas publicaes com referencias a atuao do profissional diante dessa problemtica.A escolha por essa droga em especial, por pessoais de vivencia por perca de amigos pra essa substancia psicoativa - PSA, pessoas que tinha tudo e ao passar a usar essa droga, perderam tudo ate a dignidade, virando morador de rua. Conhecer a fundo essa substncia, saber como ela age no organismo e qual a sua reao no crebro de certa forma se tornaram pessoal.

sabido que as drogas existem desde a pr historia que o seu consumo se fazia presente em rituais religiosos, festa e comemoraes entre outros, hoje ela toma propores assustadoras, entre crianas adolescentes e jovens no s a nvel nacional mais em pases como o EUA.O objetivo aqui e de avaliar o trabalho do assistente social frente criana e o adolescente e a problemtica do CRACK.Tendo como objetivo especifico: - Levantar dados referentes o maior ndice de crianas e adolescentes e o uso de drogas;- Estudar teoricamente, os tipos de drogas, dando nfase maior ao CRACK- Analisar qual o trabalho poder ser realizado pelo Assistentes Sociais nessa problemtica do CRACK- Pesquisar de que forma o profissional de servio social pode atuar nas comunidades e em programas de preveno ao uso de drogas para crianas e adolescentes;No se pode tratar a dependncia qumica, sem um atendimento especializado a famlia, pois a famlia tem extrema importncia durante todo o processo. Segundo Kawall (2003, p.21): O Servio Social faz parte da base do processo de recuperao do dependente qumico, tendo em vista que o Assistente Social o responsvel por grande parte dos trabalhos desenvolvidos com os pacientes e seus familiares, envolvendo no s o tratamento durante a internao, mas tambm os projetos de preveno, recuperao e manuteno da abstinncia.Trabalhar na preveno para que outros crianas no se torne futuro dependentes qumico de suma importncia, preciso polticas publicas efetivas para garantir qualidade de vida bem estar e segurana para essas crianas Nos captulos a seguir foi conceituada a vulnerabilidade social, como fator ligado a pobreza, no como a pobreza em si, mais sim a falta dos mnimos sociais de garantia para essa populao, que os colocam em situao de risco, e assim diante dessa droga que esta virando uma epidemia.E tratado tambm do fator famlia, da importncia dessas, nos limites e ensinamentos, a importncia de se acompanhar o crescimento e de ser presente e assim prevenir.

No ultimo capitulo feito as considerao, e a importncia do trabalho do assistente social diante do dependente qumico de crack

O assistente social ele desafiado diante dessa problemtica, criana e o adolescente quando chega fase da dependncia qumica, o trabalho se torna mais difcil. Resgatar a auto-estima a confiana de familiares e fazer a reinsero dessas crianas.Vulnerabilidade socialConceito

O conceito de vulnerabilidade social tem sua gnese na rea dos Direitos Humanos. Refere-se a determinados grupos e ou indivduos fragilizados, jurdica ou politicamente, na promoo, proteo ou garantia de seus direitos a cidadania.Neste sentido o conceito de vulnerabilidade ao tratar da insegurana, incerteza e exposio a riscos provocados por eventos socioeconmicos ou ao no-acesso a insumos estratgicos apresenta uma viso integral sobre as condies de vida dos pobres, ao mesmo tempo que considera a disponibilidade de recursos e estratgias para que estes indivduos enfrentem as dificuldades que lhes afetam (ABRAMOVAY, 2002, p. 34 e 35)

Na Poltica Nacional de Assistncia Social, vulnerabilidade social significa:

[...] famlias e indivduos com perda ou fragilidade de vnculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas; em termos tnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficincia; excluso pela pobreza, e ou no acesso s demais polticas pblicas; uso de substncias psicoativas; diferentes formas de violncia advinda do ncleo familiar, grupos e indivduos; insero precria ou no insero no mercado de trabalho formal e informal; estratgias ou alternativas diferenciadas de sobrevivncia que podem representar risco pessoal e social. (POLTICA NACIONAL DE ASSISTNCIA SOCIAL, 2004).

Ou seja, vulnerabilidade social sintetiza a idia de exposio e a sensibilidade de um indivduo ou grupo aos problemas sociais existente, refletindo assim uma nova maneira de se compreender o comportamento das pessoas ou dos grupos em que esto inseridas, e sua dificuldade de acesso a servios sociais como sade, escola e justia.

A noo de vulnerabilidade se estende em relao excluso econmica e social, no momento em que um indivduo ou grupo quebra seus vnculos sociais como trabalho, a famlia ou seu circulo de relaes e ao uso de drogas e suas conseqncias indesejveis.

O que se pode concluir que a vulnerabilidade social esta ligada a capacidade de se enfrentar algumas situaes de risco, com maior ou menor capacidade de um individuo, famlia ou grupos sociais, controlar os problemas que afetam seu bem estar, ou seja, a posse ou controle de ativos que constituem os recursos requeridos para o aproveitamento das oportunidades propiciadas pelo Estado, mercado ou sociedade. A deficincia no acesso a bens e servios, tais como educao, lazer, trabalho e cultura, colabora para o crescimento da situao de vulnerabilidade social. Cabe ressaltar que esses elementos so considerados fundamentais para o desenvolvimento dos recursos materiais e socioculturais.Entender todo o contexto histrico da vulnerabilidade social, termo complexo que ainda se encontra em formao importante, para se trabalhar o objeto de pesquisa a crianas e adolescentes que se encontram em situao de vulnerabilidade social, e faz uso de substncias ilcitas como o CRACK, e de que forma seria o trabalho para prevenir que esse pblico tenha contato com essas drogas, que a cada dia vem destruindo famlias e envolvendo crianas e adolescentes.

O impacto da violao dos direitos fundamentais da criana e do adolescente est cada vez mais visvel na sociedade como, por exemplo, a exposio dessa populao percorrendo as ruas pedindo esmolas, vendendo balas, vigiando carros, isto implica na evaso escolar e ao mesmo tempo coloca os jovens em um eminente risco de contato com as drogas e com explorao sexual.

Para o psiclogo Joo Martins, representante tcnico da secretaria de Sade da Bahia SESAB, a vulnerabilidade social ao mesmo tempo causa e conseqncia do uso de CRACK. H um crescente numero de crianas e adolescentes que se encontram viciadas, em especial aquelas oriundas da camada mais pobre e com a famlia desestruturada.

3. A CRIANA E O ADOLESCENTE3.1 FAMLIA, A MAIS IMPORTANTE DAS INSTITUIESO conceito de famlia nos dicionrios populares significa: certo numero de pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa. composta de pai, me e filhos, podendo ter ainda outros indivduos do mesmo sangue, ascendncia, linhagem ou admitidos por adoo. Podendo se apresentar variadamente com as mais diversas organizaes, mesmo que compreendemos e valorizamos aquelas compostas por pai, me e filho, que denominada famlia nuclear, normal ou completa. No se pode compreender o conceito de famlia fechado, pois ela vem sofrendo mudanas em seu ncleo na sociedade contempornea.

Fazendo uma analogia das famlias de hoje com as de algumas dcadas passadas, quando a mulher ainda no se destacava no mercado de trabalho como vemos na atualidade e se dedicava mais convivncia e educao dos filhos, possvel se observar acentuada mudana. A me tinha mais contato com os filhos, e este contato permitia-lhe transmitir no dia-a-dia, valores e princpios que forjavam o carter e a personalidade das crianas e adolescentes. Hoje a mulher ajuda no oramento de casa juntamente com o marido a prover o sustento da famlia. Em alguns casos somente a mulher que mantm o sustento familiar.

Ao ser analisado o papel feminino na famlia, claramente observado que o pressuposto bsico para a formao e reproduo da famlia, como organizao social, determinada em grande parte pela submisso da mulher no seu universo familiar. Nesta concepo, a famlia concorre para a negao da cidadania e do pleno desenvolvimento das potencialidades das mulheres.

Dentro deste ponto de vista, e analisando a atual configurao familiar e as relaes afetivas, Martins & Pilon afirmam:

O contexto atual permite concluir que vivemos em uma sociedade carente de me e pai, na qual faltam limites e critrios norteadores das ansiedades cotidianas, que se exacerbam. As relaes afetivas primrias esto to deturpadas pela ausncia ou m qualidade dos vnculos primrios que terminam por comprometer a auto-estima da criana e do adolescente, assim como o desenvolvimento das potencialidades afetivas, cognitivas, criativas e reparadoras. Quando os vnculos primrios so fortes, as chances de o adolescente exibir comportamento anti-social so menores do que quando os vnculos com os pais no existem ou so fracos. (Martins & Pilon, 2008, p.1113)Nesse contexto vemos crianas, sendo colocadas em creches e escolas infantis, aos cuidados de pessoas que, por mais que se esforcem no podero jamais substituir a famlia na misso de transmitir a essas crianas os valores, princpios e conceitos que somente podero ser construdos no ambiente familiar, dentro de uma relao afetiva na qual haja exemplo, confiana e segurana.

A famlia a primeira referencia do individuo na sociedade; a partir dela que se desenvolve a primeira viso do mundo. Remete-se a um referencial sobre o maniquesmo das relaes primarias, bem como atravs dela que os agentes reproduzem estas mesmas relaes vivenciadas as geraes que os sucedero.

As relaes familiares so complexas e dotadas de representaes individuais, levando em conta a posio social, o fator econmico, a ideologia, os valores e a religio de cada indivduo. Os estudos das relaes familiares, no enfoque das representaes do cotidiano da famlia, demonstram posies definidas dos papis de seus membros, que devem se cumpridos conforme as explicaes legais, que regem tais relaes.

A constituio federal de 1988 institui duas alteraes significativas no que se refere famlia.

Em seu artigo 226, enuncia que: [...] a famlia, base da sociedade, tem especial proteo do Estado (BRASIL, 1988).

Com este artigo garante programas assistenciais para promoo das famlias, conforme garante nossa legislao, e principalmente as famlias que vivem em situao de risco e vulnerabilidade social.

Como afirma a legislao brasileira, o Estado e a sociedade civil so co-responsveis pela proteo de crianas e adolescentes. Se a famlia no pode garantir os direitos sociais da populao infanto-juvenil, outros atores sociais entram em cena para que eles se efetivem de fato.

O Estatuto da Criana e do Adolescente- ECA introduz a idia da necessidade de se proteger legalmente qualquer criana contra sua famlia, ao mesmo tempo em que reitera a convivncia familiar como um direito bsico.

No artigo 6 elenca que: [...] so direitos sociais a educao, a sade, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo a maternidade e a infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta constituio (Brasil, 1988, grifo nosso).

Assim a famlia, em situao de risco ou vulnerabilidade social, no pode ser culpabilizada por tal condio ou privada de ser inserida em programas sociais ao qual o Estado assumiu para si a ateno desta, tendo em vista as polticas sociais pblicas como direito do cidado.3.2 a falencia do cdigo do menor, e o nascimento do estatuto da criana e do adolescente

Em 1927, foi promulgado o Cdigo de Menores em forma de Decreto n 17.943, homologado pelo ento Presidente da Republica Washinton Luiz P. de Souza, governo de 1926 a 1930. Primeira lei votada para a criana e o adolescente, com o objetivo de prestar assistncia e proteo aos menores com nfase naqueles que estivessem em abandono ou delinqncia. Segundo Ferreira.

o cdigo qualificava os menores segundo a conduta sendo considerados expostos os menores de sete anos de idade, abandonados os menores de dezoito anos, os vadios aqueles que esmolassem ou vendessem pelas ruas, e libertinos que freqentassem prostbulos

O menor era caracterizado somente pelo ato infracional, no sendo conhecido como cidados de direitos, o Estado passou a ter a responsabilidade de cuidar da infncia pobre, da educao, da formao profissional, dos encaminhamentos e da especializao dos mesmos no mercado de trabalho. Pode-se observar que o referido cdigo regulamentava o trabalho do menor sendo impedido de trabalhar somente os menores de doze anos, vetando tambm o trabalho do menor em locais insalubre ou de risco.

O cdigo de menores se baseava na chamada Doutrina da situao irregular, a qual considerava os menores como objeto de medidas judiciais quando encontrados em situao irregular, ou seja, privados de condies essenciais a sua subsistncia, sade e instruo obrigatria, vitimas de maus tratos, em perigo moral, com desvio de conduta e autores de ato infracional. Em outras palavras, Os menores eram levados para os tribunais independentemente de sua situao estar vinculada a uma questo social ou a uma questo judicial de conflito com a lei.

Em 1943 o cdigo do menor passa por adaptaes as novas leis de trabalho por meio do Decreto-Lei n. 6.026. Sendo estabelecidas novas diretrizes e medidas de proteo ao menor. Antes disso, no se tinha a preocupao com a questo social, os estudos e a busca de um trabalho diferenciado, ento se iniciaram com a Declarao Universal dos Direitos da Criana e do Adolescente.

Com a promulgao da Constituio Federal em 1988 houve o reconhecimento no campo da legislao voltado a criana e adolescentes. No seu art. 227, vem resgatar os direitos da criana e do adolescente, e com a conveno das Naes Unidas em 1989, efetivou-se a construo de uma nova lei, hoje conhecida por proteger crianas e adolescentes, o ECA, Estatuto da Criana e do Adolescente. Que vigora e determina as polticas de atendimento s crianas e adolescentes, se constituiu a partir da organizao da sociedade civil e da formao de uma grande rede de movimentos sociais na luta pelos direitos das crianas e adolescentes desassistidos.

mencionado no art. 227:

dever da famlia, da sociedade e do Estado, assegurar criana e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso (BRASIL, 1988, p.110).

O artigo responsabiliza a famlia a sociedade e o Estado na garantia dos direitos da criana e do adolescente, combatendo as mais diversas formas de crueldade contra as mesmas, podendo ser punido todo ato de omisso que prejudique a formao do sujeito.

Autores como Costa e Farjado qualificaram o ECA a partir de trs adjetivos: inovador, garantista e participativos. Inovador frente ao conservadorismo dos Cdigo de Menores (1927 e 1979), na medida em que regulamentou a cidadania infanto-juvenil. Garantista, em razo de ter introduzido o sistema das garantias constitucionais, negado pelo Cdigo. Participativo, pela macia, expressiva e legitima participao popular durante o processo de elaborao, que no se esgotou na participao ativa dos militares, sendo instituda formalmente a participao da sociedade enquanto instrumento deliberativo, operativo, fiscalizador e controlador das aes.

Entender as transformaes sofridas no mbito do Estatuto da Criana e do adolescente - ECA, que deixa de ser punitivo passando a reconhecer a criana e o adolescente como cidados de direitos e deveres de extrema importncia. Na atualidade temos acompanhado nos meios de comunicao o crescente numero de crianas e adolescentes usurios de drogas, passando por situaes de risco e com seus direitos violados.

Hoje as drogas ilcitas so consideradas um problema de sade pbica, devendo ser tratada de forma que atenda e apie a famlia indo alem da internao do usurio, em clinicas de recuperao, quando haver a necessidade de internao compulsria, sem a aprovao do mesmo.

As modernas teorias que tratam do problema da criana e do adolescente txicodependentes entendem que a questo das drogas no deve restringir-se apenas ao aspecto clnico, mas principalmente ao aspecto social, ao meio ambiente, famlia, a seus crculos sociais e s vulnerabilidades que eles tm por serem pessoas em desenvolvimento.

O Estatuto da Criana e do Adolescente em seu art. 81 diz:

proibida a venda criana ou ao adolescente de:

I - armas, munies e explosivos;

II - bebidas alcolicas;

III - produtos cujos componentes possam causar dependncia fsica ou psquica ainda que por utilizao indevida;

IV - fogos de estampido e de artifcio, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano fsico em caso de utilizao indevida;

V - revistas e publicaes a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotricos e equivalentes.

(Estatuto da Criana e do Adolescente lei n 8.069, de 13 de julho de 1990). E ainda em seu art. 243trs a punio a quem descumprir a lei como descrito a seguir:

Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criana ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependncia fsica ou psquica, ainda que por utilizao indevida: Pena - deteno de seis meses a dois anos, e multa, se o fato no constitui crime mais grave. (Estatuto da Criana e do Adolescente lei n 8.069, de 13 de julho de 1990). Mesmo com todos esses direitos e deveres da criana e do adolescente. A obrigao da famlia da sociedade e do Estado na efetivao desses direitos o nmero de crianas e adolescentes envolvidos com drogas, e que se encontram no mundo do trafico e do crime vem aumentando.3.3 CRIANA E ADOLESCENTE E AS DROGAS

As drogas so um problema social presente em todas as classes sociais e em todos os locais. No entanto, em festas, bares e danceterias encontra maior espao. A ateno da sociedade para o fato deve ser redobrada, pois a tolerncia e o descaso que difundem seu consumo e inferiorizam a real magnitude deste mal. (Padre Cleodon).

Na atualidade o tema droga vem sendo discutido amplamente no um assunto novo, mais que deixa de ser tratado como caso de policia e passa a ser tratando como caso de sade.

A desigualdade social vem lanando a cada dia crianas e adolescentes no mundo do crime, sem acesso a escola de qualidade, bens e servios, o jovem fica mais exposto aos fatores de risco, sendo as drogas uma delas, que tem um efeito devastador nas famlias.Nessa fase de criana e adolescentes eles se sentem onipotente, desafiam os pais, mes professoras se sentem inatingveis, preferem os esportes radicais e tudo o que apresenta riscos e adoram desafiar a autoridade de seus tutores. Esse o perodo em que eles tendem a experimentar a droga.O primeiro contato, com drogas normalmente dentro da prpria casa com as chamadas drogas licitas, como cigarro, lcool e medicamentos. Ou seja, a iniciao do uso de substancias psicoativa comea de forma legalizada. E a desenvolve o interesse maior daquelas pessoas que tem o prazer maior e em especial com o uso dessas drogas.Pode-se considerar a crianas e o adolescente que se encontra em situao de vulnerabilidade social, os principais alvos das drogas, tanto as legais, quanto as ilegais, com grandes possibilidades de envolvimento com o trfico. O profissional de servio social tem que ter claro que os efeitos do uso de substancias psicoativas, pois esses efeitos atingem outros nveis, ultrapassando o contexto do usurio. Ter o usurio como o sujeito principal, mais sem esquecer que as famlias merecem ateno, e auxilio no enfrentamento das dificuldades que envolvem o processo de educao e reabilitao.

O papel da famlia na preveno do contato da criana e do adolescente com drogas licita e ilcitas fundamental, pois todo o grupo afetado quando uma mudana ocorre em um de seus membros. Porm, o equilbrio entre as mudanas e a estabilidade uma habilidade da famlia, de forma que, quando ela est em ordem, todos os relacionamentos sociais da humanidade tambm esto.

Para a Organizao Mundial de Sade (OMS), tem menor risco de uso abusivo de drogas o indivduo pertencente a uma famlia bem integrada, nela mesma e na sociedade, e que conta com fatores protetores como estar bem informado, ter qualidade de vida, ter difcil acesso s drogas, conviver em um lar harmnico, receber o alerta precoce dos pais e, em especial, das mes, associado observao direta e clara dos danos fsicos e morais decorrentes do envolvimento com as drogas.

A droga hoje virou mania, e a cada dia que passa muitos jovens ingressam nessa vida das drogas ainda criana, muitos tem o primeiro contato, no ambiente famlia em festas entre outros. O grfico abaixo fica claro que as crianas esto ingressando precocemente no mundo das drogas.

Fonte: CORREA 2001Em geral esses jovens iniciam o consumo a partir da maconha, lcool, cigarro, crack entre outras drogas como disposto no grfico a seguir

Fonte: CORREA 2001

O que leva a grande maioria desses jovens ao mundo da droga a curiosidade, a influncia de amigos para ser aceito em um determinado grupo, depresso e solido, desestrutura familiar, baixo auto-estima, problemas emocionais e financeiros, falta de religio e compromisso entre outros.

4 DROGAS

4.1 CONCEITUANDO A DROGA

Tomando como ponto de partida a definio do que droga e assim ser apresentados aos seus conceitos e suas definies mais importantes, para a construo terica profissional.

As drogas so substancias que produz alteraes, mudanas nas sensaes, no grau de conscincia e no estado emocional. Causando alteraes variadas de acordo com as caractersticas da pessoa que as usa, como por exemplo a droga utilizada a quantidade o efeito que se espera da droga e as circunstancias em que consumida.

Para a OMS, DROGA qualquer substncia que, no sendo produzida pelo organismo, tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alteraes em seu funcionamento.

Sendo classificadas em licitas e ilcitas, as drogas lcitas so aquelas permitidas pela legislao, cujo uso admitido e consentido pela sociedade, podendo ser consumidas livremente como o lcool e o cigarro hoje no Brasil segundo a OMS

As drogas ilcitas respondem por 0,8% dos problemas de sade em todo o mundo, enquanto o cigarro e o lcool, juntos, so responsveis por 8,1% desses problemas. Fonte: OMSNesse sentido, muitos questionam a aceitao, por parte da sociedade, das drogas lcitas, uma vez que as mesmas so prejudiciais para a sade e tambm causam dependncia nos usurios. Assim, o critrio de legalidade ou no de uma droga historicamente varivel e no est relacionado, necessariamente, com a gravidade de seus efeitos. Alguns at mesmo afirmam que esse critrio fruto de um jogo de interesses polticos, e, sobretudo, econmicos.

As drogas ilcitas so substancias proibidas de serem produzidas, comercializadas e consumidas. So drogas ilcitas maconha, cocana, crack, xtase, LSD, inalantes, herona, barbitricos, morfina, Skank, ch de cogumelo, anfetaminas, clorofrmio, pio entre outras. Por serem proibidas essas drogas entram no pas de forma ilegal atravs do trafico, que promove a comercializao sem a autorizao das autoridades. Uma das grandes conseqncias desse comrcio ilegal de drogas ilcitas a violncia, o envolvimento de crianas e jovens no crime, entre outros problemas para a sociedade.

No Brasil no ano de 2006 foi criada a lei N 6.368/76 que regulamenta o trato jurdico as drogas ilcitas com arranjos de medidas de preveno, represso ao trafico ilcito e ao uso indevido de substancias entorpecente ou que determinem dependncia fsica ou psquica. Com essa lei o usurio pode ser criminalizado como usurio ou traficante sendo caso de policia.

Nesse mesmo ano foi sancionada a Lei n 11.343, este novo instrumento legal tem um carter avanado, distingue do traficante tanto o usurio quanto o dependente, as penas e outras medidas so diferenciadas. Os usurios e dependentes estaro sujeitos s medidas scio-educativas e, os traficantes, s medidas privativas de liberdade. Outra mudana que foi observada a deciso de legislar a respeito da reinsero social desse usurio ou dependente, que no era contemplada na lei anterior.

No Brasil ate a dcada de 90 no dispunha de uma poltica especifica para o problema de dependncia de drogas, sendo enfrentado a partir de medidas repressivas direcionadas para o impedimento da oferta e do comercio das drogas.

Na atualidade, j existe polticas voltadas para questo social da dependncia qumica, como o Sistema Nacional Antidrogas (SISNAD), criado aps uma assemblia com a ONU onde foi firmado um compromisso com presidente da Republica Fernando Henrique Cardoso com o intuito de enfrentamento dessa demanda. A partir do SISNAD outros rgos participantes do programa, elaboram em 2001 a Poltica Nacional Antidroga (PNAD) destacando a relevncia do tema, e a sua ligao com o trafico e crime organizado, sendo questes de ordem econmica o que motivam a existncia dessa poltica.

J em 2003 em seu primeiro ano de gesto o presidente Lula atravs do Ministrio da Sade, cria outra poltica para o enfrentamento da questo das drogas no pas a Poltica para Ateno a Usurios de lcool e Outras Drogas, com o intuito de reduo de danos tendo como foco a pessoa humana, percebendo que os danos decorrentes do uso de drogas so resultantes da interao entre um sujeito, um produto e um contexto scio-cultural.

Desta forma, consideram as substncias lcitas ou ilcitas como mercadorias, tendo o indivduo liberdade de escolher entre consumi-las ou no.

Segundo um relatrio do governo americano, mostra que o Brasil o maior consumidor de drogas da America do Sul e este consumo vem aumentando possuindo, na atualidade 900 mil consumidores de cocana. possvel que esse nmero seja bem maior, se realizado pesquisas em capitais e municpios poderamos ver a dimenso do problema que crescente em nosso pas.

4.2 HISTRIA DAS DROGASBreve histrico

Segundo alguns relatos encontrados em artigos, a ingesto de bebidas alcolica existe a 6.000 a.C, que o pio conhecido desde a antiguidade. E que a maconha era utilizada na China com fins teraputicos desde 1730 a.C. E que cocana foi descoberta pelos espanhis com a chegada deles ao Peru e Bolvia. A droga foi usada ao longo de vrios anos para fins muito diferentes: em cerimnias religiosas, em sesses de meditao e na medicina. No existindo muitos problemas relacionados ao uso da mesma.

Com o passar dos anos essas mesmas drogas, vem causando srios problemas sociais, em sntese pode-se dizer que, as organizaes sociais, polticas, e econmicas foram mudando e se tornando cada vez mais complexas. Isso causou e causa ate o momento, grandes impactos na vida das pessoas e nas relaes delas com as drogas.

A realidade que a droga faz parte da historia da humanidade, no inicio sendo percebidas como benficas, e depois assumindo propores preocupantes, havendo uma banalizao, perdendo-se a ritualizao. Culturas ainda vivas utilizam substncias psicoativas dentro de um processo ritualstico. Neste as pessoas so preparadas para o uso destas substncias tendo como base todo um contexto histrico, social e cultural.

A droga passou a ser uma mercadoria como tantas outras presentes no mundo consumista e individualista. Com inmeras mudanas, o uso da droga perdeu o seu carter ritualstico adquirindo em alguns momentos o carter de contestao aos valores vigentes principalmente na dcada de 60; e o uso medicinal acabou sendo substitudo pelos remdios industrializados. Alguns desses remdios so s vezes usados de forma abusiva para causar barato, o que tambm pode causar dependncia.

O uso de drogas est muito alm do nosso conhecimento, pois no nasceu de uma determinada cultura e nem algo do momento atual. O conhecimento de alguns aspectos histricos do seu uso nos ajuda a compreender, em parte, hbitos, atitudes e normas culturais que no passado prevaleceram ou ainda prevalecem, ou tm influncia sobre o uso da droga.O homem, desde priscas eras, como todos tambm sabem, procurou achar uma beberagem ou remdio que tivesse o dom ou poder de tirar ou aliviar as dores, produzir alegria, no ter angstia, acalmar paixes, acabar com o medo, dando-lhe coragem para as lutas e nimo para as incertezas, tristezas e agruras da vida e, tambm, preservar a mocidade e a sade. (GALLO, 1984).

.Na atualidade muitas crianas e jovens, esto se perdendo e apesar de todas as informaes e alertas, elas continuam optando pelo uso de substncias qumicas, aumentando de forma assustadora a quantidade de dependentes qumicos.4.2 OS TIPOS DE DROGAS

As drogas so classificadas conforme os efeitos que produzem sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), podendo ser: Estimulantes depressoras e alucingenas

Drogas estimulantes

As drogas estimulantes so mais conhecidas como: anfetaminas, cocana, CRACK e merla, entre outras. Elas so desenvolvidas com substancias que aceleram a atividade do Sistema Nervoso Central (SNC) e este passa a se desenvolver mais rapidamente. O individuo comea ento a anda mais, corre mais, dorme menos, fala mais, come menos, entre outros efeitos.

Anfetaminas: tambm conhecida como benzedrina, criada por um cientista alemo em 1887 e foi comercializado em 1932 como um potente descongestionante nasal, um tipo de droga que se da por ingesto, os seus efeitos vai depender de diversos fatores, essa droga produz uma sensao de alerta, diminudo o cansao e elevando o humor. O organismo funciona acima de sua capacidade se submetendo a esforos excessivos.

E possvel que em alguns casos, o uso prolongado e em doses maiores pode tornar o usurio agressivo, irritado e delirante. Em caso de uso abusivo o usurio pode chegar a um estado de parania, alucinaes e delrios, confuso do pensamento, alem dos sintomas fsicos como tremores, sudorese, respirao rpida, alteraes dos batimentos cardacos e da presso arterial.Cocana: A cocana foi utilizada pela primeira vez, como anestsico oftalmolgico em 1884 por Carl Koller. uma droga utilizada comprovadamente h mais de 1200 anos pelos povos nativos da America do sul. E ainda hoje o seu consumo legalizado em alguns pases como Peru e Bolvia como forma de ch, Era usada como inibidor de apetite, sendo levada para a Europa em 1580.

Nos primeiros minutos, de consumo tanto por inalao quanto ingerida ou injetada o usurio tem alucinaes, euforia, sensao de fora muscular e mental. Seus batimentos ficam acelerados, a respirao torna-se irregular e surgem paranicos, crises psicticas e condutas perigosas a ele prprio ou a terceiros. Deixando leses graves no nariz.

CRACK: O CRACK surge a partir de uma mistura de cocana, bicarbonato de sdio e gua destilada. Pouco solvel em gua usada sob forma de pedra branca ou amareladas parecidas com gro de chumbo. uma droga considerada seis vezes mais potentes que a cocana. A expectativa de vida de um usurrio situa-se entre dois a cinco anos.

No pretendo aqui me aprofundar ao tema crack, serei breve, pois pretendo em um capitulo a seguir destinado a essa droga fazer consideraes sobre essa substancia psicoativa SPA.Drogas depressoras

As mais conhecidas so o lcool, os sonferos, a herona, a morfina, cola de sapateiro, remdios ansiolticos, antidepressivos e seus derivados. So drogas que se diferem muito em suas propriedades fsicas e qumicas, mas que apresentam, a mesma caracterstica em seus efeitos como diminuio da atividade motora, da reatividade dor e da ansiedade, e comum um efeito de melhoria do bem estar em geral.

lcool: o lcool a droga de uso mais freqente na sociedade, entre adultos jovens e criana, o lcool etlico ou metanol surge a partir da fermentao ou destilao da cana de acar, cevada entre outros. Sendo considerada a droga mais conhecida desde a pr historia e praticamente, todas as culturas tm ou tiveram alguma experincia com sua utilizao. de longe a droga psicotrpica de maior uso e abuso sendo amplamente disseminada em um grande nmero de pases na atualidade.Os efeitos dessa droga no usurio so inibitrios no crebro, levando ao relaxamento e sedao do organismo. Diversas partes do crebro so afetadas pelo efeito sedativo do lcool, como aquelas responsveis pelo movimento, memria, julgamento, respirao, etc.

Herona: Essa droga foi sintetizada por Dreser em 1896, iniciando neste mesmo ano a produo em grande escala uma substancia depressora do SNC, sendo capaz de alterar as sensaes de prazer e dor. Podendo ser consumida de forma injetada ou inalada.

Os efeitos dessa droga no organismo o retardamento do mesmo tornando todas as funes metablicas mais lentas, pois deprime o SNC. Seus efeitos duram por aproximadamente quatro horas, sendo relatado por alguns usurios sensao inicial de intenso prazer, bem-estar e euforia, assim causando uma diminuio de sensaes da dor, fome, tosse e desejo sexual. Aumentando a respirao a freqncia cardaca, fazendo com que o usurio se sinta aquecido, pesado e sonolento. O seu uso Poe provocar no usurio um colapso dos vasos sanguneos, infeces bacteriana das vlvulas cardacas, doenas do fgado e rins, pneumonias, tuberculose, entre outras. Srios prejuzos no campo social e familiar.

Morfina: A morfina um frmaco narctico que usado no tratamento sintomtico da dor. Ela est presente no pio. Apresentam efeitos muito parecidos com os da herona, porem, com caractersticas euforizantes menores.Drogas alucingenas

As substncias perturbadoras da atividade do sistema nervoso central (SNC) referem-se ao grupo de substncias que modificam qualitativamente a atividade do crebro. Ou seja, perturbam, distorcem o seu funcionamento, fazendo com que a pessoa passe a perceber as coisas deformadas, parecidas com as imagens dos sonhos. Este grupo de substncias tambm chamado de alucingenos, psicodlicos, psicoticomimticos, psicodislpticos, psicometamrficos, alucinantes.

As drogas mais comuns que fazem parte desse grupo so a maconha, o haxixe, o LSD, o cogumelo e o Ecxtasy.

Maconha: a maconha considerada uma das plantas mais antigas conhecidas pelo homem, aparecendo as primeira citaes de seu uso em torno de 2723 a.C. em um texto medicinal conhecido com Shen Nung, Pen-Tsao King (chins) sendo classificada como Tonica, efetivas e txicas. Era usada para fins medicinais como clicas menstruais, asma e inflamaes da pele. E tambm era utilizada para amenizar males fsicos e espirituais.

No final do sculo XVIII, a maconha chega a Europa, sendo levada da China, ndia e Oriente Mdio, seguindo posteriormente para a Africa e Amricas. Em 1753, foi classificada por Linn como Cannabis Sativa.

No Brasil chegou ao final do sculo XVIII na poca das capitanias, sendo usada principalmente para a produo de fibras. At 1937, quando foi proibida por lei nos Estados Unidos, onde tambm era usada na forma de chs para combater a dor, a asma e o estresse, mas pouco ainda se conhecia sobre a planta. Foi em 1964 que o pesquisador Raphael Mechoulan, da Univerdsidade de Tel Aviv, em Israel, descobriu o THC (Tetrahidrocanabinol), princpio ativo responsvel pelos efeitos da planta.

Ao fuma a substncia o usurio tem a sensao de maior conscincia e desinibio, comea a falar mais, rir sem motivo e ter acessos de euforia, perdendo a noo de espao e a memria recente, alem de apresentar um aumento considervel do apetite. Os olhos so afetados, ficam vermelhos e injetados. O uso em excesso, pode produzir efeitos paranicos e pode ativar episdios esquizofrnicos em pacientes psicticos.

Haxixe: Essa droga derivada da maconha uma pasta semisslidas obtida por meio de grande presso nas inflorescncias, preparao com maiores concentraes de THC (tetrahidrocanabinol), uma das diversas substncias produzidas pela planta, principal responsvel pelos seus efeitos psquicos. E os seus efeitos so semelhantes ao da maconha

LSD: considerado uma das mais potentes substancias alucingenas conhecidas, o cido LSD foi isolado em 1938, pelo qumico suo Albert Hoffmann. um componente derivado de um fungo que infecta a cevada e outros gros. Hoffman ingeriu uma pequena dose da substncia acidentalmente e assim descobriu os seus efeitos e relatou seu estado como um delrio no desagradvel caracterizado pela excitao da fantasia. Em seu livro LSD, My Problem Child, o qumico explorou importantes questes sociais que levaram a droga completa ilegalidade na maioria dos pases, inclusive para pesquisas cientficas e clnicas, conjecturando que talvez essa vetao no ocorresse to bruscamente, caso pessoas predispostas a desordens psiquitricas, entre as demais em que a droga pudesse desencadear efeitos adversos, no fossem facilmente expostas ao composto. Timothy Leary foi o grande disseminador do uso irrestrito e conseqentemente descomedido da droga.

Esta substncia pode provocar iluses, alucinaes (auditivas e visuais), grande sensibilidade sensorial (cores mais brilhantes, percepo de sons imperceptveis), sinestesias, experincias msticas, flashbacks, parania, alterao da noo temporal e espacial, confuso, pensamento desordenado, despersonalizao, perda do controle emocional, sentimento de bem-estar, experincias de xtase, euforia alternada com angstia, pnico, ansiedade, dificuldade de concentrao, perturbaes da memria, psicose por m viagem (bad trip) terminologia utilizada por usurio para designar um efeito adverso do uso da droga, como, por exemplo, sentimentos de perda do controle, distores da imagem do corpo, alucinaes bizarras e aterrorizantes, medo da insanidade ou da morte, desespero e tendncia suicida. Podero ainda ocorrer nuseas, dilatao das pupilas, aumento da presso arterial e do ritmo cardaco, debilidade motora, sonolncia, aumento da temperatura corporal durante a atividade da droga. Esses efeitos so atribudos alterao temporria do sistema nervoso central e no ao da substncia sobre a massa corprea como um todo. Outro efeito a possibilidade de flashbacks.

Cogumelo: No Brasil, existem duas espcies de cogumelos alucingenos, o Psylocibe cubensis e a espcie do gnero Paneoulus. Essa droga geralmente ingerida em forma de ch. O seu efeito dura cerca de seis a oito horas, propiciando relaxamento muscular, nuseas e dores de cabea, seguido de alucinaes visuais e auditivas. O que torna o cogumelo preocupante a possibilidade, rara de o usurio ser tomado de um delrio persecutrio, delrio de grandeza ou acesso de pnico e, em virtude disto, tomar atitudes prejudiciais a si e aos outros.

Ecxtasy: uma substncia alucingena que guarda relao qumica com as anfetaminas, e apresenta propriedades estimulantes. Seu uso est associado a certos grupos, como os jovens freqentadores de danceterias ou boates. H relatos de casos de morte por hipertermia maligna, em que a participao da droga no completamente esclarecida. Possivelmente, a droga estimula a hiperatividade e aumenta a sensao de sede ou, talvez, induza um quadro txico especfico. Quando ingerido com bebidas alcolicas, pode ocasionar choque cardiorrespiratrio, levando a morte. Em termos de efeitos secundrios, ao mais relatados so depresso e erupes cutneas no rosto nos dias subseqentes ao uso.5 CRACK, O MAL DO SCULO

Muito tem se falado dessa droga que vem tomando conta de nossas crianas e jovens brasileiros, ela no escolhe a classe social, a cor do cabelo nem tampouco o sexo, droga de alto potencial para gerar dependncia qumica e de baixo custo. Vem causando graves conseqncias em nossa sociedade.

O CRACK derivado da cocana, uma droga que surgiu nos anos 60, sendo consumida por grupos de amigos em um contexto recreativo. Na poca a cocana era considerada uma droga cara, sendo apelidada de a droga dos ricos sendo considerados uns dos principais motivos da criao de uma cocana mais acessvel. Nos anos 70 comeam a misturar a cocana com outros produtos, surgindo ento o CRACK. Na dcada de 80, o CRACK se torna popular, principalmente entre as camadas mais pobres dos Estados Unidos.

Essa droga atinge gravemente a sade mental e fsica do usurio, debilitando rapidamente famlias e ralaes sociais. Com isso os ndices de criminalidade, violncia entre outros problemas sociais tendem a aumentar.

Para combater esse mal que vem tomando conta de nossa sociedade necessria preveno, atravs da educao para conscientizar crianas e jovens, dessa epidemia que domina e mata os seus usurios.

Nesse capitulo iremos compreender o que a droga? Qual o seu efeito no usurio? De que forma atuar com essa demanda? para o servio social, um profissional que trabalha na perspectiva de garantir os direitos individuais do cidado. Este no um problema somente do usurio ou de sua famlia ou somente do Estado esse um problema de toda a sociedade, e todos devem de forma articulada com Estado lutar pela erradicao desse mal.

No Brasil o uso dessas substncias psicoativas, e ilegais vem crescendo de forma avassaladora, vale ressaltar que o consumo de lcool e o tabaco tambm so utilizados por crianas e adolescentes largamente.

Segundo um estudo indito realizado pela Confederao Nacional de Municpios - CNM o CRACK atinge 98% dos municpios brasileiros.

Ter atendimento qualificado para essa populao de usurios de crack das regies mais vulnerveis, a necessidade de se criar uma relao de confiana requer um trabalho territorial, com forte investimento na formao com base em conhecimentos de como trabalhar com essa demanda. O trabalho contnuo no combate a misria e a melhoria das polticas pblicas no campo social so fatores primordiais na preveno ao abuso de todas as drogas.

O QUE CRACK?

O CRACK uma substncia psicoativa que estimula o Sistema Nervoso Central - SNC, o seu preparo a partir da mistura da pasta de cocana com bicarbonato de sdio, sendo adicionada a essa mistura outras substncias txicas como gasolina, querosene e at gua de bateria, ate virar uma substancia solida a chama pedras que no solvel em gua e no pode ser injetada. O seu uso se dar atravs de cachimbo, tubo de PVC ou aquecida em uma lata, ao ser aquecido a uma temperatura media de 95C, passa do estado slido ao de vapor. Produzindo um rudo que lhe deu o nome.

SEUS EFEITOSO CRACK, como citado anteriormente tem efeitos devastadores na vida do usurio, o afetando fisicamente, neurologicamente, psicologicamente, socialmente e em suas relaes familiares. Essa droga aps ser fumado, seu efeito inicia em poucos segundos, a cocana se volatiza e entra no organismo sob a forma de vapor, ganhando a circulao sangunea e chega rapidamente ao Sistema Nervoso Central, rgo responsvel por enviar os estmulos nervosos para as demais partes do corpo humano. Por ter efeito imediato e as sensaes passarem rapidamente, o usurio acaba usando em maiores quantidades.

O crack acelera os batimentos cardacos, aumenta presso arterial, dilata as pupilas, causa suor intenso, tremor muscular e excitao acentuada, anorexia, insnia, indiferena a dor e ao cansao, sndrome de abstinncia, depresso, baixa a imunidade, ansiedade, agressividade, emagrecimento, AVC Acidente Vascular Cerebral e leses cerebrais irreversveis.

O consumo dessa substancia psicoativa pode causar impactos profundos nas relaes sociais e familiares do usurio. Quando o uso da droga se torna freqente, a pessoa deixa de sentir prazer em outros aspectos da vida, como o convvio com parentes e amigos. Toda a dinmica familiar e social afetada por esse comportamento, fragilizando os relacionamentos.

Segundo a psicoterapeuta familiar Eroy Silva, da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp), o uso abusivo do crack est associado ao isolamento, perda ou afastamento do trabalho, estreitamento do repertrio social e problemas familiares como separaes conjugais, deteriorao da convivncia e isolamento. O usurio se afasta do crculo familiar e dos amigos e passa a maior parte do tempo sozinho consumindo a droga ou com pessoas que tambm fazem o uso. As relaes so caracterizadas mais pelo consumo coletivo da droga do que por vnculos afetivos, afirma.

Para a criana e o adolescente que faz uso dessa substncia podem ter o desenvolvimento cerebral comprometido, com impacto direto na capacidade cognitiva, ou seja, na maneira como o crebro percebe, aprende, pensa e recorda as informaes captadas pelos cinco sentidos. Apresentando dificuldade de aprendizado, raciocnio memria, concentrao e soluo de problemas, o que afeta o progresso acadmico, o comportamento e a freqncia escolar.

Eles tendem a ter histrias de prejuzo no desempenho educacional, possuem menor probabilidade de ter um emprego formal na vida adulta e maiores ndices de envolvimento criminal do que usurios de cocana em p. Felix Kessler, psiquiatra da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Podendo tambm apresentar distrbios de conduta, transtornos afetivos e alimentares, alem de transtornos ansiosos como fobia social e quadro de estresse, nos usurios crnicos em fase de desenvolvimento.

Levando as crianas e os adolescentes a adotar atitudes de risco para obter a substancia, sendo submetidos explorao sexual comercial, em relaes desprotegidas, roubar e se envolver no mundo do crime.

Tratamento

Existem tratamentos ambulatoriais, internao atravs de medicamentos, auto-ajuda e tratamento psicoterpico.

O dependente qumico deve procurar o que melhor se adapta ao seu caso.

O CRACK, no um vicio fcil de ser curado, pois o dependente qumico se torna refm dessa droga, a reinsero social, e o convvio familiar vai depender muito do usurio em alguns casos necessrio a internao compulsrio no sendo aprovado por alguns especialistas, mais isso ser um mal necessrio.

E a participao da famlia da comunidade e da persistncia do mesmo nesse momento de fundamental importncia. Quanto mais precoce se buscar ajuda mais possvel o sucesso do tratamento A ajuda profissional indispensvel, porm, amor, compreenso e pacincia no so apelos demaggicos; mas, sim, estratgias concretas de ajuda, que qualquer deciso pode proporcionar ao seu semelhante em risco. Manter-se bem informado e ter boa vontade atitudes que podem contribuir muito para o tratamento dos dependentes qumicos.Preveno

Como forma de prevenir que mais crianas e adolescente tenham contato com essa droga, que mata e causa dependncia em um primeiro contato. Deve ter o envolvimento da sociedade da famlia de educadores entre outros. Na informao educao e programas sociais, quanto ao mal que essa droga provoca na sade tanto fsico mental e social. Usar a educao na preveno fundamental, ter pessoas treinadas profissionais qualificados na luta contra essa substancia psicoativa, que destri sonhos e vidas, a soluo.O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE O ATENDIMENTO A CRIANA E ADOLESCENTE DEPENDENTE QUMICO A dependncia qumica um mal que vem afetando famlias inteira o uso de substncia psicoativo - SPA como o CRACK entre outras, vem crescendo a cada dia, e essas drogas no fazem distino de sexo, cor e religio, simplesmente entra em lares sem pedir licena. Causando em seus usurios danos irreparveis na sade, no trabalho e no convvio social.

A dependncia qumica tratada aqui ser a droga mais conhecida como CRACK, essa droga vem destruindo famlias, roubando sonhos de crianas e adolescentes que esto se envolvendo e entrando pra esse mundo a cada dia mais cedo, uma substncia psicoativa - SPA com preo acessvel, e estimula o sistema nervoso central, hoje uma substancia que no afeta somente a classe pobre, ela vem envolvendo jovem de classe media alta, levando o que a pessoa construiu no decorrer de sua vida.

Algumas pessoas que hoje so adultos ingressaram no mundo do CRACK ainda criana, perdendo a noo do que vida, famlia, do que ter uma vida social, higiene com o prprio corpo, perdendo ate a prpria dignidade. Segundo alguns documentrios na cidade do CRACK a chamada cracolndia em So Paulo, veiculado, pela rede globo de televiso no profisso reprter e relato de alguns usurios eles passam ate quinze dias sem dormir, tomar banho, uns levam meses sem dar noticias a famlia, vivendo na rua sobre o efeito da droga.

O perfil desses usurios normalmente de crianas jovens e adultos de baixa escolaridade, desempregados, provenientes de famlias desestruturadas e de baixa renda.

Para a criana e o adolescente, a dependncia qumica, ainda mais devastadora uma vez, que eles ainda esto em desenvolvimento psicolgico e fsico, se tornando ainda mais complicado o tratamento. A grande maioria desses usurios teve o primeiro contato com a droga no lugar em que era pra se sentir mais seguro em seu lar, o lcool hoje considerado a porta de entrada para muitas drogas e o CRACK uma delas.

Na atualidade o crack, considerado um problema social de sade pblica e polticas pblica, voltada para atender essa demanda que vem aumentando a cada minuto. Contudo pode-se afirmar que as campanhas antidrogas no esto sendo eficaz, e no esto atingindo as crianas e os adolescentes uma vez que esse nmero de usurios vem aumentando radicalmente.

A dependncia qumica do CRACK uma doena que atinge todas, tanto o usurio que se torna refm da mesma, quanto s pessoas que fazem parte de seu convvio, em sua grande parte os pais que por falta de tempo, tendo que manter o sustento da famlia no percebe as mudanas que vem ocorrendo, se dando conta no perodo em que a criana j esta dependente, e comeam a pegar objetos de dentro de casa para manter o vicio.Para o servio social, profissional que lida com as expresses da questo social, atuar com essa demanda de crianas e adolescentes dependentes qumicos um grande desafio.

O Brasil hoje no esta preparado para atender esse pblico, muito se tem ouvido falar nas rdios, televiso e telejornais entre outros os problemas da sade publica. E para o usurio no seria diferente, faltam leitos para internao, centro de reabilitao pblico para crianas e adolescentes, entre outros problemas. Existindo tambm uma grande falha nos programas de preveno. E quanto ao trafico, consegue ser mais eficiente e organizado quanto represso policial.

No decreto N 7.179 de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. Reza no seu art. 2 So objetivos do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas:I-estruturar, integrar, articular e ampliar as aes voltadas preveno do uso, tratamento e reinsero social de usurios de crack e outras drogas, contemplando a participao dos familiares e a ateno aos pblicos vulnerveis, entre outros, crianas, adolescentes e populao em situao de rua; II-estruturar, ampliar e fortalecer as redes de ateno sade e de assistncia social para usurios de crack e outras drogas, por meio da articulao das aes do Sistema nico de Sade - SUS com as aes do Sistema nico de Assistncia Social - SUAS;III-capacitar, de forma continuada, os atores governamentais e no governamentais envolvidos nas aes voltadas preveno do uso, ao tratamento e reinsero social de usurios de crack e outras drogas e ao enfrentamento do trfico de drogas ilcitas; IV-promover e ampliar a participao comunitria nas polticas e aes de preveno do uso, tratamento, reinsero social e ocupacional de usurios de crack e outras drogas e fomentar a multiplicao de boas prticas; V-disseminar informaes qualificadas relativas ao crack e outras drogas; eVI-fortalecer as aes de enfrentamento ao trfico de crack e outras drogas ilcitas em todo o territrio nacional, com nfase nos Municpios de fronteira.O que podemos concluir que h uma falha das polticas pblicas na preveno, no tratamento e na reinsero dos dependentes qumicos na famlia e no meio social. Quanto ao do profissional de servio social nessa problemtica. Simionatto define como:

A ao profissional do Servio Social junto aos usurios de drogas se faz necessria, pois o assistente social lida com demandas diversificadas que abrangem desde questes materiais ligadas prpria sobrevivncia, quanto s questes ligadas a esferas de valores e comportamentos (SIMIONATTO, 1998)

O profissional no atua sozinho nessa demanda ele integra uma equipe interdisciplinar. Nesse sentido, a interlocuo com profissionais de diferentes reas mostra-se como caminho adequado para ajudar a interveno profissional dirigida garantia dos direitos da infncia e da juventude

O assistente social ao atender uma criana ou adolescente, deve no s ter conhecimento terico-conceitual da problemtica como dispor de um arsenal tcnico-operativo permitindo assim qualificar sua atuao e com isso buscar a consolidao do Estatuto da Criana e do Adolescente - ECA.Segundo YAZBEK o profissional do Servio Social na rea da dependncia qumica, tem dado grande nfase preveno e recuperao dos usurios de lcool e outras drogas. Intervm nas relaes sociais que fazem parte do cotidiano de sua populao usuria atravs de aes scio-educativas, voltando-se tambm numa perspectiva emancipatria, defendendo, preservando e efetivando direitos sociais. O profissional nessa rea de ao perpassa pelo desenvolvimento de estratgias profissionais, assumindo um carter de reconstruo das relaes sociais, e no fortalecimento do projeto de vida do usurio. um campo de atuao considerado novo, e que o profissional, deve condicionar o usurio na busca pela sua autonomia, e reinsero desse no seu vnculo afetivo, melhorando sua auto estima, com o compromisso da defesa intransigente dos direitos humanos, da justia e da democracia.

O atendimento a criana e o adolescente usurio de substancias psicoativas contextualizadas na vulnerabilidade social, ou seja, ligada a algum aspecto negativo como desestrutura familiar, sem oportunidade na educao, sade e proteo social, que so os mnimos sociais de obrigao da famlia sociedade e do Estado a garantir esses direitos que no esto sendo atendidos, tornando-se fragilizados com as expresses da questo social um desafio para o profissional que deve buscar uma ao interventiva com a participao do usurio, buscando informar e conscientizar, proporcionando-lhes o conhecimento social, entendendo que estas problemticas so frutos da contradio do capitalismo.

Ao lidar com essa problemtica de usurios de crack, que vivem em condies precrias, de higiene, e com a excluso social, cercado de olhares crticos de familiares vizinhos, que j no acreditam mais na recuperao no tratamento. O profissional deve estar empenhado na eliminao do preconceito buscando o respeito diversidade.

O profissional tem que quebra a prpria barreira do choque cultural, pois essas crianas possuem linguagem prpria, com grias, sendo um desafio para o profissional, ao estabelecer estratgias viveis, no recusando tarefas socialmente atribudas, mas atribuindo um tratamento terico-metodolgico e tico-poltico diferenciado.

Com essa nova demanda de trabalho para o servio social de crianas e adolescentes vitimizados por uma poltica econmica cultural e social excludente cabe ao profissional intervir nas expresses da questo social, com conscincia, dentro das possibilidades e limites da interveno profissional, para que o usurio possa buscar o seu espao e reconstruir sua autonomia e assim tomar suas prprias decises.

O investimento em educao e em polticas pblicas ser a soluo para esse mal, que hoje vem sendo discutido, e preocupando pais educadores entre outros. Campanhas de preveno, esporte e lazer voltados para acrianas e adolescentes, podem ajudar a combater esse mal.

Educar para prevenir

METODOLOGIAA metodologia utilizada na elaborao desse trabalho de concluso de curso, foi a partir de referencias tericas publicadas em artigos, livros, dissertaes, teses reportagens e documentrios. Com assuntos pertinentes ao tema como: famlia, crianas e adolescentes, o Estatuto da Criana e do Adolescente ECA, vulnerabilidade social e o CRACK.

Tendo como ponto fundamental, a criana e o adolescente em situao de vulnerabilidade social e o seu envolvimento com o crack e a atuao do servio social diante dessa questo social.

A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, na tentativa de descrever a complexidade dessa problemtica, na busca da compreenso acerca desse crescente envolvimento de crianas e adolescentes em mundo que em alguns casos no tem como voltar, o mundo da pedra (nome usado pelos usurios).

Os dados presentes so secundrios, coletadas a partir do referencial terico, que tratam do assunto em questo. Apesar de o assunto proposto, ser muito comentado existe poucas referencias bibliogrfica e pesquisa referente ao tema, o que dificultou o desenvolvimento desse trabalho.

CONCLUSO

No uma questo de porrada e de punio, existem muitas outras questes a serem trabalhadas com a juventude brasileira (MV Bill, falco meninos do trafico, p. 40)

Essa fala de MV Bill, em seu livro falco meninos do trafico em que ele relata a vida, de muitas crianas e adolescente hoje no nosso pas, deixando claro, a excluso social vivida por muitos sem acesso a educao de qualidade, a sade a moradia, fatores bsicos de vida do ser humano. Estes por sua vez ingressam para o mundo do trafico, comeam a fazer uso de substancias psicoativo e entrando para o mundo do crime, para ajudar no sustento de casa, e alimentar o prprio vicio, sem perspectiva de passar dos vinte anos de idade. Essa a realidade de algumas crianas e adolescentes do Brasil. Que sobrevive com o dinheiro do trafico de drogas.

Hoje a desigualdade social, no pas, de acordo com o Centro de Pesquisas Sociais Da Fundao Getulio Vargas FGV, o numero de pobres no pas diminuiu 67% de 1994 ate 2010. Em nove anos, de 2001 a 2009, a renda dos 10% mais pobres cresceu 69%, em contrapartida a renda dos 10% mais rico cresceu bem menos 12,5%. Isso indica que vem melhorando a renda dos mais pobres, que esta havendo redistribuio da renda e reduo na concentrao. Mas esse quadro ainda tem que melhorar e muito, pois este ainda no o ideal. O pas, porm, continua com boa parte de sua renda nas mos de poucos. Segundo um estudo mais recente do instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE, 10% de brasileiros mais ricos detm 43% de toda a renda nacional; os 10% mais pobres vivem com apenas 1% da renda nacional isso representa o grave problema da concentrao de renda, com razes histricas.Entender essa problemtica das desigualdades sociais que permeia a sociedade entender tambm o problema de crianas e adolescentes que vivem em situao de vulnerabilidade social, essa discrepncia da renda nacional existente, coloca algumas crianas em situao de risco. A vulnerabilidade social tratada aqui no somente a pobreza, e sim fatores ligados a ela, como precrio acesso a servios pblicos, educao, sade, fragilizao dos vnculos afetivos, discriminao, falta de renda, moradia, entre outros. Essa condio se torna responsvel por levar muitas crianas e adolescente a cometer delitos, roubar, matar, a prostituio infantil ao uso de drogas etc.O envolvimento de crianas e adolescente com substncias psicoativas SPA, esta acontecendo precocemente, iniciando com as drogas licitas, com, bebidas alcolicas, uns passam a usar o tabaco, drogas totalmente legalizada, e que leva os menores a experimentar outras drogas como o crack. Hoje essas drogas legalizadas so vendidas facilmente para esse pblico, no havendo uma fiscalizao mais rigorosa por parte da sociedade, policia e conselheiros tutelar.A curiosidade tambm uma das grandes causas. A criana porque esto descobrindo o novo, na fase de conhecimento, sem discernimento do que certo ou errado, por no ter limites, acompanhamento dos pais nesse processo da infncia. E o adolescente por desafio, aos pais por ser uma droga perigosa, e por achar que tudo que proibido melhor. Ao experimentar essa substncia psicoativa, to potente que em alguns casos, causam dependncia na experimentao, criana e ao adolescente por afetar o sistema neurolgico e psicolgico se tornam refm da droga e delas mesmas.A dependncia qumica do crack hoje considerada uma doena, que em alguns casos letal. A falta de polticas pblicas efetiva nessa situao, na preveno, na educao na infncia e na adolescncia no vem sendo eficaz. Pois esse nmero vem aumentando. Levando em considerao o trabalho do profissional de servio social um profissional que lida com as expresses da questo social lhes dado uma nova demanda de atuao. O profissional deve estar preparado com conhecimentos tericos no assunto, ser critico e no fica alheio a essa situao que vem afetando famlias inteira e a sociedade em geral.

Esse no um problema que afeta somente as famlias mais carente, uma questo que qualquer pessoa esta sujeita a passar com seu filho, com um amigo, com algum da famlia, necessrio investimento na sade publica e polticas pblicas efetivas para atender os dependentes qumicos do crack.

A educao de crianas e adolescentes, contra essa mal, os seus direitos sendo atendido, o acesso a informao de famlias, sade de qualidade, investimento em esporte essa seria a sada como forma de preveno, uma realidade um pouco distante mais no impossvelUma distribuio mais equitativa da renda pela populao um fator bsico para promover a justia social e o desenvolvimento do pas. O Brasil esta caminha a passos lentos na luta pela diminuio da pobreza, mais ainda tem muito o melhorar.Esta dada um grande desafio ao profissional de servio social, que luta na defesa intransigente dos direitos social, e na perspectiva dos direitos individuais do cidado, pela igualdade, e contra qualquer forma de preconceito.Referencias BibliogrficasGODOI, Sueli; Santini, Maria Angela; Ferreira, Claudia Maria e Feij, Claudia Cristina Ciappina. Servio Social 5 Polticas Sociais II. UNOPAR virtual, pg. 71 a 115.

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Reportagem:Profisso Reprter - Cracolndia - 16/11/10 Parte 1/3

Disponvel em: http://www.youtube.com/watch?v=MlGTW1BrMlwProfisso Reprter - Cracolndia - 16/11/10 Parte 2/3

Disponvel em: http://www.youtube.com/watch?v=VgEqHXJQ9cg2011

O ATENDIMENTO A CRIANA E AO ADOLESCENTE EM SITUAO DE VULNERABILIDADE SOCIAL E O FATOR DE RISCO: CRACK

O ATENDIMENTO A CRIANA E AO ADOLESCENTE EM SITUAO DE VULNERABILIDADE SOCIAL E O FATOR DE RISCO: CRACK

2011

Londrina, _____de ___________de 20___.

Aos meus queridos pais, irmos, cunhada, sobrinho e amigos que sempre se fizeram presente em minha vida.

Ao grande amigo irmo de corao Samuel Ferreira (in memorian), por todos os momentos de alegria e amizade.