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1 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES” Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes” Curso de Habilitação Profissional de Técnico em Segurança do Trabalho Atendimento à Emergência em Sistema de Riscos MÓDULO II Tatuí-SP 2016

Atendimento à Emergência em Sistema de Riscos · de incêndio, líderes da brigada de incêndio, um representante dos brigadistas profissionais (se houver na edificação), um representante

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”

Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes”

Curso de Habilitação Profissional de

Técnico em Segurança do Trabalho

Atendimento à

Emergência em

Sistema de

Riscos

MÓDULO II

Tatuí-SP

2016

2

Sumário PLANO DE EMERGENCIA CONTRA INCÊNCIO.................................................................................... 3

Fluxograma de procedimento de emergência contra incêndio ....................................................... 9

Modelo de plano de emergência contra incêndio .............................................................................. 10

Exemplo de plano de emergência contra incêndio ........................................................................... 12

Planilha de Informações Operacionais ................................................................................................. 14

Modelo de Planta de Risco de Incêndio ............................................................................................... 16

DIREÇÃO DEFENSIVA ............................................................................................................................... 17

ACIDENTE DO TRABALHO ...................................................................................................................... 46

ESTATÍSTICA BÁSICA .............................................................................................................................. 54

3

PLANO DE EMERGENCIA CONTRA INCÊNCIO SUMÁRIO:

1- Objetivo

2- Aplicação

3- Referências normativas e bibliográficas

4- Definições

5- Plano de emergência contra incêndio

6- Procedimentos para vistoria do CB

ANEXOS:

A. Fluxograma de procedimentos de emergência contra incêndio

B. Modelo de Plano de emergência contra incêndio

C. Exemplo de Plano de emergência contra incêndio

D. Planilha de informações operacionais

E. Modelo de Planta de risco de incêndio

1- OBJETIVO:

1.1 Estabelecer os requisitos para a elaboração, manutenção e revisão de um plano de

emergência contra incêndio, visando proteger a vida, o meio ambiente e o patrimônio, bem

como viabilizar a continuidade dos negócios.

1.2 Fornecer informações operacionais das edificações ou áreas de risco ao Corpo de Bombeiros

para otimizar o atendimento de ocorrências.

1.3 Padronizar e alocar as plantas de risco de incêndio nas edificações para facilitar o

atendimento operacional prestado pelo Corpo de Bombeiros.

2- APLICAÇÃO:

2.1 Esta Norma de Procedimento Técnico (NPT) aplica-se às edificações e áreas de risco onde se

exige o Plano de Emergência contra Incêndio, de acordo com o Código de Segurança Contra

Incêndios e Pânico do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná.

2.2 Aplicam-se ainda a outras edificações que, por suas características construtivas, localização

ou tipo de ocupação, necessite do fornecimento de informações operacionais e da planta de risco

para as ações das equipes de emergência (públicas ou privadas), conforme solicitação do Corpo

de Bombeiros.

3 REFERÊNCIAS NORMATIVAS E BIBLIOGRÁFICAS

NBR 15219/2005 - Plano de emergência contra incêndio – Requisitos. Rio de Janeiro:

Associação Brasileira de Normas Técnicas.

FUNDACENTRO,” Introdução à Engenharia de Segurança de Sistemas”, 4 ed. São Paulo:

Fundação, 1994.

FireEx Internacional de Proteção Industrial Ltda. “Introdução à Análise de Risco – sistemática

e métodos”, 1ª edição, 1997.

IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, “Manual de Regulamentação de

Segurança contra Incêndios”, 1992.

NFPA 1620. “Recommended Practice for Pre-incident Planning”. Quincy: National Fire

Protection Association, 1998.

NFPA. “Handbook of Fire Protection”. 18 ed. Quincy National Fire Protection Association,

1998.

4

SELLIE, Gerald. “Seminário sobre a Intervenção dos Bombeiros no Meio Industrial”. São

Paulo: Fire-Ex Internacional de Proteção Industrial Ltda. 1997.

SEITO, Alexandre Itiu et al, “A Segurança Contra Incêndio no Brasil”. São Paulo: Projeto

Editora, 2008.

SFPE, “The SFPE Handbook of Fire Protection Engineering”, 2 ed. Quincy: National Fire

Protection Association.

4 DEFINIÇÕES E CONCEITOS:

Para efeito desta Norma de Procedimento Técnico aplicam-se as definições constantes da NPT

003/11 – Terminologia de segurança contra incêndio.

5 PLANO DE EMERGÊNCIA CONTRA INCÊNDIO:

5.1 Elaboração do Plano de emergência contra incêndio

5.1.1 Para a elaboração de um Plano de emergência contra incêndio é necessário realizar uma

análise preliminar dos riscos de incêndio, buscando identificá-los, relacioná-los e representá-los

em Planta de risco de incêndio.

5.1.2 Conforme o nível dos riscos de incêndio existentes, o levantamento prévio e o plano de

emergência devem ser elaborados por engenheiros, técnicos ou especialistas em gerenciamento

de emergências.

5.1.3 O profissional habilitado deve realizar uma análise dos riscos da edificação com o objetivo

de minimizar e/ou eliminar todos os riscos existentes, recomendando-se a utilização de métodos

consagrados tais como:

What if, Check list, HAZOP,

Árvore de Falhas,

Diagrama Lógico de Falhas.

5.1.4 O Plano de emergência contra incêndio deve contemplar, no mínimo, as informações

detalhadas da edificação e os procedimentos básicos de emergência em caso de incêndio.

5.1.5 As informações da edificação devem contemplar os seguintes aspectos: (ver anexos B e C)

5.1.5.1 localização (urbana, rural, características da vizinhança, distâncias de outras edificações

e/ou riscos, distância da unidade do Corpo de Bombeiros, existência de Plano de Auxilio Mutuo

(PAM));

5.1.5.2 construção (alvenaria, concreto, metálica, madeira etc.);

5.1.5.3 ocupação (industrial, comercial, residencial, escolar etc.);

5.1.5.4 população total e por setor, área e andar (fixa, flutuante, características, cultura etc.);

5.1.5.5 característica de funcionamento (horários e turnos de trabalho e os dias e horários fora do

expediente);

5.1.5.6 pessoas portadoras de necessidades especiais;

5.1.5.7 riscos específicos inerentes à atividade;

5.1.5.8 recursos humanos (brigada de incêndio, brigadas profissionais, grupos de apoio etc.) e

materiais existentes (saídas de emergência, sistema de hidrantes, chuveiros automáticos, sistema

de detecção de incêndio, sistema de espuma mecânica e de resfriamento, escadas pressurizadas,

grupo moto gerador etc.).

5

5.1.6 Os procedimentos básicos de emergência em caso de incêndio devem contemplar os

seguintes aspectos: (ver anexo A).

5.1.6.1 Alerta: identificada uma situação de emergência qualquer pessoa pode, pelos meios de

comunicação disponíveis ou sistema de alarme, alertar os ocupantes, os brigadistas, os

bombeiros profissionais civis e o apoio externo. Este alerta pode ser executado automaticamente

em edificações que possuem sistema de detecção de incêndio.

5.1.6.2 Análise da situação: após o alerta, deve ser analisada a situação, desde o início até o

final da emergência, e desencadeados os procedimentos necessários, que podem ser priorizados

ou realizados simultaneamente, de acordo com os recursos materiais e humanos disponíveis no

local.

5.1.6.3 Apoio externo: o Corpo de Bombeiros e/ou outros órgãos locais devem ser acionados de

imediato, preferencialmente por um brigadista, que deve informar:

Nome do solicitante e o número do telefone utilizado;

Endereço completo, pontos de referência e/ou acessos;

Características da emergência, local ou pavimento e eventuais vítimas e suas condições.

5.1.6.4 Primeiros Socorros: prestar os primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou

estabelecendo suas funções vitais, até que se obtenha o socorro especializado.

5.1.6.5 Eliminar os Riscos: por meio do corte das fontes de energia (elétrica etc.) e do

fechamento das válvulas das tubulações (GLP, oxiacetileno, gases, produtos perigosos etc.),

quando possível e necessário, da área sinistrada atingida ou geral.

5.1.6.6 Abandono de Área: proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário,

conforme comunicação preestabelecida, conduzindo a população fixa e flutuante para o ponto de

encontro, ali permanecendo até a definição final da emergência. O plano deve contemplar ações

de abandono para portadores de deficiência física permanente ou temporária, bem como às

pessoas que necessitem de auxílio (idosos, gestantes, etc.).

5.1.6.7 Isolamento da Área: isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos

de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.

5.1.6.8 Confinamento do Incêndio: confinar o incêndio de modo a evitar a sua propagação e consequências.

5.1.6.9 Combate ao Incêndio: proceder ao combate, quando possível, até a extinção do incêndio, restabelecendo a normalidade.

5.1.6.10 Investigação: levantar as possíveis causas do sinistro e os demais procedimentos

adotados, com o objetivo de propor medidas preventivas e corretivas para evitar a sua repetição.

5.1.7 Deve ser prevista a interface do Plano de Emergência contra incêndio com outros planos da

edificação ou área de risco (produtos perigosos, explosões, inundações, pânico etc.).

5.2 Divulgação e Treinamento do Plano de Emergência contra Incêndio.

5.2.1 O Plano de Emergência contra Incêndio deve ser amplamente divulgado aos ocupantes da

edificação, de forma a garantir que todos tenham conhecimento dos procedimentos a serem

executados em caso de emergência.

5.2.2 Sugerem-se que os visitantes sejam informados sobre o Plano de Emergência contra

Incêndio da edificação por meio de panfletos, vídeos e/ou palestras.

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5.2.3 O plano de emergência contra incêndio deve fazer parte dos treinamentos de formação,

treinamentos periódicos e reuniões ordinárias dos membros da brigada de incêndio, dos

brigadistas profissionais, do grupo de apoio etc.

5.3 Exercícios Simulados

5.3.1 Devem ser realizados exercícios simulados de abandono de área, parciais e completos, na

edificação, com a participação de todos os ocupantes, sendo recomendada uma periodicidade

máxima de um ano para simulados completos.

5.3.2 Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião extraordinária para

avaliação e correção das falhas ocorridas, com a elaboração de ata na qual constem:

Data e horário do evento;

Tempo gasto no abandono;

Tempo gasto no retorno;

Atuação dos profissionais envolvidos;

Comportamento da população;

Participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para a sua chegada;

Ajuda externa (por exemplo: PAM – Plano de Auxílio Mútuo etc.);

Falha de equipamentos;

Falhas operacionais;

Demais problemas levantados na reunião.

5.4 Manutenção do Plano de Emergência contra Incêndio

5.4.1 Devem ser realizadas reuniões periódicas com o coordenador geral da brigada de incêndio,

chefes e líderes de brigada de incêndio, um representante dos brigadistas profissionais (se

houver) e um representante do grupo de apoio, com registro em ata e envio às áreas competentes

para as providências pertinentes.

5.4.2 Nas reuniões periódicas devem ser discutidos os seguintes itens:

Calendário dos exercícios de abandono;

Funções de cada pessoa dentro do plano de emergência contra incêndio;

Condições de uso dos equipamentos de combate a incêndio;

Apresentação dos problemas relacionados à prevenção de incêndios, encontrados nas

inspeções, para que sejam feitas propostas corretivas;

Atualização de técnicas e táticas de combate a incêndio;

Outros assuntos.

5.4.2.1 Devem ser realizadas reuniões extraordinárias para análise de situação sempre que:

Ocorrer um sinistro;

For identificado um perigo iminente;

Ocorrer uma alteração significativa dos processos industriais ou de serviços, de área ou de

leiaute;

Houver a previsão e execução de serviços que possam gerar algum risco.

5.5 Revisão do Plano de emergência contra incêndio

5.5.1 O Plano de emergência contra incêndio deve ser revisado por profissional habilitado sempre

que:

Ocorrer uma alteração significativa nos processos industriais, processos de serviços, de área

ou leiaute;

7

For constatada a possibilidade de melhoria do plano;

Completar 12 meses da última revisão.

5.5.2 As alterações significativas nos processos industriais, processos de serviços, de área ou

leiaute, devem ser acompanhadas de uma avaliação por um profissional habilitado,

preferencialmente aquele que elaborou o plano de emergência contra incêndio, a fim de que

avalie e efetue as eventuais alterações necessárias.

5.5.3 As avaliações do plano devem contar com a colaboração do coordenador geral da brigada

de incêndio, líderes da brigada de incêndio, um representante dos brigadistas profissionais (se

houver na edificação), um representante do grupo de apoio e os profissionais responsáveis pelas

alterações significativas nos processos industriais, processos de serviços, de área ou de leiaute.

5.6 Auditoria do plano Um profissional habilitado deve realizar uma auditoria do plano a cada 12

meses, preferencialmente antes de sua revisão. Nesta auditoria deve-se avaliar se o plano está

sendo cumprido em conformidade com esta NPT, bem como verificar se os riscos encontrados na

análise elaborada pelo profissional habilitado foram minimizados ou eliminados.

6 PROCEDIMENTOS PARA VISTORIA DO CB

6.1.1 O Plano de emergência contra incêndio não deve ser exigido por ocasião da vistoria, para

fins de emissão do Certificado de Vistoria, sendo obrigatório apenas a Planilha de informações

operacionais e a Planta de risco de incêndio, nos termos dos itens 6.1.3. e 6.1.4.

6.1.2 Entretanto, uma cópia do Plano de emergência contra incêndio deve estar disponível para

consulta em local de permanência humana constante (portaria, sala de segurança etc.), podendo

ser requisitada pelo Corpo de Bombeiros na vistoria, em treinamento ou em situações de

emergência.

6.1.3 Planilha de informações operacionais

6.1.3.1 A Planilha de informações operacionais constitui no resumo de dados sobre a edificação,

sua ocupação e detalhes úteis para o pronto atendimento operacional do Corpo de Bombeiros.

6.1.3.2 As informações operacionais devem ser fornecidas por meio do preenchimento de

planilha, constante no “anexo D”.

6.1.3.3 A Planilha de informações operacionais deve ser apresentada por ocasião do pedido de

vistoria a ser realizada na edificação ou área de risco.

6.1.3.4 Quando da substituição de Projeto ou alteração dos riscos existentes na edificação, deve

ser feita a atualização da Planilha de informações operacionais.

6.1.3.5 O Serviço de segurança contra incêndio deve encaminhar uma cópia da Planilha de

informações operacionais para COBOM (CIOSP) e para o Posto de Bombeiro responsável pelo

atendimento daquela localidade.

6.1.4 Planta de risco de incêndio

6.1.4.1 A Planta de risco de incêndio visa facilitar o reconhecimento do local por parte das equipes

de emergência e dos ocupantes da edificação e das áreas de risco.

6.1.4.2 Planta de risco de incêndio deve fornecer as seguintes informações:

Principais riscos (explosão e incêndio);

Paredes e portas corta-fogo;

8

Hidrantes externos;

Número de pavimentos;

Registro de recalque;

Reserva de incêndio;

Local de manuseio e/ou armazenamento de produtos perigosos;

Vias de acesso às viaturas do Corpo de Bombeiros;

Hidrantes urbanos próximos da edificação;

Localização das saídas de emergência.

6.1.4.3 A planta de risco de incêndio deve permanecer na entrada da edificação, portaria ou

recepção, nos pavimentos de descarga e junto ao hall dos demais pavimentos, de forma que seja

visualizado por ocupantes da edificação e equipes do Corpo de Bombeiros, em caso de

emergências.

6.1.4.4 A planta de risco de incêndio deve ser elaborada em formato A2, A3 ou A4,

preferencialmente em escala padronizada, conforme modelo em anexo.

6.1.4.5 A Planta de risco de incêndio deve ser conferida pelo vistoriador no local a ser fixada, a

partir da primeira vistoria em que a edificação ou área de risco estiver ocupada.

6.1.4.6 Por ocasião de substituição de Projeto ou alteração dos riscos existentes na edificação,

deve ser feita a substituição da Planta de risco de incêndio.

9

ANEXO A

Fluxograma de procedimento de emergência contra incêndio

10

ANEXO B

Modelo de plano de emergência contra incêndio

B.1 Descrição da Edificação ou Área de Risco.

B.1.1 Identificação da Edificação: identificar o nome da empresa.

B.1.2 Localização: indicar o tipo de localização: se urbana ou rural, endereço, característica da

vizinhança, distância do Corpo de Bombeiros e meios de ajuda externa.

B.1.3 Estrutura: indicar o tipo, por exemplo: de alvenaria, concreto, metálica, madeira etc.

B.1.4 Dimensões: indicar área total construída e de cada uma das edificações, altura de cada

edificação, número de andares, se há subsolos, garagens e outros detalhes.

B.1.5 Ocupação: indicar o tipo de ocupação de acordo com o Regulamento de segurança contra

incêndio.

B.1.6 População: indicar a população fixa e flutuante, e suas características, total e por setor,

área e andar.

B.1.7 Características de Funcionamento: indicar os horários e turnos de trabalho, os dias e

horários fora do expediente de funcionamento e as demais características da planta,

departamentos, responsáveis e ramais internos.

B.1.8 Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais: indicar o número de pessoas e sua

localização na planta.

B.1.9 Riscos Específicos Inerentes à Atividade: detalhar todos os riscos existentes (por

exemplo: cabine primária, caldeira, equipamentos, cabine de pintura etc.).

B.1.10 Recursos Humanos: indicar o número de membros da Brigada de Incêndio, de

Brigadistas Profissionais, de Corpo de Bombeiros e outros meio de ajuda externa.

B.1.11 Sistemas de Segurança contra Incêndio: indicar os equipamentos e recursos existentes

(sistema de hidrantes, chuveiros automáticos, sistema de espuma e resfriamento, reserva técnica

de incêndio, reserva de líquido gerador de espuma, grupo moto gerador etc.).

B.1.12 Rotas de Fuga: indicar as rotas de fuga e os pontos de encontro, mantendo-os sinalizados

e desobstruídos.

B.2 Procedimentos Básicos de Emergência contra Incêndio: Os procedimentos descritos em

B.2.1 a B.2.10 estão relacionados numa ordem lógica e devem ser executados conforme a

disponibilidade do pessoal e com prioridade ao atendimento de vítimas.

B.2.1 Alerta: deve contemplar como deve ser dado o alerta em caso de incêndio (por exemplo:

através de alarme, telefone ou outro meio), especificar órgãos e telefones de quem deve ser

avisado e como os membros da Brigada e a população em geral devem ser avisados sobre o

alerta.

B.2.2 Análise da Situação: deve identificar quem vai realizar a análise da situação, qual a

responsabilidade desta pessoa, a quem ela vai informar caso seja confirmada a emergência e

demais providências necessárias.

11

B.2.3 Apoio Externo: deve identificar quem é a pessoa responsável por acionar o Corpo de

Bombeiros ou outro meio de ajuda externa. Deve estar claro que esta pessoa deve fornecer, no

mínimo, as seguintes informações:

Nome e número do telefone utilizado;

Endereço da planta (completo);

Pontos de referência;

Características do incêndio ou do sinistro;

Quantidade e estado das eventuais vítimas.

Uma pessoa, preferencialmente um brigadista, deve orientar o Corpo de Bombeiros ou o meio de

ajuda externa quando da sua chegada, sobre as condições e acessos, e apresentá-los ao Chefe

da Brigada.

B.2.4 Primeiros Socorros e Hospitais próximos: deve indicar quem são as pessoas habilitadas

para prestar os primeiros socorros a eventual vitima e os hospitais próximos.

B.2.5 Eliminar Riscos: deve indicar quem é a pessoa responsável pelo corte da energia elétrica

(parcial ou total) e pelo fechamento das válvulas das tubulações, se necessário.

B.2.6 Abandono de Área: deve indicar a metodologia a ser usada, caso seja necessário

abandonar o prédio e as pessoas responsáveis por este processo.

B.2.7 Isolamento de Área: deve indicar a metodologia a ser usada para isolar as áreas

sinistradas e as pessoas responsáveis por este processo.

B.2.8 Confinamento do Incêndio: deve indicar a metodologia a ser usada para evitar a

propagação do incêndio e suas consequências, bem como, as pessoas responsáveis por este

processo.

B.2.9 Combate ao Incêndio: deve indicar quem vai combater o incêndio e os meios a serem

utilizados em seu combate.

B.2.10 Investigação: após o controle total da emergência e a volta à normalidade, o Chefe da

Brigada deve iniciar o processo de investigação e elaborar um relatório, por escrito, sobre o

sinistro e as ações de contenção, para as devidas providências e/ou investigação.

B.3 Responsabilidade pelo Plano: o responsável pela empresa (preposto) e o responsável pela

elaboração do Plano de Emergência contra Incêndio devem assinar o plano.

12

ANEXO C

Exemplo de plano de emergência contra incêndio

C.1 Descrição da edificação ou área de risco

C.1.1 Identificação da edificação: condomínio comercial Juruá.

C.1.2 Localização: urbana.

Endereço: Av. Marechal Deodoro, 200 - Centro - Curitiba – PR.

Característica da vizinhança: alta concentração de edificações comerciais e residenciais

Distância do Corpo de Bombeiros: 2 km.

Meios de ajuda externa: Posto de Bombeiros do Centro a 2 km (fone 193) e Brigada de

Incêndio da empresa Aliada (fone 9999-9999).

C.1.3 Estrutura: concreto armado.

C.1.4 Dimensões: 2 subsolos (garagens), térreo, 15 andares e cobertura com heliponto, com

altura total de 48 m (do piso de entrada até o piso do heliponto) e área construída de 9.500 m².

C.1.5 Ocupação: escritórios e consultórios médicos.

C.1.6 População: (total e por setor, área, andar) - fixa: 600 pessoas. - flutuante: 1 000 pessoas.

C.1.7 Características de Funcionamento: horário comercial (das 08h00 às 18h00). Vendas,

encarregado Roberto (Ramal 238), Estoque, encarregado Edson (Ramal 253), Administração,

encarregado Luiz (Ramal 287).

C.1.8 Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais: 3 pessoas localizadas no térreo, uma

(gestante) no 15° andar.

C.1.9 Riscos Específicos Inerentes à Atividade: cabine primária e caldeiras elétricas

localizadas no 1º subsolo, heliponto na cobertura e equipamentos de raios-X nos conjuntos 37, 73

e 103.

C.1.10 Recursos Humanos:

Brigada de incêndio: 80 membros (40 por turno);

Brigada profissional civil: 01 por turno.

C.1.11 Recursos Materiais:

Extintores de incêndio portáteis;

Sistema de hidrantes;

Iluminação de emergência;

Alarme de incêndio manual (central na portaria) e detecção automática somente nos saguões

dos elevadores para proteção da escada;

Escada interna à prova de fumaça pressurizada, sinalizada e com acionamento pelo alarme de

incêndio e detectores automáticos nas portas corta-fogo das saídas de emergência dos

andares, com descarga no andar térreo;

Sistema moto gerador existente no subsolo, em sala compartimentada, tipo automático diesel

e com autonomia para 6 horas. Alimenta os seguintes sistemas em caso de falta de energia da

concessionária:

Iluminação de emergência,

13

Insufladores da escada,

Bombas de incêndio, e portão de veículos.

C.2 Procedimentos Básicos de Emergência contra Incêndio

C.2.1 Alerta: ao ser detectado um princípio de incêndio, o alarme de incêndio manual será

acionado por meio de botoeira, tipo quebra-vidro, localizada em cada andar ao lado da porta de

saída de emergência. Deve-se ligar para o Corpo de Bombeiros (Fone 193).

C.2.2 Análise da Situação: após identificação do andar sinistrado (pelo painel da central)

localizado na portaria, o alarme deve ser desligado e o brigadista de plantão no Condomínio deve

comparecer ao local para análise final da emergência.

NOTA: Sempre que houver uma suspeita de princípio de incêndio (por calor, cheiro, fumaça ou

outros meios), esta deverá ser investigada. Nunca deve ser subestimada uma suspeita.

C.2.3 Apoio Externo: um Brigadista deve acionar o Corpo de Bombeiros dando as seguintes

informações:

Nome e número do telefone utilizado;

Endereço do Condomínio (completo);

Pontos de referência (esquina com Rua Voluntários da Pátria);

Características do incêndio;

Quantidade e estado das eventuais vítimas;

Quando da existência de vítima grave e o incêndio estiver controlado, deve ser informada a

existência do heliponto na cobertura para eventual resgate por helicóptero.

NOTA: O mesmo brigadista que acionou o Corpo de Bombeiros preferencialmente deve orientá-

los quando da sua chegada sobre as condições e acessos, e apresentá-los ao Chefe da Brigada.

C.2.4 Primeiros Socorros e Hospitais próximos: os primeiros socorros devem ser prestados às

eventuais vítimas, conforme treinamento específico dado aos brigadistas. Em caso de

necessidade encaminhar ao Hospital Santa Catarina, Av. Marechal Deodoro, 500.

C.2.5 Eliminar Riscos: caso necessário, deve ser providenciado o corte da energia elétrica

(parcial ou total) e o fechamento das válvulas das tubulações. O corte geral deve ser executado

pelo pessoal da manutenção, que deve estar à disposição do Chefe da Brigada.

C.2.6 Abandono de Área: caso seja necessário abandonar a edificação, deve ser acionado

novamente o alarme de incêndio para que se inicie o abandono geral. Os ocupantes do andar

sinistrado, que já devem estar cientes da emergência, devem ser os primeiros a descer, em fila e

sem tumulto, após o primeiro toque, com um brigadista liderando a fila e outro encerrando a

mesma. Antes do abandono definitivo do pavimento, um ou dois brigadistas devem verificar se

não ficaram ocupantes retardatários e providenciar o fechamento de portas e/ou janelas, se

possível. Cada pessoa portadora de deficiência física, permanente ou temporária, deve ser

acompanhada por dois brigadistas ou voluntários, previamente designados pelo Chefe da Brigada.

Todos os demais ocupantes de cada pavimento, após soar o primeiro alarme, devem parar o que

estiverem fazendo, pegar apenas seus documentos pessoais e agruparem-se no saguão dos

elevadores, organizados em fila direcionada à porta de saída de emergência. Após o segundo

toque do alarme, os ocupantes dos andares devem iniciar a descida, dando preferência às demais

filas, quando cruzarem com as mesmas (como numa rotatória de trânsito), até a saída (andar

térreo), onde devem se deslocar até o ponto de encontro.

14

C.2.7 Isolamento de Área: a área sinistrada deve ser isolada fisicamente, de modo a garantir os

trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.

C.2.8 Confinamento do Incêndio: o incêndio deve ser confinado de modo a evitar a sua

propagação e consequências.

C.2.9 Combate ao Incêndio: os demais Brigadistas devem iniciar, se necessário e/ou possível, o

combate ao fogo sob comando de Brigadista Profissional, podendo ser auxiliados por outros

ocupantes do andar, desde que devidamente treinados, capacitados e protegidos. O combate ao

incêndio deve ser efetuado conforme treinamento específico dado aos Brigadistas.

C.2.10 Investigação: após o controle total da emergência e a volta à normalidade, incluindo a

liberação do Condomínio pelas autoridades, o Chefe da Brigada deve iniciar o processo de

investigação e elaborar um relatório, por escrito, sobre o sinistro e as ações de controle, para as

devidas providências e/ou investigação.

Curitiba, 08 de Outubro de 2011.

Responsável pela Empresa

(nome legível, RG e assinatura)

Responsável Técnico

(nome legível, RG e assinatura)

ANEXO D

Planilha de Informações Operacionais

1 Informações Gerais:

1.1 Localização: (Endereço)

1.2 Ocupação:

1.3 Área: Nº pavimentos:

1.4 Construção:

1.4.1 Tipo de estrutura (concreto, metálica, madeira ou mista):

1.4.2 Material de acabamento das paredes:

1.4.3 Material de acabamento dos pisos:

1.4.4 Material da cobertura:

1.5 População:

1.5.1 População flutuante:

1.5.2 Número de ocupantes:

1.5.3 Localização do (s) Ponto (s) de Encontro:

1.6 Características de Funcionamento:

15

1.6.1 Número de funcionários:

1.6.2 Horário de funcionamento:

1.6.3 Vias de acesso e pontos de referência:

1.6.4 Vias de acesso para as viaturas de emergência do Corpo de Bombeiros:

2 Recursos Humanos:

2.1 Nº de Brigadistas por turno:

2.2 Nº de Brigadista profissional:

2.3 Encarregado da Segurança contra Incêndio:

2.4 Telefone/Ramais:

3 Sistemas de Segurança contra Incêndio Instalado e Recursos Materiais: (Sim ou Não)

3.1 Hidrantes: ( )

3.2 Chuveiros automáticos: ( )

3.3 Gás carbônico (CO2): ( )

3.4 Gases especiais: ( )

3.5 Sistema de detecção de incêndio: ( )

3.6 Grupo moto gerador: ( )

3.7 Escada pressurizada: ( )

3.8 Sistema de espuma mecânica: ( )

3.9 Sistema de resfriamento: ( )

3.10 Reserva de líquido gerador de espuma: ( )

3.11 Bombas de recalque:

VAZÃO: m³/h

PRESSÃO: MCA

TIPO (elétrica / óleo ou gasolina)

3.12 Localização do registro de recalque:

3.13 Reservatório de água para incêndio: m³

Tipo: (Subterrâneo/ elevado ou nível do solo)

4 Posto de Bombeiros mais próximo:

5 Riscos Especiais da Edificação: (Sim ou Não)

Caldeiras: ( )

Sistema de GLP: ( )

Armazenamento de produtos químicos: ( )

Central de distribuição elétrica: ( )

16

Produtos radioativos: ( )

Espaços confinados: ( )

6 Outros Riscos Específicos Inerentes à Atividade:

7 Outras Informações úteis para uma Intervenção do Corpo de Bombeiros:

ANEXO E

Modelo de Planta de Risco de Incêndio

17

DIREÇÃO DEFENSIVA

Transito Seguro é um Direito de todos

APRESENTAÇÃO:

Em 23 de setembro de 1997 é promulgada pelo Congresso Nacional a Lei no 9.503 que instituiu o

Código de Trânsito Brasileiro, sancionada pela Presidência da República, entrando em vigor em

22 de janeiro de 1998, estabelecendo, logo em seu artigo primeiro, aquela que seria a maior de

suas diretrizes, qual seja, a de que o “trânsito seguro é um direito de todos e um dever dos órgãos

e entidades do Sistema Nacional de Trânsito”.

No intuito do aprimoramento da formação do condutor, dados os alarmantes índices de

acidentalidade no trânsito, que hoje representam 1,5 milhão de ocorrências, com 34 mil mortes e

400 mil feridos por ano, com um custo social estimado em R$ 10 bilhões, o Código de Trânsito

Brasileiro trouxe a exigência de cursos teórico-técnicos e de prática de direção veicular, incluindo

direção defensiva, proteção ao meio ambiente e primeiros socorros. Estendeu, ainda, essa

exigência aos condutores já habilitados, por ocasião da renovação da Carteira Nacional de

Habilitação (art. 150), de modo a também atualizá-los e instrumentalizá-los na identificação de

situações de risco no trânsito, estimulando comportamentos seguros, tendo como meta a redução

de acidentes de transito no Brasil.

Como resultado de amplas discussões no âmbito do Sistema Nacional de Trânsito, o processo de

habilitação foi revisto e consolidado na Resolução nº 168 do Conselho Nacional de Trânsito

CONTRAN, que entrará em vigor em 19 de junho de 2005, em substituição à Resolução nº 50.

Visando à melhora do processo de ensino-aprendizagem nos cursos de habilitação de condutores,

o Ministério das Cidades, por meio do Denatran, publica o presente material didático sobre

Direção Defensiva.

Esta iniciativa representa uma importante meta do Governo Lula em relação à Política Nacional de

Trânsito, divulgada em setembro de 2004, tendo como foco o aprimoramento da formação do

condutor brasileiro.

INTRODUÇÃO:

O trânsito é feito pelas pessoas. E, como nas outras atividades humanas, quatro princípios são

importantes para o relacionamento e a convivência social no trânsito.

O primeiro deles é a dignidade da pessoa humana, do qual derivam os Direitos Humanos e os

valores e atitudes fundamentais para o convívio social democrático, como o respeito mútuo e o

repúdio às discriminações de qualquer espécie, atitude necessária à promoção da justiça.

18

O segundo princípio é a igualdade de direitos. Todos têm a possibilidade de exercer a cidadania

plenamente e, para isso, é necessário ter equidade, isto é, a necessidade de considerar as

diferenças das pessoas para garantir a igualdade o que, por sua vez, fundamenta a solidariedade.

Um outro é o da participação, que fundamenta a mobilização da sociedade para organizar-se em

torno dos problemas de trânsito e de suas consequências.

Finalmente, o princípio da co-responsabilidade pela vida social, que diz respeito à formação de

atitudes e ao aprender a valorizar comportamentos necessários à segurança no trânsito, à

efetivação do direito de mobilidade a todos os cidadãos e a exigir dos governantes ações de

melhoria dos espaços públicos.

Comportamentos expressam princípios e valores que a sociedade constrói e referenda e que cada

pessoa toma para si e leva para o trânsito. Os valores, por sua vez, expressam as contradições e

conflitos entre os segmentos sociais e mesmo entre os papéis que cada pessoa desempenha. Ser

“veloz”, “esperto”, “levar vantagem” ou “ter o automóvel como status”, são valores presentes em

parte da sociedade. Mas são insustentáveis do ponto de vista das necessidades da vida coletiva,

da saúde e do direito de todos. É preciso mudar.

Mudar comportamentos para uma vida coletiva com qualidade e respeito exige uma tomada de

consciência das questões em jogo no convívio social, portanto na convivência no trânsito. É a

escolha dos princípios e dos valores que irá levar a um trânsito mais humano, harmonioso, mais

seguro e mais justo.

RISCOS, PERIGOS E ACIDENTES.

Em tudo o que fazemos há uma dose de risco: seja no trabalho, quando consertamos alguma

coisa em casa, brincando, dançando, praticando um esporte ou mesmo transitando pelas ruas da

cidade.

Quando uma situação de risco não é percebida, ou quando uma pessoa não consegue visualizar

o perigo, aumentam as chances de acontecer um acidente.

Os acidentes de trânsito resultam em danos aos veículos e suas cargas e geram lesões em

pessoas. Nem é preciso dizer que eles são sempre ruins para todos. Mas você pode ajudar a

evitá-los e colaborar para diminuir:

O sofrimento de muitas pessoas, causados por mortes e ferimentos, inclusive com sequelas

físicas e/ou mentais, muitas vezes irreparáveis;

Prejuízos financeiros, por perda de renda e afastamento do trabalho;

Constrangimentos legais, por inquéritos policiais e processos judiciais, que podem exigir o

pagamento de indenizações e até mesmo prisão dos responsáveis.

Acidente não acontece por acaso, por obra do destino, ou por azar.

Custa caro para a sociedade brasileira pagar os prejuízos dos acidentes: estimam-se em 10

bilhões de reais, todos os anos, que poderiam ser aproveitados, por exemplo, na construção de

milhares de casas populares para melhorar a vida de muitos brasileiros.

Por isso, é fundamental a capacitação dos motoristas para o comportamento seguro no trânsito,

atendendo a diretriz da “preservação da vida, da saúde e do meio ambiente” da Política Nacional

de Trânsito.

E esta ocasião é uma excelente oportunidade que você tem para ler com atenção este material

didático e conhecer e aprender como evitar situações de perigo no trânsito, diminuindo as

possibilidades de acidentes.

19

Estude-a bem. Aprender os conceitos da Direção Defensiva vai ser bom para você, para seus

familiares, para seus amigos e também para seu país.

DIREÇÃO DEFENSIVA

Direção defensiva, ou direção segura, é a melhor maneira de dirigir e de se comportar no trânsito,

porque ajuda a preservar a vida, a saúde e o meio ambiente. Mas, o que é a direção defensiva?

É a forma de dirigir, que permite a você reconhecer antecipadamente as situações de perigo e

prever o que pode acontecer com você, com seus acompanhantes, com o seu veículo e com os

outros usuários da via.

Para isso, você precisa aprender os conceitos da direção defensiva e usar este conhecimento

com eficiência. Dirigir sempre com atenção, para poder prever o que fazer com antecedência e

tomar as decisões certas para evitar acidentes.

A primeira coisa a aprender é que acidente não acontece por acaso, por obra do destino ou por

azar. Na grande maioria dos acidentes, o fator humano está presente, ou seja, cabe aos

condutores e aos pedestres uma boa dose de responsabilidade. Toda ocorrência trágica, quando

previsível, é evitável.

Os riscos e os perigos a que estamos sujeitos no trânsito estão relacionados com:

Os Veículos;

Os Condutores;

As Vias de Trânsito;

O Ambiente;

O Comportamento das pessoas.

Vamos examinar separadamente os principais riscos e perigos.

Atravessar a rua na faixa é um direito do pedestre. Respeite-o.

O VEÍCULO

Seu veículo dispõe de equipamentos e sistemas importantes para evitar situações de perigo que

possam levar a acidentes, como freios, suspensão, sistema de direção, iluminação, pneus e

outros.

Outros equipamentos são destinados a diminuir os impactos causados em casos de acidentes,

como os cintos de segurança, o “air-bag” e a carroçaria.

Manter esses equipamentos em boas condições é importante para que eles cumpram suas

funções.

Manutenção Periódica e Preventiva

Todos os sistemas e componentes do seu veículo se desgastam com o uso. O desgaste de um

componente pode prejudicar o funcionamento de outros e comprometer a sua segurança. Isso

pode ser evitado, observando a vida útil e a durabilidade definida pelos fabricantes para os

componentes, dentro de certas condições de uso.

Para manter seu veículo em condições seguras, crie o hábito de fazer periodicamente a

manutenção preventiva. Ela é fundamental para minimizar o risco de acidentes de trânsito.

Respeite os prazos e as orientações do manual do proprietário e, sempre que necessário, use

20

profissionais habilitados. Uma manutenção feita em dia evita quebras, custos com consertos e,

principalmente, acidentes.

Funcionamento do Veículo: o hábito da manutenção preventiva e periódica gera economia e

evita acidentes de transito.

Você mesmo (a) pode observar o funcionamento de seu veículo, seja pelas indicações do painel,

ou por uma inspeção visual simples:

Combustível: veja se o indicado no painel é suficiente para chegar ao destino;

Nível de óleo de freio, do motor e de direção hidráulica: observe os respectivos

reservatórios, conforme manual do proprietário;

Nível de óleo do sistema de transmissão (câmbio): para veículos de transmissão

automática, veja o nível do reservatório. Nos demais veículos procurem vazamentos sob o

veículo;

Água do radiador: nos veículos refrigerados a água, veja o nível do reservatório de água;

Água do sistema limpador de para-brisa: verifique o reservatório de água;

Palhetas do limpador de para-brisa: troque se estiverem ressecadas;

Desembaçador dianteiro e traseiro (se existirem): verifique se estão funcionando

corretamente;

Funcionamento dos faróis: verifique visualmente se todos estão acendendo (luz baixa e

alta);

Regulagem dos faróis: faça através de profissionais habilitados;

Lanternas dianteiras e traseiras, luzes indicativas de direção, luz de freio e luz de ré:

inspeção visual.

PNEUS: A estabilidade do veículo também está relacionada com a calibragem correta dos

pneus.

Os pneus têm três funções importantes: impulsionar, frear e manter a dirigibilidade do veículo.

Confira sempre:

Calibragem: siga as recomendações do fabricante do veículo, observando a situação de

carga (vazio e carga máxima). Pneus murchos têm sua vida útil diminuída, prejudicam a

estabilidade, aumentam o consumo de combustível e reduzem a aderência em piso com água.

Desgaste: o pneu deverá ter sulcos de, no mínimo, 1,6 milímetros de profundidade. A função

dos sulcos é permitir o escoamento de água para garantir perfeita aderência ao piso e a

segurança, em caso de piso molhado.

Deformações na carcaça: veja se os pneus não têm bolhas ou cortes. Estas deformações

podem causar um estouro ou uma rápida perda de pressão.

Dimensões irregulares: não use pneus de modelo ou dimensões diferentes das

recomendadas pelo fabricante para não reduzir a estabilidade e desgastar outros

componentes da suspensão.

Você pode identificar outros problemas de pneus com facilidade. Vibrações do volante indicam

possíveis problemas com o balanceamento das rodas. O veículo puxando para um dos lados

indica um possível problema com a calibragem dos pneus ou com o alinhamento da direção. Tudo

isso pode reduzir a estabilidade e a capacidade de frenagem do veículo.

21

Não se esqueça de que todas estas recomendações também se aplicam ao pneu sobressalente

(estepe), nos veículos em que ele é exigido.

Cinto de Segurança

O cinto de segurança existe para limitar a movimentação dos ocupantes de um veículo, em casos

de acidentes ou numa freada brusca. Nestes casos, o cinto impede que as pessoas se choquem

com as partes internas do veículo, ou seja, lançados para fora dele, reduzindo assim a gravidade

das possíveis lesões.

Para isso, os cintos de segurança devem estar em boas condições de conservação e todos os

ocupantes devem usá-los, inclusive os passageiros dos bancos traseiros, mesmo as gestantes e

as crianças.

Faça sempre uma inspeção dos cintos:

Veja se os cintos não têm cortes, para não se romperem numa emergência;

Confira se não existem dobras que impeçam a perfeita elasticidade;

Teste o travamento para ver se está funcionando perfeitamente;

Verifique se os cintos dos bancos traseiros estão disponíveis para utilização dos

ocupantes.

Uso correto do cinto:

Ajuste firmemente ao corpo, sem deixar folgas;

A faixa inferior deverá ficar abaixo do abdome, sobretudo para as gestantes.

A faixa transversal deve vir sobre o ombro, atravessando o peito, sem tocar o pescoço;

Não use presilhas. Elas anulam os efeitos do cinto de segurança.

Transporte às crianças com até dez anos de idade só no banco traseiro do veículo, e acomodadas

em dispositivo de retenção afixado ao cinto de segurança do veículo, adequado à sua estatura,

peso e idade.

Alguns veículos não possuem banco traseiro. Excepcionalmente, e só nestes casos, você poderá

transportar crianças menores de 10 anos no banco dianteiro, utilizando o cinto de segurança.

Dependendo da idade, elas deverão ser colocadas em cadeiras apropriadas, com a utilização do

cinto de segurança. Se o veículo tiver “air bag” para o passageiro, é recomendável que você o

desligue, enquanto estiver transportando a criança.

O cinto de segurança é de utilização individual. Transportar criança, no colo, ambos com o mesmo

cinto, poderá acarretar lesões graves e até a morte da criança.

As pessoas, em geral, não têm a noção exata do significado do impacto de uma colisão no

trânsito. Saiba que, segundo as leis da física, colidir com um poste, ou com um objeto fixo

semelhante, a 80 quilômetros por hora, é o mesmo que cair de um prédio de 9 andares.

Suspensão:

A finalidade da suspensão e dos amortecedores é manter a estabilidade do veículo. Quando

gastos, podem causar a perda de controle do veículo e seu capotamento, especialmente em

curvas e nas frenagens. Verifique periodicamente o estado de conservação e o funcionamento

deles, usando como base o manual do fabricante e levando o veículo a pessoal especializado.

22

Direção:

A direção é um dos mais importantes componentes de segurança do veículo, um dos

responsáveis pela dirigibilidade. Folgas no sistema de direção fazem o veículo “puxar’ para um

dos lados, podendo levar o condutor a perder o seu controle”. Ao frear, estes defeitos são

aumentados. Você deve verificar periodicamente o funcionamento correto da direção e fazer as

revisões preventivas nos prazos previstos no manual do fabricante, com pessoal especializado.

Sistema de Iluminação: Ver e ser visto por todos torna o trânsito mais seguro.

O sistema de iluminação de seu veículo é fundamental, tanto para você enxergar bem o seu

trajeto, como para ser visto por todos os outros usuários da via e assim, garantir a segurança no

trânsito. Sem iluminação, ou com iluminação deficiente, você poderá ser causa de colisão e de

outros acidentes. Confira e evite as principais ocorrências:

Faróis queimados, em mau estado de conservação ou desalinhados: reduzem a

visibilidade panorâmica e você não consegue ver tudo o que deveria;

Lanternas de posição queimadas ou com defeito, à noite ou em ambientes escurecidos

(chuva, penumbra): comprometem o reconhecimento do seu veículo pelos demais usuários

da via;

Luzes de freio queimadas ou com mau funcionamento (à noite ou de dia): você freia e isso

não é sinalizado aos outros motoristas. Eles vão ter menos tempo e distância para frear

com segurança

Luzes indicadoras de direção (pisca-pisca) queimadas ou com mau funcionamento:

impedem que os outros motoristas compreendam sua manobra e isso pode causar

acidentes.

Verifique periodicamente o estado e o funcionamento das luzes e lanternas.

Freios:

O sistema de freios desgasta-se com o uso do seu veículo e tem sua eficiência reduzida. Freios

gastos exigem maiores distâncias para frear com segurança e podem causar acidentes.

Os principais componentes do sistema de freios são: sistema hidráulico, fluido, discos e pastilhas

ou lonas, dependendo do tipo de veículo.

Veja aqui as principais razões de perda de eficiência e como inspecionar:

Nível de fluido baixo: é só observar o nível do reservatório;

Vazamento de fluido: observe a existência de manchas no piso, sob o veículo;

Disco e pastilhas gastos: verifique com profissional habilitado;

Lonas gastas: verifique com profissional habilitado.

Quando você atravessa locais encharcados ou com poças de água, utilizando veículo com freios a

lona, pode ocorrer à perda de eficiência momentânea do sistema de freios. Observando as

condições do trânsito no local, reduza a velocidade e pise no pedal de freio algumas vezes para

voltar à normalidade.

Nos veículos dotados de sistema ABS (central eletrônica que recebe sinais provenientes das

rodas e que gerencia a pressão no cilindro e no comando dos freios, evitando o bloqueio das

rodas) verifique, no painel, a luz indicativa de problemas no funcionamento.

23

Ao dirigir, evite utilizar tanto as freadas bruscas, como as desnecessárias, pois isto desgasta mais

rapidamente os componentes do sistema de freios. É só dirigir com atenção, observando a

sinalização, a legislação e as condições do trânsito.

Para frear com segurança é preciso estar atento. Mantenha distância segura e freios em

bom estado.

Como evitar desgaste físico relacionado à maneira de sentar e dirigir:

A sua posição correta ao dirigir evita desgaste físico e contribui para evitar situações de perigo.

Siga as orientações:

Dirija com os braços e pernas ligeiramente dobrados, evitando tensões;

Apoie bem o corpo no assento e no encosto do banco, o mais próximo possível de um

ângulo de 90 graus;

Ajuste o encosto de cabeça de acordo com a altura dos ocupantes do veículo, de

preferência na altura dos olhos;

Segure o volante com as duas mãos, como os ponteiros do relógio na posição de 9 horas

e 15 minutos. Assim você enxerga melhor o painel, acessam melhor os comandos do

veículo e, nos veículos com “air bag”, não impede o seu funcionamento;

Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do veículo e evite apoiar os pés nos

pedais, quando não os estiver usando;

Utilize calçados que fiquem bem fixos aos seus pés, para que você possa acionar os

pedais rapidamente e com segurança;

Coloque o cinto de segurança, de maneira que ele se ajuste firmemente ao seu corpo. A

faixa inferior deve passar pela região do abdome e a faixa transversal passar sobre o peito

e não sobre o pescoço;

Fique em posição que permita enxergar bem as informações do painel e verifique sempre

o funcionamento de sistemas importantes como, por exemplo, a temperatura do motor.

Uso correto dos retrovisores:

Quanto mais você enxerga o que acontece à sua volta enquanto dirige, maior a possibilidade de

evitar situações de perigo.

Nos veículos com o retrovisor interno, sente-se na posição correta e ajuste-o numa posição que

dê a você uma visão ampla do vidro traseiro. Não coloque bagagens ou objetos que impeçam sua

visão através do retrovisor interno;

Os retrovisores externos, esquerdo e direito, devem ser ajustados de maneira que você, sentado

na posição de direção, enxergue o limite traseiro do seu veículo e com isso reduza a possibilidade

de “pontos cegos” ou sem alcance visual. Se não conseguir eliminar esses “pontos cegos”, antes

de iniciar uma manobra, movimente a cabeça ou o corpo para encontrar outros ângulos de visão

pelos espelhos externos, ou através da visão lateral. Fique atento também aos ruídos dos motores

dos outros veículos e só faça a manobra se estiver seguro de que não vai causar acidentes.

A posição correta ao dirigir produz menos desgaste físico e aumenta a sua segurança.

24

O problema da concentração: telefones, rádios e outros mecanismos que diminuem sua

atenção ao dirigir.

Como tomamos decisões no trânsito?

Muitas das coisas que fazemos no trânsito são automáticas, feitas sem que pensemos nelas.

Depois que aprendemos a dirigir, não mais pensamos em todas as coisas que temos que fazer ao

volante. Este automatismo acontece após repetirmos muitas vezes os mesmos movimentos ou

procedimentos.

Isso, no entanto, esconde um problema que está na base de muitos acidentes. Em condições

normais, nosso cérebro leva alguns décimos de segundo para registrar as imagens que

enxergamos. Isso significa que, por mais atento que você esteja ao dirigir um veículo, vão existir,

num breve espaço de tempo, situações que você não consegue observar.

Os veículos em movimento mudam constantemente de posição. Por exemplo, a 80 quilômetros

por hora, um carro percorre 22 metros, em um único segundo. Se acontecer uma emergência,

entre perceber o problema, tomar a decisão de frear, acionar o pedal e o veículo parar totalmente,

vão ser necessários, pelo menos, 44 metros.

Concentração e reflexos diminuem muito com o uso de álcool e drogas. Acontece o mesmo

se você não dormir ou dormir mal.

Se você estiver pouco concentrado ou não puder se concentrar totalmente na direção, seu tempo

normal de reação vai aumentar, transformando os riscos do trânsito em perigos no trânsito. Alguns

dos fatores que diminuem a sua concentração e retardam os reflexos:

Consumir bebida alcóolica;

Usar drogas;

Usar medicamento que modifica o comportamento, de acordo com seu médico;

Ter participado, recentemente, de discussões fortes com familiares, no trabalho, ou por

qualquer outro motivo;

Ficar muito tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir muito mal;

Ingerir alimentos muito pesados, que acarretam sonolência.

Ingerir bebida alcoólica ou usar drogas, além de reduzir a concentração, afeta a coordenação

motora, muda o comportamento e diminui o desempenho, limitando a percepção de situações de

perigo e reduzindo a capacidade de ação e reação.

Outros fatores que reduzem a concentração, apesar de muitos não perceberem isso:

Usar o telefone celular ao dirigir, mesmo que seja viva voz;

Assistir televisão a bordo ao dirigir;

Ouvir aparelho de som em volume que não permita ouvir os sons do seu próprio veículo e

dos demais;

Transportar animais soltos e desacompanhados no interior do veiculo;

Transportar, no interior do veículo, objetos que possam se deslocar durante o percurso.

25

Nos não conseguimos manter nossa atenção concentrada durante o tempo todo enquanto

dirigimos, constantemente somos levados a pensar em outras coisas, sejam elas importantes ou

não.

Force a sua concentração no ato de dirigir, acostumando-se a observar sempre e

alternadamente:

As informações no painel do veículo, como velocidade, combustível, sinais luminosos;

Os espelhos retrovisores;

A movimentação de outros veículos à sua frente, à sua traseira ou nas laterais;

A movimentação dos pedestres, em especial nas proximidades dos cruzamentos;

A posição de suas mãos no volante.

O constante aperfeiçoamento:

O ato de dirigir apresenta riscos e pode gerar grandes consequências, tanto físicas, como

financeiras. Por isso, dirigir exige aperfeiçoamento e atualização constantes, para a melhoria do

desempenho e dos resultados.

Você dirige um veículo que exige conhecimento e habilidade, passa por lugares diversos e

complexos, nem sempre conhecidos, onde também circulam outros veículos, pessoas e animais.

Por isso, você tem muita responsabilidade sobre tudo o que faz no volante.

É muito importante para você, conhecer as regras de trânsito, a técnica de dirigir com segurança e

saber como agir em situações de risco. Procure sempre revisar e aperfeiçoar seus conhecimentos

sobre tudo isso.

Todas as nossas atividades exigem aperfeiçoamento e atualização. Viver é um eterno

aprendizado.

Dirigindo ciclomotores e motocicletas

Um grande número de motociclistas precisa alterar urgentemente sua forma de dirigir. Mudar

constantemente de faixa, ultrapassar pela direita, circular em velocidades incompatíveis com a

segurança, circular entre veículos em movimento e sem guardar distância segura têm resultado

num preocupante aumento no número de acidentes envolvendo motocicletas em todo o país. São

muitas mortes e ferimentos graves que causam invalidez permanente e que poderiam ser

evitados, simplesmente com uma direção mais segura. Se você dirige uma motocicleta ou um

ciclomotor, pense nisso e não deixe de seguir as orientações abaixo:

Regras de segurança para condutores de motocicletas e ciclomotores:

É obrigatório o uso de capacete de segurança para o condutor e o passageiro;

É obrigatório o uso de viseiras ou óculos de proteção;

É proibido transportar crianças com menos de 7 anos de idade;

É obrigatório manter o farol aceso quando em circulação, de dia ou de noite;

As ultrapassagens devem ser feitas sempre pela esquerda;

A velocidade deve ser compatível com as condições e circunstâncias do momento,

respeitando os limites fixados pela regulamentação da via;

Não circule entre faixas de tráfego;

Utilize roupas claras, tanto o condutor quanto o passageiro;

26

Solicite ao “carona” que movimente o corpo da mesma maneira que o condutor para

garantir a estabilidade nas curvas;

Segure o guidom com as duas mãos.

Regras de segurança para ciclomotores:

O condutor de ciclomotor (veículo de duas rodas, motorizados, de até 50 cilindradas) deve

conduzir este tipo de veículo pela direita da pista de rolamento, preferencialmente no

centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que não houver

acostamento ou faixa própria a ele destinada;

É proibida a circulação de ciclomotores nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das

vias urbanas.

Motocicletas são como os demais veículos: devem respeitar os limites de velocidade,

manter distância segura, ultrapassar apenas pela esquerda e não circular entre veículos.

VIA DE TRANSITO

Via pública é a superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a

pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o canteiro central. Podem ser urbanas ou rurais (estradas

ou rodovias).

Cada via tem suas características, que devem ser observadas para diminuir os riscos de

acidentes.

Fixação da Velocidade

Você tem a obrigação de dirigir numa velocidade compatível com as condições da via, respeitando

os limites de velocidade estabelecidos.

Embora os limites de velocidade sejam os que estão nas placas de sinalização, há determinadas

circunstâncias momentâneas nas condições da via – tráfego, condições do tempo, obstáculos,

aglomeração de pessoas – que exigem que você reduza a velocidade e redobre sua atenção,

para dirigir com segurança. Quanto maior a velocidade, maior é o risco e mais graves são os

acidentes e maior a possibilidade de morte no trânsito. O tempo que se ganha utilizando uma

velocidade mais elevada não compensa os riscos e o estresse. Por exemplo, a 80 quilômetros por

hora você percorre uma distância de 50 quilômetros em 37 minutos e a 100 quilômetros por hora

você vai demorar 30 minutos para percorrer a mesma distância.

Curvas

Ao fazermos uma curva, sentimos o efeito da força centrífuga, a força que nos “joga” para fora da

curva e exige certo esforço para não deixar o veículo sair da trajetória. Quanto maior a velocidade,

mais sentimos essa força. Ela pode chegar ao ponto de tirar o veículo de controle, provocando um

capotamento ou a travessia na pista, com colisão com outros veículos ou atropelamento de

pedestres e ciclistas.

A velocidade máxima permitida numa curva leva em consideração aspectos geométricos de

construção da via. Para sua segurança e conforto, acredite na sinalização e adote os seguintes

procedimentos:

27

Diminua a velocidade, com antecedência, usando o freio e, se necessário, reduza a marcha,

antes de entrar na curva e de iniciar o movimento do volante;

Comece a fazer a curva com movimentos suaves e contínuos no volante, acelerando

gradativamente e respeitando a velocidade máxima permitida. À medida que a curva for

terminando, retorne o volante à posição inicial, também com movimentos suaves;

Procure fazer a curva, movimentando o menos que puder o volante, evitando movimentos

bruscos e oscilações na direção.

Declives:

Você percebe que à frente tem um declive acentuado: antes que a descida comece, teste os freios

e mantenha o câmbio engatado numa marcha reduzida durante a descida.

Nunca desça com o veículo desengrenado. Porque, em caso de necessidade, você não vai ter a

força do motor para ajudar a parar ou a reduzir a velocidade e os freios podem não ser suficientes.

Não desligue o motor nas descidas. Com ele desligado, os freios não funcionam adequadamente,

e o veículo pode atingir velocidades descontroladas. Além disso, a direção poderá travar, se você

desligar o motor.

Ultrapassagem:

Onde há sinalização proibindo a ultrapassagem, não ultrapasse. A sinalização é a representação

da lei e foi implantada por pessoal técnico que já calculou que naquele trecho não é possível a

ultrapassagem, porque há perigo de acidente.

Nos trechos onde houver sinalização permitindo a ultrapassagem, ou onde não houver qualquer

tipo de sinalização, só ultrapasse se a faixa do sentido contrário de fluxo estiver livre e, mesmo

assim, só tome a decisão considerando a potência do seu veículo e a velocidade do veículo que

vai à frente.

Nas subidas só ultrapasse quando já estiver disponível a terceira faixa, destinada a veículos

lentos. Não existindo esta faixa, siga as mesmas orientações anteriores, mas considere que a

potência exigida do seu veículo vai ser maior que na pista plana.

Para ultrapassar, acione a seta para esquerda, mude de faixa a uma distância segura do veículo à

sua frente e só retorne à faixa normal de tráfego quando puder enxergar o veículo ultrapassado

pelo retrovisor.

Nos declives, as velocidades de todos os veículos são muito maiores.

Para ultrapassar, tome cuidado adicional com a velocidade necessária para a ultrapassagem.

Lembre-se que você não pode exceder a velocidade máxima permitida naquele trecho da via.

Outros veículos podem querer ultrapassá-lo. Não dificulte a ultrapassagem, mantendo a

velocidade do seu veículo ou até mesmo reduzindo-a ligeiramente.

Não tenha pressa. Aguarde uma condição permitida e segura para fazer a ultrapassagem.

Estreitamento de pista

28

Qualquer estreitamento de pista aumenta riscos. Pontes estreitas ou sem acostamento, obras,

desmoronamento de barreiras, presença de objetos na pista, por exemplo, provocam

estreitamentos. Assim que você enxergar a sinalização ou perceber o estreitamento, redobre sua

atenção, reduza a velocidade e a marcha e, quando for possível a passagem de apenas um

veículo por vez, aguarde o momento oportuno, alternando a passagem com os outros veículos

que vêm em sentido oposto.

Acostamento

É uma parte da via, mas diferenciada da pista de rolamento, destinada à parada ou

estacionamento de veículos em situação de emergência, à circulação de pedestres e de bicicletas,

neste último caso, quando não houver local apropriado.

É proibido trafegar com veículos automotores no acostamento, pois isso pode causar acidentes

com outros veículos parados ou atropelamentos de pedestres ou de ciclistas.

Pode ocorrer em trechos da via um desnivelamento do acostamento em relação à pista de

rolamento, um “degrau” entre um e outro. Nestes casos, você deve redobrar sua atenção.

Concentre-se no alinhamento da via e permaneça a uma distância segura do seu limite, evitando

que as rodas caiam no acostamento e isso possa causar um descontrole do veículo.

Se precisar parar no acostamento, procure um local onde não haja desnível ou ele esteja

reduzido. Se for extremamente necessário parar, primeiro reduza a velocidade, o mais

suavemente possível para não causar acidente com os veículos que venham atrás e sinalize com

a seta. Após parar o veículo, sinalize com o triângulo de segurança e o pisca-alerta.

É proibido e perigoso trafegar pelo acostamento. Ele se destina a paradas de emergência e

ao tráfego de pedestres e ciclistas.

Condições do piso da pista de rolamento:

Ondulações, buracos, elevações, inclinações ou alterações do tipo de piso podem desestabilizar o

veículo e provocar a perda do controle.

Passar por buracos, depressões ou lombadas pode causar desequilíbrio em seu veículo, danificar

componentes ou ainda fazer você perder a dirigibilidade. Ainda você pode agravar o problema se

usar incorretamente os freios ou se fizer um movimento brusco com a direção.

Ao perceber antecipadamente estas ocorrências na pista, reduza a velocidade, usando os freios.

Mas, evite acioná-los durante a passagem pelos buracos, depressões e lombadas, porque isso vai

aumentar o desequilíbrio de todo o conjunto.

Trechos escorregadios

O atrito do pneu com o solo é reduzido pela presença de água, óleo, barro, areia ou outros

líquidos ou materiais na pista e essa perda de aderência pode causar derrapagens e descontrole

do veículo. Fique sempre atento ao estado do pavimento da via e procure adequar sua velocidade

29

a essa situação. Evite mudanças abruptas de velocidade e frenagens bruscas, que tornam mais

difícil o controle do veículo nessas condições.

Sinalização

A sinalização é um sistema de comunicação para ajudar você a dirigir com segurança. As várias

formas de sinalização mostram o que é permitido e o que é proibido fazer, advertem sobre perigos

na via e também indicam direções a seguir e pontos de interesse.

A sinalização é projetada com base na engenharia e no comportamento humano,

independentemente das habilidades individuais do condutor e do estado particular de conservação

do veículo. Por essa razão, você deve respeitar sempre a sinalização e adequar o seu

comportamento aos limites de seu veículo.

Calçadas ou Passeios Públicos

As calçadas são para o uso exclusivo de pedestres e só podem ser utilizadas pelos veículos para

acesso a lotes ou garagens.

Mesmo nestes casos, o tráfego de veículos sobre a calçada deve ser feito com muitos cuidados,

para não ocasionar atropelamento de pedestres.

A parada ou estacionamento de veículos sobre as calçadas retira o espaço próprio do pedestre,

levando-o a transitar na pista de rolamento, onde evidentemente corre o perigo de ser atropelado.

Por essa razão, é proibida a circulação, parada ou estacionamento de veículos automotores nas

calçadas.

Você também deve ficar atento em vias sem calçadas, ou quando elas estiverem em construção

ou deterioradas, forçando o pedestre a caminhar na pista de rolamento.

As calçadas ou passeios públicos são espaços do pedestre.

Árvores/vegetação

Árvores e vegetação nos canteiros centrais de avenidas ou nas calçadas podem esconder placas

de sinalização. Por não ver essas placas, os motoristas podem ser induzidos a fazer manobras

que tragam perigo de colisões entre veículos ou do atropelamento de pedestres e de ciclistas.

Ao notar árvores ou vegetação que possam estar encobrindo a sinalização, redobre sua atenção,

até reduzindo a velocidade, para poder identificar restrições de circulação e com isso evitar

acidentes.

Cruzamentos entre vias

Em um cruzamento, a circulação de veículos e de pessoas se altera a todo instante. Quanto mais

movimentado, mais conflito haverá entre veículos, pedestres e ciclistas, aumentando os riscos de

colisões e atropelamentos.

30

É muito comum, também, a presença de equipamentos como “orelhões”, postes, lixeiras, banca

de jornal e até mesmo cavaletes com propagandas, junto às esquinas, reduzindo ainda mais a

percepção dos movimentos de pessoas e veículos.

Assim, ao se aproximar de um cruzamento, independentemente de existir algum tipo de

sinalização, você deve redobrar a atenção e reduzir a velocidade do veículo.

Lembre-se sempre de algumas regras básicas:

Se não houver sinalização, a preferência de passagem é do veículo que se aproxima do

cruzamento pela direita;

Se houver a placa PARE, no seu sentido de direção, você deve parar, observar se é

possível atravessar e só aí movimentar o veículo;

Numa rotatória, a preferência de passagem é do veículo que já estiver circulando na

mesma;

Havendo sinalização por semáforo, o condutor deverá fazer a passagem com a luz verde.

Sob a luz amarela você deverá reduzir a marcha e parar. Com a luz amarela, você só

deverá fazer a travessia se já tiver entrado no cruzamento ou se esta condição for a mais

segura para impedir que o veículo que vem atrás colida com o seu. Nos cruzamentos com

semáforos, você deve observar apenas o foco de luz que controla o tráfego da via em que

você está e aguardar o sinal verde antes de movimentar seu veículo, mesmo que outros

veículos, ao seu lado, se movimentem.

Cruzamentos são áreas de risco no trânsito. Reduza a velocidade e respeite a sinalização.

Algumas condições climáticas e naturais afetam as condições de segurança do trânsito. Sob estas

condições, você deverá adotar atitudes que garantam a sua segurança e a dos demais usuários

da via.

Chuva

A chuva reduz a visibilidade de todos, deixa a pista molhada e escorregadia e pode criar poças de

água se o piso da pista for irregular, não tiver inclinação favorável ao escoamento de água, ou se

estiver com buracos.

É bom ficar alerta desde o início da chuva, quando a pista, geralmente, fica mais escorregadia,

devido à presença de óleo, areia ou impurezas.

E, tomar ainda mais cuidado, no caso de chuvas intensas, quando a visibilidade é ainda mais

reduzida e a pista é recoberta por uma lâmina de água podendo aparecer muito mais poças.

Nesta situação, redobre sua atenção, acione a luz baixa do farol, aumente a distância do veículo à

sua frente e reduza a velocidade até sentir conforto e segurança. Evite pisar no freio de maneira

brusca, para não travar as rodas e não deixar o veículo derrapar, pela perda de aderência. Se o

seu veículo tem freios ABS (que não deixa travar as rodas), aplique a força no pedal mantendo-o

pressionado até o seu controle total.

No caso de chuvas de granizo (chuva de pedra), o melhor a fazer é parar o veículo em local

seguro e aguardar o seu fim. Ela não dura muito nestas circunstâncias.

31

Ter os limpadores de para-brisa sempre em bom estado, o desembaçador e o sistema de

sinalização do veículo funcionando perfeitamente aumentam as suas condições de segurança e o

seu conforto nestas ocasiões.

O estado de conservação dos pneus e a profundidade dos seus sulcos são muito importantes

para evitar a perda de aderência na chuva.

Aquaplanagem ou hidroplanagem

Com água na pista, pode ocorrer a aquaplanagem, que é a perda da aderência do pneu com o

solo. É quando o veículo flutua na água e você perde totalmente o controle sobre ele. A

aquaplanagem pode acontecer com qualquer tipo de veículo e em qualquer piso.

Para evitar esta situação de perigo, você deve observar com atenção a presença de poças de

água sobre a pista, mesmo não havendo chuva, e reduzir a velocidade utilizando os freios, antes

de entrar na região empoçada. Na chuva, aumenta a possibilidade de perda de aderência. Neste

caso, reduza a velocidade e aumente a distância do veículo à sua frente.

Quando o veículo estiver sobre poças de água, não é recomendável a utilização dos freios.

Segure a direção com força para manter o controle de seu veículo.

O estado de conservação dos pneus e a profundidade de seus sulcos são igualmente importantes

para evitar a perda de aderência.

Piso molhado reduz a aderência dos pneus. Velocidade reduzida e pneus em bom estado

evitam acidentes.

Neblina ou cerração

Sob neblina ou cerração, você deve imediatamente acender a luz baixa do farol (e o farol de

neblina se tiver), aumentar a distância do veículo à sua frente e reduzir a sua velocidade, até

sentir mais segurança e conforto. Não use o farol alto porque ele reflete a luz nas partículas de

água, e reduz ainda mais a visibilidade.

Lembre-se que nestas condições o pavimento fica úmido e escorregadio, reduzindo a aderência

dos pneus.

Caso sinta muita dificuldade em continuar trafegando, pare em local seguro, como um posto de

abastecimento. Em virtude da pouca visibilidade, na neblina, geralmente não é seguro parar no

acostamento. Use o acostamento somente em caso extremo e de emergência e utilize, nestes

casos, o pisca-alerta.

Sob neblina, reduza a velocidade e use a luz baixa do farol.

Vento

Ventos muito fortes, ao atingir seu veículo em movimento, podem deslocá-lo ocasionando a perda

de estabilidade e o descontrole, que podem ser causa de colisões com outros veículos ou mesmo

capotamentos.

Há trechos de rodovias onde são frequentes os ventos fortes. Acostume-se a observar o

movimento da vegetação às margens da via. É uma boa orientação para identificar a força do

vento. Em alguns casos, estes trechos encontram-se sinalizados. Notando movimentos fortes da

32

vegetação ou vendo a sinalização correspondente, reduza a velocidade para não ser surpreendido

e para manter a estabilidade.

Os ventos também podem ser gerados pelo deslocamento de ar de outros veículos maiores em

velocidade, no mesmo sentido ou no sentido contrário de tráfego ou até mesmo na saída de

túneis. A velocidade deverá ser reduzida, adequando-se a marcha do motor para diminuir a

probabilidade de desestabilização do veículo.

Fumaça proveniente de queimadas

A fumaça produzida pelas queimadas nos terrenos à margem da via provoca redução da

visibilidade. Além disso, a fuligem proveniente da queimada pode reduzir a aderência do piso.

Nos casos de queimadas, redobre sua atenção e reduza a velocidade. Ligue a luz baixa do farol e,

depois que entrar na fumaça, não pare o veículo na pista, já que com a falta de visibilidade, os

outros motoristas podem não vê-lo parado na pista.

Condição de luz

A falta ou o excesso de luminosidade podem aumentar os riscos no trânsito. Ver e ser visto é uma

regra básica para a direção segura. Confira como agir:

Farol Alto ou Farol Baixo Desregulado A luz baixa do farol deve ser utilizada

obrigatoriamente à noite, mesmo em vias com iluminação pública. A iluminação do veículo

à noite, ou em situações de escuridão, por chuva ou em túneis, permite aos outros

condutores, e especialmente aos pedestres e aos ciclistas, observarem com antecedência

o movimento dos veículos e com isso, se protegerem melhor.

Usar o farol alto ou o farol baixo desregulado ao cruzar com outro veículo pode ofuscar a

visão do outro motorista. Por isso, mantenha sempre os faróis regulados e, ao cruzar com

outro veículo, acione com antecedência a luz baixa.

Quando ficamos de frente a um farol alto ou um farol desregulado, perdemos

momentaneamente a visão (ofuscamento). Nesta situação, procure desviar sua visão para

uma referência na faixa à direita da pista.

Quando a luz do farol do veículo que vem atrás refletir no retrovisor interno, ajuste-o para

desviar o facho de luz. A maioria dos veículos tem este dispositivo. Verifique o manual do

proprietário.

Recomenda-se o uso da luz baixa do veículo, mesmo durante o dia, nas rodovias. No caso

das motocicletas, ciclomotores e do transporte coletivo de passageiros, estes últimos

quando trafegarem em faixa própria, o uso da luz baixa do farol é obrigatório.

Penumbra (ausência de luz)

A penumbra (lusco-fusco) é uma ocorrência frequente na passagem do final da tarde para o início

da noite ou do final da madrugada para o nascer do dia ou ainda, quando o céu está nublado ou

se chove com intensidade.

33

Mantenha faróis regulados e utilize-os de forma correta. Torne o trânsito seguro em

qualquer lugar ou circunstância.

Sob estas condições, tão importante quanto ver, é também ser visto. Ao menor sinal de

iluminação precária acenda o farol baixo.

Inclinação da Luz Solar

No início da manhã ou no final da tarde, a luz do sol “bate na cara”. O sol, devido à sua inclinação,

pode causar ofuscamento, reduzindo sua visão. Nem é preciso dizer que isso representa perigo

de acidentes. Procure programar sua viagem para evitar estas condições.

O ofuscamento pode acontecer também pelo reflexo do sol em alguns objetos polidos, como

garrafas, latas ou para-brisas.

Em todas estas condições, reduza a velocidade do veículo, utilize o quebra-sol (pala de proteção

interna) ou até mesmo um óculo protetor (óculos de sol) e procure observar uma referência do

lado direito da pista.

O ofuscamento também poderá acontecer com os motoristas que vêm em sentido contrário,

quando são eles que têm o sol pela frente. Neste caso, redobre sua atenção, reduza a velocidade

para seu maior conforto e segurança e acenda o farol baixo para garantir que você seja visto por

eles.

Nos cruzamentos com semáforos, o sol, ao incidir contra os focos luminosos, pode impedir que

você identifique corretamente a sinalização. Nestes casos, reduza à velocidade e redobre a

atenção, até que tenha certeza da indicação do semáforo.

OUTRAS REGRAS GERAIS E IMPORTANTES

Antes de colocar seu veículo em movimento, verifique as condições de funcionamento dos

equipamentos de uso obrigatório, como cintos de segurança, encosto de cabeça, extintor de

incêndio, triângulo de segurança, pneu sobressalente, limpador de para-brisas, sistema de

iluminação e buzina, além de observar se o combustível é suficiente para chegar ao seu local de

destino.

Tenha, a todo o momento, domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e com os cuidados

indispensáveis à segurança do trânsito.

Dê preferência de passagem aos veículos que se deslocam sobre trilhos, respeitadas as normas

de circulação.

Ao dirigir um veículo de maior porte, tome todo o cuidado e seja responsável pela segurança dos

veículos menores, pelos não motorizados e pela segurança dos pedestres.

Reduza a velocidade quando for ultrapassar um veículo de transporte coletivo (ônibus) que esteja

parado efetuando o embarque ou desembarque de passageiros

Aguarde uma oportunidade segura e permitida pela sinalização para fazer uma ultrapassagem,

quando estiver dirigindo em vias com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos em

curvas e em aclives. Não ultrapasse veículos em pontes, viadutos e nas travessias de pedestres,

exceto se houver sinalização que permita.

34

Numa rodovia, para fazer uma conversão à esquerda ou um retorno, aguarde uma oportunidade

segura no acostamento. Nas rodovias sem acostamento, siga a sinalização indicativa de

permissão.

Não freie bruscamente o seu veículo, exceto por razões de segurança.

Não pare seu veículo nos cruzamentos, bloqueando a passagem de outros veículos. Nem mesmo

se você estiver na via preferencial e com o semáforo verde para você. Aguarde, antes do

cruzamento, o trânsito fluir e vagar um espaço no trecho de via à frente.

Use a sinalização de advertência (triângulo de segurança) e o pisca-alerta quando precisar parar

temporariamente o veículo na pista de rolamento.

Em locais onde o estacionamento é proibido, você deverá parar apenas durante o tempo

suficiente para o embarque ou desembarque de passageiros. Isso, desde que a parada não venha

a interromper o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.

Não abra a porta nem a deixe aberta, sem ter a certeza que isso não vai trazer perigo para você

ou para os outros usuários da via. Cuide para que os seus passageiros não abram ou deixem

abertas as portas do veículo.

O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto no caso do

condutor.

Mantenha a atenção ao dirigir, mesmo em vias com tráfego denso e com baixa velocidade,

observando atentamente o movimento de veículos, pedestres e ciclistas, devido à possibilidade da

travessia de pedestres fora da faixa e a aproximação excessiva de outros veículos, que podem

acarretar acidentes.

Estas situações ocorrem em horários pré-estabelecidos, conhecidos como “horários de pico”. São

os horários de entrada e saída de trabalhadores e acesso a escolas, sobretudo em polos

geradores de tráfego, como “shopping centers”, supermercados, praças esportivas, etc.

Mantenha uma distância segura do veículo da frente. Uma boa distância permite que você tenha

tempo de reagir e acionar os freios diante de uma situação de emergência e haja tempo também

para que o veículo, uma vez freado, pare antes de colidir. Em condições normais da pista e do

clima, o tempo necessário para manter a distância segura é de, aproximadamente, dois segundos.

Existe uma regra simples – regra dos dois segundos – que pode ajudar você a manter a distância

segura do veículo da frente:

1. Escolha um ponto fixo à margem da via;

2. Quando o veículo que vai à sua frente passar pelo ponto fixo, comece a contar;

3. Conte dois segundos pausadamente. Uma maneira fácil é contar seis palavras em sequência

“cinquenta e um, cinquenta e dois”.

4. A distância entre o seu veículo e o que vai à frente vai ser segura se o seu veículo passar pelo

ponto fixo após a contagem de dois segundos.

35

5. Caso contrário, reduza a velocidade e faça nova contagem. Repita até estabelecer a distância

segura.

Para veículos com mais de 6 metros de comprimento ou sob chuva, aumente o tempo de

contagem: “cinquenta e um, cinquenta e dois, cinquenta e três”.

Evite colisões, mantendo distância segura.

Poluição veicular e poluição sonora

A poluição do ar nas cidades é hoje uma das mais graves ameaças à nossa qualidade de vida. Os

principais causadores da poluição do ar são os veículos automotores. Os gases que saem do

escapamento contêm monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos, óxidos de

enxofre e material particulado (fumaça preta).

A quantidade desses gases depende do tipo e da qualidade do combustível e do tipo e da

regulagem do motor. Quanto melhor é a queima do combustível, ou melhor, dizendo, quanto

melhor regulado estiver seu veículo, menor será a poluição.

A presença desses gases na atmosfera não é só um problema para cada uma das pessoas, é um

problema para toda a coletividade de nosso planeta.

O monóxido de carbono não tem cheiro, não tem gosto e é incolor, sendo difícil sua identificação

pelas pessoas. Mas é extremamente tóxico e causam tonturas, vertigens, alterações no sistema

nervoso central e pode ser fatal, em altas doses, em ambientes fechados.

O dióxido de enxofre, presente na combustão do diesel, provoca coriza, catarro e danos

irreversíveis aos pulmões e também pode ser fatal, em doses altas.

Os hidrocarbonetos, produtos da queima incompleta dos combustíveis (álcool, gasolina ou diesel),

são responsáveis pelo aumento da incidência de câncer no pulmão, provocam irritação nos olhos,

no nariz, na pele e no aparelho respiratório.

A fuligem, que é composta por partículas sólidas e líquidas, fica suspensa na atmosfera e pode

atingir o pulmão das pessoas e agravar quadros alérgicos de asma e bronquite, irritação de nariz

e garganta e facilitar a propagação de infecções gripais.

A poluição sonora provoca muitos efeitos negativos. Os principais são: distúrbios do sono,

estresse, perda da capacidade auditiva, surdez, dores de cabeça, distúrbios digestivos, perda de

concentração, aumento do batimento cardíaco e alergias.

Preservar o meio ambiente é uma necessidade de toda a sociedade, para a qual todos

devem contribuir. Alguns procedimentos contribuem para a redução da poluição

atmosférica e da poluição sonora:

Regule e faça a manutenção periódica do seu motor;

Calibre periodicamente os pneus;

Não carregue excesso de peso;

Troque de marcha na rotação correta do motor;

Evite reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas excessivas;

Desligue o motor numa parada prolongada;

Não acelere quando o veículo estiver em ponto morto ou parado no trânsito;

Mantenha o escapamento e o silencioso em boas condições;

36

Faça a manutenção periódica do equipamento destinado a reduzir os poluentes catalizador

(nos veículos em que é previsto).

Você e o meio ambiente

A sujeira jogada na via pública ou nas margens das rodovias estimula a proliferação de insetos e

de roedores, o que favorece a transmissão de doenças contagiosas. Outros materiais jogados no

meio ambiente, como latas e garrafas plásticas levam muito tempo para serem absorvidos pela

natureza. Custa muito caro para a sociedade manter limpos os espaços públicos e recuperar a

natureza afetada. Por isso:

Mantenha sempre sacos de lixo dentro do veículo. Não jogue lixo na via, nos terrenos

baldios ou na vegetação à margem das rodovias;

Entulhos devem ser transportados para locais próprios. Não jogue entulho nas vias e suas

margens;

Em caso de acidente com transporte de produtos perigosos (químicos, inflamáveis,

tóxicos), procure isolar a área e impedir que eles atinjam rios, mananciais e a flora;

Faça a manutenção, conservação e limpeza do veículo em local próprio. Não derrame óleo

ou descarte materiais na via e nos espaços públicos;

Ao observar situações que agridam a natureza, sujem os espaços públicos ou que

também possam causar riscos para o trânsito, solicite ou colabore na sua remoção ou

limpeza.

O espaço público é de todos, faça a sua parte mantendo o limpo e conservado.

Você e sua relação com o outro

Na Introdução, falamos sobre o relacionamento das pessoas no trânsito. Para melhorar o convívio

e a qualidade de vida, existem alguns princípios que devem ser à base das nossas relações no

trânsito:

Dignidade da pessoa humana: Princípio universal do qual derivam os Direitos Humanos

e os valores e atitudes fundamentais para o convívio social democrático.

Igualdade de direitos: É a possibilidade de exercer a cidadania plenamente através da

equidade, isto é, a necessidade de considerar as diferenças das pessoas para garantir a

igualdade, fundamentando a solidariedade.

Participação: É o princípio que fundamenta a mobilização das pessoas para organizar-se

em torno dos problemas de trânsito e suas consequências para a sociedade.

Co-responsabilidade pela vida social: Valorizar comportamentos necessários à

segurança no trânsito e à efetivação do direito de mobilidade a todos os cidadãos. Tanto o

Governo quanto a população têm sua parcela de contribuição para um trânsito melhor e

mais seguro. Faça a sua parte.

O respeito à pessoa humana e a convivência solidária tornam o trânsito mais seguro.

Quando um motorista não cumpre qualquer item da legislação de trânsito ele está cometendo uma

infração, e fica sujeito às penalidades previstas na Lei.

As infrações de trânsito normalmente geram também riscos de acidentes. Por exemplo: Não

respeitar o sinal vermelho num cruzamento pode causar uma colisão entre veículos, ou

atropelamento de pedestres ou de ciclistas.

As infrações de trânsito são classificadas, pela sua gravidade em LEVES, MÉDIAS, GRAVES e

GRAVÍSSIMAS.

37

Penalidades e Medidas Administrativas

Toda infração é passível de uma penalização. Uma multa, por exemplo. Algumas infrações, além

da penalidade podem ter uma consequência administrativa, ou seja, o agente de trânsito deverá

adotar “medidas administrativas”, cujo objetivo é impedir que o condutor continue dirigindo em

condições irregulares.

As medidas administrativas são:

Retenção do veículo;

Remoção do veículo;

Recolhimento do documento de habilitação (CNH ou Permissão para Dirigir);

Recolhimento do certificado de licenciamento;

Transbordo do excesso de carga. As penalidades são as seguintes:

Advertência por escrito;

Multa;

Suspensão do direito de dirigir;

Apreensão do veículo;

Cassação do documento de habilitação;

Frequência obrigatória em curso de reciclagem.

Por exemplo, dirigir com velocidade superior à máxima permitida, em mais de 20%, em rodovias,

tem como consequência, além das penalidades (multa e suspensão do direito de dirigir), também

o recolhimento do documento de habilitação (medida administrativa).

Se você atingir 20 pontos vai ter sua Carteira Nacional de Habilitação suspensa, de um mês a um

ano, a critério da autoridade de trânsito. Para contagem dos pontos, é considerada a soma das

infrações cometidas no último ano, a contar regressivamente da data da última penalidade

recebida.

Para algumas infrações, em razão da sua gravidade e consequências, a multa poderá ser

multiplicada em 3 ou até mesmo 5 vezes.

Recursos

Após uma infração ser registrada pelo órgão de trânsito, a NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO será

encaminhada ao endereço do proprietário do veículo. A partir daí, o proprietário poderá indicar o

condutor que dirigia o veículo e também encaminhar recurso da autuação ao órgão de trânsito.

A partir da NOTIFICAÇÃO DA PENALIDADE, o proprietário do veículo poderá recorrer à Junta

Administrativa de Recursos de Infrações – JARI. Caso o recurso seja indeferido, poderá, ainda,

recorrer ao Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN (no caso do Distrito Federal ao

CONTRANDIFE) e em alguns casos específicos ao CONTRAN, para avaliação do recurso em

segunda e última instância.

Crime de Trânsito

Classificam-se as infrações descritas no CTB, em administrativas, civis e penais. As infrações

penais, resultantes de ação delituosa, estão sujeitas às regras gerais do Código Penal e seu

processamento pelo Código de Processo Penal. O infrator, além das penalidades impostas

administrativamente pela autoridade de trânsito, será submetido ao processo judicial, que, julgado

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culpado, a pena poderá ser prestação de serviços à comunidade, multa, suspensão do direito de

dirigir e até detenção.

Casos mais frequentes compreendem o dirigir sem habilitação, alcoolizado ou trafegar em

velocidade incompatível com a segurança da via, nas proximidades de escolas, gerando perigo de

dano, cuja pena poderá ser de detenção de seis meses a um ano, além de eventual ajuizamento

de ação civil para reparar prejuízos a terceiros.

O artigo 150 do Código de Trânsito Brasileiro exige que todo condutor que não tenha curso de

direção defensiva e primeiros socorros, deverá a eles ser submetido, cabendo ao Conselho

Nacional de Trânsito – CONTRAN a sua regulamentação. Por meio da Resolução CONTRAN nº

168, de 14 de dezembro de 2004, em vigor a partir de 19 de junho de 2005, são estabelecidos os

currículos, a carga horária e a forma de cumprimento ao disposto no referido artigo 150, existindo

três formas possíveis de cumprimento ao disposto na Lei:

Realização do Curso com presença em sala de aula

O condutor deverá participar de curso oferecido pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou

do Distrito Federal (Detran), ou por entidades por ele credenciadas, obrigando-se a frequentar de

forma integral 15 horas de aula, sendo 10 horas relativas a direção defensiva e 5 horas relativas a

primeiros socorros. O fornecimento do certificado de participação com a frequência de

comparecimento de 100% das aulas poderá ser suficiente para o cumprimento da exigência legal.

Realização de Curso à Distância – modalidade Ensino a Distância (EAD)

Curso oferecido pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal (Detran) ou

por entidades especializadas por ele credenciadas, conforme regulamentação específica,

devidamente homologadas pelo Denatran, com os requisitos mínimos estabelecidos no Anexo IV

da Resolução 168.

Validação de Estudo – forma autodidata

O condutor poderá estudar sozinho, por meio de material didático contendo os conteúdos de

direção defensiva e de primeiros socorros.

Os condutores que participem de cursos a distância ou que estudem na forma autodidata deverão

se submeter a um exame a ser realizado pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do

Distrito Federal (Detran), com prova de 30 questões, sendo exigido o aproveitamento de no

mínimo 70% para aprovação.

Os condutores que já tenham realizado cursos de direção defensiva e de primeiros socorros em

órgãos ou instituições oficialmente reconhecidas, poderão aproveitar esses cursos, desde que o

condutor apresente a documentação comprobatória.

Desenvolvido pela

NO CARRO

A função do seu carro é não ser um currículo ambulante. Evite, portanto, adesivos de

faculdade, academia, clube ou locais que frequenta. Com eles, fica fácil localizar você ou

traçar estratégias para abordá-lo.

Você já deve ter conhecido alguém cujo pneu furou à noite em local mais ou menos deserto e,

ao parar para ver o estrago, acabou sendo vítima de assaltantes. Esses casos acontecem

39

mais do que se imagina. Por isso, não cometa o mesmo erro. Se o seu pneu furar, só pare em

um posto policial ou local movimentado.

O mesmo vale para, nas mesmas circunstâncias, alguém ou algo atingir o seu carro. Não pare

até encontrar um local seguro e movimentado.

Ainda sobre locais poucos movimentados, cuidado com o excesso de altruísmo. Parar à noite,

em regiões meio desertas, para ajudar alguém pode ser muito perigoso. Há muitos bandidos

que apostam no bom coração dos motoristas para agir. O ideal é telefonar para a polícia no

número 190 e pedir ajuda.

Adote a mesma postura se sentir que está sendo seguido. Não dirija mais ou menos rápido.

Ligue para policia e peça ajuda.

Mantenha as janelas fechadas e as portas travadas. Se você é do tipo calorento e não tem ar

condicionado no carro, esforce para instalar um. Certamente, custará bem mais barato do que

sua vida.

Não saia com seu notebook à vista no interior do carro. Guarde-o no porta-malas. Além dele,

nunca deixe objetos dentro do carro.

Se o farol está ou vai ficar vermelho, aja da seguinte forma: mantenha-se à direita da rua ou

avenida. Segundo estatísticas, a maioria dos assaltantes aborda o motorista, isto é, no lado

esquerdo do veículo.

Além de se manter à direita, diminuía a velocidade. Assim, talvez você evite parar no farol. E,

se parar, lembre-se de deixar a marcha engatada.

Também evite ficar com a cabeça no mundo da lua. A atenção no que acontece a sua volta

pode ser decisiva para livrá-lo de situações de perigo, principalmente porque os bandidos

apostam na distração do motorista.

Fique atento na hora de entrar e sair do veículo.

Evite ficar parado, ao lado do carro, esperando por alguém.

Também não fique dentro do carro quando estacionado.

Faça revisões em seu veiculo regularmente, isso evitará que você fique na mão. Uma medida

importante para garantir a segurança de todos os ocupantes do veículo é fazer manutenção

preventiva.

Planeje as melhores vias, horários pontos de parada e abastecimento, esteja descansado e

nunca beba antes de dirigir.

Seja vivo: não discuta no trânsito. Leia nossas reportagens sobre como ficar zen, tranquilo e

encontrar alternativas para encarar da melhor forma esse momento tedioso.

NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEL

Planeje sua rotina para abastecer em horários de maior movimento.

Evite os horários noturnos.

Cuidado com o pagamento em cartão de crédito. Sempre acompanhe o funcionário durante

todo processo de pagamento, tudo para evitar a clonagem de seu cartão.

40

Preferencialmente não deixe dados pessoais anotados no verso do cheque. Prefira anotar

telefones e dados comerciais.

Evite comentários pessoais com funcionários do posto.

Evite postos em locais mal iluminados e com pouca movimentação de pessoas.

Observe, antes de entrar, se há movimentação suspeita no local como funcionários

agrupados, parados, nervosos, etc. Caso perceba algo estranho, não pare e chame a Polícia

Militar.

Ao telefonar à polícia, tenha em mãos o endereço do posto e transmita exatamente o que você

viu, com o máximo de detalhes possível.

Se você já estiver dentro do posto e perceber o assalto, não tente fugir.

Mantenha a tranquilidade e não reaja. Pode haver alguém afastado, dando cobertura.

Mantenha sempre uma distância segura do carro da frente (a distância é segura quando você

enxerga o pneu traseiro do carro da frente).

Se suspeitar de alguém, tente ficar o mais próximo possível da lateral do carro a sua

esquerda. Assim, não haverá espaço para abordagem.

Cuidado com as compras no farol. Ao abrir o vidro e se distrair como vendedor, você poderá

ficar exposto.

Se houver algum movimento suspeito próximo do seu carro, não pare. Passe direto pelo seu

carro e, se for necessário, chame a polícia (190).

Nunca fique dentro do carro estacionado. Você se transforma na vítima perfeita.

Se você estaciona sempre nas mesmas imediações e teve a tampa do tanque de combustível

roubada, troque todas as chaves do seu carro. Roubam a tampa para fazer cópias das

chaves.

Se ao retornar ao carro você observar “defeito” que impede o motor de funcionar, chame

imediatamente o socorro de sua confiança. Alguém pode ter “criado” o defeito para “ajudar”

você. Dependendo da situação ao seu redor (pessoas suspeitas, pouco movimento, noite

etc.), não fique próximo ao seu carro.

NA MOTOCICLETA

Cuidado com a aproximação de outras motos, principalmente com dois ocupantes.

Evite andar sozinho.

Evite passar por locais isolados e mal iluminados.

Quando estacionar a motocicleta, use as trancas, deixe o capacete preso à moto.

Instale alarmes e dispositivos antifurto (como sensores de corte de ignição e combustível

acionado pela simples distância do condutor com a moto).

Prefira sair em grupos.

41

Faça revisões para não ficar na estrada.

Tenha atenção com o nível de combustível.

Tome um especial cuidado com cruzamentos e lombadas.

Se você vir alguém mexendo em sua moto não se aproxime. Chame a polícia imediatamente.

Se for vítima de roubo não reaja! Faça movimentos lentos e desça da moto.

EM CASO DE ASSALTO

Tente ter autocontrole, evitar o nervosismo. Importante para todos os ocupantes do veículo:

Não reagir,

Gritar,

Tentar fugir ou

Fazer movimentos bruscos.

TRÂNSITO

Quem tem pressa chega mais rápido, mas quem tem amor chega sempre. Perca um minuto

na vida, mas não perca a vida em um minuto.

O trânsito é o sistema que ceifa mais vidas em todo mundo e até mais que todas as guerras e

doenças humanas reunidas. Na verdade quem mata não é o trânsito que é apenas um sistema

social com sentido de organizar consciências sem consciência, mas motoristas com instintos

animais muito mais forte que o juízo, a razão ou a consciência social. Não estou nem indo além e

analisando consciencialmente que nem justifica de tão distante serem certas atitudes de certos

motoristas assassinos em potencial.

Não tenho intenção de ser suave ou demagógico, pois também sou motorista e estou sujeito às

causas do trânsito.

É justo lembrar também a imprudência e irracionalidade dos pedestres, ciclistas e motoqueiros

que como suicidas conscientes têm talvez mais responsabilidades sobre os acidentes insanos que

os próprios motoristas que tidos como cruéis assassinos muitas vezes são mais vítimas que

qualquer outra coisa. Cada qual com sua responsabilidade.

Há um processo de insanidade recíproco no trânsito que fará tanto mais vítimas quanto menor ou

mais fraco for o objeto participante do acidente ou valendo a lei do mais forte.

Bem, o fato é que existem diversas formas de inconsequência, desde as mais sutis como falar ao

celular enquanto dirige não dar uma seta antes de converter até efetuar uma ultrapassagem

perigosa em local inadequado.

Concordo plenamente com leis cada vez mais severas e multas caras, já que não é possível obter

cooperação é preciso reprimir através de leis, que também de nada adiantarão se não houver

devida fiscalização. Evidentemente nenhuma lei em nenhum setor nada resolve ou resolverá pois

é sempre fácil burlar, mentir, enganar e fazer o mal quando se há intenção negativa e má fé

consciente.

42

Num cruzamento sem sinal nenhum, quem tem preferência? Resposta consciente: A vida tem

preferência, ou seja, ceda sempre aos neuróticos e seja feliz. Resposta técnica: Quem vem de

sua direita. Se você é que vai à direita do outro veículo, você tem a preferência.

Termino com um simples recado: NÃO ADIANTA NADA DAR A SETA EM CIMA DA HORA! Ela

tem que ser ligada com antecedência! Nunca saia de uma garagem velozmente, você pode matar

alguém! Sempre antes de mudar de pista ou converter à direita ou esquerda, dê uma olhada nos

retrovisores.

DICAS

Posicione seus retrovisores de forma mais aberta possível para aumentar o ângulo de

visão e diminuir os pontos cegos.

Pneus muito cheios diminuem a aderência. Pneus mais vazios gasta-se mais gasolina,

mas aumenta-se a aderência e a segurança. Os pneus devem ser calibrados conforme

manual do veículo e de acordo com o peso da carga.

Vai viajar? Distribua o peso da bagagem na mala! Melhora a estabilidade.

Nunca use os freios em curvas, prefira a redução ou freio motor.

Nunca cole atrás de outros veículos nem na cidade ou na estrada, uma parada brusca

causa um engavetamento e quem bate atrás sempre está legalmente sem razão.

Ligue a seta bem antes de fazer a curva, na última hora de nada adianta.

Faróis ligados seja dia ou noite, cidade ou estrada, não disse lanternas não, são faróis

mesmo, garante a visibilidade e a segurança.

A cada duas trocas de óleo, troque o filtro de óleo, salvo se o manual do carro diz em

contrário.

Não espere as velas de ignição e o filtro de álcool ou gasolina entupirem e o carro enguiçar

para trocá-los, são baratos, troque-os ao menos uma vez por ano.

Sempre tenha uma maleta de ferramentas, lanterna, pilhas, uma vela e fósforos como

ferramentas de reserva na cidade ou estrada.

Segurança: os alarmes só fazem barulho e não oferecem tanta segurança assim, coloque

uma tranca carneiro mais o alarme.

Evite insulfim (filme escuro) no para-brisa, a maioria dos motoristas se arrepende depois,

nos outros vidros não há problema. Vantagem: conforto dos olhos, conservação do interior

do veículo e também indiscutível discrição.

Água do radiador, colocar com o carro frio.

Crianças só no banco de trás, principalmente de 10 anos para baixo, é lei!

O uso do cinto de segurança diminui muito as probabilidades de mortes nos acidentes.

Cuidado com o farol alto no rosto dos motoristas que vem em sentido contrário a você na

estrada, ofuscando-os eles podem perder muito a visibilidade e o controle do carro e bater

de frente em você. Vingança e desafio deixem para os fracos e sem consciência.

Discussão e brigas no carro? Cuidado com o processo das energias! Pare o carro, saia e

brigue lá fora, depois volte e siga viagem. Se não houver jeito, pare o carro, espere a

43

harmonia se restabelecer e exteriorize energias de amor no ambiente. Se não sabe o que

isso, faça algumas orações em voz alta desde que não sejam palavras decoradas.

Usar o cinto de segurança com folga entre o cinto e o corpo do ocupante é muito perigoso.

O cinto tem a função de desacelerar o corpo junto com a desaceleração do veículo. A folga

do cinto permite que o veículo desacelere enquanto o corpo continua na mesma

velocidade. Assim, quando o corpo eliminar a folga do cinto ocorrerá um choque entre o

corpo do ocupante e o cinto. O choque será tanto maior quanto maior for à folga entre o

cinto de segurança e o corpo do ocupante.

O uso do cinto de segurança em veículos com Air-Bag é muito importante. O Air-Bag se

infla muito rapidamente, podendo o choque do Air-Bag se inflando ser maior que o próprio

choque do acidente.

O uso do banco muito próximo também é perigoso em veículos com Air-Bag, mesmo com

a utilização do cinto de segurança. O Air-Bag tem uma zona eficiência, que é uma

distância especifica do volante ou painel (no caso do Air-Bag do passageiro).

Da mesma forma um banco muito afastado ou reclinado, pode tirar toda eficiência do Air-

Bag.

Crianças pequenas, Gestantes, Idosos e até mesmo acento de bebes não devem ser

transportados em acentos com Air-Bag. Alguns veículos (principalmente camionetes) já

possuem um dispositivo para desativar o Air-Bag no caso de ter que se transportar os

indivíduos descritos acima.

Em veículos equipados com os modernos freios ABS (anti-travamento) deve-se em caso

de emergência pressionar o pedal do freio com firmeza sem aliviar e caso necessário

pode-se virar a direção sem perder o controle.

Ao transportar objetos no veículo utilize sempre o porta malas, procurando colocar os

objetos mais pesados encostados ao encosto do banco traseiro, assim o peso fica melhor

distribuído.

Deve-se dirigir com os polegares da mão para cima e fora do volante, principalmente se o

veículo não tiver direção hidráulica. A razão para isso é que se a roda se chocar contra um

tronco, um buraco ou uma pedra grande, o volante pode girar violentamente prendendo os

polegares e até mesmo quebrando o dedo.

Evite som alto enquanto tiver dirigindo, atrapalha os reflexos e desconcentra a atenção e

evite falar demais quando estiver ao volante, desconcentra muito mais. Celular nem se

fala! Existem vários casos de morte por se usar o celular.

Falar ao celular no volante é mais perigoso que dirigir bêbada - Folha Online

Motoristas que falam ao telefone celular enquanto dirigem correm mais risco de causar acidentes

do que condutores alcoolizados, segundo estudo divulgado pelo Laboratório de Pesquisas de

Transporte de Berkshire, no Reino Unido.

Os pesquisadores revelaram que o tempo de reação de quem conversa no celular é 30% menor

que o de alguém que ultrapassa os limites na bebida e fica alcoolizado.

Usuários de celular levaram meio segundo a mais para reagir a estímulos do que uma pessoa em condições normais e um terço de segundo a mais que motoristas sob efeito do álcool.

44

O estudo também mostrou que os usuários de celular ao volante são menos capazes de manter uma velocidade constante e uma distância adequada do veículo da frente, para evitar colisões.

A seguradora Direct Line, que encomendou a pesquisa, afirma que 40% dos motoristas entrevistados admitiram usar o celular enquanto dirigem. Segundo a empresa, celulares e aparelhos de viva-voz têm praticamente o mesmo efeito na concentração.

DIREÇÃO DEFENSIVA

“Direção Defensiva” é dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas

(erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de

trânsito”.

Por que praticar a direção defensiva?

Pesquisas realizadas em todo o mundo, sobre acidentes de trânsito, apresentaram a seguinte

estatística:

Apenas 6 % dos acidentes de trânsito têm como causa os problemas da via.

30 % dos acidentes têm origem em problemas mecânicos.

A maioria dos acidentes, (64%) têm como causa, problemas do motorista.

Dentre os principais Problemas com o Motorista temos:

Dirigir sob o efeito de álcool ou substância entorpecente

Imprudência - trafegar em velocidade inadequada

Imperícia - inexperiência e falta de conhecimento

Negligência - falta de atenção, falha de observação.

Motorista defensivo: é aquele que adota um procedimento preventivo no trânsito, sempre com

cautela e civilidade. O motorista defensivo não apenas dirige, pois está sempre pensando em

segurança, em prevenir acidentes.

A "Direção Defensiva" é indispensável no aperfeiçoamento de motoristas. Trata-se de uma forma de praticar, no uso de seu veículo, uma maneira de dirigir mais segura, reduzindo a possibilidade de ser envolvido em acidentes de trânsito, apesar das condições adversas.

Conheça:

O Departamento de Trânsito do Paraná abriu este espaço em seu site, para a divulgação de

artigos e trabalhos desenvolvidos por alunos do Curso de Especialização em Trânsito, da

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC-PR.

A seleção do material publicado é realizada pela Coordenação do Curso, segundo critérios

próprios. O DETRAN/PR não assume nenhum compromisso ou responsabilidade pelo conteúdo e

opiniões contidas nestes.

A opinião pública sobre o uso de celular na direção e o perfil do usuário

Trabalho apresentado pelos especializando Carlos Alexandre Negrini Bettes e Ruy Carlos

Pamplona, na Matéria de Psicologia Social.

"Tropicalizando” a Educação no Trânsito

Artigo da Prof.ª Márcia de Fátima Plonka, Psicóloga, Diretora da Anima Munddi Desenvolvimento

Profissional e Professora do Curso de Especialização em Trânsito da PUC-PR.

Comportamento e Trânsito

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Palestra proferida pela Profª Adriane Picchetto Machado, Psicóloga Especialista em Trânsito e

Coordenadora do Curso de Especialização em Trânsito da PUC-PR, no II Encontro de Questões e

Desafios do Trânsito – PUC-PR, em 06/10/94.

Monografias de conclusão de curso - 2001

Monografias dos alunos do Curso de Especialização em Trânsito, Turma - 2001.

BOLETIM DE SEGURANÇA

ACIDENTES COM CELULARES DURANTE ABASTECIMENTO DE VEÍCULOS

RESUMO DOS ACIDENTES

A Shell lançou um alerta sobre telefones celulares, através do qual relatou três acidentes

recentemente ocorridos durante o abastecimento de veículos, onde os aparelhos celulares se

incendiaram durante uma conversação / toque de chamada.

No primeiro caso o telefone estava sobre a tampa da porta malas durante o abastecimento e

quando tocou ocorreu a inflamação pelo contato com o vapor da gasolina, provocando a

destruição do carro e da bomba de combustível.

No segundo caso, o individuo sofreu queimaduras na face quando o aparelho pegou fogo

enquanto ele atendia uma chamada.

Na terceira situação, o indivíduo sofreu queimaduras na coxa e virilha quando o aparelho, que

estava em seu bolso, incendiou após ter tocado, durante o abastecimento.

FATO IDENTIFICADO (De acordo com análises feitas).

É um engano pensar que os telefones celulares não se inflamam em contato com combustível ou

vapor de gasolina. É verdade que os aparelhos celulares mais modernos (que acendem quando

as teclas ou campainha são acionadas) descarregam energia suficiente para provocar uma

descarga elétrica. Não utilizar aparelhos celulares durante o abastecimento. Desligue os

aparelhos celulares antes de descer do seu veículo quando parar para abastecer.

A TEORIA DO RISCO NO NOVO CÓDIGO CIVIL

Aspectos da Responsabilidade Civil no novo Código Civil – A Teoria do Risco.

Para que surja o dever de indenizar, necessária se faz a presença de quatro pressupostos,

conforme ensina SILVIO RODRIGUES. São eles: a ação ou omissão do agente; b) a culpa do

agente; c) a relação de causalidade; d) dano experimentado pela vítima.

Assim, em regra, caberá à vítima não só a prova do dano, como também a prova de que esse

decorreu de um ato ou de uma omissão culposa praticada pelo agente. Já o agente, para se

eximir do dever de indenizar, deverá provar a ausência de um ou mais pressupostos. Poderá

provar, por exemplo, que agiu de maneira prudente e diligente, em observância à lei (afasta o

elemento culpa) ou que o prejuízo sofrido pela vítima não tem relação com o ato por ele praticado

(afasta o elemento nexo causal) ou, ainda, que a vítima não sofreu qualquer prejuízo moral ou

patrimonial (afasta o elemento dano).

O Código Civil vigente adota, portanto, como regra, a Teoria da Culpa, chamada de Subjetiva,

pois leva em conta a conduta do agente e se esse agiu de maneira diligente e prudente. Nesse

46

sentido, a regra insculpida no artigo 159, com modificações, está no artigo 186 do novo Código

Civil, que expressamente consagra a indenização por danos morais, segundo o preceito

constitucional (artigo 5º, X).

Já o novo Código Civil, em seu artigo 927, parágrafo único, preceitua que haverá a obrigação de

indenizar, independentemente de culpa, nos casos previstos em lei, ou quando a atividade

desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Assim, o novo diploma afasta a teoria da culpa e expressamente adota a Teoria do Risco,

chamada de Objetiva, segundo a qual aquele que em virtude de sua atividade cria um risco de

danos à terceiro, fica obrigada a reparar, sendo irrelevante que a ação do agente denote

imprudência ou negligência.

Ao contrário do Código Civil vigente, que na esteira dos diplomas do século XIX, repudiava a ideia

de risco e abraçava a culpa irrestritamente (ressalvada a hipótese de responsabilidade objetiva

pelos danos causados por coisas que caírem das casas ou forem delas lançadas em lugar

indevido, chamada pelos romanos de effusis et dejectis – artigo 1529), o novo Código Civil,

seguindo a tendência de se evitar que a vítima fique sem ressarcimento (cf. artigo 12 do Código

de Defesa do Consumidor), adota a teoria do risco.

Caberá, portanto, à doutrina fixar o conceito de atividade que, por sua natureza, implica riscos

para direitos de terceiros. A responsabilidade das Usinas Nucleares, por força de lei especial, é

sempre objetiva, pois essa atividade, por si só, é perigosa. O simples fato de se produzir energia

nuclear já coloca em risco toda a população (vide o ocorrido em Chernobyl).

Entendemos que tal preceito não tem caráter amplíssimo, sendo menos abrangente que aquele

contido no artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor. O mencionado artigo 12, para a

proteção da parte vulnerável, pressupõe que a simples atividade de produção e venda é suficiente

para gerar obrigação de indenizar, ainda que não haja culpa do fabricante ou do vendedor

(fornecedores).

Não pode ser essa a interpretação a ser conferida ao novo artigo 927, pois o Código Civil

disciplina a relação entre pares, entre iguais, e não há desequilíbrio entre as partes, desequilíbrio

esse inerente às relações de consumo. Portanto, não será considerada perigosa a atividade de

produção de cigarros, em que pese o fato do cigarro ser produto potencialmente nocivo, pois a

atividade de produção em si não gera riscos a terceiros. Já as empresas siderúrgicas, que

trabalham com enormes caldeiras ou mesmo as químicas, que trabalham com produtos

venenosos, estas sim têm, pela natureza de sua atividade, potencial de causar riscos a terceiros

durante a confecção de seus produtos (lembre-se do acidente da Union Carbide ocorrido na Índia

em que milhares de pessoas foram atingidas).

Portanto, em nossa opinião, o novo artigo 927 deve ser interpretado restritivamente e se aplica

apenas àquelas atividades cujos processos de produção sejam perigosos em si,

independentemente da natureza do bem que está sendo produzido. Somente nessas hipóteses

aplicar-se-á a Teoria do Risco e a questão da culpa será irrelevante para fixação do dever de

indenizar. Os demais casos continuam regidos pela Teoria da Culpa, sendo imprescindível a

prova desse pressuposto para que surja o dever de indenizar.

ACIDENTE DO TRABALHO

47

O QUE É?

É o que ocorre pelo exercício da atividade a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho,

provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou redução,

permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

QUEM TEM DIREITO?

Será concedido o benefício de Auxílio-Doença, decorrente de acidente de trabalho, ao

segurado empregado (exceto o doméstico), trabalhador avulso e segurado especial.

OS ACIDENTES DO TRABALHO SÃO CLASSIFICADOS EM 3 TIPOS:

ACIDENTE TÍPICO DOENÇA PROFISSIONAL ACIDENTE DE TRAJETO

OU DO TRABALHO

TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO

1- Acidente Típico: é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa.

2- Doença Profissional ou do Trabalho: adquirida ou desencadeada em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Nesses casos, a

Data do Inicio da Incapacidade – DII será:

48

O dia do acidente,

O dia do afastamento do trabalho,

O dia da realização do diagnóstico.

3- Acidente de Trajeto: aquele que ocorre no percurso do local de residência para o trabalho, do

trabalho para a residência, ou de um para outro local de trabalho habitual, considerando a

distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto. Essas

informações são retiradas do questionário do empregador-formulário indispensável ao

requerer auxílio-doença decorrente desse tipo de acidente e do cartão ponto, além do registro

policial da ocorrência do acidente, quando houver.

Não se caracteriza como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo segurado

que, por interesse pessoal, tiver interrompido ou alterado o percurso habitual.

QUANDO O ACIDENTE DE TRABALHO RESULTAR A MORTE DO SEGURADO

Nesse caso será exigido:

O boletim de registro policial da ocorrência ou, se necessário, cópia do inquérito policial;

O laudo de exame cadavérico ou documento equivalente se houver;

A Certidão de Óbito.

DO NEXO CAUSAL

O acidente e a lesão;

A doença e o trabalho;

A “causa mortis” e o acidente.

Para caracterização técnica do nexo causal do acidente de trabalho, a perícia médica do INSS

poderá ouvir testemunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho, solicitar o

Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) diretamente ao empregador, para esclarecimento dos

fatos e o estabelecimento do nexo causal.

O segurado especial e o trabalhador avulso que sofreram acidente de trabalho com

incapacidade para a sua atividade habitual serão encaminhados à Perícia Médica para avaliação

do grau de incapacidade e o estabelecimento do nexo técnico logo após o acidente, sem

necessidade de aguardar os quinze dias consecutivos de afastamento.

Para o empregado, o nexo técnico só será estabelecido se a previsão de afastamento for superior

a quinze dias consecutivos de afastamento.

DO CADASTRAMENTO DA CAT

Da Responsabilidade:

Empresa: comunica a Previdência Social, o acidente ocorrido com o segurado, exceto o

doméstico e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso

de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa.

A CAT entregue fora do prazo estabelecido e anteriormente ao início de qualquer

procedimento administrativo ou de medida de fiscalização, caracteriza-se como denúncia

espontânea, exceto nos casos mencionados no item 4 a seguir.

O que ocorrer

primeiro

49

As Comunicações de Acidentes de Trabalho relativas ao acidente do trabalho ou à doença do

trabalho ou à doença profissional ocorridos com o aposentado que permaneceu na atividade

como empregada ou a ela retornou deverão ser registradas e encerradas, devendo o

aposentado ser cientificado do encerramento da CAT e orientado quanto ao direito à

Reabilitação Profissional, desde que atendidos os requisitos legais.

Serão responsáveis pelo preenchimento e encaminhamento da CAT:

No caso de segurado empregado > a empresa empregadora;

No caso de segurado especial > o próprio acidentado seus dependentes, a entidade sindical

da categoria, o médico assistente ou qualquer autoridade pública;

No caso do trabalhador avulso > a empresa tomadora de serviço e, na falta dela, o sindicato

da categoria ou o órgão gestor de mão-de-obra;

No caso de segurado desempregado – nas situações em: AUTORIDADE PÚBLICA

Membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos estados;

Os comandantes de unidades militares do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e das Forças

Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar);

Prefeitos;

Delegados de polícia;

Diretores de hospitais e de asilos oficiais;

Servidores da administração direta e indireta federal, estadual, do Distrito Federal ou

municipal, quando investidos de função.

Serão responsáveis pelo preenchimento e encaminhamento da CAT:

É considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a

responsabilidade da Reabilitação Profissional. Neste caso, caberá ao profissional técnico da

Reabilitação Profissional emitir a CAT e encaminhá-la para a Perícia-Médica, que preencherá

o campo “atestado médico”.

TIPOS DE CAT

As Comunicações de Acidente de Trabalho feitas perante o INSS devem se referir às

seguintes ocorrências:

CAT inicial: acidente do trabalho típico, trajeto, doença ocupacional ou óbito imediato;

CAT reabertura: afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou de

doença profissional ou do trabalho;

CAT comunicação de óbito: falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou

do trabalho, após o registro da CAT inicial.

DO PREENCHIMENTO DA CAT

A CAT será preenchida com todos os dados informados nos seus respectivos campos, em

quatro vias, com a seguinte destinação:

50

1ª via – ao INSS;

2ª via – ao segurado ou dependente;

3ª via – ao sindicato dos trabalhadores;

4ª via – á empresa.

Compete ao emitente da CAT à responsabilidade pelo envio das vias dessa Comunicação ás

pessoas e ás entidades indicada.

O formulário da CAT poderá ser substituído por impresso da própria empresa, desde que

contenha todos os campos do modelo oficial do INSS.

DO CADASTRAMENTO DA CAT

Para fins de cadastramento da CAT, caso o campo atestado médico do formulário de CAT não

esteja preenchido e assinado pelo médico assistente, deve ser apresentado atestado médico

original, desde que nele conste a devida descrição do atendimento realizado ao acidentado do

trabalho, inclusive o diagnóstico com o Código Internacional de Doença – CID, e o período

provável para o tratamento, contendo assinatura e número do Conselho Regional de Medicina –

CRM, data e carimbo do profissional médico, seja particular, de convênio ou do Sistema Único de

Saúde – SUS.

Quando na CAT não forem preenchidos os campos 5 e 26 (CNAE e CBO), não haverá recusa no

cadastramento, uma vez que podem ser preenchidas pelo servidor, com base nas informações

constantes no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).

Ressaltando que será solicitada declaração do acidentado, de próprio punho, confirmando a

função que exerce ou exercia na empresa

DO CADASTRAMENTO DA CAT – VIA INTERNET

CAT poderá ser registrada na APS mais conveniente ao segurado ou registrada pela Internet,

sendo válida para todos os fins no INSS.

No ato do cadastramento da CAT via Internet, o emissor deverá transcrever as informações

constantes no atestado médico para o respectivo campo da CAT, sendo obrigatória apresentação

do atestado médico original por ocasião do requerimento de benefício e da avaliação médico-

pericial.

No requerimento de benefício de auxílio-doença decorrente de acidente de trabalho, com CAT

registrada pela Internet serão exigidos o carimbo e a assinatura do emitente e do médico

assistente. www.previdencia.gov.br

DA REABERTURA DA CAT

Se concedida reabertura de auxílio-doença acidentário, em razão de agravamento de seqüela

proveniente do acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, com fixação da data do

início do benefício dentro de sessenta dias da cessação do benefício anterior, o novo pedido será

indeferido prorrogando o benefício anterior, descontando-se os dias trabalhados, quando for o

caso. Se ultrapassado o prazo estabelecido para o restabelecimento, poderá ser concedido novo

benefício desde que na referida data comprove a qualidade de segurado, sendo obrigatório o

cadastramento da CAT de reabertura, e vinculação desta ao novo benefício.

Na CAT de reabertura de acidente do trabalho, deverão constar as mesmas informações da época

do acidente, exceto quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da

emissão, que serão relativos à data da reabertura.

51

NÃO SERÁ FEITA REABERTURA DA CAT

Nas situações de simples assistência médica ou de afastamento com menos de quinze dias

consecutivos.

Quando ocorrer óbito decorrente de acidente ou de doença profissional ou do trabalho,

ocorrido após a emissão da CAT inicial ou da CAT de reabertura, será comunicado ao INSS

por CAT de comunicação de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente

inicial.

Quando o servidor de órgão público tenha sido excluído do RGPS em razão da transformação

do Regime de Previdência Social ou que tenha averbado período de vinculação ao RGPS por

CTC, não caberá reabertura do acidente ocorrido quando contribuinte do RGPS.

OBS: ESTAR DOENTE NEM SEMPRE SIGNIFICA ESTAR INCAPAZ PARA O TRABALHO.

AUXILIO DOENÇA – IN INSS/DC nº 118, de 14042005 – Art. 199, § 4º

“O requerimento de auxílio-doença poderá ser feito pela Internet, para todas as categorias de

segurados, exceto segurado especial, observando que a análise do direito será feita com base

nas informações constantes no CNIS sobre as remunerações e vínculos, a partir de 1º/07/1994,

podendo o segurado, a qualquer momento, solicitar alteração, inclusão ou exclusão das

informações no CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios dos períodos ou das

remunerações divergentes, observando o disposto nos arts. 393 a 395 desta IN.”

QUEM TEM DIREITO?

O direito ao benefício (inclusive decorrente de acidente de trabalho) deverá ser

analisado com base:

Na DAT (Data do Afastamento do Trabalho) ou;

Na DII (Data de Início da Incapacidade).

Considera-se como DAT aquela em que for fixado o início da incapacidade para os

segurados:

Empregados domésticos

Trabalhador avulso

Contribuinte individual

Facultativo

Segurado especial

Desempregado

OBS: para os segurados empregados a DAT é um dias após a DUT (Data do Último dia de

Trabalho).

Para os benefícios requeridos após 30 dias – contados da DAT ou da DII, conforme o caso, a

data do início do pagamento – DIP, será fixado na DER (Data da Entrada do Requerimento).

Exemplo:

Um funcionário trabalhou até 10/07/2005;

Os primeiros 15 dias de afastamento são pagos pela empresa, devendo requerer o auxílio-

doença a partir do 16° dia => 26/07/2005, até o dia 09/08/2005 (30 dias contados da DAT);

Se este funcionário der entrada no requerimento de auxílio-doença dia 12/08/2005, receberá a

partir deste dia.

52

Em relação à DUT (Data do Último dia Trabalhado), informado pelo empregador, é importante que

quando o funcionário entrar em gozo de férias ou licença-prêmio ou qualquer outro tipo de

licença remunerada, o prazo de espera para requerimento do benefício será contado a partir

do dia seguinte ao término das férias ou da licença.

Exemplo:

Um funcionário estava em gozo das férias quando ficou incapacitado para o trabalho. Nesse

caso, se as férias terminam no dia 15/08/2005 – esta será a DUT e após 15 dias entrará com o

requerimento de auxílio-doença

OBS: Ficar atento ao prazo conforme explicado no exemplo anterior.

No caso de novo pedido, independente da DER, se a perícia médica:

Concluir pela concessão de novo benefício, decorrente da mesma doença;

Fixar a DII (Data de Início da Incapacidade) até sessenta dias contados da cessação do

benefício anterior;

Será:

Indeferido o novo pedido, prorrogando-se o benefício anterior;

Descontado os dias trabalhados, quando for o caso.

Quando isso ocorre a DIP (Data de Início do Pagamento) será fixada na:

DII (Data de Início da Incapacidade para o Trabalho), se requerido até 30 dias da nova incapacidade,

vedado o pagamento em duplicidade na hipótese desta recair antes ou até a data da cessação do

benefício anterior;

DER (Data da Entrada do Requerimento), se requerido após trinta dias da nova incapacidade.

O AUXILIO-DOENÇA não pode ser requerida pela internet, quando:

Quando o segurado empregado se afastar do trabalho por motivo de doença, durante 15 dias

consecutivos, retornando à atividade no 16° dia e dela voltar a se afastar dentro de 60 dias

desse retorno, ainda que não se trate da mesma doença ou do mesmo acidente.

Se o retorno à atividade tiver ocorrido antes de 15 dias do afastamento, o segurado fará jus a

benefício de auxílio-doença a partir do dia seguinte ao que completar aqueles 15 dias de

afastamento, ainda que intercalados.

Exemplo:

O funcionário trabalhou até o dia 01/09/2005, quando apresentou um atestado de 5 dias (até

06/09/2005);

Voltou a trabalhar no dia 07/09/2005, permanecendo até o dia 12/09/2005;

Em 12/09/2005 de afastou novamente por 10 dias – até 22/09/2005;

Retornou ao trabalho, vindo a se afastar no dia 27/09/2005;

Esta será a DUT informada pela empresa, acompanhada de declaração em papel timbrado,

informando que os períodos de afastamento anteriores já totalizaram 15 dias a serem

pagos pelo empregador.

QUANDO ISSO

OCORRE

53

A ANÁLISE DO DIREITO AO AUXÍLIO-DOENÇA

Caberá a Concessão quando:

A DID (Data do Início da Doença) for fixada anterior ou posteriormente à primeira contribuição

e a DII (Data do Início a Incapacidade) for fixada posteriormente à 12ª contribuição;

Havendo a perda da qualidade de segurado (mais de 1 ano sem contribuir ou 2 anos – no

caso de recebimento de seguro desemprego) e fixada a DII após ter cumprido 1/3 da carência

exigida (4 meses) se, somadas às anteriores, totalizarem, no mínimo, a carência definida para

o benefício (12 meses);

O segurado não contar com a carência mínima exigida para a concessão do benefício e a

doença for isenta de carência, bem como acidente de qualquer natureza , a Data do Inicio da

Doença – DID e DII devem recair no 2º dia do primeiro mês da carência, para que o

requerente tenha direito ao benefício.

NÃO CABERÁ A CONCESSÃO

Se a DID (Data do Início da Doença) e a DII (Data do Início da Incapacidade) forem fixadas

anteriormente à 1ª contribuição;

2. Se a DID for fixada anterior ou posteriormente à primeira contribuição e a DII for fixada

anteriormente à 12ª contribuição.

IN 118/2005

Art. 255. O Auxílio-Acidente será concedido como indenização, ao segurado empregado,

exceto o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a

consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela

definitiva, discriminadas no Anexo III do Decreto nº 3.048/1999, que implique:

Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam;

Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, exigindo maior esforço

para o desempenho da mesma atividade da época do acidente;

Impossibilidade do desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém permita

o desempenho de outra, após processo de Reabilitação Profissional, nos casos indicados pela

Perícia Médica do INSS.

§ 1º O auxílio-acidente também será devido ao segurado que, indevidamente, foi demitido pela

empresa no período em que estava recebendo auxílio-doença decorrente de acidente de qualquer

natureza, e que as seqüelas definitivas resultantes estejam conforme discriminadas nos incisos

deste artigo.

§ 2º Não caberá a concessão de auxílio-acidente de qualquer natureza ao segurado que esteja

desempregado na data em que ocorreu o acidente.

§ 3º Para fins do disposto no caput considerar-se-á a atividade exercida na data do acidente.

Aos benefícios de auxílio-doença, bem como os decorrentes de acidente de trabalho e amparo

assistencial ao deficiente (LOAS), nos seguintes casos:

INDEFERIMENTO POR:

Conclusão médica contrária (Auxílio Doença e LOAS);

Falta de carência (Auxílio Doença); e

54

Perda de qualidade (Auxílio Doença).

PRAZO => 30 dias a partir da DRE (Data da Realização do Exame)

Nos casos de indeferimento por “Falta de Carência” ou “Perda de Qualidade de Segurado”, o

sistema emitirá as seguintes mensagens no momento do requerimento do PR:

“Segurado está apresentando documentação relativa à área médica”?

Se SIM – permitirá efetuar o Pedido de Reconsideração – PR

Se NÃO – não permitirá efetuar o PR, emitindo a mensagem:

“Favor efetuar a Reabertura ou Solicitação de Recurso Administrativo”

Também CABERÁ PR, nos casos de ALTA MÉDICA, a partir de 10 dias antes até 30 dias após a

DCB (Data da Cessação do Benefício).

NÃO CABERÁ PR

NOS CASOS DE INDEFERIMENTO POR:

Não cumprimento de exigências;

Desistência do segurado;

Recebimento de outro benefício;

A renda “per capta” da família é igual ou superior a ¼ do Salário Mínimo – vigente na data do

requerimento.

Falta de comprovação como segurado.

NOS CASOS DE ALTA MÉDICA:

A pedido do segurado

SE SOLICITADO PR

Se o PR foi indeferido, só permitirá novo requerimento de benefício após 30 dias contados da

DRE (Data da Realização do Exame) do PR – negado ou mantido a DCB;

Se o PR foi favorável, permitirá novo requerimento após 30 dias da nova DCB.

SE NÃO SOLICITADO PR

Só permitirá solicitação de novo requerimento de benefício, no caso de requerimentos

indeferidos, após 30 dias contados a partir da DRE;

Só permitirá solicitação de novo requerimento de benefício, no caso de benefício cessado,

após 30 dias contados a partir da DCB;

ESTATÍSTICA BÁSICA

1. INTRODUÇÃO ,

ESTATÍSTICA: ramo da matemática aplicada.

ANTIGUIDADE: os povos já registravam o número de habitantes, nascimentos, óbitos.

55

Faziam "estatísticas".

IDADE MÉDIA: as informações eram tabuladas com finalidades tributárias e bélicas.

SEC. XVI: surgem as primeiras análises sistemáticas, as primeiras tabelas e os números

relativos.

SEC. XVIII: a estatística com feição científica é batizada por GODOFREDO ACHENWALL. As

tabelas ficam mais completas, surgem as primeiras representações gráficas e os cálculos de

probabilidades. A estatística deixa de ser uma simples tabulação de dados numéricos para se

tornar "O estudo de como se chegar a conclusão sobre uma população, partindo da

observação de partes dessa população (amostra)".

MÉTODO ESTATÍSTICO

MÉTODO: é um meio mais eficaz para atingir determinada meta.

MÉTODOS CIENTÍFICOS: destacamos o método experimental e o método estatístico.

MÉTODO EXPERIMENTAL: consistem em manter constante todas as causas, menos uma,

que sofre variação para se observar seus efeitos, caso existam.

Ex: Estudos da Química, Física, etc.

MÉTODO ESTATÍSTICO: diante da impossibilidade de manter as causas constantes (nas

ciências sociais), admitem todas essas causas presentes variando-as, registrando essas

variações e procurando determinar, no resultado final, que influências cabem a cada uma

delas.

Ex: Quais as causas que definem o preço de uma mercadoria quando a sua oferta diminui?

Seria impossível, no momento da pesquisa, manter constantes a uniformidade dos salários, o

gosto dos consumidores, nível geral de preços de outros produtos, etc.

A ESTATÍSTICA

É uma parte da matemática aplicada que fornece métodos para coleta, organização,

descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada

de decisões.

A coleta, a organização, a descrição dos dados, o cálculo e a interpretação de

coeficientes pertencem à ESTATÍSTICA DESCRITIVA, enquanto a análise e a

interpretação dos dados, associado a uma margem de incerteza, ficam a cargo da

ESTATÍSTICA INDUTIVA ou INFERENCIAL, também chamada como a medida da incerteza

ou métodos que se fundamentam na teoria da probabilidade.

2. ORGANIZAÇÃO DE DADOS ESTATÍSTICOS

FASES DO MÉTODO ESTATÍSTICO

Definição do Problema: saber exatamente aquilo que se pretende pesquisar é o mesmo que definir corretamente o problema.

56

Planejamento: Como levantar informações? Que dados deverão ser obtidos? Qual levantamento a ser utilizado? Censitário? Por amostragem? E o cronograma de atividades? Os custos envolvidos? Etc.

Coleta de Dados: Fase operacional. É o registro sistemático de dados, com um objetivo determinado.

Dados primários: quando são publicados pela própria pessoa ou organização que os haja recolhido.

EX: tabelas do censo demográfico do IBGE.

Dados secundários: quando são publicados por outra organização.

EX: quando determinado jornal publica estatísticas referentes ao censo demográfico extraídas do IBGE.

OBS: é mais seguro trabalhar com fontes primárias. O uso da fonte secundária traz o grande risco de erros de transcrição.

Coleta Direta: quando é obtida diretamente da fonte.

EX: empresa que realiza uma pesquisa para saber a preferência dos consumidores pela sua marca.

Coleta Contínua: registros de nascimento, óbitos, casamentos.

Coleta Periódica: recenseamento demográfico, censo industrial.

Coleta Ocasional: registro de casos de dengue.

Coleta Indireta: é feita por deduções a partir dos elementos conseguimos pela coleta direta, por analogia, por avaliação indícios ou proporcionalização.

3. APURAÇÃO DOS DADOS: Resumo dos dados através de sua contagem e agrupamento. È a condensação e tabulação de dados.

4. APRESENTAÇÃO DOS DADOS: Há duas formas de apresentação, que não se excluem

mutuamente. A apresentação tabular, ou seja, é uma apresentação numérica dos dados em

linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, segundo regras práticas fixadas pelo

Conselho Nacional de Estatística. A apresentação gráfica dos dados numéricos constitui uma

apresentação geométrica permitindo uma visão rápida e clara do fenômeno.

5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS: a última fase do trabalho estatístico é a

mais importante e delicada. Está ligada essencialmente ao cálculo de medidas e

coeficientes, cuja finalidade principal é descrever o fenômeno (estatística descritiva).

DEFINIÇÕES BÁSICAS DA ESTATÍSTICA

Fenômeno Estatístico: é qualquer evento que se pretenda analisar, cujo estudo seja possível

a aplicação do método estatístico. São divididos em três grupos:

Fenômenos de Massa ou Coletivo: são aqueles que não podem ser definidos por uma

simples observação. A estatística dedica-se ao estudo desses fenômenos.

EX: a natalidade na Grande Vitória. O preço médio da cerveja no Espírito Santo, etc.

Fenômenos Individuais: são aqueles que irão compor os fenômenos de massa.

Ex: cada nascimento na Grande Vitória, cada preço de cerveja no Espírito Santo, etc.

57

Fenômenos de Multidão: quando as características observadas para a massa não se

verificam para o particular.

DADOS ESTATÍSTICOS: é um dado numérico e é considerado a matéria-prima sobre a qual

iremos aplicar os métodos estatísticos.

POPULAÇÃO: é o conjunto total de elementos portadores de, pelo menos, umas

características comuns.

AMOSTRA: é uma parcela representativa da população que é EXAMINADA com o propósito

de tiramos conclusões sobre a essa população.

PARAMETROS: são valores singulares que existem na população e que servem para

caracterizá-la. Para definirmos um parâmetro devemos examinar toda a população.

EX: os alunos do 2º ano da FACEV têm em média 1,70 metros de estatura.

ESTIMATIVA: é um valor aproximado do parâmetro e é calculado com o uso da amostra.

ATRIBUTO: quando os dados estatísticos apresentam um caráter qualitativo, o levantamento

e os estudos necessários ao tratamento desses dados são designados genericamente de

estatística de atributo.

VARIAVEL: é o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno.

VARIÁVEL QUALITATIVA: Quando seus valores são expressos por atributos: sexo, cor da

pele, etc.

VARIÁVEL QUANTITATIVA: Quando os dados são de caráter nitidamente quantitativo, e

o conjunto dos resultados possui uma estrutura numérica, trata-se, portanto da estatística

de variável e se dividem em:

VARIÁVEL DISCRETA OU DESCONTÍNUA: Seus valores são expressos geralmente através

de números inteiros não negativos. Resulta normalmente de contagens. Ex: Nº de alunos

presentes às aulas de introdução à estatística econômica no 1º semestre de 1997:

mar = 18, abr = 30, mai = 35 , jun = 36.

VARIÁVEL CONTÍNUA: Resulta normalmente de uma mensuração, e a escala numérica de

seus possíveis valores corresponde ao conjunto R dos números Reais, ou seja, podem

assumir, teoricamente, qualquer valor entre dois limites.

Ex.: Quando você vai medir a temperatura de seu corpo com um termômetro de mercúrio o que

ocorre é o seguinte: O filete de mercúrio, ao dilatar-se, passará por todas as temperaturas

intermediárias até chegar na temperatura atual do seu corpo.

Exemplos:

Cor dos olhos das alunas: qualitativa

Índice de liquidez nas indústrias capixabas: quantitativa contínua

Produção de café no Brasil: quantitativa contínua

Número de defeitos em aparelhos de TV: quantitativa discreta

Comprimento dos pregos produzidos por uma empresa: quantitativa contínua

O ponto obtido em cada jogada de um dado: quantitativa discreta

AMOSTRAGEM

MÉTODOS PROBABILÍSTICOS

58

Exige que cada elemento da população possua determinada probabilidade de ser

selecionado. Normalmente possuem a mesma probabilidade. Assim, se N for o tamanho da

população, a probabilidade de cada elemento ser selecionado será 1/N. Trata-se do método

que garante cientificamente a aplicação das técnicas estatísticas de inferências. Somente com

base em amostragens probabilísticas é que se podem realizar inferências ou induções sobre a

população a partir do conhecimento da amostra.

É uma técnica especial para recolher amostras, que garantem, tanto quanto possível, o acaso

na escolha.

AMOSTRAGEM CASUAL ou ALEATÓRIA SIMPLES

É o processo mais elementar e freqüentemente utilizado. É equivalente a um sorteio

lotérico. Pode ser realizada numerando-se a população de 1 a n e sorteando-se, a seguir, por

meio de um dispositivo aleatório qualquer, x números dessa seqüência, os quais

corresponderão aos elementos pertencentes à amostra.

Ex: Vamos obter uma amostra, de 10%, representativa para a pesquisa da estatura de 90 alunos

de uma escola:

1º - numeramos os alunos de 1 a 90.

2º - escrevemos os números dos alunos, de 1 a 90, em pedaços iguais de papel, colocamos na

urna e após mistura retiramos, um a um, nove números que formarão a amostra.

OBS: quando o número de elementos da amostra é muito grande, esse tipo de sorteio torna-se

muito trabalhoso. Neste caso utiliza-se uma Tabela de números aleatórios, construída de modo

que os algarismos de 0 a 9 são distribuídos ao acaso nas linhas e colunas.

AMOSTRAGEM PROPORCIONAL ESTRATIFICADA:

Quando a população se divide em estratos (sub-populações), convém que o sorteio dos

elementos da amostra leve em consideração tais estratos, daí obtemos os elementos da

amostra proporcional ao número de elementos desses estratos.

Ex: Vamos obter uma amostra proporcional estratificada, de 10%, do exemplo anterior, supondo,

que, dos 90 alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam meninas. São, portanto dois estratos (sexo

masculino e sexo feminino). Logo, temos:

SEXO POPULAÇAO 10% AMOSTRA

Masc.

Fem.

54

36

5,4

3,6

5

4

Total 90 9,0 9

Numeramos então os alunos de 01 a 90, sendo 01 a 54 meninos e 55 a 90, meninas e

procedemos ao sorteio casual com urna ou tabela de números aleatórios.

AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA:

Quando os elementos da população já se acham ordenados, não há necessidade de construir

o sistema de referência. São exemplos os prontuários médicos de um hospital, os prédios de

uma rua, etc. Nestes casos, a seleção dos elementos que constituirão a amostra pode ser feita

por um sistema imposto pelo pesquisador.

59

Ex: Suponhamos uma rua com 900 casas, das quais desejamos obter uma amostra formada por 50 casas para uma pesquisa de opinião. Podemos, neste caso, usar o seguinte procedimento: como 900/50 = 18, escolhemos por sorteio casual um número de 01 a 18, o qual indicaria o primeiro elemento sorteado para a amostra; os demais elementos seriam periodicamente considerados de 18 em 18. Assim, suponhamos que o número sorteado fosse 4 a amostra seria: 4ª casa, 22ª casa, 40ª casa, 58ª casa, 76ª casa, etc.

AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADOS (ou AGRUPAMENTOS)

Algumas populações não permitem, ou tornam extremamente difícil que se identifiquem seus

elementos. Não obstante isso, pode ser relativamente fácil identificar alguns subgrupos da

população. Em tais casos, uma amostra aleatória simples desses subgrupos (conglomerados)

pode se colhida, e uma contagem completa deve ser feita para o conglomerado sorteado.

Agrupamentos típicos são quarteirões, famílias, organizações, agências, edifícios etc.

Ex: Num levantamento da população de determinada cidade, podemos dispor do mapa indicando

cada quarteirão e não dispor de uma relação atualizada dos seus moradores. Pode-se, então,

colher uma amostra dos quarteirões e fazer a contagem completa de todos os que residem

naqueles quarteirões sorteados.

MÉTODOS NÃO PROBABILÍSITCOS

São amostragens em que há uma escolha deliberada dos elementos da amostra. Não é

possível generalizar os resultados das pesquisas para a população, pois as amostras não-

probabilísticas não garantem a representatividade da população.

AMOSTRAGEM ACIDENTAL

Trata-se de uma amostra formada por aqueles elementos que vão aparecendo, que são

possíveis de se obter até completar o número de elementos da amostra. Geralmente

utilizada em pesquisas de opinião, em que os entrevistados são acidentalmente escolhidos.

Ex: Pesquisas de opinião em praças públicas, ruas de grandes cidades;

AMOSTRAGEM INTENCIONAL

De acordo com determinado critério, é escolhido intencionalmente um grupo de elementos

que irão compor a amostra. O investigador se dirige intencionalmente a grupos de

elementos dos quais deseja saber a opinião.

Ex: Numa pesquisa sobre preferência por determinado cosmético, o pesquisador se dirige a um

grande salão de beleza e entrevista as pessoas que ali se encontram.

AMOSTRAGEM POR QUOTAS

Um dos métodos de amostragem mais comumente usados em levantamentos de

mercado e em prévias eleitorais. Ele abrange três fases:

1ª - classificação da população em termos de propriedades que se sabe, ou presume, serem

relevantes para a característica a ser estudada;

2ª - determinação da proporção da população para cada característica, com base na constituição

conhecida, presumida ou estimada, da população;

3ª - fixação de quotas para cada entrevistador a quem tocará a responsabilidade de selecionar

entrevistados, de modo que a amostra total observada ou entrevistada contenha a proporção e

cada classe tal como determinada na 2ª fase.

60

Ex: Numa pesquisa sobre o "trabalho das mulheres na atualidade", provavelmente se terá

interesse em considerar: a divisão cidade e campo, a habitação, o número de filhos, a idade dos

filhos, a renda média, as faixas etárias etc.

A primeira tarefa é descobrir as proporções (porcentagens) dessas características na população.

Imagina-se que haja 47% de homens e 53% de mulheres na população. Logo, uma amostra de 50

pessoas deverá ter 23 homens e 27 mulheres. Então o pesquisador receberá uma "quota" para

entrevistar 27 mulheres. A consideração de várias categorias exigirá uma composição amostral

que atenda ao n determinado e às proporções populacionais estipuladas.

SÉRIES ESTATÍSTICAS

TABELA: É um quadro que resume um conjunto de dados dispostos segundo linhas e

colunas de maneira sistemática.

De acordo com a Resolução 886 do IBGE, nas casas ou células da tabela devemos colocar:

Um traço horizontal (-) quando o valor é zero;

Três pontos (...) quando não temos os dados;

Zero (0) quando o valor é muito pequeno para ser expresso pela unidade utilizada;

Um ponto de interrogação (?) quando temos dúvida quanto à exatidão de determinado valor.

OBS: O lado direito e esquerdo de uma tabela oficial deve ser aberto.

SÉRIE ESTATÍSTICA: É qualquer tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de

dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie.

SÉRIES HOMÓGRADAS: são aquelas em que a variável descrita apresenta variação discreta

ou descontínua. Podem ser do tipo temporal, geográfica ou específica.

SÉRIES CONJUGADAS: Também chamadas de tabelas de dupla entrada. São apropriadas

à apresentação de duas ou mais séries de maneira conjugada, havendo duas ordens de

classificação: uma horizontal e outra vertical. O exemplo abaixo é de uma série geográfica

temporal.

GRÁFICOS ESTATÍSTICOSG

São representações visuais dos dados estatísticos que devem corresponder, mas nunca substituir as tabelas estatísticas.

Características: Uso de escalas, sistema de coordenadas, simplicidade, clareza e veracidade.

Gráficos de informação: São gráficos destinados principalmente ao público em geral, objetivando proporcionar uma visualização rápida e clara. São gráficos tipicamente expositivos, dispensando comentários explicativos adicionais. As legendas podem ser omitidas, desde que as informações desejadas estejam presentes.

Gráficos de análise: São gráficos que prestam-se melhor ao trabalho estatístico, fornecendo elementos úteis à fase de análise dos dados, sem deixar de ser também informativos. Os gráficos de análise freqüentemente vêm acompanhados de uma tabela estatística. Inclui-se, muitas vezes um texto explicativo, chamando a atenção do leitor para os pontos principais revelados pelo gráfico.

Uso indevido de Gráficos: Podem trazer uma idéia falsa dos dados que estão sendo analisados, chegando mesmo a confundir o leitor. Trata-se, na realidade, de um problema de construção de escalas. . Classificação dos gráficos: Diagramas, Estereogramas, Pictogramas e Cartogramas.

61

DIAGRAMAS: São gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. São os mais usados na

representação de séries estatísticas. Eles podem ser: 1.1- Gráficos em barras horizontais. 1.2- Gráficos em barras verticais ( colunas ). Quando as legendas não são breves usa-se de preferência os gráficos em barras horizontais. Nesses gráficos os retângulos têm a mesma base e as alturas são proporcionais aos respectivos dados. A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e a decrescente, se for geográfica ou categórica. 1.2- Gráficos em barras compostas. 1.4- Gráficos em colunas superpostas. Eles diferem dos gráficos em barras ou colunas convencionais apenas pelo fato de apresentar cada barra ou coluna segmentada em partes componentes. Servem para representar comparativamente dois ou mais atributos. 1.5- Gráficos em linhas ou lineares. São freqüentemente usados para representação de séries cronológicas com um grande número de períodos de tempo. As linhas são mais eficientes do que as colunas, quando existem intensas flutuações nas séries ou quando há necessidade de se representarem várias séries em um mesmo gráfico. Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a variação de dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos gráficos desses fenômenos é denominada de área de excesso.

1.5- Gráficos em setores. Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado sempre que desejamos ressaltar a participação do dado no total. O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores quantas são as partes. Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais aos dados da série. O gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no máximo, sete dados. Obs: As séries temporais geralmente não são representadas por este tipo de gráfico.

ESTEREOGRAMAS: São gráficos geométricos dispostos em três dimensões, pois representam volume. São usados nas representações gráficas das tabelas de dupla entrada. Em alguns casos este tipo de gráfico fica difícil de ser interpretado dada a pequena precisão que oferecem. . 3 - PICTOGRAMAS: São construídos a partir de figuras representativas da intensidade do fenômeno. Este tipo de gráfico tem a vantagem de despertar a atenção do público leigo, pois sua forma é atraente e sugestiva. Os símbolos devem ser auto-explicativos. A desvantagem dos pictogramas é que apenas mostram uma visão geral do fenômeno, e não de detalhes minuciosos. Veja o exemplo abaixo:

62

CARTOGRAMAS:

São ilustrações relativas a cartas geográficas (mapas). O objetivo desse gráfico é o de figurar os dados estatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas ou políticas.

DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA É um tipo de tabela que condensa uma coleção de dados conforme as freqüências (repetições de seus valores). formarmos uma idéia exata do comportamento do grupo como um todo, a partir de dados não ordenados. Ex : 45, 41, 42, 41, 42 43, 44, 41 ,50, 46, 50, 46, 60, 54, 52, 58, 57, 58, 60, 51 Distribuição de freqüência SEM INTERVALOS DE CLASSE: É a simples condensação dos dados conforme as repetições de seus valores. Para um ROL de tamanho razoável esta distribuição de freqüência é inconveniente, já que exige muito espaço. Veja exemplo abaixo: Distribuição de freqüência COM INTERVALOS DE CLASSE: Quando o tamanho da amostra é elevado, é mais racional efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de classe LIMITES DE CLASSE: são os extremos de cada classe. O menor número é o limite inferior de classe ( li ) e o maior número, limite superior de classe ( Li ). Ex: em 49 |------- 53,... l3 = 49 e L3 = 53. O símbolo |------- representa um intervalo fechado à esquerda e aberto à direita. O dado 53 do ROL não pertence a classe 3 e sim a classe 4 representada por 53 |------- 57.

3. MEDIDAS DE POSIÇÃO São as estatísticas que representam uma série de dados orientando-nos quanto à posição da

distribuição em relação ao eixo horizontal do gráfico da curva de freqüência. • As medidas de posições mais importantes são as medidas de tendência central ou

promédias (verifica-se uma tendência dos dados observados a se agruparem em torno dos valores centrais).

• As medidas de tendência central mais utilizadas são: média aritmética, moda e mediana. Outros promédios menos usados são as médias: geométrica, harmônica, quadrática, cúbica e biquadrática.

• As outras medidas de posição são as separatrizes, que englobam: a própria mediana, os decis, os quartis e os percentis.

MÉDIA ARITMÉTICA = É igual ao quociente entre a soma dos valores do conjunto e o número total dos valores.

onde xi são os valores da variável e n o número de valores.

63

Dados não-agrupados: Quando desejamos conhecer a média dos dados não-agrupados em tabelas

de freqüências, determinamos a média aritmética simples.

Ex: Sabendo-se que a venda diária de arroz tipo A, durante uma semana, foi de 10, 14, 13, 15, 16, 18 e 12 kilos, temos, para venda média diária na semana de:

.= (10+14+13+15+16+18+12) / 7 = 14 kilos Desvio em relação à média: é a diferença entre cada elemento de um conjunto de

valores e a média aritmética, ou seja: No exemplo anterior temos sete desvios:... d1 = 10 - 14 = - 4 , ...d2 = 14 - 14 = 0 , d3 = 13 - 14 = - 1 , ...d4 = 15 - 14 = 1 ,... d5 = 16 - 14 = 2 ,... d6 = 18 - 14 = 4 ...e. .. d7 = 12 – 14 = -2.

Propriedades da média aritmética 1ª propriedade: A soma algébrica dos desvios em relação à média é nula.

• No exemplo anterior : d1+d2+d3+d4+d5+d6+d7 = 0 2ª propriedade: Somando-se (ou subtraindo-se) uma constante (c) a todos os valores

de uma variável, a média do conjunto fica aumentada ( ou diminuída) dessa constante.

• Se no exemplo original somarmos a constante 2 a cada um dos valores da variável temos:

Y = 12+16+15+17+18+20+14 / 7 = 16 kilos ou

Y = .+ 2 = 14 +2 = 16 kilos 3ª propriedade: Multiplicando-se (ou dividindo-se) todos os valores de uma variável por

uma constante (c), a média do conjunto fica multiplicada ( ou dividida) por essa constante.

• Se no exemplo original multiplicarmos a constante 3 a cada um dos valores da variável temos: Y = 30+42+39+45+48+54+36 / 7 = 42 kilos ou

Y = x 3 = 14 x 3 = 42 kilos . Dados agrupados:

Sem intervalos de classe Consideremos a distribuição relativa a 34 famílias de quatro filhos, tomando para variável o número de filhos do sexo masculino. Calcularemos a quantidade média de meninos por família:

Como as freqüências são números indicadores da intensidade de cada valor da variável,

elas funcionam como fatores de ponderação, o que nos leva a calcular a média aritmética ponderada, dada pela fórmula:

onde 78 / 34 = 2,3 meninos por família Com intervalos de classe Neste caso, convencionamos que todos os valores incluídos em um determinado intervalo de classe coincidem com o seu ponto médio, e determinamos a média aritmética ponderada por meio da fórmula: onde Xi é o ponto médio da classe. Ex: Calcular a estatura média de bebês conforme a tabela abaixo. Aplicando a fórmula acima temos: 2.440 / 40.= 61. logo... = 61 cm

64

MÉDIA GEOMÉTRICA = g É a raiz n-ésima do produto de todos eles. Média Geométrica Simples: ou . Ex.: - Calcular a média geométrica dos seguintes conjuntos de números:E a) { 10, 60, 360 }.: = ( 10 * 60 * 36 0) ^ (1/3) ....R: 60 b) { 2, 2, 2 }........: = (2 * 2 * 2 ^ (1/3) .. .R: 2 c) { 1, 4, 16, 64 }: = (1 * 4 * 16 * 64 ) ^(1/4) ....R: 8 .

Média Geométrica Ponderada :

ou .. Ex - Calcular a média geométrica dos valores da tabela abaixo: MÉDIA HARMÔNICA - h É o inverso da média aritmética dos inversos. . Média Harmônica Simples:. (para dados não agrupados) ..ou . Média Harmônica Ponderada : (para dados agrupados em tabelas de freqüências) Ex.: Calcular a média harmônica dos valores da tabela abaixo:

Resp: 20 / 4,03 = 4,96 OBS: A média harmônica não aceita valores iguais a zero como dados de uma série. • A igualdade g = h.= ....só ocorrerá quando todos os valores da série forem iguais.

OBS: Quando os valores da variável não forem muito diferentes, verifica-se aproximadamente a seguinte relação:

Demonstraremos a relação acima com os seguintes dados: z = { 10,1 ; 10,1 ; 10,2 ;

10,4 ; 10,5 } Média aritmética = 51,3 / 5 = 10,2600 Média geométrica= = 10,2587 Média harmônica = 5 / 0,4874508 = 10,2574 Comprovando a relação: 10,2600 + 10,2574 / 2 = 10,2587 = média geométrica

. MODA - Mo É o valor que ocorre com maior freqüência em uma série de valores.

• Desse modo, o salário modal dos empregados de uma fábrica é o salário mais comum, isto é, o salário recebido pelo maior numero de empregados dessa fábrica.

A Moda quando os dados não estão agrupados

A moda é facilmente reconhecida: basta, de acordo com definição, procurar o valor que mais se repete.

Ex: Na série { 7 , 8 , 9 , 10 , 10 , 10 , 11 , 12 } a moda é igual a 10.

Há séries nas quais não exista valor modal, isto é, nas quais nenhum valor

apareça mais vezes que outros. Ex: { 3 , 5 , 8 , 10 , 12 } não apresenta moda. A série é amodal.

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• .Em outros casos, pode haver dois ou mais valores de concentração. Dizemos, então, que a série tem dois ou mais valores modais.

Ex: { 2 , 3 , 4 , 4 , 4 , 5 , 6 , 7 , 7 , 7 , 8 , 9 } apresenta duas modas: 4 e 7. A série é bimodal