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25/05/2011 1 Atualidades em Terapia Nutricional Ana Lúcia Ribeiro Salomon Zaban Terapia Nutricional Administração de produtos não orais para substituir ou suplementar. (August et al, 2005) Terapia Nutricional Enteral Terapia Nutricional Parenteral Ana Lúcia R Salomon Zaban Ana Lúcia R Salomon Zaban Atualidades em TN ESPEN, 2006 e 2009 – www.espen.org ASPEN, 2009 e 2010 – www.nutritioncare.org SBNPE – DITEN Ana Lúcia R Salomon Zaban Níveis de Evidência Ana Lúcia R Salomon Zaban Nível Evidência Requerimento Graus Recomendação ASPEN ESPEN Ia I Meta-análise de ECR/ > 2 ECR ↓α ↓β A A Ib Ao menos 1 ECR / 1 ECR ↓α ↓β B IIa II 1 EC bem delineado s/R / ↑α↑β C B IIb Outro QExp bem delineado III Descritivos ñ Exp bem delineado / contemporâneos ñ R D IV Op. Espec, exp Clín / históricos ñ R E C V Série de casos, estudos ñ C e Op. Esp. Terapia Nutricional Enteral Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de nutrição enteral (NE). NE – alimentos para fins especiais, para uso por sondas ou via oral , utilizado para substituir ou complementar VO. (ANVISA, 2000 – Resolução RDC 63) Ana Lúcia R Salomon Zaban

Atualidades em Terapia Nutricional - Nutrição em foco€¢ Todas as formas de suporte nutricional que implicam o uso de alimentos para fins especiais com finalidade terapêutica,

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25/05/2011

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Atualidades em TerapiaNutricional

Ana Lúcia Ribeiro Salomon Zaban

Terapia Nutricional

• Administração de produtos não orais para substituir ou suplementar.

(August et al, 2005)

• Terapia Nutricional Enteral

• Terapia Nutricional Parenteral

Ana Lúcia R Salomon Zaban

Ana Lúcia R Salomon Zaban

Atualidades em TN

• ESPEN, 2006 e 2009 – www.espen.org

• ASPEN, 2009 e 2010 –www.nutritioncare.org

• SBNPE – DITEN

Ana Lúcia R Salomon Zaban

Níveis de Evidência

Ana Lúcia R Salomon Zaban

Nível Evidência Requerimento Graus Recomendação

ASPEN ESPEN

Ia I Meta-análise de ECR/ > 2 ECR ↓α ↓β A A

Ib Ao menos 1 ECR / 1 ECR ↓α ↓β B

IIa II ≥ 1 EC bem delineado s/R / ↑α↑β C

BIIb Outro QExp bem delineado

III Descritivos ñ Exp bem delineado / contemporâneos ñ R

D

IV Op. Espec, exp Clín / históricos ñ R E C

V Série de casos, estudos ñ C e Op. Esp.

Terapia Nutricional Enteral

• Conjunto de procedimentos terapêuticospara manutenção ou recuperação do estadonutricional do paciente por meio de nutriçãoenteral (NE).

• NE – alimentos para fins especiais, para usopor sondas ou via oral, utilizado parasubstituir ou complementar VO.

(ANVISA, 2000 – Resolução RDC 63)

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Terapia de Nutrição Enteral

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• Todas as formas de suporte nutricional queimplicam o uso de alimentos para fins especiaiscom finalidade terapêutica, independentementeda via de administração.

(ESPEN)

Vias de Administração

• VO – S.O.• Sondas - SNG

SNE• Estomias - GT – PEG

JT – PEJ

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Fórmulas

• Nutricionalmente completas• Incompletas• Padrão – fibras, glúten, lactose• Especializadas - Imunomod

HCHP – hidrol / AALHL

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Nutrição Parenteral

• Consiste na administração de todos osnutrientes necessários para a sobrevida poroutras vias que não o trato gastrintestinal.

• Solução ou emulsão, composta basicamente deCHO, AA, LIP, vitaminas e minerais, estéril eapirogênica, acondicionada em recipiente de vidroou plástico, destinada à administração intravenosaem pacientes desnutridos ou não, em regimehospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando asíntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ousistemas. – Portaria SVS 272/98

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Vias de Administração

• NPP

• NPC ou NPT

Estado Nutricional

• 1º passo na prescrição de TN(Port 272/98 e RDC 63/00)

• ESPEN - PPR > 10-15% - 6m (<90% PI) * SACASG = C / NRS ≥ 3 - PPR

Ingestão CF – AVDInjúria

Alb < 3.0 g/dL

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Desnutrição

• ↓ QOL, ↓ CF – PALIAÇÃO (EN)• ↑ reações adv. / ↓ resposta tto.

• ↑ morbimortalidade, TPH, custos – DESFECHOS• + Mortalidade 6m, VM.(Gassul et al,1984; Detsky et al,1987; Buzby et al, 1988; Arnaud-

Battandier et al,1999; Planas et al,2007; Russell, 2007)

• RN na comunidade: ↑ demanda recursos.(Russell, 2007)

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Indicações TNE

• NE preferencial NP (B) - ↓ TPH, custo, inf.• Evitar NP qdo tolerância NE (meta) (A);• Início precoce Pancreatite - ↓ íleo (D) (C).

• Incapacidade VO 7d (3d)• VO < 60% 10d – supl. (C)(E) NP (C)• DNG

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Contra Indicações TNE

• Obstrução intestinal / íleo;• Má absorção;

• Múltiplas fístulas – débito• Choque;

• Isquemia intestinal.

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Contra Indicações TNP

• Hipovolemia• Choque Séptico

• Edema agudo de pulmão• Anúria sem diálise

• Distúrbios eletrolíticos• Pacientes terminais

Diretrizes Gerais

• VO insuficiente → S.O. (A) → SNG (C) → SNE (C)

• Via acesso: Gástrica → baixa> 4 sem: PEG (C) (ESPEN)

• Req ε → E.N. e doença → Hiperalim.!!!ε = 25 – 30 kcal/kg

ε = 30 – 35 kcal/kg (C)ε = 11 – 14 kcal/kg (E) (ASPEN)

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Diretrizes Gerais

• Req PTN – DN = 1,2 – 1,5 g/kg (C) (ESPEN)

1,2 – 2,0 g/kgOB ≥ 2,0 g/kg (E) (ASPEN)

Demais: 1,0 g/kg

• ASPEN/10 – Não fazer restrição PTN paraevitar ou retardar diálise (C) - AVALIAR

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Programa para Melhor Recuperação após Cirurgia – dor, anestesia, CHO

• Jejum pré-op 24 desnecessário > pctes. Semrisco asp – líqs claros 2h pré, sól 6h (A)

• Carga pré-op CHO (12,5%) > pctes: ↓ RPI,preserva MM (B)

Jejuns Prolongados

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• Em geral, interrupção ingestão desnecessária (A)– tolerância e tipo CG (C);

• Ingestão líqs claros pode ser iniciada horas PO >pctes ressecção cólon (A);

• Ingestão inadequada > 14 d → ↑ mortalidade (Ib)Previsão jj > 7d periop → NE.VO <60% 10d (C) → Req < 60% → + NP (C)

• DNG: TNE periop, mesmo adiam. CG (A). Pref.NE (A)

Pós-operatório

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• PO CgGI – VO ou NE precoce (A)• Anastomose proximal – NE distal (B)

• NE precoce qdo VO inviável:- CA cab/pesc ou GI (A) – cicatriz e sepse;- Trauma severo (A) – FMO;- DN evidente no periop (A);- Ingestão oral < 60% + 10 d.

Pós-operatório

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• RG < 500 ml s/ sinais – manter NE (B) (ASPEN)

• Tolerância: dor abd;distensão;

exame físico;flatos/eliminações;Rx abd (E)

Volume Residual Gástrico

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• Não suspender NE (E)

• Avaliar etiologia:- Medicamentos hiperosmolares;

- Ab amplo espectro;- Colite pseudomembranosa;- Outra infecção. (E)

Diarréia

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• UTI – sem necessidade RHA+ ou evidência passagem flatos/elim para NE (B)

• Eforços para 1ª sem → 50-65% req (C)• Protocolos TN aumentam alcance Req (C)• NE precoce: ↓ infecção NP (C) – Def.

• NP antes 7d → só DNG (C) (ASPEN)

Diretrizes Gerais

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• Padrão: > pctes (C/E), exceto Complicações he-, EH (C/E): +AACR, ñ hP (A/C)

• Fibras: Solúveis – diarréia PO, UTI (C)Insolúveis / Mix – evitar UTI (C)

Obstrução intestinal

Fórmulas

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Imunomoduladores

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• Modulação nutricional:- Nutrição precoce;- Oferta adequada nutrientes;- Controle glicêmico.

• NE precoce: ↓ severidade doença↓ complicações e ↓ TPHMelhora prognóstico

Imunomoduladores

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• CA – pré-op CgAbd – 5-7 indep RN (A)S.O. 3x/d - ↓ morbimortalidade, TPH;

• CG eletivas TGI (A/A)• RNG, Trauma, Queimadura (A):

sempre que possível iniciar pré-op (A) e manter 5-7 d PO (C)

• Sepse Leve x Grave (B) – APACHE II• Transplante – Sem evidência!!!

• Supressores mielóides → disp. Arg• Arg – céls rápida replicação – céls T• Arg → ON - síntese PTN hepática

↓ tônus muscular

vasodilatação↓ cresc. Bact. e Tu

Arginina

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• RNA e DNA;• Proliferação linfocitária;• Função do Timo.

↑ CLT

Nucleotídeos

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• Modulação Membrana → alternativosbiológicos menos ativos Pg e Lt

• Regulação expressão - NFκBICAM-1E-selectina

• Estabilização miocárdio, ↓ arritmias, ↓ARDS (VM, TPH e FMO) e sepse

EPA e DHA

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Glutamina

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• GSH

• Função imune – GALT, MALT

• Retenção N

• Considerar Queim, Trauma e UTI (B) - ↓ TPH.

• Se fórmula +, não adicionar

Imunomoduladores

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• Ótimo benefício terapêutico → 50-65% ReqDose-dependente

• Pctes Críticos intol. > 700 ml NE/d – Não (B)

• Benefício > 2500 ml / 3 d

Terapia Adjuvante

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• Probióticos crescimento patógenos;adesão invasivos;toxinas patogênicas;barreira mucosa;

modulação + RI hospedeiro.

Probióticos

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• Melhor resposta clínica (↓ infecções):- transplante;- CG Abdominal;- Trauma. (C)

- Demais: sem recomendações(ASPEN)

Antioxidantes

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• Combinação de Vits e Elem Traço (Se, Cu, Zn) deve ser dada pctes UTI em TN (B)

• Queimados, Trauma e VM - ↓ mort. (f rim)

(ASPEN)

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Diretrizes em Nutrição Parenteral

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• Pctes ñ VO 3 d → NP 24-48 h s/ tol NE (C)• NE ñ Req 2 d → + NP (C)

• ↑ Infecção – HiperGli → quimiotaxianeutrófilos e fagocitose

• Evitar para prevenir infecções (B) – 110-150 (E)

• Maior Inc HipoGli severa – controle restrito (A)(ESPEN)

Acessos em NP

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• Central: requerido para ↑ Osm → Neces. (C)• NPP: Osm ≤ 850 mOsm/L (C) – 7-10 d• NPP ñ Req → NPC (C)• Osm = ____ g AA x 10 = _____

____ kcal Gli x 1,5 =_____ Σ / VF____ kcal Lip x 0,15=____

Eletrólitos = 200(ESPEN)

Fórmulas

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• NP deve ser administrada como 3:1 (B)• N poupado qdo todos os componentes adm

simultaneamente 24 h (A)

• ε calorimetria indireta (B) → 25 kcal/kg eevoluir Req 2-3 d(C) (ESPEN)

• ASPEN: meta inicial 80% (B) → 100% (E)RI, VM, TPH, morbidade

Nutrientes - Glicose

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• Gli Monoidratada x Anidra• Mín CHO: 2,0 g/kg/d (100-120 g/d) (B)• Por que é comum HiperGli em trauma? • Tx máx Ox: 4-7 mg/kg/min → < 5 (ESPEN)

• TIG = g Gli x 1000 = x / 1.440Peso (kg)

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• LIP devem fazer parte NPT → AGE (B)• 1,0-2,0 g/kg/d → 0,7 – 1,5 g/kg/d em 12-24h (B)

(ESPEN)

• 1ª sem. UTI → se NPT → s/ óleo soja (D) – inf,VM e TPH → CHO!! (ASPEN)

• ω - 3: + sobrevida, tx infecções, req Ab, TPH –0,1 – 0,2 g/kg/d e status Aox

(Antebi et al, 2004; Heller et al,2006)

Nutrientes - Lipídios Nutrientes - Aminoácidos

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• 1,3 – 1,5 g/kg PI/d em conjunto comfornecimento adequado ε

• Em UTI a solução deve conter 0,2-0,4 g/kgde L-Gln x Ala-Gln (A). ASPEN: 0,5 g/kg -↓infecções, TPH e mortalidade (C)

• MM → AF(ESPEN)

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Vitaminas e minerais

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• Todas as prescrições devem incluir umadose diária de vitaminas e elementos traço(C) (ESPEN)

• Prescrição separada• Eletrólitos: monitoramento plasmático• UTI, QUEIM, TRS

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Oligoelementos Recomendaçãodiária*

Produto 1(1 amp-2 ml)

Cromo 10 – 15 mcg 20 mcg

Cobre 0,3-0,5 mg 1,6 mg

Zinco 2,5-5 mg 5 mg

Selênio 20-60 mcg Não contém

Molibdênio 20 mcg Não contém

Manganês 0,2 – 0,3 mg 800 mcg

Iodo 100 mcg Não contém

Fluor 1 mg Não contém

Produto 2

Ferro 1 – 1,2 mg/dia Ampola 5 ml- 100mg

*FDA, 2000

Recomendações finais

Ana Lúcia R Salomon Zaban

• Pacientes estáveis em NPT → esforçospara NE proporcional. Não retirar NP até60% Req NE (E)

(ASPEN)

• É desnecessário o desmame da NPT (A)(ESPEN)

Ana Lúcia R Salomon Zaban

“O conhecimento é o inimigo da doença.”

[email protected]