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Aula 00 Atualidades p/ IBAMA (Analista Ambiental) Professor: Leandro Signori

Atualidades p/ IBAMA (Analista Ambiental) · 2015/9/7 · entre os atores econômicos globais ± governos, empresas e movimentos sociais. Cabe destacar que o desmantelamento do sistema

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    Atualidades p/ IBAMA (Analista Ambiental)

    Professor: Leandro Signori

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    AULA 00 Economia Internacional

    Sumrio Pgina

    1. Apresentao 1

    2. Origens e caractersticas da globalizao 5

    2.1 Consequncias da globalizao 9

    3. Blocos Econmicos 10

    4. Comrcio Internacional 16

    5. Cenrio Econmico Atual 18

    5.1 Grcia 19

    5.2 Recuperao a Passos Lentos 21

    6. Concentrao Global da Riqueza 24

    7. A China 25

    8. Questes Comentadas 28

    9. Lista de Questes 79

    10. Gabarito 107

    Caro aluno,

    com imenso prazer que nos encontramos no ESTRATGIA CONCURSOS para esta jornada em busca de um excelente resultado na disciplina de ATUALIDADES no prximo concurso do IBAMA - cargo de ANALISTA AMBIENTAL.

    Sou o Professor Leandro Signori, gacho de Lajeado. Ingressei no servio pblico com 21 anos e j trabalhei nas trs esferas da administrao pblica municipal, estadual e federal - o que tem sido de grande valia para a minha formao profissional servidor e docente. Nas Prefeituras de Porto Alegre e So Leopoldo desenvolvi minhas atividades nas respectivas secretarias municipais de meio ambiente; na administrao estadual, fui servidor da

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    Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), estatal do governo do Rio Grande do Sul.

    Durante muitos anos, fui tambm servidor pblico federal, atuando como gegrafo no Ministrio da Integrao Nacional, onde trabalhei com planejamento e desenvolvimento territorial e regional.

    Graduei-me em Geografia Licenciatura - pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Bacharel - pelo UNICEUB em Braslia. A oportunidade de exercer a docncia e poder alcanar o conhecimento necessrio para a aprovao dos meus alunos me inspira diariamente e me traz grande satisfao. Como professor em cursos preparatrios on line e presencial ministro as disciplinas de Atualidades, Conhecimentos Gerais, Realidade Brasileira e Geografia.

    Feita a minha apresentao, agora vamos falar do curso.

    Atualidades uma disciplina que deve ser estudada como as demais, fazendo um curso preparatrio, compreendendo a teoria e resolvendo centenas de questes da matria.

    Digo isso, porque muitos concurseiros pensam que para estar preparado para a prova de Atualidades s acompanhar o noticirio, ler jornais e revistas. Ledo engano! No momento da prova, percebem o quanto estavam errados.

    Uma boa preparao em Atualidades comea por conhecer o contexto, os conceitos e as vinculaes histricas de temas relevantes que conformam o complexo mundo em que vivemos. No nosso curso, vamos trazer estes temas e lhe ensinar nesse enfoque pedaggico.

    Atualidades tambm no o show do milho ... ... em que o candidato tem que saber de tudo, ser uma enciclopdia ambulante. Embora a disciplina seja vasta, h um grupo de assuntos que comumente so cobrados nas provas.

    E o que fazemos no curso?

    Ora! Com a experincia que temos, selecionamos os assuntos contextuais e factuais que as bancas gostam de cobrar na prova.

    Claro que voc tem que diariamente acompanhar o noticirio. Voc ir estudar pelo curso e acompanhar o noticirio. No final do curso, vou lhe orientar a como prosseguir nos seus estudos de Atualidades.

    Desta forma, ao final do curso, voc ter o suporte intelectual necessrio para alcanar um excelente desempenho em Atualidades, na hora da prova.

    O curso ser de teoria e exerccios, no qual vamos contemplar os seguintes contedos listados no edital do concurso anterior:

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    ATUALIDADES: Tpicos relevantes e atuais de diversas reas, tais como meio ambiente, desenvolvimento sustentvel, aspectos socioeconmicos e ecologia.

    Ao todo sero oito aulas, incluindo esta aula demonstrativa, cuja estrutura a seguinte:

    Aula Contedo Programtico

    00 Economia Internacional

    01 Poltica e Sociedade Internacional - I

    02 Poltica e Sociedade Internacional II

    03 Economia Brasileira

    04 Poltica e Sociedade Brasileira - I

    05 Poltica e Sociedade Brasileira II

    06 Ecologia, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - I

    07 Ecologia, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - II

    A distribuio das aulas, neste formato, visa otimizar a amplitude dos contedos e sua interconexo em grandes temas.

    Como disse, alm de estudar a teoria, fundamental que voc resolva muitas questes. Assim, at o final deste curso, teremos mais de 400 questes comentadas de diversas bancas, no estilo certo/errado e mltipla escolha.

    Tambm, em cada aula, no desenvolvimento da teoria, estou inserindo questes logo aps os assuntos explanados; para que, aps a leitura, voc veja como os tpicos so cobrados pelo examinador.

    Na parte terica seremos objetivos, todavia sem deixar de fora nenhum contedo e sem esquecer dos detalhes cobrados pelas bancas. Vamos ver as pegadinhas e as cascas de banana que so colocadas para escorregarmos na questo. Tambm vou usar figuras, tabelas, grficos e mapas de forma a sintetizar e esquematizar o contedo.

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    Quem quiser tambm pode me seguir no Facebook curtindo a minha fan page. Nela divulgo gabaritos extraoficiais de provas, publico artigos, compartilho notcias e informaes importantes do mundo atual. Segue o link: https://www.facebook.com/leandrosignoriatualidades.

    Sem mais delongas, vamos aos estudos, porque o nosso objetivo que voc tenha um excelente desempenho em Atualidades.

    Para isso, alm de estudar, voc no pode ficar com nenhuma dvida. Portanto, no as deixe para depois. Surgindo a dvida, no hesite em contatar-me no nosso Frum.

    Estou aqui neste curso, muito motivado, caminhando junto com voc, procurando passar o melhor conhecimento para a sua aprendizagem e sempre disposio no Frum de Dvidas.

    timos estudos e fiquem com Deus!

    Forte Abrao.

    Professor Leandro Signori

    Tudo posso naquele que me fortalece.

    (Filipenses 4:13)

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    2. Origens e Caractersticas Globalizao

    Para entendermos a globalizao, preciso saber que o fenmeno em si comeou h muito tempo. Os primeiros passos rumo conformao de um mercado mundial e de uma economia global remontam aos sculos XV e XVI, com a expanso ultramarina europeia. A chegada de Cristvo Colombo Amrica, em 1492, deu incio ao que alguns historiadores chamam de primeira globalizao.

    O desenvolvimento do mercantilismo estimulou a procura de diferentes rotas comerciais da Europa para a sia e a frica, gerando grande quantidade de riquezas para alguns pases e a grande burguesia europeia. Esses lucros, somados ao ouro e prata extrados das minas do continente americano forneceram a base para a Revoluo Industrial no fim do sculo XVIII.

    Por sua vez, a Revoluo Industrial desenvolveu o trabalho assalariado e o mercado consumidor. As descobertas cientficas e as invenes provocaram grande expanso dos setores industrializados e possibilitaram a exportao de produtos mundo afora.

    No fim do sculo XIX, comeam a surgir as corporaes multinacionais, industriais e financeiras, que vo se reforar e crescer durante o sculo XX. O mercado mundial estava, ento, atingindo todos os continentes. Porm a interdependncia econmica entre as naes vai ficar evidente com a depresso norte-americana de 1929 quebra da Bolsa de Valores de Nova York - que teve consequncias negativas no mundo todo.

    A partir dos anos 1990, acentua-se a integrao da economia global por meio da revoluo tecnolgica, especialmente no setor de telecomunicaes. A internet, rede mundial de computadores, revelou-se a mais inovadora tecnologia de comunicao e informao do planeta. As trocas de informaes (dados, voz e imagens) tornaram-se quase instantneas, o que acelerou em muito a integrao das atividades econmicas.

    A revoluo tecnolgica possibilitou ao capital uma veloz circulao pelo globo, facilitando os investimentos diretos e os movimentos especulativos. As cadeias produtivas se espalharam pelo mundo, com empresas transferidas (relocalizadas) para pases com menor custo de produo (salrios, impostos, etc.).

    A globalizao atual no um processo acabado. um processo em curso, trata-se de uma nova fase do capitalismo financeiro, comandada pelos pases ricos e por grandes empresas transnacionais. O poder dessas empresas ultrapassa cada vez mais o poder das economias nacionais.

    A caracterstica central desse perodo globalizante a interdependncia entre os atores econmicos globais governos, empresas e movimentos sociais. Cabe destacar que o desmantelamento do sistema socialista foi importante

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    fator que contribuiu para a globalizao e a expanso mundial do capitalismo. A derrocada dos regimes comunistas, a partir de 1989, fez com que as antigas naes socialistas se integrassem ao mercado global capitalista nos anos subsequentes.

    Nas ltimas dcadas, a expanso do comrcio global resultou na intensificao do fluxo de capitais entre os pases. A busca de maior lucratividade levou as empresas a investirem cada vez mais no mercado financeiro, que se tornou o centro da economia globalizada.

    A atual mobilidade do mercado mundial permite tambm que grandes empresas faam a relocalizao de suas fbricas nome que se d ao fechamento de unidades de produo em um local e sua abertura em outra regio ou outro pas. Esse mecanismo globalmente usado para cortar gastos com mo de obra, encerrando a produo em pases nos quais os salrios so maiores, para organizar a produo onde h menos custos tambm de impostos e infraestrutura produtiva. medida que as naes reduzem suas barreiras comerciais no contexto da globalizao, a fabricao em qualquer ponto do mundo e a exportao para outros mercados tornam-se cada vez mais rentveis.

    (FUB/CESPE/2015 VRIOS CARGOS) Grcia e China: dois pases que hoje encaram os reflexos da grande crise financeira de 2008. Na Grcia, o impacto do colapso nos mercados financeiros globais provocados pela quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro de 2008, foi imediato. Assim como outros pases muito endividados, a Grcia sofreu uma fuga de capitais, entrou em colapso em 2010 e iniciou seu longo calvrio de pacotes de socorro, ajuste fiscal, desemprego e recesso. Na China, a crise de 2008 produziu um efeito colateral cujos riscos economia so sentidos hoje.

    O Globo, 9/7/2015, p. 19 (com adaptaes).

    Acerca do assunto abordado no texto anteriormente apresentado, julgue o item que se segue, considerando o cenrio econmico global contemporneo.

    No atual estgio da economia globalizada, crises surgidas em determinados locais, como a de 2008 nos Estados Unidos da Amrica, tendem a se disseminar pelo mundo afora, haja vista, entre outros fatores, a forte interdependncia dos mercados e a rpida circulao de bens e capitais.

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    COMENTRIOS:

    A globalizao atual ampliou a interdependncia das economias nacionais. O extraordinrio avano das telecomunicaes e da tecnologia propiciam uma veloz circulao de capitais e bens pelo planeta. Isso faz com que crises econmicas se disseminem pelo mundo afora, em maior ou menor escala, dependendo do tamanho da crise especfica.

    Gabarito: Certo

    Uma das recentes transformaes na estrutura produtiva que vem ganhando corpo no mundo globalizado a Quarta Revoluo Industrial ou Indstria 4.0. um projeto surgido na Alemanha para promover a computadorizaro de indstrias tradicionais, como a manufatureira. Incorpora novas tecnologias para automao e troca de dados e utiliza conceitos de sistemas ciber-fsicos, internet das coisas e computao em nuvem. So as fbricas inteligentes, onde tudo est conectado a tudo e internet: a produo, o estoque, a logstica, os fornecedores. Essas fbricas podem tomar decises sem interveno humana. Em uma linguagem popular, a fbrica ter capacidade de pensar e se organizar sozinha.

    Os consumidores podero se conectar diretamente com as fbricas inteligentes e customizar os seus produtos, ou seja, realizar a compra do produto diretamente com o fabricante, com as especificaes que desejam. Tudo pela internet. A fbrica recebe o pedido e automatizadamente, sem a interveno humana, fabrica-o e providencia a logstica de entrega ao cliente.

    Uma das preocupaes desta nova revoluo tecnolgica com os empregos. Segundo o Frum Econmico Mundial 2016, a substituio de mo de obra pelas mquinas e por novas tecnologias, causar a perda de mais de cinco milhes de empregos nos quinze pases mais desenvolvidos e emergentes do mundo, nos prximos cinco anos.

    Meu amigo concurseiro, outro tpico que voc deve muita ateno e que vem sendo cobrado em provas a internet das coisas. Para falar dela, gosto de usar a historinha abaixo, que adaptei livremente de sites da internet:

    fim de tarde em uma tera-feira e voc est dirigindo para casa, tranquilo, voltando do trabalho. Um sinal na tela multimdia do seu veculo lhe

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    informa que voc deve passar no supermercado no caminho e comprar mais leite.

    O aviso foi enviado pela Lucy, a central de gerenciamento da sua casa, que, integrada sua geladeira j sabe o que voc precisa comprar. Esta central est ligada ao GPS do seu carro, que localiza um supermercado no caminho do seu trabalho para casa.

    Aps fazer as compras voc se aproxima do caixa, saca seu celular e efetua o pagamento atravs de um aplicativo que substitui sua carteira.

    Parece um filme de fico? Sim. Mas a tecnologia que torna esta cena de Hollywood possvel j existe. No uma tecnologia, mas vrias, interligadas pela internet em todas as coisas.

    Isto a Internet das Coisas, a revoluo tecnolgica que est em curso e que tem como objetivo conectar os itens que usamos no nosso do dia a dia rede mundial de computadores. Cada vez mais surgem eletrodomsticos, meios de transporte e at mesmo tnis, roupas e maanetas conectadas Internet e a outros dispositivos, como computadores e smartphones.

    A internet conectou pessoas. A internet das coisas vai conectar pessoas e coisas. Sim, j estamos em uma nova revoluo tecnolgica.

    - Levanta a mo, quem j fez pagamentos com o bitcoin?

    - Bit, o que professor? Isto coisa de informtica?

    - Ora, caro aluno. O bitcoin uma espcie de moeda digital para transaes (pagamentos) sem intermedirios. Quem comprou, transfere diretamente para o vendedor, por meio eletrnico, pela internet, o valor da compra em bitcoins.

    Pagamentos com bitcoins podem ser feitos para qualquer pessoa, que esteja em qualquer lugar do planeta, sem limite mnimo ou mximo de valor. Mas para isso, a pessoa ter que ter adquirido bitcoins.

    Os bitcoins so criados ou negociados com a utilizao de protocolos de software to complexos que so considerados "criptomoeda". As transaes so processadas em servidores chamados "Bitcoin miners" e, ao contrrio das moedas tradicionais, sua emisso no est administrada por nenhum banco central.

    A moeda digital pode ser transferida diretamente entre smartphones ou qualquer outro tipo de dispositivo tecnolgico para o pagamento em lojas "reais" ou em troca de servios (como uma viagem de txi, por exemplo). Os crticos

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    afirmam que a ferramenta predileta do trfico e que, em sua forma atual, pode ser roubada de maneira fcil. Vrios pases estudam uma forma de estabelecer um marco legal para o uso.

    Os primeiros bitcoins tinham cotao de poucos centavos de dlar por unidade, mas chegaram a valer 1.000 dlares em 2013. Atualmente so negociados a 460 dlares (400 euros). Atualmente h 15 milhes de bitcoins em circulao. Alguns economistas consideram que, devido a seu nmero limitado, o preo tender a aumentar a longo prazo e que, por este motivo, ser mais til como moeda de armazenamento de valores, como o ouro, do que como instrumento cotidiano.

    O bitcoin surgiu em 2008, por uma pessoa que se denominava Satoshi Nakamoto. Durante anos, a imprensa buscou identificar a verdadeira identidade de quem estava por trs deste pseudnimo. O mistrio foi desfeito em 2016, quando o empresrio australiano Craig Wright se identificou como o verdadeiro criador da moeda virtual).

    2.1 Consequncias da globalizao

    A produo e o comrcio mundial crescem com a globalizao. Mas a riqueza concentra-se num pequeno grupo de pases, e isso refora a desigualdade entre as naes.

    A reduo das tarifas de importao um dos motivos que explicam essa concentrao de renda, que beneficiou muito mais os produtos exportados pelos mais ricos. Os mais pobres tm dificuldades para exportar produtos agrcolas para os mais ricos, pois estes subsidiam a produo interna.

    Em perodos de crise econmica, os resultados da globalizao so dramticos para os pases pobres, pois geram um custo social altssimo. Ocorre o barateamento da mo de obra, o aumento do desemprego e da excluso social. Outra consequncia da globalizao o aumento da migrao de pessoas dos pases pobres para os pases ricos.

    A globalizao no beneficiou a todos. A riqueza concentra-se nas mos de poucos. Os grupos com rendimentos mais elevados tornaram-se muito mais ricos e as desigualdades sociais aumentaram.

    O grfico abaixo mostra 58 anos de comrcio mundial. H um crescimento enorme das exportaes dos EUA e da Europa em relao ao resto do mundo. O crescimento da sia , sobretudo, do Japo e China. Note que a desigualdade se acentua com a globalizao (anos 1990). Os pases ricos concentram a venda

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    de tecnologia de ponta, com alto valor agregado, e os pases pobres, a venda de matrias-primas.

    Fonte: OMC

    3. Blocos Econmicos

    A globalizao ampliou largamente a formao de blocos econmicos. So organizaes criadas por pases, para promover a integrao econmica, o crescimento e a competitividade internacional dos pases-membros. Sob a economia globalizada, ajudam a abrir as fronteiras de cada nao ao livre fluxo de capitais, ao reduzir barreiras alfandegrias, prticas protecionistas e regulamentaes nacionais.

    Existem quatro modelos bsicos de bloco econmico:

    - rea de livre-comrcio Um grupo de pases concorda em eliminar os impostos, tarifas ou taxas de importao, quotas e preferncias que recaem sobre a maior parte dos (ou todos os) bens importados e exportados entre aqueles pases. Exemplo: NAFTA

    - Unio aduaneira uma rea de livre comrcio, na qual, alm de abrir o mercado interno, os pases-membros definem regras para o comrcio com naes de fora do bloco. Uma tarifa externa comum adotada para boa parte ou a totalidade dos servios e mercadorias provenientes de outros pases, ou seja, todos cobram os mesmos impostos, taxas e tarifas de importao de terceiros.

    - Mercado comum - uma unio aduaneira na qual, alm de mercadorias e servios, capital e trabalhadores tambm podem circular livremente e se engajar em atividades econmicas em qualquer dos pases-membros.

    - Unio econmica e monetria o estgio final de integrao econmica entre pases. Alm do livre-comrcio, da tarifa externa comum e da livre circulao de capitais e trabalhadores, os pases-membros adotam uma

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    moeda comum e a mesma poltica de desenvolvimento. A Unio Europeia o nico bloco a atingir esse estgio de integrao.

    A formao de blocos econmicos acelerou o comrcio mundial. Antes, qualquer produto importado chegava ao consumidor com valor significativamente mais alto, em razo das taxaes impostas ao cruzar a alfndega. Os acordos entre os pases reduziram, e em alguns casos acabaram, com essas barreiras comerciais, processo conhecido como liberalizao comercial.

    Vejamos os principais blocos econmicos regionais, ou melhor, aqueles que caem nas provas.

    Unio Europeia

    A Unio Europeia (UE) representa o estgio mais avanado do processo de formao de blocos econmicos no contexto da globalizao. Constitui-se em uma unio econmica e monetria, com 28 pases membros.

    As suas origens remontam a Comunidade Europeia do Carvo e do Ao (CECA), criada em 1951, por Alemanha Ocidental (na poca, a atual Alemanha estava dividida em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental), Frana, Itlia, Blgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1957, esses pases criaram a Comunidade Econmica Europeia (CEE). Nos anos que se seguiram, o territrio da UE foi aumentando de dimenso atravs da adeso de novos Estados membros, ao mesmo tempo que aumentava a sua esfera de influncia atravs da incluso de novas competncias polticas. O Tratado de Maastricht instituiu a Unio Europeia com o nome atual em 1993.

    O Euro, moeda nica do bloco, no adotada por todos os pases. Zona do Euro 19 pases: Alemanha, ustria, Blgica, Chipre, Eslovquia, Eslovnia, Espanha, Estnia, Finlndia, Frana, Grcia, Holanda, Irlanda, Itlia, Letnia, Litunia, Luxemburgo, Malta e Portugal. O Reino Unido NO faz parte da Zona do Euro, a sua moeda a libra esterlina.

    A Unio Europeia tem uma Poltica Externa e de Segurana Comum, o que demonstra que o bloco avanou para a esfera poltica, para alm da unio econmica e monetria. Em todo o mundo, tem misses diplomticas permanentes, estando representada nas ONU, OMC, G8 e G-20.

    A livre circulao de pessoas ocorre no Espao Schengen, no em todos os pases-membros. Compe essa zona 22 Estados-membros e 4 estados no membros da UE. Nele foram abolidos os controles de passaporte. Na prtica, no interior do Espao Schengen, os cidados da Unio Europeia, assim como os nacionais de terceiros pases, podem viajar livremente sem ter que se submeter a controles nas fronteiras.

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    O fim dos controles das fronteiras internas de Schengen foi acompanhado por um reforo das fronteiras externas: os Estados membros que se localizam na linha de frente tm a responsabilidade de realizar rigorosos controles em suas fronteiras e fornecer, dependendo do caso, vistos de curta permanncia.

    A crise econmica mundial de 2008, trouxe enormes desafios integridade do bloco econmico. A Grcia, envolvida em uma grave crise econmica, ameaou sair da Unio Europeia. O grande afluxo de migrantes vindo da frica e da sia, a partir de 2014, em direo Europa tambm tenciona as relaes internas. Vrios pases resistem a receber e dar asilo parcela desses migrantes.

    Neste ambiente de crise econmica e migratria - cresceu o discurso de partidos eurocticos, com resistncias a vrias das polticas comuns do bloco. Alguns defendem a sada de seus pases do bloco. So partidos de extrema esquerda e direita. Em vrios pases europeus, a extrema direita cresce nas eleies parlamentares e presidenciais.

    O Reino Unido um dos pases onde a permanncia no bloco fortemente questionada. um pas formado por quatro pases: Inglaterra, Esccia, Pas de Gales e Irlanda do Norte. Os britnicos como so chamados - no fizeram parte das origens da Unio Europeia. Foi somente em 1973 que o Reino Unido ingressou na Comunidade Econmica Europeia (CEE). Dois anos depois, em 1975, renegociou as condies de participao e realizou um referendo sobre a permanncia na CEE. Na poca, os britnicos votaram por continuar na Comunidade Econmica.

    Quatro dcadas aps o referendo, no ltimo dia 23 de junho, em um plebiscito, os britnicos decidiram sair da Unio Europeia, o que est sendo chamado de Brexit. uma abreviao das palavras British (britnico, em ingls) e exit (sada).

    Na votao, os eleitores tinham de responder a apenas uma pergunta: "Deve o Reino Unido permanecer como membro da Unio Europeia ou sair da Unio Europeia? 52% dos eleitores votaram por sair, 48% por permanecer.

    A vitria apertada do sair mostrou um pas dividido, o que j estava demonstrado na campanha do plebiscito. O partido Conservador, que est no poder, do primeiro-ministro David Cameron, teve defensores das duas posies sair e permanecer na Unio Europeia. J no Partido Trabalhista, a defesa do permanecer foi amplamente majoritria. A vitria do sair tambm fortaleceu os nacionalistas britnicos, cujo principal expoente o UKIP Partido da Independncia do Reino Unido, do lder Nigel Farage.

    O voto por sair foi majoritrio no Pas de Gales e no interior da Inglaterra, nos redutos eleitorais do Partido Trabalhista, nas regies mais pobres e nas zonas industriais. Em Londres, Esccia e Irlanda do Norte, o voto por

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    permanecer foi majoritrio. Os mais velhos votaram pela sada, os mais jovens por permanecer.

    Os defensores da sada alegaram que o crescimento da Unio Europeia diminuiu a importncia e a soberania britnica. O pas tem que seguir regulaes nas reas de economia, poltica, migraes, entre outras, decididas pelo bloco econmico. No pode tomar decises diferentes. Contudo, h que se dizer que no existe imposio da Unio Europeia. Todos os acordos, tratados e convenes so decididos por todos os pases membros, precisam da concordncia de todos.

    O Reino Unido tambm enviaria mais dinheiro para a Unio Europeia do que recebe de volta em investimentos. Saindo, sobraria mais dinheiro para ser investido no pas.

    A questo da migrao de cidados europeus ao Reino Unido foi um dos temas polmicos. Trs milhes de migrantes de pases do bloco do leste europeu, residem e trabalham no pas. O argumento utilizado pelos defensores da sada de que esses migrantes tiram o emprego dos britnicos e tem acesso ao sistema de seguridade social, prejudicando a qualidade dos servios para os nacionais.

    Os defensores da permanncia argumentaram que sair do bloco vai trazer prejuzos econmicos, como a exigncia de novas tarifas, regulaes e acordos comerciais. Exemplo: O Reino Unido ter que fazer acordos comerciais com cada pas ou blocos econmicos separadamente, inclusive com a Unio Europeia.

    A vitria do sair, levou a renncia de David Cameron. Thereza May a nova primeira-ministra. Um novo primeiro-ministro conservador ser escolhido. a primeira mulher a assumir o cargo em 25 anos, ou seja, desde o fim da era Margareth Thatcher, conhecida como A Dama de Ferro.

    A Esccia quer permanecer na Unio Europeia e j se movimenta pela realizao de um novo plebiscito por sua independncia. Em 2014, um plebiscito acabou decidindo pela permanncia dos escoceses no Reino Unido, e um dos argumentos principais da campanha contra a independncia era o acesso Unio Europeia via Reino Unido.

    A sada do Reino Unido no ser automtica. Vai demorar at dois anos, aps a notificao Unio Europeia de que pretende sair do bloco. David Cameron j disse que caber ao novo primeiro-ministro encaminhar a notificao.

    A sada do Reino Unido alimenta temores sobre a estabilidade e o futuro da Unio Europeia. Politicamente, os partidos nacionalistas crescem em vrios pases. Uma de suas bandeiras a sada ou maior soberania nacional sobre a regulao europeia. A sada dos britnicos serviria como mais um estmulo para a defesa dessas ideias nos seus pases.

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    Margaret Thatcher governou o Reino Unido de 1979 a 1990. Foi a primeira mulher a ser eleita primeira-ministra no Reino Unido e em toda a Europa. Governou com pulso firme, ganhando o apelido de "Dama de Ferro" por suas posturas inflexveis. Fez um governo de orientao liberal com a reduo da interveno do estado na economia, a privatizaes de empresas estatais e o corte de gastos sociais.

    ALCA

    A rea de Livre Comrcio das Amricas (ALCA) foi proposta pelos Estados Unidos, em 1994. Seria integrada por todos os pases americanos, exceto Cuba. No chegou a se constituir como um bloco econmico. Aps sucessivas discusses em torno da formao do bloco econmico, a Cpula das Amricas de 2005, realizada na Argentina, marca o fracasso do acordo, deixando as negociaes em suspenso.

    NAFTA

    O bloco uma rea de livre comrcio, criada em 1994, integrada por Estados Unidos, Canad e Mxico.

    MERCOSUL

    Criado em 1991, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) completa 25 anos em 2016. Como o nome diz, o bloco econmico almeja ser um mercado comum. No entanto, ainda no alcanou este estgio. Est na fase da unio aduaneira, mas com algumas caractersticas de mercado comum, como o passaporte padro e livre circulao e moradia de pessoas nos pases do bloco.

    Tem como Estados membros o Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. A Bolvia o mais novo membro do Mercosul, no entanto para a sua integrao definitiva falta ainda a ratificao do seu ingresso por alguns parlamentos nacionais.

    Uma das crticas ao MERCOSUL so os poucos acordos de livre-comrcio com outros pases ou blocos econmicos. S possui trs acordos, com Egito, Israel e Palestina.

    O bloco negocia h mais de uma dcada um acordo de livre comrcio com a Unio Europeia. As negociaes enfrentam impasse principalmente devido resistncia da Argentina em reduzir as tarifas de importao. Isso porque existe o receio de que a abertura do mercado aos manufaturados europeus enfraquea

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    as indstrias nacionais. Por outro lado, h quem defenda que os ganhos no mdio prazo com o aumento das exportaes podem compensar essas eventuais perdas iniciais.

    Comunidade Andina

    Tem como objetivo ser um mercado comum. Os Estados membros so Bolvia, Colmbia, Equador e Peru.

    Aliana do Pacfico

    Associao formada em 2012, por Mxico, Peru, Colmbia e Chile para estabelecer gradualmente o livre comrcio entre seus membros e entre eles e os pases asiticos banhados pelo Oceano Pacfico.

    Tratado de Livre Comrcio Trans-Pacfico (TTP)

    Em outubro de 2015, 12 pases Estados Unidos, Austrlia, Brunei, Canad, Chile, Japo, Malsia, Mxico, Nova Zelndia, Peru, Cingapura e Vietn chegaram a um acordo de livre comrcio que pode resultar no maior bloco econmico da histria. O Tratado ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos nacionais. Os pases do TTP renem 40% do PIB mundial e tem 793 milhes de consumidores. Para os Estados Unidos e Japo, o Tratado uma oportunidade de ficarem frente da China (que no participa do TTP) e criar uma zona econmica na bacia do Pacfico capaz de contrabalanar o peso econmico dos chineses na regio.

    (CESPE/TJDFT/2015 ANALISTA JUDICIRIO) A parceria transpacfica (TPP) pea central da estratgia dos Estados Unidos da Amrica (EUA) de fortalecer sua influncia na sia vai muito alm da abertura comercial, visto que ela avalia a liderana de Washington na definio de regras que podero ditar um novo captulo da integrao econmica mundial, com a regulao dos investimentos, o funcionamento da Internet e a atuao de empresas estatais.

    O Estado de S.Paulo, 11/10/2015, p. B8 (com adaptaes).

    Considerando o fragmento de texto precedente como referncia inicial, julgue o item seguinte acerca do cenrio econmico mundial contemporneo.

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    possvel inferir que a criao da TPP obedece a uma lgica essencialmente mercantil, o que afasta qualquer pretenso de hegemonia poltica e de hegemonia estratgica por parte dos EUA.

    COMENTRIOS:

    Propositalmente, a China no foi convidada a participar do TTP. Por trs dos objetivos econmicos de livre comrcio, h tambm objetivos geopolticos.

    Para os Estados Unidos e Japo, o Tratado uma oportunidade de ficarem frente da China e criar uma zona econmica na bacia do Pacfico capaz de contrabalanar o peso econmico dos chineses na regio.

    Formalmente, a Parceria Transpacfica uma iniciativa econmica, mas, , sobretudo, um elemento crucial na nova estratgia norte-americana para a sia e o Pacfico. O giro estratgico para a sia anunciado pelo governo Obama destina-se a contrabalanar o poderio chins por meio de uma srie de acordos de cooperao poltica, militar e econmica. nessa moldura que deve ser examinado o macrobloco de comrcio e investimentos.

    Gabarito: Errado

    4. Comrcio Internacional

    O comrcio internacional nunca foi to intenso, mas as exportaes dos pases ricos cresceram muito mais do que as dos pases pobres nas ltimas dcadas. Atualmente, apenas dez pases (dos 195 do planeta) monopolizam mais da metade de todo o comrcio internacional.

    Um dos instrumentos desse crescimento foi a criao da Organizao Mundial do Comrcio (OMC), em 1995, com o objetivo de abrir as economias nacionais, eliminar o protecionismo (quando um pas impe taxas para restringir a importao de produtos e proteger a produo interna) e facilitar o livre trnsito de mercadorias.

    A OMC funciona com rodadas de discusso sobre temas, que chegam ao final quando se fecham os acordos. A Rodada Doha, aberta em 2001 (com prazo previsto at 2006), entrou num impasse no resolvido at hoje. Os pases ricos querem maior acesso de seus produtos aos pases em desenvolvimento. Esses, por sua vez, buscam restringir as vantagens econmicas, como os subsdios (auxlio financeiro), que os pases ricos do a seus agricultores, e no se chega a um acordo.

    Em 2013, o brasileiro Roberto Azevedo assumiu como diretor-geral da OMC. Para chegar ao principal cargo da entidade, contou com o apoio dos demais Brics (China, Rssia, ndia e frica do Sul) e de pases africanos, e superou outros oito candidatos em escolhas sucessivas. O seu grande desafio retirar a

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    OMC do atoleiro em que caiu h sete anos, quando as negociaes da Rodada Doha entraram em um impasse.

    Outra funo muito importante na OMC o sistema de resoluo de controvrsias. Este mecanismo foi criado para solucionar os conflitos gerados pela aplicao dos acordos sobre o comrcio internacional entre os membros da OMC. As disputas surgem quando um pas adota uma medida de poltica comercial ou faz algo que um ou mais membros da OMC considerem que viole os acordos da prpria organizao. Exemplo de aplicao deste mecanismo o contencioso do algodo entre Brasil e Estados Unidos.

    Em 2004, o Brasil venceu na OMC uma disputa contra os subsdios recebidos por produtores de algodo dos EUA, ficando com o direito de impor sanes contra produtos norte-americanos no valor de US$ 830 milhes. O Brasil concordou em suspender a punio, caso os EUA depositassem dinheiro em um fundo de assistncia para produtores brasileiros de algodo.

    Os EUA pagavam a compensao em parcelas mensais, suspensas em outubro de 2013, o que levou o governo brasileiro a ameaar impor tarifas mais altas para produtos norte-americanos. Em outubro de 2014, os dois pases chegaram a um novo acordo. Os Estados Unidos concordaram em pagar aos produtores brasileiros de algodo mais US$ 300 milhes para encerrar a disputa.

    (CESPE/CPRM/2016 TCNICO EM GEOCINCIAS) A palavra globalizao normalmente utilizada para definir o atual estgio da economia mundial e, para muitos analistas, retrata a possvel culminncia de um processo histrico que, iniciado com as grandes navegaes do incio da Idade Moderna, aprofundou-se com a Revoluo Industrial dos ltimos dois sculos. Em linhas gerais, a ordem econmica mundial contempornea caracteriza-se por

    A aes do crime organizado em escala global, que dificultam a livre circulao de capitais, fato que prejudica o funcionamento das bolsas de valores mundiais.

    B extraordinrio desenvolvimento cientfico e tecnolgico, que amplia consideravelmente a capacidade de produo econmica e estimula a expanso do mercado consumidor.

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    C acirramento do protecionismo econmico praticado pelos pases ricos, que inibe as trocas e impede que os pases pobres participem do comrcio mundial.

    D perda de importncia dos blocos econmicos, como a Unio Europeia e o MERCOSUL que, na prtica, tm sido substitudos pela ao isolada de cada pas.

    E uma economia globalizada, que reduz drasticamente as diferenas entre continentes, regies e povos, promovendo a distribuio da riqueza de modo mais igualitrio.

    COMENTRIOS:

    A) Incorreta. O crime organizado tambm se globalizou, mas as suas aes no dificultam a livre circulao de capitais e no prejudicam o funcionamento das bolsas de valores mundiais. Pelo contrrio, o crime organizado se vale da livre circulao de capitais para lavar o seu dinheiro sujo pelo mundo.

    B) Correta. O extraordinrio desenvolvimento cientfico e tecnolgico propicia o avano da globalizao, perodo que se caracteriza pelo aumento consideravelmente da capacidade de produo econmica e expanso do mercado consumidor.

    C) Incorreta. O protecionismo econmico existe, nunca deixou de existir, porm, na globalizao ele diminuiu, facilitando as trocas e a expanso do comrcio mundial. Todavia, barreiras protecionistas de pases ricos continuam impedindo um maior acesso aos seus mercados por parte dos pases pobres.

    D) Incorreta. Na globalizao atual h um aumento da importncia dos blocos econmicos, bem como a ampliao de alguns blocos e o surgimento de novos blocos econmicos. O que perdeu importncia, foi a ao isolada de cada pas.

    E) Incorreta. Na globalizao, aumentou as diferenas, ou seja, as assimetrias entre pases ricos e pobres, continentes, regies e povos. Acentuou-se a desigualdade na distribuio da riqueza no mundo.

    Gabarito: B

    5. Cenrio Econmico Atual

    A atual crise econmica mundial iniciou em setembro de 2008, com o estouro da bolha imobiliria nos Estados Unidos. Sua origem foi o farto crdito imobilirio oferecido nos anos anteriores. Com as taxas de juros norte-americanas num patamar muito baixo, os bancos fizeram emprstimos de longo prazo a clientes sem boa avaliao como pagadores chamados de subprime.

    O crdito fcil intensificou a procura por imveis, que tiveram os preos elevados. Mais tarde, o governo norte-americano subiu os juros para combater

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    a inflao. Com isso, as prestaes dos financiamentos ficaram mais caras e muitos compradores pararam de pagar.

    Os imveis (garantias dos emprstimos) foram retomados pelos bancos, que os colocavam venda para cobrir os emprstimos no pagos. O aumento da oferta fez os preos dos imveis carem. Mesmo com a venda, os bancos no conseguiam recuperar o prejuzo. A quebra do banco Lehman Brothers, marco da crise, provocou um efeito domin no mercado financeiro mundial.

    A crise econmica atingiu duramente a Unio Europeia. Afetou com maior intensidade os pases da zona do euro, com elevada dvida pblica. O pas mais atingido foi a Grcia. Outros pases bastante afetados foram: Portugal, Irlanda, Itlia, Espanha e Chipre.

    Como condio para receber ajuda econmica, medidas de austeridade so adotadas pelos pases em crise. O objetivo o cumprimento de metas oramentrias e de limite de endividamento estabelecidos pela Unio Europeia. Incluem privatizaes, reduo do servio pblico, corte de direitos sociais, congelamento de salrios e aumento de impostos, entre outras medidas. Tem como efeito direto o aumento do desemprego, a reduo do poder aquisitivo da populao e a desacelerao da economia, provocando protestos populares que enfraqueceram ou derrubaram governos.

    A prolongada estagnao econmica e o alto desemprego esto causando um terremoto poltico no continente porque os eleitores, desiludidos com os partidos tradicionais, esto transferindo o seu apoio para legendas mais radicais, tanto de esquerda, como de direita. A principal bandeira da esquerda o fim da austeridade, enquanto a extrema direita combate a imigrao e o projeto da Unio Europeia. Os pases com o maior avano dos partidos extremistas de direita so a ustria, Frana, Reino Unido, Hungria, Alemanha, Itlia e Grcia. O Podemos, da extrema esquerda j a terceira fora poltica da Espanha. Na Grcia, a esquerda contra a austeridade assumiu o governo no incio de 2015.

    5.1 Grcia

    A Grcia, primeiro pas da zona do euro seriamente atingido pela crise da dvida, entrou em recesso no ano de 2009. Para que mantivesse o pagamento das suas dvidas, a troika aprovou dois pacotes de emprstimos emergenciais ao pas. Em troca, os gregos foram obrigados a adotar uma ampla reforma com aumento de impostos, privatizaes, cortes de direitos trabalhistas, demisses de servidores e reduo das aposentadorias e dos salrios. Troika a denominao do grupo que negocia o socorro financeiro aos pases endividados da Unio Europeia, composto pelo FMI, Banco Central Europeu e Comisso Europeia.

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    As medidas provocaram uma revolta social no pas, com greves e protestos. Essa poltica acelerou o declnio econmico nacional, levou a um desemprego recorde e o pas no atingiu as metas estipuladas pela troika. A crise derrubou o ento primeiro ministro George Papandreou no fim de 2011.

    Em clima de revolta com a situao desastrosa da economia, a populao grega deu uma vitria expressiva a um partido radical de esquerda, o Syriza, nas eleies de janeiro de 2015. A proposta do partido foi, de um lado, reverter as privatizaes e os cortes no oramento para melhorar servios pblicos, aumentar os salrios e penses e criar empregos. De outro, pleitear junto troika a anulao de parte da colossal dvida grega. Tudo isso sem deixar a zona do euro.

    O problema com esse programa que suas diretrizes so incompatveis com as determinaes da Unio Europeia e das naes credoras, em especial a Alemanha, a maior contribuinte dos fundos da troika, e que possui grande peso nas decises da Comisso Europeia (CE).

    O governo de Alexis Tsipras negociou um novo acordo, onde pleiteava condies mais favorveis ao pagamento da dvida. Aps tensas negociaes, o pas aceitou a grande maioria das medidas de austeridades impostas pela troika. A Grcia chegou a realizar um plebiscito para decidir se o povo grego concordava ou no com as exigncias dos credores.

    At o presente, as medidas de ajuste adotadas pelo governo grego, no recuperaram a economia e empobreceram drasticamente a populao. Em seis anos, o pas perdeu 25% de seu PIB (ou seja, sua economia encolheu fortemente); um quarto da populao ficou desempregada (entre os jovens a taxa supera os 50%); e a dvida pblica atingiu um nvel recorde (177% do PIB). Para completar a tragdia grega, 45% dos aposentados so pobres e 200 mil funcionrios pblicos foram demitidos desde o incio da crise.

    (FGV/DPE MT/2015 ANALISTA) Temerosos sobre o futuro da Grcia, os investidores comeam a se preocupar com a capacidade da Europa

    de evitar o Grexit, como foi apelidada o que pode vir a ser a sada da Grcia da zona do euro.

    (O Globo, 17/02/2015.)

    Sobre a poltica de austeridade imposta pelo Banco Central Europeu e o FMI a alguns pases da zona do euro, analise as afirmativas a seguir.

    I. A economia grega viveu uma recesso sem precedentes em tempos de paz, encolhendo 25% do PIB nos ltimos 5 anos.

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    II. Os movimentos populares, como o Podemos na Espanha, ganharam espao poltico graas ao discurso antiausteridade.

    III. A adoo dessa poltica provocou o empobrecimento da classe mdia e aumentou significativamente o desemprego.

    Assinale:

    a) se somente a afirmativa I estiver correta.

    b) se somente a afirmativa III estiver correta.

    c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

    d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

    e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    COMENTRIOS:

    O PIB da Grcia caiu 25% entre 2008 e 2014. A poltica de austeridade imposta Grcia levou ao empobrecimento da classe mdia e aumentou significativamente o desemprego. Em 2015, a taxa de desemprego de 26%, atingindo 52% entre os jovens.

    Em pases da Unio Europeia, movimentos populares e partidos ganharam espao poltico graas ao discurso anti-austeridade. Um desses movimentos, que tambm um partido poltico, o Podemos, da Espanha.

    Gabarito: E

    5.2 Recuperao a passos lentos

    A economia global agora avana devagar, e aos trancos e barrancos. O Fundo Monetrio Internacional (FMI) estima que, pelo menos at 2016, o ritmo de crescimento do PIB mundial no avance alm dos 3,5% ao ano e com riscos de retrocesso. Compare: nos anos anteriores crise, a mdia de crescimento do PIB mundial estava entre 4% e 5% ao ano.

    A recuperao depende de fatores como o preo das matrias-primas bsicas (commodities), como o ferro e os produtos agropecurios, que tm preo internacional negociado em bolsas de valores mundiais. Isso significa que o comrcio da soja, do minrio de ferro ou do trigo tende a ser feito pelo mesmo preo em qualquer parte do mundo, j que o mercado articulado.

    Segundo a OMC, entre 2000 e 2012, as matrias-primas bsicas duplicaram de preo, em parte devido maior demanda dos pases emergentes. Mas a economia dos emergentes est freando. E as commodities comearam a cair de preo. O preo do barril de petrleo, por exemplo, que chegou a mais de 100 dlares no final de 2014, caiu para menos de 30 dlares no incio de 2016.

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    Essa queda beneficia os pases que importam, como os Estados Unidos, mas ruim para os exportadores, como a Rssia.

    A economia mundial est sujeita, tambm, a oscilaes sociais, ambientais e geopolticas. O envelhecimento da populao, com a diminuio do contingente de jovens, reduz a capacidade de trabalho de diversas naes, ao mesmo tempo que aumentam as despesas dos governos com aposentadorias e penses. Regies atingidas por desastres naturais, como terremotos e tsunamis, param de produzir e exigem dos governos gastos em pacotes de ajuda. As mudanas climticas, com grandes perodos de seca ou inundaes, afetam a produo agropecuria. O esgotamento de recursos naturais, como a gua, encarece a vida em algumas regies do planeta. E epidemias e pandemias reduzem a produtividade de uma populao e aumentam as despesas em sade pblica. Do ponto de vista geopoltico, os maiores riscos vm de guerras e conflitos. As sanes econmicas impostas a pases beligerantes, como ocorre com Ucrnia e Rssia, tm impacto no comrcio internacional.

    Estados Unidos

    A economia norte-americana vem se recuperando da crise econmica de 2008. O desemprego caiu para taxas baixas, o PIB est crescendo e a produo industrial se recupera. O dlar, moeda dos EUA, valorizou-se perante as principais moedas globais.

    Contribui para a recuperao econmica o aumento na produo de petrleo e gs, com a consequente diminuio das importaes. Os Estados Unidos voltaram a ser o maior produtor mundial de petrleo. O aumento da produo se deve ao desenvolvimento de uma nova tecnologia para a extrao do leo e do gs na rocha de xisto, a preos competitivos.

    Em dezembro, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, subiu a faixa para sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para entre 0,25% e 0,50% ao ano. Esta a primeira alta do preo do dinheiro, desde 2006. A taxa de referncia estava entre zero e 0,25% ao ano.

    Emergentes

    As economias emergentes incluindo os Brics (Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul) entraram numa nova fase: continuam crescendo, mas no com o mesmo flego. O alto preo das commodities no mercado internacional alavancou um crescimento rpido dos emergentes na primeira dcada do sculo XXI. Alm de apresentarem taxas significativas de crescimento, essas economias passaram bem pelos problemas criados pela crise em 2009 e 2010.

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    No entanto a crise global terminou por afetar a todos por causa da queda no comrcio internacional. O terremoto que atingiu os mercados financeiros levou reduo dos investimentos nos emergentes. Hoje, o crescimento mdio do PIB dessas economias est trs pontos percentuais abaixo do registrado em 2010. So trs os principais fatores que refreiam o crescimento dos emergentes:

    a queda no preo do petrleo e outras commodities;

    o recuo no comrcio internacional;

    os gargalos de infraestrutura internos.

    Esses trs fatores afetam principalmente a China. A reduo no ritmo de crescimento chins, de 10% para cerca de 7% nos prximos anos, no preocupante, pois se mantm uma expanso forte. No entanto, essa desacelerao afeta os pases da sia e os demais emergentes, como o Brasil, exportadores de matria-prima para a indstria chinesa.

    Queda no preo do barril de petrleo

    O preo do barril de petrleo est caindo h um ano e meio. Em junho de 2014, o barril tipo Brent era negociado a US$ 115. Terminou o ano de 2015, cotado a US$ 37. O preo recuperou-se um pouco em 2016, sendo negociado prximo dos US$ 50 no final de maio.

    H um excesso de oferta de petrleo no mundo. Ou seja, a produo maior que a demanda. O consumo mundial de petrleo caiu com a crise econmica mundial. Mas a produo no diminuiu, pelo contrrio aumentou. Quando a oferta maior que a demanda, os preos caem.

    A produo mundial aumentou, principalmente nos Estados Unidos. Outro fator que pressiona os preos a volta do petrleo do Ir ao mercado mundial, com a suspenso das sanes econmicas contra o pas.

    Mesmo com o excesso de oferta, os pases da Opep grupo de 12 pases produtores de petrleo, a maioria no Oriente Mdio se recusaram, em novembro de 2014, a reduzir seu teto de produo, independentemente do preo no mercado internacional. Um dos objetivos seria desestimular a produo do xisto nos EUA, cuja extrao mais cara.

    A Arbia Saudita, o maior exportador global de petrleo e membro da Opep, se recusa a reduzir a sua produo, disposta a tolerar um perodo prolongado de preos baixos para tirar do mercado outros produtores ou mesmo inviabilizar a explorao de rivais, como os norte-americanos.

    Alguns pases tm sofrido mais com a reduo dos preos do petrleo, sobretudo Venezuela e Rssia, em razo do grande peso das exportaes da commodity em suas economias. Os pases que lucram com a queda dos preos

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    do petrleo so os grandes importadores e dependentes do petrleo, como a China, que esto aproveitando os preos baixos para impulsionar o crescimento econmico ou reverter a desacelerao.

    6. Concentrao Global da Riqueza

    A riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da populao mundial agora equivale, pela primeira vez, riqueza dos 99% restantes. As 62 pessoas mais ricas do mundo tm o mesmo em riqueza, que toda a metade mais pobre da populao global. A informao provm de um estudo da ONG britnica Oxfam.

    Segundo a entidade, o fato de as 62 pessoas mais ricas do mundo acumularem o equivalente riqueza dos 50% mais pobres da populao mundial revela uma concentrao de riqueza "impressionante", ainda mais levando em conta que, em 2010, o equivalente riqueza da metade mais pobre da populao global estava na mo de 388 indivduos.

    "Ao invs de uma economia que trabalha para a prosperidade de todos, para a gerao futura e pelo planeta, o que temos uma economia (que trabalha) para o 1% (dos mais ricos)", afirmou o relatrio da Oxfam.

    A Oxfam verificou que a proporo de riqueza do 1% dos mais ricos vem aumentando a cada ano desde 2009 depois de cair de forma gradual entre 2000 e 2009.

    A ONG britnica pede que os governos tomem providncias para reverter esta tendncia. Sugere a meta, por exemplo, de reduzir a diferena entre o que pago a trabalhadores que recebem salrio mnimo e o que pago a executivos. Tambm quer o fim da diferena de salrios pagos a homens e mulheres,

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    compensao pela prestao no remunerada de cuidados a dependentes e a promoo de direitos iguais a heranas e posse de terra para as mulheres. Prope que os governos imponham restries ao lobby, reduzam o preo de medicamentos e cobrem impostos pela riqueza em vez de impostos pelo consumo.

    7. China

    A civilizao chinesa tem mais de quatro mil anos. Aps um longo perodo imperial e uma breve repblica, uma revoluo liderada pelo Partido Comunista Chins (PCCh), de Mao Ts-tung, deu origem Repblica Popular da China, em 1949. O pas foi reorganizado nos moldes comunistas.

    Com a morte de Mao, em 1976, a China implementou um modelo, ainda vigente, chamado por seus dirigentes de socialismo de mercado. Trata-se de uma combinao de caractersticas do socialismo (no qual as empresas e a terra so propriedade do Estado) com aspectos do capitalismo (a presena de empresas privadas, sobretudo multinacionais, em algumas reas do pas).

    No final da dcada de 1970, o pas comeou a abrir parte de sua produo para as multinacionais, com a criao de Zonas Econmicas Especiais. Os investimentos estrangeiros e a abundncia de mo de obra mal remunerada alavancaram as exportaes, pois os produtos so baratos. Em trs dcadas, a China deixou de ser um pas pobre e agrrio e tornou-se uma potncia econmica. O pas a segunda maior economia do mundo, respondendo por mais de 10% do PIB mundial, atrs apenas dos Estados Unidos.

    Apesar do vertiginoso crescimento econmico, o pas convive com problemas que causam instabilidade ao atual modelo poltico-econmico: significativa desigualdade social, corrupo, degradao ambiental e crescente descontentamento popular. A China o principal parceiro comercial e destino das exportaes do Brasil.

    A China uma ditadura que reprime a liberdade de expresso e viola os direitos humanos. No entanto, h uma resistncia interna, e diversos dissidentes desafiam o regime.

    O crescimento econmico da China est desacelerando e h temores sobre as consequncias da transio para um ritmo mais lento e sustentvel. Pela primeira vez em seis anos (desde 2009), o PIB chins cresceu menos de 7%. Em 2015, o PIB cresceu 6,9%.

    A diminuio do crescimento do PIB vem ao encontro da mudana proposta pela China. O pas passa por um ambicioso processo de transio: quer depender menos das exportaes e da indstria, e mais dos servios e do consumo interno.

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    Antes da crise econmica mundial, crescia a taxa de 10% ou mais ao ano. Um menor crescimento chins afeta o ritmo da atividade econmica no mundo, principalmente dos exportadores de commodities como o Brasil.

    A China decretou o fim da poltica do filho nico, permitindo que agora cada casal tenha at dois filhos. A poltica do filho nico entrou em vigor entre o fim de 1979 e 1980. O objetivo era de reduzir os problemas de superpopulao da China. Segundo especialistas, as medidas serviram para evitar que a populao atual do pas fosse de 1,7 bilho de habitantes, contra os atuais 1,3 bilho.

    O governo chins sempre defendeu que a restrio ao nmero de filhos, sobretudo em reas urbanas, contribuiu para o desenvolvimento do pas e para a sada da pobreza de mais de 400 milhes nas ltimas trs dcadas. No entanto, tambm admitiu que estava chegando a hora de essa poltica ser encerrada.

    O envelhecimento rpido da populao est entre os efeitos secundrios mais prejudiciais da poltica do filho nico para a China. Em 2012, pela primeira vez em dcadas, a populao em idade ativa caiu. O ndice de fecundao no pas, de 1,5 filhos por mulher, muito inferior ao nvel que garante a renovao geracional.

    A poluio atmosfrica um gravssimo problema nas metrpoles chinesas. comum o uso de mscaras para se protegerem da nvoa de poluio.

    (VUNESP/MPE SP/2016 OFICIAL DE PROMOTORIA) O Partido Comunista chins anunciou nesta quinta-feira (29.10.2015), o fim de uma poltica instaurada h mais de 30 anos no pas. A reforma foi anunciada aps o plenrio anual do partido e no mesmo dia da aprovao do XIII Plano Quinquenal para o perodo 2016/2020.

    (http://goo.gl/ay8nBc. Adaptado)

    A reforma anunciada trata

    a) da proibio do trabalho infantil. b) da pena de morte para inimigos do Partido. c) da poltica que probe cultos religiosos. d) da aposentadoria compulsria. e) da poltica do filho nico.

    COMENTRIOS:

    A China decretou o fim da poltica do filho nico, permitindo que agora cada casal tenha at dois filhos. A poltica do filho nico entrou em

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    vigor entre o fim de 1979 e 1980. O objetivo era de reduzir os problemas de superpopulao da China. Segundo especialistas, as medidas serviram para evitar que a populao atual do pas fosse de 1,7 bilho de habitantes, contra os atuais 1,3 bilho.

    Gabarito: E

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    QUESTES COMENTADAS:

    01) (IDECAN/UFPB/2016 AUXILIAR EM ADMINISTRAO) A ocorrncia do processo de globalizao tem seu primrdio a partir das grandes navegaes empreendidas por Portugal e Espanha no sculo XV. fato que atualmente a globalizao representa um profundo antagonismo na realidade mundial. Acerca da afirmativa que ilustra o exposto, analise.

    I. Ao mesmo tempo que se cria possibilidades de um mundo unificado, agravam-se as velhas desigualdades, bem como surgem novas. Beneficia os pases, grupos e pessoas mais ricas em detrimento dos pobres.

    II. Reorganizao do sistema financeiro internacional, de acordo com as exigncias dos grandes complexos empresariais e dos pases desenvolvidos, bem como o rpido deslocamento de imensas somas de dinheiro e a interdependncia de praticamente todas as bolsas de valores.

    III. Uso do ingls como lngua universal, facilitando as trocas de informaes entre diferentes pessoas, grupos e povos.

    IV. A revoluo da informtica influencia os mais diversos setores da vida social, acelerando os transportes e os fluxos de informaes, encurtando o tempo e o espao.

    Est correta apenas a afirmativa

    A) I. B) II. C) III. D) IV.

    COMENTRIOS:

    I Correta. A globalizao cria possibilidades para um mundo unificado. No entanto, na globalizao atual, as desigualdades se ampliaram e surgiram novas formas de desigualdade entre pases e pessoas. Os pases ricos e as pessoas ricas so quem mais se beneficia com a globalizao.

    II Incorreta. A reorganizao do sistema financeiro internacional se d de acordo com as exigncias e necessidades do capital financeiro e das grandes corporaes financeiras internacionais.

    III Incorreta. O ingls a lngua mais utilizada nos negcios e nas relaes internacionais. a lngua amplamente majoritria na internet. No entanto, a

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    menor parte das pessoas no mundo fala, escreve e compreende o ingls. Neste contexto, a lngua uma barreira para a integrao entre diferentes pessoas, grupos e povos.

    IV Incorreta. De fato, a revoluo da informtica influencia os mais diversos setores da vida social, acelerando os transportes e os fluxos de informaes, encurtando o tempo, mas no o espao. As distncias entre os lugares no diminuram. Exemplo: a distncia entre So Paulo e Londres, continua a mesma, no diminuiu. Com a evoluo tecnolgica, o que diminui o tempo de deslocamento entre os lugares, mas no a distncia entre eles.

    Gabarito: A

    02) (FUNRIO/IF BA/2016 ASSISTENTE EM ADMINISTRAO) O Mercosul foi fundado a partir do Tratado de Assuno em 1991, por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela, em 2006, solicitou sua entrada no bloco, o que foi efetivado em 2012. Que outro pas tambm solicitou a entrada como membro permanente do Mercosul, mas ainda no foi integrado ao grupo?

    a) Bolvia.

    b) Chile.

    c) Colmbia.

    d) Mxico.

    e) Peru.

    COMENTRIOS:

    A Bolvia solicitou entrada como membro permanente do Mercosul. Para que isso ocorra, falta ainda a aprovao de alguns parlamentos nacionais.

    Gabarito: A

    (CESPE/FUB/2015 VRIOS CARGOS) Grcia e China: dois pases que hoje encaram os reflexos da grande crise financeira de 2008. Na Grcia, o impacto do colapso nos mercados financeiros globais provocados pela quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro de 2008, foi imediato. Assim como outros pases muito endividados, a Grcia sofreu uma fuga de capitais, entrou em colapso em 2010 e iniciou seu longo calvrio de pacotes de socorro, ajuste fiscal, desemprego e

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    recesso. Na China, a crise de 2008 produziu um efeito colateral cujos riscos economia so sentidos hoje.

    O Globo, 9/7/2015, p. 19 (com adaptaes).

    Acerca do assunto abordado no texto anteriormente apresentado, julgue o item que se segue, considerando o cenrio econmico global contemporneo.

    03) Uma desacelerao da economia chinesa, como est ocorrendo na atualidade, reflete diretamente na economia mundial, em face da importncia assumida pelo pas asitico nos mercados globais, seja como exportador de bens e de capitais, seja como importador de grande dimenso.

    COMENTRIOS:

    A China a segunda maior economia do mundo. O pas um grande importador de commodities e grande exportador de bens industriais. A economia chinesa est desacelerando, ou seja, diminuindo o seu ritmo de crescimento. Essa desacelerao se reflete diretamente na economia mundial, devido a condio do pas, como grande exportador de bens e de capitais e importador de grande dimenso.

    Gabarito: Certo

    04) Tanto a populao da Grcia quanto a da China, apesar das inmeras especificidades de cada uma, manifestaram-se, por meio de plebiscitos, contra as medidas de austeridade propostas pelos governos para a sada da crise.

    COMENTRIOS:

    A Grcia foi duramente atingida pela crise econmica mundial de 2008. A China tambm foi atingida, mas em proporo muito menor e que de forma alguma pode ser comparada com a tragdia grega. O governo da China no adotou medidas de austeridade para enfrentar a crise. Adotou medidas de estimulo ao consumo e aumento dos investimentos internos. A Grcia foi socorrida financeiramente pelo Banco Central Europeu, FMI e Comisso Europeia, que impuseram ao pas duras medidas de austeridade econmica. Em meio s negociaes por um novo pacote de ajuda financeira, a Grcia realizou um plebiscito em julho de 2015, no qual a populao se manifestou contra as medidas de austeridade propostas pelos credores para a liberao do novo

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    pacote de ajuda. No houve nenhum plebiscito na China, sobre qualquer assunto. O pas uma ditadura.

    Gabarito: Errado

    05) (FUNCAB/FUNASG/2015 ENFERMEIRO) De acordo com a ONG Transparncia Internacional, em ranking divulgado no dia 03/12/2014, o Brasil melhorou trs posies e ocupa a 69 colocao no levantamento que avaliou 175 pases e territrios. Ainda segundo o estudo, o Brasil o segundo pas com a melhor percepo sobre corrupo no setor pblico dos BRICs.

    De acordo com a tabela apresentada e excetuando o Brasil, citado no texto, qual o nico pas classificado que faz parte do grupo dos BRICs?

    A) Dinamarca

    B) frica do Sul

    C) Coreia do Norte

    D) Sucia

    E) Canad

    COMENTRIOS:

    A sigla BRICS corresponde a letra inicial dos seguintes pases: Brasil, Rssia, ndia China e South frica (frica do Sul).

    Gabarito: B

    (CESPE/MPOG-ENAP/2015) No final da dcada passada, o mundo assistiu a uma crise financeira, cujos resqucios persistem ainda hoje nos pases com economias mais frgeis. Considerando esse contexto, julgue os prximos itens.

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    06) No quadro atual da economia mundial, as crises tendem a ser cclicas e, em geral, tambm se globalizam.

    COMENTRIO:

    No capitalismo atual as crises econmicas so recorrentes e se globalizam.

    Gabarito: Certo

    07) Uma das consequncias da crise financeira grega foi o retorno da moeda nacional, o dracma, para as contas pblicas, ao passo que o euro foi mantido para uso comercial.

    COMENTRIO:

    No ocorreu isto. A Grcia no voltou a utilizar a sua antiga moeda, o dracma. O euro continua sendo a nica moeda da Grcia.

    Gabarito: Errado

    (CESPE/FUB/2015 ASSISTENTE EM ADMINISTRAO) Ainda no a casa dos Jetsons, mas a recente reformulao dos eletrodomsticos trouxe o futuro aos lares. No basta geladeira gelar, ela precisa se ligar rede. Da cozinha ao quarto, novos aparelhos ganharam conexo e alguns, inteligncia. Os tablets e smartphones esto no controle de tudo. Abrem a porta, regulam a iluminao e a temperatura, transferem contedo para TVs e sistemas de som. o incio de uma revoluo.

    O Globo. 18/1/2015, p. 40 (com adaptaes).

    Considerando as inmeras implicaes do tema abordado no fragmento de texto acima, julgue o item a seguir.

    08) O texto sugere que o avano da Internet e dos servios digitais imps desafios a velhos equipamentos de uso domstico, os quais tiveram de ser reinventados para atrair a ateno do consumidor do sculo XXI.

    COMENTRIOS:

    Vivemos em uma poca de constante desenvolvimento tecnolgico. Cada vez mais as comunicaes e a eletrnica aperfeioam bens e servios que

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    utilizamos. Exemplo a internet das coisas, que conecta itens usados no nosso dia a dia rede mundial de computadores. Cada vez mais surgem eletrodomsticos, meios de transporte e at mesmo tnis, roupas e maanetas conectadas internet e a outros dispositivos, como computadores e smartphones. Velhos e nem to velhos equipamentos de uso domstico, so reinventados para atrair a ateno do consumidor do sculo XXI.

    Gabarito: Certo

    09) Para que sejam atendidas as novas demandas de uma sociedade em constante transformao, a educao avana e aprimora-se a passos largos, fenmeno hoje visvel em todos os continentes e pases.

    COMENTRIOS:

    O mundo desigual, h pases altamente desenvolvidos e pases muito pobres. H pases em que a educao possui um alto nvel de desenvolvimento e aprimora-se continuamente. Mas, em boa parte dos pases do mundo, a educao deixa a desejar, deficiente e melhora lentamente ou no melhora.

    Gabarito: Errado

    10) A denominada Revoluo Industrial tem-se mostrado um processo que, h mais de dois sculos, transforma o sistema produtivo e altera a vida das sociedades.

    COMENTRIOS:

    A Revoluo Industrial foi um marco na histria econmica da humanidade. As descobertas cientficas e as invenes provocaram grande expanso dos setores industrializados e possibilitaram a exportao de produtos mundo afora. O perodo histrico, por ela iniciado, tem-se mostrado um processo que, h mais de dois sculos, transforma o sistema produtivo e altera a vida das sociedades.

    Gabarito: Certo

    11) Uma das principais caractersticas da economia contempornea a crescente aplicao do conhecimento cientfico na produo industrial, assinalada pelas contnuas inovaes tecnolgicas.

    COMENTRIOS:

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    A constante inovao tecnolgica uma das principais caractersticas da economia contempornea global. O conhecimento cientfico gerado intensamente aplicado na produo de bens, alimentos e oferta de servios.

    Gabarito: Certo

    12) O fenmeno da globalizao permite que as novidades produzidas pela indstria, como as mencionadas no texto, sejam simetricamente incorporadas pelo mundo inteiro.

    COMENTRIO:

    Simetricamente? Claro que no. Simetricamente quer dizer igualmente. A globalizao desigual econmica e socialmente. As novidades produzidas pela indstria so inicialmente incorporadas por poucos pases. Veja o prprio Brasil, que um pas emergente, no pobre. Seguido, vemos notcias de novos produtos criados que so lanados e comercializados em pases do exterior e no no Brasil. S depois de semanas ou meses que chegam ao Brasil.

    Gabarito: Errado

    (CESPE/TCU/2015 TCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) Segundo o economista francs Thomas Piketty, autor do best-seller O Capital no Sculo XXI, A combinao de inflao mnima e grandes supervits primrios ou seja, de arrecadao de impostos em valor superior ao dos gastos pblicos durante dcadas pode funcionar, mas leva um longo tempo. Essa estratgia no foi adotada pela Alemanha e pela Frana felizmente aps a Segunda Guerra Mundial, quando tinham uma dvida pblica maior do que a atual dvida da Grcia. Recorreu-se, nesses casos, inflao e a medidas excepcionais, mas tambm se recorreu reestruturao da dvida, e toda a dvida da Alemanha foi anulada em 1953. incrvel que hoje digam Espanha e Grcia que a nica soluo devolver at o ltimo euro, quando se sabe que isso no vai funcionar.

    Internet: (com adaptaes).

    Tendo o texto acima como referncia inicial, julgue o item.

    13) Este ano, o governo grego exigiu da Alemanha o pagamento de 279 bilhes de euros como reparao pela ocupao nazista da Grcia durante a Segunda Guerra Mundial. No atual contexto de crise econmica, sendo a Alemanha uma das principais credoras da Grcia e

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    pas-sede do Banco Central Europeu, tal exigncia se coloca como uma arma retrica frente opinio pblica, com a inteno de forar uma situao na qual moralmente ningum possa exigir do governo grego o pagamento de suas dvidas, j que ningum espera que tal valor seja de fato repassado Grcia.

    COMENTRIOS:

    A dvida total da Grcia de 320 bilhes de euros. A Alemanha o maior credor, tendo emprestado 62 bilhes de euros. O Banco Central Europeu est sediado em Frankfurt na Alemanha. Em abril de 2015, em meio a negociaes para um novo pacote de resgate ao pas, a Grcia exigiu da Alemanha o pagamento de 279 bilhes de euros em reparaes pela ocupao nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A Alemanha, por sua vez, alegou que a reparao monetria j foi resolvida anos atrs. Em 1960, o governo alemo pagou 115 milhes de marcos alemes para o governo grego, como compensao. Foi apenas uma parte do que o governo grego exigiu, mas esses foram os termos de um acordo entre os pases.

    No atual contexto de crise econmica, a exigncia se coloca como uma arma retrica frente opinio pblica, com a inteno de forar uma situao na qual moralmente ningum possa exigir do governo grego o pagamento de suas dvidas, j que ningum espera que tal valor seja de fato repassado Grcia.

    Gabarito: Certo

    14) Embora o resultado do recente referendo grego acerca do ajuste econmico tenha sido classificado por rgos da imprensa como surpreendente, diversos pases europeus experimentaram manifestaes contra as medidas econmicas de austeridade nas semanas anteriores ao pleito realizado na Grcia.

    COMENTRIOS:

    Alguns rgos de imprensa classificaram como surpreendente a vitria do NO no plebiscito de 5 de julho de 2015. Pessoal, a questo fala em referendo, mas foi plebiscito. Mesmo assim, a banca no anulou a questo. Nas semanas anteriores ao pleito, em diversos pases europeus, houve manifestaes de protesto contra as medidas econmicas de austeridade impostas por credores Grcia.

    Gabarito: Certo

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    15) A Unio Europeia exige, desde 2002, que todos os seus pases-membros adotem o euro como moeda oficial, medida que visa fortalecer as relaes comerciais dentro do continente e evitar que se repitam casos como o da Grcia pas que usa o dracma, a moeda mais antiga do mundo em circulao.

    COMENTRIOS:

    Questo que se repete ao longo dos anos. A Unio Europeia NO exige que os seus pases-membros adotem o euro como moeda oficial. A adoo do euro do interesse de cada pas. No so todos os pases do bloco que adotam o euro como moeda oficial.

    Gabarito: Errado

    (CESPE/FUB/2015 TCNICO) A rede que interligou nossos computadores e celulares entra em uma nova fase, ainda mais ambiciosa, na qual pretende conectar tudo o que existe na Terra. O nome didtico: Internet das coisas. Coisas so carros e semforos. Coisas so relgios, geladeiras e televisores. Coisas so at informaes sobre nosso metabolismo pessoal, medidas flor da pele. Bem-vindo a uma nova era. O ano de 2014 poder ficar conhecido, na histria da tecnologia, como o ano zero de uma revoluo que comea a ocupar as vinte e quatro horas do dia de qualquer indivduo, em casa, no trabalho, na rua.

    Veja. 31/12/2014, p. 162-3 (com adaptaes).

    Tendo o fragmento de texto acima como referncia inicial e considerando as mltiplas implicaes do tema que ele focaliza, julgue o item seguinte.

    16) Por suas caractersticas tcnicas, a rede mundial de computadores mostra-se imune ao da censura poltica, razo pela qual tem sido muito utilizada por movimentos contestatrios a regimes ditatoriais, como na China e em pases rabes.

    COMENTRIOS:

    Pases com governos autoritrios censuram a internet. Apesar das suas caractersticas, a internet no imune censura. A China um exemplo de pas onde a internet censurada pelo governo autoritrio do Partido Comunista Chins.

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    Gabarito: Errado

    17) O surgimento da Internet, na dcada de 60 do sculo passado, deveu-se conjugao de estudos, nos Estados Unidos da Amrica, oriundos de universidades, empresas localizadas no Vale do Silcio e laboratrios militares. Algum tempo depois, ela transps os limites de um empreendimento acadmico-militar e se tornou comercial.

    COMENTRIOS:

    A rede mundial de computadores, ou Internet, surgiu em plena Guerra Fria. Criada com objetivos militares, seria uma das formas das foras armadas norte-americanas de manter as comunicaes em caso de ataques inimigos que destrussem os meios convencionais de telecomunicaes. Nas dcadas de 1970 e 1980, alm de ser utilizada para fins militares, a Internet tambm foi um importante meio de comunicao acadmico. Estudantes e professores universitrios, principalmente dos EUA, trocavam ideias, mensagens e descobertas pelas linhas da rede mundial.

    Foi somente no ano de 1990 que a Internet comeou a alcanar a populao em geral. Neste ano, o engenheiro ingls Tim Bernes-Lee desenvolveu a World Wide Web, possibilitando a utilizao de uma interface grfica e a criao de sites mais dinmicos e visualmente interessantes. A partir deste momento, a Internet cresceu em ritmo acelerado.

    Gabarito: Certo

    18) Questes de geopoltica e a contnua presso de grandes potncias, como da extinta Unio das Repblicas Socialistas Soviticas, colocaram grandes obstculos disseminao da Internet, processo que somente se concretizou no fim da primeira dcada do sculo atual.

    COMENTRIOS:

    Fim da primeira dcada do sculo atual 2010. J deu para ver que a questo est errada. Na ltima dcada do sculo passado, a internet se disseminou rapidamente pelo mundo. E no teve nenhuma questo geopoltica e presses de grande potncia que dificultaram essa expanso.

    Gabarito: Errado

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    19) A expresso cidades inteligentes a denominao recente utilizada para definir centros urbanos que comeam a funcionar como complexos laboratrios para experincias de crescente conexo, como a instalao de sensores conectados a semforos, cmeras de segurana ou equipamentos que medem a poluio do ar.

    COMENTRIOS:

    As cidades inteligentes so comunidades que lanam mo do que h de mais moderno em recursos tecnolgicos e arquitetnicos como resposta aos desafios impostos pelo adensamento populacional. A ideia criar ambientes sustentveis, eficientes, com alto grau de conectividade e, consequentemente, com excelentes nveis de qualidade de vida.

    Gabarito: Certo

    20) Uma das possibilidades dessa internet a que o texto alude a de obter informaes que se mostrem teis para guiar com maior preciso as mais diversas polticas pblicas.

    COMENTRIOS:

    A internet das coisas possibilita a administrao pblica obter informaes para planejar melhor as cidades, bem como, intervir em curto espao de tempo ou em tempo real para a soluo de problemas e imprevistos relacionados ao funcionamento das cidades.

    Gabarito: Certo

    21) (CESGRANRIO/BAMAN/2015 TCNICO CIENTFICO) Para o Prmio Nobel da Paz (1973) Henry Kissinger, que foi Secretrio de Estado dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, a ordem internacional se v diante de um paradoxo, pois sua prosperidade depende do sucesso da globalizao, mas o processo produz uma reao poltica que muitas vezes age no sentido contrrio ao das suas aspiraes.

    (KISSINGER, H. Ordem Mundial, Rio de Janeiro: Objetiva, 2015, p. 371).

    A afirmativa de Kissinger expressa especificamente o fato de

    a) o sistema poltico internacional ser, em grande medida, baseado em ideias convergentes de ordem mundial e na reconciliao de conceitos de interesse nacional.

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    b) o Estado-Nao ser capaz de se adaptar a uma mudana importante nas relaes de poder em nvel global.

    c) o sistema econmico internacional se tornar global, enquanto a estrutura poltica do mundo contemporneo permanece baseada no conceito de Estado-Nao.

    d) a globalizao econmica enfatizar as fronteiras nacionais, enquanto a poltica internacional ignora as fronteiras.

    e) existirem mecanismos efetivos de consulta e cooperao entre as grandes potncias a respeito das questes de maior relevncia.

    COMENTRIOS:

    Conforme as ideias de Henry Kissinger, o sistema econmico internacional se tornou global, ou seja, alcanou todo o globo, todos os pases, perpassou as fronteiras do Estado-Nao. Com isso, quis dizer, que, o capital e os negcios se movimentam com rapidez e maior facilidade e fluidez por entre as fronteiras dos pases. A economia est globalmente conectada, o que ocorre em uma parte do globo pode rapidamente gerar vrias consequncias positivas ou negativas em todo o globo. A economia capitalista se globalizou, mas os Estados-Naes, ainda impem barreiras esta globalizao, em nome dos interesses geopolticos e econmicos nacionais.

    Correta a alternativa c.

    Vejamos a incorreo das demais alternativas:

    a) No se pode afirmar que o sistema poltico internacional, na atualidade, est baseado, em grande medida, em ideias convergentes de ordem mundial e na reconciliao de conceitos de interesse nacional. Como exemplos, vemos um aprofundamento dos nacionalismos, de radicalismos religiosos, de tenses entre os Estados Unidos e a Rssia e a China.

    b) Qual seria esta mudana importante nas relaes de poder em nvel global? A afirmativa de Kissinger no se refere a este tpico.

    d) A globalizao econmica enfatiza a fluidez das fronteiras, a derrubada de barreiras, de obstculos ao livro comrcio impostas pelos Estados Nacionais. A poltica internacional no ignora as fronteiras, ora, os principais atores da poltica internacional so os pases, o Estado-Nao.

    e) Kissinger tambm no diz isto, no fragmento do texto. Por outro lado, mecanismos de consulta h, mas de fraca efetividade. Via de regra, esbarram nos interesses nacionais colocados acima das necessidades internacionais.

    Gabarito: C

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    22) (CESGRANRIO/BAMAN/2015 TCNICO CIENTFICO) Ao longo do primeiro semestre de 2015, a crise grega se tornou o centro das atenes na Europa Ocidental e no mundo. O conflito entre as autoridades centrais da Unio Europeia e o governo grego ocorreu devido a) deflao (inflao negativa), indicando uma estagnao econmica, j que os consumidores e as empresas aumentaram gastos e investimentos. b) presso da chamada Troika, formada pelo FMI, Banco Central Europeu e a Comisso Europeia, que defendeu a reduo do ajuste fiscal, a fim de estimular o crescimento econmico.

    c) ao declnio do dficit pblico e das dvidas, o que levou o governo do Syriza a elevar os gastos pblicos e aumentar a captao de recursos.

    d) ao avano das agremiaes eurocticas e dos movimentos separatistas em territrio grego.

    e) s medidas de austeridade, exigidas pelos credores, a fim de equilibrar o dficit e a dvida do pas, e o questionamento destas pelo governo grego.

    COMENTRIOS:

    Em janeiro de 2015, Alexis Tsipras, do partido Syriza, foi eleito primeiro-ministro da Grcia. O seu governo questionou as medidas de austeridade, exigidas pelos credores da dvida grega, para a concesso de um novo emprstimo ao pas. O questionamento levou a um impasse entre o governo grego e os credores, que posteriormente chegaram a um acordo.

    Gabarito: E

    23) (CESGRANRIO/BAMAN/2015 TCNICO CIENTFICO) Em julho de 2015, o povo de um pas europeu manifestou-se contrrio aceitao das condies apresentadas por credores internacionais para renovar a ajuda financeira externa. Reformas e medidas econmicas de austeridade aplicadas nos ltimos anos no foram capazes de interromper a crise no pas. A reao popular contra tais polticas de austeridade contribuiu para provocar um dos mais importantes impasses por que passou a Unio Europeia desde sua criao.

    O cenrio descrito acima corresponde conjuntura poltica e econmica de que pas?

    a) Itlia

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    b) Portugal

    c) Espanha

    d) Alemanha

    e) Grcia

    COMENTRIOS:

    Trata-se da Grcia, o pas da Zona do Euro, mais atingido pela crise econmica de 2008. Desde a crise, a Grcia recebe emprstimos para poder pagar a dvida contrada com credores internacionais. Contudo, para receber os emprstimos, aqueles que emprestam o dinheiro exigem do governo grego pesadas medidas de ajuste econmico que empobreceram a populao e o governo, o desemprego aumentou e a economia se afundou ainda mais. Em um plebiscito, em julho de 2015, os gregos rejeitaram as condies impostas pelos credores internacionais para um novo pacote de ajuda financeira. Posteriormente, a Grcia chegou a um acordo com os credores, a troika.

    Gabarito: E

    (CESPE/TJDFT/2015 ANALISTA JUDICIRIO) A parceria transpacfica (TPP) pea central da estratgia dos Estados Unidos da Amrica (EUA) de fortalecer sua influncia na sia vai muito alm da abertura comercial, visto que ela avalia a liderana de Washington na definio de regras que podero ditar um novo captulo da integrao econmica mundial, com a regulao dos investimentos, o funcionamento da Internet e a atuao de empresas estatais.

    O Estado de S.Paulo, 11/10/2015, p. B8 (com adaptaes).

    Considerando o fragmento de texto precedente como referncia inicial, julgue o item seguinte acerca do cenrio econmico mundial contemporneo.

    24) A TPP insere-se no amplo contexto de uma economia crescentemente globalizada, realidade que, alimentada pela contnua ampliao da capacidade produtiva e alicerada nas inovaes tecnolgicas que o desenvolvimento cientfico tem propiciado constantemente, assinalada, entre outros elementos, pela extraordinria expanso do comrcio e pelo elevado grau de competitividade.

    COMENTRIOS:

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    O TTP se insere no amplo contexto da economia crescentemente globalizada, em que, uma de suas caractersticas a formao de novos blocos econmicos.

    A globalizao tem como algumas de suas caractersticas o crescimento da produo e do comrcio mundial e o elevado grau de competitividade. O extraordinrio desenvolvimento das telecomunicaes foi um dos motores que impulsionaram a globalizao atual, tambm marcada pela inovao tecnolgica contnua.

    Gabarito: Certo

    25) De acordo com o ponto de vista norte-americano, a TPP garante continuidade aos passos estratgicos realizados anteriormente pelo pas com a criao do NAFTA que integrou as economias dos EUA, do Mxico e do Canad e da ALCA, voltada para o conjunto das Amricas, ambos de inegvel xito poltico e econmico.

    COMENTRIOS:

    O NAFTA um tratado de livre comrcio que integrou as economias dos EUA, Canad e Mxico. A rea de Livre Comrcio para as Amr