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CURSO ON-LINE: AUDITORIA EM EXERCÍCIOS PARA A RFB PROFESSORES: DAVI BARRETO E FERNANDO GRAEFF AULA 04 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução ...................................................................................... 01 Parecer de Auditoria ......................................................................... 02 Eventos Subsequentes ...................................................................... 29 Lista de questões comentadas............................................................. 40 Questões propostas........................................................................... 46 Bibliografia ...................................................................................... 50 Introdução Caro Aluno, Vamos dar continuidade ao nosso curso de Auditoria em exercícios para o concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Na aula passada tratamos de amostragem e carta de responsabilidade da administração. Hoje, encerraremos o conteúdo programático do edital, falando sobre parecer de auditoria e eventos subsequentes. Na próxima semana, em nossa última aula, traremos questões referentes a todo conteúdo visto até aqui, de forma que você possa rever toda a matéria e tirar as dúvidas remanescentes. Mais uma vez, não esqueça que sempre colocamos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários e, além disso, tem algumas questões adicionais para você ir treinando... E, por último, nos vemos no Fórum de dúvidas! Chega de papo e mãos à obra...

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Introdução ...................................................................................... 01 Parecer de Auditoria ......................................................................... 02 Eventos Subsequentes ...................................................................... 29 Lista de questões comentadas............................................................. 40 Questões propostas........................................................................... 46 Bibliografia ...................................................................................... 50

Introdução

Caro Aluno,

Vamos dar continuidade ao nosso curso de Auditoria em exercícios para o concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.

Na aula passada tratamos de amostragem e carta de responsabilidade da administração. Hoje, encerraremos o conteúdo programático do edital, falando sobre parecer de auditoria e eventos subsequentes.

Na próxima semana, em nossa última aula, traremos questões referentes a todo conteúdo visto até aqui, de forma que você possa rever toda a matéria e tirar as dúvidas remanescentes.

Mais uma vez, não esqueça que sempre colocamos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários e, além disso, tem algumas questões adicionais para você ir treinando...

E, por último, nos vemos no Fórum de dúvidas!

Chega de papo e mãos à obra...

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Parecer de Auditoria

01. (ESAF – CGU – AFC/Auditoria e Fiscalização – 2006) O Parecer de Auditoria é o instrumento por meio do qual o auditor independente comunica sua conclusão acerca das demonstrações contábeis de uma entidade, tendo caráter comparativo às demonstrações contábeis referentes ao exercício anterior. Sobre o Parecer em comento, assinale a opção incorreta.

a) A responsabilidade sobre a preparação e o conteúdo das demonstrações contábeis é do auditor independente.

b) A opinião expressada pelo auditor independente deve ser obrigatoriamente clara e objetiva.

c) De maneira geral, o Parecer é destinado à diretoria da entidade, seu conselho de administração e/ou a seus acionistas.

d) A data do Parecer deve corresponder à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada.

e) O Parecer deve ser assinado por profissional com registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade.

Resolução:

Vamos iniciar com essa questão nossa discussão sobre o parecer de auditoria (um dos assuntos mais cobrados em provas).

A NBC T 11 trata do parecer de auditoria no item 11.3, cuja interpretação técnica foi dada pela resolução CFC nº 830/98.

A designação “parecer” dada ao documento final da auditoria, segundo a própria norma afirma, serve para distingui-lo dos documentos emitidos por outros órgãos, como relatórios, certificados, atestados, etc.

Já sabemos que o parecer é o produto final da auditoria e que deve expressar a opinião do auditor sobre a propriedade das demonstrações financeiras tomadas em conjunto e se elas representam efetivamente a situação patrimonial, financeira e o resultado da empresa auditada.

Dessa forma, o parecer marca o final dos trabalhos do auditor e a sua data deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade.

Atenção como o parecer é o produto final da auditoria sobre as demonstrações financeiras tomadas em conjunto, não é considerado um

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parecer de auditoria o documento que tratar de informação contábil parcial, limitada ou condensada, ou a respeito de outras situações especiais.

A emissão do parecer deve refletir o entendimento do auditor acerca dos dados em exame, de uma forma clara e objetiva, que proporcione, aos interessados, uma noção exata dos trabalhos que realizou e de suas conclusões.

Desta forma, de acordo com a opinião do auditor, o parecer dirá se as demonstrações contábeis auditadas encontram-se apresentadas, em todos seus aspectos relevantes, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.

No caso negativo, ou seja, se as demonstrações contábeis auditadas não estiverem de acordo com os princípios, com as normas e com a legislação pertinente, o parecer deverá identificar as circunstâncias que provocaram essa inadequação.

Agora, pode haver casos em que o auditor não consiga expressar uma opinião com segurança. Isso pode ocorrer quando as demonstrações financeiras não estiverem de acordo com os princípios, normas e a legislação, e o auditor não consiga identificar as causas. Nesses casos, o parecer conterá afirmativa de que uma opinião não pode ser objetivamente expressa.

Assim, se uma opinião sobre as demonstrações tomadas em conjunto não puder ser expressa, as razões para isso devem ser citadas.

De acordo com a situação o auditor poderá emitir um parecer sem ressalvas ou um parecer com ressalva ou um parecer adverso ou, ainda, um parecer com abstenção de opinião.

Veremos detalhadamente cada um deles logo mais adiante, por ora, basta conhecermos uma breve definição:

Parecer sem ressalva é emitido quando as demonstrações contábeis representam adequadamente a posição patrimonial e financeira da entidade.

Contudo, o auditor poderá expressar opinião sobre demonstrações contábeis apresentadas de forma condensada, desde que tenha emitido opinião sobre as demonstrações contábeis originais. Nesse caso, o parecer deverá indicar que elas

estão preparadas segundo os critérios utilizados originalmente, e que o perfeito entendimento da posição da entidade depende da leitura das demonstrações contábeis

originais.

Resolução n. 953-1/03, item 11.3.10

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Parecer com ressalva é emitido quando um ou mais valores das demonstrações contábeis não refletem adequadamente a correta posição da entidade.

Parecer adverso é emitido quando as demonstrações contábeis, de forma geral, não representam, adequadamente, a posição patrimonial e financeira da entidade.

Parecer com abstenção de opinião neste parecer o auditor deixa de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, pela falta de comprovação suficiente para justificá-la.

A quem se destina o parecer?

O parecer normalmente é dirigido aos acionistas, cotistas ou sócios, ao conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outro órgão equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstâncias específicas, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços.

Quem assina o parecer?

No que se refere às assinaturas que constam no parecer, há dois casos de interesse de acordo com quem executa a auditoria: um auditor independente pessoa física ou uma empresa de auditoria.

Auditor Independente Empresa de Auditoria

Pelo contador responsável pelos trabalhos e deve conter seu número de registro no Conselho Regional de

Contabilidade.

Pelo contador responsável pelos trabalhos com o respectivo registro no Conselho Regional de Contabilidade; e, pelo responsável pela empresa de

auditoria, contendo o nome e o número de registro cadastral da

empresa no Conselho Regional de Contabilidade.

Como é a estrutura de um parecer?

O parecer padrão emitido em condições normais (=sem ressalvas) compõe-se, basicamente, de três parágrafos, entretanto, como veremos adiante, podem ocorrer situações em que seja necessária a inclusão de um ou mais parágrafos, em que o auditor realiza seus comentários sobre possíveis divergências ou discordâncias em relação às demonstrações financeiras ou ao trabalho realizado.

Assim, um parecer padrão terá a seguinte estrutura:

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1º parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição das responsabilidades da administração e dos auditores. Veja o exemplo dado pela NBC T 11:

2º parágrafo relativo à extensão dos trabalhos.

3º parágrafo que expressa a opinião sobre as demonstrações contábeis.

Por fim, no final do documento devem ser apostos o local, a data e as assinaturas:

Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o

sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a

avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em

conjunto.

Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de

dezembro de 20X1 e de 20X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas,

de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Local e Data

Nome do auditor-responsável técnico Contador nº de registro no CRC

Nome da empresa de auditoria (se for o caso) Nº de registro cadastral no CRC

Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 20X1 e de 20X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das

demonstrações de fluxo de caixa correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma

opinião sobre essas demonstrações contábeis.

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Veja o esquema de um parecer padrão (sem ressalvas):

Voltando à nossa questão, observe que é pedido a opção incorreta.

Essa está bem fácil, pois a opção incorreta é a letra “a”, a responsabilidade sobre a preparação e conteúdo das demonstrações contábeis é da administração e não do auditor.

Vejamos os outros itens:

Item B: correto. A opinião do auditor deve ser dada sem rodeios, sem firulas… de forma clara e objetiva!

Item C: correto. Vimos que o parecer normalmente é dirigido aos acionistas, cotistas ou sócios, ao conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outro órgão equivalente, segundo a natureza desta.

Item D: correto. O parecer marca o final dos trabalhos e a sua data deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade.

Item E: correto. O parecer sempre deve ser assinado pelo auditor independente responsável (bacharel em contabilidade com registro no CRC).

Gabarito: A

02. (ESAF – CGU – AFC/Auditoria e Fiscalização – 2008) De acordo com a NBC-T-11, o Parecer do Auditor Independente, segundo a natureza da opinião que contém, pode ser classificado das seguintes formas, exceto:

Parecer sem ressalva 1º parágrafo: identificação das demonstrações contábeis e à

definição das responsabilidades

2º parágrafo: extensão dos trabalhos

3º parágrafo: opinião

Local, data e assinaturas

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a) parecer sem ressalva. b) parecer com ressalva. c) parecer irregular. d) parecer adverso. e) parecer com abstenção de opinião.

Resolução:

Vimos que o parecer de auditoria pode ser de 4 (quatro) tipos: • sem ressalvas • com ressalvas • adverso • com abstenção de opinião

De acordo com as Normas Brasileiras de Auditoria, não existe “parecer irregular”.

Gabarito: C

03. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) O auditor, ao terminar seus trabalhos, conclui que as demonstrações contábeis estão comprometidas substancialmente. O tipo de parecer que o auditor deve emitir é:

a) sem ressalva ou com abstenção de opinião. b) com ressalva ou com nota explicativa. c) adverso ou com ressalva. d) com abstenção de opinião ou limpo. e) com limitação de opinião ou adverso.

Resolução:

Já vimos que o parecer é classificado, segundo a natureza da opinião que contém, em quatros tipos:

Parecer

sem ressalva Efeitos relevantes nas demonstrações contábeis: com ressalva com abstenção

de opinião adverso

Parecer sem ressalva

Corresponde ao parecer padrão, é emitido quando o auditor conclui, sobre todos os aspectos relevantes, que as demonstrações contábeis:

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(1) estão condizentes com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, com as Normas Brasileiras de Contabilidade e legislação específica aplicável; e

(2) refletem adequadamente a situação patrimonial e financeira e o resultado das operações da empresa auditada.

Importante O parecer sem ressalva afirma implicitamente que, tendo havido alterações em procedimentos contábeis, os efeitos delas foram adequadamente determinados e revelados nas demonstrações contábeis.

O auditor não deve emitir parecer sem ressalva quando existir qualquer das seguintes circunstâncias, que, na sua opinião (envolve sempre um juízo de valor), tenham efeitos relevantes para as demonstrações contábeis, exemplos:

Circunstância Efeito no parecer

Discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e/ou forma de apresentação das demonstrações contábeis

Ressalva ou adverso, com os esclarecimentos que permitam a

correta interpretação dessas demonstrações.

Limitação na extensão do seu trabalho Ressalva ou abstenção de opinião.

Conflito entre normas contábeis próprias ao segmento econômico e os Princípios Fundamentais da Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade

Ressalva ou adverso

Discordância relativa às práticas contábeis utilizadas

Ressalva ou adverso

Incerteza relevante não adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis

Ressalva ou adverso

Demonstrações contábeis incorretas ou incompletas

Ressalva ou adverso

Quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião, deve ser incluída descrição clara de todas as razões que fundamentaram o seu parecer e, se praticável, a quantificação dos efeitos sobre as demonstrações contábeis.

Essas informações devem ser apresentadas em parágrafo específico do parecer, precedendo ao da opinião e, se for caso, fazer referência a uma

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divulgação mais ampla pela entidade em nota explicativa às demonstrações contábeis.

Então, considerando o nosso esquema do parecer sem ressalva, o parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião ficará, de maneira geral, assim:

Parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião

1º parágrafo: identificação das demonstrações contábeis e àdefinição das responsabilidades

2º parágrafo: extensão dos trabalhos

Parágrafos intermediários: Razões que subsidiam suaopinião.

Opinião

Local, data e assinaturas

Parecer com ressalva

Já vimos que este parecer é emitido quando um ou mais valores das demonstrações contábeis não refletem adequadamente a posição correta, de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade.

O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, modificado no parágrafo de opinião, com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de”, referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. Não é aceitável nenhuma outra expressão na redação desse tipo de parecer.

No caso de limitação na extensão do trabalho, o parágrafo referente à extensão também será modificado, para refletir tal circunstância.

O conjunto das informações sobre o assunto objeto de ressalva, constante no parecer e nas notas explicativas sobre as demonstrações contábeis, deve permitir aos usuários claro entendimento de sua natureza e seus efeitos nas demonstrações contábeis, particularmente sobre a posição patrimonial e financeira e o resultado das operações.

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Parecer adverso

O parecer adverso deve ser emitido pelo auditor quando for verificada a existência de efeitos relevantes que, isolada ou conjugadamente, comprometam o conjunto das demonstrações contábeis.

Esses efeitos podem ser provocados tanto por distorções provocadas, quanto pela apresentação inadequada ou substancialmente incompleta das demonstrações contábeis.

O auditor deve descrever, em um ou mais parágrafos intermediários, imediatamente anteriores ao parágrafo de opinião, os motivos e a natureza das divergências que suportam sua opinião adversa, bem como os seus principais efeitos sobre a posição patrimonial e financeira, e o resultado do exercício ou período.

No parágrafo de opinião, o auditor deve explicitar que, devido à relevância dos efeitos dos assuntos descritos no parágrafo ou parágrafos precedentes, ele é da opinião de que as demonstrações contábeis da entidade não estão adequadamente apresentadas, consoante os Princípios Fundamentais da Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

Parecer com abstenção de opinião

O parecer com abstenção de opinião deve ser emitido quando houver limitação significativa na extensão do exame que impossibilite o auditor de formar opinião sobre as demonstrações contábeis devido a:

• impossibilidade de obter comprovação suficiente para fundamentar sua opinião; ou,

• existência de múltiplas e complexas incertezas que afetem um número significativo de rubricas das demonstrações contábeis.

O auditor deve indicar claramente os procedimentos omitidos e descrever as circunstâncias de tal limitação. Além disso, no parágrafo final do parecer, o auditor deve mencionar claramente que os exames não foram suficientes para permitir a emissão de opinião sobre as demonstrações contábeis.

Quando a abstenção de opinião decorrer de incertezas relevantes, o auditor deve expressar, no parágrafo de opinião, que, devido à relevância das incertezas descritas em parágrafos intermediários específicos, não está em condições de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis.

Atenção A abstenção de opinião não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar qualquer desvio relevante que normalmente

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seria incluído como ressalva no seu parecer e que, portanto, possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.

Ufa! Agora, já estamos craques em parecer, não é mesmo? Pelo menos, já sabemos os principais tipos e os detalhes de cada um deles.

Vamos parar um pouco de falar sobre teoria e voltar para nossa questão.

O enunciado fala que o auditor, ao terminar seus trabalhos, conclui que as demonstrações contábeis estão comprometidas substancialmente. Em outras palavras, as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, de forma que o auditor deverá emitir um parecer com ressalva ou adverso.

Como não há incertezas ou limitação na extensão dos trabalhos do auditor, os itens “a”, “d” e “e” estão errados.

O item “b” está errado, pois não existe parecer com nota explicativa.

Gabarito: C

04. (ESAF – SEFAZ/SP – Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – 2009) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas da seguinte frase: “O auditor deve emitir parecer ______(1)______ quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer ______ (2)______.”

a) (1) adverso // (2) com ressalva b) (1) com ressalva // (2) adverso c) (1) com abstenção de opinião // (2) com ressalva d) (1) com abstenção de opinião // (2) adverso e) (1) adverso // (2) com abstenção de opinião

Resolução:

Bom… depois de tudo que vimos, essa ficou bem fácil, não?

O auditor deve emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com ressalva.

Gabarito: A

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05. (ESAF / 2008 - Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal) A empresa Energetil Ltda. é uma empresa de geração e transmissão de energia. O órgão regulador e fiscalizador, por meio de norma, determinou que parte de suas receitas sejam apropriadas pelo regime de caixa. Considerando somente os dados apresentados, deve o auditor emitir parecer:

a) sem ressalva. b) adverso. c) com ressalva. d) com limitação de extensão. e) com abstenção de opinião.

Resolução:

Nós vimos que a emissão do parecer sem ressalvas deve levar em consideração a adequação das demonstrações contábeis aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, às Normas Brasileiras de Contabilidade e à legislação específica aplicável.

Vamos ver melhor do que se trata essa legislação específica aplicável.

Além das empresas em geral que atuam no mercado e estão sujeitas à livre concorrência, existem outras que exercem atividades consideradas estratégicas, ou ainda, que atuam em mercados monopolísticos, ou prestam serviços públicos etc., normalmente essas atividades são reguladas pelo Governo.

Assim, essas entidades devem reportar-se aos órgãos governamentais reguladores, como por exemplo, as que prestam serviços públicos (energia elétrica, telefonia, etc.), as instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, as empresas de seguros, as empresas de transporte aéreo etc.

A prestação de contas dessas entidades é feita, principalmente, por meio de demonstrações contábeis exigidas pela legislação societária ou pela legislação específica àquela atividade.

Essas demonstrações devem atender a seus critérios específicos e, como as de qualquer outra entidade, ser elaboradas segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

Nesses casos, a responsabilidade do auditor está voltada aos usuários em geral, atendidos pelas demonstrações contábeis divulgadas, devendo emitir sua opinião com base nos Princípios Fundamentais de Contabilidade.

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Em face da especificidade das operações dessas entidades, as normas e regulamentos emanados dos órgãos reguladores, cujo teor ainda não conste das Normas Brasileiras de Contabilidade e que não conflitem com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, podem ser admitidos pelo auditor na fundamentação de seu parecer.

Contudo, se houver desvios relevantes às práticas contábeis aceitas, originados na legislação ou nas normas regulamentares específicas, eles devem ser tratados de maneira idêntica ao observado nas demais entidades, gerando a emissão de parecer com ressalva ou com opinião adversa.

Voltando à questão, percebe-se pelo enunciado que a entidade está violando o princípio da competência ao considerar parte das receitas pelo regime de caixa.

Considerando somente os dados apresentados como comanda o enunciado da questão, o auditor deveria emitir um parecer ressalvando tal fato, portanto, letra “c”.

Gabarito: C

06. (FCC – SEFAZ/SP – Agente Fiscal de Rendas - 2009) O auditor externo, ao se deparar com algum passivo que represente para a empresa uma incerteza relevante, deve emitir parecer

a) com ressalva e limitação de escopo do trabalho. b) sem ressalva e com limitação de escopo do trabalho. c) adverso, evidenciando a incerteza constatada. d) sem ressalva e com parágrafo adicional de ênfase. e) com negativa de opinião e limitação de escopo.

Resolução:

O auditor poderá utilizar o emprego de parágrafo de ênfase (nesse caso, o parecer continua sem ressalva) quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante que possa afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado das suas operações.

Esse parágrafo deve ser colocado após o parágrafo de opinião, fazendo referência à nota explicativa da administração, que deve descrever de forma mais extensa, a natureza e, quando possível, o efeito da incerteza.

Se o auditor concluir que a matéria envolvendo incerteza relevante não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, de

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acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, com as Normas Brasileiras de Contabilidade e legislação específica aplicável, o seu parecer deve conter ressalva ou opinião adversa, pela omissão ou inadequação da divulgação.

Voltando à questão, vimos que o auditor ao se deparar com uma incerteza relevante ele deve avaliar o efeito dessa incerteza na posição patrimonial e financeira da entidade, bem como no resultado das suas operações.

Se as incertezas estiverem adequadamente divulgadas nas demonstrações o auditor emitirá um parecer sem ressalvas adicionando um parágrafo de ênfase indicando as notas explicativas correspondentes.

Portanto, o gabarito é a letra “d”.

Gabarito: D

07. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) Se o auditor independente concluir que uma determinada matéria, envolvendo incerteza relevante, não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, seu parecer deve conter:

a) parágrafo de ênfase ou ressalva. b) ressalva ou negativa de opinião. c) parágrafo de ênfase ou opinião adversa. d) ressalva ou opinião adversa. e) abstenção de opinião ou opinião adversa.

Resolução:

Bom… acabamos de falar que se o auditor concluir que existe uma incerteza relevante que não está adequadamente divulgada nas demonstrações, o seu parecer deve conter ressalva ou opinião adversa, pela omissão ou inadequação da divulgação.

Gabarito: D

08. (ESAF / 2008 / Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal) Com relação ao parecer de auditoria, é verdadeiro afirmar que:

a) quando aplicado o “parágrafo de ênfase”, o parecer qualifica-se como parecer com ressalva.

b) a expressão “exceto quanto” é utilizada para limitar a extensão do parecer e qualificá-lo como parecer adverso.

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c) a não aplicação de princípios contábeis, sem avaliar a relevância na demonstração contábil, não é fator suficiente para emitir parecer com ressalva.

d) a expressão “sujeito a” é utilizada para ressaltar a indefinição sobre algum aspecto da demonstração contábil em parecer com ressalva.

e) o parecer com negativa de opinião deve ser emitido somente quando a empresa não tiver elaborado as demonstrações contábeis.

Resolução:

Vamos resolver essa questão item a item:

Assertiva “a”: errado. O parágrafo de ênfase é aplicado no parecer sem ressalva, sua utilização não muda o status do parecer.

Assertiva “b”: errado. A expressão “exceto por” é utilizado no parecer com ressalva e refere-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva.

Assertiva “c”: errado. A não aplicação dos Princípios Fundamentais da Contabilidade é fator suficiente para a emissão do parecer com ressalva.

Vamos reservar a assertiva “d” por enquanto.

Assertiva “e”: errado. Se a empresa não tiver elaborado as demonstrações contábeis não tem sentido falar em parecer, seja de que tipo for, além do mais, o parecer com abstenção de opinião deve ser emitido quando houver limitação significativa na extensão do exame que impossibilite o auditor de formar opinião sobre as demonstrações contábeis devido à impossibilidade de obter comprovação suficiente para fundamentar sua opinião ou pela existência de múltiplas e complexas incertezas que afetem um número significativo de rubricas das demonstrações contábeis.

Bom, só restou a alternativa “d” que a ESAF considerou correta, no entanto, no nosso entendimento ela também está errada.

A Resolução CFC nº 321/72 tratando do parecer com ressalva trazia a seguinte redação: “ ...é recomendado o uso das seguintes expressões: “Com ressalva ....”, “Ressalvando .......”, “Exceto quanto ........” ou “Com exceção de ......” ou similares. O uso da expressão “Sujeito a .......” é considerado adequado apenas nos casos em que existe incerteza quanto ao resultado final de assunto pendente de definição”.

Por sua vez, a Resolução CFC nº 700/91 que revogou a Resolução CFC nº 321/72 trouxe a seguinte redação: “O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de”, referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva”.

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Ou seja, não fez mais menção a expressão “Sujeito a ....”.

A Resolução CFC nº 830/98 que trata atualmente desse assunto traz a seguinte redação: “O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, modificado no parágrafo de opinião, com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de”, referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. Não é aceitável nenhuma outra expressão na redação desse tipo de parecer.”

Perceba que a redação atual não faz menção à expressão “Sujeito a...” e, além disso, dispõe que não é aceitável nenhuma outra expressão na redação do parecer com ressalva.

Portanto, a questão deveria ter sido anulada pela inexistência de resposta correta, mas a ESAF considerou correta a assertiva “d”. Fique de olho.

Gabarito: D

09. (ESAF - SEFAZ/RN – AFTE - 2005) Na constatação de evidências de riscos na continuidade normal das atividades da entidade, o auditor independente deverá emitir parecer:

a) com abstenção de opinião. b) sem ressalva e sem parágrafo de ênfase. c) com ressalva e com parágrafo de ênfase. d) sem ressalva e com parágrafo de ênfase. e) adverso e com parágrafo de ênfase.

Resolução:

Vamos tratar agora da continuidade normal das atividades da entidade, ou seja, sobre as responsabilidades do auditor, na auditoria de demonstrações contábeis, quanto à propriedade do pressuposto de continuidade operacional, como uma base para a preparação das demonstrações contábeis.

As normas internacionais de auditoria, nas quais se inspiram nossas normas internas, estabelecem que é responsabilidade do auditor avaliar se o cliente tem capacidade de continuar operando normalmente por um período razoável, não superior a um ano após a data das demonstrações contábeis que estão sendo auditadas (um ano após a data do balanço, geralmente).

Atenção: Na ausência de informações em contrário, a preparação das demonstrações contábeis presume a continuidade da entidade em

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regime operacional por um período previsível não maior do que um ano, a partir da data-base de encerramento do exercício.

Assim, o Auditor, ao planejar e executar os procedimentos de auditoria e ao avaliar seus resultados, deve considerar a propriedade do pressuposto de continuidade operacional subjacente à preparação das demonstrações contábeis.

Normalmente, as informações que levantam dúvida substancial sobre a pressuposição da continuidade normal das atividades relacionam-se com a incapacidade da entidade em continuar a liquidar suas obrigações no vencimento, sem que, fora do curso normal das operações, tenha que fazer venda substancial de ativos, ou que tenha que reescalonar dívidas, reestruturar as operações em razão de forças externas, ou tomar medidas semelhantes.

Essas indicações de que a continuidade da entidade em regime operacional está em risco podem vir das demonstrações contábeis ou de outras fontes. Como, por exemplo:

1) Indicações financeiras: Passivo a descoberto (Patrimônio Líquido negativo), posição negativa do Capital Circulante (deficiência do Capital Circulante), principais índices financeiros adversos de forma continuada etc.

2) Indicações operacionais: Perda de pessoal-chave na administração, sem que haja substituição, dificuldade de manter mão-de-obra essencial para a manutenção da atividade ou falta de suprimentos importantes.

3) Outras Indicações: Descumprimento de exigências de capital mínimo ou de outras exigências legais ou regulamentadas, inclusive as estatutárias, contingências ou processos legais e administrativos pendentes contra a entidade, que resultem em obrigações que não possam ser cumpridas, alterações na legislação ou na política governamental que afetem a entidade de forma adversa.

Fique atento: a análise desses indicadores feita isoladamente pode não ser suficiente para caracterizar a possibilidade da descontinuidade das operações da empresa. Esses indicadores têm que ser analisados em conjunto, pois muitas vezes uma situação adversa em um deles pode ser mitigada por uma situação positiva em outro.

Por exemplo, o efeito numa entidade que não está podendo pagar suas dívidas normais pode ser contrabalançado por planos da administração para manter fluxos de caixa adequados por outros meios, tais como por alienação de ativos, reescalonamento de pagamentos de empréstimos ou obtenção de capital

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adicional. Do mesmo modo, a entidade pode mitigar a perda de um fornecedor importante, se dispuser de outra fonte de fornecimento adequada.

Atenção: normalmente as bancas cobram o efeito da continuidade normal das atividades da auditada no parecer do auditor. Então, preste bastante atenção na tabela abaixo:

Se, no julgamento do auditor: Efeito no Parecer: Tiver sido obtida evidência de auditoria suficiente e apropriada para dar suporte ao pressuposto de continuidade operacional da entidade.

Não tem efeito no parecer.

Na hipótese da divulgação de informações sobre a continuidade da entidade, em nota explicativa da administração, ter sido considerada necessária e essa divulgação não ter sido feita de forma apropriada.

Parecer com ressalva ou adverso, como apropriado, em decorrência da

falta ou da insuficiência da informação.

Se a dúvida sobre a continuidade operacional da entidade não for resolvida satisfatoriamente, o auditor deve considerar se as demonstrações contábeis evidenciam a situação de incerteza existente quanto a entidade continuar operando.

1) Se a divulgação for considerada adequada.

2) Se a divulgação não for considerada adequada.

Parecer sem ressalva, adicionando um parágrafo de ênfase que destaque o problema da continuidade operacional da entidade, fazendo referência à nota explicativa nas demonstrações contábeis.

Parecer com ressalva ou com opinião adversa, como for apropriado.

Se, com base nos procedimentos adicionais executados e nas informações obtidas, o julgamento do auditor for que a entidade não terá condições de continuar em operação em futuro previsível.

Parecer adverso

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Vamos voltar à questão…

Vimos que o parecer com abstenção de opinião é emitido nas situações em que não foi possível realizar os procedimentos de auditoria suficientes para embasar a opinião do auditor. Mas, podemos perceber que não é o caso em questão. Portanto, o item “a” está errado.

O parecer adverso é emitido quando ficar comprovado que a entidade não terá condições de continuar em operação em futuro previsível ou quando as demonstrações não refletirem adequadamente o risco da continuidade (dependendo da gravidade dessa omissão). Portanto, o item “e” está errado.

Quando existir o risco e as demonstrações não o refletirem adequadamente, poderá ser emitido ou parecer adverso ou com ressalva, dependendo da gravidade dessa omissão, o enunciado não faz nenhuma ressalva sobre isso, portanto, o item “c” está errado.

Quando houver dúvida sobre a continuidade operacional da entidade, mas as demonstrações contábeis evidenciam devidamente a situação de incerteza existente deverá ser emitido parecer sem ressalva, adicionando um parágrafo de ênfase que destaque o problema da continuidade operacional da entidade, fazendo referência à nota explicativa nas demonstrações contábeis.

Portanto, o item “b” está errado, pois omite o parágrafo de ênfase, e o item “d” está correto.

Gabarito: D

10. (ESAF / 2008 - Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal) Não é um procedimento a ser aplicado pelo auditor na elaboração do parecer de auditoria:

a) mencionar em parecer com abstenção de opinião qualquer desvio relevante que possam influenciar os usuários das demonstrações.

b) emitir parecer adverso, quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas.

c) emitir parecer com ressalva ou com abstenção de opinião, quando houver limitação na extensão do trabalho.

d) utilizar expressões como: exceto quanto, sujeito a, ou com exceção de. e) incluir todas as razões que fundamentaram a emissão de seu parecer com

ressalva, adverso ou com negativa de opinião. Resolução:

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Mais uma questão polêmica nesta recente prova da ESAF. Só que esta foi anulada.

Vamos analisar as assertivas. Mas, preste atenção, o comando da questão pede qual das assertivas não é um procedimento a ser aplicado pelo auditor na elaboração do parecer, ou seja, pede a assertiva incorreta.

O Item “a” está correto, a emissão do parecer com abstenção de opinião não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar qualquer desvio relevante.

O item “b” está correto, o auditor deve emitir o parecer adverso quando as demonstrações contábeis estiverem incorretas ou incompletas.

Vamos pular para o item “e”, que está correto, o auditor deve incluir todas as razões que fundamentaram a emissão de seu parecer com ressalva, adverso ou com negativa de opinião.

O item “c” foi apontado no gabarito preliminar como o gabarito da questão, nós vimos que a existência de limitações na extensão do trabalho de auditoria pode obrigar o auditor a emitir parecer com ressalva ou com abstenção de opinião, se o auditor não conseguir aplicar procedimentos alternativos suficiente para suprir a limitação imposta, se conseguir, o parecer será sem ressalva.

Por fim, a ESAF considerou a letra “d” correta, no entanto, entendemos que está errada pelos mesmos motivos citados na questão nº 8, ou seja, a expressão “Sujeito a...”.

Gabarito: Anulada

11. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002) O responsável pela auditoria independente do Grupo Niscau S/A deparou-se com a seguinte situação: ao requisitar os trabalhos de outros auditores de coligadas e controladas do Grupo Niscau, foi comunicado que os trabalhos desses outros auditores não seriam disponibilizados. Nesse caso, o procedimento a ser efetuado pelo auditor é

a) emitir um parecer com ressalva. b) aplicar procedimentos adicionais suficientes. c) emitir um parecer com abstenção de opinião. d) incluir um parágrafo de ênfase na opinião. e) justificar a limitação de escopo.

Resolução:

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Vamos falar um pouco mais sobre a limitação na extensão dos trabalhos.

Já vimos que a existência de limitações na extensão do trabalho de auditoria, dependendo da sua magnitude, pode obrigar o auditor a emitir parecer com ressalva ou com abstenção de opinião.

Não esqueça que o auditor somente pode emitir parecer sem ressalva quando seu exame foi realizado de acordo com as normas de auditoria e, portanto, com a aplicação de todos os procedimentos necessários nas circunstâncias.

Agora, se essa aplicação foi limitada seja pela administração da entidade, seja por circunstâncias adversas, o parecer deverá ser com ressalva ou com abstenção de opinião.

São exemplos de limitação na extensão do trabalho imposta pela administração da entidade:

a) o não-acompanhamento da contagem física de estoques;

b) a não-solicitação de confirmação de saldos e/ou informações diretamente com devedores, credores ou outras fontes externas;

c) demonstrações contábeis de controladas ou coligadas não auditadas, representativas de investimentos relevantes na entidade auditada;

d) limitação à aplicação de procedimentos usuais de auditoria que se refiram, direta ou indiretamente, a elementos importantes das demonstrações contábeis; e,

e) registros contábeis inadequados.

Além das limitações impostas pela administração da entidade, podem ocorrer limitações impostas pelas circunstâncias, como, por exemplo, a época da contratação da auditoria, que impossibilite o auditor de acompanhar a contagem física dos estoques. Outro exemplo seria a ocorrência de sinistros.

Então essas limitações impedem a emissão de um parecer sem ressalva?

Não necessariamente. O auditor poderá emitir um parecer sem ressalva desde que consiga aplicar procedimentos alternativos suficiente para suprir a limitação imposta.

Nesses casos, o auditor deve tentar utilizar procedimentos alternativos, a fim de obter evidências de auditoria suficientes para emitir seu parecer. Se os procedimentos alternativos forem suficientes o auditor poderá emitir o parecer sem ressalvas, caso contrário, o auditor deve manifestar tal limitação em seu parecer.

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Como é de praxe, quando houver limitação na extensão do trabalho, imposta pela administração da entidade ou pelas circunstâncias, e que determine a emissão de parecer com ressalva, o auditor deve descrever a limitação e mencionar a possibilidade de eventuais ajustes que poderiam ser constatados caso não houvesse a limitação.

Bom… depois dessa explicação, já podemos responder a questão.

O responsável pela auditoria independente do Grupo Niscau S/A não teve acesso aos trabalhos de outros auditores de coligadas e controladas, revelando uma limitação à extensão de seu trabalho.

Portanto, ele deve emitir um parecer com ressalvas ou abstenção de opinião, certo?

Não! O auditor deve, inicialmente, tentar aplicar procedimentos alternativos para suprir a limitação imposta. Agora, se depois disso não conseguir coletar as evidências que precisa, poderá emitir um parecer modificado.

Gabarito: B

12. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) Após uma série de respostas de advogados da empresa auditada, o auditor segregou os processos judiciais movidos contra a empresa em três categorias de chance de insucesso, a saber: provável, possível e remota. Quando os processos forem classificados como prováveis, cujo efeito não possa ser razoavelmente estimado, o auditor deve emitir um parecer:

a) sem ressalva b) com parágrafo de ênfase c) com ressalva d) adverso e) com abstenção

Resolução:

Sabemos que contingências passivas prováveis que não podem ser estimadas devem ser divulgadas nas demonstrações contábeis.

Como se trata de uma incerteza relevante que está devidamente divulgada nas demonstrações contábeis, o auditor deve adicionar um parágrafo de ênfase após o parágrafo de opinião.

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Você poderia pensar: “Poxa, se quando há um parágrafo de ênfase o parecer permanece na condição de parecer sem ressalva, por que o item A está errado?”

Bom… na realidade não está totalmente errado. Contudo, somente com as informações do enunciado, nada podemos afirmar sobre outras eventuais impropriedades das demonstrações que poderiam modificar o parecer.

A única coisa que sabemos, é que um parágrafo de ênfase deverá ser adicionado, devido às incertezas que existem. Portanto, a resposta “mais certa” é o item B.

Gabarito: B

13. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) Quando um auditor expressa uma opinião sobre as demonstrações contábeis apresentadas de forma condensada, ele deve:

a) já ter emitido uma opinião sobre as demonstrações contábeis originais. b) acrescentar uma nota explicativa em seu parecer expondo os motivos. c) inserir uma ressalva, pois as demonstrações contábeis estão incompletas. d) justificar à Comissão de Valores Mobiliários expondo os motivos. e) incluir uma ressalva por não ter acesso aos saldos contábeis analíticos.

Resolução:

Nós já vimos que o auditor poderá expressar opinião sobre demonstrações contábeis apresentadas de forma condensada, desde que tenha emitido opinião sobre as demonstrações contábeis originais.

Contudo, vamos aproveitar a oportunidade para falar um pouquinho sobre algumas situações específicas envolvendo a emissão do parecer de auditoria.

Bom… o auditor na emissão de seu parecer pode enfrentar diversas situações específicas, por exemplo, pode ter que se pronunciar sobre demonstrações contábeis comparativas; se deparar com uma primeira auditoria da entidade; ter que utilizar o parecer de outros auditores; não poder utilizar o trabalho de outros auditores etc.

Nesses casos, como veremos a seguir, é muito importante destacar a divisão das responsabilidades.

Assim, de uma forma geral, em todos os casos em que o nome do auditor esteja associado às demonstrações, o parecer deve conter indicação clara da natureza do trabalho do auditor e do grau de responsabilidade que ele está assumindo.

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Da mesma forma, sempre que o nome do auditor estiver associado com demonstrações ou informações contábeis que ele não auditou, estas devem ser claramente identificadas como “não-auditadas”, em cada folha do conjunto.

Ou seja, deve estar bem claro no parecer de auditoria: “quem fez o que”.

Vamos ver essas situações específicas:

Demonstrações comparativas

Demonstrações comparativas são aquelas que trazem, lado a lado, o resultado de dois períodos: o do exercício anterior e o atual (=exercício auditado).

Quando o auditor emite seu parecer sobre demonstrações contábeis comparativas, ele deve avaliar o impacto, sobre as demonstrações do ano anterior, de circunstâncias e eventos de que eventualmente tome conhecimento ao examinar as demonstrações do exercício atual.

Dependendo da relevância desse impacto, o auditor deve avaliar a necessidade de emitir parecer, sobre as demonstrações do ano anterior, diferente do anteriormente emitido (nesse caso foi o mesmo auditor que auditou as demonstrações dos dois períodos).

Demonstrações contábeis comparativas quando as do exercício anterior foram examinadas por outros auditores

Outra hipótese possível é quando as demonstrações contábeis são divulgadas de forma comparativa e há mudança de auditores, ou seja, o exercício passado foi auditado por um auditor e o exercício atual por outro.

A entidade auditada pode seguir por dois caminhos:

a) optar por publicar o parecer relativo ao atual exercício e também o parecer dos que examinaram o exercício anterior.

Nesse caso, o auditor do exercício corrente referir-se-á em seu parecer somente às demonstrações contábeis do exercício que examinou.

b) divulgar somente o parecer relativo ao último exercício.

Nesse caso, o auditor deve mencionar nele que as demonstrações contábeis do exercício anterior foram examinadas por outros auditores, referindo a data do parecer destes, expressando as eventuais ressalvas, seus efeitos e possíveis reflexos no exercício atual.

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Para expressar opinião sem ressalva sobre as demonstrações contábeis do exercício atual, o auditor deve aplicar procedimentos de auditoria sobre os saldos existentes no encerramento do exercício anterior, incluindo a verificação da uniformidade de aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade.

Nessa circunstância, o parecer, nos parágrafos de identificação e de opinião, referir-se-á somente ao exercício atual e em parágrafo próprio, será mencionado que o exame do exercício anterior foi efetuado por outro auditor.

Primeira auditoria de uma entidade

Podem ocorrer casos em que a entidade esta sendo submetida pela primeira vez a uma auditoria. Se nessa primeira auditoria a entidade divulgar comparativamente os valores relativos ao exercício anterior, ou seja, as demonstrações do exercício anterior não foram auditadas, como o auditor deve proceder?

Nessa situação, o auditor deve, no parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis examinadas, fazer menção exclusiva ao exercício examinado e destacar, em parágrafo específico, o fato de que as demonstrações contábeis do exercício anterior não foram examinadas por auditores independentes, expressando a abstenção de opinião sobre elas.

Para que seja possível a emissão de um parecer sem ressalva acerca das demonstrações contábeis do exercício atual, nesse caso, são necessários procedimentos de auditoria sobre os saldos de encerramento do exercício anterior quanto às contas de formação histórica e quanto à verificação da uniformidade de aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade.

Se os procedimentos adicionais sobre os saldos de encerramento não tiverem a extensão necessária que permita ao auditor segurança quanto a não-existência de efeitos relevantes, ele deve decidir a espécie de opinião a ser emitida, em função dos efeitos potenciais e da evidência de que disponha em relação a tais demonstrações contábeis, podendo optar por opinião com ressalva ou até por abstenção de opinião.

Reflexos quando houver aceitação do trabalho de outros auditores

Ainda falando de responsabilidade, deve-se destacar as situações em que um auditor emite um parecer utilizando-se de pareceres de outros auditores.

Isso pode ocorrer, por exemplo, quando as demonstrações contábeis de entidades controladas e/ou coligadas, correspondentes a investimentos relevantes, foram auditadas por outro auditor, que tenha emitido parecer sem ressalva sobre elas.

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Importante Quando o auditor aceita o parecer de outros auditoresele deve destacar no seu parecer a divisão de responsabilidades.

A referência ao parecer dos outros auditores, mesmo sem a indicação do conteúdo de sua opinião, significa que:

(a) o parecer dos outros auditores não teve ressalvas ou teve ressalvas que não afetam a posição patrimonial e financeira e os resultados da investidora; e

(b) não há nenhuma restrição aos seus trabalhos e conclusões.

Quando, todavia, o outro auditor emitiu parecer com ressalva, adverso, ou com abstenção de opinião, o auditor deve analisar se o motivo é de tal relevância que afete o seu próprio parecer, em relação às demonstrações contábeis da investidora.

Neste caso, o auditor deve ampliar a referência feita no parágrafo intermediário, indicando a data do parecer, a natureza do problema e seus efeitos nas demonstrações contábeis da investidora.

Atenção Quando os efeitos não forem relevantes, não é necessário mencioná-los no parecer do auditor da investidora.

Reflexo quando o auditor não puder utilizar o trabalho dos outros auditores

Quando o auditor concluir, baseado nos procedimentos recomendados, que o trabalho dos outros auditores não pode ser utilizado e que não tem condições de aplicar procedimentos adicionais suficientes com relação às demonstrações contábeis da controlada e/ou coligada, ou ao item sobre o qual os outros auditores emitiram parecer, ele deve emitir parecer com ressalva ou abstenção de opinião.

Vamos voltar à nossa questão, pois já temos elementos mais que suficientes para respondê-la.

Vimos que o auditor poderá expressar opinião sobre demonstrações contábeis apresentadas de forma condensada, desde que tenha emitido opinião sobre as demonstrações contábeis originais.

Além disso, já sabemos que toda informação importante, relacionada com ressalva, parecer adverso, parecer com abstenção de opinião e/ou ênfase, constante do parecer do auditor sobre as demonstrações contábeis originais, deve estar incluída no parecer sobre as demonstrações contábeis condensadas.

Portanto, a resposta correta é o item A.

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Gabarito: A

14. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002) A “ABC” Auditores Independentes é contratada pela Cia. Petróleo S/A para efetuar a primeira auditoria da empresa do período findo em 31/12/X1. Como os valores relativos ao exercício anterior devem ser apresentados comparativamente, o procedimento da "ABC" em seu parecer de auditoria, quanto aos números de 31/12/X0, deve ser o de incluir uma

a) ressalva após o parágrafo de opinião. b) nota explicativa após o parágrafo de opinião. c) ressalva antes do parágrafo de opinião. d) abstenção antes do parágrafo de opinião. e) abstenção depois do parágrafo de opinião.

Resolução:

Vimos que no caso de ser a primeira auditoria em uma entidade, o auditor deve:

• no parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis examinadas, fazer menção exclusiva ao exercício examinado; e

• destacar, em parágrafo específico, o fato de que as demonstrações contábeis do exercício anterior não foram examinadas por auditores independentes, expressando a abstenção de opinião sobre elas.

Além disso, quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião, essas informações devem ser apresentadas em parágrafo específico do parecer, precedendo ao da opinião.

Gabarito: D

15. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) Se o auditor independente não puder utilizar os trabalhos de outros auditores e, também, não tiver condições de aplicar procedimentos adicionais suficientes nas demonstrações contábeis de coligadas ou controladas, por eles auditadas, o seu procedimento técnico deve ser o de emitir parecer contendo:

a) ressalva ou abstenção de opinião. b) parágrafo de ênfase ou ressalva. c) abstenção de opinião ou opinião negativa. d) parágrafo de ênfase ou abstenção de opinião.

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e) ressalva ou opinião negativa.

Resolução:

Também vimos que, quando o auditor concluir, baseado nos procedimentos recomendados, que o trabalho dos outros auditores não pode ser utilizado e que não tem condições de aplicar procedimentos adicionais suficientes, ele deve emitir parecer com ressalva ou abstenção de opinião.

Gabarito: A

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Eventos Subsequentes

16. (FCC / 2006 / Pref. Jaboatão – Auditor Tributário) NÃO se caracterizam como eventos subsequentes, aqueles ocorridos

a) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer. b) após o término do trabalho de campo, com a emissão do parecer, e a data

da divulgação das demonstrações contábeis. c) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício

social, como ajuste das demonstrações contábeis. d) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada. e) após a emissão do parecer pela firma de auditoria, antes da publicação das

demonstrações contábeis.

Resolução:

A investigação dos eventos subsequentes à data do levantamento do balanço, os quais por sua relevância possam afetar substancialmente a situação patrimonial e/ou financeira da empresa, e a sua consequente revelação, é atividade típica da auditoria externa independente, demonstrando, de forma pratica e objetiva, uma das finalidades maiores desta atividade profissional.

A escrituração contábil chega até o encerramento do balanço e demonstra a situação patrimonial, financeira e de resultados daquela data. Mas isso já é com algum atraso, pois entre a data do encerramento do exercício e o momento em que as demonstrações contábeis são divulgadas, decorrem muitos dias, às vezes até meses.

Nesse meio tempo, pela ocorrência de fatos imprevistos, a situação pode ter-se modificado sensivelmente, tendo deteriorado ou melhorado muito.

A auditoria investiga essas eventuais ocorrências, procura manter-se atualizada, avalia seus efeitos e, se estes forem de natureza tal que devam ser conhecidos, pela influencia que possam ter sobre a situação da empresa auditada, revela-os e, sempre que possível, quantifica-os.

Suponhamos uma empresa próspera, que tenha levantado seu balanço no fim do seu exercício social, revelando situação satisfatória, mas que, quinze dias depois de ter concluído o balanço sofre uma perda irreparável, pela inesperada falência de seu principal cliente, devedor de quantia muito significativa em relação ao Patrimônio Líquido da empresa.

Além do prejuízo monetário, com influencia na situação econômica, financeira e de resultados, há o desaparecimento do cliente, consumidor de quantidade

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apreciável da produção, forçando a empresa, no mínimo, a mudar a sua política de vendas, ou sujeitar-se a reduzir suas atividades, ou tomar qualquer outra atitude que pode, ou não, superar o ocorrido.

Assim, enquanto as demonstrações contábeis do exercício revelam situação satisfatória, a realidade, naquele momento, já e bem outra.

O auditor externo, tomando conhecimento do evento subsequente depois de avaliá-lo friamente, deve revelá-lo, dizendo dos efeitos que produzirá sobre as demonstrações contábeis já encerradas e das perspectivas futuras de resultado.

Mas não são apenas os maus eventos que devem ser revelados. Também os bons.

A solução feliz de um processo vultuoso, que estava registrado como contingências; a aquisição de uma fábrica concorrente, com perspectivas de grande aumento das vendas; o fechamento de um negócio excepcional, garantindo a produção e os lucros por muito tempo; tudo isso pode ser revelado.

Entretanto, a preocupação maior do auditor é sempre com os eventos que possam trazer consequências prejudiciais. Dentro do princípio do conservadorismo, é preferível esperar que os bons eventos aconteçam, evitando o comprometimento com possibilidades que possam não se concretizar.

Esse assunto é disciplinado pela Resolução CFC nº 1.040/05, que estabelece procedimentos e critérios a serem adotados pelo auditor em relação aos eventos ocorridos entre as datas do balanço e a do seu parecer, que possam demandar ajustes nas Demonstrações Contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas.

Como vimos acima, o auditor deve considerar como parte normal da auditoria o período entre a data do término do exercício social e a data da emissão do respectivo parecer (=período subsequente).

Então, o auditor deve considerar em seu parecer os efeitos decorrentes de transações e eventos relevantes ao exame das Demonstrações Contábeis que ocorram nesse período (mesmo que só sejam conhecidos após a divulgação das Demonstrações Contábeis), mencionando-os como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não-ajustadas ou reveladas adequadamente.

O auditor deve levar em consideração os eventos subsequentes e exigir, quando necessário, os ajustes das contas ou a inclusão de notas explicativas sobre assuntos considerados indispensáveis à adequada interpretação das demonstrações financeiras. Nos casos em que as demonstrações

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contábeis sejam omissas quanto ao efeito de eventos subsequentes, o auditor necessita fazer a correspondente ressalva e inclusão no parecer.

O auditor deve planejar e executar procedimentos para obter evidência de auditoria suficiente e apropriada de que todas as transações e os eventos ocorridos no período subsequente que podem requerer ajuste nas Demonstrações Contábeis e suas notas explicativas foram identificados.

Quando tomar conhecimento de eventos que afetam de maneira relevante as Demonstrações Contábeis, o auditor deve verificar se eles foram, apropriadamente, contabilizados e, adequadamente, divulgados nas Demonstrações Contábeis.

Quando tais eventos não receberem tratamento adequado nas Demonstrações Contábeis, o auditor deve discutir com a administração a adoção das providências necessárias para corrigir tal situação.

Caso a administração decida não tomar as providências necessárias, o auditor deve emitir seu Parecer com ressalva ou adverso.

O auditor deve considerar três situações de eventos subsequentes:

1) Os ocorridos entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer;

2) Os ocorridos depois do término do trabalho de campo e da emissão do parecer, e antes da divulgação das Demonstrações Contábeis;

Obs.: Lembre-se que, em regra, o parecer deve ser emitido com a mesma data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada.

3) Os conhecidos após a divulgação das Demonstrações Contábeis.

Data encerramento do exercício social Eventos Subsequentes Emissão do parecer

Emissão do Parecer Eventos Subsequentes Divulgação das Demonstrações Contábeis

Divulgação das Demonstrações Contábeis

Eventos Subsequentes que aconteceram antes da divulgação das demonstrações contábeis, mas só foram conhecidos depois da divulgação.

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Vamos voltar à nossa questão…

O enunciado nos pede qual das situações mostradas nas assertivas não se caracteriza como eventos subsequentes. Sempre é bom lembrar: preste muita atenção aos enunciados, pois, não é a toa que o NÃO está em caixa alta.

Vimos que o auditor deve considerar três situações de ocorrência de eventos subsequentes:

1. Os ocorridos entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer, portanto, a opção “a” está correta;

2. Os ocorridos depois do término do trabalho de campo e da emissão do parecer, e antes da divulgação das Demonstrações Contábeis, portanto as opções “b” e “e” estão corretas;

3. Os conhecidos após a divulgação das Demonstrações Contábeis, portanto a opção “d” está correta.

A opção “c” é o gabarito da questão, pois, para ser considerado evento subsequente ele deve ter ocorrido no período subsequente, ou seja, entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer, mesmo que só conhecido após a divulgação das demonstrações contábeis.

Gabarito: C

17. (ESAF – SEFAZ/SP – Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – 2009) As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto:

a) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor. b) alteração do controle societário. c) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital. d) variação sazonal dos custos com insumos. e) destruição de estoques em decorrência de sinistro.

Resolução:

Vimos que os eventos subsequentes são acontecimentos que ocorrem entre a data de encerramento das demonstrações contábeis e a do parecer de auditoria e que afetam significativamente a posição patrimonial, financeira e o resultado das operações da empresa.

Em outras palavras, são eventos inesperados, casos fortuitos que afetam as demonstrações relativas ao exercício que já se encerrou.

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Os itens “a”, “b”, “c” e “e” são exemplos desses eventos.

O item “d”, por sua vez, não o é. Ora, a variação sazonal dos custos com insumos é algo esperado, corriqueiro, previsível pela entidade e pelo mercado. Dessa forma, não pode ser considerado um evento subsequente.

Gabarito: D

18. (ESAF / 2003 / Pref. Recife – Auditor Tesouro Municipal) A auditoria estabelece como "escopo" do trabalho o período das demonstrações financeiras. Indique qual das normas abaixo não se refere ao período objeto da auditoria.

a) Transações com partes relacionadas. b) Carta de responsabilidade da administração. c) Amostragem estatística. d) Eventos subseqüentes. e) Estimativas contábeis.

Resolução:

Nós falamos que o auditor deve considerar em seu parecer os efeitos de transações e eventos que ocorram antes da data de sua emissão e após o término do exercício social a que se refiram as Demonstrações Contábeis auditadas, vimos também que esse período é denominado período subsequente.

Assim, os eventos que ocorram neste período são chamados eventos subsequentes, ou seja, eventos subsequentes ao período a que se refere as demonstrações contábeis objeto da auditoria. Portanto, o gabarito é a letra “d”.

Todas as demais assertivas dizem respeito a normas que são aplicadas a eventos que ocorreram durante o período a que se refere às demonstrações contábeis.

Gabarito: D

19. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) Na constatação de omissão de eventos subseqüentes relevantes identificados pelo auditor, nas demonstrações contábeis da empresa auditada, o profissional deve:

a) elaborar notas explicativas justificando. b) ressalvar o parecer ou abster-se de dar opinião.

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c) ajustar as contas com os procedimentos recomendados. d) recomendar à empresa que omita os ajustes. e) emitir parecer sem ressalva.

Resolução:

O auditor para ter condições de formar uma opinião adequada sobre as Demonstrações Contábeis, considerando os efeitos relevantes das transações e eventos subsequentes ao encerramento do exercício social, deve considerar:

• os procedimentos da administração para que os eventos sejam divulgados;

• os atos e fatos administrativos registrados em atas de reuniões de acionistas, administradores e outros órgãos estatutários;

• os informes de qualquer espécie divulgados pela entidade;

• a situação de contingências conhecidas e reveladas pela administração e pelos advogados da entidade; e

• a existência de eventos não-revelados pela administração nas Demonstrações Contábeis e que tenham efeitos relevantes sobre as mesmas.

Dessa forma, o auditor deve executar procedimentos adicionais para identificar transações e eventos subsequentes relevantes ocorridos entre o término do exercício e a emissão do parecer que podem requerer ajuste ou divulgação das Demonstrações Contábeis.

Fique atento! O auditor tem a responsabilidade por executar procedimentos para identificar os eventos ocorridos entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer.

Estes procedimentos devem ser executados próximo da data do parecer (para diminuir a probabilidade da não identificação de algum evento).

Transações e eventos ocorridos entre a emissão do parecer e a divulgação das demonstrações contábeis

Durante o período entre as datas do Parecer do auditor e a de divulgação das Demonstrações Contábeis, a administração é responsável por informar ao auditor fatos que possam afetar as Demonstrações Contábeis.

O auditor não é responsável pela execução de procedimentos ou indagações sobre as Demonstrações Contábeis após a data do seu Parecer. Essa regra é

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bem lógica, pois com a entrega do produto, ou seja, com a emissão do parecer, se encerra o trabalho do auditor na entidade.

No entanto, quando, após a data do parecer do auditor, mas antes da divulgação das Demonstrações Contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que possa afetar de maneira relevante as Demonstrações Contábeis, ele deve decidir se elas devem ser ajustadas, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias.

Quando a administração alterar as Demonstrações Contábeis, o auditor deve executar os procedimentos necessários nas circunstâncias e fornecer a ela novo parecer sobre as Demonstrações Contábeis ajustadas.

A data do novo parecer do auditor não deve ser anterior àquela em que as demonstrações ajustadas foram assinadas ou aprovadas pela administração, e, consequentemente, os procedimentos mencionados nos itens anteriores devem ser estendidos até a data do novo Parecer do auditor.

Quando a administração não alterar as Demonstrações Contábeis nos casos em que o auditor decidir pela necessidade de sua alteração e o seu Parecer ainda não tiver sido liberado para a entidade, ele deve revisá-lo e, se for o caso, expressar opinião com ressalva ou adversa.

Se o Parecer do auditor já tiver sido entregue à administração, ele deve solicitar a esta que não faça a divulgação das Demonstrações Contábeis e nem do respectivo Parecer.

Se, mesmo assim, as Demonstrações Contábeis forem, posteriormente, divulgadas, o auditor deve avaliar a adoção de medidas a serem tomadas em função dos seus direitos e das suas obrigações legais.

Entre essas medidas, inclui-se, como mínimo, comunicação formal à administração no sentido de que o Parecer, anteriormente, emitido não mais deve ser associado às Demonstrações Contábeis não-retificadas; a necessidade de comunicação aos órgãos reguladores (Bacen, CVM, etc.) depende das normas aplicáveis em cada caso.

Quadro resumo das situações ocorridas entre as datas do Parecer do auditor e a de divulgação das Demonstrações Contábeis:

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Situação Responsabilidade do Auditor Se o auditor tomar conhecimento de fato que possa afetar de maneira relevante as Demonstrações Contábeis:

• decidir se as Demonstrações Contábeis devem ser ajustadas;

• discutir o assunto com a administração; e

• tomar as medidas apropriadas às circunstâncias.

Se a administração alterar adequadamente as Demonstrações Contábeis:

• executar os procedimentos necessários nas circunstâncias; e

• fornecer a administração novo parecer sobre as Demonstrações Contábeis ajustadas.

Se a administração não alterar as Demonstrações Contábeis:

• e o parecer ainda não tiver sido liberado para a entidade:

• e o parecer já tiver sido entregue à administração:

• revisar o parecer; e, • se for o caso, expressar opinião

com ressalva ou adversa.

• solicitar a administração que não faça a divulgação das Demonstrações Contábeis e nem do respectivo Parecer.

Se, mesmo assim, as Demonstrações Contábeis forem, posteriormente, divulgadas:

• avaliar a adoção de medidas a serem tomadas em função dos seus direitos e das suas obrigações legais.

Transações e eventos conhecidos após a divulgação das demonstrações contábeis

Após a divulgação das Demonstrações Contábeis, o auditor não tem responsabilidade de fazer qualquer indagação sobre essas demonstrações.

Contudo, quando, após a divulgação das Demonstrações Contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato anterior à data do seu Parecer e que, se fosse conhecido naquela data, poderia tê-lo levado a emitir o documento com conteúdo diverso do que foi, o auditor deve decidir se as Demonstrações Contábeis precisam de revisão, discutir o assunto com a administração e tomar as medidas apropriadas às circunstâncias.

Quando a administração alterar as Demonstrações Contábeis divulgadas, o auditor deve:

• executar os procedimentos de auditoria necessários às circunstâncias;

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• revisar as medidas tomadas pela administração para assegurar que qualquer pessoa que tenha recebido as Demonstrações Contábeis, anteriormente, emitidas, juntamente com o respectivo Parecer do auditor, seja informada da situação; e

• emitir um novo Parecer sobre as Demonstrações Contábeis alteradas, indicando em parágrafo, após o de opinião, os motivos da re-emissão desse Parecer com referência à nota das Demonstrações Contábeis que esclarece a alteração efetuada nas Demonstrações Contábeis.

Se a administração não tomar as medidas necessárias para comunicar as alterações promovidas pelo auditor em seu parecer ou não alterar as Demonstrações Contábeis nas circunstâncias em que o auditor considera necessária, o auditor deve informar à administração que poderá tomar medidas para impedir que seu Parecer seja utilizado por terceiros, resguardando, assim, seus direitos e obrigações legais.

Entre essas medidas, inclui-se, como mínimo, comunicação formal à administração de que o Parecer, anteriormente, emitido não mais deve ser associado às Demonstrações Contábeis não-retificadas. A necessidade de comunicação aos órgãos reguladores depende das normas aplicáveis em cada caso.

Deve-se observar que em certas situações, o auditor pode julgar desnecessária a alteração das Demonstrações Contábeis e a emissão de novo Parecer, como, por exemplo, quando estiver iminente a emissão das Demonstrações Contábeis relativas ao período seguinte, desde que elas contemplem os necessários ajustes e/ou contenham as informações normalmente divulgadas.

Quadro resumo das situações ocorridas após divulgação das Demonstrações Contábeis:

Situação Responsabilidade do Auditor Se o auditor tomar conhecimento de fato anterior a data de seu parecer que se conhecido a época alterasse o conteúdo do parecer:

• decidir se as Demonstrações Contábeis precisam de revisão;

• discutir o assunto com a administração; e

• tomar as medidas apropriadas às circunstâncias.

Se a administração alterar adequadamente as Demonstrações Contábeis:

• executar os procedimentos de auditoria necessários às circunstâncias;

• revisar as medidas tomadas pela administração para assegurar a divulgação das alterações;

• emitir um novo Parecer sobre as Demonstrações Contábeis

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alteradas, indicando em parágrafo, após o de opinião, os motivos da re-emissão desse Parecer com referência à nota das Demonstrações Contábeis que esclarece a alteração efetuada nas Demonstrações Contábeis.

Se a administração: • não alterar as Demonstrações

Contábeis; ou • não tomar as medidas necessárias

para comunicar as alterações

• informar à administração que poderá tomar medidas para impedir que seu Parecer seja utilizado por terceiros, resguardando, assim, seus direitos e obrigações legais.

Voltando à questão, trata-se de um caso de omissão de eventos subsequentes relevantes identificados pelo auditor, nas demonstrações contábeis da empresa auditada.

Vimos que o auditor deve considerar em seu parecer os efeitos decorrentes de transações e eventos subsequentes relevantes ao exame das Demonstrações Contábeis, mencionando-os como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não-ajustadas ou reveladas adequadamente

Portanto, a resposta é a letra B.

Gabarito: B

20. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) Se, após a emissão das demonstrações contábeis de companhia aberta, o auditor tomar conhecimento de um fato que poderia modificar seu parecer e, no entanto, a administração não toma as medidas necessárias para assegurar que os usuários sejam informados do fato, o auditor deve:

a) informar à administração da empresa auditada que tomará medidas para impedir que seu parecer seja utilizado por terceiros para tomada de decisão.

b) publicar, nos mesmos jornais onde foram publicadas as demonstrações contábeis da empresa auditada, que o auditor está se abstendo do parecer de auditoria publicado.

c) informar aos órgãos regulamentares competentes que irá tomar medidas para informar aos usuários das demonstrações contábeis publicadas quanto ao risco identificado.

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d) enviar uma carta aos administradores da empresa auditada, informando que o trabalho de auditoria foi prejudicado e, num momento futuro, oportuno, irá se manifestar a respeito desse fato.

e) informar aos principais acionistas da empresa que as demonstrações contábeis publicadas podem apresentar vieses para fins de tomada de decisão.

Resolução:

Nessa questão, as demonstrações e o parecer do auditor já haviam sido divulgados. Além disso, o enunciado afirma que o auditor tomou conhecimento de um fato que poderia modificar o seu parecer e a entidade se recusa a tomar as medidas necessárias.

Portanto, o auditor deve informar à administração que poderá tomar medidas para impedir que seu Parecer seja utilizado por terceiros, resguardando, assim, seus direitos e obrigações legais.

Vimos que, entre essas medidas, inclui-se, como mínimo, comunicação formal à administração de que o Parecer, anteriormente, emitido não mais deve ser associado às Demonstrações Contábeis não-retificadas.

Portanto, a resposta correta é a letra A.

Gabarito: A

Bom, caro concursando, já passamos por todo o conteúdo programático do edital.

Semana que vem, faremos uma revisão geral da matéria com mais exercícios. Esperamos por você em nossa próxima aula…

Forte abraço,

Davi e Fernando

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Questões Comentadas na Aula

01. (ESAF – CGU – AFC/Auditoria e Fiscalização – 2006) O Parecer de Auditoria é o instrumento por meio do qual o auditor independente comunica sua conclusão acerca das demonstrações contábeis de uma entidade, tendo caráter comparativo às demonstrações contábeis referentes ao exercício anterior. Sobre o Parecer em comento, assinale a opção incorreta.

a) A responsabilidade sobre a preparação e o conteúdo das demonstrações contábeis é do auditor independente.

b) A opinião expressada pelo auditor independente deve ser obrigatoriamente clara e objetiva.

c) De maneira geral, o Parecer é destinado à diretoria da entidade, seu conselho de administração e/ou a seus acionistas.

d) A data do Parecer deve corresponder à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada.

e) O Parecer deve ser assinado por profissional com registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade.

02. (ESAF – CGU – AFC/Auditoria e Fiscalização – 2008) De acordo com a NBC-T-11, o Parecer do Auditor Independente, segundo a natureza da opinião que contém, pode ser classificado das seguintes formas, exceto:

a) parecer sem ressalva. b) parecer com ressalva. c) parecer irregular. d) parecer adverso. e) parecer com abstenção de opinião.

03. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) O auditor, ao terminar seus trabalhos, conclui que as demonstrações contábeis estão comprometidas substancialmente. O tipo de parecer que o auditor deve emitir é:

a) sem ressalva ou com abstenção de opinião. b) com ressalva ou com nota explicativa. c) adverso ou com ressalva. d) com abstenção de opinião ou limpo. e) com limitação de opinião ou adverso.

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04. (ESAF – SEFAZ/SP – Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – 2009) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas da seguinte frase: “O auditor deve emitir parecer ______(1)______ quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer ______ (2)______.”

a) (1) adverso // (2) com ressalva b) (1) com ressalva // (2) adverso c) (1) com abstenção de opinião // (2) com ressalva d) (1) com abstenção de opinião // (2) adverso e) (1) adverso // (2) com abstenção de opinião

05. (ESAF / 2008 - Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal) A empresa Energetil Ltda. é uma empresa de geração e transmissão de energia. O órgão regulador e fiscalizador, por meio de norma, determinou que parte de suas receitas sejam apropriadas pelo regime de caixa. Considerando somente os dados apresentados, deve o auditor emitir parecer:

a) sem ressalva. b) adverso. c) com ressalva. d) com limitação de extensão. e) com abstenção de opinião.

06. (FCC – SEFAZ/SP – Agente Fiscal de Rendas - 2009) O auditor externo, ao se deparar com algum passivo que represente para a empresa uma incerteza relevante, deve emitir parecer

a) com ressalva e limitação de escopo do trabalho. b) sem ressalva e com limitação de escopo do trabalho. c) adverso, evidenciando a incerteza constatada. d) sem ressalva e com parágrafo adicional de ênfase. e) com negativa de opinião e limitação de escopo.

07. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) Se o auditor independente concluir que uma determinada matéria, envolvendo incerteza relevante, não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, seu parecer deve conter:

a) parágrafo de ênfase ou ressalva. b) ressalva ou negativa de opinião. c) parágrafo de ênfase ou opinião adversa. d) ressalva ou opinião adversa. e) abstenção de opinião ou opinião adversa.

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08. (ESAF / 2008 / Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal) Com relação ao parecer de auditoria, é verdadeiro afirmar que:

a) quando aplicado o “parágrafo de ênfase”, o parecer qualifica-se como parecer com ressalva.

b) a expressão “exceto quanto” é utilizada para limitar a extensão do parecer e qualificá-lo como parecer adverso.

c) a não aplicação de princípios contábeis, sem avaliar a relevância na demonstração contábil, não é fator suficiente para emitir parecer com ressalva.

d) a expressão “sujeito a” é utilizada para ressaltar a indefinição sobre algum aspecto da demonstração contábil em parecer com ressalva.

e) o parecer com negativa de opinião deve ser emitido somente quando a empresa não tiver elaborado as demonstrações contábeis.

09. (FCC / 2006 / PMJAB-Auditor Tributário) Ao auditar as demonstrações contábeis de uma empresa, o auditor constata que o saldo da conta outros créditos, no ativo circulante, representa mais de 10% do total deste grupo. Ao discutir o ponto relevante com a administração da empresa, seus diretores afirmam que é prática da empresa divulgar desta forma e que não realizará as modificações solicitadas pela auditoria. Desta forma a auditoria deverá

a) recusar-se a emitir parecer pois evidencia uma limitação de escopo. b) emitir parecer sem ressalva, pois não passa de uma formalidade. c) emitir parecer com negativa de opinião, por não conseguir concluir seus

trabalhos. d) emitir parecer adverso por evidenciar que as demonstrações contábeis não

representam a situação econômico-financeira da empresa. e) emitir parecer com ressalva, por haver discordância com a administração

da entidade a respeito de conteúdo e forma de apresentação.

10. (ESAF / 2008 - Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Natal) Não é um procedimento a ser aplicado pelo auditor na elaboração do parecer de auditoria:

a) mencionar em parecer com abstenção de opinião qualquer desvio relevante que possam influenciar os usuários das demonstrações.

b) emitir parecer adverso, quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas.

c) emitir parecer com ressalva ou com abstenção de opinião, quando houver limitação na extensão do trabalho.

d) utilizar expressões como: exceto quanto, sujeito a, ou com exceção de. e) incluir todas as razões que fundamentaram a emissão de seu parecer com

ressalva, adverso ou com negativa de opinião.

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11. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002) O responsável pela auditoria independente do Grupo Niscau S/A deparou-se com a seguinte situação: ao requisitar os trabalhos de outros auditores de coligadas e controladas do Grupo Niscau, foi comunicado que os trabalhos desses outros auditores não seriam disponibilizados. Nesse caso, o procedimento a ser efetuado pelo auditor é

a) emitir um parecer com ressalva. b) aplicar procedimentos adicionais suficientes. c) emitir um parecer com abstenção de opinião. d) incluir um parágrafo de ênfase na opinião. e) justificar a limitação de escopo.

12. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) Após uma série de respostas de advogados da empresa auditada, o auditor segregou os processos judiciais movidos contra a empresa em três categorias de chance de insucesso, a saber: provável, possível e remota. Quando os processos forem classificados como prováveis, cujo efeito não possa ser razoavelmente estimado, o auditor deve emitir um parecer:

a) sem ressalva b) com parágrafo de ênfase c) com ressalva d) adverso e) com abstenção

13. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) Quando um auditor expressa uma opinião sobre as demonstrações contábeis apresentadas de forma condensada, ele deve:

a) já ter emitido uma opinião sobre as demonstrações contábeis originais. b) acrescentar uma nota explicativa em seu parecer expondo os motivos. c) inserir uma ressalva, pois as demonstrações contábeis estão incompletas. d) justificar à Comissão de Valores Mobiliários expondo os motivos. e) incluir uma ressalva por não ter acesso aos saldos contábeis analíticos.

14. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002) A “ABC” Auditores Independentes é contratada pela Cia. Petróleo S/A para efetuar a primeira auditoria da empresa do período findo em 31/12/X1. Como os valores relativos ao exercício anterior devem ser apresentados comparativamente, o procedimento da "ABC" em seu parecer de auditoria, quanto aos números de 31/12/X0, deve ser o de incluir uma

a) ressalva após o parágrafo de opinião.

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b) nota explicativa após o parágrafo de opinião. c) ressalva antes do parágrafo de opinião. d) abstenção antes do parágrafo de opinião. e) abstenção depois do parágrafo de opinião.

15. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal- AFRF – 2002.2) Se o auditor independente não puder utilizar os trabalhos de outros auditores e, também, não tiver condições de aplicar procedimentos adicionais suficientes nas demonstrações contábeis de coligadas ou controladas, por eles auditadas, o seu procedimento técnico deve ser o de emitir parecer contendo:

a) ressalva ou abstenção de opinião. b) parágrafo de ênfase ou ressalva. c) abstenção de opinião ou opinião negativa. d) parágrafo de ênfase ou abstenção de opinião. e) ressalva ou opinião negativa.

16. (FCC / 2006 / Pref. Jaboatão – Auditor Tributário) NÃO se caracterizam como eventos subseqüentes, aqueles ocorridos

a) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer. b) após o término do trabalho de campo, com a emissão do parecer, e a data

da divulgação das demonstrações contábeis. c) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício

social, como ajuste das demonstrações contábeis. d) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada. e) após a emissão do parecer pela firma de auditoria, antes da publicação das

demonstrações contábeis.

17. (ESAF – SEFAZ/SP – Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – 2009) As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto:

a) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor. b) alteração do controle societário. c) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital. d) variação sazonal dos custos com insumos. e) destruição de estoques em decorrência de sinistro.

18. (ESAF / 2003 / Pref. Recife – Auditor Tesouro Municipal) A auditoria estabelece como "escopo" do trabalho o período das demonstrações financeiras. Indique qual das normas abaixo não se refere ao período objeto da auditoria.

a) Transações com partes relacionadas. b) Carta de responsabilidade da administração.

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c) Amostragem estatística. d) Eventos subseqüentes. e) Estimativas contábeis.

19. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) Na constatação de omissão de eventos subseqüentes relevantes identificados pelo auditor, nas demonstrações contábeis da empresa auditada, o profissional deve:

a) elaborar notas explicativas justificando. b) ressalvar o parecer ou abster-se de dar opinião. c) ajustar as contas com os procedimentos recomendados. d) recomendar à empresa que omita os ajustes. e) emitir parecer sem ressalva.

20. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) Se, após a emissão das demonstrações contábeis de companhia aberta, o auditor tomar conhecimento de um fato que poderia modificar seu parecer e, no entanto, a administração não toma as medidas necessárias para assegurar que os usuários sejam informados do fato, o auditor deve:

a) informar à administração da empresa auditada que tomará medidas para impedir que seu parecer seja utilizado por terceiros para tomada de decisão.

b) publicar, nos mesmos jornais onde foram publicadas as demonstrações contábeis da empresa auditada, que o auditor está se abstendo do parecer de auditoria publicado.

c) informar aos órgãos regulamentares competentes que irá tomar medidas para informar aos usuários das demonstrações contábeis publicadas quanto ao risco identificado.

d) enviar uma carta aos administradores da empresa auditada, informando que o trabalho de auditoria foi prejudicado e, num momento futuro, oportuno, irá se manifestar a respeito desse fato.

e) informar aos principais acionistas da empresa que as demonstrações contábeis publicadas podem apresentar vieses para fins de tomada de decisão.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A C C A C D D D D X 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B B A D A C D D B A

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Questões Propostas

01. (FCC / 2006 / PMJAB - Auditor Tributário) Ao auditar as demonstrações contábeis de uma empresa, o auditor constata que o saldo da conta outros créditos, no ativo circulante, representa mais de 10% do total deste grupo. Ao discutir o ponto relevante com a administração da empresa, seus diretores afirmam que é prática da empresa divulgar desta forma e que não realizará as modificações solicitadas pela auditoria. Desta forma a auditoria deverá

a) recusar-se a emitir parecer pois evidencia uma limitação de escopo. b) emitir parecer sem ressalva, pois não passa de uma formalidade. c) emitir parecer com negativa de opinião, por não conseguir concluir seus

trabalhos. d) emitir parecer adverso por evidenciar que as demonstrações contábeis não

representam a situação econômico-financeira da empresa. e) emitir parecer com ressalva, por haver discordância com a administração

da entidade a respeito de conteúdo e forma de apresentação.

02. (ESAF – SEFIN/FORTALEZA – Auditor de Tributos Municipais - 1998) Ao identificar matéria envolvendo incerteza relevante não adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis ou notas explicativas, o auditor independente deve emitir parecer

a) contendo um parágrafo de ênfase sobre o assunto. b) com ressalva ou opinião adversa. c) com abstenção de opinião ou não emiti-lo. d) sem ressalvas ou pleno. e) com a expressão “sujeito a”.

03. (ESAF – Auditor-Fiscal da Previdência Social - AFPS - 2002) Quando houver participação de outros auditores independentes no exame de demonstrações contábeis de participações societárias irrelevantes, o auditor da empresa investidora:

a) deve destacar esse fato no seu parecer, indicando os valores envolvidos nas participações.

b) deve incluir informações consideradas relevantes para adequada interpretação de seus usuários.

c) pode desconsiderar esse valor por ser imaterial no conjunto das demonstrações contábeis.

d) pode incluir em nota explicativa que essas participações foram auditadas por outros auditores.

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e) pode deixar de destacar esse fato e, também, seu efeito em seu parecer de auditoria.

04. (FCC / 2006 / PMJAB - Auditor Tributário) Na análise de continuidade da empresa pelo auditor, a avaliação da perda de financiador estratégico, e se a empresa está com patrimônio líquido negativo representam, respectivamente, indicadores

a) de operação e de operação. b) de operação e financeiro. c) bancário e de operação. d) financeiro e financeiro. e) comercial e relevância.

05. (ESAF – SEFIN/NATAL – Auditor do Tesouro Municipal - 2001) De acordo com a natureza da opinião emitida pelo signatário, o Parecer dos Auditores Independentes é classificado pelas normas brasileiras de contabilidade em:

a) Parecer sem restrição, com restrição, absoluto e sem opinião. b) Parecer com opinião contrária, favorável, neutra e limpa. c) Parecer sem ressalva, com ressalva, adverso e com abstenção de opinião. d) Parecer parcial, completo, “sujeito a” e com parágrafo de ênfase. e) Parecer com opinião limpa, com ressalva, sem ressalva relevante e

adverso.

06. (ESAF – Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF – 2003) O auditor externo, ao realizar procedimentos para constatação de eventos subsequentes e constatar a existência de evento que altera substancialmente a situação patrimonial da empresa, deve:

a) sempre ressalvar o parecer e exigir o ajuste das contas. b) não se pronunciar por não fazer parte do período das demonstrações

contábeis. c) sempre emitir parecer adverso e solicitar a inclusão de notas explicativas. d) elaborar notas explicativas e sempre ressalvar o parecer. e) exigir o ajuste das contas ou a inclusão de notas explicativas.

07. (ESAF / 2005-6 / CGU - Correição) Quando o Auditor Independente verificar a existência de efeitos que, isolada ou conjugadamente, forem de tal relevância que comprometam o conjunto das demonstrações contábeis, deve emitir parecer

a) com abstenção de opinião por limitação na extensão. b) adverso. c) sem ressalva. d) com ressalva.

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e) com abstenção de opinião por incertezas.

08. (ESAF / 2001 / Serpro – Analista Auditoria) Qual o procedimento que um auditor independente deve adotar ao aceitar o parecer de outro auditor independente sobre, por exemplo, empresa coligada relevante, por não ter evidências que indiquem restrições ao seu trabalho e conclusões:

a) destacar no seu parecer a divisão de responsabilidades entre ambos. b) ressalvar a sua opinião, em razão da limitação de escopo dos trabalhos. c) não expressar sua opinião sobre as demonstrações contábeis como um

todo. d) adicionar um parágrafo de ênfase em seu parecer, pela incerteza gerada

pelo fato. e) indicar no parecer que não auditou a coligada e, portanto, não dividir a

responsabilidade.

09. (FCC – PGE/RJ – TÉCNICO SUPERIOR DE ANÁLISE CONTÁBIL -2009) A empresa Clean S.A. modificou as demonstrações contábeis publicadas. A administração não tomou as medidas necessárias para assegurar que todas as pessoas que tinham recebido as demonstrações contábeis anteriormente divulgadas tivessem acesso às novas, limitando-se a divulgar em seu site. O auditor entendeu que deveria modificar seu parecer, mas a administração não aceitou. Nesse caso, o auditor

a) não tem nenhum procedimento a fazer, uma vez que as demonstrações contábeis publicadas não são as que serviram para o trabalho de auditoria, podendo ele justificar com os papéis de trabalho.

b) deverá informar à administração que poderá tomar medidas para impedir que seu parecer seja utilizado por terceiros, resguardando seus direitos e obrigações legais.

c) deverá comunicar tal ocorrência diretamente ao mercado e aos órgãos competentes, mesmo que a empresa não seja informada de que ele tomará essas providências.

d) só deverá se manifestar se estiver no período entre a data do encerramento das demonstrações contábeis e a publicação, não sendo responsável por eventos ocorridos após a publicação.

e) deverá refazer os trabalhos, complementando-os, sendo que o parecer dentro dessas circunstâncias se torna nulo.

10. (FCC –SEFIN/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal – 2006) Considere as afirmações a seguir, relativas a transações e eventos subseqüentes ao término do exercício social a que se referem as demonstrações contábeis auditadas:

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I. A emissão de debêntures e ações não é considerada evento subseqüente relevante.

II. Eventos subseqüentes, após a divulgação das demonstrações contábeis, não devem ser considerados pelo auditor, uma vez que ele não pode emitir um novo parecer.

III. Caso os eventos subseqüentes não sejam revelados adequadamente pela companhia, o auditor deve mencioná-los, como ressalva ou em parágrafo de ênfase, em seu parecer.

IV. A desapropriação de bens da companhia pelo Poder Público é considerada um evento subseqüente relevante.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E B E B C E B A B E

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Bibliografia

BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC 820/97 (e suas atualizações) - NBC T 11 (Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis).

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Ed. Atlas, 2007.

ATTIE, Wiliam. Auditoria – Conceitos e Aplicações. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.

BOYNTON, Marcelo Willian C. Auditoria. São Paulo: Ed. Atlas, 2002.

FERREIRA, Ricardo J. Manual de Auditoria: teoria e questões comentadas. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2009.

FRANCO, Hilário. Auditoria Contábil. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.

JUND, Sérgio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos. Rio de Janeiro: Ed. Campus-Elsevier, 2006.