Auditoria

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Auditoria 20051. Introduo Auditoria. Conceitos elementares. Os vrios ramos de Auditoria e a Auditoria Financeira. 2. Enquadramento legal e profissional da Auditoria Financeira 2.1. O estatuto do Revisor Oficial de Contas (ROC) 2.2. A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC, www.oroc.pt) 3. Normas nacionais e internacionais de Auditoria Financeira 3.1. Da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) 3.1.1. As Directrizes da Reviso / Auditoria e as Recomendaes Tcnicas (RT) 3.1.2. As Interpretaes Tcnicas (IT) 3.2. Da International Federation of Accountants (IFAC) 3.3. Da Fderation des Experts Comptables Europens (FEE) 3.4. Do American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) 4. A organizao de uma Auditoria. Os procedimentos e os testes em Auditoria. Os papis de trabalho e os dossiers corrente e permanente 5. O controlo interno 6. A Auditoria s disponibilidades 6.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 6.2. Medidas de controlo interno da identidade 6.3. Procedimentos especficos de auditoria 6.4. Aplicaes prcticas 7. A auditoria s compras / custos e s dvidas a terceiros 7.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 7.2. Medidas de controlo interno da entidade 7.3. Procedimentos especficos de auditoria 7.4. Aplicaes prcticas 8. A auditoria aos custos com pessoal 8.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 8.2. Medidas de controlo interno da entidade 8.3. Procedimentos especficos de auditoria 8.4. Aplicaes prcticas 9. A auditoria aos proveitos e s dividas de terceiros 9.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 9.2. Medidas de controlo interno da entidade 9.3. Procedimentos especficos de auditoria 9.4. Aplicaes prcticas 10. A auditoria s existncias 10.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 10.2. Medidas de controlo interno da entidade 10.3. Procedimentos especficos de auditoria 10.4. Aplicaes prcticas 11. A auditoria ao imobilizado e aos investimentos financeiros 11.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 11.2. Medidas de controlo interno da entidade 11.3. Procedimentos especficos de auditoria 11.4. Aplicaes prcticas 12. Auditoria situao lquida 12.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 12.2. Medidas de controlo interno da entidade 12.3. Procedimentos especficos de auditoria 12.4. Aplicaes prcticas 13. A auditoria s provises e aos acrscimos e diferimentos 13.1. Aspectos contabilsticos e de controlo interno 13.2. Medidas de controlo interno da entidade 13.3. Procedimentos especficos de auditoria 13.4. Aplicaes prcticas 14. Os relatrios de auditoria. Modalidades de Certificao Legal de Contas. 15. Anexos 15.1. Auditoria em Portugal Evoluo Histrica 15.2. La Auditora en el contexto actual (Cuba) 15.3. Auditora interna en Mxico. 15.4. Auditoria de producto y toma de decisiones de marketing

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Auditoria 200515.5. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE T-12 DA AUDITORIA INTERNA

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Auditoria: audire (latim) aquele que ouve, prof Lopes de S Dicionrio de Contabilidade Tecnologia contbil que tem por objectivo a verificao ou reviso de registos, demonstraes e procedimentos adoptados para a escriturao, visando avaliar a adequao e a veracidade as situaes memorizadas e expostas. , hoje, em exame sistemtico, racional, organizado metodologicamente, para produzir opinies sobre as situaes patrimoniais, financeiras, de resultados, de produtividade,, de riscos, de economicidade, de legalidade, de eficcia, em suma, de todos os aspectos da vida patrimonial. Muitos so os seus ramos e sub-ramos e grandes adaptaes diante dos riscos da informtica. Qual a relao Contabilidade / Auditoria ? Aspectos a ter em conta: Qualitativos Quantitativos Qual o papel do Auditor? O Auditor valida a informao financeira. Princpio da Materialidade: valor mximo at onde o Auditor est disposto a aceitar. Qual a principal ferramenta de trabalho em Auditoria? IDEA. Auditoria Interna Tarefa designada a avaliar de forma independente dentro de uma organizao as operaes contbeis financeiras e de outros tipos no sentido de prestar um servio Administrao. um controlo administrativo, cuja funo medir e avaliar a eficcia de outros controlos. Prof Lopes de S: Presta ajuda administrao com o fito de possibilitar-lhe o desempenho adequado de suas obrigaes, proporcionando anlise, apreciaes e recomendaes. Objectivos da Auditoria Interna Presta ajuda administrao com o fito de possibilitar-lhe o desempenho adequado das suas obrigaes, proporcionando anlise, apreciaes, recomendaes e comentrios objectivos e/ou convenientes acerca das actividades investigadas. Para tal a Auditoria Interna: Revisa e avalia a eficcia, suficincia e aplicao dos controlos contbeis financeiros e operativos. Determina a extenso do comprimento das normas, dos planos e procedimentos vigentes Determina a extenso dos controlos sobre a existncia dos activos da empresa e da sua proteco contra toda a sorte de perdas. Determina quo dignas de confiana so as informaes e dados contbeis e de outra natureza, preparados dentro da empresa. Analisa a qualidade alcanada na execuo de tarefas determinadas para o cumprimento das respectivas responsabilidades. http://gestor.no.sapo.pt 3/74

Auditoria 2005 A Auditoria Interna tem como objectivo auxiliar os membros da organizao no desempenho eficaz das suas responsabilidades. Com esta finalidade, a auditoria interna, fornece-lhe anlises, apreciaes, recomendaes, conselhos e informaes respeitantes s actividades analisadas. Ainda para este autor, a Auditoria Interna, deve desenvolver a sua actividade volta do sistema de controlo interno da entidade, testando e assegurando: A confiana e integridade da informao O cumprimento das polticas, planos, procedimentos e legislao aplicvel A custdia dos activos A utilizao econmica e eficiente dos recursos A realizao dos objectivos e metas fixadas para as operaes ou programas Nota: as vendas consignao no so contabilizadas pelo total, mas apenas o valor da margem da operao que contabilizado na rbrica de Prestao de Servios. Exemplo: o combustvel distribudo pela Petrogal em postos de terceiros. A bomba de gasolina regista apenas o valor da comisso em Prestaes de Servios. S no momento da venda que o posto de abastecimento contabiliza a sua margem. Caractersticas do auditor interno Autoridade e responsabilidade Independncia funcional (s depende da Administrao e do trabalho). O rgo de auditoria no audita o seu prprio trabalho.

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AUDITORIA INTERNA - Funo e Processo(1)ISABEL MARTINS Equip. a Assitente do 1 Trinio da ESTV GEORGINA MORAIS Assistente no ISCA - CoimbraA Auditoria Interna um tema que sempre nos aliciou e, por motivos acadmicos e profissionais, sentimos a necessidade de investigar. Por outro lado, pretendemos sensibilizar outros profissionais para este ramo de Auditoria, ainda pouco divulgada entre ns.

Este trabalho no pretende esgotar o tema, mas, to-somente, chamar a ateno para a crescente importncia da Auditoria Interna, motivada pela presso do dia a dia de quem tem de cumprir objectivos em diversas reas. Nesta perspectiva, o posicionamento da Auditoria Interna, numa viso actual do seu funcionamento, centra a sua ateno, no na Auditoria aos rgos da empresa, mas s actividades que esta exerce. Nos Estados Unidos, os primeiros auditores internos apareceram h mais de cinquenta anos. No entanto, a existncia reconhecida de Auditoria Interna tem apenas cerca de vinte. Na Europa, depois do Reino Unido, a Alemanha quem pratica Auditoria Interna h mais tempo. Em Portugal, a Auditoria Interna muito recente. As empresas portuguesas s nos ltimos anos tm vindo a acompanhar as inovaes operadas neste mbito, adoptando-as e ajustandoas consoante as suas possibilidades e o entendimento da funo pelas suas Administraes. O crescimento constante das empresas, quer em tamanho quer em diversificao da sua actividade econmica, dificulta o controlo da sua actividade a um grupo limitado de pessoas. Os auditores internos podem estar numa situao nica para ajudar as suas empresas a eliminar desperdcios, simplificar tarefas e reduzir custos. Para alm dos tradicionais objectivos empresariais de optimizao de lucros e de resposta s necessidades dos mercados em que se inserem, num mundo em constante mutao, as empresas deparam-se com novas situaes, que conduzem a uma forte motivao, relativamente a preocupaes com a eficcia e eficincia dos recursos. Actualmente, a Auditoria Interna constitui uma funo de apoio gesto. A Auditoria Interna, alm de importante, tornou-se imprescindvel no mundo empresarial actual. A Auditoria Interna fornece anlises, apreciaes, recomendaes, sugestes e informaes, relativas s actividades examinadas, incluindo a promoo do controlo eficaz a custo razovel. O auditor interno deve revelar as fraquezas, determinar as causas, avaliar as consequncias e encontrar uma soluo de modo a convencer os responsveis a agir. Em suma, sem pretender compilar um manual acerca de Auditoria Interna, este trabalho visa demonstrar que o auditor interno no um "polcia", mas um profissional que pretende responder s expectativas da Administrao sobre os maiores riscos da empresa: observando, aconselhando e esclarecendo os responsveis envolvidos, persuadindo-os a implantar as aces correctivas necessrias. Alm disso, que a Auditoria Interna uma funo de apoio gesto, baseada num processo sistemtico, utilizando as tcnicas de Auditoria apropriadas. O trabalho desdobra-se em quatro captulos. Os captulos um e dois pretendem evidenciar o enquadramento e a funo de Auditoria Interna. Os captulos trs e quatro pretendem abordar a Auditoria Interna numa vertente mais prtica.

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Auditoria 2005 O primeiro captulo faz uma abordagem terica ao enquadramento da Auditoria Interna, comeando por definir Auditoria, enumerando os tipos, enquadrando-a na classificao. Abordamos, dada a sua importncia para a Auditoria, o controlo interno: factores que o influenciam, tipos de controlo, mtodos, relao com a Auditoria, avaliao e relatrio. Destacamos que o objectivo da avaliao do controlo interno diferente para os Auditores Internos e Externos. Comparamos a Auditoria Interna da Externa. Destacando os pontos de contacto, de afastamento e a colaborao necessria entre os auditores internos e externos. Tambm apresentamos um quadro resumo com as principais diferenas entre o auditor interno e externo. Este captulo no poderia terminar sem evidenciar e dar relevo s normas de Auditoria Interna, enumerando-as minuciosamente. O segundo captulo aborda a funo e organizao de Auditoria Interna. Aps o enquadramento da Auditoria Interna, este captulo revela a funo, comeando com uma breve evoluo histrica, definindo a funo, dando relevo sua funo de apoio Direco e de vigilncia do sistema de controlo. Abordamos a necessidade de criao de um Departamento de Auditoria Interna, critrios de oportunidade, dando relevncia anlise do custo/benefcio, e factores a ter em conta na organizao de um servio de Auditoria Interna. Apresentamos o posicionamento ideal no organigrama da empresa, articulao com os diferentes nveis de gesto e a estrutura do departamento. O terceiro captulo destaca o processo de Auditoria Interna subdividido por nove fases distintas, com as respectivas tarefas e risco associado (factores e medio do risco), dando particular nfase s duas ltimas fases, uma vez que distinguem o processo de Auditoria Interna do processo de Auditoria Externa. A oitava fase, o "follow-up", foi muito pormenorizada, em virtude de ter de ser, como qualquer aco, atempada e oportuna. De igual modo, a importncia da avaliao s tem razo de ser se conseguir acrescentar valor gesto da empresa e melhorar a qualidade de futuras Auditorias. No quarto e ltimo captulo abordamos a Auditoria Interna por cinco reas operacionais de uma mdia empresa, de acordo com o seu organigrama. Em seguida, apresentamos as concluses do presente trabalho. Conclumos a presente introduo acreditando que o Auditor pratica a dvida metdica e que, tal como Descartes, entendemos, "por mtodo, regras certas e fceis, que permitem a quem exactamente as observar nunca tomar por verdadeiro algo de falso e, sem desperdiar inutilmente nenhum esforo da mente, mas aumentando sempre gradualmente o saber, atingir o conhecimento verdadeiro de tudo o que ser capaz de se saber."(2) Entendemos que o auditor interno, no trabalho a desenvolver, no deve aceitar nada como verdadeiro, sem ter a certeza de que o , isto , em busca da prova, utilizando procedimentos lgicos, estruturados e organizados.1 MARTINS, Isabel, Georgina Morais, Auditoria Interna - Funo e Processo, reas Editora (No prelo), 1998 2 MARCELINO, Isabel; Princpios da Filosofia, de R.Descartes, Porto Editora, Ld, Porto 1995, pg. 114

Auditoria Operacional (do ponto de vista da produo) Para Botton: Paralelamente auditoria contbil e financeira e um passo frente no campo da auditoria interna, desenvolveu-se ao longo dos anos a Auditoria Operacional. Auditoria Gesto (avaliao de desempenho) pretende medir e dar opinio sobre o desempenho dos gestores e sobre a rendibilidade da empresa, ou seja, concluir sobre se os resultados por eles apresentados no poderiam ou deveriam ser diferentes. http://gestor.no.sapo.pt 6/74

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Auditoria Pblica EUROSAI e Tribunal de Contas Gasb.org (site auditoria pblica) Eurosai (Europa) Centro de Estudos Fiscais (P Comrcio Lisboa) Manual de auditoria (para download) no Tribunal de Contas Auditoria Previsional ou Prospectiva Auditoria Informtica auditoria de conformidade. Rotinas informticas. Auditoria Social relatrios de desenvolvimento sustentvel com o ambiente, responsabilidade social das empresas. Auditoria Fiscal Auditoria Externa / Financeira / Independente Exame das Demonstraes Financeiras de uma empresa ou entidade realizado de conformidade com determinadas normas por um profissional qualificado independente (consultar definio no IFAC) Certificao Legal de Contas consultar definio no site da OROC Aplicaes Imobilizado Lquido Explorao Extra explorao Necessidades renovveis de explorao Elementos activos de tesouraria Necessidades renovveis de extra-explorao Origens Capital Prprio Dividas M/L Prazo Recursos renovveis de explorao Recursos renovveis de extra-explorao Elemento passivo de tesouraria Capitais permanentes

Activos Circulantes

Capitais estveis

FM = Capitais permanentes Imobilizado Lquido FMN explorao = Necessidades renov explorao Recursos renov explorao

Dec-Lei 487/99 de 16 de Novembro A Certificao Legal das Contas (CLC) exprime a opinio do revisor oficial de contas de que as Demonstraes Financeiras apresentam ou no de forma verdadeira e apropriada a posio financeira da empresa ou de outra entidade bem como os resultados das suas operaes, relativamente data e ao perodo a que as mesmas se referem. Documentos CLC Certificao Legal das Contas Relatrio e Parecer das Contas RAFE Relatrio Anual de Fiscalidade Efectuada (destinado aos scios/accionistas)

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Auditoria 2005 Dois pressupostos: Amostragem Erro. o valor que ns aceitamos definido pela materialidade. Limiar da materialidade (quantitativa e qualitativa) Objectivos da Auditoria Dar credibilidade s Demonstraes Financeiras? Satisfazer uma formalidade legal? Auditoria Certificao Legal das Contas Certificao das Contas => voluntrio ou obrigatrio => obrigatrio => voluntrio

O modelo da Auditoria assenta na Prova.

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Auditoria 2005Para Definir o que seja a

Tecnologia Auditoria, necessrio analisar seus objetivos, seus fins, da resulta na verificao do seguinte: So fins da Auditoria: a. b. c. d. e. f. g. h. i. Certificao e comprovao da exatido dos fatos contbeis e administrativos (patrimoniais), atravs do seu registro; Identificao dos fatos e comprovao de sua propriedade no patrimnio da sociedade auditada; Identificao e comprovao do tempo decorrido , e/ou de existncia, bem assim do valor de efetivos fatores de mensurao dos fatos, tendo em vista o aspecto dinmico do patrimnio; Sugestes e orientaes para administrao do patrimnio das entidades auditadas; Identificao de eventuais falhas no controle, com intuito de san-las a fim de proteger o patrimnio contra fraudes Pesquisas com o objetivo de gesto ao longo do tempo; em bases comparativas de valores e efeitos destes; Avaliao da eficcia e eficincia decorrentes dos atos e fatos administrativos e/ou contbeis e sobre estes; Identificao de riscos decorrentes do negcio que venham a afetar ou afetem o patrimnio; Identificao da capacidade de equilbrio financeiro e econmico da entidade auditada;

Definidos esses fins, pode-se estabelecer um conceito

Conceito de auditoria:" Auditoria um conjunto de tcnicas de observaes e exames, aplicados de forma sistemtica, que no contexto do auditado, visa opinar sobre sua situao, sobre sua riqueza, quando este for o caso, ou sobre funes ou reas especficas componentes do patrimnio do auditado" H, ainda, sobre o conceito de auditoria uma variada gama de autores, sendo relevante frisar a observao feita por DIppolito" (os grifos so nossos): "A expresso reviso, conforme leva a entender o termo auditoria, dentro do que estritamente aceitvel na prtica, foi adotada em um sentido mais amplo, sugerindo um significado tambm mais ampliado em relao ao seu significado etimolgico, o qual resultaria num pensamento de que, auditoria seria apenas um exame e anlise retrospectivo dos atos e fatos contbeis e administrativos. Porm, na verdade, no apenas isso, abrangendo tambm, previses sobre as futuras mutaes patrimoniais, as expectativas sobre a ocorrncia destas no tempo e no espao futuros e os seus possveis efeitos no patrimnio do auditado. A reviso, por excelncia, a atividade que se apresenta das mais difceis para os profissionais, bem como para os gestores da empresa auditada. Ela, requer, sobre quem deva ser feita, em relao ao tempo e ao espao e em relao aos atos e fatos auditados, para atestar sua eficincia, certa profundidade na preparao terica nos campos de administrao, da economia em geral e, ainda, um conhecimento mais aprofundado do campo jurdico e do direito no contexto das relaes de negcios e de mercados, envolvendo, tambm, em muitos casos, extremo conhecimento tecnolgico e de negcios em geral." (DIPPOLITO, Teodoro, La Tecnica della revisione dei bilanci delle aziendi mercantil e industriali, p.1, editora Abbaco, Palermo, 1. edio, 1967.)

O que auditoria interna Um pouco de histria da auditoria interna O que controle interno Conceito e interpretao de controle interno Objetivos e caracterticas do controle interno Normas Brasileiras de Contabilidade T-12 da Auditoria Interna Diferenas entre o auditor interno e o auditor externo Auditoria Interna X Auditoria Externa Registrar comentrios http://gestor.no.sapo.pt 9/74

Auditoria 2005 Cdigo de tica dos Auditores Internos Conceitos de empresas O QUE AUDITORIA INTERNA A Auditoria Interna uma atividade de avaliao independente e de assessoramento da administrao, voltada para o exame e avaliao da adequao, eficincia e eficcia dos sistemas de controle, bem como da qualidade do desempenho das reas em relao s atribuies e aos planos, metas, objetivos e polticas definidos para as mesmas. A ao da Auditoria Interna estende-se por todos os servios, programas, operaes e controles existentes na entidade. O posicionamento da Auditoria Interna na organizao deve ser suficientemente elevado para permitir-lhe o desempenho de suas responsabilidades com abrangncia e independncia. Em tese, o departamento de auditoria deve sempre estar vinculado ao nvel mais alto da organizao. A independncia da Auditoria Interna visa a que possa desincumbir-se das responsabilidades, atribuies e tarefas atribudas pelas normas, atos, decises e solicitaes dos Colegiados e autoridades integrantes da Diretoria da Entidade. A Auditoria Interna tem por misso bsica, assessorar a Administrao no desempenho de suas funes e responsabilidades, atravs do exame da:

adequao e eficcia dos controles; integridade e confiabilidade das informaes e registros; integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a observncia das polticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e regulamentos e da sua efetiva utilizao; eficincia, eficcia e economicidade do desempenho e da utilizao dos recursos; dos procedimentos e mtodos para salvaguarda dos ativos e a comprovao de sua existncia, assim como a exatido dos ativos e passivos; e compatibilidade das operaes e programas com os objetivos, planos e meios de execuo estabelecidos. Devem ser considerados os seguintes nveis de interveno da Auditoria Interna:

Auditoria de regularidade ou de Contas; Auditorias de Demonstraes Financeiras (ou contbil) e Tributria; Auditoria Operacional; Auditoria de Gesto; Auditoria de Informtica; Auditorias Especiais Pela sua importncia para os auditores com atuao no Setor Pblico, recomenda-se tomar conhecimento dos termos da Instruo Normativa n. 16, de 20.12.91, do Departamento do Tesouro Nacional, que define Conceitos, Diretrizes e estabelece as Normas de Auditoria do Sistema de Controle do Poder Executivo.

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Auditoria 2005 Glossrio: Economicidade: o grau em que uma organizao, programa, processo, projeto, operao, atividade, funo ou sistema minimiza o custo dos recursos humanos, financeiros e materiais, adquiridos ou utilizados, tendo em conta a quantidade e qualidade apropriada, ou seja, a prtica por parte da gerncia das virtudes de poupana e boa economia domstica (gastando menos). Eficincia: a relao entre os produtos, bens e servios produzidos ou outros resultados atingidos por uma unidade ou entidade econmica, tendo em conta a quantidade e qualidade apropriada, e os recursos utilizados para produzi-los ou atingi-los; menor custo, maior velocidade, melhor qualidade. Eficcia: o grau em que uma organizao, programa, processo, projeto, operao, atividade, funo ou sistema atinge os objetivos da poltica, as metas operativas estabelecidas e outros resultados e efeitos previstos. Fonte: Instituto dos Auditores Internos do Brasil, Organizao Bsica da Auditoria Interna, Biblioteca Tcnica de Auditoria Interna por Agostinho de Oliveira Mello

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A evidncia em auditoriaIntroduoOs aspectos mais importantes a abordar neste artigo esto relacionados com o processo de auditoria e a evidncia necessria a obter para que o auditor possa expressar uma opinio relativamente s demonstraes financeiras de uma empresa. O tema revela-se de extrema importncia dado que em auditoria bastante importante o suporte da opinio, surgindo assim, o conceito de evidncia de auditoria como a informao que sustenta os relatrios, concluses ou opinies do auditor ou da entidade competente para realizar a auditoria, e que se caracteriza pela idoneidade, relevncia e razoabilidade. O processo de auditoria uma das componentes do Modelo de Auditoria e constitui a chamada componente dinmica da auditoria, que abrange vrias fases estabelecendo uma relao entre a materialidade, risco e evidncias de auditoria. Esta temtica constitui a fora motriz da auditoria, numa sociedade em constante mutao devido ao processo de internacionalizao/globalizao que obriga cada vez mais a um desenvolvimento em todas as reas.

Evidncia - postulados bsicosExistem trs postulados bsicos que so pertinentes para a considerao da teoria de evidncia de auditoria. O primeiro fundamental, e declara a premissa essencial de que sem evidncia um auditor no tem nenhuma base para fazer um julgamento, formar uma opinio ou efectuar um relatrio. Depois da investigao o auditor s pode informar (reportar) que devido falta de verificao no possvel emitir nenhuma opinio ou efectuar um relatrio. Se o assunto da auditoria verificvel mas a evidncia j no existe ou no pode ser obtida, a consequncia pode ser semelhante: a opinio de auditoria ou um relatrio ser impossvel.

O segundo postulado relevante implica que existam critrios especficos que os auditores tm que estabelecer para decidir que evidncia deve ser obtida, por forma a preparar uma opinio ou relatrio para cumprir a funo de auditoria. Os auditores tm que levar a cabo tal investigao e tm que obter a evidncia que lhes permitir medir e comparar a conduta relevante, desempenho, realizao ou qualidade com padres que esto explcitos ou implcitos nos assuntos a decidir.Os padres reconhecidos devem, adequadamente, ser fixados a priori e ser do conhecimento dos auditores. Finalmente, o postulado que impe uma restrio evidncia a qual pode ser obtida onde o custo econmico e social de obteno excede o benefcio econmico e social. Este constrangimento exige aos auditores a considerao de fontes alternativas de evidncia que constituem, um factor importante no desenvolvimento e execuo de um plano de auditoria e, se necessrio, modific-lo como o resultado de experincia durante a sua execuo. Tambm requerido aos auditores a distino entre o que essencial e o que apenas interessante ou desejvel. Tal como o estabelecido nas Normas Tcnicas da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, nomeadamente, a Directriz Tcnica 510 que versa sobre a Prova de Reviso/Auditoria, os auditores/revisores devem organizar um processo contendo toda a documentao que suporte a emisso da sua opinio de uma forma adequada. Esta documentao, que constitui a prova de auditoria, resulta da realizao de testes de auditoria e de outros procedimentos alternativos e inclui, para alm das demonstraes financeiras sobre as quais recair a opinio da auditoria, e a evidncia das informaes, orais e escritas, obtidas de terceiros. A evidncia de auditoria dever ser obtida pelo auditor/revisor para cada uma das asseres subjacentes s vrias reas.

Evidncia competenteA finalidade central do processo de investigao de auditoria obter a evidncia competente. Se a evidncia disponvel estiver limitada, deficiente ou inadequada, a opinio dos auditores (ou o relatrio) vai ser por consequncia circunscrita, restringida ou qualificada em referncia s faltas. A qualidade da evidncia e sua extenso determinam as condies da opinio ou relatrio do auditor, de forma que uma das tarefas importantes para os auditores avaliar o significado, sentido e persuaso da evidncia para determinado assunto. O nvel de confiana que os auditores tm sobre um assunto particular dependente da avaliao da evidncia que est disponvel. A interaco e interdependncia entre evidncia e responsabilidade so os factores cruciais na determinao de ambos os programas de investigao e das condies do relatrio. Em regra geral, os auditores no certificam, no garantem e no esto procura de certezas. Os auditores no esto procura de evidncias para provar qualquer coisa: eles esto procura da evidncia suficiente que no s prove a base para a sua opinio ou relatrio, mas que tambm lhes d o nvel de confiana que satisfaz as necessidades e expectativas das pessoas que procuram o benefcio da auditoria.

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Planear, reunir e avaliar a evidnciaO processo de planear a investigao, reunir e avaliar a evidncia no caso de uma auditoria ocorrida periodicamente com termos de referncia consistentes, como a auditoria anual de contas de uma empresa, pode ser mais estruturado e o padro, se no o detalhe, mais unificado que em algumas outras auditorias. O processo, requer: a) identificar o objectivo da auditoria; b) planear a investigao e especificar a evidncia a ser obtida; c) executar a investigao e reunir a evidncia; d) avaliar a evidncia - pertinente, competente, suficiente, persuasiva; e) retirar concluses da evidncia - deduo racional, clculo, comparao; f) exercer o julgamento sobre a informao obtida; g) formular o relatrio de opinio. A investigao de auditoria dirigida para a evidncia pertinente. A evidncia que relevante, claro que ir depender do assunto e do objectivo da auditoria; as fontes e natureza da evidncia iro variar tal como o conhecimento profissional, apetncia e experincia exigida para a avaliar e usar. Segundo Marques de Almeida (1998) (...) a evidncia ser relevante quando obedece a determinados requisitos tais como: relevncia, uniformidade,representatividade e concordncia com osprincpios contabilsticos. Porm, os assuntos que surgem so de aplicabilidade geral, embora em variadas circunstncias alguns possam ser mais importantes que outros. Sendo o objectivo da auditoria expressar uma opinio ou testar uma informao contida numa demonstrao financeira, deve ser satisfeita em primeiro lugar a evidncia sobre a confiana dos dados na qual a declarao ou as contas foram preparadas. Como cumprimento da declarao ou contas, a evidncia necessria permite aos auditores formar uma opinio do seu contedo dependendo do padro para o qual tm que se ajustar. Como proposio geral pode dizer-se que existem poucas situaes nas quais os auditores fazem uma verificao exaustiva do assunto a ser auditado atravs de referncia para a evidncia. At mesmo se isso fosse possvel, os auditores no poderiam ser completamente confiantes, sem as reservas que os assuntos verificados tinham sido provados ou que todas as informaes pertinentes descobertas foram includas e verificadas. A prova de auditoria pode ser obtida atravs de vrios procedimentos: Inspeco examinar os documentos de suporte criados e detidos por terceiros; Observao presenciar a execuo de um processo ou procedimento; Indagao obter informao de pessoas internas ou externas empresa; Confirmao obter respostas corroborativas da informao contida nos registos contabilsticos; Clculo verificar a exactido aritmtica dos documentos de suporte; e Procedimentos analticos analisar e comparar rcios e as tendncias mais significativas.

Risco de auditoriaSo poucas as situaes nas quais os auditores precisam de fazer uma verificao total para obter a informao e confiana suficiente de forma a expressar uma opinio de auditoria ou fazer um relatrio que cumpra os objectivos da auditoria. O teste do custo-benefcio impede os auditores de continuar a verificao alm da fase qual eles tm bastante informao e confiana para proceder a uma opinio ou relatrio. Os auditores nunca podem estar totalmente certos da informao na qual a sua opinio ou relatrio baseada. Os auditores tm sempre que expressar uma opinio em qualquer situao de incerteza relativa. Existe sempre um risco residual devido aos constrangimentos de tempo, custo ou praticabilidade, e evidncia no obtida que, se estivesse disponvel, teria feito alguma diferena no que respeita opinio ou relatrio do auditor. O resultado traduz-se num julgamento sobre o risco residual aceitvel que aceitvel aos utilizadores e sobre a informao e confiana nas quais eles requerem o contexto do objectivo de auditoria. Nesta base, os auditores tm que decidir quanto e que evidncia deve ser procurada, enquanto tendo em mente a sinergia da evidncia de diversas fontes e a obrigao de minimizar o custo econmico e social. A investigao de auditoria e a compilao e avaliao da evidncia so, adequadamente, quase invariveis numa base selectiva. A natureza da amostra, o tamanho da amostra e a qualidade persuasiva do comprovativo da amostra so questes a decidir pelo auditor. Uma vez reconhecido que os auditores podem no estar totalmente certos e que os constrangimentos de tempo, custo e praticabilidade limitam a evidncia a obter, ento a opinio est baseada em julgamentos e probabilidades sobre os factos e circunstncias subjacentes. pois notria a importncia do risco em auditoria sendo que existe uma relao inversa entre o risco de auditoria e o montante de evidncia necessria para suportar a opinio do auditor. Como mencionado por Marques de Almeida (1998) (...) para um nvel baixo do risco de auditoria

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Auditoria 2005 necessariamente maior o montante das evidncias a obter (...). Existe uma relao entre materialidade, evidncias de auditoria e risco de auditoria. Supondo que o risco de auditoria constante, a evidncia necessria torna-se maior medida que o nvel de materialidade reduzido. Se a evidncia constante e aumentar o nvel de materialidade, diminui o risco. Por outro lado, para um nvel de materialidade constante, a evidncia aumenta quando diminui o risco de auditoria.

Avaliao da evidnciaOs auditores precisam de ter uma considervel capacidade de investigao para avaliar a evidncia de auditoria. A evidncia oral e observao pessoal constituem uma parte significativa da informao para o auditor e influenciam a confiana do seu julgamento. A evidncia oral, em particular, pode transmitir informao errada por causa de ignorncia, engano ou inteno para enganar por parte do informante; e a compreenso do auditor relativamente ao que observado ou transmitido pode estar em falta. As questes realizadas pelos auditores devem ser moldadas e as observaes projectadas para minimizar esses defeitos. Deve ser empreendido um julgamento sobre a honestidade e credibilidade do informante e tambm podem ser usados os resultados de perguntas colaterais e observaes para habilitar uma avaliao da qualidade persuasiva de tal evidncia. A evidncia escrita, obtida de documentos, da contabilidade e outros registos de transaes e eventos, declaraes peridicas de resultados ou desempenho, registos de decises, minutas formais, registos de controlo, memorandos e relatrios internos, tem a aparncia de maior objectividade e credibilidade, particularmente se iniciada externamente. Porm, a evidncia escrita pode ser fabricada, falsificada ou interferida inocentemente ou com inteno, sendo que os auditores devem exigir que as condies de autenticidade e confiana sejam satisfeitas. Isto requer um julgamento sobre a independncia, integridade e confiana da fonte, a eficcia do controle e a segurana das disposies.

Tipos de evidnciaA evidncia qualquer informao que corrobora ou refuta uma assero. Tudo aquilo que constitui uma evidncia suficiente e competente uma questo que surge repetidamente quando se planeia e desenvolve uma auditoria. Para ser competente a evidncia precisa de ser relevante e vlida; para ser relevante precisa de estar relacionada com o objectivo de auditoria a ser testado. Como referido na Directriz Tcnica 510 a credibilidade da prova de reviso/auditoria influenciada pela sua origem (interna ou externa) e pela sua natureza (oral, visual, documental), dependendo das circunstncias concretas. Os principais tipos de evidncia obtida no decurso da obteno das provas substantivas e das provas de cumprimento podem ser resumidas tal como se segue:

Evidncia fsicaTraduz-se na evidncia que os auditores podem realmente ver. A melhor evidncia da existncia de certos activos acontece quando o prprio auditor que os examina. A existncia de propriedade e equipamento tal como viaturas, edifcios, mquinas industriais, equipamento de escritrio, podem ser conclusivas aquando da realizao de um exame fsico. O exame fsico do auditor no fornece prova da propriedade dos activos. Em resumo, o exame fsico ou observao fornecem evidncia quanto existncia de certos activos, mas geralmente precisam de ser complementados por outros tipos de evidncia para determinar a propriedade, a avaliao apropriada e a condio desses activos. Para alguns tipos de activos, tal como dvidas a receber e activos intangveis, a sua prpria existncia no pode ser verificada pela evidncia fsica.

Evidncia documentalAs evidncias documentais incluem cheques, facturas, contratos e actas de reunies. A competncia de uma evidncia documental depende em parte do facto de a mesma ter sido criada dentro ou fora da empresa. Se o controlo interno for deficiente, os auditores no podem ter muita confiana na evidncia documental criada dentro da organizao e no revista por entidades externas. Os auditores podem obter uma variedade de informaes de terceiros tais como clientes, vendedores e instituies financeiras. Como suplemento, a evidncia pode ser obtida de especialistas em algumas auditorias. Estas informaes podem ser traduzidas em confirmaes, cartas de advogados e relatrios de especialistas.

Evidncia contabilsticaQuando os auditores tentam verificar uma quantia nas declaraes financeiras procurando-a atravs dos registos contabilsticos eles levaro a cabo este processo atravs do Livro do Razo e dos Dirios, comparando os itens para a base documental da evidncia, como um cheque pago, factura ou outras fontes documentais.

Evidncia de comparaes e rciosA inter-relao dos dados envolve a comparao das relaes entre dados financeiros e no financeiros.

Evidncia de clculos e provas globaisOutro tipo de evidncia consiste nos resultados da computao feitos independentemente pelos auditores de forma a provar a preciso aritmtica das anlises e registos. Como refere Marques de Almeida (2000) aps a

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Auditoria 2005anlise do controle interno e do risco e depois de definidos os nveis de materialidade inerente ao processo de auditoria, o auditor vai obter as evidncias imediatas atravs dos documentos previsionais e as evidncias corroborativas pelas provas de auditoria. Assim, entre a materialidade e a evidncia em auditoria existe uma relao inversamente proporcional, isto , um nvel baixo de materialidade implica a obteno de maiores evidncias. Logo em ttulo de resumo a materialidade utilizada para avaliar a evidncia em auditoria.

ConclusoO tema analisado neste trabalho foca a importncia do conceito de evidncia suficiente e competente e a forma como esta documentada nos papis de trabalho de auditoria. A evidncia fundamental para o auditor apoiar a sua opinio. de facto relevante a tomada de conscincia de que a evidncia tanto mais vlida quando obtida de fontes independentes exteriores empresa, gerada atravs de um sistema contabilstico com um controlo interno eficaz, ou, ainda, nas situaes em que obtida directamente pelos auditores. Na opinio de Carvalho (1997) o facto de as confirmaes serem de origem externa e obtidas por escrito directamente pelo auditor, transformam-nas numa prova de auditoria da mxima credibilidade, razo pela qual os auditores insistem na sua obteno. O auditor responsvel pela determinao da evidncia necessria para apoiar devidamente a sua opinio e julgamento profissional. Em suma, a evidncia , de facto, uma componente vital no processo de auditoria centrada na componente dinmica da mesma e que deve cada vez mais dominar a rea da auditoria. Com o crescente progresso necessrio a tomada de conscincia para a mudana constante, e para todas as situaes que da advm. Esta temtica da evidncia em auditoria no excepo regra, e por si s constitui um marco a explorar na auditoria, com vista a uma opinio mais credvel do relatrio ou parecer do auditor.Bibliografia Carvalho, Carlos Fonto, (1997), Suporte da opinio de auditoria, Semanrio Econmico, Maro. Costa, Carlos Baptista, (2000), Auditoria Financeira teoria e prtica, 7 edio, Editora Reis dos Livros, Lisboa. Directriz Tcnica 510 Prova de Reviso/Auditoria, (1998), OROC. Directriz de Reviso/Auditoria 320 Materialidade de Reviso/Auditoria, (1999), OROC. Fonseca, Antnio Pina, (1999), O Princpio da continuidade e o auditor, Semanrio Econmico, Maro. Marques de Almeida, Jos Joaquim, (2000), Auditoria Previsional e Estratgica, Vislis Editores, Lisboa. Marques de Almeida, Jos Joaquim, (1998), Auditoria: uma abordagem actual, Jornal do Tcnico de Contas e da Empresa, n 392, Maio. Pany, Kurt e Whittington, O. Ray, Auditing, 2 edio, Irwin. MARIA DA CONCEIO DOS SANTOS CONTREIRAS SALEMA ALEIXO DUARTEDocente da Escola Superior de Cincias Empresariais (ESCE) do Instituto Politcnico de Setbal (IPS)

PAULA ALEXANDRA GODINHO PIRES HELIODORO VALRIODocente da Escola Superior de Cincias Empresariais (ESCE) do Instituto Politcnico de Setbal (IPS)

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Auditoria 2005

A materialidade em auditoriaCARLOS ALBERTO DA SILVA E CUNHAROC n. 685

Um auditor deve planear e executar a auditoria para ter uma expectativa razovel de deteco de erros ou omisses materiais.Conceito de materialidade e sua aplicao em auditoriaA materialidade refere-se magnitude ou natureza de uma omisso ou erro na informao financeira quer individualmente, quer em termos de agregado que, nas circunstncias, torna provvel que, como consequncia, o julgamento de uma pessoa confiando na informao seria influenciado, ou a sua deciso afectada. Um auditor deve planear e executar a auditoria para ter uma expectativa razovel de deteco de erros ou omisses materiais. A definio do que material um tema de julgamento profissional do auditor acerca das necessidades de uma pessoa razovel confiando na informao financeira. Este julgamento envolve uma definio tanto do valor (quantidade) e natureza (qualidade) dos erros. A definio dos nveis de materialidade ser influenciada pela globalidade das demonstraes financeiras, bem como por aspectos relacionados com os elementos individuais das contas do balano, demonstraes de resultados, anexo s contas e requisitos legais e regulamentares. Em concordncia, quando o auditor considera a materialidade a um nvel global deve tambm assumi-la em relao s contas individuais do balano e dos resultados. Desta definio, resultam diferentes nveis de materialidade a serem utilizados durante a auditoria, dependendo da matria a ser auditada. O auditor rev tanto os montantes como a natureza dos erros que se apresentam ao seu conhecimento. Uma vez que a natureza dum erro pode dar origem a outras preocupaes, o auditor deve estar alertado para erros de valores relativamente pequenos que podem ter um efeito material na informao financeira. Por exemplo, o pagamento ilegal dum valor, de outra forma imaterial, poderia ser material se houvesse uma possibilidade razovel de levar a um passivo contingente material, a uma perda material de activos ou a uma perda material de receitas. Outro exemplo de um erro qualitativo poderia ser a descrio inadequada ou imprpria duma poltica contabilstica que poderia ser material se fosse provvel que o utente da informao financeira fosse confundido por aquela descrio. A materialidade deve ser apreciada pelo auditor quando: - determinar a natureza, a oportunidade e a extenso dos procedimentos de auditoria, e - avaliar o efeito dos erros quanto ao seu montante e classificao das contas na apresentao da informao financeira. Os pontos significativos que emergem dos pontos anteriores so: a) A materialidade determinada pelo efeito da informao financeira nos utentes. O termo limite de materialidade usado para descrever o ponto a partir do qual um item de informao se torna material para o juzo ou decises de uma pessoa razovel. b) Apesar do considervel esforo de pesquisa temos pouco conhecimento de quem so os utentes da informao contabilstica e de como que esta utilizada na tomada de decises. Um dos objectivos de uma auditoria que o auditor examine as contas no papel de uma pessoa razovel e use o seu julgamento profissional para decidir o que material. Neste sentido, os critrios de materialidade so parte de um juzo global em relao verdade e justia. c) Os critrios de materialidade so tanto quantitativos como qualitativos. Tal como ser explicado, o aspecto qualitativo da materialidade que mais difcil. d) Os julgamentos sobre materialidade devem ser feitos tanto ao nvel do planeamento como ao nvel da avaliao final do processo de auditoria. A auditoria deve ser planeada de forma a fornecer uma expectativa razovel de identificar erros materiais. Na prtica quase impossvel planear uma auditoria de modo a ter uma expectativa razovel de identificar todos os erros que so qualitativamente materiais. A conduta mais seguida em planeamento baseada na deteco de erros que so quantitativamente materiais. Contudo, os auditores devem usar a sua experincia na identificao de reas onde podem existir erros qualitativamente materiais e estar atento para qualquer evidncia que possa indicar a presena de tais erros. Exemplos de situaes onde devem ser feitos julgamentos de materialidade: 1. Ser que um item deve ser estudado separadamente? 2. Ser que o mtodo contabilstico adoptado deve ser analisado? 3. Ser que o facto e o efeito financeiro de uma alterao no mtodo de contabilidade devem ser avaliados? 4. Ser que o facto e o efeito financeiro de um desvio a uma norma contabilstica devem ser avaliados? 5. Ser que um erro nas contas deve ser corrigido? As consideraes qualitativas so importantes em situaes como as seguintes: a) Relato sobre polticas contabilsticas ou dos passivos contingentes referidos no anexo s contas; b) Transaces de partes relacionadas; c) Determinao de estimativas efectuadas, tal como previses para perdas ou diminuies no valor dos activos.

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Auditoria 2005Em alguns casos, as consideraes sobre materialidade so determinadas por regulamentos internos. Quando o auditor tem que dar uma opinio em relao materialidade, importante ter em considerao o conceito subjacente de materialidade. Tal como foi explicado, em contabilidade, a materialidade tem a ver com a tomada de deciso. Quando planear com respeito ao alcance duma expectativa razovel de deteco de erros que so quantitativamente materiais, necessrio colocar algum valor quantificvel nos nveis de materialidade. Contudo, o auditor deve ser cuidadoso e no confundir a medida de trabalho de materialidade com o prprio conceito. A materialidade no , por exemplo, 5% do proveito, mas o efeito dum erro baseado na informao apresentada nas contas.

A materialidade no planeamento de auditoriaOs auditores desenvolveram um nmero de regras para lidarem com a materialidade na fase de planeamento de modo a satisfazer a expectativa razovel de que todos os erros materiais sejam detectados. A nfase nesta fase na materialidade quantitativa. Desde que os erros no sejam conhecidos, o seu efeito qualitativo no pode ser determinado. Em primeiro lugar, determina-se a medida quantitativa de materialidade (materialidade global) em relao s demonstraes financeiras. Isto alcanado pela aplicao duma percentagem sobre uma base especificada. As bases e os limites de materialidade expressos como uma percentagem daquela base so comumente usados como se segue: Base Proveitos totais Margem bruta Lucro antes de impostos Activo total Capital prprio Limite de materialidade 0,5% 2% 5% 0,5% 1%

A base mais usual a do lucro. No entanto, se o lucro de uma empresa de 100.000 u.m., ento o limite de materialidade seria definido em 5.000 u.m.. Contudo, o nvel de lucro varia consideravelmente de ano para ano, relativamente difcil a sua determinao na fase de planeamento de auditoria e sujeito a ajustamentos, eventualmente, considerveis. Assim, a maioria dos auditores usa a mdia do lucro ao longo dos ltimos anos, ou os proveitos totais ou a margem bruta. O problema com o proveito total e margem bruta que eles variam consideravelmente entre indstrias e no fornecem uma base consistente para julgamentos sobre materialidade entre auditorias. O activo e o capital prprio s so usados quando o item em questo no afecta o lucro, tal como um juzo sobre um elemento isolado ou sobre um mtodo contabilstico utilizado em relao a um dado elemento em concreto.

A Materialidade na avaliao de auditoria medida que a auditoria vai progredindo o auditor necessita de rever o nvel dos testes de materialidade. Podem ser necessrias alteraes devido a: a) Alteraes nas contas do balano ou dos resultados provocam alterao no nvel de materialidade. Isto pode surgir quando o clculo de materialidade foi baseado em contas provisrias ou estimativas preliminares, quando alguns componentes da auditoria, tal como stocks foram estimados, priori, para o fim do ano, ou quando so descobertos erros materiais. b) Alteraes nos riscos inerentes ou de controlo surgidas durante o curso da auditoria devido a factores externos. c) Alteraes nos riscos inerente ou de controlo como efeito da avaliao dos erros descobertos. Quando o auditor descobre erros materiais, a administrao dever ser consultada e questionada para corrigir as contas com o objectivo de estas apresentarem uma situao adequada e verdadeira. Quando o erro projectado em qualquer conta particular excede o erro tolervel, o auditor deve realizar mais testes para confirmar as suas descobertas e justificar a necessidade de as contas serem corrigidas. Um erro projectado resulta de a taxa de erro descoberta numa amostra ser projectada para toda a populao para se fazer uma estimativa dos possveis erros na populao. Todos os erros descobertos no curso da auditoria que no so, individualmente, materiais devero ser agregados medida que a auditoria for progredindo. A isto sero acrescentados os erros projectados onde os componentes de auditoria tenham sido testados por amostragem. O auditor dever, ento, rever o efeito dos erros descobertos e projectados que ainda no tenham sido corrigidos pelo cliente e considerar a necessidade de abordar a administrao. Uma regra comumente utilizada nesta avaliao a seguinte: a) Erros acumulados inferiores a 5% do lucro antes de imposto - pedir administrao para corrigir as contas, mas no devendo tomar-se outra atitude; b) Erros acumulados superiores a 10% do lucro antes de imposto - pedir administrao para corrigir as contas e emitir uma opinio qualificada, caso aquela correco no seja efectuada; c) Erros acumulados ente 5 e 10% do lucro antes de imposto - pedir administrao para corrigir as contas. Se isto no fr feito, ento deve considerar o aspecto qualitativo dos erros na sua opinio caso as contas no apresentem uma viso adequada e verdadeira da situao da empresa.

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A Materialidade dos erros nas estimativas de contabilidadeA contabilidade estima os valores includos nas contas que dependam do critrio da administrao. So exemplos disso: as provises para cobranas duvidosas, stocks obsoletos, depreciao de activos, contingncias e proveitos relativos a contratos de longo prazo. Ao verificar tais estimativas, o auditor pode obter evidncia em relao a factores objectivos em que as estimativas se baseiam e nos controlos em torno do processo de elaborao de tais estimativas. Quando considera a materialidade de possveis erros nas estimativas, o auditor considera, antes de mais nada, cada estimativa individualmente e s depois faz a apreciao global das estimativas para verificar o possvel desequilbrio de todas elas no seu conjunto. Se o auditor, baseado em evidncia disponvel, considera as estimativas do cliente pouco razoveis o problema reside em saber qual ser o erro: - a diferena entre os valores registados e a melhor estimativa do valor feita pelo auditor; ou - a diferena entre o valor registado e o valor mais prximo a partir do qual o auditor aceitaria a estimativa como razovel. Existe uma norma internacional de reviso/auditoria (NIR 540) sobre esta matria, a qual sugere que para determinar quais as estimativas erradas e para agregar os erros da resultantes segue o segundo critrio. Apesar de tudo, mesmo quando cada estimativa razovel, se o registo do valor das estimativas tomadas como um todo for diferente da melhor estimativa feita pelo auditor, baseada em evidncia credvel, e da resulte aumento de lucro, aquela norma sugere que o auditor reconsidere as estimativas como um todo ( 27 da NIR 540). BibliografiaAdams, Roger. 1990. Auditing. The Chartered Association of Certified Accountants-Longman Group UK Ltd, London. Cosserat, Graham W.P..1992. Auditing and Investigations. The Chartered Association of Certified Accountants-Longman Group UK Ltd, London. Cunha, Carlos Alberto da Silva. 1997. Informao financeira com qualidade requer dos profissionais a aplicao dos princpios contabilsticos geralmente aceites. Boletim da Cmara dos Revisores Oficiais de Contas, n12, Julho/Setembro. Cunha, Carlos Alberto da Silva. 1998. A Materialidade em Auditoria. Boletim APECA. Maio. International Federation of Accounting Committee (IFAC). NIR 320 Materialidade de Reviso/Auditoria (Traduo da OROC).

International Federation of Accounting Committee (IFAC). NIR 540 Reviso/Auditoria de Estimativas Contabilsticas (Traduo da OROC).

Quando o auditor descobre erros materiais, a administrao dever ser consultada e questionada para corrigir as contas com o objectivo de estas apresentarem uma situao adequada e verdadeira.

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Auditoria 2005 Auditoria em Portugal Evoluo Histrica Dec-Lei 49381 15 Nov 1969 Dec-Lei n1/72 3 Jan Dec-Lei 519 L2/79 de 29 de Dez Dec-Lei 422-A/93 30 Dez Dec-Lei 487/99 de 16 Nov (criao da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas) HISTORIAL do Regime Jurdico Em 3 de Janeiro de 1972 foi publicado o Decreto-Lei n 1/72 que constituiu o primeiro marco para o estatuto da profisso de Revisor Oficial de Contas. A Cmara dos Revisores Oficiais de Contas foi criada em 1974 pela publicao da Portaria n 83/74 de 6 de Fevereiro, ficando na dependncia tutelar do Ministrio da Justia. Em 1 de Maro de 1974 realizou-se a Assembleia Geral que elegeu os primeiros rgos sociais da Cmara. Iniciou-se ento um longo caminho de anlise e discusso do futuro da profisso e do estatuto de Revisor Oficial de Contas que veio a cimentar-se na publicao do respectivo estatuto jurdico pelo Decreto-lei n 519-L2/79, de 29 de Dezembro. O diploma legal regulava o estatuto especfico da actividade profissional do Revisor Oficial de Contas e sujeitava diversos tipos de sociedades reviso legal e certificao legal das contas. Entre 1979 e a publicao do Decreto-Lei n 422-A/93 de 30 de Dezembro, muitos foram os marcos importantes no historial da Cmara. Em 1983 foram publicados as Normas Tcnicas de Reviso Legal de Contas e em 1987 foi promulgado o Cdigo de tica e Deontologia Profissional. Em 1988 foi editado o Manual do ROC e mantida a sua actualizao regular e atempada. Foram emitidas Recomendaes e Interpretaes Tcnicas, tem sido realizada formao profissional contnua e foi implementado o controlo de qualidade. A aprovao do Cdigo de Valores Mobilirios criou a figura do auditor externo, reservada a Sociedades de Revisores Oficiais de Contas. Em 1993 com a publicao do Decreto-Lei n 422-A/93 de 30 de Dezembro, foi promulgado o novo Estatuto Jurdico que regula a profisso de Revisor Oficial de Contas e que concedeu Cmara o estatuto de associao pblica. Em 1994 foram aprovados em Assembleia Geral os Regulamentos Internos: Eleitoral, de Estgio, de Exame, Disciplinar e do Controlo de Qualidade. Um marco histrico relevante para a autonomia da profisso foi assinalado com a publicao do Decreto-Lei n. 487/99, de 16 de Novembro, instituindo um novo Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. Este diploma reformulou profundamente no direito interno as competncias dos revisores oficiais de contas como forma de responder s necessidades e interesses das entidades pblicas e privadas, face s apreciveis alteraes introduzidas na legislao comercial, fiscal e do mercado dos valores mobilirios, no que concerne s suas competncias exclusivas. De entre as principais modificaes introduzidas, cumpre destacar as seguintes: Alterao da designao para Ordem dos Revisores Oficiais de Contas;

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Auditoria 2005 Sujeio disciplina normativa e ao controlo da Ordem de todas as matrias de reviso legal das contas, auditoria s contas e servios relacionados, de empresas ou de outras entidades; Atribuio Ordem da disciplina normativa sobre tudo o que respeita inscrio; Atribuio Ordem da disciplina da actividade de consultoria exercida pelos seus membros nas matrias de exame de admisso Ordem; Atribuio ao Conselho Directivo de competncia expressa para aprovar directrizes de reviso/auditoria; Reformulao do regime jurdico das sociedades de revisores oficiais de contas, reconhecendo-lhes a possibilidade de adoptarem, mantendo-se a sua natureza civil, algum dos tipos previstos no Cdigo das Sociedades Comerciais, e delimitando-selhes o seu objecto; Admisso da existncia de scios no revisores em determinadas condies.

Foi, de um ponto vista de poltica legislativa, uma prova de confiana e credibilidade na profisso. Em consequncia da aprovao do Regime Jurdico da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas pelo Decreto-Lei 487/99, de 16 de Novembro, e pelas razes sumariamente indicadas anteriormente, procedeu-se reviso em conformidade com as novas disposies legais de vrios Regulamentos e Cdigos, que aps aprovao em Assembleia Geral Extraordinria foram amplamente divulgados pela Ordem como Separatas da Revista Revisores & Empresas. Salientam-se tais documentos: Regulamento Eleitoral dos rgos da Ordem (AGE de 10.02.2000) Regulamento de Inscrio e de Exame (AGE de 05.09.2002) Regulamento de Estgio (AGE de 16.11.2000) Regulamento Disciplinar (AGE de 7.12.2000) Regulamento do Controlo da Qualidade (AGE de 7.12.2000) Regulamento do Curso de Preparao para Revisores Oficiais de Contas (AGE de 05.09.2002) Cdigo de tica e Deontologia Profissional (AGE de 22.11.2001) Nunca se pode dizer que um trabalho est acabado, mas estamos em crer que a profisso tem hoje sua disposio um conjunto de instrumentos jurdicos que a habilitam a exercer com dignidade e independncia uma to nobre misso de interesse pblico.

OROC Ordem dos Revisores Oficiais de Contas Pessoa colectiva pblica, dotada de autonomia administrativa, financeira, Inovaes Submisso disciplina normativa e ao controlo da Ordem de todas as matrias de reviso ou de auditoria s contas determinadas por disposies legais, estatsticas ou contratuais. Exigibilidade de licenciatura como requisito de acesso profisso de Revisor Oficial de Contas. A alterao do acesso profisso que fica agora condicionada realizao com aproveitamento do exame seguido de estgio (o oposto do anterior regime).

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Auditoria 2005 A existncia da Ordem de membros honorrios, um paralelo com ROCs e membros estagirios Relativamente ao estatuto da Ordem so de referir os seguintes aspectos mais significativos: o De entre as atribuies destaca-se o exerccio de jurisdio sobretudo o que respeite actividade da reviso legal das contas, auditoria s contas e servios relacionados de empresas ou de outras entidades, de acordo com as normas tcnicas por si aprovadas ou reconhecidas

So rgos da OROC: Assembleia Geral Conselho Superior Bastonrio Conselho Directivo Conselho Disciplinar Conselho Fiscal Competncias dos ROCs no exerccio de funes de interesse pblico: Reviso Legal de Contas (quando tal decorra de disposio legal) Auditoria s contas (se decorrer de disposio estatutria ou contratual) Servios relacionados (servios conexos com os anteriores quando tenham finalidade e/ou mbito especfico ou limitado)

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE T-12 DA AUDITORIA INTERNA

12.1 CONCEITUAO E DISPOSIES GERAIS 12.1.1 Conceituao e Objetivos da Auditoria Interna 12.1.1.1 A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos tcnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequao e eficcia dos controles internos e das informaes fsicas, contbeis, financeiras e operacionais da Entidade. 12.1.1.2 A auditoria interna de competncia exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade, nesta norma denominado auditor interno. 12.1.2 Procedimentos da Auditoria Interna 12.1.2.1 Os procedimentos de auditoria interna so os exames, incluindo testes de observncia e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter provas suficientes para fundamentar suas concluses e recomendaes. 12.1.2.2 Os testes de observncia visam a obteno de uma razovel segurana de que os controles internos estabelecidos pela administrao esto em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionrios da Entidade. 12.1.2.3 Os testes substantivos visam obteno de evidncia quanto suficincia, exatido e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informaes da Entidade. 12.1.2.4 As informaes que fundamentam os resultados da auditoria interna so denominadas de evidncias, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e teis, de modo a fornecerem base slida para as concluses e recomendaes. 12.1.3 Papis de Trabalho 12.1.3.1 Os papis de trabalho so o conjunto de documentos e apontamentos com informaes e provas coligidas pelo auditor interno que consubstanciam o trabalho executado. 12.1.4 Fraude e Erro 12.1.4.1 O termo fraude aplica-se a atos voluntrios de omisso e manipulao de transaes e operaes, adulterao de documentos, registros, relatrios e demonstraes contbeis, tanto em termos fsicos quanto monetrios. 12.1.4.2 O termo erro aplica-se a atos involuntrios de omisso, desateno, desconhecimento ou m interpretao de fatos na elaborao de registros e demonstraes contbeis, bem como de transaes e operaes da Entidade, tanto em termos fsicos quanto monetrios. 12.1.4.3 O auditor interno deve assessorar a administrao no trabalho de preveno de erros e fraudes, obrigando-se a inform-la, de maneira reservada, sobre quaisquer indcios ou confirmaes de erros ou fraudes detectados no decorrer de seu trabalho. 12.2 NORMAS DE EXECUO DOS TRABALHOS 12.2.1 Planejamento da Auditoria Interna 12.2.1.1. O planejamento do trabalho de auditoria interna compreende os exames preliminares da Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de acordo com as diretivas estabelecidas pela administrao. http://gestor.no.sapo.pt 22/74

Auditoria 2005 12.2.1.2 O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execuo dos trabalhos, especialmente os seguintes: a) o conhecimento detalhado dos sistemas contbil e de controles internos da Entidade e seu grau de confiabilidade; b) a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados; c) a existncia de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no mbito dos exames da auditoria interna; d) o uso do trabalho de especialistas e outros auditores; e) os ciclos operacionais da Entidade relacionados com volume de transaes e operaes; f) o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como suporte para a anlise eficaz dos procedimentos e sistemas de Contabilidade de Custos que esto sendo aplicados para acompanhar e controlar o uso e o consumo de recursos, visando verificar a existncia de desvios em relao s rotinas preestabelecidas; g) o conhecimento da execuo oramentria, tanto operacional como de investimentos, no sentido de verificar a exatido de apropriao dos valores, se os desvios esto sendo controlados e se as conseqentes aes corretivas esto sendo aplicadas. 12.2.1.3 O auditor interno deve documentar seu planejamento e preparar, por escrito, o programa de trabalho, deta-lhando o que for necessrio compreenso dos procedimentos que sero aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extenso. 12.2.1.4 Os programas de trabalho, estruturados de forma a servir como guia e meio de controle, devem ser revisados e/ou atualizados quando necessrio. 12.2.2 Aplicao dos Procedimentos de Auditoria Interna 12.2.2.1 O auditor interno deve obter, analisar, interpretar e documentar as informaes fsicas, contbeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos resultados de seu trabalho. 12.2.2.2 O processo de avaliao das informaes contbeis compreende: a) a obteno de informaes sobre todos os assuntos relacionados com os objetivos e alcance da auditoria interna. As informaes devem ser suficientes, adequadas, relevantes e teis no fornecimento de evidncias s concluses e recomendaes da auditoria interna: 1. a informao suficiente factual e convincente, de tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entend-la da mesma forma que o auditor interno; 2. a informao adequada aquela que, sendo confivel, propicia a melhor evidncia alcanvel atravs do uso apropriado das tcnicas de auditoria interna; 3. a informao relevante a que d suporte s concluses e recomendaes da auditoria interna; 4. a informao til a que auxilia a Entidade a atingir suas metas. b) a aplicao dos procedimentos de auditoria interna, incluindo os testes e tcnicas de amostragem, e, onde praticvel, deve ser definida antecipadamente e ampliada ou alterada se as circunstncias assim o exigirem. 12.2.2.3 O processo deve ser supervisionado para alcanar razovel segurana de que o objetivo do trabalho da auditoria interna est sendo atingido. 12.2.2.4 O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para assegurar-se que todas as contingncias ativas e passivas relevantes, decorrentes de processos judiciais, http://gestor.no.sapo.pt 23/74

Auditoria 2005 reivindicaes e reclamaes, bem como de lanamentos de tributos e contribuies em disputa, foram identificadas e so do conhecimento da administrao da Entidade. 12.2.2.5 O auditor interno deve examinar a observncia das legislaes tributria, trabalhista e societria, bem como o cumprimento de normas reguladoras a que estiver sujeita a Entidade. 12.2.3 Documentao da Auditoria Interna 12.2.3.1 O auditor interno deve documentar, atravs de papis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a auditoria interna executada de acordo com as normas aplicveis. 12.2.3.2 Os papis de trabalho devem ter abrangncia e grau de detalhe suficientes para propiciarem a compreenso do planejamento, da natureza, da oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria interna aplicados, bem como do julgamento exercido e do suporte das concluses alcanadas. 12.2.3.3 Os papis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemtica e racional. 12.2.3.4 Ao se utilizar de anlises, demonstraes ou quaisquer outros documentos, o auditor interno deve certificar-se de sua exatido, sempre que integr-los aos seus papis de trabalho. 12.2.4 Amostragem Estatstica 12.2.4.1 Ao determinar a extenso de um teste de auditoria interna ou mtodo de seleo dos itens a serem testados, o auditor interno pode empregar tcnicas de amostragem estatstica. 12.2.5 Processamento Eletrnico de Dados PED 12.2.5.1 O auditor interno deve dispor de conhecimento suficiente dos recursos de PED e dos sistemas de processamento da Entidade, a fim de avali-los e planejar adequadamente seu trabalho. 12.2.5.2 O uso de tcnicas de auditoria interna que demande o emprego de recursos de PED, requer que o auditor interno as domine completamente, de forma a implementar os prprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas. 12.3 NORMAS RELATIVAS AO RELATRIO DO AUDITOR INTERNO 12.3.1 O relatrio o instrumento tcnico pelo qual o auditor interno comunica os trabalhos realizados, suas concluses, recomendaes e as providncias a serem tomadas pela administrao. 12.3.2 O relatrio deve ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados. 12.3.3 O relatrio do auditor interno confidencial e deve ser apresentado ao superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado. 12.3.4 O auditor interno deve, no seu relatrio, destacar, quando for o caso, as reas no examinadas, informando os motivos pelos quais no as contemplou.(1) Publicada no DOU de 10-04-95

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Auditoria 2005

SAS Quadra 05 Lote 03 Bloco "J", Edifcio CFC Cep: 70.070-000 - Braslia-DF - Telefone: (061)314-9600

Conselho Federal de Contabilidade

CDIGO DE TICA DOS AUDITORES INTERNOSOs auditores so responsveis no s perante a administrao da organizao a que prestam servios, mas tambm perante muitos usurios das atividades dessa organizao. Esses usurios manifestam sua f no auditor, individualmente, assim como na profisso de auditor. Suas atitudes devem conduzir-se de modo a justificar essa confiana.

Algumas diferenas entre Auditor Interno e Externo:

AUDITOR INTERNO empregado da empresa auditada, possui menor grau de independncia, executa auditoria contbil, operacional, de gesto, de qualidade, de processos, de produtos e outros. Os principais objetivos so: -verificar a existncia, a suficincia e a aplicao dos controles internos, bem como contribuir para o seu aprimoramento; -verificar se as normas internas esto sendo seguidas; -verificar a necessidade de melhoramento das normas internas vigentes; -avaliar a necessidade de novas normas internas; Seu trabalho apresenta como caracterstica um maior volume de testes em funo da maior disponibilidade de tempo na empresa para executar os servios de auditoria. AUDITOR EXTERNO no tem vnculo empregatcio com a empresa auditada, possui maior grau de independncia, executa apenas auditoria contbil. Seu trabalho tem como principal objetivo emitir um parecer ou opinio sobre as demonstraes contbeis, no sentido de verificar se estas refletem adequadamente a posio patrimonial ou financeira, o resultado das operaes e as origens e aplicaes de recursos da empresa examinada. Tambm, se essas demonstraes foram elaboradas de acordo com os princpios contbeis e se esses princpios foram aplicados com uniformidade em relao ao exerccio anterior. Seu trabalho apresenta como caracterstica um menor volume de testes, j que o auditor externo est interessado em erros que individualmente ou cumulativamente possam possam alterar de maneira substancial as informaes das demonstraes contbeis. Bibliografia: Auditoria. Almeida, Marcelo Cavalcanti 2. Alguns comentrios sobre o parecer da auditoria externa: A auditoria em em Banco uma atividade bastante diversificada, porm a contratao de um http://gestor.no.sapo.pt 25/74

Auditoria 2005 auditor externo, entre outras, a obrigao legal. Como vimos, o AUDITOR EXTERNO ocupa-se da execuo da AUDITORIA CONTBIL, portanto seus testes estaro aplicados rea e devero possibilitar manifestao como, por exemplo, no modelo de parecer a seguir, recomendado pelo ento Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, hoje IBRACON, com base na Resoluo 321/72, 14.04.72 do CFC - Conselho Federal de Contabilidade: "PARECER DOS AUDITORES" Destinatrio Data: Examinamos o balano patrimonial, anexo, da Empresa X, levantado em .... e a respectiva demonstrao do resultado econmico do exerccio findo naquela data. Nosso exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas e, conseqentemente, incluiu as provas nos registros contbeis e outros procedimentos de auditoria que julgamos necessrios nas circunstncias. Em nossa opinio, o balano patrimonial e a demonstrao do resultado econmico acima referidos representam, adequadamente, a posio patrimonial e financeira da empresa X, em ....... e o resultado de suas operaes correspondentes ao exerccio findo naquela data, de acordo com os princpios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados com uniformidade em relao ao exerccio anterior (assinatura e n. de registro do auditor) As Normas e Procedimentos de Auditoria do ento IAIB especificam: "qualquer omisso nas recomendaes mnimas referentes ao contedo do parecer deve ser considerada como forma de ressalva". dispem ainda sobre as situaes em que este modelo de parecer dos auditores dever ser modificado para contemplar restries do auditor, mencionadas como: -Parecer com Ressalva; -Parecer Adverso; -Parecer com Negativa de Opinio; -Parecer Parcial; -Demonstraes no Auditadas; -Demonstraes Comparativas; -Parecer de Demonstraes Contbis de Empresa no Auditada no Perodo Anterior. Posteriormente divulgao deste modelo, os auditores independentes adaptaram-no s expresses consagradas na Lei 6.404/76, sobre as Sociedades por Aes, no que tange a: - substituir a expresso "Demonstrao do Resultado Econmico" por Demonstrao do Resultado"; - incorporar a "Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos ao campo de abrangncia do exame e da opinio do auditor independente; http://gestor.no.sapo.pt 26/74

Auditoria 2005 - incorporar, a critrio de cada auditor independente ou de cada empresa de auditoria, a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido ao campo de abrangncia acima citado. Relaciono algumas rubricas contbeis passveis de aplicao de testes de auditoria como sugesto para composio de "case": -Proviso para perdas em investimentos; -depsitos de pessoas fsicas; -caixa; -financiamentos rurais, aplicaes livres; -imveis de uso; -impostos e contribuies a recolher; -reserva Legal; -rendas de emprstimos -rendas antecipadas; -depsitos em poupana; -participaes em coligadas e controladas; -rendas a apropriar de emprstimos; -prejuzos na alienao de investimentos; -proviso para crditos de liquidao duvidosa. Agostinho de Oliveira Mello

Conceitos de EmpresasO que auditoria - Definio da empresa RG Consultores e Auditores. O que auditoria interna - Definio da empresa RG Consultores e Auditores. O que auditoria externa - Definio da empresa RG Consultores e Auditores. Comparao entre auditoria interna e externa - Pgina de divulgao da empresa com definies bem esclarecedoras da funo da auditoria, independncia, etc. -Methodus Assessoria, Consultoria e Informtica Auditoria de Sistemas - Pgina de divulgao da empresa com definies bem esclarecedoras da funo da auditoria de sistemas, etc. - Methodus - Assessoria, Consultoria e Informtica

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AUDITORIA INTERNA - Funo e Processo(1)ISABEL MARTINS Equip. a Assitente do 1 Trinio da ESTV GEORGINA MORAIS Assistente no ISCA - Coimbra A Auditoria Interna um tema que sempre nos aliciou e, por motivos acadmicos e profissionais, sentimos a necessidade de investigar. Por outro lado, pretendemos sensibilizar outros profissionais para este ramo de Auditoria, ainda pouco divulgada entre ns.

Este trabalho no pretende esgotar o tema, mas, to-somente, chamar a ateno para a crescente importncia da Auditoria Interna, motivada pela presso do dia a dia de quem tem de cumprir objectivos em diversas reas. Nesta perspectiva, o posicionamento da Auditoria Interna, numa viso actual do seu funcionamento, centra a sua ateno, no na Auditoria aos rgos da empresa, mas s actividades que esta exerce. Nos Estados Unidos, os primeiros auditores internos apareceram h mais de cinquenta anos. No entanto, a existncia reconhecida de Auditoria Interna tem apenas cerca de vinte. Na Europa, depois do Reino Unido, a Alemanha quem pratica Auditoria Interna h mais tempo. Em Portugal, a Auditoria Interna muito recente. As empresas portuguesas s nos ltimos anos tm vindo a acompanhar as inovaes operadas neste mbito, adoptando-as e ajustandoas consoante as suas possibilidades e o entendimento da funo pelas suas Administraes. O crescimento constante das empresas, quer em tamanho quer em diversificao da sua actividade econmica, dificulta o controlo da sua actividade a um grupo limitado de pessoas. Os auditores internos podem estar numa situao nica para ajudar as suas empresas a eliminar desperdcios, simplificar tarefas e reduzir custos. Para alm dos tradicionais objectivos empresariais de optimizao de lucros e de resposta s necessidades dos mercados em que se inserem, num mundo em constante mutao, as empresas deparam-se com novas situaes, que conduzem a uma forte motivao, relativamente a preocupaes com a eficcia e eficincia dos recursos. Actualmente, a Auditoria Interna constitui uma funo de apoio gesto. A Auditoria Interna, alm de importante, tornou-se imprescindvel no mundo empresarial actual. A Auditoria Interna fornece anlises, apreciaes, recomendaes, sugestes e informaes, relativas s actividades examinadas, incluindo a promoo do controlo eficaz a custo razovel. O auditor interno deve revelar as fraquezas, determinar as causas, avaliar as consequncias e encontrar uma soluo de modo a convencer os responsveis a agir. Em suma, sem pretender compilar um manual acerca de Auditoria Interna, este trabalho visa demonstrar que o auditor interno no um "polcia", mas um profissional que pretende responder s expectativas da Administrao sobre os maiores riscos da empresa: observando, aconselhando e esclarecendo os responsveis envolvidos, persuadindo-os a implantar as http://gestor.no.sapo.pt 28/74

Auditoria 2005 aces correctivas necessrias. Alm disso, que a Auditoria Interna uma funo de apoio gesto, baseada num processo sistemtico, utilizando as tcnicas de Auditoria apropriadas. O trabalho desdobra-se em quatro captulos. Os captulos um e dois pretendem evidenciar o enquadramento e a funo de Auditoria Interna. Os captulos trs e quatro pretendem abordar a Auditoria Interna numa vertente mais prtica. O primeiro captulo faz uma abordagem terica ao enquadramento da Auditoria Interna, comeando por definir Auditoria, enumerando os tipos, enquadrando-a na classificao. Abordamos, dada a sua importncia para a Auditoria, o controlo interno: factores que o influenciam, tipos de controlo, mtodos, relao com a Auditoria, avaliao e relatrio. Destacamos que o objectivo da avaliao do controlo interno diferente para os Auditores Internos e Externos. Comparamos a Auditoria Interna da Externa. Destacando os pontos de contacto, de afastamento e a colaborao necessria entre os auditores internos e externos. Tambm apresentamos um quadro resumo com as principais diferenas entre o auditor interno e externo. Este captulo no poderia terminar sem evidenciar e dar relevo s normas de Auditoria Interna, enumerando-as minuciosamente. O segundo captulo aborda a funo e organizao de Auditoria Interna. Aps o enquadramento da Auditoria Interna, este captulo revela a funo, comeando com uma breve evoluo histrica, definindo a funo, dando relevo sua funo de apoio Direco e de vigilncia do sistema de controlo. Abordamos a necessidade de criao de um Departamento de Auditoria Interna, critrios de oportunidade, dando relevncia anlise do custo/benefcio, e factores a ter em conta na organizao de um servio de Auditoria Interna. Apresentamos o posicionamento ideal no organigrama da empresa, articulao com os diferentes nveis de gesto e a estrutura do departamento. O terceiro captulo destaca o processo de Auditoria Interna subdividido por nove fases distintas, com as respectivas tarefas e risco associado (factores e medio do risco), dando particular nfase s duas ltimas fases, uma vez que distinguem o processo de Auditoria Interna do processo de Auditoria Externa. A oitava fase, o "follow-up", foi muito pormenorizada, em virtude de ter de ser, como qualquer aco, atempada e oportuna. De igual modo, a importncia da avaliao s tem razo de ser se conseguir acrescentar valor gesto da empresa e melhorar a qualidade de futuras Auditorias. No quarto e ltimo captulo abordamos a Auditoria Interna por cinco reas operacionais de uma mdia empresa, de acordo com o seu organigrama. Em seguida, apresentamos as concluses do presente trabalho. Conclumos a presente introduo acreditando que o Auditor pratica a dvida metdica e que, tal como Descartes, entendemos, "por mtodo, regras certas e fceis, que permitem a quem exactamente as observar nunca tomar por verdadeiro algo de falso e, sem desperdiar inutilmente nenhum esforo da mente, mas aumentando sempre gradualmente o saber, atingir o conhecimento verdadeiro de tudo o que ser capaz de se saber."(2) Entendemos que o auditor interno, no trabalho a desenvolver, no deve aceitar nada como verdadeiro, sem ter a certeza de que o , isto , em busca da prova, utilizando procedimentos lgicos, estruturados e organizados. __________ 1 MARTINS, Isabel, Georgina Morais, Auditoria Interna - Funo e Processo, reas Editora (No prelo), 1998 2 MARCELINO, Isabel; Princpios da Filosofia, de R.Descartes, Porto Editora, Ld, Porto 1995, pg. 114 http://gestor.no.sapo.pt 29/74

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AUDITORIARegente: Luis Rosa PROGRAMA: 1. Apresentao, programa e bibliografia definio de auditoria normas de auditoria princpios contabilsticos reviso oficial de contas 2. Fases de uma auditoria planeamento, controlo e evidncia 3. Controlo interno descrio de sistemas amostragem e papis de trabalho 4. Ciclo de receitas objectivos. Procedimentos e testes 5. Ciclo de despesas objectivos, procedimentos e testes 6. Disponibilidades e existncias 7. Imobilizado 8. Emprstimos. Provises e capital prprio 9. Demonstrao de resultados, despesas com o pessoal 10. Reviso do trabalho responsabilidade legal 11. Relatrios de auditoria 12. Auditoria informtica auditoria de gesto

Auditoria ao desenvolvimento de aplicaesH muitas coisas que so mais do que meras questes de pormenor. A documentao produzida em projectos de desenvolvimento de sistemas de informao, a qualidade do cdigo, as metodologias de desenvolvimento e a realizao de testes de aceitao pormenorizados so algumas delas. Por isso mesmo a |create|it| disponibiliza um servio de auditoria ao desenvolvimento de aplicaes, intervindo nos projectos ao lado dos seus clientes para assegurar a qualidade de solues desenvolvidas internamente ou por terceiros.

reas de IntervenoContando com um conjunto de consultores com larga experincia na gesto de projectos, desenho e desenvolvimento de aplicaes de grande dimenso, a |create|it| encontra-se numa posio privilegiada para auditar o desenvolvimento de software a vrios nveis: Reviso das metodologias utilizadas As metodologias de desenvolvimento utilizadas devem ser adequadas ao tipo e objectivos do projecto, por forma a assegurar a modularidade dos sistemas e aplicaes, e portanto a sua facilidade de evoluo e manuteno. Controlo interno das aplicaes O controlo interno realizado numa primeira fase ao nvel da arquitectura lgica e funcional da soluo. Aps a validao destas, possvel realizar uma anlise qualidade do cdigo desenvolvido. Tendo em conta os objectivos do projecto, o enfase poder ser colocado na simplicidade, robustez, modularidade, desempenho e demais critrios relevantes.

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Auditoria 2005 Satisfao dos utilizadores Uma aplicao tecnicamente bem desenvolvida poder ainda assim ser um fracasso se no for de encontro aos requisitos dos seus utilizadores. Desta forma, e antes da entrada em produo das aplicaes, devero ser realizadas validaes das aplicaes face aos requisitos de utilizadores, bem como a validao de critrios de usabilidade. Testes de aceitao Para que se possa realizar o sign-off (aceitao) de um ou mais mdulos de uma aplicao por parte do(s) utilizador(es), h que garantir que existe um plano de testes, que este plano executado em toda a sua extenso e que todos os problemas so comunicados entre as partes envolvidas (utilizadores e equipa de desenvolvimento) de forma a que possam ser resolvidos prontamente.

Vantagens da Auditoria

Qualidade: A certeza da adopo de correctas metodologias de desenvolvimento, uma rigorosa especificao de requisitos, adequadas arquitecturas lgicas e funcionais e a elaborao de planos de teste so uma garantia de qualidade nas aplicaes; Satisfaco dos utilizadores: A validao de aplicaes face aos requisitos de utilizador e a execuo de testes de usabilidade contribuem, indiscutivelmente, para a qualidade e o sucesso de um projecto; Segurana na aceitao de aplicaes: A fase de testes de aceitao crtica no desenvolvimento de um projecto de sistemas de informao, uma vez que tal implica a sua passagem a produo e, muitas vezes, a aceitao formal da aplicao produzida por um determinado fornecedor e o fecho do respectivo contrato; Facilidade de Evoluo e manuteno: A adopo de adequadas metodologias de desenvolvimento das aplicaes, um desenho modular e uma adequada documentao ao longo de todo o ciclo de desenvolvimento so uma garantia de que se tornar mais simples a sua manuteno e evoluo.

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Auditoria 2005 Trabalho:

O Estudo da Evidncia na Auditoria Interna

Albano Mrio Murta Pereira Junho 2003 ndice

1. Apresentao 2. Introduo 3. Auditoria Interna 4. Evidncias 5. Exemplo 6. Definio de procedimentos, fontes de evidncia, obteno e classe de evidncia. 7. Consideraes 8. Concluso 9. Bibliografia

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1. Apresentao Este trabalho foi desenvolvido no mbito da cadeira de Auditoria do 6 Semestre da licenciatura Bi-tpica em Gesto de Empresas do Instituto Superior de Gesto Realizado por : Albano Mrio Murta Pereira N 0035

2. Introduo

A Auditoria Interna no Estado uma funo que tem por objectivo permitir emitir pareceres ou retirar concluses sobre as condies dos recursos, processos e resultados sobre a entidade a examinar. Especificamente espera-se que o auditor determine se: Os sistemas, procedimentos e os controlos esto adequadamente traados e se esto a funcionar com eficincia e eficcia; As informaes adequadas esto disponveis para a tomada de deciso e de responsabilidades; As informaes disponveis so devidamente utilizadas no processo de tomada de decises; Os dinheiros e os bens pblicos esto adequadamente protegidos; As directrizes e normas nacionais e comunitrias esto a ser cumpridas. A funo da auditoria interna no sector privado tambm tem como objectivo retirar concluses sobre o controlo interno da empresa em anlise. Especificamente, espera-se que o auditor relativamente ao sector privado analise praticamente as mesmas questes que no sector pblico, exceptuando as duas ltimas questes que se modificam para: Se os activos esto devidamente protegidos As directrizes e a estratgia da administrao esto a ser cumpridas. As concluses dos Auditores internos (da mesma forma que as concluses dos Auditores externos) so relatadas em Relatrios e so baseados em evidncias. Este trabalho procura abordar o estudo da auditoria interna e a problemtica da evidncia em auditoria. A evidncia assume uma importncia relevante para a auditoria, porque a base que fundamenta a opinio do Auditor, sendo importante tanto para a auditoria interna como para a auditoria externa.

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Auditoria 2005 O objectivo deste estudo verificar a aplicao de alguns conceitos de evidncia na auditoria interna. Este trabalho est dividido em duas partes. Na primeira parte, apresenta-se uma definio de auditoria interna, objectivos da auditoria interna, funo do auditor interno e a finalidade da auditoria interna. A segunda parte incide sobre a evidncia, conceito, fontes e classes de evidncia, classificao, estratgia de recolha da evidncia, meio para determinar a extenso das provas e avaliao de resultado. 3. Auditoria Interna O objectivo do trabalho de auditoria o de fornecer ao auditor elementos de anlise de forma a sustentar uma opinio fundamentada na natureza dos factos examinados. A auditoria interna no sector privado uma funo desempenhada por funcionrios da prpria empresa, denominados por auditores internos, os auditores internos dependem hierarquicamente e de uma forma directa, da Direco (Presidente, Conselho de administrao ou do Director geral) de acordo com os nveis hierrquicos de cada empresa. No sector pblico o auditor tambm funcionrio da entidade pblica O Auditor interno prestar contas e recebe instrues da pessoa a quem esteja subordinado, esta pessoa ser o utilizador das informaes relatadas pelo auditor interno. No entanto o auditor interno actua com bastante independncia dentro do organismo que est a auditar e tem a faculdade de consultar com toda a amplitude, todos os elementos de informao que considere necessrios para o desenvolvimento a da sua funo. A independncia do auditor interno est relacionada com a sua misso de fornecedor de informaes direco geral. O significado da palavra independente, utilizada na definio de auditoria interna no o mesmo do que o que se atribui auditoria externa, refere-se faculdade do auditor interno para realizar o seu trabalho de uma forma libr e objectiva dentro da empresa e sem interferncias. O auditor verifica se as informaes disponveis esto de acordo com a realidade e fiscaliza para a direco o desenvolvimento das actividades desempenhadas por todos os funcionrios da empresa privada ou pblica, verificando se est de acordo com as normas e estratgias da Direco geral. No existe uma diferena significativa nos termos e nos objectivos do trabalho da auditoria interna no sector pblico ou privado, sendo vlida para ambos os sectores a definio de objectivos e aplicao de auditoria interna. A auditoria interna uma actividade de avaliao que, de forma independente dentro de uma empresa tem por objecto a reviso de operaes contabilsticas, financeiras e de todo o tipo, com o fim de prestar um servio direco geral. um controlo administrativo, cuja funo a de medir e avaliar a eficcia de outros controlos. Podemos entender que a actividade da auditoria interna de auxlio Direco geral de uma empresa e que o profissional de auditoria comunica direco como so desenvolvidas as actividades por todos os sectores da empresa. Os olhos da administrao da empresa projectados sobre todas as suas dependncias e organizaes para captar e informar permanentemente a mesma, da sua situao e dos possveis problemas que possam existir.

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Auditoria 2005 Para realizar o seu trabalho necessrio que o auditor interno tenha um profundo conhecimento da empresa em que trabalha, que conhea detalhadamente os objectivos, controle interno, as politicas e os planos da empresa. As informaes que o auditor interno prestar Administrao, sero os frutos dos resultados do seu trabalho de verificao, o relatrio deve ser documentado e recolher todas a incidncias que tenham surgido durante a sua aco, assinalando a conformidade ou no conformidade quando exista, indicando as razes para que sucedam estas no conformidades. As no conformidades podem ser por: Incumprimento das normas internas da empresa, erros ou omisses, incumprimento das disposies legais e fi