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Olá pessoal. É com muita satisfação que estamos iniciando mais um curso de auditoria aqui no Ponto. Desta vez elaboramos um curso de auditoria pública e privada, com base em resolução de questões de provas elaboradas por algumas bancas examinadoras.

Antes de detalharmos os objetivos e os conteúdos do curso, pedimos licença, como de

praxe, para uma breve apresentação pessoal e a compreensão daqueles que já me conhecem de outras ocasiões.

. Formei-me em Administração pela Universidade Federal Fluminense – UFF, em 1987, e

cursei Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas – FGV, do Rio de Janeiro. Atualmente estou participando de um curso de pós-graduação em Auditoria Interna e Controle Governamental, no Instituto Serzedello Corrêa – ISC/TCU, em Brasília.

Após trabalhar por dez anos em uma empresa pública do Estado do Rio de Janeiro,

onde assumi a Chefia do Departamento Financeiro da empresa, ingressei em 1992 na carreira de Finanças e Controle do Tesouro Nacional, no segundo concurso público realizado para a carreira.

Pertenci ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal - SCI, durante

aproximados 14 anos, onde tive a felicidade de exercer várias funções de direção na Secretaria Federal de Controle Interno e na Controladoria-Geral da União, tais como Coordenador de Normas e Programas de Auditoria, Coordenador de Planejamento das Auditorias, Secretário- Adjunto da SFC, Diretor de Auditoria da Área Econômica e chefe das Unidades estaduais em Pernambuco e no Rio de Janeiro, além de uma breve, porém marcante, experiência profissional como titular da unidade regional do Rio Grande do Sul, onde aprendi muito.

Com o sentimento de ter dado uma pequena parcela de contribuição para a

consolidação do Controle Interno e com o propósito de buscar novos desafios, fiz o concurso para o cargo de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, em 2004, sendo aprovado. Contudo, apesar de concluir o curso de formação, não pude tomar posse por questões pessoais e familiares. Esse fato me trouxe ainda mais motivação para fazer o concurso de 2006 e, com sorte e força divina, obter novamente aprovação e ingressar nos quadros do TCU.

No Tribunal, passei inicialmente por uma área técnica, até ser convidado para participar

de um projeto importante e compor a assessoria do Secretário Geral de Controle Externo, onde estou até o momento e muito feliz. É realmente uma instituição muito sólida e com um quadro de profissionais e de dirigentes de alto nível.

Para concluir essa breve apresentação, faltou mencionar minha experiência acadêmica.

Fui instrutor da ESAF em cursos de formação e de progressão da carreira de finanças e controle e coordenador da disciplina auditoria. A partir de 2006, incentivado pelos amigos, iniciei

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a trajetória de professor da disciplina auditoria governamental em cursos preparatórios para os concursos da CGU e do TCU, já tendo ministrado aulas em vários estados da federação. Tenho lecionado em cursos de treinamento profissional na área de auditoria e em cursos de pós- graduação em Controle Governamental, em instituições profissionais e de ensino em Brasília.

Retornando ao propósito do curso, entendi necessário elaborá-lo com base na resolução

de provas considerando três fatores. O primeiro fator é que geralmente os alunos apresentam várias dúvidas quanto a questões de provas, discordando do gabarito apresentado.

Outro fator considerado foi a necessidade dos candidatos compreenderem o estilo de

cada banca, especialmente do CESPE, bem como as fontes e referências bibliográficas utilizadas na elaboração das questões.

O terceiro fator é que comentar as questões de provas constitui uma forma agradável de

apresentar a teoria sobre cada assunto e também de estudo pelos alunos, o que facilita o aprendizado. O estudo fica mais focado e direcionado nos tópicos freqüentemente cobrados pela banca.

A teoria será apresentada em conjunto com os comentários sobre as questões. Nesse

sentido, procuramos acrescentar aos comentários sobre o gabarito, o máximo de conceito e abordagem teórica possível.

Assim, esperamos contribuir de forma decisiva para a preparação de vocês em busca de

sucesso em concursos públicos para as áreas de controle, auditoria, contabilidade e finanças, considerando o peso que a disciplina auditoria tem nesse contexto.

Vocês devem estar se perguntando: Afinal, esse curso é preparatório para qual concurso

público? Bem, eu diria que muito mais para o concurso de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, que em breve passará a ser denominado de Auditor Federal de Controle Externo, já que comentaremos de forma detalhada todas as provas de auditoria para o TCU, no período de 2004 a 2008. São quatro provas, sendo uma elaborada pela Escola de Administração Fazendária – ESAF e três elaboradas pelo Centro de Estudos e Pesquisa da Universidade de Brasília – CESPE/UNB. As quatro provas citadas compreendem um total de 73 questões. Comentaremos aproximadamente 70 questões, excluindo-se algumas questões que foram anuladas.

Além das provas do concurso do Tribunal de Contas da União, comentaremos outras

provas do CESPE, cujos programas apresentam vários tópicos coincidentes com o do TCU, tais como auditoria interna (doutrina e normas nacionais), normas internacionais de auditoria interna (normas do IIA), normas e procedimentos de auditoria independente das demonstrações contábeis, controles internos segundo o Coso, governança corporativa e governamental e auditoria no setor público federal (normas e procedimentos da Controladoria-Geral da União – CGU).

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Apesar do foco especial para o concurso do TCU, consideramos que o curso será útil também para a preparação de candidatos que visam a outros concursos, com destaque para os da Controladoria-Geral da União, de Tribunais de Contas de estados e municípios e de órgãos de fiscalização tributária.

Com esse objetivo, além de provas do CESPE, incluímos também provas objetivas de

excelente nível elaboradas por outras bancas, como a ESAF, a FGV, a CESGRANRIO e a FEPESE.

Finalmente, na tentativa de organizar um curso mais completo possível, acrescentamos

comentários sobre provas discursivas (subjetivas) acerca de temas de auditoria, elaboradas pelo CESPE e pela CESGRANRIO.

As provas que serão comentadas são as seguintes:

PROVAS OBJETIVAS:

ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2004) – CESPE ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2006) - ESAF ƒ AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO (TCE/SC – 2006) - FEPESE ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCE/AC-2006) - CESPE ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2007) – CESPE ƒ FISCAL DE RENDAS (SEFAZ/RJ – 2007) - FGV ƒ ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE (CGU – 2008) – ESAF ƒ ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE (TST – 2008) - CESPE ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2008) - CESPE ƒ ANALISTA TÉCNICO UAUD (SEBRAE – 2008) - CESPE ƒ ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE (STF – 2008) - CESPE ƒ AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS – CGE/PB – 2008 (CESPE) ƒ ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE (TJDFT – 2008) - CESPE ƒ ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTROLE INTERNO (TJDFT – 2008) - CESPE ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCE/AC – 2008) - CESPE ƒ AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS (PM DE TERESINA – 2008) – CESPE ƒ AUDITOR JUNIOR (PETROBRÁS-2008) - CESGRANRIO ƒ AUDITOR (TCM/PARÁ – 2008) - FGV

PROVAS SUBJETIVAS:

ƒ AUDITOR DO TCU - 2007 – CESPE (DISSERTAÇÃO SOBRE TIPOS DE AUDITORIA

DO TCU) ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU – 2007 – CESPE (DISSERTAÇÃO

SOBRE AS AUDITORIAS REALIZADAS PELO TCU)

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ƒ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU – 2008 – CESPE (PEÇA TÉCNICA/RELATÓRIO DE CONTROLES INTERNOS – SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES).

ƒ AUDITOR JUNIOR DA PETROBRÁS - 2008 – CESGRANRIO (RELATÓRIO DE CONTROLES INTERNOS)

ƒ ANALISTA TÉCNICO DO SEBRAE AUDITORIA – 2008 – CESPE (DISSERTAÇÃO SOBRE PROCEDIMENTOS EM CONTAS A RECEBER).

O curso será desenvolvido em 5 (cinco) aulas na seqüência indicada a seguir:

Aula 00: Ainda nesta aula de apresentação comentaremos as provas objetivas de ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2004) – CESPE e ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2006) – ESAF, bem como a prova subjetiva de AUDITOR DO TCU - 2007 – CESPE (DISSERTAÇÃO SOBRE TIPOS DE AUDITORIA DO TCU), com proposta de solução.

Aula 01: Provas objetivas de FISCAL DE RENDAS (SEFAZ/RJ – 2007) – FGV, ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCE/AC-2006) – CESPE, ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2007) – CESPE e ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE (STF – 2008) – CESPE. Prova subjetiva de ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU – 2007 – CESPE (DISSERTAÇÃO SOBRE AS AUDITORIAS REALIZADAS PELO TCU).

Aula 02: Provas objetivas de AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO (TCE/SC – 2006) – FEPESE, ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE (CGU – 2008) – ESAF, ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE (TST – 2008) – CESPE e ANALISTA TÉCNICO UAUD (SEBRAE – 2008) – CESPE e AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS – CGE/PB – 2008 (CESPE). Prova subjetiva de ANALISTA TÉCNICO DO SEBRAE AUDITORIA – 2008 – CESPE (DISSERTAÇÃO SOBRE PROCEDIMENTOS EM CONTAS A RECEBER).

Aula 03: Provas objetivas de ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE (TJDFT – 2008) – CESPE, ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTROLE INTERNO (TJDFT – 2008) – CESPE, AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS (PM DE TERESINA – 2008) – CESPE, AUDITOR JUNIOR (PETROBRÁS-2008) – CESGRANRIO. Prova subjetiva de AUDITOR JUNIOR DA PETROBRÁS - 2008 – CESGRANRIO (RELATÓRIO DE CONTROLES INTERNOS).

Aula 04: Provas objetivas de AUDITOR (TCM/PARÁ – 2008) – FGV, ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCE/AC – 2008) – CESPE e ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2008) – CESPE. Prova subjetiva de ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU – 2008 – CESPE (PEÇA TÉCNICA/RELATÓRIO DE CONTROLES INTERNOS – SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES).

Bom, esse é o conteúdo do curso. Agora, precisamos indicar para vocês as fontes bibliográficas mais utilizadas pelas bancas, em especial o CESPE, para elaboração das

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questões de provas. Uma das perguntas mais freqüentes em sala de aula é sobre quais os livros e as normas de auditoria que devemos estudar.

São poucos os livros de auditoria pública no Brasil e também não se pode afirmar que

existem muitos livros de auditoria privada. Como a auditoria é considerada por muitos como uma técnica contábil, temos em nosso país algumas obras sobre a auditoria contábil.

Quanto aos livros, destacamos sem medo de errar, que as obras mais utilizadas pelas

Bancas, até porque também são os livros mais adotados no meio acadêmico, são os seguintes:

ƒ Franco, Hilário e Marra, Ernesto. Auditoria Contábil, São Paulo, Ed. Atlas, 2001.

ƒ Boynton, C. William e outros. Auditoria. São Paulo, Ed. Atlas, 2002.

ƒ Almeida, Marcelo Cavalcanti. Auditoria – Um Curso Moderno e Completo. São Paulo, Ed. Atlas, 2007.

ƒ Attie, William. Auditoria: conceitos e aplicações. Ed. Atlas, 1998.

Para que vocês tenham uma noção, das 30 (trinta) questões da prova de auditoria

governamental do último concurso do TCU, 9 (nove) questões foram extraídas de trechos dos livros de Franco e Marra (7 questões) e de Boynton e outros (2 questões), sem contar que a questão discursiva - peça técnica - foi totalmente elaborada com base no livro de William Boynton e outros, inclusive os seis exemplos dados de segregação de funções, para construção do relatório de auditoria de controles internos.

Além dos livros citados anteriormente, existem outras obras interessantes no mercado,

de autoria de Lopes de Sá, Ricardo Ferreira, Sérgio Jund e outros, que eventualmente podem ser utilizadas pelas bancas examinadoras para elaboração de questões. Esses livros também podem ser úteis na preparação dos candidatos.

Todavia, na área governamental, existem dois livros interessantes, que indicamos como

estudo complementar, quais sejam:

ƒ Araújo, Inaldo Paixão. Introdução à Auditoria Operacional – FGV, Rio de Janeiro, 1998.

ƒ Peter, Maria da Glória Arrais e Machado, Marcus Vinícius Veras. Manual de auditoria

governamental – São Paulo, Ed. Atlas, 2003.

Calma pessoal. Não estou aqui propondo que vocês adquiram todos os livros citados. Apenas estou cumprindo minha obrigação de informar-lhes a referência bibliográfica das Bancas, que é a mesma que utilizo nas aulas que ministro. Ao comentarmos as questões, procuraremos, na medida do possível, citar e indicar as fontes.

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Com relação aos manuais e normas de auditoria, para o concurso do TCU (edital 2008),

é imprescindível a leitura dos seguintes documentos:

ƒ Manual de Auditoria de Natureza Operacional do TCU e outros manuais ligados ao tema avaliação de programas – www.tcu.gov.br.

ƒ Declaração de Lima, Normas de Auditoria e Código de Ética da INTOSAI. –

www.issai.org, em espanhol e inglês. Tradução para o português realizada pelo TCE/BA, em www.tce.ba.gov.br (exceto Declaração de Lima).

ƒ Roteiro de Auditoria de Conformidade do TCU, aprovado pela Portaria TCU 90/2003,

com atualizações em 2004. (www.tcu.gov.br).

ƒ Normas de Auditoria do The Institute of Internal Auditors - IIA. – www.theiia.org (em inglês) ou traduzidas para o português no site da AUDIBRA – www.audibra.org.br.

ƒ Normas brasileiras para o exercício da auditoria interna (NBCT 12) e independente

das Demonstrações Contábeis (NBCT 11) expedidas pelo CFC – www.cfc.org.br.

ƒ Instrução Normativa TCU nº 57, de 2008, sobre relatórios de gestão e processos de contas – www.tcu.gov.br.

Agora sim, podemos comentar as provas de Analista de Controle Externo do TCU de 2004 (CESPE) e de 2006 (ESAF). Começamos pela de 2004.

ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2004) – CESPE

O Edital de abertura e divulgação do concurso definiu que o tema Auditoria faria parte da Prova II, compreendendo 90 questões acerca das disciplinas Administração Financeira e Orçamentária, Contabilidade e Auditoria e Controle Externo da Gestão Pública.

Naquele ano, a auditoria ainda foi cobrada em conjunto com a contabilidade e o seu

peso no total das provas foi relativamente baixo. De fato, o CESPE elaborou 12 (doze) questões sobre o tema Auditoria.

O programa de Auditoria foi o seguinte:

1 Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna: independência, competência profissional, âmbito do trabalho, execução do trabalho e administração do órgão de auditoria interna. 2 Auditoria no Setor Público Federal. Finalidades e Objetivos da Auditoria Governamental. Abrangência de atuação. Formas e Tipos. Normas relativas à execução dos trabalhos. Normas relativas à opinião do auditor. Relatórios e Pareceres de Auditoria. Operacionalidade. 3 Objetivos, Técnicas e Procedimentos de Auditoria: Planejamento dos trabalhos. Programas de auditoria. Papéis de trabalho. Testes de auditoria. Amostragem estatística em auditoria. Eventos ou transações subseqüentes. Revisão analítica. Entrevista.

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Conferência de cálculo. Confirmação. Interpretação das informações. Observação. Procedimentos de auditoria em áreas específicas das Demonstrações Contábeis.

É de se notar que o Tribunal foi mais conservador ao definir o conteúdo de Auditoria,

mantendo a tendência até então de cobrar apenas as normas brasileiras de auditoria interna, normas de auditoria do setor público federal (IN SFC 01/01) e procedimentos de auditoria contábil.

Eis as questões, que passamos a comentar.

À luz da Resolução n.º 986, de 2003, e do Código de Ética do Contabilista, ambos do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), julgue os itens subseqüentes.

78 Denominam-se evidências as informações que respaldam os resultados da auditoria interna. Para que dêem robustez às conclusões e recomendações do trabalho da auditoria, tais informações devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis.

79 A verificação do cumprimento, pelos empregados, das normas da administração superior da empresa constitui um teste substantivo; já a verificação da pertinência do provisionamento de uma contingência passiva constitui um teste de observância.

80 O auditor interno deverá mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis que sejam objeto de seu trabalho, não obstante a exigência de guardar sigilo feita por autoridades competentes.

Gabarito oficial: Certo – Errado - Certo

78. Evidências são as informações ou as provas que a auditoria precisa obter (um conjunto de fatos comprovados por intermédio dos trabalhos) e que constituem a essência dos achados de auditoria e servirão para a sustentação das conclusões e recomendações do auditor.

A questão refere-se às evidências coletadas pela auditoria interna e apenas reproduz comando normativo contido na NBC-T-12 – Normas de Auditoria Interna, aprovadas pela Resolução nº 986, de 24 de outubro de 2003, do Conselho Federal de Contabilidade.

De acordo com a norma em referência, a evidência de um trabalho de auditoria deve ser:

ƒ suficiente – é aquela que é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa

prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno; ƒ adequada ou fidedigna – é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor

evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de auditoria interna;

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ƒ relevante - é a que dá suporte às conclusões e às recomendações da Auditoria

Interna; e ƒ útil - é a que auxilia a entidade a atingir suas metas.

79. Usualmente, os testes de auditoria são classificados em duas categorias: a) testes de aderência, também denominados de testes de observância, testes de conformidade ou testes de procedimentos; e b) testes substantivos, também denominados de testes de comprovação.

O objetivo do teste de aderência é proporcionar ao auditor razoável segurança quanto à efetiva utilização dos procedimentos previstos como controles internos. Fornece, assim, evidências quanto ao atingimento dos objetivos de controle previamente especificados pela alta administração. Testes substantivos são procedimentos de auditoria que objetivam obter evidências que corroborem a validade e a propriedade dos atos e fatos administrativos, assegurando razoável grau de certeza quanto à inexistência de erros, falhas e irregularidades materiais.

Portanto, a verificação do cumprimento, pelos empregados, das normas da administração superior da empresa constitui um teste de observância e não substantivo. Já a verificação da pertinência do provisionamento de uma contingência passiva constitui um teste substantivo. Item errado.

80. O item apresentou enunciado um pouco confuso, diferente do disposto no Código de Ética Profissional do Contabilista. Segundo o código, o contador quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o dever de guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito.

O código estabelece que deve ser guardado o sigilo, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade. Portanto, existem casos em que autoridades competentes podem solicitar que o auditor revele informações obtidas. O item afirma o contrário, que a exigência de guardar sigilo é feita por autoridades competentes. A banca apontou o item como certo possivelmente considerando que a revelação de fatos que possam ter efeito sobre demonstrações contábeis não contraria o dever de guardar sigilo.

Considerando os termos da Instrução Normativa n.º 1/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI), julgue os itens que se seguem.

81 No âmbito do Sistema de Controle Interno, a manifestação sobre as tomadas e prestações de contas é expressa por meio de diferentes documentos: o relatório é assinado por servidor habilitado perante o Conselho Regional de Contabilidade; o

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parecer é de responsabilidade de quem executou o trabalho de auditoria; e o certificado é a manifestação do dirigente do órgão de controle interno.

82 Não sendo possível ao órgão ou unidade de controle interno a obtenção de elementos comprobatórios que permitam ao órgão ou unidade formar opinião sobre a regularidade da gestão, será emitido certificado com abstenção de opinião.

Gabarito oficial: Errado - Errado

81. Conforme dispõe a Instrução Normativa nº 01, de 2001, da Secretaria Federal de Controle Interno – IN SFC 01/01, em auditorias de avaliação de gestão, que têm o objetivo de certificar a regularidade dos processos de tomadas e prestações de contas anuais, são emitidos pelos órgãos de controle interno as seguintes peças: a) relatório de auditoria; b) certificado de auditoria; e c) parecer do dirigente de controle interno.

O relatório de auditoria é assinado pelo servidor da carreira de controle interno responsável pela realização da auditoria, que não precisa ser contador habilitado perante o Conselho Regional de Contabilidade. O certificado é responsabilidade do Coordenador-Geral ou Chefe de Unidade Regional da Controladoria-Geral da União - CGU e o parecer é a manifestação do dirigente de controle interno que, no caso das unidades jurisdicionadas à CGU, é o Secretário ou Diretor da Secretaria Federal de Controle Interno – SFC/CGU. Portanto, a questão apresenta três erros ao apontar de forma errada os responsáveis pela assinatura do relatório, do certificado e do parecer.

Além da auditoria de avaliação de gestão, a IN SFC 01/01 prevê ainda os seguintes tipos de auditoria praticados pelos órgãos de controle interno no âmbito do Poder Executivo Federal:

ƒ Auditoria de acompanhamento de gestão: é a auditoria realizada ao longo dos

processos de gestão, com o objetivo de se atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade federal, que contém evidências e relatos sobre melhorias e economias existentes no processo ou oportunidades de prevenção de gargalos ao desempenho da missão institucional.

ƒ Auditorias contábeis – é a auditoria de natureza contábil, que contém a opinião do

auditor se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, em seus aspectos mais relevantes, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles organismos com vistas a emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das

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demonstrações financeiras. (ATENÇÃO: Auditoria contábil = Auditoria de Recursos Externos).

ƒ Auditorias operacionais – resultado de auditoria operacional, onde o auditor

governamental apresenta a sua avaliação acerca da economia, eficiência e eficácia dos órgãos e entidades auditados, programas de governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial.

ƒ Auditorias especiais – É o trabalho de auditoria governamental relativo ao exame de

fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, para atender determinação expressa de autoridade competente. Classifica-se nesse tipo os demais trabalhos auditoriais não inseridos em outras classes de atividades.

ƒ Auditorias de recursos externos - Nas auditorias de recursos externos, tanto de projetos

custeados pelo Banco Mundial (BIRD), Banco Interamericano (BID) ou de Cooperação Técnica (PNUD, UNESCO, etc), são emitidos relatórios de auditoria que contêm requisitos específicos conforme as regras do Organismo Internacional, como pareceres específicos e demais documentos.

82. Nas auditorias de avaliação de gestão, em processos de tomada e prestação de contas, o órgão de controle interno emite, além do Relatório de Auditoria, o Certificado de Auditoria, que representa a opinião do Sistema de Controle Interno sobre a exatidão e regularidade, ou não, da gestão e a adequacidade, ou não, das peças examinadas, devendo ser assinado pelo Coordenador-Geral ou Gerente Regional de Controle Interno, ou ainda, autoridades de nível hierárquico equivalente nos órgãos e unidades setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

Os Tipos de Certificado são os seguintes:

ƒ Certificado de Regularidade - será emitido quando o Órgão ou Unidade de

Controle Interno formar a opinião de que na gestão dos recursos públicos foram adequadamente observados os princípios da legalidade, legitimidade e economicidade.

ƒ Certificado de Regularidade com Ressalvas - será emitido quando o Órgão ou

Unidade de Controle Interno constatar falhas, omissões ou impropriedades de natureza formal no cumprimento das normas e diretrizes governamentais, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade e que, pela sua irrelevância ou imaterialidade, não caracterizem irregularidade de atuação dos agentes responsáveis.

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ƒ Certificado de Irregularidade - será emitido quando o Órgão ou Unidade de Controle Interno verificar a não observância da aplicação dos princípios de legalidade, legitimidade e economicidade, constatando a existência de desfalque, alcance, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo quantificável para a Fazenda Nacional e/ou comprometam, substancialmente, as demonstrações financeiras e a respectiva gestão dos agentes responsáveis, no período ou exercício examinado.

Não existe a hipótese de negativa de opinião nesses trabalhos, podendo, no entanto, a opinião ficar sobrestada pelo prazo necessário ao cumprimento de uma diligência. A única hipótese de negativa de opinião prevista na IN SFC n° 01/01 é em auditorias de recursos externos (tipo contábil), na hipótese do órgão de controle não poder opinar, conclusivamente, sobre o estado das contas, em virtude de o órgão ou a entidade examinada não ter apresentado ou não possuir registros contábeis e demonstrações financeiras compatíveis, bem como em razão da ocorrência de outros fatores determinantes. Item errado.

A respeito da utilização das técnicas e procedimentos mais apropriados nos trabalhos de auditoria, julgue os itens seguintes.

84 Documentos elaborados por pessoas alheias à empresa auditada são evidências mais dignas de confiança quando enviados diretamente ao auditor ou mesmo enquanto mantidos em poder de terceiros. De forma semelhante, um documento elaborado internamente tem sua credibilidade aumentada quando circula fora da empresa auditada, devido à aceitação externa.

85 Uma das formas mais comuns de aplicação da técnica da observação, durante uma auditoria, é o acompanhamento da realização do inventário físico, ocasião em que o auditor pode verificar se os procedimentos que ele determinou estão sendo rigorosamente seguidos pelos responsáveis pela execução do referido levantamento.

Gabarito oficial: Certo - Errado

84. A informação obtida de fontes externas oferece ao auditor maior grau de confiança do que a verificação efetuada na própria organização, pelo simples fato da informação ou documento ter sido elaborado por fonte independente da organização. Portanto, quando o auditor necessita de uma confirmação externa, ele utiliza a técnica denominada de circularização, que consiste em fazer com que o cliente expeça cartas dirigidas a pessoas com as quais a organização mantém negócio, cuja resposta será enviada diretamente ao auditor. Esse procedimento assegura maior confiabilidade e relevância à evidência obtida.

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Na mesma alinha de raciocínio, um documento elaborado internamente que circula externamente, passando por terceiros, oferece também ao auditor maior grau de confiança quanto à prova ou informação contida no documento. Item certo.

85. Quando relevante e material, o auditor deve acompanhar o inventário físico não só para assegurar-se de que a contagem está sendo feita corretamente e que estão sendo abrangidos todos os itens que devem ser inventariados, mas também para incluir apenas os itens existentes e nenhum outro. O erro está na afirmação de que a técnica utilizada no caso é a observação, sendo que o auditor adota a técnica de contagem ou inspeção física dos bens em estoque, verificando a sua existência e propriedade. A observação é o acompanhamento de uma operação ou processo, geralmente para testar o funcionamento dos controles.

Todavia, em nosso entendimento, existe outro erro na questão, quando afirma que o auditor verifica se os procedimentos que ele determinou estão sendo rigorosamente seguidos. Segundo Franco e Marra, no livro Auditoria Contábil, da Editora Atlas, o auditor deve verificar antecipadamente se os procedimentos definidos para desenvolvimento do inventário físico são satisfatórios e para poder sugerir procedimentos que julgar necessários.

Julgue o item a seguir, com base nas finalidades dos papéis de trabalho.

86 Os papéis de trabalho, apesar de indispensáveis à realização da auditoria, não podem ser utilizados para fins legais, não constituindo, assim, meio de prova para consubstanciar as conclusões do relatório do auditor.

Gabarito oficial: Errado

86. Segundo Franco e Marra, em Auditoria Contábil, Editora Atlas, a finalidade principal dos papéis de trabalho do auditor é a de servir como base e sustentação da opinião do auditor. Porém, eventualmente, no caso do auditor ser acusado, por vias legais ou administrativas, de não ter empregado toda a diligência no seu trabalho, os papéis de trabalho servirão de prova e testemunho de defesa, podendo demonstrar todo o alcance da auditoria, procedimentos efetuados, normas obedecidas e toda a gama de informações. Item errado.

Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

87 Um auditor independente, realizando seu primeiro trabalho em uma entidade, constatou que mudanças substanciais na legislação tributária do setor, ocorridas após o encerramento do exercício anterior, poderiam causar profundo impacto nos resultados futuros. Nessa situação, seguindo orientações do CFC, o auditor deveria discutir o assunto imediatamente com a administração da entidade e, se as demonstrações

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contábeis daquele exercício tivessem sido examinadas por outro auditor, discuti-las com ele.

88 Uma entidade de prestação de serviços públicos sujeita a normas governamentais específicas apresenta demonstrações contábeis elaboradas sem observância dos padrões dos princípios fundamentais de contabilidade e das normas brasileiras de contabilidade. Nessa situação, os desvios das normas e princípios, originados na legislação ou em disposições regulamentares específicas, implicam emissão, por parte da auditoria independente, de parecer que contenha ressalva ou opinião adversa, sempre que relevante.

89 Determinada empresa comercial apresenta, na conta Fornecedores, obrigações que já foram quitadas e ainda não foram baixadas. Nessa situação, a existência do “passivo fictício” autoriza presumir que os recursos correspondentes aos pagamentos efetuados foram gerados internamente por meio de operações cujo registro foi omitido, o que estaria impedindo a baixa contábil das obrigações.

Gabarito oficial: Certo – Certo – Certo

87. À época do concurso estava em vigência a NBC-T-11 – IT 7 – Planejamento de Auditoria, aprovada pela Resolução CFC nº 936/02, que estabelecia o seguinte: “Quando o auditor independente estiver realizando uma primeira auditoria numa entidade e constatar situações que caracterizem como relevantes eventos subseqüentes ao exercício anterior, deve, imediatamente, discuti-las com a administração da entidade e, quando as Demonstrações Contábeis daquele exercício tenham sido examinadas por outros auditores independentes, discuti-las com esses, inteirando-se, se for o caso, dos fatos que sejam de seu conhecimento com respeito aos eventos subseqüentes.”.

Atualmente, a NBC-T-11.4.9.1, aprovada pela Resolução CFC nº 1.035/05, reproduz o mesmo comendo normativo. Mudanças substanciais na legislação tributária do setor ocorridas após o encerramento do exercício anterior, que possam causar profundo impacto nos resultados futuros, são um exemplo de um evento subseqüente ao exercício anterior que deve ser considerado pelo auditor. Portanto, item certo.

A NBC-T-19.12, aprovada pela Resolução CFC nº 1.088/07, para exemplificar, relaciona alguns tipos de eventos subseqüentes à data do balanço que não originam ajustes, os quais normalmente resultam em divulgação, dentre os quais mudanças na legislação tributária, a saber:

a) reorganizações societárias, aquisição e venda de entidades; b) anúncio de um plano para descontinuar uma operação, vender ativos ou liquidar passivos atribuídos a operações em descontinuidade ou à participação em acordos vinculantes para vender tais ativos ou liquidar tais passivos;

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c) compra e venda de ativos importantes ou desapropriações de ativos de vulto pelo governo; d) destruição por incêndio, ou por qualquer outro acontecimento natural de uma instalação de produção importante, e o valor, da cobertura do seguro existente; e) anúncio ou início de uma reestruturação importante; f) transações importantes, efetivas e potenciais, envolvendo ações ordinárias ou preferenciais; g) mudanças anormais (grandes e incomuns) nos preços dos ativos ou nas taxas de câmbio; h) mudanças nas alíquotas de impostos ou na legislação tributária, promulgadas ou anunciadas, que tenham efeito significativo sobre os ativos e passivos fiscais correntes e diferidos; (grifo nosso) i) assunção de compromissos ou de contingência passiva significativa, por exemplo, por meio da concessão de garantias significativas; e j) início de litígio significativo, proveniente exclusivamente de eventos que aconteceram após a data do balanço.

88. Item certo. Transcrevemos a seguir trechos do livro de Sergio Jund, Auditoria, Editora Campus, que elucida essa questão, como segue:

“Há inúmeros setores de atividade que têm legislação, normas ou regulamentos específicos, ditados por órgãos governamentais, que abrangem, também, critérios contábeis. (...)

A responsabilidade do auditor está voltada aos usuários em geral, atendidos pelas demonstrações contábeis divulgadas, devendo emitir sua opinião com base nos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Em face da especificidade das operações dessas entidades, as normas e regulamentos emanados dos órgãos reguladores, cujo teor ainda não conste das Normas Brasileiras de Contabilidade, e que não conflitem com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, podem ser admitidos pelo auditor na fundamentação de seu parecer.

O modelo de parecer também é aplicável a essas entidades regulamentadas. Assim, os desvios dos Princípios Fundamentais de Contabilidade originados na legislação ou nas normas regulamentares específicas devem ser tratados de maneira idêntica à observada nas demais entidades, contendo ressalva ou opinião adversa, sempre que relevante.”

89. Geralmente os livros de auditoria, a exemplo de Franco e Marra, Auditoria Contábil, apontam como uma preocupação dos auditores a existência de passivos omitidos, que são obrigações não registradas no balanço ou que, embora tivessem por fulcro o exercício anterior, não constavam contabilizados naquele exercício.

A questão, no entanto, trata de passivos fictícios, cujas obrigações foram registradas, mas quando do pagamento, não foram baixadas. O enunciado afirma que, neste caso, pode-se presumir que os recursos correspondentes aos pagamentos efetuados foram gerados internamente por meio de operações cujo registro foi omitido, o que estaria impedindo a baixa contábil das obrigações. De fato, uma conclusão possível é a de que o ativo correspondente à

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quitação do passivo, cuja operação não foi registrada, foi gerado sem registro, provavelmente por “caixa dois”, o que impede a baixa contábil da obrigação. A nosso ver, o item é certo.

Com relação à abordagem, pelo sistema de controle interno, do método da amostragem aplicado à auditoria, julgue o item que se segue.

90 De acordo com a Instrução Normativa n.º 1, de 2001, da SFCI, existem casos em que não se recomenda a utilização de amostragem, tais como: quando a população é muito grande e a sua amostra fica relativamente pequena; quando as características da população são de difícil mensuração, mesmo que a população não seja pequena; e quando não há necessidade de alta precisão, sendo mais recomendável a realização de um censo.

Gabarito oficial: Errado

90. De acordo com a IN SFC nº 01, de 2001, existem várias razões que justificam a utilização de amostragem em levantamentos de grandes populações, tais como a economicidade dos meios, a tempestividade dos exames parciais, em vez do censo, e a confiabilidade maior dos dados devido ao número reduzido de elementos a serem examinados, podendo-se dar mais atenção aos casos individuais, evitando erros nas respostas. Além disso, a operacionalidade em pequena escala torna mais fácil o controle do processo como um todo.

Porém, segundo a IN, existem casos onde não se recomenda a utilização de amostragem, tais como: a) quando a população é considerada muito pequena e a sua amostra fica relativamente grande; b) quando as características da população são de fácil mensuração, mesmo que a população não seja pequena; e c) quando há necessidade de alta precisão, o que recomenda fazer censo, que nada mais é do que o exame da totalidade da população.

Portanto, existem vários erros nas hipóteses listadas na questão, quais sejam: “... quando a população é muito grande”, “quando as características da população são de difícil mensuração” e “ quando não há necessidade de alta precisão...”. Item errado.

ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TCU – 2006) – ESAF

Nesse concurso, a banca passou a ser a ESAF, porém, houve estabilidade nos critérios de definição do conteúdo e do peso da matéria auditoria no concurso daquele ano.

Assim, o programa de auditoria permaneceu o mesmo do concurso de 2004. A exemplo

do concurso anterior, a auditoria também foi cobrada junto com a contabilidade comercial e pública, que no total foram 18 (dezoito) questões. A novidade foi o tópico de análise das

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demonstrações contábeis. A ESAF elaborou 6 (seis) questões de auditoria, que passamos a comentar.

27- O auditor do Tribunal de Contas da União, ao analisar uma área de licitações de contratos, com relação a se os controles internos, desta área, garantem o controle a um custo mínimo, estará efetuando uma avaliação de a) quantificação b) economicidade c) controle d) eficiência de gestão e) eficácia

Gabarito oficial: b

No setor público, costumamos avaliar a gestão dos administradores públicos sob vários aspectos e critérios, sendo os principais a economicidade, a eficiência, a eficácia e a efetividade. Esses critérios constituem também as principais dimensões de análise em auditoria operacional.

O diagrama de insumo-produto ilustra os conceitos-chave empregados em auditoria operacional e suas inter-relações:

EFETIVIDADE

ECONOMICIDADE

Compromisso → Insumo → Ação/produção → Produto → Resultados (objetivos (recursos (ações (bens e (objetivos definidos) alocados) desenvolvidas) serviços providos) atingidos)

EFICÁCIA

EFICIÊNCIA

Fonte: Adaptado de ISSAI 3000/1.4.

A economicidade é a minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade. Refere-se à capacidade de uma instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua disposição.

O exame da economicidade em auditorias operacionais poderá abranger a verificação de práticas gerenciais, sistemas de gerenciamento, benchmarking de processos de compra e outros procedimentos afetos à auditoria de desempenho, enquanto o exame estrito da

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legalidade de procedimentos de licitação, fidedignidade de documentos, eficiência dos controles internos e outros deverão ser objeto de auditoria de conformidade.

A eficiência é definida como a relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos insumos empregados para produzi-los em um determinado período de tempo, mantidos os padrões de qualidade. Essa dimensão, portanto, relaciona-se com o conceito de economicidade e mede o esforço do processo de transformação de insumos em produtos. Pode ser examinada sob duas perspectivas: minimização do custo total ou dos meios necessários para obter a mesma quantidade e qualidade de produto; ou otimização da combinação de insumos para maximizar o produto quando o gasto total está previamente fixado. Portanto, o conceito de eficiência está relacionado ao de economicidade.

A eficácia é definida como o grau de alcance das metas programadas (de produtos e serviços) em um determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados. O conceito de eficácia diz respeito à capacidade da gestão de cumprir objetivos imediatos traduzidos em metas de produção ou de atendimento, ou seja, a capacidade de prover bens ou serviços de acordo com o estabelecido no planejamento das ações.

A efetividade diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo. Refere-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em termos de efeitos sobre a população-alvo (impactos observados), e os objetivos pretendidos (impactos esperados). Trata-se de verificar a ocorrência de mudanças na população-alvo que se poderia razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado.

A questão aborda essas dimensões em um processo de avaliação dos controles internos na área de licitações e contratos. Quando avaliamos o funcionamento dos controles internos também estamos aferindo o seu desempenho ou a sua adequação em termos de economia, eficiência e eficácia.

Nesse sentido, se o controle assegura o alcance dos objetivos da operação ou da área, que no caso das licitações são de cumprimento de leis e normas e de eficácia e eficiência nas aquisições, pode ser considerado eficaz ou efetivo. Se o controle é realizado a um custo mínimo estamos diante de uma avaliação que considera exclusivamente a economicidade. E se o controle assegura os resultados esperados ao menor custo possível, ou seja, avalia-se a relação custo x benefício do controle, estamos diante de uma avaliação de eficiência.

Cabe observar que a relação custo/benefício do controle é uma limitação inerente aos controles, pois muitas organizações são obrigadas a abrir mão dos controles quando os seus benefícios são inferiores aos custos de sua manutenção, o que é freqüente em organizações pequenas.

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Pelo exposto, vê-se que o auditor do TCU, ao analisar uma área de licitações de contratos, com relação a se os controles internos, desta área, garantem o controle a um custo mínimo, estará efetuando uma avaliação de economicidade. A assertiva “b” é a correta.

28- O auditor, ao determinar a amostra a ser selecionada, deve considerar: a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de forma a garantir a avaliação de todos os itens da amostra. b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da amostra. c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto do exame. d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área auditada e o auditor. e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário evidenciar suficientemente os fatos que comprovem os itens selecionados.

Gabarito oficial: c

A questão refere-se à amostragem em auditoria, cujas referências são as Normas Internacionais de Auditoria (NIA), publicadas pela Internacional Federation of Accountants (IFAC) e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC-T-11.11) do Conselho Federal de Contabilidade. Em amostragem, preferimos o livro de Auditoria, de Sérgio Jund, da Editora Campos, cujo capítulo 8 apresenta uma abordagem teórica muito consistente sobre amostragem aplicada às auditorias.

A assertiva “a” está errada, pois o auditor pode usar tanto métodos de amostragem estatística quanto não-estatística, para projetar e selecionar uma amostra de auditoria.

A assertiva “b” está errada, uma vez que o número de elementos a serem testados dependerá do volume da amostra, que será definida em função das características da população a ser testada, grau de confiança nos controles internos e risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar dos resultados da amostra.

A assertiva “c” é a correta, pois a amostra selecionada pelo auditor deve ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido.

A assertiva “d” está incorreta. Os critérios devem ser determinados pelo auditor com base em vários elementos que são avaliados e considerados, tais como: volume de transações, grau de confiança nos controles internos, risco de auditoria, risco de amostragem, erro tolerável e esperado, etc.

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A assertiva “e” está também incorreta, pois os elementos podem ser selecionados também por métodos não-estatísticos, em função do julgamento e da experiência do auditor.

29- O auditor interno ao realizar o processo de avaliação das rotinas a seguir, constata que I. uma nota fiscal de compras de material de escritório, que o analista contábil havia guardado em sua gaveta para posterior registro, não foi lançada; II. em virtude de problemas no setor de faturamento da empresa, o gerente de logística, que tinha urgência em realizar a entrega da mercadoria a um cliente especial, utilizou uma nota fiscal de um outro cliente que já havia recebido a mercadoria com a mesma especificação e quantidade para atender essa urgência; III. o gerente de tecnologia da informação, por solicitação do departamento de contabilidade, ajustou o sistema de estoques para que, todas as vezes em que o saldo de mercadorias no sistema estiver abaixo da quantidade vendida, sejam baixados somente os itens existentes no sistema. Com base nas considerações anteriores e de acordo com as definições convencionadas de fraude e erro, podemos afirmar que houve, respectivamente a) I. Fraude; II. Fraude; III. Fraude b) I. Erro; II. Erro; III. Fraude c) I. Erro; II. Erro; III. Erro d) I. Fraude; II. Fraude; III. Erro e) I. Erro; II. Fraude; III. Fraude

Gabarito oficial: e

O raciocínio quanto à qualificação de uma conduta como fraude ou erro, de acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade, é bem simples e objetivo. Basicamente, vai depender do ato ter sido praticado de forma intencional ou não.

De acordo com a NBC T 11 – IT – 03 – Fraude e Erro, aprovada pela Resolução CFC n.º 836/99, o termo fraude refere-se a ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. A fraude pode ser caracterizada por:

a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a

modificar os registros de ativos, passivos e resultados;

b) apropriação indébita de ativos;

c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis;

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d) registro de transações sem comprovação; e

e) aplicação de práticas contábeis indevidas.

O termo erro refere-se a ato não-intencional na elaboração de registros e demonstrações contábeis, que resulte em incorreções deles, consistente em:

a) erros aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações contábeis;

b) aplicação incorreta das normas contábeis; e

c) interpretação errada das variações patrimoniais.

Assim, no item I o analista contábil agiu com negligência ao deixar a nota na gaveta, porém, não teve a intenção de fraudar ou manipular registros e resultados. Considera-se um erro.

Nos exemplos II e III, há a intenção de praticar uma conduta ilícita, que interfere nas transações, razão pela qual, são condutas caracterizadoras de fraudes. Portanto, a assertiva “e” é a correta.

30- Em relação à auditoria interna pode-se afirmar que, a) com relação às pessoas jurídicas de direito público não é sua atribuição avaliar a economicidade dos processos, visto que o objetivo do governo é de controle, independente do valor. b) é sua atribuição aperfeiçoar, implantar e fazer cumprir as normas por ela criadas em sua plenitude. c) deve relatar as não-conformidades sem emitir opinião ou sugestões para que sejam feitas as correções ou melhorias necessárias. d) é seu objetivo prevenir fraudes ou roubos, sendo que sempre que tiver quaisquer indícios ou constatações deverá informar a administração, de forma reservada e por escrito. e) sua função é exclusivamente de validar os processos e transações realizadas, sem ter como objetivo assistir à administração da entidade no cumprimento de suas atribuições.

Gabarito oficial: d

A questão refere-se ao papel do auditor interno, com base na NBC-T-12 e nas Normas Brasileiras para o Exercício Profissional da auditoria interna aprovadas pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasil – AUDIBRA.

A assertiva “a” está incorreta, posto que, obviamente, os auditores internos das pessoas jurídicas de direito público avaliam também a economicidade dos processos.

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A assertiva “b” está incorreta, pois não é da competência da auditoria interna criar e implantar normas. Essa é uma responsabilidade da Administração, cabendo ao auditor interno avaliar o seu cumprimento e propor alterações ou novas normas, caso necessário. Caso a auditoria interna criasse e implantasse normas, ela assumiria uma função de linha, de co-gestão, e a sua independência e objetividade poderia ficar afetada por isso.

A assertiva “c” está incorreta, pois conforme disposto na NBC-T-12, a atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

A assertiva “d” foi apontada como correta pela banca, porém, não corresponde ao disposto nas normas de auditoria. A prevenção e a detecção de erros e fraudes compete à Administração, mediante a adoção de um adequado sistema de controles internos. Ao auditor interno cabe auxiliar a Administração na prevenção e detecção de fraudes. A Banca considerou o item correto, com o raciocínio de que se o auditor interno auxilia a organização na prevenção ele está prevenindo, o que não guarda respaldo nas normas e também na doutrina. Porém, esse é o pensamento da banca.

A assertiva “e” está incorreta, pois a Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.

31- O auditor do Tribunal de Contas da União, somente com base na verificação de que a entidade auditada possui objetivos claros, orçamento adequado aos seus objetivos e a não-existência de possibilidade de comprometimento de suas atividades, pode afirmar que a) na avaliação de risco, a empresa não possui fatores que possam comprometer o alcance de seus objetivos. b) na avaliação das atividades de controle, a empresa possui fatores que possam comprometer o alcance de seus objetivos. c) garante a informação e comunicação interna, permitindo captar e manipular as informações de forma adequada. d) não oferece risco de controle do pessoal, nem de fraude ou erro nas operações da organização. e) todos os componentes do controle interno estão adequados e com o funcionamento compatível com as necessidades da empresa.

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Gabarito oficial: a

A questão refere-se à estrutura de controles internos do Coso, que prevê a necessária adoção de cinco componentes, para assegurar a eficácia dos controles, quais sejam:

AMBIENTE DE CONTROLE: O ambiente dá o tom de uma organização, influenciando a consciência de controle das pessoas que nela trabalham. Representa o alicerce dos demais componentes, disciplinando-os e estruturando-os. O ambiente de controle é a base de todo o sistema de controle interno. Ele fornece o conjunto de regras e a estrutura, além de criar um clima que influi na qualidade do controle interno em seu conjunto.

Os elementos do ambiente de controle são: a integridade pessoal e profissional e os valores éticos da direção e do quadro de pessoal; o comprometimento com a competência; o perfil dos superiores (ou seja, a filosofia da direção e o estilo gerencial); a estrutura organizacional da entidade que fornece o arcabouço para planejamento, execução, controle e monitoração das atividades de uma entidade; a atribuição de autoridade e responsabilidade que representa uma extensão do desenvolvimento de uma estrutura organizacional e envolve aspectos específicos de como e a quem autoridade e responsabilidade por todas as atividades da entidade serão atribuídas e as políticas e práticas de recursos humanos, cujas normas tratam de admissão, orientação, treinamento, avaliação, aconselhamento, promoção, compensação e medidas corretivas, conduzindo os níveis previstos de integridade, de comportamento ético e de competência.

AVALIAÇÃO DE RISCO: A avaliação de risco é o processo de identificação e análise dos riscos relevantes para o alcance dos objetivos da entidade e para determinar uma resposta apropriada. Avaliar riscos significa identificar eventos que possam impactar os objetivos da entidade, mensurar a probabilidade e o impacto de sua ocorrência e o tratamento ou resposta adequada a esses riscos.

ATIVIDADES DE CONTROLE: Atividades ou procedimentos de controle são as políticas e procedimentos que ajudam a assegurar que as diretrizes da administração estejam sendo seguidas. Ajudam a assegurar a adoção de medidas dirigidas contra o risco de que os objetivos da entidade não sejam atingidos. Atividades de controle têm vários objetivos e são aplicadas em vários níveis organizacionais e funcionais.

As atividades de controle incluem: Procedimentos de autorização e aprovação; Revisões da Alta Direção; Administração Funcional Direta ou de Atividade; Processamento da Informação; Controles Físicos sobre equipamentos, estoques, títulos, dinheiro e outros bens, Indicadores de Desempenho; e Segregação de funções (autorização, execução, registro, controle).

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: A informação e a comunicação são essenciais para a concretização de todos os objetivos do controle interno. A identificação, captura e troca de

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informações sob forma e em época tais que permitam que as pessoas cumpram suas responsabilidades.

MONITORAÇÃO: Monitoração é um processo que avalia a qualidade do desempenho dos controles internos ao logo do tempo. Envolve avaliação do desenho e da tempestividade de operação dos controles e a tomada de ações corretivas. Os sistemas de controle interno devem ser monitorados para avaliar a qualidade de sua atuação ao longo do tempo. O monitoramento é obtido através de atividades rotineiras, avaliações específicas ou a combinação de ambas. A auditoria interna participa do componente de monitoração, avaliando diferentes partes dos controles internos de uma entidade e relatam fraquezas à administração, com recomendações para introdução de melhorias.

A assertiva “a” está correta, pois a definição clara dos objetivos e a identificação de fatores (eventos) que possam impactar o alcance desses objetivos correspondem ao componente de avaliação de riscos. No caso, as circunstâncias permitem ao auditor do TCU avaliar como positivo o processo de avaliação de riscos. Concordamos com o gabarito.

A assertiva “b” apresenta duas incorreções. Primeiro que os exemplos dados no enunciado não se referem a atividades ou procedimentos de controle. Segundo que, com base no enunciado, não há como afirmar que a empresa possui fatores que possam comprometer o alcance de seus objetivos.

A assertiva “c” está incorreta, pois o enunciado não se refere ao processo (componente de controle interno) de comunicação e informação da empresa.

A assertiva “d” está incorreta, pois o enunciado não se refere à estrutura e às normas de recursos humanos, que corresponde ao componente de ambiente de controle. Não há elementos no enunciado que possam caracterizar ou não o risco de controle do pessoal, nem de fraude ou erro nas operações da organização.

A assertiva “e” está incorreta, pois como visto, a estrutura de controles internos do Coso compreende cinco componentes e o enunciado da questão só se refere ao componente de avaliação de riscos. Não se pode, portanto, afirmar que todos os componentes de controles internos estão adequados e funcionando.

32- No processo de auditoria operacional do Tribunal de Contas da União, uma das metodologias utilizadas para apresentação dos dados coletados, são modelos analíticos. Assim, o modelo de Marco Lógico a) determina a existência de controles do ambiente e estatísticos. b) pressupõe a existência de um completo sistema de gestão de informações gerenciais. c) é definido pela análise dos fatores ambientais externos e internos que influenciam no negócio da empresa.

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d) estabelece procedimentos de levantamento de processos e dados para divulgação aos gestores. e) exemplifica como a empresa desenvolve suas atividades, detalhando todos os processos existentes.

Gabarito oficial: b

O Manual de Auditoria de Natureza Operacional do TCU, em sua última versão do ano de 2000, cujas normas estão sendo atualizadas, prevê a adoção de modelos analíticos para análise preliminar do objeto da auditoria, que são:

ƒ Modelo Marco Lógico: Esse modelo analítico foi criado pelo Banco Interamericano de

Desenvolvimento – BID para orientar a formulação, execução, acompanhamento e avaliação de programas ou projetos governamentais submetidos a sua apreciação. O Modelo de Marco Lógico propicia a análise detalhada do programa ou do projeto objeto da auditoria e visa retratar como estão logicamente estruturadas as atividades desenvolvidas por programas ou projetos governamentais, identificando-se as suas principais atividades, produtos (bens e serviços), objetivos e finalidades.

ƒ Modelo Insumo-Produto: Esse modelo procura exprimir como o objeto da auditoria

desenvolve as suas atividades, identificando: a) as informações e os recursos humanos, físicos e financeiros exigidos (insumos); b) os processos de transformação dos insumos em produtos; c) os bens e serviços ofertados (produtos); d) os benefícios proporcionados (impacto); e) os possíveis indicadores de desempenho; f) a demanda existente para os produtos gerados; e g) os benefícios desejados (escala de preferências). O Modelo de Insumo-Produto facilita os trabalhos de análise acerca dos aspectos da economicidade, eficiência, eficácia e, também, da efetividade do objeto da auditoria. Ademais, a identificação dos principais processos permite que a equipe apure o controle que os gestores têm sobre esses processos.

ƒ Modelo de Condições Ambientes: Esse modelo identifica os fatores internos e externos (clientes, fornecedores, competidores, sindicatos, associações profissionais, autoridades diversas, etc.) que influenciam as atividades desenvolvidas pelo objeto da auditoria. O modelo deve exibir as interações e inter-relações existentes entre os vários grupos de interessados, indicando se são ou não estáveis, complexas ou concorrentes.

O Marco Lógico propicia a análise detalhada do programa ou do projeto objeto da auditoria. A equipe deve avaliar, contudo, a conveniência do emprego desta técnica, pois, por ser complexa, requer considerável disponibilidade de tempo, além da existência de sofisticado sistema de informações gerenciais.

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Portanto, a assertiva “b” é a correta. As demais assertivas ou não se referem a nenhum modelo analítico (assertiva “a”) ou correspondem aos demais modelos – análise insumo/produto (assertivas “d” e “e”) e análise de condições ambientes (assertiva “c”).

Para concluir essa nossa primeira aula, falta comentarmos a questão discursiva do

concurso de Auditor do Tribunal de Contas da União. Essa questão foi uma das mais interessantes elaboradas pelo CESPE e nos permite uma boa revisão de conceitos e normas do TCU.

Eis a questão e os nossos comentários com proposta de solução.

DISSERTAÇÃO – TIPOS DE AUDITORIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS (PROVA AUDITOR TCU – 2007)

A partir da Constituição Federal de 1988, as atribuições dos tribunais de contas foram significativamente ampliadas. Atualmente, esses tribunais realizam auditorias com vistas a efetuar o controle da administração pública não apenas quanto à legalidade, mas também quanto à legitimidade, eficiência, eficácia, economicidade e efetividade dos programas de governo.

Redija um texto dissertativo acerca do tema acima apresentado, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:

a) conceitos de legalidade, legitimidade, eficiência, eficácia, economicidade e efetividade;

b) tipos de auditoria de que dispõem os tribunais de contas com o objetivo de realizarem, na prática, cada uma dessas espécies de controle;

c) modalidades de deliberação adotadas como resultado de cada um desses tipos de auditoria e sua respectiva cogência para os jurisdicionados.

COMENTÁRIOS:

Geralmente, o CESPE tem adotado o seguinte critério para correção das questões subjetivas: 10% dos pontos para estrutura textual e 90% dos pontos divididos entre os aspectos a serem abordados pelos candidatos, solicitados pela Banca.

Assim, o mais importante é que os candidatos discorram sobre os itens, de forma completa, porém coerente, concisa e objetiva, de acordo com o quantitativo mínimo e/ou máximo de linhas para a redação.

O enunciado refere-se às várias dimensões que são avaliadas nas auditorias do TCU. O primeiro aspecto solicitado pela Banca foi justamente o conceito de cada critério.

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Legalidade: Refere-se ao cumprimento das leis, normas e regulamentos.

Legitimidade: Trata da verificação do interesse público do ato administrativo e a moralidade administrativa do ato do administrador.

Economicidade: Minimização dos custos dos recursos (insumos) utilizados na consecução de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade. Refere-se à capacidade de uma instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua disposição. Geralmente, essa dimensão é mais detidamente examinada em auditorias de conformidade, na verificação da regularidade de procedimentos de compras.

Exemplo: Suprimentos hospitalares adquiridos ao menor preço, na qualidade especificada. Outra definição de economicidade: Trata da minimização dos custos dos insumos utilizados no processo para obtenção do produto público.

Efetividade: Relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em termos de efeitos sobre a população-alvo (efeitos e impactos observados), e os objetivos pretendidos (efeitos e impactos esperados). Trata-se, portanto, de verificar a ocorrência de mudanças na população-alvo que se poderia razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado.

Exemplo: O programa de saneamento básico reduziu o número de óbitos por doenças de veiculação hídrica.

Outra definição: Relação entre os resultados alcançados e os objetivos que motivaram a atuação institucional entre o impacto previsto e o impacto real de uma atividade. A efetividade tem foco no resultado final obtido e vai além dos produtos produzidos, pois busca o objetivo final almejado por meio da produção do produto.

Eficácia: Grau em que se atingem os objetivos de uma ação (quanto a bens e serviços disponibilizados), em um determinado período de tempo independentemente dos custos implicados.

Exemplo: O número de crianças vacinadas na última campanha nacional de vacinação atingiu a meta programada de 95% de cobertura vacinal.

Eficiência: Relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos insumos empregados em um determinado período de tempo. Essa dimensão, portanto, mede o esforço do processo de transformação de insumos em produtos.

Exemplo: Redução dos prazos de atendimento em serviços ambulatoriais, sem aumento de custos e sem redução de qualidade do atendimento, com conseqüente diminuição dos custos médios de atendimento por procedimento ambulatorial.

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Uma outra definição: Relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos insumos empregados em um determinado período de tempo; se a quantidade de produto está predeterminada, procura-se minimizar o custo total; se o gasto total está previamente fixado, procura-se otimizar a combinação de insumos para maximizar o produto; em ambos os casos, a qualidade deve ser mantida; essa dimensão, portanto, mede o esforço do processo de transformação de insumos em produtos, ou seja, mais eficiente é aquele processo que obtém mais valor de produtos com um mesmo ou menor valor de insumos ou que obtém o mesmo valor de produtos com menor valor de insumos.

O segundo aspecto solicitado foi quanto aos tipos de auditoria realizados pelo TCU e a sua relação com cada critério definido anteriormente.

Assim, o candidato deveria apontar que o TCU pratica auditorias de conformidade e de natureza operacional ou de desempenho, que são basicamente os dois grandes tipos de trabalhos que o Tribunal dispõe. Na auditoria de conformidade os aspectos avaliados são a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão contábil, orçamentária, financeira e patrimonial, bem a economia nas aquisições de bens e serviços. Na auditoria operacional os aspectos avaliados são a economicidade, a eficácia, a eficiência e efetividade da gestão.

Por fim, tem-se o terceiro aspecto solicitado pela banca, relativo às modalidades de deliberação que são adotadas pelo Tribunal em face dessas auditorias. Aqui os candidatos poderiam simplesmente apontar que as auditorias de conformidade geralmente resultam em deliberações em forma de determinação aos jurisdicionados e, eventualmente, em recomendações. Já com relação às auditorias operacionais, predominam as deliberações em forma de recomendações, pois esses trabalhos visam a identificar oportunidades de melhoria de desempenho de órgãos, entidades, programas, projetos e atividades.

Caso o candidato entendesse que deveria ser destacado de forma resumida cada tipo de deliberação contida no regimento interno do TCU, correspondente aos processos de fiscalização, poderia apontar as seguintes deliberações contidas nos arts. 250/252 do RITCU:

ƒ determinará o arquivamento do processo, ou o seu apensamento às contas

correspondentes, se útil à apreciação destas, quando não apurada transgressão a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;

ƒ determinará a adoção de providências corretivas por parte do responsável ou de quem

lhe haja sucedido quando verificadas tão-somente falhas de natureza formal ou outras impropriedades que não ensejem a aplicação de multa aos responsáveis ou que não configurem indícios de débito e o arquivamento ou apensamento do processo às respectivas contas, sem prejuízo do monitoramento do cumprimento das determinações;

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ƒ recomendará a adoção de providências quando verificadas oportunidades de melhoria de desempenho, encaminhando os autos à unidade técnica competente, para fins de monitoramento do cumprimento das determinações;

ƒ determinará a audiência do responsável para, no prazo de quinze dias, apresentar

razões de justificativa, quando verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária ou patrimonial.

ƒ Verificada a ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal assinará prazo de

até quinze dias para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, com indicação expressa dos dispositivos a serem observados.

ƒ Se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que

resulte dano ao erário, o Tribunal ordenará, desde logo, a conversão do processo em tomada de contas especial, salvo na hipótese prevista no art. 213 do RITCU.

Assim, nossa proposta de solução seria a seguinte:

SOLUÇÃO PROPOSTA

A Constituição de 1988 ampliou significativamente o alcance das fiscalizações dos

Tribunais de Contas. As auditorias realizadas nos órgãos e entidades sob a jurisdição desses tribunais passaram a verificar além da legalidade de atos, contratos e fatos administrativos, outros critérios e dimensões de desempenho relevantes para a gestão pública, com especial ênfase para a legitimidade, a economicidade, a eficiência, a eficácia e a efetividade.

A legalidade, cujo princípio está devidamente consignado no artigo 37 da Lei Maior,

exige a aderência da aplicação dos recursos ao disposto na Constituição, nas leis, nos decretos e nas normas. A legitimidade pressupõe, além da obediência às leis, o atendimento ao interesse público e à moralidade administrativa. Nenhum ato pode ser legítimo se não for legal, porém, pode ser legal e agredir a legitimidade.

A economicidade refere-se a custos mínimos incorridos com os gastos públicos e

geralmente significa a eliminação dos desperdícios de insumos; a eficiência refere-se à otimização dos processos de transformação de insumos em produtos; a eficácia corresponde ao grau de atingimento dos objetivos e metas definidos; e a efetividade significa influenciar positivamente o impacto da gestão por meio da geração de produtos.

O Tribunal de Contas da União - TCU, seguindo orientação normativa da organização

que congrega as entidades fiscalizadoras superiores dos países, adota dois tipos de auditoria: a auditoria de conformidade e a auditoria de natureza operacional (de desempenho).

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A auditoria de conformidade pode ser realizada para verificar a exatidão das demonstrações financeiras, avaliar as contas prestadas pelos administradores públicos ou para verificar o cumprimento de leis e regulamentos. Os aspectos da legalidade e da legitimidade dos atos de gestão são examinados na auditoria de conformidade e, em determinados casos, a economicidade das aquisições de bens e serviços da administração pública.

A auditoria de natureza operacional objetiva avaliar o desempenho dos órgãos e

entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados. As avaliações de programas compreendem, além desses critérios, o exame da efetividade dos programas e projetos governamentais.

Ao apreciar processo relativo às auditorias, o TCU determina o arquivamento do

processo ou o seu apensamento às contas correspondentes, quando não constata ilegalidade. Nas auditorias de natureza operacional, a deliberação mais adotada é a recomendação de adoção de providências, quando verificadas oportunidades de melhoria de desempenho, sem prejuízo do monitoramento do seu cumprimento. Por outro lado, nas auditorias de conformidade, geralmente o tribunal determina aos responsáveis a adoção de medidas corretivas ou assina prazo de quinze dias para adoção de providências necessárias ao exato cumprimento da lei e, conforme o caso, determina a audiência do responsável, quando verificada a ocorrência de irregularidade sem débito ou ordena a conversão do processo em tomada de contas especial, quando configurada irregularidade de que resulte dano ao erário.

Um abraço a todos e bons estudos. Espero que tenham gostado dos comentários. Nas

próximas aulas vamos comentar questões muito interessantes de vários concursos, algumas polêmicas outras nem tanto. Até a próxima aula!

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