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D. Constitucional p/TRT-RJ (Técnico) Prof a . Nádia Carolina – Aula 00 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 87 Aula 00: Noções de Direito Constitucional: Princípios fundamentais. Dos direitos e garantias fundamentais: dos direitos e deveres individuais e coletivos (Parte I). SUMÁRIO PÁGINA 1-Apresentação Inicial e Cronograma 1-2 2- Teoria e questões comentadas 3-70 3- Lista de Questões 71-84 4- Gabarito 85-87 Olá, meu amigo (a) concurseiro(a)! Meu nome é Nádia Carolina. Fui aprovada em vários concursos, dentre os quais destacam-se os de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2010), tendo obtido o 14 o lugar nacional e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil (2010), em que obtive o 16 o lugar nacional. Atualmente ocupo o cargo de Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil. A proposta deste curso é a resolução exaustiva de questões objetivas, a fim de treiná-lo (a) a resolver, com segurança e rapidez, todas as questões do concurso do TRT-RJ. A cada resolução de questão, seguir-se-á uma revisão da teoria. Para isso, utilizaremos centenas de questões da FCC. A fim de facilitar a compreensão dos temas, muitas vezes questões de múltipla escolha serão transformadas em questões de certo/errado, ao estilo do Cespe. Isso porque as bancas muitas vezes cobram diversos assuntos em uma questão só, e a manutenção do modelo inicial da questão dificultaria a organização deste curso. O quadro a seguir resume nosso cronograma de aulas: Aulas Tópicos abordados Data Aula 00 Noções de Direito Constitucional: Princípios fundamentais. Dos direitos e garantias fundamentais: dos direitos e deveres individuais e coletivos (Parte I). 26/10 Aula 01 Direitos e garantias individuais (Parte II). 01/11 Aula 02 Direitos sociais, direitos de nacionalidade; direitos políticos. 05/11 Aula 03 Da Administração Pública: disposições gerais, dos servidores públicos. 05/11 Aula 04 Da Organização dos Poderes: Do Poder Judiciário. 10/11 Aula 05 Funções essenciais à Justiça. 14/11

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Aula 00: Noções de Direito Constitucional:

Princípios fundamentais. Dos direitos e garantias

fundamentais: dos direitos e deveres individuais e

coletivos (Parte I).

SUMÁRIO PÁGINA

1-Apresentação Inicial e Cronograma 1-2

2- Teoria e questões comentadas 3-70

3- Lista de Questões 71-84

4- Gabarito 85-87

Olá, meu amigo (a) concurseiro(a)!

Meu nome é Nádia Carolina. Fui aprovada em vários concursos, dentre

os quais destacam-se os de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2010), tendo obtido o 14o lugar nacional e de Analista-Tributário da Receita Federal

do Brasil (2010), em que obtive o 16o lugar nacional. Atualmente ocupo o cargo de Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil.

A proposta deste curso é a resolução exaustiva de questões objetivas, a

fim de treiná-lo (a) a resolver, com segurança e rapidez, todas as questões do

concurso do TRT-RJ. A cada resolução de questão, seguir-se-á uma revisão da teoria. Para isso, utilizaremos centenas de questões da FCC.

A fim de facilitar a compreensão dos temas, muitas vezes questões de

múltipla escolha serão transformadas em questões de certo/errado, ao estilo do Cespe. Isso porque as bancas muitas vezes cobram diversos assuntos em

uma questão só, e a manutenção do modelo inicial da questão dificultaria a organização deste curso.

O quadro a seguir resume nosso cronograma de aulas:

Aulas Tópicos abordados Data

Aula 00 Noções de Direito Constitucional: Princípios fundamentais. Dos direitos e garantias fundamentais:

dos direitos e deveres individuais e coletivos (Parte I).

26/10

Aula 01 Direitos e garantias individuais (Parte II). 01/11

Aula 02 Direitos sociais, direitos de nacionalidade; direitos

políticos.

05/11

Aula 03 Da Administração Pública: disposições gerais, dos

servidores públicos.

05/11

Aula 04 Da Organização dos Poderes: Do Poder Judiciário. 10/11

Aula 05 Funções essenciais à Justiça. 14/11

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As questões utilizadas em cada aula serão colocadas ao final do arquivo, de modo que você possa tentar resolvê-las antes de ler o comentário a elas referente ou utilizá-las como ferramentas de revisão rápida na “reta final” de

preparação para o concurso.

Gostaria de convidá-lo, caro (a) aluno(a) a participar ativamente do

curso. Sinta-se à vontade para enviar suas dúvidas para nosso Fórum de Dúvidas. Além disso, não deixe de acompanhar as respostas às dúvidas dos

outros alunos. Elas poderão ser úteis para o seu entendimento da matéria!

Após esta breve explicação sobre o curso, vamos à aula 00...

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Conceito de Constituição

Começaremos nossa aula apresentando o conceito de Constituição. Mas o que se entende por Constituição?

Objeto de estudo do Direito Constitucional, a Constituição é a lei

fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do povo. É ela que determina a organização político-jurídica do Estado, dispondo

sobre a sua forma, os órgãos que o integram e as competências destes e, finalmente, a aquisição e o exercício do poder. Cabe também a ela estabelecer

as limitações ao poder do Estado e enumerar os direitos e garantias fundamentais.

A Pirâmide de Kelsen

Para compreender bem o Direito Constitucional, é fundamental que estudemos a hierarquia das normas, através do que a doutrina denomina

“pirâmide de Kelsen”.

A pirâmide de Kelsen tem a Constituição e as emendas constitucionais

como seu vértice (topo), por serem fundamento de validade de todas as demais normas do sistema. Assim, nenhuma norma do ordenamento jurídico

pode se opor à Constituição: ela é superior a todas as demais normas jurídicas, que são, por isso mesmo, denominadas infraconstitucionais.

É importante observar que, a partir da Emenda Constitucional no 45 de

2004, os tratados e convenções internacionais aprovados em cada Casa do

Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser

equivalentes às emendas constitucionais. Situam-se, portanto, no topo da pirâmide de Kelsen, tendo “status” de emenda constitucional.

As normas imediatamente abaixo da Constituição

(infraconstitucionais) são as leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas provisórias, os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os

tratados internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos. Todas essas normas serão estudadas em detalhes em

aula futura, não se preocupe! Neste momento, quero apenas que você guarde

quais são as normas infraconstitucionais e que elas não possuem hierarquia entre si, segundo doutrina majoritária. Essas normas são primárias, sendo

capazes de gerar direitos e criar obrigações, desde que não contrariem a Constituição.

Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo de que a lei

complementar não é hierarquicamente superior à lei ordinária. Ambas têm campos de atuação diversos, a matéria (conteúdo) é diferente. No caso de

matéria disciplinada por lei formalmente complementar, mas não submetida à reserva constitucional de lei complementar, eventuais alterações desse

diploma legislativo podem ocorrer mediante simples lei ordinária. Isso porque

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a lei complementar será, materialmente, ordinária, subsumindo-se ao regime

constitucional dessa lei (AI 467822 RS, DJe-190 DIVULG 03-10-2011 PUBLIC 04-10-2011 EMENT VOL-02600-01 PP-00115).

Finalmente, abaixo das leis encontram-se as normas infralegais. Elas são normas secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco,

de impor obrigações. Não podem contrariar as normas primárias, sob pena de invalidade. É o caso das portarias, das instruções normativas, dentre

outras.

Observação: o Supremo Tribunal Federal (STF),

em decisão recente (2008), firmou entendimento de que todos os tratados

internacionais sobre direitos humanos celebrados pelo Brasil têm hierarquia

supralegal, situando-se abaixo da Constituição e acima da legislação interna. Esse tema será

retomado quando tratarmos, futuramente, da prisão civil por dívida.

Classificação das normas constitucionais

Considerando que a Constituição Federal de 1988 é do tipo formal,

entende-se por normas constitucionais quaisquer disposições nela inseridas, independentemente de seu conteúdo. Assim, a distinção entre normas

formalmente materiais (todas as normas da CF/88) e normas materialmente

CONSTITUIÇÃO, EMENDAS CONSTITUCIONAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS

HUMANOS APROVADOS COMO EMENDAS CONSTITUCIONAIS

OUTROS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS

LEIS COMPLEMENTARES, ORDINÁRIAS E DELEGADAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS, DECRETOS LEGISLATIVOS,

RESOLUÇÕES LEGISLATIVAS, TRATADOS INTERNACIONAIS EM GERAL E DECRETOS

AUTÔNOMOS

NORMAS INFRALEGAIS

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constitucionais (aquelas que regulam a estrutura do Estado, a organização do Poder e os direitos fundamentais) é irrelevante, à luz da Constituição atual1.

A aplicabilidade das normas, ou seja, sua capacidade de produzir efeitos, leva em consideração sua vigência, sua validade ou legitimidade e sua eficácia.

Veja o que significa cada um desses conceitos:

Vigência: compreende o período compreendido entre a entrada em vigor

da norma e sua revogação, durante o qual a norma existe juridicamente e tem observância obrigatória.

Validade e legitimidade: é a compatibilidade da norma com o ordenamento jurídico. No caso da Constituição, tendo em vista ela situar-se no

topo do ordenamento jurídico (Pirâmide de Kelsen), sua validade não depende de qualquer outra norma. Seu fundamento advém do poder constituinte

originário, cujo titular é o povo. Falaremos mais desse poder adiante, ainda nesta aula.

Eficácia2: é a qualidade de a norma ser hábil a produzir efeitos jurídicos.

Todas as normas constitucionais apresentam juridicidade. Assim, todas surtem efeitos jurídicos: o que varia é o grau de eficácia.

A partir da aplicabilidade das normas constitucionais, José Afonso da Silva classifica as normas constitucionais em normas de eficácia plena, normas

de eficácia contida e normas de eficácia limitada.

Normas de eficácia plena

São aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem,

ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos que o legislador constituinte quis regular. É o caso do art 2º da CF/88, que diz: “são Poderes da União,

independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. São normas de aplicabilidade direta, imediata e integral: produzem todos

os efeitos de imediato, independentemente de lei posterior que lhes complete o alcance e o sentido.

Normas constitucionais de eficácia contida

São aquelas em que a Constituição regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas permitiu a atuação restritiva por parte

do Poder Público. Um exemplo é o art. 5º, LVIII, que estabelece que “o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas

1 Michel Temer, Elementos de Direito Constitucional.

2 Aplicabilidade e eficácia são fenômenos distintos, embora intimamente relacionados. A

aplicabilidade é a capacidade de aplicação da norma, enquanto a eficácia é sua capacidade de

produzir efeitos. A aplicabilidade depende da eficácia, só sendo aplicável a norma eficaz.

Enquanto a eficácia se dá quanto à produção potencial de efeitos, a aplicabilidade exige

realizabilidade, praticidade .

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hipóteses previstas em lei”. O dispositivo é de aplicabilidade imediata,

produzindo todos os efeitos imediatamente. Entretanto, pode ter sua eficácia restringida por lei ordinária. É importante ressaltar que, enquanto tal lei

ordinária não for criada, sua eficácia é plena.

A aplicabilidade das normas de eficácia contida é direta e

imediata, mas não é integral, já que podem ter sua eficácia restringida por lei, por outras normas constitucionais ou por conceitos jurídicos

indeterminados nelas presentes (ao fixar esses conceitos, o Poder Público poderá limitar seu alcance, como é o caso do art. 5º, XXIV e XXV, que

restringem o direito de propriedade estabelecido no art. 5º, XXII da CF/88).

Normas constitucionais de eficácia limitada

São aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem

todos os seus efeitos. Sua aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida, pois somente produzem integralmente seus efeitos quando regulamentadas

por lei posterior que lhes amplia a eficácia.

José Afonso da Silva as subdivide em normas declaratórias de princípios

institutivos ou organizativos e normas declaratórias de princípios programáticos. As primeiras são aquelas que dependem de lei para estruturar

e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição. É o caso do art. 18, §3º, CF/88 (“ os Estados podem incorporar-

se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da

população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”). Já as segundas estabelecem programas a

serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional. Um exemplo é o art. 196 da Carta Magna (“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e

serviços para sua promoção, proteção e recuperação”).

É importante destacar que, embora as normas de eficácia limitada não

produzam todos os efeitos tão-somente com sua promulgação, não é verdade que estas sejam completamente desprovidas de eficácia jurídica. Sua eficácia é

limitada, não inexistente! Isso porque, independentemente de regulação pelo legislador infraconstitucional, produzem alguns efeitos: revogam disposições

anteriores em sentido contrário e impedem a validade de leis posteriores que se oponham a seus comandos.

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Outra classificação das normas constitucionais bastante cobrada em

concursos públicos é aquela proposta por Maria Helena Diniz, explanada a

seguir.

Normas com eficácia absoluta

São aquelas que não podem ser suprimidas por meio de emenda constitucional. Na CF/88, são exemplos aquelas enumeradas no art. 60, §4º,

que determina que “não será objeto de deliberação a proposta de emenda

tendente a abolir a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e, finalmente, os direitos e

garantias individuais. São as denominadas cláusulas pétreas expressas.

Normas com eficácia plena

O conceito utilizado pela autora é o mesmo aplicado por José Afonso da

Silva para normas de eficácia plena. Destaca-se que essas normas se assemelham às de eficácia absoluta por possuírem, como estas, aplicabilidade

imediata, independendo de regulamentação para produzirem todos os seus efeitos. A distinção entre elas se dá pelo fato de as normas com eficácia plena

poderem sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

Normas com eficácia relativa restringível

Correspondem às normas de eficácia contida de José Afonso da Silva,

referidas anteriormente. Essas normas possuem cláusula de redutibilidade, possibilitando que atos infraconstitucionais lhes componham o significado.

Além disso, sua eficácia poderá ser restringida ou suspensa pela própria Constituição.

• PRODUZEM OU ESTÃO APTAS A PRODUZIR, DESDE SUA ENTRADA EM VIGOR, TODOS OS EFEITOS

• APLICABILIDADE DIRETA, IMEDIATA E INTEGRAL

NORMAS DE EFICÁCIA PLENA

• PODEM SOFRER RESTRIÇÕES

• APLICABILIDADE DIRETA E IMEDIATA, MAS NÃO INTEGRAL

NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA

• NECESSITAM DE REGULAMENTAÇÃO PARA PRODUZIREM TODOS OS SEUS EFEITOS

• APLICABILIDADE INDIRETA, MEDIATA E REDUZIDA

NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA

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Normas com eficácia relativa complementável ou dependentes de

complementação

São equivalentes às normas de eficácia limitada de José Afonso da Silva,

ou seja, dependem de legislação infraconstitucional para produzirem todos os seus efeitos.

Alguns autores consideram, ainda, a existência de normas

constitucionais de eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. São normas cujos efeitos cessaram, não mais apresentando eficácia jurídica. É o

caso de vários preceitos do ADCT da CF/88.

Aplicação das normas constitucionais no tempo

Com o advento de uma nova Constituição, continuam válidos todos os

atos normativos com ela compatíveis, sendo eles por ela recepcionados no “status” previsto para o instrumento normativo que tratará daquela matéria.

Trata-se do chamado princípio da recepção. É o caso do Código Tributário Nacional, por exemplo, que, embora tenha sido criado como lei ordinária, foi

recepcionado como lei complementar.

Destaca-se que no caso de lei editada por ente federativo diverso

daquele ao qual a nova Constituição atribuiu competência para dispor sobre a matéria, esta também será recepcionada, se houver compatibilidade material

com o novo texto constitucional. Nesse caso, a lei será recebida como se tivesse sido editada pelo ente competente para tratar da matéria. Exemplo:

uma lei federal vigente sob a égide da Constituição pregressa poderá ser recepcionada como estadual pela nova Carta, se esta estabelecer que os

Estados são competentes para disciplinar a matéria.

Outra possibilidade de recepção se dá quando a nova Constituição

determina, expressamente, a continuidade de dispositivos daquela que lhe precedeu. Como exemplo, a CF/88 estabeleceu que o sistema tributário

nacional vigoraria a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da sua promulgação, mantendo-se, até essa data, a vigência dos dispositivos da

Constituição de 1967.

Destaca-se, ainda, que o princípio da recepção não ocorre no caso de

emenda constitucional. Isso porque o poder de reforma encontra limites na própria Constituição. Assim, o que se dá, no caso de edição de emenda

constitucional, é a revogação do direito ordinário anterior, se desconforme com ela, ou a manutenção de sua validade, caso ele seja com ela compatível.

Alguns autores entendem que, no caso de entrada em vigor de uma nova

Constituição, as normas legais com ela incompatíveis se tornam inconstitucionais, pelo fenômeno da inconstitucionalidade superveniente.

Essa não é a posição do STF. Para a Corte, trata-se de simples conflito de normas no tempo, em que a norma posterior revoga a anterior. Nesse caso,

portanto, haveria simples revogação, e não inconstitucionalidade.

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E os atos incompatíveis com a nova Constituição? O que acontece com

eles?

Esses atos são revogados, suprimidos do ordenamento jurídico. Perdem

sua vigência. Essa revogação pode se dar tanto de maneira expressa (quando o texto da nova Constituição o determina) quanto de maneira tácita

(desconformidade do conteúdo do ato).

Outro ponto interessante é o que ocorre com os atos revogados pelas Constituições pretéritas. Podem eles ser revalidados pela nova Constituição?

Sim. Trata-se do fenômeno da repristinação, pelo qual se “ressuscitam” as normas anteriormente revogadas. Essa prática, contudo, só é admitida

excepcionalmente e quando há disposição expressa nesse sentido, em virtude da necessidade de se resguardar a segurança jurídica. Por esse motivo, em

regra, só ocorre recepção de dispositivos legais em vigor no momento da promulgação da nova Constituição.

Por fim, resta a pergunta: pode uma norma constitucional revogada na

vigência da Constituição pretérita adquirir “status” de lei com a promulgação

da nova Constituição?

Tem-se, aí, o princípio da desconstitucionalização, em que a nova Constituição recepciona as normas da pretérita, conferindo-lhes “status” legal.

Embora não houvesse óbice para que a CF/88 adotasse a desconstitucionalização, ela não o fez, nem de forma genérica nem quanto a

algum dispositivo específico.

O Preâmbulo da Constituição

O preâmbulo é o prefácio da Constituição, ou seja, é o texto que precede

seus artigos. Na Constituição de 1988, seu texto é o que se segue:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em

Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos

sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores

supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na

ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a

seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.

O preâmbulo serve para definir as intenções do legislador constituinte,

proclamando os princípios da nova constituição e rompendo com a ordem jurídica anterior.

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A importância do preâmbulo é que ele serve como elemento de

integração dos artigos que lhe seguem, bem como orienta a sua interpretação. Entretanto, segundo o Supremo Tribunal Federal, ele não se constitui em

norma constitucional. Portanto, não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade e não estabelece limites para o Poder Constituinte

Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente. Por isso, o STF entende que

suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais.

1. (FCC/2009/PGE-SP) A nova Constituição revoga as normas da Constituição anterior com ela incompatíveis e as que digam respeito a

matéria por ela inteiramente regulada (normas materialmente constitucionais). Quanto às demais normas inseridas na Constituição

pretérita (normas apenas formalmente constitucionais, compatíveis

com a nova Constituição), entende-se que continuam a vigorar, porém em nível ordinário, dando ensejo ao fenômeno:

a) da recepção.

b) da desconstitucionalização. c) da supremacia da Constituição.

d) da mutação constitucional. e) das normas apenas materialmente constitucionais.

Comentários:

Trata-se do fenômeno da desconstitucionalização, pelo qual normas da Constituição pretérita são recepcionadas pela nova com “status” de lei

ordinária. A letra B é o gabarito.

2. (FMP/2011/TCE-RS) Para a hermenêutica constitucional

contemporânea, dispositivo textual e norma são coisas idênticas, havendo, entre eles, uma correspondência biunívoca, de tal forma que

todo dispositivo veicula uma e tão somente uma norma e para toda norma há um específico dispositivo textual.

Comentários:

A hermenêutica contemporânea distingue texto de norma. Além disso, a relação entre eles não é biunívoca, podendo ser extraída mais de uma norma

de determinado texto constitucional. Questão incorreta.

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3. (FMP/2011/TCE-RS) Aceita a distinção entre texto constitucional

e norma constitucional, conclui-se que a norma constitucional não é o pressuposto da interpretação constitucional, mas o seu resultado.

Comentários:

Perfeito! Aceita a distinção, a norma constitucional adviria da interpretação do texto. Questão correta.

4. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Unidade da Constituição" permite ao intérprete dar coesão ao texto constitucional

ao definir princípios como standards juridicamente relevantes, abertos, apartado das regras.

Comentários:

O Princípio da Unidade da Constituição não pretende apartar (separar) os princípios das regras. Pelo contrário: busca-se considerar a Constituição como

um todo, para dar coesão ao texto constitucional. Questão incorreta.

5. (FCC/2010/TRE-AM) Com relação aos princípios interpretativos das normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação

deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas é denominado de:

a) conformidade funcional. b) máxima efetividade.

c) unidade da constituição. d) harmonização.

e) força normativa da constituição.

Comentários:

O princípio segundo o qual a interpretação da constituição deve ser

realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas é o da “unidade da constituição”. A letra C é o gabarito da questão.

6. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Máxima Efetividade"

autoriza a alteração do conteúdo dos direitos fundamentais da norma com o fim de garantir o sentido que lhe dê a maior eficácia possível.

Comentários:

O enunciado da questão é absurdo! Não pode o princípio da máxima efetividade alterar o conteúdo dos direitos fundamentais. Só o legislador pode

fazê-lo! Cabe ao princípio conferir à norma o sentido que lhe dê maior efetividade social, sem lhe modificar o conteúdo. Questão incorreta.

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7. (FCC/2010/TRE-AC) Sobre a interpretação das normas

constitucionais, analise:

I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar

a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte.

II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a

evitar contradições (antinomias) entre suas normas, e sobretudo, entre os princípios constitucionais estabelecidos.

Os referidos princípios, conforme doutrina dominante, são denominados, respectivamente, como:

a) Da força normativa e da justeza.

b) Do efeito integrador e da harmonização. c) Da justeza e da unidade.

d) Da máxima efetividade e da unidade. e) Do efeito integrador e da forma normativa.

Comentários:

O conceito I se refere ao princípio da justeza, que acabamos de ver, enquanto o II se refere ao da unidade da Constituição. Portanto, o gabarito é a

letra C.

8. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Concordância Prática"

indica que diante de um conflito entre bens constitucionalmente protegidos, deve-se optar por um deles em nome da coerência lógica e

segurança jurídica.

Comentários:

Segundo o princípio da concordância prática, deve-se evitar o sacrifício

de um bem constitucionalmente protegido em detrimento de outros, no caso de um conflito entre eles. O que se tem é uma harmonização entre esses bens,

de modo que cada um “cede um pouco” e nenhum é sacrificado. Questão incorreta.

9. (FCC/2011/DPE-RS) No Direito Constitucional brasileiro fala-se

de uma certa relatividade dos direitos e garantias individuais e

coletivos, bem como da possibilidade de haver conflito entre dois ou mais deles, oportunidade em que o intérprete deverá se utilizar do

princípio da concordância prática ou da harmonização para coordenar e combinar os bens tutelados, evitando o sacrifício total de uns em

relação aos outros, sempre visando ao verdadeiro significado do texto constitucional.

Comentários:

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O enunciado está perfeito! Leia-o atentamente, para fixar bem o conceito

de princípio da harmonização! Questão correta.

10. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Força Normativa da

Constituição" alude para a priorização de soluções hermenêuticas que possibilitem a atualização normativa e, ao mesmo tempo, edifique sua

eficácia e permanência.

Comentários:

O enunciado está perfeito. Questão correta.

11. (FCC/2010/Pref. de Teresina) O "Princípio da Interpretação

Conforme a Constituição" é uma diretriz para aplicação dos princípios constitucionais fundamentais que devem ser interpretados no sentido

de chegar a uma integração política e social.

Comentários:

É o princípio do efeito integrador que busca que, na interpretação da

Constituição, seja dada preferência às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. Questão incorreta.

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Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil

Antes de tratarmos dos princípios fundamentais, é necessário que compreendamos dois conceitos: o de regras e o de princípios.

As regras e os princípios são espécies de normas constitucionais. As primeiras são mais concretas, servindo para definir condutas. Já os segundos

são mais abstratos. Não definem condutas, mas sim diretrizes para que se alcance a máxima concretização da norma. Por esse motivo, as regras não

admitem o cumprimento ou o descumprimento parcial, mas apenas total, enquanto os princípios podem ser cumpridos apenas parcialmente.

Desse modo, quando duas regras entram em conflito, cabe ao aplicador

do direito determinar qual delas foi suprimida pela outra. Já no caso de colisão entre princípios, o conflito é apenas aparente, ou seja, um não será excluído

pelo outro. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre

manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro

direito protegido constitucionalmente.

Os princípios fundamentais são as características essenciais de um Estado. Representam os valores que orientaram o constituinte na elaboração

da Constituição, suas escolhas políticas fundamentais. Segundo Canotilho, são os princípios constitucionais politicamente conformadores do Estado, que

explicitam as valorações políticas fundamentais do legislador constituinte, revelando as concepções políticas triunfantes numa Assembleia Constituinte, constituindo-se, assim, no cerne político de uma Constituição política3.

Na Constituição Federal, estão dispostos no Título I, composto por quatro artigos. Iniciemos seu estudo pelo art. 1º da CF/88:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,

constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

3 CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição, p. 1091-92.

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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce

por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

No “caput”, observa-se que a forma de estado adotada pelo Brasil é a federação. Dá-se o nome de Federação ou Estado federal a um Estado

composto por diversas entidades territoriais autônomas, dotadas de governo próprio. Por autonomia compreende-se um conjunto de competências ou

prerrogativas garantidas pela Constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo governo central. A palavra federação vem de

“foedus, foederis” e significa aliança, pacto, união.

Do ”caput”, depreende-se, ainda, que a Federação brasileira é composta

por União, estados-membros, Distrito Federal e Municípios. Todos são pessoas jurídicas de direito público, com vínculo indissolúvel (não há direito de

secessão em nosso ordenamento jurídico). Na CF/88 os Municípios foram incluídos, pela primeira vez, como entidades federativas. Observe que os

Territórios não fazem parte da Federação.

O Estado federal, segundo a doutrina, apresenta duas características: autonomia e participação. A autonomia traduz-se na possibilidade de os

Estados e Municípios terem sua própria estrutura governamental e competências, distintas daquelas da União. A participação, por sua vez,

consiste em dar aos Estados a possibilidade de interferir na formação das leis.

Ela é garantida, em nosso ordenamento jurídico, pelo Senado, órgão legislativo que representa os Estados.

Entretanto, autonomia difere de soberania. No Brasil, apenas a

República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, inclusive para fins de direito internacional. Só ela possui personalidade

internacional. Os Estados federados são reconhecidos pelo direito internacional apenas na medida em que o a RFB autoriza.

Isso porque na Federação os entes reunidos, apesar de não perderem suas personalidades jurídicas, abrem mão de algumas prerrogativas, em

benefício do todo (Estado Federal). Dessas, a principal é a soberania. Apenas o Estado Federal (no Brasil, a RFB) é soberano para o Direito Internacional. Os

membros da Federação são apenas autônomos para o Direito interno.

A federação pressupõe um território, dentro do qual o Estado federal exerce a soberania e a descentralização política dentro desse mesmo território.

Isso significa que os membros da federação têm capacidade política

assegurada pela Constituição.

Além disso, pressupõe a existência de uma entidade central e de várias parciais, dotadas de capacidade política concedida diretamente pela

Constituição. Essa capacidade implica a possibilidade de produção de normas de sua competência.

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No Brasil, a União, os Estados-membros e os Municípios, todos

igualmente autônomos, têm o mesmo “status” hierárquico, recebendo tratamento jurídico isonômico. O governo de qualquer um deles não pode

determinar o que o governo do outro pode ou não fazer. Cada um exerce suas competências dentro dos limites reservados pela Constituição.

A federação brasileira tem, ainda, como característica, a indissolubilidade. Os entes federativos não têm direito a secessão (art. 1º,

“caput”, CF). Além disso, é cláusula pétrea (art. 60, § 4º, I, CF), não podendo sofrer emenda tendente a aboli-la.

Nossa federação também tem como característica ter resultado de um

movimento centrífugo, sendo formada por segregação. Isso porque no Brasil o

Estado era centralizado, tendo se desmembrado para a formação dos Estados-membros. Já nos Estados Unidos, por exemplo, os Estados se agregaram, num

movimento centrípeto, para formar o Estado federal.

Outra característica de nosso federalismo é que ele é cooperativo. A repartição de competências entre os entes da federação se dá de forma que

todos eles contribuam para que o Estado alcance seus objetivos. Algumas competências são comuns a todos, havendo, ainda, a colaboração técnica e

financeira entre eles para a prestação de alguns serviços públicos, bem como repartição das receitas tributárias.

Voltando à análise do texto constitucional, outra informação importante trazida pelo “caput” do art. 1º da CF/88 é que a forma de governo do Brasil

é a república. Entende-se por forma de governo o modo como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados.

São características da República: caráter eletivo, representativo e

transitório dos detentores do poder político e responsabilidade dos

governantes. Os governantes, na República, são eleitos pelo povo, o que vincula essa forma de governo à democracia. Além disso, na República, o

governo é limitado e responsável, surgindo a ideia de responsabilidade da Administração Pública. Finalmente, o caráter transitório dos detentores do

poder político é inerente ao governo republicano, sendo ressaltada, por exemplo, no art. 60, §4º da CF/88, que impede que seja objeto de deliberação

a proposta de emenda constitucional tendente a abolir o “voto direto, secreto, universal e periódico”.

Outra importante característica da República é que ela é fundada na

igualdade formal das pessoas. Nessa forma de governo é intolerável a

discriminação, sendo todos formalmente iguais, ou seja, iguais perante o Direito.

No art. 1º, “caput”, CF/88, determina-se ainda que o regime político do

Brasil é o democrático. A expressão “Estado Democrático de Direito” não implica uma mera reunião dos princípios do Estado de Direito e do Estado

Democrático, uma vez que os supera, trazendo em si um conceito novo.

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Trata-se, na verdade, da garantia de uma sociedade pluralista, em que

todas as pessoas se submetem às leis e ao Direito, que, por sua vez, são criados pelo povo, por meio de seus representantes. A lei e o Direito, nesse

Estado, visam a garantir o respeito aos direitos fundamentais, assegurando a todos uma igualdade material, ou seja, condições materiais mínimas a uma

existência digna. Nos dizeres de Dirley da Cunha Jr, “o Estado Democrático de

Direito, portanto, é o Estado Constitucional submetido à Constituição e aos valores humanos nela consagrados4”.

O princípio democrático é reforçado pelo parágrafo único do art.1º da

Constituição Federal. Por ele conclui-se que em nosso Estado vigora a democracia semidireta ou participativa. Nela há uma combinação de

representação política com formas de democracia direta – plebiscito, referendo e iniciativa popular.

“Qual a diferença entre plebiscito e referendo, Nádia?” É simples: o

plebiscito é convocado antes da criação da norma (ato legislativo ou administrativo) para que os cidadãos, por meio do voto, aprovem ou não a

questão que lhes foi submetida. Já o referendo é convocado após a edição da

norma, devendo esta ser ratificada pelos cidadãos para ter validade.

Nos incisos do art. 1º da Carta Magna estão expressos os fundamentos da República Federativa do Brasil, que são os pilares, a base de nosso

ordenamento jurídico. Eles formam a famosa sigla “SOCIDIVAPLU”, usada pelos concurseiros para decorá-los: soberania, cidadania, dignidade da pessoa

humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político.

4 Dirley da Cunha Jr. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição, p. 543.

Regime Político =

Democrático

Forma de Estado =

Federação

Forma de Governo = República

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A soberania é um poder supremo e independente. Supremo na ordem

interna, por ser o Estado brasileiro é superior a todas as outras pessoas no âmbito interno: as normas e decisões elaboradas pelo Estado prevalecem

sobre as emanadas de grupos sociais intermediários como família, escola e igreja, por exemplo. E independente na ordem externa, em que é igual aos

poderes soberanos dos demais Estados no âmbito internacional. Como você verá adiante, a igualdade entre os Estados é um dos princípios adotados pela

República Federativa do Brasil em suas relações internacionais (art. 4º, V, CF/88).

Já a cidadania exige que o Poder Público incentive a participação

popular nas decisões políticas do Estado. Nesse sentido, está intimamente

ligada ao conceito de democracia, pois supõe que o cidadão se sinta responsável pela construção de seu Estado, pelo bom funcionamento das

instituições.

A dignidade da pessoa humana eleva o ser humano a uma preocupação central para o Estado brasileiro. Esse princípio determina que a

pessoa humana deve ser tratada como um fim em si mesma, e não como meio para se obter um resultado. Trata-se de uma limitação ao poder do Estado,

que não tem a possibilidade de impor restrições à consciência humana. Mas não é, por isso, apenas uma liberdade negativa (ausência de constrangimento

pelo Estado). É, também, liberdade positiva, ou seja, de não sofrer

impedimentos econômicos, sociais ou políticos que obstem a plena realização da personalidade humana. Na Constituição federal de 1988, a dignidade da

pessoa humana é a base de todos os direitos fundamentais.

SOCIDIVAPLU Soberania

Cidadania

Dignidade da pessoa humana Valores

sociais do trabalho e da

livre iniciativa

Pluralismo político

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Trata-se, segundo o STF, de princípio supremo, “significativo vetor

interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País e que traduz, de modo

expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo.5”

O STF, com base no princípio da dignidade da pessoa humana, decidiu “assistir, a qualquer pessoa, o direito fundamental à orientação sexual,

havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético-jurídica da união homoafetiva como entidade familiar, atribuindo-lhe, em consequência,

verdadeiro estatuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em

favor de parceiros homossexuais, relevantes consequências no plano do Direito, notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das

relações sociais e familiares”. Considerou que “a extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável entre

pessoas de gênero distinto justifica-se e legitima-se pela direta incidência, dentre outros, dos princípios constitucionais da igualdade, da liberdade,

da dignidade, da segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que consagra o direito à busca da felicidade, os quais

configuram, numa estrita dimensão que privilegia o sentido de inclusão decorrente da própria Constituição da República (art. 1º, III, e art. 3º, IV),

fundamentos autônomos e suficientes aptos a conferir suporte legitimador à qualificação das conjugalidades entre pessoas do mesmo sexo como espécie

do gênero entidade familiar” 6.

Também com base no princípio da dignidade da pessoa humana, entende

o STF ser impossível a coação do pai no sentido da realização do exame de DNA7.

Outro fundamento da República Federativa do Brasil são os valores

sociais do trabalho e da livre iniciativa. Ele determina que nosso Estado é capitalista, mas afirma simultaneamente que o trabalho tem um valor social.

Observe que o art. 170 da CF/88 reforça esse fundamento, ao determinar que “a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre

iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social”.

Finalmente, o Estado brasileiro tem como fundamento o pluralismo

político. Esse princípio visa a garantir a inclusão dos diferentes grupos sociais no processo político nacional.

5 STF, HC 85.237, Rel. Min. Celso de Mello, j. 17.03.05, DJ de 29.04.05.

6 RE 477554 MG, DJe-164 DIVULG 25-08-2011 PUBLIC 26-08-2011 EMENT VOL-02574-02 PP-00287.

7 STF, Pleno, HC 71.373/RS, rel. Min. Francisco Rezek, Diário da Justiça, Seção I, 22.11.1996.

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12. (FCC/2011/DPE-RS) São fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a

livre concorrência, o voto direto e secreto e o pluralismo político.

Comentários:

São fundamentos da República Federativa do Brasil:

Questão incorreta.

13. (FCC/2010/Assembleia Legislativa – SP) Constitui um dos

fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a

Constituição Federal de 1988,

a) A garantia do desenvolvimento nacional. b) A não intervenção.

c) A defesa da paz. d) A igualdade entre os Estados.

e) O pluralismo político.

Comentários:

SO

CID

IV

AP

LU

SOBERANIA

CIDADANIA

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA

PLURALISMO POLÍTICO

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Dentre as alternativas, apenas o pluralismo político é fundamento da RFB

(art. 1º, V, CF). A letra E é o gabarito da questão.

14. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). A República

Federativa do Brasil tem como fundamento o pluralismo político.

Comentários:

O pluralismo político é um dos fundamentos da República Federativa do

Brasil. Não há nem o que comentar! Pura “decoreba”. Questão correta.

15. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Todo o poder emana do Congresso Nacional, que o exerce por meio de representantes

eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federal.

Comentários:

Juro que essa questão me fez dar um sorrisinho, de tão fácil que é. Todo

poder emana do POVO! É o que diz o parágrafo único do art.1º da CF/88. Questão incorreta.

16. (FCC/2009/TRT 3ª Região/Juiz Substituto) Na forma de redação

do texto constitucional, a República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como princípios

fundamentais, exceto:

a) A soberania b) A cidadania

c) A dignidade da pessoa humana d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

e) A saúde e a segurança

Comentários:

Eu sei... Difícil acreditar que uma questão fácil dessas foi cobrada num

concurso de Juiz! Entretanto, devemos nos lembrar que todos os concursos têm questões fáceis, médias e difíceis. Isso também ocorrerá na sua prova,

com certeza.

Vamos ao comentário? Os fundamentos da RFB são aqueles do art. 1º da

Constituição, que formam “SOCIDIVAPLU”. A questão é tão fácil que nem trocou a ordem em que eles aparecem na Lei Maior. Apenas substituiu o

pluralismo político (o último dos fundamentos) por saúde e segurança. O gabarito é a letra E.

17. (FCC/2009/TCE-TO) A República Federativa do Brasil é formada

pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

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Comentários:

Literalidade do “caput” do art. 1O da CF/88. Questão correta.

18. (FCC/2009/TCE-TO) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente, nos termos da

Constituição.

Comentários:

Literalidade do parágrafo único do art. 1O da CF/88. Questão correta.

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Os Direitos Fundamentais e a Reserva do Possível

A teoria da reserva do possível serve para determinar os limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais.

Segundo ela, a efetivação dos direitos sociais encontra dois limites: a suficiência de recursos públicos e a previsão orçamentária da respectiva

despesa.

Assim, trata-se de uma teoria que afasta a aptidão do Poder Judiciário de

intervir na garantia da efetivação de direitos sociais. Para que esse limite à ação do Judiciário seja válido, entretanto, é necessária a comprovação da

ausência de recursos orçamentários suficientes para a implementação da ação estatal.

É importante destacar que a reserva do possível tem sido

paulatinamente abandonada pelo STF, em seus julgados. A Corte Suprema,

quando da análise de situações em que o Estado descumpriu uma obrigação de efetivar uma prestação positiva, tem exigido, para fazer uso da reserva do

possível, não só a confirmação da inexistência de recursos, mas também a denominada exaustão orçamentária.

E o que é exaustão orçamentária? É a situação em que inexistem

recursos suficientes para que a Administração cumpra determinada decisão judicial. É a famosa “falta de verbas”.

A Harmonia e a Independência entre os Poderes

Antes de falarmos do art. 2º da Constituição, faz-se necessário

apresentarmos o conceito de poder político.

O poder político, do qual o povo é titular, é soberano. Esse fato é expresso no art. 1º, parágrafo único, da CF/88, segundo o qual “todo poder

emana do povo”.

São características do poder político:

Unicidade: trata-se de um poder uno e indivisível. Isso significa que não

se permitem conflitos ou fracionamentos, apenas se considera o real interesse do povo.

Titularidade do povo: é o povo o titular da soberania. O conceito de povo abrange todos os indivíduos vinculados ao Estado por meio da nacionalidade

ou da cidadania. É importante não confundir esse conceito com o de população, que compreende todas as pessoas presentes no território do Estado

num determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas.

Imprescritibilidade: trata-se de um poder permanente, que não se extingue com o tempo.

Indelegabilidade: o titular do poder político (povo) não pode abrir mão dele. Mesmo quando há representantes, este age em seu nome.

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Uma vez entendido o conceito de poder político, passemos à análise do

art. 2º da CF/88?

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário

Esse artigo trata da teoria da tripartição dos Poderes, que surgiu com a publicação de “A Política”, por Aristóteles e foi, posteriormente, trabalhada por

Monstesquieu na obra “O Espírito das Leis”.

Veja que ele fala em harmonia e independência entre os Poderes. A

primeira significa cooperação, colaboração entre os Poderes. Visa a garantir que estes expressem uniformemente a vontade da União. Já a segunda traduz-

se na ausência de subordinação de um Poder a outro. Todos eles têm, portanto, a mesma hierarquia.

Nossa Constituição adotou a separação de Poderes flexível. Isso significa

que eles não exercem exclusivamente suas funções típicas, mas também outras, denominadas atípicas. Um exemplo disso é o exercício da função

administrativa – típica do Executivo – pelo Judiciário e pelo Legislativo, quando

dispõem sobre sua organização interna e sobre seus servidores, nomeando-os ou exonerando-os.

A independência entre os Poderes é limitada pelo sistema de freios e

contrapesos, de origem norte-americana. Esse sistema prevê a interferência legítima de um Poder sobre o outro, nos limites estabelecidos

constitucionalmente. É o que acontece, por exemplo, quando o Congresso Nacional (Poder Legislativo) fiscaliza os atos do Poder Executivo (art. 49, X,

CF/88).

Segundo o STF, os mecanismos de freios e

contrapesos estão previstos na Constituição Federal,

sendo vedado à Constituição Estadual criar outras formas de interferência de um Poder sobre o outro

(ADI 3046). Além disso, a Corte considera inconstitucional, por ofensa ao princípio da

independência e harmonia entre os Poderes, norma que subordina acordos, convênios, contratos e atos

de Secretários de Estado à aprovação da Assembleia Legislativa (ADI 476).

Por fim, é importante destacar que, tendo em vista a teoria sobre o poder político, entendemos que, apesar de a Constituição falar em três

Poderes, na verdade ela se refere a funções distintas de um mesmo Poder: a legislativa, a executiva e a judiciária. Isso porque o poder político, como

vimos, é uno e indivisível.

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19. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo,

o Judiciário e o Ministério Público.

Comentários:

O Ministério Público não é um dos três Poderes da União. Questão

incorreta.

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Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil

Que tal analisarmos o art. 3º da Carta Magna?

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de

discriminação.

A promoção do bem de todos, sem preconceitos, alçada pela Carta

Magna à condição de objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, consagra a igualdade formal como um dos objetivos da República Federativa

do Brasil. A reserva de vagas nas Universidades Federais, a serem ocupadas exclusivamente por alunos egressos de escolas públicas, busca tornar o

sistema educacional mais justo, mais igual. Não se trata de preconceito, mas de uma ação afirmativa do Estado.

Elucidando esse conceito, o STF dispôs que “ações afirmativas são

medidas especiais tomadas com o objetivo de assegurar progresso adequado

de certos grupos raciais, sociais ou étnicos ou indivíduos que necessitem de proteção, e que possam ser necessárias e úteis para proporcionar a tais grupos

ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais, contanto que, tais medidas não conduzam, em consequência, à

manutenção de direitos separados para diferentes grupos raciais, e não prossigam após terem sido alcançados os seus objetivos” (REsp 1132476/PR,

Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/10/2009, DJe 21/10/2009)

Como se lembrar do rol de objetivos da República Federativa do Brasil,

uma vez que o art. 3º da CF/88 costuma ser cobrado em sua literalidade?

Leia-o e releia-o até decorá-lo! Para ajudá-lo na memorização do mesmo, peço que preste atenção nos verbos, sempre no infinitivo: construir, garantir,

erradicar e promover.

Calma, o curso não descambou para o Português! É que apenas com essa observação, você poderá resolver a questão de sua prova, mesmo se não

se lembrar de nada que esteja escrito no art. 3º, CF/88.

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Outra dica é que esses verbos formam a sigla “Conga Erra Pro”, que

serve de memorização. Pense em um rapaz, de apelido CONGA,que tem como OBJETIVOnão ERRAr na PROva:

20. (FCC/2011/DPE-RS) São objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil previstos e assim descritos no artigo 3º da Constituição Federal, construir uma sociedade livre, justa e pluralista,

garantir o desenvolvimento regional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e locais, promover o

bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Comentários:

São objetivos fundamentais da RFB: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a

marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais e, finalmente, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade

e quaisquer outras formas de discriminação. Os grifos destacam as palavras que foram substituídas pelo examinador, gerando o erro. Questão incorreta.

OB

JETIV

OS

FU

ND

AM

EN

TA

IS

DA

R

FB

CONSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA E SOLIDÁRIA

GARANTIR O DESENVOLVIMENTO NACIONAL

ERRADICAR A POBREZA E A MARGINALIZAÇÃO E REDUZIR AS DESIGUALDADES SOCIAIS E

REGIONAIS

PROMOVER O BEM DE TODOS, SEM PRECONCEITOS DE ORIGEM, RAÇA, SEXO, COR,

IDADE E QUAISQUER OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO

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21. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Constitui objetivo

fundamental da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Comentários:

Viu como o inciso III do art. 2º da CF/88 foi cobrado em sua literalidade? O tema poderá aparecer assim na sua prova. Questão correta.

22. (FCC/2011/TRT 14a Região) NÃO constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, previsto expressamente na

Constituição Federal,

a) construir uma sociedade livre, justa e solidária. b) garantir o desenvolvimento nacional.

c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

d) captar tributos mediante fiscalização da Receita Federal. e) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,

idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Comentários:

Como Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil, eu bem que gostaria

que a letra D fosse um dos objetivos fundamentais da RFB! Brincadeiras à parte, a letra D está incorreta. Todas as demais alternativas estão arroladas no

art. 3O da CF/88.

23. (FCC/2009/TCE-TO) Constituem objetivos fundamentais da

República Federativa do Brasil, dentre outros, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento

nacional.

Comentários:

Veja como o examinador é malandro: retirou os verbos do infinitivo só

para complicar sua vida. Ainda bem que você é mais esperto ainda e não caiu no “peguinha”. Questão correta.

24. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) Constitui

objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar as

desigualdades econômicas, sociais e culturais.

Comentários:

É objetivo da RFB reduzir (e não erradicar!) as desigualdades sociais e regionais. Isso não se estende às desigualdades econômicas e culturais, como

diz, erroneamente, o enunciado. Questão incorreta.

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Princípios que Regem a República Federativa do Brasil em suas Relações Internacionais

Já que estamos “craques” no art. 3º, que tal estudarmos, agora, o art. 4º da CF?

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas

relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da

América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Como costuma ser cobrado esse artigo? Geralmente o examinador tenta

confundir esses princípios com os objetivos expostos no art. 3º e os princípios fundamentais da RFB, apresentados no art. 1º da Carta Magna.

O legislador constituinte se inspirou na Carta da ONU, assinada em 1945, ao escrever o art. 4º da CF/88. Naquela Carta, expressou-se o maior

sentimento da humanidade após o início da II Guerra Mundial: busca da paz. Em nossa Constituição, tal sentimento foi registrado nos incisos III, IV, VI, VII

e IX. Observe que nela determina-se que a RFB buscará a autodeterminação dos povos, ou seja, respeitar a sua soberania, não intervindo em suas

decisões. Isso porque defende a paz e, para tal, a solução pacífica dos conflitos, assumindo que as relações entre os povos deve ser de

cooperação.

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Uma das consequências da II Guerra Mundial foi a independência das

colônias. Percebeu-se que, para haver paz, é necessário independência nacional, ou seja, ter sua soberania respeitada pelas outras nações. Além

disso, verificou-se que a paz somente é possível com a igualdade entre os Estados, pois a existência de colônias e as sanções impostas à Alemanha após

a Primeira Guerra Mundial foram as principais causas para a eclosão da

Segunda. A igualdade entre os Estados é uma contrapartida à independência nacional: é o compromisso de que uns respeitem a soberania dos outros. Esses

são os motivos pelos quais os incisos I e V do art. 4º foram escolhidos por nosso constituinte como princípios das relações internacionais do Brasil.

Finalmente, qual a imagem mais forte da II Guerra Mundial? O massacre

dos judeus, nos campos de concentração, promovido pelos nazistas. Uma vergonha para a Humanidade. A Carta da ONU, em consequência, assume

como princípio o estímulo aos direitos humanos. Inspirado naquela Carta, nosso constituinte elevou à condição de princípios a serem buscados pela RFB

em suas relações internacionais a prevalência dos direitos humanos e o

repúdio ao terrorismo e ao racismo.

O parágrafo único do art. 4º da Constituição traz um objetivo a ser buscado pelo Brasil em suas relações internacionais: a integração econômica,

política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Quando é cobrado, o

examinador geralmente troca América Latina por América do Sul, para confundi-lo(a). Portanto, fique atento!

25. (FCC/2009/TRT 15ª Região/Técnico Judiciário) Sobre os

princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que:

a) Foi acolhido, além de outros, o princípio da intervenção para os

conscritos.

b) Dentre seus objetivos está o de reduzir as desigualdades regionais. c) Um dos seus fundamentos é a vedação ao pluralismo político.

d) O Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência nacional.

e) A política internacional brasileira veda a integração política que vise à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Comentários:

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A letra “a” é absurda. Não dá nem para imaginar o que seja intervenção

para conscritos. Viagem do examinador.

A letra “b” está correta. Fundamento: art. 3º, III, CF/88.

A letra “c” também é absurda. O pluralismo político é um dos

fundamentos de nossa República. Nem precisava saber Direito Constitucional para “matar” esse item. Imagine nossa Carta vedando o pluralismo político:

provavelmente viveríamos numa ditadura! Para resolver a questão, bastava que o candidato se lembrasse da quantidade de partidos políticos existentes,

hoje, no país...

A letra “d” deveria ser proibida pelo Ministério da Saúde: pode causar

dores abdominais, de tanto rir! Um dos fundamentos da RFB em suas relações internacionais é a independência nacional. Absurdo pensar que nosso

constituinte defenderia a dependência...

A letra “e” também é ridícula. Se nossa Carta vedasse a formação de uma comunidade latino-americana de nações, os blocos regionais de que

fazemos parte (MERCOSUL, ALADI...) seriam inconstitucionais. Incorreta,

tendo como fundamento o parágrafo único do art. 4º da CF/88. O gabarito, portanto, é a letra B.

26. (FCC/2009/Analista Judiciário-Taquigrafia). A República

Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internas pelo princípio da não intervenção.

Comentários:

Que fácil, não? O examinador apenas trocou a palavra internacionais por internas, o que tornou o item errado. Questão incorreta.

27. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) A República

Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política e

cultural dos povos da América Latina, da Europa e da África, visando à formação de uma comunidade de nações.

Comentários:

De acordo com o parágrafo único do art. 4º da Constituição, a República

Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural

dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. A Carta Magna não estende essa integração aos povos

da Europa e da África. Questão incorreta.

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O art. 5º da Constituição

Iniciaremos o estudo do artigo da Constituição mais cobrado em provas de concursos: o art. 5º. Vamos lá?

Aproveitaremos a questão para revisar o que diz o “caput” do art. 5º da CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à

vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)

O dispositivo constitucional enumera cinco direitos fundamentais – os direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Apesar

de referir-se apenas a “brasileiros e estrangeiros residentes no país”, há consenso na doutrina de que eles abrangem qualquer pessoa que se encontre

em território nacional, mesmo que seja estrangeira residente no exterior.

No que se refere ao direito à vida, é importante estar atento(a) à posição do STF de que é legítima e não ofende o direito a vida nem,

tampouco, a dignidade da pessoa humana, a realização de pesquisas com

células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização “in vitro” e não utilizados neste procedimento. Isso tem sido

cobrado em prova!

Uma vez decifrado o “caput” do artigo 5º da Carta Magna, passaremos a análise dos seus incisos:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Esse inciso traduz o princípio da igualdade, que determina que se dê

tratamento igual aos que estão em condições equivalentes e desigual aos que estão em condições diversas, dentro de suas desigualdades. Obriga tanto o

legislador quanto o aplicador da lei.

O legislador fica, portanto, obrigado a obedecer à “igualdade na lei”,

não podendo criar leis que discriminem pessoas que se encontram em situação equivalente, exceto quando houver razoabilidade para tal. Exemplo: a lei, em

regra, não pode criar discriminações nos concursos públicos. Entretanto, se houver razoabilidade, em razão do cargo, tais discriminações tornam-se

possíveis. Seria o caso de um concurso para agente penitenciário de prisão feminina restrito a mulheres. Bastante razoável, não?

Note, todavia, que só a lei ou a própria Constituição podem determinar

discriminações entre as pessoas, nos casos acima. Os atos infralegais (como

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edital de concurso, por exemplo) não podem determinar tais limitações sem

que haja previsão legal.

Outra decorrência do princípio da igualdade é que os intérpretes e

aplicadores da lei ficam limitados pela “igualdade perante a lei”, não podendo diferenciar, quando da aplicação do Direito, aqueles a quem a lei

concedeu tratamento igual. Isso visa a resguardar a própria igualdade na lei. De nada adiantaria ao constituinte estabelecer um direito a todos e permitir

que os juízes e demais autoridades tratassem as pessoas desigualmente, reconhecendo aquele direito a alguns e negando-os a outros, não é mesmo?

Do princípio da igualdade se originam vários outros princípios da

Constituição, como, por exemplo, a vedação ao racismo (art. 5º, XLII, CF), o

princípio da isonomia tributária (art. 150, II, CF), dentre outros.

Finalizando o estudo desse inciso, guarde jurisprudência cobrada em concursos. O STF entende que o princípio da isonomia não autoriza ao Poder

Judiciário estender a alguns grupos vantagens estabelecidas por lei a outros. Isso porque se assim fosse possível, o Judiciário estaria “legislando”, não é

mesmo? O STF considera que, em tal situação, haveria ofensa ao princípio da separação dos Poderes.

Revisemos o inciso II do art. 5º da Carta Magna:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Trata-se do princípio da legalidade, que traz, para os particulares, a garantia de que só podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por lei.

Tudo é permitido a eles, portanto, na falta de norma legal proibitiva.

Já para o Poder Público, o princípio da legalidade consagra a ideia de que este só pode fazer o que é permitido pela lei. Esse conceito será mais bem

explorado na aula referente à Administração Pública.

Completando o estudo do inciso, quero que você compreenda a diferença

entre legalidade e reserva legal.

Tem-se a legalidade quando a Carta Magna determina a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro dos limites legais. Neste caso, a palavra lei

adquire sentido mais amplo que o apresentado na reserva legal, como se verá a seguir. Isso porque aqui consideram-se “lei” também os atos

infralegais, desde que expedidos nos limites da norma legal. Trata-se da lei em sentido material, ou seja, todo ato normativo do Estado que obedeça às

formalidades que lhe são próprias e contenha uma regra jurídica.

Já a reserva legal ocorre quando a Constituição exige expressamente

que determinada matéria seja regulada por lei formal ou atos com força de lei (como decretos autônomos, por exemplo). É o caso do art. 173, §1º,

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CF/88, que determina que lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa

pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica. Lei formal é aquela necessariamente emanada do Poder

Legislativo, podendo conter ou não uma regra jurídica.

Revisemos os incisos III e IV do art. 5º da Constituição:

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento

desumano ou degradante;

Esse inciso costuma ser cobrado em sua literalidade. Memorize-o!

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o

anonimato;

Trata-se da liberdade de expressão. Todos podem manifestar, oralmente

ou por escrito, o que pensam, desde que isso não seja feito anonimamente. A vedação ao anonimato visa a garantir a responsabilização de quem utilizar tal

liberdade para causar danos a terceiros.

Com base na vedação ao anonimato, o STF veda, em regra, o acolhimento a denúncias anônimas. Essas poderão servir de base para gerar

investigação pelo Poder Público, mas jamais poderão ser causa única de exercício de atividade punitiva pelo Estado.

Destaca-se, ainda, que tendo como fundamento a liberdade de expressão, o STF considerou que a exigência de diploma de jornalismo e de

registro profissional no Ministério do Trabalho não são condição para o exercício da profissão de jornalista.

Tendo como fundamento a liberdade de expressão, o STF considerou que o diploma de jornalismo e o registro profissional no

Ministério do Trabalho não são condições para o exercício da profissão de jornalista.

Outra importante posição do STF é a que veda, em regra, o acolhimento

a denúncias anônimas. Essas poderão servir de base para gerar investigação pelo Poder Público, mas jamais poderão ser causa única de exercício de

atividade punitiva pelo Estado.

Segundo a Corte, as autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em peças

apócrifas ou em escritos anônimos. As peças apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quanto tais documentos forem

produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extorsão

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mediante sequestro, por exemplo). É por isso que o escrito anônimo não

autoriza, isoladamente considerado, a imediata instauração de "persecutio criminis".

Entretanto, pode o Poder Público, provocado por delação anônima ("disque-denúncia", p. ex.), adotar medidas informais destinadas a apurar,

previamente, em averiguação sumária, a possível ocorrência de ilicitude, desde que o faça com o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela

denunciados. Em caso positivo, poderá, então, ser promovida a formal instauração da "persecutio criminis", mantendo-se completa desvinculação

desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas.

Estudemos o próximo inciso do art. 5º da Carta Magna:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao

agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

Essa norma traduz o direito de resposta à manifestação do pensamento

de outrem. Essa resposta deverá ser sempre proporcional, ou seja,

veiculada no mesmo meio de comunicação utilizado pelo agravo, com mesmo destaque, tamanho e duração. Salienta-se, ainda, que o direito de resposta se

aplica tanto a pessoas físicas quanto a jurídicas ofendidas pela expressão indevida de opiniões.

Outro aspecto importante a se considerar sobre o inciso acima é que as

indenizações material, moral e à imagem são cumuláveis (podem ser aplicadas conjuntamente), aplicando-se tanto a pessoas físicas (indivíduos)

quanto a jurídicas (“empresas”).

Relacionada a esse inciso, há jurisprudência que pode ser cobrada em

seu concurso. O STF entende que o Tribunal de Contas da União (TCU) não pode manter em sigilo a autoria de denúncia contra administrador público a ele

apresentada. Isso porque tal sigilo impediria que o denunciado se defendesse perante aquele Tribunal.

Tudo bem, aluno (a), sei que você já ouviu falar do TCU (principalmente

que o concurso é disputadíssimo), mas que talvez não saiba muito sobre o

órgão. Por isso, explicarei para você sucintamente o que é o TCU, por ele ser objeto de aula futura.

O TCU é um órgão auxiliar do Poder Legislativo (do Congresso Nacional),

cujas principais funções são acompanhar a execução do orçamento (dos gastos públicos) e julgar as contas dos responsáveis por dinheiro ou bens públicos.

Suas atribuições estão discriminadas no art. 71 da CF/88, que você pode ler, para sanar sua curiosidade. Entretanto, não se preocupe em aprendê-las

agora: teremos aula específica para isso.

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Destaca-se ainda que o direito de resposta proporcional ao agravo é

aplicável em relação a todas as ofensas, independentemente de elas configurarem ou não infrações penais. Além disso, seu exercício não afasta o

direito à indenização.

Finalmente, é importante ressaltar que, segundo a doutrina e a

jurisprudência, o direito à honra se estende às pessoas jurídicas, que podem, inclusive, sofrer dano moral. É o que determina a Súmula 227 do Superior

Tribunal de Justiça: “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

Para o STF, há uma relação de proporcionalidade entre o dano moral ou material sofrido por alguém e a

indenização que lhe caiba receber (quanto maior o dano maior a indenização), que opera no âmbito interno da

potencialidade da ofensa e da concreta situação do

ofendido. Nada tendo a ver com essa equação a circunstância em si da veiculação do agravo por órgão de

imprensa, porque, senão, a liberdade de informação jornalística deixaria de ser um elemento de expansão e

de robustez da liberdade de pensamento e de expressão lato sensu para se tornar um fator de contração e de

esqualidez dessa liberdade. Em se tratando de agente público, ainda que injustamente ofendido em sua honra

e imagem, subjaz à indenização uma imperiosa cláusula de modicidade. Isso porque todo agente público está sob

permanente vigília da cidadania. E quando o agente estatal não prima por todas as aparências de legalidade

e legitimidade no seu atuar oficial, atrai contra si mais fortes suspeitas de um comportamento antijurídico

francamente sindicável pelos cidadãos (ADPF 130, DJE

de 6-11-2009).

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,

na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de

assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

Consagra-se, nesses incisos, a liberdade religiosa.

No que se refere ao inciso VII, observe que não é Poder Público o responsável pela prestação religiosa, pois o Brasil é um Estado laico, portanto

a administração pública está impedida de exercer tal função. Essa assistência tem caráter privado e incumbe aos representantes habilitados de cada religião.

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VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença

religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Esse dispositivo consagra a denominada “escusa de consciência”. Isso

significa que, em regra, ninguém será privado de direitos por não cumprir obrigação legal imposta a todos devido a suas crenças religiosas ou convicções

filosóficas ou políticas. Entretanto, caso isso aconteça, o Estado poderá impor, à pessoa que recorrer a esse direito, prestação alternativa fixada em lei.

E o que acontecerá se essa pessoa recusar-se, também, a cumprir a

prestação alternativa? Nesse caso, poderá excepcionalmente sofrer restrição

de direitos. Veja que para isso, são necessárias, cumulativamente, duas condições: recusar-se a cumprir obrigação legal alegando escusa de

consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei.

A questão cobra o inciso IX do art. 5º da Carta Magna:

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,

científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

O que você não pode esquecer sobre esse inciso? É vedada a censura.

Entretanto, a liberdade de expressão, como qualquer direito fundamental, é relativa. Isso porque é limitada por outros direitos protegidos pela Carta

Magna, como a inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo, por exemplo.

Veja como isso foi cobrado em prova recente da FCC:

28. (FCC/2012/TRE-CE) Roberto, artista plástico, retratou em

quadro a realidade de determinada comunidade carente do país. Segundo a Constituição Federal, Roberto poderá exibir sua obra de

arte:

a) mediante prévia autorização do Poder Judiciário de onde estiver localizada a comunidade retratada.

b) mediante prévio preenchimento de requerimento de inscrição e

de exibição no cadastro nacional de obras de arte. c) mediante prévia autorização do Poder Executivo de onde estiver

localizada a comunidade retratada. d) mediante prévia autorização do Poder Legislativo de onde estiver

localizada a comunidade retratada. e) independentemente de censura e de licença da autoridade

pública.

Comentários:

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A exibição da obra de arte de Roberto independe de censura ou licença, conforme dispõe o art. 5º, inciso IX, da Constituição Federal. A letra E é o

gabarito da questão.

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

“Dissecando-se” esse inciso, percebe-se que ele protege o direito:

À intimidade e à vida privada. Resguarda, portanto, a esfera mais secreta da vida de uma pessoa, tudo que diz respeito a seu modo de

pensar e de agir. À honra. Blinda, desse modo, o sentimento de dignidade e a reputação

dos indivíduos, o “bom nome” que os diferencia na sociedade. O direito à imagem. Defende a representação que as pessoas possuem

perante si mesmas e os outros.

É importante que você saiba que o STF considera que para que haja

condenação por dano moral, não é necessário ofensa à reputação do indivíduo. Assim, a dor de se perder um membro da família, por exemplo, pode ensejar

indenização por danos morais.

Além disso, com base nesse inciso o STF entende que não se pode coagir suposto pai a realizar exame de DNA. Essa medida feriria, também, outros

direitos humanos, como, por exemplo, a dignidade da pessoa humana, a

intangibilidade do corpo humano. Nesse caso, a paternidade só poderá ser comprovada mediante outros elementos constantes do processo.

Sobre esse tema, é importante, ainda, destacar que o Supremo Tribunal

Federal (STF) entende que é válida decisão judicial proibindo a publicação de fatos relativos a um indivíduo por empresa jornalística. O fundamento da

decisão é a inviolabilidade constitucional dos direitos da personalidade, notadamente o da privacidade.

Outra importante decisão do STF diz respeito à privacidade dos agentes políticos. Segundo a Corte, esta é relativa, uma vez que estes devem à

sociedade as contas da atuação desenvolvida8. Assim, mesmo quem se dedica à vida pública tem direito à privacidade. Esta se mantém no que diz respeito a

fatos íntimos e da vida familiar, embora nunca naquilo que se refira à sua atividade pública9.

Destaque-se também que, segundo Alexandre de Moraes, a

inviolabilidade do sigilo de dados (art.5º, XII) complementa a previsão do

direito à intimidade e vida privada (art. 5º, X), sendo ambas as previsões uma

8 Inq 2589 MS, Min. Marco Aurélio, j. 02.11.2009, p. 20.11.2009.

9 RE 577785 RJ, Min. Ricardo Lewandowski, j. 20.05.2008, p. 30.05.2008.

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defesa da privacidade e regidas pelo princípio da exclusividade. Esse princípio

pretende assegurar ao indivíduo, como ressalta Tercio Ferraz a "sua identidade diante dos riscos proporcionados pela niveladora pressão social e pela

incontrastável impositividade do poder político."

O STF considera que para que haja

condenação por dano moral, não é necessário ofensa à reputação do indivíduo.

Assim, a dor de se perder um membro da família, por exemplo, pode ensejar

indenização por danos morais.

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em

caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Trata-se do princípio da inviolabilidade domiciliar. Esta alcança não só a residência do indivíduo, mas também o local onde este exerce sua profissão.

A partir da leitura do artigo, em quais hipóteses se pode penetrar na

casa de um indivíduo?

Com seu consentimento;

Sem seu consentimento, sob ordem judicial, apenas durante o dia; A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de

flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro.

Sobre esse inciso, destaca-se, ainda, que embora o escritório esteja abrangido pelo conceito de “casa”, o STF entende que não se pode invocar a

inviolabilidade de domicílio como escudo para a prática de atos ilícitos em seu interior. Com base nisso, a Corte autorizou a instalação de escuta em um

escritório de advogados, por ordem judicial.

A Corte considerou válida ordem judicial que autorizava o ingresso de

autoridade policial no estabelecimento profissional inclusive durante a noite para instalar equipamentos de captação de som (“escuta”). Entendeu-se que

tais medidas precisavam ser executadas sem o conhecimento do investigado, o que seria impossível durante o dia.

A inviolabilidade domiciliar também se aplica ao fisco e à polícia judiciária. Segundo o STF, “nem a Polícia Judiciária e nem a administração

tributária podem, afrontando direitos assegurados pela Constituição da República, invadir domicílio alheio com o objetivo de apreender, durante o

período diurno, e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao Poder Público” (AP 370-3/DF, RTJ, 162:249-250).

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Destaca-se, ainda, que para a Corte, o conceito de “casa” revela-se

abrangente, estendendo-se a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (Código Penal, art. 150, §

4º, III). É o caso dos escritórios profissionais, por exemplo (HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-8-

2008).

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das

comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas

hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

O dispositivo constitucional trata da inviolabilidade das comunicações. Assim como fez com a inviolabilidade domiciliar, a Carta Magna estabeleceu

uma exceção a esse direito, ao possibilitar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas quando atendidos três requisitos: lei que preveja as hipóteses e na

forma com que esta deva acontecer; existência de investigação criminal ou instrução processual penal e, finalmente, ordem judicial.

Como não há direito absoluto, admite-se, mesmo sem previsão expressa

na Constituição, a interceptação das correspondências e das comunicações telegráficas e de dados, sempre que a norma constitucional esteja sendo usada

para acobertar a prática de ilícitos. Isso porque a Constituição não pode servir

como manto protetor para a ilicitude.

Outra jurisprudência importante para suas provas de concurso é que o STF entende que, uma vez obtidas provas mediante quebra do sigilo das

comunicações telefônicas com base no dispositivo constitucional acima, estas podem ser usadas, também, em processos de natureza administrativa. Trata-

se da denominada “prova emprestada”. Assim, caso uma “escuta telefônica” resulte em prova de que um Auditor-Fiscal da Receita Federal esteja recebendo

dinheiro para despachar mercadoria, por exemplo, além de essa prova ser usada no processo penal do crime referente a essa prática, poderá ser usada

pela Corregedoria da Receita Federal quando do processo administrativo

destinado a apurar o ilícito e determinar a correspondente penalidade administrativa.

Outra importante orientação do STF é de que “é válida a prova de um

crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime diverso”10. Assim, se o juiz havia

autorizado uma escuta telefônica para apurar um crime de homicídio e descobre-se que um dos interlocutores cometeu o crime de sequestro, a prova

será válida no processo referente a este crime (sequestro).

10 HC 78098/SC, Rel. Min. Moreira Alves, j. 01.12.98.

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Destaca-se, ainda, que o STF entende que, havendo a necessidade de

coleta de prova via escuta ambiental (sendo impossível a apuração do crime por outros meios) e havendo ordem judicial nesse sentido, é lícita a

interceptação telefônica. Para a Corte, também não opera a inviolabilidade do escritório de advocacia, quando o próprio advogado seja suspeito da prática de

crime, sobretudo concebido e consumado no âmbito desse local de trabalho,

sob pretexto de exercício da profissão.

Importa, também, saber, que é possível a gravação telefônica por um dos interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa

daquele que desconhece que a gravação está sendo feita. De acordo com o STF, é “inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação do direito à

privacidade quando interlocutor grava diálogo com sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista”.11

No que se refere à gravação ambiental, ou seja, de conversa entre presentes, também entende a corte ser esta admissível quando autorizada por

um dos interlocutores, no caso de legítima defesa de quem a produziu. 12

Outra exceção à regra do sigilo prevista pelo STF é a admissão da interceptação da comunicação telefônica entre o acusado em processo penal e

seu defensor. Isso porque, apesar de o advogado ter seu sigilo profissional resguardado para o exercício de suas funções, tal direito não pode servir como

escudo para a prática de atividades ilícitas, pois nenhum direito é absoluto. O

simples fato de ser advogado não pode conferir, ao indivíduo, imunidade na prática de delitos no exercício de sua profissão13.

O Pretório Excelso entende, ainda, que os elementos de informação

obtidos por meio de interceptação telefônica válida, realizada com fundamento em ordem judicial, podem, sim, ser utilizados em processo administrativo

disciplinar. Trata-se da denominada “prova emprestada”.

Admite-se, também, que o sigilo de correspondência sofra limitações, no

caso de conflito com outros bens jurídicos. Nesse sentido, entende o STF que a administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública,

de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41,

parágrafo único, da Lei 7.210/1984, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da

inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas (HC 70.814. Primeira Turma, DJ de

24/06/1994).

11 HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de 25.09.98.

12 RE 212.081/RO, Min. Octavio Galloti; precedentes: HC 74.678, DJ de 15.08.97 e HC 75.261,

sessão de 24.06.97.

13 HC 96.909/MT, j.10.12.2009, p. 11.12.2009.

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Por fim, destaca-se que o STF entende que a apreensão do disco rígido

do computador no qual estão armazenados os e-mails recebidos pelo investigado não viola o sigilo das comunicações de dados. Isso porque, nesse

caso, não há quebra do sigilo das comunicações de dados (interceptação das comunicações), mas sim apreensão de base física na qual se encontram os

dados. Em outras palavras, a proteção constitucional é da comunicação 'de

dados' e não dos 'dados', o que tornaria impossível qualquer investigação.14

Aspecto importante a ser discutido, quando da análise do art. 5º, XII, CF, é o direito ao sigilo bancário. Esse direito, como todos os demais direitos

fundamentais, não é absoluto. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STJ de que “havendo satisfatória fundamentação judicial a ensejar a quebra do

sigilo, não há violação a nenhuma cláusula pétrea constitucional.” (STJ, DJ de 23.05.2005).

Segundo a jurisprudência, podem determinar a quebra do sigilo bancário os juízes e as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Entretanto, isso

se dará em situações excepcionais, sendo fundamental demonstrar a necessidade das informações solicitadas e cumprir as condições legais.

A LC no 105/01 também permite às autoridades fiscais a quebra do sigilo

bancário. Apesar de essa prerrogativa ter sido considerada inconstitucional pelo STF no RE 389.808/PR, em 2010, a decisão produziu efeitos apenas no

caso concreto, portanto a lei continua válida. Esse entendimento é corroborado

pelo STJ, segundo o qual a quebra do sigilo bancário (REsp 121.642/DF, 22.09.1997) não pode se dar por meio de requisição fiscal.

Também entende o STF que os dados bancários somente podem ser

usados para os fins da investigação que lhes deu origem, não sendo possível seu uso quanto a terceiros estranhos à causa (STF, INq. 923/DF, 18.04.1996).

Por fim, destaca-se que, para o STF, não é necessária a oitiva do investigado para a determinação da quebra do sigilo bancário. Isso porque o

princípio do contraditório não prevalece na fase inquisitorial (STF, HC 55.447 e 69.372, RE 136.239, DJ de 24.03.1995).

Outro aspecto importante a ser estudado, quando da análise da

inviolabilidade das comunicações telefônicas, diz respeito às hipóteses em que é cabível interceptação telefônica. Esse termo se refere à captação de uma

comunicação telefônica por terceiro, sem que haja conhecimento das pessoas que dela participam. Esse conceito difere do de escuta telefônica, em que um

dos participantes da conversa sabe de sua captação.

A interceptação telefônica só pode ser autorizada por sentença judicial(

de ofício ou a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público) e para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

14 STF, RE 418416/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10.05.2006, DJ em 19.12.2006.

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De acordo com a Lei 9.296, as interceptações telefônicas só podem

ocorrer desde que haja a observância conjunta de três requisitos:

Se existirem razoáveis indícios de autoria ou participação na infração

penal; Se a prova não puder ser obtida por outros meios disponíveis;

Se o fato investigado não constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção (só pode haver interceptação em crime punível com

reclusão).

A decisão judicial deverá ser fundamentada, devendo o magistrado indicar a forma de sua execução, que não poderá ter prazo maior que quinze

dias, renovável por igual período. O STF entende que pode haver renovações

sucessivas desse prazo, e não apenas uma única renovação da medida, pois há situações extremas que o exigem (STF, HC 106.129, DJE de 23.11.2010).

Mais um inciso do art. 5º a ser revisado. Vamos lá?

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou

profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei

estabelecer;

Trata-se de norma constitucional de eficácia contida que trata da liberdade de atividade profissional. Esta dispõe que, na inexistência de lei que

exija qualificações para o exercício de determinada profissão, qualquer pessoa poderá exercê-la. Entretanto, existente a lei, a profissão só poderá ser

exercida por quem atender às qualificações legais.

Importante jurisprudência é a de que não é dado à Fazenda Pública

obstaculizar a atividade empresarial com a imposição de penalidades no intuito de receber imposto atrasado (RE 413.782, 17.03.2005, Março Aurélio). Nesse

sentido, o STF editou a Súmula no 323, segundo a qual é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.

Cabe destacar ainda que o STF considerou constitucional o exame da

Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para a Corte, o exercício da advocacia traz um risco coletivo, cabendo ao Estado limitar o acesso à profissão e o

respectivo exercício. Nesse sentido, o exame de suficiência discutido seria

compatível com o juízo de proporcionalidade e não alcançaria o núcleo essencial da liberdade de ofício. No concernente à adequação do exame à

finalidade prevista na Constituição – assegurar que as atividades de risco sejam desempenhadas por pessoas com conhecimento técnico suficiente, de

modo a evitar danos à coletividade – aduziu-se que a aprovação do candidato seria elemento a qualificá-lo para o exercício profissional15.

15

RE 603.583, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-10-2011, Plenário, Informativo 646, com repercussão

geral.

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Dando sequência à nossa revisão, veja o que determina o inciso XIV do

art. 5º da Carta Magna:

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e

resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à

informação (desde que esta não fira outros direitos fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações sem terem que

revelar sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso alguém seja lesado pela informação, o jornalista responderá por isso.

Analisemos, agora, as disposições constitucionais referentes ao direito de reunião:

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em

locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião

anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas

exigido prévio aviso à autoridade competente;

Esse inciso é bastante cobrado em provas. Do que você precisará se lembrar? Inicialmente, das características do direito de reunião:

Esta deverá ter fins pacíficos, e apresentar ausência de armas;

Deverá ser realizada em locais abertos ao público;

Não poderá haver frustração de outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local;

Desnecessidade de autorização; Necessidade de prévio aviso à autoridade competente.

É importante destacar, também, que o direito de reunião é protegido por

mandado de segurança, não por habeas corpus. Cuidado com “peguinhas” nesse sentido!

Passemos à análise dos incisos XVII a XIX do art. 5º, dando continuidade a nossos estudos...

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,

vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de

cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente

dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão

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judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em

julgado;

O que é associação? É uma sociedade (organização), uma união de

pessoas com um fim determinado. Diferencia-se da reunião por ter caráter permanente, enquanto a reunião tem caráter transitório.

E o que a Constituição determina nos incisos acima? As seguintes regras:

A liberdade de associação é ampla, independe de autorização dos Poderes Públicos, que também não podem interferir em seu funcionamento.

As associações só podem ser dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado. Além disso, suas atividades só podem ser suspensas por decisão

judicial (neste caso, não há necessidade de trânsito em julgado). A criação de cooperativas poderá depender de autorização, na forma da

lei. A de associações, por sua vez, é livre.

Sobre esse assunto, é importante que destaquemos a vedação às associações de caráter paramilitar. Para defini-las, usamos a definição de

Alexandre de Moraes, segundo o qual, na análise do caráter paramilitar,

deverá ser observado se as associações, com ou sem armas, se destinam ao treinamento de seus membros a finalidades bélicas. Para o autor, a

nomenclatura de seus postos e a utilização ou não de uniformes, por si só, não afastam de forma absoluta o caráter paramilitar de uma associação, devendo-

se observar a existência de organização hierárquica e o princípio da obediência.

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

Não há muito a se falar sobre esse inciso: apenas que ninguém pode ser

obrigado se associar (filiar-se a um partido político, por exemplo) ou

AS ASSOCIAÇÕES SÓ PODERÃO...

TER SUAS ATIVIDADES

COMPULSORIAMENTE SUSPENSAS

POR DECISÃO JUDICIAL

SER COMPULSORIAMENTE DISSOLVIDAS

POR DECISÃO JUDICIAL

TRANSITADA EM JULGADO

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permanecer associado. Caso cobrado o inciso, isso acontecerá em sua

literalidade.

XXI - as entidades associativas, quando expressamente

autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Tem-se, aqui, o instituto da representação processual. Trata-se de

instrumento pelo qual a associação, quando autorizada expressamente, pode representar seus filiados, atuando em nome destes e na defesa dos direitos

deles. O representante processual não age como parte do processo, apenas em nome da parte, a pessoa representada.

Nesse sentido, a representação processual difere da substituição processual. Nesta, o substituto é parte do processo, agindo em nome próprio

na salvaguarda de direito alheio. O substituído, por sua vez, deixa de sê-lo: sofre apenas os efeitos da sentença. Não está no processo. A sentença,

todavia, faz coisa julgada tanto para o substituto quanto para o substituído.

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação

por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados

os casos previstos nesta Constituição;

Estudaremos esses três incisos em conjunto. Eles tratam do direito de

propriedade, norma constitucional de eficácia contida. Isso significa que ele está à atuação restritiva, por parte do Poder Público. Como todos os direitos

fundamentais, não é absoluto: é necessário que o proprietário dê à propriedade sua função social.

Entretanto, mesmo sendo relativo, a Constituição não poderia deixar de estabelecer certas proteções a esse direito. Desse modo, no inciso XXIV do art.

5o da CF/88, garante-se que, se a propriedade estiver cumprindo a sua função social, só poderá haver desapropriação com base na tutela do interesse

público, em três hipóteses: necessidade pública, utilidade pública, ou interesse social. A indenização, nesses casos, ressalvadas algumas exceções

determinadas constitucionalmente, dar-se-á mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

Já no caso de descumprimento de sua função social, a intervenção

estatal representará uma sanção ao proprietário. Por isso, a indenização dar-

se-á por meio de títulos da dívida pública.

Destaca-se, ainda, que, em ambas as hipóteses (atendida ou não a função social), há indenização. Esta só não ocorre em um caso: na

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expropriação de terras usadas para cultivo de plantas psicotrópicas. Tem-

se, então, a chamada “desapropriação confiscatória”, prevista no art. 243 da Constituição.

A desapropriação para fins de reforma agrária obedece ao disposto no art. 184 da Carta Magna. É de competência da União e tem por objeto o imóvel

rural que não esteja cumprindo sua função social. Dar-se-á mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação

do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. O § 1o do mesmo

artigo, entretanto, faz uma ressalva: a de que as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

No que se refere à desapropriação de imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, ou seja, que descumpriu sua função social,

determina a CF/88 (art. 182, § 4o), III, que esta se dará mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com

prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Recordemos o inciso XXV do art. 5º da Carta Magna, um dos mais

cobrados em concurso:

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade

competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Esse inciso trata da requisição administrativa, que ocorre quando o Poder

Público, diante de perigo público iminente, utiliza seu poder de império (de coação) para usar bens ou serviços de particulares... Fatiando-se o artigo, para

melhor compreensão, temos que:

Em caso de iminente perigo público, o Estado pode requisitar a

propriedade particular. Exemplo: no caso de uma enchente que destrua várias casas de uma cidade, a Prefeitura pode requisitar o uso de uma casa que

tenha permanecido intacta, para abrigar aqueles que não têm onde ficar. Qual o perigo público iminente que justifica tal ato estatal? No exemplo dado, a

possibilidade de a população atingida adoecer ou morrer por falta de abrigo. A requisição é compulsória para o particular, devido ao poder de

império do Estado. Veja que o interesse público (socorro às pessoas desabrigadas) é maior que o particular (inconveniente de ter a casa cedida ao

Poder Público gratuitamente). Por isso, o último cede lugar ao primeiro.

A propriedade continua sendo do particular: é apenas cedida gratuitamente ao Poder Público. O titular do bem só é indenizado em caso

de dano. No exemplo acima, o Estado não teria que pagar aluguel ao proprietário pelo uso do imóvel.

O perigo público deve ser iminente, ou seja, deve ser algo que acontecerá em breve. No exemplo dado, o Estado não poderia requisitar a casa

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já na estação da seca baseado na possibilidade de uma enchente ocorrer

vários meses depois.

Concluindo-se a análise desse inciso, destaca-se que segundo o STF, não

é possível, devido ao modelo federativo adotado pelo Brasil, que um ente político requisite administrativamente bens, serviços e pessoal de outro. Tal

prática ofenderia o pacto federativo, e, além disso, o art, 5o, XXV da Constituição limita o alcance da requisição administrativa à propriedade

privada, não cabendo extrapolação para bens e serviços públicos.

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de

penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua

atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Por meio desse inciso, o legislador constituinte deu, à pequena

propriedade rural trabalhada pela família, a garantia de impenhorabilidade. Com isso, visou à proteção dos pequenos trabalhadores rurais, que,

desprovidos de seus meios de produção, não teriam condições de subsistência. Entretanto, a impenhorabilidade depende da cumulação de dois requisitos: a)

exploração econômica do bem pela família; b) origem na atividade produtiva do débito que causou a penhora.

Note, também, a exigência, pela Carta Magna, de lei que defina quais propriedades rurais poderão ser consideradas pequenas e como será financiado

o desenvolvimento das mesmas. Tem-se, aqui, reserva legal.

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos

herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e

à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos

intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

Protege-se, por meio desses incisos, o direito do autor. Perceba que,

enquanto viver, este terá total controle sobre a utilização, publicação ou

reprodução de suas obras. Só após sua morte é que haverá limitação temporal do direito. Isso porque o inciso XXVII do at. 5o da CF reza que a lei fixará o

tempo durante o qual esse direito será transmissível aos herdeiros. Nesse

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sentido, como se verá adiante, o direito ao autor diferencia-se do direito à

propriedade industrial, presente no inciso XXIX do mesmo artigo.

Vejamos o que dispõe o inciso XXXIX do art. 5º, da CF/88:

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais

privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes

de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico

do País;

Nesse inciso, a Constituição enumera expressamente a propriedade

industrial como direito fundamental. Chamo sua atenção para o fato de que, diferentemente dos direitos autorais, que pertencem ao autor até sua morte, o

criador de inventos industriais têm, sobre estes, privilégio apenas temporário sobre sua utilização.

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou

dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

Revisaremos os incisos XXX e XXXI do art. 5o da Constituição em

conjunto. O direito de herança foi elevado à condição de norma

constitucional pela primeira vez na CF/88.

Como se depreende do inciso XXXI, a fim de resguardar mais ainda esse direito, a Carta Magna garantiu que, no caso de bens de estrangeiros

localizados no País, seria aplicada a norma sucessória que mais beneficiasse os brasileiros sucessores. Portanto, havendo conflito entre norma que beneficie

sucessores estrangeiros em detrimento dos brasileiros e outra que beneficie os brasileiros, prevalecerá a última.

Só para facilitar a leitura do inciso em análise, explico que “de cujus” é a pessoa que morreu, o defunto! Eu sei, também acho a expressão bastante

engraçada...

Que tal resolvermos questões, para fixarmos o conteúdo da aula de hoje?

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28. (FCC/2010/TRF 4ª Região/Analista Judiciário) A inviolabilidade

do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade são garantias previstas na Constituição Federal:

a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas. b) aos brasileiros natos, apenas.

c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no País.

d) aos brasileiros, natos ou naturalizados.

e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

Comentários:

A questão cobra a literalidade do “caput” do art. 1º da CF/88. Logo, a

resposta é a letra E.

29. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A lei deve tratar todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País, sem distinção de qualquer natureza.

Comentários:

É isso mesmo! Determina a Constituição que todos são iguais perante a lei, sem distinções de qualquer natureza. Apesar de o “caput” do art. 5º da

CF/88 fazer referência expressa somente aos estrangeiros residentes no país, a doutrina entende que os direitos fundamentais são assegurados a qualquer

pessoa que se encontre em território nacional, inclusive a estrangeiros residentes no exterior. Questão correta.

30. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) O princípio de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, é a norma de

garantia prevista no caput do artigo 5° da CF. Seu conteúdo material admite a diferenciação entre os desiguais para aplicação da norma

jurídica, pois é na busca da isonomia que se faz necessário tratamento diferenciado, em decorrência de situações que exigem tratamento

distinto, como forma de realização da igualdade. Assim, é constitucionalmente possível o estabelecimento pontual de critério de

promoção diferenciada para homens e mulheres.

Comentários:

De acordo com o inciso II, do art. 5º da CF/88, homens e mulheres são

iguais em direitos e obrigações, nos termos da Constituição. A lei não pode criar discriminação entre pessoas que estão em posição equivalente, exceto

quando há razoabilidade para tal. Há, portanto, exceções, casos em que a lei pode criar distinções. É o caso, por exemplo, do estabelecimento pontual de

critério de promoção diferenciada para homens e mulheres. Questão correta.

31. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) A correta interpretação do

princípio da igualdade torna inaceitável discriminar uma pessoa em função do sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propósito de

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desnivelar materialmente o homem da mulher; aceitando-o, porém,

quando a finalidade pretendida for atenuar os desníveis de tratamento, não permitindo, porém, que normas infraconstitucionais tenham essa

finalidade, ainda que em benefício da parte discriminada.

Comentários:

A questão começa correta e termina errada... De fato, a correta

interpretação do princípio da igualdade torna inaceitável discriminar uma pessoa em função do sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propósito

de desnivelar materialmente o homem da mulher; aceitando-o, porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desníveis de tratamento. Por isso

mesmo, pode a lei infraconstitucional ter a finalidade de atuar em prol de

suavizar os desníveis de tratamento entre homens e mulheres, em benefício da parte discriminada. Questão incorreta.

32. (TRT 8ª Região/Juiz Substituto) Ninguém será obrigado a fazer

ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, exceto se a exigência, ainda que contrária à lei, decorra de previsão constante de

contrato privado.

Comentários:

Qualquer exigência só é possível se condizente com a lei. Contrato

privado contrário a lei é inválido, não podendo, portanto, gerar a obrigação de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Questão incorreta.

33. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) O anonimato é garantido de forma ampla com o fim de assegurar a livre manifestação do

pensamento.

Comentários:

O anonimato é vedado. Questão incorreta.

34. (FCC/2009/TRE-PI) É livre a manifestação do pensamento,

sendo vedado o anonimato.

Comentários:

Cobrou-se, na questão, a literalidade da norma. Questão correta.

35. (FCC/2009/TJ-PA) É livre a manifestação do pensamento,

permitido o anonimato.

Comentários:

O anonimato é vedado pela CF/88. Questão incorreta.

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36. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A manifestação do pensamento é

livre, garantido em qualquer hipótese o anonimato.

Comentários:

Nada disso! O anonimato é vedado. Questão incorreta.

37. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) Há o direito de resposta,

proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral

ou à imagem, fato que deverá ser sopesado pelo juiz na análise do caso concreto.

Comentários:

A questão pediu o conhecimento da literalidade do dispositivo

constitucional. Destaca-se que, de fato, caberá ao juiz determinar a extensão

da indenização, no caso concreto. Questão correta.

38. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas

militares, de internação coletiva.

Comentários:

É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa

tanto nas entidades civis quanto nas militares de internação coletiva. Questão incorreta.

39. (FCC/2007/TRE-PB) É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas

militares de internação individual ou coletiva.

Comentários:

A prestação de assistência religiosa é assegurada tanto nas entidades civis quanto nas militares de internação coletiva. O texto constitucional nada

fala sobre internação individual. Questão incorreta.

40. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva, salvo nas militares e federais sob regime disciplinar

diferenciado.

Comentários:

O examinador fez a maior bagunça! É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. Isso inclui pessoas jurídicas de todos os entes da

Federação. Questão incorreta.

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41. (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) Por força de previsão expressa

na Lei Federal no 8.239, de 1991, será atribuído serviço alternativo ao serviço militar obrigatório aos que, em tempo de paz, após alistados,

alegarem imperativo de consciência decorrente de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de

caráter essencialmente militar. O mesmo diploma legal define,

ademais, o que se entende por serviço alternativo, a ser prestado em substituição às atividades de caráter essencialmente militar.

As previsões legais em questão são:

a) Compatíveis com a Constituição da República, que admite, nessas

condições, a possibilidade de exercício de objeção de consciência em relação a

atividades de caráter essencialmente militar.

b) Compatíveis com a Constituição da República apenas no que se refere à possibilidade de exercício de objeção de consciência por motivo de convicção

filosófica ou política.

c) Incompatíveis com a Constituição da República, que não prevê a

possibilidade de atribuição de serviço alternativo na hipótese em tela, estabelecendo a suspensão de direitos políticos como consequência à recusa ao

cumprimento de serviço militar.

d) Incompatíveis com a Constituição da República, que admite o exercício de objeção de consciência para recusa a obrigação imposta por lei a todos, mas

não a admite em relação ao serviço militar obrigatório, por ser este previsto em sede constitucional.

e) Incompatíveis com a Constituição da República, que não admite a possibilidade de recusa ao cumprimento de obrigação legal a todos imposta.

Comentários:

As previsões legais são compatíveis com o inciso VIII do art. 5O da CF/88, que prevê a possibilidade de alegação de imperativo de consciência

para se eximir de obrigação legal a todos imposta (no caso, o serviço militar), sem que, por isso, haja provação de qualquer direito. A condição para o

exercício da “escusa de consciência”, entretanto, é que haja o cumprimento de prestação alternativa, fixada em lei, que, no caso em questão, é definido pela

Lei 8.239/91. Logo, a letra correta é a A.

42. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) A liberdade de informação jornalística deve ser ampla e irrestrita e prevalece sobre a proteção da

intimidade e da honra, que se torna um verdadeiro limite ao acesso à

informação.

Comentários:

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O enunciado é absurdo. A liberdade de informação jornalística encontra

limites na proteção da intimidade e da honra. Questão incorreta.

43. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) É vedada toda e qualquer

censura de natureza política, ideológica e artística, sendo livre a informação, que não poderá sofrer restrições de qualquer natureza.

Comentários:

De fato, é vedada a censura. Entretanto, a informação poderá, sim, como vimos, sofrer restrições. Questão incorreta.

44. (FCC/2010/TRT 8ª Região) Ninguém será privado de direitos por

motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Comentários:

Literalidade do inciso supra. Questão correta.

45. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A expressão da atividade científica e

de comunicação depende de censura ou licença para o seu exercício.

Comentários:

É o oposto disso! A expressão da atividade científica e de comunicação

INDEPENDE de censura ou licença para o seu exercício. Questão incorreta.

46. (FCC/2006/TRE-SP) É livre a expressão da atividade intelectual,

artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

Comentários:

O examinador “copiou e colou” o texto constitucional. Questão correta.

47. (FCC/2010/SEFAZ SP - adaptada) A dor sofrida com a perda de ente familiar não é indenizável por danos morais, porque esta se

restringe aos casos de violação à honra e à imagem.

Comentários:

A dor sofrida com a perda de ente familiar é, sim, indenizável por danos

morais. Questão incorreta.

48. (FCC/2011/TRT 1ª Região) A inviolabilidade do sigilo de dados

complementa a previsão ao direito à intimidade e à vida privada, sendo ambas as previsões regidas pelo princípio da:

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a) Igualdade.

b) Eficiência. c) Impessoalidade.

d) Exclusividade. e) Reserva legal.

Comentários:

Como vimos, o sigilo de dados e o direito à intimidade e à vida privada são previsões regidas pelo princípio da exclusividade. Portanto, o gabarito é a

letra D.

49. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É garantido o direito à indenização

pelo dano moral decorrente da violação da intimidade e da vida privada das pessoas.

Comentários:

É isso mesmo que determina a Constituição! O mesmo se aplica aos casos de violação da honra ou da imagem das pessoas. Questão correta.

50. (FCC/2009/TCE GO) Nos termos da Constituição, admite-se

excepcionalmente a entrada na casa de um indivíduo sem consentimento do morador:

a) Por determinação judicial, a qualquer hora. b) Em caso de desastre, somente no período diurno.

c) Para prestar socorro, desde que a vítima seja criança ou adolescente. d) Em caso de flagrante delito, sem restrição de horário.

e) Por determinação da autoridade policial, inclusive no período noturno.

Comentários:

A letra “a” está errada. Na hipótese de entrada na casa de alguém por

determinação judicial, sem consentimento do morador, esta só poderá ocorrer durante o dia.

O erro da letra “b”, por sua vez, é dizer que se isso acontecer em caso

de desastre só poderá ser no período diurno. Não há, nessa hipótese, restrição quanto ao horário. A lógica é que desastre pode acontecer a qualquer hora!

Seria absurdo os bombeiros não poderem entrar numa residência para salvar

vítima de incêndio sozinha e inconsciente se o desastre se desse à meia-noite, por exemplo!

A letra “c” restringe, incorretamente, a prestação de socorro às crianças

e adolescentes. Coitadas das velhinhas, não? É cada uma que o examinador apronta!...Não há qualquer restrição desse tipo no texto constitucional.

Alternativa incorreta, claro.

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A alternativa “d” é correta. Gabarito da questão.

A letra “e” apresenta dois erros. Quem pode determinar que se entre na casa de alguém é a autoridade judicial, fora os casos de prestação de socorro,

flagrante delito ou desastre, obviamente. Além disso, no caso de ordem judicial, a entrada só pode ser durante o dia. A letra D é o gabarito.

51. (TRT 23a Região/Juiz) A casa é asilo inviolável do indivíduo,

ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo, durante o dia, em caso de flagrante delito, ou desastre, ou para prestar

socorro, ou, em qualquer caso, por determinação judicial.

Comentários:

A casa é asilo inviolável do indivíduo e, em regra, ninguém nela pode

penetrar sem consentimento do morador. Entretanto, em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, é permitida a penetração em qualquer

horário, independentemente de consentimento. Já no caso de determinação judicial, a entrada na casa sem consentimento do morador só poderá ocorrer

durante o dia. Questão incorreta.

Relembremos as hipóteses em que se poderá penetrar na casa de um

indivíduo:

52. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo

em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,

durante o dia, por determinação judicial.

Comentários:

O examinador apenas copiou o texto da Constituição. Questão correta.

53. (FCC/2003/TRE-AC) Edilson é responsável exclusivo por um

banco de dados, contendo relevantes informações confidenciais. Ocorre que está sendo feita uma investigação criminal contra Edilson

tendo por objeto as referidas informações. Nesse caso,

a) É possível a quebra do sigilo do registro de dados por ordem judicial, desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas

estejam sendo utilizadas como instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

b) Não será possível violar o sigilo de dados visto que essa liberdade individual, sendo absoluta, está sob o crivo do Judiciário ou da Comissão

Parlamentar de Inquérito. c) Os dados contemplados pela Constituição Federal se referem tão

somente ao sigilo bancário e fiscal, motivo pelo qual não está protegida pelo sigilo qualquer outra espécie de dados.

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d) O Ministério Público é o órgão competente para quebrar o sigilo de

dados, uma vez que, estando no comando da investigação criminal, decidirá a respeito da denúncia ou do arquivamento do processo.

e) O Delegado de Polícia que presidir o inquérito policial estará legitimado a quebrar o sigilo de dados, porém deverá comunicá-la dentro de 24 horas ao

Juiz e ao Secretário de Segurança Pública.

Comentários:

O sigilo de dados é possível, sim, por ordem judicial. O STF entende que

a garantia de inviolabilidade do sigilo de dados não pode ser usada como instrumento de salvaguarda para a prática de atividades ilícitas. Portanto, a

letra A é o gabarito.

54. (FCC/2003/TRE-AC) É possível a quebra do sigilo do registro de

dados por ordem judicial, desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas estejam sendo utilizadas como

instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

Comentários:

O enunciado está perfeito. Questão correta.

55. (FCC/2003/TRE-AC) Não será possível violar o sigilo de dados

visto que essa liberdade individual, sendo absoluta, está sob o crivo do Judiciário ou da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Comentários:

De fato, a competência para determinar a quebra do sigilo bancário é do Judiciário e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Contudo, esse direito,

diferentemente do que diz o enunciado, não é absoluto. Todos os direitos fundamentais, aliás, são relativos. Questão incorreta.

56. (FCC/2004/TRT 22ª Região) Perseu, analista judiciário do Tribunal Regional do Trabalho, vinha cometendo sucessivas faltas

disciplinares no exercício de seu cargo. Entretanto, a Comissão Interna Processante não conseguia obter prova concreta de sua

responsabilidade administrativa. Diante disso, Orfeu, como Presidente do respectivo Tribunal Regional do Trabalho, determinou a violação do

sigilo das comunicações telefônicas de Perseu. Nesse caso, essa interceptação telefônica:

a) é ilegal, porque a determinação judicial foi dada por autoridade incompetente para o processo administrativo.

b) é regular, porque determinada pela autoridade máxima do Tribunal Regional do Trabalho.

c) viola os princípios constitucionais, e a prova daí resultante estará contaminada pela ilicitude.

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d) apresenta-se como irregular, por ser ordem de natureza judicial, não

contaminando a prova decorrente. e) é sempre cabível, visto que prevalece o interesse público e da

Administração sobre a conduta do servidor.

Comentários:

O fato investigado, no caso em análise, não configurava crimepunível com a pena de reclusão. Por isso, a medida viola as normas constitucionais, sendo a prova dela resultante, ilícita. A letra C é o gabarito.

57. (FCC/2008/TRT 18ª Região) É inviolável o sigilo da

correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das

comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de

investigação criminal ou instrução processual penal.

Comentários:

Cobra-se a literalidade da CF/88. Questão correta.

58. (FCC/2010/TRE-AC) É livre o exercício de qualquer trabalho ou

profissão, independentemente das qualificações legais.

Comentários:

O exercício de qualquer trabalho ou profissão, de fato, é livre. Porém, é

necessário atender as qualificações que a lei estabelecer. Questão incorreta.

59. (FCC/2007/TRE-PB) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei

estabelecer.

Comentários:

O examinador apenas copiou o texto constitucional. Fácil, fácil! Questão

correta.

60. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurado a todos e de forma plena o

acesso à informação, vedado, porém o sigilo da fonte, ainda quando necessário ao exercício profissional.

Comentários:

O sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional, é resguardado pela Constituição. Questão incorreta.

61. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É assegurado a todos o acesso à

informação, vedado em qualquer caso o sigilo da fonte.

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Comentários:

Pelo contrário: assegura-se o sigilo da fonte! Questão incorreta.

62. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte quando para o exercício da

atividade profissional.

Comentários:

A FCC repetiu o “peguinha”: o sigilo da fonte, ao contrário do que diz a

questão, é assegurado, quando necessário ao exercício profissional. Questão incorreta.

63. (FCC/2010/TRT 8ª região) Todos podem reunir-se pacificamente,

sem armas, em locais abertos ao público, dependentemente de

autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à

autoridade competente.

Comentários:

Questão incorreta. O exercício do direito de reunião independe de

autorização.

64. (FCC/2010/TRE-AC) As reuniões pacíficas, sem armas, em locais abertos ao público sempre dependem de autorização do órgão

competente.

Comentários:

Essas reuniões, ao contrário do que diz o enunciado, independem de

autorização do órgão competente. Questão incorreta.

65. (FCC/2008/TRT 18ª região) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,

independentemente de autorização, desde que não frustrem outra

reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

Comentários:

Cobrança da literalidade do texto constitucional. Questão correta.

66. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas

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atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro

caso, o trânsito em julgado.

Comentários:

Cobra-se a literalidade do art. 5º, XIX, da Constituição. Questão correta.

67. (FCC/2011/TRT 23ª Região) As associações:

a) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa de autoridade competente, desde que tenha sido exercido o direito de defesa.

b) Não poderão ser compulsoriamente dissolvidas em nenhuma hipótese tratando-se de garantia constitucional indisponível.

c) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial que haja transitado em julgado.

d) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial não sendo o trânsito em julgado requisito indispensável para a sua dissolução.

e) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa desde que proferida em segunda instância por órgão colegiado.

Comentários:

Como vimos, as associações apenas poderão ser dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado. Logo, a letra C é o gabarito.

68. (FCC/2011/TJ-AP) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

Comentários:

Literalidade do dispositivo constitucional. Questão correta.

69. (FCC/2011/TJ-AP) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por

decisão judicial, exigindo-se para tanto o trânsito em julgado desta.

Comentários:

O trânsito em julgado da decisão judicial é exigido somente no caso de

dissolução de associação. Questão incorreta.

70. (FCC/2011/TRE-RN) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo lícita a

interferência estatal em seu funcionamento.

De fato, a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas,

independem de autorização. Todavia, ao contrário do que diz o enunciado, é vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

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71. (FCC/2011/TRE-RN) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa, desde que devidamente fundamentada.

Comentários:

As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado. Questão incorreta.

72. (FCC/2011/TRT 1a Região) João, Carlos, Tício, Libero e Tibério se uniram e fundaram uma associação de vigilantes de bairro, todos

armados e uniformizados, sob a alegação que não treinavam com finalidade bélica. Porém, para se afastar de forma absoluta o caráter

paramilitar dessa associação não poderão estar presentes os seguintes requisitos:

a) Tempo e princípio da impessoalidade.

b) Tempo e lugar. c) Pluralidade de participantes e lugar.

d) Lugar e princípio da eficiência.

e) Organização hierárquica e princípio da obediência.

Comentários:

A banca cobra o conhecimento das características de uma organização paramilitar, segundo Alexandre de Moraes. Como vimos, essas características

são a existência de organização hierárquica e o princípio da obediência. O

gabarito é a letra E.

73. (FCC/2010/MPE-RS) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, não sendo vedada a

interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

Questão com erro duplo. Tanto a criação de associações quanto a de

cooperativas independem de autorização. Além disso, é vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

74. (FCC/2010/TRT 8ª Região) A criação de associações e, na forma

da lei, a de cooperativas dependem de autorização, sendo permitida a

interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

Novamente, questão com erro duplo. Tanto a criação de associações quanto a de cooperativas independem de autorização e, além disso, é vedada

a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

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75. (FCC/2008/TRT 18ª Região) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

Comentários:

Tem-se, aqui, um “CTRL+C, CTRL+V” do texto da Constituição. Questão correta.

76. (FCC/2006/TRE-SP) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.

Comentários:

A associação de caráter paramilitar é vedada pela Constituição. Questão

incorreta.

77. (FCC/2006/TRT 24ª Região) A criação de associações e, na

forma da lei, a de cooperativas, depende de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, INDEPENDE de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu

funcionamento. Questão incorreta.

78. (FCC/2011/TJ-AP) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, salvo disposição prévia em contrário do

estatuto social.

Comentários:

Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

Nem mesmo o estatuto social poderá fazê-lo, sob pena de invalidade. Questão incorreta.

79. (TRT 23a Região/Juiz) As entidades associativas têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou

extrajudicialmente, independentemente de expressa autorização.

Comentários:

Para que as entidades associativas tenham legitimidade para representar

seus filiados, judicial ou extrajudicialmente, é necessário expressa autorização. Fique atento a esse detalhe! Questão incorreta.

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80. (FCC/2010/TRT 8ª Região) As entidades associativas,

independentemente de expressa autorização, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

Comentários:

Para representarem seus filiados, é necessário que as entidades associativas tenham sua expressa autorização. Questão incorreta.

81. (FCC/2006/TRF 1ª Região) As entidades sindicais e associativas, mesmo que não expressamente autorizadas, têm legitimidade para

representar seus associados em qualquer instância judicial ou administrativa.

Comentários:

Vale o comentário da questão anterior. Para representarem seus filiados, é necessário que as entidades associativas tenham sua expressa autorização.

Questão incorreta.

82. (FCC/2009/TCE-TO) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, mediante justa e

prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos em lei complementar.

Comentários:

O erro está no finalzinho da questão...Os casos excepcionais em que a indenização pela desapropriação por necessidade ou utilidade pública não se

dá mediante justa e prévia indenização em dinheiro são previstos pela Constituição, não por lei complementar. Questão incorreta.

83. (FCC/2011/TRE-AP) Ulisses foi obrigado a desocupar sua residência porque o Corpo de Bombeiros a requisitou para acessar e

apagar um incêndio no imóvel dos fundos que se alastrava com rapidez e tomava enormes proporções, e que poderia queimar o referido

imóvel, aniquilar todo o restante do quarteirão, causar a morte de um grupo indeterminado de pessoas e danos à comunidade. Porém, os

bombeiros no manuseio das mangueiras de água danificaram todos os móveis e eletrodomésticos que se encontravam no interior do imóvel.

Segundo a Constituição Federal, ao Ulisses:

a) Está assegurada indenização ulterior de todos os danos causados pelo

Corpo de Bombeiros no combate ao incêndio.

b) Não está assegurada indenização ulterior em hipótese alguma, posto que

o caso se tratava de iminente perigo público. c) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até vinte salários

mínimos.

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d) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até quarenta

salários mínimos. e) Não está assegurada indenização, posto que o caso se tratava de força

maior, salvo se Ulisses provar que a requisição de sua casa era dispensável ao combate do incêndio.

Comentários:

No caso de requisição de propriedade particular devido a iminente perigo público, como no caso em questão, é assegurada ao proprietário indenização

posterior, se houver dano. Considerando que houve, no caso, dano a todos os móveis e eletrodomésticos de Ulisses, este terá direito à indenização. Portanto,

o gabarito é a letra A.

84. (FCC/TRT 8ª Região/2010) No caso de iminente perigo público,

a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, sem que o proprietário tenha direito a indenização ulterior se houver dano.

Comentários:

O proprietário tem, sim, direito à indenização ulterior, em caso de dano. Questão incorreta.

85. (FCC/TRE-AM/2010) No caso de iminente perigo público, a

autoridade competente poderá usar de propriedade particular, vedada ao proprietário indenização ulterior na ocorrência de dano.

Comentários:

É garantida, no caso de requisição administrativa, a indenização posterior ao proprietário, no caso de dano. Questão incorreta.

86. (FCC/2009/TCE-TO) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, desde

que mediante indenização prévia em dinheiro.

Comentários:

A indenização, no caso de requisição administrativa, é ulterior, se houver

dano. Questão incorreta.

87. (FCC/2009/TCE-TO) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, não será objeto de penhora para pagamento de débitos

decorrentes de sua atividade produtiva, salvo se não existirem outros bens penhoráveis.

Comentários:

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Não existe a condição de existirem outros bens penhoráveis para que a

pequena propriedade rural, definida em lei e trabalhada pela família, não seja objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade

produtiva. Questão incorreta.

88. (FCC/2010/TRE-AM) A pequena propriedade rural, assim definida

em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,

dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

Comentários:

Cobra-se a literalidade do texto constitucional. Questão correta.

89. (FCC/2008/TRT 18ª Região) A pequena propriedade rural, assim

definida em lei, trabalhada pela família, será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,

dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

Comentários:

É o contrário! A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde

que trabalhada pela família, NÃO será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios

de financiar o seu desenvolvimento. Questão incorreta.

90. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A pequena propriedade rural, mesmo

a trabalhada pela família, poderá ser objeto de penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,

garantido porém, ao proprietário, prazo em dobro para saldar o débito, sob pena de sua perda.

Comentários:

A questão está cheia de erros. Para ter direito à impenhorabilidade no que se refere ao pagamento de débitos decorrentes de sua atividade

produtiva, a pequena propriedade rural deverá ser, necessariamente, trabalhada pela família. Além disso, o que a CF/88 garante é que a lei disporá

sobre os meios de financiar seu desenvolvimento. Essa história de “prazo em dobro” é invenção do examinador! Questão incorreta.

91. (FCC/2011/TRT 20a Região) É assegurado, nos termos da Resolução do Presidente da República, o direito de fiscalização do

aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas

representações sindicais e associativas.

Comentários:

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O direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que

criarem ou de que participarem é assegurado, nos termos da lei, aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.

Questão incorreta.

92. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, o

direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às

respectivas representações sindicais e associativas.

Comentários:

Literalidade do texto constitucional. Questão correta.

93. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, a

proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, exceto nas atividades

desportivas ligadas ao futebol, tendo em vista ser este um esporte do povo.

Comentários:

A primeira parte da questão está correta. De fato, é assegurada a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução de

imagem e voz humanas. A segunda parte da questão, contudo, está errada. Ao contrário do que diz o enunciado, a proteção constitucional inclui as atividades

desportivas em geral. Questão incorreta.

94. (FCC/2006/TRF 24ª Região) Os artistas que participaram de um

filme rodado e exibido no Brasil, e que será apresentado no México e em países da Europa, têm os lucros e dividendos assegurados e

protegidos em virtude da garantia constitucional:

a) De proteção à reprodução da imagem e voz.

b) Da inviolabilidade das comunicações. c) Do direito adquirido.

d) Do direito à liberdade de expressão da atividade artística. e) Do direito autoral.

Comentários:

É a proteção à reprodução de imagem e voz humanas que assegura, aos artistas que participaram de filme, direito aos lucros e dividendos resultantes

da obra. Portanto, a letra A é o gabarito.

95. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que aos autores pertence o direito e exclusivo de utilização, publicação ou

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reprodução de suas obras, sendo intransmissível aos herdeiros em

razão da pessoalidade existente.

Comentários:

O direito autoral é transmissível, sim, aos herdeiros, pelo tempo que a lei

determinar. Fundamento: art. 5º, XXVII, da Constituição. Questão incorreta.

96. (FCC/2011/TRT 20a Região) A lei assegurará aos autores de

inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos

nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Comentários:

É a literalidade do inciso XXIX do art. 5O da Carta Magna Questão correta.

97. (FCC/2010/TRE-AM) A lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes

de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Comentários:

Literalidade da norma constitucional. Questão correta.

98. (FCC/2009/TCE-TO) A lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio permanente para sua utilização.

Comentários:

O privilégio para a utilização dos inventos industriais, por seus autores, é TEMPORÁRIO. Questão incorreta.

99. (FCC/2010/TRE-AC) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio permanente para sua utilização.

Comentários:

O privilégio para a utilização dos inventos industriais, por seus autores, é temporário. Questão incorreta.

100. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com

a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que a

sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela

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lei do país de origem, sempre que não lhes seja mais favorável a lei do

último domicílio do de cujus.

Comentários:

A regra é que a sucessão seja regulada pela lei brasileira. A exceção é

quando a lei do país do “de cujus” for mais favorável ao cônjuge ou filhos brasileiros. Questão incorreta.

101. (FCC/2011/TRT 20a Região) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do

cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

Comentários:

É a literalidade do inciso XXXI do art. 5O da Carta Magna. Questão correta.

102. (FCC/2011/TRT 14ª Região) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País sempre será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ainda que lhes seja mais favorável

a lei pessoal do país de origem do "de cujus".

Comentários:

Em regra, a sucessão de bens de estrangeiros situados no País sempre

será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros. Entretanto, caso lhes seja mais favorável a lei pessoal do país de

origem do “de cujus”, será esta a regular a sucessão. Questão incorreta.

103. (FCC/2010/TRE-AM) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais

favorável a lei pessoal do de cujus.

Comentários:

Literalidade da norma constitucional. Questão correta.

104. (FCC/2009/TCE-TO) A sucessão de bens de estrangeiros situados

no País será sempre regulada pela lei brasileira, em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros.

Comentários:

A regra é, de fato, a sucessão de bens de estrangeiros situados no País pela lei brasileira. Contudo, caso a lei do país de origem do “de cujus” seja

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mais favorável ao seu cônjuge ou filhos brasileiros, aplicar-se-á a lei

estrangeira. Questão incorreta.

O estudo do art. 5o continuará, em nossa próxima aula. Até lá!

Abraços,

Nádia

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Lista de Questões

1. (FCC/2009/PGE-SP) A nova Constituição revoga as normas da Constituição anterior com ela incompatíveis e as que digam respeito a

matéria por ela inteiramente regulada (normas materialmente constitucionais). Quanto às demais normas inseridas na Constituição

pretérita (normas apenas formalmente constitucionais, compatíveis com a nova Constituição), entende-se que continuam a vigorar, porém

em nível ordinário, dando ensejo ao fenômeno:

a) Da recepção.

b) Da desconstitucionalização. c) Da supremacia da Constituição.

d) Da mutação constitucional. e) Das normas apenas materialmente constitucionais.

2. (FMP/2011/TCE-RS) Para a hermenêutica constitucional contemporânea, dispositivo textual e norma são coisas idênticas,

havendo, entre eles, uma correspondência biunívoca, de tal forma que todo dispositivo veicula uma e tão somente uma norma e para toda

norma há um específico dispositivo textual.

3. (FMP/2011/TCE-RS) Aceita a distinção entre texto constitucional

e norma constitucional, conclui-se que a norma constitucional não é o pressuposto da interpretação constitucional, mas o seu resultado.

4. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Unidade da Constituição" permite ao intérprete dar coesão ao texto constitucional

ao definir princípios como standards juridicamente relevantes, abertos, apartado das regras.

5. (FCC/2010/TRE-AM) Com relação aos princípios interpretativos das normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação

deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas

é denominado de:

a) conformidade funcional.

b) máxima efetividade. c) unidade da constituição.

d) harmonização.

e) força normativa da constituição.

6. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Máxima Efetividade" autoriza a alteração do conteúdo dos direitos fundamentais da norma

com o fim de garantir o sentido que lhe dê a maior eficácia possível.

7. (FCC/2010/TRE-AC) Sobre a interpretação das normas

constitucionais, analise:

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I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar

a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte.

II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas normas, e sobretudo,

entre os princípios constitucionais estabelecidos.

Os referidos princípios, conforme doutrina dominante, são denominados, respectivamente, como:

a) Da força normativa e da justeza. b) Do efeito integrador e da harmonização.

c) Da justeza e da unidade. d) Da máxima efetividade e da unidade.

e) Do efeito integrador e da forma normativa.

8. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Concordância Prática"

indica que diante de um conflito entre bens constitucionalmente protegidos, deve-se optar por um deles em nome da coerência lógica e

segurança jurídica.

9. (FCC/2011/DPE-RS) No Direito Constitucional brasileiro fala-se

de uma certa relatividade dos direitos e garantias individuais e coletivos, bem como da possibilidade de haver conflito entre dois ou

mais deles, oportunidade em que o intérprete deverá se utilizar do

princípio da concordância prática ou da harmonização para coordenar e combinar os bens tutelados, evitando o sacrifício total de uns em

relação aos outros, sempre visando ao verdadeiro significado do texto constitucional.

10. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Força Normativa da Constituição" alude para a priorização de soluções hermenêuticas que

possibilitem a atualização normativa e, ao mesmo tempo, edifique sua eficácia e permanência.

11. (FCC/2010/Pref. de Teresina) O "Princípio da Interpretação Conforme a Constituição" é uma diretriz para aplicação dos princípios

constitucionais fundamentais que devem ser interpretados no sentido de chegar a uma integração política e social.

12. (FCC/2011/DPE-RS) São fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a

livre concorrência, o voto direto e secreto e o pluralismo político.

13. (FCC/2010/Assembleia Legislativa – SP) Constitui um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a

Constituição Federal de 1988,

a) A garantia do desenvolvimento nacional.

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b) A não intervenção.

c) A defesa da paz. d) A igualdade entre os Estados.

e) O pluralismo político.

14. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). A República

Federativa do Brasil tem como fundamento o pluralismo político.

15. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Todo o poder

emana do Congresso Nacional, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição

Federal.

16. (FCC/2009/TRT 3ª Região/Juiz Substituto) Na forma de redação

do texto constitucional, a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,

constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como princípios fundamentais, exceto:

a) A soberania b) A cidadania

c) A dignidade da pessoa humana d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

e) A saúde e a segurança

17. (FCC/2009/TCE-TO) A República Federativa do Brasil é formada

pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

18. (FCC/2009/TCE-TO) Todo o poder emana do povo, que o exerce

por meio de representantes ou diretamente, nos termos da Constituição.

19. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo,

o Judiciário e o Ministério Público.

20. (FCC/2011/DPE-RS) São objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil previstos e assim descritos no artigo 3º da Constituição Federal, construir uma sociedade livre, justa e pluralista,

garantir o desenvolvimento regional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e locais, promover o

bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

21. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Constitui objetivo

fundamental da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

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22. (FCC/2011/TRT 14a Região) NÃO constitui objetivo fundamental

da República Federativa do Brasil, previsto expressamente na Constituição Federal,

a) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. b) Garantir o desenvolvimento nacional.

c) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

d) Captar tributos mediante fiscalização da Receita Federal.

e) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,

idade e quaisquer outras formas de discriminação.

23. (FCC/2009/TCE-TO) Constituem objetivos fundamentais da

República Federativa do Brasil, dentre outros, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento

nacional.

24. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) Constitui

objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar as desigualdades econômicas, sociais e culturais.

25. (FCC/2009/TRT 15ª Região/Técnico Judiciário) Sobre os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, é correto

afirmar que:

a) Foi acolhido, além de outros, o princípio da intervenção para os

conscritos. b) Dentre seus objetivos está o de reduzir as desigualdades regionais.

c) Um dos seus fundamentos é a vedação ao pluralismo político. d) O Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência

nacional. e) A política internacional brasileira veda a integração política que vise à

formação de uma comunidade latino-americana de nações.

26. (FCC/2009/Analista Judiciário-Taquigrafia). A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internas pelo princípio

da não intervenção.

27. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política e

cultural dos povos da América Latina, da Europa e da África, visando à formação de uma comunidade de nações.

28. (FCC/2012/TRE-CE) Roberto, artista plástico, retratou em quadro a realidade de determinada comunidade carente do país. Segundo a

Constituição Federal, Roberto poderá exibir sua obra de arte:

a) mediante prévia autorização do Poder Judiciário de onde estiver

localizada a comunidade retratada.

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b) mediante prévio preenchimento de requerimento de inscrição e de

exibição no cadastro nacional de obras de arte. c) mediante prévia autorização do Poder Executivo de onde estiver

localizada a comunidade retratada. d) mediante prévia autorização do Poder Legislativo de onde estiver

localizada a comunidade retratada.

e) independentemente de censura e de licença da autoridade pública.

29. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação,

determina a Constituição Federal que as associações dependem de autorização judicial para serem criadas, embora seja vedada a

interferência estatal em seu funcionamento.

30. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação,

determina a Constituição Federal que as associações podem ter natureza paramilitar, em casos excepcionais, para a proteção da

segurança pública.

31. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação,

determina a Constituição Federal que as associações só podem ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em

julgado.

32. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação,

determina a Constituição Federal que as associações podem

representar seus filiados apenas extrajudicialmente, pois, mesmo que autorizadas, não têm legitimidade para representá-los judicialmente.

33. (FCC/2010/TRF 4ª Região/Analista Judiciário) A inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

são garantias previstas na Constituição Federal:

a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas. b) aos brasileiros natos, apenas.

c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no País. d) aos brasileiros, natos ou naturalizados.

e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

34. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A lei deve tratar todos os brasileiros e

estrangeiros residentes no País, sem distinção de qualquer natureza.

35. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) O princípio de que todos são iguais

perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, é a norma de garantia prevista no caput do artigo 5° da CF. Seu conteúdo material

admite a diferenciação entre os desiguais para aplicação da norma jurídica, pois é na busca da isonomia que se faz necessário tratamento

diferenciado, em decorrência de situações que exigem tratamento distinto, como forma de realização da igualdade. Assim, é

constitucionalmente possível o estabelecimento pontual de critério de

promoção diferenciada para homens e mulheres.

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36. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) A correta interpretação do

princípio da igualdade torna inaceitável discriminar uma pessoa em função do sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propósito de

desnivelar materialmente o homem da mulher; aceitando-o, porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desníveis de tratamento,

não permitindo, porém, que normas infraconstitucionais tenham essa

finalidade, ainda que em benefício da parte discriminada.

37. (TRT 8ª Região/Juiz Substituto) Ninguém será obrigado a fazer

ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, exceto se a exigência, ainda que contrária à lei, decorra de previsão constante de

contrato privado.

38. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) O anonimato é garantido de

forma ampla com o fim de assegurar a livre manifestação do pensamento.

39. (FCC/2009/TRE-PI) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

40. (FCC/2009/TJ-PA) É livre a manifestação do pensamento, permitido o anonimato.

41. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A manifestação do pensamento é livre, garantido em qualquer hipótese o anonimato.

42. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) Há o direito de resposta,

proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem, fato que deverá ser sopesado pelo juiz na análise do

caso concreto.

43. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurada, nos termos da lei, a prestação

de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas militares, de internação coletiva.

44. (FCC/2007/TRE-PB) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas militares de

internação individual ou coletiva.

45. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva, salvo nas militares e federais sob regime disciplinar

diferenciado.

46. (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) Por força de previsão expressa

na Lei Federal no 8.239, de 1991, será atribuído serviço alternativo ao

serviço militar obrigatório aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência decorrente de crença religiosa ou

de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. O mesmo diploma legal define,

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ademais, o que se entende por serviço alternativo, a ser prestado em

substituição às atividades de caráter essencialmente militar.

As previsões legais em questão são:

a) Compatíveis com a Constituição da República, que admite, nessas

condições, a possibilidade de exercício de objeção de consciência em relação a atividades de caráter essencialmente militar.

b) Compatíveis com a Constituição da República apenas no que se refere à possibilidade de exercício de objeção de consciência por motivo de convicção

filosófica ou política. c) Incompatíveis com a Constituição da República, que não prevê a

possibilidade de atribuição de serviço alternativo na hipótese em tela,

estabelecendo a suspensão de direitos políticos como consequência à recusa ao cumprimento de serviço militar.

d) Incompatíveis com a Constituição da República, que admite o exercício de objeção de consciência para recusa a obrigação imposta por lei a todos,

mas não a admite em relação ao serviço militar obrigatório, por ser este previsto em sede constitucional.

e) Incompatíveis com a Constituição da República, que não admite a possibilidade de recusa ao cumprimento de obrigação legal a todos imposta.

47. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) A liberdade de informação

jornalística deve ser ampla e irrestrita e prevalece sobre a proteção da

intimidade e da honra, que se torna um verdadeiro limite ao acesso à informação.

48. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística, sendo livre a

informação, que não poderá sofrer restrições de qualquer natureza.

49. (FCC/2010/TRT 8ª Região) Ninguém será privado de direitos por

motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

50. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A expressão da atividade científica e

de comunicação depende de censura ou licença para o seu exercício.

51. (FCC/2006/TRE-SP) É livre a expressão da atividade intelectual,

artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

52. (FCC/2010/SEFAZ SP - adaptada) A dor sofrida com a perda de

ente familiar não é indenizável por danos morais, porque esta se restringe aos casos de violação à honra e à imagem.

53. (FCC/2011/TRT 1ª Região) A inviolabilidade do sigilo de dados complementa a previsão ao direito à intimidade e à vida privada, sendo

ambas as previsões regidas pelo princípio da:

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a) Igualdade. b) Eficiência. c) Impessoalidade.

d) Exclusividade. e) Reserva legal.

54. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É garantido o direito à indenização pelo dano moral decorrente da violação da intimidade e da vida

privada das pessoas.

55. (FCC/2009/TCE GO) Nos termos da Constituição, admite-se

excepcionalmente a entrada na casa de um indivíduo sem consentimento do morador:

a) Por determinação judicial, a qualquer hora. b) Em caso de desastre, somente no período diurno.

c) Para prestar socorro, desde que a vítima seja criança ou adolescente. d) Em caso de flagrante delito, sem restrição de horário.

e) Por determinação da autoridade policial, inclusive no período noturno.

56. (TRT 23a Região/Juiz) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,

salvo, durante o dia, em caso de flagrante delito, ou desastre, ou para prestar socorro, ou, em qualquer caso, por determinação judicial.

57. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A casa é asilo inviolável do indivíduo,

ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,

durante o dia, por determinação judicial.

58. (FCC/2003/TRE-AC) Edilson é responsável exclusivo por um

banco de dados, contendo relevantes informações confidenciais. Ocorre que está sendo feita uma investigação criminal contra Edilson

tendo por objeto as referidas informações. Nesse caso,

a) É possível a quebra do sigilo do registro de dados por ordem judicial, desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas

estejam sendo utilizadas como instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

b) Não será possível violar o sigilo de dados visto que essa liberdade individual, sendo absoluta, está sob o crivo do Judiciário ou da Comissão

Parlamentar de Inquérito. c) Os dados contemplados pela Constituição Federal se referem tão

somente ao sigilo bancário e fiscal, motivo pelo qual não está protegida pelo sigilo qualquer outra espécie de dados.

d) O Ministério Público é o órgão competente para quebrar o sigilo de dados, uma vez que, estando no comando da investigação criminal, decidirá a

respeito da denúncia ou do arquivamento do processo. e) O Delegado de Polícia que presidir o inquérito policial estará legitimado a

quebrar o sigilo de dados, porém deverá comunicá-la dentro de 24 horas ao Juiz e ao Secretário de Segurança Pública.

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59. (FCC/2003/TRE-AC) É possível a quebra do sigilo do registro de

dados por ordem judicial, desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas estejam sendo utilizadas como

instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

60. (FCC/2003/TRE-AC) Não será possível violar o sigilo de dados

visto que essa liberdade individual, sendo absoluta, está sob o crivo do

Judiciário ou da Comissão Parlamentar de Inquérito.

61. (FCC/2004/TRT 22ª Região) Perseu, analista judiciário do

Tribunal Regional do Trabalho, vinha cometendo sucessivas faltas disciplinares no exercício de seu cargo. Entretanto, a Comissão Interna

Processante não conseguia obter prova concreta de sua responsabilidade administrativa. Diante disso, Orfeu, como Presidente

do respectivo Tribunal Regional do Trabalho, determinou a violação do sigilo das comunicações telefônicas de Perseu. Nesse caso, essa

interceptação telefônica:

a) é ilegal, porque a determinação judicial foi dada por autoridade

incompetente para o processo administrativo. b) é regular, porque determinada pela autoridade máxima do Tribunal

Regional do Trabalho. c) viola os princípios constitucionais, e a prova daí resultante estará

contaminada pela ilicitude. d) apresenta-se como irregular, por ser ordem de natureza judicial, não

contaminando a prova decorrente. e) é sempre cabível, visto que prevalece o interesse público e da

Administração sobre a conduta do servidor.

62. (FCC/2008/TRT 18ª Região) É inviolável o sigilo da

correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,

nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

63. (FCC/2010/TRE-AC) É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão, independentemente das qualificações legais.

64. (FCC/2007/TRE-PB) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei

estabelecer.

65. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurado a todos e de forma plena o

acesso à informação, vedado, porém o sigilo da fonte, ainda quando necessário ao exercício profissional.

66. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É assegurado a todos o acesso à informação, vedado em qualquer caso o sigilo da fonte.

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67. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurado a todos o acesso à

informação, vedado o sigilo da fonte quando para o exercício da atividade profissional.

68. (FCC/2010/TRT 8ª região) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, dependentemente de

autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente

convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

69. (FCC/2010/TRE-AC) As reuniões pacíficas, sem armas, em locais abertos ao público sempre dependem de autorização do órgão

competente.

70. (FCC/2008/TRT 18ª região) Todos podem reunir-se

pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra

reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

71. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas

atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro

caso, o trânsito em julgado.

72. (FCC/2011/TRT 23ª Região) As associações:

a) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa de autoridade competente, desde que tenha sido exercido o direito de defesa. b) Não poderão ser compulsoriamente dissolvidas em nenhuma hipótese

tratando-se de garantia constitucional indisponível. c) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial que

haja transitado em julgado. d) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial não

sendo o trânsito em julgado requisito indispensável para a sua dissolução.

e) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa desde que proferida em segunda instância por órgão colegiado.

73. (FCC/2011/TJ-AP) É plena a liberdade de associação para fins

lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

74. (FCC/2011/TJ-AP) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se para tanto o trânsito em julgado desta.

75. (FCC/2011/TRE-RN) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo lícita a

interferência estatal em seu funcionamento.

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76. (FCC/2011/TRE-RN) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa, desde que devidamente fundamentada.

77. (FCC/2011/TRT 1a Região) João, Carlos, Tício, Libero e Tibério se uniram e fundaram uma associação de vigilantes de bairro, todos

armados e uniformizados, sob a alegação que não treinavam com

finalidade bélica. Porém, para se afastar de forma absoluta o caráter paramilitar dessa associação não poderão estar presentes os seguintes

requisitos:

a) Tempo e princípio da impessoalidade. b) Tempo e lugar.

c) Pluralidade de participantes e lugar. d) Lugar e princípio da eficiência.

e) Organização hierárquica e princípio da obediência.

78. (FCC/2010/MPE-RS) A criação de associações e, na forma da lei,

a de cooperativas dependem de autorização, não sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

79. (FCC/2010/TRT 8ª Região) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, sendo permitida a

interferência estatal em seu funcionamento.

80. (FCC/2008/TRT 18ª Região) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

81. (FCC/2006/TRE-SP) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.

82. (FCC/2006/TRT 24ª Região) A criação de associações e, na forma

da lei, a de cooperativas, depende de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

83. (FCC/2011/TJ-AP) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, salvo disposição prévia em contrário do

estatuto social.

84. (TRT 23a Região/Juiz) As entidades associativas têm

legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente, independentemente de expressa autorização.

85. (FCC/2010/TRT 8ª Região) As entidades associativas, independentemente de expressa autorização, têm legitimidade para

representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

86. (FCC/2006/TRF 1ª Região) As entidades sindicais e associativas,

mesmo que não expressamente autorizadas, têm legitimidade para

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representar seus associados em qualquer instância judicial ou

administrativa.

87. (FCC/2009/TCE-TO) A lei estabelecerá o procedimento para

desapropriação por necessidade ou utilidade pública, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos em lei

complementar.

88. (FCC/2011/TRE-AP) Ulisses foi obrigado a desocupar sua residência porque o Corpo de Bombeiros a requisitou para acessar e

apagar um incêndio no imóvel dos fundos que se alastrava com rapidez e tomava enormes proporções, e que poderia queimar o

referido imóvel, aniquilar todo o restante do quarteirão, causar a morte de um grupo indeterminado de pessoas e danos à comunidade.

Porém, os bombeiros no manuseio das mangueiras de água danificaram todos os móveis e eletrodomésticos que se encontravam

no interior do imóvel. Segundo a Constituição Federal, ao Ulisses:

a) Está assegurada indenização ulterior de todos os danos causados pelo

Corpo de Bombeiros no combate ao incêndio. b) Não está assegurada indenização ulterior em hipótese alguma, posto que

o caso se tratava de iminente perigo público. c) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até vinte salários

mínimos. d) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até quarenta salários

mínimos. e) Não está assegurada indenização, posto que o caso se tratava de força

maior, salvo se Ulisses provar que a requisição de sua casa era dispensável ao combate do incêndio.

89. (FCC/TRT 8ª Região/2010) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, sem

que o proprietário tenha direito a indenização ulterior se houver dano.

90. (FCC/TRE-AM/2010) No caso de iminente perigo público, a

autoridade competente poderá usar de propriedade particular, vedada ao proprietário indenização ulterior na ocorrência de dano.

91. (FCC/2009/TCE-TO) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, desde

que mediante indenização prévia em dinheiro.

92. (FCC/2009/TCE-TO) A pequena propriedade rural, assim definida

em lei, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, salvo se não existirem outros

bens penhoráveis.

93. (FCC/2010/TRE-AM) A pequena propriedade rural, assim definida

em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora

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para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,

dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

94. (FCC/2008/TRT 18ª Região) A pequena propriedade rural, assim

definida em lei, trabalhada pela família, será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,

dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

95. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A pequena propriedade rural, mesmo a trabalhada pela família, poderá ser objeto de penhora para o

pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, garantido porém, ao proprietário, prazo em dobro para saldar o débito,

sob pena de sua perda.

96. (FCC/2011/TRT 20a Região) É assegurado, nos termos da

Resolução do Presidente da República, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que

participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.

97. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que

criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.

98. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, a

proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, exceto nas atividades

desportivas ligadas ao futebol, tendo em vista ser este um esporte do povo.

99. (FCC/2006/TRF 24ª Região) Os artistas que participaram de um filme rodado e exibido no Brasil, e que será apresentado no México e

em países da Europa, têm os lucros e dividendos assegurados e protegidos em virtude da garantia constitucional:

a) De proteção à reprodução da imagem e voz. b) Da inviolabilidade das comunicações.

c) Do direito adquirido. d) Do direito à liberdade de expressão da atividade artística.

e) Do direito autoral.

100. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que aos autores pertence o direito e exclusivo de utilização, publicação ou

reprodução de suas obras, sendo intransmissível aos herdeiros em razão da pessoalidade existente.

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101. (FCC/2011/TRT 20a Região) A lei assegurará aos autores de

inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos

nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

102. (FCC/2010/TRE-AM) A lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes

de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

103. (FCC/2009/TCE-TO) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio permanente para sua utilização.

104. (FCC/2010/TRE-AC) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio permanente para sua utilização.

105. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela

lei do país de origem, sempre que não lhes seja mais favorável a lei do último domicílio do de cujus.

106. (FCC/2011/TRT 20a Região) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais

favorável a lei pessoal do de cujus.

107. (FCC/2011/TRT 14ª Região) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País sempre será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ainda que lhes seja mais favorável

a lei pessoal do país de origem do "de cujus".

108. (FCC/2010/TRE-AM) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais

favorável a lei pessoal do de cujus.

109. (FCC/2009/TCE-TO) A sucessão de bens de estrangeiros situados

no País será sempre regulada pela lei brasileira, em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros.

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1. B

2. INCORRETA

3. CORRETA

4. INCORRETA

5. C

6. INCORRETA

7. C

8. INCORRETA

9. CORRETA

10. CORRETA

11. INCORRETA

12. INCORRETA

13. E

14. CORRETA

15. INCORRETA

16. E

17. CORRETA

18. CORRETA

19. INCORRETA

20. INCORRETA

21. CORRETA

22. D

23. CORRETA

24. INCORRETA

25. B

26. INCORRETA

27. INCORRETA

28. E

29. INCORRETA

30. INCORRETA

31. CORRETA

32. INCORRETA

33. E

34. CORRETA

35. CORRETA

36. INCORRETA

37. INCORRETA

38. INCORRETA

39. CORRETA

40. INCORRETA

41. INCORRETA

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42. CORRETA

43. INCORRETA

44. INCORRETA

45. INCORRETA

46. A

47. INCORRETA

48. INCORRETA

49. CORRETA

50. INCORRETA

51. CORRETA

52. INCORRETA

53. D

54. CORRETA

55. D

56. INCORRETA

57. CORRETA

58. A

59. CORRETA

60. INCORRETA

61. C

62. CORRETA

63. INCORRETA

64. CORRETA

65. INCORRETA

66. INCORRETA

67. INCORRETA

68. INCORRETA

69. INCORRETA

70. CORRETA

71. CORRETA

72. C

73. CORRETA

74. INCORRETA

75. INCORRETA

76. INCORRETA

77. E

78. INCORRETA

79. INCORRETA

80. CORRETA

81. INCORRETA

82. INCORRETAS

83. INCORRETA

84. INCORRETAS

85. INCORRETA

86. INCORRETA

87. INCORRETA

88. A

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89. INCORRETA

90. INCORRETA

91. INCORRETA

92. INCORRETA

93. CORRETA

94. INCORRETA

95. INCORRETA

96. INCORRETA

97. CORRETA

98. INCORRETA

99. A

100. INCORRETA

101. CORRETA

102. CORRETA

103. INCORRETA

104. INCORRETA

105. INCORRETA

106. CORRETA

107. INCORRETA

108. CORRETA

109. INCORRETA