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AUDITOR DO ESTADO- RS ADMINISTRAÇÃO (ITENS 1 A 19) PROFESSOR: MARCELO CAMACHO Prof. Marcelo Camacho www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 1 Olá, pessoal! Agradeço a confiança! Estou convicto que com o material que irei disponibilizar teremos condições de acertar todas as questões relativas aos itens 1 a 19 do conteúdo de administração para o concurso de Auditor do Estado! Trataremos dos seguintes tópicos nesta aula: AULA 1 09/12/2013 1. Teoria clássica da administração, teoria da burocracia e teoria neoclássica da administração. 2. Organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, dos Estados e dos Municípios. Sumário 1. Teorias da Administração: Escola Clássica de Administração ................................................................. 2 2. Modelos de Gestão (Escola Clássica) ....................................................................................................... 3 2.1. Administração Científica........................................................................................................................ 4 2.2. Teorias com ênfase na estrutura organizacional...................................................................................11 2.2.1. Teoria Clássica ..................................................................................................................................12 3. Modelo Burocrático.................................................................................................................................20 4. Teoria Estruturalista da Administração ...................................................................................................26 5. Teoria Neoclássica da Administração ..................................................................................................... 27 6. Teorias com ênfase nas pessoas ..............................................................................................................29 6.1. Escola das Relações Humanas .............................................................................................................29 6.2. Teoria Comportamental........................................................................................................................31 6.4. Teorias com ênfase no Ambiente .........................................................................................................38 6.4.1. Teoria dos Sistemas...........................................................................................................................39 6.4.2. Teoria da Contingência .....................................................................................................................47 7. Organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, dos Estados e dos Municípios .....................................................................................................................................................................51 8. Lista de Questões ....................................................................................................................................86 9. Gabarito ...................................................................................................................................................98

Aula 01 (2)

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    Aula 1

    Ol, pessoal!

    Agradeo a confiana!

    Estou convicto que com o material que irei disponibilizar teremos condies

    de acertar todas as questes relativas aos itens 1 a 19 do contedo de

    administrao para o concurso de Auditor do Estado!

    Trataremos dos seguintes tpicos nesta aula:

    AULA 1 09/12/2013 1. Teoria clssica da administrao, teoria da burocracia e teoria neoclssica da administrao. 2. Organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil, dos Estados e dos Municpios.

    Sumrio

    1. Teorias da Administrao: Escola Clssica de Administrao ................................................................. 2 2. Modelos de Gesto (Escola Clssica) ....................................................................................................... 3 2.1. Administrao Cientfica ........................................................................................................................ 4 2.2. Teorias com nfase na estrutura organizacional ................................................................................... 11 2.2.1. Teoria Clssica .................................................................................................................................. 12 3. Modelo Burocrtico................................................................................................................................. 20 4. Teoria Estruturalista da Administrao ................................................................................................... 26 5. Teoria Neoclssica da Administrao ..................................................................................................... 27 6. Teorias com nfase nas pessoas .............................................................................................................. 29 6.1. Escola das Relaes Humanas ............................................................................................................. 29 6.2. Teoria Comportamental ........................................................................................................................ 31 6.4. Teorias com nfase no Ambiente ......................................................................................................... 38 6.4.1. Teoria dos Sistemas ........................................................................................................................... 39 6.4.2. Teoria da Contingncia ..................................................................................................................... 47 7. Organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil, dos Estados e dos Municpios

    ..................................................................................................................................................................... 51 8. Lista de Questes .................................................................................................................................... 86 9. Gabarito ................................................................................................................................................... 98

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    1. Teorias da Administrao: Escola Clssica de Administrao

    Para entendermos os modelos de gesto preciso que salientemos que

    estas existem porque as organizaes existem. Os modelos de gesto foram

    criados para gerar resultados melhores para as organizaes, sejam elas de

    que tipo forem. o esforo humano em entender como funcionam as

    organizaes e alcanar performances cada vez mais elevadas.

    Por organizao podemos entender um conjunto de pessoas que atuam

    juntas em uma criteriosa diviso de trabalho para alcanar um

    objetivo comum. Neste sentido so instrumentos sociais para

    racionalmente os homens produzirem benefcios coletivos que

    individualmente seriam impossveis de serem alcanados. Porm, uma

    organizao mais do que meramente um instrumento para produo de

    bens e servios. So espaos de sociabilidade, instrumentos sociais, onde a

    vida se propaga.

    Existem diversas formulaes para o conceito de organizao. O conceito

    acima est no livro do Prof. Chiavenato, Comportamento Organizacional.

    Desta definio percebemos alguns elementos que compem uma

    organizao: pessoas, diviso do trabalho e objetivos comuns.

    Outra definio na mesma linha a de Maximiniano, segundo o qual

    organizao um sistema de recursos que procura realizar algum

    tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). Alm de objetivos e

    recursos, as organizaes tm dois outros componentes principais:

    processos de transformao e diviso do trabalho.

    Percebemos que este segundo autor inclui mais um elemento como

    caracterstica de uma organizao: processos de transformao. Conforme

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    veremos mais frente, esta uma caracterstica essencial dos sistemas

    abertos.

    No momento basta sabermos que estes elementos sugerem que as

    organizaes precisam ser administradas. Para atender aos propsitos das

    organizaes foram desenvolvidas desde o final do sculo XIX at os nossos

    dias diversos modelos de gesto. Trata-se de diferentes abordagens,

    resultantes do avano do conhecimento e de realidades histricas distintas.

    Estes modelos esto calcados em teorias administrativas. O quadro abaixo

    demonstra as principais teorias administrativas e seus enfoques. Iremos

    abordar cada uma delas.

    Fonte: Chiavenato (2005)

    2. Modelos de Gesto (Escola Clssica)

    As teorias administrativas surgem no final do sculo XIX junto com a

    complexidade das grandes organizaes e da produo em massa. Podemos

    classificar as diversas teorias em quatro estgios ou nfase diferentes:

    teorias calcadas nas tarefas, na estrutura organizacional, nas pessoas e no

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    ambiente. Iremos estudar as diversas teorias em cada um destes blocos

    enfticos.

    Iremos abordar nesta aula demonstrativa as teorias baseadas nas tarefas e

    na estrutura, que compem a abordagem clssica da administrao. Elas

    foram desenvolvidas por Taylor e Fayol.

    2.1. Administrao Cientfica

    Foi uma das primeiras teorias formuladas a respeito das organizaes e tinham como preocupao a racionalizao do trabalho no dia-a-dia das fbricas. Foi formulada pelo engenheiro americano Frederic Taylor (1856-1915). A

    principal preocupao era a eliminao do desperdcio (reduo de custos) e

    o aumento da eficincia, por meio da sistematizao do trabalho. Diferenciou

    gerentes e trabalhadores de linha. Os primeiros deviam pensar e definir o

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    mtodo de trabalho, enquanto aos ltimos caberia a execuo daquilo que

    foi planejado pelos gerentes. A nfase era na tarefa padronizada e

    fragmentada, portanto no nvel da tarefa. Cada trabalhador executaria um

    conjunto de movimentos repetitivos que culminaria na mxima eficincia nas

    operaes realizadas. Taylor preocupou-se com a melhor maneira de realizar

    as tarefas.

    Para Taylor, a gerncia adquiriu novas atribuies e responsabilidades

    descritas pelos quatro princpios a seguir, publicados em em 1903 no estudo

    chamado Shop Management (Administrao de Operaes Fabris:

    1. Principio de Planejamento: substituir no trabalho o critrio individual

    do operrio, a improvisao e a atuao emprica-prtica, pelos mtodos

    baseados em procedimentos cientficos. Substituir a improvisao pela

    cincia, atravs do planejamento do mtodo de trabalho.

    2. Princpio do preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de

    acordo com suas aptides e prepar-los e trein-los para produzirem mais e

    melhor, de acordo com o mtodo planejado. Alm do preparo da mo-de-

    obra, preparar tambm as mquinas e equipamentos de produo, bem

    como o arranjo fsico e a disposio racional das ferramentas e materiais.

    3. Princpio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o

    mesmo est sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e

    segundo o plano previsto. A gerncia deve cooperar com os trabalhadores,

    para que a execuo seja a melhor possvel.

    4. Princpio da Execuo: distribuir distintamente as atribuies e as

    responsabilidades, para que a execuo do trabalho seja bem mais

    disciplinada

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    Objetivos do estudo de tempos e movimentos

    1. Eliminao do desperdcio de esforo humano e de movimentos inteis.

    2. Adaptao dos operrios tarefa.

    3. Facilidade no treinamento dos operrios, melhoria da eficincia e

    do rendimento da produo pela especializao das atividades.

    4. Distribuio uniforme do trabalho para que no haja perodos de

    falta ou de excesso de trabalho.

    5. Definio de mtodos e estabelecimento de normas para a execuo

    do trabalho.

    6. Estabelecer uma base uniforme para salrios eqitativos e prmios

    de produo.

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    A Organizao Racional do Trabalho

    1. Anlise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos -

    consistia em decompor - racionalizar - cada tarefa em uma srie

    ordenada de movimentos simples, com isso padronizava-se o mtodo

    de trabalho, seus movimentos e o tempo destinado sua execuo.

    2. Estudo da fadiga humana - eliminao de movimentos que

    desnecessrios, visando diminuio de esforos musculares.

    3. Diviso do trabalho e especializao do operrio - a eficincia

    aumenta com a especializao, assim, o funcionrio limitava-se

    execuo rotineira do mesmo trabalho para ajustar-se aos padres

    descritos pelo mtodo e s normas de desempenho do mtodo.

    4. Desenho de cargos e tarefas - compreende a definio de seu

    contedo (tarefas/ atividades), mtodos de execuo e relaes com

    outros cargos;

    5. Incentivos salariais e prmios de produo - Taylor relacionou

    remunerao com quantidade produzida. O salrio era proporcional

    produo.

    6. Conceito de homo economicus - as pessoas so motivadas

    exclusivamente por recompensas materiais, salariais e econmicas.

    7. Condies ambientais de trabalho - iluminao, ventilao, arranjo

    fsico etc. deveriam ser favorveis para garantir aumento da eficincia.

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    8. Padronizao de mtodos e de mquinas - so selecionados os

    mtodos, ferramentas, equipamentos, mquinas, etc. mais

    condizentes para fazer certa tarefa, a padronizao elimina

    desperdcios, variabilidade e diversidade no processo produtivo e

    incrementa nveis de eficincia.

    9. Superviso funcional - a especializao do operrio deveria ser

    acompanhada da especializao do supervisor. Cada supervisor deve

    cuidar de determinada rea ou especialidade, possuindo autoridade

    somente naquela rea que supervisiona.

    Neste modelo a responsabilidade pela organizao das tarefas

    exclusivamente dos gerentes, cabendo aos operrios a execuo fiel daquilo

    que foi definido. Aos gerentes tambm caberia manter os operrios livres de

    interferncias externas que provoquem paralisao das atividades.

    Contriburam tambm com a teoria da administrao cientfica o casal

    Gilbreth que focou ateno nos estudos dos tempos e movimentos, Henry

    Gant que desenvolveu um mtodo de remunerao baseado em alcance de

    metas (realizao do trabalho no tempo estipulado) e Harrington Emerson

    que elaborou uma lista com 12 princpios para a administrao.

    Ressalte-se que a ideia prevalente a de que as pessoas trabalhavam

    exclusivamente para ganhar um salrio e recompensas maiores em dinheiro.

    Prevalecia assim o conceito de homem econmico (homo economicus).

    As condies de trabalho para a Administrao Cientfica

    1. Adequao de ferramentas de trabalho e equipamentos de produo para

    minimizar o esforo do operador e a perda de tempo na execuo da tarefa.

    2. Arranjo fsico de mquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da

    produo.

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    3. Melhoria do ambiente fsico de trabalho para evitar que rudo, ventilao,

    iluminao e conforto no trabalho no reduzam a eficincia do trabalhador.

    4. Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores,

    seguidores, contadores e utenslios para reduzir movimentos inteis.

    Esta teoria se caracteriza por seus aspectos prescritivo e normativo, e pelo

    modelo de sistema fechado, pois analisa apenas o ambiente interno da

    empresa sem nenhuma preocupao com o ambiente externo. A

    Administrao Cientfica visualiza as empresas como se estivessem no

    vcuo, autnomas, hermeticamente fechadas, caracterizando-se assim por

    ter uma abordagem de sistema fechado. Ela no considera as variveis

    extrnsecas (ambientais, econmicas, polticas e sociolgicas).

    uma teoria mecanicista, pois concebe a organizao como um arranjo

    esttico e rgido de peas, uma mquina. Em nenhum momento considerou

    as organizao informais. O indivduo era considerado como "algo" sem

    capacidade alguma de pensar, servia somente para executar.

    Vamos comear com uma questo da FUNRIO

    ITEM 1. (FUNRIO/2010/SEBRAE-PA/ANALISTA TCNICO LOGSTICA) Frederick Taylor verificou que em todos os ofcios os operrios aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observao. Percebeu que isso levava a diferentes meios ou mtodos para se fazer a mesma coisa. Adotou o melhor dos mtodos e o aperfeioou, criando o mtodo cientfico de trabalho. Dentre as tcnicas criadas por Taylor, em seu mtodo cientfico, podemos citar: I - Estudo dos tempos e movimentos II - Seleo cientfica do trabalhador III - Criao da linha de montagem Assinale a alternativa correta.

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    a) somente a afirmativa I est correta. b) somente as afirmativas I e III esto corretas. c) somente as afirmativas I e II esto corretas. d) somente as afirmativas II e III esto corretas. e) somente a afirmativa II est correta.

    Analisemos as afirmaes:

    I. CERTO. De fato Taylor preconizou em sua teoria o estudo dos

    tempos e movimentos.

    II. CERTO. Outro pressuposto da teoria de Taylor: a seleo de

    trabalhadores por critrios tcnicos.

    III. ERRADO. Quem criou a linha de montagem foi Henry Ford.

    Portanto, o gabarito a alternativa B.

    Agora vejam esta questo da FCC.

    ITEM 2. (FCC/2008/METR-SP/ANALISTA TRAINEE ADMINISTRAO) A viso mecanicista de Frederick Taylor sobre as pessoas e as organizaes era essencialmente uma perspectiva de sistema

    a) quantitativo. b) aberto. c) contigencial. d) sistmico. e) fechado

    Ficou fcil, pessoal! A viso mecanicista de Taylor era caracterstica da

    abordagem organizacional de sistemas fechados. Portanto, o gabarito a

    alternativa E.

    Vamos outra pessoal, no desanimem!

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    ITEM 3. (FMP-RS/2011/TCE-RS/AUDITOR PBLICO EXTERNO ADMINISTRAO) Frederick Taylor foi criador e principal destaque da Administrao Cientfica. Em 1895 ele apresentou o primeiro trabalho da Administrao Cientfica: Um sistema de pagamento por pea. As idias apresentadas por ele nessa e em diversas outras obras, acabaram inspirando outros estudos e pensamentos, como o operrio-padro e o conceito de Kaizen. Pode-se dizer que alguns dos mecanismos da administrao cientfica eram:

    a) reviso dos movimentos, aumento da necessidade da fora muscular, aumento do tempo

    de trabalho sem interrupo.

    b) carto de instrues, sistema de pagamento baseado no desempenho, grupos de

    trabalhos autogeridos.

    c) procedimento formalizado e articulador de resultados, gerao de vantagens

    competitivas, anlise ambiental apurada.

    d) criao do ncleo operacional das organizaes, tecnoestrutura (composta por

    especialistas e dirigentes) e sistema em fluxo e transformao.

    e) padronizao de movimentos, sistema de pagamentos baseado no desempenho,

    padronizao de ferramentas e instrumentos

    Pessoal, vimos na aula os nove instrumentos da organizao racional do

    trabalho segundo Taylor: Anlise do trabalho e do estudo dos tempos e

    movimentos, Estudo da fadiga humana, Diviso do trabalho e especializao

    do operrio , Desenho de cargos e tarefas, Incentivos salariais e prmios de

    produo, Conceito de homo economicus, Condies ambientais de trabalho,

    Padronizao de mtodos e de mquinas e Superviso funcional.

    Portanto, o gabarito a alternativa E.

    2.2. Teorias com nfase na estrutura organizacional

    As teorias baseadas na estrutura organizacional foram desenvolvidas na

    Europa e tinham o objetivo de estruturar toda a organizao para a

    produo, de cima para baixo, e no somente o nvel de produo como a

    Administrao Cientfica americana. Foram quatro movimentos distintos:

    Teoria Clssica, Modelo Burocrtico, Teoria Estruturalista e Teoria

    Neoclssica. Veremos nesta aula a teoria clssica.

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    2.2.1. Teoria Clssica

    Foi formulada pelo engenheiro francs Henry Fayol (1841-1925). A diviso

    do trabalho organizacional, segundo esta teoria, deveria ser realizada no

    topo da organizao e teria seis funes bsicas: Tcnica, Comercial,

    Financeira, Segurana e Contbil. Este o embrio da

    departamentalizao que foi desenvolvida posteriormente por Gulick e

    Uwick, seguidores de Fayol.

    Administrar para Fayol era: prever (ou planejar) , organizar, comandar,

    coordenar e controlar. Para gravar pessoal o POCCC.

    A funo de ADMINISTRAR envolve todos os outros elementos da

    Administrao (funes do administrador). As funes administrativas

    significavam para Fayol:

    Para atender a estes pressupostos a empresa deveria atender aos quatorze

    princpios gerais e universais da administrao. Seus princpios incluam a

    diviso do trabalho (assim como Taylor), a unidade de comando e direo, a

    Visualizar o futuro e traar o programa de ao

    Constituir o organismo material e social da empresa (distribuir tarefas, distribuir autoridades e responsabilidades e estabelecer a estrutura organizacional, provisionamento de recursos humanos e materiais, etc.);

    Dirigir e orientar o pessoal.

    Ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforos.

    Certificar-se de que tudo ocorra com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

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    centralizao, a preocupao com a remunerao dos empregados e

    manuteno da ordenao dos materiais no local de trabalho.

    Princpios Gerais da Administrao, segundo Fayol

    Diviso do trabalho - Especializao dos funcionrios desde o topo da

    hierarquia at os operrios da fbrica, assim, favorecendo a eficincia da

    produo aumentando a produtividade. Designao de tarefas especficas

    para cada indivduo, resultando na especializao das funes e separao

    dos poderes;

    Autoridade e Responsabilidade - o direito dos superiores darem ordens

    que teoricamente sero obedecidas. Responsabilidade a contrapartida da

    autoridade. Deve-se levar em conta o direito de dar ordens e exigir

    obedincia, chegando a um bom equilbrio entre autoridade e

    responsabilidade. A primeira o direito de mandar e o poder de se fazer

    obedecer. A segunda, a sano - recompensa ou penalidade que acompanha

    o exerccio do poder;

    Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho

    vlidas pra todos os funcionrios. A ausncia de disciplina gera o caos na

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    organizao. o Respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus

    agentes;

    Unidade de comando - Um funcionrio deve receber ordens de apenas um

    chefe, evitando contra-ordens.

    Unidade de direo - O controle nico possibilitado com a aplicao de

    um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.

    Subordinao dos interesses individuais (ao interesse geral) - Os

    interesses gerais da organizao devem prevalecer sobre os interesses

    individuais. Isto significa que h identidade de interesses entre oeganizao

    e indivduos.

    Remunerao - Deve ser suficiente para garantir a satisfao dos

    funcionrios e da prpria organizao.

    Centralizao (ou Descentralizao) - As atividades vitais da organizao e

    sua autoridade devem ser centralizadas. Equilbrio entre a concentrao de

    poderes de deciso no chefe, sua capacidade de enfrentar suas

    responsabilidades e a iniciativa dos subordinados

    Linha de Comando (Hierarquia ou cadeia escalar) - Defesa incondicional da

    estrutura hierrquica, respeitando risca uma linha de autoridade fixa.

    Hierarquia a srie dos chefes do primeiro ao ltimo escalo, dando-se aos

    subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer relaes

    diretas;

    Ordem - Deve ser mantida em toda organizao, preservando um lugar pra

    cada coisa e cada coisa em seu lugar.

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    Equidade - A justia deve prevalecer em toda organizao, justificando a

    lealdade e a devoo de cada funcionrio empresa. Direitos iguais.

    Estabilidade dos funcionrios - Uma rotatividade alta tem conseqncias

    negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionrios.

    Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano

    e cumpri-lo.

    Esprito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela

    comunicao dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo

    precisam ter conscincia de classe, para que defendam seus propsitos

    Assim como na Administrao Cientfica, na Teoria Clssica prevalece o

    conceito de homem econmico (homo economicus).

    Vejamos questes da FCC

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    ITEM 4. (FCC/2012/MPE-AP/ANALISTA MINISTERIAL ADMINISTRAO) Harmonizar todos os atos da empresa ou do rgo pblico, com o objetivo de facilitar seu funcionamento, a funo definida por Fayol como a) prever. b) comandar. c) organizar. d) coordenar. e) controlar.

    Pessoal, questo tranquila! A funo responsvel por harmonizar todos os

    esforos a coordenao. Portanto, o gabarito a alternativa B.

    ITEM 5. (FCC/ 2012/ MPE-AP/ ANALISTA MINISTERIAL ADMINISTRAO) Dotar uma empresa ou rgo pblico de tudo o que necessrio para seu funcionamento: como matrias-primas, utenslios, capital e pessoas a funo de Administrao definida por Fayol como a) prever. b) comandar. c) organizar. d) coordenar. e) controlar

    Pessoal, como vimos o provisionamento de tudo que necessrio em uma

    empresa cabe funo Organizar, segundo Fayol. Portanto, o gabarito a

    alternativa C.

    Agora vejam esta questo da ESAF ITEM 6. (ESAF/2013/DNIT/TCNICO ADMINISTRATIVO) Fayol foi o primeiro a definir as funes bsicas do Administrador. Os princpios apresentados por Fayol foram retrabalhados com contribuies da abordagem neoclssica da Administrao. Sobre as funes do administrador, segundo a abordagem clssica, correto afirmar: a) cada uma das funes administrativas repercute na seguinte, determinando o seu desenvolvimento. b) o ciclo administrativo no se repete, mas permite uma contnua correo e ajustamento atravs da retroao. c) as funes do administrador formam apenas uma sequncia cclica: pois um processo de funes pouco relacionadas em uma interao dinmica. d) as funes administrativas quando consideradas isoladamente formam o processo administrativo. e) os autores da Teoria Clssica e Neoclssica apresentaram princpios administrativos comuns e definiram as mesmas funes bsicas para o administrador.

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    Pessoal, um comentrio introdutrio antes de analisarmos as alternativas:

    As funes do administrador definidas por Fayol so: Planejar, Organizar,

    Controlar, Coordenar e Comandar. Peter Drucker redefiniu estas funes

    sintetizando-as em quatro funes: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar.

    Estas funes administrativas compem o Processo Administrativo.

    Agora analisemos as alternativas: a) CERTO. A s funes administrativas compe um ciclo em que cada uma repercute na outra. b) ERRADO. O ciclo administrativo contnuo, dinmico e interativo. c) ERRADO. A interao dinmica entre as funes administrativas. d) ERRADO. Nada disso: apenas em conjunto as funes administrativas compe o processo administrativo. e) ERRADO. Como comentei acima os autores neoclssicos definiram de outra forma as funes administrativas bsicas. Portanto, o gabarito a alternativa A.

    Vejamos outra questo recente da ESAF ITEM 7. (ESAF/2013/DNIT/TCNICO ADMINISTRATIVO) O enfoque do processo administrativo define no apenas o processo administrativo, mas tambm o prprio papel dos gerentes. Fayol indicou os deveres e princpios que devem ser seguidos pelos gerentes para que a administrao seja eficaz. Assinale a opo que no apresenta um dos princpios de administrao propostos por Fayol. a) Diviso do trabalho, disciplina, inovao, interesse da organizao e equidade. b) Autoridade e responsabilidade, disciplina, unidade de comando, remunerao do pessoal e esprito de equipe. c) Unidade de direo, interesse geral, remunerao do pessoal, estabilidade do pessoal e iniciativa. d) Esprito de equipe, iniciativa, equidade, ordem, disciplina, interesse geral e centralizao. e) Ordem, autoridade e responsabilidade, estabilidade do pessoal e unidade de comando.

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    Tranquila esta questo pessoal! Cobraram o conhecimento dos 14 princpios

    de Fayol. A nica lista que no contm um princpio de Fayol a lista da

    alternativa A: inovao no constava da lista dele.

    Portanto, o gabarito a alternativa A.

    Vejamos agora outra da FCC

    ITEM 8. (FCC/2011/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE ADMINISTRATIVA)

    Os 14 princpios gerais de administrao sugeridos por Fayol, e que ainda so considerados pela maioria dos administradores, tm, entre eles, um que determina que os trabalhadores nas organizaes deveriam receber ordens de um gerente somente, para evitar conflitos e mal-entendidos. Esse princpio o da

    a) unidade de comando. b) diviso do trabalho. c) centralizao. d) cadeia escalar. e) equidade.

    Pessoal, questo tranquila! Trata-se do principio da unidade de comando,

    que implica que um funcionrio deve receber ordens de apenas um chefe,

    evitando contra-ordens. Portanto, o gabarito a alternativa A.

    Mais uma da FCC

    ITEM 9. (FCC/2008/TCE-SP/AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) Henry Fayol foi um dos principais formuladores da denominada Teoria Clssica das organizaes. Fayol

    a) desenvolveu uma abordagem sinttica onde toda empresa desenvolve seis funes bsicas e a funo administrativa desempenha um papel central de integrao e coordenao das demais funes. b) procurou enfrentar o problema do desperdcio das indstrias francesas, por meio do estudo detalhado dos tempos e dos movimentos dos operrios, visando ao aumento da produtividade pela diviso do trabalho. c) definiu as caractersticas bsicas da organizao burocrtica moderna, especialmente a legalidade, a impessoalidade e a hierarquia. d) contestou a teoria cientfica da administrao, formulando uma abordagem baseada na dinmica informal do comportamento organizacional, nas tcnicas de motivao e no papel das lideranas. e) formulou uma teoria analtica da dinmica organizacional centrada nas condies em que so tomadas as decises dentro da empresa.

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    Pessoal, esta questo cobrou teorias que vermos na aula 1, mas vamos

    antecipar alguns comentrios para resolver a questo.

    Analisemos as alternativas:

    A. CERTO. Para Fayol, as organizaes so compostas de seis funes

    bsicas, quais sejam: financeira, contbil, segurana, produo, comercial e

    administrativa. A funo administrativa, para Fayol, era a mais importante e

    sintetizava as demais funes.

    B. ERRADO. Esse foi o trabalho desenvolvido por Frederic Taylor nos EUA,

    como vimos na aula.

    C. ERRADO. Esse foi o trabalho de Max Weber. Este socilogo enxergou as

    organizaes pelo prisma da racionalidade e da formalidade. As principais

    caractersticas de uma organizao burocrtica so: unidade de comando,

    comunicao formal, hierarquia, racionalidade, previsibilidade, eficincia e

    economicidade.

    D. ERRADO. Esse foi o trabalho de Elton Mayo nas experincias de

    Hawthorne. A partir de estudos que procuram saber os efeitos do ambiente

    fsico em aspectos fisiolgicos dos trabalhadores, acabou por encontrar

    variveis de natureza psicolgica. Elton Mayo percebeu que, para alm das

    organizaes formais, existiam as organizaes informais..

    E. ERRADO. Esse foi o trabalho, dentre outros, de Hebert Simon. Na obra

    Comportamento Administrativo esse autor procurou analisar as decises do

    ponto de vista comportamental. Simon evidenciou o problema da

    racionalidade limitada dos tomadores de deciso, pois no existem decises

    timas, pois h uma permanente assimetria, insuficincia e impossibilidade

    de avaliar todas as informaes para a tomada de deciso.

    Portanto, o gabarito a alternativa A.

    Vejam esta afirmao da ESAF em uma questo de concurso do MPOG

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    ITEM 10. (ESAF/2009/MPOG/EPPGG) A Teoria Clssica da Administrao possui apenas valor histrico e referencial, no sendo aplicvel em nossos dias.

    Nada disso, pessoal! A Teoria Clssica tem reflexos em praticamente todas

    as organizaes modernas. Muitas ainda se organizam segundo estes

    princpios.

    Portanto, esta afirmativa est ERRADA!

    ITEM 11. (ESAF/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) A teoria clssica caracterizada pela nfase nas tarefas e na estrutura organizacional, pela concepo de homem econmico e pela identidade de interesses.

    Perfeito, pessoal! De fato a teoria clssica enfatiza a execuo das tarefas e

    a estrutura organizacional. Tambm vimos que caracterizado pela

    concepo homem econmico, ou seja, o homem induzido a produzir

    apenas pelas recompensas financeiras. Outra caracterstica o pressuposto

    da identidade de interesses, ou seja, presume-se que h alinhamento de

    interesses entre a organizao e os empregados (subordinao dos

    interesses individuais aos interesses organizacionais).

    Portanto, a afirmativa est CERTA!

    3. Modelo Burocrtico

    A crescente complexificao da produo e das organizaes na primeira

    metade do sculo XX tornou os princpios elaborados por Fayol insuficientes

    para responder s necessidades de organizao das empresas. Surge ento

    um movimento que resultou na elaborao da Teoria da Burocracia. Este

    modelo foi descrito pelo socilogo alemo Max Weber (1863-1920). Weber

    chamou este modelo de Burocracia, que significa governo de escritrio.

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    A principal caracterstica do modelo a racionalidade, ou seja, adequao

    dos meios aos fins. Isto significava que para a consecuo dos objetivos da

    organizao deveriam ser escolhidos os meios mais eficientes. Esta

    racionalidade estava relacionada ao alcance dos objetivos da organizao e

    no dos seus membros individualmente. A impessoalidade era outra

    caracterstica do modelo.

    Weber descreve os tipos puros de dominao com base na vigncia de sua

    legitimidade, que pode ser, primordialmente:

    a) dominao racional (legal): baseada na crena na legitimidade das

    ordens estatudas e do direito de mando daqueles que, em virtude dessas

    ordens, esto nomeados para exercer a dominao;

    b) dominao tradicional: baseada na crena cotidiana na santidade das

    tradies vigentes desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude

    dessas tradies, representam a autoridade;

    c) dominao carismtica: baseada na venerao extracotidiana da

    santidade, do poder herico ou do carter exemplar de uma pessoa e das

    ordens por esta reveladas ou criadas.

    O modelo burocrtico baseado na dominao do tipo racional-legal, em

    que as pessoas obedecem regras e estatutos.

    O modelo burocrtico enfatiza tanto a diferenciao ( diviso do trabalho e

    especializao), quanto a integrao ( hierarquia e regras escritas).

    Segundo Weber, as principais dimenses da burocracia so:

    1. Diviso do Trabalho;

    2. Hierarquia;

    3. Regras e regulamentos;

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    4. Formalizao das comunicaes;

    5. Competncia tcnica (seleo e promoo);

    6. Procedimentos tcnicos.

    Disfunes da Burocracia As disfunes so distores ou anomalias de comportamento que conduzem

    ineficincia do modelo. Uma causa muito comum que contribui para a

    ocorrncia destas anomalias so os meios transformarem-se em fins.

    Esquece-se dos resultados em prol do processo.

    Vejamos as disfunes:

    1. Exagerado apego aos regulamentos. A obedincia s normas

    torna-se o principal objetivo e perde-se de vista o resultado desejado.

    Cumprir o horrio passa a ser mais importante que atender o cliente;

    2. Excesso de formalismo. A burocracia essencialmente formal. Tudo

    precisa ser escrito.

    3. Excesso de papelrio. A disfuno mais conhecida; Tudo precisa ser

    registrado e documentado.

    4. Resistncia mudanas. Como tudo padronizado o funcionrio

    acostuma-se rotina e resiste s tentativas de alterao do padro

    anterior.

    5. Despersonalizao do relacionamento. A burocracia est baseada

    em cargos. No importa quem os ocupa. O relacionamento

    impessoal.

    6. Categorizao do relacionamento. A hierarquia tem papel central

    na burocracia. Assim quem toma decises est no topo da hierarquia e

    geralmente no tem contato com o problema. O relacionamento assim

    baseado em categorias hierrquicas.

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    7. Superconformidade s rotinas e procedimentos. A base da

    burocracia a padronizao das rotinas e procedimentos. O apego

    irrestrito s norma provoca a perda da flexibilidade e da iniciativa.

    8. Exibio de sinais de autoridade. A burocracia baseada na

    hierarquia, assim constri-se mecanismos para diferenciar e identificar

    os diferentes nveis hierrquicos em detrimento dos demais.

    9. Dificuldades com clientes. A burocracia auto-referida. Ela volta-se

    para dentro da organizao, para o cumprimento das normas, para a

    hierarquia. O atendimento ao pblico alvo da organizao feito de

    acordo com os procedimentos e de maneira impessoal. Isto traz

    problemas pois o objetivo principal deveria ser atender ao cliente.

    O modelo Burocrtico baseia-se no conceito de Homem Organizacional.

    Vejam esta questo

    ITEM 12. (FCC/2009/PGE-RJ/Tcnico Superior Administrador) Com relao s caractersticas da burocracia segundo Max Weber: I. Existncia de regras abstratas, s quais esto vinculados os detentores do poder, o aparelho administrativo e os dominados define a dominao racional- legal, o fundamento do modelo burocrtico. II. Toda organizao burocrtica se baseia na hierarquia, na diviso do trabalho, na separao entre pessoa, cargo e funes exercidas de modo continuado e com base em documentos escritos. III. O domnio burocrtico legitimado pelo reconhecimento dos poderes e das qualidades excepcionais do chefe, e o seu aparelho consiste, tipicamente, no grupo dos 'discpulos', isto , dos indivduos escolhidos pelo chefe entre os membros da comunidade. IV. A burocracia, segundo Weber, uma instituio poltica bem sucedida na medida em que seu quadro administrativo mantenha com xito a pretenso ao monoplio efetivo da coao fsica para a manuteno da ordem vigente. V. O pessoal empregado por uma estrutura administrativa burocrtica submete-se a uma relao contratual e, em virtude de suas especficas qualificaes tcnicas, recompensado

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    atravs de um salrio estipulado em dinheiro, tem uma carreira regulamentada e considera o prprio trabalho como uma ocupao em tempo integral. a) Esto corretas APENAS as afirmativas I e II. b) Esto corretas APENAS as afirmativas I, II e V. c) Esto corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. d) Esto corretas APENAS as afirmativas III e IV. e) Esto corretas APENAS as afirmativas III, IV e V.

    Pessoal, vamos analisar as alternativas:

    I. CERTO. O modelo burocrtico baseado na dominao racional-legal.

    II. CERTO. Exatamente: diviso do trabalho, hierarquia, impessoalidade

    (separao entre pessoa e cargo) so caractersticas do modelo

    burocrtico.

    III. ERRADO. Esta a descrio da dominao carismtica e no da

    dominao racional-legal, a burocrtica.

    IV. ERRADO. Esta a definio clssica de Estado, tambm elaborada

    por Max Weber.

    V. CERTO. Esto aqui os princpios da diviso do trabalho e da

    competncia tcnica.

    Portanto, o gabarito a alternativa B

    Vejamos mais uma questo ITEM 13. (FCC/2008/TCE-SP/AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) Max Weber considerado como um dos mais influentes precursores de diversas teorias das organizaes. Nesse sentido, considere: I. Weber desenvolveu uma teoria das organizaes formais, fundamentada em um modelo mecanicista, mais prxima das teorias clssicas. II. A teoria das organizaes de Weber baseada na articulao entre organizao formal e informal. III. A teoria weberiana das organizaes se aproxima mais da teoria clssica das organizaes, pois enfatiza a eficincia e a hierarquia.

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    IV. A teoria estruturalista das organizaes diferencia-se da abordagem weberiana por enfatizar a relao entre anlise intra-organizacional e inter-organizacional. V. A teoria weberiana das organizaes aproxima-se mais das abordagens humanistas, pois enfatiza o comportamento efetivo das pessoas na organizao. Est correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) II, III e V. e) II, IV e V. Analisemos as alternativas :

    I) CERTO. A teoria de Weber a burocrtica, que se baseia em formalidades

    e hierarquia bem definida, assim como o modelo mecanicista, que enxerga a

    organizao como um conjunto de peas, imitando uma mquina.

    II) ERRADO. Como dito no comentrio acima, Weber tratava as

    organizaes de maneira formal.

    III) CERTO. As teorias clssicas davam nfase nas tarefas (administrao

    cientfica de Taylor) e nfase na estrutura (teoria clssica de Fayol). Ao

    contrrio da teoria das relaes humanas, que dava nfase s pessoas. O

    modelo burocrtico de Weber dava nfase estrutura e no se preocupava

    com a satisfao das pessoas.

    IV) CERTO. A teoria estruturalista, como veremos frente, um

    desdobramento da teoria burocrtica de Weber. Esta olhava s para dentro

    da organizao (relao intra-organizacional) e no se preocupava com as

    pessoas. A teoria estruturalista, apesar de dar nfase a estrutura da

    organizao, tentou olhar mais para as relaes humanas e se preocupar

    com a relao entre as organizaes (inter-organizacional).

    V) ERRADO. Conforme dito anteriormente, a teoria weberiana no olhava

    para as relaes humanas. Dava nfase apenas na estrutura da organizao.

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    Portanto, o gabarito a alternativa C.

    4. Teoria Estruturalista da Administrao

    Por volta da dcada de 1950 elaborou-se esta teoria como desdobramento

    da teoria burocrtica, baseada na sociologia organizacional, porm

    questionando o modelo burocrtico. A teoria estruturalista juntou as

    abordagens da Teoria Clssica e da Escola das Relaes Humanas (que

    veremos mais frente). A perspectiva desta teoria era transpor a fronteira

    da organizao e olhar para fora dela. As organizaes eram percebidas

    como sistemas abertos. Falaremos sobre a teoria dos sistemas, mais

    frente. Percebia-se o mundo como um conjunto de organizaes

    interdependentes. Para dentro da organizao tambm se admitia a

    necessidade de interdependncia entre seus componentes. O receiturio

    normativo era deixado de lado em prol de uma abordagem compreensiva

    das organizaes e da administrao.

    Aqui a teoria baseia-se no conceito de Homem Organizacional.

    Vejam esta questo ITEM 14. (FCC/2008/METR-SP/ANALISTA - ADMINISTRAO DE EMPRESAS) A anlise das empresas como sistema aberto em constante interao com seu meio ambiente; abordagem mltipla com a anlise das variveis internas e externas que influenciam a organizao; concentrao nas relaes do ambiente externo e os nveis hierrquicos da organizao; interdependncia entre as partes da organizao. Estas so caractersticas da teoria da administrao a) neoclssica. b) cientfica. c) de relaes humanas. d) clssica. e) estruturalista.

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    Pessoal, j observamos que as teorias cientfica e clssica estavam baseadas

    em sistemas fechados, em que o ambiente externo no era importante.

    Veremos mais a frente que a teoria neoclssica concentrou-se na elaborao

    do processo administrativo, com forte preocupao com eficincia e eficcia.

    J a escola das relaes humanas pautou-se pela nfase nas relaes

    informais e ps em evidncia a satisfao das pessoas no ambiente como

    propulsor do aumento da eficincia organizacional.

    A teoria estruturalista, esta sim, pautou-se pela nfase nos sistemas abertos

    e na interdependncia entre organizaes, e entre partes da organizao. O

    gabarito ento a alternativa E.

    5. Teoria Neoclssica da Administrao

    Esta uma teoria tambm chamada de Escola do Processo Administrativo,

    pois concebe a administrao como um processo cclico e contnuo que tem

    quatro funes: Planejamento, Organizao, Direo e Controle. Consiste na

    reafirmao dos princpios clssicos, retirando o excesso de prescrio e

    normatizao. Veja o quadro com as quatro funes:

    Fonte: Chiavenato (2005)

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    Aqui o trabalho em diferentes instncias hierrquicas encarado como

    interdependente. Existem duas medidas principais: Eficcia e Eficincia.

    A eficincia a relao entre custos e benefcios. Preocupa-se com os meios,

    com os mtodos e sua adequao aos custos para o alcance dos objetivos.

    J a eficcia diz respeito aos resultados alcanados. a medida do sucesso

    com relao aos objetivos planejados. Em outras palavras: eficincia fazer

    do modo correto e eficcia alcanar resultados. Veja o quadro abaixo:

    Fonte: Chiavenato (2005)

    Este assunto foi questo da FGV. ITEM 15. (FGV- SEFAZ RJ/2009. FISCAL DE RENDAS) Com relao aos temas eficincia e eficcia, assinale a afirmativa incorreta. (A) Eficincia um conceito limitado. (B) Eficincia diz respeito aos trabalhos internos de uma organizao. (C) Uma organizao no pode ser eficiente se no for eficaz. (D) A abordagem de metas para eficcia organizacional identifica as metas de uma organizao. (E) Eficcia um conceito abrangente.

    O gabarito a letra C. Uma organizao pode fazer corretamente as coisas

    e ainda assim no alcanar os resultados desejados.

    A alternativa A est correta. Eficincia um conceito limitado, diz respeito

    aos meios.

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    A alternativa B est correta. Eficincia est relacionado aos mtodos, aos

    processos internos.

    A alternativa D est correta. Eficcia alcance de resultados, portanto est

    relacionado a metas.

    A alternativa E est correta. Eficcia um conceito abrangente. Pressupe o

    alcance de resultados, no s a economia dos meios utilizados para atingir

    determinado objetivo, mas a concretizao daquilo que uma organizao

    prope.

    Inserida na Teoria Neoclssica estava a Administrao por Objetivos (APO).

    A APO enfatizava o resultado final e no os meios ou mtodos de trabalho.

    Esta abordagem administrativa serviu de inspirao para a APPO

    (Administrao participativa por objetivos) que consiste num mtodo de

    avaliao de desempenho.

    A Teoria Neoclssica baseia-se em dois conceitos de homem: Homem

    Organizacional e Administrativo

    6. Teorias com nfase nas pessoas

    As teorias anteriores no se preocuparam com as pessoas em suas

    formulaes. A partir da dcada de 1920 alguns pesquisadores iniciaram

    estudos para avaliar a influncia dos grupos sociais nas organizaes. Foram

    duas as teorias neste sentido: Escola das Relaes Humanas e Teoria

    Comportamental.

    6.1. Escola das Relaes Humanas

    Inaugurada pela pesquisa na fbrica Western Eletric em Wawthorn em 1924.

    Foi uma pesquisa que utilizava tcnicas cientficas (ainda incipientes) para

    avaliar o comportamento humano no trabalho. Avaliou os efeitos das

    condies fsicas e das prticas gerenciais sobre os resultados do trabalho.

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    Apesar das tcnicas ainda rudimentares utilizadas na pesquisa foi possvel

    demonstrar a relao entre mudanas nos horrios de trabalho, nas tarefas

    executadas e nos incentivos salariais e a melhoria da produtividade.

    Esta pesquisa ps em evidncia a satisfao das pessoas no ambiente como

    propulsor do aumento da eficincia organizacional.

    Algumas concluses da escola de relaes humanas so que o trabalho

    uma atividade social, o ser humano motivado pela necessidade de estar

    junto e de ser reconhecido e que a convergncia dos mtodos tradicionais

    para a eficincia, em detrimento da cooperao humana, promovia o conflito

    na sociedade industrial.

    Em funo destas concluses elaborou-se o conceito de homem social

    (homo social) em contraposio ao de homem econmico prevalecente at

    ento. No entanto esta teoria permanecia prescritiva e normativa.

    Vejam como a FGV cobrou este assunto:

    ITEM 16. (FGV- SAD PE/2008. ANALISTA EM GESTO ADMINISTRATIVA)

    A nfase nos grupos informais caracterstica pioneira: (A) da administrao cientfica. (B) da escola das relaes humanas. (C) da teoria clssica da administrao. (D) do modelo burocrtico. (E) da teoria comportamental da administrao

    O gabarito a letra B. Isto mesmo! Ao ressaltar o homem como ser social e

    que coopera, a escola das relaes humanas enfatiza os grupos informais.

    Todas as outras so teorias formalistas.

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    6.2. Teoria Comportamental

    A teoria comportamental surge na dcada de 1950 em decorrncia da escola

    de relaes humanas. A viso aqui era descritiva e explicativa. Comearam a

    surgir diversos modelos de motivao, liderana e comunicao.

    A perspectiva nesta teoria que as pessoas esto constantemente tomando

    decises sobre sua participao e permanncia nas organizaes.

    Alguns exemplos de teorias desenvolvidas nesta abordagem so a teoria X e

    Y de Douglas McGregor e as teorias motivacionais de Maslow e Herzberg.

    Como as teorias de Maslow, Herzberg e McGregor esto associadas Teoria

    Comportamental no custa dar uma olhada em seus pressupostos.

    Hierarquia das Necessidades de Maslow

    O Fundamento desta teoria que as necessidades podem ser

    hierarquizadas, distribudas em escala de importncia para as pessoas. As

    necessidades humanas segundo esta teoria so divididas em cinco etapas:

    fisiolgicas, segurana, sociais, estima e auto-realizao. Existem duas

    classes de necessidades: as necessidades de baixo nvel ou primrias

    (fisiolgicas e de segurana), e as necessidades de alto nvel ou secundrias

    (sociais, estima e auto-realizao). As necessidades primrias so satisfeitas

    externamente e as secundrias internamente (dentro do indivduo). As

    necessidades mais elevadas surgem apenas quando as necessidades

    primrias so satisfeitas. Esta teoria est calcada no pressuposto de que as

    pessoas tem necessidade de crescer e se desenvolver. A figura abaixo lista

    as necessidades em cada nvel da hierarquia.

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    Fonte: Chiavenato (2005)

    ITEM 17. (FGV- SENADO/2010. ANALISTA LEGISLATIVO-ADMINISTRAO) A teoria motivacional mais conhecida a de Abraham Harold Maslow. Ela se baseia na hierarquia de necessidades humanas. Entre essas, segundo o autor, h as necessidades: (A) patrimoniais. (B) financeiras. (C) fisiolgicas. (D) psicolgicas. (E) morais

    Fcil, fcil! O gabarito a letra C. Maslow classifica as necessidades

    humanas em fisiolgicas, de segurana, sociais, estima e auto-realizao.

    Mais uma da FGV sobre Maslow

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    ITEM 18. (FGV- SAD PE/2008. ANALISTA EM GESTO ADMINISTRATIVA)

    Com relao s necessidades das pessoas, segundo a Teoria das Motivaes de Maslow, intervalos de descanso, conforto fsico e horrio de trabalho razovel so exemplos de: (A) necessidades fisiolgicas. (B) necessidades de segurana. (C) necessidades sociais. (D) necessidades de estima. (E) necessidades de auto-realizao Fcil! J comentamos. O gabarito a letra A. So as necessidades

    fisiolgicas, que em conjunto com as necessidades de segurana formam as

    necessidades primrias, segundo Maslow.

    Teoria dos dois fatores de Herzberg Para Herzberg a motivao das pessoas para o trabalho depende de dois

    fatores intimamente relacionados:

    1.Fatores higinicos. Dizem respeito s condies fsicas do ambiente de

    trabalho, salrio, benefcios sociais, polticas da organizao, clima

    organizacional, oportunidades de crescimento, etc. Segundo Herzberg estes

    fatores so suficientes apenas para evitar que as pessoas fiquem

    desmotivadas. A ausncia desmotiva, mas a presena no elemento

    motivador. So chamados fatores insatisfacientes.Tambm chamados de

    Extrnsecos ou ambientais.

    2. Fatores Motivacionais. Referem-se ao contedo do cargo, s tarefas e s

    atividades relacionadas com o cargo em si. Incluem liberdade de decidir

    como executar o trabalho, uso pleno de habilidades pessoais,

    responsabilidade total pelo trabalho, definio de metas e objetivos

    relacionados ao trabalho e auto-avaliao de desempenho. So chamados

    fatores satisfacientes. A presena produz motivao, enquanto a ausncia

    no produz satisfao. Tambm chamados de Intrnsecos.

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    Par Herzberg o oposto de satisfao no insatisfao, mas nenhuma

    satisfao. Da mesma forma, o oposto de insatisfao no satisfao, mas

    nenhuma insatisfao. Veja o quadro abaixo:

    Fonte: Chiavenato (2005

    Vejam esta questo da FGV ITEM 19. (FGV- CAERN/2010. ADMINISTRADOR) De acordo com a Teoria dos Dois Fatores, a motivao das pessoas para o trabalho depende de dois fatores distintos: higinicos e motivacionais. Estes so relacionados s condies internas dos indivduos e so satisfacientes; aqueles so relacionados ao ambiente externo e so insatisfacientes. Nesse sentido, analise as afirmativas a seguir: I. A ausncia do uso pleno de habilidades pessoais provoca insatisfao. II. Melhores benefcios sociais provocam uma maior satisfao. III. O oposto da satisfao nenhuma satisfao e o oposto da insatisfao nenhuma insatisfao. Assinale (A)

    Se somente a afirmativa I estiver correta.

    (B)

    Se somente a afirmativa II estiver correta.

    (C)

    Se somente a afirmativa III estiver correta.

    (D)

    Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

    (E) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

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    Analisemos as afirmativas:

    A afirmativa I est errada. Na perspectiva de Herzberg ausncia do uso

    pleno de habilidades pessoais deixa de gerar satisfao, isto significa

    satisfao nenhuma e no insatisfao.

    A afirmativa II est errada. Ausncia de Benefcios gera insatisfao, mas

    se existem no produzem satisfao.

    A afirmativa III est CERTA! o princpio da teoria de Herzberg.

    Sendo assim, o gabarito a letra C.

    ITEM 20. (FGV- CODESP/2010. ADMINISTRADOR)

    A motivao, dentro do ambiente empresarial, um elemento fundamental para que os empregados se comprometam com o atingimento dos objetivos organizacionais. Vrias so as teorias motivacionais que fundamentam as prticas empresariais visando estimular o empregado a ter maior produtividade e qualidade no desenvolvimento de suas atividades. Segundo a Teoria de Herzberg, os fatores que levam satisfao no trabalho so diferentes daqueles que levam insatisfao. Segundo Maslow, existe uma hierarquia de necessidades, em que, medida que uma necessidade satisfeita, a prxima se torna dominante. Assinale a alternativa que apresente uma prtica que possibilita a motivao dos empregados. (A)

    Dar plena responsabilidade e autonomia a todos os empregados.

    (B)

    Estabelecer horrios de trabalho rgidos para que a jornada de trabalho seja cumprida.

    (C)

    Dissociar a remunerao do desempenho.

    (D)

    Tratamento igual para todos, homogeneizando as necessidades individuais.

    (E)

    Assegurar que as metas estabelecidas sejam percebidas como factveis.

    A banca confirmou o gabarito como sendo a letra E, no entanto esta

    uma questo polmica. Vejamos

    As alternativas B, D esto erradas, pois no se referem a nenhum aspecto

    motivacional. A letra E diz respeito ao processo de estabelecimento de

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    metas da APPO, mas tambm est includa na perspectiva de Herzberg dos

    fatores motivacionais e, como veremos na aula sobre motivao, na

    perspectiva da teoria da expectncia. Portanto, a alternativa E est correta.

    Sob, a tica da teoria de Herzberg, poderamos dizer que a remunerao no

    fator motivacional, mas insatisfaciente. Portanto, no gera motivao.

    Alternativa C est errada!

    A alternativa A, em minha tica, tambm est correta. Dar responsabilidade

    e autonomia so fatores que produzem satisfao tanto pela perspectiva

    terica de Maslow quanto de Herzberg.

    Desta forma, teramos duas respostas corretas, e eu solicitaria a anulao.

    Vamos dar uma olhada na teoria X e Y de McGregor.

    A teoria X preconiza as principais premissas da natureza humana adotadas

    pelas escolas tradicionais da administrao. J a teoria Y contm as

    premissas da natureza humana segundo a abordagem das relaes

    humanas. Vejam o quadro a seguir:

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    Fonte: Chiavenato (2005)

    Nesta Teoria o conceito o de Homem Administrativo. A FGV tambm cobrou isto!

    ITEM 21. (FGV- SEFAZ RJ/2010. FISCAL DE RENDAS)

    Com relao Teoria Y, analise as afirmativas a seguir. I. A Teoria Y caracteriza o esforo fsico e mental para trabalhar com algo to natural como a diverso e repouso. II. A Teoria Y preconiza que o homem procura, sobretudo, segurana. III. A Teoria Y determina que o controle externo no a nica forma de se conseguir esforo das pessoas Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas

    O gabarito a letra C.

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    como est no quadro acima. As afirmativas I e III esto corretas. O trabalho natural e no necessrio controle. A afirmativa II est errada. Quem preconiza segurana a Teoria X.

    Vejamos outra questo da FGV ITEM 22 (FGV- CODESP/2010. ADMINISTRADOR) Considerando as Teorias X e Y, analise as afirmativas a seguir: I. De acordo com a Teoria X, as pessoas normais tm averso ao trabalho. II. Segundo a Teoria Y, a imaginao na soluo de problemas no est distribuda entre as pessoas em uma organizao. III. Segundo a Teoria X, as pessoas mdias preferem ser mandadas. Assinale (A)

    se somente a afirmativa III estiver correta.

    (B)

    se somente a afirmativa I estiver correta.

    (C)

    se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

    (D)

    se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

    (E)

    se somente a afirmativa II estiver correta.

    O gabarito a letra D. Vejamos:

    As afirmativas I e III esto corretas. Na perspectiva da teoria X as pessoas

    tm averso ao trabalho e preferem ser mandadas..

    A afirmativa II est errada. justamente o contrrio. A teoria Y preconiza a

    participao e a autonomia, inclusive para soluo de problemas.

    6.4. Teorias com nfase no Ambiente

    Estas teorias surgem na dcada de 1960 com a abordagem dos sistemas

    abertos. Nesta abordagem a organizao um sistema que interage

    dinamicamente com o ambiente externo. Esto includas nesta perspectiva a

    teoria dos sistemas e a teoria da contingncia.

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    O ponto de partida para a noo de ambiente nas teorias administrativas

    forma as ideias de Emery e Trist que argumentaram que o ambiente em

    torno da organizao prov os recursos necessrios para o seu

    funcionamento e recebe os produtos resultantes da organizao. Concluram

    ento que este ambiente era fonte de ameaas e oportunidades. Desta

    premissa deduziram que era necessrio conhecer este ambiente e ajustar o

    processo produtivo s demandas do ambiente. O ambiente pode ser simples

    ou complexo. Por exemplo, pode se referir a um posto de gasolina que tem

    poucos elementos constituintes de seu ambiente (alguns fornecedores,

    clientes, postos de gasolina concorrentes) ou uma fbrica de automveis

    inserida em um ambiente complexo ( inmeros fornecedores, concorrentes

    em todo o pas e no exterior, clientes dispersos geograficamente,etc).

    Vejamos as duas teorias includas nesta perspectiva.

    6.4.1. Teoria dos Sistemas

    A teoria administrativa dos sistemas tem suas bases na Teoria Geral dos

    Sistemas (TGS) de Bertalanffy. A partir desta abordagem o ambiente

    externo passou a ser considerado no estudo das organizaes. A

    preocupao anterior era estudar o interior da organizao. A Partir da

    Teoria dos Sistemas passou-se a estudar as organizaes de fora para

    dentro. A organizao deixa de ser uma varivel independente para ser uma

    varivel dependente.

    Segundo o professor Chiavenato um sistema um conjunto de elementos

    dinamicamente relacionados, formando uma atividade para atingir um

    objetivo, operando sobre dados/energia/matria para fornecer

    informaes/energia/matria. Os sistemas podem ser fechados ou abertos.

    Nos sistemas fechados ou mecnicos as relaes com o meio externo so

    conhecidas. J nos sistemas abertos as relaes com o meio externo no

    podem ser previstas pois esto em contnua interao e transformao.

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    A Teoria dos Sistemas concebe as organizaes como sistemas abertos. Isto

    significa que elas esto em processo contnuo e incessante de trocas com o

    meio ambiente. As organizaes fazem parte de um sistema maior que a

    sociedade. Desta forma ela interage com este meio externo realizando

    trocas, recebe insumos(entradas) e fornece resultados (sadas). Estas

    trocas no so exatamente conhecidas, pois realizam-se de forma dinmica.

    Eis a diferena para os sistemas fechados (mquinas e equipamentos) em

    que as entradas e sadas so perfeitamente conhecidas.

    Abaixo listo as caractersticas das organizaes como sistemas abertos:

    1. Importao e Exportao: de um lado existe a importao de

    insumos (recursos, materiais, energia, etc.) e de outro a exportao

    de produtos ou servios para abastecer o ambiente;

    2. Homeostasia: o princpio garantidor do equilbrio dinmico dos

    sistemas, com a manuteno do status quo interno. Garante o fluxo

    contnuo de entrada e sadas, e por conseguinte, a sobrevivncia do

    sistema. Produz a rotina e a conservao do sistema.

    3. Adaptabilidade: o processo de ajustamento do sistema em face

    da retroao recebida das sadas. Desta forma pode-se alterar as

    entradas de forma que o status quo permanea inalterado. De forma

    contrria homeostasia a adaptabilidade leva mudana e inovao

    em busca do ajustamento do ambiente interno ao ambiente externo;

    4. Morfognese: a principal caracterstica identificadora dos

    sistemas abertos: capacidade de modificar a si prprio de maneiras

    estruturais, como decorrncia da adaptabilidade;

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    5. Negentropia ou entropia negativa: entropia o processo de

    tendncia exausto e desaparecimento das organizaes. a

    degradao tpica dos sistemas fechados. Para se prevenir deste

    processo os sistemas abertos importam uma quantidade maior de

    energia do meio externo do que devolvem. Assim usam esta reserva

    para alimentar suas estruturas e compensar as perdas de energia na

    entrada e sada;

    6. Sinergia: o processo de esforo simultneo em prol da

    organizao, realizando um efeito multiplicador dos esforos

    realizados. O resultado dos esforos sinrgicos so potencialmente

    maiores do que a simples soam dos esforos.

    Veja a esquematizao da organizao como sistema aberto abaixo:

    Fonte: Chiavenato (2005)

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    A abordagem sistmica do Instituto de Relaes Humanas de Tavistock

    Psiclogos e Socilogos da Instituto Tavistock idealizaram a organizao

    como sistema sociotcnico que interage continuamente com o ambiente.

    Segundo Chiavenato este sistema composto por dois subsistemas:

    1. Subsistema Tcnico que composto pela tecnologia, o territrio

    e o tempo. Engloba as tarefas, o ambiente fsico, os equipamentos e

    as tcnicas operacionais, etc. Este subsistema responsvel pela

    eficincia potencial da organizao.

    2. Subsistema Social que composto pelas pessoas, suas

    caractersticas fsicas e psicolgicas,as relaes sociais entre as

    pessoas que executam uma tarefa e as exigncias da organizao para

    as situaes de trabalho.

    Uma outra abordagem mais recente das organizaes como sistemas

    abertos a de Katz e Kahn. Os pressupostos das organizaes para eles

    so:

    1. As organizaes so sistemas abertos. Realizam importao e

    exportao com o meio ambiente. Apresentam negentropia. Servem-

    se de um sistema de retroao negativa.

    2. Estado firme e homeostasia dinmica. A estabilidade do sistema

    mantida constante para evitar a entropia (desaparecimento).

    3. Diferenciao. Existem mltiplos papis e funes.

    4. Equifinalidade. Existe mais de um modo, mais de um caminho,

    para se atingir o mesmo resultado.

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    5. Limites ou fronteiras. Existem barreiras entre o sistema e o

    ambiente. Estas definem o raio de ao do sistema.

    6. Cultura e clima organizacional. fruto das interaes entre os

    diversos atores do sistema, tanto internos como externos. Cada

    organizao cria sua prpria cultura, como resultado de processos

    mpares.

    7. Eficincia e eficcia organizacional. Para os dois autores

    eficincia diz respeito ao quanto de entrada de uma organizao

    resulta como produto e quanto absorvido pelo sistema. J a eficcia

    refere-se maximizao do rendimento para a organizao.

    8. Organizao como um sistema de papis. Uma organizao

    formada pelo conjunto de atividades diferenciadas realizadas por

    mltiplos atores.

    9.

    A Teoria dos Sistemas baseia-se no conceito de Homem Funcional.

    O indivduo tem papis dentro da organizao e mantm expectativas

    com relao ao desempenho dos papis das demais pessoas, dentro e

    fora da organizao.

    A FGV cobrou isto!

    ITEM 23. (FGV- SAD PE/2008. ANALISTA EM GESTO ADMINISTRATIVA) Assinale a alternativa que apresente corretamente o tipo de homem focado pelas abordagens da Teoria dos Sistemas Abertos e a Perspectiva Sociotcnica das Organizaes. (A) Homem organizacional. - (B) Homem econmico. (C) Homem social. (D) Homem funcional. (E) Homem administrativo

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    Fcil! O gabarito a letra D. A perspectiva sociotcnica est inserida na

    Teoria dos Sistemas. A Banca quis confundir os candidatos.

    As outras alternativas esto erradas.

    Recordando:

    Homem organizacional.- Modelo Burocrtico e Teoria Estruturalista

    Homem econmico. Teoria Clssica

    Homem social. Teoria das Relaes Humanas

    Homem administrativo- Teoria Comportamental

    Agora observem esta questo da FCC:

    ITEM 24. (FCC/2008/METR-SP/ANALISTA -ADMINISTRAO DE EMPRESAS) Considere a capacidade das organizaes, enquanto sistemas abertos, de I. conservar um estado equilibrado por meio de mecanismos auto-reguladores; II. importar mais energia do ambiente externo do que expender; III. alcanar, por vrios caminhos, o mesmo estado final, partindo de iguais ou diferentes condies iniciais. Os itens I, II e III referem-se, respectivamente, a a) homeostase; importao de energia; diferenciao. b) homeostase; entropia negativa; equifinalidade. c) entropia negativa; importao de energia; homeostase. d) estado firme; homeostase dinmica; diferenciao. e) equifinalidade; homeostase; estado firme.

    Vamos estabelecer as relaes entre as afirmativas e as caractersticas dos

    sistemas abertos:

    I. Trata-se da homeostasia ou estado firme mais um equilbrio dinmico

    do que esttico, os sistemas abertos no se acham em repouso, os

    inputs de energia para deter a entropia agem para manter um certo

    equilbrio no intercmbio de energia, de modo que os sistemas

    sobrevivam.

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    II. Os sistemas abertos precisam adquirir entropia negativa para sobreviver,

    ou seja, os sistemas mantm suas caractersticas internas de ordem,

    quando inputs (entradas) so maiores que outputs (sadas) no processo

    de transformao.

    III. Os sistemas abertos so caracterizados pelo princpio da

    equifinalidade, ou seja, um sistema pode alcanar um mesmo estado final

    com origem em diferentes condies iniciais e atravs de caminhos

    diversos de desenvolvimento.

    Portanto, o gabarito a alternativa B

    Vejam esta outra questo

    ITEM 25. (FCC/2009/TJ-AP/ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRAO) De acordo com a moderna teoria dos sistemas, as organizaes na Era Contempornea devem ser entendidas como um a) conjunto de elementos, partes ou rgos que compem uma totalidade integrada e autossuficiente em torno de suas relaes intra-sistmicas. b) sistema de inputs e outputs de energia, recursos e informao necessrios reproduo da suas partes, mas com elevado grau de entropia em relao ao ambiente externo. c) conjunto de subsistemas de mltiplas entradas e sadas, submetido a uma relao instvel, com o ambiente externo, e, portanto, com baixa previsibilidade no seu comportamento. d) complexo de subsistemas que se comportam de forma homognea graas ao sistema de retroalimentao centralizado que permite uma perfeita homeostasia em relao com o ambiente externo. e) sistema orgnico com baixa diferenciao interna e alta adaptabilidade ao ambiente externo, levando a uma constante busca de comportamentos defensivos.

    Analisemos as alternativas

    a) ERRADO. Essa totalidade no autossuficiente, e sim interdependente,

    de modo que a mudana em uma das partes provoca impacto sobre as

    outras. Nenhuma estrutura social ou organizacional autossuficiente.

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    b) ERRADO. No h elevado grau de entropia, pois entropia significa a

    tendncia exausto, morte do sistema e isso no possvel no sistema

    aberto, visto que este se abastece continuamente de energia (insumos),

    mantendo indefinidamente a sua estrutura organizacional. Esse

    abastecimento de energia reage contra a entropia. A essa reao contrria

    chamamos de entropia negativa ou negentropia.

    c) CERTO. A relao com o ambiente externo instvel porque este inclui

    variveis desconhecidas e incontrolveis, gerando conseqncias

    probabilsticas (nunca determinsticas) e comportamentos com pouca

    previsibilidade.

    d) ERRADO. O erro est em dizer que os subsistemas se comportam de

    forma homognea. O restante est correto: Retroalimentao um

    feedback, o retorno de uma sada sob a forma de informao (positiva ou

    negativa). Quando negativa (retroao negativa), o sistema tende a se

    autorregular, ou seja, buscar a homeostase (equilbrio).

    e) ERRADO. No h baixa diferenciao, e sim alta diferenciao, isto , a

    multiplicao de funes internas. funes globais so substitudas por

    funes mais especializadas, hierarquizadas e altamente diferenciadas

    Portanto, o gabarito a alternativa C. Vejam esta outra da FCC ITEM 26. (FCC/2012/TRF-2/ ANALISTA JUDICIRIO PSICOLOGIA) A principal contribuio da abordagem sistmica ao Comportamento Organizacional o conceito de organizao como um sistema a) aberto, em constante interao com seu ambiente. b) fechado, que estabelece algumas trocas no ambiente. c) semi-aberto, j que tem metas estabelecidas no intra-grupo. d) flexvel, porm raramente se modifica com as presses do ambiente. e) inflexvel, pois preserva as normas internas.

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    Pessoal, vimos que a abordagem sistmica trouxe uma nova maneira de

    visualizar as organizaes sob um ponto de vista macro e envolvente que

    nenhuma teoria anterior havia conseguido. Visualizam-se as organizaes

    como sistemas abertos em constante interao com o ambiente.

    Portanto, o gabarito a alternativa A.

    6.4.2. Teoria da Contingncia

    Dois socilogos ingleses, Burns e Stalker, em virtude de pesquisas

    relacionando prticas administrativas com o ambiente externo, classificaram

    as organizaes industriais em dois tipos: organizaes mecansticas e

    organizaes orgnicas. A perspectiva sistmica.

    As organizaes mecansticas so prprias de ambientes estveis e

    permanentes enquanto as orgnicas so adequadas para condies

    ambientais de mudana e inovao.

    CARACTERSTICAS DOS SISTEMAS MECNICOS E ORGNICOS

    Caractersticas Sistemas Mecnicos Sistemas Orgnicos

    Estrutura Organizacional Burocrtica, permanente, rgida

    e definitiva

    Flexvel, mutvel, adaptativa e

    transitria

    Autoridade Baseada na hierarquia e no

    comando

    Baseada no conhecimento e

    na consulta

    Desenho de cargos e Tarefas Definitivo. Cargos estveis e

    definidos. Ocupantes

    especialistas e univalentes

    Provisrio. Cargos mutveis,

    redefinidos constantemente.

    Ocupantes polivalentes

    Processo Decisorial Decises centralizadas na

    cpula da organizao

    Decises descentralizadas ad

    hoc (aqui e agora)

    Comunicaes quase sempre verticais quase sempre horizontais

    Confiabilidade em: Regras e regulamentos

    formalizados por escrito e

    impostos pela empresa

    Pessoas e comunicaes

    informais entre as pessoas

    Princpios Predominantes Princpios gerais da Teoria

    Clssica

    Aspectos democrticos da

    Teoria das Relaes Humanas

    Ambiente Estvel e permanente Instvel e dinmico.

    Fonte: Chiavenato (2003)

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    Isto caiu em questo da FGV! Vejamos: ITEM 27. (FGV- BADESC/2010. ANALISTA ADMINISTRATIVO) Assinale a alternativa que apresente uma caracterstica dos sistemas mecnicos organizacionais. (A) Autoridade baseada no conhecimento. (B) Processo decisorial ad hoc. (C) Estrutura definitiva. (D) Comunicaes quase sempre horizontais. (E) Ambiente instvel Fcil, no? O gabarito a letra C. Organizaes mecansticas ou mecnicas

    caracterizam-se por ter estrutura definitiva ou permanente.So estveis.

    Todas as outras alternativas esto erradas, so caractersticas dos sistemas

    orgnicos.

    Vejamos outra questo sobre este tema

    ITEM 28. (FGV- SAD PE/2008. ANALISTA EM GESTO ADMINISTRATIVA) De acordo com a Teoria das Contingncias, h dois tipos de sistemas organizacionais: mecanicistas e orgnicos. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir: I. A rigidez uma caracterstica dos sistemas mecanicistas. II. A previsibilidade uma caracterstica dos sistemas orgnicos. III. O ambiente estvel uma caracterstica dos sistemas orgnicos. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas J vimos isto! O gabarito a letra A.

    A afirmativa I est correta. De fato os sistemas mecnicos so estveis,

    permanentes, avessos mudana, e portanto rgidos.

    As afirmativas II e III esto erradas. So caractersticas dos sistemas mecnicos.

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    J na dcada de 1970, Lawrence e Lorsch inauguraram a teoria da

    contingncia. Atravs dos resultados de suas pesquisas demonstraram que

    as organizaes utilizam dois mecanismos bsicos de funcionamento: a

    diferenciao e a integrao administrativas. A diferenciao diz respeito

    subdiviso das organizaes em departamentos com tarefas especializadas.

    Cada departamento reage somente parte do ambiente que relevante

    para sua atividade. As demandas de ambientes especficos correspondero

    departamentos na organizao, com os quais se relacionaro.

    A integrao o processo oposto: do ambiente externo surgem presses

    para que haja unidade de esforos entre os vrios departamentos da

    organizao.

    Chiavenato ressalta que os dois mecanismos so opostos e antagnicos.

    Quanto mais diferenciao existe na organizao mais difcil a soluo de

    problemas. Contudo, as organizaes que conseguem se diferenciar

    (processo tpico do crescimento da organizao) e ao mesmo tempo

    conseguem integrar todas estas partes garantiro sucesso.

    A abordagem contingencial manteve o foco nas tarefas, nas pessoas e na

    estrutura organizacional e agregou a perspectiva da sobrevivncia e do

    crescimento em ambientes mutveis. Nesta perspectiva tudo mutvel,

    tudo relativo, tudo contingente. O contexto ambiental que vai ditar os

    rumos das operaes das empresas. As que se adaptam so bem sucedidas.

    A Teoria da contingncia baseia-se no conceito de Homem Complexo.

    Vejam esta outra questo da FGV.

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    ITEM 29. (FGV- BADESC/2010. ANALISTA ADMINISTRATIVO) Com relao teoria contingencial, analise as afirmativas a seguir. I. As organizaes possuem natureza sistmica. II. Existem princpios universais de administrao. III. As caractersticas ambientais condicionam o ambiente organizacional. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. O gabarito a letra D. Vejamos as afirmativas.

    A afirmativa I est correta, uma vez que a natureza das organizaes para a

    teoria da contingncia sistmica.

    A afirmativa II est errada. justamente o contrrio. Nesta teoria tudo

    contingencial, tudo mutvel, e portanto incompatvel com princpios

    universais.

    A afirmativa III est correta, o contexto ambiental que dita o rumo da

    organizao.

    Vejamos um quadro sntese das teorias administrativas.

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    ESQUEMA COMPARATIVO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAO

    Teoria nfase Concepo de homem Abordagem Sistema de Incentivos Relao entre objetivos

    organizacionais e objetivos

    individuais

    Teoria Clssica

    Nas tarefas e na estrutura

    organizacional

    Homem econmico

    Prescritiva e Normativa

    Incentivos materiais e

    salariais

    Identidade de interesses.

    No h conflito perceptvel

    Teoria das Relaes Humanas

    Nas pessoas Homem Social

    Prescritiva e Normativa

    Incentivos sociais e

    simblicos

    Identidade de interesses.

    Todo conflito indesejvel e

    deve ser evitado

    Teoria Neoclssica

    No ecletismo: nas tarefas, nas

    pessoas e na estrutura

    Homem organizacional e

    Administrativo

    Prescritiva e Normativa

    Incentivos mistos, tanto

    materiais como sociais

    Integrao entre objetivos

    organizacionais e objetivos

    individuais

    Teoria da Burocracia

    Na estrutura organizacional Homem organizacional

    Prescritiva e Normativa

    Incentivos materiais e

    salariais

    No h conflito perceptvel.

    Prevalncia dos objetivos da

    organizao

    Teoria Estruturalista

    Na estrutura e no ambiente Homem organizacional

    Explicativa e Descritiva

    Incentivos mistos, tanto

    materiais como sociais

    Conflitos inevitveis e

    mesmo desejveis que

    levam inovao.

    Teoria comportamental

    Nas pessoas e no ambiente Homem Administrativo

    Explicativa e Descritiva

    Incentivos mistos Conflitos possveis e

    negociveis. Relao e

    equilbrio entre eficcia e

    eficincia.

    Teoria dos sistemas No ambiente Homem Funcional Explicativa e Descritiva Incentivos mistos Conflito de papis

    Teoria da contingncia

    No ambiente e na tecnologia,

    sem desprezar as tarefas, as

    pessoas e estrutura

    Homem complexo

    Explicativa e Descritiva

    Incentivos mistos Conflito de papis

    Fonte: Chiavenato (2003)

    7. Organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil, dos

    Estados e dos Municpios

    Pessoal, vejamos agora os princpios constitucionais acerca da organizao

    poltico administrativa do Brasil.

    Repblica Federativa do Brasil - compreende a Unio, Estados, DF e

    Municpios. Detm a soberania nacional;

    Unio - autnoma (administrativamente e politicamente), mas no

    quem detm a soberania. Quem detm soberania somente a Repblica

    Federativa do Brasil. Soberania, segundo o professor Celso Bastos, um

    atributo que se confere ao poder do Estado em virtude de ser ele

    juridicamente ilimitado.

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    Territrios (a criao, transformao e reintegrao feita por Lei

    Complementar) - integram a Unio. Dessa forma, o territrio no um ente

    da Federao.

    Capital federal - Braslia.

    DF - Quadriltero de segurana, tem autonomia (administrativa, poltica),

    mas no tem soberania.

    Estados

    Tm autonomia (administrativa, poltica), mas no tm soberania. A

    incorporao, subdiviso, desmembramento por anexao a outros ou

    formao de novos Estados ou territrios federais depende de:

    1. Aprovao, por meio de plebiscito, da populao diretamente interessada

    ( 3, do art. 18, da CF/88), e

    2. Edio de lei complementar pelo Congresso Nacional ( 2, do art. 18, da

    CF/88), devendo este ouvir as Assemblias Legislativas envolvidas (inc. IV,

    do art 48, da CF/88).

    Municpios

    No tem representao no Senado (que a casa legislativa onde os

    Estados se fazem representar), nem soberania, mas tm autonomia.

    cabvel a interveno dos municpios pelos Estados.

    Criao, fuso, incorporao, desmembramento - mediante lei ordinria

    estadual no perodo estabelecido por lei complementar federal e mediante

    consulta prvia por plebiscito s populaes dos municpios envolvidos, aps

    divulgao, apresentao e publicao dos estudos de viabilidade municipal

    conforme lei.

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    Vedaes (Unio, Estados, DF, Municpios).

    Estabelecer cultos religiosos, igrejas, subvencion-los, embara-los,

    depender ou aliar-se, salvo colaborao, na forma da lei, de interesse

    pblico.

    Recusar f a documentos pblicos (todos tm presuno relativa de

    legitimidade);

    Criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si.

    Na federao brasileira, vigora o princpio da indissociabilidade do vnculo

    federativo entre os Estados-membros, Distrito Federal e Municpios como

    dispe o art. 1 da CF/88, com complementao pelo art.16 da atual Carta

    Magna. Nesse sentido, a organizao poltico-administrativa da Repblica

    Federativa do Brasil abarca a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os

    Municpios. Todos estes entes federados so dotados de autonomia,

    consubstanciada na capacidade de auto-organizao, autoadministrao

    e autogoverno.

    No h direito secesso, ou seja, a pretenso de separao de qualquer

    Estado-membro, Distrito Federal ou Municpio, sob pena de decretao de

    interveno federal, nos termos do art. 34, I, da CF/88.

    A Repblica Federativa do Brasil soberana no plano internacional, nos

    termos do art. 1 da CF/88 e os entes federativos so autnomos entre si.

    Deste modo, a Unio autnoma em relao aos Estados-membros e

    Municpios, detendo personalidade jurdica de Direito Pblico interno.

    Contudo, a Unio no a mesma coisa que Estado Federal (pessoa jurdica

    de Direito Internacional - formada pela Unio, Estados-membros, Distrito

    Federal e municpios).