Aula 01 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – EXERCÍCIOS - AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

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    1. (Titular de Servios - TJ-AP / 2011) Um navio mercante brasileiro

    de propriedade privada naufragou em alto mar. Os tripulantes

    passaram para barcos salva-vidas. Num desses barcos, houve uma

    briga, tendo um tripulante ingls matado um tripulante francs e

    ferido um colombiano. A competncia para processar julgar esses

    delitos da justia

    a) francesa, por ter sido o francs a vtima do crime mais grave.

    b) brasileira, por tratar-se de barco remanescente do navio mercante.

    c) do pas em cujo porto o barco salva-vidas aportar.

    d) da Inglaterra, por ter sido o tripulante ingls o autor dos delitos.

    e) da Inglaterra ou da Frana, a ser definida pela preveno.

    GABARITO: BCOMENTRIOS: No caso apresentado, considera-se como se o ato tivesse

    sido cometido no prprio navio mercante.

    Assim, conforme o 1 do art. 5, para os efeitos penais, consideram-se

    como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras,

    de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se

    encontrem, bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes

    ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areocorrespondente ou em alto-mar.

    2. (Analista - MPE-SE / 2010) Considere a hiptese de um crime de

    extorso em andamento, em que a vtima ainda se encontra privada

    de sua liberdade de locomoo. Havendo a entrada em vigor de lei

    penal nova, prevendo aumento de pena para esse crime,

    AULA 01

    APLICABILIDADE DA LEI PENAL

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    a) ter aplicao a lei penal mais grave, cuja vigncia anterior cessao

    da permanncia do crime.

    b) ter aplicao a lei nova, em obedincia ao princpio da ultratividade da lei

    penal.

    c) no poder ser aplicada a lei penal nova, que s retroage se for mais

    benfica ao ru.

    d) ser aplicada a lei nova, em obedincia ao princpio tempus regit actum.

    e) no ser aplicada a lei penal mais grave, pois o direito penal no admite a

    novatio legis in pejus.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: A questo exige o conhecimento da smula n 711 do STF.

    Relembre:

    Smula 711, do STF: 'A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado

    ou ao crime permanente, se a sua vigncia anterior cessao da

    continuidade ou da permanncia'.

    Vamos aproveitar esta questo e traar um panorama geral do assunto:

    A adoo da teoria da atividade para a determinao do tempo do crime

    apresenta algumas consequncias, dentre as quais as seguintes so

    importantes para a sua PROVA:

    1.Aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do

    tempo do resultado for mais benfica.

    2.Apura-se a imputabilidade NO MOMENTO DA CONDUTA.

    3. Nos crimes permanentes, enquanto perdura a ofensa ao bem

    jurdico (Exemplo: extorso mediante sequestro), o tempo do

    crime se dilatar pelo perodo de permanncia. Assim, se o

    autor, menor, durante a fase de execuo do crime vier a

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    atingir a maioridade, responder segundo o Cdigo Penal e

    no segundo o Estatuto da Criana e do Adolescente ECA

    (Lei n. 8.069/90).

    4.Nos crimes continuados em que os fatos anteriores eram

    punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei

    nova, aplica-se esta ltima a toda unidade delitiva, desde

    que sob a sua vigncia continue a ser praticado.

    A importantssima smula 711 do STF resume os itens 03 e 04. Observe:

    CAIXA

    ROUBOU

    R$100,00

    CAIXA

    ROUBOU

    R$100,00

    CAIXA

    ROUBOU

    R$100,00

    SSMMUULLAA771111DDOOSSTTFF

    AALLEEIIPPEENNAALLMMAAIISSGGRRAAVVEEAAPPLLIICCAA--SSEEAAOOCCRRIIMMEECCOONNTTIINNUUAADDOO

    OOUUAAOOCCRRIIMMEEPPEERRMMAANNEENNTTEE,,SSEEAASSUUAAVVIIGGNNCCIIAAAANNTTEERRIIOORR

    CCEESSSSAAOODDAACCOONNTTIINNUUIIDDAADDEEOOUUDDAAPPEERRMMAANNNNCCIIAA..

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    5.No Crime Habitual em que haja sucesso de leis, deve ser

    aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir

    em reiterar a conduta criminosa.

    3. (Analista Judicirio - TRE-RN / 2011) O prazo de natureza penal

    fixado em um ms, iniciado no dia 13 de janeiro de 2010, quarta-

    feira, expirou-se no dia

    a) 15 de fevereiro de 2010, segunda-feira.

    b) 14 de fevereiro de 2010, domingo.

    c) 13 de fevereiro de 2010, sbado.

    d) 12 de fevereiro de 2010, sexta-feira.

    e) 11 de fevereiro de 2010, quinta-feira.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: No prazo penal inclui-se o dia de comeo e exclui-se o

    final. Assim, no caso, 12 de fevereiro a resposta correta. Vamos esmiuaro tema:

    O artigo 10 do Cdigo Penal trata da contagem do PRAZO PENAL nos

    seguintes termos:

    Art. 10 - O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo.

    Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum.

    Vamos analis-lo por partes:

    1. O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo Imaginemos

    que determinado indivduo preso no dia 15 de janeiro, s 23:59h,

    aps sua condenao a 01(UM) dia de priso. Pergunto: Quando ele

    ser liberado?

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    Ele estar livre s 00:00h do dia 16, ou seja, ficar UM MINUTO

    preso e isto ser considerado UM DIA.

    Mas como assim, professor? S um minuto???

    exatamente isso!!!

    Como o dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo e, segundo o

    artigo 11 do Cdigo Penal, no h que se falar em fraes de dia,

    teremos 1 minuto valendo 24 horas. Observe o disposto no citado

    art. 11 do CP:

    Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e

    nas restritivas de direitos, as fraes de dia, e, na pena de

    multa, as fraes de cruzeiro. (leia-se real). (grifo nosso)

    2. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio

    comum No prazo penal, os dias, os meses e os anos so

    contados de acordo com o calendrio comum, tambm chamado degregoriano.

    Os meses so calculados com o nmero de dias caractersticos de

    cada um deles, e no como um perodo de 30 dias. Assim, se um

    indivduo preso por um ms em 10 fevereiro, quando ser solto?

    Em 09 de maro. E se for preso em 10 de maro? Ser liberado em

    9 de abril. Bem fcil, concorda?!

    Observao: Existem algumas divergncias com relao a este tema.

    Todavia, nas provas da ESAF, para no errar a questo, apenas exclua um

    dia (13-1=12) e inclua o ms seguinte (Fevereiro).

    4. (Juiz - TJ-PI / 2012) No que se refere aplicao da lei penal,

    assinale a opo correta.

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    5. (Analista Judicirio - TRT / 2010) Joo cometeu um crime para o

    qual a lei vigente na poca do fato previa pena de recluso.

    Posteriormente, lei nova estabeleceu somente a sano pecuniria

    para o delito cometido por Joo. Nesse caso,

    a) a aplicao da lei nova depende da expressa concordncia do Ministrio

    Pblico.

    b) aplica-se a lei nova somente se a sentena condenatria ainda no tiver

    transitado em julgado.

    c) no se aplica a lei nova, em razo do princpio da irretroatividade das leis

    penais.

    d) aplica-se a lei nova, mesmo que a sentena condenatria j tiver

    transitado em julgado.

    e) a aplicao da lei nova, se tiver havido condenao, depende do

    reconhecimento do bom comportamento carcerrio do condenado.

    GABARITO: DCOMENTRIOS: Analisando:

    Alternativa A Incorreta A aplicao de lei nova no depende de

    concordncia do MP, pois decorre de preceitos constitucionais e de

    determinao expressa do Cdigo Penal.

    Alternativa B Incorreta O art. 2, pargrafo nico, do CP, prev

    expressamente que o benefcio estendido tambm aos casos com sentena

    transitada em julgado.Alternativa C Incorreta O princpio da irretroatividade das leis

    penais regra geral, EXCEPCIONADA expressamente na Constituio Federal

    para os casos em que o ru for beneficiado.

    Alternativa D Correta Exige o conhecimento do pargrafo nico do

    art. 2 do Cdigo Penal.

    Art. 2 - [...]

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    Pargrafo nico - A lei posterior, que de qualquer modo

    favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que

    decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

    Alternativa E Incorreta A aplicao de lei nova independe de

    condenao do ru, tampouco de seu comportamento carcerrio.

    6. (Analista Judicirio - TRT / 2010) Jos, brasileiro, cometeu crime

    de peculato, apropriando- se de valores da embaixada brasileira no

    Japo, onde trabalhava como funcionrio pblico.

    Em tal situao,

    a) somente se aplica a lei brasileira se Jos no tiver sido absolvido no

    Japo, por sentena definitiva.

    b) somente se aplica a lei brasileira se Jos no tiver sido processado pelo

    mesmo fato no Japo.

    c) aplica-se a lei brasileira, independentemente da existncia de processo no

    Japo e de entrada do agente no territrio nacional.d) a aplicao da lei brasileira, independe da existncia de processo no

    Japo, mas est condicionada entrada do agente no territrio nacional.

    e) aplica-se a lei brasileira, somente se for mais favorvel ao agente do que

    a lei japonesa.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: Trata-se, no caso, de extraterritorialidade incondicionada,isto , a lei penal brasileira ser aplicada independentemente de satisfao

    de requisitos.

    Jos, por ser funcionrio pblico e por estar a servio da Administrao

    Pblica e por ter cometido crime contra ela, sofrer a aplicao da lei

    brasileira.

    Podemos efetuar uma breve reviso deste importante assunto da seguinte

    forma:

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    EXTRATERRITORIALIDADE

    INCONDICIONADA

    CONDICIONADA

    HIPTESES:

    *CRIME CONTRA A VIDA OU A LIBERDADE DOPRESIDENTE DA REPBLICA.

    *CRIME CONTRA O PATRIMNIO OU A FPBLICA DA ADMINISTRAO DIRETA OUINDIRETA.

    *CRIME CONTRA A ADMINISTRAO PBLICA,POR QUEM EST A SEU SERVIO.

    *CRIME DE GENOCDIO, QUANDO O AGENTE FOR

    BRASILEIRO OU DOMICILIADO NO BRASIL.

    CONDIES:*NO EXISTEM O AGENTE PUNIDO PELA LEI

    BRASILEIRA, AINDA QUE ABSOLVIDO OUCONDENADO NO ESTRANGEIRO.

    HIPTESES:

    *CRIMES QUE, POR TRATADO OU CONVENO, OBRASIL SE OBRIGOU A REPRIMIR.

    *CRIMES PRATICADOS POR BRASILEIRO.

    *CRIMES PRATICADOS EM AERONAVES OUEMBARCAES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE

    PROPRIEDADE PRIVADA, QUANDO EMTERRITRIO ESTRANGEIRO NO FOREMJULGADOS.

    *CRIMES PRATICADOS POR ESTRANGEIROS

    CONTRA BRASILEIROS FORA DO BRASIL, SE,REUNIDAS AS CONDIES: 1-NO FOI PEDIDA OUNEGADA A EXTRADIO; 2-HOUVE REQUISIODO MINISTRO DA JUSTIA.

    CONDIES:

    *ENTRAR O AGENTE NO TERRITRIO NACIONAL

    *SER O FATO PUNVEL ONDE FOI PRATICADO

    *ESTAR O CRIME INCLUDO ENTRE AQUELESPELOS QUAIS A LEI BRASILEIRA AUTORIZA AEXTRADIO

    * NO TER SIDO ABSOLVIDO NO ESTRANGEIROOU NO TER A CUMPRIDO PENA (CUMPRIMENTO

    PARCIAL ART. 8 DO CP)*NO TER SIDO PERDOADO NO ESTRANGEIRO OUEXTINTA A PUNIBILIDADE PELA LEI + FAVORVEL

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    7. (Procurador - TCE-RO / 2010) No tocante aplicao da lei penal,

    a) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime.

    b) a lei penal mais grave no se aplica ao crime continuado ou ao crime

    permanente, se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou da

    permanncia, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal

    Federal.

    c) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime.

    d) o dia do fim inclui-se no cmputo do prazo, contando- se os meses e anos

    pelo calendrio comum, desprezados os dias.

    e) N.R.A

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Analisando:

    Alternativa A Correta O Cdigo Penal, ao tratar do tema, dispe:

    Art. 6 - Considera-se praticado o crime no lugar em queocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como

    onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

    O Cdigo Penal adotou a TTEEOORRIIAADDAAUUBBIIQQUUIIDDAADDEE, valendo ressaltar que

    na prpria previso do art. 6 do Cdigo Penal esta includa o lugar da

    tentativa, ou seja, "[...] onde se produziu ou deveria produzir-se o

    resultado".Busca-se, com a teoria mista do lugar do delito, solucionar o problema dos

    conflitos negativos de competncia (Dentro do Territrio Nacional) e o

    problema dos crimes distncia (Brasil - Exterior), em que ao e o

    resultado se desenvolvem em lugares diversos.

    Alternativa B Incorreta Contraria a smula 711 do STF (que j

    analisamos).

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    Alternativa C Incorreta O Cdigo Penal adota claramente, em seu

    artigo 4, a TEORIA DA ATIVIDADE para determinar o tempo do crime.

    Observe:

    Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao

    ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado

    Alternativa D Incorreta Conforme j analizamos, inclui-se o dia do

    comeo e exclui-se o dia do final.

    8. (Analista Judicirio - TRE-RS / 2010) Dentre os casos de

    extraterritorialidade incondicionada da lei penal, previstos no Cdigo

    Penal, NO se incluem os crimes cometidos:

    a) contra a f pblica da Unio.

    b) contra o patrimnio de autarquia ou fundao instituda pelo Poder

    Pblico.c) contra a administrao pblica, por quem est a seu servio.

    d) em aeronaves ou embarcaes brasileiras.

    e) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Questo que exige o conhecimento da literalidade do art.

    7 e do grfico que foi apresentado na questo nmero 06. Relembre odispositivo legal:

    Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no

    estrangeiro:

    I - os crimes:

    a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica;

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    b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito

    Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa

    pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao

    instituda pelo Poder Pblico;

    c) contra a administrao pblica, por quem est a seu

    servio;

    d) de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado

    no Brasil;

    Assim, aos crimes praticados em embarcaes ou aeronaves, quando em

    territorio estrangeiro, ser aplicada a lei brasileira quando l (no estrangeiro)

    no forem julgados.

    Alm disso, DEPENDE das condies do paragrafo 2, do art 7. Sendo

    portanto caso de EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA.

    9. (Procurador-SP / 2008) A retroatividade de lei penal que no mais

    considera o fato como criminoso:

    A) exclui a imputabilidade.

    B) afasta a tipicidade.

    C) extingue a punibilidade.

    D) atinge a culpabilidade.

    E) causa de perdo judicial.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: O instituto da abolitio criminis surge quando uma lei nova

    trata como lcito fato anteriormente tido como criminoso ou, em outras

    palavras, quando a lei nova descriminaliza fato que era considerado infrao

    penal.

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    Quando ocorre esta situao, com base no preceituado no art. 2 do Cdigo

    Penal, o Estado perde o direito de punir o agente, ou seja, opera-se a

    extino da punibilidade.

    Observe o texto legal:

    Art. 2 - Ningum pode ser punido por fato que lei posterior

    deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a

    execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. (grifei)

    10. (Auditor-Fiscal / 2007) Na contagem dos prazos penais,

    A) Inclui-se o dia do comeo.

    B) Considera-se como termo inicial a data da intimao.

    C) Considera-se como termo inicial a data da juntada do mandado aos autos.

    D) Considera-se como termo inicial o dia seguinte ao da intimao.

    E) Descontam-se os feriados.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Esta questo no apresenta muita dificuldade, pois exige

    apenas o conhecimento do disposto no artigo 10 do Cdigo Penal, que dispe

    que o prazo penal inclui no cmputo do prazo o dia do comeo.

    Art. 10 - O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo.

    Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum.

    11. (SEFAZ RO / 2006) Na definio do local onde a ao criminosa

    desenvolvida, o ordenamento penal brasileiro abraou a seguinte

    teoria:

    A) Da inteno

    B) Da interao

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    C) Da atividade

    D) Do resultado

    E) Da ubiquidade

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: O Cdigo Penal adota a teoria da ubiquidade quando, ao

    tratar do tema, dispe:

    Art. 6 - Considera-se praticado o crime no lugar em que

    ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como

    onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

    12. (MPU / 2007) certo que se aplica a lei brasileira aos crimes

    praticados a bordo de:

    A) embarcaes mercantes brasileiras que estejam em mar territorial

    estrangeiro.B) embarcaes mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro.

    C) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espao areo

    estrangeiro.

    D) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto

    estrangeiro.

    E) embarcao estrangeira de propriedade privada que esteja em mar

    territorial brasileiro.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: O pargrafo 1 do artigo 5 do Cdigo Penal considera

    como extenso do territrio nacional:

    As embarcaes e aeronaves brasileiras de natureza pblica;

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    As embarcaes e aeronaves brasileiras a servio do governo

    brasileiro;

    As aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de

    propriedade privada que se achem, respectivamente, no espao areo

    correspondente ou em alto-mar.

    Sendo assim, segundo o CP, as embarcaes e aeronaves mercantes s

    estaro sujeitas lei brasileira se estiverem no pas ou em alto-mar (ou no

    espao areo correspondente), o que torna incorretas as alternativas A,

    B, C e D.

    Na alternativa E tem-se a situao em que uma embarcao estrangeira,

    de natureza privada, encontra-se em mar territorial brasileiro. Para este

    caso, haver aplicabilidade do princpio da territorialidade e, portanto, da lei

    penal brasileira.

    13. (MPDF / 2008) Com relao aplicao da lei penal, correto

    afirmar-se que:

    A) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se

    somente a fatos anteriores ainda no decididos por sentena.

    B) ningum pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de considerar

    crime, cessando em virtude dela a execuo, preservando-se, no entanto, os

    efeitos penais da sentena condenatria.

    C) a lei excepcional ou temporria, decorrido o perodo de sua durao oucessadas as circunstncias que a determinaram, perde a sua eficcia, mesmo

    com relao aos fatos praticados durante a sua vigncia.

    D) considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda

    que outro seja o momento do resultado.

    E) ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes

    contra a vida ou a liberdade de governador de Estado brasileiro.

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    GABARITO: D

    COMENTRIOS:

    Alternativa A Incorreta A lei posterior que de qualquer modo

    favorece o agente ser aplicada ainda que os fatos j tenham sido decididos

    por sentena penal transitada em julgado. o que prev o artigo 2,

    pargrafo nico, do CP. Alm disso, no qualquer lei que por favorecer o

    agente RETROAGE, mas somente as leis com EFEITOS PENAIS.

    Alternativa B Incorreta Trata da abolitio criminis prevista no artigo

    2, caput, do CP. Sabemos que a abolitio criminis faz cessar a execuo da

    pena bem como os efeitos penais da sentena penal condenatria.

    Alternativa C Incorreta A lei excepcional ou temporria continua a

    reger os fatos ocorridos sob sua vigncia, mesmo depois de auto-revogadas

    (artigo 3, do CP).

    Alternativa D Correta De acordo com o artigo 4, do CP, considera-sepraticado o crime no momento da conduta (atividade), independentemente

    de quando vem a ocorrer o resultado.

    Alternativa E Incorreta Aplica-se a lei penal brasileira, de forma

    incondicionada, quando praticado o fato no exterior em detrimento da VIDA

    ou LIBERDADE do Presidente da Repblica e no do Governador de Estado.

    14. (Secretrio de Diligncias - MPE-RS / 2010) Em tema de

    aplicao da lei penal, INCORRETO afirmar:

    a) Na contagem do prazo pelo Cdigo Penal, no se inclui no seu cmputo, o

    dia do comeo, nem se desprezam na pena de multa, as fraes de Real.

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    b) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou

    omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria

    produzir-se o resultado.

    c) O princpio da legalidade compreende os princpios da reserva legal e da

    anterioridade.

    d) A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica lei penal mais

    gravosa.

    e) As leis temporrias ou excepcionais so autorrevogveis e ultrativas.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: A questo exige do candidato o conhecimento dos arts. 10

    e 11, do Cdigo Penal.

    Segundo os citados dispositivos, o dia do comeo inclui-se no cmputo do

    prazo penal. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum

    e desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de

    direitos, as fraes de dia, e, na pena de multa, as fraes de cruzeiro.

    15. (TJ-PR / Juiz - TJ-PR / 2010) Dadas as assertivas abaixo, escolha

    a alternativa CORRETA.

    I. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos

    fatos anteriores, inclusive sobre os afetados por leis temporrias ou

    excepcionais.

    II. Considera-se tempo do crime o momento da ao ou omisso, porm se oresultado ocorrer em outro momento, nesta ocasio considerar-se- o

    mesmo praticado.

    III. A lei posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente, aplica-se aos

    fatos anteriores, mesmo tendo sido decididos por sentena irrecorrvel.

    IV. A lei excepcional ou temporria, depois de decorrido o tempo de sua

    durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, no mais se

    aplica ao fato praticado durante a sua vigncia.

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    a) Apenas a assertiva III est correta.

    b) Apenas as assertivas III e IV esto corretas.

    c) Apenas a assertiva I est correta.

    d) Apenas as assertivas I e III esto corretas.

    e) N.R.A

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Vamos analisar as assertivas:

    Assertiva A Incorreta Sobre o tema, dispe o Cdigo Penal da

    seguinte forma:

    Art. 3 - A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o

    perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a

    determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigncia.

    As leis excepcionais e temporrias so auto-revogveis, ou seja, no h

    necessidade da edio de outra lei para retir-las do ordenamento jurdico.

    suficiente para tal o decurso do prazo ou mesmo o trmino de determinadasituao.

    LEIS TEMPORRIAS SO AQUELAS QUE TRAZEM EM SEU TEXTO OTEMPO DETERMINADO DE SUA VALIDADE. POR EXEMPLO, A LEI

    TER VALIDADE AT 15 DE NOVEMBRO DE 2012 - UM PERODOCERTO.

    LEIS EXCEPCIONAIS SO AS QUE TM SUA EFICCIA VINCULADAA UM ACONTECIMENTO DO MUNDO FTICO, COMO, POR EXEMPLO,

    UMA GUERRA. NELSON HUNGRIA CITA A LEI QUE ORDENAVA QUE,

    EM TEMPO DE GUERRA, TODAS AS PORTAS DEVERIAM SER

    PINTADAS DE PRETO, OU SEJA, A GUERRA UM PERODOINDETERMINADO, MAS, DURANTE O SEU TEMPO, CONSTITUA CRIMEDEIXAR DE PINTAR A PORTA. AO TRMINO DA GUERRA, A LEI

    PERDERIA EFICCIA.

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    Para que sua aplicabilidade seja plena, o legislador percebeu ser necessria a

    manuteno de seus efeitos punitivos aps sua vigncia aos que afrontaram

    a norma quando vigorava.

    Desta forma, podemos afirmar que as LEIS EXCEPCIONAIS E

    TEMPORRIAS POSSUEM ULTRATIVIDADE, pois, conforme exposto,

    aplicam-se sempre ao fato praticado durante sua vigncia. O fundamento da

    ultratividade claro e a explicao est prevista na Exposio de Motivos do

    Cdigo Penal, nos seguintes termos:

    especialmente decidida a hiptese da lei excepcional ou temporria,

    reconhecendo-se a sua ultra-atividade. Esta ressalva visa impedir que,

    tratando-se de leis previamente limitadas no tempo, possam ser frustradas

    as suas sanes por expedientes astuciosos no sentido do retardamento dos

    processos penais.

    Esquematizando:

    Assertiva B Incorreta A teoria aplicada da atividade, nos termos

    do art. 4 do CP:

    INCIO DA

    VIGNCIA

    ATOCONTRRIO

    LEI

    TRMINO DA

    VIGNCIA

    LEI TEMPORRIA PERODO DE VIGNCIA DEFINIDO

    LEI EXCEPCIONAL SITUAO DE ANORMALIDADE

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    Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao

    ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    Assertiva C Correta Est em conformidade com o pargrafo nico

    do art. 2 do Cdigo Penal.

    Art. 2 [...]

    Pargrafo nico - A lei posterior, que de qualquer modo

    favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que

    decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

    Assertiva D Incorreta Contraria o art. 3 do Cdigo Penal:

    Art. 3 - A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o

    perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a

    determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua

    vigncia.

    16. (Auditor Fiscal / 2010) Camargo, terrorista, tenta explodir

    agncia do Banco do Brasil, na Frana. Considerando o princpio da

    extraterritorialidade incondicionada, previsto no Cdigo Penal

    brasileiro, correto afirmar que:

    a) Camargo s pode ser processado criminalmente na Frana.b) O Estado brasileiro no tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil.

    c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na Frana, no poder

    ser preso no Brasil.

    d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na Frana.

    e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na Frana, poder ser julgado no

    Brasil.

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    GABARITO: E

    COMENTRIOS: Questo que exige o conhecimento do art. 7 no tocante a

    extraterritorialidade.

    Observe que o art. 7, I, b, atribui a aplicabilidade da lei brasileira aos

    crimes contra o patrimnio de sociedade de economia mista instituda pelo

    poder pblico.

    Assim, no caso em tela, mesmo Camargo tendo sido julgado na Frana,

    poder ser julgado no Brasil.

    Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no

    estrangeiro

    I - os crimes:

    b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito

    Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa

    pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao

    instituda pelo Poder Pblico;

    17. (PGFN / 2007) luz da aplicao da lei penal no tempo, dos

    princpios da anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e

    ultratividade da lei penal, julgue as afirmaes abaixo relativas ao

    fato de Mvio ter sido processado pelo delito de adultrio em

    dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de maro de

    2005, aboliu o crime de adultrio:

    I. Caso Mvio j tenha sido condenado antes de maro de 2005,

    permanecer sujeito pena prevista na sentena condenatria.

    II. A lei penal pode retroagir em algumas hipteses.

    III. Caso Mvio no tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdio,

    poder ocorrer a extino de punibilidade desde que a mesma seja

    provocada pelo ru.

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    IV. Na hiptese, ocorre o fenmeno da abolitio criminis.

    A) Todas esto corretas.

    B) Somente I est incorreta.

    C) I e IV esto corretas.

    D) I e III esto corretas.

    E) II e IV esto corretas.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: Vamos analisar as assertivas:

    Item I Incorreto O fato de Mvio j ter sido condenado no importa

    no caso em tela, pois, segundo o art. 2 do CP, a retroao atinge os efeitos

    penais da sentena condenatria.

    Art. 2 - Ningum pode ser punido por fato que lei posterior

    deixa de considerar crime, cessando em virtude dela aexecuo e os efeitos penais da sentena condenatria.

    Item II Correto Conforme estudamos exaustivamente, em alguns

    casos h possibilidade da retroao.

    Item III Incorreto No h qualquer obrigatoriedade de provocao

    por parte do ru. Os efeitos de uma lei mais benfica atingemAUTOMATICAMENTE os que por ela forem abrangidos.

    Item IV Correto O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei

    nova trata como lcito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor,

    quando a lei nova descriminaliza fato que era considerado infrao penal.

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    18. (TCM - RJ / 2008) A organizao no-governamental holandesa

    Expanding minds, dirigida pelo psiclogo holands Johan Cruiff,

    possui um barco de bandeira holandesa que navega ao redor do

    mundo recebendo pessoas que desejam consumir substncias

    entorpecentes que alteram a percepo da realidade. O prefeito de

    um municpio decide embarcar para fazer uso recreativo da

    substncia Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha.

    Na ocasio em que ele fez uso dessa substncia, o barco estava em

    alto-mar, alm do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro

    pas. Sabendo que a lei brasileira pune criminalmente o consumo de

    substncia entorpecente e que a maconha considerada pela

    legislao brasileira uma substncia entorpecente, ao passo que a

    Holanda admite esse consumo para fins recreativos, assinale a

    alternativa correta a respeito do crime praticado pelo prefeito.

    A) nenhum crime

    B) crime de consumo de substncia entorpecenteC) crime de responsabilidade

    D) improbidade administrativa

    E) crime contra a f pblica

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: A regra, segundo o Cdigo Penal, a aplicao do

    princpio da territorialidade.Logo, no caso apresentado, se o navio, com bandeira holandesa, est em

    alto mar, alm do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro pas, no

    h que se falar em aplicabilidade da Lei Penal Brasileira.

    19. (Analista - MPE-SP / 2010) Considere que um indivduo, de

    nacionalidade chilena, em territrio argentino, contamine a gua

    potvel que ser utilizada para distribuio no Brasil e Paraguai.

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    Considere, ainda, que neste ltimo pas, em razo da contaminao,

    ocorre a morte de um cidado paraguaio, sendo que no Brasil

    vitimado, apenas, um equatoriano.

    De acordo com a regra do art. 6., do nosso Cdigo Penal ("lugar do

    crime"), considera-se o crime praticado

    a) na Argentina, apenas.

    b) no Brasil e no Paraguai, apenas.

    c) no Chile e na Argentina, apenas.

    d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas.

    e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: O crime considerado praticado no lugar em que ocorreu a

    ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou

    deveria produzir-se o resultado. Da extrai-se a teoria da ubiquidade.

    Dado isso, notamos na questo que o crime (contaminao da gua) foipraticado na Argentina e o resultado (morte de quem tomou a gua

    contaminada) ocorreu no Brasil e no Paraguai.

    20. (Investigador Policial - PC-RJ / 2007) compatvel com o Estado

    de direito e o princpio da legalidade:

    (A) proibir incriminaes vagas e indeterminadas.(B) proibir edio de normas penais em branco.

    (C) criar crimes e penas com base nos costumes.

    (D) fazer retroagir a lei penal para agravar as penas de crimes hediondos.

    (E) criar crimes, fundamentar ou agravar penas atravs da aplicao de

    analogia.

    GABARITO: A

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    COMENTRIOS: Todos os delitos devem ser definidos em lei. Assim, com

    base no princpio da legalidade, devem ser proibidas as incriminaes vagas

    e indeterminadas.

    Observao: Normas penais em branco so aquelas em que h uma

    necessidade de complementao para que se possa compreender o mbito

    da aplicao de seu preceito primrio.

    21. (MPU / 2007) Luiz foi condenado pena de 1 (um) ano de

    recluso em outro pas por crime cometido no Brasil. Aps ter

    cumprido integralmente a pena, retornou ao territrio nacional e foi

    preso para cumprir pena de 2 (dois) anos de recluso que lhe fora

    imposta, pelo mesmo fato, pela Justia Criminal brasileira. Nesse

    caso, a pena cumprida no estrangeiro:

    A) ser somada pena imposta no Brasil e o resultado dividido por dois,

    apurando-se o saldo a cumprir.

    B) no ser descontada da pena imposta no Brasil, por se tratarem decondenaes impostas em diferentes pases.

    C) ser considerada atenuante da pena imposta no Brasil, podendo o

    sentenciado cumpri-la em regime menos rigoroso.

    D) ser descontada da pena imposta no Brasil e responder o sentenciado

    pelo saldo a cumprir.

    E) isentar o autor do delito de cumprir qualquer pena no Brasil, por j t-la

    cumprido no estrangeiro.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Segundo o art. 8, do Cdigo Penal, a pena cumprida no

    estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando

    diversas, ou nela computada, quando idnticas.

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    Como na questo as penas aplicadas so idnticas (RECLUSO =

    RECLUSO), o tempo j cumprido dever ser descontado do perodo ainda a

    cumprir e, portanto, a alternativa correta a D.

    22. (MPE-SE / 2009) Adotada a teoria finalista da ao,

    A) o dolo e a culpa integram a culpabilidade.B) a culpa integra a tipicidade e o dolo a culpabilidade.

    C) o dolo integra a punibilidade e a culpa a culpabilidade.

    D) a culpa e o dolo integram a tipicidade.

    E) o dolo integra a tipicidade e a culpa a culpabilidade.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Para o entendimento desta questo, antes de tratarmosespecificamente da teoria finalista da ao, cabe um breve comentrio sobre

    o conceito de fato tpico.

    Fato tpico o comportamento humano (positivo ou negativo) que se

    enquadra perfeitamente nos elementos descritos na norma penal. Sendo

    assim, fato ATPICO nada mais do que aquele que NO se enquadra em

    nenhum dispositivo da lei penal.

    Para exemplificar: Mvio, pai de Tcia (22 anos), mantm relaes sexuais

    com a filha, que consente que tal ato acontea. Neste caso, h crime? A

    resposta negativa. A conduta pode at ser considerada imoral, mas, por

    haver consentimento de ambas as partes, no h o enquadramento em

    nenhuma norma penal, o fato ATPICO.

    O fato tpico composto dos seguintes elementos:

    TEORIA DO CRIME

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    1. CONDUTA;

    2. RESULTADO NATURALSTICO;

    3. NEXO DE CAUSALIDADE;

    4. TIPICIDADE.

    De acordo com a teoria finalista, que foi a adotada pelo nosso Cdigo Penal,

    o crime classifica-se em fato tpico e ilcito, sendo a culpabilidade presuposto

    de aplicao da pena.

    Esta teoria tem como idia inicial a concepo do homem como ser livre eresponsvel pelos seus atos. Para ela, conduta o comportamento humano

    voltado a um fim. Logo, h que ser analisada a FINALIDADE do agente em

    sua conduta.

    Para a teoria finalista, ser tpico o fato praticado pelo agente se este atuou

    com dolo ou culpa na sua conduta. Se ausente tais elementos, teremos a

    atipicidade.

    Diante do exposto, podemos afirmar que est correta a alternativa D, poissegundo a teoria finalista, o dolo e a culpa integram a tipicidade, uma vez

    que esto presentes no elemento CONDUTA.

    23. (Procurador - TCE-SP / 2011) Para a doutrina finalista, o dolo

    integra a

    a) culpabilidade.

    SSIISSTTEEMMAAFFIINNAALLIISSTTAA

    PRESSUPOSTODE APLICAO

    DA PENA

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    b) tipicidade.

    c) ilicitude.

    d) antijuridicidade.

    e) punibilidade.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: Segundo a teoria finalista da ao, dolo e culpa compe a

    conduta e, assim, relacionam-se com a tipicidade.

    24. (TJ PA / 2009) Para a configurao do crime culposo, alm da

    tipicidade, torna-se necessria a prtica de conduta com:

    A) observncia do dever de cuidado e vontade consciente.

    B) inobservncia do dever de cuidado que causa um resultado cujo risco foi

    assumido pelo agente.

    C) observncia do dever de cuidado que causa um resultado desejado, mas

    previsvel.D) inobservncia do dever de cuidado que causa um resultado desejado, mas

    previsvel.

    E) inobservncia do dever de cuidado que causa um resultado no desejado

    e imprevisvel.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: O crime culposo possui os seguintes elementos:1. Conduta voluntria Prtica voluntria de uma conduta perigosa.

    2. Inobservncia do dever de cuidado que causa um resultado no

    desejado Falta de ateno emanada de imprudncia, impercia ou

    negligncia.

    3. Resultado naturalstico involuntrio Todo crime culposo material,

    ou seja, dependente do resultado.

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    4. Nexo Causal O crime culposo dependente de um resultado

    naturalstico associado conduta.

    5. Tipicidade Previso legal de punio pelo ato culposo.

    6. Previsibilidade objetiva Possibilidade de uma pessoa comum, com

    inteligncia mediana, prever o resultado.

    7. Imprevisibilidade do agente O agente no prev o resultado embora

    objetivamente previsvel, ou seja, no percebe o que normalmente

    seria perceptvel ao homem mdio.

    A alternativa E a nica que apresenta dois dos sete elementos acima

    apresentados e, portanto a resposta da questo.

    25. (Procurador - TCE-SP / 2011) No tocante ao crime culposo,

    possvel assegurar que

    a) a inobservncia de disposio regulamentar no faz presumir a culpa.

    b) a culpa concorrente da vtima exclui a do acusado.c) desnecessria previso de punio a ttulo de culpa na respectiva figura

    penal.

    d) admissvel a tentativa.

    e) dispensvel a previsibilidade do resultado.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Analisando:

    Alternativa "A": No existe culpa presumida, visto que a culpa h de ser

    demonstrada e provada pela acusao. Falava-se, no passado, na presuno

    de culpa, quando o agente descumpria norma regulamentar e dava margem

    ocorrncia de um resultado danoso.

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    Exemplo: aquele que dirigia sem habilitao, envolvendo-se num acidente,

    seria o culpado, pois estaria infringindo norma regulamentar no

    autorizadora da direo sem autorizao legal.

    Alternativa "B": A culpa concorrente no exclui a culpa do acusado, mas

    pode atenu-la. Nucci utiliza como exemplo um acidente de veculos, onde

    vrios condutores deram causa a ele. "Todos podem responder igualmente

    pelo evento, j que todos, embora sem vinculao psicolgica entre si,

    atuaram com imprudncia.

    Alternativa "C": Contraria o art. 18, do CP, segundo o qual salvo os casos

    expressos em lei, ningum pode ser punido por fato previsto como crime,

    seno quando o pratica dolosamente.

    Alternativa "D": No tipo culposo, no h resultado desejado - torna-se

    incompatvel a figura da tentativa, devendo haver punio apenas pelo

    resultado efetivamente atingido.

    Alternativa "E": indispensvel a previsibilidade do resultado. Na culpa

    inconsciente, o agente tem previsibilidade do resultado. J na culpa

    consciente, o agente tem a previso do resultado. Em ambas asmodalidades, o agente no assume o risco, o que ocorre no dolo eventual.

    26. (TJ-PA / 2009) O artigo 18, I, do Cdigo Penal Brasileiro indica

    duas espcies de dolo, ou seja, dolo:

    A) direto e indireto.

    B) de dano e de perigo.C) determinado e genrico.

    D) genrico e especfico.

    E) normativo e indeterminado.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: comum em provas da ESAF questes que remetem o

    candidato a um determinado artigo do Cdigo Penal. claro que no h

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    necessidade de decorar o que diz cada artigo, pois as questes podem ser

    resolvidas sem este conhecimento, bastando saber os aspectos doutrinrios

    do tema. O art. 18, I, dispe:

    Art. 18 - Diz-se o crime:

    I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o

    risco de produzi-lo;

    O incio do supracitado inciso define o dolo direto: O agente quis o

    resultado...

    J o trmino do texto legal trata do dolo indireto: Assumiu o risco de

    produz-lo.

    Assim, como o art. 18, I, trata do dolo direto e indireto, est correta a

    alternativa A.

    O dolo direto ocorre quando o agente quer atingir um resultado especfico

    com a conduta. o caso, por exemplo, do matador profissional que, aps

    receber uma determinada quantia em dinheiro, mata a vtima com um tirocerteiro.

    Diferentemente, o dolo indireto ou indeterminado aquele que no se dirige

    a um resultado certo. Subdivide-se em DOLO ALTERNATIVO E DOLO

    EVENTUAL.

    DOLO ALTERNATIVO Verifica-se quando o agente no possui previso

    de um resultado especfico, satisfazendo-se com um ou outro,indistintamente.

    D-se o dolo alternativo, por exemplo, quando a namorada ciumenta

    surpreende seu amado conversando com outra e, revoltada, joga uma

    granada no casal, querendo mat-los ou feri-los.

    Percebe-se que ela quer produzir um resultado e no o resultado.

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    DOLO EVENTUAL No dolo eventual, o sujeito prev o resultado e,

    embora no o queira propriamente atingir, pouco se importa com a sua

    ocorrncia. O agente tem conscincia do risco e, apesar disso, prossegue na

    ao.

    27. (Procurador - TCE-RO / 2010) No dolo eventual,

    a) o agente, conscientemente, admite e aceita o risco de produzir o

    resultado.

    b) a vontade do agente visa a um ou outro resultado.

    c) o sujeito prev o resultado, mas espera que este no acontea.

    d) o sujeito no prev o resultado, embora este seja previsvel.

    e) o agente quer determinado resultado.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Vamos analisar, de forma objetiva, as alternativas:

    Alternativa A O agente, conscientemente, admite e aceita o risco deproduzir o resultado DOLO EVENTUAL

    Alternativa B A vontade do agente visa a um ou outro resultado

    DOLO ALTERNATIVO

    Alternativa C O sujeito prev o resultado, mas espera que este no

    acontea CULPA CONSCIENTE

    Alternativa D O sujeito no prev o resultado, embora este seja

    previsvel CULPA SIMPLESAlternativa E O agente quer determinado resultado DOLO DIRETO

    28. (Juiz - TJ-PE / 2011) Nos chamados crimes de mo prpria,

    a) incabvel o concurso de pessoas.

    b) admissvel apenas a participao.

    c) admissvel a coautoria e a participao material.

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    d) incabvel a participao.

    e) admissvel apenas a coautoria.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: Nos crimes de mo prpria admissvel a participao,

    mas no a co-autoria.

    So delitos passveis de serem cometidos por qualquer pessoa, mas no

    podem ser praticados por intermdio de outrem, ou seja, tais crimes no

    admitem co-autoria, mas apenas a participao.

    Exemplo: Falso testemunho.

    Para ficar ainda mais claro: Um advogado pode induzir ou instigar uma

    testemunha a faltar com a verdade, mas jamais poder, em juzo, mentir em

    seu lugar ou juntamente com ela. Sendo assim, quem pode cometer o delito

    de falso testemunho? Qualquer pessoa QUANDO for testemunha.

    29. (TRE-AM / 2010) Quando o agente no quer diretamente a

    realizao do tipo, mas a aceita como possvel, ou at provvel,assumindo o risco da produo do resultado, h:

    A) preterdolo.

    B) dolo direto de segundo grau.

    C) dolo imediato.

    D) dolo mediato.

    E) dolo eventual.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: A questo enuncia o conceito do dolo eventual.

    30. (Procurador Judicial-RE / 2008) Entre crime e contraveno, a

    distino:

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    A) se faz pela ausncia de dano na contraveno, elemento presente no

    crime, mesmo que potencial.

    B) se faz pela presena ou no da culpa latu sensu.

    C) se d porque na contraveno penal, em regra, no basta a

    voluntariedade.

    D) se faz pela intensidade do dolo ou culpa, que maior no crime.

    E) baseia-se na natureza da sano aplicvel, no existe diferena

    ontolgica.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: Para encontrar a correta diferenciao entre crime e

    contraveno, dois termos to utilizados, deve-se recorrer Lei de

    Introduo ao Cdigo Penal, que dispe em seu art. 1:

    Art. 1 Considera-se crime a infrao penal que a lei comina

    pena de recluso ou de deteno, quer isoladamente, quer

    alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;contraveno, a infrao penal a que a lei comina,

    isoladamente, pena de priso simples ou de multa, ou

    ambas. alternativa ou cumulativamente. (grifei)

    Logo, do exposto, podemos resumir:

    CRIME PENA DE RECLUSO OU DETENO (isoladamente,alternativamente ou cumulativamente com multa)

    CONTRAVENO ISOLADAMENTE PRISO SIMPLES

    (isoladamente, alternativamente ou cumulativamente com multa).

    Desta forma, fica claro que a diferenciao entre estes dois institutos se

    baseia unicamente na natureza da sano aplicvel, o que torna correta a

    alternativa E.

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    Para complementar, importante diferenciar, desde j, a recluso da

    deteno e da priso simples. Na prtica, no existe hoje diferena essencial

    entre recluso e deteno. A lei, porm, usa esses termos como ndices ou

    critrios para a determinao dos regimes de cumprimento de pena.

    Se a condenao for de recluso, a pena cumprida em regime fechado,

    semi-aberto ou aberto.

    Na deteno, cumpre-se em regime semi-aberto ou aberto, salvo a

    hiptese de transferncia excepcional para o regime fechado.

    A priso simples prevista para as contravenes penais e pode ser

    cumprida nos regimes semi-aberto ou aberto, no sendo cabvel o regime

    fechado.

    31. (TJ PA / 2009) O artigo 13, do Cdigo Penal Brasileiro, que

    trata do resultado, ou seja, do efeito material da conduta humana,

    no se aplica aos crimes:

    A) habituais, comissivos e de mera conduta.B) permanentes, formais e comissivos.

    C) formais, omissivos prprios e de mera conduta.

    D) comissivos, culposos e formais.

    E) omissivos prprios, habituais e culposos.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: A alternativa C est correta, pois os crimes formais, demera conduta e omissivos prprios independem de resultado.

    O crime formal aquele em que no h necessidade de realizao daquilo

    que pretendido pelo agente e o resultado jurdico previsto no tipo ocorre

    em concomitncia com o desenrolar da conduta.

    Exemplos: No delito de ameaa, a consumao d-se com a prtica do fato,

    no se exigindo que a vtima realmente fique intimidada. No de injria,

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    suficiente que ela exista, independentemente da reao psicolgica do

    indivduo.

    No crime de mera conduta, a lei no exige qualquer resultado

    naturalstico, contentando-se com a ao ou omisso do agente. Em outras

    palavras, o tipo no descreve o resultado, consumando-se a infrao com a

    simples conduta.

    Exemplos: Violao de domiclio, ato obsceno, omisso de notificao de

    doena e a maioria das contravenes.

    Por fim, os delitos omissivos prprios so os que objetivamente so

    descritos com uma conduta negativa, ou seja, de no fazer o que a lei

    determina, consistindo a omisso na transgresso da norma jurdica. a

    omisso do autor quando deve agir. Neste tipo de delito, a simples omisso

    j consuma o crime, independentemente de um resultado.

    Exemplo: Omisso de socorro.

    32. (TJ PA / 2009) Se diante de um determinado fato delitivo,

    verificar-se que h dolo na conduta inicial e culpa no resultado final,pode-se dizer que se configurou crime:

    A) doloso puro.

    B) preterdoloso.

    C) doloso misto.

    D) culposo misto.

    E) doloso alternativo.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: O crime preterdoloso, tambm chamado de

    preterintencional, aquele que ocorre quando a conduta dolosa gera a

    produo de um resultado mais grave do que o efetivamente desejado pelo

    agente.

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    O crime preterdoloso um crime misto, em que h uma conduta que

    dolosa, por dirigir-se a um fim tpico, e que culposa pela gerao de outro

    resultado, ocorrido pela inobservncia do cuidado objetivo, que no era

    objeto do crime fundamental.

    No h aqui um terceiro elemento subjetivo ou forma nova de dolo ou

    mesmo de culpa. somente a combinao de dois elementos - dolo e culpa -

    que se apresentam sucessivamente no decurso do fato delituoso: A conduta

    inicial dolosa, enquanto o resultado final dela advindo culposo. H,

    portanto, dolo no antecedente e culpa no consequente. Correta, assim,

    a alternativa B.

    33. (TCE MG / 2005) A coao fsica irresistvel exclui a:

    A) conduta.

    B) culpabilidade.

    C) tipicidade.

    D) ilicitude.E) antijuridicidade.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: A alternativa correta a A, pois na coao fsica

    irresistvel, como o indivduo nada pode fazer, opera-se a excluso da

    conduta por ausncia de vontade.

    Para exemplificar, imagine que Tcio amarrado enquanto v Mvio sofrerleses corporais graves. Neste caso, no poder ele ser enquadrado na

    hiptese de omisso de socorro prevista no art. 135, do Cdigo Penal, pois

    est sob coao fsica irresistvel.

    34. (TJ-PI 2009) Quanto ao elemento moral, os crimes podem ser:

    A) comissivos, omissivos e comissivos por omisso.

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    B) dolosos, culposos e qualificados pelo resultado.

    C) individuais, coletivos, gerais e especiais.

    D) comuns, polticos e mistos.

    E) simples, complexos, formais e materiais.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: Diante de uma ao criminosa, deve-se considerar dois

    elementos que a integram: O elemento moral e o elemento material.

    O elemento moral se refere pessoa do agente, sua inteno, ao seu

    estado de esprito. Trata-se da classificao do delito como doloso, culposo

    ou preterdoloso (qualificado pelo resultado). Correta, portanto, a alternativa

    B.

    O elemento material prende-se ao crime propriamente dito, isto , s

    circunstancias de como ele foi revestido, como ele foi praticado, dessa ou

    daquela maneira.

    35. (Defensoria Pblica SP / 2007) Considere as afirmaes:

    I. No Estado democrtico de direito dada especial relevncia noo de

    que o direito penal tem como misso a proteo de bens jurdicos e se

    considera que o conceito de bem jurdico tem por funo legitimar e delimitar

    o poder punitivo estatal.

    II. O poder legiferante penal independe dos bens jurdicos postos na

    Constituio Federal para determinar quais sero os bens tutelados.III. S se legitima a interveno penal nos casos em que a conduta possa

    colocar em grave risco ou lesionar bem jurdico relevante.

    SOMENTE est correto o que se afirma em:

    A) I.

    B) II.

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    C) III.

    D) I e III.

    E) II e III.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Analisando as assertivas:

    Assertiva I No Estado democrtico de direito, as atuaes estatais

    devem estar pautadas na lei. Deste modo, para que o Estado possa punir

    algum, deve, necessariamente, haver norma que defina a possibilidade de

    atuao neste sentido.

    Diante do exposto, constata-se que a assertiva est correta, pois o direito

    penal, alm de proteger bens jurdicos relevantes, como a vida, por exemplo,

    tambm impede que o Estado, em sua supremacia, atue com arbitrariedade,

    pois limita a atuao deste.

    Assertiva II O poder legiferante penal ou, de forma mais clara, o

    legislador penal, dependente das normas presentes na Constituio Federale, portanto, a alternativa est incorreta. Compreendendo:

    A Constituio Federal, alm de impor limites ao legislador ordinrio na

    escolha dos bens jurdicos penais, impe ao legislador penal a obrigao de

    incriminar a ofensa de determinados bens jurdicos ou determina a excluso

    de benefcios, ou at mesmo a espcie de pena, a ser aplicada em certos

    crimes.

    O art. 5., da Magna Carta, traz diversas obrigaes de incriminar aolegislador ordinrio nos seguintes termos:

    Art. 5. (...)

    XLI a lei punir qualquer discriminao atentatria aos

    direitos e liberdades fundamentais;

    XLII a prtica do racismo constitui crime inafianvel e

    imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei;

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    XLIII a lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de

    graa ou anistia a prtica de tortura, o trfico ilcito de

    entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como

    crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os

    executores e os que, podendo evit-los, se omitirem;

    XLIV constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de

    grupos armados, civis ou militares, contra a ordem

    constitucional e o Estado Democrtico;

    As normas supra-referidas significam que a Constituio Federal antecipou-

    se ao legislador ordinrio na valorao poltico-criminal de certos bens

    jurdicos que normalmente seria tarefa deixada legislao

    infraconstitucional.

    Assertiva III A norma penal, conforme disposto na assertiva, tem

    carter subsidirio e s deve ser aplicada para bens jurdicos efetivamente

    relevantes.

    Diante do exposto, como os itens I e III esto corretos, conclui-se que o

    gabarito a alternativa D.

    36. (Analista Judicirio TRE-SP / 2007) Com relao ao sujeito

    ativo e passivo do crime, correto afirmar que:

    A) a pessoa jurdica, como titular de bens jurdicos protegidos pela lei penal,

    pode ser sujeito passivo de determinados crimes.

    B) sujeito ativo do crime o titular do bem jurdico lesado ou ameaado pela

    conduta criminosa.

    C) sujeito passivo do crime aquele que pratica a conduta tpica descrita na

    lei, ou seja, o fato tpico.

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    D) o Estado, pessoa jurdica de direito pblico, no pode ser sujeito passivo

    de crime, sendo apenas o funcionrio pblico diretamente afetado pela

    conduta criminosa.

    E) o homem pode ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo de

    crime, como no caso de autoleso para a prtica de fraude contra seguro

    (art. 171, pargrafo 2o, inc. V, CP).

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Analisando as alternativas:

    Alternativa A A pessoa jurdica pode ser sujeito passivo de

    determinados crimes, o que torna a alternativa correta. Um claro exemplo

    a companhia de seguro como pessoa jurdica no delito previsto no art. 171,

    2, V, do Cdigo Penal (fraude para o recebimento de indenizao ou valor

    de seguro - Estelionato).

    Alternativa B A alternativa est errada, pois sujeito ativo quem

    pratica a figura tpica descrita na norma penal incriminadora e no o titular

    do bem jurdico lesado.Alternativa C A alternativa est incorreta, pois sujeito passivo do

    crime no aquele que pratica a conduta tpica descrita na lei, mas sim o

    titular do bem jurdico lesado ou ameaado pela conduta criminosa.

    Alternativa D Diferentemente do apresentado na alternativa, o Estado

    o sujeito passivo mediato de TODOS os delitos, pois, por ser o titular do

    mandamento proibitivo no observado pelo sujeito ativo, sempre lesado

    pela conduta criminosa.Alternativa E A alternativa est incorreta, pois no h como praticar

    um crime e ao mesmo tempo ser lesado por ele. importante ressaltar que a

    autoleso no caracteriza crime.

    37. (TRE MS / 2006) Jonas e Jos celebraram um pacto de morte.

    Jonas ministrou veneno a Jos e Jos ministrou veneno a Jonas. Jos

    veio a falecer, mas Jonas sobreviveu. Nesse caso, Jonas:

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    A) no responder por nenhum delito, por falta de tipicidade.

    B) responder por homicdio consumado.

    C) responder por auxlio a suicdio.

    D) responder por instigao a suicdio.

    E) responder por induzimento a suicdio.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: No Direito Penal Brasileiro, no h compensao de culpa e

    nem de dolo. Desta forma, correta est a alternativa B, pois responder

    Jonas por homicdio consumado por ter sido o responsvel DIRETO pela

    morte de Jos.

    38. (MPE-SE / 2009) O mdico que, numa cirurgia, sem inteno de

    matar, esqueceu uma pina dentro do abdmen do paciente,

    ocasionando- lhe infeco e a morte, agiu com:

    A) culpa, por impercia.

    B) dolo direto.

    C) culpa, por negligncia.

    D) culpa, por imprudncia.

    E) dolo eventual.

    GABARITO: CCOMENTRIOS: Essa questo aparentemente fcil, entretanto, confunde

    muitos candidados por abranger a tnue diferena entre negligncia e

    impercia. Para encontrar a resposta correta, necessrio responder a uma

    simples pergunta:

    necessrio ser mdico para saber que no se deve deixar uma pina dentro

    do abdmem de um indivduo?

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    A resposta negativa, logo, o erro no foi derivado de um saber

    profissional e sim de um esquecimento, uma falta de cuidado do mdico.

    Sendo assim, no caso em tela, o mdico agiu com culpa e foi NEGLIGENTE

    em sua atuao, o que faz correta a alternativa C.

    39. (Auditor - TCE-SP / 2008) A relao de causalidade:

    A) no excluda por concausa superveniente absolutamente independente.

    B) no normativa, mas ftica, nos crimes omissivos imprprios ou

    comissivos por omisso.

    C) imprescindvel nos crimes de mera conduta.

    D) excluda pela supervenincia de causa relativamente independente que,

    por si s, produz o resultado, no se imputando tambm ao agente os fatos

    anteriores, ainda que tpicos.

    E) regulada, em nosso sistema, pela teoria da conditio sine qua non.

    GABARITO: ECOMENTRIOS: Analisando as alternativas:

    Alternativa A Contraria a caracterstica primordial das causas

    supervenientes absolutamente independentes, ou seja, o fato de estas

    causas romperem o nexo causal. As concausas podem ser esquematizadas

    da seguinte forma:

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    Alternativa B A alternativa est incorreta, pois a relao de

    causalidade nos crimes omissivos imprprios normativa (prevista em lei) e

    encontra amparo no pargrafo 2, art. 13, do Cdigo Penal.

    Art. 13

    [...] 2 - A omisso penalmente relevante quando o omitente

    devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir

    incumbe a quem:

    a) tenha por lei obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia;

    b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o

    resultado;

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    c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia

    do resultado.

    Alternativa C Se os crimes de mera conduta no possuem resultado,

    no h que se falar em nexo causal. Logo, incorreta a alternativa.

    Alternativa D A alternativa est incorreta, pois nas causas

    supervenientes relativamente independentes que por si ss produzem o

    resultado, rompe-se o nexo causal e imputa-se ao agente os fatos

    anteriormente praticados.

    Alternativa E O Cdigo Penal, ao tratar do nexo de causalidade em seu

    art. 13, adotou, predominantemente, a teoria da conditio sine qua non ou,

    como tambm chamada, da equivalncia dos antecedentes. Portanto, est

    correta a alternativa.

    Segundo esta teoria, quaisquer das condutas que compem a totalidade dos

    antecedentes causa do resultado.

    importante ressaltar que a jurisprudncia dominante, ao interpretar a

    teoria da conditio sine qua non, entende que para que um acontecimentoingresse na relao de causalidade, no basta a mera dependncia fsica.

    Exige-se ainda a causalidade psquica, ou seja, reclama-se a presena do

    dolo ou da culpa por parte do agente em relao ao resultado.

    40. (TJ PA / 2009 - Adaptada) Pablo atingiu Luiz com cinco

    disparos de arma de fogo, um na cabea, dois no trax e dois nas

    pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital pblico mais prximo,apurando-se que necessitava de urgente interveno cirrgica. No

    entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia

    ocorrido grave acidente envolvendo dois nibus e as vtimas estavam

    sendo socorridas, no foi possvel que os mdicos ministrassem a

    Luiz, de forma imediata, o tratamento necessrio. Convocou-se,

    ento, um mdico que estava de folga e que, tendo chegado ao

    hospital 30 minutos aps a internao de Luiz, passou a cuidar do

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    paciente. Ainda que Luiz tenha recebido atendimento mdico,

    constatou-se que seu estado de sade j se havia agravado e,

    embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos

    projteis, no resistiu e veio a falecer. Considerando essa situao

    hipottica, assinale a opo correta.

    A) Houve a supervenincia de causa absolutamente independente,

    consistente na demora no atendimento mdico a Luiz, o que implica que

    Pablo somente responder pelas leses corporais causadas.

    B) O resultado morte somente foi produzido em razo da ausncia de

    tratamento mdico imediato da vtima, havendo uma ruptura do nexo causal.

    C) Ocorreu uma causa superveniente relativamente independente, que

    impede a responsabilizao de Pablo pelo resultado morte.

    D) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta

    praticada por Pablo, que responder pelo resultado produzido.

    E) N.R.A

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: O caso apresentado trata de uma CAUSA SUPERVENIENTE

    RELATIVAMENTE INDEPENDENTE QUE NO PRODUZ POR SI S O

    RESULTADO. Neste caso, conforme a alternativa D, responde o agente pelo

    resultado naturalstico.

    O fato de a vtima ter falecido no hospital em decorrncia das leses sofridas,

    ainda que se alegue eventual omisso no atendimento mdico, encontra-seinserido no desdobramento fsico do ato de atentar contra a vida da vtima,

    no caracterizando constrangimento ilegal a responsabilizao criminal por

    homicdio consumado, em respeito teoria da equivalncia dos antecedentes

    causais, adotada no Cdigo Penal, e diante da comprovao do animus

    necandido agente.

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    41. (Analista do Ministrio Pblico Direito / 2009) Considere:

    I. O agente fere a vtima, diabtica, que, levada ao hospital vem a

    falecer em decorrncia de diabete agravada pelo ferimento.

    II. O agente fere a vtima num morro coberto de gelo, a qual,

    impossibilitada de locomover-se pela hemorragia, vem a falecer em

    decorrncia de congelamento.

    III. O agente fere a vtima com um disparo de arma de fogo e esta,

    levada ao hospital, vem a falecer em decorrncia de veneno que

    havia ingerido antes da leso.

    IV. O agente fere a vtima com disparo de arma de fogo. A vtima,

    levada ao hospital, vem a falecer em decorrncia de incndio.

    Tendo em conta a relao de causalidade fsica, o agente responder

    por homicdio consumado na situao indicada SOMENTE em:

    A) IV.B) I e II.

    C) I e III.

    D) III.

    E) III e IV.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: Essa questo interessante, pois coloca em termosprticos o assunto nexo de causalidade. Analisando os itens:

    Item I Trata de causa relativamente independente preexistente. A causa

    j existe antes da conduta do agente, entretanto, por si s, no produziria o

    resultado. Assim, o agente responder integralmente pelo resultado

    naturalstico, ou seja, por homicdio consumado.

    Item II Refere-se causa superveniente relativamente independente que

    no produz por si s o resultado. A vtima s morre congelada por

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    impossibilidade de locomover-se. Logo, responde o agente por homicdio

    consumado.

    Item III Trata de causa absolutamente independente preexistente, que

    aquela que j existia antes da conduta e cujo efeito em nada interfere no

    resultado. Responde o agente pelos atos anteriormente praticados.

    Item IV Refere-se causa superveniente relativamente independente

    que produz por si s o resultado. Responde o agente pelos atos

    anteriormente praticados.

    Do exposto, percebemos que o agente responder por homicdio consumado

    somente nas situaes indicadas nos itens I e II, o que faz da alternativa B

    a resposta da questo.

    42. (Defensor pblico MA 2009) No trajeto do transporte de dois

    presos para o foro criminal por agentes penitencirios um deles saca

    de um instrumento perfurante e desfere diversos golpes contra o

    outro preso. Os agentes da lei presenciaram a ao desde o incio epermaneceram inertes. Na conduta dos agentes:

    A) h amparo pela excludente de ilicitude do exerccio regular do direito,

    deixando de agir por exposio do risco s prprias vidas.

    B) a omisso penalmente irrelevante porque a causalidade ftica.

    C) no h punio porque o Estado criou o risco da ocorrncia do resultado.

    D) a omisso penalmente relevante porque a causalidade normativa.E) a omisso penalmente relevante porque a causalidade ftica-

    normativa.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Inicialmente, para respondermos a esta questo,

    precisamos verificar que a situao refere-se a uma omisso, pois os agentes

    penitencirios no agem para impedir o delito.

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    Dito isto, h que se diferenciar a causalidade normativa ou naturalstica da

    ftica.

    A causalidade naturalstica ocorre nos crimes comissivos materiais em que h

    necessidade da existncia de nexo causal entre a conduta do agente e o

    resultado danoso ocorrido.

    A causalidade normativa ocorre nos delitos omissivos prprios. A omisso,

    como uma no-execuo, no est apta a causar absolutamente nada.

    Portanto, nos crimes omissivos, a causalidade na conduta s pode ser

    normativa, ocorrendo pela no realizao, pelo autor, de uma ao

    determinada pelo ordenamento jurdico, quando devia e podia agir.

    Assim, diante do exposto, a alternativa D est correta, pois a omisso

    penalmente relevante porque a causalidade normativa.

    43. (Procurador-SP / 2008) Crimes omissivos imprprios ou

    comissivos por omisso so aqueles:

    A) que decorrem do no fazer o que a lei determina, sem dependncia dequalquer resultado naturalstico.

    B) em que a lei descreve a conduta do agente e o seu resultado.

    C) em que a lei s descreve a conduta do agente, no aludindo a qualquer

    resultado.

    D) que se consumam antecipadamente, no dependendo da ocorrncia do

    resultado desejado pelo agente.

    E) em que o agente, por deixar de fazer o que estava obrigado, produz oresultado.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: A alternativa E est correta, pois os crimes omissivos

    imprprios so aquelesem que o agente, por deixar de fazer o que estava

    obrigado, produz o resultado. Esclarecendo:

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    Os crimes omissivos imprprios esto relacionados ao dever especial de

    proteo. So aqueles em que o agente encontra-se na posio de

    garantidor, ou seja, tem obrigao legal de cuidado, proteo ou vigilncia,

    ou de outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado, ou

    ainda, com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia do

    resultado.

    Nos crimes omissivos imprprios, tambm chamados de comissivos por

    omisso, a inrcia do agente ocasiona um resultado naturalstico. Nesta

    espcie de delito, caso no haja resultado, no haver crime.

    44. (TCE-PI / 2009) Tentativa perfeita aquela em que:

    A) o agente realiza toda a fase de execuo e o resultado no ocorre por

    circunstncias alheias sua vontade.

    B) o agente desiste de prosseguir na execuo.

    C) o agente, apesar de realizada toda a fase de execuo, impede que o

    resultado se produza.D) h interrupo da fase de execuo por circunstncias alheias vontade

    do agente.

    E) h absoluta impropriedade do objeto.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: A tentativa apresenta a seguinte diviso doutrinria:

    TENTATIVA PERFEITA Neste tipo de tentativa, fica caracterizada a

    INCOMPETNCIA do agente, ou seja, o autor do delito utiliza TODOS os

    meios executrios disponveis e, mesmo assim, no atinge a

    consumao. Conforme a alternativa A, resposta da questo, o

    agente realiza toda a fase de execuo e o resultado no ocorre por

    circunstncias alheias sua vontade.

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    o caso do indivduo que, portando um revolver com 06 cartuchos,

    utiliza todos, mas no consegue atingir a vtima em um ponto letal.

    TENTATIVA IMPERFEITA O agente inicia a execuo, mas no

    utiliza todos os meios de que dispe. o caso do indivduo que comea

    a atirar e, no 3 disparo, interrompido pela chegada de policiais que

    estavam passando pelo local. Neste caso, h interrupo da fase de

    execuo por circunstncias alheias vontade do agente.

    TENTATIVA BRANCA OU INCRUENTA O agente no atinge o

    objeto material. Exemplo: Tcio est com uma blusa branca andando

    pela rua. Ao encontrar Mvio, seu desafeto, este comea a atirar e

    Tcio comea a correr. Nenhum tiro acertado, logo, o que era branco

    permanece branco, pois o objeto no foi atingido.

    TENTATIVA VERMELHA OU CRUENTA Diferentemente da

    tentativa branca, aqui a vtima atingida, mas o delito no se

    consuma.

    Cabe ressaltar que no h incompatibilidade entre os conceitos acimaapresentados podendo, por exemplo, ser branca e imperfeita a tentativa.

    45. (MPE SE / 2009) Pedro efetuou disparo de arma de fogo contra

    Paulo. Em seguida, arrependido, o levou at um hospital, onde,

    apesar de atendido e medicado, veio a falecer. Nesse caso, houve:

    A) arrependimento posterior.B) desistncia voluntria.

    C) arrependimento eficaz.

    D) crime tentado.

    E) crime consumado.

    GABARITO: E

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    COMENTRIOS: Esta questo exige o conhecimento das particularidades de

    trs institutos IMPORTANTSSIMOS para concursos:

    A DESISTNCIA VOLUNTRIA

    O ARREPENDIMENTO EFICAZ

    O ARREPENDIMENTO POSTERIOR

    DESISTNCIA VOLUNTRIA O agente, por ato voluntrio, interrompe a

    execuo do crime, abandonando a prtica dos demais atos necessrios e

    que estavam sua disposio para a consumao.

    Observe que em nenhum momento ocorre de o agente NO PODER

    PROSSEGUIR na execuo, e este entendimento importantssimo. Sendo

    assim:

    ARREPENDIMENTO EFICAZ Diferentemente do que ocorre na

    desistncia voluntria, o agente pratica todos os atos suficientes

    consumao do delito, mas adota providncias para impedir o resultado.

    Exemplo: Tcio d veneno para Mvio. Ao ingerir o veneno, Mvio s no

    morre se Tcio der a ele o antdoto. Se Tcio age desta forma e impede amorte, operou-se o arrependimento eficaz.

    ARREPENDIMENTO POSTERIORO chamado arrependimento posterior

    CAUSA DE DIMINUIO DA PENA, diferentemente da desistncia voluntria e

    do arrependimento eficaz. Ocorre quando o agente, nos crimes cometidos

    sem violncia ou grave ameaa pessoa, voluntariamente e at o

    DESISTNCIA VOLUNTRIA QUANDO O AGENTE DIZ:

    POSSO PROSSEGUIR, MAS NO QUERO.

    TENTATIVA QUANDO O AGENTE DIZ: QUERO

    PROSSEGUIR, MAS NO POSSO.

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    recebimento da denncia ou queixa, restitui a coisa ou repara o dano

    provocado por sua conduta.

    Esquematizando:

    Na questo apresentada, a banca tenta confundir o candidado misturando o

    conceito de crime consumado com arrependimento EFICAZ.

    O arrependimento eficaz s vlido quando o indivduo consegue

    EFICAZMENTE impedir o resultado. No caso em tela, o resultado naturalstico

    acontece, logo, no h que se falar em qualquer outro crime que no o

    consumado. Correta, portanto, a alternativa E.

    46. (Assistente de Promotoria / 2008) Tcio ingressou noite no

    interior de um museu, para furtar obras de arte. Diante do

    funcionamento do sistema de alarme, desistiu de prosseguir na

    execuo do delito e deixou o local. Nesse caso, ocorreu:

    A) fato penalmente atpico.B) desistncia voluntria.

    C) arrependimento eficaz.

    D) arrependimento posterior.

    E) tentativa de furto punvel.

    GABARITO: E

    INCIO DA

    EXECUO

    FIM DA

    EXECUO

    CONSUMAODO CRIME

    RECEBIMENTODA DENNCIA

    OU QUEIXA

    DESISTNCIA

    VOLUNTRIA

    ARREPENDIMENTO

    EFICAZ

    ARREPENDIMENTO

    POSTERIOR

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    COMENTRIOS: A banca tenta confundir o candidado induzindo a se pensar

    em desistncia voluntria. No caso em questo, est correta a alternativa

    E, pois o ato interrompido por fatores ALHEIOS VONTADE DO AGENTE.

    Caso no houvesse o alarme, ele prosseguiria em seu intento. Sendo assim,

    falou em interrupo por fatores ALHEIOS VONTADE, lembrou do crime

    tentado.

    47. (BACEN / 2006) O arrependimento posterior:

    A) permite, como causa geral de diminuio, que se reduza a pena abaixo do

    mnimo legal.

    B) no permite, como circunstncia atenuante, que se reduza a pena abaixo

    do mnimo legal.

    C) exclui a tipicidade da conduta.

    D) no