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português

Aula 01

Prof. Carlos Zambeli

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português

Aula 01

Oi pessoal de casa, hoje a gente vai falar sobre o nosso edital que foi dividido em aulas.

Então a gente vai pensar assim: olha que legal, e gente vai ter oito aulas, e nessas oito aulas a gente vai partir de uma lógica que é uma lógica assim: classes de palavras, análise sintática, concordância, regência, crase, nexos, pontuação e cacarecos.

AULA ASSUNTO PÁGINA

01 Emprego das Classes de Palavras 07

02 Análise Sintática 15

03 Concordância Nominal e Verbal 23

04 Regências Nominal e Verbal 29

05 Emprego do Sinal Indicativo de Crase 35

06 Sintaxe do Período 39

07 Pontuação 47

08 Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica 53

Tem uma lógica aqui: não é à toa que está nessa ordem. Sempre que vocês forem estudar, tentem estudar assim: reforça bem a aula 1. Tá legal a aula 1? Aí tu vai para a aula 2. Na aula 2 vocês vão ficar assim, muito tempo, e é minha sugestão sempre: não sabe o que estudar, acordou domingo e “ah que que eu vou fazer hoje? Ah vou estudar. Que que eu vou estudar? Análise sintática! Bate na análise sintática que aqui é o segredo de tudo. Porque depois que tu dominar análise sintática todo esse resto aqui vem bem mais fácil, vai ser bem mais acessível. Então reforço na análise sintática. A análise sintática vai ser a nossa segunda aula. Hoje a gente vai começar com a aula que vai ser a base da análise sintática, que é chamada de aula 1, então a gente vai ver isso aqui. Outra forma também para saber sobre o funcionamento da minha aula é assim: escrever é uma coisa do passado, a gente nem compra mais caneta para ter uma ideia no nível do que que está virando a escrita, então a gente não vai escrever muito na aula também, a gente vai usar a apostila com o que já está escrito, e a partir dali a gente vai rabiscar a apostila porque eu acho que é mais fácil. Ainda a gente não chegou numa fase touch no material de vocês, mas isso é uma questão de tempo.

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Vamos lá!

Morfologia

Olha só que legal: quando eu pensar nas questões, essas questões ela vão se misturar de várias maneiras. As questões elas vão ser só de morfologia, elas podem ser só de análise sintática, elas podem ser só de semântica e elas podem ser de morfossintática. Então eu tenho quatro opções de questões na prova: ou ela vai na “morfo”, ou ela vai vir na análise sintática, ou no sentido, ou na mistureba.

O que que é cada uma dessas? Morfologia é o que o carinha é, então aqui a lógica é classificar; não me interessa o que que ele faz, me interessa quem ele é, então eu vou dizendo: ”isso é tal coisa, isso é tal coisa, isso é tal coisa” são poucas as questões, tá? Por que que é pouco? Porque ele é muito mais fácil. Hoje vocês vão ver, vai ser uma aula muito nada a ver, tu vai terminar a aula e dizer: ”não aprendi nada” e eu vou falar 3 horas; é uma aula de nada, porque ele é muito acessível e ao mesmo tempo ele é chato, só que isso aqui fundamenta toda essa lógica, e aí é o que me interessa. Então essa aula, na verdade é a base para a nossa aula 2. A nossa aula2 é o que o carinha faz, e o que o carinha faz a gente dá a função das palavras, aí é que é mais legal, porque aí não me interessa mais o que ele é, me interessa o que que ele está fazendo naquele contexto. Então a gente vai ter toda uma nomenclatura, que eu acho que é o segredo da brincadeira: é a nomenclatura. Por exemplo, quando eu pego direito administrativo e direito constitucional – eu não entendo, eu nunca li, mas eu acho que é assim – vocês pegam o lêem administrativo, vocês sabem que aquilo é direito administrativo, porque ele tem um vocabulário e aquele vocabulário denuncia: isso é direito administrativo. Quando vocês pegarem constitucional, vocês lêem e vocês dizem: isso é direito constitucional, porque ele tem um vocabulário que traduz aquilo. Aqui a lógica é a mesma: quando eu ler a lógica da nomenclatura da morfologia eu tô ligado que é morfologia, quando for análise sintática, são outros nomes, e às vezes para a mesma coisa. Isso que é o louco, que eu vou te mostrar isso, eu vou fazer uma bagunça hoje, não vai ser tão simples assim.

A semântica, o que é semântica? É um negócio que a gente não vai estudar em uma aula, a gente vai estudar em todas as aulas, porque semântica é o que o carinha diz, e o que o carinha diz é interpretação. Então aí eu já estou preocupado agora com o que que eu tô entendendo daquilo ali, quando eu troco uma palavra de lugar eu mudo sempre o sentido? Não mudo? Depende do contexto? Isso é semântica: é pensar o sentido que aquela palavra dá. A gente vai ver que nessa semântica, às vezes quando a gente inverte as frases, às vezes quando a gente tem ambiguidade... ambiguidade é um rolo semântico, tudo isso é um rolo daqui.

O que é morfossintática? Praticamente vai ser a nossa aula de hoje, eu não vou me aguentar e ficar dando aula só de morfologia, que só morfologia a gente não aguentaria. É a mistura dessas duas relações aqui. Morfossintático é quando eu misturar quem ele é e o que que ele faz. Então essa vai ser a lógica. Olha que legal, só pra gente começar a entender o que que ele é e o que que ele faz: fica claro para todo mundo que eu sou uma pessoa? Ou vocês estão na dúvida? Fica claro, eu sou uma pessoa, tu gostando ou não, eu sou uma pessoa. Agora, o que que eu faço? Depende né, hoje quando eu acordei e eu estava vindo pra cá, eu era um pedestre, e aí quando eu comecei a gravar essa aula eu virei professor. Hoje de tarde quando eu for para minha aula eu vou ser aluno, e se eu tiver num transporte, eu vou ser passageiro. Então vocês

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entendem que a mesma coisa pode fazer funções diferentes? Isso é português: uma palavra, ela é um substantivo, mas ela pode fazer várias coisas ao mesmo tempo. Fica claro isso? Isso é essa lógica aqui que a gente vai ver na sequência.

Então vamos começar com a nossa aula que é classe de palavras (morfologia). Mas é classe de palavras ou é morfologia? Não entendi. É a mesma coisa, é o mesmo nome para a mesma tralha: classes de palavras, classes gramaticais também às vezes aparece e a gente vai ter dez classes. Essas dez classes...eu já queria te adiantar um drama, vai ser assim: ou ela vai estar num grupo chamado “nome” ou ela está num grupo chamado “verbo” e tudo vai ser assim, tanto é que se vocês olharem o nosso edital, a nossa aula 3 vai ser: concordância verbal, concordância nominal. A nossa aula 4 vai ser: regência verbal, regência nominal. Vai ser sempre essa relação de verbo e nome; então essa brincadeira de verbo e nome começa aqui. Começa eu te dizendo: “ó, esse cara vai estar lá na relação do nome; esse cara vai estar na relação do verbo”. E a gente vai entender qual é a “sacadinha” de cada um.

Vamos lá então:

As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.

Não foi a toa que eu já abri com os dois líderes (substantivo e verbo). Substantivo é um nome e o verbo é o verbo. Então substantivo é o principal nome.

Substantivo é o líder dos nomes e o verbo é o líder dos verbos; todos esses caras que vierem na sequência vão trabalhar pra esses caras, apesar de eles estarem no mesmo bolo, eles são líderes de grupo, entendem isso? É como se fosse um grande presídio, eles estão todos no mesmo... É um grande presídio, e lá dentro tem os líderes das facções mas eles estão junto, ele está ali no bolo, estão no mesmo grupo.

Olha só: o adjetivo vai trabalhar para o substantivo; o pronome-tá na veia do cara, ele é super substantivo-é “pró-nome” (pronome); o artigo trabalha para o nome; o numeral trabalha para o nome; a preposição é a traidora da brincadeira, trabalha para os dois; as conjunções trabalham para os verbos; a interjeição não trabalha para ninguém; e o advérbio trabalha para o verbo. Entenderam essa treta?

É tudo a mesma coisa, é tudo classe de palavra mas esses dois são os que mandam (verbo a nome) a partir daí, todo mundo trabalha.

Essas categorias são divididas em palavras que vão flexionar, variar, e a gente vai dar um nome mais de prova: concordar. São palavras que concordam, e quando eu digo concordar, significa concordar com o gênero, o número ou o grau. Que que é isso? Na vida, existem toneladas de gênero, tem muitos gêneros para a gente pensar enquanto pessoas; no português só tem dois: ou o cara tá no grupo do masculino, ou o cara tá no grupo do feminino. No número, eu só tenho singular e plural. E no grau eu tenho o pequeno e o grande. Essa é a relação. Então são palavras que podem flexionar: ora feminino, ora masculino, ora singular, ora plural, ele muda o bagulho, só que não é sempre; algumas fazem isso...outras...invariáveis, não variam, ou seja, não concordam. Não estão nem aí, vai ser sempre do mesmo jeito, então isso vai ser uma palavra que não concorda: ela é invariável. Faz sentido isso para vocês?

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1) Substantivo

É a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros. Flexões: Gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).

• Ana, Rio de Janeiro, violência, estudo, chuva.

Olha só que legal: substantivo é o líder do bagulho e ele é bem pequeno no nosso material, porque ele é muito difícil de cair só ele, cai os caras que trabalham para ele que é assim: o que é um substantivo? Aí a gente já vai puxar uma flecha aqui e botar: nome; substantivo é nome; substantivo é o cara que dá nome para as coisas. Então, é a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, entre outros. Ele flexiona tudo: gênero, número e grau.

E aí está aqui: vários nomes: Ana, Rio de Janeiro, violência, estudo, chuva.

Daqui me interessa duas ideias: uma ideia de concreto e uma ideia de abstrato. O que é uma ideia de concreto e de abstrato? Quando eu estava no colégio, a professora me ensinou assim: concreto é o que tu pega e abstrato é o que tu não pega...e aí eu passava a vida inteira tentando pegar alguma coisa...mas mudou essa concepção, não é o que eu pego e o que eu não pego, é assim: concreto existe por si só-concreto existe; e abstrato depende depende de mim para existir. Essa é a definição mais aceita. Concreto está aí na vida, ele existe por si só, e abstrato depende, tem uma relação de dependência. Vou te dar um exemplo: chuva é uma relação concreta ou abstrata? É um treco concreto, porque ele está aí no mundo, tu….e aí outra coisa que eu ia falar e ainda bem que eu não falei eu ia dizer assim: tu vê a chuva. Tá, mas se eu falar “ar”, por exemplo, tu não vê o ar, mas ele existe, está aí, e ele não depende de mim para existir, então ele também é uma relação concreta. Quando eu digo “bruxa” aí depende, depende o quanto de ácido que tu tomou naquele dia…. Quando eu digo bruxa o que que é? Concreto ou abstrato? É louco né? Ele é concreto. E aí tu vai pensar: “tá mas não faz sentido”. Mas sabe qual é a lógica? A lógica é assim:quando eu falo bruxa todo mundo imagina mais ou menos a mesma coisa? Sim. Eu falei bruxa...ninguém imaginou a Tati...não, não faz sentido. Agora, todo mundo imaginou o chapéu, uma vassoura, um caldeirão...a imagem de bruxa é a mesma para todos, então isso é uma relação concreta...mesmo sem existir. Quando eu disse “papai noel” ninguém imaginou um cara alto, todo azul com as orelhas compridas, não, isso é avatar, isso é outra coisa. Então papai noel, todo mundo tem uma visão de papai noel; avatar todo mundo tem uma visão de avatar então isso é concreto, concreto ele existe, nem que seja na nossa imaginação, ele existe no nosso imaginário.

Agora, o que seria uma relação abstrata? Por exemplo: fome. Fome é uma relação abstrata, porque não existe a fome, tu não estava vindo aqui pro curso e:”ah olha ali a fome atravessando a rua”. Não, tu poderia falar “olha ali o papai noel atravessando a rua”, “olha ali o avatar atravessando a rua”, agora tu não diz “olha a fome atravessando a rua” “olha a violência atravessando a rua”. Tu não olha a violência, tu não olha a fome porque são relações abstratas, são relações que, só existe fome enquanto eu estiver com fome, só existe violência enquanto eu estiver violento.

“Se um nome deriva de um verbo, ele pode ser tanto concreto quanto abstrato?” Não chega a ter uma regra para isso, há palavras que vem, tipo “luta” que vem do verbo lutar. Não tem uma regra para isso, de maneira geral ficam abstratos, mas não é uma regra, de maneira geral

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sim porque luta só existe enquanto eu estiver lutando. Combate só existe enquanto eu estiver combatendo, mas não é uma regra, de maneira geral sim, é abstrato.

É isso que me interessa em um primeiro momento.

2) Artigo

• Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição ou a indefinição dos mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), indicam também o gênero e o número dos substantivos que determinam.

Aí vem os artigos... meu, os artigos é para quê? Os artigos é para a gente ter vontade de chorar...eles não são nada. O substantivo é o maior grupo de palavras que existe, substantivo é o que tem de maior, o artigo é o que tem de menor, só que olha que legal: artigos são palavras que antecedem nomes, determinando a definição ou indefinição dos mesmos sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), indicam também o gênero e o número dos substantivos que determinam.

Aí tu: “ah não entendi nada”. Olha só que legal: a questão mais exemplo disso é uma questão que os caras perguntaram sobre os “scraps” vocês não vão lembrar, mas os scraps era do Orkut. Lembra que a gente tinha uma rede social que não violava os direitos das pessoas, que não vazava as informações...existia, já existiu uma coisa honesta no mundo, que se chamava Orkut e lá no Orkut os recados tinham o nome de scraps e aí o que acontece com os scraps? Os caras fizeram uma questão, de uma banca aqui do sul que eles disseram assim: “os scraps blá blá blá” e aí eles me perguntavam assim: “dá para saber o gênero da palavra scraps?”E aí a galera viajava porque pensava que era inglês. Só que não era inglês porque no momento que eu coloquei “os” ele está me dizendo: é masculino e é plural. O artigo faz essa relação. O rolo não tá às vezes no nome, não é o nome que me diz, quem me garante isso é o artigo que está do lado dele. Entendem essa relação? Isso é muito legal, tanto é que se a gente pegar um outro cara muito tri que é o tal do Google… olha que legal, o Google ele é masculino ou ele é feminino? Vai mudar? É uma coisa chamada semântica né, porque se eu colocar aqui…(o/a) eu altero a semântica da frase, eu altero o sentido da palavra. Então “o Google” e “a Google”; “o Google” eu tenho o site, “a Google” eu tenho a empresa, mudou o sentido, mas olha que legal: muda o sentido e muda o gênero da palavra, ele troca a relação, faz sentido? Olha que legal: isso aqui (o/a)...a gente pensa “ah entendi, quando troca de masculino para feminino troca o sentido”; não necessariamente, quando eu digo assim: “a e o profissional”; “o profissional” e “a profissional” troca o sentido da palavra? Troca a semântica da palavra? Não! Não altera a semântica da frase, então olha que legal: às vezes trocar o gênero só muda o gênero; às vezes trocar o gênero altera a semântica da frase.

Qual é a regra? Não tem regra, cada caso é um caso.

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Artigos definidos

• o; • a; • os; • as.

Artigos indefinidos

• um; • uma; • uns; • umas.

Facultativo com pronomes possessivos

• As nossas amigas • Seu problema

Facultativo com nomes próprios

• O André • A Tati

O artigo indefinido indica aproximação numérica

• Uns quarenta • Umas cem pessoas

Substantivação

• Ela tem um andar gracioso.

• Sempre tem um trouxa para brigar na festa.

Agora vamos falar dos artigos. Os artigos eles podem ser os que são definidos e os que são indefinidos. Pessoal são só oito: o, a, os, as, um, uma, uns e umas. São só esses, e o que acontece? Ser definido ou indefinido, da maneira mais tradicional é assim: “a colega chegou atrasada” quando eu disse que a colega chegou atrasada vocês sabem de que colega estou falando? Da Beth. Então quando eu falo que a colega chegou atrasada vocês sabem que eu estou falando da Beth. Mas se eu digo:”uma colega chegou atrasada” de quem estou falando? Provavelmente seja a beth, mas não dá para a gente ter certeza que é a Beth. Vocês entendem que ele é uma relação mais genérica. Quando eu digo assim: “pessoal a professora pediu para eu dar um recado para vocês: ela vai deixar o material lá na secretaria”. Quando eu disse “a professora” todo mundo pensou “a Tati” porque a gente tá num contexto do curso, a única professora que vocês tiveram aula ontem foi a Tati, a referência de professora até agora é a Tati, então...Entenderam a relação?

Só para o pessoal de casa entender: essa é a segunda aula do curso, então se amanhã vier a secretária aqui e falar pra vocês assim: “pessoal, o professor deixou o material lá no curso” vocês vão pensar: “foi o Zambeli” porque foi a única referência que a gente tem. Agora, se amanhã vocês tiverem aula com o André, e aí no outro dia- tô no quarto dia do curso- no quarto dia chegar a secretária e falar:”pessoal, o professor deixou o material” vocês vão perguntar: qual?

A professora...a Tati; o professor...qual professor?

O que eu quero te mostrar com isso: que ser definido não significa que tu saiba quem seja, significa que ele está definido. Entenderam a relação? Não é garantia de nada ser definido ou ser indefinido.

Agora olha que pior: trocaram a secretária do curso, começou uma pessoa nova ali embaixo e aí ela não sabe quem é...aí chegou um cara lá e falou: “entrega esse material ali para os caras” aí ela pensou “meu Deus o que é isso?” Aí ela veio aqui e falou assim: “olha pessoal, um professor deixou um material lá no curso”. Fica claro que ela me diz que ela não sabe quem ele é? Ela me diz “eu nem sei quem é, mas era um louco lá que fez isso”. Ela indetermina, ela indefine a relação.

Agora, o que eu acho mais fantástico em um texto é isso aqui:”um estagiário deixou um material para a professora na secretaria”. “O estagiário desejava que esse material fosse entregue até

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quarta-feira”. Então: ”um estagiário deixou um material para a professora na secretaria” quando eu li isso eu pensei: “esse cara não sabe quem é esse estagiário” ou isso não é importante, às vezes só não é importante, não importa. “Um estagiário deixou material na secretaria”; “o estagiário queria que o material fosse entregue até quarta-feira”. Quando eu disse “o” esse “o” definido define o cara que está indefinido. Entenderam? O rolo é texto, o rolo não é palavra, o rolo é texto. Quando eu indefini o carinha e quando eu defini o carinha, a partir de agora eu te disse: “um político apareceu levando uma mala cheia de dinheiro”. “O político não devia fazer essas coisas”. Quando eu disse “o” - eu não sei quem é esse cara, mas a partir de agora, cada vez que eu falar desse cara vai ser “o” porque ele já está definido no texto, não definido na vida, definido no texto. Entendem a relação? O rolo é texto não é a vida.

Aí ele vai dizer que ele é facultativo diante dos pronomes possessivos, a gente nem sabe o que é um pronome possessivo, é o sua, é o teu, é a nossa...então tu pode ou não colocar isso e se eu pensar na CESPE, isso é uma questão muito clássica da prova, eles me perguntando assim: “poderíamos acrescentar a palavra ‘o’ diante de ‘seu problema’ sem alteração semântica?” Posso colocar um “o” sem alterar o sentido da frase? Sim, é isso aí, pode. Porque ele é uma relação facultativa.

Ele é facultativo também diante dos nomes próprios, e tu:”eu nem sei o que é um nome próprio” o nome do teu cachorro é um nome próprio, o nome do teu bairro é um nome próprio, o nome da tua cidade é um nome próprio. Relações de nome próprio pode ou não colocar o artigo também.

Ele dá uma relação aproximada na numeração...umas 40; vocês já viram quando tem manifestação política que eles dizem assim:”os organizadores estimam umas 5 mil pessoas e polícia estima umas 200 pessoas” ou seja, sempre tem uma discrepância numérica, mas é sempre “uns” porque não é exatamente, ninguém estava lá contando um a um ou seja, não é exato, é aproximado.

E esse aqui é o grande momento de um artigo numa prova que é o poder de substantivação, e isso aqui começa a mexer nas classes de palavras, é assim: eu coloco um artigo na frente trabalhando para um cara, se esse cara já for um substantivo, não aconteceu nada, está tudo certo; se esse cara não for um substantivo, ele transforma um cara num substantivo, então olha que legal:”ela tem um andar gracioso” e o jeito de cair na prova é perguntar sobre a palavra “andar” e eles vão me perguntar assim: “a palavra andar da linha 7 é classificada como um verbo”? Olhem que legal, não é o andar do dicionário, não é o andar da vida, é o andar da linha 7, e lá na linha 7 ele não é um verbo, ele passou agora a ser um substantivo.

Então isso é verbo? Não, isso é substantivo porque aconteceu um processo chamado substantivação. Existe até, a gente tava falando antes Monica de formação de palavras que tu perguntou “ah, as palavras que vem de verbos, né” que era processo de derivação verbal, aqui é uma outra derivação também, é uma derivação imprópria que a gente chama, é a troca da classe gramatical sem alterar a palavra, isso é uma derivação imprópria. Quando eu digo: “sempre tem um trouxa para brigar na festa” olha que legal: trouxa é um adjetivo? Agora não mais, agora ele passou a ser um substantivo porque ele sofre o processo de substantivação.

Olha só que legal isso quando eu digo assim ó: “o argentino saiu” e quando eu digo “o Papa argentino saiu”. Olha que legal “ a palavra argentino da linha 7 e a palavra argentino da linha 40 são classificadas da mesma forma” não. Desconfia, porque olha só: esse argentino caracteriza o Papa, é uma característica do Papa, então isso é o famoso adjetivo que a gente já vai ver. Só que esse cara, primeiro, ele não caracteriza ninguém né, ela não está caracterizando o Papa,

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ele não está caracterizando ninguém né e além disso eu garanto que ele é um substantivo. Entenderam? Tu pode assim:”ah mas eu não sei, esse contexto eu não tô ligado” ele não tá caracterizando ninguém e o artigo está nele, o artigo trabalha para ele, pode ter certeza que ele é substantivo, se ele não for ele está sendo, que é a substantivação. É esse o rolo, cada palavra é um contexto.

Artigos X Semântica • Minha cabeça está doendo.

• André é o cabeça dos professores.

• O capital financeiro da empresa está sendo analisado.

• Brasília é a capital do país.

• o/a moral, o/a rádio, o/a grama

Fica claro para vocês que “minha cabeça” eu tenho certeza que é feminino porque esse minha, que é um pronome está no feminino, então ele já me garante que aquela palavra da frente é um feminino também e “André é o cabeça” daí feminino e masculino...teve alteração de sentido nessa frase? Claro que teve. Aqui é parte do corpo e aqui é o líder, são relações de semântica diferentes. Quando eu disse “o capital financeiro” e “Brasília é a capital” eu altero o gênero da palavra e vem junto a relação semântica. Agora, quando eu digo para vocês “o e a policial” eu troco o gênero da palavra, mas eu não troco o sentido da palavra, é isso que vocês precisam estar ligados: trocar o gênero nem sempre é garantia de alteração semântica. Às vezes muda, às vezes não muda. Quando muda então? Não sei, depende da palavra. Cada frase é uma frase.

Pode ser o “o” e pode ser o “um”, “um argentino saiu” “o argentino saiu” muda se está definido ou não, mas ele é substantivo então substantivação é qualquer artigo, qualquer artigo que trabalhar para ele é substantivação.

Quando eu troquei de o para a aqui no policial eu disse que mudei o gênero, mas eu não mudei o sentido, a semântica dele é igual, é uma pessoa fardada que está aí no mundo. Agora quando eu disse “o cabeça” e “a cabeça” além de mudar o masculino para o feminino, que é o gênero, eu ainda mudei o sentido da palavra.

Às vezes a gente pensa: “ah que inferno isso, nunca vou usar na vida” e a gente usa muito mais do que a gente imagina, esses dias eu vi uma entrevista do Pablo Vittar no Luciano Huck e o Luciano Huck perguntou assim:”tá mas eu digo ‘o’ Pablo Vittar ou ‘a’ Pablo Vittar?” E a resposta foi genial, a resposta foi: tanto faz. O rolo não é esse, o rolo é outro. Entenderam a sacada? Aqui é só uma definição social, é uma definição de gênero feminino ou masculino, o que importa não é isso, o que importa é o sentido do que eu sou. A semântica dele é a sacada, não o gênero dele é a sacada. Vocês entendem a relação? O rolo que a gente vive no mundo é que as pessoas querem:”não, me diz o que tu é pelo amor de deus”; não importa para ele, ele disse: “cara, isso é rolo de vocês, não é rolo meu”; “meu rolo é outro”. Entenderam a sacada? É o uso dos artigos na vida. Está aí, o cara nos dando uma aula de cidadania e de uso de artigos na vida.

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Talvez seja a mesma ideia de que a gente faz com o Uber; quando os deputados querem enquadrar o Uber e dizem: “não, tem que ser táxi, tem que ser nas regras do táxi” e o Uber diz: “cara, a parada é outra, a relação é outra, isso aqui é um sistema velho”; de repente é isso que ele está nos dizendo também.

3) Adjetivo

• É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos. Flexões: Gênero (uniforme e biforme), número (simples e composto) e grau (comparativo e superlativo).

• Feliz, superinteressante, amável.

Esse cara é muito bom de prova, o adjetivo é o cara, o adjetivo, ele é muito bom, ele vai aparecer na concordância nominal, ele vai aparecer na análise sintática, ele vai aparecer na regência, ele vai ser um cara que vai aparecer em vários contextos, ele vai aparecer em várias funções diferentes; ele é adjetivo forever, mas ele vai ter funções diferentes.

É a palavra que caracteriza, que atribui qualidades ao substantivo; tá aqui o líder dele: o nome; as flexões são todas as flexões possíveis. Então olha que legal: feliz, superinteressante, amável são relações de adjetivo.

Feliz eu posso dizer: aluno feliz e aluna feliz, aí tu: “ah mas não muda o gênero do bagulho”; mudou né, porque como ele acompanha o nome ele está dizendo: “cara, aqui é o masculino e aqui é o feminino, mas o adjetivo é o mesmo, ele não flexiona classicamente “o/a”.

Agora, se eu colocar, por exemplo, dedicado e dedicada eu teria uma marca de gênero no adjetivo , mas isso é só um detalhe, cada adjetivo no seu quadrado; tá? Existe isso.

O que eu queria mostrar para vocês:

Adjetivos X Semântica • Amigo velho x Velho amigo

• Oficial alto x Alto oficial

• Pobre criança X criança pobre

Funciona assim-lembrando que semântica é interpretação: velho amigo X amigo velho, muda o sentido da frase? Sim muda, porque amigo velho é mais idoso e o velho amigo é longa data né? Então eu tenho uma alteração semântica, agora, legal a gente se dar conta que não é sempre que vai mudar… Um grave problema e um problema grave; grave problema e um problema grave não altera a relação. Então, uma coisa que eu queria pedir pra vocês: esquece o lugar na frase , não pensa assim: “primeiro vem o substantivo e na sequência vem o adjetivo”. Esquece, não é isso , é:”quem caracteriza quem”, essa é a brincadeira. O adjetivo caracteriza quem nessa história? Por exemplo, quando a gente pegou a frase do argentino, olha qual é a relação: se alguém chegasse agora aqui, não sei se isso é possível, mas alguém chega aqui assim: “Ô

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Zambeli, trouxe uma palavra aqui: argentino, classifica para mim argentino”. O que que eu ia dizer para essa pessoa? A melhor resposta que todo professor usa: depende. Tá, mas depende do que? Depende da frase, qual é a frase que tu quer me dar? Se tu me disser:”o argentino saiu”, esse cara é um nome, nomeia um ser ; então isso é um substantivo. Agora, quando tu me diz:”o papa argentino saiu”, tu me diz que esse argentino caracteriza um nome . É diferente, se ele nomeia um ser ele é um substantivo, se ele caracteriza um ser, ele é um adjetivo. Então se tu chegar com a palavra argentino aqui eu vou dizer:”olha cara ele pode ser um substantivo, pode ser um adjetivo”, entenderam a treta? É isso aí.

Eu acho que a gente vai se preparar para uma questão bem difícil na sequência, que é uma questão chamada, que vocês já devem ter estudado e até hoje vocês não devem saber a matéria, que é complemento nominal e adjunto adnominal...já estudaram? Alguém sabe essa matéria? Ah tá não, era só para eu ter certeza, porque se o cara disser:”eu sei” eu vou dizer: “temos um problema, porque tu não sabe”. A única certeza que a gente tem é que ninguém sabe isso ; e o que a banca disser a gente vai dizer: “o senhor está certo, é isso aí”. Mas é assim: vai ter um rolo lá no futuro, depois da aula 2, depois da aula 3 e da aula 4, nós vamos chegar num pepino que é: e o complemento nominal e o adjunto adnominal? Isso é muito legal, eu já antecipei esse momento, eu nunca falava isso na primeira aula, agora eu comecei a falar , porque sempre na aula...é sempre legal uma sala de aula né, existem personagens: tem um ser que o professor pega no pé: a Bete. Tem um que é o concentradinho: o Eduardo. Tem um que dorme sempre: o Henrique. Tem a Lisa Simpson que é a Mônica e assim tu vai, cada um é um personagem na aula, tem um que reza para não ser encontrado, tem um que sempre quer ser encontrado, tem de tudo, uma sala de aula é um zoológico, tem de tudo. Aí sempre na primeira aula tem o metidinho, aí o metidinho levanta a mão assim com uma cara de vômito: “professor, quando é que vamos estudar a diferença de complemento nominal e adjunto adnominal?” Porque ele sabe que essa é a treta do planeta, então eu já vou te antecipar a treta, a gente não vai estudar agora nem na aula 2, vai ser na aula 4, mas nasce aqui essa treta, aqui é um pedaço dela, eu vou te mostrar um negócio chamado locuções adjetivas.

Adjetivo X Locuções Adjetivas • Bandeira da Irlanda = irlandesa

• Alunos com aptidão = aptos

As locuções adjetivas, em 99% dos casos, ela é feita de preposição+substantivo e ela equivale a-tudo que for locução significa:”equivale a”; então locuções adjetivas equivalem a um adjetivo, então vou te dizer assim: “bandeira da Irlanda”, aí tu: beleza! O que significa “bandeira da Irlanda”? Que é uma bandeira irlandesa. Então a bandeira da Irlanda é a bandeira irlandesa, é a mesma relação. Qual é a diferença de “da Irlanda” para “irlandesa”? É que “irlandesa” é um adjetivo, e “da Irlanda” são três palavras que caracterizam e equivalem a isso então eu vou ter uma preposição mais um artigo ali e um adjetivo e isso aqui é uma locução que equivale a um adjetivo, então é a tal da locução adjetiva, faz sentido? No futuro que era aquele rolo do complemento e do adjunto, pode cair na tua provas assim: “o que que é isso aqui (bandeira da Irlanda)” aí tu vai dizer: é uma locução adjetiva; mas eles podem me perguntar: o que faz

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isso aqui? Aí é outra relação e aí a gente vai chegar num drama que é assim, só para criar maldade, o que que está do lado da preposição? Um verbo ou um nome? Um nome, porque é um substantivo né. E aí tu entende o drama que a gente chega? Tá mas isso completa o nome, complemento nominal, ou isso está adjunto do nome, adjunto adnominal; e aí começa a aula 4. Entenderam a treta? É aqui que nasce a confusão… Já vou te adiantar, isso é um adjunto do nome, isso só está caracterizando o nome, e isso vai ser uma marca dos adjuntos adnominais, que é um problema do futuro. Para quem está boiando segue boiando, na aula 4 a gente recupera, mas para quem já está mais avançado, saiba que isso é um adjunto adnominal, quando na aula 4 eu disser para vocês: os adjuntos adnominais caracterizam os nomes, os complementos nominais completam os nomes. Ele caracteriza a bandeira, não é a bandeira do Grêmio, não é a bandeira do Inter, não é a bandeira do Brasil, é a bandeira da Irlanda, entenderam? Caracteriza o nome, adjunto adnominal.

Irlanda é um adjetivo ou é um substantivo? Irlanda é um substantivo, porque a locução adjetiva ela é feita de substantivo, então o rolo da minha prova vai ser assim: O que que é “Irlanda”? Substantivo. O que que é “da Irlanda?” Locução adjetiva e é, não é faz, não é sintático, é morfo, existe uma subdivisão daquelas 10 que é as locuções: locução adjetiva, locução blá blá blá.

Substantivo bandeira, preposição e mais um substantivo...essa preposição e o substantivo é que são locuções adjetivas.

Agora olha essa que legal: aluno da turma; “da turma” é uma locução adjetiva? É aluno do colégio? É aluno da academia? É um aluno da turma. Ele não caracterizou o aluno? (Sim) locução adjetiva. Alguém diria: “ah que legal, qual é o adjetivo então?” Aluno enturmado? Não né, porque aluno enturmado é outra coisa. Essa é a treta que a gente podia anotar aqui: nem sempre há um adjetivo equivalente. Nem sempre eu consigo fazer essa troca, nem sempre eu consigo trocar uma locução adjetiva por um adjetivo. Então essa é, eu acho, a maior maldade da prova, porque eles vão te perguntar assim:” dá para trocar ‘da Irlanda’ por ‘irlandesa’? E tu: dá. Agora, daria para trocar “da turma” por um adjetivo equivalente? Não, eu não tenho um adjetivo equivalente para isso, entenderam essa maldade? Vamos traduzir isso aqui então, vou colocar um sinal de matemática: Adjetivo<Locuções Adjetivas esse é o sinal de maior, o adjetivo é menor que as locuções, existe muito mais locução do que adjetivo.

Se aparecer preposição e a análise for a partir da preposição, ferrou! Porque pode ser um monte de coisa, pode ser complemento, pode ser adjunto, pode ser locução, pode ser...nós vamos fazer um resumo disso no futuro, depois da aula 2 acho que facilita.

Sabe que o semestre passado eu fiz uma cadeira de estatística, eu faço psicologia, e no semestre passado tinha uma cadeira de estatística, que não faz o menor sentido na psicologia, e aí tinha uma letra que era assim: Σ, e o professor de estatística...professor de estatística é tudo louco, e o louco aqui metendo cálculo, e nós tudo viajando e pensando “meu Deus não faz o menor sentido, sabe? Nunca vou usar. É como vocês assistindo aula agora: “eu nunca vou usar esse artigo aí, nada a ver. E era eu assistindo a aula do cara pensando “nada a ver isso aí”, e o cara metendo uma fórmula enlouquecido e ninguém entendendo nada. E aí uma hora uma guria-e todo mundo se olhando- aí sempre tem uma pessoa para falar, aí uma menina falou: “professor, tem como a gente ir mais devagar? Aí o cara: “não!”. Matemática né… e aí no meio do negócio ele mete aquela letra ali, e aí a guria: “ o professor o que é esse Z invertido? O cara teve um chilique, foi a parte mais engraçada da cadeira, porque depois eu tranquei, o cara pegou os óculos, jogou os óculos longe e falou: “que Z invertido? Isso aqui é uma letra grega, isso aqui é um sinal de mais. Aí eu pensei: letra grega, sinal de mais, pra mim não dá, aí tranquei

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a cadeira...mas é muito legal né. É como o que eu fiz agora, esse sinal que eu botei ali não é uma flecha, é um sinal de mais.

Tem muito mais locuções adjetivas do que adjetivos; nem sempre dá para trocar, guarda essa informação.

Olha que legal isso aqui, isso é a treta do português:

Semântica X Contexto • Água de chuva (pluvial) Dia de chuva (chuvoso)

• Problema de coração (cardíaco, denotação)

• Atendimento de coração (cordial, conotação)

Por isso que vai ser assim: na linha 7, na linha 14, na linha 12, porque lá é o tal do contexto.

Semântica é o que ele diz, contexto é onde ele está.

Água de chuva e dia de chuva. A água de chuva é uma água pluvial, mas ninguém diz que é um dia pluvial, a gente diz que é um dia chuvoso, e ninguém diz que é água chuvosa, então a mesma locução adjetiva ela tem adjetivos diferentes na sua equivalência. Entenderam?

Isso aqui é a mesma locução (de chuva) só que o adjetivo é diferente para as duas relações.

Problema de coração é um problema cardíaco, agora, atendimento de coração é um atendimento cordial, legal, querido, atencioso; é a mesma locução, mas ele diz coisas diferentes, entendem? Isso é legal da gente se dar conta, o contexto às veze pode alterar.

Vamos falar de pronome então. Só vamos deixar uma coisa anotada aqui:

Adjetivo -> Sintático. -> predicativo/ adjunto adnominal

E aí vamos anotar o que ele vai ser na análise sintática, o que ele vai ser na aula dois, porque aí quando a gente for estudar em casa vai fazer sentido. Vocês já ouviram falar de predicativo? Então ele vai ser um adjetivo em uma frase ele exerce duas funções sintáticas que é uma função sintática chamada de predicativo que tem a ver com verbos de ligação ou ele fica adjunto do nome.

Vai ser assim: no futuro, eu vou dizer para vocês assim: “oi pessoal, a primeira coisa da frase é catar o sujeito”. ( O Papa argentino saiu) Quem foi que saiu? Não foi o Papa; foi o Papa argentino, tudo isso é o sujeito. De quem eu estou falando? To falando do “o”, do “Papa” ou do “argentino”? Do Papa, e aí é o tal do núcleo do sujeito, já ouviram falar do núcleo do sujeito? Agora olha que demais: o que que é isso aqui (O)? É um artigo; a que é isso aqui (argentino)? é um adjetivo. Beleza? Isso é o que a gente está estudando, a aula de agora é “o que que é isso?”, “o que que é isso?”, “o que que é isso?”. Agora vou te perguntar assim: o que faz isso (o)? E o que faz isso (argentino)? Então não te perde ó: morfo (o que é) sintático (o que faz). Isso na frase não fica junto do nome? Ele está grudado no nome, no substantivo, então ele é o tal do adjunto adnominal. E esse “argentino” não está junto do nome? Então ele é um adjunto adnominal.

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Olha que legal o jeito de cair na prova: eu destacaria o “o” e o “argentino” e eu te perguntaria assim:”eles têm a mesma classificação?” Não, porque um é artigo e o outro é adjetivo. Agora olha: “eles exercem a mesma função sintática?” Sim. Entenderam? A mesma coisa pode fazer coisas diferentes e fazer coisas diferentes pode ser feito por coisas diferentes. Entenderam? Tipo assim: sou uma pessoa, aí eu tô dando aula, então eu sou professor, mas não pode entrar um outro professor aqui e ser o André, o André é uma outra coisa, mas ele faz a mesma coisa que essa coisa que tá falando agora faz também, então nós somos coisas diferentes e fazemos a mesma coisa. Esse aqui sou eu (o), professor, esse aqui é o André (argentino), professor (ambos são adjuntos adnominais) entenderam? Coisas diferentes podem fazer a mesma coisa.

4)Pronomes

• Pronome é a palavra que acompanha ou substitui o substantivo, indicando sua posição em relação às pessoas do discurso ou mesmo situando-o no espaço e no tempo.

Pronome...turma! Tem que cair pronome, não existe prova de português sem pronome. Pronome é a palavra que acompanha ou substitui o nome, o substantivo. Ele fica no lugar do cara ou ele vem com o cara, isso é um pronome, indicando as relações do discurso e assim por diante.

Tá, legal, que que me interessa? Me interessa isso aqui: existem vários tipos de pronomes

Classificação dos pronomes

Os pronomes podem ser de seis tipos:

a – Pronome pessoal – reto, oblíquo e de tratamento

b – Pronome possessivo

c – Pronome demonstrativo

d – Pronome relativo

e – Pronome indefinido

f – Pronome interrogativo

Existem os pronomes pessoais e os pronomes pessoais são divididos em retos, oblíquos e de tratamento, existem os possessivos, os demonstrativos, os relativos, os indefinidos e os interrogativos.

Tem uns aqui que saem de graça, tipo assim ó: adivinha o que que os interrogativos fazem...será que eles se referem a alguém ou será que eles questionam...eles questionam algo.

O que será que os possessivos fazem na frase? Não tem muito o que dizer…

Agora (relativo e pessoal) já começa a ficar legal então os que caem na prova, certo assim, é o relativo; o relativo é o que cai na prova, ele é muito bom de prova, a gente vai ver na aula 4, que é o “que” o “cujo” o “onde”. Os pessoais também são muito bons de prova porque eles têm

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essa treta (reto e oblíquo) que tem a ver com análise sintática, isso aqui cai na análise sintática, os outros é muito difícil de cair se cair tu foi sorteado. Vamos estudar então os pessoais. Os pessoais todo mundo sabe quem são, a gente não sabe aplicar o bicho, mas agente sabe quem são, porque eles são os traumáticos do colégio, lembram que vocês aprenderam um pronomes assim: eu, tu, ele, nós, vós, eles...pra que que serve? A gente não sabe para que que serve.

Aí tem uma outra lista que é essa, essa é mais assustadora

• São pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.

• São pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.

É assim, a gente aprendeu uma lista que é: eu, tu ele, nós, vós, eles; e a gente aprendeu uma outra lista que é: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se,si, consigo; e agora eu vou te dizer o que esses caras vão fazer, vai ser assim ó: os pronomes pessoais são aqueles que indicam as pessoas do discurso. Que que são as pessoas do discurso? Primeira, segunda, terceira. primeiro é o que fala, segundo é o que escuta e o terceiro é de quem a gente fala.

Olha só:

O pronome pessoal é aquele que indica as pessoas do discurso. Dividem-se em retos, oblíquos e de tratamento.

Os pronomes pessoais retos geralmente referem-se ao sujeito e são:

Eu – 1ª pessoa do singular – falo

Tu – 2ª pessoa do singular – escuta

Ele – 3ª pessoa da singular – assunto

Nós – 1ª pessoa do plural – falamos

Vós – 2ª pessoa do plural – escuta

Eles – 3ª pessoa do plural – assunto

Então essa é a relação de pessoas do discurso. Ta. Aí vai ser assim Os retos exercem a função de sujeito da frase, e os oblíquos- que são aqueles que a gente estudou: me, mim, comigo, te, ti, contigo- que são esses carinhas aqui se referem ao direto ou ao indireto, aos complementos das frases...são os complementos das frases, a gente vai ver na aula 2...então é assim, olha essa frase: A professora ansiosa esperava por mim. E a prova vai te perguntar assim: poderíamos trocar “mim” por “eu”? Tu nem sabe a aula 2, mas eu posso trocar por “eu”? A professora ansiosa esperava por eu...não vai rolar. Por que? Porque para eu usar o “eu” eu preciso ser sujeito da frase e não complemento. E quem é o sujeito da frase? É a professora, a professora é o sujeito, então eu não posso ser por “eu”, entenderam a relação?

A gente vê isso na vida quando a gente escuta as pessoas dizerem assim:”o professor pediu para mim prestar atenção na aula”. Se alguém me diz:”ah, não gostei desse professor, professor pediu para mim prestar atenção na aula” eu iria dizer: “o professor tinha toda razão” porque “mim” não conjuga verbo, ele não pode ser o sujeito da frase. Quem ia prestar atenção? Eu? Então era para eu prestar atenção, não para mim prestar atenção.

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“Fulano pediu para mim escrever para ele essa semana ainda”, não vai rolar, “pediu para eu escrever” porque quem é que vai escrever? O sujeito, e o sujeito da frase ele é reto, nunca ele é oblíquo. Entenderam a relação?

Semana passada uma professora minha da letras me mandou mensagem no Face e ela mandou assim: “ô Zamba, eu tenho uma aluna minha da faculdade para indicar para trabalhar aí no curso”. Olha que legal né, tipo a profe que formou outro profe está indicando uma terceira geração de profe, aí eu: “bah que tri né”. Aí ela falou assim:” eu tenho uma aluna aqui que é profe para indicar para trabalhar aí contigo”. Aí eu:”tri né”. Aí ela: “posso te mandar o currículo?”. Aí eu: claro profe, imagina que legal a profe lembrou de mim. Aí ela mandou o currículo, e aí ela colocou assim-mas eu entendi- mas ela mandou assim:”ah, tenho muito orgulho de ti, aparece para gente tomar um café”, aí ela colocou assim: “saudade de tu guri!” Eu fiquei feliz pelo “guri”, mas não fiquei muito feliz pelo pronome. Vocês entendem meu drama? Qual é a treta aqui? Posso ter um pronome reto aqui turma? Cadê o verbo aqui ó? Eu não tenho verbo aqui, então tu entende que não rola “saudade de tu”? Rola “saudade de ti”, rola “saudade de você”, agora “saudade de tu” não rola, por que? Porque “tu” é reto, e reto é sujeito; eu não tenho sujeito aqui, eu não tenho um cara acompanhado de um verbo, então eu uso um oblíquo não um reto, é isso que está sendo dito ali.Ok?

Quando as pessoas começam a ficar apaixonadas elas ficam todas meigas, vocês lembram dessa fase? Aí tem uma frase que é assim:” amo tu”. Nunca me esqueço, quando eu ouvi “amo tu”a primeira vez, ela virou minha ex-namorada, porque olha só: e até bonitinho nos cinco primeiros minutos, depois tu começa a pensar:”Jesus, isso só vai piorar” isso aí daqui a pouco vai começar a botar sujeito em verbo que não tem sujeito, isso aí daqui a pouco não vai fazer plural, vai começar a buscar “os pão” na padaria, não dá. Não dá pra ser “tu” aqui, porque o sujeito da frase é um outro reto; esse é o sujeito da frase (eu) e ele é reto, mas esse é o complemento da frase, então não pode ser “eu amo tu” e aí eu poderia dizer assim:”eu amo” e aí o que a gente escuta aqui? As pessoas botando assim: “Eu te amo” e eu poderia dizer “eu amo a ti”, não são dias formas de dizer a mesma coisa? Sim? agora olha que fantástico:a lista não era assim: me, mim, comigo...te...ti.

Esses oblíquos, eles são divididos em tônicos e átonos, os átonos é o me, te, o, a, lhe… e os tônicos mim, ti etc. Qual é a diferença desses caras? Os átonos são sem preposição e os tônicos são com preposição. Esses caras (átonos) não utilizam preposição, o “me”, o “te” o “o”, o “lhe”...não cobram preposição. O “ti”, o “mim, o “ele”, o “nós”, o “vós” eles têm preposição.

Agora olha só: lá na aula 2 eu vou te ensinar a pensar os verbos, e aí quando eu te ensinar a pensar os verbos eu vou dizer assim: o cara é “V.I” o cara é “V.T.D”, já ouviram falar disso? O cara não pede preposição, o cara pede preposição; se eu abrisse a porta agora e gritasse oi! Sabia que eu amo? Quem? O que? Esse cara, eu vou dizer na aula 2, eu vou dizer que esse cara é VTD e um VTD é um verbo que não pede preposição, é um verbo que pede um objeto direto, já ouviram falar disso? Olha que legal a treta de análise sintática que nasce na morfologia. Por isso que eu estou dizendo: a aula de hoje é um monte de “nada” que é “tudo”.

Olha que legal: quando eu disse “eu te amo” esse cara (te) vai exercer uma função sintática de objeto direto, porque o verbo é V.T.D, o sujeito sou eu amo te...objeto direto, que eu não poderia dizer “amo tu” né, porque o tu é o reto, eu uso um oblíquo, para ser um complemento direto ou indireto, os oblíquos são diretos ou indiretos. Aí a prova me pede assim: poderíamos reescrever a frase como “eu amo a ti” e aí dá a chapadeira nessa hora e a gente pensa assim: “meu, esse cara é V.T.D, como é que tem uma preposição (a) aqui do nada?” Se o cara é V.T.D

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como é que tem uma preposição ali do lado? Porque a preposição não veio do verbo, ela é do pronome tônico, o tônico “ti”, “mim” tem uma preposição, não é o verbo que pede uma preposição, o cara para ser chamado de objeto indireto, ou seja, o cara que tem a preposição, a preposição vem do verbo; essa preposição não veio daqui (amo), ela veio daqui (ti) é esse cara que tem...então, se eu te perguntar: “o que que é isso? (ti)” tu vai me dizer “isso é um pronome oblíquo” ; se eu te perguntar “o que faz isso?” tu vai me dizer: isso é um objeto direto. Aí tu: “mas tem uma preposição!” E aí nasce um bicho que quando a gente era criança morava embaixo da cama: o objeto direto preposicionado. E tu:”caraca velho, é muito difícil”. Não, não é, ele é direto porque ele vem de um VTD e ele é preposicionado-só para te dizer-não foi o verbo que pediu foi o pronome que pediu. E aí as pessoas me perguntam assim: “e se fosse um… e se fosse assim: “eu te obedeço”; eu obedeço a ti. Olha só: (Eu) sujeito, pronome reto né eu já sabia, o cara é reto? Então ele é o sujeito, esse “te” é o complemento porque ele é oblíquo, então eu vou olhar para esse verbo eu sei que quem obedece ‘obedece a”, esse carinha é V.T.I, então esse carinha (te) é O.I. Agora olha que legal: vai crase aqui então? Não, porque a crase… Tu vai dizer: “tá mas crase não é A+A? Sim, mas “a” artigo e “a” preposição, não é preposição + preposição. Então o verbo pede uma preposição e o “ti” traz uma preposição, mas aí eu não vou dizer: “ó aqui tem duas preposições, crase. Tanto é que quando a gente estudar crase na aula 5 eu vou dizer: não vai crase com pronomes oblíquos. Isso, porque não tem artigo na frente dele, o que tem na frente dele é uma preposição então isso aqui (eu obedeço a ti) é um simples objeto indireto; mas esse aqui (eu amo a ti) é um objeto direto que tem uma preposição. Vocês entendem que ele é direto porque ele vem de um verbo direto e a preposição é do pronome.

Legal essa matéria né? O buraco é bem mais lá embaixo (...) não tem como entender sintático sem morfologia, e a morfologia fica muito mais fácil com a análise sintática, por isso que a análise sintática é o que a gente estuda.

Muito tri né turma...vocês ficaram mais motivados agora? Eu fico com medo de ficar forçando na primeira aula e na segunda porque eu lembro da minha faculdade, às vezes tem uma matéria e os professores entram e começam a falar como se fosse a coisa mais óbvia do planeta “ ah porque tem o consciente aí do inconsciente vai para o pré consciente…” e tu fica assistindo a aula assim:”não faz o menor sentido isso”, e às vezes eu fico pensando que vocês ficam pensando isso também...é igual? Bá que legal, me senti um professor de faculdade agora.

“Tem como uma palavra

Várias funções...isso isso, ele é complemento verbal… o “a ti”...boa...é que, dizer que ele é um complemento verbal não é ainda uma função sintática porque assim… ou melhor, é, mas é que o complemento verbal é o guarda chuva e debaixo desse guarda chuva tu tem objeto direto, objeto indireto e predicativo, então tu me dizer :”ah, ele é um complemento verbal” isso, ele é um complemento verbal, quer ver? Ele é um complemento verbal (Eu amo a ti), ele é um complemento verbal (Eu obedeço a ti), é o genérico, agora, qual função mais específica desse complemento verbal? Direto (Eu amo a ti) e indireto (Eu obedeço a ti), mas é complemento verbal, entende? é só um guarda chuva, é um genérico, embaixo é que está a divisão, então é a mesma coisa, só que um é mais...tanto é que aqui...ah não, nessa apostila não, mas tem uma apostila que eu coloquei “os pronomes oblíquos são complementos verbais” isso, é mais genérico mas é a mesma coisa.

Os de tratamento não vai cair tá? Se cair, cai lá na redação oficial e é isso, a única coisa que tu tem que saber de pronome de tratamento é que o “vossa” tu fala direto com o carinha e o “sua” tu fala sobre o carinha. Tá? Então vamos imaginar que, sei lá vou falar sobre uma autoridade,

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então eu digo...vou falar com a autoridade, então eu sigo: “vossa excelência gostaria de um café?” Sim!. Aí eu chego lá para o cara que faz o café e digo:” oi, sua excelência gostaria de um café”; acho que não vai cair na prova, nem te esquenta com isso. Até porque ninguém mais é autoridade nesse mundo.

Pronomes Demonstrativos

ESPAÇOEste, esta, isto – perto do falante.Esse, essa, isso – perto do ouvinte.Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.

TEMPOEste, esta, isto – presente/futuro Esse, essa, isso – passado breve Aquele, aquela, aquilo – passado distante

DISCURSOEste, esta, isto – vai ser dito Esse, essa, isso – já foi dito

RETOMADAOs desenhos e as redações estavam ótimos: estas coesas e coerentes, aqueles bem pintados.

Os pronomes demonstrativos ele é o tipo de pronome que cai bastante em prova e não tem porque tu errar. Ele é bem óbvio, não tem porque a gente estar se perdendo nisso. A relação é assim ó...esses dias...eu tenho um primo que agora ele vai fazer vestibular e aí ele descobriu o português, agora ele tá apaixonado, ele sabe tudo, eu virei o primo mais legal do mundo, aí a gente se encontra na casa da minha avó e ele fica: (...) e aí ele tá emocionado, aí esses dias a vó falou assim: “ô fulaninho, pega essa xícara aí para a vó” aí ele falou: “ essa ou esta”, aí eu já pensei, “o filho da mãe está avacalhando a vó”, aí a vó:”essa daí”, e ele “essa ou esta”, aí eu:”meu, deixa de ser trouxa, tu não sai aplicando as coisas assim”, e como tipo tu estuda direito, tu estuda direito, aí Código de Defesa do Consumidor e aí tu vai no Carrefour...ai quero fazer justiça no Carrefour, não é assim, carrefour tem uma lei própria, é deles (...) na vida é diferente, não é assim.

Aqui também, na teoria é lindo, na prática, segue falando errado, engasga nessa hora que vai dar certo.

Existem várias formas de usar os pronomes demonstrativos...eu posso usar em relações espaciais, temporais, de discurso ou de retomada. Claro que o que cai na prova, e não é à toa que meu primo está mais preocupado é a relação do discurso, a relação do discurso vai ser o mais importante, mas existem relações espaciais, que foi o rolo da minha vó, que é assim: o “este, esta” e “isto” está perto de quem fala, o “esse, essa, isso” tá perto de quem ouve, e o “aquele, aquela, aquilo” está longe dos dois. Quando a minha avó estava fazendo um café depois do almoço, e a xícara estava lá em cima da mesa e ela disse assim:” pega esta xícara para a vó” a minha vó falou certo ou falou errado? ” Pega esta xícara para a vó” ela falou errado, porque a xícara estava lá na mesa, perto do guri, e aí, ele malandro falou:”esta ou essa?” E minha vó falou: ”esta”, coitadinha né, não está ligada na maldade do desgraçado, e aí ele me

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olhou e fez um “hihihi a vó é trouxa né?” e eu “só um pouquinho, aprendeu agora e acha que é alguma coisa, vai lá fazer café, quero ver se tu sabe fazer café” cada um com seu saber né e aí a vó, e aí ele ficou dando de malandro, mas o que que ele está me dizendo? Ou deveria dizer para a vó? “ah, esta (ele falante), e minha vó lá na cozinha ia dizer:”sim! Essa”, perto do ouvinte. A mesma caneca tem referenciais diferentes: minha vó e o pestinha, entenderam a relação? A referência é que muda o pronome que eu utilizo.

Agora, estou eu lá no banheiro fazendo xixi e estou ouvindo ele dando de malandro e aí eu grito:”Ô peste, pega aquela caneca de uma vez e leva para a vó” tu entendeu a relação? pega aquela caneca, ou seja, está longe de mim e está longe da vó, está longe de todo mundo, então pega aquela caneca lá e leva de uma vez. E aí ele gritaria-vou usar os pronomes certos agora: “ah, quer que eu leve esta caneca para a vó?”; e minha vó iria gritar “ sim traste, traz essa caneca de uma vez” os referenciais adequados agora. Entenderam?

O tempo, o tempo é o mais viagem, o tempo é impossível de entender, ele é assim: o presente e o futuro utilizam o mesmo, um passado breve utiliza um só para ele, e um passado distante utiliza outro só para ele. Então, o presente e o futuro é o mesmo. “O pessoal, nesta semana nós vamos ter uma aula de português...na semana que vem-qual?!- nesta semana que vem nós teremos mais uma aula de português, entenderam? Nesta, agora que eu estou vivendo e a que eu viverei no futuro. “Semana passada teve aula? Não, nessa semana não teve aula”, nessa semana, um passado breve. “O ano passado vocês fizeram concurso? Sim, nesse ano eu fiz um concurso.” Ano passado é um passado breve. “Na década passada tu estudou português? Sim, nessa década eu estudei português”. Década passada, é a mais breve. Agora quando é que é o “aquele”? É quando a gente tem uma relação de muito tempo, como quando diz assim: minha vó falou assim esses tempos, não sei o que ela foi usar lá na cozinha e o negócio estragou, e minha vó é meio colona assim, lá de Santiago, é tudo meio colono, e aí minha vó falou assim: “eta porcaria..” e começou a reclamar, e aí minha prima falou: “ que que houve vó?” e minha vó assim: “essa porcaria tá estragada, essas bosta não serve pra nada, tu compra hoje estraga amanhã…” e aí ela falou assim: “porque no meu tempo as coisas duravam pra sempre” e aí eu pensei: “se durava para sempre por que trocou então?” aí eu falei: “e qual era o teu tempo?” Aí ela falou: “ah, cala a boca, vai-te à merda”, aí ela falou assim: “naquela época as coisas duravam para sempre” aí eu pensei:” minha vó está com saúde mental, porque ela tem noção de tempo. Ela falou “naquele tempo” ela me disse “eu sou velha para caramba” porque era naquele tempo as coisas duravam, é um passado distante para ela. Entenderam a relação? É como quando a gente pergunta:”como era teu colégio?”, olha que legal essa pergunta, “como era teu colégio? Aí tu vai me dizer:”nessa época eu me divertia.” Aí eu vou pensar:”para ele, faz pouco tempo que ele foi para o colégio”; porque o tempo é relativo, cada um entende o tempo da sua maneira...agora se tu me disser assim:”olha Zambeli, naquela época eu me divertia” então a tua noção de tempo de colégio é que faz muito tempo, agora, o que é o muito tempo e o pouco tempo é subjetivo, cada um define da sua maneira, entenderam?

Quem é a pessoa mais novinha que nós temos aqui? Então ó, o Henrique estava no colégio até o ano passado.

-Até janeiro agora? Rodou no colégio e agora está aqui.

Então eu vou dizer assim:”e aí como era o colégio? E aí ele vai dizer:”olha cara, nessa época eu me divertia”. Sim ele saiu em janeiro, faz dois meses que ele não está mais no colégio. Entenderam a relação? nesse é breve, é passado breve, mas é relativo, cai pouco, agora o discurso é o top.

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Qual é a relação do discurso? o “este, esta isto” vai ser dito e o “esse, essa, isso” já foi dito. “Ô pessoal, vocês entenderam isso que eu falei? Vocês entenderam essa parte da matéria?” Agora, “pessoal da secretaria pediu para eu dar um recado-é isto, eu não disse ainda- vocês podem tomar um café no intervalo, isso vai ajudar a todos.” Entenderam a relação dos pronomes que eu usei? Olha tenho que dar um recado, é isto eu não te disse qual é o recado...blá blá blá isso blá blá blá. Isso se refere ao que já foi dito. Faz sentido? É a relação que mais cai, tá? Vai ser dito e já foi dito então...a relação da retomada cai menos, só que se for a CESPE é bem provável que caia, então a gente vai ter assim ó:

“Os desenhos e as redações estavam ótimos” e aí eu não quero repetir “desenhos e redações” eu evito a repetição desses pronomes então eu utilizo, para o último cara que foi citado-redações- “estas” coesas e coerentes, quando eu falar de ‘desenhos’ “aqueles bem blá blá blá”. Não existe, quando forem dois, o “esse”, o “esse, essa ,isso” só existe se existir um terceiro, aí o do meio é o “esse”. Então é sempre assim: a ordem aqui embaixo não importa, vocês podem retomar assim: “os desenhos e as redações estavam ótimos, aqueles bem pintados, e estas coesas e coerentes” a ordem que vocês vão retomar ali embaixo não importa. O que importa é: o último sempre será o “estas” e o primeiro a ser citado sempre será o “aqueles” a ordem que tu vai botar depois lá embaixo não importa, porque o pronome já faz esse trabalho para a gente.

O do meio é o “esse”.

DESTAQUE! • Não entendi o que foi dito pelo professor.

• Essa apostila não é a que eu comprei.

Vamos só olhar esse destaque aqui aí a gente vai tomar um café. Vou colocar uma seta aqui: ver aula 4. Deixa marcado isso para o futuro. Para daqui a duas semanas, quando a gente for revisar a matéria, a gente vai ver a aula 4 e vai lembrar disso aqui. Se eu tivesse que fazer uma aposta de tudo que eu falei até agora, eu apostaria forte nisso aqui, isso aqui é uma baita pedida, que é assim:

“Não entendi o que foi dito pelo professor”- quando a gente avançar um pouco mais na matéria daqui a pouco, a gente vai ver que a palavra “que” ela pode ser um pronome relativo ou uma conjunção integrante, se ele for pronome, eu troco por “o” por “a qual”, se ele for conjunção integrante eu troco pela palavra “isso”- então olha só: “ não entendi” e aí a gente pensa..”isso”, “não entendi isso”, esse cara é uma conjunção integrante, só que a gente atropela o coitadinho do “o” que está ali na frente, e este “o” ele também é um pronome demonstrativo, ele é: “não entendi aquilo o qual foi dito pelo professor” olha que louco, se eu levar rapidinho assim (...) tu perde, tu atropela, existe um pronome demonstrativo aqui ó, que é esse “o”. Essa apostila não é aquela a qual eu comprei” existe isso tá?. pronomes demonstrativos “o” e “a” existe, não é só quando “ah quais são os pronomes demonstrativos?” “este”, “esse”, “aquele”, “o” e “a” também são pronomes demonstrativos.

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5)Preposição

• Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.

• Regência verbal: Aspiro a este concurso.

• Regência nominal: Estou apto a este concurso.

Preposição, ela é a traidora do movimento olha aqui, ela trabalha para o verbo e para o nome, essas preposições elas não vão mudar, elas vão ser sempre as mesmas, o que significa ser invariável? Significa que a gente consegue decorar, não tem porque, mas tu consegue decorar. Tu até decorou um dia essa listinha aqui:

Zambeli, quais são as preposições? a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre –

para – per – perante – por – sem – sob – sobre – trás.

E para que serve? Vou te dizer para que que serve isso. Ele serve para uma matéria chamada de regente e regido, que vai ser a aula 4, que vai ser uma matéria chamada regência verbal e regência nominal.

Quando eu tô batendo na aula, desde sempre, da relação de verbo e de nome, olha que legal, que é exatamente isso aqui:

“Aspiro a este concurso” e

“estou apto a este concurso” olha que maldade

Os termos sublinhados na linha 1 e na linha 2 eles são classificados da mesma maneira, o que tem aqui é igual a isso, que é igual a isso, eles são classificados da mesma forma? Sim, são classificados da mesma forma, por que? Porque (linha 1: Aspiro a este concurso) isso aqui é uma preposição (a), isso aqui é um pronome (este) e isto aqui é um substantivo (concurso); a classificação é a mesma, agora a maldade seria: “os termos sublinhados na linha 1 e na linha 2 (a este concurso) exercem a mesma função sintática? Aí tu: “ah, mas eu nem estudei função sintática!” Mas isso é maldade no coraçãozinho, olha só: essa preposição “a” saiu de um verbo: eu aspiro a. E este “a” saiu do estou (linha2)? Não, ele saiu do apto, e apto não é um verbo, porque eu não digo eu apto, tu aptas, ele apta, nós aptamos né, ou seja, ele saiu...se não é verbo é nome. Ele saiu de um nome (apto a); ele saiu de um verbo (aspiro a) então eles têm funções diferentes, mas têm classificações iguais, faz sentido isso para vocês? Tem que ter bem claro o que é morfo e o que é sintático, essa é a treta. Vou dar nome para os bichos; quando um verbo pede uma preposição eu chamo de objeto indireto; quando um adjetivo pede uma preposição, eu chamo de complemento nominal. Não é à toa não é?

Eu poderia chamar o item 1 de complemento verbal (Aspiro a este concurso) e aí ficaria bem mais claro a relação de verbo e nome, olha. Esse cara completa o verbal (frase 1), esse cara

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completa o nominal (frase 2). O rolo é que o verbal tem uma bifurcação: direto ou indireto, e o nominal não, o nominal é sempre nominal.

Não vai batendo em vocês uma coisa assim: “ah eu queria estudar mais, eu queria estudar mais”?

Sabe que o meu sonho era dar aula...não era dar aula aqui, eu nunca quis dar aula aqui, meu sonho era dar aula no colégio da Malhação, bah meu, era muito legal aquele colégio, o cara entrava na aula e era diferente né? O cara entrava na aula e já estava todo mundo sentado e em silêncio, todo mundo com a apostila aberta, e aí o cara entrava, sempre um professor descolado, os cabelos todos bagunçados, estileiro, e aí ele: “E aí galera beleza?” e os alunos “uh bah professor, hoje vai ter aula de que?”

– Gente, hoje vai ter sobre preposiões.

E os alunos:

– Uauuu, que demais!

E ele:

– Gente, as preposições elas podem vir com combinações e com contrações, combinação e contração. O que que é Betinho?

Aí já tinha o Betinho de mão erguida:

– Ô professor, qual é a diferença de combinação e contração?

– Que baita pergunta, é assim, vem comigo gente. As combinações é quando tem a junção de uma preposição com a outra e não há uma perda fonética.

E aí, aqui.

– Ô professor.

– Fala Ana Cláudia.

– Ai professor, e a contração?

– A contração há uma perda fonética. Aqui pessoal, eu trouxe uma tabela: contração e combinação. Na combinação nós enxergamos cada uma delas; na contração há um fusionamento, elas se perdem uma na outra. Entenderam a matéria?

• Combinação: quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de elemento fonético.

• Contração: quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética.

Contração Combinação

Do (de + o) Ao (a + o)

Dum (de + um) Aos (a + os)

Desta (de + esta) Aonde (a + onde)

No (em + o)

Neste (em + este)

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– Aii, sim!.

– Então tá pessoal, até a nossa próxima aula.

E aí as pessoas:

– Ahh, que pena professor.

– Eu sei galera, valeu, é isso aí.

Cara, que demais esse lugar, agora olha minha realidade:

Olha eu entrei:

– Olá pessoal, tudo bem? Hoje a gente vai ter as preposições tá?

– Puta merda.

– As preposições, elas não mudam tá? Elas tem a ver com a regência verbal e a regência nominal.

E as pessoas…supre descrentes assim. E aí eu:

– Gente, ó, combinação e contração tá. E aí um já olha para o outro:

– Não vai cair isso. E eu:

– Gente, vamos seguir a matéria, eu queria analisar essas outras frases. Essas outras frases – e eu já faço links muito legais – essas frases agora tem a ver com sentido, com a semântica. E as pessoas assim:

– ...

Aí eu:

– Pessoal, acabou a aula.

– Uhuuull

Uma merda, eu não queria estar aqui, eu queria estar na malhação. Mas tá né, vou fazer o que?

(...)

Olha isso, olha isso:

Note essas frases

Discutiu-se sobre as questões.

A prova está sobre a mesa.

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Sobre e sobre, olha a maldade: essas palavras eu tenho aqui-tô fazendo uma análise morfológica- isso é uma preposição (sobre), isso é um artigo (as) e isso é um substantivo (questões).

Isso é uma preposição (sobre), isso é um artigo (a) e isso é um substantivo (mesa).Isso é o nome de um negócio (mesa), isso define o nome (a) e a preposição (sobre).

Agora, vocês entendem que a semântica é diferente? Vocês entendem que o sentido dessas frases é diferente? “Discutiu-se sobre as questões”, o assunto.” A prova está sobre a mesa” o lugar. Então eu tenho a mesma preposição (sobre) estabelecendo relações semânticas diferentes. Que que é semântica? Sentido, sentidos diferentes.

É só o sobre? Não, qualquer preposição. Quando eu coloco assim ó: “caderno de gramática”. E se eu colocar assim: “vim de carro”. Vamos pensar essas duas frases aqui, vou te mostrar o que é aquele começo da nossa aula, o que que é morfo, o que que é sintático e o que que é semântico. Vamos pensar nisso, olha só. Os termos sublinhados (de gramática / de carro), morfologicamente, é a mesma coisa? São a mesma coisa os termos sublinhados? Sim! Isso é uma preposição (de gramática) e isso é um substantivo (de gramática). Isso é uma preposição (de carro) e isso é um substantivo (de carro). Então sim, eles são a mesma coisa. O sentido dessa preposição aqui (de gramática) e o sentido dessa preposição aqui (de carro) – semântico – é o mesmo? Caderno de gramática, esse “de” me dá uma ideia de que? que que é esse “de gramática” ali na frase...qualidade, característica; e “vim de carro” é uma característica? Não, é um modo, são coisas diferentes, então aqui (semântica) é não, não dizem a mesma coisa, a preposição não é a mesma no sentido...como morfo é a mesma, como semântica não.

Como sintático, que a gente nem estudou ainda, mas isso é a maldade no coração, tu entende que isso aqui (Caderno de gramática) se liga a um nome (caderno)?... E isso aqui (Vim de carro) se liga a um... verbo, então eu nem estudei análise sintática, mas eu já sei que não, não é a mesma coisa.

Esse cara (caderno de gramática) ele está adjunto caracterizando um nome, então eu vou deixar anotado para a aula 2 que ele se chama adjunto adnominal, ele está junto do nome. Mas esse cara (vim de carro) dá o modo como eu vim, então eu vou te dizer na próxima aula que tudo que for modo , que for lugar, que for tempo vai se chamar adjunto do verbo, adjunto adverbial. Entenderam? “É a mesma coisa?” E eu vou dizer: “qual a análise que tu tá fazendo?”

– Ô Zambeli, eu tô fazendo uma análise morfológica.

– Então é a mesma coisa.

– Não, eu tô fazendo uma análise pelo sentido.

– Então não é a mesma coisa.

– Tudo depende da análise, e a gente tem várias questões de prova que na primeira questão – a mesma frase tá? – na primeira eles fazem uma análise morfo e na outra uma análise sintática, e aí cada análise é uma análise, entendem? É isso.

As preposições elas se prestam para isso, porque elas trabalham para os dois grupos, elas estão nas mesmas relações.

Legal? Lembra que a gente colocou um coração nos adjetivos? Põe um coração nos advérbios então.

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6)Advérbio

• Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo, do próprio advérbio ou de uma oração inteira.

• Ela gosta bastante dele.

• Ela é muito dedicada nesse sentido.

• Estudo muito pouco.

• Infelizmente, a prova foi cancelada.

É assim: os adjetivos puxam o saco do substantivo, os advérbios puxam o saco dos verbos. Então, o advérbio, ele não muda, ele vai ser sempre do mesmo lugar, tu estudou um dia na tua vida uma listinha de advérbios: hoje, agora, aqui...não mudaram, são sempre os mesmos. Ele diz:um advérbio modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio ou de uma oração inteira.

Então: “ela gosta dele”, vocês entendem que...se eu pegar isso aqui (ela gosta dele) tem sentido essa frase né? Ela gosta dele.

Agora, quando eu fizer isso (ela gosta bastante dele) eu não dou uma outra ideia para a frase? Ela gosta bastante dele, ela gosta muito dele. Eu atribuo um novo sentido, uma nova carga semântica. É isso aí. Agora me diz uma coisa, esse “bastante” aqui ele trabalha para o “dele” ou para o “gosta”? Tu não pode ter dúvida, porque o “dele” não é pronome?É ele, é pronome, e o cara é advérbio, ele nunca vai trabalhar para um nome, ele vai trabalhar para um verbo. Tu não tem dúvida disso, porque ele é advérbio e o outro é pronome. grupos diferentes. Vai dar certo.

“Ela é muito dedicada nesse sentido”. Olha que legal essa frase. Essa frase, se eu trocar o “ela” por “elas”. Se trocarmos a palavra ela pela palavra elas, quantas outras palavras na frase deveriam mudar para fins de concordância? Quantas outras mudariam? Porque eu vou dizer aqui ó: “elas são muito dedicadas”, tu entendeu que o “muito” não altera, porque o advérbio não altera, ele não entra nessas contagens por exemplo. E aí se eu te perguntar:

– Ô, esse muito aí é do “é” ou do “dedicada”?

Ela é muito, ou é dedicada muito?

Dedicada muito ele reforça…”ela é dedicada”; “ela é muito dedicada”; esse muito intensifica a dedicação dela, não o ser dela, ele é do adjetivo.

Agora essa aqui eu acho legal da gente pensar: “estudo muito pouco” que a gente fica assim: “tá,, mas é muito ou é pouco?” Isso é uma dúvida direto, as pessoas perguntam:”tá, mas é muito ou é pouco?” É muito pouco. Mas tu estuda o que? Muito ou pouco? Na essência? Tu estuda pouco, e o muito não é do “estudo”, é do “pouco”. Entendem? “Pouco” modificou o “estudo” e o “muito” modificou o “pouco”, e é previsível isso: um advérbio modifica um verbo ou um outro advérbio, é possível, por isso que existe “muito pouco” o que não existe é “muito pouco” para a mesma palavra de referência, aí não, aí não faz sentido, mas um bate no outro que bate no de cima, entenderam? Nem eu tô entendendo o que eu tô falando ...é assim: um bate num , que bate no outro Entenderam? Muito legal essa matéria.

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“Infelizmente, a prova foi cancelada” ó... esse “infelizmente” se refere à oração inteira, então é isso, um advérbio modifica esses caras, o que mais cai de advérbio na prova não é o advérbio, é o adjunto adverbial, que é o que a gente vai ver na próxima aula

Legal? Vamos lá então...ó vai nos acompanhar durante todo o curso as semânticas dos advérbios, ideias de lugar, ideias de tempo, ideias de negação, ideias de afirmação;

Classificação dos advérbios:

Lugar – ali, aqui, aquém, atrás, cá, dentro...

Tempo – agora, amanhã, antes, ontem...

Modo – a pé, à toa, à vontade...

Dúvida – provavelmente, talvez, quiçá...

Afirmação – sim, certamente, realmente...

Negação – não, nunca, jamais...

Todas essas ideias vão aparecer depois de outra forma, existe isso, a gente vai falar disso depois do intervalo da aula 2, é isso aqui tem caído direto nas provas, tem aparecido muito em 2017 apareceu umas, 5 vezes, em 2018 já apareceu umas 2 vezes, então fica ligado:

Quando a frase possui mais de um advérbio de modo terminados em – mente, apenas o último advérbio recebe o sufixo.

• A fila andava lenta e suavemente.

O perigo é a prova me perguntar assim: “lenta da linha 19 é um adjetivo” aí eu penso “é, é a característica da fila” mas vocês entendem que não está escrito “lenta” ali, está escrito lentamente, ele só perdeu o “mente” porque ele tem dois advérbios na sequência e eu não posso dizer: “a fila andava lentamente e suavemente” então só esse (suavemente) mostra o sufixo, mas tem um sufixo aqui (lenta) – sufixo é esse “mente”, essa palavrinha no fim da palavra – tem um mente aqui, ele só foi omitido porque tem dois “mente”, então só o último fica “mente” entenderam a treta? E ele fica com cara de adjetivo né? “Lenta” e aí tu: “ah, flexionou, feminino, concordou com a fila, então ele é um adjetivo.” Não! Ele é um advérbio mas por estrutura de frase ele virou advérbio, ele é um advérbio disfarçado ali.

7) Numeral

• Indicam quantidade ou posição – um, dois, vinte, primeiro, terceiro.

Numeral, se cair, parabéns, foi sorteado. Que que tem que saber de numeral? Ou número, ou a posição, 1, 2, 3, primeiro, segundo, terceiro acabou. Acho que o grande rolo é esse cara aqui, que é o “um” né porque quando é que “um” é numeral e quando é que “um” é artigo?

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“Olha pessoal eu queria contar uma coisa para vocês”...Então eu quero contar “uma” (numeral) coisa para vocês, ou “uma” (artigo) coisa para vocês? Entenderam? Porque não vou te contar uma (numeral) coisa, quero te contar uma (artigo) coisa qualquer, uma coisa, ele é indefinido.

Agora, “olha pessoal, eu não sou um cara de falar muito, então eu quero falar só uma coisa para vocês”. Agora eu tenho certeza que isso é número, porque eu falei “só uma”, ‘apenas uma” “somente uma”. “Das cinco coisas que eu tenho que te contar, eu vou contar uma” numeral, o que que define o numeral? Três palavras: “só”, “apenas” e “somente” ou o contexto: “das três, eu não vou ter tempo, eu vou te contar uma”. Três, uma, contexto, faz sentido? Na dúvida, marca que ele é artigo, tá? Na dúvida “meu, não sei o que é isso?” Artigo. “Tenho um problema”, artigo ou numeral? Artigo. “Fica tranquilo, eu tenho só um problema” numeral. Entenderam? “Dos dez problemas que eu tenho, eu destacaria um” numeral. Dez, um, contexto. Legal?

8) Interjeição

• Expressam um sentimento, uma emoção.

Interjeição é emoção, então eu digo assim: “amanhã não vai ter aula de português”.

– Ahhhh.

O que mais me deixa chateado, não é alguém dizendo “Êêê”, é o cinismo de vocês dizendo “Ahhhh” é isso que eu fico chateado e eu estou analisando desde que eu entrei eu estou aqui “ih, ali não vai dar certo, aqui está com problema com a mãe”, eu tô assim entendeu?

O que que é uma interjeição? Interjeição é uma emoção, então quando eu digo assim: “na próxima aula eu vou trazer um bis”. “Eu vou trazer bis na próxima aula”.

– Êêêêêêê.

Eu fico chateado de novo, não é pela alegria, mas é pelo cinismo de pensar assim: “que coisa de pobre bis”.

Tudo que vocês estão representado é uma emoção, tá, e isso é uma interjeição, qualquer barulho, aqui no sul a gente tem uma interjeição, que é a interjeição “báh”. Vou pegar o Eduardo que é carioca, tu já conseguiu entender as variações de “báh”? Tu já tá ligado? É uma vida pra entender né. Porque as pessoas falam “ai lá no sul é báh”. Não! Depende, depende, olha: aí alguém está falando um negócio, e aí um larga:

– Cala a boca.

Ai tu já não larga para o colega aqui é “beiiiii”. E o outro já larga:

– Baaaa.

É diferente não é? O que falou “beeei’, “beei” que é uma variação de “baa”, já pensou: “bei, que ignorante”, é a sequência. E o que falou “baaaah” falou: “meu Deus que horror”. São diferentes, são interjeições diferentes. A interjeição ela é a partir de uma interpretação, e aí cada contexto é uma interpretação.

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9) Verbos

• Indicam ação, estado, fato, fenômeno da natureza.

E os verbos, a gente vai ter verbos, a gente teria várias análises sobre transitividade, sobre tempo verbal, sobre concordância. Verbos ele tem várias análises assim então, num primeiro momento eu só vou te apresentar que ele pode ser uma ação, um estado, um fato ou um fenômeno da natureza.

Eu posso pensar que esses verbos eles vão ter um presente, um passado e um futuro, eu posso pensar que esses verbos estão no indicativo, no subjuntivo e no imperativo. Já ouviram falar nessas tretas? É isso, tem várias possibilidades para a gente pensar em verbos.

10) Conjunções

• Ligam orações ou, eventualmente, termos. São divididas em:

• Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.

• Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais, temporais, finais, proporcionais.

Conjunções a gente vai ter uma aula sobre isso, e essas conjunções, elas vão ser divididas, e aí, todo mundo já pegou uma recuperação no colégio, já pegou nessa parte da matéria que era as coordenadas e as subordinadas. Na teoria elas são diferentes, na prática, no dia da prova, elas caem tudo misturada, e te vira.

Funciona assim: são cinco coordenadas e são dez subordinadas. As coordenadas é o grupo do “a”: aditiva, adversativa, alternativa, conclusiva e explicativa. Então é assim: a principal aditiva é o “e” que soma.

Conjunções a gente vai ter uma aula sobre isso, e essas conjunções, elas vão ser divididas, e aí, todo mundo já pegou uma recuperação no colégio, já pegou nessa parte da matéria que era as coordenadas e as subordinadas. Na teoria elas são diferentes, na prática, no dia da prova, elas caem tudo misturada, e te vira.

Funciona assim: são cinco coordenadas e são dez subordinadas. As coordenadas é o grupo do “a”: aditiva, adversativa, alternativa, conclusiva e explicativa. Então é assim: a principal aditiva é o “e” que soma.

– Sim.

– Tá e tu já conseguiu passar em algum?

Essa é a pior pergunta porque aí tu tem que dizer:

– Não.

Não, mas aí também tu já dá-lhe no meio né:

– E tu continua solteirona?

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Cada um com suas dores, cada um sabe a dor a delícia de ser quem se é. E aí tu larga aqui ó:

– Cara, eu tô estudando muito mas, porém, contudo, todavia, entretanto, ainda não obtive o resultado que desejo.

Entenderam a treta? Qual é a lógica, se eu tô estudando muito na cabeça do meu primo abobado que me faz essas perguntas, já era para eu ter passado, mas, porém, contudo, todavia, entretanto é o que se opõe a esse fato, vocês entendem? Essa é a adversativa.

Alternativa “ou”. “Ou tu presta atenção na aula ou tu vai ficar respondendo por teu primo a vida toda”. Que frase pesada, olha “ou ‘a’ ou ‘b”. Isso é uma alternativa. Uma coisa importante vocês saberem só a título de curiosidade, para vocês prestarem atenção no planeta, quando as pessoas te dizem “outra alternativa”; “ô, me dá outra alternativa”. Se é alternativa já é outra. Alter = outro.

Então “outra alternativa” é impossível, é “subir para cima” tá? É “descer para baixo”...tem umas pessoas que não entenderam. Olha só.

Conclusivas. É aquela da redação, lembra/ Lembra da bendita redação? Introdução, desenvolvimento, conclusão. Principal: portanto. Aí tu vai responder lá para o teu primo:

– Olha fulano, eu não queria mais falar sobre isso, portanto, nós não vamos mais falar sobre isso.

Seco, conclusivo.

– Mas é que...

– Não tem mas, acabou, está concluído esse assunto.

– Ah mas por que meu?

– Porque isso me machuca. E aí tu explica para ele porque isso te machuca.

– Porque isso me incomoda, eu não quero mais falar sobre isso.

Explicativo. Legal?

Aí vem as subordinadas, as subordinadas... concessiva é a querida das provas, eu nem sei qual é a principal, mas eu vou colocar o “embora” que é o que a gente usa para não esquecer no dia da prova. Que que o “embora” faz? A concessão ela é uma quebra da perspectiva, tinha tudo para ser mas não vai acontecer, então vai ser mais ou menos o que está acontecendo nessa aula, lembra que ela é essa aula, ela é assim ó: “embora já tivesse assistido essa aula, ficou até o final”. Qual é a lógica da frase? A lógica que está por trás dessa frase, se tu já assistiu-pela lógica- tu não precisa mais assistir, só que tu fica até o final, tu quebra a perspectiva, a perspectiva era: quem já assistiu vai embora; mas tu fica até o final. Entenderam a treta?

Quando eu digo assim: “embora estivesse chovendo, ele foi na aula”. O que que tu está me dizendo por trás disso? Que quando chove o normal é não ir...mas tu vai. É a quebra da perspectiva, é uma concessão, vocês já viram assim: “olha eu não podia fazer isso, mas eu vou abrir uma concessão para você” entenderam? Muitas pessoas chamam de exceção, mas eu abro uma concessão. Não era, mas vai ser, é a quebra, isso é uma concessiva, “ainda que”, “embora” são as principais.

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Conformativa “segundo”, conformativa é conforme algo, segundo algo. “Segundo indicou o ministro, essa semana vai sair o edital”. É isso, conforme indicou, segundo indicou.

As causais, principal “já que”. “já que queria muito passar num concurso, assistia a todas as aulas”. Era a causa de estar assistindo as aulas: passar num concurso.

Consecutiva é igual a consequência: “tanto que”. Quando eu fiz vestibular, na minha família eu dei um azar muito grande, que eu sou o neto do meio, tem dois pra frente e dois pra trás, e os desgraçados da frente fizeram medicina e passaram, um de primeira e um de segunda, e eu era o terceiro da lista que ia fazer letras, ou seja, eu era a vergonha da família né, todo mundo médico, e aí vem um professor pra ferrar com o sobrenome da família. E aí uma dessas primas ficou louca, mas louca mesmo, louca, surtou lá, teve uma época da vida que ela surtou, e era um orgulho para a família ter uma prima médica e louca, a família se orgulhava disso. E aí eu nunca me esqueço que a frase que a minha mãe, tentando me induzir ao estudo, olha como é saber motivar um filho, e aí a mãe dizia assim: “a fulana, que guria dedicada sabe, a fulana assim, ela é um orgulho para a família”; e eu sentado comendo arroz e feijão assim e pensando “tô entendendo onde essa desgraçada quer chegar” e a minha mãe diziam assim: “sabe, fico até meio enjoada para te falar, é que a fulaninha ela estudou tanto, mas tanto, que ela até teve alguns problemas depois”. Tipo assim, era bonito e eu pensava “por isso que eu não estudo” porque eu quero ficar sóbrio então eu não vou estudar, que era uma forma também de aliviar a minha vagabundice. Mas olha o orgulho da família:” a fulaninha estudou tanto, que o resultado desse excesso de estudo foi ela pirar...e isso era bom na concepção familiar, mas independentemente do que a minha família acha sobre isso e da coitada da minha prima vocês entendem que o excesso de estudo acarretou numa piração? Sim? Muito legal. Era tão louca, para vocês terem uma ideia, que ela abraçava a gente às vezes “oi, tudo bom?” ela dava o abraço e ela fazia assim: “ai tem que dar uma olhada nesse nódulo aqui”. Sai daqui encosto. Ou então tu estava comendo e ela ficava assim: “só olha pra mim, abre o olho um pouco” e aí o cara ficava meio cagado né, e a gente curte um médico né? Médico é legal né? Tem seu charme né. E tu aqui...E ela: “não tá te alimentando né” e tu “ahh como é que ela sabe?” Com 18 anos quem é que se alimenta? “Tanto que”, resultado, consequência.

Comparativos...a gente compara? Compara ou não? Poxa, vai lá falar com a minha mãe, minha mãe passava o tempo inteiro assim ó: “eu não sei né, do jeito que tu tá estudando, eu não sei se vai dar esse ano” e eu ali comendo arroz e feijão e a minha mãe diziam assim “porque o teu primo, ah! O fulano, que guri dedicado, ele estudava muito mais do que tu estuda” e aí eu tinha vontade de dizer:” é, mas a mãe dele é muito mais legal do que tu”. Então cada um com o filho que tem né. Mas o que que minha estava fazendo? Ela estava me comparando com aquele guri “mais do que” eu não posso ser “menos do que”? “Eu estudo menos do que o meu primo mas ele estuda mais do que eu” e eu não posso dizer que “foi tão sofrido para ele quanto para mim”? Eu posso comparar de igualdade, eu posso comparar para a superioridade ou para inferioridade. Beleza, a gente vai estudar isso depois com calma, mas é só para vocês estrem ligados.

Condicionais principal “se”. A frase de apoio quando vocês dizem que não conseguiram passar não é assim:” ai, eu não sei fulano, mas assim, me parece que, se estudar um pouquinho mais, passa”. Que é uma forma de te chamar de vagabundo, só que é uma forma bonita de tentar te incentivar. “Se estudar um pouquinho passa” tu entende que ele condiciona o ato de passar a partir de “estudar um pouquinho”? Se estudar, consequência nata dessa condição, passará não é tão direto né, faz sentido para vocês? Lembra que é sempre...eu acho que o melhor exemplo que tem é: “se ela dança, eu danço, falei pro DJ fazer diferente, botar chapa quente pra gente

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dançar” olha que lindo né essa música do Roberto Carlos quando ele diz isso ele condiciona né tu vai dançar? Depende né, se ela dançar. Se ela dançar, aí eu dançarei mas não é certo, é uma condição.

Temporal “quando”, “quando” é a nossa principal temporal. Vocês já fizeram isso, eu faço isso também quando eu estou estudando. Quando eu estou estudando eu fico assim: “quando eu me formar” e aí vocês vão dizer assim: “quando eu passar aí vou fazer assim, vou pegar um cartão de crédito em cinco bancos, vou começar a me endividar, porque eu vou pagar mesmo... ” e aí tu não começa a fazer fantasia assim “quando”, “quando”... “e aí quando eu passar aí vou viajar para tal lugar, e enquanto-olha o tempo- eu estiver lá eu vou fazer tal coisa” tudo isso é relações de tempo “quando, enquanto, assim que, desde que” são relações temporais.

As finais eu ia dizer “não cai” mas caiu agora na prova desse final de semana no da UFRGS.

Essa final não é de fim, é de finalidade, é: “eu estudo para que eu possa desempenhar um bom resultado”, “eu quero esse concurso para que eu possa fazer outras coisas depois”, é a finalidade de tal coisa.

E as proporcionais é “à medida que”. “À medida que o tempo avança, mais empenhado eu fico.” “à medida que eu estudo, mais nada eu sei”, ou seja, uma relação proporcional do processo. Tá? Existe isso.

Aí eu vou falar agora desse quadrinho

Que – pronome relativo X conjunção integrante

Essa conjunção integrante ela pertence ao grupo das subordinadas, então a gente vai fazer três pontes aqui:

Caiu isso agora também acho que foi no da Assembleia, eles destacaram cinco “que’s” e falaram: “qual que não é conjunção integrante?” Era isso né? Legal. Só tinha que fazer isso aqui, era só isso:

Pronome relativo tu iria lá e ia trocar por “o” por “a qual”, conjunção integrante tu iria trocar pela palavra “isso”. Essa era a questão da prova desse final de semana de uma banca aqui do sul chamada Fundatec.

Pronome relativo troca por “o” por “a qual” conjunção integrante troca pela palavra “isso. Pessoal, 90% das questões se resolve dessa forma. Agora vamos falar daqueles 10% vagabundo. Funciona assim: se for um pronome relativo, a palavra chave vai ser “retomar” ou “substituir”. Se for uma conjunção integrante, a palavra-chave é “completar”. Então ultimamente as questões têm sido muito legais eles falam: “ah, o pronome relativo, a conjunção integrante” e aí eu já faço o gatilho na hora dessa ideia, de “o” “a qual” ou “isso” mas se eles resolverem induzir assim, tencionar um pouco a questão, aí eles dizem assim: “qual das palavras abaixo não retoma” opa, se não retoma ela completa ou “qual que não completa?” Se não completa, retoma. Esse é um joguinho de palavras que também, às vezes aparece em algumas questões e aí, se a prova for muito difícil, nasce a terceira seta que é isso aqui: sempre que tiver um pronome relativo nós vamos introduzir um tipo de oração que é uma oração subordinada chamada de adjetiva. É uma oração subordinada adjetiva. Essas orações subordinadas adjetivas elas podem ser de duas formas: as restritivas e as explicativas. Então é assim: a aula de hoje, nós estamos estudando o que é um pronome e o que é uma conjunção. Na aula 4 eu vou te mostrar, o pronome relativo tem umas tretas aqui de retomar, aí eu venho para essa coluna; na

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aula 6 eu vou falar disso aqui: de completar. Na aula 7 eu vou falar disso aqui então, tu entende que se está na aula 7 é mais difícil, ela tem uma gradação, eu já tô te apresentando a treta aqui para a gente já ganhar um tempo nisso.

Mas é assim: se for fácil pergunta isso (o, a qual) se for difícil pergunta isso (oração subordinada adjetiva) e se for a CESPE, pergunta isso (retomar, substituir). Conjunção integrante troca por “isso”, completa e introduz um outro tipo de oração: as orações subordinadas substantivas. O que fazem as orações subordinadas substantivas? Elas introduzem funções sintáticas. Tu entendeu a importância da aula 2 agora? A aula 2 me garante na paralela uma das questões mais difíceis da prova que é entender o que uma oração subordinada substantiva, por isso que a aula 2 é o segredo. Aqui é uma prova disso: funções sintáticas então vai ser aquela matéria lá da oitava série que a gente pegou recuperação que era “oração subordinada substantiva objetiva direta” essa treta nasce daqui.

Acho que com esse paralelo aqui já nos ajuda. E aí vem esse exercício aqui, esse exercício, eu destaquei 40 palavras nesse texto e aí vocês tem que me dizer “a número 8 é tal coisa, a número 10 é tal coisa então, como a gente ainda tem um tempo de aula, quem sabe a gente faz até a 20, pode ser? Aí a gente faz até a 20 e o resto fica de tema então para a nossa próxima aula, vamos fazer até a 20.

1. Classifique – no contexto em que aparecem – as palavras destacadas no texto retirado do site da UOL, de Thais Carvalho Diniz, em São Paulo, 28/08/2017

Por que os casamentos estão acabando em tão pouco tempo?

O livro (1) "Amor Líquido (2)", do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, é de 2003, mas se faz atual a cada ano que (3) passa. Na obra, Bauman fala sobre (4) como as relações (5) são frágeis e se tornaram descartáveis (6). E é exatamente (7) isso que os especialistas (8) entrevistados pelo UOL constatam nos consultórios (9) de terapia quando o assunto (10) é casamento.

Mas não precisa ser profissional para (11) perceber esse (12) fato, afinal, no seu (13) círculo social (14) deve ter ao menos um (15) que acabou em dois, três e até cinco anos de (16) união. Para o caso dos relacionamentos que não (17) fizeram nem o primeiro (18) aniversário depois do "sim" (19), houve aumento de 466,8% no número de casais que (20) se separaram. Os dados são da última (21) pesquisa de Estatísticas do Registro Civil do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que comparou (22) os dados (23) de 2010 – primeiro ano do estudo(24) com (25) esse (26) filtro de tempo (27) – até os mais recentes, de 2014.

A (28) psicoterapeuta Marcia Barone diz que (29) diminuiu o tempo para um (30) casal entrar em crise. De acordo com (31) as informações da (32) psicóloga, se entre (33) 2000 e 2010 as pessoas (34) procuravam a (35) terapia quando (36) já tinham de 11 a 20 anos de casamento, as queixas (37) hoje (38) chegam com relacionamentos (39) de até cinco (40) anos.

O livro “Amor líquido” fica claro para vocês que “livro” é o nome de um negócio? Substantivo. Agora esse “líquido” também é o nome de um negócio, o líquido de botar na esponja lá, é o nome de um negócio, só que ilha no contexto em que ele está sendo usado é “amor líquido” caracteriza amor, sim? Adjetivo. “mas se faz atual a cada ano” “isso” ou a cada ano “o qual” passa? O qual passa, o 3 é um pronome. Bauman fala sobre, que que é o 4? Preposição. “Como

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as relações” e aí as relações é o nome de um processo, de uma coisa, é um substantivo. “Se tornaram descartáveis” então para quem está mais avançado, vocês entendem que o número 6 é um adjetivo? Vocês entendem que o número 6 exerce uma função sintática que é chamada de predicativo? “Se tornou” é um verbo de ligação, verbos de ligação têm predicativo, tá mas não é para anotar predicativo, eu tô fazendo análise morfológica, isso é um adjetivo; é porque quando eu falei de adjetivo na aula eu falei que ele poderia ser predicativo ou adjunto adnominal, aqui é um exemplo de predicativo.

“É exata...mente” e aí quando a gente coloca esse “mente” ele vira o tal advérbio.

“O que os especialistas entrevistados” então especialistas o número 8 é substantivo.

E o número 9 e o número 10? Substantivos também. Todo mundo de boas até a 10? Vamos para a outra metade.

“Mas não precisa ser profissional para” preposição. “Perceber esse” e o “esse” é o tal pronome, aqueles pronomes que a gente estudou demonstrativos né.

E o 13 também é um pronome, só que agora ele é um pronome possessivo.

E o “social” vocês entendem que é “círculo social” então “social” caracterizou o “círculo” então é um adjetivo; 14 adjetivo.

“Deve ter ao menos um, que acabou em dois, três ou até cinco anos” que que é esse “um”? Perfeito, vocês entenderam o contexto? “Deve ter pelo menos um, pelo menos dois, pelo menos três; então o 15 é um numeral.

E o “de” preposição a 16.

“Caso dos relacionamentos que não” e “não” é um famoso advérbio.

Olha que legal essa: “nem o primeiro aniversário“ e aí a gente pensa: “ah substantivou né”, mas não, porque vocês entendem que esse “o” é do aniversário? Então o que que é o “primeiro”? Numeral, 18 numeral. Não é -eu insisto nessa ideia tá turma- não é o artigo que está do lado que substantiva o cara, o artigo tem que trabalhar para o cara.

E aqui a 19 ela é uma pegadinha, até uma vez eu corrigi um exercício eu corrigi errado uma vez, eu esqueci do “do”, eu só olhei para o “sim” se eu olhar o “sim” ele é um advérbio, mas o que que é “do sim”? Agora é o substantivo. A 19 é um substantivo porque é do sim, de o né, o “o” determina o “sim”.

“O número de casais isso?” Ou “o número de casais os quais”? Os quais, então o 20 é igual ao 12, é um pronome, só que ele é diferente o tipo de pronome né, ele é um pronome relativo. Legal?

Então, essas últimas 20 vão ficar para o final. Essa aula turma, ela é uma aula bem introdutória, lembra que eu comecei a aula dizendo: “é uma aula sobre um monte de nada”? Vocês viram que a gente viu um monte de nada, mas que eles vão fazer assim, aquele, aquela engrenagem para as próximas aulas. Eu sei que muitos de vocês já assistiram toneladas de aulas, já assistiram muitas aulas de português, muitas aulas de português comigo, aulas com outros colegas, aulas de direito, enfim, já assistiram aulas e é assim, mas, eu acho né, esse semestre eu tô fazendo duas cadeiras na faculdade do primeiro semestre e é horrível, vocês não tem noção, é horrível, porque tu já viu tudo. Aí, semana passada eu estava na aula, e é uma hora e meia de aula, uma

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hora e meia de coisas que eu já ouvi falar e aí daqui a pouco a professora falou um negócio e eu falei assim: “ahhhh, entendi essa coisa” então se permitam estar aqui, não fica se cobrando, te permite, faz parte de um processo para conseguir nossos objetivos.

Certo, nos vemos semana que vem.