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1 CURSO ONLINE ATUALIDADES PARA A DEPEN PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES AULA 02 Política Olá, pessoal, estão animados nossa aula de hoje? Espero que sim, pois hoje veremos um dos temas mais interessantes de todo o nosso curso e que vem despencando nas provas de atualidades! Como vocês mesmo devem imaginar falar de política implica falar de muitas coisas do nosso cotidiano, mas, para fins de prova, alguns temas são muito mais recorrentes do que outros e é justamente desses temas que vamos tratar aqui hoje, ok? Pois bem, iniciaremos nossa aula falando sobre um dos aspectos políticos mundiais que mais estiveram na mídia nos anos de 2011 e 2012: os vários conflitos que se estenderam pelo mundo afora e, principalmente, se no ano de 2013 esses conflitos dão mostras de terem atingido seus objetivos iniciais. Portanto, não podemos de forma alguma, deixar de estudá-lo, por mais chato que alguns alunos o julguem. Em seguida falaremos sobre outro tema que atualmente tem sido recorrente na mídia mundial, que é sobre o conflito existente entre EUA e Coréia do Norte. Eu entendo que temos uma grande dificuldade de compreender esse assunto, afinal a realidade é muito distinta da nossa, não é mesmo? No entanto, ignorar esse aspecto político mundial seria correr o risco de perder valioooosos pontinhos na prova... e esse risco nós não podemos correr!! Na segunda parte da nossa aula, abordaremos alguns importantes e atuais aspectos políticos nacionais, ok? Então simbora trabalhar esses assuntos. ;-)

Aula 02

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    ATUALIDADES PARA A DEPEN PROFESSORA

    VIRGNIA GUIMARES AULA 02

    Poltica

    Ol, pessoal, esto animados nossa aula de hoje? Espero que sim,

    pois hoje veremos um dos temas mais interessantes de todo o nosso curso e

    que vem despencando nas provas de atualidades!

    Como vocs mesmo devem imaginar falar de poltica implica falar de

    muitas coisas do nosso cotidiano, mas, para fins de prova, alguns temas so

    muito mais recorrentes do que outros e justamente desses temas que vamos

    tratar aqui hoje, ok?

    Pois bem, iniciaremos nossa aula falando sobre um dos aspectos

    polticos mundiais que mais estiveram na mdia nos anos de 2011 e 2012: os

    vrios conflitos que se estenderam pelo mundo afora e, principalmente, se no

    ano de 2013 esses conflitos do mostras de terem atingido seus objetivos

    iniciais. Portanto, no podemos de forma alguma, deixar de estud-lo, por

    mais chato que alguns alunos o julguem.

    Em seguida falaremos sobre outro tema que atualmente tem sido

    recorrente na mdia mundial, que sobre o conflito existente entre EUA e

    Coria do Norte. Eu entendo que temos uma grande dificuldade de

    compreender esse assunto, afinal a realidade muito distinta da nossa, no

    mesmo? No entanto, ignorar esse aspecto poltico mundial seria correr o risco

    de perder valioooosos pontinhos na prova... e esse risco ns no podemos

    correr!!

    Na segunda parte da nossa aula, abordaremos alguns importantes e

    atuais aspectos polticos nacionais, ok?

    Ento simbora trabalhar esses assuntos. ;-)

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    Primavera rabe

    Bem, amigos, infelizmente esse um dos assuntos mais famosos do

    momento, pois, apesar de ter seu inicio em 2011, ainda hoje o caos que se

    instalou parece no ter fim e basta um filme mal produzido para ser o estopim

    de novas revoltas nos pases rabes.

    Mas, afinal, o que essa to falada Primavera rabe?

    Bem, ela pode ser entendida como sendo um conjunto de

    manifestaes realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritrios e

    centralizadores que ocorrem em diversos pases do Oriente Mdio. O fenmeno

    continua ativo no norte de frica e no Oriente Mdio e, mesmo que muitos

    insistam em afirmar que a Primavera j passou, no isso que vemos nos

    noticirios, no mesmo?

    Apesar das incertezas, alguns continuam otimistas sobre as

    conquistas da Primavera rabe, que colocou a democratizao entre os

    principais assuntos de uma regio que parecia condenada a seguir como um

    santurio de regimes autocrticos intocveis. Muitas ditaduras j caram e

    outras tantas sofrem com a presso popular exigindo seu fim.

    O fato que o fenmeno est mais vivo do que nunca,

    principalmente em alguns pases como a Sria. Mas acredito que a grande

    questo aqui : o que afinal eu devo saber sobre todos esses inmeros

    movimentos rabes que no param de acontecer?

    Vamos dar uma olhadinha como esto hoje, em 2013 os principais

    pases envolvidos nesta manifestao contra os regimes ditatoriais?

    Iniciemos pela Tunsia, que considerada o bero da Primavera

    rabe.

    O que aconteceu que nove meses aps a revoluo, o partido islmico

    Ennahda venceu as primeiras eleies livres na Tunsia. Moncef Marzouki foi

    eleito novo presidente da Tunsia. Marzouki foi uma das figuras de oposio ao

    regime do presidente deposto Ben Ali. Hamadi Jebali, lder dos islamitas

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    moderados que venceram as eleies, assume o cargo de primeiro-ministro,

    que tem a parte mais importante do poder.

    T legal professora, mas e a, as coisas se resolveram? Bom, meus

    amigos, as coisas no saram da forma desejada! Um ano aps as eleies que

    ocorreram em outubro de 2011, a Anistia Internacional cita em seu relatrio;

    Tunsia, um passo em frente dois passos atrs. Ixi, como assim

    professora? Se meses aps a revoluo foram dados passos rumo aos tratados

    internacionais de direitos humanos como libertar presos polticos, promulgar

    leis para a liberdade de imprensa, o novo presidente eleito no manteve estas

    iniciativas. Concomitante a isso, as autoridades tambm parecem incapazes

    ou com falta de vontade em proteger as pessoas de ataques de grupos ligados

    aos salafistas [islamistas radicais]. O partido Ennahda e o grupo salafista

    querem dar ao Isl mais peso na poltica e na sociedade do pas, fato visto com

    preocupao pelas foras no religiosas. Alm de que crise econmica o

    principal problema e claramente mais problemtica do que o conflito social.

    No Egito, a Irmandade Muulmana venceu a primeira eleio livre

    no pas elegendo Mohammed Mursi. Esta aconteceu em dois turnos, sendo o

    primeiro em 23 e 24/05/12 e o segundo em 16 e 17/06/12.

    E esse novo presidente bom professora? Bom, meus amigos, no

    quesito represso Mursi est demonstrando que no deve nada a Mubarak.

    Tanto que aprovou no dia 28/01/13 a autorizao para priso indiscriminada

    de manifestantes, alm de impor medidas antipopulares, como o pacote com o

    FMI, que exige um aumento de impostos de produtos essenciais agravando a

    carestia de vida da populao, sem contar que no resolveu nenhuma das

    demandas democrticas fundamentais e de ter aprovado uma constituinte

    marcada por uma poltica antidemocrtica em relao s mulheres, e

    antioperria. O que torna evidente que a queda de Mubarak a despeito da

    bravura das massas, no se tratou de uma revoluo democrtica

    triunfante..

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    Aps incidentes violentos em frente ao edifcio da Irmandade, durante os quais

    vrios manifestantes e jornalistas acusaram membros da agrupao islamita

    de agredi-los, entidades opositoras egpcias convocaram para 22/03/13

    protestos em frente sede da Irmandade Muulmana para condenar alegadas

    agresses, o que foi respondido com a interveno da polcia. Marcando assim

    um aumento da tenso na cena poltica do Egito, inserida em uma disputa

    entre o presidente Mohamed Mursi e os integrantes da Frente de Salvao

    Nacional, que se negam a qualquer entendimento at que sejam aceitas as

    suas exigncias.

    O caso mais bvio foi o da Sria, onde a revolta no tardou a se

    transformar em uma guerra civil compondo um cenrio mais complexo,

    violento e desgastante, que j consumiu mais de 20 mil vidas e devastou as

    maiores cidades do pas.

    Na Lbia, Mohammed Magarief, opositor histrico do regime de

    Kadhafi, foi eleito em 07/07/12, presidente do parlamento e tambm

    presidente interino do pas, recebendo o poder do Conselho Nacional de

    Transio, que liderou o pas desde a morte de Kadhafi, e que aps o pleito, foi

    dissolvido. O pleito ocorreu em meio rivalidade poltica e s ameaas de

    boicote que dificultaram os esforos de reconstruo aps a revolta contra o

    regime de Muammar Gaddafi, morto por rebeldes em outubro de 2011.

    A revoluo no mundo rabe conseguiu atingir os principais objetivos:

    libertar os pases e derrubar o regime autocrtico. Mas, ainda em 2013, a Lbia

    aterrorizada por milcias e no se pode contabilizar o nmero real de milcias

    armadas existentes em todo o pas e no tem sido fcil para o Conselho

    Nacional de Transio manter a ordem. Sendo que as cadeias e centros de

    deteno improvisados continuam repletos de apoiadores de Kadhafi, mas

    tambm de mercenrios espera de uma oportunidade para fugir. Sua

    economia ainda hoje, em abril de 2013 o setor petrolfero, que preenche

    cerca de 30% do PIB, alm de ser responsvel por 95% das exportaes. Os

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    rendimentos proporcionados pelo petrleo e o fato de a populao ser reduzida

    fazem com que este pas tenha o maior rendimento per capita da frica.

    Assim, pessoal, o que vemos que todas as revoltas que tm

    eclodido e sido noticiadas exaustivamente na mdia nos ltimos meses so os

    elementos dessa primavera, que no tem nada de florida, no mesmo?

    1 (CESGRANRIO/CEF/2012-Advogado) O mundo no vai acabar em

    2012. Que pena!, diro os cnicos. Mas, para aqueles que so, em

    variados graus, mais otimistas, 2012 ser um ano de atos de

    equilibrismo. A Primavera rabe vai tornar-se outro vero.

    SUU KYI, A. Um senso de equilbrio. The economist/ Revista Carta Capital, So Paulo:

    Confiana. O mundo em 2012, n. 677, jan./fev. 2012, p.86.

    A expresso Primavera rabe, empregada no texto, refere-se aos

    levantes polticos de 2011 ocorridos majoritariamente no

    (A) norte da frica

    (B) sudeste da frica

    (C) sudeste da sia

    (D) nordeste da sia

    (E) centro-sul da Europa

    COMENTRIOS

    A resposta correta a letra A. Em 2010, um jovem tunisiano

    ateou fogo ao prprio corpo em protesto contra as condies de vida em seu

    pas. O protesto se espalhou por toda a Tunsia, levando o presidente Zine El-

    Addine Ben Ali, que estava no poder desde 1987, a fugir para Arbia Saudita

    apenas dez dias depois. Este ato foi o incio de uma srie de protestos que

    seria mais tarde chamado de Primavera rabe. Apenas como lembrete: a

    Tunsia fica no norte da frica e sua capital Tnis.

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    2 (ESAF/MCTI/2012 -adaptada) Muitos acontecimentos, ao longo de

    2011, podem ser classificados como histricos, seja pelo impacto que

    causaram, seja pelas repercusses que ainda podem se desdobrar por

    muito tempo. A respeito desse fato a chamada Primavera rabe, cujo

    ponto de partida foi o solitrio gesto de um homem comum ao se

    imolar, representou o caminho sem volta dos pases rabes em direo

    democracia laica ocidentalizada.

    COMENTRIOS

    O inicio da questo est perfeito, no entanto, ela se torna errada no

    momento em que afirma que o gesto solitrio do homem comum representou

    um caminho sem volta em direo a democracia laica ocidentalizada. Ainda

    que estejam se dirigindo a uma democracia, ainda no podemos entend-la

    como uma democracia nos moldes do ocidente, tampouco laica, como ns

    conhecemos, no mesmo? Cuidado com o etnocentrismo, pois ele pode nos

    conduzir ao erro numa questo dessas, ok? Portanto, preciso ter claro que o

    elemento democracia no existe apenas nos moldes laicos e ocidentais, como

    conhecemos, no!! Portanto, a assertiva est errada!

    3 (CESPE/TJ/AL-2012/adaptada) A Primavera rabe caracterizou-se

    por uma srie de manifestaes e revoltas populares contra os

    regimes polticos ditatoriais de pases do norte da frica e do Oriente

    Mdio. Acerca desse processo poltico e de suas consequncias, julgue

    os itens seguintes:

    a) Na Tunsia, os protestos se transformaram em uma guerra civil no

    declarada que j causou a morte de milhares de pessoas.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. Na Tunsia, j ocorreram eleies e no h

    mais guerra civil, apesar de ter sido o pas que marcou o incio da Primavera

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    rabe, em dezembro de 2010. Em agosto de 2012, recomearam os protestos

    no pas, contra os islamitas do partido An-Nahda. Desta vez no existe um

    pretexto evidente, mas as razes profundas para o descontentamento so as

    mesmas: os problemas sociais e a misria da maioria da populao. At agora,

    a Tunsia era considerada a vitrine da Primavera rabe. Ao contrrio da Lbia,

    do Egito, do Imen e da Sria, a sua revoluo decorreu quase sem

    derramamento de sangue, mas no se deve excluir que os atos de protesto

    social e a grande ciso entre os rgos de poder, coloquem a Tunsia beira

    de uma nova revoluo, que j no ser nada pacfica.

    b) Em Israel, a maioria da populao rabe busca, por meio de uma

    nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de direitos.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. Israel possui uma democracia

    representativa com um sistema parlamentar, j contando, portanto, com

    representao proporcional e sufrgio universal. Alm disso, Israel tem uma

    das mais altas expectativas de vida do mundo e considerado um pas

    desenvolvido, sendo membro da OCDE e da ONU.

    c) Na Lbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou com a

    destituio do general Muammar Kaddafi do poder e a diviso do

    territrio do pas entre os diversos grupos rebeldes.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. Nem mesmo a morte do ditador conseguiu

    acalmar a revolta popular lbia, e o pas continua vivendo uma intensa

    instabilidade poltica. Em setembro de 2012, o embaixador e outros trs

    americanos foram mortos no local, vitimas do crescimento de grupos islamitas

    radicais.

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    d) Na Sria, as manifestaes populares resultaram na convocao de

    eleies livres e democrticas no 1. semestre de 2012.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. As eleies legislativas ocorridas em maio

    na Sria, foram uma tentativa do regime conseguir alguma credibilidade,

    apesar violncia que permeou todo o processo. Estas foram as primeiras

    eleies "multipartidrias" em meio sculo na Sria, onde o regime do

    presidente Bashar al-Assad enfrenta desde maro de 2011 um movimento de

    contestao reprimido com violncia. Entretanto no podemos classificar essas

    eleies como tendo sido livres tampouco democrticas, no mesmo? A

    oposio considerou "absurda" uma eleio que teve inmeras crticas por ser

    uma tentativa do regime para ganhar legitimidade.

    e) No Egito, as eleies populares foram vencidas pelo candidato da

    Irmandade Muulmana, uma organizao poltica de inspirao

    religiosa.

    COMENTRIOS

    A assertiva esta correta! Apesar de ter sido a primeira eleio livre

    de toda histria do pas ela foi vencida pelo candidato de uma organizao

    poltica de inspirao religiosa. bom lembrar, pessoal, que at 2005, as

    eleies no Egito eram indiretas, com o presidente escolhido pelo Parlamento e

    ratificado por consulta popular, tida como claramente fraudulenta pela

    oposio e por observadores internacionais.

    A) Crise na Tunsia

    Bom, para entendermos essa crise aqui nossa historinha ter que

    retornar a 17 de dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano ateou fogo no

    prprio corpo ao ser repreendido por policiais que o impediam de vender

    vegetais, sem permisso, em uma banca de rua.

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    Essa revolta uma das mais importantes de ser compreendida, pois

    ela foi o verdadeiro estopim de todas as outras, que s ocorreram aps o gesto

    desse jovem, o que desencadeou uma onda de protestos em todo o pas,

    clamando por maior liberdade poltica e reclamando do desemprego.

    A Tunsia um pas do Norte da frica de maioria muulmana (99%

    da populao), que se destacava como um importante destino turstico e

    exemplo de prosperidade no mundo rabe. No campo poltico, todavia, o pas

    era governado desde 1987 por Zine Al-Abdine Ben Ali, que impunha ao pas

    um regime de carter autoritrio.

    Dessa forma, se no campo econmico a Tunsia vinha conseguindo

    desenvolver-se progressivamente, no campo poltico-social surgiram condies

    para a revolta da populao: liberdades polticas restritas, desemprego e

    corrupo da elite dominante. Com isso, os protestos ecoaram por todo o pas,

    exigindo que o presidente Ben Ali deixasse o poder.

    Como forma de tentar manter-se no poder, Ben Ali anunciou diversas

    reformas, dentre as quais citamos:

    I criao de um comit especial com a atribuio de investigar a corrupo;

    II promessa de criao de 300.000 empregos;

    III combate inflao (alta dos preos);

    IV permisso liberdade de imprensa e ao amplo acesso internet;

    V aprofundamento da democracia.

    Mesmo com o anncio dessas reformas, os protestos continuaram e

    Ben Ali foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente. Em outubro de 2011,

    partido islmico moderado Ennahda venceu as primeiras eleies democrticas

    do pas aps os protestos da Primavera rabe, liderado por Moncef Marzouki

    Por fim, vale destacar que outros pases rabes da regio do Norte da

    frica, como Lbia e Egito, tambm possuam regimes ditatoriais, o que gerou

    a perspectiva de que pudessem ocorrer nesses pases movimentos parecidos

    com o da Tunsia. A expectativa foi confirmada em ambos os casos, como

    veremos a seguir. Mas antes veremos questes que abordaram esse assunto!

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    4) (IBFC/Analista de Promotoria I Assistente Social MP-SP /2011

    /adaptada) O presidente da Tunsia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou

    em 14 de janeiro de 2011 aps um ms de violentos protestos contra o

    governo. Ele estava h 23 anos no poder. Foi a primeira vez que um

    lder rabe foi deposto por fora de movimentos populares.

    Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

    Acerca do movimento que resultou na renncia e priso do ex-lder tunisiano,

    julgues os itens subsequentes:

    a) Os protestos na Tunsia comearam aps um jovem de 26 anos ter

    ateado fogo em seu corpo aps ser impedido pela polcia de vender

    frutas e legumes em uma barraca de rua.

    COMENTRIOS

    A assertiva est correta. Mohammed Bouazizi, de 26 anos, levou a

    cabo a autoimolao ateando fogo em seu prprio corpo. A ao foi feita em

    frente a um prdio governamental em protesto ao confisco de seu carrinho de

    mercadorias (frutas e legumes). Ele era um licenciado e desempregado. O que

    poderia ter sido uma manifestao pontual tornou-se uma onda de protestos

    que duraram mais de ms, levando o ex - lder da Tunsia a renunciar ao

    governo e deixar o pas.

    b) Os protestos foram motivados pela no adeso da Tunsia Liga

    rabe, principal instituio poltica supranacional do mundo islmico.

    COMENTRIOS

    A assertiva est incorreta. A Tunsia membro da Liga rabe desde 1958,

    portanto, quando a afirmativa diz que os protestos eram contra a no adeso

    do pas Liga incorre em erro.

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    c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela

    fraude ocorrida nas eleies nacionais em dezembro de 2010.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. As eleies presidenciais que reelegeram

    pelo quinto mandato o ex-presidente Ben Ali aconteceram em 2009 e no em

    2010. No final do ms de outubro de 2011 foram feitas as primeiras eleies

    livres para a escolha da Assembleia Constituinte tunisiana. J no que se refere

    a dezembro de 2010, este foi o ms que teve incio os protestos contra o

    desemprego, a inflao e a corrupo naquele pas.

    d) A Tunsia era o nico pas islmico a ter um regime poltico

    ditatorial, o que gerou insatisfao popular e, consequentemente, os

    protestos que derrubaram o presidente.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. A Tunsia no era o nico pas islmico que

    vivia uma ditadura e nem o nico que derrubou o governo. Outro exemplo e

    que est na pauta do dia dos noticirios do mundo a Lbia, portanto, esta

    afirmativa est incorreta.

    5) (IBFC / Analista de Promotoria I Assistente Social MP-

    SP/2011/adaptada) Em relao aos desdobramentos e consequncias

    dos protestos tunisianos a outros pases da frica do Norte e do

    Oriente Mdio, julgue os itens subsequentes:

    a) A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

    resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim

    como seu colega tunisiano, tambm estavam h dcadas no poder.

    COMENTRIOS

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    A assertiva est incorreta. Embora o Marrocos e o Saara tambm

    tenham apresentado grandes manifestaes populares, o governo no caiu. O

    rei marroquino, Mohammed VI, permanece no poder que detm h 12 anos.

    Ele tambm o foco das manifestaes no Saara, pois seu governo comanda a

    regio, no aceitando a sua independncia e autodeterminao. Nesse sentido,

    quando a afirmativa diz que as ondas de protestos nessas duas regies

    tiveram o mesmo resultado da Tunsia, ela torna-se incorreta. interessante

    relembrar que no Marrocos, as eleies de novembro elegeram maioria de

    islmicos moderados, bastante abertos a negociaes com a monarquia.

    b) Os principais desdobramentos e consequncias do acontecido na

    Tunsia foram relacionados tambm queda do presidente egpcio e de

    uma onda de protestos contra o ditador Lbio Muammar Gaddafi,

    resultando em uma violenta e sangrenta guerra civil na Lbia.

    COMENTRIOS

    A assertiva est correta. Como j foi dito nos comentrios da

    questo anterior, o caso da Lbia tambm resultou no fim da ditadura de

    Muammar Kadhafi. Em fevereiro de 2011 estouraram algumas manifestaes

    na Lbia contra o governo de Muammar Kadhafi, essas manifestaes se

    estenderam at agosto, havendo contnuos combates. Neste mesmo ms, os

    rebeldes conseguiram cercar o quartel-general de Kadhafi, pressionando-o a

    deixar o poder. Um de seus filhos, Seif AL Islam, foi capturado e enviado para

    o Tribunal Penal Internacional, no qual responder por crimes contra a

    Humanidade. Ao final de agosto de 2011, os rebeldes conseguiram dominar

    Trpole, promovendo a fuga do ex-ditador. Convm lembrar que o ex-ditador

    lbio foi morto no dia 20 de outubro de 2011, e no foi apenas a populao da

    Lbia que comemorou sua morte. Em vrios pases tambm aconteceram

    manifestaes comemorativas com a morte de Kadhafi. (nesta aula ainda

    falaremos mais sobre esse tema!)

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    Por outro lado, tambm no Egito foram promovidos protestos contra

    o presidente Hosni Mubarak. Iniciaram-se no dia 25 de janeiro de 2011

    manifestaes populares exigindo a renncia do presidente egpcio, depois de

    18 dias de intensos protestos contra seu governo, o presidente renunciou

    entregando todo poder ao Exrcito. Mubarak governou o Egito por 30 anos, foi

    aliado do governo norte-americano e coordenou a poltica com mos de ferro,

    combatendo grande oposio em seu pas. Mas, a presso popular fez com ele

    deixasse o governo.

    Em junho de 2012 foi eleito Mohamed Mursi, apoiado pela Irmandade

    Mulumana, com 51,73% dos votos. Mas nem tudo so flores. Nas ltimas

    semanas, tanto a oposio quanto o governo levaram multides s ruas,

    principalmente no Cairo. Houve episdios de enfrentamento e violncia,

    inclusive diante do palcio presidencial, na periferia do Cairo, que deixaram

    mortos. Os problemas comearam quando Mursi assinou decretos que lhe

    atriburam "superpoderes", pois eximiram as decises dele de exame judicial, e

    se agravaram quando ele acelerou a finalizao da nova Constituio numa

    assembleia dominada por seus aliados islmicos.

    Assim sendo, pessoal, o caso da Lbia e o caso do Egito so anlogos

    ao da Tunsia e, portanto, esta assertiva est correta.

    c) Os acontecimentos foram abafados em outros pases rabes pela

    Liga rabe a fim de conter a queda nos preos do barril do petrleo.

    COMENTRIOS

    A assertiva est incorreta. Como podemos verificar nos comentrios das

    opes anteriores, as manifestaes no foram abafadas em outros pases.

    d) As consequncias dos protestos na Tunsia chegaram at a

    Palestina, onde os grupos islmicos deste pas (Hamas e Fatah) se

    uniram contra o domnio israelense.

    COMENTRIOS

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    Esta assertiva era considerada errada, pois quando foi realizado o referido

    concurso, a aproximao entre essas duas faces ainda no havia ocorrido,

    todavia, atualmente ela j seria entendida como correta.

    Portanto, vamos dar uma ateno a mais pra isso aqui, ok?).

    No incio do ms de fevereiro de 2012, o Hamas e o Fatah, assinaram

    um compromisso formal para constituir um governo interino unificado na

    Cisjordnia e na Faixa de Gaza, com o objetivo de organizar eleies

    parlamentares e presidenciais nas regies ainda este ano. Essa

    aproximao complicou, ainda mais, as negociaes

    de paz entre palestinos e israelenses, pois a unio dos dois grupos d indcios

    de uma luta contra Israel, o que pe fim s negociaes de paz.

    De todo modo, bom lembrar que o Hamas o mais importante

    movimento fundamentalista islmico na Palestina o qual controla a regio da

    Faixa de Gaza e defende o enfrentamento e a resistncia contra Israel. Por

    outro lado, o Fatah uma organizao poltica e militar que luta pela libertao

    dos povos da Palestina, sendo a maior faco da OLP (Organizao para

    Libertao da Palestina). No entanto, o Fatah menos radical que o Hamas e

    atualmente prega a reconciliao e negociaes com Israel.

    A diferena de posicionamento dos dois grupos ainda no havia

    permitido que eles se unissem, mas, na segunda quinzena de dezembro de

    2011, o lder do movimento Fatah, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, lder

    do Hamas, comprometeram-se a promover a reconciliao entre ambos os

    grupos e outras faces palestinas, formando assim um governo unificado cuja

    composio ficou conhecida em fevereiro deste ano.

    Dessa forma, depois de vrios dias de negociaes no Cairo, Egito, o

    esforo promovido no sentido de sanar as divergncias que levaram diviso,

    em 2007, entre Gaza e a Cisjordnia e ao colapso do conselho legislativo

    palestino, parece ter surtido efeito. Aps um contato bilateral entre

    representantes do Hamas e do Fatah, autoridades das restantes faces

    reuniram-se no Cairo para estudar propostas que levem formao de um

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    governo de unidade nacional e organizao das eleies gerais previstas para

    maio deste ano.

    Este anncio de unio entre os dois grupos foi um indicativo do

    regresso do Hamas Organizao de Libertao da Palestina (OLP),

    reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino.

    Em novembro de 2012, as faces rivais palestinas Fatah e Hamas

    afirmaram que decidiram terminar com anos de disputas em uma

    demonstrao de solidariedade pela crise de Gaza.

    "A partir daqui, anunciamos com outros lderes (de faces) que

    estamos acabando com a diviso", afirmou Jibil Rajoub, do Fatah, grupo do

    presidente palestino Mahmoud Abbas, a uma multido de cerca de mil pessoas

    que se reuniram para um protesto em Ramallah, a capital poltica da

    Cisjordnia.

    No incio de dezembro de 2012, foi noticiado que os governos

    palestinos do Hamas, em Gaza, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), cuja

    maioria formada pelo Fatah, na Cisjordnia, permitiro pela primeira vez

    desde 2007 os festejos do outro grupo em seus respectivos territrios, em um

    novo gesto em direo reconciliao definitiva entre ambas as formaes.

    e) (INDITA/2013) A Tunsia considerada o bero da Primavera

    rabe. Atualmente, (em fev/2013), ao que tudo indica, os objetivos

    deste movimento foram alcanados. A Tunsia tem vivido momentos de

    democracia e a sociedade em geral, tem se manifestado em favor do

    eleito Moncef Marzouki, apoiado pelo partido islmico Ennahada.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. A verdade que atualmente o que vem

    ocorrendo na Tunsia no tem nada a ver com os anseios expectativas do povo

    tunisiano. A oposio encontra-se descontente com a falta de reformas e com

    o governo liderado pelo partido islmico Ennahad. Da Primavera rabe aos

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    dias de hoje, a Tunsia no conseguiu manter o passo democrtico. A tenso

    entre islamistas e secularistas aumentou. A oposio secular acusa o Ennahda

    de ser muito prximo a grupos radicais salafistas. J os salafistas se queixam

    de que o Ennahda no est defendendo os valores islmicos. O Ennahda rejeita

    as acusaes de ambos os lados.

    Enquanto as faces disputam poder, a economia tunisiana segue em

    frangalhos: o desemprego entre os jovens est em 23% e a economia do pas

    cresceu menos de 1% em 2012.

    Alm da paralisia poltica e econmica, o assassinato a tiros do lder

    da oposio secularista, Shokri Belaid em 06/02/13, aumentou o furor de parte

    da populao com os problemas polticos do pas. Belaid foi assassinado a tiros

    na porta de sua casa, na capital Tnis. O crime levou milhares de

    manifestantes s ruas da cidade e tambm de Sidi Bouzid, que entoavam o

    famoso cntico que marcou a derrubada de Ben Ali: o povo quer o fim do

    regime.

    Dia 19/02/03, o primeiro-ministro tunisino Hamadi Jebali demitiu-se.

    Para os analistas, o fato que o partido de Jebali, o islmico Ennahda, que

    domina o governo, rejeitou sua deciso de formar um governo tecnocrata,

    alegando que o pas precisa de um governo de polticos.

    Para aliviar as tenses, Jebali (primeiro-ministro) anunciara a

    dissoluo do gabinete ministerial e a formao de um governo de unidade

    nacional dominado por tecnocratas sem filiao poltica. Mas,Jebali foi incapaz

    de formar esse governo diante do impasse entre as foras polticas. Com a sua

    renncia, escancara-se a crise poltica na Tunsia e coloca-se um ponto de

    interrogao no futuro do pas pioneiro nos levantes da Primavera rabe.

    Fontes: http://pt.euronews.com/2013/02/08/funeral-de-chokri-belaid-causa-greve-geral-na-tunisia/

    http://pt.euronews.com/2013/02/08/funeral-de-chokri-belaid-causa-greve-geral-na-tunisia/

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    B) Crise no Egito

    O Egito um pas rabe situado no Norte da frica, bem prximo ao

    Oriente Mdio, fazendo fronteira a leste com Israel e Faixa de Gaza, conforme

    podemos observar no mapa a seguir. Trata-se de um dos pases mais

    populosos da frica, cuja maior parte da populao (cerca de 90%) professa a

    religio islmica sunita.

    A Repblica do Egito foi estabelecida em 1953, sendo que ,em 1956,

    foi declarada a total independncia do pas em relao ao Reino Unido (que

    colonizou a regio). Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a

    Pennsula do Sinai (territrio egpcio). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, o

    Egito e a Sria tentaram recuperar territrios perdidos para Israel na Guerra

    dos Seis Dias, respectivamente, a Pennsula do Sinai (territrio egpcio) e as

    Colinas de Gola (territrio srio).

    Apesar de no terem obtido sucesso militar na empreitada, considera-se

    que a Guerra do Yom Kippur foi uma vitria poltica para o Egito, que lhe

    permitiu recuperar em 1979 o territrio da Pennsula do Sinai como

    contrapartida paz com Israel.

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    Em 1981, assumiu a presidncia do Egito Mohamed Hosni

    Mubarak, que permaneceu no poder at o incio de 2012. Alis, esse foi o

    grande motivo da recente crise no Egito! Mubarak permaneceu no poder

    durante 30 anos, sendo seu governo um regime de carter fortemente

    autoritrio.

    Ocorre que, nos dias de hoje, percebe-se que h acentuada

    diminuio do espao para regimes antidemocrticos. Sendo assim, no incio

    de 2011, centenas de milhares de pessoas foram s ruas para manifestar seu

    desagrado ao governo de Mubarak, exigindo sua retirada do poder. Depois de

    18 dias de intensos protestos contra seu governo,no dia 11 de fevereiro de

    2011, Hosni Mubarak renunciou entregando todo poder ao Exrcito. No incio

    de dezembro de 2011, a Junta Militar, que governou o pas depois da queda do

    ditador, anunciou a formao de um Conselho Consultivo para ajud-la no

    processo de transio.

    O regime de Mubarak, embora de carter autoritrio, estava alinhado

    com os objetivos dos EUA no Oriente Mdio, reconhecendo o Estado de Israel.

    Alm disso, o Canal de Suez, importante passagem entre a Europa e sia, de

    posse egpcia.

    O grande temor dos EUA era que, com a queda do regime de

    Mubarak, assumisse o poder no Egito, a Irmandade Muulmana e que, como

    consequncia disso, ocorressem mudanas no posicionamento poltico do pas.

    A Irmandade Muulmana tem como objetivos principais a luta contra a

    interveno ocidental e a implantao, no Egito, da Sharia (lei islmica). Por

    outro lado, os EUA tambm no podiam se posicionar a favor de um regime

    ditatorial, j que se autointitulam defensores da democracia.

    As primeiras eleies parlamentares do Egito foram marcadas por

    manifestaes contra o governo militar e perduraram durante o perodo

    eleitoral. Os partidos islmicos mostraram sua fora e obtiveram a maioria dos

    votos.

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    A eleio aconteceu em duas etapas: com primeiro (23 E 24/05/12) e

    segundo (16 e 17/06/12) turnos. De acordo com o sistema eleitoral, se

    nenhum dos candidatos obtivesse a maioria absoluta dos votos (50%+1), um

    segundo turno seria realizado em 16 e 17 de junho. Foi exatamente o que

    aconteceu, com a no confirmao de resultado conclusivo no primeiro turno,

    foi eleito no segundo turno, com 51,73 dos votos Mohammed Mursi, apoiado

    pela Irmandade Muulmana,prometeu trazer "estabilidade, segurana, justia

    e prosperidade" ao Egito, depois de um ano de tantos tumultos. Apesar disso,

    essa promessa ainda no foi cumprida, uma vez que a crise no Egito perdura

    at o dia de hoje (abril/2013).

    6) (FEPESE/DPE/SC/2013-TCNICO ADMINISTRATIVO)Com mais de

    51% dos votos, o engenheiro Mohammed Mursi tornou-se o primeiro

    presidente do Egito escolhido pela populao. A eleio de Mursi,

    segundo um nmero significativo de analistas, s foi possvel graas

    ao apoio interno de um grupo de

    religiosos conservadores, para os quais o Isl a soluo para os

    problemas dos pases da regio.

    O grupo a que se refere o texto o(a):

    a) Al Qaeda.

    b) Jihad Islmico.

    c) Irmandade Muulmana.

    d) Hizbollah (Partido de Deus).

    e) Hamas (Movimento de Resistncia Islmica).

    COMENTRIOS

    A Irmandade Muulmana uma organizao islmica

    fundamentalista, que apoiou a candidatura de Mohammed Mursi, embora ele

    no fosse a primeira opo da Irmandade. Mursi prometeu trazer "estabilidade,

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    segurana, justia e prosperidade" ao Egito, depois de um ano de tumultos.

    Segundo ele, chegou a hora de colocar em prtica o famoso slogan da

    Irmandade Muulmana - "o Isl a soluo" - e afirmou que seu plano poltico

    possui "referncias do isl moderado". Logo, a letra C est correta.

    7) (CESPE/Cmara dos Deputados/2012) O assassinato do

    embaixador americano em Benghazi, ocorrido em retaliao a um

    vdeo que, produzido nos Estados Unidos da Amrica (EUA), critica o

    profeta Maom, ter srias repercusses nessas semanas que

    antecedem as eleies presidenciais norte-americanas. As mortes

    minam as alegaes do presidente Obama de que o fim de Osama Bin

    Laden foi um golpe fatal no islamismo radical. Elas tambm reduzem a

    crena, sugerida pela Casa Branca, de que o governo norte-americano

    agiu corretamente na Lbia, permanecendo nos bastidores, mas

    ajudando a dar fim ao regime de Muamar Kadafi. Tudo que relembra

    aos eleitores americanos o 11 de setembro tem srias implicaes

    polticas.

    Patrick Cockburn. Uma primavera sem fim. In: O Globo, 14/9/2012, p. 38

    (com adaptaes).

    Tendo o texto acima como referncia inicial, julgue os itens que se seguem, a

    respeito da poltica internacional.

    Caros amigos, vamos ler s um pouquinho sobre esse assassinato para nos

    situarmos no contexto histrico da questo. O embaixador americano

    Christopher Stevens morreu em um ataque na noite de 11/09/12, no

    consulado dos Estados Unidos em Benghazi, Lbia. Stevens havia apoiado a

    revolta no pas para derrubar Muammar Kadhafi. Stevens morreu ao lado de

    trs funcionrios durante um ataque executado por islamitas que protestavam

    por um filme amador feito nos Estados Unidos e que, segundo eles, ofende o

    isl.

    O episdio relacionado ao regime de Muamar Kadafi, a que o texto se

    reporta, integra um conjunto mais amplo de revoltas contra velhas

    ditaduras encasteladas no poder em diversos pases rabes, a exemplo

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    da Tunsia, da Lbia e do Egito, movimento conhecido como Primavera

    rabe.

    A Primavera rabe um assunto que j apareceu em outras provas

    organizadas pelo CESPE. A diferena que cada prova elaborada aborda um

    foco diferente sobre este assunto. Bem, a Primavera rabe o nome dado

    onda de protestos, revoltas e revolues populares contra governos do mundo

    rabe. A raiz dos protestos o agravamento da situao dos pases, provocado

    pela crise econmica e pela falta de democracia. A populao sofre com as

    elevadas taxas de desemprego e o alto custo dos alimentos e pede melhores

    condies de vida. Esta onda de protestos e revoltas j provocou a queda de

    alguns governantes na regio. Por exemplo, enquanto os ditadores da Tunsia

    e do Egito deixaram o poder sem oferecer grande resistncia, Muammar

    Kadafi, da Lbia, foi morto por

    uma rebelio interna com ao militar decisiva da OTAN. bom lembrar que

    conforme citado no enunciado da questo, a causa principal das revoltas a

    ditadura desses pases. Cuidado para no ligar sempre as revoltas com as

    questes religiosas. Bem, voltando questo, percebemos, ento, que a

    assertiva est correta.

    C) Crise na Lbia

    A Lbia um pas localizado no norte do continente africano fazendo

    fronteira com a Tunsia e o Egito, dentre outros pases. Conforme vem sendo

    exaustivamente noticiado pela mdia, o norte da frica foi palco de uma onda

    de manifestaes contra governos ditatoriais, como os dois que vimos acima,

    Tunsia e Egito.

    No dia 15 de fevereiro de 2011, a populao lbia desencadeou suas

    manifestaes diante da priso do advogado humanitrio Fethi Tarbel, que

    representava a famlia de mais de 1200 detentos mortos em um massacre

    promovido pelo governo lbio em 1996, representado por Muammar Kadhafi.

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    Pai da frica, irmo lder, guia da revoluo. Esses foram apenas

    alguns dos ttulos que Muammar Kadhafi atribuiu a si mesmo para se solidificar

    no governo lbio desde 1969 quando deps, num golpe militar, a monarquia

    que governava o pas.

    Todas as manifestaes vistas no Oriente Mdio e na frica, incluindo

    as ocorridas no Iraque, Ir, Sudo e Angola, foram surpreendentemente

    superadas pela rapidez e violncia dos eventos ocorridos na Lbia. Tal fato

    causa certa surpresa, uma vez que, apesar do governo ditatorial, esse pas

    possui o melhor ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) da frica, superior,

    inclusive, ao brasileiro. A distribuio de renda satisfatria, o ndice de

    alfabetizao o terceiro melhor do continente e o de pobreza est entre os

    mais baixos de todos os pases perifricos. Ento, volta a surpresa: porque se

    erguer contra um governo que lhes proporciona uma qualidade de vida

    relativamente boa?

    A populao na Lbia formada por mais de 140 tribos diferentes,

    algumas das quais sempre desfrutaram de muitos privilgios no governo de

    Kadhafi que sempre fez questo de mant-las o menos coesa possvel. Do

    mesmo modo, para evitar qualquer tipo de motim contra seu governo, o

    ditador manteve um exercito frgil e com pouca articulao nacional, fazendo

    dos soldados lbios mais leais aos seus lderes tribais do que aos seus generais.

    Essa ttica de desmembramento social parece ter funcionado durante

    muito tempo. Porm, nesse momento, apesar da diversidade tribal e da

    fragilidade das instituies lbias, a populao parece ter chegado ao seu limite

    diante das arbitrariedades do governo Kadhafi, sempre marcado por violncia e

    imposio.

    Dentre as inmeras aes vinculadas figura desse lder, esto

    algumas das mais covardes das ltimas dcadas, como o ataque a uma

    discoteca em Berlim que era frequentada por soldados americanos, o

    assassinato de atletas israelenses nas Olimpadas de Munique (1972) e o

    atentado ao avio da Pan Lam na Esccia, em 1988. A participao nesses

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    eventos conferiram a Muammar Kadhafi, um lugar de destaque na lista dos

    patrocinadores do terrorismo, onde permaneceu at 2006 quando suas

    relaes com o Ocidente finalmente foram normalizadas.

    Essa normalizao s ocorreu depois de a Lbia aceitar algumas

    imposies da comunidade internacional, como assumir as responsabilidades

    sobre os atentados areos ocorridos em 1988, entregando os responsveis

    justia britnica. Alm disso, o pas teve que abandonar o programa nuclear

    que desenvolvia, indenizando s famlias de vitimas e reabrindo o pas s

    transnacionais.

    Assim, amigos, a onda de protestos e violncia que assomaram a

    Lbia ocorreu exatamente no que podamos classificar como o melhor momento

    vivido pelo pas no cenrio internacional. Essa crise envia ao mundo a

    mensagem de que, independente das boas relaes econmicas, a maior busca

    da humanidade ainda pela liberdade! Cabe destacar tambm que as

    condies sociais da populao lbia, marcadas pela falta de liberdade, tambm

    motivaram a revolta popular.

    As revoltas e protestos na Lbia se transformaram em uma verdadeira

    guerra civil, com os rebeldes sofrendo represses das Foras Armadas. A

    sociedade internacional passou a exigir um cessar-fogo imediato no pas. Tais

    exigncias no foram respeitadas e o governo lbio continuou com as violentas

    represses aos rebeldes.

    No dia 17/03/2011, o Conselho de Segurana da ONU aprovou

    uma resoluo que determinou uma zona de excluso area na Lbia.

    Assim, o objetivo da ONU era utilizar da fora area para proteger os civis e

    conter o exrcito de Muammar Kadhafi. Por meio dessa Resoluo, a ONU se

    comprometeu a adotar todas as medidas necessrias para proteger a

    populao civil. Entre os 15 membros do Conselho de Segurana da ONU, 10

    votaram a favor da Resoluo e 5 se abstiveram (dentre eles, o Brasil).

    Embora diante da presso estrangeira para que sasse do governo,

    Kadhafi continuou os ataques s cidades dominadas pelos rebeldes at que foi

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    morto em outubro de 2011 gerando comemoraes tanto entre o povo lbio

    quanto nos EUA onde as manifestaes oficiais diziam que uma nova era

    nascia para o povo lbio depois da morte do ditador. O mesmo pde ser

    verificado na Inglaterra e outros pases europeus. Notadamente, na Frana a

    grande maioria dos meios de comunicao foi enftica ao dizer que seu pas

    teve participao ativa na luta contra Kadhafi e que sua morte representava

    um novo comeo para a Lbia.

    Muito do desenrolar dessas histrias lhes deve parecer um pouco

    similar, no mesmo? Interveno internacional em pas rabe sempre acaba

    nos remetendo ao Iraque, mas importante percebermos a diferena dessas

    situaes, ok?

    Vejamos o tratamento deste assunto em provas!

    8) a (CESPE/IBAMA/2012) Kofi Annan, ex-secretrio geral da ONU, o

    atual mediador da

    Liga rabe e tambm da ONU para os conflitos na Sria, entre o regime

    do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes que querem destitu-lo do poder.

    Pessoal, o CESPE uma banca de concurso que privilegia fatos bem recentes e

    usa isso para suas armadilhas. Kofi Annan foi o mediador da Liga rabe e da

    ONU para a crise sria, mas abandonou a misso agosto de 2012. Annan, que

    ocupava o cargo especial desde 23 de fevereiro, havia proposto um cessar-

    fogo entre o regime do presidente Bashar al Assad e rebeldes que tentam

    derrubar o governo, mas os atos de violncia, de lado a lado, continuaram

    apesar de seus esforos.

    O atual enviado especial da ONU e da Liga rabe para a Sria, o diplomata

    argelino Lakhdar Brahimi, de 78 anos, que j declarou estar pouco confiante

    no fim do conflito, mas que ir fazer o possvel para manter as negociaes.

    Portanto, a assertiva est errada.

    b-(FUNIVERSA/DETRAN-DF/2012) A Sria convive, especialmente a

    partir de fins de 2011, com vigorosas manifestaes populares contra

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    o regime poltico instalado em Damasco. Insistentes notcias do conta

    de elevado nmero de vtimas, incluindo fatais, em virtude da ao

    truculenta das foras governistas. Moo que condena o governo srio

    no chegou a ser aprovada no Conselho de Segurana da Organizao

    das Naes Unidas (ONU) porque dois de seus integrantes, a Rssia e

    a China, fizeram uso da prerrogativa que apenas os cinco Estados

    permanentes do Conselho possuem que o direito a

    A) voto.

    B) voz.

    C) veto.

    D) absteno.

    E) consulta.

    Comentrios

    Bem, vamos falar sobre o Conselho de Segurana da ONU. Este conselho

    composto por cinco Membros Permanentes, que possuem direito a veto. Os

    Membros Permanentes so: China, Frana, Rssia, Reino Unido e Estados

    Unidos da Amrica. Fazem parte tambm do Conselho dez Membros No

    Permanentes, que so eleitos pela Assembleia Geral com mandatos de dois

    anos. Estes pases no possuem direito a veto. Portanto, a resposta certa a

    alternativa C.

    D) Crise na Sria

    Essa uma das crises que tem atingido os mais diversos pases do

    mundo nos mais diversos setores: poltico, econmico e social. O prprio ms

    de abril de 2013 vem concentrando muitos debates sobre esse conflito em

    diferentes regies do planeta: Turquia, Rssia, Nova York e at o Brasil.

    Isso ocorre porque cada um desses pases se sente atingido de algum

    modo pelo desenrolar do conflito. Para termos uma ideia, aconteceu de mais

    ou menos 24 mil srios tentarem se refugiar no pas vizinho: a Turquia,

    gerando um grave problema social nesse pas.

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    Do mesmo modo, mesmo estando a milhares de quilmetros da

    regio do conflito, a economia brasileira tambm acabou se ferindo. Pois ,

    pessoal, mesmo estando do outro lado do Atlntico, nossa balana comercial

    sentiu um baque de mais de 180 milhes de dlares que foram perdidos em

    vendas devido continuidade do conflito. :- /

    Sei que muitas vezes olhamos para esses conflitos como algo bem

    distante e que no interfere em nada na nossa realidade, no mesmo? No

    entanto, o que vemos na prtica uma situao muito mais complexa e que

    pode afetar sim, o nosso cotidiano.

    Atualmente, a Liga rabe tem cumprido a misso de monitoramento

    na Sria para conter a onda de violncia que assola o pas desde maro de

    2011 - quando manifestantes iniciaram protestos contra o regime de Bashar

    AL-Assad, que respondeu com represso violenta. Assim, j faz mais de um

    ano que o pas enfrenta forte crise poltica e social e que a comunidade

    internacional tenta, sem sucesso, promover acordos entre o governo srio e a

    oposio. De todo modo, uma coisa os dois lados tm em comum, pois mesmo

    sendo foras de oposio, no aceitam interferncia militar estrangeira no pas.

    A Liga rabe traou ainda um plano para acabar com a violncia na

    Sria, entre as medidas esto: fim de todas as aes violentas, permisso de

    entrada de jornalistas no pas e libertao dos detidos durante os protestos

    contra o regime do presidente Bashar AL-Assad. A Liga seria responsvel,

    ainda, pela entrega de relatrios internacionais informando sobre o andamento

    da implantao do plano no pas. Alm disso, a Liga responsvel por mediar

    o dilogo entre o governo srio e a oposio, para chegar a acordos.

    A ONU iniciou um processo para discutir uma resoluo contra a Sria,

    mas essa proposta foi rejeitada pela Rssia e pela China. Principalmente

    porque a Rssia a maior aliada da Sria no Conselho de Segurana da ONU e

    porque a resoluo proposta pelo organismo no previa punies contra os

    grupos opositores ao regime srio.

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    Para finalizar e ajud-los a compreender um pouco mais do assunto

    vou falar da Liga rabe, ok?

    A Liga rabe uma organizao de estados rabes, fundada em

    1945, no Cairo. O objetivo principal da Liga reforar e coordenar os laos

    econmicos, sociais, polticos e culturais entre seus membros. Alm disso, a

    Liga rabe tambm media disputas entre seus membros.

    Historicamente, a Liga foi formada sob o estmulo do Reino Unido,

    que objetivava conseguir aliados na guerra contra a Alemanha nazista

    (Segunda Guerra Mundial). Posteriormente, o estreitamento das relaes

    econmicas entre os pases rabes acabou fortalecendo a iniciativa de

    formao da Liga, alm de promover o desenvolvimento de movimentos

    nacionalistas pan-rabes, reforando ainda mais os laos culturais e religiosos

    que ligam os pases rabes.

    Em setembro de 1944, foi feita uma reunio no Cairo (Egito) e dela

    saiu o Protocolo de Alexandria, que propunha a formao da Liga dos Estados

    rabes.

    A Liga passou, ento, a defender a independncia dos estados

    rabes, fornecendo apoio Sria e ao Lbano para independncia do domnio

    francs, fortalecendo, assim, o estreitamento entre seus membros.

    O rgo formado por um Conselho, como rgo supremo da Liga,

    sendo formado por um representante de cada Estado-membro e tendo direito

    a um voto, independente do tamanho do pas e do nmero de habitantes. Em

    seguida, vem o Conselho de Defesa Conjunta, responsvel pela adoo de

    medidas que visam manuteno da defesa dos membros da Liga. Existe

    tambm o Conselho Econmico e Social, responsvel pela prosperidade

    econmica e social dos membros.

    Por fim, existe o Secretariado Geral, que o rgo administrativo e

    executivo da Liga, este rgo gere, de maneira geral, o funcionamento da Liga.

    Os sete membros fundadores foram: Lbano, Egito, Iraque, Sria,

    Jordnia, Arbia Saudita e Imen. Atualmente, a Liga conta com 22 membros

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    28

    e mais 4 pases observadores. Os membros, alm dos 7 acima referidos so:

    Lbia, Sudo, Marrocos, Tunsia, Kuwait, Arglia, Emirados rabes Unidos,

    Bahrein, Catar, Om, Mauritnia, Somlia, Palestina, Djibouti, Comores. E

    como observadores: Eritreia (desde 2003), Brasil e ndia (desde 2006) e

    Venezuela (desde 2007).

    Como essa a crise do momento, vamos ver algumas questes sobre

    ela que foram cobradas em concursos.

    9 (CESPE-TRE/RJ -2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos

    recentes conflitos ocorridos na Sria. a) A crise poltica da Sria movida basicamente por questes

    religiosas, muito em virtude de a Sria ser o nico pas rabe cuja

    maioria da populao crist.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. Fique atento, pessoal, e no caiam no erro

    de achar que s a religio move os conflitos rabes. No caso da Sria, ditadura

    do atual governo e o desemprego so causas do conflito. A populao da Sria

    de 90% de mulumanos e apenas 10% crist.

    b) Ao contrrio de outros pases da regio, a Sria uma ditadura

    militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsvel pela

    introduo da sharia, a lei islmica, razo pela qual foi instaurada a

    revolta das minorias religiosas do pas.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. Antes de qualquer coisa importante

    sabermos que a Sharia um conjunto de leis (morais e espirituais) que regem

    a vida do muulmano sendo a combinao de diversas fontes, incluindo o

    Alcoro (o livro sagrado dos muulmanos). Entretanto, a Sharia no foi

    introduzida pelo atual governante srio e no pode ser considerada causa das

    revoltas atuais.

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    29

    c) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se

    politicamente em uma ideologia de nacionalismo pan-rabe e de

    oposio a Israel.

    COMENTRIOS

    A assertiva est correta. Realmente, amigos, para legitimar seu

    poder, tanto o atual governante como seu pai, se utilizaram, durante quatro

    dcadas, tanto do autoritarismo poltico quanto da ideologia pan-rabe, mas

    afinal, vocs sabem o que essa ideologia?

    O Pan-arabismo um movimento poltico que tende a reunir os pases

    de lngua rabe e de civilizao rabe numa grande comunidade de interesses.

    Assim, ele busca unificar as populaes e naes rabes do Oriente Mdio e

    possui estreita vinculao com o nacionalismo rabe.

    d) Um dos aliados do governo Srio a Rssia, grande fornecedora de

    armas para esse governo.

    COMENTRIOS

    A assertiva est correta. A Rssia um dos maiores apoiadores da

    Sria. A Rosoboronexport, companhia de armas russa, continua a enviar armas

    a Sria, mesmo sendo criticada internacionalmente.

    E) Sudo do Sul

    O mais novo pas do mundo surgiu no dia 09 de janeiro de 2011,

    denomina-se Sudo do Sul e j est envolvido em conflitos com Sudo e

    registrou no final de agosto de 2011 uma queixa formal contra seu vizinho,

    acusando-o de gerar distrbios nas suas fronteiras. Como um conflito ainda

    muito recente, no h muito que ser trabalhado, mas fica a recomendao

    para que estejamos sempre de olho nessa regio, ok?

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    30

    Todavia, pessoal, importante a gente ter uma ligeira noo sobre a

    situao desse pas que comporta as maiores reservas de petrleo do pas

    (aproximadamente 75%). Todavia, toda a infraestrutura est no Norte, o que

    gera uma inegvel necessidade de cooperao entre os dois Estados.

    Mas foi em janeiro de 2005, quando foi assinado o Tratado de

    Naivasha, que o governo do Sudo decidiu conceder autonomia regio sul,

    na tentativa de colocar um fim Segunda Guerra civil sudanesa.

    A Segunda Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1983 e

    1995, opondo o Norte do Sudo e os rebeldes do Sul. A motivao desse

    conflito foi eminentemente religiosa. O governo muulmano do Norte tentou

    impor a lei islmica (Sharia) em todo o pas, o que no agradou a populao

    do Sul, cuja maioria crist e animista.

    Em dezembro de 2005, foi assinada a Constituio Interina do Sudo

    do Sul, prevendo a realizao de um referendo em 2011, ocasio em que seria

    decidido pela manuteno da autonomia regional ou pela independncia.

    No referendo realizado, o povo decidiu pela independncia, por uma

    expressiva votao de 98,81%. O resultado do referendo no foi contestado

    pelo governo do Sudo e a diviso oficial foi declarada em 09 de julho de

    2011. Com isso, surgiu um dos pases mais pobres do mundo, dotado de uma

    enorme falta de infraestrutura.

    Para que possamos ter uma noo do que estamos dizendo, 85% da

    populao do Sudo do Sul vive abaixo da linha da pobreza, o que nos faz

    pensar que certamente esse conflito ainda est muito longe de ter fim. Os

    EUA reconheceram o Sudo do Sul como um Estado soberano e a ONU

    tambm se manifestou, comemorando a celebrao pacfica do referendo.

    Apesar disso, o novo pas possui inmeros problemas internos e em

    agosto de 2012 os rebeldes do Sudo do Sul mataram 24 militares e feriram

    outros 12 no Estado de Jonglei. Do mesmo modo, no incio de dezembro do

    mesmo ano, pelo menos 10 pessoas morreram no Sudo do Sul quando o

  • 31

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    exrcito disparou contra manifestantes que protestavam contra a mudana da

    sede da autoridade local para fora da capital regional.

    Contudo, diante dos inmeros problemas do novo estado, gerados

    principalmente, pela enorme pobreza da populao e precria infraestrutura,os

    conflitos nessa regio tendem a perdurar por um longo tempo ainda!

    Guerra das Malvinas

    Outro conflito poltico que esteve na mdia no ano de 2012 foi a

    antiga divergncia entre Inglaterra e Argentina. No ms de abril de 2012,

    principalmente, ouvimos falar muito desse conflito, pois ele ocorreu h exatos

    30 anos. A Guerra das Malvinas foi um conflito ocorrido entre Argentina e

    Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido

    possui o controle dessas ilhas, as quais foram ocupadas em 1982 pela

    Argentina..

    Essas ilhas se situam a apenas 480 quilmetros do litoral da

    Argentina, que nunca aceitou este domnio e, em 1982, o ditador argentino,

    Leopoldo Galtieri, promoveu a invaso, com tropas, capital das Malvinas,

    Stanley. Essa invaso, que tinha razes polticas evidentes, esperava unir a

    nao numa espcie de surto patritico em apoio a esta iniciativa, o que no

    ocorreu!

    Originado no inicio dos anos 80 entre Gr-Bretanha e Argentina, esse

    conflito foi bem mais rpido se comparado aos outros que estudamos aqui

    hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a

    Gr-Bretanha reagiu imediatamente, enviando regio uma fora-tarefa com

    28 mil combatentes quase trs vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio

    dos Estados Unidos, os britnicos demoraram pouco mais de dois meses para

    encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou apenas voltar para casa e

    resolver os problemas internos que se amontoavam por l!

  • 32

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    O fato que at hoje a Argentina no se conforma em no ter a

    soberania das Ilhas Malvinas. Isso to evidente que o fato j foi vrias vezes

    usado como discurso poltico pela atual presidente da Argentina, Cristina

    Kirchner.

    Apesar disso, o governo do Reino Unido reiterou, no ms de

    Setembro de 2012, que no negociar a soberania das Malvinas "a menos que

    os ilhus assim desejarem," em resposta presidente da Argentina, Cristina

    Kirchner, que pediu na ONU um "dilogo" sobre a "usurpao ilegal" do

    arquiplago.

    Em resposta presso para que Londres inicie um processo de

    negociao para resolver a disputa territorial das ilhas do Atlntico Sul, o

    governo das Malvinas convocou o referendo em maro de 2013, onde se

    perguntou aos moradores se eles queriam que as Malvinas continuassem como

    territrio dependente da Gr-Bretanha. O resultado foi que os moradores so

    contra qualquer negociao e no querem passar para a soberania argentina.

    Mas isso legal professora? Bom meus amigos, a presidente da Argentina

    afirma que foi ilegal, pois este referendo no foi convocado pelas Naes

    Unidas, nem conta com sua aprovao ou superviso. \O fato que as Naes

    Unidas querem que essa disputa seja resolvida pelas vias diplomticas

    Vejam como esse assunto foi cobrado em prova.

    10) (FCC/APOFP / 2010/adaptada) A presidente da Argentina, Cristina

    Kirchner, em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o

    cancelamento da classificao de segurana (confidencial) a toda

    informao e documentao vinculada com as operaes das Foras

    Armadas durante o perodo de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas

    ao "conflito blico no Atlntico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

    outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

    retorno da democracia, no possvel continuar aceitando a falta de

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    33

    acesso informao e documentao, sob o pretexto de segredo de

    Estado ou qualquer definio de segurana que impea o

    conhecimento da histria recente.

    (OESP, 7/1/2010, adaptado)

    Tendo o texto acima como referncia inicial e considerando as mltiplas

    implicaes do tema por ele abordado, julgue os itens subsequentes.

    a) A classificao de confidencial, aplicada a "toda informao e

    documentao, vinculada com as operaes das Foras Armadas"

    durante o perodo de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia

    apenas os crimes comuns praticados por militares.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. A deciso tomada pela presidente Cristina

    Kirchner de abrir ao conhecimento pblico todos os arquivos do perodo da

    ditadura abrange tanto os crimes e violaes aos direitos humanos praticados

    pelos militares quanto os praticados pelos civis em resistncia ao regime. Com

    efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a Amrica

    Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil

    pessoas tenham desaparecido nas mos de agentes da represso.

    b) A abertura dos arquivos permitir conhecer toda a documentao

    referente atuao das Foras Armadas da Argentina, no perodo

    indicado, relativas ao confronto com a Inglaterra pela soberania nas

    Ilhas Malvinas.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. As informaes referentes Guerra das

    Malvinas no esto abrangidas, por uma questo de segurana nacional, pela

    medida.

    c) A medida diz respeito s informaes e documentao sobre

    violaes dos direitos humanos durante os anos da ditadura militar na

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    34

    Argentina, apontada por historiadores como uma das mais violentas na

    Amrica Latina na dcada de 1970.

    COMENTRIOS

    A assertiva est correta. A medida abre os arquivos da ditadura

    argentina, j que se considera que, passados mais de 25 anos do fim do

    regime, no h porque mant-los afastados do conhecimento pblico.

    d) As Foras Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner,

    j haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a

    transio para a democracia na Argentina.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. As Foras Armadas mantiveram os

    arquivos sob o sigilo.

    e) O conhecimento do passado recente argentino no supe

    necessariamente a abertura dos arquivos das Foras Armadas, pois

    todos os acusados de crimes durante a ditadura militar j foram

    julgados e os desaparecidos, encontrados.

    COMENTRIOS

    A assertiva est errada. Nem todos os desaparecidos durante o

    perodo da ditadura foram encontrados

    Poltica nacional

    A insero do Brasil na Amrica

    1 O Brasil e a Amrica

    Bem, depois de termos estudado a globalizao, ficou claro para

    todos ns que atualmente vivemos num contexto bem diferente do perodo da

    Guerra Fria, no mesmo? Se antes tnhamos apenas dois polos de poder no

    mundo (comandados por EUA e URSS), hoje em dia, a existncia de vrios

    desses polos o elemento central do cenrio vivido.

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    35

    Todavia, essa multipolarizao no ocorre de forma tranquila, e sim

    bastante conflituosa, j que os detentores do poder no desejam perd-lo!

    Ainda assim, no mundo globalizado, a desconcentrao de poder no uma

    escolha. Inevitavelmente vo surgindo novos competidores - que possuem

    meios e disposio - para contestarem o papel de liderana das

    superpotncias na conduo dos mais variados assuntos internacionais.

    Em meio a tanta competio, torna-se comum a existncia de

    discordncias sobre questes relevantes do cenrio poltico e econmico

    internacional. Em consequncia disso, aumentam as tenses entre os

    principais atores da poltica mundial, que se lanam em jogos de aliana

    envolvendo pequenas e mdias potncias.

    Esse contexto de busca por aliados favorece, significativamente, a

    importncia do Brasil no cenrio internacional, uma vez que ele se destaca e se

    fortalece econmica e institucionalmente ao constituir determinadas alianas.

    Para analisar a insero brasileira no contexto internacional,

    precisamos levar em considerao seu entorno estratgico e suas

    ambies no ajuste das naes.

    Bem, nosso pas est localizado na Amrica do Sul, portanto, est

    distante dos grandes focos de conflitos mundiais Oriente Mdio, ndia e

    Paquisto, Coreias, frica e livre de armas nucleares. O conflito mais srio

    que permeia a nossa realidade o caso dos brasiguaios. Entretanto, ele vira

    caf pequeno diante dos outros conflitos espalhados pelo mundo.

    Alm disso, o perfil poltico da Amrica Latina mudou

    significativamente nos ltimos anos, colocando a regio no fenmeno

    conhecido pelo nome de onda vermelha. Caracterizado pela subida de

    vrios lderes de esquerda ao poder, esse fenmeno se iniciou com o

    presidente venezuelano Hugo Chvez, em 1998. A partir dali, a escalada da

    esquerda no parou mais e foi entendida como uma reao ao fracasso dos

    governos conservadores, j que a proposta vermelha sempre esteve voltada

    aos problemas sociais e econmicos da Amrica Latina.

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    36

    Com um discurso totalmente anti-Bush, Hugo Chvez (Falecido em

    05/03/2013) se transformou em inspirao para outros presidentes latinos

    como Evo Morales, da Bolvia, Rafael Correa, do Equador e o reeleito agora em

    2012, Daniel Ortega, da Nicargua! A onda vermelha contagiou at mesmo

    governantes de partidos mais tradicionais, como Nstor Kirchner, ex-

    presidente argentino, falecido em 2010.

    Em contraposio a esta realidade, os Estados Unidos tambm

    possuem seus aliados na Amrica Latina, onde se destacam o Mxico e a

    Colmbia. Alm disso, os americanos se mostram bastante dispostos a se

    aproximar dos dirigentes esquerdistas que possuem polticas econmicas de

    no interveno do Estado na economia, como o Brasil e o Chile.

    Durante a maior parte do sculo XX, a poltica externa brasileira se

    orientou pelo eixo da diplomacia desenvolvimentista, coerente com o projeto

    de industrializao nacional e com o modelo de substituio de importaes.

    Isso lhe permitiu um bom ambiente externo para que se desenvolvesse

    internamente.

    Apesar disso, durante o regime militar, o projeto geopoltico brasileiro

    estava voltado para garantir a supremacia militar sul-americana por meio da

    aquisio de tecnologias de msseis e enriquecimento de urnio, inclusive com

    fins nucleares. Em nome da aquisio de toda a tecnologia nuclear, o Brasil,

    inclusive, rejeitou em 1968 o Tratado de No Proliferao (TNP), tornando-se

    signatrio deste tratado apenas na dcada de 90.

    O fato que com a redemocratizao na Amrica do Sul, na dcada

    de 80, a situao se reconfigurou e o Brasil firmou-se como liderana regional

    construtiva, devido ao tamanho de sua economia e metas de sua poltica

    externa.

    Alm disso, pessoal, se observarmos o mapa da Amrica do Sul, fica

    fcil visualizar a dimenso da superioridade territorial do Brasil com relao

    aos seus vizinhos, no mesmo? Essa superioridade acaba se estendendo

    tambm ao lado econmico, mas, no necessariamente, ao social.

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    Valor do

    IDH

    2011

    Posio

    44

    Pas

    Chile

    0.805

    45 Argentina 0.797

    47 Barbados 0.793

    48 Uruguai 0.783

    51 Cuba 0.776

    53 Bahamas 0.771

    57 Mxico 0.770

    58 Panam 0.768

    60 Antgua e Barbuda 0.764

    62 Trinidade e Tobago 0.760

    67 Granada 0.748

    69 Costa Rica 0.744

    72 So Cristvo e Nvis 0.735

    73 Venezuela 0.735

    79 Jamaica 0.727

    80 Peru 0.725

    81 Dominica 0.724

    82 Santa Lcia 0.723

    83 Equador 0.720

    84

    85

    Brasil

    So Vicente e

    Granadinas

    0.718

    0.717

    87 Colmbia 0.710

    93 Belize 0.699

    98 Repblica Dominicana 0.689

    104 Suriname 0.680

    105 El Salvador 0.674

    107 Paraguai 0.665

    108 Bolvia 0.663

    117 Guiana 0.633

    121 Honduras 0.625

    129 Nicargua 0.589

    131 Guatemala 0.574

    158 Haiti 0.454

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    38

    posio Pas

    PIB

    Data da informao

    8

    Brasil

    $

    2,172,000,000,000

    2010 est.

    11

    Mxico

    $ 1,567,000,000,000

    2010 est.

    23

    Argentina

    $ 596,000,000,000

    2010 est.

    28

    Colmbia

    $ 435,400,000,000

    2010 est.

    34

    Venezuela

    $ 345,200,000,000

    2010 est.

    42

    Peru

    $ 275,700,000,000

    2010 est.

    45

    Chile

    $ 257,900,000,000

    2010 est.

    63

    Equador

    $ 115,000,000,000

    2010 est.

    74

    Repblica Dominicana

    $ 87,250,000,000

    2010 est.

    81

    Guatemala

    $ 70,150,000,000

    2010 est.

    90

    Costa Rica

    $ 51,170,000,000

    2010 est.

    91

    Uruguai

    $ 47,990,000,000

    2010 est.

    92

    Bolvia

    $ 47,880,000,000

    2010 est.

    93

    Panam

    $ 44,360,000,000

    2010 est.

    95

    El Salvador

    $ 43,570,000,000

    2010 est.

    103

    Honduras

    $ 33,630,000,000

    2010 est.

    104

    Paraguai

    $ 33,310,000,000

    2010 est.

    111

    Trinidade e Tobago

    $ 26,100,000,000

    2010 est.

    129

    Nicargua

    $ 17,710,000,000

    2010 est.

    145

    Haiti

    $ 11,480,000,000

    2010 est.

    159

    Guiana

    $ 5,379,000,000

    2010 est.

    164

    Suriname

    $ 4,711,000,000

    2010 est.

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    39

    Vejam as tabelas acima e analisem, rapidamente, tanto os PIBs

    quanto os IDHs de cada pas. Se, num primeiro momento, tendemos a pensar

    que um Produto Interno Bruto alto, garante um bom ndice de

    Desenvolvimento Humano, ao observarmos as tabelas que seguem

    perceberemos que o buraco mais embaixo como diria vov...rs!!

    Ento vamos dar uma olhadinha nos dados, sempre lembrando que

    no precisa decorar nadinha deles, ok? Eles servem aqui apenas para

    reforarem os argumentos que viro! ;-)

    Pelas tabelas vemos que o PIB brasileiro , de longe, o maior da

    Amrica do Sul, certo? Entretanto, isso no significa que tenhamos o melhor

    ndice de desenvolvimento humano, que ficou para o Chile. :-/

    E o que isso significa, professora?? Significa, pessoal, que nosso

    crescimento econmico excelente, pois o PIB medido a partir da soma do

    valor de todos os servios e bens produzidos em um perodo determinado. No

    entanto, apesar de termos muitas riquezas para comercializar, um volume

    imenso dinheiro rodando pelo pas e entrando nos cofres pblicos isso no

    resulta, necessariamente, em qualidade de vida para a populao.

    Ento creio que se eu perguntasse a vocs: Qual o pas da Amrica

    Latina apresenta o menor ndice de desigualdade? Sua resposta seria Chile,

    certo???

    Erraaaado!! Pois , queridos, quando se fala em desigualdade, surge

    um dado recente importantssimo de sabermos: a Venezuela o pas com

    menor desigualdade da Amrica Latina!

    Muitos de vocs devem estar se perguntando por que no ouviram

    falar disso, no mesmo? O engraado que eu me perguntei a mesma coisa

    quando li isso num jornal muito pouco conhecido!! Mas o fato que a

    Venezuela mesmo o pas com menor desigualdade entre ricos e pobres da

    Amrica Latina e Caribe, segundo o informe apresentado pela ONU em agosto

    de 2012 e a divulgao dessa noticia no parece interessar a muita gente!

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    No campo econmico, existem pases com economia madura, como

    Brasil e Argentina, enquanto outros so mais frgeis economicamente, como

    Bolvia e Paraguai. J no campo social, a Amrica do Sul sofre, de forma

    generalizada, com o problema da desigualdade na distribuio de renda e com

    a concentrao do poder econmico nas mos de uma minoria. Basta

    analisarmos, ainda que rapidamente, as tabelas acima, para percebermos.

    A Venezuela, com 0,41 no ndice de Gini, o de menor inequidade,

    segundo dados de 2009 (mas continua sendo mais desigual que os Estados

    Unidos ou Portugal - o mais desigual de Europa).

    O governo venezuelano, presidido por Hugo Chvez( falecido em

    2013), teve como uma de suas metas principais a reduo da pobreza extrema

    e a incluso social, objetivos que vem alcanando, segundo as cifras oficiais,

    graas aos programas sociais e cientficos que desenvolve para as populaes

    mais vulnerveis.

    Como podemos constatar, o continente sul-americano marcado por

    ampla heterogeneidade poltica, social e econmica. Ao mesmo tempo em que

    h pases com o regime democrtico consolidado, como o Brasil, h outros em

    que ainda persistem regimes autoritrios, que limitam a liberdade de imprensa

    e de opinio, como o caso da Venezuela.

    A existncia de todas essas heterogeneidades um ponto que cria

    complicaes ao processo de integrao na Amrica do Sul. E por que essa

    integrao to valorizada?

    Bem, uma vez que o territrio esteja integrado, isso significa que os

    interesses esto compatveis e, portanto, se reduziria a possibilidade de

    conflitos na regio. Embora a iniciativa de formao da UNASUL ressalte a

    inteno de congregar todos os pases da Amrica do Sul sob um nico bloco

    econmico, o que se v na prtica outra coisa.

    Atualmente, h dois fortes blocos no continente: o MERCOSUL

    (formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e a

    Comunidade Andina (Bolvia, Colmbia, Equador e Peru).

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    Considerando que, conforme afirma a Poltica de Defesa Nacional, a

    segurana de um pas afetada pelo grau de instabilidade da regio em que se

    insere, importante termos uma noo de como funcionam as relaes

    polticas entre os pases sul-americanos. A seguir, comentarei situaes

    relevantes nas relaes entre os pases da regio.

    Bom, vamos observar o mapa para termos em mente a configurao

    da regio que ser abordada nos prximos itens. No se acanhem em voltar ao

    mapa quantas vezes precisar para lembrar quem vizinho de quem, t?

    Pases-membros da Comunidade Andina Pases-

    membros do MERCOSUL

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    Vamos ver como esses conhecimentos j foram cobrados em

    concursos anteriores

    11(CESPE/TRE-RJ/2012) A respeito do Mercado Comum do Sul

    (MERCOSUL) e das dificuldades que esse bloco ainda encontra para se

    consolidar, julgue os prximos itens.

    a) A dependncia do Brasil em relao ao MERCOSUL crescente, haja

    vista que as exportaes para esse bloco mais do que dobraram entre

    janeiro e junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses

    de 2011.

    COMENTRIOS

    Esta assertiva est errada. O que ocorreu, na verdade, foi

    justamento o inverso. No acumulado janeiro-junho de 2012, as exportaes

    apresentaram um valor inferior ao igual perodo de 2011. As exportaes

    registraram retrao de 1,7%, pela mdia diria. Fiquem atentos!As

    importaes, sim, tiveram um aumento de 3,7% sobre o mesmo perodo

    anterior, pela mdia diria.

    b) A aprovao da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois

    de recente crise poltica ocorrida no Paraguai.

    COMENTRIOS

    A assertiva B est correta. O Paraguai foi suspenso

    temporariamente do bloco do MERCOSUL por causa da maneira pouco

    democrtica pela qual foi conduzido o impeachment do presidente Fernando

    Lugo. Como o Paraguai era contra da participao da Venezuela, a retirada do

    Paraguai abriu uma brecha para que os demais pases aceitassem o ingresso

    da Venezuela a partir de 31 de julho desde ano.

    c) Na mesma reunio em que foi aprovada a entrada da Venezuela no

    bloco, foi recusada a admisso dos pases da Aliana do Pacfico (Chile,

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    Colmbia, Peru e Mxico), sob a argumentao de eles serem

    considerados neoliberais.

    COMENTRIOS

    A assertiva C est errada. Tenham cuidado com este tipo de

    questo. Chile, Colmbia e Mxico so pases neoliberais, somente o Peru de

    esquerda. Corre-se, ento, o risco de considerar a questo como certa, por

    conter um dado verdadeiro. Os pases que compem a Aliana do Pacfico

    uniram-se com o objetivo de dar plena liberdade s suas empresas e aos seus

    215 milhes de habitantes para transitar, estudar, trabalhar, movimentar

    capitais e fazer negcios sem precisar de licena prvia dos governos locais.

    Na prtica, a Aliana do Pacfico um novo bloco poltico e econmico capaz de

    rivalizar com o MERCOSUL, distanciando-se dele.

    12 - (VUNESP/TJ-SP/2012) Mercosul suspender Paraguai dos rgos

    do bloco

    O Mercosul, reunido na cidade argentina de Mendoza, suspender o

    Paraguai dos rgos do bloco, informou nesta quinta-feira, 28 de

    junho, o chanceler brasileiro, Antnio Patriota. (Terra. 28.06.12.

    Adaptado)

    A suspenso do Paraguai do Mercosul se deveu

    (A) ao golpe sofrido pelo presidente Fernando Lugo, democraticamente eleito,

    o que contrariou a chamada clausula democrtica do bloco.

    (B) aproximao dos chamados brasiguaios com os sem-terra paraguaios,

    acirrando as tenses polticas e sociais no pas vizinho.

    (C) s tentativas do Paraguai de influir na poltica interna venezuelana,

    apoiando a oposio a Chvez, o que foi considerado uma afronta aos

    princpios democrticos.

    (D) lei aprovada no pas vizinho que libera o cultivo e a comercializao da

    maconha, contrariando toda a poltica antidrogas estabelecida no continente.

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    (E) ao acordo econmico assinado pelo pas, diretamente com os EUA, o que

    contrariou a prioridade que os outros pases do bloco deveriam ter.

    Comentrios

    Considero esta questo bem fcil, uma vez que o assunto foi

    amplamente divulgado na mdia. O Paraguai foi suspenso do MERCOSUL

    porque os pases integrantes consideraram que a destituio de Fernando Lugo

    foi uma ruptura da ordem democrtica. Sendo assim, a alternativa certa a

    letra A.

    A alternativa B fala sobre brasiguaios e os sem terra. Bem, os

    brasiguaios so os brasileiros e seus descendentes que imigraram para o

    Paraguai em busca de terras mais baratas nos anos 60 e os sem terra, so os

    paraguaios legtimos. Lugo era acusado de apoiar os sem terra e at de

    estimular as invases. H um conflito, sim, entre brasiguaios e sem terra, mas

    isso no em relao com a suspenso do Paraguai do MERCOSUL. A alternativa

    B est errada.

    A alternativa C tambm est errada. Chvez est no poder a quatorze

    anos, estando no terceiro mandato que vai at 2019. No existe essa tentativa

    de interveno de Lugo no governo de Chvez.

    A alternativa D est falando do Uruguai que estuda liberar o plantio

    da maconha para consumo pessoal para por fim a uma contradio no pas,

    onde no crime consumir, mas sim comprar e vender drogas. Outro fato que

    no tem relao com a suspenso do Paraguai.

    A alternativa E tambm est errada, uma vez que o MERCOSUL no

    probe a negociao com outros pases de outros blocos econmicos. Se assim

    fosse, no teramos tantos negcios com a China, por exemplo.

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    13-(Questo indita) Influenciada pela chamada Primavera rabe,

    nome dado a uma srie de revoltas populares contra governos

    antidemocrticos, a populao da Sria foi para as ruas pedir a

    renncia do presidente Bashar al-Assad. Sobre este tema analise as

    sentenas abaixo e assinale a alternativa correta:

    I - As manifestaes acima descritas iniciaram-se no final de 2010 e inicio de

    2011 e j atingiram diversos pases da regio, podemos citar como lderes

    mortos ou depostos, Ben Ali, da Tunsia; Hosni Mubarak, do Egito; Muamar

    Kadafi, da Lbia; e Ali Abdullah Saleh, do Imen.

    II - Os Estados Unidos, principal potncia mundial, apoia o regime de Bashar

    al-Assad, o que influencia a falta de reao do Conselho de Segurana da ONU,

    at o momento incapaz de obter um consenso sobre como enfrentar a

    situao.

    III - O desenrolar do conflito srio, tem levado a relatos de crimes de guerra,

    como massacres, tortura e estupros, cometidos apenas por foras do governo,

    o que gerou uma investigao por parte da ONU.

    IV - A Sria, com mais de 22,5 milhes de habitantes, palco da mais

    violenta represso contra opositores ao regime entre os pases da chamada

    "Primavera rabe",

    a) apenas a alternativa IV esta correta.

    b) as alternativas I, III e IV esto corretas.

    c) as alternativas I e III esto corretas.

    d) apenas as alternativas I e IV esto corretas.

    E) todas esto corretas.

    COMENTRIOS

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    Jimmy Carter e o lder norte-coreano Kim Il Sung, negociaram o caminho de

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    Os EUA no apoiam o regime de Bashar al-Assad, os crimes de

    guerra vem sendo cometidos por ambos os lados e no apenas pela fora do

    governo. Portanto, a resposta a letra D.

    Estados Unidos e Coria do Norte

    Bom, galera, um outro assunto que, alm de estar na mdia do mundo

    todo, tem colocado todos em estado de alerta , sem dvida, a ameaa que a

    Creia do Norte emitiu aos EUA, agorinha mesmo, no ano de 2013.

    Alguns de vocs devem estar se perguntando: O que houve para que

    isso acontecesse? Quem provocou quem e por que foi to srio assim,

    professora? Bem, tudo comeou por causa de um vo, mas no um vo

    qualquer! Ressalte-se, nesse momento, que a relao entre esses dois pases,

    h tempos, no to amvel!

    Vocs sabiam que a Coria do Norte o "adversrio mais antigo" dos

    Estados Unidos?

    Teremos que fazer uma breve retrospectiva histrica. Prometo ser

    breve mesmo, rsrs!!

    Ao final da Segunda Guerra Mundial, os norte-americanos ajudaram

    a dividir a pennsula coreana em Coria do Sul e Coria do Norte que at ento

    era uma colnia do Japo. A Coria do Norte foi ocupada pelos russos e os

    norte-americanos ocuparam a Coria do Sul; isto levou a Coria a um conflito

    poltico e guerra o que deixou o pas em runas. O sul enriqueceu, e o norte

    empobreceu, com o fim da Unio Sovitica.

    Avanando no tempo chegamos ao ano de 1990. Neste ano a Coria

    do Norte expandiu o seu programa nuclear, e os Estados Unidos emitiram o

    alerta de suspeitas de desenvolvimento de armas de destruio em massa e

    ameaaram bombardear essas instalaes, com isso a relao entre os dois

    pases piorou e ficou estremecida por um bom tempo. Somente em 1994,

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    volta do limiar da guerra; o acordo entre eles exigia que a Coria do Norte

    congelasse o seu programa nuclear em troca de carregamentos pesados de

    leo combustvel dos Estados Unidos e dois reatores nucleares de gua leve a

    serem construdos por um consrcio internacional financiado, em grande parte,

    pelo Japo e a Coria do Sul. Tambm se comprometeram a avanar em

    direo plena normalizao das relaes diplomticas.

    Com a morte do lder norte-coreano Kim Jong-il, (dez/11) a sucesso

    ficou para seu filho Kim Jong-n de 30 anos. Somente em fevereiro de 2012 ele

    iniciou com os Estados Unidos um primeiro contato oficial, cujo principal tema

    foi a desnuclearizao na pennsula coreana, e outras questes, como a no

    proliferao nuclear, os direitos humanos e tambm questes humanitrias.

    A Coria do Norte um Estado comunista, e sua economia

    inicialmente teve um crescimento substancial, mas entrou em colapso na

    dcada de 1990, ao contrrio do seu vizinho comunista a China. A Coria do

    Sul surgiu, aps dcadas de regime autoritrio, como uma democracia liberal

    capitalist