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1 ELETRICIDADE CA Aula 02 – Elementos de circuitos e números complexos Prof. José Daniel de Alencar Santos [email protected] Escola Técnica Aberta do Brasil - ETEC Instituto Federal do Ceará - IFCE Fortaleza - CE 2014

Aula 02 - Eletricidade CA

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circuitos e numeros complexos

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    ELETRICIDADE CA

    Aula 02 Elementos de circuitos e nmeros complexos

    Prof. Jos Daniel de Alencar Santos [email protected]

    Escola Tcnica Aberta do Brasil - ETEC Instituto Federal do Cear - IFCE

    Fortaleza - CE 2014

  • 2

    Sumrio Apresentao....................................................... 03

    Tpico 1 - Para comeo de conversa ................. 04

    Tpico 2 - Elementos de circuitos ....................... 05

    2.1 Consideraes iniciais ................................... 05

    2.2 Resistor .......................................................... 05

    2.3 Capacitor ....................................................... 07

    2.4 Indutor ........................................................... 09

    Tpico 3 - Nmeros complexos .......................... 12

    3.1 Consideraes iniciais .................................. 12

    3.2 Definies ..................................................... 13

    3.3 Formas de Representao ........................... 15

    Concluso ........................................................... 20

    Referncias ........................................................ 21

  • 3

    Apresentao

    Nesta aula, estudaremos os elementos bsicos que constituem os

    circuitos em corrente alternada. So eles: os resistores, os

    indutores e os capacitores.

    Verificaremos como cada um desses elementos se comporta

    quando alimentados por uma tenso ou uma corrente alternada e

    senoidal. Na sequncia, tambm estudaremos a teoria dos

    nmeros complexos, focando suas definies e formas de

    representao, as quais sero muito utilizadas no decorrer da

    nossa disciplina.

    Objetivos

    q Entender o comportamento dos elementos passivos

    (resistores, indutores e capacitores) em circuitos eltricos

    excitados por fontes alternadas e senoidais.

    q Identificar as formas de onda de tenso e corrente em

    cargas resistivas, capacitivas e indutivas.

    q Compreender a teoria dos nmeros complexos, bem como

    suas operaes e formas de representao em circuitos de

    corrente alternada.

  • 4

    Tpico 1 - Para comeo de conversa

    Para a anlise de circuitos eltricos, seja em corrente contnua ou

    em corrente alternada, utilizamos as leis de Kirchhoff para

    escrever as equaes que regem o comportamento do circuito.

    Os mtodos matemticos so empregados aos circuitos eltricos

    em corrente alternada para determinar uma tenso (funo do

    tempo) a partir da aplicao de uma corrente, ou o contrrio, uma

    corrente (funo do tempo) a partir da aplicao de uma tenso.

    A tenso ou a corrente determinada uma composio de duas

    partes: uma transitria, que geralmente dura uma pequena frao de tempo; e uma parte que corresponde ao regime permanente ou estacionrio, que permanece at que o circuito sofra alguma nova alterao.

    Os tpicos desta aula tratam de circuitos eltricos em regime

    permanente. O estudo do regime transitrio dos elementos de

    circuito no faz parte do propsito da nossa disciplina, pois

    envolve ferramentas matemticas no contempladas no ensino

    mdio.

    A lei de Kirchhoff das correntes LKC estabelece que a soma das correntes que entram em um n igual a soma das correntes que saem deste mesmo n. J a lei de Kirchhoff das tenses (LKT) estabelece que a soma algbrica de todas as tenses em um caminho fechado (ou malha) zero.

    Para relembrar sobre as leis de Kirchhoff acesse < http://www.infoescola.com/eletricidade/leis-de-kirchhoff>

    Objetivo q Relacionar o uso das leis de Kirchhoff para compreender as

    equaes que regem o comportamento do circuito.

  • 5

    Tpico 2 - Elementos de circuitos

    2.1 Consideraes iniciais

    Os elementos passivos e ideais do circuito possuem apenas uma das seguintes propriedades: resistncia, capacitncia e

    indutncia. Estes so representados por resistor (R), capacitor (C)

    e indutor (L).

    importante esclarecer que R dissipa imediatamente qualquer energia recebida, enquanto C e L armazenam energia,

    respectivamente, no campo eltrico e no campo magntico,

    devolvendo posteriormente essa energia.

    2.2 Resistor

    Carga Resistiva

    Observe a figura 2.1, em que uma fonte de tenso alternada

    senoidal alimenta uma carga puramente resistiva de valor R.

    A resistncia medida em ohms (), a capacitncia em farads (F) e a indutncia em henrys (H).

    Objetivos q Entender o comportamento dos elementos passivos

    (resistores, indutores e capacitores) em circuitos eltricos

    excitados por fontes alternadas e senoidais.

    q Identificar as formas de onda de tenso e corrente nas

    cargas resistivas, capacitivas e indutivas.

  • 6

    Fig. 2.1 Circuito puramente resistivo ref. [3], pag.63

    A fonte de tenso desenvolve uma corrente diretamente

    proporcional ao valor da tenso, quando aplicada sobre o resistor

    (R).

    Matematicamente:

    em que:

    As formas de onda da tenso e da corrente no resistor so

    mostradas na figura 2.2, em que ambas crescem e decrescem

    nos mesmos instantes.

    v(t) = V = Vmaxsen(t) i(t) = iR

    No resistor, as

    formas de onda de

    tenso e corrente

    esto em fase.

    O que diferencia a forma da onda uma da outra so apenas os valores de amplitude.

    o que a lei de

    Ohm explica:v = Ri

  • 7

    Fig. 2.2 Tenso e corrente em uma carga resistiva ref. [2], pag.08

    A razo entre a tenso e a corrente no resistor, em qualquer

    instante de tempo, a prpria resistncia.

    2.3 Capacitor

    Carga capacitiva

    Na figura 2.3, a fonte de tenso alternada senoidal alimenta uma

    carga puramente capacitiva de valor C.

    Fig. 2.3 Circuito puramente capacitivo ref. [3],

  • 8

    Para a tenso de alimentao:

    A corrente no capacitor (iC) dada pela expresso:

    Conforme comentado na aula passada, a funo cosseno

    deslocada 90 em relao funo seno. Assim, h um

    deslocamento de =90 entre a tenso e a corrente no capacitor, conforme pode ser verificado na figura a seguir.

    Fig. 2.4 Corrente adiantada 90 em relao tenso ref. [2], pag.09

    Podemos dizer que a corrente no capacitor ideal est adiantada de 90 em relao a onda de tenso.

    v(t) = V = Vmaxsen(t)

    Esta expresso que representa a corrente do capacitador obtida atravs de uma operao matemtica chamada derivada. Para complementar seus estudos, pesquise sobre a expresso derivada. Como sugesto, segue o link: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA5ngAL/teoria-limite-derivadas

  • 9

    A razo entre a tenso e a corrente no capacitor dada por:

    em que Xc denominada reatncia capacitiva, e dada em ohms ().

    2.4 Indutor

    Carga indutiva

    A figura 2.5 apresenta a fonte de tenso alternada senoidal que

    alimenta uma carga puramente indutiva de valor L.

    Fig. 2.5 Circuito puramente indutivo ref. [3], pag.66

    Para a tenso de alimentao:

    A corrente no indutor (iL) dada pela expresso:

    v(t) = V = Vmaxsen(t)

  • 10

    A tenso auto-induzida sobre o indutor L, descrita pela lei de Lenz, vlida para situaes que envolvem correntes variveis.

    No caso do indutor, a forma de onda corrente atrasada em relao forma de onda da tenso em =90, conforme mostra a figura 2.6.

    A razo entre a tenso e a corrente no indutor dada por:

    em que XL denominada reatncia indutiva, e medida em ohms ().

    A lei de Lenz afirma que o sentido da corrente gerada pela induo eletromagntica no sentido de se opor variao do campo magntico que lhe deu origem.

    Fig. 2.6 Corrente atrasada 90 em relao tenso ref. [2], pag.11

  • 11

    Resumo

    Apresentamos a seguir um resumo das expresses para tenso e

    corrente nos elementos de circuitos (R, L e C).

    Elemento Tenso para

    i = Im sen t

    Tenso para

    i = Im cos t

    Resistncia R vR = RIm sen t vR = RIm cos t

    Indutncia L vL = LIm cos t vL = LIm (- sen t)

    Capacitncia C vC = Im (- cos

    t)C vC = Im sen t

    C

    Tab. 1 Tenso em cada elemento, para uma corrente senoidal adaptada da ref. [1]

    Elemento Tenso para

    v = Vm sen t

    Tenso para

    v = Vm cos t

    Resistncia R IR = Vm sen t

    R

    IR = Vm cos t

    R

    Indutncia L iL = Vm (- cos

    )

    L

    tiL = Vm sen t

    L

    Capacitncia C IC = CVm cos t

    IC = CVm (-sen t)

    Tab. 2 Corrente em cada elemento, para uma tenso senoidal adaptada da ref. [1]

  • 12

    Tpico 3 - Nmeros complexos

    3.1 Consideraes inicias

    A melhor forma de analisar grande parte dos circuitos CA

    usando nmeros complexos.

    Podemos dizer que a lgebra dos nmeros reais (lgebra comum)

    aplicada na anlise de circuitos CC, enquanto a lgebra dos

    nmeros complexos aplicada na anlise de circuitos CA.

    Como veremos no decorrer da nossa disciplina, as tenses e

    correntes senoidais so transformadas e representadas na forma

    de nmeros complexos, e passam a ser chamadas de fasores.

    Alm disso, as resistncias, indutncias e capacitncias tambm

    so transformadas em nmeros complexos, e so chamadas

    impedncias.

    O vdeo < https://www.youtube.com/watch?v=pOCUumUAkhA> apresenta uma breve explicao sobre os nmeros complexos.

    Objetivo q Compreender a teoria dos nmeros complexos, bem como

    suas operaes e formas de representao em circuitos de

    corrente alternada.

    Podemos encontrar maiores informaes sobre os nmeros complexos no captulo 2 da nossa apostila, disponvel em sua biblioteca virtual.

  • 13

    3.2 Definies

    O conceito de nmero complexo ou nmero imaginrio foi

    introduzido com o intuito de representar razes quadradas de

    nmeros negativos, cujos resultados no fazem parte do conjunto

    dos nmeros reais.

    Pela definio da unidade imaginria (j2 = -1), pode-se deduzir

    que:

    j3 = j2 j = -j

    j4 = j2 j2 = 1

    j5 = j4 j = j

    j6 = j5 j = -1

    j7 = j6 j = -j

    j8 = j7 j = 1

    j9 = j8 j = j

    j10 = j9 j = -1

    (e assim sucessivamente).

    Um nmero complexo na forma retangular formado por uma parte real e uma parte imaginria, conforme mostra a

    representao a seguir:

    z = a + jb, em que a e b so nmeros

    reais

    a parte real b parte imaginria

    possvel

    representar a raiz

    quadrada de um

    nmero negativo

    usando o nmero imaginrio j.

    Exemplos:

    Um nmero complexo pode ser representado de diferentes formas, dentre as quais se destacam a forma cartesiana e a forma polar, que ser tratada na prxima seo.

    Denomina-se

    unidade

    imaginria o

    nmero j, tal que

  • 14

    Exemplo: z = 1,5 j3 (a = 1,5 e b = -3)

    Um nmero complexo pode ser tambm representado por um

    ponto no chamado plano complexo, como mostra a figura a

    seguir.

    Fig. 2.7 Plano complexo ref. [4], pag.343

    No plano complexo, o eixo horizontal chamado de eixo real, e o eixo vertical chamado de eixo imaginrio.

    Analisando o plano complexo representado na figura 2.7, temos:

    Z1 = 6 Z2 = 2 j3 Z3 = j4 Z4 = -3 + j2 Z5 = -4 j4 Z6 = 3 + j3

    As potncias de j s podem assumir os valores: +1, -1, +j e j.

  • 15

    Nos exemplos anteriores, Z1 um nmero real, pois sua parte

    imaginria nula, enquanto Z3 dito como um nmero puramente

    imaginrio, pois sua parte real nula.

    3.3 Formas de Representao

    J que aprendemos a representao de um nmero complexo na

    forma cartesiana, agora entenderemos como represent-lo nas

    formas trigonomtrica, exponencial e polar.

    Considerando o nmero complexo z = a + jb, mostrado na figura 2.8.

    Aplicando as relaes trigonomtricas de um tringulo retngulo,

    podemos escrever as partes real e imaginria de z como:

    Assim:

    A forma de representar um nmero complexo como z = r (cos + jsen ) chamada de forma trigonomtrica.

    a = r cos b = r

    z = a + jb = r(cos + jsen)

    Fig. 2.8 Representao polar de z ref. [4],pag.346

  • 16

    em que r chamado de mdulo ou valor absoluto de z, e o ngulo chamado de argumento ou ngulo de fase de z. O mdulo e o argumento so calculados pelas expresses:

    So quatro as possibilidades:

    Agora que vimos como escrever um nmero complexo na forma

    retangular e na forma trigonomtrica, aprenderemos uma terceira

    Dependendo do quadrante em que o nmero complexo z estiver localizado, precisamos ter cuidado na determinao do valor correto de .

    z = a + jb = arctg(b/a) (1QUADRANTE) z =-a + jb = 180- arctg(b/a) (2QUADRANTE) z = -a - jb = 180+ arctg(b/a) (3QUADRANTE) z = a - jb = 360- arctg(b/a) (4QUADRANTE)

    Fig. 2.9 Representao dos quadrantes ref. [5].

  • 17

    forma de representar esses nmeros. Trata-se da forma exponencial.

    Para isso, precisamos apresentar a conhecida frmula de Euler,

    que expressa por:

    Com a aplicao da frmula de Euler, um nmero complexo z = a + jb pode ser escrito na forma exponencial como:

    Mostraremos agora uma ltima forma de representar nmeros

    complexos, que inclusive amplamente utilizada em anlise de

    circuitos CA. a representao na forma polar, a qual definida

    como:

    em que novamente r o mdulo de z, e o seu argumento.

    ej = cos + jsen

    e a base do logaritmo natural. e = 2,718...

    z = rej

    z = r(cos + jsen)

    Observe que a forma exponencial bem parecida com a forma polar na representao de um nmero complexo.

    Relembrando: r o valor absoluto de z. O ngulo o ngulo de fase de z.

  • 18

    Nesta aula, trabalhamos com quatro formas diferentes de

    representar um nmero complexo, resumidas na tabela abaixo:

    Forma retangular Z = a + jb

    Forma trigonomtrica Z = r (cos + jsen)

    Forma exponencial Z = rej

    Forma polar Z = r

    Tab. 3 - Formas de representar um nmero complexo

    A seguir, alguns exemplos de representaes de nmeros

    complexos.

    EXEMPLO 01: Transformar para a forma polar os seguintes

    nmeros complexos:

    a) z = -4 j3

    b) z = -j4

    RESOLUO:

    a) para calcularmos o mdulo:

    e para calcularmos o argumento:

    Assim, o nmero na forma polar :

    Para representar os nmeros complexos, utilizaremos em nossa disciplina somente as formas cartesiana e polar.

  • 19

    b) j4 um nmero puramente imaginrio e, portanto, est localizado no eixo vertical do plano complexo. Se ele est no eixo

    vertical, seu argumento ou 90ou 270. Pelo sinal negativo,

    podemos concluir que a segunda opo a correta neste

    exemplo.

    Portanto:

    EXEMPLO 02: Transformar os seguintes nmeros complexos

    para a forma cartesiana:

    a)

    b)

    RESOLUO:

    a)

    b)

  • 20

    importante que todos tenham entendido tudo que vimos at o

    momento sobre os nmeros complexos, para que possamos

    estudar na prxima aula as operaes de adio, subtrao,

    multiplicao e diviso entre esses nmeros.

    Concluso

    Nessa aula, comeamos a aprofundar nossos estudos em

    eletricidade CA. Inicialmente, tratamos dos elementos passivos de

    circuitos (R, L e C), verificando seus comportamentos com

    excitaes de tenso ou corrente, com formas de onda alternadas

    e senoidais. Na sequncia, vimos a teoria dos nmeros

    complexos, envolvendo suas definies e formas de

    representao.

    importante salientar que j na prxima aula faremos uso dos

    elementos passivos aqui tratados e da teoria dos nmeros

    complexos para definirmos fasores e impedncia.

    Voc agora pode explorar ainda mais os temas tratados. Estude

    tambm pelo material postado na biblioteca virtual e pesquise

    outras fontes na internet.

    Bom trabalho!

  • 21

    Referncias

    [1] ALBUQUERQUE, R. O. Circuitos em Corrente Alternada. 2 ed. So Paulo: Makron Books, 1991.

    [2] PEREIRA, A. H. Eletricidade CA. Apostila, 2010.

    [3] FREITAS, J. A. L.; ZANCAN M. D. Eletricidade. Santa Maria: Universidade Federal: Colgio Tcnico Industrial de Santa Maria,

    2008.

    [4] O'MALLEY, J. Anlise de Circuitos. 2 ed. So Paulo: Makron Books, 1993.

    [5] Mundo CNC. Conceitos Bsicos em CNC's. Disponvel em http://www.mundocnc.com.br/conceito2.php. Acesso em:

    14/01/2014.