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Curso Regular Teórico Profª Claudia Kozlowski   Profª Claudia Kozlowsk i www.pontodosconcursos.com.br - 1 - AULA 5 - SINTAXE DE CONCORDÂNCIA – PARTE 2 Hoje, daremos continuidade ao estudo da sintaxe de concordância, desta vez analisando os casos de concordância verbal. Segundo a regra geral , o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Em uma linguagem mais simples, o núcleo do sujeito manda no verbo, mas é a partir do verbo que conseguimos identificar o sujeito. O técnico escalou o time. Os técnicos escalaram os times. Para isso, perguntamos ao verbo quem/o que é o seu sujeito: quem escalou o time? O técnico / os técnicos. As construções dos exemplos acima apresentam sujeito simples (um único núcleo) e dispõem os elementos da oração na ordem direta, ou seja, SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS. Em frases como essas, fica bem fácil identificar o sujeito e seu núcleo e perceber qualquer erro de concordância. Veja como isso caiu em uma das mais recentes provas da ESAF: (ESAF/AFT/2006) Os trechos abaixo constituem um texto.  Assinale a opção que apresenta erro. a) A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas décadas do século XVIII. b) Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões: a intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc. c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm chama de a “partida para o crescimento auto-  sustentável ”. Por “crescimento auto-sustentável ” entende- se: o poder produtivo das sociedades humanas, até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas, tornou-se crescente e constante – livre de epidemias, fomes, pestes ou intempéries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-de-obra em quase toda a Europa. d) Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da  produção era a falta de homens e mulheres nos c ampos (e não de terras), o período que se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a tornar-se um pouco mais supérfluo.

Aula 05

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    AULA 5 - SINTAXE DE CONCORDNCIA PARTE 2

    Hoje, daremos continuidade ao estudo da sintaxe de concordncia, desta vez analisando os casos de concordncia verbal.

    Segundo a regra geral, o verbo concorda com o ncleo do sujeito em nmero e pessoa. Em uma linguagem mais simples, o ncleo do sujeito manda no verbo, mas a partir do verbo que conseguimos identificar o sujeito.

    O tcnico escalou o time.

    Os tcnicos escalaram os times.

    Para isso, perguntamos ao verbo quem/o que o seu sujeito: quem escalou o time? O tcnico / os tcnicos.

    As construes dos exemplos acima apresentam sujeito simples (um nico ncleo) e dispem os elementos da orao na ordem direta, ou seja, SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS.

    Em frases como essas, fica bem fcil identificar o sujeito e seu ncleo e perceber qualquer erro de concordncia. Veja como isso caiu em uma das mais recentes provas da ESAF:

    (ESAF/AFT/2006) Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opo que apresenta erro.

    a) A Primeira Revoluo Industrial pode ser entendida como uma guinada de todos os indicadores econmicos ingleses, sobretudo nas duas ltimas dcadas do sculo XVIII.

    b) Tal avano dos indicadores econmicos tiveram vrias razes: a intensificao do Comrcio Internacional desde o sculo XVI, a Revoluo Agrcola (e a expulso de vastos contingentes de campesinos para as cidades), o surgimento de uma indstria txtil inglesa etc.

    c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm chama de a partida para o crescimento auto-sustentvel. Por crescimento auto-sustentvel entende-se: o poder produtivo das sociedades humanas, at ento sujeito a variveis climticas ou demogrficas, tornou-se crescente e constante livre de epidemias, fomes, pestes ou intempries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de mo-de-obra em quase toda a Europa.

    d) Contraposto Idade Mdia, em que o problema crnico da produo era a falta de homens e mulheres nos campos (e no de terras), o perodo que se segue Revoluo Industrial aquele em que o homem comea a tornar-se um pouco mais suprfluo.

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    e) Como explicita Hobsbawm, trata-se de perodo em que, s grandes massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um sistema fabril mecanizado que produzia em quantidades to grandes e a um custo to rapidamente decrescente a ponto de no mais depender da demanda existente, mas de criar o seu prprio mercado.

    (Raquel Veras Franco, Breve Histrico da Justia e do Direito do Trabalho no Mundo.http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

    Ser que voc acertou???

    O gabarito deu como incorreta a construo da opo B. Note que o ncleo do sujeito avano (Tal avano dos indicadores econmicos...). Com este elemento, o verbo TER deve concordar. Os demais elementos (tal, dos indicadores econmicos) s vm complementar o sentido do ncleo. Normalmente, devido proximidade do verbo com vrios elementos no plural, no notamos que ele deve permanecer no singular. Para evitar erros como esses (muito comuns nas provas da ESAF), uma boa dica assinalar o ncleo de alguma forma (sublinhando, envolvendo com um crculo etc).

    A construo correta seria: Tal avano dos indicadores econmicos teve vrias razes.... Esse um caso de construo na ordem direta (sujeito + verbo + complemento) com apenas um ncleo do sujeito (sujeito simples).

    Se voc achou essa questo complicada, prepare-se, pois pode piorar! Vida de concursando no essa maravilha a, no... Normalmente, as construes vm em ordem invertida e/ou com o sujeito bem distante do verbo, o que dificulta a constatao de um equvoco na concordncia. Esse, alis, o estilo da ESAF. Entre o ncleo do sujeito e o verbo so dispostos vrios elementos em nmero diverso do apresentado pelo sujeito. Resultado: sem que percebamos, acabamos contaminados e aceitamos uma concordncia incorreta.

    ACORDO ORTOGRFICO: Uma observao acerca das novas regras de ortografia: agora, devemos registrar autossuntentvel (tudo junto, dobrando o s) e mo de obra (sem hfen).

    Daquela mesma prova, tiramos este outro exemplo de erro de concordncia, um pouco mais complicadinho. Resolva a questo e leia o comentrio.

    (ESAF/AFT/2006) Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a opo que apresenta erro de concordncia.

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    a) As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condies de vida nas cidades costumavam ser horrveis. Para se ter idia, alguns recenseamentos ingleses, da dcada de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em mdia, 50 anos e o da cidade, 30 anos.

    b) Talvez esses nmeros sejam indicadores da dramaticidade das modificaes ocasionadas, na vida de milhes de seres humanos, pela Revoluo Industrial.

    c) Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era comum, nas primeiras dcadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecvel para seus avs ou mesmo para seus pais.

    d) A fragmentao das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm, nada se tornasse mais inevitvel do que o aparecimento dos movimentos operrios.

    e) Aqueles trabalhadores, que viviam em condies insuportveis, no tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteo pblica.

    (Raquel Veras Franco, Breve Histrico da Justia e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/ Historico)

    ACORDO ORTOGRFICO: Agora, a palavra ideia (a), sem acento agudo.

    O gabarito a letra d. Desta vez, o ncleo do sujeito (fragmentao ncleo do sujeito na construo A fragmentao das sociedades campesinas tradicionais) est bem distante do verbo (fazer) e, entre eles, elementos no plural e no so poucos: das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades. Nada disso interessa! O ncleo do sujeito continua sendo o mesmo fragmentao no singular, e com ele deve o verbo concordar: a fragmentao (...) faz com que....

    LEMBRE-SE DA DICA: em questes como essa, MARQUE o ncleo do sujeito, para no perd-lo de vista nem da memria.

    A seguir, apresentamos alguns casos especiais de concordncia verbal que devem ser observados.

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    Caso 1 - Sujeito composto No sujeito composto, h mais de um ncleo do sujeito.

    Quando o sujeito composto estiver:

    1.a) anteposto ao verbo (SUJEITO + VERBO), o verbo vai para o plural, ou seja, obedece concordncia gramatical o verbo concorda com os ncleos do sujeito. Como o sujeito (com todos os seus ncleos) j foi apresentado, no resta outra sada a no ser concordar com todos os elementos.

    O tcnico e os jogadores chegaram ontem a So Paulo.

    DICA: O verbo no tem sada, porque os ncleos j foram apresentados a ele (apareceram antes). Ento, s lhe resta a concordncia gramatical, ao contrrio do que acontece quando o sujeito composto vem DEPOIS do verbo, veja s.

    1.b) posposto ao verbo (VERBO + SUJEITO), o verbo pode concordar com o sujeito mais prximo (concordncia atrativa) ou ir para o plural, concordando com todos eles (concordncia gramatical).

    DICA: Como o sujeito ainda no apareceu completamente, o verbo PODE (facultativamente) garantir a concordncia logo com o primeiro ncleo (concordncia atrativa) ou aguardar a apresentao de todos e com todos eles concordar (concordncia gramatical).

    Chegou(aram) ontem o tcnico e os jogadores.

    Se houver ideia de reciprocidade, obrigatoriamente o verbo vai para o plural; afinal, por ser recproca, a ao necessita de mais de um agente.

    Agrediam-se me e filha.

    1.c) Havendo pronomes pessoais, formado com pessoas diferentes: verbo fica no plural da pessoa predominante (1, 2 ou 3), obedecendo seguinte ordem de preferncia:

    PREVALECE A 1 PESSOA VERBO NA 1 PESSOA DO PLURAL

    Eu, voc e os alunos iremos ao museu.(NS)

    NA AUSNCIA DA 1 PESSOA, PREVALECE A 2 PESSOA VERBO NA 2 PESSOA DO PLURAL:

    Tu, ela e os peregrinos visitareis o santurio.(VS)

    Nesse segundo caso, modernamente vrios autores (Rocha Lima, Sacconi, dentre outros) j aceitam a conjugao na 3 pessoa do plural, haja vista o desuso das segundas pessoas na linguagem coloquial brasileira.

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    Tu, ela e os peregrinos visitaro o santurio (VOCS).

    Se a orao estiver em ordem inversa (VERBO + SUJEITO COMPOSTO), pode haver a concordncia atrativa, ou seja, o verbo pode tambm concordar com o primeiro elemento:

    Ir ao museu ela e eu (3 p.sing.) / Irei ao museu eu e ela (1 p.singular)

    OU

    Iremos ao museu ela e eu/eu e ela (1 p.plural)

    1.d) Com ncleos em correlao (tanto...como; como; no s ... bem como)

    POLMICA VISTA! Vrios autores registram o emprego do verbo concordando com o primeiro.

    O cientista assim como o mdico pesquisa a causa do mal.

    Esse o posicionamento do mestre LUIZ ANTNIO SACCONI (em Gramtica Bsica) Os exemplos dados pelo professor apresentam o segundo elemento isolado por vrgulas, com a flexo somente com o primeiro elemento:

    Meus amigos, assim como eu, gostam de estudar Portugus.

    Eu, bem como meus amigos, gosto de estudar Portugus.

    No entanto, tambm h registros de concordncia com todos os elementos.

    - CELSO CUNHA & LINDLEY CINTRA (em Nova Gramtica do Portugus Contemporneo) - O posicionamento dos professores Celso Cunha e Lindley Cintra que, se no houver pausa entre os sujeitos (ou seja, no houver vrgula), o verbo ir para o plural:

    Qualquer se persuadir de que no s a nao mas tambm o prncipe estariam pobres.

    Os gramticos ainda destacam o caso de sujeitos ligados por conjuno comparativa. Segundo eles, quando dois sujeitos esto unidos por uma das conjunes comparativas como, assim como, bem como e equivalentes, a concordncia depende do valor que atribumos ao conjunto. O verbo concordar com o primeiro elemento se quisermos destac-lo:

    A ris, como a impresso digital, nica em cada pessoa.

    Nesse caso, a conjuno conserva seu valor comparativo, e o segundo termo vem enunciado entre pausas, indicadas na escrita pelas vrgulas.

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    Se os elementos se adicionam, se complementam, o verbo vai para o plural, seguindo o modelo apresentado nas estruturas correlativas no s... mas tambm, tanto...como, visto acima.

    - ROCHA LIMA (em Gramtica Normativa da Lngua Portuguesa)- O mestre registra a dupla possibilidade de flexo, destacando como prefervel a flexo no plural:

    Se o sujeito construdo com a presena de uma frmula correlativa, deve preferir-se o verbo no plural.

    Assim Saul como Davi, debaixo do seu saial, eram homens de to grandes espritos, como logo mostraram suas obras (ANTNIO VIEIRA)

    Segundo o autor, raro aparecer o verbo no singular:

    (...) tanto uma, como a outra, suplicava-lhe que esperasse at passar a maior correnteza.

    - EVANILDO BECHARA (em Moderna Gramtica Portuguesa)- Tambm merecem registro as palavras do emrito professor Evanildo Bechara, que apresenta a possibilidade de construir no singular ou no plural, indistintamente:

    Se o sujeito composto tem os seus ncleos ligados por srie aditiva enftica (no s... mas, tanto...quanto, no s...como, etc.), o verbo concorda com o mais prximo ou vai ao plural (o que mais comum quando o verbo vem antes do sujeito).

    Vamos eliminar esse monstro que apareceu a: srie aditiva enftica. Srie porque estamos diante, no de uma, mas de vrias palavras (no s...mas tambm, tanto...como, por exemplo). Aditiva por apresentar ideia de adio, equivalente conjuno e. Finalmente, enftica por enfatizar cada um dos elementos da construo, ou at mais um do que outro, ao contrrio do que faria uma mera conjuno e, que coloca os dois elementos no mesmo patamar. Compare: Eu e meu irmo vimos o acidente. / No s eu como tambm meu irmo vimos o acidente.. Percebeu a diferena?

    Parece que ouvi algum gritar: Claudia, o que eu fao na hora da prova???.

    Resposta: vai depender da banca examinadora. Primeiramente, h as que indicam bibliografia. Se isso acontecer, siga o que diz o gramtico indicado. Em outros casos (a maioria, infelizmente), devemos tomar todo cuidado. Vejamos como se comportou a ESAF:

    (ESAF/Assistente de Chancelaria/2002)

    As viagens ao exterior e os encontros com figures estrangeiros constituem, desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratgia das lideranas brasileiras. De fato, as crticas s viagens internacionais do Presidente da Repblica ou de outros

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    dirigentes parecem despropositadas. Tanto o governo como a oposio devem reposicionar os interesses brasileiros num mundo em plena mutao. O problema que se coloca de outra natureza e se resume numa interrogao pouco formulada na campanha presidencial: quais devem ser os rumos de nossa diplomacia?

    (Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptaes)

    d) o conectivo Tanto...como(l.4-5) for substitudo por No s ... mas tambm, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, devem(l.5), ou no singular, deve.

    A banca considerou CORRETO este item, ou seja, a partir dessa questo, podemos afirmar que o entendimento da ESAF que, em sries aditivas enfticas, o sujeito poder facultativamente se flexionar no singular ou no plural, com ou sem pausa (vrgula).

    Precisaramos analisar como se comportam as demais bancas, mas algumas passam ao largo da discusso e no exploram questes como essa.

    1.e) Ligado por COM : verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o plural, entendendo que formam um sujeito composto.

    O professor, com os alunos, resolveu o problema.

    O maestro com a orquestra executaram a pea clssica.

    A opo por uma ou outra flexo livre, mas no indiferente. Vai depender da nfase que se queira dar. O plural destaca o conjunto dos elementos, com ideia de cooperao, enquanto que o singular enfatiza somente um deles.

    Se a inteno for realar apenas um dos ncleos, o verbo concorda com ele. Neste caso, como nos ensina Rocha Lima, o segundo sujeito (ligado pela preposio com) posto em plano to inferior que se degrada simples condio de um complemento adverbial de companhia. A vrgula, neste caso, facultativa.

    A carta com o documento foi extraviada.

    1.f) Ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU. Se for alternativo, com ideia de excluso dos demais, o verbo fica no singular.

    Valdir ou Leo ser o goleiro titular.

    Tambm permanece no singular se a conjuno ou exprimir equivalncia, de tal forma que o verbo possa se dirigir a qualquer dos elementos.

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    Um cardeal, ou um papa, enquanto homem, no mais do que uma pessoa. (MANUEL BERNARDES)

    Se o valor da conjuno for aditiva, de modo que a ao possa abranger todos os sujeitos, indistintamente, o verbo vai para o plural.

    Alegrias ou tristezas fazem parte da vida.(tanto umas como outras)

    O mesmo acontece quando um dos elementos j se apresenta no plural.

    O policial ou os populares poderiam ter prendido o perigoso assassino.

    1.g) Ligado por NEM: segue o mesmo raciocnio que o caso 1.f (sujeito composto ligado por OU) verbo pode ficar no plural ou no singular.

    Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Joana.(valor aditivo)

    Nem Ciro nem Enas ser eleito presidente.(valor alternativo ou excludente)

    Nesses dois ltimos casos (1.f e 1.g - sujeito composto ligado por OU / NEM), havendo, entre os sujeitos, algum expresso por um pronome reto, devemos seguir a regra 1.c (primazia das pessoas 1. e 2):

    Nem meu primo, nem eu frequentamos tal sociedade.(1 p.plural)

    1.h) Resumido com pronome indefinido: o verbo concorda com o pronome, que exerce a funo de aposto resumitivo. Esse um caso de concordncia especial, em que o verbo concorda, no com o sujeito (todos os elementos), mas com o aposto (pronome indefinido).

    Jovens, adultos, crianas, ningum podia acreditar no que acontecia.

    1.i) Modificado pelo pronome CADA: quando o pronome indefinido cada seguido por substantivo ou pronome substantivo, o verbo fica na 3 pessoa do singular.

    Cada homem, cada mulher, cada criana ajudava os flagelados.

    Caso 2 - Sujeito constitudo por:

    2.a) Um e outro. O verbo no singular ou plural, indiferentemente.

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    Um e outro mdico descobriu(ram) a cura do mal.

    Estude este ponto juntamente com o caso 1.6 da Aula 4 (concordncia nominal com um e outro)

    2.b) Um ou outro. Em funo da presena da conjuno ou, h nessa construo um valor excludente, que leva o verbo para o singular.

    Um ou outro candidato ser aprovado.

    2.c) Nem um nem outro POLMICA VISTA.

    A posio majoritria no sentido de manter o verbo no SINGULAR, como ocorre com um ou outro:

    - EVANILDO BECHARA (em Lies de Portugus pela Anlise Sinttica): Com nem um nem outro continua de rigor o singular para o substantivo e o verbo se por no singular: Nem uma coisa nem outra necessria.

    - CELSO CUNHA E LINDLEY CINTRA: As expresses um ou outro e nem um nem outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo, exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado previamente este encontro.

    - ROCHA LIMA: Tambm a expresso nem um, nem outro, seguida ou no de substantivo, exige o verbo no singular (s excepcionalmente se encontrar o verbo no plural): Nem um nem outro havia idealizado previamente esse encontro (pode parecer incrvel, mas o mesmo exemplo de TASSO DE OLIVEIRA apresentado nas duas obras citadas com divergncia no emprego do pronome demonstrativo este / esse).

    Precisamos, contudo, registrar o posicionamento divergente de DOMINGOS PASCHOAL CEGALLA em Novssima Gramtica da Lngua Portuguesa: Um e outro / Nem um nem outro o sujeito sendo representado por uma dessas expresses, o verbo concorda, de preferncia, no plural. Exemplos: Depois nem um nem outro acharam novo motivo para dilogo (Fernando Namora)/ Nem uma nem outra foto prestavam (ou prestava).

    Voc pode estar se perguntando por que eu citei todas essas posies doutrinrias. A resposta simples: como nosso curso amplo, voltado para as diversas bancas examinadoras do pas, caber ao candidato seguir o gramtico mencionado na bibliografia. Em provas realizadas por bancas como a FCC, ESAF, que no oferecem indicao bibliogrfica, deve seguir a posio majoritria, tomando sempre o cuidado de analisar todas as opes.

    2.d) Expresses partitivas ou quantitativas (a maioria de, grande parte de, grande nmero de), seguidas de nome plural:

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    (Esse o ponto de concordncia verbal que mais cai em prova, acredite!)

    Em expresses que indicam uma parte de um todo (por isso chamadas de termos ou expresses partitivas), o verbo pode concordar com o ncleo do sujeito (maioria, parte, metade), ficando no singular, ou com o especificador (substantivo que se segue). Assim, pode-se destacar o conjunto (singular) ou os elementos desse conjunto (plural). Neste ltimo caso, realiza-se a concordncia ideolgica (com a ideia).

    A maioria dos candidatos conseguiu/conseguiram aprovao.

    2.e) Coletivo geral: A ideia que o substantivo coletivo j exerce a funo agregativa, ou seja, contm o valor de conjunto, deixando o verbo no singular.

    O povo escolher seu governante em 15 de novembro.

    2.f) Expresses que indicam quantidade aproximada (cerca de, perto de, mais de) seguida de numeral: Nesses casos, o verbo concorda com o numeral que acompanha o substantivo.

    Mais de um jogador foi criticado pela crnica esportiva.

    Cerca de dez jogadores participaram da briga.

    Esse um dos casos em que o portugus se afasta completamente da lgica (matemtica). Quer ver?

    Enquanto a expresso mais de um jogador (que indica, no mnimo, dois) mantm o verbo no singular (mais de um jogador foi criticado), a expresso menos de dois levaria o verbo para o plural (menos de dois jogadores foram criticados), mesmo que indique ser UM JOGADOR!

    Se houver ideia de reciprocidade ou a expresso for repetida, o verbo fica obrigatoriamente no plural.

    Mais de um torcedor agrediram-se.

    Mais de um candidato, mais de um fiscal se queixaram da extenso da prova (exemplo de BECHARA em Lies de Portugus pela Anlise

    Sinttica)

    Veja uma questo de prova que brincou com esse conceito.

    (NCE UFRJ / BNDES/ 2005)

    A lngua portuguesa e os conhecimentos matemticos nem sempre esto de acordo. A frase abaixo em que a concordncia verbal contraria a lgica matemtica :

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    (A) 50% da torcida brasileira gostaram da seleo;

    (B) mais de trs jornalistas participaram da entrevista;

    (C) menos de dois turistas deixaram de participar do passeio;

    (D) so 16 de outubro;

    (E) participaram do congresso um e outro professor. O gabarito foi letra C. Mesmo que o sujeito apresente a ideia de UM TURISTA (menos de dois s pode ser um!), por concordar com o numeral que acompanha a expresso (menos de dois turistas), o verbo deve ser flexionado no plural deixaram de participar.

    Note que, na opo B, foi respeitada a ideia de plural (mais de trs), caso em que o verbo foi para o plural para concordar com o numeral (trs).

    Em relao opo E, vimos que, com a expresso um e outro, o verbo tanto pode ir para o plural como ficar no singular (participou/ participaram um e outro professor).

    Os demais casos de concordncia sero vistos mais adiante (nmero percentual e verbo ser).

    2.g) Pronomes (indefinidos ou interrogativos)

    - no singular, seguidos de pronome: verbo no singular, concordando com o pronome.

    Qual de ns ser escolhido?

    - no plural, seguidos de pronome: o verbo concorda com o pronome pessoal ou vai para a 3 pessoa do plural.

    Poucos dentre eles sero chamados pelo Exrcito.

    Alguns de ns seremos / sero eleitos.

    O que est em jogo a inteno do autor em incluir, na ao, a figura representada pelo pronome. Compare:

    Alguns de ns sabem o resultado do jogo.

    Alguns de ns sabemos o resultado do jogo.

    Pergunta-se: em qual dos dois casos est clara a incluso do autor da frase no grupo de pessoas que sabe o resultado do jogo? Resposta: no segundo caso, indicada essa circunstncia pela desinncia verbal (sabemos).

    2.h) Pronome QUEM: A concordncia vai depender da classificao da palavra QUEM.

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    Se o verbo ficar na 3 pessoa do singular, indica-se que a palavra um pronome indefinido.

    Sou eu quem paga o seu salrio.

    Nas oraes interrogativas iniciadas pelos pronomes QUEM, QUE, O QUE, o verbo SER concorda com o nome ou pronome que vier depois (BECHARA, op.cit.).

    Quem so os culpados?

    Que so os sonhos?

    O que seremos ns sem f?

    2.i) Pronome relativo QUE na funo de sujeito: verbo concorda com o antecedente.

    No fui a aluna que chegou primeiro.

    Dos sonhos que me atordoam, esse o mais recorrente.

    Pronome relativo assim chamado por fazer referncia a algum outro termo (substantivo, pronome substantivo, orao substantiva) j mencionado anteriormente (ANTECEDENTE).

    Nas duas passagens, o que um pronome relativo.

    O pronome relativo d incio a uma orao que atribui a esse antecedente uma caracterstica, estado ou condio. Por esse motivo, a orao iniciada pelo pronome relativo uma orao subordinada adjetiva. Assim, conclumos que SEMPRE UM PRONOME RELATIVO D INCIO A UMA ORAO ADJETIVA.

    Quando esse pronome relativo exerce a funo sinttica de sujeito da orao adjetiva, para respeitar as regras de concordncia, deve-se observar a qual termo o pronome relativo est se referindo, e com ele ser feita a concordncia verbal.

    Em outras palavras, como se o pronome relativo fosse o CHEFE SUBSTITUTO. Na orao adjetiva, o pronome que exerce a funo de sujeito, mas a concordncia feita com o elemento que ele substitui na orao (o CHEFE de verdade o antecedente).

    Assim, funciona como se o pronome relativo dissesse ao verbo: Olha aqui, voc me respeita, pois aqui eu sou o sujeito. No entanto, s estou aqui substituindo aquele l. Ento, se voc quiser saber o que fazer, se vai para o plural ou para o singular, vai perguntar para ele....

    Veja como esse assunto foi tratado em uma questo de prova.

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    (FCC/TRT 24 Regio/2006)

    Julgue a correo gramatical da seguinte passagem.

    - As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representa um paraso que no foram feitas para o turismo de massas de visitantes.

    Este item foi considerado INCORRETO.

    H, nessa passagem, dois erros de sintaxe de concordncia.

    Primeiro erro: em As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central o ncleo do sujeito maravilhas. O verbo deve, pois, concordar com ele e ir para o plural representam (caso clssico).

    Em seguida, o segundo erro: o pronome exerce a funo de sujeito. Como seu antecedente o substantivo paraso, com ele devem o verbo e o adjetivo da orao adjetiva (foram feitas) ficar em harmonia. Nota-se, a, o deslize de concordncia: a forma correta seria no singular e, no caso do adjetivo, masculino: As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representam um paraso que no foi feito para o turismo de massa de visitantes.

    E, j que estamos falando em pronome relativo, vamos tratar de mais dois casos que envolvem esse termo.

    2.j) Um dos (...) que: O verbo pode concordar com um, permanecendo no singular, ou com o complemento, flexionando-se no plural. Essa faculdade permite que se d nfase ao elemento individual (singular) ou aos elementos que compem o grupo (plural).

    Ele foi um dos alunos desta classe que resolveu / resolveram o problema.

    Seu filho foi um dos que chegou / chegaram tarde.

    2.l) Com a expresso o que a concordncia se faz com o pronome relativo que.

    O que falta so recursos.

    O sujeito, nesse caso, no recursos, mas o pronome relativo que (a coisa que falta). J o verbo ser respeita as regras mais adiante expostas (caso 5).

    Vejamos como foi abordado o assunto em prova:

    (FCC/TCE SP/2005)

    O que se ...... (SEGUIR) concentrao de renda, do desemprego e da excluso social so as manifestaes violentas dos maiores prejudicados.

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    A concordncia do verbo da lacuna deve ser feita com que (pronome relativo). Assim, o verbo conjugado na 3 pessoa do singular, independentemente do nmero (singular ou plural) do elemento que vem aps o verbo ser O que se segue (...) so as manifestaes violentas.... O verbo que preenche a lacuna fica no singular, pois.

    Alm da concordncia com a expresso o que, um dos casos de concordncia mais especiais, e que merece o nosso comentrio, com o verbo ser (... so as manifestaes...).

    Mais adiante, trataremos da concordncia com o verbo SER (caso 5).

    2.m) Palavras sinnimas: O verbo concorda com o mais prximo (preferncia) ou fica no plural.

    A tica e a Moral preocupa-se com o comportamento humano.

    A msica e a sonoridade sempre nos diz / dizem algo.

    Observao: Expressando uma gradao, mantm-se o verbo no singular:

    Um gesto, um olhar, um aperto de mo bastaria.

    Deste modo, a nfase recai no ltimo elemento, que representa a srie.

    2.n) Verbos no infinitivo substantivado: verbo no singular.

    Estudar e trabalhar engradece o homem. (O fato de...)

    - Se vierem determinados ou forem antnimos - verbo no plural.

    O falar e o escrever caracterizam um sbio.

    Rir e chorar fazem parte da vida.

    2.o) Nmero percentual - pode concordar com o numeral ou com o termo posposto.

    80% da populao acreditam (oitenta) / acredita (populao) na moeda.

    Dez por cento das pessoas declaram Imposto de Renda. (A nica forma plural dez e pessoas)

    Se vier determinado, vai para o plural.

    Os 10% mais ricos do Brasil possuem a maior parte da renda.

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    Voltando ao exemplo do caso 2.f: 50% da torcida brasileira gostaram da seleo, o verbo poderia ir para o plural (como foi apresentado na opo, concordando com o numeral) ou ficar no singular, concordando com o complemento (torcida).

    Caso 3 - Verbo acompanhado da palavra SE

    Agora, iremos ver um dos casos mais recorrentes em questes de provas, especialmente da Fundao Carlos Chagas e ESAF construo de voz passiva pronominal.

    3.a) SE = pronome apassivador: verbo concorda com o sujeito paciente.

    Na aula sobre VERBOS (Aula 3), vimos que, na voz passiva pronominal (ou sinttica), o verbo TRANSITIVO DIRETO ou DIRETO E INDIRETO, quando acompanhado do pronome SE, deve concordar com o sujeito paciente (que est sublinhado nos exemplos abaixo).

    Viam-se ao longe as primeiras casas.

    Ofereceu-se um grande prmio ao vencedor da corrida.

    Assim, para confirmao dessa passividade, temos de fazer duas perguntas:

    1 O verbo transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?

    2 Existe uma ideia passiva na construo?

    Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construo de voz passiva e, ento, o verbo dever se flexionar de acordo com o sujeito paciente (mais precisamente com o seu ncleo).

    Veja uma questo de prova que abordou o assunto.

    (FCC / TCE SP / Dezembro 2005)

    Analise a afirmao:

    - Ainda que se vejam as fogueiras e se ouam os gritos dos manifestantes, no h sinais de medidas que levem soluo da crise social que a tantos vitima.

    Este item est CORRETO.

    Logo no primeiro perodo, junto ao verbo ver (que TRANSITIVO DIRETO), h o pronome se.

    Quando um verbo de transitividade direta ou direta e indireta estiver acompanhado do pronome se, podemos estar diante de uma construo de voz passiva.

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    Para confirmarmos essa passividade, teremos de fazer aquelas duas perguntinhas:

    1 Os verbos apresentam transitividade direta (TD) ou direta e indireta (TDI)? SIM (algum v / ouve alguma coisa).

    2 Existe uma ideia passiva na construo? SIM, existe ideia passiva (as fogueiras so vistas e os gritos so ouvidos).

    Como ambas as respostas foram SIM, estamos diante de construes de voz passiva e, ento, os verbos devero se flexionar de acordo com os sujeitos pacientes (mais precisamente com seus ncleos).

    No primeiro caso, o sujeito est representado por as fogueiras, cujo ncleo est no plural (fogueiras).

    Desse modo, o verbo dever ficar no plural, como, alis, se apresentou.

    Em seguida, o ncleo gritos, tambm no plural, tendo sido apresentada a correta flexo verbal.

    Portanto, essa assertiva apresenta correo gramatical.

    Temos nessa questo alguns outros exemplos de concordncia: com o verbo HAVER (impessoal), a ser estudado a seguir, e, em duas passagens, com o pronome relativo que, recentemente estudado.

    O pronome relativo exerce a funo de sujeito nas duas oraes adjetivas (que levem soluo da crise social e que a tantos vitima). Na primeira, tem por antecedente o substantivo medidas (medidas que levem soluo), o que justifica a flexo verbal no plural. Na segunda, o referente a palavra crise, deixando o verbo vitimar no singular (crise social que a tantos vitima). Perfeita est a construo.

    Voc precisa treinar bastante este tipo de questo (concordncia com verbos em voz passiva pronominal), pois, especialmente nas provas da FCC e da ESAF, esse tpico reiteradamente explorado.

    Vamos, ento, analisar um item de questo elaborada pela ESAF.

    (TCE ES/2001 - adaptada)

    Na rede esperam-se servio nota 1000 - ou nada aqum disso.

    Houve um erro de sintaxe de concordncia.

    O verbo esperar est acompanhado do pronome se. Devemos, ento, analisar se forma voz passiva e se a concordncia do verbo em relao ao sujeito foi respeitada.

    Vamos passo a passo:

    1 o verbo esperar, na construo, transitivo direto ou direto e indireto? SIM - o verbo esperar transitivo direto (Algum espera alguma coisa)

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    2 H ideia passiva na construo? SIM O servio nota 1000 esperado pelo consumidor.

    Podemos, ento, concluir que se trata de uma construo de voz passiva pronominal, devendo o verbo estar de acordo com o sujeito paciente (ncleo = servio).

    A construo correta, portanto, seria Na rede, espera-se servio nota 1000).

    3.b) SE = ndice de indeterminao do sujeito: verbo sempre na 3 pessoa do singular.

    Usa-se construo de sujeito indeterminado quando no se sabe - ou no se quer dizer quem o agente da ao verbal. Tambm usado em oraes de sentido genrico, vago.

    So duas as formas de construo do sujeito indeterminado:

    Forma 1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3 pessoa do singular acompanhado do pronome se (ndice / partcula de indeterminao):

    Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanas. (verbo transitivo indireto)

    Estava-se muito feliz com o resultado das provas. (verbo de ligao)

    Morria-se de tdio nas noites de inverno.(verbo intransitivo)

    Forma 2 o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construo), sem o pronome, fica na 3 pessoa do plural:

    Desviaram dinheiro dos cofres pblicos.

    Bateram na porta.

    Falaram mal de voc.

    No primeiro caso, a exemplo do que ocorre na voz passiva, o verbo est acompanhado do pronome SE. Voc dever saber se este pronome tem funo apassivadora ou indeterminadora do sujeito. A chave desse mistrio est na transitividade do verbo.

    Analise, agora, uma opo de prova, apresentada pela Fundao Carlos Chagas:

    (TRE AP Analista Judicirio / Janeiro 2006)

    As "operaes" a que se aludem nessa crnica referem-se reduo de uma cabea humana a propores mnimas.

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    Um verbo acompanhado do pronome SE pode formar voz passiva (verbos transitivos diretos ou diretos e indiretos) ou construo de sujeito indeterminado.

    J em primeira anlise, podemos constatar que o verbo aludir no poderia se submeter a uma construo passiva, pois transitivo indireto: Algum alude a alguma coisa.

    Diante dessa impossibilidade, conclumos que se trata de uma construo com sujeito indeterminado, devendo o verbo ficar na 3 pessoa do singular (Forma 1): As "operaes" a que se alude nessa crnica ....

    Este item estava, pois, INCORRETO.

    As bancas adoram um verbo transitivo indireto para esse tipo de questo: tratar-se de. Veja como j caiu em uma prova da ESAF:

    (AFRF/ 2005) Assinale a opo que constituiria, de maneira coerente com a argumentao e gramaticalmente correta, uma possvel resposta para a pergunta final do texto.

    - Segundo alguns pensadores modernos, no se tratam de projees utpicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes especializados.

    Observe que o verbo tratar foi indevidamente flexionado. Ele um verbo transitivo indireto, regendo a preposio DE. Por fazer parte de uma construo com sujeito indeterminado, o verbo deve ficar na 3 pessoa do singular. A forma correta, portanto, seria no se trata de projees utpicas.

    Caso 4 - Verbos impessoais

    So IMPESSOAIS, ou seja, no possuem SUJEITO, os verbos que indicam fenmenos da natureza (Chove l fora.); verbo HAVER indicando existncia (H muitas pessoas na sala.) ou tempo (H muito tempo no o vejo.); os verbos FAZER, IR, indicando tempo (Faz muito tempo que no o vejo./ Vai pra dez anos que no o vejo.).

    Como no possuem sujeito (casos de orao sem sujeito), os verbos ficam neutros, na 3 pessoa do singular.

    Durante o inverno, nevava muito.

    Ainda havia muitos candidatos para a Universidade.

    Ontem fez dez anos que ela se foi.

    Vai para dez meses que tudo terminou.

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    Como vimos na aula sobre verbos, deve ser respeitada a correlao entre o verbo impessoal que denota tempo decorrido e o verbo principal da orao correspondente.

    H muito tempo ele est sem dormir. (Ele ainda permanece nesse estado)

    Havia muito ele no via seu pai. (Tal situao no persiste pertence ao passado. Por isso, ambas construes verbais so conjugadas no

    pretrito).

    So inmeras as questes de prova, especialmente de bancas como FCC, CESGRANRIO, UFRJ, que abordam a concordncia com verbos impessoais.

    Agora, veremos uma dessas questes.

    (NCE UFRJ / ADMINISTRADOR PIAU / 2006)

    Haver milhes de pessoas com Aids; a alternativa abaixo em que a substituio da forma do verbo haver est gramaticalmente INCORRETA :

    (A) dever haver;

    (B) poder haver;

    (C) poder existir;

    (D) existiro;

    (E) devero existir.

    Dessa vez, a banca explorou a diferena entre os verbos HAVER e EXISTIR, em locues verbais (quem adora fazer isso a Fundao Carlos Chagas!).

    Enquanto o verbo EXISTIR possui sujeito, o verbo HAVER impessoal, e o que se lhe segue exerce a funo de complemento verbal. Assim, na orao Haver milhes de pessoas com Aids, a expresso milhes de pessoas com Aids o objeto direto, devendo o verbo, por ser IMPESSOAL, permanecer inalterado na 3.pessoa do singular (Haver).

    As formas das opes (A) e (B) apresentam locues verbais, em que o verbo HAVER funciona como verbo principal. Essa lio fez parte de nossa aula 3. Nesses casos, o verbo auxiliar (respectivamente DEVER e PODER) devem seguir as ordens do principal, mantendo-se inalterados na 3.pessoa do singular (dever haver / poder haver).

    As opes (C), (D) e (E) trocam o verbo HAVER pelo verbo EXISTIR.

    Apesar de semanticamente idnticos, o tratamento a ser dispensados aos verbos totalmente diferente. O que exercia a funo de complemento do verbo HAVER passa a ser o sujeito do verbo

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    EXISTIR. Como a expresso est no plural (milhes de pessoas), o verbo EXISTIR ir tambm para o plural, conforme foi apresentado na opo (D): existiro. O mesmo ocorre em locues verbais, em que o verbo auxiliar dever se flexionar: (C) podero existir e (E) devero existir. Nota-se, assim, a incorreo do item (C), apontado como gabarito da prova.

    Caso 5 - Verbo SER

    Esse um verbo bastante especial. Para comear, admite a concordncia, no s com o sujeito (regra geral), mas tambm com seu complemento (predicativo do sujeito).

    Vejamos caso a caso.

    5.a) Expresses que indicam tempo, distncia, datas, horas: concorda com o predicativo.

    Hoje dia trs de outubro, pois ontem foram dois e o amanh sero quatro.

    Daqui at o centro so dez quilmetros.

    uma hora e quinze minutos.

    5.b) Com expresses muito , pouco , bastante , mais de - quando denotarem ideia de preo, quantidade, medida, o verbo fica no singular. Se vier determinado, ir se flexionar.

    Dez feijoadas era muito para ela.

    Vinte milhes era muito por aquela casa.

    As dezenas de famlias que pediam socorro eram poucas diante do universo de miserveis.

    5.c) Em predicados nominais - Por estabelecer uma relao entre o sujeito e o seu predicativo, a concordncia pode se dar tanto com o primeiro quanto com o segundo elemento. H, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa faculdade. Algumas dessas regras j foram apresentadas no caso 1.c (pronomes pessoais).

    Qualquer que seja a sua funo sinttica (sujeito ou predicativo), prevalece a concordncia com o elemento que estiver representado por:

    1 PRONOME PESSOAL RETO:

    Todo eu era olhos e corao. (Machado de Assis)

    2 PESSOA, em detrimento de outro que seja COISA (substantivo, pronome substantivo, orao substantiva):

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    Ovdio muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes. (A.F.Castilho).

    Havendo elementos personativos em ambas as funes (PESSOA x PESSOA), a concordncia facultativa com o sujeito ou com o predicado, a no ser que em um deles haja um pronome pessoal, caso em que prevalece a concordncia com este elemento (recai na 1 regra de prevalncia).

    O homem sempre foi suas ideias. (pessoa x coisa = PESSOA)

    Santo Antnio era as esperanas da solteirona. (pessoa x coisa = PESSOA)

    Ele era os meus sonhos. (pronome reto x coisa = PRONOME RETO)

    O professor sou eu. (pessoa x pronome reto = PRONOME RETO)

    Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem COISAS (substantivos, oraes substantivas ou pronomes substantivos, como TUDO, NADA, ISSO, AQUILO), a concordncia facultativa, dando-se preferncia concordncia com o elemento no plural, por questo de eufonia:

    A casa era / eram runas.

    O mundo / so iluses.

    O problema era / eram os mveis.

    Hoje, tudo / so alegrias eternas.

    Em resumo, na concordncia verbal com o verbo ser, em predicados nominais:

    entre PRONOME RETO x COISA/PESSOA prevalece PRONOME RETO;

    entre PESSOA x COISA prevalece PESSOA;

    entre COISA x COISA concordncia facultativa, PREFERNCIA para o termo no plural.

    Voltemos, agora, ao exemplo apresentado no item 2.l:

    (FCC/TCE SP/2005)

    O que se ...... (SEGUIR) concentrao de renda, do desemprego e da excluso social so as manifestaes violentas dos maiores prejudicados.

    De um lado, temos uma orao (COISA): O que se segue concentrao de renda, do desemprego e da excluso social.

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    De outro, tambm COISA: as manifestaes violentas dos maiores prejudicados.

    Nesse caso, a concordncia facultativa, dando-se PREFERNCIA ao elemento no plural. Essa a justificativa para a flexo no plural do verbo ser na questo. Ele concorda com o predicativo do sujeito por estar no plural concordncia preferencial.

    5.d) Com a expresso que A expresso de realce que, em que os dois elementos se apresentam juntos, invarivel, devendo o verbo concordar com o substantivo ou pronome que a precede, pois so eles efetivamente o seu sujeito.

    Vamos transcrever a lio e o exemplo apresentados por Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramtica do Portugus Contemporneo:

    A locuo que invarivel e vem sempre colocada entre o sujeito da orao e o verbo a que ele se refere. Assim: Jos que trabalhou, mas os irmos que se aproveitaram do seu esforo..

    Por ter mera funo de realce, pode ser retirada sem que acarrete prejuzo ao perodo: Jos trabalhou, mas os irmos se aproveitaram do seu esforo..

    E continuam os professores:

    uma construo fixa, que no deve ser confundida com outra semelhante, mas mvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos.

    Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

    Jos que trabalhou, mas foram os irmos que se aproveitaram do seu esforo.

    Ou este:

    Foi Jos que trabalhou, mas os irmos que se aproveitaram do seu esforo.

    Assim, quando o que estiver juntinho, no se modifica uma expresso denotativa e, portanto, invarivel (voc ainda se lembra daquele quadro das classes de palavras? Pois esto l do lado das INVARIVEIS as palavras denotativas).

    Se a expresso se separar, ficando um dos elementos o verbo, normalmente - antes do sujeito diretamente (ou seja, sem uma preposio, por exemplo), com ele deve o verbo SER concordar (Foi Jos que trabalhou).

    Caso essa separao ocorra, mas entre o verbo e o nome haja uma preposio, prevalece a no flexo verbal (FOI por atitudes assim

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    QUE ele se separou da mulher. Por atitudes assim, ele se separou da mulher.)

    5.e) com pronomes interrogativos QUE/QUEM/O QUE - o verbo SER concorda com o nome/pronome que vem aps.

    Sei que este ponto j foi mencionado no caso 2.i, mas por que no repeti-lo?

    Quem so os culpados?

    Quem s tu?

    Caso 6 - Verbo DAR

    Verbo dar (bater e soar) + hora(s): segue a regra geral, concordando com o sujeito.

    Deram duas horas no relgio do campanrio. (sujeito = duas horas; neste caso, o verbo intransitivo)

    Deu duas horas o relgio da igreja. (sujeito = o relgio da igreja; o verbo transitivo direto, com duas

    horas como complemento verbal)

    Caso 7 - Sujeito com nome prprio plural

    7.a) Topnimos

    Caso clssico de concordncia verbal com topnimos - nomes prprios que indicam lugares.

    - com artigo singular ou sem artigo

    Caso o topnimo no exija o artigo, mesmo sendo representado por um nome no plural, ou esteja acompanhado de artigo no singular, indicando a omisso de um substantivo (rio, municpio), o verbo ficar na 3 pessoa do singular.

    Bruxelas a capital da Blgica.

    Minas Gerais o estado mais elevado do pas, com 57% das terras acima dos 600 metros de altitude (voc sabia???).

    O Amazonas desgua no Atlntico.

    Minas Gerais exporta minrios.

    - com artigo plural

    Os topnimos que estiverem acompanhados de artigos flexionam os verbos e pronomes a ele correspondentes no plural.

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    Estados Unidos (da Amrica) um exemplo de topnimo que SEMPRE vem precedido de artigo definido masculino plural (Eu vou para os Estados Unidos. / Eu morei nos Estados Unidos.).

    Por consequncia, quando exerce a funo de sujeito, obriga a flexo do verbo no plural. Isso acontece mesmo que esteja representado por sua sigla (EUA), motivo que levou anulao de uma questo de prova da ESAF (a prxima a ser comentada).

    O mesmo acontece com qualquer outro nome precedido de artigo definido (Os Emirados rabes Unidos consistem de uma federao de sete emirados localizados no Golfo Prsico.).

    Os Estados Unidos enviaram tropas zona de conflito.

    (Estados Unidos o topnimo que mais caiu em prova at hoje!)

    7.b) Obras

    O mesmo acontece com qualquer outro nome prprio precedido de artigo definido

    Os Lusadas narram as conquistas portuguesas.

    Se o ttulo da obra estiver entre aspas, o verbo fica no singular.

    Grandes Sertes Veredas um clssico nacional.

    (ESAF/AFC STN/2000) Assinale a opo que apresenta erro de morfologia ou de concordncia verbal.

    a) A diferena entre as taxas de crescimento dos Estados Unidos, do Japo e da Europa, no longo prazo, um indcio do descompasso da economia global. Apesar das alegaes europias de que os mercados esto subestimando o euro, a moeda continua flutuando pouco acima de sua mais baixa cotao, 93 centavos de dlar.

    b) O iene est pouco abaixo de seu pico diante do dlar e permanece prximo de seu teto histrico ante o euro. Com resultados aqum dos desejados, Japo e Europa vm a exuberncia econmica dos Estados Unidos como uma ameaa - o que no errado.

    c) Em 98 e 99, a economia dos Estados Unidos cresceu cerca de 4% ao ano, enquanto as trs principais economias da zona do euro - Alemanha, Frana e Itlia - atingiram 2%, 3% e 2% ao ano, respectivamente, no perodo. O Fundo Monetrio Internacional prev que os trs pases cresam cerca de 3% este ano.

    d) Com esse resultado, a Europa no mais vista como causa de debilidade. Agora o ritmo do crescimento europeu to

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    rpido que uma interveno do Banco Central Europeu - elevando as taxas de juros - apenas uma questo de tempo.

    e) Isso deixa o principal fardo da remoo dos desequilbrios econmicos aos cuidados do EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento (hoje perto de 6% ao ano). A diferena entre os ciclos econmicos na Europa, Estados Unidos e Japo traz o fantasma da crise mundial.

    ACORDO ORTOGRFICO: Agora, registra-se europeias (sem acento agudo).

    Inicialmente, a banca apresentou como gabarito a opo B.

    Em Japo e Europa vm a exuberncia econmica dos Estados Unidos como uma ameaa, o que se registrou foi a 3 pessoa do plural do verbo vir: vm. Contudo o contexto indica ser, na verdade, o verbo ver (a exuberncia vista pelo Japo e Europa...), cuja flexo apresenta a forma veem (agora, sem o acento circunflexo).

    O que levou anulao da questo foi o erro no emprego do artigo definido masculino singular antes da sigla EUA (Estados Unidos da Amrica), na passagem da opo e: Isso deixa o principal fardo da remoo dos desequilbrios econmicos aos cuidados do EUA,....

    Mesmo sob a forma de sigla, o artigo que deveria acompanh-lo seria o masculino plural (os EUA), j que, como vimos, esse topnimo no s exige a flexo dos seus adjuntos adnominais, como tambm da forma verbal que o tenha como ncleo do sujeito.

    Havia, portanto, duas respostas vlidas: B e E.

    Na sequncia, observe que foi respeitada a concordncia verbal. O pronome relativo que em : ... remoo dos desequilbrios econmicos aos cuidados do EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento ... tem por antecedente EUA (Estados Unidos da Amrica), levando a locuo verbal (precisam reduzir) para o plural.

    Caso 8 Sujeito oracional

    Todo cuidado pouco em construes com sujeito oracional. Primeiramente, saber diferenciar SUJEITO ORACIONAL de LOCUO VERBAL.

    Em locues verbais, os dois verbos formam um conjunto, em que um deles o principal (chefe) e o outro auxilliar (pode at haver mais de um auxiliar, como vimos na aula 3 - Verbos). O verbo auxiliar ir se flexionar, para concordar com o sujeito, na forma que o verbo principal o faria.

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    Quando for o caso de um sujeito oracional, o verbo correspondente dever permanecer neutro, na 3 pessoa do singular. Os verbos, nesse caso, pertencem a estruturas sintticas distintas um o sujeito (oracional) enquanto que o outro faz parte do predicado.

    A voc compete estudar.

    Nesse exemplo, o sujeito do verbo COMPETIR (o que compete a voc?) ESTUDAR.

    Esse sujeito oracional pode se apresentar na forma reduzida (infinitivo) ou desenvolvida (acompanhado de uma conjuno integrante).

    Parece que ele decidiu a data do casamento.

    E agora: qual o sujeito do verbo PARECER (o que parece?)? Resposta: que ele decidiu a data do casamento. Neste caso, o sujeito oracional vem precedido de uma conjuno, designando-se uma orao desenvolvida.

    Vejamos alguns casos em que este ponto foi abordado. Essa questo longa, mas vale a pena coment-la por apresentar diversas formas de sujeito oracional.

    (FCC /TRT 13 Regio / Dezembro 2005)

    O verbo entre parnteses dever ser flexionado, obrigatoriamente, numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

    (A) Mesmo que no ...... (caber) a vocs tomar a deciso final, gostaria que discutissem bem esse assunto.

    (B) Eles sabiam que ...... (urgir) chegarem pousada, mas no conseguiram evitar o atraso.

    (C) A nenhum de vocs ...... (competir) decidir quem ser o novo lder do grupo.

    (D) Tais decises no ....... (valer) a pena tomar assim, de afogadilho.

    (E) A apenas um dos candidatos ...... (restar) ainda alguns minutos para rever a prova.

    O gabarito a letra E. Esse um tipo muito comum de questo da Fundao Carlos Chagas. A flexo exigida ora no plural, ora no singular.

    Relembremos que o sujeito apresentado sob a forma oracional leva o verbo correspondente para a 3 pessoa do singular.

    Ento, vamos s opes:

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    (A) Alguma coisa cabe a algum. Vamos perguntar, ento: o que cabe a vocs? Resposta: Tomar a deciso final cabe a vocs. Como o sujeito do verbo caber est sob a forma de orao reduzida de infinitivo (tomar), o verbo se conjuga na 3 pessoa do singular: Mesmo que no caiba a vocs tomar a deciso final, .... (B) Algo urge ( urgente). O que urge? Chegarem pousada. O verbo chegar foi flexionado por estar em correspondncia com o pronome pessoal reto j apresentado na orao principal Eles sabiam. Se esta orao reduzida do infinitivo (Chegarem...) fosse desenvolvida, ou seja, apresentada com uma conjuno, teramos: ... urge que chegassem pousada, o que comprova a flexo do verbo chegar no plural (eles). Assim, tambm, fica mais evidente a relao do verbo urgir com a orao que exerce a funo de sujeito (chegarem pousada / que chegassem pousada). Novamente, por apresentar sujeito oracional, o verbo da lacuna deve ficar no singular: Eles sabiam que urge chegarem pousada..., equivalente a Eles sabiam que isso chegarem pousada urge (era urgente).

    (C) O que no compete a nenhum de vocs? Decidir quem ser o novo lder do grupo. O sujeito oracional exige o verbo competir na 3 pessoa do singular:A nenhum de vocs compete decidir....

    (D) Note que, muitas vezes, devemos ajeitar a orao, colocando-a na ordem direta, para realizar a anlise. Para isso, devemos partir do verbo. H dois: valer e tomar. A princpio, isso poderia causar confuso e levar a pensar que se trata de uma locuo verbal. Mas, veja bem. Quem o sujeito do primeiro verbo (valer): o que no vale a pena? Tomar tais decises. Opa! O segundo verbo faz parte do sujeito do primeiro e, portanto, no forma com ele uma locuo (cada macaco no seu galho...).

    Assim, essa orao reduzida de infinitivo (tomar tais decises) o sujeito do verbo valer: Tomar tais decises no vale a pena.. O verbo, portanto, fica no singular (3. pessoa) por ter um sujeito oracional.

    (E) Esse o gabarito da questo. O que resta? Alguns minutos. Mais uma vez, o sujeito vem posposto ao verbo, o que poderia levar o candidato a pensar que, em vez de sujeito, seria esse elemento um objeto direto. No!!! Partindo do verbo restar, colocamos a orao na ordem direta: Alguns minutos ... restam a apenas um dos candidatos.. Todo cuidado pouco em construes invertidas como essa.

    Caso 9 - Verbo PARECER + Verbo no infinitivo

    Quando possui o significado de dar a impresso, seguido de infinitivo, permite duas construes:

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    1 PARECER no plural e INFINITIVO no singular Nesse caso, estamos diante de um simples caso de LOCUO VERBAL, em que o verbo auxiliar se flexiona e o principal se mantm em uma forma nominal (infinitivo).

    Os cientistas pareciam procurar grandes segredos. (locuo verbal)

    2 PARECER no singular e INFINITIVO no plural Agora, o caso de sujeito oracional. Como vimos no tpico anterior, o verbo que possui um sujeito oracional (esteja desenvolvido ou reduzido de infinitivo) se mantm na 3 pessoa do singular.

    Os cientistas parecia procurarem grandes segredos. (sujeito oracional)

    Fica estranho, no ? Mas nem sempre o que esquisito est errado. No confie no seu bom senso.

    O que se afirma nessa construo que ALGO (os cientistas procurarem grandes segredos) PARECIA. Desenvolvida, essa construo seria: Parecia que os cientistas procuravam grandes segredos.

    Para complicar a sua vida (que j no nem um pouco fcil...rs...), a banca pode deslocar o sujeito da orao subordinada para antes do verbo PARECER:

    Os meninos parecia que queriam sair.

    Ai,... que coisa feia!!! Mas est CORRETO! Na verdade, o que est registrado a Parecia que os meninos queriam sair. A construo est certinha. Agora, sinceramente, atire a primeira pedra quem no teve vontade de colocar o verbo PARECER no plural...

    DICA: Em qualquer dos casos, somente um dos verbos se flexiona nunca flexione os dois ao mesmo tempo.

    Caso 10 - Flexo do infinitivo

    O infinitivo uma das trs formas nominais do verbo, junto com o gerndio e o particpio. Isso vimos na aula 3 Verbos.

    O infinitivo pode ser IMPESSOAL (no se flexiona em nmero ou pessoa) ou PESSOAL (possui sujeito e com ele pode concordar, havendo, nesse caso, flexo de nmero e pessoa).

    O infinitivo PESSOAL pode se flexionar ou no, a depender da construo.

    Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por exemplo: vender, venderes, vender, vendermos, venderem.

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    10.a) casos em que o infinitivo se flexiona obrigatoriamente SUJEITOS DIFERENTES

    1. Quando o sujeito da forma nominal estiver claramente expresso, ou seja, o infinitivo estiver acompanhado de um pronome pessoal ou de um substantivo o nico caso de flexo obrigatria.

    A eleio de 2010 ser o momento de os eleitores decidirem por uma renovao do Congresso Nacional.

    O sujeito do verbo SER A eleio de 2010. J o sujeito de DECIDIR os eleitores. Como so sujeitos diferentes, a flexo do infinitivo obrigatria.

    2. Quando se deseja indicar o sujeito no expresso a partir da desinncia verbal:

    Est na hora de irmos embora.

    Observe que, se no houvesse a indicao pela desinncia, no ficaria claro quem deveria ir embora (Est na hora de ir embora... quem vai embora???? Eu, voc ou todos ns?). Nesse caso, a flexo passa a ser obrigatria para definir o sujeito da forma nominal.

    10.b) casos de flexo facultativa do infinitivo SUJEITO DO INFINITIVO J APARECEU NO PERODO (ainda que em outra funo sinttica).

    Quando o sujeito do infinitivo j estiver expresso em outra orao, geralmente na orao principal, a flexo torna-se facultativa.

    Recomenda-se, inclusive, omitir a flexo para o texto mais enxuto e objetivo, a no ser que exista o risco de ambiguidade, caso em que a flexo ser necessria para dissipar qualquer dvida (como vimos no item 2 acima).

    De qualquer forma, a flexo do infinitivo, nesses casos, opcional pode-se flexionar ou no, a critrio do autor.

    As mulheres se reuniram para decidir/decidirem a melhor forma de conduta.

    As trabalhadoras discutiram uma forma de se proteger/protegerem dos abusos no ambiente de trabalho.

    O ministro convidou os ndios para participar/participarem do debate.

    Tomando o primeiro exemplo, quem se reuniu e quem iria decidir eram as mesmas pessoas: as mulheres. Assim, como o sujeito j se encontrava expresso na orao anterior, a flexo do infinitivo tornou-se facultativa.

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    10.c) casos de flexo do infinitivo em voz passiva

    Com relao flexo do infinitivo passivo, no esquema PREPOSIO + SER (INFINITIVO) + PARTICPIO, h duas possibilidades:

    1 - Quando os sujeitos das oraes so distintos e o do infinitivo vem logo aps a preposio (de forma implcita ou no), a flexo do infinitivo FACULTATIVA, ou seja, as duas formas flexionada ou no - esto certas, dando-se preferncia flexo verbal.

    Essa preferncia se d em virtude da proximidade do particpio.

    O objetivo coletar informaes mais precisas para ser / serem cruzadas com outros bancos de dados.

    Indique as providncias a ser / serem tomadas.

    Envio os documentos para ser / serem analisados.

    2 - Prefere-se a no flexo:

    a) quando o sujeito (plural) das duas oraes for o mesmo:

    Doenas desse tipo levam at cinco anos para ser / serem tratadas.

    Eles esto para ser / serem expulsos.

    Saram sem ser / serem percebidos.

    Os pedidos levaram dez dias para ser / serem analisados.

    b) quando se tem um adjetivo antes da preposio:

    So obras dignas de ser / serem imitadas.

    Os alimentos estavam prontos para ser / serem comercializados.

    As presas pareciam fceis de ser / serem apanhadas.

    Apresentamos exerccios simples de ser / serem feitos.

    Observe que se trata de PREFERNCIA, a depender da nfase que o autor queira dar. No podemos tachar de certo ou errado. Ao no flexionar, valoriza-se a ao; com a flexo, d-se nfase ao sujeito que a pratica. Muitas vezes, a escolha feita por questo de eufonia ou de clareza textual.

    Encerramos com as palavras de Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante (Gramtica da Lngua Portuguesa, Editora Scipione) de que "o infinitivo constitui um dos casos mais discutidos da lngua portuguesa", e "estabelecer regras para o uso de sua forma flexionada, por exemplo, tarefa difcil", e, "em muitos casos, a opo meramente estilstica".

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    Vamos ver, agora, uma questo de prova da ESAF que tratou desse ponto do estudo.

    (Auditor RN/2005) Marque a opo que no substitui corretamente o item sublinhado no texto, respeitando-se a ordem em que ocorrem.

    Na medida em que a dinmica da acumulao privada e a mobilidade dos capitais j no so controladas pelo Estado atravs da tributao, os direitos humanos, numa viso jurdico-positiva, encontram-se em fase regressiva. Eles podem at continuar existindo no plano legal, sobrevivendo, em termos formais, aos processos de tributao. Mas no tm mais condies de ser efetivamente implementados no plano real (se que o foram, integralmente, um dia). a) Considerando que b) por meio c) continuarem d) j no tm e) serem

    O erro est na opo C, pois, em uma locuo verbal (podem continuar existindo), no se admite a flexo do verbo continuar, o segundo verbo auxiliar. O nico verbo que se flexiona o primeiro auxiliar (poder).

    Os demais (segundo auxiliar CONTINUAR - e verbo principal - EXISTIR) permanecem em uma das formas nominais infinitivo, gerndio ou particpio.

    O que nos interessa nessa questo sugesto de troca do item e, que est correta.

    Mas [os direitos humanos] no tm mais condies de ser efetivamente implementados no plano real.

    A troca pelo infinitivo flexionado (serem) vlida, pelos motivos expostos no caso 10.c / 2 / a acima. Como vimos, prefere-se a forma no flexionada, para no tornar o texto repetitivo, mas isso no causaria erro de concordncia. Esto corretas, portanto, as duas formas: no tm mais condies de ser implementados ou no tm mais condies de serem implementados.

    10.d) Verbos Causativos/ Sensitivos + Pronomes Oblquos + Infinitivo

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    Para comear, vamos entender o que so os verbos causativos e sensitivos.

    CAUSATIVOS indicam causa/consequncia (fazer, permitir, deixar, mandar) e SENSITIVOS expressam sensaes (ouvir, sentir, ver).

    Quando estes verbos (causativos e sensitivos) estiverem acompanhados de PRONOME PESSOAL OBLQUO TONO (que exercem a funo de sujeito do verbo no infinitivo que lhe segue entendimento majoritrio na doutrina), o infinitivo, mesmo pessoal (ou seja, possuindo um sujeito) no deve ser flexionado.

    Estou falando grego? Ento, vamos a um exemplo para compreender.

    Ouvi os meninos sair/sarem.

    Mandei os meninos sair/sarem.

    Quem vai sair? Resposta: os meninos.

    Nesse tipo de construo, quando, no objeto direto do verbo causativo (mandei) ou sensitivo (ouvi), houver um substantivo (nome) no h consenso entre os gramticos: h autores que exigem a flexo obrigatria (sarem), outros que indicam uma faculdade (sair/sarem tanto faz) e, por fim, os que se recusam a flexionar o infinitivo (sair).

    Contudo, todos os gramticos concordam em um aspecto: quando esse substantivo (nome) representado por um pronome pessoal oblquo tono (o/ os/ a/ as). Nesse caso, o infinitivo NO PODE se flexionar!

    Ouvi-os sair.

    Mandei-os sair.

    Para memorizar a lio, lembre-se de uma msica de Candeia, imortalizada na voz de Cartola (se no conhece ainda, trate de conhecer esta bela obra: Preciso me Encontrar!)

    Deixe-me ir / Preciso andar / Vou por a a procurar / Rir pra no chorar (...) Quero assistir ao sol nascer / Ver as guas dos rios correr / Ouvir os pssaros cantar...

    Estando o sujeito do infinitivo expresso na forma de substantivo, poderia ser Ver as guas dos rios CORRER/CORREREM e Ouvir os pssaros CANTAR/CANTAREM, polmico. Contudo, se fosse expresso em pronome oblquo, a nica forma possvel seria a do infinitivo no flexionado: V-las correr / Ouvi-los CANTAR.

    Caso 11 - PODER/DEVER + SE + INFINITIVO + SUBSTANTIVO NO PLURAL

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    Na voz passiva, quando os verbos PODER/DEVER estiverem acompanhados do pronome apassivador SE, de um verbo no infinitivo e, por fim, de um substantivo no plural, h duas formas de anlise e, consequentemente, de construo.

    Pod...-se identificar duas formas de contgio.

    1. POSSIBILIDADE: o verbo PODER forma com o verbo IDENTIFICAR uma locuo verbal, em que aquele atua como verbo auxiliar e este, principal. Como acontece em qualquer locuo verbal, quem se flexiona o verbo auxiliar. Observamos, tambm, que existe um pronome SE acompanhando o verbo auxiliar. Como o verbo principal TRANSITIVO DIRETO (Algum identifica alguma coisa), a locuo faz parte de uma construo de voz passiva sinttica. Quem, ento, o sujeito dessa orao (o que se pode identificar?)? Resposta: duas formas de contgio. O sujeito paciente (voz passiva) est no plural, levando o verbo auxiliar mesma flexo. A construo correta seria: Podem-se identificar duas formas de contgio.

    2. POSSIBILIDADE: Agora, o verbo PODER tem como sujeito uma orao reduzida de infinitivo identificar duas formas de contgio. Equivale dizer: possvel identificar duas formas de contgio = ISSO possvel. Assim, mesmo em construo de voz passiva (o verbo PODER transitivo direto e a construo apresenta ideia passiva), o verbo PODER permanece na 3 pessoa do singular por apresentar um SUJEITO ORACIONAL (caso 8). A forma correta seria: Pode-se identificar duas formas de contgio.

    Note que ambas as formas verbais (flexionada ou no) esto corretas, mas a anlise que se faz de uma diferente da da outra.

    Treine a anlise com mais um exemplo:

    1 - Devem-se manter os animais nas jaulas. Os animais devem ser mantidos nas jaulas. construo de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o ncleo do sujeito: animais.

    2 Deve-se manter os animais nas jaulas. Deve-se [manter os animais nas jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3 pessoa do singular.

    A ESAF adora questes como essa. Vejamos como o examinador abordou em uma de suas provas.

    (TCE RN/2000) Marque o item em que um dos dois perodos est gramaticalmente incorreto:

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    c) No gnero das leis federativas, possvel discernir duas espcies bem visveis: leis federais intransitivas e transitivas. / No gnero das leis federativas, podem-se discernir duas espcies bem visveis: leis federais intransitivas e transitivas.

    Os dois perodos apresentados na opo C estavam CORRETOS.

    O verbo PODER, no segundo perodo, est acompanhado do pronome se (podem-se discernir duas espcies bem visveis). Vamos analisar a passividade dessa construo. Ento, devemos fazer aquelas perguntas (como , ainda se lembra???):

    1- verbo TD ou TDI?

    Sim. Se considerarmos que os verbos formam uma locuo verbal (poder discernir), a transitividade de discernir (verbo principal) DIRETA, pois significa diferenciar, distinguir, discriminar.

    2 H ideia passiva?

    Sim, duas espcies de leis federativas podero ser discernidas, ou seja, diferenciadas.

    Ento, trata-se de voz passiva pronominal (sinttica) e o verbo auxiliar dever se flexionar de acordo com o ncleo do sujeito paciente espcies e ir para o plural podem-se discernir.

    A outra possibilidade de anlise e construo seria: pode-se discernir duas espcies bem visveis: leis federais intransitivas e transitivas.

    Neste caso, o sujeito da forma verbal pode-se a orao reduzida de infinitivo discernir duas espcies....

    So formas igualmente vlidas, cada uma com uma anlise sinttica diferente.

    CUIDADO COM CERTAS CONJUGAES

    Voc precisa tomar cuidado especial quando a questo de prova envolver concordncia com os verbos derivados dos verbos pr, ter e vir. Suas formas plurais no apresentam nenhuma distino fontica em relao s formas singulares.

    Vamos l: para perceber essa coincidncia, fale alto, no ligue se a sua vizinha pensar que voc enlouqueceu depois que voc passar no concurso, ela vem puxar o seu saco...: DISPE/DISPEM, MANTM/MANTM, CONVM/CONVM...

    Viu s? Isso pode enganar o seu ouvido direitinho.

    Por isso, sempre que surgir um verbo com esse tipo de casca de banana, sublinhe, circule, desenhe uma caveira, faa qualquer coisa

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    para perceber se a forma verbal est de acordo com o sujeito correspondente.

    Para encerrarmos nossa aula de hoje, veja s como pode ser maldosa uma questo assim:

    (ESAF/TRF/2000) Assinale a opo em que h erro gramatical.

    No Primeiro Reinado, as idias de justia fiscal e capacidade de contribuio, que pressupe(A) que a cada cidado deva ser cobrado o imposto de acordo com suas possibilidades, simples-mente no existiam, j que(B) no havia legislao coerente que garantisse a defesa desses princpios. Como o clero e os senhores rurais eram livres das obrigaes fiscais, os privilgios subsistiam(C). Em face do(D) baixo grau de informao, da falta de instituies independentes e da ausncia de liderana, era impossvel qualquer manifestao que fosse contrria ao(E) sistema em vigor.

    a) A

    b) B

    c) C

    d) D

    e) E

    ACORDO ORTOGRFICO: A palavra ideia perdeu o acento agudo.

    Mais uma vez, temos de observar a qual palavra o pronome relativo que se refere (caso 2.i). Na passagem que pressupe, o relativo que tem como antecedente o substantivo plural ideias (as idias(*) de justia fiscal e capacidade de contribuio, que pressupe...). Por isso, o verbo PRESSUPOR deve com esse substantivo no plural concordar pressupem.

    Olhe a um desses verbos perigosos. Foneticamente, no h diferena entre a forma singular e a plural da conjugao verbal nas terceiras pessoas (pressupe / pressupem notou alguma diferena?).

    Por isso, todo cuidado pouco na prova. Dificuldade maior reside quando a questo transcreve um texto e apresenta em somente uma das opes a incorreo gramatical (sem sublinhar, como nessa). Em meio a tantas possibilidades de incorreo, ainda mais com grande distncia entre o verbo e o sujeito correspondente, um erro como esse (de concordncia) pode passar despercebido aos ouvidos e retina.

    Felizmente, chegamos ao fim de nosso encontro de hoje (ufa!!!), mas no sem antes treinarmos os conhecimentos aqui adquiridos.

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    Ento, mos obra. Resolva as questes extradas de diversos concursos para, s depois, ver o gabarito e ler os comentrios.

    Grande abrao.

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    QUESTES DE FIXAO

    1 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)

    Texto 4 - PERIGO REAL E IMEDIATO

    Vilma Gryzinski Veja, 12/10/2005

    Desde que a era das fotografias espaciais comeou, h quarenta anos, uma nova e prodigiosa imagem se formou no arquivo mental da humanidade sobre o que o planeta no qual vivemos. Do nosso ponto de vista no universo, provavelmente no existe nada que se compare beleza desta vvida esfera azul, brilhando na imensido do espao, gua e terra entrelaadas num abrao eterno, envoltas num cambiante vu de nuvens.

    (...)

    As regras de concordncia nominal dizem que o adjetivo posposto a dois substantivos concorda com o mais prximo ou com o plural dos dois; no caso de gua e terra entrelaadas, a afirmativa correta, entre as que esto abaixo, :

    (A) o adjetivo tambm poderia aparecer na forma entrelaada;

    (B) a forma entrelaados do adjetivo tambm estaria correta;

    (C) se anteposto, a nica forma possvel do adjetivo seria entrelaada;

    (D) por coerncia lgica, a nica forma possvel do adjetivo entrelaadas;

    (E) o adjetivo refere-se exclusivamente ao substantivo gua.

    2 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006)

    Assinale a alternativa em que a concordncia nominal NO adequada:

    (A) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteo obrigatria;

    (B) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteo obrigatrios;

    (C) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteo foradas;

    (D) A temperatura do Sol obrigava a obrigatrio cuidado e proteo;

    (E) A temperatura do Sol obrigava a obrigatria proteo e cuidado.

    3 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006)

    A elevao da temperatura no terceiro planeta do sistema solar tornar invivel a sobrevivncia de qualquer criatura; sobre os aspectos da concordncia nominal e verbal dessa frase, podemos dizer que:

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    (A) o adjetivo invivel concorda com criatura;

    (B) a forma verbal tornar concorda com o sujeito posposto;

    (C) o pronome qualquer invarivel;

    (D) o numeral terceiro no concorda com o substantivo planeta;

    (E) no plural, quaisquer criaturas no modificaria a forma do adjetivo invivel.

    4 - (FUNDAO JOO GOULART/PGM RJ/2004)

    H m construo gramatical quanto concordncia em:

    A) Os mdicos consideravam inevitvel nos pacientes pequenas alteraes psicolgicas.

    B) As internaes por si ss j causam certos distrbios psicolgicos aos pacientes.

    C) Uma e outra alterao psicolgica podem afetar os pacientes hospitalizados.

    D) Distrbios e alteraes psicolgicos so normais em pacientes hospitalares.

    5 - (FGV/PREF.ARAATUBA/2001)

    A alternativa correta quanto concordncia nominal

    A. A empregada mesmo viu tudo.

    B. J fiz isso bastante vezes.

    C. Passado a crise, voltaram.

    D. As frutas chegaram meio estragadas.

    6 (ESAF / AFC STN / 2000)

    Marque o segmento do texto que contm erro de estruturao sinttica.

    a) Se algum tinha alguma dvida quanto retomada do crescimento econmico, os ltimos dados divulgados pelo IBGE e pela Confederao Nacional da Indstria se encarregaram de sepult-las.

    b) Todos os indicadores disponveis confirmam uma forte reao na produo industrial brasileira, que comeou ainda no ano passado, mas ganhou maior fora nos primeiros meses do ano 2000.

    c) A produo em fevereiro cresceu 16% em comparao com o mesmo ms do ano passado, enquanto as vendas cresceram 18%.

    d) Em uma perspectiva mais longa, que analisa a produo nos ltimos 12 meses, houve um crescimento de 1,4%, invertendo uma

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    seqncia de resultados negativos que se arrastavam desde agosto de 1998.

    e) Em fevereiro, foram criados 18.000 novos postos no mercado formal, segundo dados do Ministrio do Trabalho.

    (Andr Lahz, com adaptaes)

    7 - (NCE UFRJ / Guarda Municipal /2002)

    Assinale o item que est de acordo com as normas gramaticais.

    a) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido a cerca de 10 dias;

    b) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido h cerca de 10 dias;

    c) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido h cerca de 10 dias;

    d) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias;

    e) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias.

    8 - (FGV/PREF.ARAATUBA/2001)

    Assinale a alternativa errada quanto ao emprego de "acerca de", "h cerca de" e "a cerca de".

    A. Ficou h cerca de dez passos da esquina.

    B. Fez uma exposio acerca do impasse.

    C. Viajou h cerca de uma semana.

    D. Dirigiu-se a cerca de cem pessoas.

    9 - (FCC / ICMS SP / 2006)

    Considere a seguinte frase:

    A busca de distino entre o que do bem e o que do mal traz consigo um dilema (...).

    O verbo trazer dever flexionar-se numa forma do plural caso se substitua o elemento sublinhado por

    (A) O fato de quase todas as pessoas oscilarem entre o bem e o mal (...).

    (B) A dificuldade de eles distinguirem entre as boas e as ms aes (...).

    (C) Muitas pessoas sabem que tal alternativa, nas diferentes situaes, (...).

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    (D) Essa diviso entre o bem e o mal, medida que se acentua nos indivduos, (...).

    (E) As oscilaes que todo indivduo experimenta entre o bem e o mal (...).

    10 - (FGV / MPE AM / 2002) Assinale a alternativa em que ocorre uma concordncia verbal INACEITVEL em relao norma culta da lngua. (A) Pouco importavam ao cronista a crtica e o elogio. (B) Chegou editora o texto e uma carta do cronista. (C) Agradava-lhe o ritmo e o estilo do cronista. (D) Obrigavam-me a amizade e o dever de criticar aquele seu texto. (E) Faltava-lhe, naquele dia, fatos para escrever sua crnica.

    11 - (CESGRANRIO / BNDES ADVOGADO / 2004)

    Indique a opo em que a concordncia NO est de acordo com as regras da norma culta.

    (A) Gosto de viajar para lugares o mais exticos possvel.

    (B) Compramos um sof, uma poltrona e uma mesa antigos.

    (C) A maioria das pessoas espera conseguir bons empregos.

    (D) Um dos cientistas que estudam a memria chegou ao Brasil.

    (E) Mais de um funcionrio vo pedir promoo no ms que vem.

    12 - (FGV / Agente Tributrio Estadual / 2006)

    No trecho o primeiro namorado ou o primeiro marido no sabem (L.69-70), o verbo foi flexionado corretamente no plural, observando o caso de sujeito composto com ncleos ligados por OU.

    Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexo do verbo no seria possvel.

    (A) Espervamos que ele ou o irmo viessem nos apanhar.

    (B) Umidade intensa ou ressecamento excessivo no nos fazem bem.

    (C) Joo Carlos ou Pedro se casariam com Marta.

    (D) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a notcia.

    (E) Podem ser entregues o original do documento ou sua cpia.

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    13 - (CESGRANRIO / SEAD AM / 2005)

    Aponte a opo em que se encontra um uso INACEITVEL de concordncia.

    (A) Uma e outra coisa merece nossa ateno.

    (B) Nem um nem outro candidato conseguiram se destacar.

    (C) O mdico, com sua enfermeira, foi ao Congresso.

    (D) No relatrio da OMS, tinham vrios erros de tabela.

    (E) Os cientistas haviam tido muito cuidado nos experimentos.

    14 - (FGV / Ministrio da Cultura /2006)

    L, alunos ajudaram a criar um centro cultural...

    Assinale a alternativa em que, substituindo-se alunos no trecho acima por outra expresso, foi mantida a correo gramatical.

    (A) L, 1,85% ajudaram a criar um centro cultural...

    (B) L, 0,98% ajudou a criar um centro cultural...

    (C) L, a maior parte ajudaram a criar um centro cultural...

    (D) L, tu e teus amigos ajudaram a criar um centro cultural...

    (E) L, dois teros ajudou a criar um centro cultural...

    15 - (NCE UFRJ / PCRJ / 2002)

    Assinale o item que atende aos preceitos da norma culta da lngua.

    a) A maioria dos trabalhadores participaram da sesso de treinamento;

    b) A maioria dos trabalhadores participou da seo de treinamento;

    c) A maioria dos trabalhadores participou da cesso de treinamento;

    d) A maioria dos trabalhadores participaram da seco de treinamento;

    e) A maioria dos trabalhadores participaram da seo de treinamento.

    16 - (FCC / MPE PE/ 2006)

    Est clara e correta a redao do seguinte comentrio sobre o texto:

    (A) Nem mesmo o mais rigoroso dos dicionrios so capazes de definir com preciso o sentido que os homens desejam discernir entre os conceitos fundamentais.

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    (B) Quando se divergem, a filosofia e o direito acabam por criar um espao de hesitao para os conceitos, que seriam to desejveis estabelecer para a ao humana.

    (C)) Tanta dificuldade enfrentada na definio dos nossos valores essenciais demonstra que no dispomos de convices absolutas, de princpios realmente duradouros.

    (D) Tanto a felicidade como a justia devem de ser discutidos sobre os parmetros instveis da nossa conscincia, o que torna problemticos tanto um quanto outro.

    (E) No se esperem que nossos valores essenciais possam ser definidos sem controvrsias, pois as mesmas fazem parte da dinmica que se rege o nosso pensamento.

    17 - (FCC / ANEEL TCNICO / 2006)

    Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opo gramaticalmente incorreta.

    a) A desigualdade na repartio da renda, riqueza e poder uma marca inalienvel do Brasil.

    b) De acordo com o Atlas de excluso social Os ricos no Brasil (Cortez, 2004), somente 5 mil famlias chegam a se apropriar de mais de 40% de toda a riqueza nacional, embora o pas registre mais de 51 milhes de famlias.

    c) Se considerarmos somente a parcela da populao que se concentram no dcimo mais rico, verificam-se que 75% de toda a riqueza contabilizada termina sendo por ela absorvida.

    d) Em outras palavras, restam 25% da riqueza nacional a ser apropriada por 90% da populao brasileira. Esse descalabro em relao concentrao sem limites da riqueza no Pas no algo recente.

    e) Pelo contrrio, isso parece ser algo consolidado desde sempre no Pas, embora desde 1980, com o abandono do projeto de industrializao nacional, tenha avanado no pas o ciclo da financeirizao da riqueza, com retorno ao modelo primrio-exportador de matrias-primas e produtos agropecurios.

    (Marcio Pochmann)

    18 - (ESAF / ATE MS / 2001)

    Marque o item em que uma das sentenas est gramaticalmente mal formada:

    vedado Administrao Tributria:

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    a) exigir tributo no previsto neste Cdigo / exigir tributo que no esteja previsto neste Cdigo.

    b) aumentar tributo sem que a lei o estabelea / aumentar tributos sem que a lei os estabeleam.

    c) cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes do incio deste Cdigo ou de outra lei que os instituir ou aumentar / cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes do incio deste Cdigo ou de outra lei que os institua ou aumente.

    d) cobrar tributos no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou / cobrar tributos no mesmo exerccio financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

    e) Estabelecer diferena tributria entre bens e servios de qualquer natureza, em razo de sua procedncia ou destino / estabelecer diferena tributria entre bens e servios de quaisquer naturezas, em razo de sua procedncia ou destino.

    19 (ESAF/Fiscal de Fortaleza/1998)

    Indique entre os itens sublinhados o que contm erro gramatical ou impropriedade vocabular.

    Tudo parece indicar, a essa altura, que(A) as repercusses da crise dos pases asiticos sobre a Amrica Latina sero bem menos acentuadas do que(B) se imaginava faz(C) poucos meses. Pouco a pouco, foram-se percebendo(D) que os problemas daquela regio so devidos (E) desorganizao de seus sistemas financeiros e a uma especulao imobiliria desenfreada.

    (Gazeta Mercantil, 21 e 22/2/1998, adaptado)

    a) A

    b) B

    c) C

    d) D

    e) E

    20 - (FGV/PREF.ARAATUBA/2001)

    A concordncia verbal est correta em

    A. Precisam-se de muitos tcnicos.

    B. Os Estados Unidos contrrio a essas medidas.

    C. Neste ms, deve haver muitos feriados.

    D. Tratavam-se de profissionais competentes.

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    21 - (NCE UFRJ INCRA/2005)

    Texto 1 - Internet, telefone e mais de 39 mil terminais de autoatendimento.

    So muitas as opes para voc movimentar a sua conta, efetuar pagamentos, obter crdito, receber benefcios, adquirir produtos e o que mais voc precisar. para isso que o Banco do Brasil investe tanto em tecnologia: para estar o tempo todo com voc.

    (O Globo, 06/10/2005)

    Se transformarmos as cinco primeira