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CURSO ON-LINE – CONTABILIDADE P/ POLÍCIA FEDERAL – AGENTE E ESCRIVÃO PROFESSORES: VELTER E MISSAGIA AULA 05 REGIMES DE ESCRITURAÇÃO E AJUSTES Caros alunos! Até agora vimos os aspectos mais básicos como as contas, os lançamentos, e um assunto extremamente importante para quem deseja fazer concurso na área fiscal, ou seja, operações com mercadorias com todas as particularidades. Agora começaremos a ver os aspectos concernentes aos ajustes e operações de encerramento para adentrarmos na preparação das demonstrações, mostrando a destinação do resultado. Muitos fatos contábeis, por sua natureza, não comportam registros sistemáticos, e são lançados na contabilidade apenas por ocasião do encerramento do exercício social, como é o caso do reconhecimento da depreciação, amortização, exaustão, as provisões em geral e outros. Outros fatos, por ocasião da contratação, recebem registros equivocados em face dos princípios de contabilidade e necessitam dos devidos ajustes para se adequarem às normas vigentes. Os ajustes na escrituração são, portanto, necessários para que as demonstrações financeiras ou contábeis representam, fielmente, a situação patrimonial da empresa, consoante os princípios de contabilidade e a legislação (fiscal e comercial) pertinente. 1. AJUSTES AO RESULTADO DO EXERCÍCIO 1.1. REGIMES DE ESCRITURAÇÃO As entidades podem utilizar ou utilizam três tipos de regimes de escrituração, embora as empresas comerciais estejam obrigadas a utilizar o regime de competência por força do disposto nos princípios de contabilidade, na Lei nº 6.404/76 (art. 177) e no novo código civil. Os regimes de escrituração são: a) regime de caixa; b) regime de competência; c) regime misto (utilizado em Contabilidade Pública). a) Regime de Caixa www.pontodosconcursos.com.br 1

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REGIMES DE ESCRITURAÇÃO E AJUSTES

Caros alunos!

Até agora vimos os aspectos mais básicos como as contas, os lançamentos, e um assunto extremamente importante para quem deseja fazer concurso na área fiscal, ou seja, operações com mercadorias com todas as particularidades.

Agora começaremos a ver os aspectos concernentes aos ajustes e operações de encerramento para adentrarmos na preparação das demonstrações, mostrando a destinação do resultado.

Muitos fatos contábeis, por sua natureza, não comportam registros sistemáticos, e são lançados na contabilidade apenas por ocasião do encerramento do exercício social, como é o caso do reconhecimento da depreciação, amortização, exaustão, as provisões em geral e outros.

Outros fatos, por ocasião da contratação, recebem registros equivocados em face dos princípios de contabilidade e necessitam dos devidos ajustes para se adequarem às normas vigentes.

Os ajustes na escrituração são, portanto, necessários para que as demonstrações financeiras ou contábeis representam, fielmente, a situação patrimonial da empresa, consoante os princípios de contabilidade e a legislação (fiscal e comercial) pertinente.

1. AJUSTES AO RESULTADO DO EXERCÍCIO

1.1. REGIMES DE ESCRITURAÇÃO

As entidades podem utilizar ou utilizam três tipos de regimes de escrituração, embora as empresas comerciais estejam obrigadas a utilizar o regime de competência por força do disposto nos princípios de contabilidade, na Lei nº 6.404/76 (art. 177) e no novo código civil. Os regimes de escrituração são:

a) regime de caixa;

b) regime de competência;

c) regime misto (utilizado em Contabilidade Pública).

a) Regime de Caixa

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A escrituração pelo regime de caixa se constitui numa forma simplificada de

Contabilidade. Como o próprio nome sugere, por este método de escrituração as receitas e despesas são reconhecidas apenas quando houver recebimentos ou pagamentos. Desta forma, não aparecerão no Passivo Circulante contas como salários a pagar, impostos a pagar etc.

Existem algumas regras que caracterizam este regime, entre as quais podemos destacar as seguintes:

– o reconhecimento das receitas, mediante contabilização, ocorre somente no momento do efetivo recebimento, isto é, quando entrar dinheiro em caixa ou no banco;

– a contabilização ou reconhecimento das despesas ocorre somente no momento do efetivo pagamento, ou seja, quando há saída de dinheiro do caixa, ou do desembolso.

No Brasil, a Contabilidade das pessoas jurídicas, não-públicas, deve, por disposição do

art. 177 da Lei no 6.404/761, adotar o regime de competência.

Porém, a Contabilidade Pública utiliza um regime misto, ou seja, o regime de competência para a despesa e o de caixa para as receitas.

Perante a legislação fiscal, mais especificamente a do Imposto de Renda, as empresas optantes pelo Simples e pelo lucro presumido podem adotar o regime de caixa na escrituração de suas variações patrimoniais, conforme consta no inciso II, do § 3º, do art. 770 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999.

Art. 770. ... § 3º No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado: II - os rendimentos auferidos em aplicações financeiras serão adicionados ao lucro presumido ou arbitrado somente por ocasião da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação (regime de caixa);

Restringe-se, portanto, o uso do regime de caixa às pessoas físicas e a determinadas circunstâncias fiscais, para as pessoas jurídicas.

Entretanto, não podemos perder de vista o nosso objetivo de estudo, que é especificamente para concursos, no qual devemos nos ater aos princípios de contabilidade, ou seja, devemos observar, sempre, o regime de competência.

Resumindo, temos regime de caixa quando, na apuração do resultado do exercício

(rédito), levam-se em consideração apenas os valores efetivamente recebidos ou pagos no período. É o regime utilizado pelas pessoas físicas, em que as receitas confundem-se com os recebimentos e as despesas, com pagamentos.

Exemplo: Determinada empresa apresentou no mês de abril o seguinte fluxo de receitas e despesas: - R$ 1.500,00 de despesas vencidas e quitadas em abril; - R$ 1.800,00 de despesas vencidas em abril e quitadas em maio; - R$ 1.200,00 de despesas vencidas em maio e quitadas em abril; - R$ 900,00 de receitas vencidas em maio e quitadas em abril; - R$ 2.100,00 de receitas vencidas em abril e quitadas em maio; - R$ 1.700,00 de receitas vencidas e quitadas em abril.

1 Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da

legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

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Apurando o resultado segundo o regime contábil de caixa, vamos encontrar o valor de:

RESOLUÇÃO:

Pelo regime contábil de caixa, na apuração do resultado do exercício, consideramos apenas as receitas efetivamente recebidas e as despesas desembolsadas no período. Assim, compõem o resultado os seguintes valores: - R$ 1.500,00 de despesas vencidas e quitadas em abril; - R$ 1.200,00 de despesas vencidas em maio e quitadas em abril; - R$ 900,00 de receitas vencidas em maio e quitadas em abril;

- R$ 1.700,00 de receitas vencidas e quitadas em abril. Apurando o resultado do período, obteremos:

Apuração do resultado do período

Despesas Receitas 1.500,00 1.200,00

900.00 1.700,00

2.700,00 2.600,00 100,00

Percebam que as despesas superaram as receitas em R$ 100,00, logo, na apuração do resultado consoante o regime de caixa houve um prejuízo de R$ 100,00.

b)Regime de Competência

O regime de competência decorre do princípio da competência (Resolução CFC 750/93), representando a sua aplicação prática a fatos concretos. Segundo determina o Princípio da Competência, as receitas e despesas são reconhecidas quando da ocorrência dos seus respectivos fatos geradores, independentemente do pagamento ou do recebimento. Diz-se, ainda, que as receitas devem ser reconhecidas quando realizadas (ou auferidas ou ganhas) e as despesas, quando incorridas (ou consumidas). Por disposição legal, as entidades com fins lucrativos, principalmente as sociedades anônimas, são obrigadas a adotar este regime de reconhecimento de suas receitas e despesas na apuração de seus resultados e escrituração mercantil.

As obrigações do passivo circulante e, em alguns casos, do passivo exigível a longo prazo, como salários a pagar, aluguéis a pagar etc. e as despesas do exercício seguinte, como juros a vencer, seguros a vencer, aluguéis a vencer etc., quando integrantes no balanço patrimonial, são decorrentes da correta aplicação do princípio da competência.

Percebam que pelo regime de competência fazemos o lançamento a seguir para registrar a ocorrência de uma despesa incorrida e não paga:

Despesas com salários a Salários a pagar

De outra forma, a prestação de serviço a prazo (uma receita ganha e ainda não quitada) mereceria o seguinte lançamento:

Clientes a Receitas de Serviços

Caso estivéssemos adotando o regime de caixa não faríamos nenhum lançamento, pois o fato mereceria nosso registro apenas por ocasião do efetivo pagamento.

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Já no caso de as receitas e despesas serem quitadas no mesmo período ou exercício

social da ocorrência do fato gerador, os lançamentos concernentes aos dois regimes de escrituração serão idênticos.

Assim, as contas com as designações “a pagar” ou “a vencer” e muitos direitos representam o reconhecimento da aplicação do regime de competência, pois são decorrentes da aplicação deste regime de escrituração.

Sabemos que a função econômica da Contabilidade é apurar o resultado (rédito). Na escrituração dos fatos contábeis devemos utilizar o método das partidas dobradas que é universalmente aceito, além de observar o regime de competência. No Brasil, a Lei Comercial

(Lei no 6.404/76) e a Lei Fiscal (Decreto-Lei no 1.598/77) obrigam as pessoas jurídicas a adotá- lo. O Conselho Federal de Contabilidade consagrou-o como Princípio Fundamental de Contabilidade. Esse princípio consiste em que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

Dessa forma, realiza-se ou ganha-se uma receita por meio de uma venda a prazo e, por outro lado, reconhece-se ou incorre-se numa despesa pela assunção de uma obrigação (salários a pagar, por exemplo). Vale dizer, mais uma vez, que a Contabilidade deve reconhecer as receitas e as despesas, por ocasião da ocorrência dos respectivos fatos geradores, sendo, para esse fim, irrelevantes o recebimento e o pagamento.

Para facilitar a percepção da diferença existente entre os regimes de caixa e de competência, adotemos o mesmo exemplo apresentado para o regime de caixa, porém agora apurando o resultado consoante o regime de competência.

Exemplo: Determinada empresa apresentou no mês de abril o seguinte fluxo de receitas e despesas: - R$ 1.500,00 de despesas vencidas e quitadas em abril; - R$ 1.800,00 de despesas vencidas em abril e quitadas em maio; - R$ 1.200,00 de despesas vencidas em maio e quitadas em abril; - R$ 900,00 de receitas vencidas em maio e quitadas em abril; - R$ 2.100,00 de receitas vencidas em abril e quitadas em maio; - R$ 1.700,00 de receitas vencidas e quitadas em abril.

Apurando o resultado segundo o regime contábil da competência, encontraremos o

valor de:

RESOLUÇÃO: Na apuração do resultado pelo regime de competência consideramos as receitas e

despesas cujos fatos geradores tenham ocorrido no período considerado.

Assim, as despesas de R$ 1.200,00 vencidas em maio e quitadas em abril e as receitas de R$ 900,00 vencidas em maio e quitadas em abril não devem compor a apuração do resultado de abril.

Por oportuno, salientamos que as despesas vencidas em maio e quitadas em abril se constituem em despesas antecipadas e são escrituradas do seguinte modo:

Despesas antecipadas

a Caixa R$ 1.200,00

Já as receitas recebidas em abril e que se vencem em maio são classificadas no passivo circulante, em conta de receitas antecipadas, conforme o seguinte lançamento:

Caixa

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a Receitas Antecipadas R$ 900,00

Voltando a apuração do resultado do período, consoante o regime de competência, teremos o seguinte resultado:

Apuração do resultado do período Despesas Receitas

1.500,00 1.800,00

2.100.00 1.700,00

3.300,00 3.800,00 500,00

Percebemos que, se adotado o regime de competência, as receitas superam as despesas em R$ 500,00. Logo apuramos um resultado positivo (lucro) de R$ 500,00.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

1. (ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF/4a/2001) É registro que caracteriza regime de competência, o relativo ao: a) de uma despesa a pagar; b) da compra de mercadorias à vista; c) do pagamento de duplicata pela compra de veículo a prazo; d) da venda de mercadoria à vista; e) do pagamento de uma despesa.

2. (MEMÓRIA/1999–SP) No término do exercício social, uma empresa prestadora de

serviços observou que havia alguns serviços prestados a clientes que não estavam ainda faturados. Em obediência ao princípio da competência, registrou contabilmente o fato mediante o seguinte lançamento: a) clientes diversos

a serviços a faturar; b) serviços a faturar

a receita antecipada de serviços; c) serviços a faturar

a receita de serviços; d) clientes diversos

a receita antecipada de serviços; e) n.d.a.

3. De acordo com o regime de competência:

a) as receitas e despesas são computadas no resultado de cada exercício, na proporção dos recebimentos e pagamentos;

b) as receitas e despesas somente podem ser computadas no resultado do exercício, depois de seus recebimentos e pagamentos;

c) a receita é reconhecida quando bens ou serviços são fornecidos a terceiros em troca de dinheiro ou de outro valor do ativo;

d) as receitas e despesas são atribuídas aos períodos de ocorrência de seus respectivos fatos geradores;

e) as alternativas c e d estão corretas.

4. O § 1o do art. 187 da Lei no 6.404/76 estabelece que:

§ 1o – Na determinação do resultado do exercício serão computados:

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a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da

sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,

correspondentes a essas receitas e rendimentos. Esse dispositivo legal consagra o princípio fundamental de Contabilidade, aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade, denominado: a) competência; d) continuidade; b) periodicidade; e) uniformidade. c) oportunidade;

5. (ESAF/AFTN–1994/setemb.) Reconhece existência de pagamento antecipado de

juros: a) juros ativos

a juros a vencer; b) juros a vencer

a juros ativos; c) juros

passivos a juros ativos; d) juros a

vencer a juros passivos;

e) receitas de juros a juros a vencer.

1.2. AJUSTES AO REGIME DE COMPETÊNCIA

Vimos nas aulas anteriores que o exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto e que na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.

A importância do acima mencionado ecoa com o disposto no caput do art. 176 da Lei nº

6.404/76 que assevera: “Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: ...”

Assim, pelo menos uma vez por ano (ao final de cada exercício social) a empresa deverá elaborar demonstrações financeiras que deverão contemplar todos os aspectos relativos as variações patrimoniais ocorridas no período de apuração.

É com essa finalidade e com esse grau de detalhamento que as empresas devem apurar o resultado do exercício, fazendo os devidos ajustes em sua escrituração, em face da legislação comercial e dos princípios de contabilidade.

Um dos princípios que requer a realização de ajustes é o da competência, pelo qual devemos considerar que:

a) as receitas de um exercício são aquelas auferidas (ganhas) naquele período contábil, tendo sido recebidas ou não;

b) as despesas de um exercício são aquelas efetivamente ocorridas, estando pagas ou não.

Diante de tudo o que já falamos sobre o aludido princípio, podemos acrescentar, em linhas gerais, que regime de competência é aquele em que as receitas ou despesas são computadas contabilmente (escrituradas) no momento em que nasce o direito ao recebimento de um rendimento ou a obrigação de pagar uma despesa. Assim, por força deste princípio, as receitas e despesas são escrituradas apenas quando houver a ocorrência do fato gerador. Como

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alguns fatos, embora não sendo despesas do período, são contabilizados como tal. Em outros casos, receitas recebidas antecipadamente são contabilizadas, inicialmente, como receitas do período. Ainda há os casos de despesas incorridas em um período, mas que somente serão pagas no período seguinte. Além dos fatos já mencionados, há receitas ganhas num período, mas que serão recebidas em período futuro e, se não forem adequadamente registrados, necessitam de ajustes. Desta forma, antes da elaboração das demonstrações financeiras, algumas contas são ajustadas para registrar contabilmente a ocorrência de:

a) despesas pagas antecipadamente (pagas e não-incorridas) ou sobre as quais já se assumiu o compromisso de efetuar o pagamento.

As despesas pagas antecipadamente devem ser apropriadas ao período em que ocorrerem seus fatos geradores, pois os benefícios delas decorrentes somente se efetivam em exercícios seguintes. Desta Forma, as despesas antecipadas são classificadas no ativo circulante quando seus fatos geradores ocorrerem durante o exercício seguinte e no ativo realizável a longo prazo quando os fatos geradores ocorrerem após o término do exercício social subseqüente. Podem ocorrer situações em que parte das despesas seja classificada no ativo circulante e parte no ativo realizável a longo prazo, conforme seus fatos geradores ocorram até o final do exercício seguinte ou após, pela aplicação do princípio da competência.

Desta forma, as despesas antecipadas, componentes do ativo que são, representam uma espécie de direito. Não um direito realizável ou exigível, mas um direito de usufruir os benefícios para os quais os dispêndios foram realizados. Esses dispêndios com despesas antecipadas deverão ser apropriados à conta de despesa ou custo, à medida que os benefícios forem sendo auferidos, isto é, à proporção que ocorram os fatos geradores.

Para esclarecer o assunto, tomemos alguns exemplos:

1 – Determinada empresa contratou prêmio de seguro em 1º de dezembro de 2004, cuja cobertura refere-se ao período de 1º de janeiro de 2005 até 31 de dezembro do mesmo ano. O seguro no valor de R$ 20.000,00 foi pago com cheque do Banco da Praça com valor de R$ 18.000,00 para ser sacado de imediato para que a emitente pudesse usufruir do desconto de R$ 2.000,00.

SOLUÇÃO:

Caros aluno(a)s, observem que o prêmio de seguros representa uma despesa. Porém, neste caso, uma despesa do exercício seguinte (2005) e que foi paga no exercício de 2004. O contador da empresa poderia ter efetuado o lançamento de duas formas, a saber:

a) Despesas com seguro

a Bancos conta movimento R$ 18.000,00

ou

b) Seguros a vencer

a Bancos conta movimento R$ 18.000,00

Tecnicamente, o lançamento que está correto é o “b”. Porém, na prática, o registro de despesas antecipadas ocorre também com a utilização do lançamento “a”. Assim, antes da apuração do resultado do exercício de 2004, esse lançamento necessita de ajuste (estorno), pois a despesa não se refere ao exercício de 2004.

Assim, caso a empresa tenha feito o lançamento “a” para registrar o fato e para que as demonstrações reflitam as mutações ocorridas no exercício social, no final do exercício de 2004, consoante os princípios de contabilidade, a empresa deve efetuar o seguinte lançamento:

Seguros a vencer

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a Despesas com seguros R$ 18.000,00

Com a realização deste lançamento, não temos despesa de seguros a apropriar ao exercício de 2004 e o patrimônio estará refletindo a realidade da empresa.

2 – A nossa empresa contratou o aluguel do prédio onde funciona a fábrica de sonhos pelo período de 36 meses. O contrato foi assinado em 25 de junho de 2004 com vigência a partir de 1º de julho do mesmo ano e o pagamento foi efetuado no ato com cheque do Banco Topa Tudo S.A. O valor do aluguel ajustado é de R$ 3.000,00 e pelo pagamento antecipado a nossa empresa obteve um desconto de R$ 18.000,00.

SOLUÇÃO:

Percebam que o período pelo qual a empresa pode usufruir a despesa do aluguel pago antecipadamente é de 1º de julho de 2004 até 30 de junho de 2007. Além disso, o valor a ser registrado é o efetivamente desembolsado, isto é, R$ 90.000,00.

Tecnicamente, no momento da transação, o fato deve ser registrado do seguinte

modo:

Diversos a Bancos c/ movimento Aluguéis a vencer AC R$ 45.000,00 Aluguéis a vencer ARLP R$ 45.000,00 R$ 90.000,00 No final de cada mês, a partir de julho de 2004, deve ser realizado o lançamento de

apropriação da despesa de aluguéis relativo ao mês transcorrido, cujo lançamento será o seguinte:

Despesas de aluguel a Aluguéis a vencer R$ 2.500,00

Admitindo que os lançamentos de apropriação da despesa de aluguel não seja realizada todos os meses, a nossa empresa deverá fazer o seguinte lançamento no final do exercício de 2004:

Despesas de Aluguel a Aluguéis a vencer R$ 15.000,00

Procedendo dessa forma, chegaremos no final do exercício de 2004 com os seguintes valores em relação ao aluguel pago antecipadamente e a despesa de aluguel:

Despesas de aluguel R$ 15.000,00 Aluguéis a vencer (AC) R$ 30.000,00 Aluguéis a vencer (ARLP) R$ 45.000,00

Durante o exercício de 2005 a nossa empresa seguirá apropriando as despesas de aluguel. Em um lançamento único, no final do exercício, a apropriação da despesa fica assim registrada:

Despesas de aluguel a Aluguéis a vencer (AC) R$ 30.000,00

Nota-se que com este lançamento apropriamos todo saldo de aluguéis a vencer do AC

e temos aluguéis a vencer durante o exercício de 2006. Assim, no final do exercício de 2005 é necessário fazer outro lançamento para adequar a situação patrimonial aos prazos de realização (vencimento):

Aluguéis a vencer (AC) a Aluguéis a vencer (ARLP) R$ 30.000,00

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Destarte, após os ajustes, no balancete final do exercício social de 2005 teremos as

seguintes contas envolvendo aluguéis:

Despesas de aluguel R$ 30.000,00 Aluguéis a vencer (AC) R$ 30.000,00 Aluguéis a vencer (ARLP) R$ 15.000,00

No exercício social de 2006, novamente devem ser feitos ajustes e lançamentos de

apropriação de despesas, de forma a restar no final do exercício a despesa de aluguéis no valor de R$ 30.000,00 e Aluguéis a vencer (AC) no valor de R$ 15.000,00:

Despesas de aluguel a Aluguéis a vencer (AC) R$ 30.000,00

E pela baixa do ARLP;

Aluguéis a vencer (AC) a Aluguéis a vencer (ARLP) R$ 15.000,00

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

6. (AFTN/ESAF/98) A empresa Jasmim S/A, cujo exercício social coincide com o ano- calendário, pagou, em 30/04/97, o prêmio correspondente a uma apólice de seguro, contra incêndio de suas instalações, para viger no período de 01/05/97 a 30/04/98. O valor pago de R$ 30.000,00 foi contabilizado como despesa operacional do exercício de 1997. Observando o princípio contábil da competência, o lançamento de ajuste, feito em 31/12/1997, provocou, no resultado do exercício de 1998, uma: a) majoração de R$ 10.000,00; b) redução de R$ 30.000,00; c) redução de R$ 20.000,00; d) majoração de R$ 20.000,00; e) redução de R$ 10.000,00.

7. (Fiscal-Natal–RN/ESAF/2001) A firma Previdente S/A, em 01/08/01, contratou um

seguro anual para cobertura de incêndio avaliada em R$ 300.000,00, com vigência a partir da assinatura do contrato. O exercício social da Previdente é coincidente com o ano calendário. O prêmio cobrado pela seguradora é equivalente a 10% do valor da cobertura e foi pago em 31 de agosto de 2001. Em consonância com o princípio contábil da competência de exercícios, no balanço patrimonial de 31/12/01, a conta seguros a vencer constará com saldo atualizado de a) R$ 175.000,00; b) R$ 30.000,00; c) R$ 20.000,00; d) R$ 17.500,00; e) R$ 12.500,00.

8. Quando se adota o regime de competência, ao encerrar-se o exercício, os saldos:

a) de todas as contas são transferidos automaticamente para o resultado do exercício; b) não são transferidos para o resultado do exercício; c) das contas de resultado são automaticamente transferidos para o resultado do exercício; d) das contas de resultado, somente depois de expurgadas as parcelas que se referem a

exercícios futuros, é que se transferem para o resultado do exercício; e) n.d.a.

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9. Casa das Baterias Ltda., cujo balanço é levantado a 31 de agosto de cada ano, apresentou, no balancete de verificação de 31/08/82 (elaborado com a finalidade de permitir a realização de ajustes ao resultado do exercício), na conta ALUGUÉIS A VENCER, um saldo devedor de R$ 36.000,00, relativo ao contrato de aluguel, no montante de R$ 135.000,00, do depósito geral, abrangendo o período de 01/10/80 a 31/03/83. A fim de atender ao regime de competência dos exercícios, o contador da empresa fez uma partida de diário, debitando a conta ALUGUÉIS e creditando a conta ALUGUÉIS a VENCER, no valor de: a) R$ 27.600,00; b) R$ 1.200,00; c) R$ 4.500,00; d) R$ 31.500,00; e) R$ 13.500,00.

10. (ESAF/AFTN–1994/março) A Cia. Comercial Linda, cujo período-base coincide com

o ano calendário, contratou, em 01/09/X3, um empréstimo bancário com vencimento para 31/08/X4, pagando, antecipadamente, naquela data, $ 720,00 de juros e correção monetária pré-fixada ($ 60,00 por mês). O balanço patrimonial de 31/12/X3, em decorrência dessa operação financeira, apresentou: a) um acréscimo disponível de $ 240,00; b) um valor realizável a curto prazo de $ 240,00; c) uma realização a longo prazo de $ 720,00; d) uma despesa do exercício seguinte de $ 480,00; e) um passivo circulante de $ 480,00.

11. (ATE/MS/2001–ESAF) – A Nossa Empresa fecha o exercício social e faz balanços a

cada 31 de agosto. Em 31 de agosto de 2000, o balancete, elaborado com vistas à realização de ajustes ao resultado do exercício, apresentou a conta aluguéis passivos a vencer com saldo remanescente de R$ 36.000,00, relativo ao contrato de aluguel do Depósito Geral, celebrado no montante de R$ 135.000,00, para o período de 01/10/98 a 31/03/01. A fim de atender ao princípio contábil da competência dos exercícios, o contador da empresa deverá fazer a seguinte partida de diário: a) Aluguéis passivos

a Aluguéis passivos a vencer R$ 4.500,00; b) Aluguéis passivos a vencer

a Aluguéis passivos R$ 4.500,00; c) Aluguéis passivos

a Aluguéis passivos a vencer R$ 22.500,00; d) Aluguéis passivos a vencer

a Aluguéis passivos R$ 22.500,00; e) Aluguéis passivos

a Aluguéis passivos a vencer R$ 31.500,00.

12. Pagamento de salários em 05 de outubro, relativo ao mês de setembro é: 1) um fato permutativo, em observância ao princípio da competência; 2) um fato modificativo, quando usado o regime de caixa; 3) um fato misto, pois envolve o regime de competência e o regime de caixa; 4) um fato que está em desacordo com os princípios contábeis; 5) um fato diminutivo do PL, pela correta aplicação do princípio da prudência.

13. Assinale a alternativa que contém apenas contas de resultado.

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a) Despesas de juros – juros a vencer – receitas de juros. b) Custo das mercadorias vendidas – vendas de mercadorias – compras de mercadorias. c) Encargos de depreciação – depreciação acumulada – encargos de exaustão. d) Despesas de pessoal – despesas de salários – salários a pagar. e) ICMS a recolher – ICMS a recuperar – despesas de ICMS.

14. (TÉC–CONTAB/CONTROLADORIA–99) São contas patrimoniais de natureza credora:

a) ICMS a recolher / duplicatas a pagar / prejuízos acumulados / fundo de garantia a recolher;

b) provisão para férias / provisão para crédito de liquidação duvidosa / depreciação acumulada / salários a pagar;

c) duplicatas descontadas / reservas de lucro / capital a integralizar / contas a receber; d) fornecedores / amortização acumulada / títulos a pagar / adiantamento de férias; e) salários a pagar / credores por financiamento / reservas de lucro / amortização.

b) despesas do período contábil atual, que só serão pagas no próximo período (incorridas e não-pagas)

São muitas as situações em que a empresa incorre em despesas num período e que serão pagas somente no exercício seguinte. Algumas decorrentes da própria legislação (fiscal, trabalhista, societária etc.) e outras por circunstâncias administrativas da empresa como falta de liquidez entre outras.

Exemplo: A empresa COSTA S.A. incorreu em despesas de salários no mês de dezembro de 2004 no valor de R$ 45.000,00. Este valor somente será pago em janeiro de 2005, amparada pela legislação trabalhista que permite tal postergação de pagamento. Desta forma, em 31/12/2004 a empresa deve registrar o fato por meio do seguinte lançamento:

Despesa de salários a Salários a pagar R$ 45.000,00

O lançamento apresentado para reconhecer a despesa de salários no mês de dezembro é um fato contábil modificativo, pois altera o PL. A escrituração deste lançamento é obrigatória, em decorrência da correta aplicação do princípio da competência e recebe a designação de lançamento de apropriação da despesa ou de reconhecimento da despesa.

Reparem que por meio do lançamento de reconhecimento ou apropriação da despesa de salários estamos reconhecendo uma despesa (despesa de salários) e uma obrigação (salários a pagar) ao mesmo tempo. Estão lembrados dos princípios de contabilidade, especialmente o da competência2?

No mês de janeiro de 2005, por ocasião do efetivo pagamento, a empresa deve providenciar ao seguinte lançamento, que caracteriza fato contábil meramente permutativo:

Salários a pagar a Caixa/bancos R$ 45.000,00

c) receitas recebidas antecipadamente no período anterior e ganhas no atual

2 Resolução CFC nº 750/93, art. 9º

§ 4o Consideram-se incorridas as despesas: ...

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

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Algumas empresas, dadas as características de seu objeto social, podem receber

parcelas antecipadamente à produção dos bens ou da execução de serviços contratados.

Esses recursos recebidos antecipadamente devem ser registrados na conta adiantamento de clientes ou receita recebida antecipadamente. É de ressaltar que os adiantamentos assim recebidos representam obrigações da empresas para com os clientes e deve ser classificado no passivo, que pode ser o circulante ou longo prazo, dependendo do prazo previsto para a entrega dos bens ou a prestação do serviço.

No final do período, a parte da receita realizada, isto é, o valor dos bens entregues ou dos serviços prestados naquela fase, deverá ser transferida, mediante lançamento de ajuste na conta patrimonial, para a conta de receita do exercício (conta de resultado).

Contabilização:

1 - na data do recebimento

Caixa a Receita recebida antecipadamente R$ 1.000,00

É interessante observar mais uma vez que o lançamento é feito em conta de passivo circulante ou longo prazo (não circulante), pois a empresa assumiu a obrigação de fornecer bens ou serviços e, caso não os fornece, deverá devolver as quantias recebidas.

2 - na apropriação ao resultado do exercício, pela parcela da receita realizada no

período:

Receita recebida antecipadamente a Receita operacionais R$ 200,00

d) receitas ganhas (ocorreu o fato gerador) e ainda não-recebidas

Já sabemos que as receitas e despesas devem ser reconhecidas no período em que ocorrerem seus respectivos fatos geradores, independentemente do recebimento ou do pagamento. Assim, uma receita é considerada ganha (realizada), quando ocorrido o seu fato gerador e é este o momento que devemos reconhecê-la na Contabilidade, independentemente de ter sido recebida.

Estão nesse grupo as receitas decorrentes da venda a prazo de mercadorias, da prestação de serviços a prazo etc.

Exemplo: Um escritório de advocacia mantém, com cliente, contrato de prestação de serviço mensal de $1.000,00. Caso deixe, por algum motivo, de faturar uma mensalidade (outubro de 20X4, por exemplo), mesmo assim deverá fazer o lançamento abaixo para registrar o vencimento de um mês de prestação de serviços (receita já ganha ou realizada, porém não- recebida), pois o serviço foi prestado (houve a ocorrência do fato gerador da receita):

Serviços a faturar a Receitas de serviços 1.000,00

A conta serviços a faturar é uma conta de ativo e representa o direito que o prestador de serviço terá de enviar a fatura ao cliente, para cobrança. Seu saldo deve ser transferido para a conta caixa ou duplicatas a receber à medida que as mensalidades forem sendo pagas ou faturadas, da seguinte forma:

Caixa / Duplicatas a receber a Serviços a faturar 1.000,00

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EXERCÍCIO RESOLVIDO 1:

(AFCE-TCU/99) Registrada em 25 de fevereiro de 1998, a Firma Mento Ltda. funcionou normalmente até o fim do ano, contabilizando seus resultados sob a ótica do regime contábil de caixa. Ao chegar dezembro, foi informada de que, para elaborar seus balanços, teria de observar o regime contábil da competência de exercícios, em obediência aos princípios contábeis e as determinações legais.

O lucro do exercício de 1998 já estava contabilizado sob regime de caixa e computava os seguintes elementos.

1) Salários correspondentes aos meses de fevereiro a dezembro: R$ 3.960,00, faltando pagar apenas o mês de dezembro, no valor de R$ 360,00.

2) Seguros correspondentes aos meses de fevereiro de 1998 a janeiro de 1999, totalmente pagos, a razão de R$ 80,00 por mês.

3) Serviços prestados durante todo o período, a razão de R$ 450,00 ao mês, inclusive fevereiro de 1998, faltando receber apenas o mês de dezembro/98.

4) Juros vencidos a favor da Firma Mento, no valor de R$ 600,00, totalmente recebidos.

5) Impostos e taxas municipais, no valor de R$ 400,00, já vencidos, mas ainda não-pagos.

6) Comissões recebidas em 1998, mas relacionadas ao exercício de 1999, no valor de R$

100,00.

Ao fazer as correções de lançamento, para ajustar o lucro ao regime de competência, a empresa, naturalmente, provocou alterações no valor contábil do resultado antes contabilizado. Essas alterações significaram:

a) redução do lucro em R$ 330,00;

b) redução do lucro em R$ 640,00;

c) aumento do lucro em R$ 310,00;

d) aumento do lucro em R$ 370,00;

e) aumento do lucro em R$ 1.030,00.

SOLUÇÃO:

A empresa efetuou suas operações pelo regime de caixa, inclusive apurando o resultado. Agora devemos fazer os ajustes, para enquadrar a escrituração e conseqüentemente o resultado ao REGIME DE COMPETÊNCIA:

1) falta contabilizar a despesa do salário de dezembro (360,00 – débito), pois já ocorreu o fato gerador;

2) devemos expurgar a parcela de despesa de seguros de janeiro/99 (80,00 - crédito), visto que o fato gerador ainda não ocorreu;

3) falta contabilizar a receita de serviços de dez/98 (450,00 – crédito), cujo fato gerador já ocorreu, porém não foi recebido o seu valor;

4) juros vencidos, a favor da empresa Firma Mento Ltda., e já recebidos (sem ajuste);

5) impostos e taxas vencidos, mas não-pagos. Devem ser reconhecidas as despesas pela ocorrência do fato gerador (400,00 – débito);

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6) comissões recebidas em 1998, referentes ao exercício de 1999, no valor de $ 100,00. Devemos expurgar o valor do resultado (100,00 – débito).

Contabilizando os ajustes em conta do tipo “T”, obteremos o seguinte efeito no

resultado:

Ajustes

360 450 400 80 100

860 530 330

Percebam que os ajustes resultaram em saldo devedor de 330, isto significa que o

resultado apurado de acordo com o regime de caixa sofrerá uma redução de 330 se aplicado o regime de competência.Resposta: Letra A

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

15. (AGERS/RS/98) Para uma empresa com exercício social igual ao ano civil e ciclo operacional de até 12 meses, uma compra feita no dia 10.12.X0, com vencimento para 15.12.X1 (prazo superior a um ano), sendo paga somente em 10.01.X2, será classificada nos balanços de 31.12.X0 e 31.12.X1, respectivamente, como: a) PELP e PC; b) PC e PELP; c) PC e PC; d) PELP e PELP; e) resultados de exercícios futuros e PELP.

16. (ESAF/TTN–97) Uma empresa, que adota o regime da competência em sua

escrituração, encerrou exercício social em 31/12/1996. Nos primeiros dias de 1997, escriturou os seguintes eventos: 1. pagamento de salários dos empregados, relativos ao mês de dezembro de 1996; 2. recebimento da diferença de imposto recolhido a maior em dezembro de 1996 e já reclamada naquele mês à autoridade competente; 3. venda de um bem do ativo permanente pelo preço de custo. A escrituração refere-se, respectivamente, a fatos contábeis: a) permutativo – permutativo – permutativo; b) modificativo diminutivo – modificativo aumentativo – permutativo; c) permutativo – modificativo aumentativo – modificativo diminutivo; d) modificativo diminutivo – misto aumentativo – permutativo; e) misto diminutivo – misto aumentativo – misto diminutivo.

17. (TRF/2002–A/ESAF) – Em primeiro de outubro de 2001, a Imobiliária Casa & Terra

S/A recebeu, antecipadamente, 06 (seis) meses de aluguel, com valor mensal de R$ 300,00, e pagou o aluguel dos próximos 12 (doze) meses, no valor anual de R$ 2.400,00. Nesse caso, as regras do regime contábil da competência levam-nos afirmar que, no balanço de encerramento do exercício, elaborado em 31/12/2001, em decorrência desses fatos haverá: a) despesas do exercício seguinte no valor de R$ 600,00; b) receitas do exercício seguinte no valor de R$ 900,00;

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c) despesas do exercício seguinte no valor de R$ 1.200,00; d) receitas do exercício seguinte no valor de R$ 1.800,00; e) despesas do exercício seguinte no valor de R$ 2.400,00.

2. PROVISÕES

2.1. CONCEITO

Consoante os enunciados do princípio da prudência3, na avaliação dos componentes patrimoniais devemos adotar, para os componentes do ativo, o menor valor dentre duas situações igualmente válidas, de forma que resulte o menor valor do PL. Ainda com base no mesmo princípio, os ajustes que serão realizados envolvem incertezas de grau variável. Com isto, podemos afirmar que as provisões se encaixam aos enunciados do referido princípio de contabilidade, pois na constituição dos mesmos sempre estaremos diante de incertezas e adotaremos valores obtidos por processos estatísticos na sua mensuração.

As provisões, das quais falaremos nos tópicos seguintes, podem do ativo, onde constituirão contas retificadoras, ou de passivo, onde serão constitutivas de obrigações. Porém, em ambos os casos, suas contas representativas serão sempre de natureza credora, tendo como contrapartida, sempre, conta de despesa ou de custos.

Ainda com base nos princípios de contabilidade, as despesas relativas a um período devem ser reconhecidas no período a que se referem. É o caso das despesas decorrentes da constituição de provisões ativas e passivas, mesmo que não tenha havido desembolso.

Outro princípio que está envolvido no reconhecimento de mutações patrimoniais é o da oportunidade e, consoante este princípio, as mutações devem ser reconhecidas de imediato, desde que tecnicamente estimáveis, mesmo que exista somente razoável certeza de sua ocorrência.

Desta forma, podemos justificar a constituição das provisões relembrando o tratamento a ser dado às despesas, em obediência aos princípios contábeis:

Competência As despesas devem ser registradas quando incorridas, mesmo que não-pagas.

Oportunidade As mutações patrimoniais devem ser registradas, mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência.

Prudência Deve-se optar, entre duas situações igualmente válidas, por aquela da qual resulte menor patrimônio líquido.

3 Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

§ 1o O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2o Observado o disposto no art. 7o, o Princípio da Prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência.

§ 3o A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

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Percebam que as despesas e custos possuem valores precisos e documentados. Dentro

dessa categoria de contas podemos citar os aluguéis, tributos, salários etc., o que faz com que seus registros sejam feitos à medida de seu acontecimento e conhecimento documental.

Quanto às despesas incorridas, que ensejam a constituição de provisões, por corresponderem a valores estimados e de difícil precisão do momento, do tempo em que se consideram gerados, seus registros realizam-se, geralmente, por ocasião da elaboração das demonstrações financeiras, sob a forma de ajustes de balanço.

2.2. PROVISÃO X RESERVA – UMA DISTINÇÃO NECESSÁRIA

A provisão possui como contrapartida uma conta de despesa, que interfere no resultado do exercício, diminuindo-o. A reserva (de lucros) representa a destinação do resultado, não interferindo no mesmo.

A provisão deve ser constituída, mesmo quando o resultado do exercício for negativo, enquanto que a reserva só pode ser constituída quando o resultado do exercício for positivo, visto que é a destinação do resultado e é feita a partir do lucro líquido do exercício.

A reserva é constituída para dar maior garantia ao capital, integrando o patrimônio líquido da sociedade. A provisão representa redução de valores do ativo (quando são contas retificadoras) ou aumento do passivo (quando são obrigações), portanto reduz o PL e, embora tenha ocorrido o fato gerador contábil, ela não pode ser medida com exatidão.

A reserva objetiva a retenção de recursos na entidade, pautada no princípio da continuidade, a fim de não efetuar a distribuição de lucros (dividendos) sobre recursos de que a entidade precisará como capital de giro de seus negócios em futuro próximo.

A provisão, com base nos princípios da prudência, competência e oportunidade, visa a eliminar a possibilidade de haver distorções no resultado de determinado exercício, as quais poderiam trazer prejuízos à entidade em exercícios futuros, bem como a terceiros de boa fé, como investidores, acionistas etc.

Contabilização:

Como as provisões são, geralmente, decorrentes de estimativas calculadas com base em métodos estatísticos, elas são constituídas apenas por ocasião do encerramento do exercício social. A contabilização consiste no registro a débito de conta de resultado (despesa) e a crédito de conta patrimonial (provisão).

Conta de despesa a Conta da provisão

2.3. PROVISÕES RETIFICADORAS DE ATIVO

Um dos principais objetivos das sociedades comerciais é a obtenção de lucros. Para que isto se concretize, as empresas aplicam recursos de seus sócios, acionistas ou titular (patrimônio líquido), bem como de terceiros (passivo circulante ou exigível de longo prazo), em ativos dos mais diversos. Evidentemente que esses lucros, para serem obtidos, necessitam da realização dos ativos, em geral por alienação ou resgate.

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Entretanto, sempre que os ativos estiverem registrados por valor superior ao de sua

realização (de mercado), eles precisam ser ajustados para que as demonstrações financeiras reflitam a verdadeira situação patrimonial da entidade.

A esta altura de nossas explanações alguns de vocês devem estar indagando a respeito de como podemos proceder ajustes a elementos do ativo se o princípio do registro pelo valor original impede que se modifique o valor de entrada do ativo, que deverá ser mantido, enquanto este permanecer no patrimônio? Àqueles que assim pensaram, respondemos que a indagação faz sentido. Por isso, na constituição das provisões criamos contas retificadoras, mantendo-se, assim, as contas geradas pelos registro original.

Assim, para que se obedeça aos princípios de Contabilidade, de forma integrada e harmônica, a diferença entre o valor do ativo e o de sua realização deverá ser registrada em conta retificadora deste mesmo ativo, tendo como contrapartida um registro em conta de despesa, com influência direta no resultado do exercício.

Além dos princípios de contabilidade que estão envolvidos na constituição das provisões, que já foram analisados, a Lei nº 6.404/76, por meio do art. 183, nos traz os critérios de avaliação dos componentes do ativo e está perfeitamente sintonizada com aqueles princípios. Pela sua relevância ao nosso estudo é prudente darmos uma lida com muita atenção a este dispositivo legal e no transcorrer desta aula e na próxima faremos os comentários pertinentes no que couber.

Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos

de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada

pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou

disponíveis para venda; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições

legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no

caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº

11.638,de 2007)

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia,

assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo

de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado,

quando este for inferior;

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III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o

disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas

prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como

permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a

companhia, de ações ou quotas bonificadas;

IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender

às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao

valor de mercado, quando este for inferior;

V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da

respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;

VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que

registrem a sua amortização.

VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do

saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a

valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela

Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela

Medida Provisória nº 449, de 2008)

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser

repostos, mediante compra no mercado;

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda

no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a

margem de lucro;

c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.

d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo,

decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na

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ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: (Incluída pela

Lei nº 11.638,de 2007)

1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento

financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de

natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de

instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será

registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de

2008)

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto

bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou

obsolescência;

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de

direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou

exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou

contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de

direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa

exploração.

§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos

valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela

Medida Provisória nº 449, de 2008)

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de

interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando

comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor;

ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

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II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica

estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº

11.638,de 2007)

§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo

valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.

Pela leitura do dispositivo da Lei Comercial, verifica-se que esta determina a constituição de provisão, para todos os bens e direitos integrantes do ativo, para ajustá-los ao valor de realização ou, em se tratando de matérias-primas e bens em almoxarifado, em razão de não estarem, ainda, postos para venda, ao valor de reposição, ambos apuráveis no momento do levantamento do balanço. Estes mandamentos geram as seguintes provisões:

2.3.1. PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA

Esta provisão é decorrente do inciso I, alínea b, do art. 183, transcrito acima:

As empresas, quando fazem vendas a prazo, correm o risco de não receber todo valor dessas vendas (isto porque entre os compradores há “elementos” como o Velter e o Missagia que não têm o hábito de pagar suas contas!!!). Os vendedores, sabendo dessa inadimplência contumaz, constituem a provisão para créditos de liquidação duvidosa ou provisão para devedores duvidosos (PDD), que decorre da expectativa de perda na realização dos créditos, oriundos da venda de bens ou da prestação de serviços a prazo.

Em face da correta aplicação do princípio da competência, as perdas devem ser reconhecidas no mesmo período em que se originaram as receitas.

Em que pese a PDD ser obrigatória em face da legislação societária e dos princípios de

contabilidade, a partir da vigência da Lei no 9.430/96, o valor da provisão para devedores duvidosos passou a não ser mais dedutível da base de cálculo do IR, assim como outras provisões retificadoras de ativo.

Conforme já afirmamos anteriormente, na constituição de provisões há incertezas de grau variável. Essas incertezas se referem ao fato em si, pois não sabemos se eles efetivamente ocorrerão e também quanto ao valor. Quanto a estes aspectos não há outro jeito para a empresa a não tomar como referencia as perdas históricas com clientes.

Uma boa forma de calcular o valor da provisão é a adoção da média aritmética ponderada das perdas no recebimento de créditos do último triênio, calculado conforme o exemplo a seguir:

Data Direitos (em R$) Ano Perdas (em R$) 31/12/01 20.000,00 2002 600,00 31/12/02 10.000,00 2003 150,00 31/12/03 6.000,00 2004 150,00 Totais 36.000,00 900,00

Percentual médio = (900,00/36.000,00) X 100 = 0,025

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Assim, pelo exemplo apresentado, para o cálculo da provisão a ser constituída em 31/12/2004, observar-se-á o percentual de 2,5% dos créditos a receber.

Contabilização:

A contabilização da provisão deve ser feita no final do período, lançada a débito de uma conta de resultado e a crédito da conta provisão para crédito de liquidação duvidosa, sendo esta última retificadora do montante de créditos a receber (conta clientes ou duplicatas a receber).

Admitindo que determinada empresa apresente um saldo de Duplicatas a Receber no valor de R$ 80.000,00 e que a expectativa de perda é de 3%, com base nas perdas do último triênio, então teremos o seguinte lançamento contábil:

Despesa com créditos de liquidação duvidosa

a Provisão para créditos de liquidação duvidosa R$ 2.400,00

No balanço patrimonial esta situação será representada da seguinte forma:

Ativo Circulante

...

Duplicatas a Receber 80.000,00

(-) PDD (2.400,00)

Assim, a conta Duplicatas a Receber estará sendo avaliada ao valor de mercado ou de realização de R$ 77.600,00, o que corresponde ao valor contábil de Duplicatas a Receber. Percebam que o registro pelo valor original foi mantido.

No período subseqüente, por ocasião do vencimento dos títulos, certamente algumas Duplicatas não serão recebidas pela empresa. Após adotar todos os meios de cobrança possíveis, os créditos não recebidos devem ser baixados como perdas. Esse fato será contabilizado a débito da conta de provisão, constituída no período anterior, e a crédito de valores a receber. É o que se chama de baixa de títulos incobráveis. Observamos que somente nesse momento a conta Duplicatas a Receber (ou Clientes) é creditada.

Admitindo que uma duplicata no valor de R$ 1.000,00 não tenha sido recebido, então teremos o seguinte lançamento:

Provisão para créditos de liquidação duvidosa a Duplicatas a receber R$ 1.000,00

Sugerimos que os alunos façam os lançamentos de razão, pelos razonetes. Percebam que o saldo da conta de PDD agora é de R$ 1.400,00.

Procederemos da mesma forma para todos os créditos que não forem possíveis receber. Porém, pode ocorrer de a PDD não ser suficiente para absorver todas as perdas com clientes.

Assim, ocorrendo perdas em valor superior ao provisionado no período anterior, dar- se-á baixa na provisão até o valor existente e debitar-se-á uma conta que represente despesas com clientes incobráveis ou perdas pela diferença entre o valor que deixou de ser recebido e o da provisão, baixando-se duplicatas a receber da seguinte forma:

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D – PDD 1.400,00 D – Perdas c/ Clientes 800,00 C - Duplicatas a receber 2.200,00

Nos lançamentos acima apresentamos as hipóteses de utilização parcial da PDD e de utilização total, inclusive com perdas superiores ao provisionado. Entretanto, pode ocorrer de a provisão constituída com base na expectativa de perda ser superior a efetiva perda (o que é desejável pela empresa). Neste caso, apresentam-se duas alternativas com relação a essa provisão remanescente, a saber:

a) reversão do saldo para outras receitas operacionais; e

b) complemento do saldo até o valor da nova provisão a ser determinada para o exercício seguinte.

Vejamos os lançamentos contábeis referentes às duas alternativas, na hipótese em que o saldo final da PDD de um exercício seja $ 10.000,00 (valor do ano anterior) e o cálculo da nova provisão seja $ 14.000,00.

a) Reversão do saldo existente e constituição da nova provisão:

a.1) Reversão:

Provisão para créditos de liquidação duvidosa a Outras receitas operacionais – reversão da PDD $ 10.000,00

a.2) Constituição da PDD para o exercício seguinte:

Despesa com créditos de liquidação duvidosa

a Provisão para créditos de liquidação duvidosa $ 14.000,00

Outra forma de efetuar-se a provisão do período seria não reverter o saldo anterior da provisão e fazer a complementação até o saldo da perda provável, por meio do seguinte lançamento:

b) Complemento de provisão

Despesa com créditos de liquidação duvidosa a Provisão para créditos de liquidação duvidosa $ 4.000,00

Exemplo 1: A empresa GAMA possuía na conta clientes os seguintes saldos:

Saldo de Clientes 31/12/20X0 R$ 1.400.000,00 31/12/20X1 R$ 2.000.000,00

Sabendo-se que, ao longo do exercício de 20X1, a empresa teve R$ 50.000,00 em títulos incobráveis e baixados, e que o percentual que a mesma utiliza para PDD é de 5% da conta clientes, indique o lançamento de ajuste a ser efetuado em 31/12/20X1:

Resolução (sugere-se que o aluno faça os razonetes): Valor da PDD para 20X1, a ser constituído em 31/12/20X0: R$ 1.400.000,00 X 5% = R$ 70.000,00

Contabilização: Despesa com PDD

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a PDD R$ 70.000,00

Representação no balanço patrimonial de 31/12/20X0:

Ativo Circulante Créditos Clientes R$ 1.400.000,00 (-)PDD (R$ 70.000,00) R$1.330.000,00

Utilização da PDD em 20X1: PDD a Clientes R$ 50.000,00

Saldo remanescente da PDD em 31/12/20X1: R$ 70.000,00 – R$ 50.000,00 = R$ 20.000,00 Valor da PDD para 20X2, a ser constituída em 31/12/20X1 = R$ 2.000.000,00 X 5% = R$ 100.000,00 Valor a complementar para PDD de 20X2: R$ 100.000,00 – R$ 20.000,00 = R$ 80.000,00

Lançamento de complementação da PDD: Despesa com PDD a PDD $ 80.000,00

Representação no balanço patrimonial de 31/12/20X1:

Ativo Circulante Créditos Clientes R$ 2.000.000,00 (-)PDD (R$ 100.000,00) R$ 1.900.000,00

Exemplo 2: Suponha que o saldo da conta provisão para créditos de liquidação duvidosa da empresa ALFA seja de $ 40.000,00, no início do exercício, e o saldo de duplicatas a receber seja de $ 800.000,00.

Durante o exercício, ocorreram os seguintes fatos:

a) falência do cliente X, que devia $ 20.000,00. Não houve condições de receber qualquer parcela da dívida;

b) o cliente Y, que devia $ 30.000,00, encerrou suas atividades, pagando $ 27.000,00. O restante da dívida é considerado incobrável;

c) um cliente, que havia sido considerado incobrável no exercício anterior, pagou sua dívida total de $ 10.000,00;

d) diversas dívidas de clientes foram consideradas incobráveis, no montante de $

30.000,00.

Lançamentos contábeis:

a) baixa contra a provisão do cliente falido, sem condições de habilitação a qualquer crédito:

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PDD a Duplicatas a receber $ 20.000,00

b) registro do recebimento parcial do cliente Y, acompanhado pela baixa contra provisão do restante incobrável do saldo:

Diversos a Duplicatas a receber PDD $ 3.000,00 Bancos c/ movimento $ 27.000,00 $ 30.000,00

c) recuperação de valor baixado contra provisão no exercício anterior:

Bancos c/ movimento

a Recuperação de créditos (Outras receitas operacionais) $ 10.000,00

d) baixa contra provisão de diversas contas consideradas incobráveis no exercício. Após a utilização de todo o saldo, as perdas existentes devem ser registradas diretamente na conta de despesa:

Diversos a Duplicatas a receber PDD $ 17.000,00 Despesas c/ créditos incobráveis $ 13.000,00 $ 30.000,00

Lançamentos no Razão

Duplicatas a Receber PDD (s)800.000,00 20.000,00 (a) (a)20.000,00 40.000,00(s)

30.000,00 (b) (b) 3.000,00 30.000,00 (d) 23.000,00 40.000,00

800.000,00 80.000,00 (d)17.000,00 17.000,00 720.000,00

Bancos c/ Movimento Recuperação de Créditos

(b)27.000,00 10.000,00(c) (c)10.000,00

37.000,00

Despesas com Créditos Incobráveis

(c)13.000,00

Onde (s) = saldo de abertura

2.3.2. PROVISÃO PARA AJUSTE DE BENS E DIREITOS DO ATIVO AO VALOR DE MERCADO (VALOR JUSTO)

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Nos termos do art. 183 da Lei das Sociedades Anônimas (Lei no 6.404/76), os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, bem assim matérias- primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, para fins do levantamento do balanço patrimonial, deverão ser avaliados pelo custo de aquisição ou produção, deduzidos de provisão para ajustá-los ao valor de mercado, quando este for inferior. No mesmo artigo, a referida lei dispõe, ainda, que os direitos e títulos de crédito e quaisquer valores mobiliários, não-classificados como investimento, deverão ser avaliados pelo custo de aquisição ou pelo valor de mercado, se este for menor.

Considera-se valor de mercado (atenção: a MP 449/2008 utiliza o termo “valor justo”):

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser

repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização, mediante

venda no mercado, deduzidos os impostos, demais despesas necessárias para a venda e a margem de lucro.

A constituição da provisão para ajuste de bens e direitos ao valor de mercado é obrigatória perante a legislação comercial, embora não seja dedutível para a legislação do imposto de renda.

A provisão será contabilizada a débito de custo ou despesa, na conta despesa com ajuste de ativos, e a crédito, da na conta provisão para ajuste ao valor de mercado, redutora do ativo correspondente, na forma que se segue:

Despesa com ajuste de ativos (conta de resultado) a Provisão para ajuste ao valor de mercado. No período seguinte, caso a perda não se concretize, a provisão deverá ser revertida a

crédito de outras receitas operacionais. Exemplos: A – Matérias-primas ou bens em almoxarifado

Estoque em 31/12/X4 Valores em R$ Valor de custo 850.000,00 (estoque final ) (-) Valor de mercado 800.000,00 (=) valor da provisão 50.000,00

Contabilização: Despesa com ajuste de estoque a Provisão para ajuste de estoque R$ 50.000,00

Representação no balanço em 31/12/X4:

Ativo circulante Estoque de matéria-prima R$ 850.000,00 (-) Provisão para ajuste de estoque (R$ 50.000,00) Reversão da provisão no período subseqüente – 19X5: Provisão para ajuste de estoque a Reversão de provisões* R$ 50.000,00

*Como no momento da constituição da provisão a contrapartida dessa foi uma despesa operacional, a sua reversão deverá ser, obrigatoriamente, classificada em outras receitas operacionais. A reversão ocorrerá, também, quando da realização (alienação, venda ou cessão) do ativo correspondente.

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Quando o valor de mercado for superior ao custo de aquisição, não será constituída

qualquer provisão, prevalecendo, nessa hipótese, os mandamentos expressos dos princípios da prudência e do registro pelo valor original. Também não será constituída a provisão no caso de bens imobilizados, estes sujeitos à depreciação, amortização ou exaustão.

B – Mercadorias para revenda Dados:

Valor de Aquisição 100.000,00 Valor de venda no mercado 240.000,00 (-) Margem de lucro 10 % (24.000,00) (-) Impostos 20 % (48.000,00) (-) Demais despesas 3 % (7.200,00) (=) Valor de mercado 160.800,00

A provisão não será constituída, tendo em vista que o valor de mercado ($ 160.800,00) é superior ao custo de aquisição ($100.000,00).

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EXERCÍCIO RESOLVIDO 2:

(TFC/2000) A Varejista S/A possui, no fim do exercício, 300 unidades, assim discriminadas: – 100 unidades do item “A”, ao custo unitário de R$ 2,50; – 100 unidades do item “B”, ao custo unitário de R$ 2,70; – 100 unidades do item “C”, ao custo unitário de R$ 2,80. Os itens tipo “C” estão todos contabilizados como bens de uso; os outros dois tipos são destinados à venda. No dia de encerramento do exercício social, os três tipos de itens “A”, “B” e “C” estavam cotados ao preço de mercado de R$ 2,60, por unidade. Com essas informações, podemos afirmar que, no balancete de verificação do final do período, preparatório para o balanço patrimonial, as contas que registravam esses itens apresentavam saldos, cujo soma total era de: a) R$ 770,00; b) R$ 780,00; c) R$ 790,00; d) R$ 800,00; e) R$ 810,00. Resolução:

A provisão para ajuste de estoques ao valor de mercado deverá ser constituída somente para o item tipo “B” (bem de venda), pois o seu valor de mercado ($ 2,60) é inferior ao valor contábil ($ 2,70). Porém, está sendo perguntado o valor das contas que representam estes itens. Estas não sofrerão alterações.

Ativo Circulante Estoques “A” 250 Estoques “B” 270 (-) Provisão p/ajustes de estoques ao valor de mercado (10) Ativo Permanente Item “C” 280

Total das contas representativas dos itens: T = 250 + 270 + 280 = 800

Resposta: Letra D

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GABARITO – 1ª bateria

1 – A 2 – C 3 – E 4 – A 5 – D 6 – E 7- D 8 – D 9- C 10 – D 11 – A 12 – C,C,E,E,E 13 – B 14 – B 15 – C 16 – A 17 – B

A seguir, apresentamos a resolução de alguns exercícios desta 1ª bateria.

2. (MEMÓRIA/1999–SP) No término do exercício social, uma empresa prestadora de serviços observou que havia alguns serviços prestados a clientes que não estavam ainda faturados. Em obediência ao princípio da competência, registrou contabilmente o fato mediante o seguinte lançamento: a) clientes diversos

a serviços a faturar; b) serviços a faturar

a receita antecipada de serviços; c) serviços a faturar

a receita de serviços; d) clientes diversos

a receita antecipada de serviços; e) n.d.a.

Resolução:

Trata-se de uma questão típica de aplicação do princípio da competência. A receita deve ser reconhecida mesmo que não seja efetuado o pagamento, desde que haja a fruição dos serviços por essa prestados. Isso está previsto na Resolução CFC 750/93, art. 9º, §3º, I).

Assim, tem-se o crédito na conta de RECEITA DE SERVIÇOS. A contrapartida (débito), como não houve o pagamento, e nem mesmo o faturamento, será em uma conta representativa do DIREITO (ATIVO) de faturar o valor que será cobrado. Essa conta se chama SERVIÇOS A FATURAR. Quando houver o faturamento (emissão da duplicata ou nota promissória), aí a conta SERVIÇOS A FATURAR seria creditada, e a conta CLIENTES (ou DUPLICATAS A RECEBER) seria debitada.

Resposta: Letra C

5. (ESAF/AFTN–1994/setemb.) Reconhece existência de pagamento antecipado de juros:

a) juros ativos a juros a vencer;

b) juros a vencer a juros ativos;

c) juros passivos a

juros ativos; d) juros a

vencer a juros passivos;

e) receitas de juros a juros a vencer. Resolução:

Questão semelhante a anterior. Trata-se de uma questão típica de aplicação do princípio da competência. A despesa deve ser reconhecida mesmo que não seja efetuado o pagamento, em conseqüência surge a obrigação de pagar essa despesa. Assim, a letra "d" é a resposta correta, pois nela está representado o reconhecimento da despesa e a conseqüente obrigação de pagá-la.

Percebam que o lançamento com crédito em juros passivos representa estorno de juros passivos. Isto é assim porque no pagamento dos juros antecipados a empresa pode ter feito o seguinte lançamento D - juros passivos C - Caixa. Observando o regime de competência no final do exercício, a empresa deve reverter uma parte das despesas, as do exercício seguinte, em contrapartida de juros a vencer.

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Resposta: Letra D

9. Casa das Baterias Ltda., cujo balanço é levantado a 31 de agosto de cada ano, apresentou, no

balancete de verificação de 31/08/82 (elaborado com a finalidade de permitir a realização de ajustes ao

resultado do exercício), na conta ALUGUÉIS A VENCER, um saldo devedor de R$ 36.000,00, relativo ao

contrato de aluguel, no montante de R$ 135.000,00, do depósito geral, abrangendo o período de 01/10/80 a

31/03/83. A fim de atender ao regime de competência dos exercícios, o contador da empresa fez uma partida de

diário, debitando a conta ALUGUÉIS e creditando a conta ALUGUÉIS a VENCER, no valor de:

a) R$ 27.600,00; b) R$ 1.200,00;

c) R$ 4.500,00;

d) R$ 31.500,00;

e) R$ 13.500,00.

Resolução:

Período = 01/10/80 a 31/03/83 (30 meses) Valor mensal do aluguel = de R$ 135.000,00 / 30 = R$ 4.500,00

Em 31/08/82 (data do fechamento do balanço), restam 07 meses (setembro de 82 a março de 83) de aluguel.

Na conta ALUGUÉIS A VENCER deveria ter um saldo de: 7 x R$ 4.500,00 = R$ 31.500,00.

Como a mesma está com saldo de R$ 36.000,00 (devedor), então devemos proceder a um lançamento de ajuste (a crédito) no valor de R$ 4.500,00, da seguinte forma:

D – DESPESA DE ALUGUEL 4.500,00 C – ALUGUÉIS A VENCER 4.500,00 Resposta: Letra C

10. (ESAF/AFTN–1994/março) A Cia. Comercial Linda, cujo período-base coincide com o ano calendário,

contratou, em 01/09/X3, um empréstimo bancário com vencimento para 31/08/X4, pagando,

antecipadamente, naquela data, $ 720,00 de juros e correção monetária pré-fixada ($ 60,00 por mês). O

balanço patrimonial de 31/12/X3, em decorrência dessa operação financeira, apresentou:

a) um acréscimo disponível de $ 240,00;

b) um valor realizável a curto prazo de $ 240,00;

c) uma realização a longo prazo de $ 720,00;

d) uma despesa do exercício seguinte de $ 480,00;

e) um passivo circulante de $ 480,00.

Resolução:

Período = 01/10/80 a 31/03/83 (30 meses) Valor mensal do aluguel = de R$ 135.000,00 / 30 = R$ 4.500,00

Em 31/08/82 (data do fechamento do balanço), restam 07 meses (setembro de 82 a março

de 83) de aluguel.

Na conta ALUGUÉIS A VENCER deveria ter um saldo de: 7 x R$ 4.500,00 = R$ 31.500,00.

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Como a mesma está com saldo de R$ 36.000,00 (devedor), então devemos proceder a um

lançamento de ajuste (a crédito) no valor de R$ 4.500,00, da seguinte forma:

D – DESPESA DE ALUGUEL 4.500,00 C – ALUGUÉIS A VENCER 4.500,00 Resposta: Letra C

11. (ATE/MS/2001–ESAF) – A Nossa Empresa fecha o exercício social e faz balanços a cada 31 de agosto. Em 31 de agosto de 2000, o balancete, elaborado com vistas à realização de ajustes ao resultado do

exercício, apresentou a conta aluguéis passivos a vencer com saldo remanescente de R$ 36.000,00,

relativo ao contrato de aluguel do Depósito Geral, celebrado no montante de R$ 135.000,00, para o

período de 01/10/98 a 31/03/01.

A fim de atender ao princípio contábil da competência dos exercícios, o contador da empresa deverá

fazer a seguinte partida de diário:

a) Aluguéis passivos

a Aluguéis passivos a vencer R$ 4.500,00;

b) Aluguéis passivos a vencer

a Aluguéis passivos R$ 4.500,00;

c) Aluguéis passivos

a Aluguéis passivos a vencer R$ 22.500,00;

d) Aluguéis passivos a vencer

a Aluguéis passivos R$ 22.500,00;

e) Aluguéis passivos

a Aluguéis passivos a vencer R$ 31.500,00.

Resolução: Reparem que esta questão é quase igual à questão 09, só alterando o período do aluguel e o

nome da empresa.

Período = 01/10/98 a 31/03/01 (30 meses) Valor mensal do aluguel = de R$ 135.000,00 / 30 = R$ 4.500,00

Em 31/08/00 (data do fechamento do balanço), restam 07 meses (setembro de 00 a março

de 01) de aluguel.

Na conta ALUGUÉIS PASSIVOS A VENCER deveria ter um saldo de: 7 x R$ 4.500,00 = R$ 31.500,00.

Como a mesma está com saldo de R$ 36.000,00 (devedor), então devemos proceder a um

lançamento de ajuste (a crédito) no valor de R$ 4.500,00, da seguinte forma:

D – ALUGUÉS PASSIVOS 4.500,00 C – ALUGUÉIS PASSIVOS A VENCER 4.500,00 Resposta: Letra A

12. Pagamento de salários em 05 de outubro, relativo ao mês de setembro é:

1) um fato permutativo, em observância ao princípio da competência;

2) um fato modificativo, quando usado o regime de caixa;

3) um fato misto, pois envolve o regime de competência e o regime de caixa;

4) um fato que está em desacordo com os princípios contábeis;

5) um fato diminutivo do PL, pela correta aplicação do princípio da prudência.

Resolução

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Pelo princípio da competência, no mês de setembro, como o salário não foi pago, o mesmo

deve ser provisionado, por meio do lançamento:

D – DESPESAS DE SALÁRIOS (Despesa, reduz PL) C – SALÁRIOS A PAGAR (Passivo)

Por ocasião do pagamento em outubro, a empresa fará o seguinte lançamento:

D – SALÁRIOS A PAGAR (Passivo) C – CAIXA (Ativo)

O lançamento acima representa, portanto, um fato permutativo, por não ter alterado o valor

do patrimônio líquido.

Vamos às alternativas:

1) (correta) um fato permutativo, em observância ao princípio da competência;

2) (correta) um fato modificativo, quando usado o regime de caixa;

Quando o regime é o de CAIXA, não há provisionamento, sendo a despesa reconhecida no momento do pagamento. Assim, na data do pagamento, o lançamento seria:

D – DESPESAS DE SALÁRIOS (Despesa, reduz PL) C – CAIXA (Ativo)

O lançamento representa então um fato modificativo diminutivo.

3) (Errada) um fato misto, pois envolve o regime de competência e o regime de caixa;

Fato misto é aquele que combina um fato modificativo com um fato permutativo

4) (Errada) um fato que está em desacordo com os princípios contábeis;

Já vimos que o fato está de acordo com o princípio da competência

5) (Errada) um fato diminutivo do PL, pela correta aplicação do princípio da prudência. É fato permutativo pelo princípio da competência e fato modificativo diminutivo se utilizado o

regime de caixa. Resposta: C,C,E,E,E

16. (ESAF/TTN–97) Uma empresa, que adota o regime da competência em sua escrituração, encerrou

exercício social em 31/12/1996. Nos primeiros dias de 1997, escriturou os seguintes eventos: 1. pagamento de salários dos empregados, relativos ao mês de dezembro de 1996; 2. recebimento da diferença de imposto recolhido a maior em dezembro de 1996 e já reclamada naquele mês à autoridade competente; 3. venda de um bem do ativo permanente pelo preço de custo. A escrituração refere-se, respectivamente, a fatos contábeis: a) permutativo – permutativo – permutativo; b) modificativo diminutivo – modificativo aumentativo – permutativo; c) permutativo – modificativo aumentativo – modificativo diminutivo; d) modificativo diminutivo – misto aumentativo – permutativo; e) misto diminutivo – misto aumentativo – misto diminutivo.

RESOLUÇÃO:

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Na análise dos fatos contábeis, para fins de classificação, devemos atentar para o efeito que

eles exercem sobre o PL. Os fatos que não alteram o patrimônio líquido são classificados como permutativos; os que alteram o PL podem ser modificativos ou mistos. São modificativos quando há o envolvimento de apenas uma conta patrimonial e uma de resultado e esta modificação no PL pode ser aumentativa ou diminutiva. São mistos os fatos em que há uma permuta entre elementos patrimoniais e aumento ou diminuição do Pl, isto é, além de ocorrer um fato permutativo, ocorre um fato modificativo.

Na questão em tela, o primeiro fato que representa a liquidação de uma obrigação, não altera

o PL, logo o fato é permutativo.

O segundo fato se refere ao recebimento de imposto de renda pago a maior no exercício anterior, cujo valor já foi reclamado, ou seja, a empresa já havia registrado o direito à restituição. Logo, o fato é permutativo.

No terceiro fato ocorre uma receita (venda). Percebam que ocorre uma permuta entre

elementos patrimoniais (saída de bem do permanente e entrada de recursos no circulante) e não ocorre alteração do PL. Logo o fato também é permutativo.

Assim, a resposta correta é a letra “a”.

17. (TRF/2002–A/ESAF) – Em primeiro de outubro de 2001, a Imobiliária Casa & Terra S/A recebeu, antecipadamente, 06 (seis) meses de aluguel, com valor mensal de R$ 300,00, e pagou o aluguel dos próximos 12 (doze) meses, no valor anual de R$ 2.400,00. Nesse caso, as regras do regime contábil da competência levam-nos afirmar que, no balanço de encerramento do exercício, elaborado em 31/12/2001, em decorrência desses fatos haverá: a) despesas do exercício seguinte no valor de R$ 600,00; b) receitas do exercício seguinte no valor de R$ 900,00; c) despesas do exercício seguinte no valor de R$ 1.200,00; d) receitas do exercício seguinte no valor de R$ 1.800,00; e) despesas do exercício seguinte no valor de R$ 2.400,00.

Resolução:

Pelo aluguel recebido em 1º de outubro a Imobiliária Casa & Terra deverá fazer o seguinte

lançamento:

Caixa

a Receita antecipadas de Aluguel (PC ou REF) R$ 1.800,00

No último dia de cada mês deve ser feita a apropriação do valor da receita de aluguel realizada no período, com o seguinte lançamento contábil:

Receita antecipada de Aluguel

a Receita de Aluguel ou Aluguéis ativos R$ 300,00

Dessa forma, em 31 de dezembro teremos apropriado as receitas de aluguel de três meses, restando em aluguéis antecipados ou receitas do exercício seguinte o valor de R$ 900,00.

Pelo pagamento do aluguel antecipado far-se-á o seguinte lançamento:

Despesas antecipadas

a Caixa R$ 2.400,00

A apropriação da despesas mensais será efetuada pelo registro a seguir demonstrado:

Despesas de Aluguel

a Despesas Antecipadas R$ 200,00

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Em assim procedendo, teremos apropriado despesas de R$ 600,00,em 31 de dezembro.

Logo o saldo da conta de despesas do exercício seguinte ou despesas antecipadas será, nessa data, de R$ 1.800,00.

Resposta: Letra B

2.3.3. PROVISÃO PARA PERDAS PROVÁVEIS NA ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS

Esta provisão normalmente é constituída para os investimentos avaliados pelo método do custo de aquisição, quando o custo corrigido não acompanha a evolução do patrimônio líquido da investida, porque esta pode estar operando com prejuízo, ou por outros motivos que determinem e caracterizem como permanente a perda. São avaliados pelo método de custo de aquisição todos os investimentos na forma de ações ou quotas, que não sejam em coligadas ou em controladas, ou até mesmo os efetuados nas empresas coligadas, porém não-significativos, ou seja, não-relevantes, individualmente ou em seu conjunto, visto que os investimentos em controladas são sempre considerados relevantes.

O custo de aquisição é o valor efetivamente despendido na transação, seja por subscrição relativa a aumento de capital, caso em que é o produto da quantidade de ações ou quotas pelo seu preço de emissão, seja pelo valor nominal ou valor superior ao nominal e ainda pela compra de ações de terceiros, quando a base do custo é o preço total pago.

No entanto, ressalte-se que, mesmo para os investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, em circunstâncias que determinem a existência de perdas comprovadas como permanentes, constitui-se uma provisão. É o caso na existência de problemas anormais de perda da capacidade de competir, por dificuldades tecnológicas, mercadológicas, de administração etc.

A provisão será contabilizada a débito de despesa, classificada como despesa não- operacional, e a crédito da conta provisão para perdas na alienação de investimentos, redutora do ativo correspondente, a saber:

Despesa não-operacional a Provisão p/ perdas na alienação de investimento

Exemplo:

Determinada pessoa jurídica possui investimento em ações, de natureza permanente, da Cia. CELTA, no valor de R$ 2.000.000,00. Parte significativa da capacidade produtiva da investida destina-se à produção autorizada pelo detentor da marca ou patente.

Estando próximo o término do prazo de concessão e não havendo previsão de renovação do direito de uso da marca, a investida deverá desativar 25% de sua linha produtiva, o que implicará perda definitiva na mesma proporção pela investidora.

Cálculo da perda: 25% de R$ 2.000.000,00 = R$ 500.000,00

Contabilização: Despesa com perda em investimento (despesa não-operacional)

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a Provisão para perdas em investimento R$ 500.000,00

Representação no balanço patrimonial:

Ativo Permanente Investimento Participação societária – Cia. CELTA R$ 2.000.000,00 (-) Provisão para perdas em investimento (R$ 500.000,00)

O valor da provisão será baixado por ocasião da alienação da participação societária. Se,

no período seguinte, o investimento vier a ser alienado à vista, pelo valor de R$

1.400.000,00, a contabilização da respectiva operação será:

a) Pela venda à vista: Bancos c/ movimento

a Receita não-operacional R$ 1.400.000,00

b) Pela baixa do investimento: Custo do investimento (não-operacional) a Participação societária – Cia. CELTA R$ 2.000.000,00

c) Pela baixa da provisão:

Provisão para perdas em investimento a Custo do investimento R$ 500.000,00

d) Pela apuração do resultado não-operacional:

d.1) pela transferência da receita: Receita não-operacional

a Resultado não-operacional R$ 1.400.000,00

d.2) pela transferência do custo: Resultado não-operacional

a Custo do investimento R$ 1.500.000,00

e) Pela transferência para o resultado do exercício: Resultado do exercício

a Resultado não-operacional R$ 100.000,00

Razonetes:

Participação Societária Cia. CELTA Custo do Investimento (s) 2.000.000,00 2.000.000,00 (b) (b)2.000.000,00 500.000,00 (c)

1.500,000,00 1.500.000,00 (d.2)

Resultado Não-operacional Bancos c/ Movimento (d.2) 1.500.000,00 1.400.000,00 (d. l) (a) 1.400.000,00

100.000,00 100.000,00 (e)

Prov. para Perdas em Investimento Resultado do Exercício (c) 500.000,00 500.000,00 (s) (e) 100.000,00

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Receita Não-operacional (d.1) 1.400.000,00 1.400.000,00 (a) Onde: (s) = saldo de abertura

2.4. PROVISÕES CONSTITUTIVAS DE OBRIGAÇÕES (PROVISÕES PASSIVAS)

Pelo disposto no art. 184, da Lei nº 6.404/76, as obrigações conhecidas ou calculáveis devem ser registradas no passivo:

Critérios de Avaliação do Passivo

critérios:

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes

I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a

Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do

balanço;

II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão

convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

III - as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo não-circulante serão

ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada

pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

Critérios de Avaliação em Operações Societárias

(Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá, com base na competência

conferida pelo § 3o do art. 177, normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de

controle, participações societárias ou segmentos de negócios.(Incluído pela Medida Provisória nº 449, de

2008)

São exemplos de provisões que devem ser constituídas com base nesse dispositivo: Provisão para Férias, Provisão para 13º Salário ou Gratificação Natalina, Provisão para Gratificação a Empregados e Provisão para Imposto de Renda, as quais veremos a seguir.

2.4.1. PROVISÃO PARA FÉRIAS

Um empregado goza férias porque ele trabalhou durante um ano inteirinho. Durante o mês de féria ele não estará trabalhando, porém receberá salário, acrescido de pelo menos 1/3. Mas, ele recebe salário porque ele trabalhou no ano anterior. Desta forma, para adequar esta despesa ao princípio de competência, é justo que a empresa provisione 1/12 do salário mensal do empregado, acrescido de 1/3, tendo como contrapartida uma conta de resultado. Assim, as férias são despesas a ser computadas no período em que são ganhas pelo empregado, e não no momento do pagamento.

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O montante da provisão é calculado com base na remuneração mensal do

empregado, no mês do encerramento do período e no número de dias de férias a que já tiver direito na data do balanço.

Para contabilizar a provisão debitamos uma conta de resultado (custo ou despesa) e creditamos provisão para férias. A provisão contempla a inclusão dos gastos incorridos com a remuneração de férias proporcionais e dos encargos sociais, cujos ônus cabem à empresa, bem como deve computar o terço constitucional. Veja o quadro a seguir:

Folha de Pagamento de

Salários

Provisão Mensal p/ Férias

(1/12 + 1/3 constitucional)

Encargos Sociais

INSS (27,8 %) FGTS (8 %)

2.880,00 320,00 88,96 25,60

Lançamento da provisão: Diversos a Provisão para férias Férias 320,00 INSS 88,96 FGTS 25,60 434,56

Por ocasião das férias do empregado, a empresa debitará a conta de provisão para férias, o valor pago aos empregados, inclusive pagamento relativos aos encargos sociais decorrentes.

Provisão para férias a Banco c/ movimento

Como se trata de um lançamento de provisão, onde a empresa apóia-se em valores estimados, pode, no decorrer dos meses, principalmente no momento do pagamento das férias e dos encargos, o valor provisionado no passivo não representar o valor exato a ser pago. Por isso, havendo variação salarial durante o período, a empresa deverá efetuar a complementação da provisão, para satisfazer plenamente o princípio da competência e prudência.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 3:

(TCE–ES–Controlador/2001) – Ao encerrar o exercício social, a empresa Personal Ltda. constituiu a provisão para férias, segundo os critérios da legislação pertinente, com base na remuneração mensal dos empregados e no número de dias de férias a que já tinham direito na época do balanço, incluindo os encargos à base de 30%, sendo 10% dos segurados e 20% patronal. Apenas o acréscimo de um terço do valor das férias não foi incluído na provisão.

A situação descrita na época do balanço era a seguinte: 10 empregados com 12 meses de trabalho e salário mensal de R$ 1.500,00; 10 empregados com 6 meses de trabalho e salário mensal de R$ 1.200,00; 10 empregados com 3 meses de trabalho e salário mensal de R$ 1.000,00.

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Todos os empregados tinham mais de um ano de casa e não faltaram ao serviço durante o período aquisitivo das férias.

Com estas informações o contador da empresa promoveu o lançamento para contabilizar a provisão para férias no valor de:

a) R$ 21.150,00; d) R$ 28.200,00; b) R$ 23.500,00; e) R$ 30.550,00. c) R$ 25.850,00;

Resolução:

Devemos calcular a provisão com base no período aquisitivo e na remuneração de cada grupo de funcionários, sendo:

QTD FUNCIO- NÁRIOS

(1)

PERÍODO AQUISITIVO

(2)

SALÁRIO INDIVIDUAL

(3)

SUBTOTAL (1*2*3/12)

ENCARGO PATRONAL

(20%)

PROVISÃO

PARA FÉRIAS

10 12 1.500,00 15.000,00 3.000,00 18.000,00

10 6 1.200,00 6.000,00 1.200,00 7.200,00

10 3 1.000,00 2.500,00 500,00 3.000,00

TOTAL 23.500,00 4.700,00 28.200,00

Lançamento: Diversos a provisão para férias Férias 23.500,00 Encargos s/férias 4.700,00 28.200,00

Resposta: Letra D

2.4.2. PROVISÃO PARA O IMPOSTO SOBRE A RENDA

O valor do imposto de renda incidente sobre o resultado do período deve ser reconhecido e contabilizado no próprio período de apuração do lucro a que se refere.

A Lei no 6.404/76 estabelece, no art. 189, que “do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda”. Deduzimos deste dispositivo que o Imposto de Renda se constitui numa despesa, pois interfere no resultado, diminuindo-o, visto que as participações são demonstradas na DRE.

O valor do imposto é obtido a partir do lucro fiscal (lucro real), que é apurado segundo as normas da legislação fiscal.

O lançamento relativo a constituição da Provisão para o Imposto de Renda será o seguinte, após termos conhecimento do seu valor:

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Resultado do exercício a Provisão para o imposto de renda

Muitas empresas, embora obrigadas ao lucro real, podem antecipar, por estimativa, o recolhimento do imposto de renda mensalmente, contabilizando-o em conta de ativo (imposto de renda a recuperar), cujo saldo, no final do período, deverá ser transferido a débito da conta provisão para o imposto de renda. Caso o valor antecipado por estimativa seja superior ao valor provisionado, o saldo remanescente permanecerá em conta de ativo para compensação com o imposto de renda devido no futuro ou poderá ser restituído, se reclamado.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

01. (AFTN/ESAF/96) A contrapartida das contas de provisões são contas do (de):

a) ativo;

b) receita;

c) passivo;

d) reservas;

e) resultado.

02. (ESAF/TRF–2000) Em 31/12/1999, a firma Dubitatia Ltda. fez a estimativa de que, provavelmente, perderia no ano seguinte R$ 670,00, no recebimento das duplicatas de sua emissão. Nessa mesma data, havia saldo anterior de R$ 320,00, na conta provisão para devedores duvidosos.

Considerando válida a expectativa de perda e corretos os cálculos efetuados, essa empresa deverá, para adequar seu balanço aos princípios contábeis fundamentais, mandar fazer o seguinte lançamento:

a) devedores duvidosos

a provisão para devedores duvidosos 350,00;

b) provisão para devedores duvidosos a duplicatas a receber 320,00;

c) devedores duvidosos a provisão para devedores duvidosos 670,00;

d) devedores duvidosos a duplicatas a receber 670,00;

e) devedores duvidosos a provisão para devedores duvidosos 990,00.

03. (ESAF/TFC-1996) O valor de uma duplicata julgada incobrável foi debitado na conta provisão para créditos de liquidação duvidosa em contrapartida com duplicatas a receber.

O lançamento realizado:

a) reduziu o valor do ativo circulante;

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b) reduziu o lucro líquido do exercício, apesar de serem patrimoniais as contas debitada e

creditada;

c) reduziu o lucro líquido do exercício, porque a conta debitada é conta de resultado;

d) não interferiu no resultado do exercício, porque são patrimoniais as contas debitada e creditada;

e) não interferiu no resultado do exercício, apesar de a conta debitada ser conta de resultado.

04. (FISCAL/ICMS–MS/2000) Assinale a alternativa correta, quando for registrada a baixa de um cliente incobrável, no montante de R$300,00 (valores em R$).

a) Débito = clientes 300 / crédito = devedores incobráveis 300.

b) Débito = clientes 300 / crédito = provisão para devedores duvidosos 300.

c) Débito = provisão para devedores duvidosos 300 / crédito = clientes 300.

d) Débito = clientes duvidosos 300 / crédito = devedores incobráveis 300.

05. (ESAF/AFTN–1991) O registro contábil da provisão para créditos de liquidação duvidosa tem como contrapartida devedora a conta de resultado:

a) despesas com a constituição de provisões;

b) provisão para devedores duvidosos;

c) duplicatas a receber;

d) lucros acumulados;

e) despesas do exercício seguinte.

06. (MIC/ESAF/98) A Minha Empresa mantém em estoque 800 unidades de mercadorias avaliadas em R$ 10.000,00, sendo R$ 4.000,00 relativos à mercadoria tipo “A”, que tem custo unitário de R$ 10,00, e R$ 6.000,00 correspondentes à mercadoria tipo “B”, cujo custo unitário é de R$ 15,00. No último dia do exercício social, o custo de mercado dessas mercadorias estava cotado a R$ 12,00, tanto para

o tipo “A” como para o tipo “B”.O contador, cumprindo as determinações da Lei no 6.404/76, e em obediência ao princípio contábil da prudência, deve apresentar no balanço patrimonial:

a) mercadorias R$ 10.000,00 (-) provisão para ajuste de estoque (R$ 400,00);

b) mercadorias R$ 10.000,00 (-) provisão para ajuste de estoque (R$ 1.200,00);

c) mercadorias R$ 10.000,00 (-) provisão para ajuste de estoque (R$ 2.400,00);

d) mercadorias R$ 9.600,00; e) mercadorias R$ 8.800,00;

07. A avaliação do ativo tem o seguinte tratamento:

a) os estoques são avaliados pelo preço de mercado, exceto os de mercadorias fungíveis, destinadas à venda;

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b) os direitos e títulos de crédito, pelo valor de mercado ou de aquisição, se este for maior;

c) os direitos referentes a mercadorias, pelo valor de mercado ou de aquisição, se este for menor;

d) os direitos que tiverem por objeto as mercadorias e matérias-primas, pelo custo de aquisição, ajustado ao valor de mercado, quando este for inferior;

e) as matérias-primas serão avaliadas pelo preço de mercado.

08. (AFTN/ESAF/96) Em 31.12.X1, a Cia. PARA apresentava os seguintes dados, relativos aos estoques finais de matéria-prima:

MATÉRIA-

QUANTIDADE CUSTO TOTAL VALOR DE MERCADO

PRIMA (EM $) (EM $) A 1.000 2.000, 1.800,00 B 1.500 6.000, 7.500,00 C 2.000 8.000, 7.000,00

Com base nestes dados, o valor total do estoque de matéria-prima, que deve ser evidenciado no balanço patrimonial, é:

a) $ 14.800,00; d) $ 15.000,00;

b) $ 16.000,00; e) $ 15.800,00.

c) $ 16.500,00;

09. (ESAF/TTN-97) Na data de encerramento do exercício social, o estoque de mercadorias para revenda de uma empresa era de R$ 5.000,00, registrado pelo valor de aquisição. O seu valor de mercado era, entretanto, de R$ 4.500,00. No balanço patrimonial, essas mercadorias devem ser registradas pelo valor de:

a) R$ 5.000,00;

b) R$ 4.750,00;

c) R$ 4.500,00;

d) R$ 4.500,00 ou R$ 5.000,00, facultativamente;

e) R$ 5.000,00, deduzido de provisão de R$ 500,00.

10. (AFTN/ESAF/98) A empresa Cravos e Rosas S/A, ao encerrar o exercício social em 31.12.19x7, tinha estoques de bens de vendas de 100 mil unidades, ao custo unitário de R$ 1,00 (um real) e duplicatas emitidas em vendas a prazo, no valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Outros dados:

– a empresa tem experiência válida e comprovada, nos últimos três exercícios, de que 2% de seus créditos costumam se tornar iliquidáveis;

– o preço de mercado de suas mercadorias foi cotado a R$ 1,10 (um real e dez centavos) a unidade, no dia do balanço;

– as duplicatas a receber ainda não estão vencidas.

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Ao aplicar integralmente o princípio contábil da prudência, a referida empresa apresentará, em balanço, esse ativo circulante (estoques e créditos) pelo valor contábil de:

a) R$ 294.900,00;

b) R$ 298.900,00;

c) R$ 296.000,00;

d) R$ 297.100,00;

e) R$ 300.000,00.

11. (AGERS/RS/98) Dentre os lançamentos, para que um crédito prescrito seja retirado do patrimônio, somente é válido:

a) credores a insubsistências ativas;

b) credores a prescrição de dívidas;

c) devedores a superveniências ativas;

d) insubsistências passivas a devedores;

e) créditos prescritos a receitas eventuais.

12. (ESAF–CVM/2001) Depois que todos os fatos ocorridos em dezembro foram contabilizados, o contador da firma Leisa elaborou um balancete com as seguintes contas e saldos:

Caixa 100,00

Mercadorias 300,00 Material de consumo 20,00 Duplicatas a receber 400,00 Notas promissórias a receber 280,00 Duplicatas a pagar 700,00 Notas promissórias a pagar 330,00 Impostos a recolher 120,00 Salários a pagar 150,00

Capital social 1.100,00 Lucros acumulados 140,00

Imóveis 300,00 Ações de coligadas 200,00 Móveis e utensílios 300,00 Receita de vendas 1.000,00 Receitas diversas 200,00 Custo das vendas 600,00 Despesas operacionais 420,00

Despesas não-operacionais 120,00

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Ao elaborar o balanço patrimonial, entretanto, o contador deparou-se com a necessidade de reclassificar algumas contas, tendo em vista os seguintes motivos:

– ainda não fora contabilizado um aumento de capital de R$ 100,00, havido no exercício, com a utilização de lucros anteriores;

– no resultado havia R$ 100,00 de despesas pagas antecipadamente e R$ 70,00

de receitas recebidas antecipadamente;

– nos títulos, foi verificado que R$ 250,00 das duplicatas e R$ 150,00 das notas promissórias emitidas pela Leisa têm vencimento a longo prazo, em relação à data deste balanço;

– o Imposto de Renda do exercício ainda não fora provisionado.

Realizadas corretamente essas modificações, podemos dizer que o balanço patrimonial deverá apresentar um novo ativo circulante, no valor de:

a) R$ 950,00; d) R$ 800,00;

b) R$ 880,00; e) R$ 670,00.

c) R$ 850,00;

13. (TRF/2002–ESAF) – Observe o seguinte lançamento, constante do Diário da Firma Violetas – ME, do qual foi, cuidadosa e didaticamente, suprimido o histórico, para fins de concurso.

Duplicatas descontadas a Diversos

Valor que se registra em decorrência, a saber: a Bancos c/ movimento ... R$ 1.300,00 a Duplicatas a receber...... R$ 2.700,00 R$ 4.000,00 O histórico suprimido, no lançamento supradescrito, deverá descrever a:

a) quitação de desconto bancário, com devolução de duplicatas não-recebidas;

b) quitação de desconto bancário, com liquidação de duplicatas recebidas; c) contratação de desconto bancário, com entrega de duplicatas, recebendo parte do dinheiro

em conta corrente;

d) quitação de desconto bancário, com devolução de duplicatas não-recebidas e liquidação de duplicatas recebidas;

e) quitação de desconto bancário, com liquidação de duplicatas recebidas e devolução de duplicatas não-recebidas.

14. (AFC–2002–ESAF) – A empresa Comércio e Indústria LSM promoveu o estudo comparativo de três de seus produtos no mercado específico, compilando os seguintes dados:

• item alfa: saldo contábil, R$ 300.000,00; quantidade, 12.000; preço de mercado, R$ 24,00;

• item beta: saldo contábil, R$ 25.000,00; quantidade, 1.000; preço de mercado, R$ 26,00;

• item celta: saldo contábil, R$ 153.000,00; quantidade, 5.100; preço de mercado, R$ 31,00.

Diante da conclusão desse estudo e para atender aos princípios fundamentais de Contabilidade, a empresa deverá, para fins de balanço:

a) fazer provisão de R$ 12.000,00, com base na variação negativa entre custo e mercado;

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b) fazer provisão de R$ 10.860,00, com base na diferença média de variação entre custo e

mercado;

c) fazer provisão de R$ 6.100,00, com base na variação positiva entre custo e mercado;

d) fazer provisão de R$ 5.900,00, com base na diferença de variação entre custo e mercado;

e) deixar de fazer provisão, pois o preço médio de mercado é maior que o de custo.

15. Indique o item que contém o lançamento contábil de um dos fatos contábeis descritos:

1 – compra de material de consumo, a prazo;

2 – apropriação de consumo de energia elétrica;

3 – pagamento de duplicata, com juros de mora;

4 – pagamento de salários do período anterior.

a) Despesas de salários

a Caixa;

b) Despesas de energia elétrica

a Contas a pagar;

c) Caixa

a Receitas de juros;

d) Duplicatas a pagar

a Caixa;

e) Caixa

a Salários a pagar.

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GABARITO – 2ª Bateria

01 – E 02 – A 03 – D 04 – C 05 – A 06 – B 07 – D 08 – A 09 – E 10 – C 11 – D 12 – A 13 – D 14 – A 15 – B

Vejam a resolução dos principais exercícios desta bateria.

03. (ESAF/TFC-1996) O valor de uma duplicata julgada incobrável foi debitado na conta provisão para

créditos de liquidação duvidosa em contrapartida com duplicatas a receber.

O lançamento realizado:

a) reduziu o valor do ativo circulante;

b) reduziu o lucro líquido do exercício, apesar de serem patrimoniais as contas debitada e creditada;

c) reduziu o lucro líquido do exercício, porque a conta debitada é conta de resultado;

d) não interferiu no resultado do exercício, porque são patrimoniais as contas debitada e creditada;

e) não interferiu no resultado do exercício, apesar de a conta debitada ser conta de resultado.

Resolução:

Conforme o enunciado, o lançamento realizado para dar baixa da duplicata julgada incobrável foi:

PDD

a Duplicatas a Receber

Este lançamento pressupõe que haja saldo de PDD que ainda não foi utilizado.

Sabemos que no momento da constituição da provisão debitamos uma conta de resultado e creditamos a PDD, sendo que neste momento ocorre diminuição do PL.

A simples baixa, com utilização da PDD adredemente constituída não altera o PL e se constitui em fato permutativo.

Resposta correta letra “D”.

06. (MIC/ESAF/98) A Minha Empresa mantém em estoque 800 unidades de mercadorias avaliadas em R$

10.000,00, sendo R$ 4.000,00 relativos à mercadoria tipo “A”, que tem custo unitário de R$ 10,00, e R$

6.000,00 correspondentes à mercadoria tipo “B”, cujo custo unitário é de R$ 15,00. No último dia do

exercício social, o custo de mercado dessas mercadorias estava cotado a R$ 12,00, tanto para o tipo “A”

como para o tipo “B”.O contador, cumprindo as determinações da Lei no 6.404/76, e em obediência ao

princípio contábil da prudência, deve apresentar no balanço patrimonial:

a) mercadorias R$ 10.000,00

(-) provisão para ajuste de estoque (R$ 400,00);

b) mercadorias R$ 10.000,00

(-) provisão para ajuste de estoque (R$ 1.200,00);

c) mercadorias R$ 10.000,00

(-) provisão para ajuste de estoque (R$ 2.400,00);

d) mercadorias R$ 9.600,00;

e) mercadorias R$ 8.800,00;

Resolução:

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Estoque total = 800 unidades a um custo total de R$ 10.000,00, sendo:

Custo unitário Mercadoria tipo “A” = R$ 10,00

Custo unitário Mercadoria tipo “B” = R$ 15,00

Qtd Mercadoria tipo “A”: R$ 4.000,00 / R$ 10,00 = 400 unidades

Qtd Mercadoria tipo “B”: R$ 6.000,00 / R$ 15,00 = 400 unidades

Se o valor de mercado dos produtos tipo “A” e tipo “B” passaram para R$ 12,00 cada, então devemos efetuar a Provisão para Ajuste de Estoques ao Valor de Mercado apenas para o produto “B”, já que o preço de mercado está abaixo do seu custo, conforme manda a Lei 6.404/76, em seu artigo 183, inciso II.

Como são 400 unidades, e a provisão unitária é de R$ 3,00 (R$ 15,00 – R$ 12,00), então o total a ser provisionado será:

Provisão = 400 x R$ 3,00 = R$ 1.200,00

O lançamento será:

D – DESPESAS COM PROVISÃO PARA AJUSTE DE MERCADO 1.200,00

C – PROVISÃO PARA AJUSTE AO VALOR DE MERCADO 1.200,00

Sendo o valor total das mercadorias em estoque igual a R$ 10.000,00, o ativo apresentará:

ATIVO

Ativo Circulante

...

Mercadorias R$ 10.000,00 (-) Provisão para ajuste de estoque (R$ 1.200,00);

Resposta: Letra B

10. (AFTN/ESAF/98) A empresa Cravos e Rosas S/A, ao encerrar o exercício social em 31.12.19x7, tinha

estoques de bens de vendas de 100 mil unidades, ao custo unitário de R$ 1,00 (um real) e duplicatas

emitidas em vendas a prazo, no valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Outros dados:

– a empresa tem experiência válida e comprovada, nos últimos três exercícios, de que 2% de seus

créditos costumam se tornar iliquidáveis;

– o preço de mercado de suas mercadorias foi cotado a R$ 1,10 (um real e dez centavos) a unidade,

no dia do balanço;

– as duplicatas a receber ainda não estão vencidas.

Ao aplicar integralmente o princípio contábil da prudência, a referida empresa apresentará, em balanço,

esse ativo circulante (estoques e créditos) pelo valor contábil de:

a) R$ 294.900,00;

b) R$ 298.900,00;

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c) R$ 296.000,00;

d) R$ 297.100,00;

e) R$ 300.000,00.

Resolução:

O princípio da prudência determina que diante de duas situações igualmente válidas se opte, na avaliação de ativos, por aquela da qual resulte menor PL. A Lei nº 6.404/76, art. 183 determina que na avaliação dos componentes do ativo devemos utilizar o seguinte critério: custo ou mercado, dos dois o menor. É de salientar que esta regra é aplicada a cada um dos bens avaliados. Assim, na questão 27, os bens de venda serão avaliados por R$ 1,00 a unidade, ou seja por R$# 100.000,00 e as duplicatas a receber serão avaliadas por R$ 196.000,00, pois a empresa constituirá PDD de 2% sobre o valor de R$ 200.000,00. Assim, a resposta correta para a soma dos ativos é de R$ 296.000,00, isto satisfaz a letra "c".

11. (AGERS/RS/98) Dentre os lançamentos, para que um crédito prescrito seja retirado do patrimônio,

somente é válido:

a) credores

a insubsistências ativas;

b) credores

a prescrição de dívidas;

c) devedores

a superveniências ativas;

d) insubsistências passivas

a devedores;

e) créditos prescritos

a receitas eventuais.

Resolução:

As contas INSUBSISTÊNCIAS (ATIVAS e PASSIVAS) e SUPERVENIÊNCIAS (ATIVAS e PASSIVAS) foram explicadas e exemplificadas em aulas anteriores.

Um crédito da empresa representa um direito desta, portanto um valor registrado no ATIVO. Caso ele esteja prescrito, a empresa não terá mais como recebê-lo, devendo retirá-lo (baixá-lo) do seu patrimônio.

O lançamento relativo a essa baixa deve registrar um CRÉDITO na conta de ativo que represente o direito. Essa conta pode se chamar DEVEDORES, CLIENTES, DUPLICATAS A RECEBER, CONTAS A RECEBER e semelhantes.

Como contrapartida ao crédito acima, deve ser reconhecida uma despesa para a empresa, em função do princípio da competência (redução do valor de um ativo). A essa despesa dá-se o nome de INSUBSITÊNCIA PASSIVA, por representar um ativo que não mais pode subsistir, seguido do termo PASSIVA, que indica tratar-se de uma despesa (tal como JUROS PASSIVOS, ALUGUÉIS PASSIVOS e outras contas).

O lançamento fica:

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D – INSUBSISTÊNCIAS PASSIVAS (despesa, reduz o PL)

C – DEVEDORES (reduz o ativo)

Resposta: letra D

12. (ESAF–CVM/2001) Depois que todos os fatos ocorridos em dezembro foram contabilizados, o contador

da firma Leisa elaborou um balancete com as seguintes contas e saldos:

Caixa 100,00

Mercadorias 300,00

Material de consumo 20,00

Duplicatas a receber 400,00

Notas promissórias a receber 280,00

Duplicatas a pagar 700,00

Notas promissórias a pagar 330,00

Impostos a recolher 120,00

Salários a pagar 150,00

Capital social 1.100,00

Lucros acumulados 140,00

Imóveis 300,00

Ações de coligadas 200,00

Móveis e utensílios 300,00

Receita de vendas 1.000,00

Receitas diversas 200,00

Custo das vendas 600,00

Despesas operacionais 420,00

Despesas não-operacionais 120,00

Ao elaborar o balanço patrimonial, entretanto, o contador deparou-se com a necessidade de reclassificar

algumas contas, tendo em vista os seguintes motivos:

– ainda não fora contabilizado um aumento de capital de R$ 100,00, havido no exercício, com a

utilização de lucros anteriores;

– no resultado havia R$ 100,00 de despesas pagas antecipadamente e R$ 70,00 de receitas recebidas

antecipadamente;

– nos títulos, foi verificado que R$ 250,00 das duplicatas e R$ 150,00 das notas promissórias emitidas

pela Leisa têm vencimento a longo prazo, em relação à data deste balanço;

– o Imposto de Renda do exercício ainda não fora provisionado.

Realizadas corretamente essas modificações, podemos dizer que o balanço patrimonial deverá

apresentar um novo ativo circulante, no valor de:

a) R$ 950,00; d) R$ 800,00;

b) R$ 880,00; e) R$ 670,00.

c) R$ 850,00;

Resolução:

Devemos inicialmente proceder aos ajustes necessários em função dos fatos ocorridos. Vamos ver cada um deles:

– ainda não fora contabilizado um aumento de capital de R$ 100,00, havido no exercício, com a utilização de lucros anteriores;

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Bom, o lançamento referente ao aumento de capital com a utilização de lucros acumulados

é:

D – Lucros Acumulados 100,00 (reduz PL)

C – Capital Social 100,00 (aumenta PL)

O lançamento acima não afeta o Ativo Circulante, que é o que queremos calcular.

– no resultado havia R$ 100,00 de despesas pagas antecipadamente e R$ 70,00 de receitas recebidas antecipadamente;

Se as despesas antecipadas e as receitas antecipadas estão no resultado, então elas devem ser ajustadas (estornadas) ao regime de competência, da seguinte forma:

D – DESPESAS ANTECIPADAS 100,00 (aumenta o AC)

C – Resultado do Exercício 100,00(aumenta o PL)

Isso porque as despesas foram lançadas indevidamente ao resultado do exercício, reduzindo-o. Portanto, devemos creditar o resultado pelo mesmo valor, e lançar a débito no ativo a contrapartida (despesa antecipada).

Com relação às receitas antecipadas, o lançamento de ajuste será:

D – Resultado do Exercício 70,00 (reduz o PL)

C – RECEITAS ANTECIPADAS 70,00 (aumenta o PC ou REF)

Isso porque as receitas foram lançadas indevidamente ao resultado do exercício, aumentando-o. Portanto, devemos debitar o resultado pelo mesmo valor, e lançar a crédito no passivo (ou Resultado de Exercícios Futuros) a contrapartida (receita antecipada).

– nos títulos, foi verificado que R$ 250,00 das duplicatas e R$ 150,00 das notas promissórias emitidas pela Leisa têm vencimento a longo prazo, em relação à data deste balanço;

Duplicatas emitidas pela empresa representam DIREITOS (Duplicatas a Receber – Ativo). Já as notas promissórias emitidas pela empresa representam OBRIGAÇÕES (Promissórias a Pagar – Passivo).

Como estamos interessados no valor do ativo circulante, o importante é saber que, do total de R$ 400,00 de DUPLICATAS A RECEBER do enunciado, apenas R$ 150,00 (R$ 400,00 – R$ 250,00) são de curto prazo, ou seja, se classificam no ativo circulante. As duplicatas a receber totalizando R$ 250,00 ficam no ARLP.

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– o Imposto de Renda do exercício ainda não fora provisionado.

A provisão para imposto de renda será realizada por meio do lançamento abaixo:

D – RESULTADO DO EXERCÍCIO (reduz o PL)

C – PROVISÃO PARA IR (aumenta o PC)

Esse lançamento não influencia o total do AC, qualquer que seja o valor do imposto de renda provisionado.

Assim, podemos passar ao cálculo do total do AC, com base nos dados fornecidos:

Caixa 100,00 Mercadorias 300,00 Material de consumo 20,00 Duplicatas a receber (CP) 150,00 Notas promissórias a receber 280,00 Despesas Antecipadas 100,00

TOTAL 950,00

Resposta: Letra A

13. (TRF/2002–ESAF) – Observe o seguinte lançamento, constante do Diário da Firma Violetas – ME, do qual

foi, cuidadosa e didaticamente, suprimido o histórico, para fins de concurso.

Duplicatas descontadas a Diversos

Valor que se registra em decorrência, a saber: a Bancos c/ movimento ................... R$ 1.300,00 a Duplicatas a receber ..................... R$ 2.700,00 R$ 4.000,00 O histórico suprimido, no lançamento supra descrito, deverá descrever a:

a) quitação de desconto bancário, com devolução de duplicatas não-recebidas;

b) quitação de desconto bancário, com liquidação de duplicatas recebidas;

c) contratação de desconto bancário, com entrega de duplicatas, recebendo parte do dinheiro em conta corrente; d)

quitação de desconto bancário, com devolução de duplicatas não-recebidas e liquidação de duplicatas recebidas; e)

quitação de desconto bancário, com liquidação de duplicatas recebidas e devolução de duplicatas não-recebidas.

Resolução:

A conta duplicatas descontadas é de natureza credora e será debitada em duas hipóteses: Pela

devolução de duplicatas pelo banco sem que tenham sido quitadas e pela efetiva

quitação.

Se o débito for decorrente da devolução pura e simples, há a necessidade de se creditar, em contrapartida, a conta Bancos c/Movimento.

Sendo o caso de quitação, o crédito será na conta Duplicatas a Receber.

Desta forma, o primeiro espaço em branco devemos preencher com: “quitação de desconto bancário”.

No segundo espaço em branco, onde a conta Bancos c/Movimento é creditada, deve aparecer: “devolução de duplicatas não recebidas”.

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“Devolução de duplicatas não recebidas” ocorre quando o cliente descontou duplicatas em

um banco, que adiantou o valor. Porém, no momento do vencimento, o devedor não efetuou o pagamento. O banco então devolve a duplicata ao cliente, cobrando dele o valor integral da mesma.

No terceiro espaço em branco, pelo crédito de Duplicatas a receber, deve aparecer:

“liquidação de duplicatas recebidas”.

Resposta: Letra D

14. (AFC–2002–ESAF) – A empresa Comércio e Indústria LSM promoveu o estudo comparativo de três de

seus produtos no mercado específico, compilando os seguintes dados:

• item alfa: saldo contábil, R$ 300.000,00; quantidade, 12.000; preço de mercado, R$ 24,00;

• item beta: saldo contábil, R$ 25.000,00; quantidade, 1.000; preço de mercado, R$ 26,00;

• item celta: saldo contábil, R$ 153.000,00; quantidade, 5.100; preço de mercado, R$ 31,00.

Diante da conclusão desse estudo e para atender aos princípios fundamentais de Contabilidade, a

empresa deverá, para fins de balanço:

a) fazer provisão de R$ 12.000,00, com base na variação negativa entre custo e mercado;

b) fazer provisão de R$ 10.860,00, com base na diferença média de variação entre custo e mercado;

c) fazer provisão de R$ 6.100,00, com base na variação positiva entre custo e mercado;

d) fazer provisão de R$ 5.900,00, com base na diferença de variação entre custo e mercado;

e) deixar de fazer provisão, pois o preço médio de mercado é maior que o de custo.

Resolução:

O valor de mercado do item alfa é de R$ 288.000,00 (12.000 u x R$ 24,00/u), ao passo que o valor contábil é de R$ 300.000,00. Portanto, o valor de mercado é menor em R$ 12.000,00 do que o valor contábil.

O item beta está avaliado, a mercado, em R$ 26.000,00 (1000 u x R$ 26,00), enquanto que o custo ou valor contábil é de R$ 25.000,00. Logo, o valor de mercado é superior ao custo em R$

1.000,00.

O bem celta, cujo valor contábil é de R$ 153.000,00, apresenta valor de mercado de R$ 158.100,00. Esse item também possui valor superior ao valor de mercado.

Segundo o art. 183, inciso II, da Lei nº 6.404/1976, as mercadorias em estoque devem ser avaliadas pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor.

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

...

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;

Os bens beta e celta possuem valor de mercado superior ao custo, portanto não se fará provisão para estes itens. Já o bem alfa apresenta valor de mercado inferior ao custo.

Aplicando o dispositivo antes transcrito, devemos constituir a provisão para ajuste ao valor de mercado (referente ao item alfa) no valor de R$ 12.000,00.

Resposta: Letra A

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3. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

Estão sujeitos aos procedimentos de depreciação, amortização e exaustão os bens e direitos do ativo permanente. Constituem exceção aos procedimentos os terrenos e de alguns outros bens, como obras de arte (que aumentam de valor com o tempo), ou prédios não-alugados nem utilizados pela empresa e os elementos do ativo permanente investimento.

Os bens e direitos do imobilizado possuem um período de vida útil econômica limitado, isto é, se desgastam com o tempo ou diminuem de valor pela utilização. Essa perda de valor deve ser reconhecida em cada exercício social por meio dos processos de depreciação, amortização ou exaustão.

Para contabilizar as perdas por depreciação, amortização ou exaustão debitamos uma despesa ou custo em contrapartida creditamos uma conta retificadora do ativo permanente, conforme segue.

Despesas com Depreciação, Amortização ou Exaustão a Depreciação, Amortização ou Exaustão Acumulada

Assim, as contas de Despesas de Depreciação, Amortização ou Exaustão são contas de

resultado, ao passo que as contas de Depreciação, Amortização ou Exaustão Acumulada são contas patrimoniais (retificadoras do ativo).

A legislação do imposto de renda admite que elementos patrimoniais de vida útil ou prazo de exercício inferior a 01 (um) ano ou cujo valor unitário não supere o limite de R$ 326,61 fixado na legislação tributária, mesmo que o prazo de vida útil seja superior a 01 (um) ano, sejam debitados diretamente como despesa operacional ou custo, no resultado do exercício, pelo seu valor de aquisição. Portanto, sob a ótica dessa legislação, os procedimentos de depreciação, amortização e exaustão são obrigatórios aos demais bens de uso.

O art. 183, § 2º da Lei 6.404/76 determina que:

“Art. 183.

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

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§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a

recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.”

3.1. DEPRECIAÇÃO

3.1.1. CONCEITO

A Lei nº 6.404/76 determina, no art. 183, §2º, alínea a, que a redução do valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada em conta de depreciação “quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;” (grifamos).

É de ressaltar que pela Lei societária somente os bens do ativo permanente imobilizado são passíveis de depreciação, ao passo que pela legislação fiscal os imóveis alugados também são passíveis de depreciação.

3.1.2. CONTABILIZAÇÃO

Corriqueiramente se faz o seguinte lançamento para registrar os encargos de depreciação:

Despesa (ou custo) de depreciação a Depreciação acumulada

Percebam que debitamos despesa de depreciação. Esta conta representa o encargo econômico suportado pela entidade, chamada também de encargo de depreciação, que é uma conta de resultado, classificada dentro do grupo outras despesas operacionais.

Creditamos a conta depreciação acumulada, que é uma conta retificadora do ativo. No balanço patrimonial a conta retificadora do ativo (depreciação acumulada) será apresentada logo abaixo da conta retificada, entre parênteses (que significa a condição de retificação ou

subtração). Se subtrairmos o valor da depreciação acumulada da conta retificada, então chegaremos ao valor contábil4.

4 Valor Contábil: É a diferença entre o valor pelo qual o bem está registrado no balanço e a sua depreciação acumulada.

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Conforme o conceito apresentado para a depreciação, está representa a perda de valor

do bem em decorrência do uso, da obsolescência e da ação da natureza. O uso é, sem dúvida, o elemento que mais contribui para essa perda. A despeito dessa dedução lógica, a legislação do imposto de renda aceita a dedução dos encargos de depreciação apenas a partir do mês em que o bem é posto em funcionamento.

Assim sendo, a título de exemplo, um bem que está sujeito a depreciação de 12% ao ano, colocado em funcionamento no dia 28 de um determinado mês, será depreciado à base de 1% naquele mês, mesmo que só tenha ficado um dia em funcionamento, como é o caso do mês de fevereiro.

Mesmo que o valor contábil do bem seja nulo, ele continuará a ser registrado no Balanço Patrimonial pelo custo original e o valor da depreciação acumulada de igual valor, enquanto o bem fizer parte do patrimônio da empresa ou enquanto não for dada a baixa por perecimento.

Exemplo:

Determinada empresa adquiriu um veículo novo, em 26/01/2004, no valor de R$

40.000,00, e adota a depreciação linear à taxa de 20% a.a., sem valor residual.

O veículo depreciará em 5 anos a começar pelo mês de sua instalação, isto é, depreciará R$ 8.000,00 por ano.

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Teremos os seguintes registros no Razão:

Despesa de Depreciação Depreciação Acumulada (1) 8.000,00 8.000,00 (2) 8.000,00 (1)

Veículos Resultado do Exercício 40.000,00 (2) 8.000,00

O balanço patrimonial, por seu turno, no final de 2004 apresenta:

Ativo permanente

Imobilizado Veículos 40.000,00 (-) Depreciação acumulada – veículos (8.000,00)

3.1.3. BENS SUJEITOS À DEPRECIAÇÃO

Estão sujeitos ao processo de depreciação todos os bens corpóreos ou tangíveis ou físicos (ativo imobilizado), submetidos ao desgaste pelo uso, por causas naturais ou por obsolescência tecnológica. Incluem-se neste rol os projetos florestais (não-renováveis, como, por exemplo, frutíferas e cafezais) destinados à exploração dos respectivos frutos, quando a entidade for a proprietária, pois se houver o direito de exploração por determinado tempo, então estaremos diante da amortização.

3.1.4. BENS NÃO-SUJEITOS À DEPRECIAÇÃO

A depreciação é aplicada sobre os bens de uso em decorrência ao desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência. Desta forma, não se admite a depreciação de bens que não possuem estas características como, por exemplo, os terrenos, as antiguidades, as obras de arte e prédios não-alugados e nem utilizados na produção de bens e serviços.

3.1.5. TAXAS USUAIS DE DEPRECIAÇÃO

A taxa de depreciação é determinada em função do período de vida útil do bem ou da intensidade de uso. Assim, um bem que possua vida útil de 5 anos deverá ser depreciado em 20% ao ano, se adotado o método linear. Porém, se o bem não esteve à disposição desde o mês de janeiro, devemos adotar o percentual obtido pela proporção dos meses em que o bem esteve em operação.

Exemplo:

A empresa CARAVELHA LTDA adquiriu, em 25/02/2004, máquinas industriais pelo valor de R$ 120.000,00, que somente foram instaladas e postas em funcionamento em 18/04/2004. A taxa de depreciação adotada pela empresa para este tipo de máquinas é de 10% ao ano.

Como a taxa anual é de 10%, o bem depreciará em 10 anos, que são 120 meses. Desta forma, o bem depreciará a razão de R$ 1.000,00 por mês. Logo, no balanço de 31/12/2004

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aparecerá depreciação acumulada de R$ 9.000,00 (de abril até dezembro), pois o bem foi posto em funcionamento no mês de abril.

3.1.6. DEPRECIAÇÃO DE BENS ADQUIRIDOS USADOS

Para fins societários, devemos aplicar o disposto no art. 8º da Lei nº 6.404/76, ou seja, os bens usados devem ser avaliados por três peritos ou empresa especializada que emitirá laudo contendo o valor e a vida útil do bem. Com base nessa vida útil constante no laudo dos especialistas é que se fará a depreciação de bens adquiridos usados. T

Entretanto, sob a ótica da legislação fiscal, a taxa de depreciação dos bens adquiridos usados será determinada em função do maior prazo de vida útil, dentre as opções abaixo:

a – metade da vida útil de bem similar adquirido novo;

b – o restante da vida útil, em relação à primeira instalação.

3.1.7. MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

Vários são os métodos de depreciação que podem ser utilizados. Entretanto, a maioria das empresas adota o método da depreciação linear.

As empresas podem depreciar os bens do ativo permanente (imobilizado) considerando que ao final do período de depreciação os bens ainda possuam algum valor ou considerando-o completamente consumido. Quando consideram que os bens possuam algum valor após o período considerado para depreciação, diz que a depreciação será com valor residual.

Assim, valor residual é a parcela do valor do bem que não será depreciado. Geralmente as depreciações adotadas pelas empresas são totais, isto é, sem valor residual.

Caso a empresa adote o procedimento de depreciação com valor residual, o valor depreciável será o custo de aquisição do bem menos o valor residual.

Desta forma, o valor depreciável será o custo de aquisição se não houver valor residual e, em caso de valor residual, o custo de aquisição menos o valor residual.

A quota de depreciação mensal ou anual é obtida pela divisão do valor depreciável pelo número de meses ou anos de depreciação do bem.

Genericamente podemos afirmar, então, que a base de cálculo da depreciação

(valor depreciável) é o valor de aquisição do bem menos o valor residual, mesmo que este seja zero.

Exemplo

A empresa SÓ NÓS LTDA adquiriu uma máquina, em 20/04/2003, para ser incorporada ao seu imobilizado. O custo de aquisição da máquina foi de R$ 70.000,00. A empresa adota o método de depreciação linear estimando uma vida útil do bem em 10 anos. Além disso, a empresa considera que o bem possuirá, após a vida útil, um valor residual de R$ 10.000,00.

Valor do bem = R$ 70.000,00 ( - ) Valor residual = (R$ 10.000,00) = Valor depreciável (base de cálculo) = R$ 60.000,00

O registro pela aquisição do bem será:

Maquinas e equipamentos

a Caixa/Bancos R$ 70.000,00

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Valor do encargo de depreciação anual = 10% X R$ 60.000,00 = R$ 6.000,00

Caso a empresa queira adotar depreciações mensais, a quota será obtida pela divisão da base de cálculo por 120 meses (= 10 anos), cujo valor será de R$ 500,00 por mês.

Assim, no final do ano de 2003, a empresa terá em seu ativo a seguinte situação em

relação ao bem: Ativo ... Permanente Imobilizado

Máquinas e equipamentos R$ 70.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 4.500,00)

Logo, o valor contábil do bem no final de 2003 será de R$ 65.500,00.

Ao final da depreciação (31/03/2013) a máquina estará com valor contábil de

R$10.000,00, que equivale ao valor residual e não mais será efetuada a depreciação. Ativo ... Permanente Imobilizado

Máquinas e equipamentos R$ 70.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 60.000,00)

Antes de adentrarmos nos métodos de depreciação, nunca é demais repetir que

somente os bens do ativo permanente – imobilizado estão sujeitos a depreciação. Assim, veículos para revenda do ativo circulante (estoque), mesmo que sejam usados e que permaneçam mais de um ano no estoque, não devem ser depreciados.

Conforme já dissemos antes, a maiorias das empresas adota este método de

depreciação (com ou sem valor residual). O método é bastante simples e consiste em aplicar-se a taxa de depreciação mensal ou anual sempre sobre o mesmo valor (valor depreciável ou base de calculo).

Procedendo desta forma, o encargo de depreciação será igual em todos os períodos. Por isso, podemos também dividir o valor depreciável pelo número de períodos e obteremos o valor do encargo de depreciação por período. É o método que utilizamos nos exemplos anteriores.

Exemplo 1: A empresa DEPRECIABEM LTDA possui um veículo no valor de R$ 30.000,00. A vida

útil do veículo foi estimada em 5 anos, sem valor residual. Encargo de depreciação anual: 20% ao ano = 20% x R$ 30.000,00 = R$ 6.000,00. Ou R$ 30.000,00 / 5 anos = R$ 6.000,00 / ano.

Ano Encargo de Depreciação Valor Contábil do bem 1o ano R$ 6.000,00 R$ 24.000,00 2o ano R$ 6.000,00 R$ 18.000,00 3o ano R$ 6.000,00 R$ 12.000,00 4o ano R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 5o ano R$ 6.000,00 ZERO

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resultado.

Contabilização: 1º ano: Encargos de depreciação a Depreciação Acumulada R$ 6.000,00 O encargo de depreciação é uma despesa operacional e será levada a conta de A Depreciação Acumulada é conta retificadora ou redutora de ativo, retificando a conta

veículos, em nosso exemplo.

Teremos, então, no balanço a seguinte situação:

Ativo ... Permanente Imobilizado

Veículos R$ 30.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 6.000,00)

2º ano:

Encargos de depreciação

a Depreciação Acumulada R$ 6.000,00

Ativo ... Permanente Imobilizado

Veículos R$ 30.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 12.000,00)

3º ano:

Encargos de depreciação

a Depreciação Acumulada R$ 6.000,00

Ativo ... Permanente Imobilizado

Veículos R$ 30.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 18.000,00)

4º ano:

Encargos de depreciação

a Depreciação Acumulada R$ 6.000,00

Ativo ... Permanente Imobilizado

Veículos R$ 30.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 24.000,00)

5º ano:

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Encargos de depreciação

a Depreciação Acumulada R$ 6.000,00

Ativo ... Permanente Imobilizado

Veículos R$ 30.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 30.000,00)

Veículos Deprec. Acum. Veículos 30.000,00 1º ano 6.000,00

2º ano 6.000,00 12.000,00

3º ano 6.000,00 18.000,00

4º ano 6.000,00 24.000,00

5º ano 6.000,00 30.000,00

A partir do 5º ano, como o valor contábil é zero e o bem já se encontra totalmente depreciado, não se faz mais depreciação e no balanço aparecerá exatamente da forma acima apresentada, até que se dê baixa do bem por alienação ou perecimento.

Se desejarmos a depreciação mensal, então basta dividir R$ 35.000,00 por 60 e teremos o valor de R$ 500,00 / mês.

3.2. AMORTIZAÇÃO

Ao passo que a depreciação é aplicada aos bens tangíveis do ativo permanente imobilizado, a amortização é aplicada aos bens intangíveis, e representa a diminuição do valor

desses bens. A Lei no 6.404/76 define amortização como sendo:

“quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado”.

Observa-se que a amortização tem lugar quando o limitante da vida útil for o tempo

(prazo contratual ou duração limitada, independentemente do uso), diferentemente da depreciação, que é pelo uso, ação da natureza e obsolescência.

3.2.1 BENS INTANGÍVEIS SUJEITOS À AMORTIZAÇÃO

Os bens e direitos sujeitos a amortização são muitos. Podemos destacar os seguintes:

• ponto comercial;

• custo de projetos técnicos;

• pesquisa e desenvolvimento de produtos;

• marcas e patentes;

• franquias;

• fórmulas ou processos de fabricação;

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intangível.

• direitos autorais;

• autorizações ou concessões; • benfeitorias em prédios de terceiros, quando vinculados a um contrato de duração

limitada;

Analisando a lista acima, percebe-se que estão sujeitos a amortização os itens do ativo

3.2.2. CONTABILIZAÇÃO

Despesa de amortização (custo ou despesa operacional) a Amortização acumulada

Exemplo

A empresa MISSTORVA S/A adquiriu por R$ 500.000,00 o direito de exploração de uma determinada marca durante 20 anos.

A taxa de amortização será de 5% ao ano. Assim:

Lançamento:

Encargo de amortização a Amortização acumulada 25.000,00

No balanço patrimonial:

Ativo diferido Gastos com reorganização 500.000,00 (-) Amortização acumulada (25.000,00)

3.3. EXAUSTÃO

Exaurir significa esgotar. Em contabilidade significar utilizar o bem até o fim. Assim, exaustão corresponde à perda de valor, decorrente da exploração, de recursos minerais ou florestais ou de bens aplicados nessa exploração. É o reconhecimento do custo dos recursos naturais, durante o período em que tais recursos são exauridos ou extraídos.

O método de cálculo da exaustão a ser utilizado, para fins contábeis, é o método de unidades produzidas (extraídas). O valor da cota anual de exaustão é em função do volume de produção do ano e sua relação com a reserva mineral conhecida da jazida, ou em alguns casos, em função do prazo de concessão pela autoridade governamental.

3.3.1. CONTABILIZAÇÃO

Despesa de exaustão a Exaustão acumulada

3.3.2. TAXAS ANUAIS

Serão determinadas em função do:

a) volume de produção no período e sua relação com a possança (reserva potencial de exploração) conhecida. É o método das unidades produzidas;

b) prazo de concessão dado pela autoridade governamental, quando for o caso

(exploração de recursos minerais).

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Exemplo

A empresa ESMERALDA S.A. obteve o direito de exploração de uma jazida, pelo qual efetuou o pagamento de R$ 1.500.000,00. A estimativa da empresa é que possa extrair 50.000 toneladas de minério dessa jazida.

A exaustão por tonelada de minério extraída é:

R$ 1.500.000,00 / 50.000 t = R$ 30,00 / t.

Se a extração no 1º ano alcançou 8.000 t, então a exaustão do período foi de R$ 240.000,00.

Lançamento:

Despesas com exaustão a Exaustão acumulada 240.000,00

No balanço patrimonial: Ativo permanente Imobilizado Direitos sobre jazidas 1.500.000,00 (-) Exaustão acumulada (240.000,00)

3.4. GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL

Ganhos ou perdas de capital representam o resultado não-operacional. Somente teremos resultado não-operacional se transacionarmos com bens do ativo permanente ou fatos dele decorrentes, como a realização da reserva de reavaliação. Desta forma, consideram-se ganhos ou perdas de capital os ganhos ou perdas obtidos na alienação e liquidação de bens do ativo permanente, inclusive por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão e a realização de reserva de reavaliação, mesmo que seja de coligada ou controlada quando o investimento for avaliado pelo método da equivalência patrimonial.

Na contabilização de ganhos ou perdas de capital as receitas e despesas serão contabilizados, respectivamente, como receita não-operacional e despesa não-operacional.

Teremos ganho de capital quando o valor da alienação do bem ou direito for superior a seu valor contábil, na data da baixa. Já a perda ocorrerá se a diferença entre o valor de alienação do bem ou direito for inferior a seu valor contábil.

A propósito, valor contábil dos bens e direitos do ativo permanente é o valor do registro original ou o proveniente de reavaliação, corrigido pelas contas retificadoras, tais como depreciação, amortização, exaustão e provisão. Assim:

Valor de aquisição do bem

(+) Ajuste para reavaliação

(-) Provisões

(-) Depreciação, amortização ou exaustão acumuladas.

(=) Valor contábil do bem

Obs.: Por disposição da legislação fiscal, os bens adquiridos até 31/12/95 deviam ser corrigidos monetariamente até aquela data, o que alterava a forma de apuração do valor contábil, pois a correção abrangia todos os elementos (valor original, provisões e depreciação).

Exemplo:

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Suponha que determinada empresa alienou um imóvel por R$ 220.000,00. O referido

imóvel foi adquirido por R$ 280.000,00 e apresenta depreciação acumulada de R$ 70.000,00.

Valores corrigidos até a data da alienação:

Imóvel 280.000,00 (-) Depreciação acumulada (70.000,00) (=) Custo ou valor contábil do bem 210.000,00

Valor da alienação: 220.000,00 (-) Custo ou valor contábil do bem (210.000,00) (=) Ganho de capital 10.000,00

Contabilização:

a) Pela venda do bem à vista:

Caixa a Ganhos ou perdas de capital 220.000,00

b) Pela baixa do bem corrigido:

Ganhos ou perdas de capital a Edificações – imóveis 280.000,00

c) Pela baixa da depreciação acumulada: Depreciação acumulada a Ganhos ou perda de capital 70.000,00

d) Transferência para o resultado do exercício:

Ganhos ou perdas de capital (*) a Resultado do exercício 10.000,00 (*) Lucro ou resultado não-operacional

Imóveis Bancos c/Movimento (s) 280.000,00 (a) 220.000,00 280.000,00 (b)

Depreciação Acumulada Ganhos ou Perdas de Capital 70.000,00 (s) (b) 280.000,00 220.000,00 (a) (c) 70.000,00 70.000,00 (c)

280.000,00 290.000,00 (d) 10.000,00 10.000,00

Resultado do Exercício 10.000,00 (d)

3.5. RESUMO

Depreciação desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência (bens

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tangíveis).

Amortização em função do tempo ou período de utilização (bens intangíveis).

Exaustão em função do volume da possança (reservas minerais, florestas e outros recursos esgotáveis).

Cuidado! A depreciação, amortização e exaustão acumuladas não poderão ultrapassar o

custo de aquisição do bem ou direito. Atingido esse limite, diz-se que o bem está totalmente depreciado, amortizado ou exaurido conseqüentemente o valor contábil do bem será zero. Mesmo assim, ele continuará a fazer parte do patrimônio da empresa registrado pelo valor original, enquanto não for baixado por perecimento ou alienado!

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

1. (FISCAL–FORTALEZA–ESAF/98) Os registros contábeis relativos a um veículo de uso da empresa consignam os seguintes valores:

– valor de aquisição, corrigido monetariamente: 8.000,00;

– depreciação acumulada: 3.000,00. A empresa deve escriturar, agora, uma depreciação de 10%. Fará isso, mediante o seguinte lançamento:

a) Encargos de depreciação a Depreciação acumulada 800,00;

b) Encargos de depreciação a Veículos 800,00;

c) Encargos de depreciação a Veículos 500,00;

d) Encargos de depreciação a Depreciação acumulada 500,00;

e) Depreciação acumulada a Veículos 800,00.

2. (ESAF/TCE–RN/2001) A firma SONÓS LTDA. tem exercício social coincidente com o ano-calendário. No seu balanço patrimonial de 1998, constam, entre outras, as contas VEÍCULOS, com saldo de R$ 9.000,00, e DEPRECIAÇÃO ACUMULADA – VEÍCULOS, com saldo de R$ 4.900,00.

Informações internas indicam a existência, nessa conta de 03 (três) automóveis, cujas placas são: AAX, AAY e AAZ. • O carro AAX foi incorporado em 01/01/1996, por R$ 3.000,00; • O carro AAY foi incorporado em 01/04/1996, por R$ 2.000,00, e foi vendido, à

vista, por R$ 1.300,00, em 30/12/1999; • O carro AAZ foi incorporado em 01/07/1996, por R$ 4.000,00;

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• O método de depreciação utilizado pela firma é o da linha reta. Inicialmente, a vida útil dos veículos foi estimada em 05 (cinco) anos, mas, pelas condições de uso, a vida útil passou a ser estimada em 02 (dois) anos, após dezembro de 1998.

Com fulcro nas informações acima, após contabilizar a depreciação dos veículos, no exercício de 1999, podemos dizer que:

a) a taxa total ajustada de depreciação, aplicada ao veículo vendido, alcançou 77,5%;

b) a alienação do veículo AAY gerou um lucro contábil de R$ 800,00;

c) o encargo de depreciação de veículos, no ano de 1999, foi de R$ 1.800,00; d) a conta depreciação acumulada, no balanço de 1999, após a baixa do veículo vendido, terá

saldo de R$ 2.050,00;

e) os dois veículos não-vendidos terão, no balanço de 1999, o valor contábil de R$ 7.000,00.

3. (ESAF/AFTN–1994/março) Balancete Final de 31/12/X2, da empresa VECTOR S/A.

– Valor corrigido da conta veículos $ 10.000,00 Valor corrigido da conta depreciação Acumulada de veículos $ 8.000,00 Balancete final de 31/12/X3, da empresa VECTOR S/A

– Valor corrigido da conta veículos $ 60.000,00 Valor corrigido da conta depreciação Acumulada de veículos $?

Outros dados: – taxa de depreciação anual utilizada: 20% (vinte por cento); – não houve aquisições ou baixas de veículos no ano-base de X3; – na correção monetária, foi utilizado o índice oficial de desvalorização da moeda

nacional.

O valor corrigido da conta depreciação acumulada de veículos, no balancete final de 31/12/X3, após os registros contábeis do encargo de depreciação e da correção monetária do balanço concernentes, importou em: a) $ 50.000,00; d) $ 40.000,00;

b) $ 45.000,00; e) $ 10.000,00.

c) $ 42.000,00;

4. (ESAF/AFTN–1994/março) Lançamentos simplificados (contas e valores)

1) Provisão para devedores duvidosos a Duplicatas a receber $ 36.000,00

2) Devedores duvidosos a Provisão para devedores duvidosos $ 210.000,00

3) Encargos de depreciação a Depreciação acumulada de veículos $ 70.000,00

4) Contas a pagar a Caixa $ 26.000,00

5) Prêmios de seguros a vencer a Contas a pagar $ 44.000,00

6) Caixa a Receitas financeiras $ 2.000,00

Nos lançamentos acima, os valores debitados em contas de resultado totalizam:

a) $ 306.000,00; d) $ 150.000,00;

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b) $ 280.000,00; e) $ 114.000,00.

c) $ 254.000,00;

5. (ESAF/AFTN–1989) O balancete final, em 31/12/88, da Indústria de Tecidos Estrela do Sul S/A, apresentou, entre outros, os seguintes saldos:

CONTAS SALDOS (R$)

– Tear Howa 87.000.000,00 (D)

– Depreciação acumulada do tear Howa 50.025.000,00 (C) Considerando que, desde o mês de sua entrada em funcionamento, o referido tear só foi utilizado em 01 (um) turno diário de 8 (oito) horas e que, na Contabilidade, os encargos de depreciação pertinentes sempre foram registrados pela taxa anual de 10% (dez por cento), o período restante de depreciação, se mantidas a mesma taxa e a continuidade na contabilização dos encargos, era, naquela data, de:

a) 4 anos e 9 meses; d) 5 anos e 3 meses; b) 4 anos e 3 meses; e) 575 dias.

c) 4 anos e 1 mês;

6. (TÉC–CONTAB/CONTROLADORIA–99) Com base nos demonstrativos contábeis:

a) a conta depreciação acumulada é uma conta de resultado;

b) os bens e direitos não representam investimentos;

c) quando os bens e direitos forem iguais às obrigações, o patrimônio líquido é positivo;

d) o lucro bruto é a diferença entre a receita bruta menos as deduções; e) quando as aplicações de recursos (ativo) são menores que as origens de recursos (capital

de terceiros), temos um passivo a descoberto.

7. (AFRF/2002–A–ESAF) – A Cia. Poços & Minas possui uma máquina própria de sua atividade operacional, adquirida por R$ 30.000,00, com vida útil estimada em 05

(cinco) anos e depreciação baseada na soma dos dígitos dos anos em quotas crescentes.

A mesma empresa possui também uma mina, custeada em R$ 60.000,00, com capacidade estimada de 200 mil kg, exaurida com base no ritmo de exploração anual de 25 mil kg de minério.

O usufruto dos dois itens citados teve início na mesma data. As contas jamais sofreram correção monetária.

Analisando tais informações, podemos concluir que, ao fim do terceiro ano, essa empresa terá no balanço patrimonial, em relação aos bens referidos, o valor contábil de: a) R$ 34.500,00;

b) R$ 40.500,00;

c) R$ 49.500,00;

d) R$ 55.500,00;

e) R$ 57.500,00.

8. (TRF/2002–A/ESAF) – A empresa Andaraqui S/A possui, no ativo imobilizado, um imóvel adquirido por R$ 65.000,00 e móveis e utensílios, adquiridos por R$

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20.000,00. O desgaste desses bens é contabilizado anualmente, calculado pelo método da linha reta.

No encerramento do exercício, em 31/12/2001, o imóvel completou exatos 08 (oito) anos de uso e os móveis apenas 04 (quatro) anos. A vida útil do imóvel (edificação) foi estimada em 25 (vinte e cinco) anos e a dos móveis e utensílios, em 10 (dez) anos. Os saldos não sofreram baixas, reavaliação nem correção monetária. O custo do terreno equivale a 60% do imóvel.

Com as informações supra-alinhadas, feitos os cálculos corretos, podemos dizer que, no balanço de 31/12/2001, a depreciação acumulada de imóveis e de móveis e utensílios estará com saldo credor de: a) R$ 4.600,00;

b) R$ 14.720,00;

c) R$ 16.320,00;

d) R$ 18.400,00;

e) R$ 28.800,00.

9. (ATE/MS/2001–ESAF) – A empresa Alfa encerra seu balanço em 31 de dezembro de cada ano. No dia 10 de janeiro de 2001, adquiriu da empresa Beta uma máquina industrial usada, cuja vida útil remanescente foi estimada em 05 (cinco) anos.

Sabe-se que a empresa Beta adquiriu este equipamento para instalação, em seu parque industrial, em 01 de janeiro de 1998. O valor pelo qual a empresa Alfa adquiriu a máquina foi de R$ 750,00. Seu valor residual é de R$ 50,00.

Com estas considerações, podemos afirmar que o valor da depreciação anual a ser contabilizada, em 31 de dezembro de 2001, pelo método da linha reta será de: a) R$ 140,00;

b) R$ 150,00;

c) R$ 280,00;

d) R$ 300,00;

e) R$ 700,00.

10. (BACEN/2001–ESAF) – A empresa industrial Aços & Móveis adquiriu uma máquina por R$12.000,00, instalando-a para funcionar a partir de 01/08/1998. Tal máquina tem vida útil prevista para produzir 240.000 peças. A capacidade produtiva da empresa Aços & Móveis é de 30.000 peças anuais.

Tendo funcionado estritamente dentro do planejado, nos anos de 1998, 1999 e 2000, e contabilizado o coeficiente 1,2 de depreciação acelerada no ano 1999, podemos dizer que: a) a depreciação acumulada, até o final de 1999, foi de R$ 2.425,00;

b) a depreciação acumulada, no balanço de 2000, foi de R$ 3.300,00;

c) o encargo de depreciação, em 1999, foi de R$1.500,00;

d) para vender essa máquina, em 30 de junho de 2001, ganhando R$1.000,00, o preço deveria ser de R$6.100,00;

e) o valor depreciável da máquina, em 31/12/2001, será de R$6.900,00.

11. (SEFA/PA–2002–ESAF) – O ativo imobilizado de determinada empresa estava assim constituído:

– Caminhão, adquirido em 01/07/1999: R$ 500,00

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– Móveis e utensílios, adquiridos em 01/01/1999: R$ 100,00 – Máquinas e equipamentos, adquiridos em 01/03/1999: R$ 200,00 – Automóvel, adquirido em 01/01/2000: R$ 400,00 Considerando que os bens entraram em uso na data de sua aquisição e que as quotas de depreciação foram calculadas, à base de 20% ao ano, para os veículos, e 10% ao ano para os demais bens, durante todo o período, podemos afirmar que, no balanço levantado em 31/12/2001, o valor:

a) contábil da conta veículos era de R$ 410,00;

b) da conta depreciação acumulada de móveis e utensílios era de R$ 55,00;

c) contábil da conta máquinas e equipamentos era de R$ 200,00;

d) da conta depreciação acumulada de veículos era de R$ 410,00;

e) da conta depreciação acumulada de máquinas e equipamentos era de R$ 30,00.

12. (AFRF/2002–A–ESAF) – A empresa Zola estava desmontando seu parque operacional e, para isto, efetuou as seguintes operações:

a – vendeu, à vista, por R$ 3.000,00, uma máquina adquirida por R$ 4.000,00 e que já fora depreciada em 70%;

b – baixou, do acervo patrimonial, um guindaste comprado por R$ 5.000,00, já depreciado em 80%; e

c – alienou, por R$ 2.000,00, um cofre, ainda bom, com valor contábil de R$ 3.000,00, embora já depreciado em 25%. No período, não houve incidência de correção monetária e as operações não sofreram tributação.

Considerando apenas as transações citadas, podemos dizer que a empresa Zola incorreu em: a) custos de R$ 13.000,00;

b) custos de R$ 4.450,00;

c) lucros de R$ 550,00;

d) perdas de R$ 2.600,00;

e) perdas de R$ 200,00.

4. OPERAÇÕES DE DESCONTO

A principal finalidade das empresas comerciais é a comercialização de mercadorias e a prestação de serviços remunerados. Muitas vezes, para atingir tais finalidades, elas necessitam de capital de giro (recursos disponíveis) externo. Para tanto, contratam empréstimos ou emitem títulos de crédito.

Noutras circunstancias, em casos de excesso de disponibilidades, aplicam o seu excedente em instituições financeiras ou na aquisição de valores mobiliários (mercado de ações).

Porém, muitas empresas, mesmo não possuindo excesso de disponibilidades, são obrigadas a financiar suas vendas aos clientes (vendas a prazo) e ao mesmo tempo necessitam buscar capital de giro para aquisição de mercadorias e matérias primas.

Dos fatos acima arrolados surgem receitas e despesas que, segundo disposição da lei das SA, mereceram destaque especial na demonstração do resultado do exercício, pois devemos segregar as despesas e as receitas financeiras na DRE.

Nunca é demais repetir que os fatos contábeis devem ser registrados segundo o método das partidas dobradas, e que o reconhecimento de receitas e despesas deve obedecer ao

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princípio da competência. Desta forma, os encargos financeiros transcorridos, mas somente exigíveis após o balanço, devem ser levados a resultado do exercício encerrado em contrapartida de passivo exigível. De forma análoga, as receitas financeiras já ganhas até o término do exercício, mas a receber em períodos seguintes, devem ser reconhecidas e levadas a resultado do exercício em contrapartida de um direito realizável do ativo.

As principais operações de desconto efetuadas pelas empresas comerciais são com duplicatas de sua emissão e o desconto de promissórias.

4.1. DUPLICATAS EM COBRANÇA

As duplicatas são títulos de crédito emitidos pela empresa contra seus clientes em operações comerciais de venda a prazo de mercadorias ou de serviços.

A empresa pode ela mesma cobrar essas duplicatas, quando a operação leva a denominação de cobrança em carteira ou remeter essas duplicatas a uma instituição financeira ou outra entidade que possua um departamento ou seção especializada em cobrança de títulos.

A remessa das duplicatas a uma entidade para que ela faça a cobrança dos títulos recebe a denominação de cobrança simples. Percebam que a propriedade do título não é transferida ao cobrador que, por sua vez, não efetua qualquer adiantamento de valor à empresa. A empresa encarregada da cobrança dos títulos recebe uma remuneração pelo serviço de cobrança prestado. Dessa forma, a simples remessa de títulos a terceiros para cobrança não representa nenhum fato contábil, não havendo nenhum registro contábil a ser feito. No entanto, para fins de controle, a empresa proprietária das duplicatas deve manter registros extracontábeis dos títulos entregues a terceiros para cobrança.

Exemplo: A empresa da ESQUINA LTDA faz a remessa de 17 duplicatas ao Banco da Praça S.A., no valor total de R$ 150.000,00, para que este proceda a cobrança. O Banco não trabalha de graça e cobrará pelo serviço o equivalente a 1% do valor de face das duplicatas.

Como não ocorre alteração patrimonial pelo envio das duplicatas ao Banco, não há registro contábil a fazer. Entretanto, a empresa necessita controlar o envio dessas duplicatas. Um modo de controle poderia ser o seguinte e o banco assinaria o recebimento desses títulos:

Duplicata nº 001,contra João da Silva, R$ 12.000,00

...

Duplica nº 017, contra Pedro Pedreira, R$ 7.000,00

Total R$ 150.000,00

Lançamento relativo ao pagamento do serviço ao banco: Despesas bancárias

a Banco conta movimento 1.500,00

Supondo que o banco receba uma duplicata com valor de face de R$ 12.000,00, na data do seu vencimento. Teremos o seguinte lançamento a fazer:

Pelo pagamento de uma duplicata de $ 12.000,00 no banco:

Banco conta movimento a Duplicatas a receber ou clientes 12.000,00

Devolução de títulos não-recebidos: quando o Banco devolve títulos não recebidos não há registro contábil. Somente os controles paralelos (extracontábeis) devem ser ajustados.

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Pagamento de título com atraso: é bastante comum os clientes pagarem títulos

com atraso. A empresa deve autorizar o banco a receber as duplicatas após o vencimento, podendo estabelecer a incidência de juros que, neste caso, são da empresa. Caso um cliente pague um título de $1.000,00 com 10% de juros, no banco, o lançamento seria:

Bancos conta movimento a Diversos a Juros ativos 100,00 a Duplicatas a receber 1.000,00 1.100,00

Convém salientar que se a empresa efetuar a cobrança em carteira, a conta a ser movimentada pelo recebimento de duplicatas é a conta Caixa.

Caixa

a Clientes 1.000,00

4.2. DUPLICATAS DESCONTADAS

Em casos de escassez de recursos ou falta de capital de giro, as empresas encontram uma linha de crédito junto às instituições financeiras para suprir seu caixa dos recursos necessários, mediante a operação de desconto de duplicatas. O desconto de duplicatas é uma operação financeira pela qual a empresa entrega ao banco duplicatas a receber e o banco disponibiliza recursos às empresas, descontando, desde já, as despesas bancárias e os juros.

Assim, se a empresa entregar duplicatas no banco com valor total de R$ 50.000,00 e o banco cobrar juros de R$ 6.000,00, o banco creditará à empresa o valor de R$ 44.000,00.

No entanto, a operação não se resume a transferência de crédito ou cessão de crédito, visto que o empresário passa a ser o responsável pelo pagamento do valor que lhe foi disponibilizado, caso haja a inadimplência do devedor das duplicatas junto ao banco. Neste caso, o banco lhe devolverá as duplicatas para que ele, empresário, execute o crédito e o banco debita o valor na conta da empresa, ressarcindo-se do valor dependido. Assim, trata-se de um caso de responsabilidade subsidiária da empresa perante o banco.

Desta forma, o fato de haver o desconto de duplicatas não autoriza o empresário a dar baixa das duplicatas a receber, haja vista que pagamento não houve. O valor das duplicatas a receber, em decorrência da operação de desconto, fica inalterado, porém deduzido do valor das duplicatas descontadas, que se constitui numa conta retificadora de ativo circulante.

À medida que as duplicatas forem recebidas no banco, este deverá informar a empresa que dará baixa do seu valor e também do respectivo valor de duplicatas descontadas.

Na hipótese de alguma duplicata não ser paga no banco, este fará a devolução. A empresa deve registrar este fato mediante débito na conta duplicatas descontadas e crédito na conta bancos conta movimento.

Muitas pessoas confundem duplicatas descontadas com passivo. Chamamos atenção ao fato, pois duplicatas descontadas não representam obrigação. A empresa passará a essa condição apenas se não houver o pagamento no banco, por parte do seu cliente, no prazo estipulado. Neste caso, não será a conta duplicatas descontadas que deverá figurar no passivo, mas, sim, empréstimos bancários.

Para facilitar o entendimento de vocês é válido fazermos a seguinte observação

(somente a título ilustrativo): A obrigação da empresa existe porque ela endossa as duplicatas. É como se ela fosse a fiadora ou avalista do cliente nessa operação e, nestes casos, não se registram as obrigações no passivo.

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Assim, definitivamente, a conta duplicatas descontadas é apenas uma conta

retificadora ou redutora de duplicatas a receber, pois precisamos de uma contrapartida para justificar o aumento da conta bancos pela entrada de recursos decorrentes do desconto de duplicatas.

Exemplo: A empresa Vento Norte Ltda descontou uma duplicata com valor de face de R$ 20.000,00, com vencimento em 90 dias. A taxa de desconto cobrada pelo banco é de 3% ao mês. Além da taxa de desconto, o banco cobra uma taxa de abertura de crédito de R$ 150,00. Os lançamentos pertinentes à operação de desconto dessa duplicata são os seguintes:

1) Pelo desconto:

Diversos a Duplicatas descontadas 20.000,00

Bancos 18.050,00 Despesas bancárias 150,00 Juros passivos 1800,00 20.000,00

2) Pelo recebimento do título pelo banco:

Duplicatas descontadas a Duplicatas a receber ou clientes 20.000,00

Se a duplicata fosse devolvida pelo banco, sem recebimento:

3) Pela devolução de duplicatas pelo banco, por não ter havido o pagamento em tempo hábil:

Duplicatas descontadas a Bancos 20.000,00

Algumas considerações sobre os lançamentos, envolvendo a operação de desconto de

duplicatas:

– as despesas bancárias (taxa de abertura de crédito, taxa bancária, etc.) devem ser

consideradas como despesas do exercício em que a operação for realizada;

– os juros passivos devem ser registrados como despesas pagas antecipadamente, despesas do exercício seguinte ou juros a transcorrer ou a vencer;

– na liquidação das duplicatas, ocorre somente fato contábil permutativo, pois as contas envolvidas são patrimoniais;

– caso o pagamento seja efetuado pelo devedor da duplicata, porém com juros, estes serão do banco e em nada afetarão o patrimônio da entidade.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 2:

(ESAF/TTN–98) Quando a Empresa Comercial Ltda. realizou uma operação de desconto

bancário, enviando ao Banco S/A a duplicata no 3.112, que tinha a receber de Sebastião Silva-ME, o seu contador realizou corretamente o seguinte lançamento:

a) Duplicatas descontadas Despesas bancárias

a Duplicatas a receber;

b) Duplicatas descontada a Bancos conta movimento

a Despesas bancárias;

c) Bancos conta movimento Despesas bancárias

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a Duplicatas descontadas;

d) Bancos conta movimento Despesas bancárias

a Duplicatas a receber;

e) Bancos conta movimento Despesas bancárias a Duplicatas descontadas

a Duplicatas a receber.

Resolução:

O valor recebido pelo proprietário do título é sempre o líquido, isto é, descontadas as despesas bancárias e o juro cobrado pelo banco. Além disso, o título não é quitado por essa operação, logo ele deve permanecer no patrimônio do seu proprietário (duplicatas a receber) no ativo da empresa, até que o cliente efetue o pagamento. A baixa do título se dará apenas quando o banco comunicar à empresa que determinada duplicata foi por ele recebida.

Lançamento: D – Banco c/ movimento D – Despesas bancárias C – Duplicatas descontadas

Resposta: Letra C

EXERCÍCIO RESOLVIDO 3:

(AFRF/2000) A empresa Sol S.A. apresentou valores correntes ou circulantes, com os seguintes saldos:

Caixa 40,00 Bancos c/movimento 100,00 Valores mobiliários 200,00 Mercadorias 600,00 Materiais de consumo 120,00 Duplicatas a pagar 800,00 Duplicatas descontadas 300,00 Duplicatas a receber 500,00

No encerramento do exercício, para promover os ajustes necessários ao balanço, o contador apurou que: 1) o extrato bancário indicava um cheque de R$ 20,00 emitido, mas ainda não sacado pelo

portador; 2) os valores mobiliários são mil ações da CSN, avaliadas a R$ 0,25 (vinte e cinco centavos de

real), no dia do balanço; 3) ainda faltam contabilizar R$ 40,00, da receita antecipada, e R$ 150,00, de despesas

antecipadas.

Feitas as atualizações contabilmente necessárias, o balanço patrimonial apresentará um ativo circulante no valor de:

a) R$ 1.150,00; b) R$ 1.300,00; c) R$ 1.320,00; d) R$ 1.410,00; e) R$ 1.370,00. Resolução:

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Ajustes necessários:

1) Se o cheque já foi contabilizado, mas não sacado, não há necessidade de ajuste, lembrando que um cheque deve ser contabilizado pelo emitente sempre que emitido, mesmo que ainda não sacado.

2) Os valores mobiliários estão com valor de mercado maior (R$ 0,25 x 1.000 = R$ 250,00)

que o valor contábil, portanto não há que se falar em provisão para ajuste.

3) Contabilização das receitas e despesas antecipadas:

3.1) Caixa (+AC) a Receitas antecipadas (+PC) 40,00 3.2) Despesas antecipadas (+AC) a Caixa (-AC) 150,00

Ativo Circulante

Caixa 40 300 Duplicatas descontadas Bcos c/ mov. 100 150 (3.2) Valores mobil. 200 Mercadorias 600 Mat. consumo 120 Dupl. receber 500 (3.1) 40 (3.2) 150 1.300

Resposta: Letra B

4.3. DESCONTO DE PROMISSÓRIAS

O desconto de promissórias se constitui numa operação financeira, onde o emitente da promissória toma um empréstimo com valor futuro, incluindo os juros. Portanto, quem desconta uma promissória assume uma obrigação.

Percebam que esta operação difere do desconto de duplicatas, pois nestas o registro é efetuado em conta retificadora de ativo.

Esta operação geralmente é realizada com uma instituição financeira, em que o devedor assina nota promissória pelo valor de vencimento, isto é, com juros pré-estipulados e embutidos no valor do empréstimo. Assim, percebe-se que os juros e encargos financeiros são considerados pagos antecipadamente ou despesas a transcorrer.

Por caracterizar uma obrigação, as notas promissórias descontadas devem ser registrado no passivo circulante ou exigível a longo prazo, conforme o prazo de vencimento contratual.

Exemplo:

Em 01/11/2004, a empresa OUROVERDE LTDA tomou um empréstimo de R$

15.000,00 junto ao Banco da Praça S.A., assinando uma nota promissória pelo mesmo valor com vencimento em 120 dias, porém a conta Bancos c/ movimento da empresa foi debitada pelo valor de R$ 12.000,00 em decorrência da operação, pois pagou antecipadamente juros de 20%.

Lançamento:

Diversos a Notas promissórias descontadas 15.000,00

Bancos c/ Movimento 12.000,00

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Encargos financeiros a transcorrer 3.000.00 15.000,00

Se a empresa elaborasse um Balanço Patrimonial imediatamente após a contratação do empréstimo, apresentaria no passivo a seguinte situação:

Promissórias Descontadas R$ 15.000,00

( - ) Encargos financeiros a Transcorrer (R$ 3.000,00)

Percebam que em operação dessa natureza os encargos financeiros são pagos antecipadamente, porém o seu fato gerador ainda não ocorreu. A empresa recebeu somente o valor líquido do empréstimo e assumiu uma dívida de R$ 15.000,00. Os juros antecipados, neste caso, devem funcionar como conta redutora do passivo (encargos financeiros a transcorrer), pois o fato gerador da despesa de juros ainda não ocorreu e, portanto, o seu valor, a rigor, não é devido no momento da contratação do empréstimo (desconto de promissória), isto é, ainda não existe a obrigação pelo pagamento. Se a empresa fosse pagar a promissória no dia seguinte ao da contratação, ela não pagaria R$ 15.000,00.

À medida que forem ocorrendo os fatos geradores da despesa, serão efetuados lançamentos com débito em despesas de juros passivos e a crédito desta conta redutora. Assim, em 31/12/2004, teremos o seguinte lançamento a efetuar, pois a metade do juro já incorreu:

Despesas de juros

a encargos financeiros a transcorrer R$ 1.500,00

Desta forma, no Balanço a ser publicado em 31/12/2004, o valor do empréstimo (notas promissórias descontadas) deve aparecer com a conta retificadora de R$ 1.500,00 ou pelo seu valor líquido de R$ 13.500,00. É interessante que se apresente no Balanço Patrimonial o valor total a pagar com a devida conta retificadora, pois isto dará uma evidenciação mais precisa da situação patrimonial da empresa.

Teríamos, então, para o nosso exemplo, a seguinte situação:

PASSIVO EXIGÍVEL Notas promissórias descontadas 15.000,00 (-) Encargos financeiros a transcorrer (1.500,00) Ou, simplesmente, pelo valor líquido

PASSIVO EXIGÍVEL Notas promissórias descontadas 13.500,00

OBS.: Há autores que recomendam o registro de juros pagos antecipadamente, no desconto de notas promissórias, no ativo circulante, em despesas antecipadas. Porém, em face da evidenciação e para facilitar a leitura dos fatos, recomenda-se que sejam classificados no PC como encargos financeiros a transcorrer. Essa é também a posição da Esaf.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

13. O lançamento

DUPLICATAS DESCONTADAS

a DUPLICATAS A RECEBER

é feito para registrar, contabilmente:

a) a emissão de duplicata contra cliente da empresa;

b) o aceite de duplicata por parte do sacado;

c) o desconto de duplicata junto a um banco;

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d) a baixa de duplicata descontada junto ao banco que a descontou, por não haver sido paga

pelo sacado;

e) o pagamento, pelo sacado, de duplicata descontada.

14. (AGERS/RS/98) O saldo da conta clientes, em 30.08.X1, antes das operações abaixo, era de R$ 7.234,00.

Compras = R$ 150,00

Vendas à vista = R$ 290,00 Desconto da duplicata com as seguintes características:

Valor = R$ 230,00

Emissão = 25.08.X1

Vencimento = 30.09.X1

Reembolso de duplicata em cobrança = R$ 230,00

Qual o novo saldo, em R$, da conta clientes, após a operação? a) R$ 7.004,00.

b) R$ 6.774,00.

c) R$ 7.104,00.

d) R$ 6.824,00.

e) R$ 6.594,00.

15. A compra de equipamento para uso da própria empresa, pagando-se uma entrada em dinheiro e aceitando-se duplicatas pelo valor restante, será contabilizada, através de um único lançamento de: a) segunda fórmula; d) terceira fórmula;

b) primeira fórmula; e) quarta fórmula.

c) fórmula simples;

16. A quitação, por parte do sacado, de uma duplicata descontada no banco deve ser assim contabilizada pela empresa emitente:

a) Bancos c/movimento a Duplicatas descontadas;

b) Duplicatas descontadas a Banco c/movimento;

c) Duplicatas a receber a Duplicatas descontadas;

d) Bancos c/movimento a Duplicatas a receber;

e) Duplicatas descontadas a Duplicatas a receber.

17. (ESAF/AFRF-2001) A firma Duplititus opera com vendas a prazo, alternando a cobrança em carteira e em bancos, mediante desconto de duplicatas. Em primeiro

de abril, mantinha as duplicatas de sua emissão nos 03, 05 e 08, em carteira de

cobrança, e as de nos 04, 06 e 07, descontadas no banco. Cada uma dessas letras

tinha valor de face de R$ 60,00, exceto a no 07, cujo valor era R$ 70,00.

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Durante o mês de abril, ocorreram os seguintes fatos:

– vendas a prazo, com emissão das duplicatas nos 09, 10 e 11 (3x50): R$ 150,00

– vendas à vista, mediante notas fiscais: R$ 200,00

– desconto bancário das duplicatas nos 09 e 10; R$ 100,00

– recebimento, em carteira, das duplicatas nos 03 e 05;R$ 120,00

– devolução, pelo banco, da duplicata no 04, sem cobrar;R$ 60,00

– recebimento, pelo banco, da duplicata no 07. R$ 70,00

Com essas informações, podemos concluir que, após a contabilização, o saldo final das contas duplicatas a receber e duplicatas descontadas será, respectivamente, de: a) R$ 160,00 e R$ 330,00; d) R$ 200,00 e R$ 220,00; b) R$ 330,00 e R$ 160,00; e) R$ 330,00 e R$ 220,00.

c) R$ 140,00 e R$ 160,00;

18. (ESAF/TFC–1996) R$

Duplicatas descontadas 20.000,00 Descontos passivos 2.000,00 a Duplicatas a receber 20.000,00 a Banco c/movimento 2.000,00

O lançamento acima corresponde a um aviso bancário vazado nos seguintes termos:

a) “Comunicamos o recebimento de duplicata de seu endosso, com o abatimento de R$

2.000,00 autorizado por V. Sa. e debitado em sua conta”;

b) “Comunicamos o desconto de duplicata de seu endosso, com débito em sua conta de R$ 2.000,00, referente a comissões e juros deste banco”;

c) “Comunicamos o desconto de duplicata de seu endosso, cujo valor líquido creditamos em sua conta”;

d) “Comunicamos a devolução, por incobrável, de duplicata de seu endosso. Debitamos a V.

Sa. R$ 2.000,00 de despesas bancárias”;

e) “Comunicamos o recebimento de duplicata de seu endosso, cujo valor líquido creditamos em sua conta.”

19. (ESAF/AFC/SFC–1996) Os saldos das contas duplicatas a receber e duplicatas descontadas, em 31/12/1995, eram, respectivamente, de R$ 1.000,00 e R$ 600,00. No mês de janeiro de 1996, registraram-se os seguintes fatos, em R$: – desconto de duplicatas em bancos: 2.500,00; – duplicatas descontadas devolvidas pelo banco, sem cobrança: 300,00; – recebimento de duplicatas em carteira: 800,00; – recebimento de duplicatas descontadas em bancos: 1.500,00; – vendas a prazo: 4.000,00; – vendas à vista: 2.000,00.

O saldo da conta duplicatas a receber, em 31 de janeiro de 1996, é de: a) R$ 1.400,00; d) R$ 2.900,00;

b) R$ 2.400,00; e) R$ 4.200,00.

c) R$ 2.700,00;

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20. (TÉC–CONTAB/CONTROLADORIA–99) Foi creditado, na conta bancária da empresa,

o valor de R$ 220,00, proveniente do recebimento de uma duplicata, no valor de R$ 200,00, acrescidos de R$ 20,00 de juros. Como deverá ser contabilizado esse valor?

a) Duplicatas a receber a diversos

a bancos c/ movimento 200,00 a juros passivos 20,00 220,00.

b) Caixa a diversos

a duplicatas a receber 200,00 a juros passivos 20,00 220,00.

c) Bancos c/ movimento a diversos

a duplicatas a receber 200,00 a juros ativos 20,00 220,00.

d) Duplicatas a receber a diversos a caixa 200,00

a juros ativos 20,00 220,00. e) Caixa a diversos

a duplicatas a receber 200,00 a juros ativos 20,00 220,00.

21. (ESAF/AFTN–1994/setembro) O saldo, em 01/06/1993, da conta duplicatas a receber era de R$ 45,00.

No mês de junho, ocorreram os seguintes fatos:

– vendas a prazo: R$ 190,00;

– vendas à vista: R$ 240,00;

– recebimento de duplicatas: R$ 30,00;

– desconto de duplicatas, no Banco Segurança: R$ 110,00;

– recebimento duplicatas, pelo Banco Segurança: R$ 90,00. Considerando que o Banco devolveu, sem cobrar, duplicatas descontadas no valor de R$ 20,00, podemos afirmar que o saldo da conta duplicatas a receber, em 30/06/1993, era de: a) R$ 355,00;

b) R$ 95,00;

c) R$ 235,00;

d) R$ 135,00;

e) R$ 115,00.

22. (ESAF/TCE–RN/2001) Tendo certa empresa recebido aviso do banco, comunicando o recebimento, e respectiva quitação, de uma duplicata descontada com ele, a Contabilidade dessa empresa deverá fazer o seguinte lançamento:

a) Bancos c/ movimento

a Duplicatas a receber;

b) Duplicatas a receber

a Bancos c/ movimento;

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c) Títulos descontados

a Duplicatas a receber;

d) Títulos descontados

a Bancos c/ movimento;

e) Duplicatas a receber

a Títulos descontados.

23. (ESAF/AFTN–1989) A empresa Cia. Das Flores tinha duplicatas a receber, descontadas no Banco do Brasil. Em 30/09, recebeu o aviso de que o Banco recebera uma delas, no valor de R$ 1.000,00.

Para contabilizar o evento, o contador deverá fazer o seguinte lançamento:

a) Banco c/ movimento a Duplicatas descontadas R$ 1.000,00;

b) Duplicatas descontadas a Duplicatas a receber R$ 1.000,00;

c) Bancos c/ movimento a Duplicatas a receber R$ 1.000,00;

d) Duplicatas descontadas a Banco c/ movimento R$ 1.000,00;

e) Duplicatas a receber a Duplicatas descontadas R$ 1.000,00;

24. (ESAF/TRF–2000) Se uma empresa mantém todas as duplicatas de sua emissão em determinado banco, em operação de desconto, os seus clientes serão creditados quando a(o):

a) duplicata for descontada no banco;

b) duplicata for enviada ao banco para desconto;

c) banco acusar o recebimento da duplicata;

d) banco emitir o aviso de crédito;

e) cliente pagar a duplicata no banco.

25. (FISCAL/ICMS–MS/2000) A empresa Nossa S.A. descontou duplicatas no Banco Insegurança S.A., no total de R$10.000,00, em 16 de dezembro de 1999. No dia 3 de janeiro de 2000, recebeu um aviso do banco, comunicando o recebimento de uma duplicata anteriormente descontada, no montante de R$200,00. Assinale a alternativa abaixo que melhor registra esse fato (valores em R$).

a) Débito = duplicatas a receber 200,00 Crédito = títulos descontados 200,00.

b) Débito = bancos conta movimento 200,00 Crédito = duplicatas a receber 200,00.

c) Débito = títulos descontados 200,00 Crédito = duplicatas a receber 200,00.

d) Débito = duplicatas a receber 200,00 Crédito = bancos conta movimento 200,00.

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26. (AFTN/ESAF/96) Em 01.10.19X1, a CIA. ALVORECER desconta uma nota

promissória de $ 100.000,00, com vencimento previsto para 31.01.19X2 e juros de $ 8.000,00. Com base nesta afirmativa, assinale a opção correta nas questões 29 e 30.

Na data da operação, o registro contábil efetuado foi:

a) débito de $ 92.000,00 na conta notas promissórias a pagar e crédito de igual valor na conta bancos conta movimento;

b) débitos de $ 8.000,00 em despesas financeiras de juros e $ 92.000,00 em bancos c/ movimento e crédito de $ 100.000,00 em notas promissórias a pagar;

c) débito de $ 8.000,00 em encargos financeiros a transcorrer, $ 92.000,00 em bancos c/ movimento e crédito de $ 100.000,00 em notas promissórias a pagar;

d) débitos de $ 8.000,00 em resultados de exercícios futuros – juros ativos, $ 92.000,00 em bancos c/ movimento e crédito de $ 100.000,00 em notas promissórias a pagar;

e) débitos de $ 92.000,00 na conta bancos c/ movimento e crédito de igual valor na conta nota promissória a pagar.

27. (AFTN/ESAF/96) Em 31.12.19X1, quando a empresa apresentar seu balanço patrimonial, o efeito gerado pela operação retrocitada na apuração do resultado da empresa é: a) nulo, por se tratar de resultado de exercícios futuros;

b) de apropriação de despesa financeira, em $ 4.000,00;

c) de apropriação de despesa financeira, em $ 8.000,00;

d) de apropriação de despesa financeira, em $ 2.000,00;

e) de apropriação de despesa financeira, em $ 6.000,00.

28. (ATE/MS/2001–ESAF) – A empresa Carente S/A recebeu aviso do Banco da Casa, comunicando o recebimento de uma duplicata com ele descontada anteriormente.

O contador, acertadamente, promoveu o seguinte lançamento:

a) Bancos c/movimento

a Duplicatas a receber;

b) Duplicatas a receber

a Bancos c/movimento;

c) Títulos descontados

a Duplicatas a receber;

d) Duplicatas a receber

a Títulos descontados;

e) Títulos descontados

a Bancos c/movimento.

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GABARITO – 3ª BATERIA

1 – A 2 – A 3 – A 4 – B 5 – B 6 – E 7 – D 8 – C 9 – A 10 – A 11 – D 12 – E 13 – E 14 – A 15 – A 16 – E 17 – B 18 – A 19 – C 20 – C 21 – E 22 – C 23 – B 24 – C 25 – C 26 – C 27 – E 28 – C

Mais uma vez apresentamos a resolução das principais questões desta bateria.

1. (FISCAL–FORTALEZA–ESAF/98) Os registros contábeis relativos a um veículo de uso da empresa consignam os seguintes valores:

– valor de aquisição, corrigido monetariamente: 8.000,00;

– depreciação acumulada: 3.000,00.

A empresa deve escriturar, agora, uma depreciação de 10%. Fará isso, mediante o seguinte lançamento:

a) Encargos de depreciação a Depreciação acumulada 800,00;

b) Encargos de depreciação a Veículos 800,00;

c) Encargos de depreciação a Veículos 500,00;

d) Encargos de depreciação a Depreciação acumulada 500,00;

e) Depreciação acumulada a Veículos 800,00.

Resolução:

Quando havia correção monetária a sistemática era a seguinte:

Primeiro se fazia a correção monetária do custo do bem e da depreciação acumulada e após se fazia a depreciação com a aplicação do percentual a depreciar sobre o custo de aquisição corrigido. Desta forma, no caso em tela, temos como correto o lançamento da alternativa “A”.

Entretanto, caros alunos, não se preocupem demais com este tema, pois a correção monetária foi abolida e a probabilidade de ser cobrado uma questão que envolva o assunto é mínima.

2. (ESAF/TCE–RN/2001) A firma SONÓS LTDA. tem exercício social coincidente com o ano-calendário. No seu balanço patrimonial de 1998, constam, entre outras, as contas VEÍCULOS, com saldo de R$ 9.000,00, e DEPRECIAÇÃO ACUMULADA – VEÍCULOS, com saldo de R$ 4.900,00.

Informações internas indicam a existência, nessa conta de 03 (três) automóveis, cujas placas são: AAX, AAY e AAZ. • O carro AAX foi incorporado em 01/01/1996, por R$ 3.000,00; • O carro AAY foi incorporado em 01/04/1996, por R$ 2.000,00, e foi vendido, à vista, por R$

1.300,00, em 30/12/1999; • O carro AAZ foi incorporado em 01/07/1996, por R$ 4.000,00; • O método de depreciação utilizado pela firma é o da linha reta. Inicialmente, a vida útil dos veículos foi estimada em 05 (cinco) anos, mas, pelas condições de uso, a vida útil passou a ser estimada em 02 (dois) anos, após dezembro de 1998.

Com fulcro nas informações acima, após contabilizar a depreciação dos veículos, no exercício de 1999, podemos dizer que:

a) a taxa total ajustada de depreciação, aplicada ao veículo vendido, alcançou 77,5%;

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b) a alienação do veículo AAY gerou um lucro contábil de R$ 800,00;

c) o encargo de depreciação de veículos, no ano de 1999, foi de R$ 1.800,00;

d) a conta depreciação acumulada, no balanço de 1999, após a baixa do veículo vendido, terá saldo de R$ 2.050,00;

e) os dois veículos não-vendidos terão, no balanço de 1999, o valor contábil de R$ 7.000,00.

Resolução: Analisando a letra “a”, temos a seguinte situação:

Aquisição em 01/04/96

Custo de aquisição: R$ 2.000,00

Regime de depreciação inicial: 20 % ao ano, ou seja, em 5 anos = 60 meses.

Depreciação até 31/12/1998, cujo período de permanência é de 33 meses até aquela data:

(R$ 2.000,00 / 60 meses) x 33 meses = R$ 1.100,00 Desta forma, em 31/12/1998 o valor contábil era de R$ 900,00. Este valor será depreciado

em 2 anos, ou seja, 50% por ano. Assim, no final do ano de 1999 deveremos contabilizar mais uma depreciação de R$ 450,00. Se somarmos este valor ao da depreciação acumulada até 31/12/1998, teremos o montante de depreciação acumulada de R$ 1.550,00.

A depreciação acumulada de R$ 1.550,00 representa 77,5% [(1.550,00 / 2.000,00) x 100] de R$ 2.000,00, que é custo de aquisição do veículo.

A letra E é fácil, pois o valor de 7.000,00 refere-se ao custo de aquisição e não ao valor contábil. Para obter o valor contábil devemos descontar a depreciação. A letra D também é fácil, pois foi informado que a depreciação acumulada até 31/12/98 era de 4.900. Como os bens serão avaliados em dois anos pelo saldo, e como este é de 5.100,00, então a depreciação de 99 será de 2.550,00, totalizando 7.450,00. Como o bem baixado tem depreciação de 1.550,00, a deprec. dos dois bens restantes será de 5.900,00.

Resposta correta letra “A”.

3. (ESAF/AFTN–1994/março) Balancete Final de 31/12/X2, da empresa VECTOR S/A.

– Valor corrigido da conta veículos $ 10.000,00 Valor corrigido da conta depreciação Acumulada de veículos $ 8.000,00 Balancete final de 31/12/X3, da empresa VECTOR S/A

– Valor corrigido da conta veículos $ 50.000,00 Valor corrigido da conta depreciação Acumulada de veículos $?

Outros dados: – taxa de depreciação anual utilizada: 20% (vinte por cento); – não houve aquisições ou baixas de veículos no ano-base de X3; – na correção monetária, foi utilizado o índice oficial de desvalorização da moeda nacional.

O valor corrigido da conta depreciação acumulada de veículos, no balancete final de 31/12/X3, após os registros contábeis do encargo de depreciação e da correção monetária do balanço concernentes, importou em:

a) $ 50.000,00; d) $ 40.000,00;

b) $ 45.000,00; e) $ 10.000,00.

c) $ 42.000,00;

Resolução: À época do concurso acima (AFTN/94-março), havia ainda o sistema de correção monetária

das demonstrações financeiras. Vale lembrar mais uma vez que, após o Plano Real (Lei 9.249/95), ficou vedada toda e qualquer forma de correção monetária das demonstrações financeiras.

Porém, achamos que é válido o aluno ter uma idéia de como era o sistema, já que, apesar das chances reduzidas, poderia até aparecer uma questão doida sobre como eram os registros relativos à correção monetária.

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O primeiro passo na questão é saber o índice oficial de correção monetária utilizado. Ora, se o

valor corrigido da conta Veículos era de $10.000,00 em 31/12/X2 e de $60.000,00 em 31/12/X3, e sabendo ainda que não houve baixas ou aquisições no período, então o índice de correção é de:

Índice de correção = $60.000,00 / $10.000,00 = 6

Encargo de depreciação em X3:

20% x $10.000,00 = $2.000,00

Valor final do saldo da conta Depreciação Acumulada de Veículos em X3:

($8.000,00 x 6) + $2.000,00 = $48.000,00 + $2.000,00 = $50.000,00

Resposta: Letra A

5. (ESAF/AFTN–1989) O balancete final, em 31/12/88, da Indústria de Tecidos Estrela do Sul S/A, apresentou, entre outros, os seguintes saldos:

CONTAS SALDOS (R$)

– Tear Howa 87.000.000,00 (D)

– Depreciação acumulada do tear Howa 50.025.000,00 (C)

Considerando que, desde o mês de sua entrada em funcionamento, o referido tear só foi utilizado em 01 (um) turno diário de 8 (oito) horas e que, na Contabilidade, os encargos de depreciação pertinentes sempre foram registrados pela taxa anual de 10% (dez por cento), o período restante de depreciação, se mantidas a mesma taxa e a continuidade na contabilização dos encargos, era, naquela data, de:

a) 4 anos e 9 meses; d) 5 anos e 3 meses;

b) 4 anos e 3 meses; e) 575 dias.

c) 4 anos e 1 mês;

Resolução: Devemos apurar o período restante de vida útil da máquina, considerando que a vida útil

total é de 10 anos, visto que ela é depreciada à taxa anual de 10%.

Ora, se o bem é depreciado em 10 anos, isto equivale a 120 meses. Então podemos dizer que o valor de R$ 87.000.000,00 será depreciado em 120 meses. Assim, podemos estabelecer uma regra de três e apurar o período já depreciado:

R$ 87.000.000 ----------------------------Æ 120 meses

R$ 50.025.000 ----------------------------Æ X meses X

= [(50.025.000 x 120) / 87.000.000] = 69 meses.

Como o bem já foi depreciado por 69 meses, restam 51 meses (120 – 69) para depreciá-lo totalmente.

51 meses equivale a 4 anos e 3 meses.

Resposta correta letra “B”.

9. (ATE/MS/2001–ESAF) – A empresa Alfa encerra seu balanço em 31 de dezembro de cada ano. No dia 10 de janeiro de 2001, adquiriu da empresa Beta uma máquina industrial usada, cuja vida útil remanescente foi estimada em 05 (cinco) anos.

Sabe-se que a empresa Beta adquiriu este equipamento para instalação, em seu parque industrial, em 01 de janeiro de 1998. O valor pelo qual a empresa Alfa adquiriu a máquina foi de R$ 750,00. Seu valor residual é de R$ 50,00.

Com estas considerações, podemos afirmar que o valor da depreciação anual a ser contabilizada, em 31 de dezembro de 2001, pelo método da linha reta será de:

a) R$ 140,00;

b) R$ 150,00;

c) R$ 280,00;

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d) R$ 300,00;

e) R$ 700,00.

Resolução:

Se a máquina a ser depreciada possui valor de R$ 750,00 e após a depreciação esta terá o valor residual de R$ 50,00, então o valor a ser depreciado é de R$ 700,00. Este valor deve ser depreciado em 5 anos de forma linear. Então o valor da depreciação anual será de R$ 140,00.

Alternativa correta letra “A”.

10. (BACEN/2001–ESAF) – A empresa industrial Aços & Móveis adquiriu uma máquina por R$12.000,00,

instalando-a para funcionar a partir de 01/08/1998. Tal máquina tem vida útil prevista para produzir 240.000 peças. A capacidade produtiva da empresa Aços & Móveis é de 30.000 peças anuais.

Tendo funcionado estritamente dentro do planejado, nos anos de 1998, 1999 e 2000, e contabilizado o coeficiente 1,2 de depreciação acelerada no ano 1999, podemos dizer que:

a) a depreciação acumulada, até o final de 1999, foi de R$ 2.425,00; b)

a depreciação acumulada, no balanço de 2000, foi de R$ 3.300,00; c)

o encargo de depreciação, em 1999, foi de R$1.500,00;

d) para vender essa máquina, em 30 de junho de 2001, ganhando R$1.000,00, o preço deveria ser de R$6.100,00;

e) o valor depreciável da máquina, em 31/12/2001, será de R$6.900,00.

Resolução:

Vejamos, a máquina depreciou no ano de 1998 durante 5 meses. Se em 12 meses ela deprecia o equivalente a produção de 30.000 peças, então no ano de 1998 ela depreciou o equivalente a 12.500 peças.

No ano de 1999 ela depreciou 30.000 peças, mais o coeficiente de 1,2, o que dará 36.000 peças no ano.

Se a duração da máquina é para fabricar 240.000 peças, então o percentual depreciado é obtido pela divisão da soma de 12.500 e 36.000 pelo valor de 240.000. Isso nos dará um percentual de depreciação de 20,208%, que de R$ 12.000,00, dará o valor da depreciação acumulada em final de 1999 de R$ 2.425,00.

O coeficiente de depreciação acelerada somente é aplicado para o ano de 1999. Os 5 meses se referem ao ano de 1998 em que a depreciação é normal.

Alternativa correta, letra “A”.

11. (SEFA/PA–2002–ESAF) – O ativo imobilizado de determinada empresa estava assim constituído:

– Caminhão, adquirido em 01/07/1999: R$ 500,00 – Móveis e utensílios, adquiridos em 01/01/1999: R$ 100,00 – Máquinas e equipamentos, adquiridos em 01/03/1999: R$ 200,00 – Automóvel, adquirido em 01/01/2000: R$ 400,00

Considerando que os bens entraram em uso na data de sua aquisição e que as quotas de depreciação foram calculadas, à base de 20% ao ano, para os veículos, e 10% ao ano para os demais bens, durante todo o período, podemos afirmar que, no balanço levantado em 31/12/2001, o valor:

a) contábil da conta veículos era de R$ 410,00;

b) da conta depreciação acumulada de móveis e utensílios era de R$ 55,00;

c) contábil da conta máquinas e equipamentos era de R$ 200,00;

d) da conta depreciação acumulada de veículos era de R$ 410,00;

e) da conta depreciação acumulada de máquinas e equipamentos era de R$ 30,00.

RESOLUÇÃO:

Calculando as depreciações acumuladas dos bens, encontramos os seguintes valores: Caminhão: Custo de aquisição: R$ 500,00 Taxa de depreciação: 20% ao ano

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Período de depreciação: 2,5 anos = 50% da depreciação Depreciação Acumulada: R$ 250,00

Móveis e Utensílios: Custo de aquisição: R$ 100,00 Taxa de depreciação: 10% ao ano Período de depreciação: 3,0 anos = 30% da depreciação Depreciação Acumulada: R$ 30,00

Máquinas e Equipamentos: Custo de aquisição: R$ 200,00 Taxa de depreciação: 10% ao ano = 120 meses Período de depreciação: 34 meses = 27,50% da depreciação Depreciação Acumulada: R$ 55,00

Automóvel: Custo de aquisição: R$ 400,00 Taxa de depreciação: 20% ao ano Período de depreciação: 2,0 anos = 40% da depreciação Depreciação Acumulada: R$ 160,00

Assim, a resposta correta é a letra “d”, pois a soma da depreciação do caminhão e do automóvel gera um montante de R$ 410,00.

12. (AFRF/2002–A–ESAF) – A empresa Zola estava desmontando seu parque operacional e, para isto,

efetuou as seguintes operações:

a – vendeu, à vista, por R$ 3.000,00, uma máquina adquirida por R$ 4.000,00 e que já fora depreciada em 70%;

b – baixou, do acervo patrimonial, um guindaste comprado por R$ 5.000,00, já depreciado em 80%; e

c – alienou, por R$ 2.000,00, um cofre, ainda bom, com valor contábil de R$ 3.000,00, embora já depreciado em 25%.

No período, não houve incidência de correção monetária e as operações não sofreram tributação.

Considerando apenas as transações citadas, podemos dizer que a empresa Zola incorreu em:

a) custos de R$ 13.000,00;

b) custos de R$ 4.450,00;

c) lucros de R$ 550,00;

d) perdas de R$ 2.600,00;

e) perdas de R$ 200,00.

Resolução:

O valor contábil do bem na operação “a” é de R$ 1.200,00 ( 4.000 – 2.800 depreciação de 70%)

O valor contábil do guindaste é de R$ 1.000,00 (5.000 – 4.000 depreciação de 80%) O valor contábil do cofre é de R$ 3.000,00. Dessa forma, os custos totais foram de R$ 5.200,00 As receitas totais foram de R$ 5.000,00, logo houve perda de R$ 200,00, nessas operações. A alternativa correta é a letra “e”.

17) (ESAF/RECEITA/AFRF-2000) A firma Duplititus opera com vendas a prazo alternando a cobrança em carteira e em

bancos, mediante desconto de duplicatas. Em primeiro de abril mantinha as duplicatas de sua emissão no s 03, 05 e 08 em carteira de cobrança e as de no s 04, 06 e 07, descontadas no banco. Cada uma dessas letras tinha valor de face de R$ 60,00, exceto a no 07, cujo valor era R$ 70,00. Durante o mês de abril ocorreram os seguintes fatos:

- vendas a prazo com emissão das duplicatas no s 09, 10 e 11 (3x50): R$ 150,00 - vendas a vista mediante notas fiscais: R$ 200,00

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- desconto bancário das duplicatas no s 09 e 10; R$ 100,00 - recebimento em carteira das duplicatas no s 03 e 05; R$ 120,00 - devolução pelo banco da duplicata no 04, sem cobrar; R$ 60,00 - recebimento pelo banco da duplicata no 07. R$ 70,00

Com essas informações podemos concluir que, após a contabilização, o saldo final das contas Duplicatas a Receber e Duplicatas Descontadas será, respectivamente, de:

a) R$ 160,00 e R$ 330,00 b) R$ 330,00 e R$ 160,00 c) R$ 140,00 e R$ 160,00 d) R$ 200,00 e R$ 220,00 e) R$ 330,00 e R$ 220,00

Solução:

DUPLICATA A RECEBER Duplicatas nºs 03 a 08 Vendas a prazo “Duplicatas nºs 09, 10 e 11” Recebimento das Duplicatas nºs 03 e 05 Recebimento da Duplicata nº 07

370,00 150,00

120,00 70,00

Total 520,00 190,00 Saldo 330,00

DUPLICATA DESCONTADAS Duplicatas nºs 04, 06 e 07 Duplicatas nºs 09, 10 Devolução pelo Banco da Duplicata nº 04 Recebimento da Duplicata nº 07

60,00 70,00

190,00 100,00

Total 130,00 290,00 Saldo 160,00

Atenção! Na operação de desconto de duplicatas o valor de duplicatas a receber não sofre qualquer

alteração. A baixa é realizada somente por ocasião do efetivo recebimento (pagamento), quer a duplicatas estejam em carteira de cobrança ou descontadas no banco. Também se dará baixa no caso de perdas, quando as duplicatas se tornarem definitivamente e comprovadamente incobráveis.

Duplicatas descontadas são contas de natureza credora e têm como contrapartida a conta Bancos.

A conta Duplicatas Descontadas é debitada pelo pagamento ou quando o banco devolve as duplicatas sem que tenham sido quitadas.

Alternativa correta letra “B”.

19. (ESAF/AFC/SFC–1996) Os saldos das contas duplicatas a receber e duplicatas descontadas, em

31/12/1995, eram, respectivamente, de R$ 1.000,00 e R$ 600,00.

No mês de janeiro de 1996, registraram-se os seguintes fatos, em R$: – desconto de duplicatas em bancos: 2.500,00; – duplicatas descontadas devolvidas pelo banco, sem cobrança: 300,00; – recebimento de duplicatas em carteira: 800,00; – recebimento de duplicatas descontadas em bancos: 1.500,00;

– vendas a prazo: 4.000,00; – vendas à vista: 2.000,00.

O saldo da conta duplicatas a receber, em 31 de janeiro de 1996, é de: a) R$ 1.400,00; d) R$ 2.900,00;

b) R$ 2.400,00; e) R$ 4.200,00.

c) R$ 2.700,00;

Resolução: Interessa-nos a conta duplicatas a receber, visto que o fato de haver desconto de duplicatas

não alterar o saldo de duplicatas a receber.

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CURSO ON-LINE – CONTABILIDADE P/ POLÍCIA FEDERAL – AGENTE E ESCRIVÃO PROFESSORES: VELTER E MISSAGIA

O saldo inicial da conta foi de R$ 1.000,00. Durante o mês foram realizadas vendas a prazo

no valor de R$ 4.000,00. Houve o recebimento de duplicatas em carteira, isto é, os clientes foram à empresa e efetuaram o pagamento no valor de R$ 800,00 e o recebimento de duplicatas descontadas no valor de R$ 1.500,00.

Fatos Duplicatas a Receber

Saldo inicial 1.000,00

Vendas a prazo no período 4.000,00

Recebimento em carteira 800,00

Recebimento pelo banco 1.500,00

Saldo 2.700,00

Resposta correta letra “C”.

21. (ESAF/AFTN–1994/setembro) O saldo, em 01/06/1993, da conta duplicatas a receber era de R$ 45,00.

No mês de junho, ocorreram os seguintes fatos:

– vendas a prazo: R$ 190,00;

– vendas à vista: R$ 240,00;

– recebimento de duplicatas: R$ 30,00;

– desconto de duplicatas, no Banco Segurança: R$ 110,00;

– recebimento duplicatas, pelo Banco Segurança: R$ 90,00.

Considerando que o Banco devolveu, sem cobrar, duplicatas descontadas no valor de R$ 20,00, podemos afirmar que o saldo da conta duplicatas a receber, em 30/06/1993, era de:

a) R$ 355,00;

b) R$ 95,00;

c) R$ 235,00;

d) R$ 135,00;

e) R$ 115,00.

Resolução: O saldo inicial de duplicatas a receber era de R$ 45,00. Durante o mês foram feitas vendas a

prazo no valor de R$ 190,00. Assim, o valor que poderia ser recebido nesta rubrica era de R$ 235,00 (45 + 190). Houve o recebimento de duplicatas no valor de R$ 30,00. Restam duplicatas a receber no valor de R$ 205,00.

O desconto de duplicatas não interfere no saldo de duplicatas a receber, porém o recebimento de duplicatas pelo banco e a devida comunicação à empresa desse recebimento enseja o registro da baixa de duplicatas a receber e de duplicatas descontadas. Como o banco recebeu duplicatas no valor de R$ 90,00, devemos dar baixa desse valor em duplicatas a receber, logo o saldo final desta conta será de R$ 115,00.

Resposta correta letra “E”.

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