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    AULA 5 PROVA BUSCA E APREENSO

    Caros alunos,

    Hoje continuaremos com o tema testemunha, tratando de importantes pontos queconstantemente so exigidos pelo CESPE.

    Falaremos tambm do reconhecimento de pessoas e coisas, acareaes, provadocumental, indcios e, para fechar com chave de ouro, trataremos do tpico Busca eApreenso.

    Antes de comearmos, tenha certeza de que os conceitos transmitidos na aula passadaesto bem consolidados, pois isso que garantir um entendimento correto etranquilo do que est por vir.

    Percebam que os assuntos acabam se relacionando e, devido similaridade de algunsitens, importante assimilar bem para no fazer confuso na hora da prova.Iniciaremos seguindo a numerao da ltima aula a fim de facilitar a organizao.

    Dito isto, vamos subir mais um importante degrau rumo to esperada aprovao!

    Bons estudos!

    ****************************************************************************************************

    5.4 PROVA TESTEMUNHAL

    5.4.7 A CONTRADITA E A ARGUIO DE DEFEITO

    Imaginemos que Tcio ru em um processo penal. Em determinado momento,quando do depoimento de uma testemunha considerada chave pela acusao,percebe que o depoente o padre da igreja que freqenta, o qual recentementeouvira sua confisso. Neste caso, como Tcio poder impedir que aquelatestemunha se pronuncie sobre o ocorrido? Ser que depois de arroladas no h

    meio cabvel para tal situao?Existem no ordenamento jurdico institutos capazes de impedir o depoimento deuma testemunha. Tais instrumentos recebem o nome de contradita e argio dedefeito e nada mais so que formas processuais adequadas para argir a suspeioou a inidoneidade da testemunha.

    Mas e se Tcio tivesse arrolado a testemunha (o citado padre), pode ele impedir suaparticipao no processo?

    A resposta positiva, pois a testemunha poder ser contraditada ou argida porqualquer das partes, inclusive pela parte que a arrolou.

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    Veja-se a respeito o art. 214:

    Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes podero contraditar

    a testemunha ou argir circunstncias ou defeitos, que a tornemsuspeita de parcialidade, ou indigna de f. O juiz far consignar acontradita ou argio e a resposta da testemunha, mas s excluir a

    testemunha ou no Ihe deferir compromisso nos casos previstos nosarts. 207 e 208.

    Art. 207. So proibidas de depor as pessoas que, em razo de funo,ministrio, ofcio ou profisso, devam guardar segredo, salvo se,desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aosdoentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos,nem s pessoas a que se refere o art. 206.

    Vamos agora tratar destes dois institutos:

    5.4.7.1 CONTRADITA

    A contradita encontra relao direta com a testemunha, mas nos aspectosrelacionados com situaes legais. Aqui no se contesta o que foi dito e simquem vai dizer, com base nos preceitos da lei. Assim, podemos resumir que acontradita deve ser utilizada:

    1. Em relao testemunha que no deva prestar compromisso(art. 208 do CPP): So os doentes mentais, os menores dequatorze anos e as pessoas enumeradas no art. 206 do CPP

    (cnjuge, ascendentes, descendentes, irmos e afins em linha reta

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    do ru). Acolhida, em relao a eles, a contradita, o efeito seremdispensados do compromisso.

    2. Em relao pessoa que seja proibida de depor (art. 207 doCPP): So aquelas que tm cincia do fato em razo da funo,profisso, ofcio ou ministrio como o advogado, o padre, opsiclogo, etc. Acolhida, neste caso, a impugnao, o efeito serexcluda a testemunha, vale dizer, no deve ser tomado o seudepoimento pelo juiz.

    Mas em que momento do processo ser possvel a contradita?

    A contradita deve ser levantada logo aps a qualificao da testemunha,podendo ser argida at o momento imediatamente anterior ao incio dodepoimento. Iniciado este, estar preclusa a faculdade de contraditar a

    testemunha.Perceba, caro aluno, que feita a contradita, surgir para o Magistrado asseguintes opes:

    1. No caso do artigo 206 Consultar com a prpria testemunhase ela deseja ser ouvida.

    Art. 206. A testemunha no poder eximir-se da obrigao dedepor. Podero, entretanto, recusar-se a faz-lo o ascendenteou descendente, o afim em linha reta, o cnjuge, ainda quedesquitado, o irmo e o pai, a me, ou o filho adotivo doacusado, salvo quando no for possvel, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstncias.

    2. No caso do artigo 207 Excluir a testemunha.

    Art. 207. So proibidas de depor as pessoas que, em razo defuno, ministrio, ofcio ou profisso, devam guardar segredo,salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o

    seu testemunho.

    3. No caso do artigo 208 Ouvir a testemunha semcompromisso.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14(quatorze) anos, nem s pessoas a que se refere o art. 206.

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    4. Demais hipteses Prossegue normalmente o depoimento,valorando o mesmo (valor da prova) de acordo com ascircunstncias da situao.

    5.4.7.2 ARGUIO DE DEFEITO

    Existem determinadas situaes que no esto claramente presentes nossupracitados artigos do CPP, mas que podem tornar a testemunha indigna de fou suspeita de parcialidade.

    Exemplos de casos que justificariam essa forma de impugnao consistiriam naamizade ntima ou na inimizade capital com qualquer dos envolvidos no fatodelituoso, o parentesco com a vtima, a circunstncia de responder a processocriminal por fato anlogo etc.

    Temos aqui, diferenciando da contradita, casos que no impedemnecessariamente o depoimento das testemunhas (pois no abrangidas pelo art.207 do CPP) e tampouco a prestao de compromisso (pois no referidas no art.208 do CPP), mas que devem ser consignados no termo de audincia para quepossam ser considerados pelo juiz ao proferir a sentena.

    Do exposto, podemos esquematizar:

    No quero a

    testemunha.Tem soluo?

    CONTRADITA

    ARGUIO

    DE DEFEITO

    Pessoas proibidasde depor.

    (ART. 207)

    Pessoas que

    devero depor,

    mas sem

    compromisso.

    (ART. 208)

    Pessoas com

    interesse ou

    ligao direta

    com o processo

    ou com uma daspartes. Indcios

    de parcialidade.

    Exemplo:Padre / Pastor

    Advogado

    Exemplo:

    Menores de 14

    anos / Doentes

    Mentais / Art.

    206

    Exemplo:

    Parentes da

    vtima /

    Inimigo ntimo

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    5.4.8 NMERO MXIMO DE TESTEMUNHAS

    O nmero de testemunhas varia com o tipo de procedimento.

    Mas professor, eu tenho que ter conhecimento dos ritos procedimentais?.Para a sua PROVA, no importa o conhecimento dos ritos procedimentais, mas tosomente dos aspectos pertinentes matria que agora apresentaremos.

    Como regra geral:

    Para a Acusao O nmero definido segundo a quantidade de fatos imputados,independentemente de quantos sejam os acusados.

    Para exemplificar, no procedimento comum ordinrio, o Ministrio Pblico pode arrolarat oito testemunhas para apurao de um crime de roubo, no tendo relevncia aquise a denncia atribui o delito a um ou vrios agentes. Diferentemente, se a denncia

    estiver imputando dois crimes de roubo ao mesmo ou vrios agentes, o nmero detestemunhas ser de, no mximo, dezesseis.

    Para a Defesa Leva-se em considerao no apenas o nmero de fatos, comotambm o nmero de rus.

    Exemplo: Dois rus acusados da prtica de um roubo tero o direito de arrolar, cadaum, oito testemunhas, totalizando dezesseis, ainda que possuam o mesmo defensor. Omesmo nmero ser facultado para o caso de um s ru responder por dois crimes deroubo. No entanto, se dois rus respondem a dois crimes de roubo, o nmero mximopermitido ser de trinta e duas testemunhas, isto , oito para cada fato atribudo a cadaru.

    Agora, o mais IMPORTANTE PARA SUA PROVA:

    NOOSECOOMMPPUUTTAARRO NNO NNMMERO MMXXIMMOPEERRMMIITIDDOO AASS

    TTEESSTTEEMMUUNNHHAASS RREEFFEERRIIDDAASS,, AASS NNOO CCOOMMPPRROOMMIISSSSAADDAASS,, AASS

    JJUUDDIICCIIAAIISS EE AASS QQUUEE NNAADDAA SSOOUUBBEERREEMM QQUUEE IIMMPPOORRTTEE

    DDEECCIISO DDA CCAAUUSA.

    Observao: A ttulo de conhecimento (no sendo necessrio decorar para suaPROVA):

    a) Oito testemunhas:

    I) Procedimento comum ordinrio (art. 401, 1o).

    II) Procedimento do jri (art. 406, 2o e 3o).

    III) Procedimento dos crimes de responsabilidade de funcionrio pblico (art.518).

    IV) Procedimento dos crimes contra a honra (art. 519).

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    V) Procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial (art. 524).

    VI) Procedimento dos crimes de competncia dos tribunais regionaisfederais e tribunais superiores (Lei n. 8.038/90, art. 9).

    VII) Procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena mximaigual ou superior a 4 anos.

    b) Cinco testemunhas:

    I) Procedimento comum sumrio (art. 532).

    II) Procedimento dos crimes falimentares (Lei n. 11.101/05, art. 185 c/c art.532 do CPP).

    III) Procedimento dos juizados especiais criminais (analogia com o art. 532).

    IV) Procedimento previsto na lei de drogas (Lei n. 11.343/06, arts. 54 e 55 1o).

    V) Procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena mximainferior a 4 anos.

    c) Trs testemunhas:

    I) Procedimento do crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65, art. 2,pargrafo nico).

    5.4.8 FALSO TESTEMUNHO

    J tratamos de forma geral deste tema na aula anterior. Agora vamos relembraralguns pontos e, posteriormente, esmiuar a matria.

    O Cdigo de Processo Penal, no Captulo "Das Testemunhas", exige "a promessade dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado", ou seja, a testemunhaprestar o compromisso de dizer somente o que verdico (CPP. Art. 203).

    Mas como no direito no pode haver determinao sem a correspondente punio, oCdigo Penal, em seu artigo 342, define o delito de falso testemunho:

    Art. 342. Fazer afirmao falsa, ou negar ou calar a verdade, comotestemunha, perito, contador, tradutor ou intrprete em processo judicial,ou administrativo, inqurito policial, ou em juzo arbitral:

    Pena - recluso, de 1(um) a 3(trs) anos, e multa.

    Agora, caro Concurseiro, eu pergunto: So todas as testemunhas que ao mentiremincidiro no tipo penal acima apresentado?

    Para responder a este questionamento, temos que relembrar que existem trs tiposprincipais de pessoas relativas testemunha. A primeira a pessoa que tem

    obrigao de depor (CPP. Art. 206), a segunda a pessoa proibida de depor (CPP.

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    art. 207) e a terceira so as pessoas que podem recusar prestar depoimento, masse prestaremno estaro sujeitas ao compromisso (CPP. Art. 206).

    Com relao s testemunhas que prestam o compromisso, no h dvida quepodero responder pelo crime de falso testemunho, mas e as que no prestam?Podero mentir deliberadamente e, em alguns casos, condenar um inocente semnenhuma penalizao?

    claro que a resposta s pode ser negativa, pois, conforme j vimos, ajurisprudncia majoritria vem entendendo que o crime de falso testemunhoindepende de ter sido a testemunha compromissada ou no, j que o art. 342 doCP, ao tipific-lo, no exige esta circunstncia como elementar.

    Isso ocorre porque o compromisso no tem sido mais considerado, propriamente,como a obrigao de falar a verdade, relegado, isto sim, condio de sinalincorporado ao depoimento para que o juiz, no momento da prolao da sentena,possa valor-lo adequadamente.

    5.4.8.1 PROVIDNCIAS JUDICIAIS EM CASO DE FALSO TESTEMUNHO

    Reza o Art. 211 do CPP:

    Art. 211 Se o juiz, ao pronunciar sentena final, reconhecerque alguma testemunha fez afirmao falsa, calou ou negou averdade, remeter cpia do depoimento autoridade policialpara a instaurao de inqurito.

    Quando o falso testemunho ocorre em uma audincia, o CPP determina que ojuiz encaminhe cpia do depoimento falso autoridade policial ou ao MinistrioPblico a fim de ser instaurado o inqurito.

    Perceba que o Cdigo estabelece essa obrigao ao magistrado no momentoem que pronunciar a sentena final. Mas, e se antes da sentena final ocorre aretratao da testemunha? Segundo entendimento dominante, se a testemunhase retrata o crime de falso testemunho deixa de ser punvel.

    E se a retratao ocorre depois de proferida a sentena final? Segundo ajurisprudncia dominante, uma vez proferida a deciso de primeiro grau, esgota-se a possibilidade de eliso do crime de falso pela retratao posterior, ainda quese trate de deciso no transitada em julgado.

    Observao: Alguns autores e at mesmo alguns tribunais entendem apossibilidade da ao referente ao delito de falso testemunho ter incio somenteaps a sentena final. Esse no o entendimento adotado pelo CESPE, pois abanca segue o STF e o STJ , observe:

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    Ainda no art. 211, vamos tratar agora de regra especial trazida pelo pargrafonico:

    Art. 211[...]

    Pargrafo nico. Tendo o depoimento sido prestado emplenrio de julgamento, o juiz, no caso de proferir deciso naaudincia (art. 538, 2), o tribunal (art. 561), ou o conselhode sentena, aps a votao dos quesitos, podero fazerapresentar imediatamente a testemunha autoridade policial.

    Observe que o legislador utiliza a expresso plenrio de julgamento, mas qual averdadeira abrangncia que quis impor a este dispositivo?

    Tendo em vista que logo aps se referir a plenrio de julgamento, refere-se oartigo deciso do juiz na audincia referida no art. 538, 2.(j revogado); aoacrdo do Tribunal na sesso referida no revogado art. 561 e ao veredicto doconselho de sentena (corpo de jurados), podemos concluir que o legislador tevepor inteno utilizar em sentido amplo tal expresso, abrangendo:

    a) O reconhecimento do crime de falso testemunho por ocasio dasentena proferida em qualquer audincia presidida pelo juiz

    singular O 2. do art. 538 do CPP foi revogado pela Lei 11.719/2008.Desta revogao, considera-se que no foi modificada a norma do art. 211do CPP. Sendo assim, a 1. parte deste dispositivo (...o juiz, no caso deproferir deciso na audincia...) deve ser aplicada, na atualidade, aqualquer hiptese procedimental na qual venha o magistrado a proferirsentena em audincia, procedimento da Lei de Drogas (art. 58 da Lei11.343/2006), procedimento comum (art. 403 do CPP, alterado pela Lei11.729/2008), procedimento dos juizados especiais criminais (art. 81 daLei 9.099/1995) etc. Neste momento, reconhecendo ter sido prestadodepoimento falso, dever o juiz fazer apresentar a testemunha faltosa autoridade policial.

    No imprescindvel a sentena, no feitoprincipal, para o incio da ao penal por crime de

    falso testemunho, ainda que se faa a ressalva deque a deciso sobre o perjrio no deve preceder do feito principal (STJ , HC 73.059/SP, DJ29.06.2007).

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    b) O reconhecimento do crime de falso testemunho por ocasio dadeciso do Tribunal proferida na sesso prevista no art. 561 do CPP,relativa ao julgamento dos crimes de competncia originria dosTribunais (julgamento de Prefeitos, Juzes etc) Prejudicada,

    absolutamente, esta regra. Isso porque revogado o art. 561 do CPP, queestabelecia para os julgamentos em foro privilegiado rito semelhante aoatual sumrio.

    c) O reconhecimento do crime de falso testemunho pelos jurados, porocasio da deciso dos julgamentos afetos ao Tribunal do Jri Ahiptese pressupe depoimento falso prestado em plenrio de julgamentoperante os jurados. Nessa hiptese, sendo o caso, o juiz, logo apsquesitar os jurados quanto ao crime doloso contra a vida (e eventuaisconexos), dever formular quesito especfico ao Conselho de Sentena,

    indagando-lhe se a testemunha fulana de tal, ao afirmar... (referncia afirmao tida como mentirosa)... prestou falso testemunho. Afirmativa aresposta, dever o magistrado, luz do art. 211, pargrafo nico, fazerapresentar a testemunha polcia, intuindo-se assim como referidoalhures, que o seja para lavratura do flagrante.

    5.4.9 PRECATRIAS

    Imaginemos que Caio reside em So Paulo e foi arrolado como testemunha no Rio

    de J aneiro. Caio ter que se deslocar para a Cidade Maravilhosa a fim de prestar odepoimento?

    Se no, como vai ser feito, atravs de MSN, Orkut, Twitter...?

    Claro que no, ser utilizada a carta precatria, cabendo a oitiva ao juiz de suaresidncia. Tal disposio encontra amparo no CPP:

    Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdio do juiz serinquirida pelo juiz do lugar de sua residncia, expedindo-se, para essefim, carta precatria, com prazo razovel, intimadas as partes.

    1o A expedio da precatria no suspender a instruo criminal.

    2o Findo o prazo marcado, poder realizar-se o julgamento, mas, atodo tempo, a precatria, uma vez devolvida, ser junta aos autos.

    O artigo 222, 1. e 2., do Cdigo de Processo Penal, expressamente prev que aexpedio da precatria no tem o condo de suspender o curso da instruocriminal e que, findo o prazo assinado para o cumprimento da deprecata, poder serdado prosseguimento ao feito, inclusive com a realizao do julgamento. Mas e se odepoimento por precatria no chegar at o julgamento e o indivduo for condenado,

    poder ensejar tal fato a nulidade processual? A resposta nos dada pelo STF queentende pelo no cabimento de qualquer nulidade:

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    Finalizando, importante citar que deixa claro o pargrafo segundo que uma vezdevolvida a precatria, necessariamente esta ser juntada aos autos.

    5.4.9.1 INTIMAO DAS PARTES

    No final do artigo 222 fica clara a necessidade da intimao das partes para aexpedio da precatria. Agora pergunto, ser necessria tambm a intimaoquanto data da realizao da audincia no juzo deprecado?

    A resposta negativa, ou seja, SUFICIENTE A INTIMAO COM RELAO EXPEDIO DA PRECATRIA. Tal entendimento, diante dos diversosquestionamentos, encontra-se sumulado pelo STJ . Observe:

    SMULA DO STJ N 273: INTIMADA A DEFESA DA EXPEDIO DA CARTA

    PRECATRIA, TORNA-SE DESNECESSRIA INTIMAO DA DATA DA

    AUDINCIA NO JUZO DEPRECADO.

    Mas e se as partes no forem intimadas, ocasionar nulidade processual? Aqui aresposta encontrada na smula 155 do STF, que assenta o entendimento deque gera nulidade relativa, ou seja, s anula se for argido a falha processual emmomento oportuno. Veja:

    SMULA DO STF N 155: RELATIVA A NULIDADE DO PROCESSO CRIMINAL

    POR FALTA DE INTIMAO DA EXPEDIO DE PRECATRIA PARA

    INQUIRIO DE TESTEMUNHA.

    5.4.9.2 VIDEOCONFERNCIA

    Ainda no artigo 222 temos importante regra instituda no pargrafo 3:

    3o Na hiptese prevista no caput deste artigo, a oitiva detestemunha poder ser realizada por meio devideoconferncia ou outro recurso tecnolgico de transmissode sons e imagens em tempo real, permitida a presena dodefensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a

    realizao da audincia de instruo e julgamento.

    A expedio da precatria no suspender a instruocriminal, ou seja, possvel a prolao de sentenaantes da devoluo da precatria, sem que tal ato

    importe em cerceamento de defesa (STF, AI 747.537,DJ 01.02.2010).

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    O legislador inseriu no CPP importante instrumento de colheita de prova oral,possibilitando ao prprio Magistrado que conduz o processo penal, inclusiveno curso da audincia de instruo e julgamento, questionar fatos doprocesso testemunha que esteja fora de sua jurisdio. Este dispositivobusca evitar situaes em que um J uiz, que muitas vezes no tem nemconhecimento dos autos, inquira testemunha pelo simples fato de ela estarem sua rea de jurisdio.

    Do exposto, podemos esquematizar:

    PROCESSO EMSO PAULO

    TESTEMUNHA

    NO RIO DE

    JANEIRO

    DEMOROU PARA

    DEVOLVER

    PROSSEGUE

    NORMALMENTE OPROCESSO!

    MAS NO TEM COMO

    SER MAIS RPIDO?

    SIM, POR

    VIDEOCONFERNCIA.

    JUZO DEPRECANTE JUZO DEPRECADO

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    5.4.10 TESTEMUNHO DOS MILITARES, FUNCIONRIOS PBLICOS E PRESOS

    MILITARES Devero ser requisitados autoridade superior. Se orequisitado no comparecer, nova solicitao deve ser feita. Se novamenteno atender o superior, ser intimado para que apresente o subordinado sobpena de desobedincia.

    Art. 221

    [...]

    2o Os militares devero ser requisitados autoridade superior.

    FUNCIONRIO PBLICO Dever ser intimado pessoalmente comoqualquer outro indivduo, devendo, entretanto, haver comunicaoconcomitante ao Chefe da Repartio. Caso este no seja informado, ointimado no precisar comparecer.

    Art. 221

    [...]

    3o Aos funcionrios pblicos aplicar-se- o disposto no art. 218,devendo, porm, a expedio do mandado ser imediatamente

    comunicada ao chefe da repartio em que servirem, com indicao dodia e da hora marcados.

    PRESO Ser intimado pessoalmente, mas o diretor do estabelecimentodever ser comunicado.

    5.4.11 FORMULAO DE PERGUNTAS PELAS PARTES

    Este um importante ponto a ser tratado, principalmente para quem estudouprocesso penal antes do advento da Lei n 11.690/2008. Isto porque, at bem poucotempo, adotava-se no nosso pas o chamado sistema PRESIDENCIALISTA, no quals o J uiz poderia se dirigir testemunha. Desta forma, as partes formulavam asperguntas, passavam para o Magistrado e este questionava o depoente.

    Bom, no que este procedimento importa para voc??? EM ABSOLUTAMENTENADA, pois no mais vlido...Mas como no Direito nada absoluto, serve em umaspecto, para que voc, caro aluno, tome muito cuidado com questes de concursosanteriores que tratem do tema. Nestas questes, esta regra ultrapassada poderestar constando como correta.

    Hoje em dia, as partes se dirigem diretamente testemunha, conforme preceituadono artigo 212 do CPP:

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    Art. 212. As perguntas sero formuladas pelas partes diretamente testemunha, no admitindo o juiz aquelas que puderem induzir aresposta, no tiverem relao com a causa ou importarem na repetiode outra j respondida.

    Mas o fato de se dirigirem diretamente testemunha quer dizer que o juiz ter queaceitar qualquer pergunta?

    Como fica claro no texto legal, nem todas as perguntas precisaro ser aceitas peloMagistrado.

    Exemplo: Imagine que Tcio faz uma pergunta Mvia, testemunha, no seguinte

    teor: E, ai... Vai fazer alguma coisa esta noite?. Como no tem relao com acausa, pode no ser admitida.

    Outra situao a que Mvio, promotor pblico, comea a perguntar para atestemunha: ELE MATOU? TEM CERTEZA? MATOU OU NO MATOU? ELEMATOU? OUTRA PERGUNTA...ELE MATOU?...MAIS UMA...ELE MATOU, OUNO?. Promotor chato!!! Perguntas repetidas que j foram respondidas no soadmitidas.

    E, por fim, Caio, advogado da defesa, pergunta: Mvia, voc sabe que seu filhoest com srios problemas e est na dependncia deste julgamento para se livrar.Dito isto, voc no pode afirmar que viu o indivduo com roupa preta naquele

    galpo? Este um exemplo claro de pergunta que no pode ser aceita, pois induzuma resposta.

    5.4.10 PROCEDIMENTOS

    Finalizando o assunto, vamos traar os principais procedimentos, colocando-os emuma ordem lgica a fim de concatenar as idias. Observe:

    a) Comparecendo para depor, ser a testemunha identificada.b) Identificada, dever prestar compromisso, salvo as excees tipificadas em lei,e ser advertida da possibilidade de incidir no delito de falso testemunho.

    c) Em seguida, as partes podero fazer uso da argio de defeito e, ainda,contraditar a testemunha.

    d) Posteriormente, as testemunhas, sero inquiridas pelo juiz.

    e) Aps, ser o momento das perguntas efetuadas pelas partes dentro do sistemacross examination. As partes reperguntaro diretamente testemunha (direct ecross examination pergunta direta por quem arrolou e cruzada pela partecontrria), sem intermediao judicial, mas sob sua fiscalizao, facultando-se ao

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    juiz, na dvida sobre algum ponto obscuro ou a ser esclarecido, formular outrasperguntas, como ltimo passo.

    f) Se o juiz verificar que a presena do ru poder causar humilhao, temor ousrio constrangimento testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique averdade do depoimento, far a inquirio por videoconferncia e, somente naimpossibilidade dessa forma, determinar a retirada do ru, prosseguindo nainquirio com a presena do seu defensor.

    ****************************************************************************************************

    FUTURO(A) POLICIAL, MUITO BOM!!! AQUI VOCACABA DE FINALIZAR MAIS UM IMPORTANTE TEMA

    RUMO TO SONHADA APROVAO. SE A PROVA

    EST CHEGANDO, VOC TAMBM EST

    ADQUIRINDO MAIS E MAIS CONHECIMENTO E ISSO QUE FAR A DIFERENA NO DIA DE COLOCAR

    O ESFORO EM PRTICA. DITO ISTO, RESPIREFUNDO, RECARREGUE AS SUAS ENERGIAS E

    VAMOS LUTA COM MAIS UM ASSUNTO!!! BONS

    ESTUDOS!!!

    ****************************************************************************************************

    5.5 RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

    O Cdigo de Processo Penal, em seus artigos 226 ao 228, trata do reconhecimento depessoas e coisas, isto , regula o procedimento adequado para o reconhecimento doacusado, do ofendido, da testemunha e de objetos.

    Segundo o Professor Fernando Capez, meio processual de prova, eminentementeformal, pelo qual algum chamado para verificar e confirmar a identidade de umapessoa ou coisa que lhe apresentada com outra que viu no passado.

    5.5.1 RECONHECIMENTO DE PESSOAS

    Dispe o CPP:

    Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento depessoa, proceder-se- pela seguinte forma:

    1. A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento ser convidada a descrever a

    pessoa que deva ser reconhecida

    Imaginemos que Mvio comparece parafazer um reconhecimento e diz: O acusado tinha 1,54, cabelos pretos e olhos

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    pretos. No momento do reconhecimento, aponta para um indivduo de 1,94,cabelos ruivos e olhos verdes. Neste caso, como houve uma descrio prviaque no condiz com o reconhecimento, este poder no ser aceito.

    2. A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, ser colocada, se possvel, aolado de outras que com ela tiverem qualquer semelhana, convidando-sequem tiver de fazer o reconhecimento a apont-la Existe muita divergnciajurisprudencial quanto expresso se possvel. Uns entendem que o sepossvel est se referindo necessidade de semelhana. Outros, quanto obrigao de colocar o indivduo a ser reconhecido ao lado de outraspessoas. Para a prova, devemos adotar o entendimento do STJ , o qual noreconhece ilegalidade quando o ru colocado sozinho para ser reconhecido.Observe:

    3. Se houver razo para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento,por efeito de intimidao ou outra influncia, no diga a verdade em face dapessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciar para que estano veja aquela Regra importante que visa preservar a testemunha e,consequentemente, a lisura do ato. Observe, entretanto, que o pargrafonico do art. 226 dispe:

    Art. 226

    [...]

    Pargrafo nico. O disposto no no III deste artigo no teraplicao na fase da instruo criminal ou em plenrio dejulgamento.

    STJ, HC 7.802/RJ 1998/0057686-0

    PROCESSUAL PENAL. HC. RECONHECIMENTO. RUPOSTO SOZINHO. PRISO PREVENTIVA.MANUTENO. DESNECESSIDADE DE NOVAFUNDAMENTAO. DECRETO NO JUNTADO AOSAUTOS. CONDIES PESSOAIS FAVORVEIS.IRRELEVNCIA. ORDEM DENEGADA.

    I. No se reconhece ilegalidade no posicionamento doru sozinho para o reconhecimento, pois o art. 226, inc.II, do CPP, determina que o agente ser colocado aolado de outras pessoas que com ele tiverem qualquersemelhana "se possvel", sendo tal determinao,portanto, recomendvel mas no essencial.

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    Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se- com as cautelasestabelecidas no artigo anterior, no que for aplicvel.

    5.5.3 SEPARAO DE PESSOAS

    Finalizando este tema, dispe o Cdigo de Processo Penal que se vrias forem aspessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada umafar a prova em separado, evitando-se qualquer comunicao entre elas.

    5.6 ACAREAES

    Caro concurseiro, imagine a seguinte situao: Tcia no foi na festa de um amigo, masseu namorado Mvio foi.

    No dia seguinte, Tcia resolve procurar saber, atravs de amigas, como Mvio secomportou.

    Uma amiga diz para Tcia que o viu com uma loira, outra diz que o viu com umamorena, e uma terceira jura de p junto que ele estava sozinho o tempo todo.

    Diante desta intrigante situao, Tcia resolve colocar frente a frente as trs amigas e onamorado a fim de extrair a verdade. O que temos??? UMA ACAREAO!!!

    Acareao (tambm denominada de confrontao ou acareamento) um meio de prova

    previsto expressamente no Cdigo de Processo Penal, disciplinado nos arts. 229 e 230e tambm referido no art. 6., VI, segunda parte.

    A palavra vem do verbo acarear que significa, segundo Aurlio, "pr cara a cara, oufrente a frente" e consiste em submeter testemunhas, acusados e vtimas a novasinquiries, desta vez em relao a pontos divergentes detectados em seus anterioresdepoimentos e que digam respeito a fatos e circunstncias relevantes para a causa, ouseja, que possam, em tese, concorrer diretamente para a condenao ou absolvio doacusado e, no caso de condenao, para a maior ou menor gravidade penal.Pressupe, portanto, um anterior depoimento de uma daquelas pessoas, bem como aconstatao de contradies, no todo ou em parte, das respectivas declaraes.

    5.6.1 SUJEITOS DA ACAREAO

    Segundo o CPP, em seu artigo 229, podem ser acareados os acusados, astestemunhas e os ofendidos. Observe:

    Art. 229. A acareao ser admitida entre acusados, entre acusado etestemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e apessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem,em suas declaraes, sobre fatos ou circunstncias relevantes.

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    Pargrafo nico. Os acareados sero reperguntados, para queexpliquem os pontos de divergncias, reduzindo-se a termo o ato deacareao.

    Sendo assim, de acordo com o CPP, temos as seguintes possibilidades deacareao:

    1. ACUSADO X TESTEMUNHA

    2. TESTEMUNHA X TESTEMUNHA

    3. TESTEMUNHA X OFENDIDO

    4. OFENDIDO X OFENDIDO

    5. ACUSADO X ACUSADO6. ACUSADO X OFENDIDO

    5.6.2 ACAREAO ATRAVS DE CARTA PRECATRIA

    Observe como o cdigo trata do tema:

    Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declaraes divirjamdas de outra, que esteja presente, a esta se daro a conhecer os pontos

    da divergncia, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Sesubsistir a discordncia, expedir-se- precatria autoridade do lugaronde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declaraesdesta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bemcomo o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligncia,ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida paraa testemunha presente. Esta diligncia s se realizar quando noimporte demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente.

    Se um dos sujeitos da acareao (e no somente a testemunha, como deixa

    entrever o art. 230) no estiver na comarca do juzo processante, ou seja, encontrar-se ausente do local onde tramita a ao penal, a outra pessoa que est presente na

    NO H COMO OBRIGAR O ACUSADO A SUBMETER-SE

    AO PROCEDIMENTO DA ACAREAO. NADA IMPEDE,

    CONTUDO, QUE SEJAM OS RECUSANTES OBRIGADOS

    A FAZER-SE PRESENTE.

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    comarca ser notificada e informada da divergncia detectada nos doisdepoimentos, lavrando-se um auto de tudo o que ocorrer. Se persistir adiscordncia, dever ser expedida carta precatria autoridade do lugar onde seencontre o outro sujeito, devendo ser transcritas as duas declaraes nos pontos em

    que divergirem, bem como o texto daquele auto, complementando-se a dilignciacom a ouvida no J uzo deprecado do depoente ausente. Observa-se que estadiligncia no se realizar quando significar injustificada dilao processual, mas,contrariamente, apenas ser produzida quando a autoridade a entenda convenientee necessria para a descoberta da "verdade real.

    5.6 PROVA DOCUMENTAL

    Segundo o Cdigo de Processo Penal em seu artigo 232, consideram-se documentosquaisquer escritos, instrumentos ou papis, pblicos ou particulares. Este conceito,porm, atualmente, vem sendo ampliado, passando a ser considerado documento emsentido amplo (documento lato sensu) tudo aquilo que capaz de retratar umasituao.

    O conceito de documento em sentido amplo vem sendo considerado o gnero de duasespcies, quais sejam:

    INSTRUMENTO Segundo o Professor Fernando Capez, so os escritosconfeccionados j com a finalidade de provar determinados fatos. Pode ser

    pblico, quando constitudo frente a autoridade pblica (Exemplo: Instrumentopblico de procurao), ou particular.

    DOCUMENTO STRICTO SENSU (EM SENTIDO ESTRITO) todo odocumento que no foi elaborado com a finalidade de tornar-se prova em umprocesso. Sua utilizao como instrumento probatrio casual. Pode tambmser pblico ou particular.

    Do exposto, podemos esquematizar:

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    5.6.1 MOMENTO DA APRESENTAO DA PROVA DOCUMENTAL

    Os documentos, regra geral, de acordo com o CPP, podem ser apresentados emqualquer fase do processo, desde que, obviamente, no tenham sido obtidos demaneira ilcita. Observe:

    Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderoapresentar documentos em qualquer fase do processo.

    Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meioscriminosos, no sero admitidas em juzo.

    Entretanto, perceba que o artigo 231 iniciado com a expresso salvo os casosexpressos em lei. Assim, fica claro que existem excees para esta regra. Umadelas encontra-se prevista no artigo 479 do CPP, e diz respeito apresentao de

    documentao ao Tribunal do J ri. Veja:

    DOCUMENTO EM

    SENTIDO AMPLO

    DOCUMENTO EM

    SENTIDO ESTRITO

    INSTRUMENTO

    PBLICO PARTICULAR PBLICO PARTICULAR

    Procurao do ru

    para o advogado.

    Declarao firmada

    por testemunha

    Carteira de

    Identidade.

    Reportagem

    Jornalstica

    PAPEL, FILMAGEM, CD DE UDIO, DVD COM VDEOS, ETC

    CRIADO PARA SERVIR DE PROVACRIADO NO ESPECIFICAMENTEPARA SER PROVA

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    Art. 479. Durante o julgamento no ser permitida a leitura dedocumento ou a exibio de objeto que no tiver sido juntado aos autoscom a antecedncia mnima de 3 (trs) dias teis, dando-se cincia outra parte.

    Segundo a doutrina, a produo de documentos pode ser espontnea, quando aexibio, leitura ou juntada se faz pela parte no processo, ou provocada, no casoprevisto no artigo 234 do CPP:

    Art. 234. Se o juiz tiver notcia da existncia de documento relativo aponto relevante da acusao ou da defesa, providenciar,independentemente de requerimento de qualquer das partes, para suajuntada aos autos, se possvel.

    5.6.2 A UTILIZAO DA CARTA ENVIADA CONTRA O REMETENTE

    O CPP vem trazer expressamente a possibilidade da carta enviada ser utilizadacomo meio de prova. Observe:

    Art. 233

    [...]

    Pargrafo nico. As cartas podero ser exibidas em juzo pelorespectivo destinatrio, para a defesa de seu direito, ainda que no hajaconsentimento do signatrio.

    Mas quando ela poder ser usada em juzo? Em qualquer situao? E se Tcio enviauma carta para Mvio e Caio furta a carta, poder ser utilizada como prova? Vamosanalisar os possveis casos:

    CASO 01

    ENVIO DE CARTA CONFIDENCIAL DE MVIO PARA TCIO

    CARTA CONFIDENCIAL

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    CASO 02 ENVIO DE CARTA NO CONFIDENCIAL DE MVIO PARA

    TCIO

    CASO 03 ENVIO DE CARTA CONFIDENCIAL DE MVIO PARA TCIO

    E ENTREGUE POR TCIO PARA CAIO

    CASO 04 ENVIO DE CARTA NO CONFIDENCIAL DE MVIO PARA

    TCIO E ENTREGUE POR TCIO PARA CAIO:

    CARTA CONFIDENCIAL

    CARTA CONFIDENCIAL

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    5.7 INDCIOS

    O conceito de indcio encontrado no artigo 239 do CPP nos seguintes termos:

    Art. 239. Considera-se indcio a circunstncia conhecida e provada,que, tendo relao com o fato, autorize, por induo, concluir-se aexistncia de outra ou outras circunstncias.

    O professor Fernando Capez conceitua indcio como toda circunstncia conhecida eprovada, a partir da qual, mediante raciocnio lgico, pelo mtodo indutivo, obtm-se aconcluso sobre um outro fato. A induo parte do particular e chega ao geral. Assim,nos indcios, a partir de um fato conhecido, deflui-se a existncia do que se pretende

    provar.

    5.7.1 CONTRAINDCIOS

    Imagine que em um processo existe o indcio de que Tcio estava no local do delito,pois foi encontrada sua carteira de identidade. Tcio, buscando evitar suacondenao, apresenta um libi (Mvio) e este confirma que estava com Tcionaquele dia e hora. Neste caso, o acusado apresentou um contraindcio buscandoinvalidar os indcios inicialmente colhidos.

    5.7.2 PRESUNES

    No podemos confundir o conceito de presuno com indcios. As presunes soestabelecidas pela prpria lei e no decorrem de um efeito lgico como nos indcios.Para exemplificar bem a diferena, imaginemos que Mvio, maior, tem relaessexuais com Tcia de 13 anos. Neste caso, h um indcio ou uma presuno decrime contra a liberdade sexual? H uma presuno, pois a lei define que h,independentemente do que for alegado por Tcia ou Mvio.

    importante ressaltar que as presunes podem ser relativas ou absolutas. Asdizemos relativas quando comportam prova em contrrio e absolutas quando teroque ser aceitas sem questionamentos. Exemplificando, a inimputabilidade do menorde 18 anos uma presuno ABSOLUTA, diferentemente a do maior de 18 anos,por doena mental, por exemplo, que relativa, comportando prova em contrrio.

    5.8 BUSCA E APREENSO

    O vocbulo "busca" indica o ato ou o efeito de procurar algo que se pretende encontrar.

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    A palavra "apreenso" designa o ato ou o efeito de segurar, agarrar, pegar, prender,apropriar judicialmente de alguma coisa ou pessoa. Destarte, a busca e apreensopode ser inicialmente conceituada como uma providncia jurdica de procura de coisasou pessoas a serem apropriadas em virtude de ordem emanada de algum rgo

    jurisdicional.Nas palavras de GARRIDO DE PAULA, a busca e apreenso consiste noassenhoramento de coisa ou pessoa a ser encontrada, em razo de pedido formuladopor quem tenha interesse em ter materialmente a coisa ou estar com a pessoa sob suacompanhia e guarda.

    THEODORO J NIOR afirma que a busca sempre vem ligada ao seu complemento que a apreenso da coisa buscada, de modo que no existe separao ou autonomiaentre os dois atos, os quais se fundem em uma nica medida jurisdicional. Porm, emcima das lies de ROMEU BARROS, MARCOS DESTEFENNI sustenta que a busca ea apreenso envolvem duas providncias distintas porque nem sempre o objeto

    procurado encontrado para apreenso ou mesmo porque a apreenso pode ocorrersem ser precedida da diligncia de busca.

    Seja como for, certo que a legislao brasileira no prev a busca separada daapreenso. Embora distintas e realizadas de modo isolado, ambas ostentam uma ntidarelao de complementaridade porque a busca visa apreenso e normalmente aapreenso s consumada porque antes buscou-se com xito a coisa ou a pessoaobjeto da medida jurisdicional. Alis, o prprio OVDIO BAPTISTA admite que oconceito de busca e apreenso sofreu uma espcie de fuso semntica para formar umconceito unitrio, tal qual ocorreu com a expresso perdas e danos, que hoje simbolizaa concepo de uma realidade jurdica especial.

    5.8.1 BUSCA E APREENSO DOMICILIAR

    Uma das primeiras coisas que tomamos conhecimento em direito constitucional que a casa o asilo inviolvel do indivduo. Assim, aprendemos que a Carta Magnadefere que a regra dentro do nosso pas a inviolabilidade do domiclio, podendoser violado somente mediante mandado judicial, desde que durante o dia, ou emsituaes excepcionais, noite (flagrante delito, desastre e prestar socorro). Talregramento apresentado nos seguintes termos:

    Art. 5

    [...]

    XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendopenetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrantedelito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, pordeterminao judicial;

    Mas qual a verdadeira amplitude do conceito casa? Segundo Manoel GonalvesFerreira Filho, todo local, delimitado e separado, que algum ocupa com direito

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    exclusivo e prprio, a qualquer ttulo. O ponto essencial da caracterizao est naexclusividade em relao ao pblico em geral. Assim, inviolvel como domicliotanto a moradia quanto o estabelecimento de trabalho, desde que este no estejaaberto a qualquer um do povo, como um bar ou restaurante.

    Assim, vamos verificar alguns casos:

    INNVVIOOLLVVEELL??

    EESSTTAABBEELLEECCIIMMEENNTTOO SSIIMM NNOO OOBBSSEERRVVAAEESS

    VECULOS Abrange tambm:

    -nibus de passageiros.

    BOLIA DO CAMINHO-VIAGEM PROLONGADA

    No tem aplicabilidade nocaso de blitz.

    HOTEL / MOTEL STF RHC 90.376 (Abaixoreproduzido)

    TRAILERS

    BARRACA DE CAMPING

    REPARTIOES PLICAS -Deve ser feita umarequisio, se desatendidaser cabvel a ao de

    busca e apreenso.

    BAR OU MERCADO

    ESCRITRIO EM UMSUPERMERCADO

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    5.8.1.1 RESTRIO AO HORRIO

    As buscas e apreenses, via de regra, s podem ser realizadas durante o dia,conforme deixa claro o texto constitucional. Mas e se houver consentimento domorador para que seja realizada no perodo noturno? Neste caso, no h

    problema. Assim, se cair na sua prova que a busca e apreenso NUNCA poderser realizada no perodo noturno, voc dir que a respostaest....INCORRETA, pois existe tal possibilidade quando do consentimentodo morador.

    Mas o que quer realmente dizer a palavra dia?

    Existe grande divergncia doutrinria e jurisprudencial. At pouco tempo, a fimde suprir esta lacuna, era empregado o conceito da lei 8.952/94 que dizia ser diao perodo compreendido das 06 s 20 horas. Entretanto, esta interpretao vemsendo superada e PARA SUA PROVA deve ser utilizado o conceito do STF quedefine a expresso dia como o perodo compreendido entre a aurora e o

    crepsculo.

    STF - RECURSO EM HABEAS CORPUS: RHC 90376 RJ

    Para os fins da proteo jurdica a que se refere o art. 5, XI, daConstituio da Repblica, o conceito normativo de "casa" revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer aposento dehabitao coletiva, desde que ocupado (CP, art. 150, 4, II),compreende, observada essa especfica limitao espacial, osquartos de hotel. Doutrina. Precedentes

    Sem que ocorra qualquer das situaes excepcionaistaxativamente previstas no texto constitucional (art. 5, XI),nenhum agente pblico poder, contra a vontade de quem de

    direito ("invito domino"), ingressar, durante o dia, sem mandadojudicial, em aposento ocupado de habitao coletiva, sob pena dea prova resultante dessa diligncia de busca e apreenso reputar-se inadmissvel, porque impregnada de ilicitude originria.Doutrina. Precedentes (STF).

    ILICITUDE DA PROVA INADMISSIBILIDADE DE SUAPRODUO EM JUZO (OU PERANTE QUALQUER INSTNCIADE PODER) - INIDONEIDADE JURDICA DA PROVARESULTANTE DA TRANSGRESSO ESTATAL AO REGIMECONSTITUCIONAL DOS DIREITOS E GARANTIAS

    INDIVIDUAIS.

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    5.8.1.2 NECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL

    Art. 241. Quando a prpria autoridade policial ou judiciria no a realizar

    pessoalmente, a busca domiciliar dever ser precedida da expedio demandado.

    J vimos que, via de regra, para que possa ser realizada uma busca e apreensoh necessidade de mandado judicial. O que no tratamos que nesta ordemjudicial, quando tratar de busca e apreenso domiciliar, sempre deve conter aschamadas fundadas razes que autorizam a ao.

    Essas fundadas razes so consideradas aquelas externadas por meio damotivao concreta quanto ocorrncia e amparadas por indcios convincentescom relao necessidade da medida. Para ficar mais claro, imaginemos queuma busca e apreenso foi realizada e, nesta ao, foi obtida uma prova. Ao serverificado o despacho do juiz concedendo a ordem, l constava simplesmente: expedir mandado de busca e apreenso. Perceba que a busca foi realizadadurante o dia e com ordem judicial. Esta prova ser aceita no processo? Aresposta negativa, pois no foi demonstrada pela autoridade as razes paraque a medida fosse considerada necessria. Logo, sem as fundadas razes, considerada medida incabvel e, consequentemente, macula a prova. Nestesentido se pronunciou recentemente o STJ :

    O mandado de busca e apreenso dever cumprir os requisitos definidos no

    CPP:

    Art. 243. O mandado de busca dever:

    I - indicar, o mais precisamente possvel, a casa em que serrealizada a diligncia e o nome do respectivo proprietrio oumorador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa queter de sofr-la ou os sinais que a identifiquem;

    II - mencionar o motivo e os fins da diligncia;

    III - ser subscrito pelo escrivo e assinado pela autoridade que o

    fizer expedir.

    Ausente qualquer fundamentao na deciso quedecretou a busca e a apreenso, determinando-sesimplesmente a "expedio do mandado solicitado", dese reconhecer a ilicitude da prova produzida com a medida(STJ , HC 51.586/PE, 05.05.2008).

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    1o Se houver ordem de priso, constar do prprio texto domandado de busca.

    5.8.1.3 CABIMENTO DA MEDIDA

    O Cdigo de Processo Penal trouxe em seu texto as hipteses de cabimento dabusca e apreenso domiciliar. So elas:

    1. Prender criminosos;

    2. Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

    3. Apreender instrumentos de falsificao ou de contrafao e objetos

    falsificados ou contrafeitos;4. Apreender armas e munies, instrumentos utilizados na prtica de crime

    ou destinados a fim delituoso;

    5. Descobrir objetos necessrios prova de infrao ou defesa do ru;

    6. Apreender cartas, abertas ou no, destinadas ao acusado ou em seupoder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu contedopossa ser til elucidao do fato;

    7. Apreender pessoas vtimas de crimes;

    8. Colher qualquer elemento de convico.

    O CPP traz uma restrio para a execuo de mandados de busca e apreenso:

    2o No ser permitida a apreenso de documento em poder dodefensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo dedelito.

    5.8.1.4 PROCEDIMENTOS PARA A VIOLAO DO DOMICLIO

    Segundo o CPP, comparecendo a autoridade ou seus agentes ao local da busca,dever declarar sua condio bem como o objetivo da diligncia. Seria algo dotipo:

    Boa tarde, sou Policial Federal, estou aqui com um mandado debusca e apreenso que determina a apreenso de todos os livrosde contabilidade da empresa. Voc pode entreg-los para mim,por favor?

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    Art. 245. As buscas domiciliares sero executadas de dia, salvo se omorador consentir que se realizem noite, e, antes de penetrarem nacasa, os executores mostraro e lero o mandado ao morador, ou aquem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

    1o Se a prpria autoridade der a busca, declarar previamente suaqualidade e o objeto da diligncia.

    [...]

    5o Se determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, omorador ser intimado a mostr-la

    Em caso de desobedincia, autoriza o Cdigo de Processo Penal (art. 245, 2.)

    o ingresso forado na casa. Se for necessrio, inclusive poder ser arrombada aporta.

    Olha, meu amigo, pacincia tem limi te...No vai abrir?OK...PESSOAL...VAMOS ARROMBAR!!! A!!!!BOOOOMM!!!! (Este o barulho da porta abrindo, ou melhor,caindo!!!)

    2o Em caso de desobedincia, ser arrombada a porta e forada aentrada.

    Uma vez ingressando na casa, pode acontecer que haja a recalcitrncia domorador em permitir que seja vasculhado o ambiente pelos executores da busca.Nesse caso, quando o morador tenta impedir as buscas, ser possvel oemprego da fora com vistas ao cumprimento da diligncia.

    O senhor poderia por favor abrir os cadeados e sair da frentedeste armrio? O qu??? No posso procurar nada? No vai abrir

    os cadeados do armrio? Sem problemas...Policiais...Podem usara fora!!! .

    3o Recalcitrando o morador, ser permitido o emprego de fora contracoisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que seprocura.

    Mas digamos que o morador esteja ausente. Ter a autoridade que esperar elechegar?

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    O que? Esperar? T brincando...No conhece o CPP? Vamosarrombar logo esta porta e chamar o vizinho para assistir adiligncia!!!

    possvel, nesse caso, o arrombamento de portas e emprego de violnciacontra coisas (armrios, gavetas etc.) com vistas concretizao da busca.

    4o Observar-se- o disposto nos 2o e 3o, quando ausentes osmoradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir dilignciaqualquer vizinho, se houver e estiver presente

    Por cautela, determina o Cdigo de Processo Penal que, se possvel, um vizinho

    seja intimado a acompanhar a diligncia, o qual, salvo motivo justo, no poderse recusar, j que a intimao para assistir ao ato configura ordem legal. Ao fimda diligncia ser lavrado auto circunstanciado que dever ser assinado por duastestemunhas.

    7o Finda a diligncia, os executores lavraro auto circunstanciado,assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuzo dodisposto no 4o.

    5.8.2 BUSCA PESSOAL

    o tipo de busca realizada diretamente na pessoa, em suas roupas ou objetos quetenha consigo. Diferentemente do que verificamos na busca domiciliar, aqui noser necessrio fundadas razes, bastando apenas fundadas suspeitas de que oindivduo esteja portando algo proibido. Observe:

    Art. 241

    [...] 2o Proceder-se- busca pessoal quando houver fundada suspeita deque algum oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nasletras b a f e letra h do pargrafo anterior.

    A busca pessoal, via de regra, depender de mandado, sendo esta necessidadeexcepcionada nas hipteses previstas no artigo 244 do Cdigo:

    Art. 244. A busca pessoal independer de mandado, no caso de prisoou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de

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    arma proibida ou de objetos ou papis que constituam corpo de delito,ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.

    Finalizando, vale citar importante regra prevista no artigo 249, segundo a qual abusca em mulher ser feita por outra mulher, se no importar retardamento ouprejuzo da diligncia. Veja:

    Art. 249. A busca em mulher ser feita por outra mulher, se no importarretardamento ou prejuzo da diligncia.

    5.8.2 BUSCA EM TERRITRIO PERTENCENTE A OUTRA JURISDIO

    Regra geral, segundo o preceituado no CPP, a busca deve ser realizada pelasautoridades no territrio de sua prpria jurisdio. No obstante, o art. 250 do CPPpossibilita que a autoridade ou os seus agentes penetrem no territrio de jurisdiodistinta quando estiverem em atitude de seguimento de pessoa ou coisa. Nessecaso, exige a lei, por cautela, que, antes ou aps realizada a apreenso,apresentem-se os executores autoridade competente do local.

    Art. 250. A autoridade ou seus agentes podero penetrar no territrio dejurisdio alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de

    apreenso, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendoapresentar-se competente autoridade local, antes da diligncia ouaps, conforme a urgncia desta.

    1o Entender-se- que a autoridade ou seus agentes vo emseguimento da pessoa ou coisa, quando:

    a) tendo conhecimento direto de sua remoo ou transporte, a seguiremsem interrupo, embora depois a percam de vista;

    b) ainda que no a tenham avistado, mas sabendo, por informaes

    fidedignas ou circunstncias indicirias, que est sendo removida outransportada em determinada direo, forem ao seu encalo.

    2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razes para duvidar dalegitimidade das pessoas que, nas referidas diligncias, entrarem pelosseus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem,podero exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que no sefrustre a diligncia.

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    isso ai, pessoal!

    Mais um importante passo dado rumo to sonhada aprovao. Agora manter oritmo e prosseguir firme nos estudos para em breve colocar tudo em prtica.

    Aproveite para praticar com as questes abaixo apresentadas e consolide bem osconceitos porque em breve voc testar seus conhecimentos na nossa aula deexerccios!

    Abraos e bons estudos,

    Pedro Ivo

    "O destino no uma questo de sorte; uma questo de escolha.

    No algo pelo que se espera,

    mas algo a alcanar."

    William Jennings Bryan

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    PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

    Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentena final, reconhecer que alguma testemunha

    fez afirmao falsa, calou ou negou a verdade, remeter cpia do depoimento autoridade policial para a instaurao de inqurito.

    Pargrafo nico. Tendo o depoimento sido prestado em plenrio de julgamento, o juiz,no caso de proferir deciso na audincia (art. 538, 2o), o tribunal (art. 561), ou oconselho de sentena, aps a votao dos quesitos, podero fazer apresentarimediatamente a testemunha autoridade policial.

    Art. 212. As perguntas sero formuladas pelas partes diretamente testemunha, noadmitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, no tiverem relao com acausa ou importarem na repetio de outra j respondida.

    Pargrafo nico. Sobre os pontos no esclarecidos, o juiz poder complementar ainquirio.Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, os senadores e deputadosfederais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territrios, ossecretrios de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municpios, os deputadoss Assemblias Legislativas Estaduais, os membros do Poder J udicirio, os ministros ejuzes dos Tribunais de Contas da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, bem comoos do Tribunal Martimo sero inquiridos em local, dia e hora previamente ajustadosentre eles e o juiz.

    1o O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, os presidentes do Senado Federal,da Cmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal podero optar pelaprestao de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelaspartes e deferidas pelo juiz, Ihes sero transmitidas por ofcio.

    2o Os militares devero ser requisitados autoridade superior.

    3o Aos funcionrios pblicos aplicar-se- o disposto no art. 218, devendo, porm, aexpedio do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartio em queservirem, com indicao do dia e da hora marcados.

    Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdio do juiz ser inquirida pelo juiz dolugar de sua residncia, expedindo-se, para esse fim, carta precatria, com prazorazovel, intimadas as partes.

    1o A expedio da precatria no suspender a instruo criminal.

    2o Findo o prazo marcado, poder realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, aprecatria, uma vez devolvida, ser junta aos autos.

    3o Na hiptese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poder serrealizada por meio de videoconferncia ou outro recurso tecnolgico de transmisso desons e imagens em tempo real, permitida a presena do defensor e podendo serrealizada, inclusive, durante a realizao da audincia de instruo e julgamento.

    Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa,proceder-se- pela seguinte forma:

    I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento ser convidada a descrever a pessoaque deva ser reconhecida;

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    Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, ser colocada, se possvel, ao lado deoutras que com ela tiverem qualquer semelhana, convidando-se quem tiver de fazer oreconhecimento a apont-la;

    III - se houver razo para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, porefeito de intimidao ou outra influncia, no diga a verdade em face da pessoa quedeve ser reconhecida, a autoridade providenciar para que esta no veja aquela;

    IV - do ato de reconhecimento lavrar-se- auto pormenorizado, subscrito pelaautoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duastestemunhas presenciais.

    Pargrafo nico. O disposto no no III deste artigo no ter aplicao na fase dainstruo criminal ou em plenrio de julgamento.

    Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se- com as cautelas estabelecidasno artigo anterior, no que for aplicvel.

    Art. 228. Se vrias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoaou de objeto, cada uma far a prova em separado, evitando-se qualquer comunicaoentre elas.

    DA ACAREAO

    Art. 229. A acareao ser admitida entre acusados, entre acusado e testemunha,entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre aspessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declaraes, sobre fatos oucircunstncias relevantes.

    Pargrafo nico. Os acareados sero reperguntados, para que expliquem os pontos de

    divergncias, reduzindo-se a termo o ato de acareao.Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declaraes divirjam das de outra, queesteja presente, a esta se daro a conhecer os pontos da divergncia, consignando-seno auto o que explicar ou observar. Se subsistir a discordncia, expedir-se- precatria autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se asdeclaraes desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bemcomo o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligncia, ouvindo-se atestemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Estadiligncia s se realizar quando no importe demora prejudicial ao processo e o juiz aentenda conveniente.

    DOS DOCUMENTOSArt. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes podero apresentar documentosem qualquer fase do processo.

    Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papis,pblicos ou particulares.

    Pargrafo nico. fotografia do documento, devidamente autenticada, se dar omesmo valor do original.

    Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, nosero admitidas em juzo.

    Pargrafo nico. As cartas podero ser exibidas em juzo pelo respectivo destinatrio,para a defesa de seu direito, ainda que no haja consentimento do signatrio.

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    Art. 234. Se o juiz tiver notcia da existncia de documento relativo a ponto relevante daacusao ou da defesa, providenciar, independentemente de requerimento dequalquer das partes, para sua juntada aos autos, se possvel.

    Art. 236. Os documentos em lngua estrangeira, sem prejuzo de sua juntada imediata,sero, se necessrio, traduzidos por tradutor pblico, ou, na falta, por pessoa idneanomeada pela autoridade.

    DOS INDCIOS

    Art. 239. Considera-se indcio a circunstncia conhecida e provada, que, tendo relaocom o fato, autorize, por induo, concluir-se a existncia de outra ou outrascircunstncias.

    DA BUSCA E DA APREENSO

    Art. 240. A busca ser domiciliar ou pessoal.

    1o

    Proceder-se- busca domiciliar, quando fundadas razes a autorizarem, para:a) prender criminosos;

    b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

    c) apreender instrumentos de falsificao ou de contrafao e objetos falsificados oucontrafeitos;

    d) apreender armas e munies, instrumentos utilizados na prtica de crime oudestinados a fim delituoso;

    e) descobrir objetos necessrios prova de infrao ou defesa do ru;

    f) apreender cartas, abertas ou no, destinadas ao acusado ou em seu poder, quandohaja suspeita de que o conhecimento do seu contedo possa ser til elucidao dofato;

    g) apreender pessoas vtimas de crimes;

    h) colher qualquer elemento de convico.

    2o Proceder-se- busca pessoal quando houver fundada suspeita de que algumoculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h dopargrafo anterior.

    Art. 241. Quando a prpria autoridade policial ou judiciria no a realizar pessoalmente,

    a busca domiciliar dever ser precedida da expedio de mandado.Art. 243. O mandado de busca dever:

    I - indicar, o mais precisamente possvel, a casa em que ser realizada a diligncia e onome do respectivo proprietrio ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome dapessoa que ter de sofr-la ou os sinais que a identifiquem;

    II - mencionar o motivo e os fins da diligncia;

    III - ser subscrito pelo escrivo e assinado pela autoridade que o fizer expedir.

    Art. 244. A busca pessoal independer de mandado, no caso de priso ou quandohouver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de

    objetos ou papis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinadano curso de busca domiciliar.

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    rt. 245. As buscas domiciliares sero executadas de dia, salvo se o morador consentirque se realizem noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostraro elero o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrira porta.

    1o Se a prpria autoridade der a busca, declarar previamente sua qualidade e oobjeto da diligncia.

    2o Em caso de desobedincia, ser arrombada a porta e forada a entrada.

    3o Recalcitrando o morador, ser permitido o emprego de fora contra coisasexistentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.

    4o Observar-se- o disposto nos 2o e 3o, quando ausentes os moradores,devendo, neste caso, ser intimado a assistir diligncia qualquer vizinho, se houver eestiver presente.

    5o Se determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador ser intimadoa mostr-la. 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, ser imediatamente apreendida eposta sob custdia da autoridade ou de seus agentes.

    7o Finda a diligncia, os executores lavraro auto circunstanciado, assinando-o comduas testemunhas presenciais, sem prejuzo do disposto no 4o.

    Art. 249. A busca em mulher ser feita por outra mulher, se no importar retardamentoou prejuzo da diligncia.

    Art. 250. A autoridade ou seus agentes podero penetrar no territrio de jurisdioalheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreenso, forem no

    seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se competente autoridade local,antes da diligncia ou aps, conforme a urgncia desta.

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    EXERCCIOS

    01. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) O menor de 14 anos de idade

    pode ser testemunha, mas est desobrigado de prestar o compromisso de dizer averdade.

    GABARITO: CORRETA

    COMENTRIOS: O menor de 14 anos, por ser expressamente citado no artigo 208 doCPP, no est obrigado ao compromisso.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aosdoentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos,

    nem s pessoas a que se refere o art. 206.

    02. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) O depoimento datestemunha, em qualquer hiptese, deve ser prestado oralmente, sendo proibidainclusive a consulta a apontamentos.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: Conforme vimos, existem situaes, como no caso do Presidente, em

    que o depoimento pode ser prestado por escrito. Alm disso, a consulta a brevesapontamentos encontra previso legal.

    Art. 204. O depoimento ser prestado oralmente, no sendo permitido testemunha traz-lo por escrito.

    Pargrafo nico. No ser vedada testemunha, entretanto, breveconsulta a apontamentos.

    Art. 221

    [...]

    1o O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, os presidentes doSenado Federal, da Cmara dos Deputados e do Supremo TribunalFederal podero optar pela prestao de depoimento por escrito, casoem que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihessero transmitidas por ofcio.

    03. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) Havendo dvidas quanto a

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    sua identidade, o depoimento da testemunha deve ser adiado at a confirmaodos seus dados, para no haver necessidade de repetir o ato.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: Nos termos do artigo 205, o depoimento no precisa ser adiado.

    Art. 205. Se ocorrer dvida sobre a identidade da testemunha, o juizproceder verificao pelos meios ao seu alcance, podendo,entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.

    04. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) Na oitiva da testemunha, oju iz pode recusar as perguntas da defesa ou da acusao se ju lg-las

    impert inentes, ainda que tenham ligao com o fato.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: As hipteses de recusa a perguntas encontram-se previstas no artigo212 do CPP. Observe:

    Art. 212. As perguntas sero formuladas pelas partes diretamente testemunha, no admitindo o juiz aquelas que puderem induzir aresposta, no tiverem relao com a causa ou importarem na repetio

    de outra j respondida.

    05. (DELEGADO DE POLCIA CIVIL SERGIPE CESPE/UNB 2006) Nos termos da leiprocessual penal, a exigncia da presena de defensor, prevista para ointerrogatrio judicial, no se aplica ao interrogatrio policial, por ser o inquritoprocedimento de natureza inquisitiva, ao qual no se impe a observncia docontraditrio.

    GABARITO: CORRETA

    COMENTRIOS: Como sabemos, no interrogatrio realizado na fase do inqurito, noh obrigao da presena de defensor.

    06. (DELEGADO DE POLCIA CIVIL DO ESPRITO SANTO CESPE/UNB 2006) A leiprocessual garante ao acusado a possibilidade de confessar, negar ou silenciar arespeito da imputao que lhe atribuda, sem que haja qualquer prejuzo suadefesa. Assim, no momento do interrogatrio, permitido ao acusado o silncioem resposta s perguntas de natureza identificatrias ou de qualif icao pessoal.

    GABARITO: ERRADA

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    COMENTRIOS: O direito ao silncio permitido, mas no em relao s perguntasde natureza identificatrias.

    07. (AGENTE DA POLCIA CIVIL TO CESPE/UNB 2008) Considere que umaautoridade policial, no decorrer das investigaes de um crime de furto e sem ocompetente mandado judicial, ordenou aos seus agentes que arrombassem aporta de uma residncia e vistoriassem o local, onde provavelmente estariam osobjetos fur tados. No interior da residncia foi encontrada a maior parte dos benssubtrados. Nessa situao, a autoridade policial e seus agentes agiram dentro dalegalidade, pois a conduta policial oportunizou a recuperao dos objetos.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: Para a realizao da busca e apreenso h necessidade de mandadojudicial. Caso seja feita sem este, as provas obtidas sero consideradas ilcitas.

    08. (AGENTE DA POLCIA CIVIL TO CESPE/UNB 2008) Qualquer indiv duo quefigure como objeto de procedimentos investigatrios policiais ou que ostente, emju zo penal, a condio jurdica de imputado, tem o di rei to de permanecer emsilncio, incluindo-se a, por implic itude, a prerrogativa processual de o acusadonegar, ainda que falsamente, perante a autoridade policial ou judiciria, a prticada infrao penal.

    GABARITO: CORRETACOMENTRIO: O direito ao silncio est previsto para o acusado, assim como o noenquadramento no delito de falso testemunho, se mentir.

    09. (ESCRIVO DE POLCIA CIVIL TOCANTINS CESPE/UNB 2008) Considere quepoliciais em servio de ronda noturna perceberam que, em determinada casa, umhomem apunhalava uma mulher, a qual, por sua vez, gritava desesperadamentepor socorro. Nessa situao, os policiais, mesmo que em horrio noturno,podero adentrar a residncia sem o consentimento dos moradores e realizar a

    priso do agressor.

    GABARITO: CORRETA

    COMENTRIOS: O Flagrante delito excepciona regra da exigncia de mandado judicialpara que se adentre um domiclio.

    10. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004). A prova testemunhal, temcomo caractersticas a judicialidade, oralidade, e retrospectividade.

    GABARITO: CORRETA

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    COMENTRIOS: Enumera as caractersticas fundamentais da testemunha.

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    LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS

    01. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) O menor de 14 anos de idade

    pode ser testemunha, mas est desobrigado de prestar o compromisso de dizer averdade.

    02. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) O depoimento datestemunha, em qualquer hiptese, deve ser prestado oralmente, sendo proibidainclusive a consulta a apontamentos.

    03. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) Havendo dvidas quanto asua identidade, o depoimento da testemunha deve ser adiado at a confirmao

    dos seus dados, para no haver necessidade de repetir o ato.

    04. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004) Na oitiva da testemunha, oju iz pode recusar as perguntas da defesa ou da acusao se ju lg-lasimpert inentes, ainda que tenham ligao com o fato.

    05. (DELEGADO DE POLCIA CIVIL SERGIPE CESPE/UNB 2006) Nos termos da leiprocessual penal, a exigncia da presena de defensor, prevista para ointerrogatrio judicial, no se aplica ao interrogatrio policial, por ser o inqurito

    procedimento de natureza inquisitiva, ao qual no se impe a observncia docontraditrio.

    06. (DELEGADO DE POLCIA CIVIL DO ESPRITO SANTO CESPE/UNB 2006) A leiprocessual garante ao acusado a possibilidade de confessar, negar ou silenciar arespeito da imputao que lhe atribuda, sem que haja qualquer prejuzo suadefesa. Assim, no momento do interrogatrio, permitido ao acusado o silncioem resposta s perguntas de natureza identificatrias ou de qualif icao pessoal.

    07. (AGENTE DA POLCIA CIVIL TO CESPE/UNB 2008) Considere que umaautoridade policial, no decorrer das investigaes de um crime de furto e sem ocompetente mandado judicial, ordenou aos seus agentes que arrombassem aporta de uma residncia e vistoriassem o local, onde provavelmente estariam osobjetos fur tados. No interior da residncia foi encontrada a maior parte dos benssubtrados. Nessa situao, a autoridade policial e seus agentes agiram dentro dalegalidade, pois a conduta policial oportunizou a recuperao dos objetos.

    08. (AGENTE DA POLCIA CIVIL TO CESPE/UNB 2008) Qualquer indiv duo quefigure como objeto de procedimentos investigatrios policiais ou que ostente, em

    ju zo penal, a condio jurdica de imputado, tem o di rei to de permanecer emsilncio, incluindo-se a, por implici tude, a prerrogativa processual de o acusado

  • 7/27/2019 Aula 05 Processo Penal Pedro Ivo.pdf

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    negar, ainda que falsamente, perante a autoridade policial ou judiciria, a prticada infrao penal.

    09. (ESCRIVO DE POLCIA CIVIL TOCANTINS CESPE/UNB 2008) Considere quepoliciais em servio de ronda noturna perceberam que, em determinada casa, umhomem apunhalava uma mulher, a qual, por sua vez, gritava desesperadamentepor socorro. Nessa situao, os policiais, mesmo que em horrio noturno,podero adentrar a residncia sem o consentimento dos moradores e realizar apriso do agressor.

    10. (TCNICO JUDICIRIO TJ/AP CESPE/UNB 2004). A prova testemunhal, temcomo caractersticas a judicialidade, oralidade, e retrospectividade.