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www.cers.com.br ISOLADA “COMEÇANDO DO ZERO” Língua Portuguesa Rodrigo Bezerra 1 14. INFORMAR (ALERTAR*, NOTIFICAR*, AVISAR*, CIENTIFICAR* ANUNCIAR*) * Seguem a mesma regência do verbo informar. a) No sentido de “comunicar, dar esclarecimento” é geralmente usado como verbo transitivo direto e indireto. * Nós sempre os informamos sobre os problemas. * Nós sempre lhes informamos os problemas. * Avisaram ao dono do estabelecimento ontem à noite o assalto. * Avisaram o dono do estabelecimento ontem à noite sobre o assalto. 17. OBEDECER / DESOBEDECER a) Consolidaram-se em nossa Língua Portuguesa como verbos transitivos indiretos. O objeto indireto requer a preposição “a”. 18. PAGAR e PERDOAR Esses verbos possuem uma regência bastante interessante: a) São transitivos diretos quando o objeto direto é representado por “coisa”. b) São transitivos indiretos, exigindo a preposição “a” para o objeto indireto, quando este é representado por “pessoa”. 26. VISAR c) Já no sentido de “desejar, pretender, ter em vista” é largamente usado como transitivo indireto, exigindo a preposição “a”. Como transitivo indireto, rejeita os pronomes “lhe, lhes” para o objeto indireto. Aceita apenas as formas analíticas tônicas “a ele, a ela, a eles, a elas”. Entretanto, nesse sentido (“desejar, pretender, ter em vista”) também pode ser empregado como transitivo direto, embora poucas referências se façam a esta última regência. CESPE/UNB - STJ A necessidade de discussão da questão política e do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Mantendo-se as ideias originalmente expressas no texto, assim como a sua correção gramatical, o complemento da forma verbal “visam” (L.8) poderia ser introduzido pela preposição “a”: ao controle. FGV SEFAZ/RJ 16. A respeito da análise do texto, não é correto afirmar que: (C) no trecho “que vise a minorar as desigualdades” (L.58-59), a regência do verbo VISAR está de acordo com a norma culta, muito embora atualmente bons autores tenham avalizado o uso do verbo como transitivo direto, nesse mesmo sentido. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 1. Lembre-se de que o fato de um verbo ser transitivo direto não impede que seu nome cognato requeira uma preposição. Ex.: * Ela ama muito os filhos. * Ela tem um grande amor pelos filhos. 2. Lembre-se também de há nomes cognatos que apresentam a mesma regência de seus verbos. Ex.: * Ela ainda depende do pai para sobreviver. * Ela ainda mantém uma grande dependência do pai para sobreviver. 3. Há alguns verbos na língua portuguesa que podem ser transitivos diretos ou transitivos indiretos indistintamente, sem que haja alteração de sentido. Veja: a) ATENDER b) RENUNCIAR c) PRESIDIR

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14. INFORMAR (ALERTAR*, NOTIFICAR*, AVISAR*, CIENTIFICAR* ANUNCIAR*) * Seguem a mesma regência do verbo informar. a) No sentido de “comunicar, dar esclarecimento” é geralmente usado como verbo transitivo direto e indireto. * Nós sempre os informamos sobre os problemas. * Nós sempre lhes informamos os problemas. * Avisaram ao dono do estabelecimento ontem à noite o assalto. * Avisaram o dono do estabelecimento ontem à noite sobre o assalto. 17. OBEDECER / DESOBEDECER a) Consolidaram-se em nossa Língua Portuguesa como verbos transitivos indiretos. O objeto indireto requer a preposição “a”. 18. PAGAR e PERDOAR Esses verbos possuem uma regência bastante interessante: a) São transitivos diretos quando o objeto direto é representado por “coisa”. b) São transitivos indiretos, exigindo a preposição “a” para o objeto indireto, quando este é representado por “pessoa”. 26. VISAR c) Já no sentido de “desejar, pretender, ter em vista” é largamente usado como transitivo indireto, exigindo a preposição “a”. Como transitivo indireto, rejeita os pronomes “lhe, lhes” para o objeto indireto. Aceita apenas as formas analíticas tônicas “a ele, a ela, a eles, a elas”. Entretanto, nesse sentido (“desejar, pretender, ter em vista”) também pode ser empregado como transitivo direto, embora poucas referências se façam a esta última regência.

CESPE/UNB - STJ A necessidade de discussão da questão política e do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Mantendo-se as ideias originalmente expressas no texto, assim como a sua correção gramatical, o complemento da forma verbal “visam” (L.8) poderia ser introduzido pela preposição “a”: ao controle. FGV – SEFAZ/RJ 16. A respeito da análise do texto, não é correto afirmar que: (C) no trecho “que vise a minorar as desigualdades” (L.58-59), a regência do verbo VISAR está de acordo com a norma culta, muito embora atualmente bons autores tenham avalizado o uso do verbo como transitivo direto, nesse mesmo sentido. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 1. Lembre-se de que o fato de um verbo ser transitivo direto não impede que seu nome cognato requeira uma preposição. Ex.: * Ela ama muito os filhos. * Ela tem um grande amor pelos filhos. 2. Lembre-se também de há nomes cognatos que apresentam a mesma regência de seus verbos. Ex.: * Ela ainda depende do pai para sobreviver. * Ela ainda mantém uma grande dependência do pai para sobreviver. 3. Há alguns verbos na língua portuguesa que podem ser transitivos diretos ou transitivos indiretos indistintamente, sem que haja alteração de sentido. Veja: a) ATENDER b) RENUNCIAR c) PRESIDIR

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Emprego dos pronomes relativos e as regências verbal e nominal

1. QUE É denominado de “relativo universal”, porque se refere tanto a coisas quanto a pessoas. Seus equivalentes variáveis são “a qual, o qual, as quais, os quais”. O relativo “que” só deve ser substituído por outro relativo em casos específicos. 2. QUEM É denominado de “relativo personativo”, pois só se refere a pessoas. Sempre virá precedido de uma preposição. 3. ONDE É denominado de “relativo locativo”, pois só é utilizado para retomar e substituir termos que contenham a noção de “lugar”. Equivale a “em que” e variações. 4. O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS São os relativos que possuem as variações em gênero e número correspondentes ao pronome relativo “que”. 5. CUJO, CUJA, CUJOS, CUJAS São relativos utilizados para substituir termos que expressam noção de posse. Equivalem a “do qual, da qual, dos quais, das quais, seu, sua, seus suas, dele, dela, deles, delas 6. QUANTO, QUANTA, QUANTOS, QUANTAS Estas palavras só serão consideradas pronomes relativos quando vierem antecedidas por um dos seguintes pronomes indefinidos “tudo, todo (a), todos (as)”

1. Ontem encontrei um rapaz. O rapaz poderá resolver o problema com o computador. Junção... Ontem encontrei um rapaz QUE / O QUAL poderá resolver o problema com o computador. 2. O rapaz vai viajar para a Europa. Eu encontrei o rapaz ontem. Junção... O rapaz QUE / O QUAL ontem eu encontrei vai viajar para a Europa. 3. Trouxe a fruta. Você gosta da fruta. Junção... Trouxe a fruta DE QUE / DA QUAL você gosta. 3. Assisti à cena final daquele filme. A cena me deixou emocionado. Junção... Assisti à cena final daquele filme A QUAL me deixou emocionado. 4. O médico viajou para a Europa. Eu confio nesse médico. Junção... O médico EM QUE / EM QUEM / NO QUAL eu confio viajou para a Europa. 5. A ponte era pênsil. Água poluídas corriam sob a ponte. Junção... A ponte SOB A QUAL águas poluídas corriam era pênsil 7. A missa foi boa. Eu assisti à missa. Junção... A missa A QUE / À QUAL eu assisti foi boa. 8. Os filmes são muito bons. Eu não me lembro dos nomes dos filmes. Junção... Os filmes DE CUJOS nomes não me lembro são muito bons.. 9. O professor deixou o departamento de física. Eu confiava bastante nas teorias desse professor. Junção...

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O professor EM CUJAS teorias eu confiava bastante deixou o departamento de física. 10. O professor deixou o departamento de física. Eu me referi às teorias desse professor Junção... O professor A CUJAS teorias eu me referi deixou o departamento de física. 11. A vida é uma engrenagem misteriosa. Nós nos deixamos esmagar pelos dentes dessa engrenagem. Junção... A vida é uma engrenagem POR CUJOS dentes nós nos deixamos esmagar. 1. (FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) A relação significativa cuja se demonstrou na pesquisa se dá entre o comportamento violento e a audiência à TV. (B) A insubordinação básica em que se refere o autor do texto derivaria da insatisfação dos nossos recalcados desejos. (C) A invenção moderna mais astuciosa, de cujos efeitos trata o autor do texto, teria sido não a do cinema, mas a da TV. (D) O hábito do zapping, com cujo nos acostumamos, é um dos responsáveis pela abertura rápida de janelas sobre o nosso devaneio. (E) A conclusão de que nossa sala é uma jaula, com que chegou o autor do texto, não deixa de ser bastante provocadora e radical. 2. (FGV – Ministério da Cultura) Assinale a alternativa em que a regência verbal não siga o padrão culto de linguagem. (A) A inscrição no concurso implica a aceitação das normas do edital. (B) Todos os servidores devem obedecer às leis que os regem. (C) Preferiu a poltrona à cadeira.

(D) Eu avisei-lhes da necessidade de se revisar o documento. (E) Eles anuíram à decisão. 3. (FCC) A frase em que a regência está totalmente de acordo com o padrão culto é: (A) Esperavam encontrar todos os documentos que os estudiosos se apoiaram para descrever a viagem de Colombo. (B) Estavam cientes de que teriam muito a fazer para conseguir os registros de que dependiam. (C) Encontraram-se referências à coerção que marinheiros mais experientes faziam contra os mais novos que trabalhassem mais arduamente. (D) Foram informados que esboços da inóspita região circundada com imensas pedras podiam ser consultados. (E) Havia registro de uma insatisfação em que os insurretos às atitudes arbitrárias de um navegante foram impedidos de lhe inquirir. 4.(FGV – Secretaria de Controle do MS) Em Você se lembra do rosto dela naquele instante?, obedeceu-se às regras de regência verbal. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido. (A) Prefiro questões de gramática do que de interpretação. (B) Aspiraram à vaga de piloto da companhia aérea. (C) Os médicos assistiram o paciente. (D) Perdoamos-lhes as dívidas. (E) Pagaram-lhe bem. 5. (CESGRANRIO) Por meio de uma carta, os funcionários _______________ aos superiores. Com respeito à regência, a forma verbal que preenche adequadamente a lacuna acima é: (A) chamaram. (B) convidaram. (C) cumprimentaram. (D) pressionaram.

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(E) responderam. 6. (FATEC-SP) A regência verbal está conforme à gramática normativa na alternativa: (A) Quero-lhe muito bem e vou assistir a seu casamento. (B) Logo que lhe encontrar, aviso-lhe do ocorrido. (C) Juliano desobedecia seus pais, mas obedecia ao professor. (D) João namora com Maria mas prefere mais seus amigos de bar do que ela. (E) Ele esqueceu do compromisso e não pagou ao médico 7. (UM-SP) Aponte a alternativa em que a regência do verbo pagar contaria a norma culta. (A) Aliviando-se de um verdadeiro pesadelo, o filho pagava ao pai a promessa feita no início do ano. (B) O empregado pagou-lhe as polias e tachas roídas pelas ferrugem para amaciar-lhe a raiva. (C) Pagou-lhe a dívida, querendo oferecer-lhe uma espécie de consolo. (D) O alto preço dessa doença, paguei-o com as moedas de meu hábil esforço. (E) Paguei-o, com ouro, todo prejuízo que sofrera com a destruição da seca. 8. (ITA-SP) Assinale a frase correta: (A) Prefiro mais um asno que me leve que um cavalo que me derrube (B) O cargo que aspiras, se conquista, não se ganha (C) Sua afirmação de agora redunda com o que antes disse (D) As do Nordeste são as frutas que mais gosto. (E) O bom amigo carregou-o, como a uma criança. 9. (CESGRANRIO) Assinale a alternativa que está de acordo com a norma culta: (A) Visei a um passaporte e fui viajar.

(B) Aspirei ao perfume e achei-o delicioso (C) Perdoo aos teus erros, pois acho-os bem humanos (D) Ensino a você as regras do bem viver. (E) Eu lhe vi e você não me viu Emprego do acento grave – a crase Definição Crase é a junção, a fusão, a contração de dois “as” (A + A). Em geral, a crase ocorre com a contração da preposição A com os artigos definidos A ou AS.

Conclusão 1. Só há crase diante de substantivos femininos explícitos ou implícitos.