Aula 51 - Legislacao Tributaria - Aula 01

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    LEGISLAO TRIBUTRIA ATRFB 2012 Pacote Teoria e ExercciosProfessor: MURILLO LO VISCO

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    AULA 01 IMPOSTO DE RENDA CONCEITOS FUNDAMENTAIS

    Ol, concursando!

    Com esta aula damos incio ao nosso curso de Legislao Tributria para oconcurso de Analista Tributrio da Receita Federal do Brasil. Trata-se de umaaula introdutria, em que vamos estudar os conceitos fundamentais relativosao Imposto de Renda.

    As palavras-chave da aula de hoje so:

    Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Princpiosconstitucionais. Critrios orientadores. CTN. Normas gerais emmatria de Imposto de Renda. Conceitos fundamentais. Renda eproventos. Disponibilidade econmica ou jurdica. Acrscimopatrimonial.

    Ainda que brevemente, vamos seguir um caminho desde a fonte do poder detributar a renda, passando pelos princpios constitucionais que informam essepoder, e concluiremos a aula analisando mais de perto os conceitosfundamentais utilizados pelo legislador para definir a incidncia do imposto.

    Exatamente como pretendeu a ESAF com os tpicos iniciais do contedo destadisciplina, no edital recm publicado.

    Sei que seu tempo curto, e que alguns dos temas desta aula em particularcompem o objeto da disciplina Direito Tributrio. Para evitar redundncias e oconsequente desperdcio de seu precioso tempo, o objetivo desta aula , sobum enfoque bem especfico, apresentar uma anlise desses mesmos temasressaltando o que interessa boa compreenso da incidncia do Imposto deRenda. Ou seja, uma luz diferente sobre temas j conhecidos.

    Vamos percorrer a seguinte estrutura:

    1. A DISCIPLINA CONSTITUCIONAL DO IMPOSTO DE RENDA............... 31.1. A fonte do poder de tributar a renda ...................................... 31.2. Princpios constitucionais tributrios aplicveis ao IR ........... 4

    1.2.1. Capacidade contributiva como princpio balizador do conceito derenda ........................................................................................... 41.2.2. A isonomia, a capacidade contributiva e a progressividade ........ 51.2.3. Capacidade contributiva e vedao ao confisco ........................ 7

    1.2.4. A generalidade e a universalidade da tributao sobre a renda .. 8

    1.2.5. Irretroatividade e anterioridade do exerccio financeiro ............. 91.2.6. Anterioridade nonagesimal ................................................... 13

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    2. NORMAS GERAIS EM MATRIA DE IMPOSTO DE RENDA ................. 142.1. A eficcia do Cdigo Tributrio Nacional .............................. 142.2. Fato gerador do imposto de renda ....................................... 15

    2.3. Base de clculo do imposto de renda ................................... 172.4. Contribuinte do imposto de renda ........................................ 17

    3. CONCEITOS FUNDAMENTAIS RELATIVOS AO FATO GERADOR DOIMPOSTO DE RENDA ........................................................................... 19

    3.1. Aquisio de disponibilidade ................................................ 193.2. Disponibilidade econmica ou jurdica ................................. 193.3. Renda ................................................................................... 213.4. Proventos de qualquer natureza .......................................... 22

    3.5.

    Acrscimo patrimonial ......................................................... 22

    4. PRINCIPAIS PONTOS DA AULA ....................................................... 28

    5. QUESTES PROPOSTAS .................................................................. 33

    6. COMENTRIOS S QUESTES PROPOSTAS ..................................... 39

    7. GABARITO DAS QUESTES PROPOSTAS ......................................... 48

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    1.A DISCIPLINA CONSTITUCIONAL DO IMPOSTO DE RENDA

    Em matria tributria, voc j deve ter bem clara a existncia de quatro planosnormativos: o plano constitucional, o das normas gerais, o das leisinstituidoras e disciplinadoras dos tributos, e o plano do detalhamento das leispela via da regulamentao infralegal.

    Em relao ao Imposto de Renda (IR), neste bloco que abre a aula ficaremosno plano constitucional. O plano das normas gerais o objeto do item 2. Asdemais aulas sobre o IR iro se situar no plano das leis e, principalmente, noda regulamentao infralegal. Com o Imposto sobre Produtos Industrializados(IPI) no ser muito diferente!

    1.1. A fonte do poder de tributar a renda

    A Constituio Federal (CF) no cria tributos. Em verdade, a CF atribuicompetncia tributria aos entes polticos, que corresponde ao poder de,mediante leis prprias, criar os tributos e sobre eles legislar. E alm de atribuira competncia tributria, a CF tambm estabelece certos limites ao exercciodesse poder poltico.

    certo que Unio foi atribuda a competncia para tributar a renda. Noentanto, preciso dizer que, embora relativamente claros os limites desse

    poder de tributar, na prtica, diante de casos concretos, h certa dificuldadeem identific-los.

    A dificuldade comea pelo prprio conceito de renda, que define o alcance datributao. Inmeras so as discusses acerca do que renda. Apenas paracitar um exemplo, a tributao das chamadas verbas indenizatrias gera, athoje, calorosos debates.

    Como nosso objetivo , em 16 de setembro, colocar o X no lugar certo, nopodemos entrar de cabea nesse debate. Por isso mesmo, nosso desafio compreender a essncia dessas discusses e, principalmente, identificar as

    matrias em que h relativo consenso nos tribunais.

    Veremos mais de perto o conceito de renda no item 3.3 desta aula. Por ora,basta dizer que em geral defendida a existncia de um conceitoconstitucional de renda e proventos de qualquer natureza. De qualquer forma, certo que a CF estabeleceu os contornos do que pode e do que no pode sertributado.

    Para perceber o que isso tudo significa, primeiro vamos reconhecer queexistem alguns valores recebidos, como os aluguis, sobre os quais no paira

    qualquer dvida de que se trata de renda; e outros sobre as quais se temcerteza de que no constituem nem renda e nem provento, como no caso dovalor recebido a ttulo de principal de emprstimo concedido.

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    Por outro lado, h uma zona cinzenta, intermediria, em que a resposta no assim to bvia. O que dizer das indenizaes? No renda e nem provento,muitos vo dizer! Mas e se eu disser que da indenizao resultou umacrscimo patrimonial? Continua a certeza de que no se trata nem de renda enem de provento?

    Para evitar essa armadilha, talvez o melhor seja entender que a CFestabeleceu os contornos do conceito de renda e de proventos de qualquernatureza mediante a imposio de limites representados, notadamente,pelo princpio da capacidade contributiva. Nesse sentido, verbas, direitos,crditos, ingressos, seja l qual for a denominao utilizada, somente podemser qualificados como renda ou provento se representarem riqueza nova, poiss assim estar atendido o princpio da capacidade contributiva, sob pena dese invadir o patrimnio a pretexto de tributar a renda.

    Como se nota, ao delimitar os contornos do que renda, o princpio dacapacidade contributiva nos ajuda a definir a prpria competncia tributriarelativa ao IR. Por isso to importante o estudo desse e de outros princpiosconstitucionais tributrios, tema do prximo item.

    1.2. Princpios constitucionais tributrios aplicveis ao IR

    Os princpios constitucionais tributrios constituem verdadeiras barreiras de

    conteno que limitam o poder tributar.

    Neste tpico analisaremos no somente os princpios constitucionaisespecficos aplicveis ao IR. Vamos tambm analisar alguns princpios geraisquanto a seus efeitos particulares em relao ao referido imposto.

    No ignoramos que exista na cincia jurdica um amplo debate acerca dadistino entre princpios e regras, principalmente para avaliar a atuao

    judicial nos casos em que normas constitucionais entram em rota de coliso.Porm, para o nosso objetivo, no h prejuzo em utilizar genericamente o

    termo princpio para designar esses enunciados que orientam a criao e aaplicao das normas de incidncia tributria propriamente dita.

    1.2.1.Capacidade contributiva como princpio balizador do conceito derenda

    Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situaoindependente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte(CTN, art. 16). Nota-se, claramente, que impostos no tm o carter

    contraprestacional tpico dos tributos vinculados. Trata-se de espcie de tributono vinculado (e disso voc j sabe, tenho certeza!).

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    Na definio do art. 16 do CTN, note que foi afirmado o que os impostos noso: impostos no so vinculados. Portanto, se no constituem espcie detributo baseado no ressarcimento devido em face de uma atuao estatalespecfica, temos que justificar a cobrana dos impostos de outro modo.

    De forma legtima, os impostos so cobrados de quem demonstra aptido paracontribuir com o Estado. A incidncia de impostos se refere, portanto, manifestao de riqueza. Nesse sentido, imposto tributo que promovedistribuio de riqueza, e encontra-se fundamentado na solidariedade.

    Por isso mesmo, a cobrana de impostos est intimamente ligada capacidadecontributiva. A ideia simples: quem apresenta capacidade contributiva devecolaborar com o Estado na consecuo de suas atividades voltadas sociedade; por outro lado, quem no apresenta capacidade contributiva deve

    ser poupado desse encargo. Isso explica a preocupao do constituinte de1988, que o fez enunciar no 1 do art. 145 a diretriz no sentido de que osimpostos devem ser graduados segundo a capacidade econmica doscontribuintes.

    Em alguns casos, a manifestao de riqueza pode constituir um estadopermanente. o caso da propriedade imobiliria, que justifica a cobrana deimposto sobre o patrimnio, ITR ou IPTU, conforme o caso.

    Por outro lado, eventos espordicos podem revelar a aptido para contribuircom o Estado. o caso da renda recebida, que tambm justifica a cobrana deimposto. Mas, somente a riqueza nova pode ser qualificada como renda, capazde justificar a incidncia do respectivo imposto. Admitir o contrrio significaria,a pretexto de tributar a renda, permitir a incidncia de verdadeiro impostosobre o patrimnio.

    Com isso, fica claro que a capacidade contributiva funciona como princpiobalizador do conceito de renda, que deve orientar as concluses acerca daverdadeira natureza dos ingressos recebidos pelas pessoas, conforme veremosno terceiro bloco desta mesma aula.

    1.2.2.A isonomia, a capacidade contributiva e a progressividade

    Aqui, mais do que reafirmar o contedo de cada um desses princpios,pretendo mostrar como eles se relacionam, e como desse relacionamentoemergem orientaes para a tributao da renda.

    A isonomia tributria clara expresso do princpio da igualdade. Longe deorientar igual tratamento a todos os contribuintes, a isonomia tributria, emverdade, veda o tratamento diferenciado aos que se encontram em situaoequivalente, e orienta para a criao de tratamento diferenciado aos que se

    encontram em situao desigual, na medida de suas desigualdades.

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    Por sua vez, em matria de IR, alm de informar o conceito de renda(conforme j vimos no item anterior), a capacidade contributiva o parmetromais legtimo para identificar contribuintes em situao desigual. Por issomesmo, o respeito s diferentes capacidades contributivas representa aconcretizao da isonomia tributria.

    No podemos deixar de mencionar que a identificao das diferentescapacidades contributivas viabilizada pelo carter pessoal do IR, na medidaem que a estrutura de sua regra de incidncia considera aspectos prprios decada contribuinte. No mbito do Imposto de Renda da Pessoa Fsica (IRPF), amanifestao do carter pessoal muito evidente em face da possibilidade deo contribuinte deduzir da base de clculo do imposto despesas mdicas, gastoscom instruo, e um valor fixo por dependente, entre outras dedues.

    E uma vez identificada a situao desigual, determinada pela desigualcapacidade contributiva, a progressividade das alquotas uma forma deimplementar o tratamento tributrio diferenciado que confere efetividade isonomia.

    Tambm em relao ao Imposto de Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ) asdiferentes capacidades contributivas justificam a tributao diferenciada. oque se verifica no caso da incidncia da alquota adicional de 10% na hiptesede bases de clculo superiores a determinado valor, conforme veremos emaula prpria.

    Quanto necessidade de tambm observar a capacidade contributiva daspessoas jurdicas, vale destacar que a ESAF, em concurso aplicado nestemesmo ano de 2012, considerou incorreta a assertiva que restringia suaaplicao somente s pessoas fsicas. Confira:

    (ESAF/Analista de Comrcio Exterior 27/05/2012)30 - O princpio da capacidade contributiva, que informa oordenamento jurdico tributrio, estabelece que, sempre quepossvel, os impostos tero carter pessoal e sero graduados

    segundo a capacidade econmica do contribuinte, facultado administrao tributria, especialmente para conferirefetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitosindividuais e nos termos da lei, o patrimnio, os rendimentos eas atividades econmicas do contribuinte. Sobre ele, assinale aopo incorreta.a) Tal princpio aplica-se somente s pessoas fsicas.b) Constitui subprincpio do princpio da solidariedade.c) Visa, entre outros objetivos, a assegurar o mnimo vital, ou mnimoexistencial.

    d) Constitui subprincpio do princpio da igualdade.e) compatvel com a progressividade de alquotas.

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    Pelo que at aqui j foi dito, a alternativa A a resposta da questo. Avalidade das alternativas D e E pode ser confirmada com o que estudamosneste mesmo item da aula. Quanto s demais alternativas, a alternativa C estcorreta porque devem ser respeitadas as menores capacidades econmicaspara no privar as pessoas do mnimo existencial (veja a aplicao prticadisso na faixa de iseno da tabela progressiva do IRPF). E no outro extremo,a alternativa B tambm est correta, pois, na medida em que proporcionaclara distribuio de renda, a incidncia tributria mais gravosa sobre aspessoas com maior capacidade contributiva representa medida desolidariedade e justia fiscal.

    Para fechar este item, vamos adotar como sntese uma assertiva consideradacorreta pela ESAF no ltimo concurso para AFRFB:

    Pode-se afirmar que o critrio da progressividade decorre dos princpiosda igualdade e da capacidade contributiva, na medida em quecontribuintes com maiores rendimentos sejam tributados de modo maisgravoso do que aqueles com menores rendimentos.

    1.2.3.Capacidade contributiva e vedao ao confisco

    Quando o constituinte estabelece que vedado utilizar tributo com efeito de

    confisco, claramente pretende evitar a imposio de incidncias tributriasexcessivas, que resultem em verdadeira subtrao do patrimnio doscontribuintes, ou em privao do mnimo vital para sobrevivncia.

    Trata-se, portanto, de uma vedao ao excesso que, em matria de impostos,est em harmonia com a necessidade de gradu-los segundo a capacidadeeconmica dos contribuintes.

    No caso do IR, pode-se afirmar que a vedao ao confisco est relacionadacom a graduao mxima a que se pode chegar com a incidncia do imposto,

    sem que isso signifique um avano da tributao para alm do que revela acapacidade contributiva que fundamenta sua cobrana.

    Nesse contexto, certo que confisco um conceito indeterminado, quedemanda a definio de seu alcance em face do caso concreto. Outro detalheimportante diz respeito ao entendimento do STF no sentido de que a avaliaoda existncia de confisco no deve ser feita considerando o tributoisoladamente. Para esse fim preciso analisar o efeito das mltiplasincidncias a que se encontra submetido o patrimnio ou a renda docontribuinte (ADC/MC 8 e ADI/QO 2.010).

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    Portanto, a partir do que vimos at aqui, em matria de IR, a capacidadecontributiva, manifestada pela obteno de riqueza nova, revela a natureza derenda do ingresso percebido pelo contribuinte. E alm de revelar a natureza darenda, o princpio da capacidade contributiva, associado vedao ao confisco,tambm atua na delimitao do mximo a que se pode chegar com atributao.

    Perceba o papel fundamental do princpio da capacidade contributiva: ele nosajuda a identificar o que pode ser tributado, e em que medida pode sertributado.

    1.2.4.A generalidade e a universalidade da tributao sobre a renda

    A CF determina que o IR seja informado pelos critrios da generalidade e dauniversalidade, na forma da lei.

    Quando considerados isoladamente, existe alguma discordncia com relao aocontedo desses critrios. H quem entenda o contrrio, mas em geral, tem-seque a generalidade implica a sujeio de todas as pessoas incidnciado imposto, enquanto que a universalidade impe o alcance datributao em relao a quaisquer espcies de rendimentos,independentemente de sua denominao.

    De qualquer forma, juntos, os critrios da generalidade e da universalidadeconferem ampla abrangncia subjetiva (todas as pessoas) e objetiva (todas asrendas) incidncia do IR.

    Em seu excelente livro de Direito Tributrio, o Professor Ricardo Alexandredestaca que o CESPE-UnB, num Exame da OAB, j marcou posio no sentidode que a generalidade informa a abrangncia subjetiva do IR, enquanto que auniversalidade se refere sua abrangncia objetiva. Mas, infelizmente, a ESAFainda no abordou o tema sob esse prisma.

    Por outro lado, pacfico o fato de que generalidade e universalidade decorremda isonomia. Desse modo, se no houver um motivo legtimo capaz de

    justificar tratamento diferenciado, todas as pessoas devem se sujeitar ao IR.Da mesma forma, inexistindo razo para a diferenciao, todas as vriasespcies de renda ou provento de qualquer natureza devem ser alcanadaspelo imposto.

    A ttulo de exemplo, note como a generalidade e a universalidade realmenteinformam a criao das normas de incidncia do IR:

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    Abrangncia objetiva

    A tributao independe da denominao dos rendimentos, ttulos oudireitos, da localizao, condio jurdica ou nacionalidade dafonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma depercepo das rendas ou proventos, bastando, para a incidncia doimposto, o benefcio do contribuinte por qualquer forma e a qualquerttulo (Lei n 7.713, de 1988, art. 3, 4).

    Abrangncia subjetiva

    As pessoas fsicas domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares dedisponibilidade econmica ou jurdica de renda ou proventos dequalquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, socontribuintes do imposto de renda, sem distino da nacionalidade,sexo, idade, estado civil ou profisso (Decreto n 3.000, de 1999,art. 2).

    Antes de fechar este item e apenas para no perder a oportunidade, vale dizerque a ESAF, em 2004, foi muito maldosa ao apresentar numa prova paraProcurador da Fazenda Nacional a seguinte assertiva: o imposto sobre renda eproventos de qualquer natureza sujeita-se aos princpios da generalidade,uniformidade e progressividade.

    A assertiva foi considerada incorreta. Apesar de ter utilizado o termoprincpios em vez de critrios, penso que essa no tenha sido a razo pelaqual a ESAF considerou incorreta a assertiva. Ali o problema foi outro! Noteque foi substituda a universalidade, por uniformidade. bem verdade queso atributos distintos, mas, em vista do que dispe o inciso I do art. 151 daCF, no deixa de estar correto afirmar que o IR se submete ao princpio dauniformidade! Alm disso, trata-se de uma armadilha que pouco contribui coma avaliao dos candidatos. Infelizmente, temos que aprender a conviver comessas coisas!

    1.2.5.Irretroatividade e anterioridade do exerccio financeiro

    Em obedincia ao princpio da irretroatividade, a Unio no pode cobrar o IRem relao a fatos geradores ocorridos antes do incio da vigncia da lei que ohouver institudo ou aumentado.

    Alm da irretroatividade, tambm deve ser respeitado o princpio daanterioridade do exerccio financeiro, segundo o qual a Unio no pode cobraro IR no mesmo ano em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou

    aumentou.

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    Aqui tambm no vamos analisar detalhadamente o contedo desses princpiosamplamente estudados em Direito Tributrio. Aqui nos interessa analisar osefeitos da lei que majora o imposto em relao aos rendimentosauferidos no mesmo ano de sua publicao.

    Antes de analisar essa situao, preciso dizer que, em relao ao IR,considera-se ocorrido o fato gerador no final do perodo de apurao. Essa aregra. Exceo a essa regra se verifica em relao ao Imposto de Renda Retidona Fonte (IRRF). Nesse caso, a obrigao da fonte pagadora nasceinstantaneamente, mas no se preocupe com isso agora.

    Assim, no caso da incidncia anual do IR, ainda que o contribuinte sejabeneficirio de vrios rendimentos ao longo do ano, considera-se ocorrido ofato gerador do imposto no dia 31 de dezembro. Trata-se do que normalmentese denomina fato gerador peridico composto, ou simplesmente fato geradorcomplexivo.

    Mais um detalhe: na declarao de ajuste que a apurao do imposto anualser demonstrada Receita Federal. Inclusive, no caso das pessoas fsicas, ovencimento do prazo para pagamento do imposto anual coincide com a datalimite para entrega da declarao (Lei n 9.250, de 1995, arts. 7 e 13,pargrafo nico).

    Para simplificar a compreenso do problema, vamos considerar a situao

    retratada na figura 1:

    Figura 1 - Efeitos da lei que majora o IR em relao aos rendimentos auferidos nomesmo ano de sua publicao

    Na figura 1, considerando que FG o fato gerador do imposto relativo aosrendimentos auferidos no ano-base, e considerando ainda que o incio davigncia da lei nova se deu no mesmo dia de sua publicao, a pergunta :qual a alquota aplicvel no clculo do imposto anual, 20% ou 30%?

    Lei nova:alquota 30%

    Rendimentos

    Entrega da

    declaraoAno-base

    FG

    Lei antiga:alquota 20%

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    Na dcada de 1970, quando essa mesma pergunta bateu s portas do STF, aresposta foi favorvel aplicao da lei nova. Segundo o entendimento queprevaleceu, como a data de incio da vigncia da lei nova anterior data deocorrncia do fato gerador, a irretroatividade no afrontada pela aplicao dalei nova, ainda que se tenha presente o que a doutrina denomina deretroatividade imprpria. E como o imposto somente vai ser cobrado noano seguinte, no momento da entrega da declarao, ento a anterioridadetambm no violada.

    Esse entendimento est na origem da seguinte smula, aprovada em SessoPlenria de 15/12/1976:

    Smula STF 584 - Ao Imposto de Renda calculado sobre osrendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exerccio financeiro

    em que deve ser apresentada a declarao.Esse entendimento do STF foi amplamente reprovado pela doutrina e, athoje, motivo de muitas discusses. A atual composio do STF ter aoportunidade de rediscutir a matria segundo nossa realidade jurdica, social,econmica e poltica. Inclusive, em 2009 o STF reconheceu a repercusso geraldo tema (RE 592.396-7), e desde 2007 encontra-se pendente de julgamento oRE 183.130 tratando da mesma matria.

    Em relao irretroatividade, no h problema. A reprovao da doutrina recaisobre o entendimento de que em casos como esse a aplicao da lei nova no

    representaria afronta anterioridade.Como vimos, esse entendimento se baseou na tese, bastante questionvel, deque a anterioridade no violada pela aplicao da lei nova porque o impostosomente vai ser cobrado no ano seguinte, no momento da entrega dadeclarao.

    Ora, a razo de este entendimento ser questionvel est no fato de terconsiderado o sentido meramente prtico de "cobrar", significando apenas

    exigir o pagamento de algo que devido, o que de fato s ocorre com aentrega da declarao.

    No entanto, no sentido mais aceito pela doutrina e pelo STJ, o termo cobrarque o constituinte utilizou no inciso III do art. 150 da CF, deve ser entendidoem sua conotao jurdica significando impor a exao. Trata-se, portanto,de vedar a produo de efeitos da lei nova em relao a fatos ocorridos nomesmo ano de sua publicao. evitar a verificao concreta da hiptese deincidncia tributria porque a lei no poderia produzir esse efeito no prprioano de sua publicao.

    Em vista disso, so grandes as chances de o STF superar esse entendimento. Ecomo foi mencionado acima, o STJ j se pronunciou no sentido da

    inaplicabilidade da Smula 584/STF, construda luz de legislao anterior aoCTN (REsp 179.966).

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    Assim colocada a questo, como deve agir o concursando? Nesse caso h umprecedente da prpria ESAF desconsiderando a Smula STF 584. Trata-se de questo do concurso de 2003 para Tcnico da Receita Federal, em que aresposta correta somente poderia ser assinalada se o candidato ignorasse aSmula STF 584 e aplicasse a lei antiga. Como essa questo envolve temas daapurao do IRPF, ela ser comentada na Aula 03, momento em que euretornarei a essa discusso envolvendo a Smula STF 584.

    Antes de fechar esse tpico, preciso fazer uma breve referncia ao inciso IIIdo art. 104 do CTN. Trata-se do que tem sido considerada uma proteoadicional ao contribuinte, recepcionada pela CF/88:

    Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exerccio seguinte queleem que ocorra a sua publicao os dispositivos de lei, referentes aimpostos sobre o patrimnio ou a renda:

    [...]

    III - que extinguem ou reduzem isenes, salvo se a lei dispuser demaneira mais favorvel ao contribuinte, e observado o disposto noartigo 178.

    Em relao a esse dispositivo, pode-se dizer que realmente se trata de umaproteo adicional ao contribuinte, relativa apenas a impostos sobrepatrimnio ou renda, principalmente diante do entendimento do STF nosentido de que a anterioridade no representa proteo contra revogao oureduo de isenes (que certamente so situaes mais gravosas).

    Para o Tribunal, como a iseno significa mera dispensa legal do pagamento detributo devido, revogao de iseno no se equipara a criao ou majoraode tributo. Com base nessa tese, o STF entendeu que, revogada a iseno, otributo torna-se imediatamente exigvel. Em casos assim, no h que seobservar o princpio da anterioridade, dado que o tributo j existente (RE204.062).

    Portanto, se no fosse pelo inciso III do art. 104 do CTN, dispositivos de leique extinguem ou reduzem isenes referentes a impostos sobre o patrimnioou a renda poderiam entrar em vigor na data de sua publicao e, sem aproteo da anterioridade, poderiam produzir efeitos no mesmo momento.

    Mas, por fora dessa proteo adicional prevista no CTN, extino ou reduode isenes referentes a impostos sobre o patrimnio ou a renda somenteentram em vigor no primeiro dia do exerccio seguinte quele em que ocorra apublicao da respectiva lei. Mas isso vale somente se a lei no dispuser demodo mais favorvel ao contribuinte, por exemplo, estabelecendo o incio de

    sua vigncia em data posterior ao primeiro dia do exerccio seguinte, de modoa conceder ao contribuinte mais prazo at que a revogao da iseno produzaseus efeitos.

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    1.2.6.Anterioridade nonagesimal

    Este item est aqui s para lembr-lo de que o IR exceo ao princpio daanterioridade nonagesimal, segundo o qual vedado cobrar tributos antes dedecorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que osinstituiu ou aumentou.

    Portanto, continua sendo possvel que majorao nas alquotas do IR veiculadaem lei publicada dentro dos ltimos noventa dias do ano produza efeitos j apartir do primeiro dia do exerccio seguinte.

    E no se esquea de que, por fora do 2 do art. 62 da CF, caso a majoraoreferida no pargrafo anterior seja veiculada por medida provisria, a produode efeitos somente se inicia no primeiro dia do exerccio seguinte se a medidaprovisria for convertida em lei at o final do ano de sua publicao.

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    2.NORMAS GERAIS EM MATRIA DE IMPOSTO DE RENDA

    A partir deste ponto deixamos o plano constitucional e entramos no plano das

    normas gerais relativas ao IR.

    As normas gerais cumprem importante funo de uniformizao do SistemaTributrio. Alm disso, em relao aos impostos, contribuem para esclarecer aprpria delimitao da competncia tributria atribuda pela Constituio. Issoporque, nos termos da alnea a do inciso III do art. 146 da CF, a definiodos principais elementos da hiptese de incidncia dos impostos constituinorma geral em matria tributria, objeto de lei complementar.

    A preocupao do constituinte bvia: se os impostos so tributos no

    vinculados que incidem sobre a riqueza manifestada pelos contribuintes, preciso estabelecer critrios seguros para delimitar os contornos do poder detributar; critrios sem os quais os entes tributantes ficariam demasiadamentelivres para criar suas hipteses de incidncia e, consequentemente, o particularexcessivamente exposto voracidade da tributao sem limites claros.

    Nesse sentido, em relao aos impostos discriminados na CF, compete leicomplementar definir (1) a causa de surgimento da obrigao tributria (o fatogerador), (2) o elemento quantificador do fato gerador (a base de clculo), e(3) o sujeito obrigado ao pagamento do imposto (o contribuinte).

    De qualquer forma, a mera existncia de norma geral relativa a determinadoimposto no suficiente para que se possa consider-lo institudo, e quanto aisso voc no pode ter qualquer dvida!

    2.1. A eficcia do Cdigo Tributrio Nacional

    Tenho certeza de que voc sabe, mas no custa lembrar que o CdigoTributrio Nacional (CTN), nosso mais importante diploma legal em matria de

    normas gerais tributrias, lei ordinria publicada sob a gide da Constituiode 1946, que nem mesmo previa a espcie lei complementar.

    Apenas com a Constituio de 1967 surge a lei complementar e a exignciadessa espcie normativa para dispor sobre normas gerais em matriatributria. Como sabemos, exigncia semelhante se encontra na atual CF.

    Em consequncia, conforme explica a Teoria da Recepo, emboraformalmente lei ordinria, o CTN materialmente lei complementar. Issosignifica que o CTN tem fora (eficcia) de lei complementar.

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    2.2. Fato gerador do imposto de renda

    O art. 43 do CTN estabelece que o fato gerador do imposto de renda aaquisio da disponibilidade econmica ou jurdica de renda ou de proventosde qualquer natureza.

    No terceiro bloco desta aula estudaremos mais detalhadamente o contedo dosconceitos utilizados pelo legislador do Cdigo para definir o fato gerador doimposto de renda. Neste momento, vamos nos ocupar dos pargrafos do art.43 do CTN, introduzidos pela Lei Complementar n 104, de 2001.

    O 1 dispe sobre a abrangncia objetiva da hiptese de incidncia. Nessesentido:

    em relao receita ou ao rendimento, a incidncia do impostoindepende de sua denominao, origem e forma de percepo; e

    em relao fonte da receita ou dos rendimentos, a incidncia doimposto independe de sua localizao, condio jurdica ounacionalidade.

    Como j dissemos algumas vezes nessa aula, se houver aquisio dedisponibilidade de renda ou provento de qualquer natureza, a incidncia doimposto independe da denominao que a eles seja atribuda. A tributao

    tambm indiferente origem (lcita ou ilcita) e forma de percepo(pecnia, in natura, in labor, etc.) da receita ou rendimento.

    A incidncia do IR tambm independe da condio jurdica da fonte dosrendimentos. Ou seja, para fins de incidncia do imposto, indiferente o fatode a fonte pagadora estar ou no regularmente constituda na forma de pessoa

    jurdica, de ser pessoa fsica, de ser pessoa civilmente capaz ou incapaz, denem mesmo ser pessoa (esplio, massa falida, etc.), entre outraspossibilidades.

    Tambm so indiferentes a nacionalidade e a localizao da fonte da receita oudos rendimentos. Desse modo, se o beneficirio dos rendimentos forresidente1 ou domiciliado no Pas, estar sujeito incidncia do impostobrasileiro, ainda que:

    no seja brasileira a fonte dos rendimentos localizada no Brasil ocaso da tributao dos rendimentos auferidos por residentes no Pasem decorrncia de servios prestados a embaixadas de pasesestrangeiros no Brasil (RIR/99, art. 106, III)2;

    1 Veremos na prxima aula o conceito de residente no Pas.2 RIR/99: Regulamento do Imposto de Renda de 1999 Decreto n 3.000, de 26 de maro de1999.

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    a fonte dos rendimentos no esteja localizada no Brasil o caso datributao de rendimentos auferidos por pessoa residente no Brasil,produzidos por bem de sua propriedade localizado no exterior(RIR/99, arts. 2 e 38); e dos lucros, rendimentos e ganhos de capitalauferidos no exterior auferidos por pessoa jurdica domiciliada noBrasil (RIR/99, art. 394).

    Por oportuno, vale dizer que, ainda que o beneficirio no seja residente oudomiciliado no Brasil, estar sujeito incidncia do imposto brasileiro se afonte dos rendimentos estiver situada no Pas (RIR/99, arts. 3, 22, 2e 682).

    Por outro lado, ainda que brasileiro, se o beneficirio do rendimento no forresidente no Pas, e tambm no estiver localizada no Pas a fonte dosrendimentos, no haver incidncia do IR brasileiro. o caso jogadorbrasileiro que se retira em carter permanente do territrio nacional para atuarem clube de futebol de pas estrangeiro.

    Em resumo, para incidir o imposto de renda brasileiro, pelo menos obeneficirio do rendimento tem que ser residente ou domiciliado no Pas, OU afonte dos rendimentos tem que estar situada no Pas.

    A incidncia do IR brasileiro sobre os rendimentos auferidos no exterior, porresidentes ou domiciliados no Brasil, caracteriza a denominada tributao em

    bases universais, que consagra a extraterritorialidade da tributao,tendncia que se observa com a globalizao dos negcios.

    Por fim, nos termos do 2 do art. 43 do CTN, na hiptese de receita ou derendimento oriundos do exterior, a lei estabelecer as condies e o momentoem que se dar sua disponibilidade, para fins de incidncia do imposto.

    Para dar efeito a esse comando do Cdigo na especfica hiptese de empresasediada no Brasil ser controladora ou coligada de empresa situada noexterior, o art. 74 da Medida Provisria n 2.158, de 2001, estabelece que os

    lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior, sero consideradosdisponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanono qual tiverem sido apurados.

    H poucos meses (em abril deste ano), para admitir o RE 611.586 o STFreconheceu a repercusso geral de questionamento envolvendo o comando doart. 74 da MP n 2.158, de 2001.

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    2.3. Base de clculo do imposto de renda

    O art. 44 do CTN estabelece que a base de clculo do imposto o montante,real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributveis.

    preciso dizer que, ao dispor dessa forma sobre a base de clculo, o CTN seutilizou apenas de figuras aplicveis ao IRPJ, que estudaremos em momentoprprio.

    Quanto ao IRPF, o art. 3 da Lei n 7.713, de 1988, estabelece que sua basede clculo corresponde ao rendimento bruto, permitidas apenas as deduesautorizadas em lei. Tambm estudaremos esse tema em momento prprio.

    Vamos aqui apenas aproveitar para destacar uma questo antiga e simplesque abordou o tema:

    (ESAF/ Tcnico da Receita Federal 2002.2)Entre as formas de tributao pelo Imposto de Renda PessoaJurdica previstas na legislao, no se inclui:a) a tributao pelo lucro presumido.b) o pagamento mensal unificado de impostos e contribuies federais(SIMPLES).c) a tributao pelo lucro arbitrado.d) a tributao pelo lucro bruto.

    e) a tributao pelo lucro real.

    As formas de tributao pelo IRPJ previstas na legislao so lucro real, lucropresumido ou lucro arbitrado, ou Simples Nacional (na poca, SimplesFederal). Portanto, entre as formas de tributao pelo IRPJ no se inclui o lucrobruto. Fcil, no acha? Mas essa questo somente est aqui para destacar que,enquanto a base de clculo do IRPF o rendimento bruto, as pessoas jurdicasno so tributadas pelo lucro bruto. No confunda!

    2.4. Contribuinte do imposto de renda

    Contribuinte do imposto o titular da disponibilidade adquirida de renda ou deproventos de qualquer natureza (CTN, art. 45).

    O Cdigo ainda estabelece que a lei pode atribuir a condio de contribuinte aopossuidor, a qualquer ttulo, dos bens produtores de renda ou dos proventostributveis.

    Essa ltima previso recebe algumas crticas da doutrina. H quem entenda

    que o legislador pretendeu tributar a fonte pagadora dos rendimentos, o querealmente seria um disparate! No me parece que tenha sido essa a intenodo legislador. Parece-me que o legislador do Cdigo, para fins de atribuir a

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    condio de sujeito passivo do IR, pretendeu tornar indiferente a natureza dovnculo entre a pessoa e o bem produtor da renda. Em outras palavras, apessoa no precisa ser a proprietria do bem para se revestir da condio decontribuinte em relao renda por ele produzida.

    Essa concluso corroborada pelo Regulamento do Imposto de Renda que,referindo-se a esse dispositivo, estabelece que so tambm contribuintes aspessoas fsicas que perceberem rendimentos de bens de que tenham a possecomo se lhes pertencessem, de acordo com a legislao em vigor.

    Vamos a um exemplo. No caso de desaparecimento de uma pessoa, o CdigoCivil estabelece o trmite aps o qual pode ser decretada sua ausncia.Transcorrido determinado perodo, depois de adotadas algumas cautelas, o juizpode abrir provisoriamente a sucesso. Nesse estado de sucesso provisria osherdeiros podero se imitir na posse dos bens do ausente. A sucesso provisria porque o ausente pode regressar, hiptese em que seus bens a eleretornam. Se o ausente no retornar depois de dez anos aps a abertura dasucesso provisria, os interessados podem requerer a sucesso definitiva.Pois bem, durante o perodo de dez anos em que os bens se encontram apenasna posse dos herdeiros, em relao aos rendimentos produzidos (caso dealuguis gerados por bens imveis), certamente que a eles (os herdeiros) podeser atribuda a condio de contribuinte do IR, ainda que no sejam os efetivosproprietrios dos bens.

    Por fim, o CTN dispe sobre a possibilidade (amplamente utilizada, e queanalisaremos neste curso) de atribuir fonte pagadora da renda ou dosproventos tributveis a condio de responsvel pelo imposto cuja reteno erecolhimento lhe caibam. Note que no se trata de tributar a fonte. Trata-se,sim, de aproveitar a convenincia de encarreg-la de promover a arrecadaodo tributo devido pelo beneficirio do rendimento, este ltimo o verdadeirocontribuinte do imposto.

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    3.CONCEITOS FUNDAMENTAIS RELATIVOS AO FATO GERADOR DOIMPOSTO DE RENDA

    Neste bloco da aula, vamos analisar com mais cuidado os elementos nuclearesutilizados pelo CTN para definir as possveis hipteses de incidncia do IR,conforme previso abaixo reproduzida:

    Art. 43. O imposto, de competncia da Unio, sobre a renda eproventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisio dadisponibilidade econmica ou jurdica:

    I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou dacombinao de ambos;

    II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acrscimos

    patrimoniais no compreendidos no inciso anterior.De acordo com o edital recm publicado, desse dispositivo a ESAF pinou osseguintes elementos: renda, proventos, disponibilidade econmica ou jurdica eacrscimo patrimonial.

    Isso no foi por acaso. Sobre esses conceitos existem discusses infindveis.Vamos, a partir deste ponto, identificar algumas controvrsias importantes eapresentar o que se tornou pacfico, pelo menos no mbito do STJ.

    3.1. Aquisio de disponibilidade

    No contexto que aqui nos interessa, disponibilidade significa a possibilidade deutilizar algo quando e como quiser. a qualidade de algo do qual se podedispor. E s pode dispor quem for o dono ou, pelo menos, o legtimo possuidor.O mero detentor de algo que pertence a outrem no tem disponibilidade sobreesse algo.

    Como se nota, a disponibilidade um estado. Algo est disponvel, ou algo noest disponvel. Por isso mesmo, a disponibilidade um estado que em algummomento se adquire. E esse momento, o da aquisio, o momento queinteressa tributao. Mas, esse s o comeo da histria!

    3.2. Disponibilidade econmica ou jurdica

    A diferenciao entre disponibilidade econmica e disponibilidade jurdica objeto de debates h quase cinco dcadas.

    No nos cabe entrar profundamente nesse debate. Mas antes de apresentar aconceituao oferecida pela prpria ESAF no curso de formao para os ento

    aprovados no concurso para AFRFB de 2005, vamos analisar uma das tesesdefendidas. Acredito que conhec-la ir alargar sua compreenso sobre otema.

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    H quem defenda que a disponibilidade jurdica significa a possibilidade deusar algo que tenha sido obtido em consonncia com o direito; enquanto que adisponibilidade econmica decorre de fato irrelevante ao direito. Com todorespeito que merecem os formuladores e os defensores dessa tese, ela no adequada para o nosso problema porque qualifica como jurdica ou econmicaa aquisio (conforme o direito ou no), e no a disponibilidade. Em outraspalavras, no estamos interessados em definir a aquisio jurdica dedisponibilidade; estamos na verdade interessados em definir a aquisio dedisponibilidade jurdica. O que bem diferente!

    Para esclarecer essa diferenciao, como disse acima, vou reproduzir osconceitos oferecidos pela ESAF no curso de formao de AFRFB/2005:

    Aquisio de Disponibilidade Econmica - a obteno dafaculdade de usar, gozar e dispor de dinheiro ou de coisas neleconversveis, entrados para o patrimnio do adquirente por ato, fatoou negcio jurdico. o ter de fato (concretamente).

    Aquisio de Disponibilidade Jurdica a obteno de direitosde crdito, no sujeitos condio suspensiva (representados porttulos ou documentos de liquidez e certeza, que podem serconvertidos em moeda ou equivalente). o ter direito/abstratamente.

    Portanto, econmica a disponibilidade plena para usar, gozar e dispor; edisponibilidade jurdica a realidade representada apenas pelo crditodisponvel, livre e desembaraado. Portanto, se o crdito estiver sujeito aevento futuro e incerto (condio), ainda no haver disponibilidade jurdica.

    Antes de encerrar este item, vamos cuidar para no confundir disponibilidadeeconmica com disponibilidade financeira. Para isso, pela clareza, recorro seguinte lio do STJ, colhida no REsp 983.134: No necessrio que a rendase torne efetivamente disponvel (disponibilidade financeira) para que seconsidere ocorrido o fato gerador do imposto de renda, limitando-se a lei aexigir a verificao do acrscimo patrimonial (disponibilidade econmica).

    Para entender o sentido desse pronunciamento do STJ, vamos pensar nosrendimentos percebidos em bens ou direitos (remunerao indireta). Porexemplo, o caso da entrega de aes da empresa empregadora a ttulo debnus a um diretor empregado. Com esse fato, o diretor adquiriudisponibilidade econmica de renda, muito embora ainda no tenhadisponibilidade financeira (essas aes podem nem mesmo ser negociadas embolsa, ou se forem, podem ter baixssima liquidez).

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    Com as pessoas jurdicas diferente. O imposto incide sobre o lucro,acrscimo patrimonial resultante do confronto de receitas, custos e despesas. necessrio considerar custos e despesas para evitar que o imposto incidasimplesmente sobre a receita, base de incidncia de outros tributos. Portanto,no caso das pessoas jurdicas, para que possa ser considerado na apurao doresultado, o ingresso tem que representar uma mutao patrimonial positivano momento de sua percepo e, alm disso, preciso aguardar a apuraorealizada no final do perodo para verificar o efetivo acrscimo patrimonial.

    Alm da existncia de outras incidncias tributrias sobre as pessoas jurdicas,questes de ordem prtica parecem justificar a diferena no tratamentoconferido a pessoas fsicas e jurdicas. E mesmo no caso das pessoas jurdicas,h hipteses em que se dispensa a verificao concreta de efetivo acrscimopatrimonial, como no caso do imposto devido por empresa no domiciliada noPas, retido na fonte no momento da remessa ao exterior.

    3.4. Proventos de qualquer natureza

    Proventos de qualquer natureza so acrscimos patrimoniais que nodecorrem do capital, do trabalho, e nem da combinao de ambos.

    Constituem exemplos de proventos, a aposentadoria, as penses, os ganhos

    de capital verificados na alienao de bens, os acrscimos cuja origem no identificada ou comprovada, os prmios de loteria e as recompensas.

    Alm de no decorrerem do capital, do trabalho, e nem da combinao deambos, a caracterstica essencial dos proventos a sua natureza de acrscimopatrimonial, o que nos leva para o item final desta aula.

    3.5. Acrscimo patrimonial

    A cincia contbil, entre outras coisas, especializou-se nas tcnicas destinadas apurao e demonstrao de acrscimos patrimoniais. Para isso, precisoudefinir patrimnio e os fatos que ensejam sua mutao, tais como a realizaode receitas e a execuo de despesas. Em seu sentido estritamente contbil,patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes de uma pessoa, quepodem ser avaliados economicamente.

    Considerando que os bens e direitos constituem a parte positiva do patrimnio,e as obrigaes compem a parte negativa, o valor do patrimnio de umapessoa, em determinado momento, o resultado da soma do valor dos bens edireitos, subtrado do valor das obrigaes.

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    Se o valor do patrimnio de uma mesma pessoa for calculado em momentosdiferentes, a comparao entre os valores encontrados nos informa se, noperodo considerado, o patrimnio aumentou, diminuiu ou se manteve estvel.Quando o patrimnio aumenta, fala-se, por bvio, em acrscimo patrimonial.

    Essas consideraes nos ajudam a entender a incidncia sobre os acrscimoscuja origem no identificada ou comprovada, assim expressa na InstruoNormativa SRF n 15, de 2001:

    Acrscimo patrimonial

    Art. 33. Constitui rendimento tributvel na Declarao de Ajuste Anual ovalor correspondente ao acrscimo patrimonial no justificado pelosrendimentos tributveis, no-tributveis, isentos, tributveisexclusivamente na fonte ou de tributao definitiva.

    A previso acima, fundamentada na Lei n 7.713, de 1988, autoriza presumir aomisso de rendimentos quando o contribuinte, considerando um determinadoperodo, com os rendimentos declarados no consegue justificar o acrscimopatrimonial percebido. Trata-se do denominado acrscimo patrimonial adescoberto.

    Portanto, a contabilidade ajuda, e muito, a compreender e identificar aocorrncia concreta da hiptese de incidncia do IR.

    Mas as principais discusses envolvendo a incidncia do IR, sem dvida, sereferem s indenizaes. E nesse aspecto passam a prevalecer as tesesjurdicas.

    No senso comum h uma ideia de que indenizaes no so tributveis porqueno representam acrscimo patrimonial. Ora, isso nem sempre verdade. Porisso mesmo, no possvel fechar os olhos e sair repetindo aos quatro ventosque verbas indenizatrias no se submetem incidncia do imposto de renda.

    Vamos utilizar apenas dois exemplos para desmistificar essa tese. O primeirodeles referente a indenizaes de seguro, e o segundo, relativo aos lucros

    cessantes.

    Suponha que uma grande transportadora mantenha um determinado caminhoem sua frota. Suponha tambm que, aps computar por um longo tempo osencargos de depreciao desse bem (que reduziram seu lucro tributvel!), seuvalor contbil seja de R$ 50.000. Suponha agora que esse mesmo bem sejaobjeto de um sinistro, e que a seguradora pagou transportadora indenizaono valor de R$ 70.000, conforme estabelecido no contrato celebrado entre aspartes. Ora, no lhe parece bvio que, mesmo se tratando de indenizao, atransportadora percebeu um acrscimo patrimonial de R$ 20.000. Acredite,

    essa situao no incomum, e a fiscalizao da Receita Federal tem lanadoo imposto sobre a diferena entre o valor recebido a ttulo de indenizao deseguro e o valor contbil do bem!

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    Vamos agora ao caso dos lucros cessantes. Imagine que um taxista perde oautomvel utilizado na profisso em decorrncia de acidente causado por outrapessoa. Suponha que o responsvel seja condenado a pagar a reposio dobem e o valor que o taxista deixou de faturar por conta de seu impedimentopara o trabalho (faltava-lhe o taxi!). Quanto ao valor relativo reposio dobem, de fato no h acrscimo patrimonial. Mas a outra parcela daindenizao, denominada lucros cessantes, essa sim tributvel, afinal, a suafinalidade justamente repor a renda que deixou de ser auferida. Nesse caso,embora de natureza indenizatria indiscutvel, a indenizao por lucroscessantes constitui rendimento tributvel (RIR/99, art. 55, inciso VI).

    No julgamento do REsp 695.499, a verificao de acrscimo patrimonial nocaso da indenizao por lucros cessantes foi utilizada pelo STJ para ilustrar queno basta a natureza indenizatria para afastar a incidncia do IR:

    Ademais, mesmo que caracterizada a natureza indenizatria do quantumrecebido, ainda assim incide Imposto de Renda, se der ensejo aacrscimo patrimonial, como ocorre na hiptese de lucros cessantes.

    Ainda sobre a necessidade de analisar com cuidado a real natureza daindenizao, para ento concluir sobre a incidncia do IR, cabe agora destacaro entendimento estampado na seguinte smula do STJ, aprovada em25/08/2010 (essa a ESAF ainda no cobrou em provas para a Receita

    Federal!):

    Smula STJ 463: Incide imposto de renda sobre os valores percebidosa ttulo de indenizao por horas extraordinrias trabalhadas, ainda quedecorrentes de acordo coletivo.

    Entre as decises que serviram de paradigma para a Smula 463, encontra-sea que foi proferida no REsp 670.514, cuja ementa contm o seguinte excerto:

    Apesar da denominao "Indenizao por Horas Trabalhadas -

    IHT", a natureza jurdica da verba que definir a incidnciatributria ou no. O fato gerador de incidncia tributria, conformedispe o art. 43 do CTN, sobre renda e proventos, tudo que tipificaracrscimo ao patrimnio material do contribuinte, e a esto inseridos ospagamentos efetuados por horas-extras trabalhadas, porquanto suanatureza remuneratria, e no indenizatria.

    Vrios so os aspectos relevantes no pronunciamento acima. Merece destaquea passagem que afirma que o fato gerador de incidncia tributria sobre rendae proventos tudo que tipificar acrscimo ao patrimnio material do

    contribuinte. Note bem a qualificao material do acrscimo patrimonial que,segundo o STJ, capaz de gerar a obrigao de pagar o IR.

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    A distino entre o patrimnio material e imaterial foi determinante para que oSTJ entendesse pela no incidncia do IR sobre as indenizaes decorrentes dedano moral. Havia uma divergncia, mas ao que parece o STJ firmou oentendimento de que no esto sujeitas tributao pelo imposto derenda as indenizaes decorrentes de dano moral (REsp 963.387, REsp1.152.764).

    No REsp 963.387, o STJ decidiu que a indenizao por dano estritamentemoral no fato gerador do Imposto de Renda, pois limita-se a recompor opatrimnio imaterial da vtima, atingido pelo ato ilcito praticado. Ainda, anegativa de incidncia do Imposto de Renda no se faz por fora de iseno,mas em decorrncia da ausncia de riqueza nova.

    Como se nota, a denominao indenizao insuficiente para determinar apossibilidade de incidncia do IR. preciso investigar a real natureza da verbarecebida, primeiro perguntando se do recebimento resultou acrscimopatrimonial; e ainda se houver um acrscimo material, no haver incidnciado IR se ele foi percebido para compensar um decrscimo no patrimnioimaterial. Se voc pensar dessa forma ter grandes chances de acertar umaquesto na prova se eventualmente no lembrar o especfico caso cobrado peloexaminador!

    Para encerrar, vou listar alguns pontos de consenso em matria deindenizaes.

    Primeiro, as indenizaes listadas nos incisos XVI a XXIV do art. 39 do RIR/99como rendimentos isentos de pessoas fsicas (nota-se a a imprecisoterminolgica do Regulamento muitos desses casos no representam riquezanova, e por isso nem mesmo se encontram sujeitos incidncia do IR):

    Indenizao Decorrente de Acidente - a indenizao reparatria pordanos fsicos, invalidez ou morte, ou por bem material danificado oudestrudo, em decorrncia de acidente, at o limite fixado emcondenao judicial, exceto no caso de pagamento de prestaes

    continuadas;

    Indenizao por Acidente de Trabalho - a indenizao por acidente detrabalho;

    Indenizao por Danos Patrimoniais - a indenizao destinada areparar danos patrimoniais em virtude de resciso de contrato;

    Indenizao por Desligamento Voluntrio de Servidores Pblicos Civis- o pagamento efetuado por pessoas jurdicas de direito pblico a

    servidores pblicos civis, a ttulo de incentivo adeso a programasde desligamento voluntrio;

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    Indenizao por Resciso de Contrato de Trabalho e FGTS - aindenizao e o aviso prvio pagos por despedida ou resciso decontrato de trabalho, at o limite garantido pela lei trabalhista ou pordissdio coletivo e convenes trabalhistas homologados pela Justiado Trabalho, bem como o montante recebido pelos empregados ediretores e seus dependentes ou sucessores, referente aos depsitos,

    juros e correo monetria creditados em contas vinculadas, nostermos da legislao do Fundo de Garantia do Tempo de Servio -FGTS;

    Indenizao (Reforma Agrria) - a indenizao em virtude dedesapropriao para fins de reforma agrria, quando auferida pelodesapropriado;

    Indenizao Relativa a Objeto Segurado - a indenizao recebida porliquidao de sinistro, furto ou roubo, relativo ao objeto segurado(veja que no caso da pessoa fsica a lei nesse caso dispensou averificao da ocorrncia de acrscimo patrimonial no hdispositivo semelhante para as pessoas jurdicas);

    Indenizao Reparatria a Desaparecidos Polticos - a indenizao attulo reparatrio, de que trata o art. 11 da Lei n 9.140, de 5 dedezembro de 1995, paga a seus beneficirios diretos;

    Indenizao de Transporte a Servidor Pblico da Unio - a indenizaode transporte a servidor pblico da Unio que realizar despesas com autilizao de meio prprio de locomoo para a execuo de serviosexternos por fora das atribuies prprias do cargo;

    No STJ, h ainda os seguintes enunciados, dos mais recentes para os maisantigos:

    Smula STJ 386 - So isentas de imposto de renda as indenizaesde frias proporcionais e o respectivo adicional.

    Smula STJ 215 - A indenizao recebida pela adeso a programade incentivo demisso voluntria no est sujeita incidncia doimposto de renda.

    Smula STJ 136 - O pagamento de licena-prmio no gozada pornecessidade do servio no esta sujeito ao imposto de renda.

    Smula STJ 125 - O pagamento de ferias no gozadas pornecessidade do servio no esta sujeito a incidncia do imposto derenda.

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    Com base nas Smulas STJ 125 e 136, a Procuradoria da Fazenda Nacionalemitiu pareceres3, com o objetivo de obter do Ministro da Fazenda aautorizao para a dispensa de interposio de recursos ou orequerimento de desistncia dos j interpostos, com relao a litgiosenvolvendo a incidncia do IRPF sobre as verbas recebidas por trabalhadoresem geral ou servidores pblicos, em face da converso em pecnia de licena-prmio e frias no gozadas por necessidade do servio.

    Os pareceres foram aprovados e, por consequncia, ato do Secretario daReceita Federal4 foi emitido determinando o cancelamento de lanamentosenvolvendo essa matria.

    3 Seguindo o rito do art. 19 da Lei n 10.522, de 19 de julho de 2002.4 Ato Declaratrio Interpretativo SRF n 5, de 27 de abril de 2005.

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    4.PRINCIPAIS PONTOS DA AULA

    Somente os ingressos que representam riqueza nova podem serqualificados como renda ou provento, pois s assim estar atendido oprincpio da capacidade contributiva.

    A capacidade contributiva funciona como princpio balizador doconceito de renda, que deve orientar as concluses acerca daverdadeira natureza dos ingressos recebidos pelas pessoas.

    A capacidade contributiva parmetro legtimo para identificarcontribuintes em situao desigual. Por isso mesmo, o respeito sdiferentes capacidades contributivas representa a concretizao daisonomia tributria.

    Pode-se afirmar que o critrio da progressividade decorre dosprincpios da igualdade e da capacidade contributiva, na medida emque contribuintes com maiores rendimentos sejam tributados demodo mais gravoso do que aqueles com menores rendimentos.

    No caso do IR, pode-se afirmar que a vedao ao confisco estrelacionada com a graduao mxima a que se pode chegar com aincidncia do imposto, sem que isso signifique um avano datributao para alm do que revela a capacidade contributiva que

    fundamenta sua cobrana.

    O entendimento do STF no sentido de que a avaliao da existnciade confisco no deve ser feita considerando o tributo isoladamente.

    H quem entenda o contrrio, mas em geral, tem-se que ageneralidade implica a sujeio de todas as pessoas incidncia doimposto (abrangncia subjetiva), enquanto que a universalidadeimpe o alcance da tributao em relao a quaisquer espcies derendimentos, independentemente de sua denominao (abrangncia

    objetiva).

    Pacfico o fato de que generalidade e universalidade decorrem daisonomia. Desse modo, se no houver um motivo legtimo capaz de

    justificar tratamento diferenciado, todas as pessoas devem se sujeitarao IR. Da mesma forma, inexistindo razo para a diferenciao, todasas diferentes espcies de renda ou provento de qualquer naturezadevem ser alcanadas pelo imposto.

    Smula STF 584 - Ao Imposto de Renda calculado sobre osrendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercciofinanceiro em que deve ser apresentada a declarao.

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    O STJ j se pronunciou no sentido da inaplicabilidade da Smula584/STF, construda luz de legislao anterior ao CTN.

    H um precedente da prpria ESAF desconsiderando a Smula STF584. Trata-se de questo do concurso de 2003 para Tcnico daReceita Federal.

    Renda o produto do capital, do trabalho ou da combinao deambos.

    Proventos de qualquer natureza so os acrscimos patrimoniais nocompreendidos no conceito de renda.

    Em relao receita ou ao rendimento, a incidncia do impostoindepende de sua denominao, origem e forma de percepo.

    Em relao fonte dos rendimentos, incidncia do imposto independede sua localizao, condio jurdica ou nacionalidade.

    Se no fosse pelo inciso III do art. 104 do CTN, dispositivos de lei queextinguem ou reduzem isenes referentes a impostos sobre opatrimnio ou a renda poderiam entrar em vigor na data de suapublicao e, sem a proteo da anterioridade, poderiam produzirefeitos no mesmo momento.

    O IR exceo ao princpio da anterioridade nonagesimal, segundo oqual vedado cobrar tributos antes de decorridos noventa dias dadata em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

    O fato gerador do IR a aquisio da disponibilidade econmica oujurdica de renda ou de proventos de qualquer natureza.

    Em relao receita ou ao rendimento, a incidncia do impostoindepende de sua denominao, origem e forma de percepo; e

    Em relao fonte da receita ou dos rendimentos, incidncia doimposto independe de sua localizao, condio jurdica ounacionalidade.

    Ainda que o beneficirio no seja residente ou domiciliado no Brasil,estar sujeito incidncia do imposto brasileiro se a fonte dosrendimentos estiver situada no Pas.

    Ainda que brasileiro, se o beneficirio do rendimento no for residenteno Pas, e tambm no estiver localizada no Pas a fonte dosrendimentos, no haver incidncia do IR brasileiro.

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    Portanto, para incidir o imposto de renda brasileiro, pelo menos obeneficirio do rendimento tem que ser residente ou domiciliado noPas, ou a fonte dos rendimentos tem que estar situada no Pas.

    A incidncia do IR brasileiro sobre os rendimentos auferidos noexterior, por residentes ou domiciliados no Brasil, caracteriza adenominada tributao em bases universais, que consagra aextraterritorialidade da tributao.

    Os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior, seroconsiderados disponibilizados para a controladora ou coligada noBrasil na data do balano no qual tiverem sido apurados.

    A base de clculo do imposto o montante, real, arbitrado oupresumido, da renda ou dos proventos tributveis.

    Contribuinte do imposto o titular da disponibilidade adquirida derenda ou de proventos de qualquer natureza.

    A lei pode atribuir a condio de contribuinte ao possuidor, a qualquerttulo, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributveis.

    A lei pode atribuir fonte pagadora da renda ou dos proventostributveis a condio de responsvel pelo imposto cuja reteno e

    recolhimento lhe caibam.

    Aquisio de Disponibilidade Econmica - a obteno da faculdadede usar, gozar e dispor de dinheiro ou de coisas nele conversveis,entrados para o patrimnio do adquirente por ato, fato ou negcio

    jurdico. o ter de fato (concretamente).

    Aquisio de Disponibilidade Jurdica a obteno de direitos decrdito, no sujeitos condio suspensiva (representados por ttulosou documentos de liquidez e certeza, que podem ser convertidos em

    moeda ou equivalente). o ter direito/abstratamente.

    Disponibilidade econmica x disponibilidade financeira: no necessrio que a renda se torne efetivamente disponvel(disponibilidade financeira) para que se considere ocorrido o fatogerador do imposto de renda, limitando-se a lei a exigir a verificaodo acrscimo patrimonial (disponibilidade econmica).

    O STF, o STJ e a doutrina em geral entendem que renda e proventos,em seu sentido constitucional, necessariamente representam

    acrscimo patrimonial.

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    Renda o produto do capital, do trabalho ou da combinao deambos.

    A renda est sujeita incidncia do imposto ainda que sejacompletamente consumida no perodo de apurao. Portanto, no casodas pessoas fsicas parece prevalecer a verificao de acrscimopatrimonial apenas no momento de aquisio da renda.

    Com as pessoas jurdicas diferente. O imposto incide sobre o lucro,acrscimo patrimonial resultante do confronto de receitas, custos edespesas.

    Proventos de qualquer natureza so acrscimos patrimoniais queno decorrem do capital, do trabalho, e nem da combinao deambos.

    Acrscimo patrimonial a descoberto - A lei autoriza presumir aomisso de rendimentos quando o contribuinte, considerando umdeterminado perodo, com os rendimentos declarados no consegue

    justificar o acrscimo patrimonial percebido.

    Mesmo que caracterizada a natureza indenizatria do quantumrecebido, ainda assim incide Imposto de Renda, se der ensejo aacrscimo patrimonial, como ocorre na hiptese de lucros cessantes.

    Smula STJ 463: Incide imposto de renda sobre os valores percebidosa ttulo de indenizao por horas extraordinrias trabalhadas, aindaque decorrentes de acordo coletivo.

    O STJ firmou o entendimento de que no esto sujeitas tributaopelo imposto de renda as indenizaes decorrentes de dano moral.

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    5.QUESTES PROPOSTAS

    (ESAF/ Auditor-Fiscal da Receita Federal - 29/09/2002)

    1. Leia o texto, preencha as lacunas e escolha, em seguida, a opoque contm a seqncia em que foram preenchidas.

    O Tribunal Regional Federal da 2 Regio julgou interessante questosobre a competncia para cobrar imposto de renda descontado nafonte sobre vencimentos de vereadores. Como voc julgaria?

    O imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos a servidoresmunicipais, descontado na fonte, pertence ____[i]______. Caber_____[ii]_____ exigi-lo, faltando ____[iii]______ capacidade ativapara faz-lo. Quanto s parcelas do vencimento que os servidores

    julgam isentas ou imunes a tributao, contra o entendimento daReceita Federal, e por isso excludas das respectivas declaraes,competente para exigi-las ____[iv]______.

    a) [i] Unio[ii] a ela[iii] ao Municpio[iv] a Unio

    b) [i] Unio [ii] ao Municpio[iii] Unio[iv] o Municpio

    c) [i] ao prprio Municpio [ii] a ele[iii] Unio[iv] o Municpio

    d) [i] ao prprio Municpio [ii] a ele[iii] Unio[iv] a Unio

    e) [i] ao prprio Municpio [ii] Unio [iii] ao Municpio, caso no tenha

    descontado na fonte, [iv] a Unio

    (CESPE/UnB - Juiz Federal Substituto da 2 Regio 2009)

    2. Com relao s limitaes constitucionais do poder de tributar,assinale a opo correta.

    a) A proibio constitucional da utilizao de tributo com efeito de confiscodecorre de seu efeito cumulativo, ou seja, sempre que vrias incidnciasestabelecidas pelo mesmo ente tributante afetarem o patrimnio ourendimentos do contribuinte de forma no razovel. Nessa situao, sua

    verificao individual, passvel apenas de controle difuso daconstitucionalidade.

    b) A utilizao de tributo com efeito de confisco tem como parmetro aincidncia do novo tributo em face de sua prpria carga tributria, no o totalda carga tributria a que esteja submetido o contribuinte.

    c) As multas aplicadas em face da sonegao ou do no recolhimento dosimpostos, quando superem o valor do bem, em princpio ofendem tanto oprincpio da proporcionalidade quanto o da proibio de tributos com efeito deconfisco.

    d) Confisco sano e, para verificar se o tributo tem esse efeito, necessrioexaminar se a lei que instituiu o tributo tem como fim impor penalidade aocontribuinte.

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    e) Os tributos indiretos so repassados ao consumidor final e no incidemsobre renda ou patrimnio, sendo-lhes inaplicvel o princpio constitucional davedao de confisco.

    (ESAF/ Tcnico da Receita Federal - 30/11/2003)

    3. Para atender a despesas extraordinrias decorrentes de calamidadepblica, em janeiro do ano de 200X, o Congresso Nacional aprovouuma lei complementar que instituiu um imposto de renda adicional, alquota de 5%, a ser cobrado imediatamente, incidente sobrequaisquer rendimentos de pessoas fsicas. Esse imposto, cobrado deforma definitiva (o que significa que no deduzido do impostoapurado na declarao anual de rendimentos), no exclui a incidnciado imposto de renda segundo a tabela progressiva.

    Considerando a situao descrita, assinale as proposies abaixo comF para falsa ou V para verdadeira e, a seguir, indique a opo quecontm a seqncia correta.

    ( ) A lei em questo no atende o critrio da progressividade.

    ( ) Dada a situao de urgncia e excepcionalidade, o Congresso podeeditar uma lei nessas condies, sem observar o princpio daanterioridade.

    ( ) A lei em questo est informada pelos critrios da generalidade, dauniversalidade e da seletividade.

    a) F, F, V

    b) V, V, F

    c) F, V, F

    d) V, F, V

    e) V, F, F

    (ESAF/ Tcnico da Receita Federal - 30/11/2003)

    4. Assinale as proposies abaixo com F para falsa ou V paraverdadeira e, a seguir, indique a opo que contm a seqnciacorreta.

    ( ) O critrio da progressividade do imposto de renda est sintonizado com acapacidade econmica do contribuinte e observa o carter pessoal previsto naConstituio.

    ( ) O princpio constitucional da anterioridade significa que a lei tributria nose aplica aos fatos geradores anteriores sua publicao.

    ( ) Em atendimento s normas constitucionais relativas aos impostos decompetncia da Unio, para fins de incidncia do imposto de renda, devem serdeduzidos da renda recebida todos os valores pagos, necessrios suapercepo, atendendo-se, assim, o princpio da no-cumulatividade.

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    a) V, F, V

    b) V, V, F

    c) F, V, V

    d) V, F, Fe) F, F, V

    (ESAF/ Tcnico da Receita Federal - 29/09/2002)

    5. Assinale as proposies abaixo com F para falsa ou V paraverdadeira e, a seguir, indique a opo que contm a seqnciacorreta.

    ( ) O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, de competnciada Unio, deve ser informado pelos critrios da progressividade e daespecialidade.

    ( ) vedado Unio instituir imposto sobre a renda das empresas pblicasestaduais e municipais.

    ( ) De acordo com o princpio da anterioridade, sobrevindo lei que aumente oimposto de renda e preveja expressamente sua entrada em vigor para a datade sua publicao, o imposto decorrente do aumento pode ser cobradoimediatamente a partir da data da publicao, porm sem alcanar fatosgeradores ocorridos anteriormente.

    a) V, V, F

    b) F, F, F

    c) V, F, F

    d) V, V, V

    e) F, V, V

    (ESAF/ Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil - 13/12/2009)

    6. Considerando a publicao de norma, em 15 de dezembro de 2009,

    visando majorao de tributo, sem disposio expressa sobre a datade vigncia, aponte a opo correta.

    a) Tratando-se de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza,poder ser editada lei ordinria, produzindo efeitos financeiros a partir de 1de janeiro de 2010.

    b) Tratando-se de imposto sobre produtos industrializados, poder serexpedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros a partir de suapublicao.

    c) Tratando-se de imposto sobre a propriedade territorial rural, poder ser

    editada medida provisria, produzindo efeitos financeiros noventa dias aps asua publicao.

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    d) Tratando-se de imposto sobre importao, poder ser expedido decretopresidencial, produzindo efeitos financeiros noventa dias aps a suapublicao.

    e) Tratando-se de contribuio social, poder ser editada medida provisria,produzindo efeitos financeiros a partir de 1 de janeiro de 2011, caso notenha sido convertida em lei no mesmo exerccio financeiro em que tenha sidopublicada.

    (ESAF/ Analista-Tributrio da Receita Federal do Brasil - 20/12/2009)

    7. Entre outras limitaes ao poder de tributar, que possuem os entespolticos, temos a de cobrar tributos em relao a fatos geradoresocorridos antes do incio da vigncia da lei que os houver institudo ouaumentado. Sobre essa limitao, analise os itens a seguir,classificando-os como verdadeiros ou falsos. Depois, escolha a opoque seja adequada s suas respostas:

    I. a irretroatividade da lei tributria vem preservar o passado daatribuio de novos efeitos tributrios, reforando a prpria garantiada legalidade, porquanto resulta na exigncia de lei prvia,evidenciando-se como instrumento de otimizao da seguranajurdica ao prover uma maior certeza do direito;

    II. o Supremo Tribunal Federal tem como referncia, para anlise dairretroatividade, o aspecto temporal da hiptese de incidncia, ou seja,

    o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se deveconsiderar ocorrido o fato gerador;

    III. a mesma lei que rege o fato tambm a nica apta a reger osefeitos que ele desencadeia, como a sujeio passiva, extenso daresponsabilidade, base de clculo, alquotas, dedues, compensaese correo monetria, por exemplo;

    IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como regra,prospectiva; admite-se, porm, a sua retroatividade imprpria.

    a) Todos os itens esto corretos.

    b) Esto corretos apenas os itens I, II e III.

    c) Esto corretos apenas os itens I, III e IV.

    d) Esto corretos apenas os itens I, II e IV.

    e) Esto corretos apenas os itens I e III.

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    (ESAF/ Auditor do Tribunal de Contas do Estado/ PR - 02/02/2003)

    8. Em relao ao imposto sobre a renda e proventos de qualquernatureza, incorreto afirmar que, nos termos do Cdigo Tributrio

    Nacional:a) A incidncia do imposto independe da denominao da receita ou dorendimento, da localizao, condio jurdica ou nacionalidade da fonte, daorigem e da forma de percepo.

    b) Na hiptese de receitas ou rendimentos tributveis, oriundos do exterior, facultado ao Poder Executivo estabelecer, mediante decreto, as condies e omomento em que se dar sua disponibilidade, para fins de incidncia doimposto.

    c) A base de clculo do imposto o montante, real, arbitrado ou presumido, da

    renda ou dos proventos tributveis.d) Contribuinte do imposto o titular de disponibilidade econmica ou jurdicade renda ou de proventos de qualquer natureza, sem prejuzo de a lei atribuiressa condio ao possuidor, a qualquer ttulo, dos bens produtores de renda oudos proventos tributveis.

    e) A lei pode atribuir fonte pagadora da renda ou dos proventos tributveis acondio de responsvel pelo imposto cuja reteno e recolhimento lhecaibam.

    (ESAF/ Auditor-Fiscal da Receita Federal - TA - 18/12/2005)

    9. Para os efeitos do imposto de renda, o ___________ percebidona alienao de bens imveis considera-se ___________. J aimportncia paga a ttulo de aluguel, remetida, creditada, empregadaou entregue ao contribuinte, produzido por bens imveis denominada _________. Um(a) _________, na linguagem tributria, o valor percebido independentemente de ser produzido pelo capital ouo trabalho do contribuinte.

    a) rendimento....rendimento de capital........ganho imobilirio....sinecurab) rendimento....rendimento de capital.......ganho imobilirio....prebenda

    c) ganho ....ganho de capital......rendimento de capital.... provento

    d) ganho....ganho de capital.......rendimento de capital.... sinecura

    e) provento.......rendimento imobilirio.......provento predial....provento

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    (ESAF/ Tcnico da Receita Federal - 30/11/2003)

    10. Assinale as proposies abaixo com F para falsa ou V paraverdadeira e, a seguir, indique a opo que contm a seqncia

    correta.( ) O fato gerador do imposto sobre a renda a aquisio, de fonte situada noBrasil, da disponibilidade econmica ou jurdica de renda ou de proventos dequalquer natureza.

    ( ) A fonte pagadora da renda ou dos proventos tributveis pode sercontribuinte do imposto sobre as importncias que a esse ttulo pagar, desdeque a lei assim o determine.

    ( ) So contribuintes do imposto de renda todas as pessoas jurdicasdomiciliadas no Pas, sejam quais forem seus fins, nacionalidade ou

    participantes no capital.( ) Os perodos-base de apurao do imposto de renda de pessoa jurdica sotrimestrais, sendo que, no caso de lucro real, o contribuinte pode apurar oimposto anualmente, pagando mensalmente o imposto sobre bases estimadas.

    ( ) De acordo com a legislao em vigor, so formas de tributao peloimposto de renda das pessoas jurdicas, a tributao pelo lucro real, atributao pelo lucro presumido e a tributao pelo lucro arbitrado, podendo ocontribuinte livremente optar por uma das duas primeiras, sendo a tributaopelo lucro arbitrado privativa do fisco.

    a) F, F, F, V, Fb) V, V, F, F, V

    c) F, V, F, F, V

    d) V, F, V, V, F

    e) F, F, F, F, V

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    LEGISLAO TRIBUTRIA ATRFB 2012 Pacote Teoria e ExercciosProfessor: MURILLO LO VISCO

    AULA 01 IMPOSTO DE RENDA CONCEITOS FUNDAMENTAIS

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    6.COMENTRIOS S QUESTES PROPOSTAS

    (ESAF/ Auditor-Fiscal da Receita Federal - 29/09/2002)

    1. Leia o texto, preencha as lacunas e escolha, em seguida, a opoque contm a seqncia em que foram preenchidas.

    O Tribunal Regional Federal da 2 Regio julgou interessante questosobre a competncia para cobrar imposto de renda descontado nafonte sobre vencimentos de vereadores. Como voc julgaria?

    O imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos a servidoresmunicipais, descontado na fonte, pertence ____[i]______. Caber_____[ii]_____ exigi-lo, faltando ____[iii]______ capacidade ativapara faz-lo. Quanto s parcelas do vencimento que os servidores

    julgam isentas ou imunes a tributao, contra o entendimento daReceita Federal, e por isso excludas das respectivas declaraes,competente para exigi-las ____[iv]______.

    a) [i] Unio[ii] a ela[iii] ao Municpio[iv] a Unio

    b) [i] Unio [ii] ao Municpio[iii] Unio[iv] o Municpio

    c) [i] ao prprio Municpio [ii] a ele[iii] Unio[iv] o Municpio

    d) [i] ao prprio Municpio [ii] a ele[iii] Unio[iv] a Unio

    e) [i] ao prprio Municpio [ii] Unio [iii] ao Municpio, caso no tenha

    descontado na fonte, [iv] a Unio

    Comentrios: Esta questo antiga, e trata do ponto de interseco dacompetncia tributria e capacidade ativa da Unio em relao ao IR, com adistribuio constitucional do produto da arrecadao do imposto.

    Em linhas gerais, a Unio mantm a capacidade tributria ativa em relao aoimposto incidente sobre rendimentos pagos pelos Municpios, ainda que osrecursos pertenam aos prprios Municpios. Portanto, a alternativa E aresposta da questo.

    Na verdade esta questo est aqui para manter em voc bem vivos essesconceitos. A propsito, sobre esse tema o Secretrio da Receita Federal doBrasil recentemente editou o Parecer Normativo RFB n 2, de 2012. O tema foi

    ressuscitado por conta da edio de atos de estados e municpiosdeterminando a obrigao de seus rgos efetuarem a reteno do IR na fonteem casos no previstos por lei federal. Eu escrevi um artigo sobre esseassunto na parte aberta do site e, se o tema provocou a ateno do Secretrio,ser que no pode provocar novamente a ateno da ESAF? Na dvida, sehouver tempo, no deixe de ler esse PN:

    (http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/PareceresNormativos/2012/par

    ecer022012.htm)

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    (CESPE/UnB - Juiz Federal Substituto da 2 Regio 2009)

    2. Com relao s limitaes constitucionais do poder de tributar,assinale a opo correta.

    a) A proibio constitucional da utilizao de tributo com efeito de confiscodecorre de seu efeito cumulativo, ou seja, sempre que vrias incidnciasestabelecidas pelo mesmo ente tributante afetarem o patrimnio ourendimentos do contribuinte de forma no razovel. Nessa situao, suaverificao individual, passvel apenas de controle difuso daconstitucionalidade.

    b) A utilizao de tributo com efeito de confisco tem como parmetro aincidncia do novo tributo em face de sua prpria carga tributria, no o totalda carga tributria a que esteja submetido o contribuinte.

    c) As multas aplicadas em face da sonegao ou do no recolhimento dosimpostos, quando superem o valor do bem, em princpio ofendem tanto oprincpio da proporcionalidade quanto o da proibio de tributos com efeito deconfisco.

    d) Confisco sano e, para verificar se o tributo tem esse efeito, necessrioexaminar se a lei que instituiu o tributo tem como fim impor penalidade aocontribuinte.

    e) Os tributos indiretos so repassados ao consumidor final e no incidemsobre renda ou patrimnio, sendo-lhes inaplicvel o princpio constitucional da

    vedao de confisco.

    Comentrios: Embora do CESPE, trata-se de uma questo recente,interessante, de mltipla escolha e de um concurso para juiz federal. Razesde sobra para traz-la para nossa aula, no acha?

    Alternativa A: incorreta. Daria para descartar essa alternativa de plano, porqueela afasta o controle concentrado de constitucionalidade. Tambm no verdade que a aferio do confisco deve ser feita em relao a um mesmo entetributante. Suponha que os servidores estaduais, tributados pelo IR alquotade 27,%, passassem a ser tributados pela contribuio previdenciria do

    estado (CF, art. 149, 1) alquota de 25%. Nesse caso, a incidnciatributria seria to excessiva quanto que motivou o STF a declararconfiscatria iniciativa anloga da Unio.

    Alternativa B: incorreta. Vimos no item 1.2.3 desta aula que a avaliao daexistncia de confisco no deve ser feita considerando o tributo isoladamente.Para esse fim preciso analisar o efeito das mltipla