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Aula 6 – Hume e o Empirismo

Aula 6 – Hume e o Empirismo. David Hume (Escócia, 1711 – 1776) Empirismo moderno Como conhecemos as coisas? PERCEPÇÕES – a experiência é a única fonte

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Aula 6 – Hume e o Empirismo

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David Hume (Escócia, 1711 – 1776)

Empirismo moderno

Como conhecemos as coisas?

PERCEPÇÕES – a experiência é a única fonte de conhecimentos.

Impressões: dados fornecidos pelos sentidos

• externas: visão de uma paisagem; audição de um ruído• internas: estados emocionais.

Ideias: cópias modificadas das impressões.

• Memória• Imaginação

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Que diz o autor?

Todos admitirão sem hesitar que existe uma considerável diferença entre as percepções da mente quando o homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ar moderadamente tépido e quando relembra mais tarde essa sensação ou a antecipa pela imaginação. Essas faculdades podem remedar ou copiar as percepções dos sentidos, mas jamais atingirão a força e a vivacidade do sentimento original. O máximo que podemos dizer delas, mesmo quando operam com todo o seu vigor, é que representam o objeto de maneira tão viva que quase se poderia dizer que os vemos ou sentimos. (...)“Todas as cores da poesia, por mais esplêndidas, jamais poderão pintar os objetos naturais de tal modo que a descrição seja tomada por uma verdadeira paisagem. O mais vivo pensamento é ainda inferior à mais embotada das sensações”.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

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Crítica à noção de causalidade

A pedra esquenta porque os raios de sol incidem sobre ela

Duas impressões sensíveis:

Tátil: a pedra esquenta

Visual: os raios de sol incidem sobre ela

Mas os sentidos não conseguem provar a vinculação necessária entre estes eventos.

A conexão entre impressões é produto da crença fundada no hábito. As ciências naturais se constroem sobre esta base.

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Que diz o autor?

Quando olhamos os objetos exteriores à nossa volta e consideramos a operação das causas, nunca podemos descobrir, num único exemplo, qualquer poder ou conexão necessária, qualquer qualidade que ligue o efeito à causa e faça com que um deles seja consequência infalível do outro. Observamos, apenas, que um deles se segue realmente ao outro. O impulso de uma bola de bilhar é seguido pelo movimento da segunda. Isso é tudo que se apresenta aos nossos sentidos exteriores. Essa sucessão de objetos não produz nenhum sentimento ou impressão interior na mente: por conseguinte, num exemplo único e particular de causa e efeito nada existe que possa sugerir a ideia de poder ou conexão necessária.

HUME, D. Investigação Sobre o Entendimento Humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

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Ataque à metafísica: não é possível afirmar nada sobre o que não pode ser percebido pelas impressões

• Não é possível afirmar que há uma causa primeira que originou a tudo e mantém e ordena o universo. (ideia de causalidade)

• Não é possível afirmar a existência real de algo perfeito, como Deus. (ideias inatas)

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Que diz o autor?

[...] quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, a primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela. A ideia de Deus, correspondendo a um Ser infinitamente inteligente, sábio e bom, surge das reflexões que fazemos das operações de nossa própria mente, aumentando sem limites essas qualidades de bondade e sabedoria. Podemos prosseguir esse exame tanto quanto desejarmos, e sempre descobriremos que todas as ideias que examinamos são copiadas de uma impressão semelhante.

HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano, seção II, pg. 14, apud COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010. P. 163.