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PROCEDIMENTO DO JÚRI 1ª FASE: SUMÁRIO DE CULPA Regulado pelos artigos 406 à 497 do CPP. 1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS a) Plenitude de defesa: princípios mais amplo que a ampla defesa, posto que permite a utilização de argumentos metajurídicos (filosóficos, sociológicos, religiosos, entre outros), além dos fundamentos técnica. É EXCLUSIVO DA DEFESA. b) Sigilo das votações: assegurar um julgamento livre de ingerências externas mantendo o conteúdo da deliberação dos jurados sigiloso, não tendo como saber, a posição, individual de cada jurado. A votação será pois realizada, se não em sala secreta, podendo esvaziar o plenário permitindo que fique só as pessoas autorizadas legalmente (art. 485 do CPP). Para que se evite quebrar o sigilo da votação em razão de possível unanimidade, aboliu-a, de sorte que hoje basta a maioria (4) para que o quesito já seja considerado decidido. c) Soberania dos veredictos: não poderá o Tribunal de Justiça (ou TRF), ao apreciar recurso da decisão do júri, alterá-la no mérito. No máximo, pode ocorrer, caso os jurados votem os quesitos de forma manifestamente contrária à prova dos autos, admite-se apelação para cassar a decisão e submeter o réu a novo julgamento, podendo ocorrer uma única vez (art. 593, III, d, do CPP). CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL II PROFª.: FABIANA VIEIRA DE AZEVEDO ROSA AULA 8 e 9 PROCEDIMENTO DO JÚRI

aula 8 e 9

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processo penal II

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Page 1: aula 8 e 9

PROCEDIMENTO DO JÚRI 1ª FASE: SUMÁRIO DE CULPA

Regulado pelos artigos 406 à 497 do CPP.

1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

a) Plenitude de defesa: princípios mais amplo que a ampla defesa, posto que

permite a utilização de argumentos metajurídicos (filosóficos, sociológicos,

religiosos, entre outros), além dos fundamentos técnica. É EXCLUSIVO DA

DEFESA.

b) Sigilo das votações: assegurar um julgamento livre de ingerências externas

mantendo o conteúdo da deliberação dos jurados sigiloso, não tendo como

saber, a posição, individual de cada jurado. A votação será pois realizada,

se não em sala secreta, podendo esvaziar o plenário permitindo que fique

só as pessoas autorizadas legalmente (art. 485 do CPP).

Para que se evite quebrar o sigilo da votação em razão de possível

unanimidade, aboliu-a, de sorte que hoje basta a maioria (4) para que o

quesito já seja considerado decidido.

c) Soberania dos veredictos: não poderá o Tribunal de Justiça (ou TRF), ao

apreciar recurso da decisão do júri, alterá-la no mérito. No máximo, pode

ocorrer, caso os jurados votem os quesitos de forma manifestamente

contrária à prova dos autos, admite-se apelação para cassar a decisão e

submeter o réu a novo julgamento, podendo ocorrer uma única vez (art.

593, III, d, do CPP).

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ

CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL II

PROFª.: FABIANA VIEIRA DE AZEVEDO ROSA

AULA 8 e 9

PROCEDIMENTO DO JÚRI

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2. COMPETENCIA PARA JULGAMENTO

A competência do Tribunal do Júri encontra acento Constitucional em seu artigo 5º,

inciso XXXVIII, traduzindo-se num direito e garantia constitucional.

Assim, a opção constitucional foi a de estabelecer um núcleo mínimo de delitos que

serão apreciados pelo tribunal popular do Júri, seja na modalidade tentada ou

consumada, sendo eles:

a) Homicídio;

b) Infanticídio;

c) Aborto;

d) Auxílio, Induzimento ou instigação ao suicídio.

3. PROCEDIMENTO BIFÁSICO

O procedimento do Júri é um procedimento escalonado ou bifásico, a saber:

1ª FASE: etapa inicial (judicium accusationis), que funciona como uma fase de filtro, de

sorte que só será submetido a júri apenas os processos suficientemente apto a

julgamento, isto é, aqueles que exista lastro probatório suficiente da prática de crime

doloso contra a vida.

É fase chamada de SUMÁRIO DE CULPA, em que se valora se há os indícios suficientes

de autoria e materialidade, para submeter o acusado ao julgamento em plenário pelo

júri popular.

Regula-se a partir do artigo 406 do CPP (fase postulatória, com a apresentação da

resposta à acusação no prazo de 10 dias – 406, §3º).

Após, o juiz fará o juízo de admissibilidade em que irá tomar 4 possibilidades de

decisão.

4. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE (PRONUNCIA – IMPRONUNCIA – DESCLASSIFICAÇÃO E

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA)

O Juízo de admissibilidade da acusação ocorre ao final da 1ª fase do procedimento,

encerrando-se com 4 possibilidade de decisão por parte do juiz singular:

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a) Pronúncia – artigo 413 do CPP: verificada a existência de justa causa (indícios

de autoria e materialidade) encerra a primeira do procedimento do júri,

remetendo o réu ao julgamento em plenário (2ª fase), pelo Conselho de

Sentença.

É decisão interlocutória Mista não terminativa, ou seja, conclui-se a primeira

fase do procedimento mas não põe fim ao processo.

b) Impronúncia – artigo 414 do CPP: é a falência do procedimento por absoluta

ausência de êxito na primeira fase do júri, pois não foi comprovado

suficientemente a autoria ou a materialidade que viabilizasse a pronúncia e por

não ter chegado a um juízo de certeza necessário que justifique a aplicação da

absolvição sumária.

A sentença extingue o processo sem julgamento do mérito, podendo ser

novamente instaurado caso sejam descobertas novas provas.

É Passível de Apelação, inclusive pelo acusado visando a absolvição sumária e

não impronúncia por julgar-se inocente.

c) Desclassificação – artigo 419 do CPP: implica no reconhecimento de que o fato

ocorrido não se enquadra no rol dos crimes dolosos contra a vida, devendo ser

remetido ao juízo competente.

d) Absolvição Sumária – artigo 415 do CPP: é o reconhecimento de que, nas

situações previstas no rol do artigo o juiz pode finalizar o processo, apreciando

o mérito, sem necessidade de submeter o réu ao julgamento pelo júri.

Assim, encerra-se o processo.

2ª FASE DO JÚRI: JUIZO DA CAUSA

É a fase em que o acusado, agora pronunciado, será submetido à júri em sessão

plenária.

Chamada também de fase do Juízo de mérito ou Juízo da causa.

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1. DA FASE PREPARATÓRIA

Após a decisão confirmatória da pronúncia o juiz presidente, ao receber os autos,

determinará as intimações necessárias e providenciará o saneamento do processo.

Saneado o processo, o juiz fará o relatório sucinto do processo (art. 423 do CPP), de

forma informal para que não haja influencia sobre os jurados.

Assim, o juiz declara o processo preparado (maduro), determinando sua inclusão na

pauta de julgamento da próxima sessão.

2. DESAFORAMENTO

Desaforar é tirar o processo do foro em que está para manda-lo a outro foro, ou seja, é

o deslocamento do processo de um foro para outro.

Por ser medida excepcional, deve haver prova segura da existência de um dos motivos

que a justifiquem abaixo.

É admitido em 4 hipóteses:

1. Por interesse da ordem pública (art. 427, caput do CPP)

Nos casos em que a realização do julgamento importar risco para a paz social

local ou para a incolumidade dos jurados.

2. Dúvida sobre a imparcialidade do juiz (art. 427, caput do CPP)

Por motivos de favoritismo ou perseguição, há elementos que indiquem que os

jurados não apreciarão a causa com isenção.

3. Dúvida sobre a segurança pessoal do réu (art. 427, caput do CPP)

Quando houver prova de risco para a incolumidade física do acusado.

4. Não realização do julgamento, no período de 6 meses a contar da preclusão da

pronúncia, em virtude de comprovado excesso de serviço (art. 428, caput do

CPP)

Trata-se de medida que visa assegurar a garantia constitucional de duração

razoável do processo (art. 5º, LXXVIII da CF).

Somente após a decisão de pronuncia, quando o processo encontra-se pronto para

julgamento, é que se pode cogitar do desaforamento.

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Compete à segunda instância apreciar o pedido, que terá preferencia de julgamento na

Câmara ou Turma, antes de decidir, será ouvido o Ministério Público.

Se tal pedido não for feito pela defesa, está deverá ser intimada para se manifestar,

caso contrário será nula (Súmula 712 do STF).

O Tribunal é quem determinará qual a comarca da região será deslocado o processo.

3. APRESENTAÇÃO DO ROL DE TESTEMUNHAS

É após a decisão confirmatória da pronúncia que o juiz presidente, ao receber os

autos, determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou querelante, e, ainda,

do defensor, para que, no prazo de 5 dias, apresentem rol de testemunhas que

pretendem ouvir em plenário, até o máximo de 5 testemunhas para cada, requeiram

diligências e juntem documentos (Manifestação do art. 422 do CPP).

4. ATOS PROCESSUAIS FORMADORES DA SESSÃO EM PLENÁRIO

41 Organização da pauta

Salvo relevante motivo que autorize alteração na ordem de julgamento dos processos,

terão preferência:

a) Os acusados presos

b) Dentre os presos, os mais antigos na prisão

c) Em igualdades de condições quem tiverem sido pronunciados há mais tempo

A pauta, conforme determina a lei, antes da data designada para o primeiro

julgamento da reunião periódica (via de regra mensal), deve ser afixada na porta do

Tribunal do Júri, com a lista dos processos que serão julgados.

4.2 Habilitação do Assistente

O assistente que ainda não tiver habilitado nos autos poderá requer sua habilitação

até 5 dias antes da data do julgamento no qual pretende atuar (art. 430 do CPP), caso

contrário não poderá participar da sessão do julgamento.

4.3 Intimações

Os 25 jurados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil.

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A intimação será pessoal do acusado, do Ministério Público e do defensor, se

nomeado, bem como ao ofendido, testemunhas e peritos. Todavia, se o réu não for

encontrado para intimação pessoal, será intimado por edital (aplicando-se a revelia).

Intimação do defensor constituído (Advogado) pelos órgãos de publicidade (imprensa),

do querelante e do assistente de acusação.

OBS: a ausência do acusado solto, desde que devidamente intimado, não interfere na

sessão de julgamento, já que a lei passou a admitir o julgamento à revelia (art. 457,

caput do CPP)

4.4 Incomunicabilidade das testemunhas

As testemunhas que irão depor em plenário deverão ficar incomunicáveis, em sala

isolada, devendo evitar que umas possam ouvir o depoimento das outras (art. 460 do

CPP), vidando garantir que o depoimento de cada uma não seja influenciado pelo das

demais, preservando a neutralidade do depoimento.

4.5 Verificação das urnas e do número de jurados

O juiz irá verificar urna a urna (2) bem como a presença das 25 cédulas com os nomes

dos jurados, determinando que o escrivão proceda a chamada (art. 462 do CPP)

Após reintroduzirá na urna as cédulas dos jurados presentes e havendo numero

mínimo legal de 15 jurados presentes, o juiz declarará instalada a sessão e anunciará o

processo a ser submetido a julgamento (art. 463 do CPP).

4.6 Pregão

Havendo o numero mínimo legal (15 ) de jurados, o oficial de justiça fará o pregão das

partes, ou seja, anunciará em voz alta que o julgamento terá início, indicando as partes

presentes. (art. 463, §1º do CPP)

4.7 Sorteio dos Jurados

Da urna que contem as cédulas com os nomes dos jurados presentes na sessão, serão

sorteados 7 para a formação do chamado “Conselho de Sentença”.

Após o sorteio do nome, o juiz indagará se Ministério Público e Defesa recusa ou não,

podendo faze-lo até 3 vezes cada parte sem justificativa (recusas imotivadas), podendo

ainda recusar outras desde que justificadamente.

4.8 Incomunicabilidade dos jurados

O juiz presidente também advertirá os jurados, de que, uma vez sorteados, não

poderão comunicar-se entre si e com outrem (oral, escrita ou gestos), nem manifestar

sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão e multa de 1 a 10 salários mínimos

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(art. 466, §1º do CPP). Tem que ser em relação ao objeto do julgamento, não causas

estranhas. Nada impede o pedido de esclarecimentos a informações necessárias à

formação da sua convicção.

4.9 Compromisso do Conselho

Composto o Conselho de sentença, os jurados prestarão o compromisso solene de

“examinar a causa com imparcialidade e de proferir a decisão de acordo com a

consciência e os ditames da justiça”. (art. 472, caput do CPP).

Ato contínuo os jurados receberão cópia da pronúncia e de eventuais decisões

posteriores que tenham admitido alteração da acusação, bem como do relatório do

processo 9art. 472, PU do CPP).

5. ARGUIÇÃO DE NULIDADES

Qualquer nulidade ocorrida após a sentença de pronúncia só poderão ser arguidas até

o momento do pregão, caso contrário restará precluído e consequentemente

convalidado o ato imperfeito. (art. 571, V do CPP).

As nulidades ocorridas durante a sessão de julgamento deverão ser arguidas no exato

momento, devendo se fazer constar no termo, sob pena de preclusão.

OBS: o uso de algemas durante a sessão de julgamento, se não devidamente

fundamentada na ata da sessão, nas hipóteses em que a lei autorize*, importará em

nulidade nos termos da súmula vinculante 11.

* absoluta necessidade para a ordem dos trabalhos; segurança das testemunhas ou

para garantia da integridade física dos presentes (art. 474, §3º do CPP)

6. ATOS DE INSTRUÇÃO PROBATÓRIA EM PLENÁRIO

Iniciada a sessão plenária, o ofendido, o acusado e, em seguida, as testemunhas de

acusação e de defesa serão inquiridas sucessivamente pelo juiz, Ministério Público,

assistente, querelante e defensor, e, por fim, os jurados que desejarem (os quais

arguirão por meio do juiz, através do sistema presidencialista – art. 473 do CPP).

Diferentemente do que ocorre nos demais procedimentos em geral, no julgamento em

plenário é o juiz presidente quem dá início à inquirição das testemunhas (art. 473,

caput CPP), sendo sucedido pelas partes de sorte que serão as testemunhas trazidas

pela acusação incialmente inquiridas por esta, e sucessivamente pela defesa. Da

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mesma forma, as testemunhas trazidas pela defesa serão inquiridas inicialmente por

esta. (sistema direct and cross examination)

As perguntas serão sempre formuladas diretamente às partes (testemunhas, ofendido

e acusado) sem que haja intermediação por parte do juiz.

6.1 Provas Novas

O art. 479 do CPP estabelece a exceção à regra geral acerca da juntada de prova

documental, qual seja: durante o julgamento é vedado a leitura de documento ou

exibido objeto que não tenha sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3

dias, dando ciência à outra parte.

Assim ficam vedadas:

a) Leitura de jornais ou qualquer escrito, cujo conteúdo versar sobre a matéria de

fato constante do processo;

b) A exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croquis, armas ou

instrumentos relacionados à infração, vestes da vítima e etc.

É possível a leitura de jornais, revistas ou reportagens sobre fatos alheios à causa

em debate.

Finalidade da vedação: evitar que a parte seja surpreendida durante o julgamento.

7. DEBATES E QUESTIONÁRIO

Terminada a colheita de provas é dada a palavra inicialmente ao Ministério Público

que disporá de 1h30min (uma hora e meia) para produzir a acusação, que deverá ficar

adstrito aos termos da pronúncia.

O assistente de acusação que atuará em conjunto com o Ministério Público disporá,

despois da fala deste, do tempo previamente combinado entre eles dentro do tempo

destinado à acusação.

Concluída à acusação, a defesa também disporá de 1h30min para seu

pronunciamento. Se a defesa for totalmente insuficiente (desempenho) deverá o juiz

declarar que o réu encontra-se indefeso, importando inclusive na dissolução do

conselho de sentença.

7.1 Réplica e tréplica

Após o término da exposição de defesa, a acusação pode exercer a faculdade da

réplica, pelo prazo de 1 hora, razão pela qual o juiz indagará se este deseja fazer uso da

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réplica. Se houver assistente, mesmo que o Ministério Público não deseje fazer uso,

poderá faze-lo.

A defesa, por sua vez, só poderá fazer uso da tréplica, pelo período de 1 hora, se tiver

havido réplica.

7.2 Pluralidade de acusados

Se houver mais de 1 acusado, será de 2h30min o tempo para exposição de cada parte

e de 2 horas o período destinado à replica e à tréplica.

7.3 Apartes

São intervenções que uma parte faz durante a exposição do oponente.

Para evitar prejuízo para o tempo reservado ao orador, a lei incumbiu o juiz de

conceder até 3 minutos para cada intervenção feita, com acréscimo ao tempo daquele

que foi aparteado (art. 497, XII do CPP).

7.4 Referencias proibidas nos debates

a) decisão de pronuncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação

ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade de que

beneficiem ou prejudiquem o acusado;

b) ao silencio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento,

em seu prejuízo;

7.5 Formulação dos quesitos

Os jurados decidem respondendo a perguntas formuladas pelo juiz, às quais o código

denomina quesitos.

Os quesitos devem ser elaborados nos limites estabelecidos para a acusação pela

decisão de pronúncia, mas também levarão em conta as teses sustentadas pela defesa

durante os debates e ainda as levantadas pelo réu em seu interrogatório.

Os quesitos são formulados na seguinte ordem, conforme determinação legal 9art. 483

do CPP), a saber:

a) materialidade do fato;

b) autoria e participação;

c) se acusado dever ser absolvido;

d) se existe alguma causa de diminuição de pena alegada pela defesa (ex. violenta

emoção);

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e) se existem circunstâncias qualificadoras ou causa de aumento de pena

reconhecidas na pronuncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível

a acusação.

8. VOTAÇÃO

A votação e o resultado, em relação a cada quesito formulado, com a reforma, passou

a ser por maioria de votos (mais de 3), desprezando-se as demais cédulas. (art. 483 do

CPP).

9. SENTENÇA

Da sentença do Júri não haverá fundamentação quanto ao mérito da decisão visto que

o julgamento dos jurados é feito por íntima convicção, bastando assim, que o juiz faça

menção ao resultado da votação e declarar o réu condenado ou absolvido.

9.1 Condenação

Em caso de condenação incumbirá ao juiz aplicar a pena.

9.2 Absolvição

Na hipótese de sentença absolutória, o juiz mandará colocar o réu em liberdade, se

por outro motivo não estiver preso.

Em caso de absolvição imprópria, o juiz imporá medida de segurança ao acusado.

9.3 Desclassificação

É possível que o Júri não condene o réu pela prática de crime doloso contra a vida e

também não o absolva, desclassificando a infração para outra de competência de juízo

singular, hipótese em que o juiz presidente suspenderá votação e proferirá sentença

na mesma sessão, sendo, pois, investido da competência naquele momento.

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