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Transformações Bioquímicas Profa. Dra. Ana Carolina S. S. Galvão

Aula 9 - Carboidratos e Glicoconjugados

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  • Transformaes Bioqumicas

    Profa. Dra. Ana Carolina S. S. Galvo

  • CARBOIDRATOS

    - Carboidratos so as molculas mais abundantes na face da Terra.

    - Constituem a base da dieta na maior parte do mundo.

    - Exercem papis estruturais e funcionais.

    - Protetores celulares, lubrificantes, reconhecimento celular, etc.

  • CARBOIDRATOS Estrutura

    CARBOIDRATOS so, predominantemente, poliidroxialdedos ou poliidroxicetonas cclicos, ou substncias que liberam esses compostos por hidrlise.

    D-GLICOSE Aldose

    D-FRUTOSE Cetose

    Um carbono ligado a uma carbonila

    Demais carbonos

    ligados a hidroxilas

  • CARBOIDRATOS Estrutura

    D-GLICOSE

    (CH2O)6

    CARBOIDRATOS (CH2O)n

    C6H12O6

    ou

    Muitos carboidratos tm frmulas empricas (CH2O)n. Contudo alguns tambm contm nitrognio, fsforo ou enxofre.

  • CARBOIDRATOS Classificao

    Quanto ao tamanho da cadeia carbnica, os carboidratos podem ser classificados como:

    MONOSSACARDEOS: consistem em uma nica unidade de poliidroxialdedo ou polihidroxicetona.

    OLIGOSSACARDEOS: compostos de cadeias curtas de at 20 unidades monossacardicas unidas covalentemente entre si por uma ligao glicosdica.

    POLISSACARDEOS (ou glicanos): compostos de cadeias longas com mais de 20 unidades monossacardicas unidas covalentemente entre si por ligao glicosdica.

  • Monossacardeos consistem em uma nica unidade de poliidroxialdedo ou polihidroxicetona.

    D-GLICOSE

    Cadeia carbnica no ramificada

    (sakcharon = acar)

    Monossacardeo acar simples

    Ligaes simples entre tomos de carbono

    Maioria tem sabor doce

    Um ou mais tomos de carbono assimtrico

    Monossacardeos so agentes redutores

    MONOSSACARDEOS

  • Monossacardeos apresentam isomeria!

    Nmero de Ismeros = 2n

    n = Nmero de carbonos assimtricos (centros quirais) No caso do gliceraldedo h apenas 1 carbono assimtrico, portanto, 21 = 2 ismeros

    MONOSSACARDEOS

  • Isomeria em monossacardeos que apresentam mais de um C assimtrico

    Designao L- ou D- depende da posio da OH

    ligada ao C assimtrico mais distante da carbonila

    Na maioria dos casos, os sistemas biolgicos utilizam os ismeros do tipo D.

    MONOSSACARDEOS

  • MONOSSACARDEOS Epmeros: Grupos de ismeros (que no so imagens especulares um do outro) que se diferenciam pela posio relativa de apenas uma mais hidroxila ligadas a um C assimtrico.

  • Pergunta 1. As duas molculas acima so ismeros?

    Pergunta 2. As duas molculas acima so imagens especulares no superponveis?

    Sim. Podem ser representadas pela frmula C4H8O4.

    As duas molculas no so imagens especulares uma da outra e, portanto, no so enantimeros.

  • Pergunta 3. Podemos dizer que as duas molculas acima so epmeros?

    Sim pois so ismeros que no representam imagem especulares um do outro e que diferem na configurao de apenas um carbono quiral.

  • Observao: Discutir a estrutura de monossacardeos bem como descrever ligaes entre os mesmos requer um sistema que possa identificar os carbonos. Para isso, os monossacardeos so identificados pela numerao dos carbonos. Essa numerao feita a partir do C da carbonila (no caso de aldoses), ou a partir do C terminal mais prximo carbonila (no caso de cetoses).

  • MONOSSACARDEOS

    Na natureza, monossacardeos com 4 ou mais carbonos tendem a apresentar-se na forma ciclca quando em soluo aquosa.

    Em soluo aquosa, a carbonila do monossacardeo tende a reagir com grupo hidroxila da prpria molcula dando origem a hemicetais ou hemiacetais quando o monossacardeo uma cetose ou aldose, respectivamente.

  • D-GLICOSE

    -D-GLICOPIRANOSE -D-GLICOPIRANOSE

  • MONOSSACARDEOS

    Monossacardeos com 4 ou mais carbonos tendem a formar anis de 5 ou 6 carbonos (furanoses ou

    piranoses, respectivamente).

  • A ciclizao dos monossacardeos em soluo aquosa origina diferentes anmeros.

    D-GLICOSE

    -D-GLICOPIRANOSE -D-GLICOPIRANOSE

    Carbono anomrico

    A ciclizao dos monossacardeos origina um novo carbono quiral!

  • Anmeros

    Ismeros diferenciados pelo posicionamento assumido pela hidroxila

    derivada da carbonila

    Acima do plano do anel

    Abaixo do plano do anel

    C da carbonila passa a ser designado C anomrico

    Mutorrotao converso espontnea

    entre formas e ocorre com alguma frequncia e envolve a quebra e

    regenerao da ligao do anel

    D-GLICOSE

    -D-GLICOPIRANOSE -D-GLICOPIRANOSE

  • Projees

    Na projeo de Haworth, tudo que est a direita do eixo carbnico da projeo de

    Fisher se localiza na poro inferior do anel

  • Na projeo de Haworth no fica claro que o anel formado pelos monossacardeos no plano. Nesse

    caso utiliza-se outra projeo que mostra o formado de cadeira da estrutura.

  • Versatilidade estrutural de monossacardeos - I

    L ou D ismeros diferenciados pela posio relativa da hidroxila ligada ao C assimtrico mais distante da carbonila Epmeros diferenciados pela posio relativa de uma ou mais hidroxilas ligadas aos demais C assimtricos. Ismeros ou (Anmeros) - diferenciados pelo posicionamento assumido pela hidroxila derivada da carbonila aps a formao de anel

  • Versatilidade estrutural de monossacardeos - II

    Monossacardeos podem ser modificados e apresentar uma grande variedade de grupos funcionais, que passam a substituir uma ou mais hidroxilas.

  • Versatilidade estrutural de monossacardeos - III

    Alm das diferenas de configurao, mencionadas em I e II, monossacardeos em anel apresentam, ainda, variaes de conformao

  • MONOSSACARDEOS

    Monossacardeos so agentes redutores que podem ser oxidados por agentes oxidantes como ons frrico ( Fe3+ ) e cprico (Cu2+ )

    hidroxila com poder redutor

    carbono anomrico

    OS MONOSSACARDEOS POSSUEM PODER REDUTOR DEVIDO

    HIDROXILA NO CARBONO ANOMRICO

  • CARBONILA CARBOXILA

    Reao de Fehling utilizada para medir nveis de glicose na urina, por exemplo. Baseia-se na possibilidade de oxidar Glicose a gluconato com o uso de agentes oxidantes fracos, como ons Cu+2

    A hidroxila ligada ao C anomrico pode ser oxidada, gerando uma carboxila.

  • DISSACARDEOS

    Formados atravs da ligao covalente (ligao O-glicosdica) entre 2 monossacardeos.

  • DISSACARDEOS

    H diferentes tipos de ligaes glicosdicas entre dissacardeos.

  • DISSACARDEOS

    H diferentes tipos de ligaes glicosdicas entre dissacardeos. Contudo, apenas algumas ligaes glicosdicas preservam o poder redutor do dissacardeo!

    Setas mono ou bidirecionais indicam dissacardeos redutores e no redutores, respectivamente.

  • Classifique os dissacardeos abaixo como redutores ou no-redutores.

    No redutora

    Redutora

    No redutora

  • POLISSACARDEOS (GLICANOS)

    Compostos de cadeias longas com mais de 20 unidades monossacardicas unidas covalentemente entre si por LIGAO GLICOSDICA.

  • Polissacardeos: Estrutura x Funo

    As diferenas na configurao das molculas de polissacardeos (

    x ) conferem estruturas tridimensionais e propriedades fsicas

    diferentes entre as molculas que, consequentemente, exercem

    funes diferentes.

    A estrutura tridimensional das macromolculas de carboidratos

    est baseada nos mesmos princpios fundamentais da estrutura dos

    polipeptdeos: as subunidades com uma estrutura mais ou menos

    rgida, ditada por ligaes covalentes, formam as estruturas

    macromoleculares tridimensionais que esto estabilizadas por

    interaes fracas.

  • Como os polissacardeos tm muitos grupos hidroxila a formao

    de pontes de hidrognio tem uma influncia especialmente

    importante em suas estruturas e na funo que desempenham.

    Polissacardeos: Estrutura x Funo

  • POLISSACARDEOS (GLICANOS)

    Exemplos:

    Amilose e amilopectina (amido)

    Glicognio

    Celulose

    Quitina

    Glicosaminoglicanos

  • POLISSACARDEOS (GLICANOS)

    Funes:

    Fonte de energia direta (glicose)

    reserva energtica (amido, glicognio)

    estrutural (quitina)

    sinalizao, adeso e reconhecimento celular

  • Exemplos de Polissacardeos e suas funes

  • Grnulos de amido

  • Grnulos de glicognio

  • AMILOSE E AMILOPECTINA constituintes da substncia conhecida como amido reserva energtica em tecidos vegetais.

    AMILOSE

  • AMILOPECTINA

    (ramificao)

    Glicognio: estrutura semelhante a da amilopectina porm mais ramificada.

  • AMIDO ou GLICOGNIO ligaes ( 1 4)

  • -GLICOSE

    CELULOSE

    CELULOSE constituinte da parede celular de vegetais funo estrutural

  • QUITINA polmero de N-acetilglicosamina ligados em 14 constituinte da parede celular de fungos e do exoesqueleto de insetos funes estruturais.

  • cido N-acetilmurmico

    N-acetilglicosamina

    Parede das clulas bacterianas

    - heteropolmero

  • Glicosaminoglicanas repeties de dissacardeos, com funes variadas.

  • Glicoconjugados

    Peptideoglicanos

    Proteoglicanos

    Glicoprotenas

    Glicolpideos

    Polmeros de carboidratos ligados covalentemente a protenas ou lipdios

  • Peptideoglicanos

    Constituem as paredes das clulas bacterianas

    H D-aminocidos

    Gram+ - contm link de pentaglicina

    Gram- - no contm link de pentaglicina

    Funo estrutural

  • Estrutura de peptdeoglicano da parede celular de bactria Gram+

  • Proteoglicanas

    Protenas ligadas a glicosaminoglicanas

    Comuns nas superfcies celulares e na matriz extracelular

    As glicosaminoglicanas, normalmente, constituem a maior

    parte (em massa) da molcula

    A atividade biolgica das proteoglicanas est,

    majoritariamente, associada s glicosaminoglicanas

    Fornecem stios de ligao que so reconhecidos por

    outras molculas

    Comunicao celular e ligao a substrato

  • Proteoglicanas

    Ligao da glicosaminoglicana protena se d atravs de um trissacardeo.

  • Glicoprotenas

    Protenas com carboidratos ligados covalentemente cadeia peptdica, sempre interagindo com as cadeias laterais dos aminocidos OH de Ser e Thr O-linked NH2 de Asn N-linked

    Carboidratos constituem uma parte muito menor (em massa) da

    estrutura final

    Carboidratos se organizam em estruturas muito mais complexas

    Estruturas de glicosilao so fundamentais para interaes com diversos tipos de ligantes

  • A identidade da poro glicdica de glicoprotenas encontradas na superfcie de eritrcitos a base da classificao de grupos sanguneos!

    Tipo sanguneo Monossacardeo encontrado na poro terminal no-redutora da do oligossacardeo

    A N-acetilgalactosamina

    B -D-galactose

    AB N-acetilgalactosamina e -D-galactose

    O Nenhum dos acares acima

  • Glicolpideos

    Lipopolissacardeos (LPS) - Componentes da membrana externa de bactrias Gram- - Especificidade antignica - Toxicidade

    Esfingolpides

    Globosdeos Cerebrosdeos Gangliosdeos

  • Papel dos oligossacardeos no reconhecimento e adeso na superfcie celular

  • Bibliografia

    Livro Lehninger Principles of Biochemistry, David L. Nelson & Michael M. Cox,

    5th edition.

    - Captulo 7 Carbohydrates and Glycobiology

    Livro Bioqumica, Mary K. Campbell, Shawn O. Farrell, edio 5, Editora

    Thomson.

    - Captulo 16 Carboidratos