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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Fabrício Costa Resende de CamposCoordenador do curso de Contabilidade Tributária no IBET
Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras pela PUC/SP
Advogado tributarista
Objetivos da Aula 7
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
4 Subvenção e Assistência Governamentais – CPC 07 (R1)
3 Operações de Arrendamento Mercantil – CPC 06 (R1)
1 Revisão Aula 6
2 Redução ao Valor Recuperável de Ativos – CPC 01 (R1)
Lucro Econômico
Lucro como acréscimo:
- John Hicks (1946): renda é o que uma pessoapode consumir durante uma semana (ou certoperíodo de tempo) e ainda esperar estar, no final dasemana (ou do referido período de tempo), namesma situação em que estava no começo.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Demarcação conceitual da
Renda/Lucro
Lucro Contábil:
- David Solomons (1966): a renda da Entidade é aquantidade de que seu patrimônio aumentoudurante um período, deduzidas as provisões dessevalor da capitalização de lucros pelos acionistas oupor quaisquer distribuições feitas pela empresaaos seus acionistas. Diferencia lucro contábil dolucro econômico pela realização da renda (regimede competência contábil).
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Demarcação conceitual da
Renda/Lucro
Lucro Contábil:
- Hendriksen e Breda (1999):
Lucro da entidade = FCEj + ΔVTMj
onde: VTMj = Valor total de mercado da empresa no período j
FCEj = fluxo de caixa no período j
Lucro da entidade = FCEj + ΔVTJj
onde: VTJj = Valor total justo da empresa no período j
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Demarcação conceitual da
Renda/Lucro
Lucro Fiscal:
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobrea renda e proventos de qualquer natureza temcomo fato gerador a aquisição dadisponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto docapital, do trabalho ou da combinação deambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assimentendidos os acréscimos patrimoniais nãocompreendidos no inciso anterior.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Demarcação conceitual da
Renda/Lucro
• Disponibilidade Econômica =
Disponibilidade Financeira
Depende de atos do interessado para ter
acesso aos recursos financeiros!
• Disponibilidade jurídica =
Pronunciamento CPC 30 (R1) Receitas
A receita é reconhecida quando for
provável que benefícios econômicos
futuros vão fluir para a entidade, e
quando estes benefícios possam ser
mensurados com segurança.
Economia:
Reconhecimento constante das variações patrimoniais emcomparativos de mercado, incluindo-se o consumo.
Contabilidade:
Se aproxima à metodologia econômica, mas identifica,primordialmente, o acréscimo patrimonial na forma de receitas eganhos; custos, despesas e perdas valoráveis com afetaçãopatrimonial.
Direito Tributário:
Mescla o conceito contábil (acréscimo patrimonial) +parcialmente, a renda realizada monetariamente + situações deagilidade na fiscalização.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Comparativos: Renda/Lucro para a
Economia, Contabilidade e o Direito
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVendas de ProdutosVendas de MercadoriasPrestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTADevoluções de VendasAbatimentos (descontos incondicionaisImpostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
Ajuste a valor presente
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDASCusto dos Produtos VendidosCusto das MercadoriasCusto dos Serviços Prestados
= LUCRO BRUTO
Lei 12.973/14 (alteração do Decreto-Lei
1.598/77):
“Art. 12. A receita bruta compreende:
I - o produto da venda de bens nas
operações de conta própria;
II - o preço da prestação de serviços
em geral;
III - o resultado auferido nas operações
de conta alheia; e
IV - as receitas da atividade ou
objeto principal da pessoa jurídica
não compreendidas nos incisos I a
III.”
Demonstração do Resultado do
Exercício - DRE
Lei 12.973/14 (alteração do Decreto-
Lei 1.598/77):
“Art. 12. (...)
§ 1o A receita líquida será a receita
bruta diminuída de:
I - devoluções e vendas canceladas;
II - descontos concedidos
incondicionalmente;
III - tributos sobre ela incidentes; e
IV - valores decorrentes do ajuste a
valor presente, de que trata o inciso
VIII do caput do art. 183 da Lei no
6.404, de 15 de dezembro de 1976,
das operações vinculadas à receita
bruta.”
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
(-) DESPESAS OPERACIONAISDespesas Com VendasDespesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDASDespesas Financeiras - Receitas FinanceirasVariações Monetárias e Cambiais Passivas - Variações Monetárias e Cambiais Ativas
(+/-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO
Demonstração do Resultado do
Exercício - DRE
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
(-) PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IRPJ
(-) PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Demonstração do Resultado do
Exercício - DRE
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IRPJ (DRE)
(+) ADIÇÕESCustos e despesas não dedutíveis (vide art. 13, Lei 9.249/95)Contribuição Social sobre o Lucro LíquidoLucros Disponibilizados do Exterior
Ajustes Decorr. Métodos – Preços de Transferência
Variações Cambiais Passivas (MP 2.158-35/01)
Perdas Método de Equivalência Patrimonial
Doações
Tributos com Exigibilidade Suspensa
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Lucro Real – Ajustes ao
Lucro Líquido
(-) EXCLUSÕESReversão dos Saldos das Provisões Não DedutíveisVariações Cambiais Ativas (MP 2.158-35/01)
Ganhos Método de Equivalência Patrimonial
Subvenções para Investimento
= LUCRO REAL ANTES DA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS
(-) Prejuízos Fiscais períodos de apuração anteriores
= LUCRO REAL
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Lucro Real – Ajustes ao
Lucro Líquido
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 01 –Redução ao Valor Recuperável de Ativos é definirprocedimentos visando a assegurar que os ativosnão estejam registrados contabilmente por um valorsuperior àquele passível de ser recuperado no tempopor uso nas operações da entidade ou em suaeventual venda.
A entidade deve avaliar, no mínimo, uma vez por anose há alguma indicação de que seus ativos ouconjunto de ativos perderam representatividadeeconômica.
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Quais os indicativos para aplicar o teste derecuperabilidade?
Fontes Externas de informações:
a) O valor de mercado do ativo diminuiu sensivelmente;
b) Ocorreram, ou ocorrerão em futuro próximo, mudançastecnológicas, de mercado, econômico ou legal no qual o ativo éutilizado;
c) As taxas de juros de mercado aumentaram, e essesacréscimos provavelmente afetarão a taxa de descontoutilizada no cálculo do valor de um ativo em uso e diminuirãosignificativamente o seu valor recuperável;
d) O valor contábil do patrimônio líquido da entidade se tornoumaior do que o valor de suas ações no mercado.
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Quais os indicativos para aplicar o teste derecuperabilidade?
Fontes Internas de informações:
a) Evidência de obsolescência ou de dano físico;
b) Ocorreram, ou ocorrerão em futuro próximo, mudançassignificativas com efeito adverso sobre a entidade (ex.: aadministração planeja descontinuar, reestruturar ou baixarantecipadamente)
c) Levantamentos ou relatórios internos que evidenciem, porexemplo, a existência de dispêndios extraordinários deconstrução, capitalização excessiva de encargos financeiros,etc.
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Determinação do valor recuperável
O maior valor entre o preço líquido de venda do ativo eo seu valor em uso. Caso um desses valores exceda ovalor contábil do ativo, não haverá desvalorização nemnecessidade de estimar o outro valor.
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
valor de negociação em
um mercado ativo, menos
as despesas necessárias
de venda
valor em uso de ativos:
estimado com base nos
fluxos de caixa futuros
derivados do uso
contínuo dos ativos,
utilizando-se uma taxa de
desconto para trazer
esses fluxos de caixa a
valor presente.
O teste de impairment (teste de recuperabilidade),conforme o CPC 01 (R1), aplica-se ao ágio (goodwill)contabilizado por expectativa de rentabilidade futura!
Diferença entre o teste de recuperabilidade nosativos imobilizados e no goodwill: futuramente, casono teste de recuperabilidade anual seja possívelreduzir a perda registrada em impairment, épermitido o registro; a redução do ágio pelo teste deimpairment é definitivo!
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Exemplo prático (lançamentos contábeis):A CIA Cruzeiro Esporte Clube (o maior time do Brasil) possui determinado ativoimobilizado em seu balanço de 31-12-20x4 pelo valor contábil de R$ 150.000,00,sendo seu custo originário R$ 200.000,00 e um saldo de depreciação acumuladade R$ 50.000,00. Observou-se que em 20x4 o valor desse ativo diminuiuconsideravelmente.
1) O valor de venda no mercado é R$ 130.000,00, com custos para colocar oativo em condições de venda de R$ 13.500,00;
2) Valor em uso por meio de fluxos de caixa futuro descontados a uma taxa de15% a.a.
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Período Fluxos de Caixa Estimados Valor Presente dos Fluxos de Caixa
20x5 R$ 50.700 R$ 44.087
20x6 R$ 42.400 R$ 32.060
20x7 R$ 35.000 R$ 23.013
20x8 R$ 28.300 R$ 16.181
20x9 R$ 23.000 R$ 11.435
Total R$ 179.400 R$ 126.776
0 1 2 3 4 5 n...
PV FV1 FV2 FV3 FV4 FV5 FVn
Taxa de desconto: taxa
livre de risco (ex.: SELIC)
mais a taxa de risco que o
mercado atribui a esse
ativo
Valor em uso: R$ 126.776
Valor Líquido de venda: R$ 116.500
Valor Contábil: R$ 150.000
Valor Recuperável: R$ 126.776
1) D – Perda por desvalorização (resultado) R$ 23.224
2) C – Perdas estimadas por valor não recuperável(redutora do ativo imobilizado) – R$ 23.224
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
ATIVO CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE• Realizável à longo prazo
• Imobilizado
Depreciação Acum.
Perdas Estim. Valor não Recuperável
200.000
23.224
23.224
DRE
50.000
Efeitos fiscais (Lei 12.973/14):
Teste de Recuperabilidade
Art. 32. O contribuinte poderá reconhecer na apuração do lucro
real somente os valores contabilizados como redução ao valor
recuperável de ativos que não tenham sido objeto de reversão,
quando ocorrer a alienação ou baixa do bem correspondente.
Parágrafo único. No caso de alienação ou baixa de um ativo que
compõe uma unidade geradora de caixa, o valor a ser reconhecido
na apuração do lucro real deve ser proporcional à relação entre o
valor contábil desse ativo e o total da unidade geradora de
caixa à data em que foi realizado o teste de recuperabilidade.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Lucro Líquido (prejuízo) -R$ 23.224,00
Adição R$ 23.224,00
Lucro Real R$ 0,00
Venda do imobilizado: R$ 140.000
Valor Contábil: R$ 126.776
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Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
ATIVO CIRCULANTE
Banco
NÃO CIRCULANTE• Realizável à longo prazo
• Imobilizado
Depreciação Acum.
Perdas Estim. Valor não Recuperável
200.000
23.224
140.000
DRE
50.000
200.000
50.000
23.224
140.000
200.000
50.000
23.224
13.224
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Redução ao Valor Recuperável
de Ativos – CPC 01 (R1)
Lucro Líquido R$ 13.224,00
Exclusão (R$ 23.224,00)
Lucro Real (prejuízo fiscal) -R$ 10.000,00
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Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Um arrendamento mercantil é classificado comofinanceiro se ele transferir substancialmente todosos riscos e benefícios inerentes à propriedade.
Um arrendamento mercantil é classificado comooperacional se ele não transferir substancialmentetodos os riscos e benefícios inerentes àpropriedade.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Contabilização do arrendamento mercantilfinanceiro – Arrendatária
- Aquisição veículo. Contraprestação mensal = R$1.000,00
- Prazo arrendamento = 36 meses
- Valor residual a ser pago no 36º mês = R$ 120,00
- Valor justo do bem, se comprado a vista = R$30.000,00
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Contabilização do arrendamento mercantilfinanceiro – Arrendatária
- Aquisição veículo - contraprestação mensal = R$1.000,00
- Prazo arrendamento = 36 meses
- Valor residual a ser pago no 36º mês = R$ 120,00
- Valor justo do bem, se comprado a vista = R$30.000,00
- Encargos financeiros contratuais implícitos = R$6.120,00
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Bens ou Direitos
Aplicações de recursos
Representam benefícios
presentes ou futuros
Controle
Essência econômica versus
Forma Jurídica
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTEFinanciamento Arrend. Financ.
Encargos Financeiros
Capital próprio
ATIVO
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTERealizável à longo prazo
Imobilizado
30.000
36.120
6.120
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Contabilização do arrendamento mercantilfinanceiro – Arrendatária
- O que é afetado ao resultado da EntidadeArrendatária? Apenas os Encargos financeirosimplícitos (R$ 6.120,00) tomadosproporcionalmente a cada parcela paga.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Contabilização do arrendamento mercantilfinanceiro – Arrendador
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Bens ou Direitos
Aplicações de recursos
Representam benefícios
presentes ou futuros
Controle
Essência econômica versus
Forma Jurídica
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
Capital próprio
ATIVO
CIRCULANTEBancos
NÃO CIRCULANTERealizável à longo prazo
Receita Financeira a Realiz.
Imobilizado
30.000
30.000
30.000
36.120
6.120
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Contabilização do arrendamento mercantilfinanceiro – Arrendador
- O que é afetado ao resultado do Arrendador?Apenas os Encargos financeiros contratuais (R$6.120,00) tomados proporcionalmente a cadaparcela recebida.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Aspectos fiscais (Decreto-Lei 1.598/77 com alteraçõesda Lei 12.973/14):
Art 13 - O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de
transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição
ou importação.
§ 1º - O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá,
obrigatoriamente:
a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados
ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo;
b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e
guarda das instalações de produção;
c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos
bens aplicados na produção;
d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
(...)
§ 3o O disposto nas alíneas “c”, “d” e “e” do § 1o não alcança os encargos de
depreciação, amortização e exaustão gerados por bem objeto de arrendamento
mercantil, na pessoa jurídica arrendatária.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Aspectos fiscais (Lei 9.249/95 com alterações da Lei12.973/14):
Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição
social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente
do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964:
(...)VIII - de despesas de depreciação, amortização e exaustão geradas por bem objeto de
arrendamento mercantil pela arrendatária, na hipótese em que esta reconheça
contabilmente o encargo.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Aspectos fiscais (Lei 12.973/14):
Art. 46. Na hipótese de operações de arrendamento mercantil que não estejam sujeitas ao
tratamento tributário previsto pela Lei no 6.099, de 12 de setembro de 1974, as pessoas
jurídicas arrendadoras deverão reconhecer, para fins de apuração do lucro real, o resultado
relativo à operação de arrendamento mercantil proporcionalmente ao valor de cada
contraprestação durante o período de vigência do contrato.
§ 1o A pessoa jurídica deverá proceder, caso seja necessário, aos ajustes ao lucro líquido para
fins de apuração do lucro real, no livro de que trata o inciso I do caput do art. 8o do Decreto-Lei
no 1.598, de 26 de dezembro de 1977.
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se somente às operações de arrendamento mercantil
em que há transferência substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade do
ativo.
§ 3o Para efeitos do disposto neste artigo, entende-se por resultado a diferença entre o
valor do contrato de arrendamento e somatório dos custos diretos iniciais e o custo de
aquisição ou construção dos bens arrendados.
§ 4o Na hipótese de a pessoa jurídica de que trata o caput ser tributada pelo lucro presumido ou
arbitrado, o valor da contraprestação deverá ser computado na determinação da base de cálculo
do imposto sobre a renda.
Tratamento tributário da Lei 6.099/74 para as
arrendadoras - Resolução BACEN 2.309/1996:
Art. 1º As operações de arrendamento mercantil com o
tratamento tributário previsto na Lei nº. 6.099, de
12.09.74, alterada pela Lei nº. 7.132, de 26.10.83,
somente podem ser realizadas por pessoas jurídicas
que tenham como objeto principal de sua atividade a
prática de operações de arrendamento mercantil, pelos
bancos múltiplos com carteira de arrendamento
mercantil e pelas instituições financeiras que, nos
termos do art. 13 deste Regulamento, estejam
autorizadas a contratar operações de arrendamento
com o próprio vendedor do bem ou com pessoas
jurídicas a ele coligadas ou interdependentes.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Operações de Arrendamento
Mercantil – CPC 06 (R1)
Aspectos fiscais (Lei 12.973/14):
Art. 47. Poderão ser computadas na determinação do lucro real da pessoa jurídica
arrendatária as contraprestações pagas ou creditadas por força de contrato de
arrendamento mercantil, referentes a bens móveis ou imóveis intrinsecamente
relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços, inclusive as
despesas financeiras nelas consideradas.
Art. 48. São indedutíveis na determinação do lucro real as despesas financeiras incorridas
pela arrendatária em contratos de arrendamento mercantil.
Parágrafo único. O disposto no caput também se aplica aos valores decorrentes do ajuste a
valor presente, de que trata o inciso III do caput do art. 184 da Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976.
• CONCLUSÃO:
A Lei 12.973/14 aplica, para fins fiscais,
os efeitos anteriormente vigentes com
relação às despesas de arrendamento
mercantil, anteriormente previstos na
Lei 9.249/95
A que se refere esse dispositivo?
Aos encargos financeiros implícitos no contrato!
Os encargos financeiros embutidos nas contraprestações
são dedutíveis!
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Assistência governamental é a ação de um governodestinada a fornecer benefício econômico específico auma entidade ou a um grupo de entidades que atendama critérios estabelecidos. Não inclui os benefíciosproporcionados única e indiretamente por meio de açõesque afetam as condições comerciais gerais, tais como ofornecimento de infraestruturas em áreas emdesenvolvimento ou a imposição de restriçõescomerciais sobre concorrentes.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Subvenção governamental é uma assistênciagovernamental geralmente na forma de contribuição denatureza pecuniária, mas não só restrita a ela,concedida a uma entidade normalmente em troca documprimento passado ou futuro de certas condiçõesrelacionadas às atividades operacionais da entidade.Não são subvenções governamentais aquelas que nãopodem ser razoavelmente quantificadas em dinheiro eas transações com o governo que não podem serdistinguidas das transações comerciais normais daentidade.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Subvenção governamental, inclusive subvençãonão monetária a valor justo, não deve serreconhecida até que exista razoável segurança deque:
(a) a entidade cumprirá todas as condiçõesestabelecidas e relacionadas à subvenção; e
(b) a subvenção será recebida.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Os juros praticados pelo BNDES (muito abaixo dospraticados usualmente pelo mercado), podem serconsiderados subvenção governamental?
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Exemplo:
A CIA Cruzeiro Esporte Clube (o maior time do Brasil), em 20x4 inaugura uma
nova fábrica em uma região considerada como área de desenvolvimento
econômico. Neste dia, o governo liberou uma subvenção de R$ 50 milhões para
auxiliar no desenvolvimento da fábrica. A subvenção é composta por 2 partes:
Parte 1 – R$ 30 milhões relacionados a construção de uma grande fábrica cujo
custo é R$ 180 milhões. O terreno onde se localiza fábrica é arrendado, então o
custo total da obra é depreciado durante a vida útil estimada de 50 anos da
fábrica.
Parte 2 – Os R$ 20 milhões restantes estão sujeito a manutenção de pelo menos
150 empregados trabalhando na fábrica por um período mínimo de 5 anos. Se o
número de empregados reduzir para menos de 150, 20% da subvenção deve ser
devolvida. Atualmente, a fábrica emprega 200 empregados e estima que o
número de funcionários deva crescer nos próximos 5 anos.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Exemplo:
A CIA Cruzeiro Esporte Clube (o maior time do Brasil), em 20x4 inaugura uma
nova fábrica em uma região considerada como área de desenvolvimento
econômico. Neste dia, o governo liberou uma subvenção de R$ 50 milhões para
auxiliar no desenvolvimento da fábrica. A subvenção é composta por 2 partes:
Parte 1 – R$ 30 milhões relacionados a construção de uma grande fábrica cujo
custo é R$ 180 milhões. O terreno onde se localiza fábrica é arrendado, então o
custo total da obra é depreciado durante a vida útil estimada de 50 anos da
fábrica.
Parte 2 – Os R$ 20 milhões restantes estão sujeito a manutenção de pelo menos
150 empregados trabalhando na fábrica por um período mínimo de 5 anos. Se o
número de empregados reduzir para menos de 150, 20% da subvenção deve ser
devolvida. Atualmente, a fábrica emprega 200 empregados e estima que o
número de funcionários deva crescer nos próximos 5 anos.
Professor Fabrício C. R. Campos – E-mail: [email protected]
Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
A Parte 1 da subvenção está relacionadas ativos, sendo possível 2 métodos de
contabilização :
Método 1 – A subvenção é reconhecida como uma receita diferida no passivo,
sendo reconhecida no resultado durante a vida útil do ativo. Assim, deve ser
reconhecida uma receita de R$ 0,6 milhões (R$ 30 milhões/50 anos), e um
passivo de R$ 29,4 milhões;
Método 2 – A subvenção é reconhecida como redução no custo do ativo, assim a
fabrica deve ser reconhecida por R$ 150 milhões (R$ 180 milhões – R$ 30
milhões). Tal redução no custo da fábrica resultará numa redução na depreciação
para R$ 3 milhões, frente a uma depreciação de R$ 3,6 pelo método anterior.
Ambos os métodos tem o mesmo efeito líquido!
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
ATIVO PASSIVO
PL
Bens ou Direitos
Aplicações de recursos
Representam benefícios
presentes ou futuros
Controle
Essência econômicForma
Jurídica
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTESubvenção Governamental
Capital próprio
ATIVO
CIRCULANTEBancos
NÃO CIRCULANTERealizável à longo prazo
Imobilizado
Deprec. Fábrica
180.000.000
29.400.000
30.000.000
DRE600.000
3.600.000
3.600.000
3.000.000
Método 1
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
ATIVO PASSIVO
PL
Bens ou Direitos
Aplicações de recursos
Representam benefícios
presentes ou futuros
Controle
Essência econômicForma
Jurídica
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
Capital próprio
ATIVO
CIRCULANTEBancos
NÃO CIRCULANTERealizável à longo prazo
Imobilizado
Deprec. Fábrica
180.000.000
3.000.000
30.000.000
DRE3.000.000
30.000.000
150.000.000
Método 2
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Parte 2 da subvenção:
Pelo planejamento da Entidade, é improvável a possibilidade de reduzir o número
de funcionários a menos que 150. No período, deve ser reconhecida uma receita
de R$ 4 milhões (R$ 20 milhões/5 anos). O CPC 07 (R1) permite que essa receita
seja reconhecida na demonstração do resultado abrangente como “outras
receitas” ou uma redução na despesa relacionada. O saldo de R$ 16 milhões
ainda não reconhecido fica no passivo.
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
ATIVO PASSIVO
PL
Bens ou Direitos
Aplicações de recursos
Representam benefícios
presentes ou futuros
Controle
Essência econômicForma
Jurídica
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTESubvenção Governamental
Capital próprio
ATIVO
CIRCULANTEBancos
NÃO CIRCULANTERealizável à longo prazo
Imobilizado
180.000.000
16.000.000
20.000.000
DRE4.000.000
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Impactos fiscais:
(a) Subvenção para custeio: auxílio governamentalsem qualquer contrapartida obrigatória pelaEntidade; e
(b) Subvenção para investimentos: auxíliogovernamental com contrapartida obrigatória a sercumprida pela Entidade.
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Lei 12.973/14:
Art. 30. As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou
redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão
de empreendimentos econômicos e as doações feitas pelo poder público não
serão computadas na determinação do lucro real, desde que seja
registrada em reserva de lucros a que se refere o art. 195-A da Lei
no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que somente poderá ser utilizada
para:
I - absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido
totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da
Reserva Legal; ou
II - aumento do capital social.
§ 1o Na hipótese do inciso I do caput, a pessoa jurídica deverá
recompor a reserva à medida que forem apurados lucros nos períodos
subsequentes.
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
Lei 12.973/14:
Art. 30. (...)
§ 2o As doações e subvenções de que trata o caput serão tributadas caso não seja observado o
disposto no § 1o ou seja dada destinação diversa da que está prevista no caput, inclusive nas
hipóteses de:
I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante
redução do capital social (...);
II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos 5
(cinco) anos anteriores à data da doação ou da subvenção, com posterior capitalização do
valor da doação ou da subvenção, hipótese em que a base para a incidência será o valor
restituído, limitada ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou de subvenções
governamentais para investimentos; ou
III - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.
§ 3o Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou lucro líquido
contábil inferior à parcela decorrente de doações e de subvenções governamentais e, nesse caso,
não puder ser constituída como parcela de lucros nos termos do caput, esta deverá ocorrer à
medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes.
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Subvenção e Assistência
Governamentais – CPC 07 (R1)
ATIVO PASSIVO
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Bens ou Direitos
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Representam benefícios
presentes ou futuros
Controle
Essência econômicForma
Jurídica
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTESubvenção Governamental
Capital próprio
ATIVO
CIRCULANTEBancos
NÃO CIRCULANTERealizável à longo prazo
Imobilizado
180.000.000
16.000.000
20.000.000
DRE4.000.000
Lucro Líquido: 4.000.000
Adições:
Exclusões: - 4.000.000
LR: 0
Lucro Real
4.000.000
Reservas de Inc. Fiscais
4.000.000
OBRIGADO!
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