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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTUDOS BÁSICOS PARA PROJETOS DE DRENAGEM Prof. Marinaldo Ferreira Pinto [email protected]

Aula estudos basicos-drenagem-parte1-s (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROINSTITUTO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

ESTUDOS BÁSICOS PARA PROJETOS DE DRENAGEM

Prof. Marinaldo Ferreira Pinto

[email protected]

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IT-130 DRENAGEM

Professor: Marinaldo Ferreira PintoEng. Agrícola – UFRRJMestre em irrigação e drenagem – ESALQ/USPDoutor em irrigação e drenagem – ESALQ/USPPós-Doutorado em irrigação – IRSTEA/FRANÇA

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IT-130 DRENAGEM

Objetivo da disciplina

Estimular os discentes para obtenção de conhecimentos básicos para possibilitar o desenvolvimento de projetos de drenagem no meio rural.

Qual o objetivo dos discentes?

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EMENTA

Estudos básicos para projeto de drenagem Necessidade de lixiviação em solos salinosHidrologia subterrâneaClassificação dos sistemas de drenagem, esquemas de implantação, materiais utilizados em drenagemDrenagem superficialDrenagem subterrânea Projeto de drenagem

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AVALIAÇÕES

1° avaliação – 02/10/20142° avaliação – 04/12/2014Optativa – 11/12/2014

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AVALIAÇÕES

- Prova 2a Chamada: entrar com a solicitação na Secretaria do DE até 3 (três) dias úteis após cessado o impedimento legal. O motivo deve ser devidamente justificado conforme deliberação do CEPE no 128, de 03/03/82 (Art. 8 § 2o e 4o);- Faltas – até 25% das aulas do período;- Revisão de prova: até 72 horas após divulgação (Art. 15 da deliberação 128).

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BIBLIOGRAFIABERNARDO, S; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de Irrigação.Ed. UFV: Viçosa-MG. 8ª Ed. 2008. 625 p.CRUCIANI, D.E. A Drenagem na Agricultura. São Paulo, Livraria Nobel, 1980. 333 p. LUTHIN, J.N. Drenaje de tierras agrícolas. México: Editorial LimusaWilwy SA, 1967. 684p.MILLAR, A.A. Drenagem de Terras Agrícolas: Bases Agronômicas. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1978. 276 p.

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INTRODUÇÃO

Conceito de drenagem

História

-começou a ser utilizada 3500 a.c (mesopotâmia, Egito, China)

-Império romano (vale do pó - Itália, Fens - Inglaterra)

-Idade moderna – Estados Unidos (Califórnia)

-Países baixos (1924) – dique de 29 km e 5,5 m

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INTRODUÇÃO

Fonte: retirada da internet

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INTRODUÇÃO

Fonte: retirada da internet

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INTRODUÇÃODrenagem natural

Drenagem artificial

Drenagem Adequada

Fonte: DAEE (2005)

Fonte: retirada da internet

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OBJETIVOS DA DRENAGEM AGRÍCOLA

Zonas úmidas: remover o excesso de água

Zonas áridas: remover o excesso de sais

Fonte: CRUCIANE (1997)

Fonte: CPT

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CLASSIFICAÇÃO DA DRENAGEM

Drenagem subterrânea

Drenagem superficial

Fonte: Bernardo, 2008

Encosta

Dreno interceptor

Várzea

Rio

Lençol freático

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EFEITO DO EXCESSO DE ÁGUA NAS PROPRIEDADES DO SOLO

Aeração

Redução da concentração de N no solo - Redução da decomposição da matéria orgânica

- Redução da fixação biológica

Aumento da concentração de Fe, Mn e S no

solo - Fe+2 e Mn+2 > 10 ppm é considerado tóxico;

- S > 2,5 ppm é considerado tóxico

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EFEITO DO EXCESSO DE ÁGUA NAS PROPRIEDADES DO SOLO

Estrutura

Permeabilidade

Textura

Temperatura

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EFEITO DO EXCESSO DE ÁGUA NAS PLANTAS

Sustentação

Síntese de hormônios e matéria orgânica

Adsorção de água

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INDICATIVOS DA DEFICIÊNCIA DE DRENAGEM

Lençol freático alto

Água na superfície

Água com elevada concentração de sais

Coloração das plantas verde escuro, tornando-se

amareladas

Queda de flores

Queda de produtividade

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FATORES PARA PROJETOS DE DRENAGEM

Precipitação

Escoamento superficial

Condutividade hidráulica

Porosidade drenável

Profundidade da camada impermeável

Profundidade do lençol freático

Lâmina de lixiviação

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DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO E PERÍODO DE RETORNO

Método de Kimbal

em que:

m:número de ordem

n: número de dados que compõe a série

T: período de retorno

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DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO E PERÍODO DE RETORNOExemplo 1. Calcular a chuva máxima de 1 hora com período de

retorno de 5 anos (Fonte: série didática N° 18 – LEB/ESALQ)

 ano

Chuva (mm)

Chuva (mm) ordem 

decrescentem P T

2000 50

2001 40

2002 30

2003 60

2004 80

2005 45

2006 70

2007 20

2008 10

2009 65

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DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO E PERÍODO DE RETORNOExemplo 1. Solução

 ano

Chuva (mm)

Chuva (mm) ordem 

decrescentem P T (anos)

2000 50 80 1 1/11 11,0

2001 40 70 2 2/11 5,5

2002 30 65 3 3/11 3,7

2003 60 60 4 4/11 2,8

2004 80 50 5 5/11 2,2

2005 45 45 6 6/11 1,8

2006 70 40 7 7/11 1,6

2007 20 30 8 8/11 1,4

2008 10 20 9 9/11 1,2

2009 65 10 10 10/11 1,1

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EQUAÇÃO DE CHUVA INTENSA

em que:

I: intensidade de precipitação

T: período de retorno

t: duração da chuva

k, a, b e c: parâmetros de ajuste da equação

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ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Fonte: DAEE (2005)

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ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Método Racional (200 ha)

Método Racional modificado (15000 ha)

Em que:

Q: vazão (L s-1)

C: coeficiente de escoamento (adimensional)

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ESCOAMENTO SUPERFICIAL

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ESCOAMENTO SUPERFICIALValores de C

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ESCOAMENTO SUPERFICIALExemplo 2: Para os dados apresentados abaixo calcule a vazão de escoamento. Local: São PauloÁrea de drenagem: 195 haPeríodo de retorno: 25 anosTempo de concentração: 15min Coeficiente de escoamento: 0,7Equação de chuva intensa:

Em que:I= intensidade média da chuva (mm h-1);T = período de retorno (anos);t= duração da chuva (min).

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ESCOAMENTO SUPERFICIALSolução do exemplo 2:

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método de carga constante

Fonte: Rossi et al. (2007)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método de carga constante

Fonte: Teixeira (2005)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método de carga constante

em que:

k: condutividade hidráulica (m dia-1)

Q: vazão (m3 dia-1)

L: comprimento da amostra (cm);

h: carga de água sobre a amostra (cm)

A: área da amostra (m2)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

EXEMPLO: Calcular a condutividade hidráulica, considerando os

seguintes dados:

Volume = 100 mL

Tempo de coleta = 5 minutos

Comprimento da amostra = 5 cm

Carga de água sobre a amostra = 5 cm

Área da amostra = 125 cm2

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

RESPOSTA:

Q = 100/5*60=1200 cm3/h

K=1200*5/(125*(5+5))=4,8 cm/h

K=4,8*24/100=1,15 m/dia

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método de carga constante

em que:

k: condutividade hidráulica (m dia-1)

Q: vazão (m3 dia-1)

L: comprimento da amostra (cm);

h: carga de água sobre a amostra (cm)

A: área da amostra (m2)

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4. CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLOMétodo de carga variável

Fonte: Mello (2008)Fonte: Marques et al. (2004)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método de carga variável

em que:

k: condutividade hidráulica (m dia-1)

h0: altura de água no início do teste (cm)

h1: altura de água no tempo “t (dias)” (cm)

L: comprimento da amostra (m);

a: área do tubo de alimentação (m2)

A: área da amostra (m2)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

EXEMPLO: Calcular a condutividade hidráulica, considerando os

seguintes dados:

h0 = 20 cm

H1= 16 cm

Tempo entre as leituras = 5 minutos

Comprimento da amostra = 5 cm

Área da amostra = 125 cm2

Área do tubo de alimentação = 125 cm2

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

RESPOSTA:

k = 5*ln(20/16)/5=0,223 cm/min

k=0,223*60*24/100=3,21 m/dia

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço

-escavar um poço por meio de um trado

(diâmetro 8 cm)

-profundidade superior a profundidade dos

drenos

-profundidade de água deve ser de 40 a 80 cm

-aguarda-se 24 horas

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço

-deve ser feito na época em que a altura do

lençol freática é máxima

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço

Procedimento de ensaio:

1-esgota-se o poço

2-registra-se leituras da altura do lençol freática

3- calcula-se K

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço

Como medir a carga de água no poço?

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço (Equação de ERNST)

Restrições:

3<r<7 cm

20<H<200 cm

Y>20 cm

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço

Fonte: Mello (2008)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço (Equação de ERNST)

Quando s>H/2

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço (Equação de ERNST)

Quando s=0

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Exemplo 3. calcular a condutividade hidráulica baseado nos

seguintes dados: H=60 cm, profundidade do lençol freático=70 cm e

S=0.

t (s) Distância entre superfície do solo e a água no poço (cm)

Y (cm)

0 116,1 46,115 114,2 44,230 112,5 42,545 111,2 41,260 110,2 40,275 109,1 39,190 107,5 37,5

105 105,8 35,8120 103,5 33,5

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço com dois estratos (Equação de ERNST)

Fonte: Mello (2008)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço com dois estratos (Equação de ERNST)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Método do poço com dois estratos (Equação de ERNST)

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Exemplo: Calcular a condutividade do solo heterogêneo com as

seguintes características:

D= 80 cm

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Solução:

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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO

Solução: