Aula- Fundações superficial rasa

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  • 7/29/2019 Aula- Fundaes superficial rasa

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    FundaesProf.(a): Dbora Felten

    Capacidade de carga em Fundao superficial rasa:

    Segundo a NBR 6122, tenso admissvel a cargaque,aplicada sapata, provoca recalques que no produzem

    nconvenientes estrutura e, simultaneamente, oferece

    segurana satisfatria ruptura ou escoamento da fundao.

    As frmulas de capacidade de carga so hoje um instrumento

    bastante eficaz na previso da tenso admissvel, destacando-

    se dentre as inmeras formulaes a deTerzaghi, de Meyerhof,

    de Skempton, e de Brinch Hansen (com colaboraesdeVesic).

    As frmulas de capacidade de carga so determinadas a partir

    do conhecimento do tipo de ruptura que o solo pode sofrer,

    dependendo das condies de carregamento.

    TIPOS DE RUPTURA

    Ao se aplicar uma carga sobre uma fundao, pode-se

    provocar trs tipos de ruptura no solo, considerado como meio

    elstico, homogneo, isotrpico, semi-infinito:

    1. RUPTURA GERAL;

    2. RUPTURA LOCAL e

    3. RUPTURA POR PUNCIONAMENTO.

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    Ruptura Geral

    Na ruptura geral, ocorre a formao de uma cunha, que temmovimento verticalpara baixo, e que empurra lateralmente duas

    outras cunhas, que tendem a levantar o solo adjacente

    fundao. Na Figura 1 (a) pode-se ver que a superfcie de

    ruptura bem definida e na Figura 1(b) nota-se bem um ponto

    de carga mxima na curva cargax recalque.

    A ruptura geral ocorre na maioria das fundaes em solos

    pouco compressveis de resistncia finita e para certas

    dimenses de sapatas.

    Este tipo de ruptura ocorre nos solos mais rigidos, como areia

    compactada e muito compactase argilas rijas e duras.

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    Ruptura Local

    Neste tipo de ruptura, forma-se uma cunha no solo, mas asuperfcie de deslizamento no bem definida, a menos que o

    recalque atinja um valor igual metade da largura da fundao

    (Figura 2). A ruptura local ocorre em solos mais deformveis,

    como areias fofos e argilas mdias e moles

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    Ruptura por Puncionamento

    Quando ocorre este tipo de ruptura nota-se um movimentovertical da fundao,e a ruptura s verificada medindo-se os

    recalques da fundao (Figura 3). A ruptura por

    puncionamento ocorre em solos muito compressveis, em

    fundaes profundas ou em radiers.

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    Capacidade de carga em Fundao superficial rasa:

    A capacidade de carga a tenso limite que o terreno podesuportar sem escoar (sem romper).

    Teoria de Terzaghi

    TERZAGHI (1943) desenvolveu uma teoria para o clculo da

    capacidade decarga, baseado nos estudos de PRANDTL(1920

    para metais. Para tal admitiu algumas hipteses:

    Resistncia ao cisalhamento do solo definida em termos da

    coeso ce do ngulo de atrito ;

    Peso especfico constante;

    Material com comportamento elasto-plstico perfeito;

    Material homogneo e isotrpico;

    Estado plano de deformao.

    Se o solo apresenta ruptura geral, a tenso de ruptura do

    mesmo pode ser obtido por:

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    Onde:

    c = coeso do solo;= peso especfico do solo onde se apia a fundao;

    B = menor largura da sapata ;

    q = presso efetiva do solo na cota de apoio da fundao

    Sc, S e Sq = fatores de forma;Nc, N e Nq so os fatores de carga (funes de ngulo deatrito interno .

    Tabela 1- Fatores de Forma segundo Terzaghi.Fatores de forma

    Forma da FundaoSc S Sq

    Corrida 1,0 1,0 1,0

    Quadrada 1,3 0,8 1,0

    Circular 1,3 0,6 1,0Retangular 1,1 0,9 1,0

    Fonte: Exerccios de fundaes-Urbano Rodriguez Alonso

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    Para solos com ruptura local, usa-se a frmula anterior

    adotando os fatores Nno lugar de N e utiliza-se 2/3 da

    coeso real do solo.

    Conhecido o valor de qu, a tenso admissivel ser dada por :

    Qadm= qu/FS

    Onde o FS o fator de segurana, geralmente adotado igual

    a 3.

    bela 2 Fatores de capacidade de carga (Terzaghi)

    Nc Nq N Nc Nq N

    0 5,7 1,0 0,0 5,7 1,0 0,05 7,3 1,6 0,5 6,7 1,4 0,2

    10 9,6 2,7 1,2 8,0 1,9 0,5

    15 12,9 4,4 2,5 9,7 2,7 0,9

    20 17,7 7,4 5,0 11,8 3,9 1,7

    25 25,1 12,7 9,7 14,8 5,6 3,2

    30 37,2 22,5 19,7 19,0 8,3 5,7

    34 52,6 36,5 35,0 23,7 11,7 9,0

    35 57,8 41,4 42,4 25,2 12,6 10,1

    40 95,7 81,3 100,4 34,9 20,5 18,8

    45 172,3 173,3 297,5 51,2 35,1 37,7te: Notas de aula Prof. DR. Cludio Dias

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    Das frmulas de capacidade de carga de Terzaghi pode-se

    concluir:A capacidade de carga cresce com a profundidade da

    fundao.

    Em solos coesivos ( = 0), a capacidade de carga independe

    das dimenses da fundao. Na superfcie do terreno:

    Em solos no coesivos (c= 0), a capacidade de carga

    dependediretamente das dimenses da fundao, mas a profundidade

    mais importante que o tamanho da fundao.

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    Teoria de Brinch Hansen (e Sugestes de Vesic)

    HANSEN (1961, 1970) fez importantes contribuies aoclculo da capacidade de carga de fundaes superficiais.

    Posteriormente, VESIC (1975) tambm publicou

    resultados de pesquisas sobre o tema, mantendo algumas das

    solues encontradas por Hansen, e sugerindo outras. A

    frmula geral de capacidade de carga devida a Hansen e Vesic

    a seguinte:

    Expresso 2

    onde c a coeso do solo, q a sobrecarga (tenso vertical

    efetiva no nvel da base dasapata) e o peso especfico do

    solo. c N, q Ne Nso os fatores de capacidade de carga

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    Na expresso (2), ' B a largura efetivada sapata, que ser

    calculada em funo da eventual excentricidade da carga

    aplicada em relao ao centro da sapata. Os outros fatores

    so:

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    Tabela 4 Fatores de capacidade de carga (Hansen e Vesic).

    Nc Nq N0 5,14 1,00 0,00

    1 5,38 1,09 0,072 5,63 1,20 0,15

    3 5,90 1,31 0,24

    4 6,19 1,43 0,34

    5 6,49 1,57 0,45

    6 6,81 1,72 0,57

    7 7,16 1,88 0,71

    8 7,53 2,06 0,86

    9 7,92 2,25 1,03

    10 8,35 2,47 1,22

    11 8,80 2,71 1,4412 9,28 2,97 1,69

    13 9,81 3,26 1,97

    14 10,37 3,59 2,29

    15 10,98 3,94 2,65

    16 11,63 4,34 3,06

    17 12,34 4,77 3,53

    18 13,10 5,26 4,07

    19 13,93 5,80 4,68

    20 14,83 6,40 5,39

    21 15,82 7,07 6,20

    22 16,88 7,82 7,13

    23 18,05 8,66 8,20

    24 19,32 9,60 9,44

    25 20,72 10,66 10,88

    26 22,25 11,85 12,54

    27 23,94 13,20 14,47

    28 25,80 14,72 16,72

    29 27,86 16,44 19,34

    30 30,14 18,40 22,40

    31 32,67 20,63 25,99

    32 35,49 23,18 30,22

    33 38,64 26,09 35,19

    34 42,16 29,44 41,06

    35 46,12 33,30 48,03

    36 50,59 37,75 56,31

    37 55,63 42,92 66,19

    38 61,35 48,93 78,03

    39 67,87 55,96 92,25

    40 75,31 64,20 109,4145 133,88 143,88 271,76

    50 266,89 319,07 762,89Fonte: Notas de aula Prof. DR. Cludio Dias

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    Efeito da excentricidade da carga aplicada na sapata:

    A excentricidade da carga (distncia do ponto de aplicao daresultante de carga em relao ao centro geomtrico da

    sapata) levada em conta atravs da adoo de uma rea

    efetiva A= L.B (rea onde as tenses de compresso so

    mais intensas),de tal forma que a carga aplicada fique

    ocalizada no centro geomtrico da rea efetiva

    (Figura 4):Excentricidade da carga aplicada e rea efetiva

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    Terzaghi aconselhou que a excentricidade da carga no deve

    ultrapassarB/4 e L/4.Fatores de correo para a forma da sapata:

    A teoria original de Terzaghi foi formulada a partir da hiptese

    de que a sapata contnua Hansen e Vesic

    propuseram

    fatores de correo para abrangerdiferentes relaes entre L e

    B.

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    Capacidade de carga em Fundao superficial rasa:

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    Fatores de correo para a profundidade da sapata:

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    Fatores de correo para a inclinao da carga:

    Se a carga aplicada no for vertical, mas sim inclinada, echamando de Qa componente vertical e Ha componente

    horizontal da carga inclinada R(Figura 4.7),Hansen e Vesic

    propuseram os seguintes fatores de correo:

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    Fatores de correo para a inclinao da base da sapata:

    Existem situaes nas quais pode ser interessante inclinar abase da sapata, para absorver esforos horizontais (Figura4.8)

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    Nas expresses acima, os valores de que aparecem fora de

    Funes trigonomtricas devem ser tomados em radianos.Ainda, o ngulo deve ser menor ou igual a 45.

    Fatores de correo para a inclinao da superfcie do

    terreno:

    Se o terreno de fundao no for horizontal (Figura 4.9):

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    Nas expresses acima, os valores de que aparecem fora de

    Funes trigonomtricas devem ser tomados em radianos.

    Ainda, o ngulo deve ser menor ou igual a 45, e menor do

    que o ngulo de atrito do solo . Quando for maior do que

    / 2, deve-se proceder a uma anlise de estabilidade de

    taludes, considerando a ao adicional do carregamento

    aplicado fundao (MEYERHOF, 1957).

    Convm lembrar que, no caso de terreno inclinado, as tensesVerticais geostticas a uma profundidade zso calculadas

    como:

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    Fatores de correo para a compressibilidade do solo:

    Terzaghi, em sua teoria de capacidade de carga, admitiu porhiptese que o solo incompressvel, sendo portanto a ruptura

    do tipo generalizada. Porm, se o solo apresentar alguma

    compressibilidade, a ruptura tender a ser local, e a soluo de

    Terzaghi no ser mais representativa da realidade. VESIC

    (1975) props os seguintes fatores de correo para a

    compressibilidade do solo:

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    onde Ir o ndice de rigidezdo solo, relao entre o mdulo

    de elasticidade transversal Ge a resistncia ao cisalhamento do solo:

    sendo Eo mdulo de elasticidade longitudinal e o coeficiente

    de Poisson do solo.Para estimativa de Ir, os valores de Ge a

    serem considerados devem ser valores mdios,

    representativos das propriedades elsticas e de resistncia da

    massa de solo submetida ao processo de deslizamento

    (ruptura). A profundidade e extenso da superfcie de

    deslizamento funo do ngulo de atrito do solo, como

    mostra a Figura 4.10.

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    Antes de se calcular os fatores cr S, qr Se r S , deve-se

    verificar se o solo compressvel ou pode ser consideradoncompressvel. Para isso, deve-se determinar o ndice de

    rigidez crtico:

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