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Segurana do Trabalho

Sayonara Rocha

2011

Natal-RN

Gesto de Sade e Segurana no Trabalho

Curso Tcnico Nvel Mdio Subsequente

Aula 05Sistema de gesto de SSO OHSAS 18001:2007: Requisitos legais, objetivos, metase programas de SSO

Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia

do Rio Grande do Norte.

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Presidncia da Repblica Federativa do Brasil

Ministrio da Educao

Secretaria de Educao a Distncia

Equipe de ElaboraoIF-RN

Coordenao InstitucionalCOTED

Projeto GrficoEduardo Meneses e Fbio Brumana

DiagramaoLuan Santos

Ficha catalogrfica

Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educao,

Cincia e Tecnologia e o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil e-Tec Brasil.

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Amigo(a) estudante!

O Ministrio da Educao vem desenvolvendo Polticas e Programas

para expansoda Educao Bsica e do Ensino Superior no Pas. Um dos

caminhos encontradospara que essa expanso se efetive com maior rapidez

e eficincia a modalidade adistncia. No mundo inteiro so milhes os

estudantes que frequentam cursos a distncia. Aqui no Brasil, so mais de

300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Mdio e Superior a

distncia, oferecidos por instituies pblicas e privadas de ensino.

Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil

(UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de formao de

professores, em nvel superior.

Para expanso e melhoria da educao profissional e fortalecimento

do Ensino Mdio, o MEC est implementando o Programa Escola Tcnica

Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das perife-

rias dos grandes centros urbanose dos municpios do interior do Pas oportu-

nidades para maior escolaridade, melhorescondies de insero no mundodo trabalho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento

produtivo regional.

O e-Tec resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educao

Profissionale Tecnolgica (SETEC), a Secretaria de Educao a Distncia (SED)

do Ministrio daEducao, as universidades e escolas tcnicas estaduais e

federais.

O Programa apia a oferta de cursos tcnicos de nvel mdio porparte das escolaspblicas de educao profissional federais, estaduais, mu-

nicipais e, por outro lado,a adequao da infra-estrutura de escolas pblicas

estaduais e municipais.

Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de

adequaode escolas e 74 instituies de ensino tcnico, as quais propuse-

ram 147 cursos tcnicosde nvel mdio, abrangendo 14 reas profissionais.

Apresentao e-Tec Brasil

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O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades

federativas. A perspectiva do Programa que sejam ofertadas10.000 va-

gas, em 250 polos, at 2010.

Assim, a modalidade de Educao a Distncia oferece nova interface

para amais expressiva expanso da rede federal de educao tecnolgica dosltimos anos: aconstruo dos novos centros federais (CEFETs), a organiza-

o dos Institutos Federaisde Educao Tecnolgica (IFETs) e de seus campi.

O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construo coletiva

e participaoativa nas aes de democratizao e expanso da educao

profissional no Pas,valendo-se dos pilares da educao a distncia, susten-

tados pela formao continuadade professores e pela utilizao dos recursos

tecnolgicos disponveis.

A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na

sua formaoprofissional e na sua caminhada no curso a distncia em que

est matriculado(a).

Braslia, Ministrio da Educao setembro de 2008.

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Benite (2004) mostra que falta de uma sistemtica adequada para

identificar e acessar leis e normas contribuem para seu descumprimento e

para as conseqentes multas e, por conseguinte, acidentes.

Por isso, a OHSAS pede que a Organizao identifique e mantenha

o acesso s exigncias legais (leis federais, Normas regulamentadoras, Porta-rias, etc) e a todos os outros requisitos que se apliquem aos riscos inerentes

as suas atividades, o que inclui as exigncias estabelecidas pela legislao

trabalhista federal. Esse procedimento deve subsidiar a definio de me-

didas de controle (BENITE, 2004, p. p.68), conforme vemos na figura 1 a

seguir.

Figura 1-Implementao do requisito 4.3.2

Fonte-Benite,2004,p.67

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De uma maneira geral, torna-se relevante que as organizaes no

necessariamente mantenham as informaes dos requisitos no local da ins-

talao, mas que as pessoas da organizao que necessitem dessas informa-

es (inclusive os subcontratados) possam acess-las.

A OHSAS 18001:2007 no pede que a organizao crie uma biblio-teca jurdica, mas que estabelea meios para identificar e ter acesso legis-

lao.

Geralmente, a Organizao possui um setor jurdico ou contrata

uma assessoria jurdica que, nesse caso, responsvel por identificar as leis,

decretos que se aplicam ao desempenho de SSO da Organizao e criar um

banco de dados com essas informaes que permitam o acesso rpido a

essas leis. Dessa forma, para acompanhar o cumprimento dos requisitos, a

empresa deve possuir uma relao de todas as leis e regulamentos em vi-gncia (ao nvel federal, estadual e municipal, ou mesmo internacional) que

tenham alguma relao com suas atividades.

Este mesmo setor tambm deve ficar responsvel por manter regis-

tros de outros requisitos resultantes de acordos com autoridades pblicas,

cdigos industriais, cdigos de tica, normas voluntrias subscritas pela

empresa e compromissos de SSO constantes especificamente de contratos

assinados pela Organizao, divulgando esses requisitos aos setores respon-

sveis pelo seu cumprimento.

As informaes sobre os requisitos legais aplicveis e outros subs-

critos pela Organizao devem ser atualizadas sempre que houver qualquer

alterao.

A OHSAS18001:2007 considera outros requisitos: acordos com

clientes, acordos com autoridade pblica, cdigos de tica, acordos comuni-

trios, dentre outros.

Entretanto, Cerqueira (2006) lembra que no basta apenas portar a

informao, mas necessrio o monitoramento quanto ao atendimento a

esses requisitos; o que veremos mais adiante.

J estabelecemos a poltica de SSO, identificamos os perigos e os

riscos inerentes s atividades de uma Organizao e, por fim, estabelecemos

uma sistemtica para identificao e acesso aos requisitos legais.

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De acordo com Moreira (1999) apud Lopes e Michel (2007), o pla-

nejamento d as bases para todas as atividades gerenciais futuras ao es-

tabelecer linhas de ao que devem ser seguidas para satisfazer objetivos

estabelecidos; bem como estipula o momento em que essas aes devem

ocorrer.

Da a OHSAS 18001 instituir na etapa de planejamento o estabeleci-

mento de objetivos e a necessidade de programas de SSO para alcan-los.

Os objetivos de SSO devem ser fundamentados na poltica de SSO

(requisito 4.2 da OHSAS18001), pois enquanto a poltica estabelece compro-

missos, os objetivos, atravs de metas e programas, proporciona o cumpri-

mento desses compromissos.

A mesma norma ainda diz que esses objetivos devem ser estabele-cidos nas funes e nveis pertinentes Organizao, o que significa que

cada objetivo dever ser desdobrado de modo que todos os setores / de-

partamentos da Organizao contribuam para seu alcance, haja vista o os

objetivos serem estabelecidos para toda a Organizao.

A figura 2 apresenta esse desdobramento e seus nveis de planeja-

mento.

Figura 2 -Nveis de objetivos e planos

Fonte

-Rocha,

2010


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A figura 02 nos mostra o desdobramento dos objetivos em seus n-

veis e funes pertinentes.

Como j vimos, os objetivos provem da poltica de SSO e o 1 nvel

para o qual os objetivos so estabelecidos o nvel estratgico. Nesse nvel,

os objetivos so traados para toda a Organizao.

O 2 nvel o nvel ttico que, por sua vez, trabalha com as decom-

posies dos objetivos estratgicos. Os objetivos tticos so realizados no

nvel gerencial ou departamental

E por fim, temos o 3 nvel; nvel dos objetivos operacionais que, por

sua vez, esto focados nos mtodos operacionais e na alocao de recursos

de modo que os objetivos estratgicos sejam alcanados.

A OHSAS 18001:2007 recomenda que para estabelecer e analisar

criticamente os seus objetivos devem ser consideradas as influncias exter-

nas das partes interessadas pertinentes. Recomenda-se tambm observar as

influncias internas, tais como: recursos tecnolgicos, recursos humanos, re-

cursos comercias.

Segundo a OHSAS18001:2007, os objetivos devem ser mensurveis,

quando exeqvel. Para que seja possvel acompanhar a evoluo dos obje-

tivos faz-se necessrio definir metas e indicadores.

A seguir, veremos no quadro 1, exemplos de objetivos no-mensur-

veis e objetivos mensurveis.

Objetivos no-mensurveis Objetivos mensurveis

Proteger os trabalhadores Realizar um estudo ergonmico anual dospostos de trabalho da Organizao.

Diminuir o nmero de acidentes

Realizar manuteno preventiva a cada dois

meses em todos os equipamentos de produ-o para evitar acidentes de trabalho.

Reduzir o risco de incndio Realizar duas inspees por ano para vist-ria das instalaes.

Elevar a capacitao em SSO dos funcionrios Promover treinamentos especcos da reade SSO de modo que cada funcionrio receba,neste ano, no mnimo, 8 horas de treinamento.

Fonte

-Rocha,

201

0

Quadro 1 -Exemplo de objetivos no-mensuraveis e mensurveis


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Observem que os objetivos no mensurveis so extremamente ge-

nricos e dificultam a anlise dos resultados e a avaliao do desempenho

do sistema de gesto de SSO.

Por outro lado, quando os objetivos so mensurveis necessariamen-

te so acompanhados das metas e dos indicadores.

Indicadores so dados numricos que quantificam o desempenho

dos processos e da Organizao como um todo. (FPNQ, 2010).

Os indicadores servem para monitorar o desempenho global da Or-

ganizao, para estabelecer prioridades, para minimizar a influencia de cri-

trios pessoas, para permitir comparaes, verificar o nvel de atendimento

norma e, especialmente para melhorar o processo de tomada de deciso.

Vejamos no quadro 2, alguns exemplos de indicadores.

Objetivos mensurveis Indicadores associados

Realizar um estudo ergonmico anual dospostos de trabalho da Organizao.

Anlise Ergonmica concluda.

Realizar manuteno preventiva a cada doismeses em todos os equipamentos de produ-o para evitar acidentes de trabalho.

N de registros de manuteno dos equipa-mentos de produo durante o ano.

Realizar duas inspees por ano para vist-ria das instalaes.

Realizar duas inspees por ano para visto-ria das instalaes contra incndio.

Promover treinamentos especcos da reade SSO de modo que cada funcionrio receba,neste ano, no mnimo, 8 horas de treinamento.

Nmero de horas de treinamento em SSOpor funcionrio.

Observe que, para cada objetivo mensurvel h um indicador corres-

pondente.

No entanto, para que os objetivos e metas sejam atingidos neces-srio o estabelecimento de estratgias e planos de ao. Sobre isso a OHSAS

18001:2007 diz que a Organizao deve estabelecer, implementar e manter

programas para atingir seus objetivos de SSO.

Assim como os objetivos, o planejamento tambm deve ser estabe-

lecido nas funes e nveis pertinentes dentro da Organizao.

Fonte

-Roch

a,

2010

Quadro 2 -Indicadores associados


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Desse modo, temos o planejamento estratgico, aqui definido por

Kotler (2006) como um processo gerencial de desenvolver e manter um ajus-

te vivel entre os objetivos, as habilidades e os recursos de uma organizao

e as oportunidades de um mercado em constante mudana.

Em seguida, o planejamento ttico que tem por objetivo otimizardeterminada rea de resultado e no a empresa como um todo. E por fim,

o planejamento operacional que especifica como devem ser alcanados os

objetivos estratgicos. (VALENTIM, 2008)

Um forma bastante prtica e simples de elaborao do plano opera-

cional utilizar a ferramenta 5W2H.

What: O que tem que ser feito? Quais os riscos que sero priori-

zados? When: Quando ser feito? Quais os prazos de execuo de cada

atividade planejada?

Where: Onde sero executadas as aes programadas? Em qual

unidade da organizao?

Who: Quem tem a responsabilidade de realizar aquela ao?

Quem a pessoa ou a rea da companhia diretamente responsvel pela

ao?

Why: Por que sero realizadas as aes? Quais os requisitos legais

ou corporativos que determinam a realizao das aes? How: Como ser realizada a ao necessria para atingir a meta?

Qual o procedimento que ter que ser seguido para se chegar ao resultado

pretendido?

Fonte

-Rocha,

2010

Figura 3 -Modelo de um plano de SSO.


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Lembrando que os programas de SSO devem ser analisados critica-

mente a intervalos regulares e planejados para os ajustes que forem neces-

srios.

Com isso, encerra-se a etapa de planejamento do sistema de gesto

de SSO. O passo seguinte executar o que foi planejado. Essa etapa serabordada na prxima aula.

ATIVIDADE 1

Dando seguimento atividade da aula anterior, onde identi-

ficamos os perigos e avaliamos os riscos das atividades adminis-

trativas (em escritrio), estabelea, a partir de ento, objetivos,

metas e indicadores de SSO para as mesmas atividades e, emseguida, elabore um plano de ao para esses objetivos.

EXERCCIOS

Continuando o exerccio que solicitamos na aula 3 e partindo

dos conhecimentos adquiridos neste mdulo, estabelea uma

sistemtica para identificar e acessar a legislao pertinente Organizao em questo. Lembrando que no ser necessrio

aqui criar um banco de dados jurdico, mas apenas apresentar

uma sistemtica para identificao e acesso aos requisitos le-

gais e outros requisitos.

Em seguida, estabelea os objetivos, metas e indicadores de

SSO, bem como e elabore os planos de ao pertinentes. Para

tanto, voc pode utilizar os modelos apresentados nessa aula e

nas aulas anteriores

Obs:No necessariamente o sistema de gesto de SSO dever ser

implementado, mas dever ser apresentado ao final da disciplina um

projeto para tal implementao.


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BENITE, A.G. Sistema de Gesto de sade e segurana no trabalho para empresasconstrutoras. So Paulo, 2004. Dissertao (mestrado) Escola Politcnica da Universidade

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CERQUEIRA, J.P. de. Sistemas de gesto integrados: ISO9001, NBR16001, OHSAS 18001,ISO14001 e SA8000: conceitos e aplicaes. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

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ROCHA, S.S. Gesto de sade e segurana do trabalho. Natal: IFRN, 2010. Notas de aula.

SEIFFERT, M.A.B. Sistemas de gesto ambiental e de sade e segurana ocupacional:vantagens da implantao integrada. So Paulo: Atlas, 2008

VALENTIM, M. Planejamento ttico. Marilia/SP, 2008. Notas de aula.

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