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Prof. Juarez Sanfelice DiasProf. Juarez Sanfelice Dias

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DIREITO ECONÔMICODIREITO ECONÔMICO

Bibliografia:Bibliografia: Direito Constitucional Econômico – André Direito Constitucional Econômico – André

Ramos Tavares, Editora MétodoRamos Tavares, Editora Método Lições de Direito Econômico, Leonardo Lições de Direito Econômico, Leonardo

Vizeu Figueiredo – Editora forenseVizeu Figueiredo – Editora forense Direito Concorrencial – Calixto Salomão Direito Concorrencial – Calixto Salomão

Filho, Malheiros Editores Filho, Malheiros Editores A ordem econômica na C.F./88, Eros A ordem econômica na C.F./88, Eros

Roberto Grau.Roberto Grau.

CONCEITO de direito econômico:CONCEITO de direito econômico:

ramo do Direito Público que disciplina a ramo do Direito Público que disciplina a condução da vida econômica da Nação, condução da vida econômica da Nação, tendo como finalidade o estudo, o tendo como finalidade o estudo, o disciplinamento e a harmonização das disciplinamento e a harmonização das relação jurídicas entre os entes públicos e relação jurídicas entre os entes públicos e os agentes privados, detentores dos os agentes privados, detentores dos fatores de produção, nos limites fatores de produção, nos limites estabelecidos para a intervenção do estabelecidos para a intervenção do Estado na ordem econômica. (Leonardo Estado na ordem econômica. (Leonardo Vizeu Figueiredo)Vizeu Figueiredo)

Direito EconômicoDireito Econômico ConceitoConceito característicascaracterísticas Evolução históricaEvolução histórica Fontes do direito econômicoFontes do direito econômico Ordem econômica na C.F./88Ordem econômica na C.F./88 Fundamentos, princípios, objetivosFundamentos, princípios, objetivos Intervenção do Estado/ prestação de Intervenção do Estado/ prestação de

serviços públicos, intervenção direta, serviços públicos, intervenção direta, intervenção indiretaintervenção indireta

A propriedade privada na C.F./88A propriedade privada na C.F./88

Objeto do direito econômicoObjeto do direito econômico A – organização da economia, definindo A – organização da economia, definindo

juridicamente o sistema e o regime juridicamente o sistema e o regime econômicos a serem adotados pelo Estado.econômicos a serem adotados pelo Estado.

B – a condução, ou controle superior, da B – a condução, ou controle superior, da economia pelo Estado, uma vez que economia pelo Estado, uma vez que estabelece o regime das relações ou estabelece o regime das relações ou equilíbrio de poderes entre o Estado e os equilíbrio de poderes entre o Estado e os detentores dos fatores de produção;detentores dos fatores de produção;

C – o disciplinamento dos centros de C – o disciplinamento dos centros de decisão econômica não estatais, decisão econômica não estatais, enquadrando macroenonomicamente a enquadrando macroenonomicamente a atividade e as relações inerentes à vida atividade e as relações inerentes à vida econômica.econômica.

Características do direito Características do direito econômicoeconômico

Recenticidade: ramo novo do direito que Recenticidade: ramo novo do direito que teve sua gênese com o intervencionismo teve sua gênese com o intervencionismo econômicoeconômico

Singularidade: é um ramo próprio para o Singularidade: é um ramo próprio para o fato econômico de cada país, não fato econômico de cada país, não havendo um conjunto de regras havendo um conjunto de regras universaisuniversais

Mobilidade ou mutabilidade: sujeitas a Mobilidade ou mutabilidade: sujeitas a constantes mudanças de ordem política e constantes mudanças de ordem política e econômicaeconômica

Maleabilidade: utilização de Maleabilidade: utilização de mecanismos mais céleres, próprios mecanismos mais céleres, próprios do executivo (Decretos)do executivo (Decretos)

Ecletismo: ramo do direito público, Ecletismo: ramo do direito público, mas mesclando valores e princípios mas mesclando valores e princípios do direito privado.do direito privado.

Relação do direito econômico com Relação do direito econômico com a economiaa economia

Economia é a ciência que estuda a Economia é a ciência que estuda a forma pela qual os indivíduos e a forma pela qual os indivíduos e a sociedade interagem com os fatores sociedade interagem com os fatores de produção, integrando-os em um de produção, integrando-os em um ciclo econômico (produção, ciclo econômico (produção, circulação e consumo). É a ciência circulação e consumo). É a ciência que trata dos fenômenos relativos à que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição e consumo de produção, distribuição e consumo de bens. bens.

Microeconomia: é a teoria clássica Microeconomia: é a teoria clássica econômica, baseada nas unidades econômica, baseada nas unidades individuais da economia, focando-se, individuais da economia, focando-se, tão-somente, em cada agente tão-somente, em cada agente econômico e sua interação com o econômico e sua interação com o mercado.mercado.

Macroeconomia: é a teoria moderna Macroeconomia: é a teoria moderna econômica, que teve origem com o econômica, que teve origem com o processo de intervenção do Estado na processo de intervenção do Estado na economia, focando-se no economia, focando-se no funcionamento do fenômeno funcionamento do fenômeno econômico em caráter coletivo.econômico em caráter coletivo.

Teoria dos jogos, desenvolvida pelo matemático suíço John Von Neumann.

Analisa como os agentes econômicos definem sua atuação no mercado, considerando as possíveis ações e estratégias dos demais agentes econômicos.

Prêmio Nobel John Nash, aprofundou os estudos, com o equilíbrio de Nash.

Determinado mercado competitivo no qual nenhum agente pode maximizar seus resultados, diante da estratégia de outros agentes. Nenhum dos agentes experimentará prejuízo em vista da estratégia de mercado de outros agentes.

Sistemas econômicos:Sistemas econômicos: Os sistemas distinguem-se uns dos outros Os sistemas distinguem-se uns dos outros

pela afirmação de determinadas forças pela afirmação de determinadas forças produtivas e determinadas formas de produtivas e determinadas formas de organização material da produção, a base organização material da produção, a base econômica no seio da qual se desenvolvem econômica no seio da qual se desenvolvem determinadas relações sociais de produção determinadas relações sociais de produção e a partir da qual se erguem e instalam e a partir da qual se erguem e instalam determinadas estruturas políticas, jurídicas, determinadas estruturas políticas, jurídicas, culturais, ideológicas (superestrutura)culturais, ideológicas (superestrutura)

Considera-se capitalista o sistema Considera-se capitalista o sistema econômico no qual as relações de econômico no qual as relações de produção estão assentadas na produção estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral, propriedade privada dos bens em geral, especialmente dos de produção, na especialmente dos de produção, na liberdade ampla, principalmente de liberdade ampla, principalmente de iniciativa e de concorrência, e, iniciativa e de concorrência, e, consequentemente, na livre consequentemente, na livre contratação de mão-de-obra. contratação de mão-de-obra. (A.R.Tavares)(A.R.Tavares)

O modelo capitalista pressupõe a O modelo capitalista pressupõe a liberdade (liberalismo econômico) e a liberdade (liberalismo econômico) e a propriedade dos bens de produção.propriedade dos bens de produção.

Segundo Adam Smith, o grande Segundo Adam Smith, o grande motivador da atividade econômica é motivador da atividade econômica é o esforço uniforme, constante e o esforço uniforme, constante e ininterrupto de todo o homem para ininterrupto de todo o homem para melhorar a sua condição – ou, mais melhorar a sua condição – ou, mais francamente, o seu interesse próprio. francamente, o seu interesse próprio.

Passa-se a exigir a intervenção do Passa-se a exigir a intervenção do Estado, como agente essencial para Estado, como agente essencial para o desenvolvimento da economia, o desenvolvimento da economia, considerada única fórmula capaz de considerada única fórmula capaz de manter o bom funcionamento e o manter o bom funcionamento e o equilíbrio necessários ao sistema equilíbrio necessários ao sistema econômicoeconômico

Socialismo – pode ser geralmente Socialismo – pode ser geralmente entendido como o sistema entendido como o sistema econômico social que se propõe a econômico social que se propõe a estabelecer a propriedade coletiva estabelecer a propriedade coletiva dos meios de produção, dos meios de produção, ambicionando esta solução por ambicionando esta solução por meios pacíficos ou revolucionários meios pacíficos ou revolucionários (Pinto Ferreira)(Pinto Ferreira)

Evolução históricaEvolução histórica 1. Modelo estatal absolutista: declínio1. Modelo estatal absolutista: declínio Direitos e garantias individuais em face do Direitos e garantias individuais em face do

monarca, marco histórico a Carta de 1215 na monarca, marco histórico a Carta de 1215 na Inglaterra do Rei João Sem Terra.Inglaterra do Rei João Sem Terra.

Revolução Francesa 1789Revolução Francesa 1789 2. Estado democrático de direito2. Estado democrático de direito Estado – absenteísta – defesa externa, segurança Estado – absenteísta – defesa externa, segurança

interna, cumprimento dos acordos contratuais interna, cumprimento dos acordos contratuais celebrados celebrados

Economia – teoria do liberalismo – mão invisível Economia – teoria do liberalismo – mão invisível de Adam Smithde Adam Smith

Adam SmithAdam Smith

O "núcleo normativo" do liberalismo clássico é a O "núcleo normativo" do liberalismo clássico é a idéia que economia idéia que economia laissez-fairelaissez-faire conseguiria criar conseguiria criar uma ordem espontânea ou uma ordem espontânea ou mão invisível que que beneficiaria a sociedade, apesar que ele não se beneficiaria a sociedade, apesar que ele não se opõe a provisão de alguma produtos básicos pelo opõe a provisão de alguma produtos básicos pelo governo onde eles são vistos como limitados. A governo onde eles são vistos como limitados. A qualificação qualificação clássicoclássico é aplicado retroativamente é aplicado retroativamente para distinguir ele do conceito de liberalismo do para distinguir ele do conceito de liberalismo do século XX e seus movimentos relacionados como século XX e seus movimentos relacionados como liberalismo social. Liberais clássicos suspeitam de . Liberais clássicos suspeitam de tudo a não ser o mais mínimo dos governos e são tudo a não ser o mais mínimo dos governos e são contra o contra o estado de bem-estar social..

A Escola Austríaca afirma que a complexidade das A Escola Austríaca afirma que a complexidade das escolhas humanas subjetivas faz com que seja escolhas humanas subjetivas faz com que seja extremamente difícil (ou extremamente difícil (ou indecidível) a modelação ) a modelação matemática do mercado em evolução e defende matemática do mercado em evolução e defende uma abordagem uma abordagem laissez-faire para a economia. para a economia. Economistas da Escola Austríaca defendem a Economistas da Escola Austríaca defendem a estrita aplicação rigorosa dos acordos contratuais estrita aplicação rigorosa dos acordos contratuais voluntários entre os agentes econômicos, e voluntários entre os agentes econômicos, e afirmam que transações comerciais devam ser afirmam que transações comerciais devam ser sujeitas à menor imposição possível de forças que sujeitas à menor imposição possível de forças que consideram ser consideram ser coercivas (em particular a menor (em particular a menor quantidade possível de intervenção do quantidade possível de intervenção do governo).).

Friedrich von Hayek

Primeiros atos normativos – coibição à Primeiros atos normativos – coibição à prática do truste, Decreto de Allarde, na prática do truste, Decreto de Allarde, na França, em 1791França, em 1791

Competition Act – 1889, no CanadáCompetition Act – 1889, no Canadá Sherman Act, 1890, Estados Unidos: Sherman Act, 1890, Estados Unidos:

preocupação com o direito do consumidor. preocupação com o direito do consumidor. Não há preocupação com a proteção do Não há preocupação com a proteção do concorrente contra atos desleais do outro concorrente contra atos desleais do outro concorrente.concorrente.

Clayton act e o Federal Trade Comission Clayton act e o Federal Trade Comission Act. – 1914Act. – 1914

Direito econômico era sinônimo de direito Direito econômico era sinônimo de direito antitruste – combate à concentração de antitruste – combate à concentração de empresas e imposição arbitrária de preços empresas e imposição arbitrária de preços

Intervenção do estado no domínio Intervenção do estado no domínio econômico: econômico:

objetivos – no campo econômico:objetivos – no campo econômico: manutenção dos mercados internos, manutenção dos mercados internos,

pacificação externapacificação externa No campo social: estabelecer No campo social: estabelecer

políticas públicas de redistribuição de políticas públicas de redistribuição de rendas e de inclusão socialrendas e de inclusão social

Carta política do México de Carta política do México de 05.02.1917:05.02.1917:

Dispôs sobre a propriedade privada, Dispôs sobre a propriedade privada, tratando de sua forma de aquisição, tratando de sua forma de aquisição, originária e derivada e autorizando a originária e derivada e autorizando a desapropriação, condicionando seu desapropriação, condicionando seu uso ao interesse público, uso ao interesse público, estabelecendo a noção de função estabelecendo a noção de função social da propriedadesocial da propriedade

Influenciada pela legislação antitruste norte-americana, combatia a mencionada Constituição o monopólio, a elevação artificial do preço de produtos e as práticas tendentes a eliminar a concorrência.

Constituição e declaração dos direitos do povo trabalhador e explorado, da Rússia, de 1918.

Direito deixa de ser formalista e individualista, para ocupar-se da justiça e do social.

Constituição alemã de Weimar, de Constituição alemã de Weimar, de 11.08.191911.08.1919

Estabeleceu que a ordem econômica Estabeleceu que a ordem econômica deve corresponder aos princípios da deve corresponder aos princípios da justiça, tendo por objetivo garantir a justiça, tendo por objetivo garantir a todos uma existência conforme a todos uma existência conforme a dignidade humana, só assim ficando dignidade humana, só assim ficando assegurada a liberdade econômica assegurada a liberdade econômica do indivíduo (art. 151)do indivíduo (art. 151)

Deu maiores relevâncias à função Deu maiores relevâncias à função social da propriedade ao declarar social da propriedade ao declarar que ela cria obrigações ao seu titular que ela cria obrigações ao seu titular e que seu uso deve ser condicionado e que seu uso deve ser condicionado ao interesse geral (art. 153)ao interesse geral (art. 153)

Conferiu ainda ao Estado Conferiu ainda ao Estado competência para legislar sobre competência para legislar sobre socialização das riquezas naturais e socialização das riquezas naturais e as empresas econômicas (art. 7)as empresas econômicas (art. 7)

Constituição espanhola de 1931 –

Constituição portuguesa de 1933: incluiu um capítulo dedicado à ordem econômica, devendo esta visar o máximo de riqueza social ..., poderio para o Estado e justiça entre os cidadãos. A liberdade de comércio e indústria tem de ceder perante as exigências do bem comum o o Estado deve coordenar e regular superiormente a vida econômica ...

Estado democrático de direito – inicialmente absenteísta inspirada por Adam Smith – laissez-faire, laissez-passer; le monde va de lui même.

Derrocada do liberalismo, nova forma de posicionamento do poder público, adotando-se diferentes formas de posicionamento estatal.

Estado absolutista

Revolução francesa (1789)

Estado democrático de direito: Nação juridicamente organizada em torno da Constituição e leis, cujos representantes gozam da aprovação popular, com atuação disciplinada e limitada pelo ordenamento jurídico.

Estado intervencionista sob duas vertentes dominantes, o Estado socialista e o Estado do bem-estar social.

Modelo socialista – absorção total da atividade econômica por parte do Estado.

Socialismo – pode ser geralmente Socialismo – pode ser geralmente entendido como o sistema entendido como o sistema econômico social que se propõe a econômico social que se propõe a estabelecer a propriedade coletiva estabelecer a propriedade coletiva dos meios de produção, dos meios de produção, ambicionando esta solução por ambicionando esta solução por meios pacíficos ou revolucionários meios pacíficos ou revolucionários (Pinto Ferreira)(Pinto Ferreira)

Estado interventor – na análise de Leonardo Vizeu Figueiredo teria sido apontado como “ineficiente, paternalista e incompetente, não se revelando capaz de atender com presteza e eficiência à demanda dos cidadãos, sendo ainda responsável por vultosos endividamentos e déficits nas contas públicas.”

Retorno comedido ao ideário liberal – Estado como agente normatizador e regulador da ordem econômica.

No Brasil, reforma do Estado:

Economia globalizada, enfraquecimento do Estado em relação ao seu poder indutor na sociedade, ausência de condições para o desenvolvimento de atividades econômicas, desestatização da economia.

Estado social no Brasil – aos poucos foi sendo abandonado, com a devolução das atividades à iniciativa privada.

Poderes crescentes ao Estado de regulamentação, fiscalização e planejamento da atividade econômica.

Estado regulador e fiscalizador, entes reguladores e autoridades que compõem o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.

Estado liberal

Estado intervencionista econômico: manutenção salutar da ordem econômica, sem quaisquer preocupações com a ordem social.

Estado intervencionista social: inclusão social e justa distribuição de rendas, visando minorar as desigualdades sociais. Princípio da solidariedade.

Estado intervencionista socialista: coletivização dos fatores de produção.

Estado intervencionista regulador ou Estado neoliberal

No BrasilNo Brasil

Carta Imperial de 1824 – estabeleceu Carta Imperial de 1824 – estabeleceu o direito à propriedade material e o direito à propriedade material e intelectual, assegurando o livre intelectual, assegurando o livre exercício de atividade profissional, exercício de atividade profissional, desde que não atentasse aos desde que não atentasse aos costumes públicos (art. 179). costumes públicos (art. 179).

Carta Republicana de 1891 – liberdade de Carta Republicana de 1891 – liberdade de associação (art. 72, § 8°) com o fim de associação (art. 72, § 8°) com o fim de consagrar o livre exercício profissional, consagrar o livre exercício profissional, com cunho liberal. Medidas interventivas com cunho liberal. Medidas interventivas no setor de produção agrícola cafeeira.no setor de produção agrícola cafeeira.

Constituição de 1934 – ordem econômica Constituição de 1934 – ordem econômica e social – artigos 115 a 143 – Estado e social – artigos 115 a 143 – Estado intervencionista social, mas também com intervencionista social, mas também com presença liberal, livre iniciativa e presença liberal, livre iniciativa e liberdade de associação (inclusive liberdade de associação (inclusive sindical) como princípios.sindical) como princípios.

Depressão mundial que atingiu a economia cafeeira no Brasil

O parâmetro mundial de intervenção, com o fascismo, o nazismo e o comunismo

Uma demanda social por intervenção, pelo fim do modelo clássico liberal.

“Art. 115. A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da justiça e as necessidades da vida nacional, de modo que possibilite a todos existência digna. Dentro desses limites, é garantida a liberdade econômica.”

Artigo 116 – Por motivo de interesse público e autorizada em lei especial, a União poderá monopolizar determinada indústria ou atividade econômica, asseguradas as indenizações devidas, conforme o artigo 112, n. 17, e ressalvados os serviços municipalizados ou de competência dos poderes locais.

Constituição de 1937 – influenciada pela Constituição de 1937 – influenciada pela Constituição polonesa de 1935, Constituição polonesa de 1935, estabeleceu uma política intervencionista estabeleceu uma política intervencionista do Estado no domínio econômico (art. do Estado no domínio econômico (art. 135), com caráter nacionalista com 135), com caráter nacionalista com concentração de poderes no Executivo.concentração de poderes no Executivo.

Art. 135. Na iniciativa individual, no poder de criação, de Art. 135. Na iniciativa individual, no poder de criação, de organização e de invenção do indivíduo, exercido nos limites do organização e de invenção do indivíduo, exercido nos limites do bem público, funda-se a riqueza e a prosperidade nacional. A bem público, funda-se a riqueza e a prosperidade nacional. A intervenção do Estado no domínio econômico só se legitima para intervenção do Estado no domínio econômico só se legitima para suprir as deficiências da iniciativa individual e coordenar os suprir as deficiências da iniciativa individual e coordenar os fatores da produção, de maneira a evitar ou resolver os seus fatores da produção, de maneira a evitar ou resolver os seus conflitos e introduzir no jogo das competições individuais o conflitos e introduzir no jogo das competições individuais o pensamento dos interesses da Nação, representados pelo Estado. pensamento dos interesses da Nação, representados pelo Estado. A intervenção no domínio econômico poderá ser mediata ou A intervenção no domínio econômico poderá ser mediata ou imediata, revestindo a forma do controle, do estímulo ou da imediata, revestindo a forma do controle, do estímulo ou da gestão direta.”gestão direta.”

Substituição do capitalismo por uma Substituição do capitalismo por uma economia corporativista.economia corporativista.

““Art. 140. A economia da produção será Art. 140. A economia da produção será organizada em corporações, e estas, como organizada em corporações, e estas, como entidades representativas das forças do entidades representativas das forças do trabalho nacional, colocadas sob a trabalho nacional, colocadas sob a assistência e a proteção do Estado, são assistência e a proteção do Estado, são órgãos deste e exercem funções órgãos deste e exercem funções delegadas do poder público.”delegadas do poder público.”

Constituição de 1946 – embora com Constituição de 1946 – embora com caráter intervencionista, busca caráter intervencionista, busca conciliar a iniciativa individual com o conciliar a iniciativa individual com o estímulo estatal, subordinando os estímulo estatal, subordinando os direitos individuais ao interesse da direitos individuais ao interesse da coletividade.coletividade.

““Art. 145. A ordem econômica deve ser Art. 145. A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da justiça organizada conforme os princípios da justiça social, conciliando a liberdade de iniciativa com a social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano.”valorização do trabalho humano.”

Artigo 146 estabelece a possibilidade de Artigo 146 estabelece a possibilidade de intervenção do Estado no domínio intervenção do Estado no domínio econômico, inclusive com direito a econômico, inclusive com direito a monopólio de indústria ou atividade:monopólio de indústria ou atividade:

““Art. 146. A União poderá, mediante lei especial, Art. 146. A União poderá, mediante lei especial, intervir no domínio econômico e monopolizar intervir no domínio econômico e monopolizar determinada indústria ou atividade. A intervenção determinada indústria ou atividade. A intervenção terá por base o interesse público e por limite os terá por base o interesse público e por limite os direitos fundamentais assegurados nesta direitos fundamentais assegurados nesta Constituição.”Constituição.”

Constituição de 1967 manteve a linha Constituição de 1967 manteve a linha intervencionista sem definir um intervencionista sem definir um sistema econômico a ser adotado pelo sistema econômico a ser adotado pelo Estado, ficando hesitante entre o Estado, ficando hesitante entre o intervencionismo e o neoliberalismo.intervencionismo e o neoliberalismo.

§8° do artigo 157 permitia que o Estado, por meio §8° do artigo 157 permitia que o Estado, por meio de lei federal, instituísse monopólio por motivo de de lei federal, instituísse monopólio por motivo de segurança nacional ou para organizar setor que se segurança nacional ou para organizar setor que se mostrasse ineficiente dentro do regime de mostrasse ineficiente dentro do regime de competição e de livre iniciativa.competição e de livre iniciativa.

““Mas a liberdade de iniciativa, além de Mas a liberdade de iniciativa, além de prevista no artigo 157, I, decorria, prevista no artigo 157, I, decorria, juntamente com a liberdade de juntamente com a liberdade de concorrência, do disposto no art. 163: “concorrência, do disposto no art. 163: “Às Às empresas privadas compete empresas privadas compete preferencialmente, com o estímulo e apoio preferencialmente, com o estímulo e apoio do Estado, organizar e explorar as do Estado, organizar e explorar as atividades econômicas.” atividades econômicas.”

Emenda constitucional de 1969 Emenda constitucional de 1969 acresceu ao princípio da justiça social acresceu ao princípio da justiça social a expansão das oportunidades e a expansão das oportunidades e empregos, mantendo o direito de o empregos, mantendo o direito de o Estado intervir no domínio econômico.Estado intervir no domínio econômico.

Oscar Dias Corrêa leciona que “enquanto o Oscar Dias Corrêa leciona que “enquanto o texto de 1969 era de tessitura neoliberal, a texto de 1969 era de tessitura neoliberal, a realidade, comandada pelo Estado, era realidade, comandada pelo Estado, era intervencionista, estatizante, e levava a um intervencionista, estatizante, e levava a um predomínio incontrastável de sua atuação, predomínio incontrastável de sua atuação, em todos os campos, contrariamente ao em todos os campos, contrariamente ao espírito e à letra do texto” espírito e à letra do texto”

Constituição de 1988Constituição de 1988

““Pretendeu operar uma profunda mudança Pretendeu operar uma profunda mudança nessa concepção econômico-nessa concepção econômico-intervencionista do Estado, estabelecendo, intervencionista do Estado, estabelecendo, em suas diretrizes, um regime bem mais em suas diretrizes, um regime bem mais liberal do que o anteriormente vigente, liberal do que o anteriormente vigente, reiterando a adoção do sistema capitalista reiterando a adoção do sistema capitalista de economia descentralizada, baseada, de economia descentralizada, baseada, pois, no mercado.” (André Ramos Tavares)pois, no mercado.” (André Ramos Tavares)

Competência para legislar sobre assuntos Competência para legislar sobre assuntos econômicoseconômicos

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,

agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação;II - desapropriação; VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos

metais;metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de

valores;valores; VIII - comércio exterior e interestadual;VIII - comércio exterior e interestadual; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os

Estados a legislar sobre questões específicas das matérias Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.relacionadas neste artigo.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;econômico e urbanístico;

V - produção e consumo;V - produção e consumo; § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência

da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas § 2º - A competência da União para legislar sobre normas

gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os

Estados exercerão a competência legislativa plena, para Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.atender a suas peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.contrário.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; participação de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à

eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica,

estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.popular.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I - soberania nacional;I - soberania nacional; II - propriedade privada;II - propriedade privada; III - função social da propriedade;III - função social da propriedade; IV - livre concorrência;IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor;V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado

conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego;VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte

constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Fundamentos da ordem econômica

Valorização do trabalho humano

Livre iniciativa

Finalidades da ordem econômica

Assegurar a todos existência digna conforme os ditames da justiça social

Artigo 3° – Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional;

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

A expressão “justiça social” foi consagrada com Pio XII em sua Encíclica “Quadragésimo anno”.

Na lição de Oscar Dias Corrêa justiça social “implica melhoria das condições de repartição dos bens, diminuição das desigualdades sociais, com a ascensão das classes menos favorecidas. Não é objetivo que se alcance sem continuado esforço, que atinja a própria ordem econômica e seus beneficiários.”

Existência digna

Artigo 1°, inciso III:

A República Federativa do Brasil ... tem como fundamentos:

... III – a dignidade da pessoa humana IV – os valores sociais do trabalho e da

livre iniciativa.

Caráter dúplice – garantia negativa de que a pessoa não será alvo de ofensas ou humilhações, mas também agrega a afirmação positiva do pleno desenvolvimento da personalidade de cada indivíduo. (Peres Luño, Werner Maihofer)

Liberdade caminha junto com a dignidade; autodisponibilidade, autodeterminação.

No campo econômico – garantia de condições mínimas de subsistência, direito à velhice, direitos da previdência social.

Princípios I – soberania nacional – é a supremacia do Poder

dentro de uma ordem interna; poder de mando numa sociedade política.

Gênese no Século XVI – Jean Bodin – Os seis livros da República.

Jean Jacques Rosseau – conceito é transferido da pessoa do governante para todo o povo.

Supremacia interna e independência externa. Soberania Política – soberania econômica Globalização, comunicações, intenso comércio,

império soviético

Soberania nacional

No plano econômico, impõe que o Brasil não seja dependente principalmente dos países mais desenvolvidos.

Os problemas econômicos já ultrapassaram os limites nacionais, já são problemas internacionais (Themístocles Brandão Cavalcanti)

Soberania nacional e desenvolvimento nacional: o país não pode, em termos de produção capitalista, ser dependente de outro.

Livre iniciativa

O Estado não deve restringir o exercício da atividade econômica.

Significa a liberdade de entrar, permanecer e sair do mercado, sem interferências externas.

Livre iniciativaLivre iniciativa Livre iniciativa (é a regra, que somente sofre Livre iniciativa (é a regra, que somente sofre

limitações constitucionais e legais) – valores limitações constitucionais e legais) – valores sociais do trabalho a orientar eventual sociais do trabalho a orientar eventual intervenção:intervenção:

Liberdade econômica e também todas as demais Liberdade econômica e também todas as demais formas de organização econômicas, individuais formas de organização econômicas, individuais ou coletivas, como a cooperativa.ou coletivas, como a cooperativa.

Liberdade de empresa e a Liberdade de empresa e a liberdade de contrato.liberdade de contrato. liberdade de acesso ao exercício de profissõesliberdade de acesso ao exercício de profissões liberdade de associação, tendo como liberdade de associação, tendo como

pressupostos o direito de propriedade, a pressupostos o direito de propriedade, a liberdade de contratar e de comerciar. liberdade de contratar e de comerciar.

Liberdade de mercadoLiberdade de mercado Exclui a possibilidade de um Exclui a possibilidade de um

planejamento vinculanteplanejamento vinculante ““faculdade de criar e explorar uma faculdade de criar e explorar uma

atividade econômica a título privado” atividade econômica a título privado” ee

““a não sujeição a qualquer restrição a não sujeição a qualquer restrição estatal, senão em virtude de lei”estatal, senão em virtude de lei”

liberdade de contrato:liberdade de contrato: 1. faculdade de ser parte em um contrato1. faculdade de ser parte em um contrato 2. faculdade de escolher com quem 2. faculdade de escolher com quem

contratarcontratar 3. faculdade de escolher o tipo de negócio3. faculdade de escolher o tipo de negócio 4. de fixar o conteúdo segundo as 4. de fixar o conteúdo segundo as

convicções e conveniências das partesconvicções e conveniências das partes 5. poder de acionar o Judiciário para fazer 5. poder de acionar o Judiciário para fazer

valer as disposições contratuaisvaler as disposições contratuais (*sujeição ao princípio da legalidade em (*sujeição ao princípio da legalidade em

termos absolutos)termos absolutos)

Livre concorrênciaLivre concorrência

““Concorrência é disputar, em condições de igualdade, Concorrência é disputar, em condições de igualdade, cada espaço com objetivos lícitos e compatíveis com cada espaço com objetivos lícitos e compatíveis com as aspirações nacionais. Consiste, no setor as aspirações nacionais. Consiste, no setor econômico, na disputa entre todas as empresas para econômico, na disputa entre todas as empresas para conseguir maior e melhor espaço no mercado.” (Carlo conseguir maior e melhor espaço no mercado.” (Carlo Barbieri Filho)Barbieri Filho)

Na lição de André Ramos Tavares, livre concorrência Na lição de André Ramos Tavares, livre concorrência “é a abertura jurídica concedida aos particulares para “é a abertura jurídica concedida aos particulares para competirem entre si, em segmento lícito, objetivando competirem entre si, em segmento lícito, objetivando o êxito econômico pelas leis de mercado e a o êxito econômico pelas leis de mercado e a contribuição para o desenvolvimento nacional e a contribuição para o desenvolvimento nacional e a justiça social.”justiça social.”

A livre concorrência é algo que se A livre concorrência é algo que se agrega à livre iniciativaagrega à livre iniciativa

Idealmente falando, a concorrência Idealmente falando, a concorrência perfeita é difícil de ser atingida na sua perfeita é difícil de ser atingida na sua plenitude (A.Ramos Tavares). Uma plenitude (A.Ramos Tavares). Uma concorrência perfeita significa concorrência perfeita significa homogeneidade dos produtos, homogeneidade dos produtos, atomicidade do mercado, mobilidade dos atomicidade do mercado, mobilidade dos fatores de produção e transparência dos fatores de produção e transparência dos preços.preços.

objetivosobjetivos

O consumidorO consumidor Eficiente e legítimo sistema econômico Eficiente e legítimo sistema econômico

de mercadode mercado É um regime de garantia da É um regime de garantia da

concorrência e não da liberdade dos concorrência e não da liberdade dos concorrentesconcorrentes

Livre concorrência e desenvolvimento Livre concorrência e desenvolvimento econômico (objetivo fundamental do econômico (objetivo fundamental do Estado)Estado)

Para José Afonso da Silva “Para José Afonso da Silva “não existe mais não existe mais economia de mercado nem livre economia de mercado nem livre concorrência, desde que o modo de concorrência, desde que o modo de produção capitalista evoluiu para as formas produção capitalista evoluiu para as formas oligopolistas. Falar hoje em economia oligopolistas. Falar hoje em economia descentralizada, como economia de descentralizada, como economia de mercado, é tentar encobrir uma realidade mercado, é tentar encobrir uma realidade palpável de natureza diversa. A economia palpável de natureza diversa. A economia está centralizada nas grandes empresas e está centralizada nas grandes empresas e em seus agrupamentos. Daí por que se em seus agrupamentos. Daí por que se torna praticamente ineficaz a legislação torna praticamente ineficaz a legislação tutelar da concorrênciatutelar da concorrência.”.”

Abuso do poder econômico: “Poder econômico consiste na

detenção, em alta escala, dos meios de produção e ocorre estar concentrado em um grupo de pessoas ou em um grupo de empresas, ou estar nas mãos de uma pessoa só.” (Guilherme Canedo de Magalhães)

Art. 173, § 4°:Art. 173, § 4°: A lei reprimirá o abuso do poder A lei reprimirá o abuso do poder

econômico que vise à dominação dos econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.”ao aumento arbitrário dos lucros.”

Leis 8.137/90, 8176/91 (crimes contra a Leis 8.137/90, 8176/91 (crimes contra a ordem tributária, econômica e relações de ordem tributária, econômica e relações de consumoconsumo

Lei 8884/94 Lei 8884/94

Dominação do mercado: “é a Dominação do mercado: “é a situação de poder impor o preço de situação de poder impor o preço de mão-de-obra, de matéria-prima ou mão-de-obra, de matéria-prima ou de produto, ou de regular, a seu de produto, ou de regular, a seu talante, as ofertas.” (Pontes de talante, as ofertas.” (Pontes de Miranda)Miranda)

Significa estar em condições de Significa estar em condições de impor sua vontade sobre o mercado impor sua vontade sobre o mercado (Celso R.Bastos)(Celso R.Bastos)

Eliminação da concorrência: “devem Eliminação da concorrência: “devem ser livres as ofertas e as procuras; ser livres as ofertas e as procuras; por isso mesmo, toda ação, ou série por isso mesmo, toda ação, ou série de ações, que, em vez de ser para de ações, que, em vez de ser para obter, lealmente, os mercados, se obter, lealmente, os mercados, se sirva da eliminação da concorrência, sirva da eliminação da concorrência, lhe parece nociva.” (Pontes de lhe parece nociva.” (Pontes de Miranda)Miranda)

Aumento arbitrário dos lucrosAumento arbitrário dos lucros

““é o enriquecimento abusivo do agente, é o enriquecimento abusivo do agente, sem causa que o justifique perante o sem causa que o justifique perante o mercado, representando extração mercado, representando extração indevida da renda do consumidor para o indevida da renda do consumidor para o agente distribuidor e/ou produtor.” agente distribuidor e/ou produtor.” (Leonardo Vizeu Figueiredo)(Leonardo Vizeu Figueiredo)

Defesa da concorrênciaDefesa da concorrência

SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA – lei 8884/94CONCORRÊNCIA – lei 8884/94

Um ente judicante e dois órgãos Um ente judicante e dois órgãos auxiliaresauxiliares

CADE – Conselho Administrativo de CADE – Conselho Administrativo de Defesa EconômicaDefesa Econômica

SDE – Secretaria de Direito Econômico SDE – Secretaria de Direito Econômico SEAE – Secretaria de Acompanhamento SEAE – Secretaria de Acompanhamento

EconômicoEconômico

Nova lei do CADE 12529/2011Nova lei do CADE 12529/2011

Faz uma reestruturação do SBDC, sendo Faz uma reestruturação do SBDC, sendo agora composto pelo CADE e pela agora composto pelo CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.Econômico do Ministério da Fazenda.

O CADE agora fica vinculado ao Ministério O CADE agora fica vinculado ao Ministério da Justiça e abarca três órgãos, o Tribunal da Justiça e abarca três órgãos, o Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, a Administrativo de Defesa Econômica, a Superintendência Geral e o Departamento Superintendência Geral e o Departamento de Estudos Econômicos.de Estudos Econômicos.

SEAE e SDE eram responsáveis pela SEAE e SDE eram responsáveis pela instrução dos processos, ao passo que o instrução dos processos, ao passo que o CADE é um tribunal administrativo.CADE é um tribunal administrativo.

Pela nova lei permanece a SEAE mas a SDE Pela nova lei permanece a SEAE mas a SDE é integrada ao CADE, passando a ser é integrada ao CADE, passando a ser denominado Departamento de Estudos denominado Departamento de Estudos Econômicos.Econômicos.

As decisões do CADE não comportam As decisões do CADE não comportam revisão pelo executivo.revisão pelo executivo.

As denúncias passam agora a ser enviadas As denúncias passam agora a ser enviadas não à SDE, mas à Superintendência do não à SDE, mas à Superintendência do CADE.CADE.

CADECADE

Da Autarquia (LEI 8884/94Da Autarquia (LEI 8884/94 )) Art. 3º O Conselho Administrativo de Defesa Art. 3º O Conselho Administrativo de Defesa

Econômica (CADE), órgão judicante com Econômica (CADE), órgão judicante com jurisdição em todo o território nacional, jurisdição em todo o território nacional, criado pela criado pela Lei nº 4.137, de 10 de setembro de 1962, , passa a se constituir em autarquia federal, passa a se constituir em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, e atribuições e foro no Distrito Federal, e atribuições previstas nesta lei.previstas nesta lei.

Nova lei 12529/2011: artigo 4° .Nova lei 12529/2011: artigo 4° .

Art. 4º O Plenário do CADE é composto por Art. 4º O Plenário do CADE é composto por um Presidente e seis Conselheiros um Presidente e seis Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com mais de escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta anos de idade, de notório saber trinta anos de idade, de notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada, jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal. depois de aprovados pelo Senado Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.021, de 30.3.95)

§ 1º O mandato do Presidente e dos § 1º O mandato do Presidente e dos Conselheiros é de dois anos, permitida Conselheiros é de dois anos, permitida uma recondução.uma recondução.

SEAESEAE

É órgão consultivo, e É órgão consultivo, e assessoramento técnico, assessoramento técnico, especializado, ao CADE, ligado ao especializado, ao CADE, ligado ao Ministério da Fazenda, emitindo, para Ministério da Fazenda, emitindo, para tanto, pareceres técnicos para tanto, pareceres técnicos para subsidiar as decisões da Autarquia.subsidiar as decisões da Autarquia.

Art. 7º Compete ao Plenário do CADE:Art. 7º Compete ao Plenário do CADE:

I - zelar pela observância desta lei e seu I - zelar pela observância desta lei e seu regulamento e do Regimento Interno do Conselho;regulamento e do Regimento Interno do Conselho;

II - decidir sobre a existência de infração à ordem II - decidir sobre a existência de infração à ordem econômica e aplicar as penalidades previstas em econômica e aplicar as penalidades previstas em lei;lei;

III - decidir os processos instaurados pela Secretaria III - decidir os processos instaurados pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça;de Direito Econômico do Ministério da Justiça;

IV - decidir os recursos de ofício do Secretário da IV - decidir os recursos de ofício do Secretário da SDE;SDE;

V - ordenar providências que conduzam à cessação V - ordenar providências que conduzam à cessação de infração à ordem econômica, dentro do prazo de infração à ordem econômica, dentro do prazo que determinar;que determinar;

VI - aprovar os termos do compromisso de VI - aprovar os termos do compromisso de cessação de prática e do compromisso de cessação de prática e do compromisso de desempenho, bem como determinar à SDE que desempenho, bem como determinar à SDE que fiscalize seu cumprimento;fiscalize seu cumprimento;

VII - apreciar em grau de recurso as medidas VII - apreciar em grau de recurso as medidas preventivas adotadas pela SDE ou pelo preventivas adotadas pela SDE ou pelo Conselheiro-Relator;Conselheiro-Relator;

VIII - intimar os interessados de suas decisões;VIII - intimar os interessados de suas decisões; IX - requisitar informações de quaisquer pessoas, IX - requisitar informações de quaisquer pessoas,

órgãos, autoridades e entidades públicas ou órgãos, autoridades e entidades públicas ou privadas, respeitando e mantendo o sigilo legal privadas, respeitando e mantendo o sigilo legal quando for o caso, bem como determinar as quando for o caso, bem como determinar as diligências que se fizerem necessárias ao diligências que se fizerem necessárias ao exercício das suas funções;exercício das suas funções;

X - requisitar dos órgãos do Poder Executivo Federal e solicitar das X - requisitar dos órgãos do Poder Executivo Federal e solicitar das autoridades dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios autoridades dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios as medidas necessárias ao cumprimento desta lei;as medidas necessárias ao cumprimento desta lei;

XI - contratar a realização de exames, vistorias e estudos, XI - contratar a realização de exames, vistorias e estudos, aprovando, em cada caso, os respectivos honorários profissionais aprovando, em cada caso, os respectivos honorários profissionais e demais despesas de processo, que deverão ser pagas pela e demais despesas de processo, que deverão ser pagas pela empresa, se vier a ser punida nos termos desta lei;empresa, se vier a ser punida nos termos desta lei;

XII - apreciar os atos ou condutas, sob qualquer forma XII - apreciar os atos ou condutas, sob qualquer forma manifestados, sujeitos à aprovação nos termos do art. 54, fixando manifestados, sujeitos à aprovação nos termos do art. 54, fixando compromisso de desempenho, quando for o caso;compromisso de desempenho, quando for o caso;

XIII - requerer ao Poder Judiciário a execução de suas decisões, XIII - requerer ao Poder Judiciário a execução de suas decisões, nos termos desta lei;nos termos desta lei;

XIV - requisitar serviços e pessoal de quaisquer órgãos e XIV - requisitar serviços e pessoal de quaisquer órgãos e entidades do Poder Público Federal;entidades do Poder Público Federal;

XV - determinar à Procuradoria do CADE a adoção de providências XV - determinar à Procuradoria do CADE a adoção de providências administrativas e judiciais;administrativas e judiciais;

XVI - firmar contratos e convênios com órgãos ou entidades XVI - firmar contratos e convênios com órgãos ou entidades nacionais e submeter, previamente, ao Ministro de Estado da nacionais e submeter, previamente, ao Ministro de Estado da Justiça os que devam ser celebrados com organismos estrangeiros Justiça os que devam ser celebrados com organismos estrangeiros ou internacionais;ou internacionais;

Da Procuradoria do CADEDa Procuradoria do CADE Art. 10. Junto ao CADE funcionará uma Procuradoria, com as Art. 10. Junto ao CADE funcionará uma Procuradoria, com as

seguintes atribuições:seguintes atribuições: I - prestar assessoria jurídica à autarquia e defendê-la em I - prestar assessoria jurídica à autarquia e defendê-la em

juízo;juízo; II - promover a execução judicial das decisões e julgados da II - promover a execução judicial das decisões e julgados da

autarquia;autarquia; III - requerer, com autorização do Plenário, medidas judiciais III - requerer, com autorização do Plenário, medidas judiciais

visando à cessação de infrações da ordem econômica;visando à cessação de infrações da ordem econômica; IV - promover acordos judiciais nos processos relativos a IV - promover acordos judiciais nos processos relativos a

infrações contra a ordem econômica, mediante autorização infrações contra a ordem econômica, mediante autorização do Plenário do CADE, e ouvido o representante do Ministério do Plenário do CADE, e ouvido o representante do Ministério Público Federal;Público Federal;

V - emitir parecer nos processos de competência do CADE;V - emitir parecer nos processos de competência do CADE; VI - zelar pelo cumprimento desta lei;VI - zelar pelo cumprimento desta lei; VII - desincumbir-se das demais tarefas que lhe sejam VII - desincumbir-se das demais tarefas que lhe sejam

atribuídas pelo Regimento Interno.atribuídas pelo Regimento Interno.

SDE – Secretaria de Defesa Econômica SDE – Secretaria de Defesa Econômica Art. 14. Compete à SDE:Art. 14. Compete à SDE: I - zelar pelo cumprimento desta lei, monitorando e acompanhando as I - zelar pelo cumprimento desta lei, monitorando e acompanhando as

práticas de mercado;práticas de mercado; II - acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais II - acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais

de pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em de pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica, podendo, para tanto, requisitar as informações e ordem econômica, podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários, mantendo o sigilo legal, quando for o caso;documentos necessários, mantendo o sigilo legal, quando for o caso;

III - proceder, em face de indícios de infração da ordem econômica, a III - proceder, em face de indícios de infração da ordem econômica, a averiguações preliminares para instauração de processo averiguações preliminares para instauração de processo administrativo;administrativo;

IV - decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os autos das IV - decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os autos das averiguações preliminares;averiguações preliminares;

V - requisitar informações de quaisquer pessoas, órgãos, autoridades e V - requisitar informações de quaisquer pessoas, órgãos, autoridades e entidades públicas ou privadas, mantendo o sigilo legal quando for o entidades públicas ou privadas, mantendo o sigilo legal quando for o caso, bem como determinar as diligências que se fizerem necessárias caso, bem como determinar as diligências que se fizerem necessárias ao exercício das suas funções;ao exercício das suas funções;

VI - instaurar processo administrativo para apuração e repressão de VI - instaurar processo administrativo para apuração e repressão de infrações da ordem econômica;infrações da ordem econômica;

VII - recorrer de ofício ao CADE, quando decidir pelo VII - recorrer de ofício ao CADE, quando decidir pelo arquivamento das averiguações preliminares ou do arquivamento das averiguações preliminares ou do processo administrativo;processo administrativo;

VIII - remeter ao CADE, para julgamento, os processos que VIII - remeter ao CADE, para julgamento, os processos que instaurar, quando entender configurada infração da ordem instaurar, quando entender configurada infração da ordem econômica;econômica;

IX - celebrar, nas condições que estabelecer, compromisso IX - celebrar, nas condições que estabelecer, compromisso de cessação, submetendo-o ao CADE, e fiscalizar o seu de cessação, submetendo-o ao CADE, e fiscalizar o seu cumprimento;cumprimento;

X - sugerir ao CADE condições para a celebração de X - sugerir ao CADE condições para a celebração de compromisso de desempenho, e fiscalizar o seu compromisso de desempenho, e fiscalizar o seu cumprimento;cumprimento;

XI - adotar medidas preventivas que conduzam à cessação XI - adotar medidas preventivas que conduzam à cessação de prática que constitua infração da ordem econômica, de prática que constitua infração da ordem econômica, fixando prazo para seu cumprimento e o valor da multa fixando prazo para seu cumprimento e o valor da multa diária a ser aplicada, no caso de descumprimento;diária a ser aplicada, no caso de descumprimento;

XII - receber e instruir os processos a serem XII - receber e instruir os processos a serem julgados pelo CADE, inclusive consultas, e julgados pelo CADE, inclusive consultas, e fiscalizar o cumprimento das decisões do CADE;fiscalizar o cumprimento das decisões do CADE;

XIII - orientar os órgãos da administração pública XIII - orientar os órgãos da administração pública quanto à adoção de medidas necessárias ao quanto à adoção de medidas necessárias ao cumprimento desta lei;cumprimento desta lei;

XIV - desenvolver estudos e pesquisas XIV - desenvolver estudos e pesquisas objetivando orientar a política de prevenção de objetivando orientar a política de prevenção de infrações da ordem econômica;infrações da ordem econômica;

XV - instruir o público sobre as diversas formas de XV - instruir o público sobre as diversas formas de infração da ordem econômica, e os modos de sua infração da ordem econômica, e os modos de sua prevenção e repressão;prevenção e repressão;

XVI - exercer outras atribuições previstas em lei.XVI - exercer outras atribuições previstas em lei.

Os órgãos de defesa da concorrência Os órgãos de defesa da concorrência atuam de forma (1) preventiva atuam de forma (1) preventiva através do controle de estruturas de através do controle de estruturas de mercado, (2) repressiva com relação mercado, (2) repressiva com relação às condutas anticompetitivas e (3) às condutas anticompetitivas e (3) de promoção da cultura da de promoção da cultura da concorrência.concorrência.

Infrações à ordem econômica

Ilícito de difícil identificação

Altos conhecimentos técnicos, especialização e prática profissional.

territorialidadeterritorialidade

Art. 2º Aplica-se esta lei, sem prejuízo de Art. 2º Aplica-se esta lei, sem prejuízo de convenções e tratados de que seja convenções e tratados de que seja signatário o Brasil, às práticas cometidas signatário o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em parte no território nacional no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir ou que nele produzam ou possam produzir efeitos.efeitos.

Sujeição passiva ou Sujeição passiva ou aplicabilidadeaplicabilidade

Art. 15. Esta lei aplica-se às pessoas físicas Art. 15. Esta lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a quaisquer associações de bem como a quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, ou de direito, ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime mesmo que exerçam atividade sob regime de monopólio legal.de monopólio legal.

Responsabilidade solidária dos dirigentes e Responsabilidade solidária dos dirigentes e administradores/responsabilidade do grupo administradores/responsabilidade do grupo

econômicoeconômico

Art. 16. As diversas formas de infração da ordem Art. 16. As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da econômica implicam a responsabilidade da empresa e a responsabilidade individual de seus empresa e a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente.dirigentes ou administradores, solidariamente.

Art. 17. Serão solidariamente responsáveis as Art. 17. Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo empresas ou entidades integrantes de grupo econômico, de fato ou de direito, que praticarem econômico, de fato ou de direito, que praticarem infração da ordem econômica.infração da ordem econômica.

Desconsideração da Desconsideração da personalidade jurídicapersonalidade jurídica

Art. 18. A personalidade jurídica do Art. 18. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada econômica poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.jurídica provocados por má administração.

Infrações à ordem econômica e Infrações à ordem econômica e outros ilícitosoutros ilícitos

Art. 19. A repressão das infrações da Art. 19. A repressão das infrações da ordem econômica não exclui a ordem econômica não exclui a punição de outros ilícitos previstos punição de outros ilícitos previstos em lei.em lei.

Responsabilidade objetivaResponsabilidade objetiva

Art. 20. Constituem infração da ordem econômica, Art. 20. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpaindependentemente de culpa, os atos sob , os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:ainda que não sejam alcançados:

I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;a livre concorrência ou a livre iniciativa;

II - dominar mercado relevante de bens ou II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;serviços;

III - aumentar arbitrariamente os lucros;III - aumentar arbitrariamente os lucros; IV - exercer de forma abusiva posição dominante.IV - exercer de forma abusiva posição dominante.

Técnica de tipificação peculiarTécnica de tipificação peculiar

Artigo 20 – infrações em sentido Artigo 20 – infrações em sentido amploamplo

Artigo 21 – infrações em sentido Artigo 21 – infrações em sentido estrito, com rol exemplificativo das estrito, com rol exemplificativo das condutas, se reportando ao disposto condutas, se reportando ao disposto no artigo 20 no artigo 20

Poder no mercadoPoder no mercado

Como afirmar que uma empresa Como afirmar que uma empresa possui poder no mercado?possui poder no mercado?

Quais são os critérios?Quais são os critérios?

Análise dos comportamentos do Análise dos comportamentos do agenteagente

Análise da estrutura do mercadoAnálise da estrutura do mercado

Comportamento do agente:Comportamento do agente:

Teria poder no mercado aquele Teria poder no mercado aquele agente que pudesse aumentar a seu agente que pudesse aumentar a seu talante os preços das mercadorias, talante os preços das mercadorias, através da redução da oferta de bensatravés da redução da oferta de bens

Teria poder aquele agente que Teria poder aquele agente que aumentasse arbitrariamente os aumentasse arbitrariamente os lucros lucros

Poder baseado na estrutura do mercadoPoder baseado na estrutura do mercado

O que é mercado relevante?O que é mercado relevante?

Mercado relevante É o espaço da concorrência. Diz respeito

aos diversos produtos ou serviços que concorrem entre si, em determinada área, em razão da sua substitutibilidade naquela área. (substitutivo da demanda e da oferta)

Dimensão material: é aquele representado pela soma dos produtos que podem ser razoavelmente substituídos, quando utilizados nos fins para os quais são produzidos, sem desvincular a qualidade, a finalidade, e de maneira especial, do preço.

Dimensão geográfica: pode ficar restrito a um território.

O que é posição dominante?O que é posição dominante?

§ 2º Ocorre posição dominante quando uma § 2º Ocorre posição dominante quando uma empresa ou grupo de empresas controla parcela empresa ou grupo de empresas controla parcela substancial de mercado relevante, como substancial de mercado relevante, como fornecedor, intermediário, adquirente ou fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de um produto, serviço ou tecnologia a financiador de um produto, serviço ou tecnologia a ele relativa.ele relativa.

§ 3º A posição dominante a que se refere o § 3º A posição dominante a que se refere o parágrafo anterior é presumida quando a empresa parágrafo anterior é presumida quando a empresa ou grupo de empresas controla 20% (vinte por ou grupo de empresas controla 20% (vinte por cento) de mercado relevante, podendo este cento) de mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE para setores percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da economia. específicos da economia. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.95)

Artigo 20 – conquista do mercado Artigo 20 – conquista do mercado pela maior eficiênciapela maior eficiência

§ 1º A conquista de mercado § 1º A conquista de mercado resultante de processo natural resultante de processo natural fundado na maior eficiência de fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II.previsto no inciso II.

Somente é possível analisar se uma conduta irá caracterizar infração à ordem econômica no caso concreto.

Basta potencial efeito danoso ao mercado, sendo independentes de manifestações volitivas por parte do agente.

Infrações em sentido estrito Formação de cartel:

“é o acordo abusivo de agentes econômicos, representando combinação de preços, a fim de restringir a variedade de produtos e dividir os mercados para manter suas receitas sempre estáveis.”

Para o consumidor: preços abusivos Para os demais concorrentes: cerceamento do

direito à livre concorrência

Venda casadaVenda casada

Para a aquisição de bem ou serviço o Para a aquisição de bem ou serviço o agente econômico a condiciona e a agente econômico a condiciona e a subordina à aquisição de outro subordina à aquisição de outro produto ou serviço.produto ou serviço.

Sistemas seletivos de Sistemas seletivos de distribuiçãodistribuição

São barreiras restritivas impostas, São barreiras restritivas impostas, sem justa causa, pelo produtor ao sem justa causa, pelo produtor ao distribuidor, dentro do respectivo distribuidor, dentro do respectivo ciclo econômico, utilizadas como ciclo econômico, utilizadas como instrumento de discriminação.instrumento de discriminação.

Preços predatóriosPreços predatórios

Ocorrem quando os agentes aplicam Ocorrem quando os agentes aplicam estratégia de mercado, baixando estratégia de mercado, baixando propositadamente os preços de seus propositadamente os preços de seus produtos a valores inferiores ao seu produtos a valores inferiores ao seu preço de custo, com o objetivo de preço de custo, com o objetivo de eliminar os demais agentes eliminar os demais agentes econômicos concorrentes.econômicos concorrentes.

DumpingDumping Habituou-se a utilização da expressão Habituou-se a utilização da expressão

para designar o preço predatório, mas para designar o preço predatório, mas trata-se de termo utilizado para designar trata-se de termo utilizado para designar a infração ao comércio exterior, quando a infração ao comércio exterior, quando um agente exportador oferta no um agente exportador oferta no mercado internacional mercadoria a mercado internacional mercadoria a valor inferior ao preço praticado em seu valor inferior ao preço praticado em seu mercado de origem. Artigo 4° do Decreto mercado de origem. Artigo 4° do Decreto 1602/95. Ajuste do preço da mercadoria 1602/95. Ajuste do preço da mercadoria com o similar nacional, nos termos da lei com o similar nacional, nos termos da lei 9019/95, mediante ato da CAMEX.9019/95, mediante ato da CAMEX.

Controle das estruturasControle das estruturas

Atos societários empresariais de Atos societários empresariais de fusões, aquisições, incorporações, fusões, aquisições, incorporações, joint ventures, etc...joint ventures, etc...

Fusão: ato empresarial por meio do Fusão: ato empresarial por meio do qual dois ou mais agentes qual dois ou mais agentes econômicos independentes formam econômicos independentes formam uma nova entidade, deixando de uma nova entidade, deixando de existir como entes jurídicos distintos.existir como entes jurídicos distintos.

Joint venture concentracionista:Joint venture concentracionista:

associação de duas ou mais associação de duas ou mais entidades independentes para a entidades independentes para a formação de nova empresa, sob formação de nova empresa, sob controle comum, que visa à controle comum, que visa à participação no mesmo mercado participação no mesmo mercado relevante das empresas-mãe.relevante das empresas-mãe.

Aquisição ou incorporação é a Aquisição ou incorporação é a compra do controle de um agente compra do controle de um agente econômico por outro, onde o agente econômico por outro, onde o agente econômico adquirido desaparece econômico adquirido desaparece como pessoa jurídica, mas o como pessoa jurídica, mas o adquirente mantém a identidade adquirente mantém a identidade jurídica anterior ao ato.jurídica anterior ao ato.

Concentração econômicaConcentração econômica

§ 3§ 3oo Incluem-se nos atos de que trata o Incluem-se nos atos de que trata o caputcaput aqueles aqueles que visem a qualquer forma de concentração que visem a qualquer forma de concentração econômica, seja através de fusão ou incorporação de econômica, seja através de fusão ou incorporação de empresas, constituição de sociedade para exercer o empresas, constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer forma de controle de empresas ou qualquer forma de agrupamento societário, que implique participação agrupamento societário, que implique participação de empresa ou grupo de empresas resultante em de empresa ou grupo de empresas resultante em vinte por cento de um mercado relevante, ou em que vinte por cento de um mercado relevante, ou em que qualquer dos participantes tenha registrado qualquer dos participantes tenha registrado faturamento bruto anual no último balanço faturamento bruto anual no último balanço equivalente a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos equivalente a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais). milhões de reais). (Redação dada pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)

Obrigatoriedade de comunicação ao SBDCObrigatoriedade de comunicação ao SBDC

§ 4º Os atos de que trata o caput deverão § 4º Os atos de que trata o caput deverão ser apresentados para exame, ser apresentados para exame, previamente ou no prazo máximo de previamente ou no prazo máximo de quinze dias úteis de sua realização, quinze dias úteis de sua realização, mediante encaminhamento da respectiva mediante encaminhamento da respectiva documentação em três vias à SDE, que documentação em três vias à SDE, que imediatamente enviará uma via ao CADE e imediatamente enviará uma via ao CADE e outra à Seae.outra à Seae.

Controle das estruturasControle das estruturas

Do Controle de Atos e ContratosDo Controle de Atos e Contratos Art. 54. Os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam limitar ou de qualquer Art. 54. Os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam limitar ou de qualquer

forma prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação de mercados relevantes de forma prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação de mercados relevantes de bens ou serviços, deverão ser submetidos à apreciação do CADE.bens ou serviços, deverão ser submetidos à apreciação do CADE.

§ 1º O CADE poderá autorizar os atos a que se refere o caput, desde que atendam as § 1º O CADE poderá autorizar os atos a que se refere o caput, desde que atendam as seguintes condições:seguintes condições:

I - tenham por objetivo, cumulada ou alternativamente:I - tenham por objetivo, cumulada ou alternativamente: a) aumentar a produtividade;a) aumentar a produtividade; b) melhorar a qualidade de bens ou serviço; oub) melhorar a qualidade de bens ou serviço; ou c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico;c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; II - os benefícios decorrentes sejam distribuídos eqüitativamente entre os seus II - os benefícios decorrentes sejam distribuídos eqüitativamente entre os seus

participantes, de um lado, e os consumidores ou usuários finais, de outro;participantes, de um lado, e os consumidores ou usuários finais, de outro; III - não impliquem eliminação da concorrência de parte substancial de mercado relevante III - não impliquem eliminação da concorrência de parte substancial de mercado relevante

de bens e serviços;de bens e serviços; IV - sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os objetivos visados.IV - sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os objetivos visados. § 2º Também poderão ser considerados legítimos os atos previstos neste artigo, desde que § 2º Também poderão ser considerados legítimos os atos previstos neste artigo, desde que

atendidas pelo menos três das condições previstas nos incisos do parágrafo anterior, atendidas pelo menos três das condições previstas nos incisos do parágrafo anterior, quando necessários por motivo preponderantes da economia nacional e do bem comum, e quando necessários por motivo preponderantes da economia nacional e do bem comum, e desde que não impliquem prejuízo ao consumidor ou usuário final.desde que não impliquem prejuízo ao consumidor ou usuário final.

§ 3§ 3oo Incluem-se nos atos de que trata o Incluem-se nos atos de que trata o caputcaput aqueles que visem a aqueles que visem a qualquer forma de concentração econômica, seja através de fusão qualquer forma de concentração econômica, seja através de fusão ou incorporação de empresas, constituição de sociedade para ou incorporação de empresas, constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer forma de exercer o controle de empresas ou qualquer forma de agrupamento societário, que implique participação de empresa ou agrupamento societário, que implique participação de empresa ou grupo de empresas resultante em vinte por cento de um mercado grupo de empresas resultante em vinte por cento de um mercado relevante, ou em que qualquer dos participantes tenha registrado relevante, ou em que qualquer dos participantes tenha registrado faturamento bruto anual no último balanço equivalente a R$ faturamento bruto anual no último balanço equivalente a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais). 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais). (Redação dada pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)

§ 4º Os atos de que trata o caput deverão ser apresentados para § 4º Os atos de que trata o caput deverão ser apresentados para exame, previamente ou no prazo máximo de quinze dias úteis de exame, previamente ou no prazo máximo de quinze dias úteis de sua realização, mediante encaminhamento da respectiva sua realização, mediante encaminhamento da respectiva documentação em três vias à SDE, que imediatamente enviará documentação em três vias à SDE, que imediatamente enviará uma via ao CADE e outra à Seae. uma via ao CADE e outra à Seae. (Redação dada pela Lei nº 9.021, de 30.3.95)

§ 5º A inobservância dos prazos de apresentação previstos no § 5º A inobservância dos prazos de apresentação previstos no parágrafo anterior será punida com multa pecuniária, de valor não parágrafo anterior será punida com multa pecuniária, de valor não inferior a 60.000 (sessenta mil) Ufir nem superior a 6.000.000 inferior a 60.000 (sessenta mil) Ufir nem superior a 6.000.000 (seis milhões) de Ufir a ser aplicada pelo CADE, sem prejuízo da (seis milhões) de Ufir a ser aplicada pelo CADE, sem prejuízo da abertura de processo administrativo, nos termos do art. 32.abertura de processo administrativo, nos termos do art. 32.

§ 6º Após receber o parecer técnico da Seae, que será emitido em até trinta dias, a SDE § 6º Após receber o parecer técnico da Seae, que será emitido em até trinta dias, a SDE manifestar-se-á em igual prazo, e em seguida encaminhará o processo devidamente manifestar-se-á em igual prazo, e em seguida encaminhará o processo devidamente instruído ao Plenário do CADE, que deliberará no prazo de sessenta dias.instruído ao Plenário do CADE, que deliberará no prazo de sessenta dias. (Redação dada pela Lei nº 9.021, de 30.3.95)

§ 7º A eficácia dos atos de que trata este artigo condiciona-se à sua aprovação, caso § 7º A eficácia dos atos de que trata este artigo condiciona-se à sua aprovação, caso em que retroagirá à data de sua realização; não tendo sido apreciados pelo CADE no em que retroagirá à data de sua realização; não tendo sido apreciados pelo CADE no prazo estabelecido no parágrafo anterior, serão automaticamente considerados prazo estabelecido no parágrafo anterior, serão automaticamente considerados aprovados.aprovados. (Redação dada pela Lei nº 9.021, de 30.3.95)

§ 8º Os prazos estabelecidos nos §§ 6º e 7º ficarão suspensos enquanto não forem § 8º Os prazos estabelecidos nos §§ 6º e 7º ficarão suspensos enquanto não forem apresentados esclarecimentos e documentos imprescindíveis à análise do processo, apresentados esclarecimentos e documentos imprescindíveis à análise do processo, solicitados pelo CADE, SDE ou SPE.solicitados pelo CADE, SDE ou SPE.

§ 9º Se os atos especificados neste artigo não forem realizados sob condição § 9º Se os atos especificados neste artigo não forem realizados sob condição suspensiva ou deles já tiverem decorrido efeitos perante terceiros, inclusive de suspensiva ou deles já tiverem decorrido efeitos perante terceiros, inclusive de natureza fiscal, o Plenário do CADE, se concluir pela sua não aprovação, determinará as natureza fiscal, o Plenário do CADE, se concluir pela sua não aprovação, determinará as providências cabíveis no sentido de que sejam desconstituídos, total ou parcialmente, providências cabíveis no sentido de que sejam desconstituídos, total ou parcialmente, seja através de distrato, cisão desociedade, venda de ativos, cessação parcial de seja através de distrato, cisão desociedade, venda de ativos, cessação parcial de atividades ou qualquer outro ato ou providência que elimine os efeitos nocivos à ordem atividades ou qualquer outro ato ou providência que elimine os efeitos nocivos à ordem econômica, independentemente da responsabilidade civil por perdas e danos econômica, independentemente da responsabilidade civil por perdas e danos eventualmente causados a terceiros.eventualmente causados a terceiros.

§ 10. As mudanças de controle acionário de companhias abertas e os registros de § 10. As mudanças de controle acionário de companhias abertas e os registros de fusão, sem prejuízo da obrigação das partes envolvidas, devem ser comunicados à SDE, fusão, sem prejuízo da obrigação das partes envolvidas, devem ser comunicados à SDE, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Departamento Nacional de Registro pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Departamento Nacional de Registro Comercial do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo (DNRC/MICT), Comercial do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo (DNRC/MICT), respectivamente, no prazo de cinco dias úteis para, se for o caso, serem examinados.respectivamente, no prazo de cinco dias úteis para, se for o caso, serem examinados.

As empresas podiam praticar o ato e As empresas podiam praticar o ato e possuem um prazo de 15 dias para possuem um prazo de 15 dias para informar os órgãos mencionados. (lei informar os órgãos mencionados. (lei 8884/94). Nova lei afastou tal 8884/94). Nova lei afastou tal possibilidade.possibilidade.

Atos de concentração econômica que Atos de concentração econômica que resulte em participação de empresa resulte em participação de empresa ou grupo de empresas de um mercado ou grupo de empresas de um mercado relevante em no mínimo 20%.relevante em no mínimo 20%.

São objeto de controle quaisquer atos de concentração econômica (horizontal, vertical ou conglomeração)

Por meio de fusão, incorporação de empresas, constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer forma de agrupamento societário que implique participação da empresa.

Concentração horizontal – envolve agentes econômicos distintos e competidores entre si, que ofertam o mesmo produto ou serviço em um determinado mercado relevante.

Concentração vertical – envolve agentes econômicos distintos que ofertam produtos ou serviços diversos, fazendo parte da mesma cadeia produtiva.

Conglomeração é a concentração que envolve agentes econômicos distintos, que igualmente ofertam produtos ou serviços diversos, podendo ou não ser complementares entre si, mas que, certamente, não fazem parte da mesma cadeia produtiva.

Guia para análise econômica de atos de concentração, adotado pela SEAE por meio da Portaria SEAE,SDE n. 50, de 01.08.2001.

Processo administrativo

Poderá ter início a partir de averiguação preliminar da SDE quando os indícios não forem suficientes para a instauração de processo administrativo. (artigo 30)

Adoção das medidas previstas nos artigos 35, 35 a e 35 b da lei 8884/94.

Prazo de 60 dias para conclusão das averiguações preliminares

Convolação em processo administrativo Convolação em processo administrativo ou arquivamento, com recurso de ofício ou arquivamento, com recurso de ofício ao CADE nesta última hipótese.ao CADE nesta última hipótese.

Processo administrativo no prazo de 08 Processo administrativo no prazo de 08 dias contado do conhecimento do fato, dias contado do conhecimento do fato, da representação, ou do encerramento da representação, ou do encerramento das averiguações preliminares. (artigo das averiguações preliminares. (artigo 32)32)

Prazo de 15 dias para apresentação Prazo de 15 dias para apresentação de defesa.de defesa.

Instrução – artigo 35.Instrução – artigo 35.

Medida preventivaMedida preventiva

Art. 25. Pela continuidade de atos ou situações Art. 25. Pela continuidade de atos ou situações que configurem infração da ordem econômica, que configurem infração da ordem econômica, após decisão do Plenário do CADE determinando após decisão do Plenário do CADE determinando sua cessação, ou pelo descumprimento de sua cessação, ou pelo descumprimento de medida preventiva ou compromisso de cessação medida preventiva ou compromisso de cessação previstos nesta lei, o responsável fica sujeito a previstos nesta lei, o responsável fica sujeito a multa diária de valor não inferior a 5.000 (cinco multa diária de valor não inferior a 5.000 (cinco mil) Unidades Fiscais de Referência (Ufir), ou mil) Unidades Fiscais de Referência (Ufir), ou padrão superveniente, podendo ser aumentada padrão superveniente, podendo ser aumentada em até vinte vezes se assim o recomendar sua em até vinte vezes se assim o recomendar sua situação econômica e a gravidade da infração.situação econômica e a gravidade da infração.

Medida preventivaMedida preventiva Da Medida Preventiva e da Ordem de CessaçãoDa Medida Preventiva e da Ordem de Cessação Art. 52. Em qualquer fase do processo administrativo poderá o Art. 52. Em qualquer fase do processo administrativo poderá o

Secretário da SDE ou o Conselheiro-Relator, por iniciativa própria Secretário da SDE ou o Conselheiro-Relator, por iniciativa própria ou mediante provocação do Procurador-Geral do CADE, adotar ou mediante provocação do Procurador-Geral do CADE, adotar medida preventiva, quando houver indício ou fundado receio de medida preventiva, quando houver indício ou fundado receio de que o representado, direta ou indiretamente, cause ou possa que o representado, direta ou indiretamente, cause ou possa causar ao mercado lesão irreparável ou de difícil reparação, ou causar ao mercado lesão irreparável ou de difícil reparação, ou torne ineficaz o resultado final do processo.torne ineficaz o resultado final do processo.

§ 1º Na medida preventiva, o Secretário da SDE ou o Conselheiro-§ 1º Na medida preventiva, o Secretário da SDE ou o Conselheiro-Relator determinará a imediata cessação da prática e ordenará, Relator determinará a imediata cessação da prática e ordenará, quando materialmente possível, a reversão à situação anterior, quando materialmente possível, a reversão à situação anterior, fixando multa diária nos termos do art. 25.fixando multa diária nos termos do art. 25.

§ 2º Da decisão do Secretário da SDE ou do Conselheiro-Relator do § 2º Da decisão do Secretário da SDE ou do Conselheiro-Relator do CADE que adotar medida preventiva caberá recurso voluntário, no CADE que adotar medida preventiva caberá recurso voluntário, no prazo de cinco dias, ao Plenário do CADE, sem efeito suspensivo.prazo de cinco dias, ao Plenário do CADE, sem efeito suspensivo.

Compromisso de desempenhoCompromisso de desempenho Art. 58. O Plenário do CADE definirá compromissos de Art. 58. O Plenário do CADE definirá compromissos de

desempenho para os interessados que submetam atos a exame desempenho para os interessados que submetam atos a exame na forma do art. 54, de modo a assegurar o cumprimento das na forma do art. 54, de modo a assegurar o cumprimento das condições estabelecidas no § 1º do referido artigo. condições estabelecidas no § 1º do referido artigo. (Vide Lei nº 9.873, de 23.11.99)

§ 1º Na definição dos compromissos de desempenho será levado § 1º Na definição dos compromissos de desempenho será levado em consideração o grau de exposição do setor à competição em consideração o grau de exposição do setor à competição internacional e as alterações no nível de emprego, dentre outras internacional e as alterações no nível de emprego, dentre outras circunstâncias relevantes.circunstâncias relevantes.

§ 2º Deverão constar dos compromissos de desempenho metas § 2º Deverão constar dos compromissos de desempenho metas qualitativas ou quantitativas em prazos pré-definidos, cujo qualitativas ou quantitativas em prazos pré-definidos, cujo cumprimento será acompanhado pela SDE.cumprimento será acompanhado pela SDE.

§ 3º O descumprimento injustificado do compromisso de § 3º O descumprimento injustificado do compromisso de desempenho implicará a revogação da aprovação do CADE, na desempenho implicará a revogação da aprovação do CADE, na forma do art. 55, e a abertura de processo administrativo para forma do art. 55, e a abertura de processo administrativo para adoção das medidas cabíveis.adoção das medidas cabíveis.

§ 1º O CADE poderá autorizar os atos a que se refere o caput, desde que § 1º O CADE poderá autorizar os atos a que se refere o caput, desde que atendam as seguintes condições:atendam as seguintes condições:

I - tenham por objetivo, cumulada ou alternativamente:I - tenham por objetivo, cumulada ou alternativamente: a) aumentar a produtividade;a) aumentar a produtividade; b) melhorar a qualidade de bens ou serviço; oub) melhorar a qualidade de bens ou serviço; ou c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico;c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; II - os benefícios decorrentes sejam distribuídos eqüitativamente entre os seus II - os benefícios decorrentes sejam distribuídos eqüitativamente entre os seus

participantes, de um lado, e os consumidores ou usuários finais, de outro;participantes, de um lado, e os consumidores ou usuários finais, de outro; III - não impliquem eliminação da concorrência de parte substancial de III - não impliquem eliminação da concorrência de parte substancial de

mercado relevante de bens e serviços;mercado relevante de bens e serviços; IV - sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os IV - sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os

objetivos visados.objetivos visados. § 2º Também poderão ser considerados legítimos os atos previstos neste § 2º Também poderão ser considerados legítimos os atos previstos neste

artigo, desde que atendidas pelo menos três das condições previstas nos artigo, desde que atendidas pelo menos três das condições previstas nos incisos do parágrafo anterior, quando necessários por motivo preponderantes incisos do parágrafo anterior, quando necessários por motivo preponderantes da economia nacional e do bem comum, e desde que não impliquem prejuízo da economia nacional e do bem comum, e desde que não impliquem prejuízo ao consumidor ou usuário final.ao consumidor ou usuário final.

Compromisso de cessaçãoCompromisso de cessação Art. 53. Em qualquer das espécies de processo administrativo, o CADE Art. 53. Em qualquer das espécies de processo administrativo, o CADE

poderá tomar do representado compromisso de cessação da prática poderá tomar do representado compromisso de cessação da prática sob investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre que, em juízo de sob investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre que, em juízo de conveniência e oportunidade, entender que atende aos interesses conveniência e oportunidade, entender que atende aos interesses protegidos por lei. protegidos por lei. (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007)

§ 1§ 1oo Do termo de compromisso deverão constar os seguintes Do termo de compromisso deverão constar os seguintes elementos: elementos: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007)

I - a especificação das obrigações do representado para fazer cessar a I - a especificação das obrigações do representado para fazer cessar a prática investigada ou seus efeitos lesivos, bem como obrigações que prática investigada ou seus efeitos lesivos, bem como obrigações que julgar cabíveis; julgar cabíveis; (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007)

II - a fixação do valor da multa para o caso de descumprimento, total II - a fixação do valor da multa para o caso de descumprimento, total ou parcial, das obrigações compromissadas; ou parcial, das obrigações compromissadas; (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007)

III - a fixação do valor da contribuição pecuniária ao Fundo de Defesa III - a fixação do valor da contribuição pecuniária ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos quando cabível. de Direitos Difusos quando cabível. (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007)

Acordo de leniênciaAcordo de leniência Art. 35-B. A União, por intermédio da SDE, poderá celebrar Art. 35-B. A União, por intermédio da SDE, poderá celebrar

acordo de leniência, com a extinção da ação punitiva da acordo de leniência, com a extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de um a dois terços da administração pública ou a redução de um a dois terços da penalidade aplicável, nos termos deste artigo, com pessoas penalidade aplicável, nos termos deste artigo, com pessoas físicas e jurídicas que forem autoras de infração à ordem físicas e jurídicas que forem autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem efetivamente com as econômica, desde que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo e que dessa investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resulte:colaboração resulte: (Incluído pela Lei nº 10.149, de (Incluído pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)21.12.2000)

I - a identificação dos demais co-autores da infração; e I - a identificação dos demais co-autores da infração; e (Incluído pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)(Incluído pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)

II - a obtenção de informações e documentos que II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação. comprovem a infração noticiada ou sob investigação. (Incluído pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)(Incluído pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)

Promoção da cultura da Promoção da cultura da concorrênciaconcorrência

Papel educacional das autoridades Papel educacional das autoridades concorrenciaisconcorrenciais

Conflito de atribuições entre autoridades

concorrenciais e reguladoras Regulação de mercados e setores de

relevante interesse coletivo se dá para fins de restabelecer o equilíbrio de competição entre os agentes envolvidos,substituindo o uso dos mecanismos de mercado, que se revelam ineficientes, através da utilização dos instrumentos e mecanismos de regulação.

Lei de telecomunicações – 9472 de 1997 estabelece a competência do ente regulador para exercer o controle, mas ressalva as competências do CADE (artigo 19, XIX da lei 9472).

ANATEL instrui e remete ao CADE

ANAC – artigo 6. da lei que criou a ANAC estabelece que ... Quando, no exercício de suas atribuições, a ANAC tomar conhecimento de fato que configure ou possa configurar infração contra a ordem econômica, ou que comprometa a defesa e a promoção da concorrência, deverá comunicá-lo aos órgãos e entidades referidos no caput deste artigo, para que adotem as providências cabíveis.

Já o Decreto 3327 de 2000 regulamentador da ANS no artigo 3., § 4. estabelece que A ANS , ao tomar conhecimento de fato que configure ou possa configurar infração à ordem econômica, deverá comunicá-la ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica ...

Dificuldade: atos de concentração econômica, lei 9961 de 2000, estabelece a competência do ente regulador para análise de atos de concentração, sem prejuízo da competência do SBDC.

Função social da propriedadeFunção social da propriedade

Artigos 5°, incisos XXII e XXIII, 170, Artigos 5°, incisos XXII e XXIII, 170, incisos II e III, artigo 182, § 2°, 186, incisos II e III, artigo 182, § 2°, 186, todos da C.F./88. todos da C.F./88.

Artigo 5. inciso XXII – é garantido o direito de

propriedade; XXIII – a propriedade atenderá a sua

função social;

Código tributário nacional

Artigo 32. ... § 1 – para os efeitos deste imposto,

entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I – meio fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais

II – abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação pública, com ou

sem posteamento para distribuição domiciliar;

V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.

Parágrafo 2. – a lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.

Artigo 182

Parágrafo 1° O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

Parágrafo 2° – A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor;

C.F. - 88, Artigo 186 A função social é cumprida quando a

propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I – aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos

naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Artigo 182, § 4° É facultado ao Poder Público municipal, mediante

lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I – parcelamento ou edificação compulsórios; II – imposto sobre a propriedade predial e

territorial urbana progressivo no tempo; III – desapropriação com pagamento mediante

títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Estatuto da cidade

Para todos os efeitos esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

Artigo 2°

IV – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) A utilização inadequada dos imóveis urbanos;

b) A proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

c) O parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infraestrutura urbana;

d) A instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente

e) A retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização

f) A deterioração das áreas urbanizadas g) A poluição e a degradação ambiental.

Artigo 5°

Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação

§1°. Considera-se subutilizado o imóvel:

Cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dele decorrente;

§ 2°. O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento da obrigação, devendo a notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis.

IPTU progressivo no tempo

Artigo 7° Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do caput do artigo 5° … o Município procederá à aplicação do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos.

Desapropriação com pagamento em títulos

Decorridos 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.

Usucapião especial de imóvel urbano: Artigo 9° - Aquele que possuir como

sua área ou edificação urbana de até 250 metros quadrados por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

Desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária

Compete à União desapropriar por interesse social para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária ...

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

É todo o disciplinamento jurídico inerente a reger e regular as instituições financeiras de crédito, públicas ou privadas, bem como todas as entidades congêneres que atuam na economia popular, tais como seguradoras, entes de previdência privada e de capitalização.

Lei 4595 de 1964

Compõem o SFN o Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil S/A, o Banco Nacional do Desenvolvimento econômico e as demais instituições financeiras públicas e privadas.

Órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores

Órgãos normativos

Conselho Monetário Nacional: expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN.

Conselho nacional de seguros privados: fixar diretrizes e normas da política de seguros privados

Conselho de gestão de previdência complementar: regular, normatizar e coordenar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar

Entidades supervisoras

são encarregadas de realizar e executar as atividades de regulação estatal do sistema financeiro nacional.

BANCO CENTRAL – BACEN – autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela lei 4595 de 1964

BACEN

Responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, zelar pela adequada liquidez da economia, manter as reservas internacionais em nível adequado, estimular a formação de poupança, zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro

CVM

Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, pela lei 6385 de 1976, tem por atribuições funcionais promover a regulamentação, desenvolvimento, controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários do país.

Assegura o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; protege os titulares de valores mobiliários, evita ou coibe modalidades de fraude ou manipulação no mercado, assegura o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias queos tenham emitido ...

SUSEP: exercer o controle e a fiscalização do mercado de seguro, previdência privada aberta e capitalização.

SPC - secretaria de previdência complementar: trata-se de centro de competência despersonalizado, integrante do Ministério da Previdência Social, realizando a fiscalização das atividades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão)

operadores Bolsa de valores: pessoas jurídicas de

direito privado, tendo por objeto social a manutenção de local próprio para o encontro de seus membros, propiciando a realização e transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários. Gozam de autonomia financeira, patrimonial e administrativa, sendo fiscalizadas pelos seus membros e pela CVM.

Bolsa de mercadorias e futuros: tem por objeto social efetuar o registro, a compensação, a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico.

Sociedades seguradoras

Instituto de resseguros do Brasil: entidade empresarial estatal integrante da Administração Pública Federal indireta, com criação autorizada por lei, sendo constituída sob a forma de sociedade de economia mista vinculada ao Ministério da Fazenda. Criada originariamente como entidade reguladora. Com a lei complementar 126/2007 não mais exerce funções regulatórias, passando a ser um mero operador do mercado de resseguros.

Sociedades de capitalização Entidades abertas de previdência complementar Entidades fechadas de previdência complementar

Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista:

Bancos comerciais Bancos múltiplos com carteira comercial Caixa econômica federal Cooperativas de crédito Instituições financeiras não captadoras

de depósito à vista: depósito à prazo e poupança

Outros intermediários financeiros (ex. administradoras de consórcio, corretoras de câmbio, sociedades de arrendamento mercantil)

Principais políticas do sistema financeiro nacional

Monetária: objetiva o controle da oferta da moeda e das taxas de juros de curto prazo para garantir a liquidez ideal de cada período econômico;

Fiscal: objetiva o equilíbrio entre as receitas e as despesas governamentais, a fim de controlar a carga tributária em patamares que não comprometam a política monetária;

Cambial: objetiva o controle da taxa de câmbio, a fim de viabilizar as relações de comércio exterior;

Rendas: objetiva garantir a justa remuneração às pessoas físicas e jurídicas.

Defesa do consumidor

Artigo 421 – a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.privado.

§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento § 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.desenvolvimento.

§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras § 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.formas de associativismo.

§ 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade § 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.garimpeiros.

§ 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão § 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.XXV, na forma da lei.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e I - o regime das empresas concessionárias e

permissionárias de serviços públicos, o caráter permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;permissão;

II - os direitos dos usuários;II - os direitos dos usuários; III - política tarifária;III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado.IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 21. Compete à União:Art. 21. Compete à União: XI - explorar, diretamente ou mediante concessão XI - explorar, diretamente ou mediante concessão

a empresas sob controle acionário estatal, os a empresas sob controle acionário estatal, os serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços públicos de de dados e demais serviços públicos de telecomunicações, assegurada a prestação de telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidades de direito serviços de informações por entidades de direito privado através da rede pública de privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União.telecomunicações explorada pela União.

XI - explorar, diretamente ou mediante XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

Formas de intervenção do Estado na Ordem Econômica

Diogo Moreira Neto: Intervenção regulatória Intervenção concorrencial Intervenção monopolista Intervenção sancionatória

Serviço público

“a melhor noção de serviço público não se vincula à essência da atividade per si, mas decorre de uma necessidade pontual e historicamente determinada de maior intervenção a ser feita pelo Estado em certa esfera da economia.” (Leonardo Vizeu Figueiredo)

SERVIÇO PÚBLICOSERVIÇO PÚBLICO

AULA 4AULA 4

O que é serviço público?O que é serviço público?

Quem deve definir se determinado Quem deve definir se determinado serviço é público ou não?serviço é público ou não?

Qual a conseqüência de se definir um Qual a conseqüência de se definir um serviço como público?serviço como público?

Domínio econômicoDomínio econômico

Sentido amploSentido amplo Sentido estritoSentido estrito

Serviço público e atividade Serviço público e atividade econômicaeconômica

““inexiste, em um primeiro momento, inexiste, em um primeiro momento, oposição entre atividade econômica oposição entre atividade econômica e serviço público” ... “Daí podermos e serviço público” ... “Daí podermos afirmar que o serviço público é um afirmar que o serviço público é um tipo de atividade econômica.” (Eros tipo de atividade econômica.” (Eros Roberto Grau)Roberto Grau)

Sentido amplíssimo, o serviço será Sentido amplíssimo, o serviço será considerado público se prestado pelo considerado público se prestado pelo Estado.Estado.

Atividade executiva (prestação do serviço) Atividade executiva (prestação do serviço) decorrente do poder de polícia decorrente do poder de polícia (fiscalização), judicial (solução das (fiscalização), judicial (solução das controvérsias), legislativa ou de cunho controvérsias), legislativa ou de cunho econômico privatista. (participação do econômico privatista. (participação do Estado na economia)Estado na economia)

Sentido restritoSentido restrito

Engloba apenas a atividade da Engloba apenas a atividade da Administração Pública (excluem-se as Administração Pública (excluem-se as atividades judiciais e legislativas).atividades judiciais e legislativas).

Mas mesmo entre as desenvolvidas pela Mas mesmo entre as desenvolvidas pela administração, excluem-se as de caráter administração, excluem-se as de caráter tributário a as exercidas com base no tributário a as exercidas com base no poder de polícia. Outros excluem inclusive poder de polícia. Outros excluem inclusive as atividades-meio, como limpeza e as atividades-meio, como limpeza e vigilância de repartições públicas.vigilância de repartições públicas.

Caracterização finalísticaCaracterização finalística

Seria público aquele que objetivasse Seria público aquele que objetivasse o atendimento do interesse público, o atendimento do interesse público, a necessidade coletiva (segurança, a necessidade coletiva (segurança, polícia, saneamento, recolhimento de polícia, saneamento, recolhimento de lixo, etc.) ou necessidade individual lixo, etc.) ou necessidade individual informada pelo interesse informada pelo interesse comum )transporte coletivo, gás, comum )transporte coletivo, gás, telefone, etc...telefone, etc...

Corrente normativaCorrente normativa

Serviço público seria aquele assim Serviço público seria aquele assim definido por lei, independentemente definido por lei, independentemente de uma caracterização finalística.de uma caracterização finalística.

Eros Roberto Grau Eros Roberto Grau

Solução intermediária: a Solução intermediária: a caracterização só pode ser feita caracterização só pode ser feita mediante uma apreciação da mediante uma apreciação da realidade material econômica sobre realidade material econômica sobre como tal atividade é explorada num como tal atividade é explorada num determinado momento histórico. determinado momento histórico. (concepção material)(concepção material)

Quarta corrente: materialista-Quarta corrente: materialista-finalísticafinalística

Vinculação do conceito à dignidade Vinculação do conceito à dignidade da pessoa humana: da pessoa humana:

seria tudo aquilo que fosse essencial seria tudo aquilo que fosse essencial para a dignidade humana.para a dignidade humana.

Aspecto formal – tarefas prestadas Aspecto formal – tarefas prestadas pelas normas de Direito Públicopelas normas de Direito Público

Sentido material – conjunto de Sentido material – conjunto de atividades voltadas para o atividades voltadas para o atendimento das necessidades da atendimento das necessidades da coletividadecoletividade

Sentido subjetivo – aparelhamento Sentido subjetivo – aparelhamento estatal feito pelo Poder Públicoestatal feito pelo Poder Público

Crise do conceito de serviço Crise do conceito de serviço público? característicaspúblico? características

Estado liberal para o interventivo – Estado liberal para o interventivo – estado assume atividades comerciais e estado assume atividades comerciais e industriais, afastando-se do elemento industriais, afastando-se do elemento material.material.

Transferência do exercício para Transferência do exercício para entidades privadas – alterando elemento entidades privadas – alterando elemento subjetivo.subjetivo.

Elemento formal – nem todo serviço Elemento formal – nem todo serviço passa a ser prestado sob regime passa a ser prestado sob regime totalmente público.totalmente público.

Serviço público não é gratuito Serviço público não é gratuito ou deficitárioou deficitário

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:mediante a garantia de:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; que a ele não tiveram acesso na idade própria;       II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao       II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; ensino médio;

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)Constitucional nº 14, de 1996)

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.vida.

§ 1º - Os programas de amparo aos idosos § 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em serão executados preferencialmente em seus lares.seus lares.

§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco § 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.transportes coletivos urbanos.

Como diretriz a continuidadeComo diretriz a continuidade

Princípio implícito na C.F. e também Princípio implícito na C.F. e também no artigo 22 do C.D.C., no artigo 22 do C.D.C.,

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos quanto aos essenciais, contínuos.essenciais, contínuos.

                Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.danos causados, na forma prevista neste código.

Continuidade com relação à sua Continuidade com relação à sua disponibilização como um todo e não disponibilização como um todo e não à sua prestação individual.à sua prestação individual.

Serviço público não conduz à Serviço público não conduz à monopolização.monopolização.

Regime jurídicoRegime jurídico

Definido em lei.Definido em lei. Para determinados tipos de serviço:Para determinados tipos de serviço: Agentes são estatutários, os bens são Agentes são estatutários, os bens são

públicos, as decisões apresentam os públicos, as decisões apresentam os atributos do ato administrativo atributos do ato administrativo (presunção de veracidade e a (presunção de veracidade e a executoriedade), a responsabilidade é executoriedade), a responsabilidade é objetiva, os contratos regem-se pelo objetiva, os contratos regem-se pelo direito administrativo. Execução obedece direito administrativo. Execução obedece o artigo 100 da C.F./88.o artigo 100 da C.F./88.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).nº 62, de 2009).

Para os serviços comerciais e Para os serviços comerciais e industriais, há um regime híbrido.industriais, há um regime híbrido.

E a jurisprudência?E a jurisprudência?

Julgamento conforme o caso Julgamento conforme o caso específico, levando em consideração específico, levando em consideração a situação específica.a situação específica.

Serviços públicos em espécieServiços públicos em espécie

Serviços notadamente públicos: Serviços notadamente públicos: saneamento, abastecimento de água, saneamento, abastecimento de água, energia elétrica, iluminação e limpeza energia elétrica, iluminação e limpeza das vias públicas, coleta do lixo.das vias públicas, coleta do lixo.

Alguns resultam de uma prestação Alguns resultam de uma prestação individualizada: abastecimento de água. individualizada: abastecimento de água.

Outros são coletivamente oferecidos: Outros são coletivamente oferecidos: iluminação públicailuminação pública

Uti singuli, uti universi ou gerais.Uti singuli, uti universi ou gerais.

Art. 30. Compete aos Municípios:Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como

aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou

permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;transporte coletivo, que tem caráter essencial;

Art. 30. Compete aos Municípios:Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como

aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou

permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VII - prestar, com a cooperação técnica e VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;de atendimento à saúde da população;

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.desta Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.lhes sejam vedadas por esta Constituição.

§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal, com exclusividade de concessão, a empresa estatal, com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado.distribuição, os serviços locais de gás canalizado.

§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela Emenda regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)Constitucional nº 5, de 1995)

Art. 21. Compete à União:Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações

internacionais;internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz;II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional;III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras

transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda;VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza

financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;desenvolvimento econômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob controle XI - explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob controle

acionário estatal, os serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e acionário estatal, os serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços públicos de telecomunicações, assegurada a prestação de serviços demais serviços públicos de telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidades de direito privado através da rede pública de de informações por entidades de direito privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União.telecomunicações explorada pela União.

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

Art. 205. A educação, direito de todos e dever Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.sua qualificação para o trabalho.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.Poder Público.

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma

complementar do sistema único de saúde, segundo complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.sem fins lucrativos.

§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.comercialização.

Ordem econômica ou domínio Ordem econômica ou domínio econômicoeconômico

Ordem econômica em sentido amplo:Ordem econômica em sentido amplo:

Engloba a área destinada aos Engloba a área destinada aos particulares e também o setor de particulares e também o setor de serviços públicosserviços públicos

Ordem econômica em sentido estrito: Ordem econômica em sentido estrito: somente a área destinada à atuação somente a área destinada à atuação dos particularesdos particulares

Serviço PúblicoServiço Público

““Toda atividade material (exclui Toda atividade material (exclui atividade normativa e poder de atividade normativa e poder de polícia) que a lei atribui ao Estado para polícia) que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou por meio que exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”. jurídico total ou parcialmente público”. Maria S. Zanella Di Pietro.Maria S. Zanella Di Pietro.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e I - o regime das empresas concessionárias e

permissionárias de serviços públicos, o caráter permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;permissão;

II - os direitos dos usuários;II - os direitos dos usuários; III - política tarifária;III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado.IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)Constitucional nº 19, de 1998)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)Constitucional nº 19, de 1998)

Eros Roberto Grau:

Intervenção no domínio econômico Absorção: ocorre quando o Estado atua

em regime de monopólio, avocando para si a iniciativa de exploração de determinada atividade econômica; (art. 177)

Participação: o Estado atua paralelamente aos particulares, empreendendo em atividades econômicas, ou, ainda, prestando serviço público economicamente explorável, concomitantemente com a iniciativa privada. (art. 173)

Intervenção sobre o domínio econômico Direção: ocorre quando o Estado atua na

economia por meio de instrumentos normativos de pressão, seja através de edição de leis ou de atos normativos; (art. 174)

Indução: ocorre quando o Estado incentiva, por meio de benesses creditícias, a prática de determinados setores econômicos, seja através de benefícios fiscais, abertura linhas de crédito para fins de incentivo de determinadas atividades, por meio de instituições financeiras privadas ou oficiais de fomento.

Art. 174. Como agente normativo e Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este planejamento, sendo este determinante para o setor público e determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.indicativo para o setor privado.

monopóliomonopólio

Monarquia absolutista: “onde há riqueza Monarquia absolutista: “onde há riqueza aí está a autoridade pública, sombra do aí está a autoridade pública, sombra do rei, com antecipação à exploração rei, com antecipação à exploração econômica”.econômica”.

Período colonial e em menor escala, Período colonial e em menor escala, imperialimperial

Pau brasil, tabaco (1674), sal, 1658, Pau brasil, tabaco (1674), sal, 1658, diamantes (1731)diamantes (1731)

Com a CF/1891, diminuição dos Com a CF/1891, diminuição dos monopóliosmonopólios

Petróleo – lei 2004/1953Petróleo – lei 2004/1953 Carta de 1967, art. 162Carta de 1967, art. 162

Flexibilização - § 1° do artigo 177Flexibilização - § 1° do artigo 177

Serviço postal?Serviço postal? Decreto-lei 1191/39 – lei 6538/78Decreto-lei 1191/39 – lei 6538/78

Minérios nucleares – lei 4118/1962Minérios nucleares – lei 4118/1962 Jazidas minerais? – art. 5°, IX e 176Jazidas minerais? – art. 5°, IX e 176

MonopólioMonopólio é a exploração exclusiva de é a exploração exclusiva de determinada atividade econômica por determinada atividade econômica por um único agente (ou alguns agentes – um único agente (ou alguns agentes – oligopóliooligopólio), não se admitindo a entrada ), não se admitindo a entrada de outros competidores ... por força de de outros competidores ... por força de obstáculos naturais ou artificiais.” obstáculos naturais ou artificiais.” (Leonardo Vizeu Fiqueiredo, Lições, p. (Leonardo Vizeu Fiqueiredo, Lições, p. 92).92).

Monopólio, oligopólio, monopsônio.Monopólio, oligopólio, monopsônio. MonopsônioMonopsônio é uma forma de mercado com apenas um é uma forma de mercado com apenas um

comprador, chamado de monopsonista, e inúmeros comprador, chamado de monopsonista, e inúmeros vendedores. É um tipo de competição imperfeita, inverso ao vendedores. É um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um vendedor e vários caso do monopólio, onde existe apenas um vendedor e vários compradorescompradores

““Monopólio natural decorre da Monopólio natural decorre da circunstância peculiar em que a circunstância peculiar em que a exploração de determinada atividade exploração de determinada atividade somente será economicamente eficiente somente será economicamente eficiente se for realizada por um único indivíduo.”se for realizada por um único indivíduo.”

(André Ramos Tavares)(André Ramos Tavares) Causas: escassez de determinado bemCausas: escassez de determinado bem Ausência de capacitação tecnológica a Ausência de capacitação tecnológica a

possibilitar o acesso de outros possibilitar o acesso de outros interessados.interessados.

Empresa detém a patente sobre o Empresa detém a patente sobre o produto ou detém a única fonte de produto ou detém a única fonte de matéria primamatéria prima

Lei 8884/94:Lei 8884/94:                 Art. 20. Constituem infração da ordem econômica, Art. 20. Constituem infração da ordem econômica,

independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:

                I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;concorrência ou a livre iniciativa;

                II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;                 III - aumentar arbitrariamente os lucros;III - aumentar arbitrariamente os lucros;                 IV - exercer de forma abusiva posição dominante.IV - exercer de forma abusiva posição dominante.                 § 1º A conquista de mercado resultante de processo natural § 1º A conquista de mercado resultante de processo natural

fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II.competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II.

                § 2º Ocorre posição dominante quando uma empresa ou grupo § 2º Ocorre posição dominante quando uma empresa ou grupo de empresas controla parcela substancial de mercado relevante, de empresas controla parcela substancial de mercado relevante, como fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de um como fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de um produto, serviço ou tecnologia a ele relativa.produto, serviço ou tecnologia a ele relativa.

                § 3º A posição dominante a que se refere o parágrafo anterior é § 3º A posição dominante a que se refere o parágrafo anterior é presumida quando a empresa ou grupo de empresas controla 20% presumida quando a empresa ou grupo de empresas controla 20% (vinte por cento) de mercado relevante, podendo este percentual ser (vinte por cento) de mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da economia. (Redação alterado pelo CADE para setores específicos da economia. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.95)dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.95)

Monopólio artificial: decorre da Monopólio artificial: decorre da vontade do agente econômico e da vontade do agente econômico e da possibilidade econômica ou legal que possibilidade econômica ou legal que este tem de implementá-lo.este tem de implementá-lo.

Pode ser estatal ou privado:Pode ser estatal ou privado: Privado: motivos egoísticos, lucroPrivado: motivos egoísticos, lucro Estatal: busca preservar ou Estatal: busca preservar ou

implementar (ao menos em tese) o implementar (ao menos em tese) o interesse públicointeresse público

C.F./88: não há a possibilidade de o C.F./88: não há a possibilidade de o legislador infraconstitucional promover legislador infraconstitucional promover a intervenção estatal salvo nos casos a intervenção estatal salvo nos casos expressamente excepcionados no expressamente excepcionados no próprio texto constitucional.próprio texto constitucional.

C.F./67 e 69, artigos 157 e 163:C.F./67 e 69, artigos 157 e 163:

““São facultados a intervenção no domínio São facultados a intervenção no domínio econômico e o monopólio de determinada econômico e o monopólio de determinada indústria ou atividade, mediante lei da indústria ou atividade, mediante lei da União...”União...”

Art. 177. Constituem monopólio da União:Art. 177. Constituem monopólio da União: I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades

previstas nos incisos anteriores;previstas nos incisos anteriores; IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de

petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;derivados e gás natural de qualquer origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados.minérios e minerais nucleares e seus derivados.

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas alíneas b b e e c c do inciso XXIII do do inciso XXIII do caput caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

§ 1º O monopólio previsto neste artigo inclui os riscos e resultados decorrentes das atividades nele § 1º O monopólio previsto neste artigo inclui os riscos e resultados decorrentes das atividades nele mencionadas, sendo vedado à União ceder ou conceder qualquer tipo de participação, em espécie mencionadas, sendo vedado à União ceder ou conceder qualquer tipo de participação, em espécie ou em valor, na exploração de jazidas de petróleo ou gás natural, ressalvado o disposto no art. 20, ou em valor, na exploração de jazidas de petróleo ou gás natural, ressalvado o disposto no art. 20, § 1º.§ 1º.

§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades § 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.(Redação previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995) I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído

pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995) II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995) III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 9, de 1995)Constitucional nº 9, de 1995)

Art. 21. Compete à União:Art. 21. Compete à União: XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza

e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas;atividades análogas;c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;de culpa;

                b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)         c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,         c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)         d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe de 2006)         d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de da existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)2006)