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AUMENTO DA EFICIÊNCIA PRODUTIVA ATRAVÉS DA REDUÇÃO DO TEMPO DE SETUP: APLICANDO A TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA EMPRESA DO SETOR DE BEBIDAS Djalma Araújo Rangel (UFPB) [email protected] Liane Márcia Freitas e Silva (UFPB) [email protected] Onildo Ribeiro de Assis II (UFPB) [email protected] Tiago Pinto do Rêgo (UFPB) [email protected] A globalização do mercado, o desenvolvimento tecnológico e a maior exigência dos consumidores em aspectos como custo e prazo obrigam as empresas a fazerem melhor uso de seus recursos e assim aumentar sua eficiência produtiva para que se manntenha de forma competitiva no mercado. Buscando aumentar a eficiência da produção, foi desenvolvida uma metodologia por Shingo, chamada Troca Rápida de Ferramentas (TRF), que visa reduzir o tempo de preparação da máquina ou tempo de setup, por ser uma operação que mantém o processo parado, logo ineficiente. Observando tal importância, este artigo tem como objetivo apresentar os resultados obtidos através da aplicação da metodologia TRF na operação de setup de uma empresa do setor de bebidas, apresentando a situação anterior e posterior às modificações implementadas, finalizando com a comparação entre os dois momentos. De uma forma geral, a utilização da metodologia da TRF na empresa permitiu, além da redução do tempo de setup em aproximadamente 30%, a redução dos erros que ocorriam devido à má execução da mesma, reduzindo assim o nível de desperdício e os custos associados a este. Também foi reduzido o tempo em que a produção permanecia parada para correção dos erros ocorridos no setup, aumentando assim a capacidade produtiva da empresa. Palavras-chaves: Metodologia TRF, eficiência produtiva, setor de bebidas XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

AUMENTO DA EFICIÊNCIA PRODUTIVA ATRAVÉS DA … · produtiva, este trabalho tem como objetivo apresentar a aplicação da metodologia TRF proposta por Shingo (2008) na

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AUMENTO DA EFICIÊNCIA

PRODUTIVA ATRAVÉS DA REDUÇÃO

DO TEMPO DE SETUP: APLICANDO A

TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS

EM UMA EMPRESA DO SETOR DE

BEBIDAS

Djalma Araújo Rangel (UFPB)

[email protected]

Liane Márcia Freitas e Silva (UFPB)

[email protected]

Onildo Ribeiro de Assis II (UFPB)

[email protected]

Tiago Pinto do Rêgo (UFPB)

[email protected]

A globalização do mercado, o desenvolvimento tecnológico e a maior

exigência dos consumidores em aspectos como custo e prazo obrigam

as empresas a fazerem melhor uso de seus recursos e assim aumentar

sua eficiência produtiva para que se manntenha de forma competitiva

no mercado. Buscando aumentar a eficiência da produção, foi

desenvolvida uma metodologia por Shingo, chamada Troca Rápida de

Ferramentas (TRF), que visa reduzir o tempo de preparação da

máquina ou tempo de setup, por ser uma operação que mantém o

processo parado, logo ineficiente. Observando tal importância, este

artigo tem como objetivo apresentar os resultados obtidos através da

aplicação da metodologia TRF na operação de setup de uma empresa

do setor de bebidas, apresentando a situação anterior e posterior às

modificações implementadas, finalizando com a comparação entre os

dois momentos. De uma forma geral, a utilização da metodologia da

TRF na empresa permitiu, além da redução do tempo de setup em

aproximadamente 30%, a redução dos erros que ocorriam devido à má

execução da mesma, reduzindo assim o nível de desperdício e os custos

associados a este. Também foi reduzido o tempo em que a produção

permanecia parada para correção dos erros ocorridos no setup,

aumentando assim a capacidade produtiva da empresa.

Palavras-chaves: Metodologia TRF, eficiência produtiva, setor de

bebidas

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

A globalização do mercado, o desenvolvimento tecnológico e a maior exigência dos

consumidores em aspectos como custo e prazo obrigam as empresas a fazerem melhor uso de

seus recursos e assim aumentar sua eficiência produtiva para que se mantenha de forma

competitiva no mercado. Esse aumento de eficiência pode ser obtido através da aplicação de

algumas ferramentas ou técnicas.

Uma forma de aumentar a eficiência, segundo Singh e Khanduja (2009), é através da redução

do tempo de setup da máquina. O setup é uma atividade de preparação da máquina antes de

iniciar a produção de qualquer produto, porém enquanto esta não é concluída, o processo se

mantém parado, logo ineficiente. Conforme Cakmakci (2008), quanto menor for o tempo de

preparação da máquina, menor poderá ser o tamanho do lote produzido, logo maior será a

eficiência.

Como forma de reduzir o tempo de setup, Shigeo Shingo desenvolveu uma metodologia

chamada Single Minute Exchange of Die (SMED), conhecida no Brasil como Troca Rápida de

Ferramentas (TRF). Shingo (2008) define TRF como um conjunto de técnicas visando a

redução do tempo de setup para menos de dez minutos, possibilitando assim uma produção

com nível de estoque reduzido, aumento de taxas de utilização da máquina, menor índice de

erros de setup, melhoria de qualidade, entre outros ganhos.

Observando a importância da redução do tempo de setup para aumento da eficiência

produtiva, este trabalho tem como objetivo apresentar a aplicação da metodologia TRF

proposta por Shingo (2008) na operação de setup de uma empresa do setor de bebidas,

buscando-se alcançar os vários benefícios oferecidos pelo uso desta metodologia que, de

maneira geral, possibilitem o aumento da eficiência da empresa. Neste intuito, a partir de

visitas à empresa, foram realizadas entrevistas informais com os funcionários, incluindo os

responsáveis pela realização do setup, além de terem sido efetuadas observações in loco e

cronometragem do processo descrito e do processo melhorado, a fim de que fosse possível

mensurar os ganhos obtidos.

Para o atendimento do objetivo pretendido, este trabalho inicia com uma revisão bibliográfica

apresentando conceitos sobre o estudo de tempos e movimentos e Troca Rápida de

Ferramentas (seção 2). Em seguida são descritos os procedimentos metodológicos para

obtenção do objetivo deste trabalho (seção 3), seguido da aplicação da TRF, onde é

apresentada a situação em que se encontrava inicialmente, e também posteriormente às

modificações realizadas e os resultados obtidos (seção 4). E finaliza com as conclusões

possíveis com a análise dos dados (seção 5).

2. Estudo de Métodos e Tempos

O estudo de métodos e tempos, também conhecido pelos termos Engenharia de Métodos,

Projeto de Trabalho ou Estudo de Trabalho, é definido segundo Barnes (1977) como um

estudo sistemático dos sistemas de trabalho com o objetivo de tornar uma determinada

operação eficiente e padronizada. Este estudo é dado através do desenvolvimento e

padronização de um método melhorado de realizar a operação, determinação do tempo gasto

para realizá-la e orientação ao treinamento do trabalhador no método desenvolvido. Este

estudo objetiva racionalizar o método de trabalho, de maneira que, ele ocorra com o uso mais

eficiente de recursos produtivos, notadamente, o uso da mão-de-obra.

3

Para que tais objetivos sejam alcançados, podem-se identificar três fases principais: descrição

e análise do método de trabalho, padronização do novo método e, por fim, a determinação do

tempo-padrão. A fase de Padronizar a operação trata de, após ter sido selecionada a melhor

solução, dividir a operação em trabalhos específicos, os descrevendo detalhadamente. Na

descrição devem ter definidos conjunto de movimentos do operador, dimensões, forma e

qualidade do material, equipamentos. Após padronizar a operação, determina-se o número-

padrão de minutos que uma pessoa qualificada, treinada e com experiência gasta para

executá-la trabalhando em ritmo normal. O método mais utilizado para a medição do trabalho

humano é a cronometragem. Após todas as fases anteriores, o operador é treinado para que ele

realize a operação seguindo o método estabelecido.

O desenvolvimento do estudo de tempos e movimentos teve como objetivo melhorar as

operações relacionadas diretamente com as atividades produtivas. Buscando este mesmo

objetivo, em 1950, em um estudo realizado na planta Mazda da Toyo Kogyo em Hiroshima,

visando eliminar os gargalos causados por grandes prensas e aumentar sua capacidade, Shigeo

Shingo observou que a limitação do seu uso era definida por uma operação de setup e não

uma por operação produtiva. A partir disso, começou a desenvolver uma metodologia

analítica que objetivava racionalizar o método utilizado para a realização dos setups, sendo

concluída em 1969. Esta metodologia segue descrita no próximo item.

2.1 TRF – Troca Rápida de Ferramenta (SMED - Single Minute Exchange of Die)

Com a necessidade de aumentar a eficiência produtiva, especificamente voltada para o

método de realização de setups, Shingo (2008) desenvolveu uma metodologia que foi

popularizada por SMED e que no Brasil foi denominada de TRF (Troca Rápida de

Ferramentas), esta que visa reduzir o tempo das operações de setup.

O setup segundo Moura (1996) é o tempo decorrente para que todas as tarefas necessárias

desde o momento em que se tenha completado a última peça do lote anterior até o momento

em que se tenha fabricado a primeira peça do lote seguinte. Seguindo a mesma definição,

Black (1998) delimita como sendo o tempo desde a última peça produzida com qualidade boa

até a primeira peça em mesmo estado de adequação do próximo setup.

Shingo (2008) identificou que as operações de setup podiam ser de dois tipos: setup interno e

setup externo. Classificam-se em Setup Interno as operações que só podem ser realizadas

quando a máquina estiver parada e em Setup Externo as operações que podem ser realizadas

com a máquina em funcionamento. Para Shingo (2008) o setup ainda pode ser dividido em

quatro funções, conforme apresentada na tabela 1. Nesta, observa-se que, a maior parcela de

tempo dentro de toda atividade de setup corresponde aos testes e ajustes, bem como na

preparação das ferramentas e toda matéria-prima necessárias ao setup.

Operação Proporção de Tempo

Preparação, ajustes pós-processamento e

verificação de matéria-prima, matrizes, guias, etc. 30%

Montagem e remoção das matrizes, etc. 05%

Centragem, dimensionamento e estabelecimento

de outras condições. 15%

Corridas de testes e Ajustes 50%

Fonte: Adaptado de Shingo (2008)

Tabela 1 - Operações do Setup

4

Segundo Harmon & Peterson (1991), a redução do tempo gasto em setup é uma condição

necessária para diminuir o custo de sua preparação, sendo importante esta redução por três

razões: primeiro se refere ao fato da possibilidade do custo de setup ser de grande valor, se

positivo os lotes de fabricação tendem a tamanhos maiores, o que aumenta a despesa em

estoques. Contrariamente, quando se tem reduzidos tempos de setup, obtêm-se um aumento

no tempo de operação do equipamento; e por fim as técnicas mais eficientes de troca de

ferramentas encurtam as possibilidades de erros na regulagem dos equipamentos.

A Troca Rápida de Ferramentas, de acordo com Black (1998), é um método científico

baseado na análise de tempos e movimentos relativos às operações de setup e tudo que estiver

incluído neste período de tempo é objetivo de melhoria a ser realizada através da TRF. De

forma análoga os autores Fagundes e Fogliatto (2003) definem como sendo uma metodologia

para redução dos tempos de preparação e aumento na agilidade do ajuste em equipamentos,

possibilitando a produção econômica em pequenos e médios lotes em menos tempo por meio

da minimização ou eliminação das perdas relacionadas ao processo de troca de ferramentas.

Conforme Moura (1996) a TRF propõe a eliminação de todos os passos dispensáveis,

melhorar os passos essenciais para a regulagem da máquina e a padronizar o modelo

escolhido. Portanto a TRF é fundamental, segundo Idrogo et al. (2008) para a obtenção da

qualidade necessária à manutenção da estratégia competitiva da empresa em relação aos

clientes e mercados.

Além da redução dos tempos de setup, a aplicação do sistema TRF permite conforme Shingo

(2008):

Vantagem Motivo

Produção sem estoque Pedidos de baixo volume e alta diversificação podem ser realizados em pequenos

lotes devido ao tempo reduzido de setup, não gerando estoques.

Aumento das taxas de

utilização de máquina

e capacidade produtiva

Com a redução do tempo de setup, os índices de utilização da máquina e a

produtividade aumentam.

Eliminação dos erros

de setup Com a eliminação de operações experimentais é reduzida a incidência de efeitos.

Qualidade melhorada As condições operacionais são reguladas com antecedência melhorando a qualidade.

Maior segurança Operações se tornam mais seguras devido a sua simplicidade.

Housekeeping

simplificado O número de ferramentas necessárias é reduzido devido à padronização do setup.

Menores despesas Aumenta a produtividade diminuindo o custo.

Preferência do

operador Devido à simplicidade e rapidez do setup, não há razões para evitá-la.

Menor exigência de

qualificação

A simplicidade das operações de setup elimina a necessidade de mão-de-obra

qualificada

Tempo de produção

reduzido

Com a redução de tamanho do lote, reduz também o tempo que um lote inteiro espera

para ser processado e o tempo que cada peça do lote espera para a conclusão do

restante das peças do mesmo lote.

Aumento da

flexibilidade de

produção

Permite responder rapidamente a mudanças da demanda.

Eliminação de

paradigmas conceituais O aumento do número de setup não significa menor produtividade.

Fonte: Adaptado de Shingo (2008)

Quadro 1 – Vantagens visualizadas pelo uso da TRF

2.2 Técnicas para aplicação da TRF

5

A Troca Rápida de Ferramentas tem como objetivo principal a redução e a simplificação do

setup por meio da redução ou até a eliminação das perdas relacionadas a esse tipo de

operação. De acordo com essa função, foram estabelecidas diversas técnicas ao longo dos

anos, todas tendo como base a metodologia primária da TRF. Dessa forma, a primeira

metodologia foi estruturada por Shingo (2008), no qual define uma visão inicialmente

estratégica que sugere a minimização das perdas decorrentes da troca de produtos em uma

operação: estratégias envolvendo habilidades, onde os procedimentos eficientes no setup

resultam do conhecimento empírico do operador ou preparador sobre o equipamento e de suas

habilidades e experiências nas tarefas inerentes ao procedimento; e estratégias envolvendo o

tamanho do lote, que podem ser variantes de acordo com o tempo e o custo de setup. Após a

definição estratégica, Shingo (2008), apresenta quatro estágios conceituais para implantação

destas estratégias, são eles:

ESTÁGIOS CONCEITO

Estágio Inicial Estudam-se detalhadamente as condições atuais de chão de fábrica

através da cronometragem, amostragem, etc.

Estágio 1: Separando Setup

Interno e Externo

Classificação das operações de setup em setup interno ou setup

externo, ou seja, definem-se as atividades que são realizadas com a

máquina parada ou com a máquina em funcionamento.

Estágio 2: Convertendo Setup

Interno em Externo

Análise das atividades classificadas visando a conversão, se

possível, das atividades de setup interno em atividades setup

externo.

Estágio 3: Racionalizando todos

os aspectos da operação de

setup

Realizar esforços para a racionalização das operações de setup com

o objetivo de reduzir o tempo de setup interno e de reduzir as falhas

de setup externo.

Fonte: Shingo (2008)

Quadro 2 - Estágio Conceituais da melhoria de Setup

Os quatro estágios apontam que a TRF é composta por duas linhas principais, a análise e a

implementação, diferenciando as operações de setup interno e externo e a racionalização das

operações. Para a redução do tempo de setup e aplicação dos estágios conceituais citados

anteriormente, Shingo (2008) propõe o uso de oito técnicas. A técnica 1 corresponde ao

primeiro estágio da TRF, a técnica 2 ao segundo estágio e as técnicas de 3 a 8 referem-se ao

terceiro estágio. São elas:

Separação de operações de setup interno e externo: identificação de todas as atividades e

determinação das operações a serem executadas com a máquina parada (setup interno) e

com a máquina em funcionamento (setup externo);

Converter setup interno em externo: reexaminar e analisar criteriosamente as operações

verificando se foi classificada corretamente e buscar meios para converter operações

internas em externas;

Padronizar a função, não a forma: ao unificar a forma, a produção encarece devido ao fato

de todas as peças terem que se adequar ao tamanho da maior, como solução satisfaz

padronizar os locais de encaixe ou engate;

Utilizar grampos funcionais ou eliminar os grampos: substituição de parafusos, que

demandam bastante tempo para fixação e retirada, para peças de fácil encaixe ou fixação

de único toque;

Utilizar dispositivos intermediários: algumas peças precisam de um fino ajuste na máquina,

gerando setup interno, porém pode ser resolvido com a aplicação de gabaritos

6

padronizados para realizar o setup externamente ou com a construção de outra base de

produção para a mesma máquina que posteriormente será fixado na máquina;

Adotar operações paralelas: enquanto a máquina realiza uma tarefa de setup um operador

executa enquanto outros operadores realizam tarefas diferentes simultaneamente, todos

com o objetivo de por a máquina em funcionamento, reduzindo perdas de deslocamento e

reduzindo as horas-homem no setup;

Eliminar ajustes: tornar desnecessário os ajustes e calibragens para trocas, podendo ser

substituídos por interruptores de curso e gabaritos;

Mecanização: aconselhável para máquinas de grande dimensão, a automatização das

operações reduz o custo da troca, porém é necessário um investimento inicial sendo

aconselhada após a aplicação das técnicas anteriores.

Em relação à metodologia proposta por Shingo, Sugai et al. sugerem perspectivas relevantes

nas atividades de setup como a interferência da sequência de peças, as perdas durante os

períodos de desaceleração e aceleração e pontos relacionados quanto melhorias em projeto

(design for changeover). Fagundes e Fogliatto (2003) aludem também a um complemento que

indique o tempo de setup, antes e depois da implantação, ou pelo cálculo do lote econômico

de produção. Harmon e Peterson (1991) propõem uma classificação das operações de setup

em três tipos: mainline (ou principais) que correspondem ao setup interno; offline (ou

secundárias) correspondentes ao setup externo; e por fim as operações desnecessárias que não

contribuem para a melhoria e que devem ser eliminadas. Gilmore e Smith (1996)

apresentaram a proposta da possibilidade das técnicas serem aplicadas sem uma sequência

estabelecida, sendo definido de acordo com o mais apropriado para o problema em questão.

Outras metodologias para Troca Rápida de Ferramentas também foram apresentadas por

Mondem (1983), Kannenberg (1994), Hay (1987) e Black (1998), apresentadas a seguir:

A proposta de Mondem (1983) está definida nas estratégias de distinção das ações de setup

interno e externo; eliminação de ajustes por meio de estudos na fase de projeto e busca de

padronização das ferramentas; e eliminação do processo de troca de ferramentas por meio

da intercambiabilidade entre peças e produção paralela de várias peças. Em relação às

técnicas de implantação, a diferença em relação à proposta de Shingo, está em padronizar

unicamente as peças necessárias à redução do tempo de troca da ferramenta, confrontando

o custo do investimento com a redução do setup;

Hay (1987) também inicia sua proposta considerando como primeira etapa o compromisso

da alta gerência. A segunda etapa menciona a escolha do processo a ser melhorado,

passando pela terceira etapa referente à escolha de uma equipe multidisciplinar responsável

pela melhoria. A quarta etapa se assemelha a Shingo ao tratar sobre a separação de setup

interno e externo, conversão de setup interno em externo e eliminação de ajustes, tendo

como quinta e última etapa a garantia da fluência das operações eliminando problemas

encontrados nas atividades, como a falta de ferramentas;

Kannenberg (1994) divide os métodos em níveis estratégico, tático e operacional. No nível

estratégico o autor inicia sua proposta defendendo a idéia da alta gerência estar

comprometida com a implantação da TRF de forma a garantir o sucesso, em sequência à

formação de uma equipe responsável pelo planejamento e controle da implantação

finalizando o nível com uma avaliação do processo produtivo em relação ao crescimento

esperado. O nível tático refere-se à divulgação das políticas da empresa a médio e longo

prazo sobre investimentos, projetos e metas. O nível operacional não difere das técnicas

dois a oito propostas por Shingo;

7

Black (1998) divide sua proposta em sete passos: o primeiro consiste em determinar o

método existente utilizando a análise das operações com o estudo de tempos e movimentos

relacionados ao setup; os passos 2, 3 e 4 (separar os elementos internos e externos,

migração de setup interno em externo e racionalizar elementos internos) correspondem ao

estágio 2 e 3 de Shingo; os passos 5, 6 e 7 (análise dos métodos utilizados, padronização e

eliminação de ajustes e extinguir o setup, respectivamente) detalham o estágio 4.

A seguir há um quadro comparativo das propostas metodológicas desenvolvidas por todos os

autores mencionados anteriormente.

Shingo (2008) Modem (1984) Hay (1992)

Kannenberg

(1994) Black (1998)

Sistemática

e principais

contribuições

do autor

Criação da

metodologia

SMED através de 4

estágios

conceituais e 8

técnicas

Segue Shingo nos

4 estágios

conceituais e 6

técnicas

Ênfase na equipe de

liderança. Método

em 9 etapas

Método em 9

etapas dividido

em estratégico,

tático e

operacional

Método em 7

etapas; ênfase

no estudo de

tempos e

movimentos

Criação do

ambiente

favorável à

implantação

de TRF

Parte do

pressuposto da

existência do STP

-

Procura envolver a

alta administração,

time de projeto e

treinamento

Procura envolver

a alta

administração

-

Determinação

do método existente

Estágio preliminar,

cronoanálise,

entrevistas e

filmagem

Idem a Shingo

Uso das técnicas

propostas por Shingo

e Mondem

Uso das técnicas

propostas por

Shingo e

Mondem

Estudo de

tempos

e movimentos

Uso das

técnicas

propostas

por Shingo

Separação

setup interno

e externo

Corresponde ao

estágio 1, uso

de check list,

organização e

eliminação de

transporte

Considerado o

conceito de maior

importância pelo

autor

Conversão

setup interno

em externo

Estágio 2, consiste

na análise das

atividades

realizadas,

aplicando técnicas

de melhoria

A conversão do

setup interno para

externo é analisada

junto à

padronização de

funções

Racionalização

de atividades

Estágio 3,

aplicando técnicas

específicas de

melhoria

Propõe 5 técnicas

para melhoria

Estudo de sistemas

de fixação e redução

de movimentos

Análise dos

métodos e

eliminação

de ajustes

Padronizar práticas

de setup

A cada nova

melhoria, no chão

de fábrica

conforme método

científico

Sem grande ênfase

neste tópico

Preocupa-se com a

fluência das

atividades e a

repetibilidade

Uso da

documentação

obtida no

processo

(check list,

filmagens)

Eliminar

ajustes

Abordado na

racionalização de

atividades

Ênfase por optar

pela eliminação de

ajuste desde início

do projeto

Auto-

posicionamento de

ferramentas;

eliminar corridas de

teste

Idem a Shingo

Autores Questões

8

Eliminar

setup -

Através da

mecanização e

intercambialidade

de ferramentas

-

Propõe a

análise

de viabilidade

econômica

para

eliminação

de setup

Fonte: Wiese (2007)

Quadro 3 - Comparativo entre propostas metodológicas

3. Procedimentos Metodológicos

Essa pesquisa pode ser classificada como metodológica, pelo fato de utilizar métodos ou

procedimentos já explicitados anteriormente. No caso específico explorado será

implementada a metodologia conhecida por troca rápida de ferramentas (TRF) desenvolvida

por Shingo originalmente em 1969. A pesquisa também é intervencionista, pois teve como

objetivo alterar a situação encontrada relativa ao tempo de setup em uma empresa produtora

de bebidas, especificamente no processo de envase de bebidas, onde existia a ocorrência de

um elevado setup em uma máquina cuja função é posicionar as garrafas, onde se observou

que além de ser grande o tempo de setup, havia muitas perdas de material devido aos erros

ocorridos nas operações de setup.

Como meio para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado um estudo de caso, realizado

nesta empresa do setor de bebidas, em que a coleta de dados, foi possível a partir de visitas in

loco, a fim de conhecer o método de realização de setup tradicional. Além disso, nestas

oportunidades foram realizadas entrevistas informais com os funcionários que estavam

diretamente envolvidos na realização do setup, no intuito também de melhor perceber o

método utilizado.

A partir desta fase de mapeamento, passou para o processo de análise de dados, momento em

que foram aplicados os quatro estágios da metodologia desenvolvida por Shingo (2008), a fim

de que fosse possível a partir destas análises, propor um método melhorado para a execução

da atividade de setup, e com isso, alcançar todas as vantagens associadas a esta metodologia.

4. Estudo de Caso

A seguir será apresentado como se realiza o processo de envase de bebidas na empresa

estudada, seguindo com a aplicação da metodologia TRF proposta por Shingo (2008) e os

resultados obtidos através dela.

4.1 Processo de Envase de bebidas

O processo de envase de bebidas se inicia com a saída das pré-formas do almoxarifado,

transportadas em caixas por empilhadeiras até o setor SIDEL, onde a caixa de pré-formas é

destampada e logo depois a própria maquina puxa a caixa e derruba em um recipiente interno

da mesma. Na máquina as pré-formas passam pelo forno, e logo depois passam por um

processo de sopragem, tomando o formato de garrafa. Ao sair da máquina, as garrafas são

transportadas por esteiras até os silos, cada silo é destinado a garrafas de formatos distintos e

serão acionados de acordo com a programação da produção. Na extremidade inferior do silo

há um funil que despeja as garrafas em outra esteira que alimenta a POSIMAT (posicionadora

de garrafas), onde são posicionadas de gargalo pra cima, e levadas através de túnel de vento

até a enchedora, passando por um processo de higienização e logo depois são envasadas e

recebem a tampa. Ao sair da cabine de envase, são transportadas através de esteira até a

rotuladora, recebendo o rótulo de acordo com produto específico, sendo em seguida

9

transportadas por esteira até a empacotadora, formando pacotes de 12 garrafas para os

formatos, 500ml, 330ml, e 250ml. No caso dos formatos 2000ml e 1500ml são formados

pacotes de 6 garrafas. Em seguida os pacotes são levados até o estoque de produtos acabados,

onde são inspecionados e liberados para logística.

Analisando o sistema de produção verificou-se que a empresa não envasa todos os seus

produtos ao mesmo tempo, de modo que, o processo pode ser classificado como discreto em

lotes, fato este que indica a necessidade da ocorrência de setups na troca dos produtos. A

empresa segue a uma programação estabelecida pelo setor de logística, setor que engloba a

atividade de PCP na empresa, e por isso, é responsável pela programação da produção da

empresa.

Analisando os setups das máquinas desse processo, verificou-se um tempo excessivo de troca

de produtos na Posimat e um alto índice de erro de setup, possuindo o maior tempo

consumindo aproximadamente 67 minutos para a troca de linha, mostrando a necessidade na

melhoria do setup dessa máquina. A máquina pode ser visualizada na figura 1.

Fonte: Site Posimat

Figura 1 - Máquina Posimat

4.2 Estágio Inicial

Observando o setup da máquina, foi notado que o mesmo possuía várias operações que

poderiam ser melhoradas, além disso, foram medidos os tempos médios de cada uma delas,

conforme é apresentado na tabela 2.

OPERAÇÕES TEMPO (min)

1. Parada de Máquina 0,83

2. Trocar Funis e Berços 41,0

3. Trocar dos Copos 4,38

4. Regular Altura da Chapa da Guia 1,08

5. Regular Guias 1,75

6. Ajustar Altura do Transferar 6,17

7. Ajustar Laterais do Transferar 6,13

8. Ajustar Velocidade dos Extratores e da Máquina 6,17

TOTAL 67,51

Tabela 2 - Tempo médio das atividades de Setup encontrado

No método da atividade de setup observada na empresa nesta máquina, um único operador

realiza todas as atividades de setup da máquina. Observando as operações e tempos ilustrados

na tabela 2 percebeu-se que:

10

O tempo de parada de máquina compreende o tempo que a máquina necessita para parar de

girar e seja possível iniciar as atividades seguintes do setup;

A troca de funis e berços trata da substituição dessas peças de acordo com as dimensões

das garrafas do tipo de produto que será produzido. Nessa atividade, o operador, após a

parada da máquina, transportava os berços de cinco em cinco a serem substituídos,

localizados em uma estante, e apenas após carregar todos os berços eram carregados os

funis, de dois em dois, localizados numa caixa de papelão. Após o carregamento destes

componentes para próximo da máquina, o operador iniciava a retirada de berços e funis,

retirando primeiro um berço e em seguida um funil, e então instalava um novo berço e um

novo funil, um a um. Essa atividade incidia em um alto índice de erros pelo fato de que o

operador não sabia se já havia trocado as peças, erros esses que só eram notados com o

início da produção, quando as garrafas ou saíam amassadas ou caíam fora de posição nos

copos, exigindo uma nova parada para setup da máquina;

A atividade Trocar copos trata-se apenas de fazer a troca dos copos de acordo com a

dimensão da garrafa que será envasada;

Regular altura da chapa guia é uma atividade que consiste em folgar ou apertar um

manípulo que altera o espaço em que a garrafa entra em contato com os berços para serem

posicionadas na posição correta nos copos. Para garrafas maiores folga-se o manípulo, para

garrafas menores aperta-se o manípulo;

Transferar é o sistema de transporte aéreo, onde as garrafas ficam apoiadas pelas abas que

existem abaixo de seu gargalo e turbinas sopram empurrando as garrafas até a enchedora.

Sua regulagem de altura e laterais é definida segundo a dimensão da garrafa que estiver em

processo. A regulagem de altura posiciona o transferar no nível do gargalo das garrafas, e é

realizada girando-se um manípulo que consistia em uma barra de ferro. A regulagem da

lateral impede que a garrafa balance durante o transporte e caia, sendo essa regulagem

realizada manualmente;

O ajuste da velocidade dos extratores e da máquina é realizado diretamente no painel da

máquina. A dimensão da garrafa é o critério que define a velocidade de rotação. Quanto

menor a garrafa menor é seu peso, e se sua velocidade for muita alta para as garrafas de

menor dimensão, elas tendem a cair fora do copo.

4.3 Estágio 1: Separando Setup Interno e Externo

Todas as operações de setup até o momento em que o estudo foi desenvolvido eram realizadas

com a máquina parada, logo todas se classificam como setup interno de acordo com Shingo

(2008).

4.4 Estágio 2: Convertendo Setup Interno em Externo

Entre as operações classificadas como setup interno, a única em que se percebe a

possibilidade de ser convertida para setup externo foi a operação 2 (Troca de Funis e Berços),

pois é a única atividade que, parte dela, pode ser realizada com a máquina ainda em

funcionamento. Como explicado anteriormente, apenas após a parada da máquina eram

transportados os funis e os berços para as proximidades da máquina. Como não há

necessidade da parada da máquina para realizar esta operação, esta pode ser convertida em

setup externo.

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Figura 2 - Armazenamento de Berços a instalar Figura 3 - Armazenamento de Funis a instalar

Para convertê-la em setup externo foi desenvolvido um carrinho para movimentar todas as

peças ao local da operação antes do desligamento da máquina, para que então fosse realizada

a troca das peças. Além disso, foi necessário subdividir a operação 2 em quatro: retirar todos

os funis, retirar todos os berços, montar novos berços e montar novos funis. Seguindo este

método pode-se reduzir o tempo e o número de erros de setup e facilitar o trabalho de troca

das peças pelo fato de que, ao ordenar dessa maneira, o operador precisa fazer menos esforço

para girar o carrossel da máquina devido ao peso dos funis e berços. Uma ilustração desse

carrinho segue apresentado na figura 4.

Figura 4 – Carrinho para armazenagem e movimentação de berços e funis

A partir das melhorias projetadas, pensou-se em um método melhorado, descrito a partir de

uma nova sequência de operações, demonstrado no quadro 4, onde agora o transporte dos

funis e berços é realizado antes da parada da máquina.

OPERAÇÕES

SETUP EXTERNO

1. Movimentar carro com peças

SETUP INTERNO

2. Parada de máquina

3. Retirar todos os Funis

4. Retirar todos os Berços

5. Montar novos Berços

6. Montar novos Funis

7. Trocar Copos

8. Regular Guias

9. Ajustar Altura do Transferar

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10. Ajustar Laterais do Transferar

11. Ajustar Velocidade dos Extratores e da Máquina

SETUP EXTERNO

12. Movimentar carro com as peças retiradas

Quadro 4 – Método melhorado para a atividade de setup

4.5 Estágio 3: Racionalizando todos os aspectos da Operação de Setup

Após o estágio de conversão de setup interno em externo, buscou-se realizar melhorias nas

atividades de setup de forma que permitisse realizá-las mais rapidamente e/ou com um menor

índice de erros.

Para a atividade 3, aumentou-se a abertura da bandeja para retirada de funis da máquina

durante o setup, assim, o operador poderia retirar três funis por vez, ao invés de apenas um

(Figura 5), facilitando ainda mais girar o carrossel da máquina, já que agora quando é

necessário girar o carrossel serão retiradas mais de uma peça por vez.

Percebeu-se ainda que na regulagem de altura do transferar, o manípulo de regulagem era de

difícil acesso para o operador (figura 6), e foi identificado como uma oportunidade de

melhoria a troca do manípulo que era apenas uma barra de ferro por um volante

emborrachado.

Figura 5 – Bandeja para retirada de Funis Figura 6 - Regulagem de altura do transferar por barra

Algumas sugestões de melhoria que ou foram rejeitadas pela empresa ou não foram

implementadas até o momento foram:

A utilização de um sistema pneumático para regular a altura do transferar (atividade 9),

porém o alto investimento inicial desestimulou a empresa em implantar tal solução, o que

poderia reduzir o tempo dessa operação;

As operações de regulagem e ajuste (atividades 7, 8, 9, 10 e 11) poderiam ser realizadas

em paralelo às operações relacionadas aos berços e funis (atividades 3, 4, 5 e 6), reduzindo

assim o tempo total de setup aproximadamente em 19,75 minutos. Além disso, a

regulagem da altura poderia ser feita através do uso de gabaritos ou de um mecanismo de

engate rápido para cada altura, reduzindo o tempo gasto nessa operação;

Os berços poderiam ter cores diferentes de acordo com a dimensão deles, reduzindo erros

de setup, e se mesmo assim ocorrer um erro, facilita a identificação do berço de dimensão

errada que foi instalado no carrossel da máquina.

Antes da utilização da metodologia TRF foi medido que o tempo médio de setup da máquina

Posimat era de 67,51 minutos. Com as alterações implementadas, o tempo médio de setup

passou a ser de 47,58 minutos, reduzindo assim o tempo total de setup em 19,93 minutos. Este

redução consistiu essencialmente na atividade relacionada à troca de funis e berços, que era de

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41 minutos e passou para 27 minutos. Com a aplicação da TRF, pode-se conseguir um ganho

de tempo de aproximadamente 30% do tempo total de setup anterior. Os tempos individuais

das atividades de setup podem ser vistos na figura 7.

Figura 7 - Tempo do novo método de setup

Além da redução do tempo de setup, com a redução dos erros que ocorriam devido à má

execução da mesma, diminuiu-se a quantidade de garrafas que saiam não conformes da

máquina, ou seja, reduzindo o nível de desperdício e os custos associados a este. Também foi

reduzido o tempo em que a produção permanecia parada para correção dos erros ocorridos no

setup, aumentando assim a capacidade produtiva da empresa. Todos os ganhos são de difícil

mensuração, logo são benefícios de ordem qualitativa que a empresa obteve também pela

implementação da metodologia TRF.

O resultado obtido com esta aplicação pode permitir também que a empresa mude a

programação da produção mais rapidamente, criando condições para que os lotes de produção

sejam reduzidos, e com isso, haja menor ocorrência de perdas por esperas, o que possibilita

aumento da eficiência operacional.

É importante comentar que o tempo encontrado ainda pode ser reduzido consideravelmente

através de algumas medidas que a empresa não adotou até o momento e devido à medição de

tempo médio ter sido efetuada pouco depois de terem sido implementadas as mudanças, sem

que houvesse tempo hábil para aprendizado no novo método proposto por parte dos

funcionários que executam as operações de setup na Posimat.

5. Conclusão

Como foi abordado pelos autores citados neste trabalho, o uso da metodologia TRF,

desenvolvida por Shigeo Shingo, além de reduzir o tempo de setup e assim aumentar a

capacidade de produção, pode trazer também benefícios como eliminação de erros de setup,

simplificação da operação, redução do tamanho dos lotes e assim reduzir o tempo de espera.

Com a aplicação da TRF, apresentada neste trabalho, algumas desses benefícios foram

obtidos, tornando a empresa estudada mais competitiva, podendo ainda ampliar tais benefícios

através da implementação de algumas melhorias ainda não acatadas, dado que o mercado

exige cada vez mais uma maior eficiência na gestão de seus recursos de produção.

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