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2012.03.30 • semanário regional FUNDADO EM 2006. DIRECTOR: ANTÓNIO JOSÉ BRITO // ANO: 6 // N: 303 0,70 IVA INCLUÍDO PUB ALJUSTREL DEBATE SEGURANÇA NAS MINAS JORNADAS IBÉRICAS >p09 Ferreira quer fixar pessoas Desafinação na candidatura do cante alentejano ENTREVISTA > Presidente da Câmara de Ferrei- ra do Alentejo, Aníbal Reis Costa, continua a apos- tar no desenvolvimento económico do concelho e assume desafio de fixar e atrair mais pessoas. >AUTARQUIAS Mértola inaugura mercado A partir deste sábado, 31, a popu- lação de Mértola vai ter mais um mo- tivo para comprar no comércio local, já que a Câmara Municipal inaugura, a partir das 11h30, o renovado Mer- cado Municipal da vila museu. O espaço que abre portas à população depois de profundas obras de requa- lificação que custaram perto de 562 mil euros. >p06 CAMEIRINHA Sessenta anos de vida empresarial A candidatura do cante alentejano a Património Imate- rial da Humanidade manifestou publicamente, na quarta- feira, 28, em Lisboa, a sua “indignação” pela não entrega do processo à Unesco, em Paris, que deveria acontecer nesta sexta-feira – dia 30. De acordo com uma mensagem que o presidente da Comissão Nacional da Unesco, António Al- meida Ribeiro, enviou ao presidente da comissão executiva da candidatura, os pareceres dos dois membros da comis- são científica referem “claramente” e “sem quaisquer mar- gens para dúvidas” que “não estão reunidas as condições mínimas para apresentação da candidatura”. >p02 >ESPECTÁCULO Rally em Almodôvar e Ourique Os amantes das quatro rodas de Al- modôvar e Ourique (e não só!) vão ter um fim-de-semana de muito pó, curvas a alta velocidade e emoção a rodos. Tudo porque estes dois concelhos recebem entre esta sexta-feira e domingo, dias 30 de Março a 1 de Abril, mais uma edição do Vodafone Rally de Portugal, quarta prova no calendário do campeonato mundial da modalidade (WRC). >p12 >ACIDENTE Tragédia atinge vila de Castro Até à hora de fecho desta edição ainda não era conhecida a hora de chegada a Castro Verde do funeral do jo- vem Vítor Mota, de 17 anos, que, no último domingo, 25, caiu de uma varanda em Lloret del Mar (Espanha). Os médicos forenses concluíram terça-feira, 27, ao final da tarde, a autópsia, havendo depois lugar a algumas tramitações obrigatórias an- tes que o corpo fosse libertado para a sua transladação para Portugal. >p16

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2012.03.30 • semanário regionalFUNDADO EM 2006. DIRECTOR: ANTÓNIO JOSÉ BRITO // ANO: 6 // N: 303

€0,70IVA Incluído

PUB

ALJUSTREL DEBATESEGURANÇA NAS MINAS

JORNADAS IBÉRICAS >p09

Ferreiraquer fixarpessoas

Desafinação nacandidatura docante alentejano

ENTREVISTA > Presidente da Câmara de Ferrei-ra do Alentejo, Aníbal Reis Costa, continua a apos-tar no desenvolvimento económico do concelho e

assume desafio de fixar e atrair mais pessoas.

>AUTARQUIAS

Mértolainauguramercado A partir deste sábado, 31, a popu-lação de Mértola vai ter mais um mo-tivo para comprar no comércio local, já que a Câmara Municipal inaugura, a partir das 11h30, o renovado Mer-cado Municipal da vila museu. O espaço que abre portas à população depois de profundas obras de requa-lificação que custaram perto de 562 mil euros. >p06

CAMEIRINHASessenta anos de vida empresarial

A candidatura do cante alentejano a Património Imate-rial da Humanidade manifestou publicamente, na quarta-feira, 28, em Lisboa, a sua “indignação” pela não entrega do processo à Unesco, em Paris, que deveria acontecer nesta sexta-feira – dia 30. De acordo com uma mensagem que o presidente da Comissão Nacional da Unesco, António Al-meida Ribeiro, enviou ao presidente da comissão executiva da candidatura, os pareceres dos dois membros da comis-são científica referem “claramente” e “sem quaisquer mar-gens para dúvidas” que “não estão reunidas as condições mínimas para apresentação da candidatura”. >p02

>ESPECTÁCULO

Rally emAlmodôvare Ourique Os amantes das quatro rodas de Al-modôvar e Ourique (e não só!) vão ter um fim-de-semana de muito pó, curvas a alta velocidade e emoção a rodos. Tudo porque estes dois concelhos recebem entre esta sexta-feira e domingo, dias 30 de Março a 1 de Abril, mais uma edição do Vodafone Rally de Portugal, quarta prova no calendário do campeonato mundial da modalidade (WRC). >p12

>ACIDENTE

Tragédiaatinge vilade Castro Até à hora de fecho desta edição ainda não era conhecida a hora de chegada a Castro Verde do funeral do jo-vem Vítor Mota, de 17 anos, que, no último domingo, 25, caiu de uma varanda em Lloret del Mar (Espanha). Os médicos forenses concluíram terça-feira, 27, ao final da tarde, a autópsia, havendo depois lugar a algumas tramitações obrigatórias an-tes que o corpo fosse libertado para a sua transladação para Portugal. >p16

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CANTETURVO> CANDIDATURA. Paulo Portas e Passos Coelho decidem se a candidatu-ra do cante alentejano a património mundial avança ou não. Projecto em risco de “morrer na praia”...

A candidatura do cante alen-tejano a Património Imaterial da Humanidade manifestou publi-camente, na quarta-feira, 28, em Lisboa, a sua “indignação” pela não entrega do processo à Unesco, em Paris, que deveria acontecer nesta sexta-feira – dia 30.

O actor Nicolau Breyner, natural de Serpa, foi o rosto da candidatu-ra, que na Casa do Alentejo leu um comunicado em que se afirma que “adiar a entrega de um excelente e bem fundamentado documento é exigir aos portugueses que conti-nuem a desbaratar dinheiros pú-blicos durante não se sabe quanto tempo”.

A comissão executiva da can-didatura afirmou claramente que não concorda “nem com a opinião do embaixador António Almeida Ribeiro [presidente da Comissão Nacional da Unesco] nem com as razões por ele invocadas”.

Fonte da comissão executiva da candidatura tinha dito anterior-mente que a Comissão Nacional da Unesco, a quem cabe apresen-tar a candidatura na sede da orga-nização, em Paris, optou por não avançar com a apresentação da candidatura, seguindo os pareceres de dois dos nove elementos da co-missão científica.

De acordo com uma mensagem que o presidente da Comissão Na-cional da Unesco, António Almeida Ribeiro, enviou por correio elec-trónico ao presidente da comissão

regiÃO > concertos

Luz Casal [na foto], Zeca Baleiro, Ca-mané e um espectáculo de homenagem a Cesária Évora são destaques do Encontro

de Culturas de Serpa deste ano, que decorre entre 2 e 17 de Junho, anunciou esta semana uma fonte do Município.

ENCONTRO DE CULTURAS DE SERPA JÁ TEM CARTAZ DEFINIDO

BAiXOALENTEJO> CANDiDATUrA eM riSCO De Ser “CHUMBADA”

executiva da candidatura, os pare-ceres dos dois membros da comis-são científica referem “claramente” e “sem quaisquer margens para dú-vidas” que “não estão reunidas as condições mínimas para apresen-tação da candidatura”, recomen-dam “o seu definitivo adiamento para 2013”.

PROJECTO NAS MãOS DE PORTAS E PASSOSÀ hora de fecho desta edição esta-va assente que a decisão da entre-ga do dossier do cante à Unesco, em Paris, tinha de ser tomada até esta sexta-feira, 30, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e pelo primeiro-ministro, revelou o pre-sidente da comissão executiva da candidatura.

As afirmações de Carlos Laran-jo Medeiros, que falava na passada quarta-feira, 28, à saída do Ministé-rio dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, onde elementos da candi-datura do cante alentejano a Patri-mónio Imaterial da Humanidade se reuniram com o presidente da Comissão Nacional da Unesco, em-baixador António Almeida Ribeiro, e com a chefe de gabinete do minis-tro Paulo Portas, Madalena Fischer, a quem entregaram o dossiê da candidatura.

“Não nos colocaram quaisquer entraves ou observações do ponto de vista técnico ou científico, a úni-ca questão levantada foi o timing diplomático, isto é, o tempo de ac-tivar a rede diplomática portuguesa de consulados e embaixadas, mas isso creio que temos um ano e meio pela frente”, disse Laranjo Medeiros.

Enquanto decorria a reunião de cerca de 45 minutos, no exterior do Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estran-geiros, mais de meio de milhar de elementos masculinos e femininos de grupos corais entoaram cantes e deram vivas ao Alentejo.

”CARLOS LARANJO MEDEIROSPresidente da comissão executiva da candidatura

Não nos colocaram quaisquer entraves ou ob-servações do ponto de vista técnico ou cien-tífico, a única questão levantada foi o timing diplomático, isto é, o tempo de activar a rede diplomática portuguesa de consulados e embai-xadas, mas isso creio que temos um ano e meio pela frente!

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2012.03.30 BAIXOALENTEJOREGIÃO

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> MAIOR EMPRESÁRIO DE BEJA CRIOU PRIMEIRA EMPRESA NO DIA 1 DE ABRIL DE 1952

Cameirinha celebra60 anos de trabalho> ANIVERSÁRIO. No dia 1 de Abril Leonel Cameirinha assinala 60 anos de vida empresarial. Um percurso repleto de grandes desafios e apostas e que, apesar da crise que hoje atravessamos, tem amplo balanço positivo.

Sessenta anos! Leonel António Camei-rinha começou a sua vida empresarial no dia 1 de Abril de 1952 e, nestas seis déca-das que se completam no domingo, não tem parado e continua a apresentar uma dinâmica que o transformou no maior em-presário da região.

“É um período assinalável, com muitos momentos satisfatórios e ainda com algu-mas boas ideias na cabeça que, se a crise deixar, vão com certeza ser concretizadas”, declara ao “Correio Alentejo”, com a sere-nidade e a firmeza dos seus 86 anos, com-pletados no passado dia 16 de Março.

Depois de uma juventude a vender mó-veis a prestações e de se tornar vendedor por conta de outrem, primeiro em Lisboa e, depois, na cidade de Beja, Cameirinha acabou por assumir o seu próprio destino e, nesse dia 1 de Abril de 1952, criou a sua empresa.

Daí para cá, tornou-se no empresário mais emblemático do Baixo Alentejo. Ven-deu carros Borgwad e Necar, para começar, alargou o negócio às máquinas agrícolas e aos lubrificantes, cresceu e ganhou a re-presentação de marcas como a Peugeot, Renault, Mercedes, Alfa Romeo e Honda, entre muitas outras.

Em 1974 abriu a residencial “Cristina”, a primeira com grande dimensão e qualida-de no centro da cidade de Beja. Pelo meio, criou stands emblemáticos para vender automóveis, oficinas, lançou o semaná-rio “Jornal de Beja”, associou-se à criação da Rádio Pax e fez erguer o Mélius – o pri-meiro grande hotel de Beja, já na década

FALTA EMPENHO NO AEROPORTO Leonel Cameirinha tem dificuldade em aceitar que, depois de um investimento com tão pouco significado e de a infra-estrutura estar pronta, o aeroporto de Beja continue a ter dificuldades em afirmar-se. “É natural que haja muitos interesses que estão a impe-dir a boa afirmação do aeroporto, mas acredito que tem de haver vontade política para que o projecto tenha rentabilidade e sirva a região. Acho que ninguém tem dúvidas que este projecto é muito importante para Beja e para o Alentejo”, assinala o empresário, que tem em carteira projectos para desenvolver que “só fazem sentido com um aeroporto a trabalhar a 100%”. Neste contexto, Cameirinha acredita que o Governo terá de ter “mais sensibilidade para o assunto” e, por outro lado, considera que a região também tem de mostrar que quer o aeroporto a funcionar. “Não podemos acomodar-nos”, avisa.

de Noventa. Foi também nessa altura que conseguiu concretizar uma dos sonhos da sua vida: adquirir e desenvolver um pro-jecto agrícola de grande qualidade, o que conseguiu com a Sociedade Agrícola do Monte Novo e Figueirinha. Nos dias que correm, a herdade é “a menina dos seus olhos” e ali, nos últimos 12 anos, produz vinho e azeite de grande qualidade.

TEmpOS dE CRISE E muITA pREOCupAçãONeste percurso tão longo, Cameirinha tem mais de mil histórias e episódios que mar-cam a sua vida de empresário. Aconteci-mentos que, de algum modo, também se confundem com a evolução do país e até do mundo.

“Entre 1950 e 1970 vivemos um período muito satisfatório. Foram anos muito bons para os negócios. Depois, com a crise do pe-tróleo, no início da década de 70, as coisas pioraram um bocado. Mas os anos 80 e parte de 90 já foram melhores”, lembra o empre-sário, que hoje não esconde uma profunda preocupação com os tempos de crise que atravessamos.

“Os últimos 10 ou 12 anos são para esque-cer! Os tempos foram muito complicados e a vida foi muito traiçoeira para a população portuguesa”, lamenta Leonel Cameirinha, que não se cansa de alertar para a necessida-de de “haver dinheiro a circular, que permita fazer chegar um novo fôlego à economia”.

Neste enquadramento, o empresário be-jense considera que “só assim será possível combater” os dois maiores problemas com que nos deparamos neste momento: “O de-semprego e a falta de consumo”.

“Temos de estar confiantes, mas às vezes, quando a esmola vem já o pobre está zan-gado”, adverte Cameirinha, que não escon-de uma certa desilusão com os tempos que o país está a enfrentar e até desabafa: “Não bastava esta crise tão complicada. Agora até estamos confrontados com a falta de chuva e os graves problemas que a seca está a cau-sar”, desabafa.

Leonel Cameirina acaba de completar 86 anos e celebra este domingo, 1 de Abril, 60 anos de vida empresarial. DR

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BAIXO ALENTEJOREGIÃO

4 2012.03.30

PS criticagestão CDUem Negrilhos Andam agitados os ânimos entre socia-listas e comunistas no concelho de Aljustrel, com o PS local a acusar em comunicado al-gumas juntas de freguesia de estarem a ferir “o espírito” dos protocolos assinados com a Câmara Municipal e não aplicarem por ad-ministração directa as verbas transferidas pela edilidade. No “olho do furacão” está a Junta de Freguesia de São João de Negrilhos, cujo executivo de maioria CDU é recrimina-do pelo PS por aquilo que classificam de “ges-tão ruinosa”.

“O que acontece é que o executivo desta Junta de Freguesia tem tido alguma incapa-cidade de gerir cerca de 200 mil euros, que são transferidos por parte do Município. Chega a haver meses em que está impossi-bilitada de pagar aos funcionários, pagando com atraso e tendo a Câmara Municipal de fazer o esforço de pagar adiantado algumas verbas”, argumenta, em declarações ao “CA”, Rui Faustino.

Segundo este eleito do PS na Assembleia de Freguesia de São João de Negrilhos e membro da Comissão Política Concelhia de Aljustrel dos socialistas, a Junta de Freguesia em causa tem sofrido claros “erros de gestão” que a podem conduzir a uma situação de “bancarrota”, fruto de ter assumido “compro-missos desnecessários” e “dispendiosos” ou realizado gastos “sem planeamento”.

A tudo isto, Rui Faustino junta o facto de neste momento ainda decorrerem em São João de Negrilhos “algumas obras” do pro-tocolo assinado em 2011 entre Junta de Fre-guesia e Câmara Municipal. “Ou seja, houve dinheiro transferido para essa Junta de Fre-guesia que não foi logo aplicado e que, neste

pub.

> PARLAMENTO

O PS pretende conhecer o “calendário concreto” do plano de obras da valência agrícola do “Alqueva agrícola” e em que “data efectiva” ocorrerá a conclusão “final e completa” do projecto, divulgou no início desta semana o deputado e líder da Fede-ração do Baixo Alentejo, Luís Pita Ameixa.

A questão faz parte do requerimento apresentado pela bancada parlamentar do PS na Assembleia da República à ministra da Agricultura, Assunção Cristas, no se-guimento de várias notas e posições que o partido tem tomado sobre este assunto.

No mesmo documento, os socialistas pretendem igualmente saber que “actos concretos” praticou o Governo “para asse-gurar o financiamento das ditas obras por via do QREN que apresentou como cená-rio”, “que viabilidade tem tal cenário face às regras comunitárias instituídas” e “que ‘outros cenários’” tem a equipa de Assun-ção Cristas “em mente e o que significa o recurso a financiamento não públicos”.

PS exigerespostassobre Alqueva

A Comissão Política do PS aprovou a proposta da direcção do partido para rea-lizar a 15 e 16 de Junho a eleição dos presi-dentes de federações e dos delegados aos congressos distritais. O regulamento dos próximos congressos das federações terá a novidade de impor que a eleição dos presidentes e dos delegados se realizem no mesmo dia. Ainda segundo a mesma fonte, o regulamento agora aprovado também estipula que os cadernos elei-torais fiquem definitivamente fechados um mês antes do dia da eleição na fede-ração. Até aqui, os militantes socialistas podiam votar pagando quotas em atraso no próprio dia da eleição, o que provoca-va alterações de última hora nos cadernos eleitorais. No distrito de Beja, a corrida para a liderança do PS conta com dois candidatos: Pedro do Carmo, actual pre-sidente da Câmara de Ourique, e Hélder Guerreiro, vice-presidente da Câmara de Odemira.

Eleiçõessocialistasmarcadas

> POLÉMICA NO CONCELHO DE ALJUSTREL> FEDERAÇõES

momento, ainda está por ser justificado”, acusa.

Bastante crítico, Rui Faustino lembra que todos estes episódios já tiveram “con-sequências políticas”, com a saída, no final do passado ano, de Raul Vitorino do cargo de presidente da Junta de Freguesia de São João de Negrilhos, tendo sido substituído por Maria Fernanda Martins. “E a conse-quência que o PS considera mais grave é o abandono em que a freguesia está neste momento”, conclui o responsável socialista.

PUrA “PolitiqUiCE”

Confrontada com as críticas endossadas pelos socialistas, a actual presidente da Junta de Freguesia de São João de Negrilhos garante tratar-se, simplesmente, de “politi-quice”.

“O incumprimento [de que o PS fala] é estarmos a acabar uma obra que era do ano passado. […] Simplesmente temos pouco pessoal, logo não pudemos fazer devida-mente a obra no tempo certo. Mas estamos a fazê-la”, vinca Maria Fernanda Martins. Portanto, acrescenta, “as críticas não têm fundamento nenhum, porque vamos cum-prir o que está previsto. É mais politiquice e acho mal que assim seja. Devíamos unir-nos todos e pôr a política de parte em nome do bem-estar da freguesia”.

Ao mesmo tempo, a autarca eleita pela CDU lamenta igualmente os cortes sofri-dos em 2012 nas transferências de verbas por parte da Câmara Municipal de Aljustrel. “Claro que nos sentimos prejudicados, pois as despesas são sempre as mesmas”, afian-ça Maria Fernanda Martins.

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BAIXO ALENTEJOREGIÃO

6 2012.03.30

> REquAlIfIcAçÃO dO EspAçO nO “cORAçÃO” dA vIlA custOu 562 mIl EuROs

Mértola inaugura mercado

A partir de sábado, 31, a popu-lação de Mértola vai ter mais um motivo para comprar no comér-cio local. Tudo porque a autar-quia local inaugura, pelas 11h30, o renovado Mercado Municipal da vila museu, que abre portas à população depois de profundas obras de requalificação que cus-taram perto de 562 mil euros.

“O Mercado Municipal é um sítio emblemático de Mértola e muito acarinhado pela popula-ção. Era utilizado há dezenas de

> obra. Intervenção era “velha aspiração” da população e permitiu dotar Mercado Municipal de novos espaços.

Requalificação do Mercado Municipal fecha ciclo de obras em Mértola. Dr

pub.

anos por toda a gente do conce-lho, que aí se deslocava para ad-quirir frescos e outros produtos, e agora vai ganhar uma nova vita-

lidade”, estando “totalmente con-cessionado”, sublinha ao “CA” o presidente da Câmara Municipal.

De acordo com Jorge Rosa, as

obras de requalificação do Mer-cado Municipal cumprem “uma velha aspiração da população mertolense” e permitiram dotar o equipamento de melhores condi-ções de higiene e segurança para os comerciantes, além de novos espaços comerciais, como uma cafetaria e um talho.

Também o restaurante no local foi beneficiado, dispondo nova localização e de uma es-planada “com uma vista soberba sobre o Guadiana”, acrescenta o autarca.

Animação de rua com mala-baristas, música com o Grupo Coral do Guadiana de Mértola e um beberete são os destaques do programa da cerimónia de inau-guração do Mercado Municipal, iniciativa que se insere igualmen-

te no projecto “MERCA – Mértola Mercantil”, dinamizado pela edi-lidade mertolense em parceria com Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja com o objectivo de promo-ver o comércio local.

A requalificação do Mercado Municipal teve financiamento comunitário do InAlentejo – Pro-grama Operacional do Alentejo, através do FEDER, e simboliza o final do projecto de regeneração urbana desenvolvido na vila. Ao todo foram gastos perto de 2,3 milhões de euros (comparticipa-dos pela União Europeia), jun-tando-se a esta obra a ampliação da Biblioteca Municipal (430 mil euros) e a reestruturação do eixo comercial de Mértola (1,3 mi-lhões de euros).

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ODEMIRA

LITORAL

> Odemira

A Feira de Turismo de Odemira realiza-se a 8, 9 e 10 de Junho, em Vila Nova de Milfon-tes. Este é o grande evento de promoção

turística do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral, que pretende reafirmar Vila Nova de Milfontes como o cartão-de-visita da região.

> CâMARA MUNICIPAL ANUNCIA ObRAs NA PRAIA DO MALhãO E NOs PORTINhOs DA COsTA ODEMIRENsE

FEIRA DE TURISMO VAI DECORRER EM VILA NOVA DE MILFONTES

POLIS NO MALHÃO

A praia do Malhão e quatro portinhos de pesca do concelho de Odemira vão ser re-qualificados, num investimento superior a 2,1 milhões de euros, no âmbito do progra-ma Polis Sudoeste. “São intervenções muito necessárias e da maior importância e vão potenciar a oferta balnear e o desenvolvi-mento turístico do Alentejo e a actividade económica desenvolvida nos portinhos de pesca”, diz o presidente da Câmara de Ode-mira, José Alberto Guerreiro.

A intervenção na praia do Malhão, que vai permitir “requalificar os acessos, viários e pedonais, e as estruturas de estadia, re-

> ODEMIRA. Investimentos na ordem de dois milhões de euros vão criar novas condições no acesso à praia do Malhão e nos portinhos da costa do concelho de Odemira.

72012.03.30

> ENTREVIsTA

UMA AGENDATalvez o mundo seja mesmo um lugar es-

tranho e a ilusão auditiva possa fazer par-te de todos os dias. Hoje tive uma sensação estranha porque alguém produzia um discur-so, aparentemente forte. Dizia assim:

“O nosso país tem que encontrar formas de diminuir a sua dependência das energias fósseis, temos que apostar numa economia verde. Por cada euro investido nesse desígnio estamos também, para além de caminharmos no sentido de uma maior e desejável indepen-dência energética, a apostar na nossa investi-gação e na nossa economia… Sim! Não temos receio de olhar para outros países da Europa que fizeram bem e aprendermos com eles. Nes-te capítulo, a Alemanha deve ser olhada como o exemplo que deveremos seguir…”

Então mas não era a Finlândia, a Noruega

> CRÓNICA DO MAR

HELDER GUERREIROvereador da Câmara de Odemira

e a Dinamarca!? Alemanha? Por momentos parecia estar a ouvir José Sócrates, mas afinal era Pedro Passos Coelho em pleno congresso do PSD com o mesmo discurso das energias renováveis e a independência energética do país e os mesmos exemplos dos gloriosos países ricos da Europa como panaceia para o nosso futuro e os eternos exemplos de mora-lidade e de desenvolvimento plagiados.

Foi nesse instante que acordei, vindo de um grande evento organizado em parceria com o Clube BTT de Odemira.

Já bem acordado da ilusão auditiva, lem-brei-me do Miguel Relvas e dos horrores que iria ouvir (não ouviu) no dito congresso sobre a proposta de lei de extinção (fusão, agrega-ção, etc…) de freguesias que está em curso. Lembrei-me do que vem aí em termos de extinção (fusão e concentração) de serviços públicos, lembrei-me da proposta de lei elei-toral, da lei dos compromissos, da lei que in-dexará o numero de funcionários e dirigentes municipais ao número de habitantes fixos e flutuantes e também me lembrei da futura lei das finanças locais, que terá os mesmos critérios. Esquecerá critérios de coesão es-quecendo, com isso, os custos diferenciados dos serviços e bens públicos para os nossos concelhos e para o nosso distrito.

Meus caros! A tudo isto chama-se ataque integrado e inaceitável contra o Poder Local e

contra as nossas populações. O que se preten-de não é a pretensa diminuição da despesa do Estado, e sim aniquilar a autonomia das au-tarquias. Trata-se de uma certa ilusão de re-torno a antes do 25 de Abril e é contra isto que temos que lutar até à exaustão. Lutar e, com estratégia e inteligência, vencer!

O Partido Socialista tem que ser capaz de construir uma ideia de serviço e bens públi-cos de proximidade. Definidos a partir de in-dicadores de qualidade de vida devidamente validados pelas populações dos nossos con-celhos. Temos que construir propostas de competências a exercer por escalas de pro-ximidade (juntas de freguesia, câmara mu-nicipal e associação de municípios) em áreas fundamentais como a saúde, acção social, educação, justiça. Temos que ser capazes de estruturar processos de construção de polí-ticas públicas em rede em áreas tão distintas como a cultura, o desporto, o ensino superior, a investigação e o desenvolvimento económi-co local.

Esta é uma agenda que não pode falhar, dará trabalho, serão necessárias cedências de parte a parte, mas as nossas populações são muito mais importantes do que a velha políti-ca da capelinha do poder único.

Para além de tudo isto, o nosso espirituo-so ministro da fotografia aérea sem nuvens, ainda quer fundir CIM’s (comunidades inter-

Municipais) antes de lhes dar competências que são dos municípios e outras do próprio Estado. Este capítulo também merece a nossa atenção.

Se, relativamente às outras propostas te-mos que ter uma agenda de combate, rela-tivamente a esta questão temos que ter uma agenda de construção do Baixo Alentejo. A possibilidade de fusão entre a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral e a Comu-nidade Intermunicipal do Baixo Alentejo está à distância de uma proposta nossa!

É só decidirmos que é assim que quere-mos e ficaremos na história como os “ho-mens” que concretizaram o Baixo Alentejo. Eu farei a minha parte e tudo o que estiver ao meu alcance para que o sonho de muitos se concretize, porque este sonho de ontem e de hoje, estou certo, será a melhor realidade amanhã para nós e, fundamentalmente, para os nossos filhos.

Por fim, no último momento em que esta-cionava o carro como que voltei a uma certa ilusão auditiva e pareceu-me ter ouvido o nosso primeiro-ministro dizer que “ não va-mos retirar o Estado dos locais donde é inad-missível que ele saia, os nosso territórios de muito baixa densidade perecerão caso isso aconteça…”

São incríveis as coisas que parece que ou-vimos, por vezes!

creio e fruição da praia”, deverá arrancar no início de 2013 e estar concluída “um pouco antes do início da época balnear” daquele ano, explica o autarca eleito pelo Partido So-cialista.

Situada a norte de Vila Nova de Milfon-tes, a praia do Malhão, “uma das praias mais emblemáticas da costa alentejana”, “tem acessibilidades muito difíceis, não está ade-quada ao acesso de cidadãos com mobilida-de reduzida e não tem apoios de praia”, frisa.

“A praia, embora tenha excelentes con-dições, ao nível da qualidade do areal e da água, não tem, de facto, as condições de acesso e apoio a banhistas exigidas nas praias com Bandeira Azul”, diz.

Por isso, precisa, a intervenção na praia do Malhão prevê requalificar o acesso à praia a partir do Parque de Campismo Sitava e criar circuitos pedonais ao longo da praia, passadiços de madeira e acessos directos ao areal, duas zonas de fixação de apoios de praia, dois parques de estacionamento para

650 viaturas e estruturas de estadia e recreio.A intervenção na praia do Malhão, num

investimento “superior a 600 mil euros”, vai ser financiada por fundos comunitários.

As restantes intervenções, para requali-ficar os portinhos de pesca do Canal (Vila Nova de Milfontes), de Lapa de Pombas (Longueira/Almograve), de Entrada da Bar-ca (Zambujeira do Mar) e de Azenha do Mar (São Teotónio), deverão arrancar no início de 2013 e durar um ano, explica o autarca.

Trata-se de intervenções “há muito rei-vindicadas pelos pescadores” e que vão “potenciar” a actividade económica nos portinhos, sobretudo ao nível da pesca arte-sanal. As intervenções prevêem a criação de cais ancoradouros, o alargamento de ram-pas de acesso de embarcações ao mar e a remoção de alguns elementos naturais.

As intervenções nos portinhos, num in-vestimento “superior a 1,5 milhões de eu-ros”, vão ser financiadas em 70 por cento por fundos comunitários. Praia do Malhão. DR

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> Beja

A Galeria do Desassossego, em Beja, recebe sábado, 31, pelas 22h00, um concerto com “Os Eléctricos”. Praticante de uma sonoridade

“inspirada” na música dos anos 40 e 50, a banda é composta por Maria João Silva, Miguel Castro, Nuno Faria, André Lentilhas e Luís Gaspar.

“OS ELÉCTRICOS” AO VIVO NA GALERIA DO DESASSOSSEGO

2012.03.30

FIMSEMANADE

> VIla DE PortEl rEcEBE VI congrEsso Das açorDas no FIM-DE-sEMana

tEMPo lIVrECULTURAESPECTÁCULOSCINEMA e TVAGENDA E SERVIÇOSPESSOAS

“É fácil fazer,Dá pouco trabalho,É água a ferver,Coentros e alho”

Alentejano que se preze não dis-pensa a sua açorda! Seja de alho, tomate ou espinafres, com baca-lhau, aves de caça ou um simples ovo escalfado, o prato que junta as sopas de pão aos coentros e alhos pisados em azeite é o que melhor define criatividade da gastronomia regional, numa “iguaria” que vai estar em gran-de destaque ao longo do fim-de-semana, entre 30 de Março e 1 de Abril, na vila de Portel, durante a sexta edição do Congresso das Açordas.

“Este congresso é mais um momento para realçar a muita qualidade que temos na gas-tronomia do nosso Alentejo. A gastronomia tem um potencial enorme em termos turísticos e poderá ser uma mais-valia para toda a região”, sublinha ao “CA” Norberto Patinho, presidente da Câmara de Portel, que organiza o evento.

O VI Congresso das Açordas decorrerá no espaço do terminal rodoviário de Portel, onde estará montada uma tenda gigante com seis restaurantes, capazes de al-bergar os milhares de visitantes que se deslocarão de todos os cantos do país (e até de Espanha) rumo à vila alentejana em busca do inesquecível paladar de uma verdadeira açorda alentejana.

“Apesar de termos a noção exacta das muitas dificuldades que os portugueses vivem no momento, estamos na expec-tativa de continuar a crescer em termos de participação e de envolvimento das pessoas em torno deste prato emblemáti-co”, destaca o autarca, que não

> pORTEL. Entre sexta-feira e domingo, vila dá a provar os diversos tipos de um dos pratos mais típicos da gastronomia popular alentejana.

Açordas para todos!

Da “clássica” com azeite, alhos e ovo até algumas receitas mais elabo-radas, Portel vai ter açordas para todos os gostos! dr

do certame. A sessão organizada pela autarquia em parceria com a Turismo do Alentejo vai decor-rer a partir das 10h00 desta sexta-feira, 30, no Auditório Municipal

e contar com a presença de

figuras como o historia-dor Cláudio Torres, entre outros.

Às 19h00 é inaugurada

a feira gastro-nómica e de

produtos regionais, com as pri-meiras açordas a serem servidas ao som do fado cantado por An-tónio Pinto Basto, Filipa Cardoso, Luís Matos, José Gonçalez e José Geadas.

No sábado, 31, o dia arran-ca com o passeio “Na Rota das Açordas – Do Montado à Mesa” (9h30), seguindo-se a actuação do grupo de música tradicional “Os Almocreves” (13h00), um show cooking (19h00) e o mais fa-dos com Jorge Fernando, Rodri-go, Fábia Rebordão e Jorge Roque (21h00).

O VI Congresso das Açordas de Portel termina no domingo, 1 de Abril, com a actuação do Grupo

Coral de Cantares Regionais de Portel (13h00) e a cerimónia de entrega dos prémios referen-te ao concurso para a melhor açorda do certame (16h00).

promover a gastronomia do alentejo

Num momento em que tanto se fala da necessidade de apontar caminhos para um desenvolvimento sustentável do Alentejo, Norberto Patinho não tem dúvidas em eleger a gastronomia como uma dessas vias. Temos de “promover algo que é fundamental nos dias de hoje e que tem uma importân-cia enorme em termos turísti-cos, que é a nossa gastronomia”, argumenta o presidente da Câmara de Portel, defendendo a necessidade de se criar “uma rede de eventos” do género na região, mas que não concorram entre si. “É fundamental que num patamar supra-municipal os municípios do Baixo Alen-tejo, do Alentejo Central e até do Alto Alentejo tenham a capacidade de coordenar estas iniciativas, de que forma a que estas se complementem”, afirma o autarca de Portel.

NORbERTO pATINhOPresidente da Câmara de Portel

Este congresso é mais um momento para realçar a muita qua-lidade que temos na gastronomia do nosso Alentejo.

”esconde a sua predilecção pe-los pratos que incluam “sopas de pão”. “E há uma açorda que como menos e gosto muito que é a açorda de tomate com ciba. Hoje ao almoço escolheria uma dessas”, confessa.

“Coentros e alho,E água a ferver,Dá pouco trabalho,É fácil fazer!”

A sexta edição do Congresso das Açordas arranca esta sexta-feira, 30 de Março, e até domingo, 1 de Abril, promete dias de muitos sabores “condimentados” com a solenidade da música alentejana e a alma do fado.

O colóquio “O Alentejo na Gastronomia Mediterrânica – Património Mundial: Visão e Contributos” marca o arranque

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FERREIRA DO ALENTEJOESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO NÚMERO 303 DO CORREIO ALENTEJO | SEXTA-FEIRA | 2012.03.30

NO CENTRODO QUE É

IMPORTANTE!

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2 2012.03.30FERREIRA DO ALENTEJO2012NO CENTRO DO QUE É IMPORTANTE!

> FERREIRA TEM O MAIOR PRODUTOR DE UVAs DE MEsA DE PORTUGAL

EXEMPLO NACIONAL> AgrICuLturA. É no conce-lho de Ferreira do Alentejo que está o maior produtor de uvas de mesa de Portugal. A Herdade Vale da Rosa é um exemplo nacional que aposta forte na exportação.

A marca mais emblemática do conce-lho de Ferreira do Alentejo é, sem dúvida, a Herdade Vale da Rosa, maior produtor de uvas de mesa de Portugal, que anu-almente exporta cerca de 15% da sua produção para países como Inglaterra, França, Espanha, Polónia, Suíça, Norue-ga ou Angola. Refira-se, contudo, que no caso das uvas sem grainha o volume de exportações atinge cerca de 25% da pro-dução alcançada anualmente.

O projecto liderado por António Sil-

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vestre Ferreira, que se distingue também pela produção de uvas sem grainhas, desenvolve os mais modernos sistemas de produção em 230 hectares de terras, sendo cerca de 100 ocupados com vinhas que produzem uvas sem grainha de varie-dades como a Sugraone, Sophia, Mosca-tel, Midnight Beauty ou Crimson, entre outras.

Com um capacidade instalada mui-to dotada e assente nos mais modernos métodos de produção, a Herdade Vale da Rosa aposta forte nas mais evoluídas téc-nicas de produção, recorrendo ao inova-dor sistema “pérgola”, que proporciona uma significativa ampliação do período de colheitas que, deste modo, chega a ter mais de cinco meses de duração.

Com uma facturação na ordem dos 6,5 milhões de euros em 2010, não é difícil encontrar as “uvas beijadas pelo Sol do Alentejo” nas maiores cadeias de super-

mercados de Portugal, mas também em redes importantes no estrangeiro, como por exemplo as britânicas Marks & Spen-cer e Waitrose.

Formado em medicina veterinária, An-tónio José Silvestre Ferreira, de 64 anos, é “o homem do leme” deste projecto. O empresário cresceu no ambiente rural de uma das mais importantes casas agrícolas do Baixo Alentejo, que nos anos 60 já pro-duzia largas toneladas de cereais e uvas de mesa, tinha uma fábrica de rações, porcos, ovelhas e cerca de mil vacas de leite.

Hoje, Silvestre Ferreira administra uma empresa emblemática e de referên-cia, que mantém em permanência cerca de 325 trabalhadores, mas que na época alta das colheitas, que dura entre Junho e Outubro, chega a ter mas de 650. Anu-almente, a Herdade Vale da Rosa assume uma responsabilidade salarial que atinge 2,9 milhões de euros!Silvestre Ferreira DR

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2012.03.30

uma freguesia em risco Se a reforma da administração local proposta pelo Governo for adiante, a freguesia de Canhestros é uma das que poderá “desapa-recer” do mapa. Uma possibilidade que deixa bastante preocupado o presidente da Junta, que promete “não baixar os braços” na luta por manter uma freguesia que em 2013 celebra 25 anos de existên-cia. “Esta vaga de extinção de freguesias não tem cabimento nenhum e vai deixar estas populações completamente abandonadas. É uma coisa que não pode acontecer de maneira nenhuma”, argumenta Francisco Inverno.

3FERREIRA DO ALENTEJO2012NO CENTRO DO QUE É IMPORTANTE!

> AUsTERIDADE ObRIgA JUNTA DE FREgUEsIA A REPENsAR ALgUMAs DAs ObRAs PREvIsTAs

Crise trava projectos

A crise afecta tudo e todos e Ca-nhestros não é excepção. A mais “jovem” das freguesias de Ferreira do Alentejo cresceu a olhos vistos nos últimos anos, mas o momen-to actual do país obrigou a Junta local a uma atitude de maior cal-culismo e a repensar alguns dos projectos previstos.

“Devido a todas estas medidas de austeridade, está tudo um pou-co mais complicado. As verbas são menos e temos que fazer o míni-mo possível”, conta ao “CA” o pre-sidente Francisco Inverno, de 43 anos, que acrescenta: “Com esta austeridade é um bocado com-plicado fazermos projectos para o futuro”.

Segundo o autarca eleito pelo PS, “a questão orçamental” é a “maior dificuldade” da Junta de Freguesia de Canhestros. “Da ver-ba que recebemos do Estado, que é de três em três meses, estamos a falar de quase menos três mil euros, o que para a freguesia de Canhestros é muito dinheiro. A nossa salvação é a Câmara Mu-nicipal de Ferreira do Alentejo, que está sempre do nosso lado e ajuda-nos sempre que é possível”, vinca.

Mesmo assim, continua Fran-cisco Inverno, a acção da Junta de Freguesia está limitada a algumas

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> Canhestros. Presi-dente da Junta, francisco inverno, garante que se vai bater contra a possível extinção da freguesia mais “nova” do concelho.

intervenções pontuais ou à limpe-za de jardins e ruas. “Temos ainda duas ruas em terra batida que até ao final do mandato iremos con-seguir arranjar”, diz.

Fora dos planos da Junta de Freguesia está, para já, a requali-ficação da zona ribeirinha de Ca-nhestros. “Era um grande projecto que estava no nosso horizonte e que está em ‘banho-maria’. Seria um espaço de lazer para as pes-soas fazerem caminhadas ou pas-searem e iria ficar muito giro. Mas

com todas estas medidas de aus-teridade é um pouco complicado fazermos essa obra”, justifica Fran-cisco Inverno, sem esconder que se trata de uma obra que “gostaria muito de conseguir concretizar”.

Mais qualidade de vidaIndependentemente das dificul-dades actuais, o presente de Ca-nhestros é bem distinto de um passado ainda recente na memó-ria de grande parte da população.

“Temos trabalhado para me-lhorar as condições de vida de to-dos e é uma freguesia que se tem desenvolvido um bocado”, su-blinha Francisco Inverno, desta-cando as intervenções realizadas no centro cultural e a criação do recinto multiusos. “Antigamen-te não havia nada destas coisas e hoje temos muito mais condi-ções”, vinca o autarca, que apenas lamenta o facto de os jovens te-rem “de procurar empregos nou-tros lados”.

A área social é outra das pre-ocupações da Junta de Fregue-sia de Canhestros, que apoia “na medida do possível” as franjas da população com maiores di-ficuldades, seja encaminhando os casos mais complexos para os serviços competentes, seja dando trabalho a algumas dessas pessoas.

Uma preocupação que levou também a edilidade gastar recen-temente perto de seis mil euros na requalificação da extensão de saúde local, que continua de por-tas fechadas por falta… de médi-co! “Não há meio do médico vir. Estamos à espera”, lamenta Fran-cisco Inverno.

Dificuldades criadas pela crise obriga-ram a Junta de freguesia de canhes-tros a reequacionar alguns projecto que estavam planeados. DR

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4 2012.03.30FERREIRA DO ALENTEJO2012NO CENTRO DO QUE É IMPORTANTE!

carlos pinTo texto

A Câmara de Ferreira do Alentejo vai promover ao longo de 2012 um ciclo de conferências dedicadas ao desenvolvi-mento económico. Com que propósito? Estas conferências, que se denominam “Fer-reira do Alentejo 2012”, vão acima de tudo destacar a estratégia “No centro do que é importante”, que temos vindo a desenvolver desde 2005. Também servirão para apresen-tarmos alguns casos de boas práticas que já existem no concelho.

A primeira conferência, em Abril, é dedicada ao aeroporto de Beja. Está pre-ocupado com o futuro do equipamento? Estou muito preocupado! Porque estamos plenamente convencidos que o aeroporto de Beja tem todas as condições, agora que fo-ram retomadas as obras da A26/ IP8, para no futuro próximo poder ser posto em funcio-namento e valorizado na sua plenitude. Es-tamos atentos e empenhados para que o ae-roporto não caia no esquecimento. E estamos confiantes que com a auto-estrada construí-da e as condições que o equipamento oferece, que o aeroporto se irá afirmar por si mesmo e contribuir para o desenvolvimento do país.

Estão em andamento as obras de construção do novo ninho de empresas de Ferreira do Alentejo. Que importância pode este equipamento vir a ter? É um projecto em que depositamos grandes es-peranças e que nos vai dar grande satisfação quando entrar em funcionamento. Porque além de poder integrar empresas recém-criadas, vai também acolher os serviços de desenvolvimento económico da Câmara Mu-nicipal e vai dar um apoio global ao Parque de Empresas. Bem como disponibilizar espaços de formação de vária ordem. Pensamos que será fundamental o espaço ser dinamizado com iniciativas que visem o empreendedoris-mo. O empreendedorismo está cada vez mais na ordem do dia, sobretudo entre os jovens. Um em cada três jovens actualmente já não tem emprego e a situação irá agravar-se nos próximos tempos. E se os jovens tiverem a

ANíbAL SOUSA REIS COELhO DA COSTAPRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE FERREIRA DO ALENTEJO

iDaDE: 39 anosnaTuraliDaDE: fErrEira Do alEnTEjo

> ENTREVISTA aníbal reis costaA Câmara de Ferreira do Alentejo continua a apostar no desenvolvimento económico do concelho. Uma estratégia que vai ser reforçada este ano com a criação do ninho de empresas.

audácia e os apoios que actualmente existem, podem avançar para a criação do seu negó-cio. Porque só através da criação do próprio negócio ou do auto-emprego pode efectiva-mente haver um maior futuro para os jovens do nosso concelho. Queremos que os jovens desenvolvam as suas aptidões e não tenham que emigrar. A maior prioridade que temos neste momento é tentar fixar população e evitar a sangria dos últimos 20 ou 30 anos.

“Maior prioridade é fixar população”

rios e se não fosse este apoio era impossível a Câmara Municipal estar a desenvolver esta iniciativa.

Já tem ideia de como vai funcionar o ni-nho de empresas e quantos espaços terá para acolhere projectos empresariais? São 14 espaços. Quanto ao regulamento, este ainda está a ser elaborado. Mas estamos con-vencidos que será disponibilizado a cada em-preendedor um espaço por um determinado tempo, provavelmente dois ou três anos, fin-do o qual o negócio ou é positivo e instala-se no mercado ou não é e tem de ser repensado. Será uma questão de viabilidade do negócio. Quanto ao preço dos espaços, será simbólico, de modo a permitir que seja atractivo a qual-quer empreendedor que queira vir a fixar-se no ninho de empresas de Ferreira do Alentejo.

Além do ninho de empresas, que mais medidas vão desenvolver para incenti-var o empreendedorismo? Todas as inicia-tivas ligadas ao ninho de empresas contribui-rão para isso. Por exemplo, a criação de uma bolsa de ideias de negócios, em que o prémio poderá ser a atribuição de um espaço ao em-preendedor. Também vamos aproveitar es-tas conferências para ter um espaço sobre o ninho de empresas. E iremos procurar fazer durante 2012 e 2013 uma ronda generaliza-da por muitas instituições, para tentar captar ideias de negócio. E não tem de ser apenas no concelho de Ferreira do Alentejo! Estas inicia-tivas e este tipo de equipamentos têm a obri-gação de servir mais que um concelho. Uma das mais-valias do concelho é a agricultura ligada ao regadio. O impasse na conclusão do Alqueva preocupa-o? Enquanto cidadão e enquanto decisor com responsabilidades até regionais, estou mui-tíssimo preocupado com o que pode vir a acontecer ao Alqueva. Se bem que no con-celho de Ferreira do Alentejo a questão este-ja arrumada. Ou seja, independentemente dos atrasos que o empreendimento possa vir a ter, o concelho de Ferreira do Alentejo manterá todo o plano de investimentos que estava previsto.

Temos muitas condições e expectativas de que isso não aconteça através do fomento do empreendedorismo e da criação dos seus próprios negócios.

Quando será inaugurado o equipa-mento? A construção está a decorrer neste momento e em princípio irá estar concluí-da, o mais tardar, em Setembro. É uma obra comparticipada a 85% por fundos comunitá-

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2012.03.30

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“Não podemos fazer milagres” Que impacto tem tido a actual crise no dia-a-dia da Câmara de Ferreira do Alentejo? Tem sido decisiva no senti-do de restringir muita actividade munici-pal. E temos sérias preocupações – que já manifestámos publicamente – ao nível da questão financeira. A Câmara de Ferreira do Alentejo, se tivesse recebido do Estado a mesma verba que recebia em 2010, não tinha dívidas. Mas tem havido perma-nentemente uma redução de verbas e um aumento de despesas que tem sido difícil de gerir. E não sabemos ainda qual será a implicação desta nova Lei dos Compro-missos Financeiros.

Acredita que essa legislação irá mesmo avançar? Acredito que vai avan-çar, porque é uma exigência que este Go-verno se propôs levar até ao fim. Mas se não tiver em conta os vários constrangi-mentos adicionais que os municípios vão ter, grande parte da activi-dade municipal irá pa-rar. Em que medida irá isso prejudicar a eco-nomia local? Vai ter implicações catastrófi-cas nos fornecedores lo-cais e regionais! Porque muitos deles têm asse-gurado que as câmaras municipais, seja mais cedo ou mais tarde, pa-gam os serviços que de-senvolvem. A partir do momento em que as câ-maras municipais não tenham possibilidade de contrair dívidas, dei-xarão de fazer negócio. E muitas dessas empre-sas poderão falir.

É por tudo isso que na apresentação do orçamento municipal disse que 2012 seria o ano mais difícil dos últimos tempos? Na al-tura disse isso de plena consciência e se fosse agora ainda reforçaria esse aspecto. O orça-mento de 2012 era pre-visivelmente de grande dificuldade, pois o país está sujeito a um plano de assistência financei-ra e provavelmente não ficará por aqui…

Acha que Portugal terá de pedir mais di-nheiro à “troika”? Es-

tou seguindo o que dizem as pessoas que estudam o assunto. Mas quando há cerca de um mês já tínhamos gasto mais de me-tade do dinheiro que nos emprestaram, fico naturalmente apreensivo e bastante preocupado. Uma coisa é certa: mesmo que isso aconteça, não é caso para pen-sarmos que não vamos cumprir os nossos objectivos. Mas estamos na eminência de um segundo resgate financeiro e isso vai ser ainda mais exigente para a população, que não sei até que ponto aguentará.

Os pedidos de apoio à Câmara Mu-nicipal de Ferreira do Alentejo por parte de pessoas em dificuldade têm aumentado? Têm, têm… Sobretudo nos últimos três, quatro meses! Naturalmente que fazemos que podemos e felizmente temos um instrumento fundamental em todo este processo que é a loja social. A

loja social tem tido um grande sucesso junto das pessoas, porque é um serviço eficiente, muito directo, pouco burocrático e próximo das pessoas. E natural-mente tem havido uma preocupação muito grande da nossa parte para que possamos mi-tigar essas dificuldades. Mas não podemos fazer milagres!

Pretendem alar-gar os mecanismos de apoio à população em dificuldades? As pessoas têm de perce-ber – como estou certo que vão perceber – que as câmaras municipais têm vindo a desenvol-ver um importante pa-pel de apoio às popu-lações. Mas não podem neste momento fazer mais do que faziam. Porque têm muitíssimo menos meios do que ti-nham. O que estamos a fazer agora é feito com muito mais esforço que há uns meses. E é pre-ciso que todos fiquem bem cientes de que é impossível fazer mais com menos recursos. Estamos a fazer o que podemos, mas chegará a uma certa altura em que as exigências serão tais que não vamos con-seguir responder a to-dos os pedidos que nos fizerem.

A loja social tem tido um grande sucesso, porque é um serviço eficiente, muito directo, pouco burocrático e próximo das pessoas.

A Câmara de Ferreira do Alentejo, se tivesse rece-bido do Estado a mesma verba que recebia em 2010, não tinha dívidas.

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2012.03.30

> EsbatEr difErEnças EntrE a vila E rEstantEs lugarEs

Pessoasmais perto

Junta de Ferreira tem trabalhado para garantir a unidade entre todo o território da freguesia, onde existem 11 localidades. DR

“Correio Alentejo” nº 303 : Única publicação :: 30.MAR.2012

MARIA VITÓRIA AMARO

Notária de OuriqueCERTIFICADOCertifico, narrativamente, para efeitos de pu-blicação que, no dia vinte e seis de Março do ano de dois mil e doze, no Cartório Notarial de Ourique, a folhas centos e vinte e nove e se-guintes, do Livro de Notas Para Escrituras Di-versas número Quarenta e Sete – D, se encon-tra exarada uma escritura de Justificação, na qual Pedro Nuno Raposo Prazeres do Car-mo, casado, natural da freguesia e concelho de Ourique, onde reside na Rua Gago Coutinho, nº19, o qual outorga na qualidade de Presiden-te, com poderes para o acto, do:“Município de Ourique”, com sede na Aveni-da 25 de Abril, nº 26, freguesia e concelho de Ourique, com o N.I.P.C. 506 876 330, tendo ve-rificado a qualidade por conhecimento pessoal e os poderes por certidão da acta número vin-te e um, de quatro de Novembro de dois mil e nove, que se encontra arquivada sob o número vinte e um no maço de documentos respeitan-te ao Livro de Notas Para Escrituras Diversas número quarenta e dois-D, deste Cartório, por se destinar a instruir a escritura lavrada a folhas doze, declara que o seu representado é dono e legítimo possuidor do seguinte prédio: Urbano, sito na Rua do Hospital, freguesia e concelho de Ourique, constituído por uma morada de casas térreas destinadas a habitação, cavala-riça, duas varandas e um quintal, com a super-fície coberta de cento e setenta e nove metros quadrados e descoberta de duzentos metros quadrados, confrontando norte com quintal de herdeiros de José Francisco Beltrano, sul e nascente com Rua do Hospital e do poente com Largo do Hospital, inscrito na respectiva matriz, em nome do representado do justifican-te, sob o artigo 303, com o valor patrimonial de €5.192,57, igual ao atribuído, omisso na Con-servatória do Registo Predial de Ourique.Que o justificante não possui qualquer título

para efectuar o registo a favor do seu represen-tado, deste prédio, na Conservatória, embora sempre este tenha estado, há mais de setenta e cinco anos, na detenção e fruição do citado prédio, tendo o mesmo vindo à sua posse por ter adquirido por acto não titulado, por doação, meramente verbal, feita por desconhecidos, em dia e mês e ano que não podem precisar, mas por volta do ano de mil novecentos e trinta e sete, não tendo outorgado a respectiva escri-tura, mas tendo desde logo entrado na posse e fruição do prédio, em nome próprio, posse que assim detém há mais de setenta e cinco anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la.Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilida-des do prédio designadamente, cedendo-o, ar-rendando-o, fazendo as necessárias obras de conservação, beneficiando da isenção de IMI.É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhe a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial.Nestes termos, e não tendo qualquer outra pos-sibilidade, de levar o seu direito ao registo, vem justifica-lo nos termos legais.Cartório Notarial de Ourique, da Notária, Ma-ria Vitória Amaro, aos vinte e seis de Março de 2012

A Notária,(assinatura ilegível)Maria Vitória Amaro

> ferreira dO aleNtejO. Presidente da Junta de Freguesia destaca trabalho desenvolvido em parceria com o movimento associativo local.

“Unir” e “aproximar” os ferreirenses, se-jam os que residem na vila ou aqueles que ainda morem nas restantes aldeias e luga-res da freguesia. Tem sido esta a principal ambição da Junta de Ferreira do Alentejo nos últimos dois anos, num trabalho cujos frutos começam a ser, na opinião do presi-dente da edilidade, bem visíveis.

“Temos cerca de 11 aldeias e lugares em toda a freguesia. E temos tentado – e conse-guido – que a freguesia não seja só Ferreira do Alentejo, mas que as pessoas das aldeias e lugares sintam igualmente que são ferrei-renses”, vinca José João Cavaco, de 59 anos. “Havia algum ‘complexo’ das pessoas des-ses lugares em relação às pessoas da vila e penso que hoje isso não existe”, acrescenta.

Entre as acções desenvolvidas pela Jun-ta de Freguesia no sentido de esbater essas “diferenças” num território com perto de 220 quilómetros quadrados, o autarca eleito em 2009 pelo PS destaca a iniciativa “Rota das Aldeias” ou obras como a recuperação do Centro Social de Olhas e alguns arranjos paisagísticos nesta localidade e em Aldeia de Ruins.

A criação de uma zona verde (parque de lazer ou merendas) entre os Gasparões e a Aldeia do Roquenho também está nos ho-rizontes do presidente da Junta de Fregue-sia de Ferreira do Alentejo, apesar de estar

ciente que o momento exige uma gestão muito cuidadosa dos recursos disponíveis.

“Estamos condicionados financeira-mente e vamos tentando fazer algumas coisas aqui e ali. Em termos de obras temos alguns projectos pensados que de momen-to temos de repensar, face à situação actual. Na prática, vamos vivendo praticamente um dia de cada vez”, afiança José João Ca-vaco.

Mais ParceriasApesar deste ser um tempo de grandes di-ficuldades e enormes exigências para as autarquias, a Junta de Freguesia de Ferreira do Alentejo tem vindo a centrar a sua acção na “área social” e no acompanhamento dos mais idosos que vivem nos locais mais iso-lados do seu território.

“Temos muitos montes habitados na nossa freguesia, zonas onde vive muita gente, e temos procurado em certa medi-da dar esse acompanhamento”, revela José João Cavaco, destacando nesse particular a importância crescente das parcerias entre a edilidade e perto de 30 associações recreati-vas e desportivas.

“O associativismo desenvolve um papel social importantíssimo a todos os níveis na freguesia e é com eles que temos de tra-balhar. Porque sozinhos não vamos a lado nenhum”, acrescenta o autarca, para quem “a tendência é que tudo o que se faça no fu-turo seja em parceria com essas associações e instituições”.

Tudo isto faz com que José João Cavaco olhe para o futuro de Ferreira do Alentejo com “optimismo”. “Estou confiante, porque acredito nas pessoas e porque somos uma freguesia com muito dinamismo”, conclui.

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2012.03.30 7FERREIRA DO ALENTEJO2012NO CENTRO DO QUE É IMPORTANTE!

> AUTARCA JOsÉ BORgEs TEME QUE sITUAçãO POssA AgRAvAR-sE APós O vERãO

Desemprego preocupa

Os pequenos focos de desem-prego que já se verificam entre a po-pulação da freguesia estão a deixar bastante apreensivo o presidente de Junta de Odivelas. De momento, os números estão longe de ser pre-ocupantes, mas mesmo assim José Borges teme que a situação se agra-ve com o passar dos meses.

“A nossa zona é abrangida por algum olival e também por um po-mar. Empregam muita gente, mas derivado à crise e à seca já vamos sentindo alguns focos de desem-prego. […] Temo que no final do Verão, princípio do ano que vem, essas dificuldades ainda se acen-tuem mais”, admite ao “CA” José Borges, de 49 anos, que preside à Junta de Freguesia de Odivelas des-de o ano de 2001.

Segundo o autarca eleito pelo PS, “há uns anos o desemprego era praticamente inexistente” na fre-guesia, mas agora a crise faz com que já se sintam “alguns proble-mas” entre a população.

“São situações sinalizadas, por vezes preocupantes, e a Junta de Freguesia, juntamente com outras instituições, tenta ajudar essas pes-soas”, frisa José Borges, explicando que, sempre que possível, as pes-soas em situação de desemprego são chamadas pela autarquia para trabalhar, ainda que “temporaria-

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> oDivelas. Acção social tem sido uma das preocupações da Junta de Freguesia, que ambiciona concluir a requalificação do centro cultural.

mente”. “É uma forma de ninguém ficar para trás. Porque realmente sentimos que as dificuldades são grandes”, vinca.

Centro Cultural no verãoMas nem só o desemprego pre-ocupa José Borges. O autarca de Odivelas lamenta igualmente as “dificuldades financeiras” provoca-das pela crise e que, muitas vezes, complicam a gestão diária da edi-lidade.

“De há dois anos para cá os cor-tes [nas verbas transferidas pelo Estado] têm-se sentido e cada vez

temos mais dificuldade em fazer face às actividades da Junta, no-meadamente em fazer aquelas pe-quenas obras que são essenciais no dia-a-dia”, frisa José Borges.

Tudo isto faz com que em Odi-velas, tal como no resto do país, o momento seja de “apertar o cinto”. Daí a Junta de Freguesia limitar a sua acção às “pequenas obras que são importantes para as pessoas”, como tapar buracos ou arranjar um ou outra rua, explica o presidente. “Havia outras obras previstas que não eram de valor significativo, mas devido à crise tiveram de ficar para outra altura”, acrescenta.

A excepção à regra é o Centro Cultural, cujas obras de requalifica-ção devem ficar concluídas após o Verão. “É o nosso grande objectivo para este mandato. É uma obra de valor elevado – cerca de 600 mil eu-ros –, mas estou convencido que se as coisas correrem normalmente e de acordo com o que está calenda-rizado, no final do Verão a infra-es-trutura poderá ser inaugurada”, diz.

O novo Centro Cultural irá per-mitir melhorar ainda mais a qua-lidade de vida da população de Odivelas, que na opinião de José Borges não tem comparação com aquela que era a realidade da fre-guesia há 20 anos.

“Temos tidos um desenvolvi-mento bastante acentuado, tanto a nível de arruamentos como a ní-vel de infra-estruturas. Neste mo-mento, Odivelas tem tudo, desde creche a escola ou posto médico. A freguesia está equipada com todos os equipamentos que dão quali-dade de vida às pessoas”, conclui o autarca.

AproveitAr A bArrAgem Uma das maiores mais-valias da freguesia de Odivelas é a barragem existente no seu território, que tem permitido a dinamização do sector agrícola, cada vez mais voltado para as culturas do regadio. Ainda assim, o plano de água tem outras potencialidades, nomeadamente turísticas, que a Junta de Freguesia tem vindo a promover. “Temos feito todos os possíveis e aquilo que está ao nosso alcance para divulgar a barragem do Odivelas”, garante o autarca José Borges, sublinhando o facto do parque de campismo local estar sempre “com muita gente, sobretudo estrangei-ros”. Ao mesmo tempo, a barragem irá acolher em Abril, pelo terceiro ano, os participantes do passeio ciclo-turístico entre a “Odivelas citadina” (Lis-boa) e a “Odivelas rural” (Ferreira do Alentejo). “É uma iniciativa que vale pelo convívio entre as pessoas de realidades diferentes”, vinca José Borges.

José borges, presidente da Junta de odivelas, teme que desemprego aumente na freguesia com o passar do ano. jtm

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2012.03.30 FIMSEMANADE

TEMPO LIVRE

9

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Realiza-se no próximo sábado, 31, em Aljustrel, no auditório da Biblioteca Municipal, a primeira edição das Jornadas Ibéricas de Resgate Mineiro. Esta iniciativa da Câmara Municipal pretende deba-ter assuntos relacionados com o so-corro em minas e tem lugar numa altura em que a indústria mineira revela sinais de crescimento no nosso país depois de alguns anos de estagnação, contando com es-pecialistas de Portugal, Espanha e Reino Unido.

Neste colóquio serão debatidos

LiteraturaJorge serafim edita livro para crianças

Jorge Serafim está de regresso aos livros com Sonhar ao longe…, obra infanto-juvenil em que o bejense se junta ao ilustrador José Francisco, da Biblioteca Municipal de Beja. “É um livro para todas as crianças e para adultos que ainda sabem manter a criança dentro de si”, explica o autor. O novo livro vai estar à venda a partir da próxima semana.

iniciativaalvito celebra dia do livro infantil

a Biblioteca Municipal de alvito assinala esta segunda-feira, 2 de abril, o Dia internacional do Livro infantil com a apresentação do livro A Girafa Maria, de alexandra Graça. a inicia-tiva está agendada para as 15h00. a autora, educadora de infância e conhe-cedora de várias formas de expressão artística, da dança às artes plásticas, é “uma apaixonada pelas artes”.

> I JORnaDas IbéRIcas DE REsgaTE MInEIRO nO sábaDO, 31

aljustrel vai debater segurança em minas

> E aInDa...

MúSicaalJustrel recebe concerto de José cid

José cid sobe este sábado, 31, ao palco do pavilhão do Parque de Feiras e exposições de aljustrel. O concerto está agendado para as 22h30 e é orga-nizado pelo Mineiro aljustrelense.

iniciativaexpobarrancos anima fim-de-semana

a vila de Barrancos vai estar em festa no fim-de-semana, com mais uma edição da expoBarrancos. O certame, que tem entradas livres, é organizado pela autarquia local e inclui a Feira do Presunto e dos enchidos e a Mostra de recursos Silvestres.

assuntos com grande importância para a indústria extractiva, como a formação de resgate mineiro/ bri-

gadista mineiro, o resgate mineiro em Portugal e Espanha (passado, presente e futuro), a organização, formação e manutenção de briga-das, a importância de uma brigada numa mina ou a cooperação e in-tervenção em operações de protec-ção civil.

O presidente da Câmara de Al-justrel destaca a importância deste tipo de palestras para melhorar o socorro nas minas. “São justamente os homens que arriscam a sua vida altruistamente em prol dos que es-tão em perigo, que dão o mote para estas jornadas ibéricas”, evidencia Nelson Brito.

Para além do Município de Al-justrel, estas I Jornadas Ibéricas de Resgate Mineiro contam com o apoio das empresas Somincor e Al-mina, bem como outros parceiros ligados à actividade mineira.

> Jornadas. iniciativa da câmara de aljustrel visa discutir assuntos re-lacionados com o socorro em minas.

livro de antónio murteira apresentado n’“os infantes”O espaço “Os infantes”, em Beja, recebe esta sexta-feira, 30, pelas 22h00, a apresentação do livro Comeres com poemas para viver um grande amor, de antónio Murteira. a iniciativa é promovida pela companhia Lendias d’encantar.

> Beja

aljustrel recebe especialistas nacionais e espanhóis. JTM

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Correio Alentejo n.º 303 de 30/03/2012 Única Publicação

Em cumprimento da Lei n.º 26/94, de 19 de Agosto se pu-blica a listagem das transferências efectuadas por esta Câ-mara Municipal, durante o 2º semestre de 2011 a favor de pessoas singulares ou colectivas exteriores ao sector públi-co administrativo, a título de subsídio, subvenção, ajuda, bo-nificação, incentivo ou donativo, cujos montantes excedem o valor referido no artigo 2º da lei atrás citada:

Entidade Transferências Correntes

Transferências de Capital

Obs.

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cuba

€ 20.000,00 € 10.000,00

Santa Casa da Misericórdia Vila Alva

€ 19.953,03

Cuba, 20 de Março de 2012O Presidente da Câmara,

(assinatura ilegível)(Francisco António Orelha)

MUNICÍPIO DE CUBACÂMARA MUNICIPAL DE CUBA

AVISO

Correio Alentejo n.º 303 de 17/06/2011 Única Publicação

LICENÇA DE FUNCIONAMENTO Nº 01/2012 (*) Ano

REGIME DE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS DE APOIO SOCIAL

1. Identicação do estabelecimento

Denominação do estabelecimento Letras DivertidasLocalização do estabelecimento Rua Infante Dom Henrique, nº5 A BejaC. Postal 7800-318 Beja Localidade BejaDistrito Beja Concelho Beja Freguesia Santiago MaiorTelefone 969369656 Fax e-mail

2. Identificação da entidade gestora

Nome completo Letras Divertidas, Unipessoal, LdaMorada Rua Infante Dom Henrique, nº 5 AC. Postal 7800-318 Beja Localidade Beja

3. Actividade exercida no estabelecimento

CENTRO DE ACTIVIDADE DE TEMPOS LIVRES

4. Lotação máxima

O estabelecimento pode abranger o número máximo de 35 (trinta e cinco em simultâneo) utentes. por extenso

5. Emissão

Data 2012/3/15 (assinatura ilegível) Assinatura e selo branco

(*) Emitida ao abrigo do Decreto-Lei n.º 64/2007, de 14 de Março.

OS DADOS CONSTANTES NESTE DOCUMENTO SERÃO OBJECTO DE REGISTO INFORMÁTICO NA BASE DE DADOS DA SEGURANÇA SOCIAL.

PODERÁ CONSULTAR PESSOALMENTE A INFORMAÇÃO QUE LHE DIZ RESPEITO, BEM COMO SOLICITAR A SUA CORRECÇÃO.

AS FALSAS DECLARAÇÕES SÃO PUNIDAS NOS TERMOS DA LEI

CENTRO DISTRITAL DE BEJA

ONDABEJA | TEL. 284 320 625 | RUA ZECA AFOSO | BEJA | ONDABEJA@NET. NOvIS.PT

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LIGA DOS AMIGOS DO HOSPITAL DE BEJAI.P.S.S. Reconhecida Pessoa Colectiva de Utilidade Pública

NIPC n.º 503 474 592Rua Dr. António Fernando Covas Lima – 7801-849 BEJA

CONVOCATÓRIANos termos dos art.º 28º dos Estatutos da Liga dos Amigos do Hospital de Beja, convoco todos os Sócios para uma reunião da Assembleia-Geral a realizar no dia 10 de Abril de 2012, em primeira convocatória para as 16.30h, com a duração estimada de uma hora, na sala de conferências do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja, na Rua Dr. António Fernando Covas Lima, em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos:1. Informações;2. Apreciação e votação do Relatório e Contas do Ano de

2011;3. Outros Assuntos.Se não estiverem presentes, à hora indicada, mais de me-tade dos sócios com direito a voto, a Assembleia-Geral realizar-se-á meia hora mais tarde, com os Sócios presen-tes.

Beja, 21 de Março de 2012

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral,

(assinatura ilegível)Dr. Joaquim Apolino Salveano de Almeida

Correio Alentejo n.º 303 de 30/03/2012 Única Publicação

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJATelefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapax-julia.ptE-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações Exumações – Artigos Religiosos

†. Faleceu a Exma. Sra. D. EDITE DE JESUS RAPOSO NUNES, de

78 anos, natural de São Matias - Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passa-do dia 22, das Casas

Mortuárias de Beja, para Jazigo de família no ce-mitério de São Matias.

BEJA / SÃO MATIAS

Às famílias

enlutadas

apresentamos

as nossas

mais sinceras

condolências

Consulte esta seCção em www.funerariapax-julia.pt

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA AMÉLIA BARÃO GUERREIRO, de 76 anos, natural de Santiago Maior - Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no

passado dia 22, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério

desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FRANCISCO,

de 90 anos, natural de Baleizão - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no

passado dia 23, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

BALEIZÃO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CUSTÓDIA MARIA BARRIGA, de 79 anos, natural de Nossa Se-

nhora das Neves - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 23, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das

Neves, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIANA LUÍSA

DA SILVA, de 78 anos, natural de São Matias - Beja, casada com o

Exmo. Sr. Cândido An-tónio da Rosa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, das Casas Mor-tuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO CLÁUDIO MARQUES, de 77 anos,

natural de Albernôa - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Custódia Maria Serra

Marques. O funeral a car-go desta Agência realizou-

se no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério da

Cabeça Gorda.

BEJA / CABEÇA GORDA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOAQUINA PEREIRA TRIPA, de

83 anos, natural de Vila Nova da Baronia - Alvito, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Casa Mortuária de Vila Nova da Baronia, para o cemitério local.

VILA NOVA DA BARONIA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO ROSÁRIO FEIO, de 94 anos, natu-ral de Albernôa - Beja,

viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Casa Mortuária de

Albernôa, para o cemité-rio local.

ALBERNOA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ALBERTINA

COELHO ROCHA, de 80 anos, natural de São Sebastião - Loulé, sol-teira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Igreja Paroquial do

Carmo, para o cemitério de Beja.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA CAROLINA

GUERREIRO DAS FONTES FREIXO, de

89 anos, natural de San-ta Maria da Feira- Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, das Casas Mortuárias

de Beja, para o cemité-rio desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ELVIRA AUGUSTA

MARTINS SILVA SEBAS-TIÃO, de 84 anos, natural

de Panóias - Ourique, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26, da Igreja Paroquial do

Carmo, para o cemitério de Ferreira do Alentejo,

onde foi cremada.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOÃO TORRES DOS

REIS, de 80 anos, natural de Lagoa, casado com a Exma. Sra. D. Maria

de Lurdes Martins Vieira Reis. O funeral a cargo

desta Agência realizou-se no passado dia 27, da

Casa Mortuária de Lagoa, para o cemitério local.

LAGOA (ALGARVE)

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA BENEDITA

ALMODÔVAR GUERREI-RO DA CRUZ MARTINS,

de 95 anos, natural de São João Baptista - Beja, viúva. O funeral a cargo

desta Agência realizou-se no passado dia 27, da

Igreja Paroquial do Carmo, para Jazigo de Família no

cemitério de Beja.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. RAÚL JOAQUIM PI-

CADO JÚNIOR, de 94 anos, natural de Beja,

viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, das Casas Mortuárias

de Beja, para o cemité-rio desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO MANUEL

CAIXINHA, de 82 anos, natural de Beja, casado

com a Exma. Sra. D. Maria de Lurdes Guer-reiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, das Casas Mortuárias

de Beja, para o cemité-rio desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO MANUEL FIGUEIRA, de 71 anos,

natural de Trindade - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29, da Casa Mortu-ária de Trindade, para o

cemitério local.

CANTINHO DA RIBEIRA/ TRINDADE

†. Faleceu o Exmo. Sr. FILIPE JOÃO DOS

SANTOS, de 89 anos, natural de Caparica -

Almada, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29, da Casa Mortu-ária de Trafaria, para o cemitério do Monte da

Caparica, Almada.

TRAFARIA / ALMADA

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ENTRADASPARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

MANUEL BATISTA FRAGOSO

N: 22/02/1950 – F: 26/03/2012

Irmãos, cunhadas e sobrinhos participam a todas as pessoas das suas relações e amizade o fale-cimento do seu ente querido. Os seus familia-res, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradecem por este meio, reconhecidamente, a todos os que se dignaram acompanhá-lo à sua última morada, ou que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar.

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FUTEBOL E MODALIDADES

DESPORTO

>ciclismo >futebol

ANDRÉ FILIPE VENCE EM ALMODÔVAR André Filipe, do Sintra Clube de Ciclismo, foi o vencedor da Volta ao Concelho de Almodôvar em bicicleta, que decorreu no último fi m-de-semana.

AF BEJA APROVA NOVOS ESTATUTOS Os clubes aprovaram na passada semana, por unanimidade, a proposta de novos estatutos para a Associação de Futebol de Beja.

> VODAFONE RALLY DE PORTUGAL 2012 REALIZA-SE ESTE FIM-DE-SEMANA NO BAIXO ALENTEJO E ALGARVE

Os amantes das quatro rodas de Almodôvar e Ourique (e não só!) vão ter um fi m-de-semana de muito pó, curvas a alta velocidade e emoção a rodos. Tudo porque es-tes dois concelhos recebem entre esta sexta-feira e domingo, dias 30 de Março a 1 de Abril, mais uma edição do Vodafone Rally de Portu-gal, quarta prova no calendário do campeonato mundial da modali-dade (WRC).

Os franceses Sebastien Löeb (em Citrëon DS3) e Sebastien Ögier (Skoda Fabia), o fi nlandês Mikko Hirvonen (também em Ci-tröen DS3), o norueguês Petter Solberg e o fi nlandês Jari-Matti La-tvala (ambos em Ford Fiesta RS), e o português Armindo Araújo (Mini John Cooper Works) são os cabe-ça-de-cartaz da prova organizada pelo Automóvel Clube de Portugal, este ano com um total de 57 equi-pas inscritas.

Depois da super-especial de 3,27 quilómetros realizada na noite de quinta-feira, 29, na zona do Mostei-ro dos Jerónimos e do Centro Cul-tural de Belém, a caravana rumou a sul, cumprindo ainda três classifi -

> RALLY DE PORTU-GAL. Almodôvar e Ouri-que recebem nove das 22 especiais classifi cativas da prova.

O Citröen de Löeb é o grande favori-to à vitória fi nal no Rally de Portugal 2012. Será que o piloto gaulês confi r-ma o favoritismo? DR | ACP

cativas em Gomes Aires (10,2 kms), Santa Clara (14,3 kms) e Ourique (11,1 kms) à “luz da lua” e já depois do fecho desta edição do “CA”.

Esta sexta-feira terão lugar mais seis classifi cativas, todas em solo algarvio, com duplas passagens por Tavira (25 kms que são novi-dade em 2012), Alcarias (25,2 kms) e São Brás de Alportel (16,2 kms). Sábado, 31, os pilotos regressam

CURVAS E EMOÇÃO!

termos de Mundial para os três melhores tempos. Antes, terão lu-gar mais quatro provas classifi ca-tivas: Silves (21,4 kms) e Santana da Serra (31 kms, naquela que é a mais longa de todas). A meta do rally estará instalada no Estádio do Algarve, em Faro, onde os vence-dores vão provar ao início da tarde (perto das 15h30) o champanhe da vitória!

> 1ª DIVISÃO >AF BejaJORNADA 22Almodôvar – Milfontes ................................. 4-1FC Serpa – Vasco da Gama ......................... 3-1FC São Marcos – Guadiana ......................... 4-0Aldenovense – Panóias ................................ 5-1Desp. Beja – FC Castrense ......................... 0-5Ferreirense – Rosairense ........................... 5-3Odemirense – Sp. Cuba ............................... 2-1

J V E D M-S P 1 FC Castrense 22 18 4 0 57-09 58 2 Milfontes 22 16 2 4 42-20 50 3 Ferreirense 22 12 5 5 41-34 41 4 Aldenovense 22 12 0 10 39-25 36 5 V. Gama 22 11 1 10 50-34 34 6 FC Serpa 22 9 6 7 30-27 33 7 Odemirense 22 10 2 10 33-32 32 8 Rosairense 22 9 4 9 36-34 31 9 Almodôvar 22 8 5 9 42-36 29 10 Panóias 22 8 4 10 26-39 28 11 São Marcos 22 6 4 12 25-54 22 12 Desp. Beja 22 6 4 12 24-35 22 13 Guadiana 22 5 2 15 22-55 17 14 Sp. Cuba 22 2 1 19 17-50 7

PRÓXIMA JORNADA > 01.04.2012Sp. Cuba-Almodôvar, Milfontes-FC Serpa, Vasco da Gama-FC São Marcos, Guadiana-Aldenovense, Panóias-Desp. Beja, FC Castrense-Ferreirense e Rosairense-Odemirense

> 2ª DIVISÃO >AF BejaJORNADA 19Messejanense – Sanluizense .........................1-1Alvorada – Barrancos .................................. 1-3Amarelejense – Cabeça Gorda ....................1-0Bairro da Conceição – Sabóia .....................1-0Ourique – Negrilhos ..................................... 2-1Renascente – Piense .................................... 2-1DESCANSOU: Vale de Vargo

J V E D M-S P 1 C. Gorda 18 12 3 3 32-15 39 2 Amarelejense 18 11 4 3 44-14 37 3 B.º Conceição 18 10 6 2 40-20 36 4 Piense 17 11 1 5 45-15 34 5 Sabóia 17 11 1 5 26-12 34 6 Renascente 18 10 2 6 33-27 32 7 Ourique 18 7 3 8 22-36 24 8 Alvorada 17 6 2 9 23-31 20 9 Messejanense 17 5 3 9 18-33 18 10 Vale de Vargo 17 5 2 10 17-31 17 11 Sanluizense 18 5 2 11 17-33 17 12 Barrancos 18 3 4 11 26-47 13 13 Negrilhos 17 1 1 15 19-47 4

PRÓXIMA JORNADA > 31.03.2012Sanluizense-Vale de Vargo, Barrancos-Messejanense, Cabeça Gorda-Alvorada, Sabóia-Amarelejense, Negrilhos-Bairro da Conceição e Piense-OuriqueDESCANSA: Renascente

FUTEBOLDESPERTAR ALCANÇA PRIMEIRA VITÓRIA

O Despertar começou da melhor forma a segunda fase da Série F da 3ª divisão nacional! Integrados no chamado “grupo da descida”, os bejenses derrotam em casa o Redondense (1-0), naquela que foi a primeira vitória da equipa em 2011-2012. Por seu lado, no grupo da subida o Mineiro Aljustrelense foi ao Algarve garantir um empate sem golos no reduto do Esperança de Lagos.

> TEMPO EXTRA

12 2012.03.30

ao Baixo Alentejo, tendo de pas-sar duas vezes pelas classifi cativas de Almodôvar (26,2 kms) e Vascão (25,3 kms), além de uma na zona de Loulé (22,6 kms).

O Vodafone Rally de Portugal 2012 termina no domingo, 1 de Abril, com a realização de um po-wer stage em Sambro (5,08 kms), que é uma das novidades este ano e que atribuirá pontos extra em

CICLISMO

Russo cumpre “tradição” e vence Volta ao Alentejo O ciclista russo, Alexey Kushin, da Lokosphinx, venceu este do-mingo, 25, a 30ª Volta ao Alentejo em bicicleta, mantendo assim a tradição de se tornar o 30º ven-cedor em tantas outras edições da prova. O russo bateu os por-tugueses Filipe Cardoso (Efapel-Glassdrive) e Samuel Caldeira (Carmin-Prio), nesta que foi tam-bém a edição mais renhida de sempre, tendo-se encontrado o vencedor apenas no desempate por pontos.

Na primeira etapa, que de-

correu entre Castelo de Vide e o Redon-do, a corrida foi ga-nha pelo argentino Jorge Montenegro (Louletano-Dunas Douradas), que ba-teu ao sprint Samuel Caldeira. Na segunda etapa a Volta deslocou-se de Portel a Santiago do Cacém, tendo sido ganha pelo russo Alexey Kushin, que viria a en-vergar a cami-sola amarela.

A tirada seguinte, em que o pe-lotão fez a ligação de Odemira a Ourique, foi ganha pelo russo Sergey Shilov (Lokosphinx). A quarta e última etapa, que ligou

Mértola a Grândola, foi um excelente espectáculo de ciclismo, tendo a

vitória sido de-cidida até ao ultimo metro, sorrindo esta ao português Filipe Cardoso,

que mesmo com este triunfo não conseguiu destronar o ciclista russo, que alcançou a vitória fi -nal.

Quanto às outras classifi -cações em disputa, a camisola dos pontos foi vencida por Sa-muel Caldeira, a classifi cação da montanha teve como vencedor o sul-africano Darren Lill (Team Bonitas) e o prémio da juventude foi conquistado pelo holandês Marc Goos (Rabobank).

ANTÓNIO BARRIGAAlexey Kunshin dominou a “Alentejana”. DR | PAD

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132012.03.30 OPINIÃO>análise

JUNHO COBRIU-SE DE NEGRO

Omonte da Herdade de Água dos Peixes, entre Albergaria dos Fusos e Alvito, era,

para mim, o lugar mais bonito do mundo. Lá viveram, muitos anos, os meus avós pater-nos, mais cinco ou seis famílias. Rapazes, só eu, que passava lá oito ou dez dias por ano, e o Chico, o fi lho do Bento. A Rosa era a única rapariga. Eu e a Rosa tínhamos seis anos, o Chico tinha sete. Nunca hei-de esquecer o pelourinho, imponente, que fi cava no meio do largo do monte, onde nós brincávamos, felizes, tardes inteiras, com espadas de cana atadas com baraços e escudos de madeira. Também recordo os pardais, provocadores, na fi gueira do quintal. As galinhas barulhen-tas a pinicar os fi gos no chão, maduros do tempo. Nunca hei-de esquecer o solar, cheio de história, com janelas povoadas de fantas-mas. No exterior, o pátio em pedra de calça-da, a capela, uma oliveira velha, o chafariz de água férrea onde os animais bebiam. Nas traseiras do solar a horta onde os donos da herdade mandavam semear batatas e feijão e tomates e outros de que eu agora não me lembro. As pereiras, os marmeleiros, as nes-pereiras, o laranjal, a perder de vista, onde eu e o Chico, o fi lho do Bento, íamos roubar laranjas que não chegávamos a comer. Tam-bém me lembro do tanque enorme, miste-rioso, cheio de água, à sombra dos chorões que tocavam as nuvens. Eu era criança e apetecia-me mergulhar naquele tanque cheio de água, mas tinha medo. Alem disso, estava proibido de chegar lá perto. A minha avó proibia-me de chegar lá perto.

Lembro-me de estar deitado e ouvir os meus avós que, ainda antes do sol nascer, se levantavam da cama e atravessavam o cor-redor entre os quartos. A minha avó punha a cafeteira do café ao lume e preparava o far-nel que o meu avô levaria para o trabalho. O meu avô enchia o lavatório branco com água fria, depois, lavava a cara, depois, murmura-va,

– Tá fria!depois, comia pão e linguiça cortada às

rodelas com a navalha que usava na algibei-ra das calças, depois, acompanhava com o café que a minha avó lhe preparara, depois, reunia-se com os outros homens, junto ao pelourinho, e esperava que o feitor chegas-se com as ordens de trabalho. No campo, os dias eram duros e longos. Homens e mu-lheres trabalhavam de sol a sol. A luz quen-te batia naquelas pessoas. Naqueles rostos

ANTÓNIO LÚCIOdirector da Rádio Pax

> CRÓNICA

resignados. Naquelas mãos cruas, lavradas pelo tempo.

Depois do jantar, quando o sol desapa-recia por detrás do cabeço, as mulheres e os homens sentavam-se à porta de casa, apa-nhando o fresco abafado do mês de Junho. A essa hora ouvia-se o silêncio da planície e sentia-se a leve melancolia das searas tor-radas do sol. Alguns homens sentavam-se nos degraus do pelourinho. A minha avó sentava-se na cadeira dela. O meu avô sen-tava-se na cadeira dele. O meu avô velhinho sentava-se no banco de madeira onde só ele se sentava. Eu sentava-me numa cadeira pe-quena que parecia de brincadeira, pintada de azul, que a minha avó me comprou na feira de Nossa Senhora d’Aires. Para mim, o meu bisavô foi sempre avô velhinho. A mi-nha avó chamava-lhe pai

– Venha almoçar, pai.e eu achava isso estranhíssimo. Só quan-

do falava comigo o tratava por avô velhinho.– Deixa o avô velhinho em paz!A vizinha Joana, mulher do Bento e mãe

do Chico, vinha dar dois dedos de conver-sa à minha avó. Sentavam-se as duas no poial que fi cava em frente da casa dos meus avós. Falavam de pessoas que não estavam presentes, pessoas mortas, pessoas que via-jaram para outros montes, outras aldeias, outros países e por lá fi caram. Os homens falavam da lavoura, da ceifa e de outros as-suntos que eu, com seis anos, não atingia. Faziam cigarros com as mãos, fumavam, cuspiam no chão vestígios dos cigarros. Os cães deitavam-se aos pés dos seus donos. De vez em quando ladravam contra qualquer coisa que só eles sabiam.

No fi nal de tarde daquele dia quente e abafado, quando a minha avó me chamou para jantar, ninguém imaginava o que estava para acontecer. Depois do jantar, o mesmo ritual: o meu avô sentou-se na cadeira dele, a minha avó na cadeira dela e o meu avô ve-lhinho sentou-se no banco de madeira onde só ele se sentava. Alguns homens sentaram-se nos degraus do pelourinho. Nessa noite a vizinha Joana, mulher do Bento e mãe do Chico, não apareceu para dar dois dedos de conversa à minha avó. Nem o Bento foi fumar com os outros homens nos degraus do pelourinho. Sentia-se uma aragem pelos campos, pelas árvores, pelas pedras da cal-çada. Nessa noite o Chico chegou a correr, la-vado em lágrimas, os seus gritos quebraram o silêncio da planície e a leve melancolia das searas torradas do sol, eram gritos de afl ição, de terror, de medo, de angústia, eu não sa-bia o que se estava a passar, o meu amigo chorava e eu não sabia porquê, os homens e as mulheres de mãos na cabeça, algumas mulheres também choravam, os homens tinham ar grave, segredavam, o meu amigo, sofria e eu não sabia porquê, queria ajuda-lo mas não sabia como, os meus olhos cheios de água, a minha avó afagava-lhe o cabelo como se chorasse, o meu amigo, soluçando, esgotado, o seu rosto esgotado.

– Quero o meu pai, vizinha, por favor.As mulheres e os homens disseram que

ele se matou. O Bento, marido da vizinha Jo-ana e pai do Chico, enforcou-se nesse início de noite do mês de junho. O meu amigo ti-nha perdido o pai. A partir desse dia, o mon-te da Herdade de Água dos Peixes deixou de ser para mim o lugar mais bonito do mundo.

O meu avô sentava-se na cadeira dele. O meu avô velhinho sentava-se no banco de madeira onde só ele se sentava. Eu sentava-me numa cadeira pequena que parecia de brincadeira, pintada de azul, que a minha avó me comprou na feira de Nossa Senhora d’Aires. Para mim, o meu bisavô foi sempre avô velhinho. A minha avó chamava-lhe pai

> CORREIO TAURINO

por VÍTOR BESUGOPRAÇASCAVALEIROSFORCADOSAGENDA

BASTINHAS JR.EM ENTRADAS

Será a 27 de Julho de 2012 (sex-ta-feira) que a vila de Entradas (Castro Verde) receberá a 13ª

corrida de toiros das Noites em Santiago, organizada pela Rádio Castrense e que já é umas das corridas mais mediáticas do pa-norama taurino baixo-alentejano, contando habitualmente com casa cheia. Este ano já estão confi rmadas as presenças dos cavalei-ros Tito Semedo e Marcos Bastinhas Jr., as-sim como um curro de toiros da ganadaria Varela Crujo. O restante cartel será confi rma-do nas próximas semanas.

FESTIVAL NA PÓVOA S. MIGUEL No dia 8 de Abril, domingo de Páscoa, a praça de toiros da Póvoa de São Miguel (Moura) recebe um festival taurino orga-nizado pelo Grupo de Forcados Amadores local. O cartel é de enorme atractivo, pois conta com a presença dos cavaleiros João Moura, Joaquim Bastinhas, Tito Semedo, Marcos Bastinhas Jr, Tiago Carreiras e Miguel Moura. Lidam-se toiros de Santa Maria, que serão pegados pelos forcados de Cascais e da Póvoa de São Miguel.

JOÃO SALGUEIRO DEIXA APODERADO O cavaleiro João Salgueiro informou na passada semana, via correio electrónico, que terminou a sua relação de apoderamento com António Manuel Cardoso “Nené”, que o acompanhava há já vários anos. João Sal-gueiro optou por terminar o apoderamento de forma cordial e amigável, sem que abso-lutamente nada o mova contra “Nené”.

RAMO GRANDE GANHA EM LISBOA A dupla Vítor Oliveira (rabejador) e Ma-nuel Pires (cernelheiro), do Grupo de Forca-dos Amadores do Ramo Grande (Terceira – Açores), venceu o V Concurso de Cernelhas, no Campo Pequeno, integrado na Festa do Forcado. Na fi nal, disputada com os Aca-démicos de Elvas, o grupo açoriano levou a melhor, depois de eliminatórias com a par-ticipação de 38 grupos de forcados. O grupo do Ramo Grande, estará assim presente na corrida de dia 3 de Maio na praça lisboeta, compondo o cartel que contava já com a presença de Sónia Matias e Ana Batista, dos matadores Luís Vital ‘Procuna’ e David Mora, e toiros de São Torcato.

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14 2012.03.30opinião>palavras

“> Editorial

>palavras

UM RISCOCORAJOSOO líder do Partido Socialista vai propor este sábado, 31, que os candida-

tos a presidentes de câmaras municipais sejam escolhidos pelos mi-litantes através de eleições primárias. E o sistema será também adoptado para escolher, em cada distrito, os candidatos a deputados do PS nas pró-ximas eleições legislativas. Trata-se de uma autêntica revolução que, a ser aprovada, como se espera, aprofunda muito a democracia interna e põe o partido na dianteira. Mas, considerando a inexistência de qualquer históri-co neste domínio, este passo encerra riscos e pode comprometer a unidade dos socialistas em muitos locais.

É certo que, em universos eleitorais com al-guma dimensão, o processo tende a ser muito participado e porventura ter alguma solidez e ganhos no plano político. Contudo, em meios como o Baixo Alentejo, onde existem poucos militantes e, em vários locais, a dinâmica par-tidária deixa muito a desejar, irão certamente colocar-se problemas. Sobretudo naqueles concelhos onde a militância é débil e a mobili-zação de independentes reflecte essa fragilida-de. Mas há riscos que é preciso correr!

Este novo capítulo no PS representa um pas-so importante e arrojado no sentido de apro-fundar a democracia e o peso dos cidadãos na vida política. Como em tudo o que é novo, sur-girão fragilidades, mas ninguém pode negar que António José Seguro de-monstra grande coragem e está a contribuir para fortalecer a cidadania e, ao mesmo tempo, abrir uma nova porta nos partidos, que precisam muito de derrubar barreiras e criar laços mais fortes com a sociedade civil.

Este degrau que o PS agora pretende assumir, parece-nos, por isso, ab-solutamente decisivo para a sua própria sustentabilidade e, sobretudo, um contributo vital para tornar o regime democrático ainda mais sólido.

António José Seguro demonstra grande coragem e está a con-tribuir para fortalecer a cidadania e, ao mesmo tempo, abrir uma nova porta nos partidos.

VÍTOR GASPAR> expresso.pt 28.03.2012

“JulgO que a OpiniãO da Fitch é uma OpiniãO respeitável, mas eu nãO estOu de acOrdO cOm a análise da Fitch.”

PEDRO TADEU> “Diário de Notícias” 28.03.2012

“para quem teve a paciência de acOmpa-nhar Os directOs [dO cOngressO dO psd]nOs canais de nOtícias, atravessandO uma penOsa FlOresta de irrelevâncias cOm três dias.”

MANUEl SERRãO> “Jornal de Notícias” 28.03.2012

“quandO O tempO pede, pOr cada tra-balhadOr pOrtuguês que só assOma a Janela para ver a vista, há pelO menOs um reFOrmadO nO passeiO, um estudante nO laréu e um desempregadO na praia.”

Redacção, administração e publicidadeRua Dr. Diogo Castro e Brito, 6 – 7800-498 BejaTel. 284 329 400 | 284 329 401 Fax 284 329 402 e-mail: [email protected]

Propriedade: JOTA CBS – Comunicação e Imagem LdaNIF 503 039 640Depósito Legal nº 240930/06. Registo ICS: 124.893. Tiragem semanal: 3.500 exemplares

Jornal regional semanário editado em BejaDirector: António José Brito Editor: Carlos Pinto. Redacção: Luís Lourenço, Manuela Pina, José Tomé Máximo (fotografia). Paginação: Pedro Moreira. Infografia: I+G - www.imaisg.com . Secretariado: Ruben Figueira RamosColaboradores Permanentes: Napoleão Mira e Vítor Besugo. Colunistas: Alberto Matos, Ana Ademar, An-tónio Sebastião, Jorge Pulido Valente, José Filipe Murteira, Luís Dargent, Margarida Janeiro, Mário Simões, Miguel Madeira, Paulo Arsénio, Teresa Chaves e Vítor Encarnação.Projecto Gráfico: Sérgio Braga – Atelier I+GDepartamento Comercial: Conceição Carvalho [ 934 820 822 ] [email protected]ão: Imprejornal. Distribuição: Jota CBSISSN 1647-1334

> ponto cardEal

O que faz falta…há 50 anos, no Dia do Estudante, a polícia

de choque invadiu a Cidade Universitária de Lisboa, encerrando associações de estu-dantes, acusadas de subversão pelo Governo de Salazar. No dia da greve geral, a polícia de choque varreu o Chiado, agrediu jornalistas e manifestantes anti-austeritários que o Go-verno e o Presidente da República se apressaram a classificar de “desordei-ros”.

Além de reavivar me-mórias dum passado ne-gro, a conclusão a tirar é que se Portugal não é a Grécia, parece! Aliás, os relatórios das “secretas”, sucedâneos incompe-tentes da PIDE, previam para o dia da greve ge-ral “distúrbios graves”, à imagem da Praça Sintag-ma. Acertaram apenas na brutalidade policial, falta ainda a combatividade dos manifestantes gre-gos que levam dois anos e muitas greves gerais de avanço...

António Borges, que acumula a presidência da comissão de privatiza-ções com a administra-ção do grupo Jerónimo Martins, deu parabéns ao Governo por conseguir o mesmo efeito duma des-valorização da moeda, impossível com o euro: a quebra brutal dos salá-rios reforçaria a compe-titividade da economia – como está à vista, com uma recessão acima de 3%... E tudo isto sem grandes contestações. “Portugal não é a Grécia” – até ver!

E o assalto ao salário vai agravar-se com o pacote laboral do roubo de horas extraordi-

ALBERTO MATOSdirigente do BE

nárias, férias e feriados, despedimentos mais baratos e arbitrários, num país com o desem-prego oficial a rondar 15% e os maiores níveis de precariedade e desigualdade da Europa. A maioria de direita aprovou e o PS, fiel ao acor-do com a “troika”, absteve-se como Pilatos…

Em Espanha, a greve geral de 29 de Março teve o apoio das Comissiones Obreras e da UGT. Com a austeridade, todos os trabalhado-res europeus se verão gregos, a prazo mais ou menos curto. Fará todo o sentido uma greve geral europeia contra o pacto “Merkozy” que impõe o limite de 0,5% do PIB ao défice, uma pena de recessão e austeridade perpétuas.

Os povos europeus não podem confiar o seu futuro nas mãos de governos que os têm levado à desgraça e devem exigir a realização de referendos ao novo tratado, o que se justifi-ca ainda mais em Portugal, pois nunca fomos consultados sobre a adesão à CEE e ao euro, nem sobre os tratados de Maastricht, Nice e Lisboa.

Mas a fúria do Governo não é só econó-mica e social, ela tem expressão política na extinção de freguesias e também de municípios, anunciada na véspera do Congresso do PSD por Miguel Relvas – “o bulldo-zer do Governo”, segundo a opinião insuspeita de Luís Filipe Menezes.

A resposta das autar-quias vai descer à rua na manifestação de 31 de Março. Mas só será vito-riosa se ousar apoiar-se na vontade popular, le-vando a cabo referendos locais que suportem os pareceres negativos sobre a proposta de lei do Go-verno.

nOta sObre a Falta de vergOnhaZélia Afonso viu-se obri-gada a emitir uma nota de protesto contra o (ab)uso de versos do poeta e can-tor no Congresso do PSD, lembrando que “se fosse vivo, José Afonso estaria na primeira fila dos que hoje, em Portugal, com-batem a política neolibe-ral do Governo de Passos Coelho”.

Um partido do Gover-no dos “vampiros” teve a lata de vampirizar a obra do Zeca! A resposta seria fulminante: “Quando o pão que comes sabe a merda, o que faz falta?”…

Os relatórios das “secretas”, sucedâneos incompetentes da PIDE, previam para o dia da greve geral “distúrbios graves”, à imagem da Praça Sintagma. Acertaram apenas na brutalidade policial, falta ainda a combatividade dos manifestantes gregos.

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152012.03.30 opinião>análise

APOSTARNO EMPREGOO duro caminho da consolidação das contas públi-

cas, que temos vindo a percorrer, começa, ainda que indelevelmente, a dar os primeiros indicadores positivos.

Na verdade, de acordo com os últimos dados, existe um maior equilíbrio das contas públicas, a balança co-mercial está mais equilibrada, por via do aumento das exportações e concomitante diminuição das impor-tações e, pela primeira vez nos últimos anos, os juros da dívida pública baixaram para níveis que há mais de dois anos não almejávamos alcançar.

O mote do crescimento económico está agora lan-çado e diversas individualidades, parceiros sociais e a própria troika, alertaram para a necessidade imperio-sa de uma aposta, clara e inequívoca, do crescimento da economia nacional.

Importa, pois, acelerar o crescimento da economia, com mais e melhor investimento, com a adopção de políticas que potenciem a exportação nacional para novos mercados emergentes e o acesso das empresas ao crédito com juros mais aliciantes.

De facto, o crescimento da economia e o equilíbrio da balança comercial são factores determinantes para o aumento da empregabilidade e consequente dimi-nuição dos elevados níveis de desemprego, que têm vindo a agravar-se no último ano.

Mas a dicotomia crescimento da economia versus diminuição do desemprego não é, de forma alguma, automática. Isto é, os reflexos de uma boa política eco-nómica levam alguns meses ou mesmos anos a serem positivos para o mercado de trabalho.

Como tal, importa que o Governo crie programas públicos de apoio à empregabilidade, que se reflictam,

> linhas direitas

ANTÓNIO SEBASTIÃOpresidente da Câmara de Almodôvar

> Cidadela

PAULO GERALDOprofessor

Importa que o Governo crie programas pú-blicos de apoio à empregabilidade, que se reflictam, imediatamente, no tecido social português.

UMA CARTA

Mãe e pai, não sei muito bem por que comecei a escrever isto. E também não sei por que o faço em forma de carta, como

se fosse mesmo possível estar a dizer-vos estas coisas, como se fosse possível que as escutásseis.

Deve ser porque há alturas na vida em que fazemos um ba-lanço, ou em que sentimos necessidade de descobrir sentidos, de pensar em causas e consequências. E há pensamentos que só ganham a sua dimensão dentro de nós quando os dizemos a al-guém, ainda que seja assim como o estou a fazer.

É claro que a mãe e o pai são as pessoas a quem mais devo, por quem tenho maior gratidão. Como poderia ser de outra forma? É claro que o que vou dizer não é uma crítica, até porque não sei se seria capaz de fazer melhor se estivesse no vosso lugar. O que fizestes por mim tem muitíssimo mais valor – está noutro plano – do que aquilo que não fizestes ou poderíeis ter feito melhor. Esta carta é assim como pensar em voz alta, e sei que não me levaríeis a mal se pudésseis ler estas palavras.

Procurastes, desde que era criança, tornar-me a vida fácil. O vosso amor levou-vos a afastar de mim os obstáculos e os esforços. Mas também a possibilidade de adquirir experiência. Também a possibilidade de me tornar uma pessoa corajosa. Foi muito mais tarde que aprendi a perder, que soube que a vida não podia ser exactamente como desejava, que compreendi que devia adaptar-me, ceder, crescer dentro de mim para alcançar objectivos. Como custou então! Tive de aprender tudo isto não nas coisas pequenas da infância, mas nas grandes; não naquilo que teria remédio fácil, mas no que não tinha remédio; não dentro das paredes acolhedo-ras do lar, mas na grande casa, cheia de vento, da vida. E ainda não aprendi totalmente. Ainda sou muitas vezes a figura da desilusão. Há muitos dias em que viver me enraivece.

Destes-me tantas coisas! Ainda agora me vêm por vezes à re-cordação roupas bonitas que vesti, brinquedos que me delicia-ram, guloseimas... Por que não me destes o vosso tempo? Como eu seria agora feliz se tivéssemos vivido na rua, numa barraca, à chuva talvez, mas abraçados, cantando, apoiando-nos uns nos outros! Pai, se tu soubesses quantas coisas te quis contar e não pude...

Para que queria eu uma televisão no quarto? E jogos electróni-cos? Não passaram de parênteses na minha vida: tempo que per-di, tempo que me foi roubado, tempo em que estive só.

Eu agora sei bem que os melhores brinquedos são os irmãos. Brinquedos vivos, que dão e recebem, que nos fazem crescer e crescem também pelas nossas mãos. Que se transformam depois em grandes amigos para toda a vida, em companhia sempre pre-sente de uma maneira ou de outra, em refúgio e estímulo. Em algo que fica quando se perde tudo aquilo a que nos conduziu à nossa loucura, quando se perde o que o tempo nos vai levando.

E se soubésseis como me tem custado relacionar-me com ou-tras pessoas: colegas, companheiros, amigos... Se eu tivesse tido irmãos, teria aprendido desde muito cedo a limar essas arestas normais da convivência. Saberia desde muito cedo o que é um rapaz, uma rapariga, uma mulher, um homem. Há coisas tão difí-ceis, que nenhum livro ensina! Por que não me destes irmãos? Há dias li num jornal uma senhora dizer que só tinha um filho por-que ter outro era muito caro. Não acredito em que, no nosso caso, tenha sido por uma razão como esta! Lembro-me muito bem de me terdes ensinado que devemos ser generosos. Mãe, tu fizeste contas? Fizeste contas, pai? Como quando compraste o automó-vel? Eu também não teria existido se naquela altura tivésseis uns euros a menos no banco? É possível que eu seja resultado das vos-sas contas e não do vosso amor? É claro que não acredito. Sempre me ensinastes que o amor resolve todos os problemas. Hoje fico por aqui. Em breve vos escreverei de novo.

imediatamente, no tecido social português.Se tal é verdade no todo nacional, o mesmo diremos

ao nível da nossa região. Alguns concelhos, tais como o de Almodôvar, têm ganho visibilidade, pela adopção de uma estratégia transversal às especificidades deste vasto território que congrega uma multiplicidade de dinâmicas locais envolvendo investimentos, públicos e privados.

Falo especificamente da Estratégia de Eficiência Coletivas Provere – Valorização dos Recursos Silvestres do Mediterrânio, da qual Almodôvar é chefe de fila. Este programa permitirá implementar novos eixos de desenvolvimento das inúmeras potencialidades lo-cais, tais como os produtos endógenos e a qualidade paisagística e ambiental.

Esta aposta permite interligar eficiência económi-ca, coesão social e equilíbrio ecológico, fazendo do desenvolvimento sustentável o pilar das políticas de fixação e atracção de pessoas e o aumento dos índices de qualidade de vida local e regional.

Destaco, a título meramente exemplificativo, as acções estratégicas para a valorização, promoção e internacionalização dos recursos silvestres do Sul de Portugal, a criação de um Centro de Excelência para a Valorização dos Recursos Silvestres do Mediterrâneo e vários investimentos na área do turismo, agricultura biológica e investigação.

Tal representa um total de mais de 130 projectos, com um valor de investimento que ultrapassa os 30 milhões de euros.

Em termos mais globais, esta estratégia poderá assumir-se como um elemento catalisador do desen-volvimento local, que assenta nas nossas especificida-des e cultura milenares, aliados a um profundo “saber fazer” que nos distingue dos demais.

Acreditamos que este é o caminho a seguir, o qual trará reflexos positivos ao nível da empregabilidade, sobretudo dos mais jovens e das mulheres, pois só com um desenvolvimento sustentável será possível atingir as metas que Portugal precisa para ultrapassar esta fase negativa da sua história recente.

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> DESASTRE FATÍDICO NUMA VIAGEM DE FINALISTAS DA ESCOLA SECUNDÁRIA EM ESPANHA

Jovem de Castro Verde morre em Lloret Até à hora de fecho desta edição ainda não era conhecida a hora de chegada a Cas-tro Verde do funeral do jovem Vítor Mota, de 17 anos, que, no último domingo, 25, caiu de uma varanda em Lloret del Mar (Espanha).

Os médicos forenses concluíram terça-feira, 27, ao final da tarde, a autópsia, ha-vendo depois lugar a algumas tramitações obrigatórias antes que o corpo fosse liberta-do para a sua transladação para Portugal.

Vítor Mota morreu após ter caído da ja-nela do quinto andar do empreendimento

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sexta. 2012.03.30

Céu muito nublado. Chuva ou aguaceiros com a possibilidade da ocor-rência de trovoada. Vento moderado. Descida da temperatura máxima.

TEMPO > previsão para sexta

ÚLTIMAS16

Ped..... DR

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hoteleiro em que estava alojado, em Lloret del Mar, onde estava em viagem de finalistas do 12.º ano da Escola Secundária de Castro Verde, com outros 21 colegas.

Na segunda-feira, fonte policial explicou à Lusa que as duas hipóteses avaliadas pelos investigadores apontavam para uma queda acidental ou de suicídio.

Os investigadores “descartam a hipótese de uma morte violenta, de origem crimino-sa” ou que se tenha tratado de um caso de balconing, prática de jovens que se atiram

das janelas e varandas dos hotéis para as pis-cinas.

Refira-se que os colegas do jovem chega-ram a casa na segunda-feira, 26, após terem regressado em dois voos provenientes de Barcelona, sendo que as viagens foram pa-gas pelo Município de Castro Verde.

Em todo o concelho, a população mani-festou-se “chocada” e “desolada” com a mor-te de Vítor Mota e, na Escola Secundária, foi colocada uma faixa negra em sinal de luto pela morte do estudante.