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Jornal do empreendedor São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2012 ESPECIAL AUTOMAÇÃO COMERCIAL Começa hoje no Expo Center Norte a 14ª edição da Autocom, o maior evento de automação comercial da América Latina. Além das novidades em produtos e serviços, o evento vai discutir a profissionalização do setor e as relações entre os fabricantes e o canal, um tema que gera muita polêmica. Vitrine de tecnologias Inteligência na gestão é uma das principais tendências hoje no varejo A loja mais tecnológica do mundo está no Brasil: é a Billabong de Alphaville. Nova geração de balanças: impressão de código de barras com validade. Varejistas apostam em mobilidade para atrair clientes e aumentar as vendas Tecnologias analisam o comportamento dos consumidores Paulo Pampolin/Hype

Automação Comercial

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Começa hoje no Expo Center Norte a 14ª edição da Autocom, o maior evento de automação comercial da América Latina. Além das novidades em produtos e serviços, o evento vai discutir a profissionalização do setor e as relações entre os fabricantes e o canal, um tema que gera muita polêmica.

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Page 1: Automação Comercial

Jornal do empreendedor

São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2012

ESPECIAL AUTOMAÇÃO COMERCIAL

Começa hoje no Expo Center Norte a 14ª edição da Autocom,o maior evento de automação comercial da América

Latina. Além das novidades em produtose serviços, o evento vai discutir a profissionalização

do setor e as relações entre os fabricantese o canal, um tema que gera muita polêmica.

Vitrine de tecnologias

Inteligênciana gestão é

uma dasprincipais

tendênciashoje novarejo

A loja maistecnológicado mundoestá no

Brasil: é aBillabong deAlphaville.

Novageração debalanças:impressão

de código debarras comvalidade.

Varejistas apostamem mobilidade para

atrair clientes eaumentar as vendas

Tecnologiasanalisam o

comportamento dosconsumidores

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Page 2: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 20122 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

Ed i to r - Ch e feJosé Guilherme Rodrigues Ferreira

Edição e reportagemCarlos Ossamu

D iagramaçãoLino Fernandes

Ar teMax e Paulo Zilberman

Gerente Executivade Publicidade

Sonia Oliveira

Telefone: 3180-3029s o l i ve i ra @ a c s p. co m . b r

'Primo pobre' ,mesmoassim bilionário

O mercado de automação comercial cresceu 10% e movimentou R$ 2,5 bilhões no ano passado

Chico Ferreira/Luz

Enquanto a automa-ção bancária sem-pre foi consideradao "primo rico" do

mercado de tecnologia, a auto-mação comercial carregava oestigma de "primo pobre". Am-bas cresceram sob a reserva demercado e tiveram de desen-volver as próprias soluções. Atecnologia bancária brasileirase tornou referência mundial,enquanto a automação comer-cial ainda busca seu amadure-cimento. O pessoal dos bancosacabou de fazer o seu evento, oCiab; a turma do comércio co-meça o seu hoje, a Autocom.

Segundo Araquen Pagotto,presidente da Afrac - Associa-ção Brasileira de AutomaçãoComercial, trata-se de um se-tor que cresceu mais de 10%no ano passado, movimentan-do algo em torno de R$ 2,5 bi-lhões. Mesmo com o fracocrescimento da economia bra-sileira e a crise europeia, no-vas lojas e shopping centersestão sendo abertos, estimu-lando as vendas do setor. O va-rejo brasileiro também vemevoluindo e investindo cadavez mais em inteligência nagestão, de forma a se tornarmais competitivo.

É dentro deste cenário queocorre a Autocom 2012, amaior feira de automação co-mercial da América Latina,que chega à sua 14ª edição. Oevento começa hoje e terminana quinta-feira no Expo CenterNorte. São cerca de 80 exposi-tores e são esperados 10 milvisitantes. O horário de funcio-namento é das 14h às 21h.

Diário do Comércio - Osenhor poderia traçar um perfildo mercado de automaçãocomercial no Brasil?

Araquen Pagotto - O setor ébastante pulverizado e seg-mentado, ficando até difícilmedir com precisão o seu ta-manho. A estimativa da Afracé que o mercado movimentouno ano passado em torno deR$ 2,5 bilhões. O setor geracerca de 100 mil empregos di-retos e indiretos, incluindo fa-bricantes, distribuidores, re-vendas e software houses. Te-mos ainda um alto grau de in-formalidade, por causa deaspectos econômicos e cultu-rais do País, principalmenteem regiões mais afastadasdos grandes centros.

O governo anunciourecentemente o PIB do primeirotrimestre, com um crescimentobem baixo, apenas 0,2%. Acrise na Europa e essa paralisiada economia brasileira teminibido os investimentos emalguns setores. Como tem secomportado o setor deautomação comercial nestecenário?

De 2011 para cá, a econo-mia em geral teve uma retra-ção, mas o setor de automa-ção comercial cresceu entre10% e 12%, o que é muito bomfrente ao cenário geral. O bomresultado se deveu à aberturade novas lojas, inauguraçõesde shopping centers, atualiza-ção natural do parque tecnoló-gico e também pela formaliza-ção de empresas do setor, jáque o governo vem facilitandoe incentivando essa formali-zação. Hoje, em torno de 30%dos estabelecimentos comer-ciais estão automatizados, o

que significa que te-mos ainda muito pa-ra crescer.

Qual oestágio dovarejobrasileiro emtermos deautomação?

Hoje, a im-pressora fis-ca l , ou ECF -Emissor de Cu-pom Fiscal, ficouem segundo plano.Existe a sua obrigatoriedade,mas o varejo, seja de grande oupequeno porte, está buscandoa automatização não por causada impressora fiscal, mas parater o controle das informaçõese aumentar a eficiência. Com omercado mais competitivo, asempresas precisam aprimorara gestão, não basta colocaruma impressa fiscal na pontado caixa. As empresas estão in-vestindo em sistemas como oBusiness Intelligence para or-ganizar as informações, elasquerem saber o tíquete médiode venda, controlar a reposiçãode produtos, gerenciar a logísti-ca, etc.

Como se deu odesenvolvimento da automaçãocomercial no Brasil?

A indústria de automaçãocomercial é uma das poucascom desenvolvimento nacio-nal em todas as etapas produ-tivas. A tecnologia é brasileiradesde a impressora fiscal, osoftware e outros tipos dehardwares – é um fator muitopositivo para o Brasil. Isso ocor-reu por causa da legislação fis-cal, que é complexa e única nomundo. Então, as soluções ti-

veram de ser criadas aqui. Es-tamos desenvolvendo esta in-dústria desde 1988. Temos 16fabricantes de ECF, 2,5 milsoftware houses, cerca de 6 milrevendas, 12 distribuidores, 6fabricantes de bobinas térmi-cas, 6 importadores de papel e400 fornecedores de bobinas.

A Afrac ampliou o seu foco deatuação, incluindo sistemas deidentificação, coletaautomática de dados eradiofrequência (AIDC/RFID).

A Afrac hoje não atua apenasem automação comercial, masem automação de uma formamais ampla. Hoje, um shoppingcenter é totalmente automati-zado, desde as câmeras quemonitoram os clientes, os siste-mas antifurtos instalados naslojas, os meios de pagamento,transações eletrônicas. Nós en-tendemos que tudo isso é auto-mação aplicada ao comércio.Muitas dessas soluções pode-rão ser vistas na Autocom2012. Um evento que a cadaano está maior.

Uma das palestras docongresso será sobre a relaçãoentre os elos da cadeia do setor.Como anda a convivência entrefabricantes, distribuidores erevendas do setor deautomação comercial?

Não vejo grandes problemasnas relações entre os partici-pantes deste mercado. Logica-mente, um fabricante peque-no tem uma atuação diferentede uma empresa grande, che-gando a vender diretamenteao cliente final, enquanto queoutros fabricantes tem umapolítica muito correta com oscanais, com distri-buidores que fa-zem a ponte coma s r e v e n d a s .Existem váriosmodelos atuandono mercado. Temhavido uma dis-puta natural dep r e ç o s , o q u eacaba sendo be-n é f i c o p a r a ocliente final. Exis-tem fabricantesque não estão in-teressados emdesenvolver umapolítica de canais,assim como existem aquelesque possuem políticas claras euma relação de parceria comseus canais. Não é possível ge-neralizar. Temos 16 fabrican-tes no mercado, dos quais 6são grandes empresas e 5 demédio porte. Dependendo desua estrutura e do mercadoque querem atingir, eles ope-ram de certa maneira.

As atraçõesdo Congresso

OCongresso de AutomaçãoComercial traz especialistasdebatendo temas

importantes para o setor. A palestra"A Importância da Definição Clarados Papéis de cada elo da Cadeia deVendas e Distribuição" seráapresentada hoje por Pedro Rocatto,consultor especializado em canais devendas e distribuição e CEO do GrupoDirect Channel. A palestra abordará aimportância de regras claras edefinição do papel de cada elo, desdeo fabricante até o revendedor,passando pelo distribuidor edesenvolvedor de software.

A palestra "Automação Comercialno Mundo" será ministrada por PauloEduardo Guimarães, e trata sobrecomo as diferentes soluções estãosendo aplicadas em cada país eregião econômica, avaliando osresultados dessas soluções emtermos práticos e situando o Brasilneste contexto internacional.

Logo em seguida, Marcelo Copplaaborda o tema "O Presente e o Futuroda Automação Fiscal", que irádebater sobre o assunto, comperguntas e respostas comrepresentantes do Fisco, além daparticipação especial de fabricantes,revendas e software house.

Amanhã, dia 27, o Congressocomeça com a palestra "EtiquetaEletrônica, uma nova forma deprecificação", ministrada por RicardoFranceschini, que mostrará o cenáriodas Etiquetas Eletrônicas, com foco nomercado nacional – a tecnologia queestá ao alcance das empresas devarejo, os benefícios e vantagens paraos varejistas com a utilização datecnologia e resultados práticos.

O dia segue com o tema "InovaçãoTecnológica no Varejo" com WagnerBernardes, que aborda novos modelosde infraestrutura WiFi, os cuidadosnecessários para uma melhorvisibilidade e gestão da operação deum estabelecimento comercial.Comentará ainda sobre o conceitoPersonal Shopping; RFID; terminais porcomando de voz; etiquetaseletrônicas, entre outros temas.

A palestra "Rastreabilidade deMedicamento no Brasil", comandadapor Ana Paula Vendramini, da GS1,tem como objetivo oferecerexemplos de soluções derastreabilidade de medicamentosque estão sendo adotadas emdiversos países e Brasil.

Encerrando o ciclo de apresentaçõesdo segundo dia, a palestra "Mobility:Tendência dos Comunicadores -Pesquisa IBM" com o Kenneth Duffyaborda aspectos fundamentais para acompreensão deste tema e comoutilizar a nova realidade tecnológica esocial a favor do varejista, como asRedes Sociais podem influir noprocesso de compra, quais osprincipais influenciadores, os cases desucesso no uso de redes sociais novarejo e quais as soluções/ferramentasjá existentes hoje.

No último dia do evento, a palestra"Mosaico de Software Brasil", comLuis Garbelini e Erick Pomim, refletesobre o panorama alcançado peloBrasil no segmento de controle fiscaldigital, que o coloca entre as naçõesmais desenvolvidas neste setor.

Em seguida, Diniz, conhecidoexecutivo da IBM, aborda o "CloudComputing" e as últimas tendênciasna computação em nuvem.

Depois, o deputado federalLeonardo Gadelha discursa sobre a"Isenção Fiscal na Produção e Vendade Software" e o projeto de emendaconstitucional (PEC) 137/12, queconcede isenção tributaria àprodução e comercialização deprodutos de computador – aproposta equipara os softwares alivros, jornais e periódicos.

O Congresso se encerra com PeterHarris e a palestra "Rede Social noVarejo", que aborda os elementosbásicos para o entendimento damobilidade no varejo e exibe casesinovadores e bem sucedidos no usode tecnologia de mobilidade.

O setor geracerca de 100 mil

empregosdiretos eindiretos

AR AQUEN PAGOT TO

30%dos

estabelecimentoscomerciais estãoautomatizados, oque significa quehá muito espaço

para crescer

Divulgação

O bomresultado dosetor se deveuà abertura denovas lojas,inauguraçõesde shoppingcenters eatualização doparquetecnológico.

Carlos Ossamu

Page 3: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 2012 ESPECIAL - 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

Para o diretor da distribuidora DN Automação, os fabricantes deveriam implantarpolíticas comerciais claras, que possam reger a venda de seus produtos

Berman: éprecisoamadurecer orelacionamentoentrerevendas,distribuidorese fabricantes.

L.C. Leite/Luz

Acrise econômicada Europa, a osci-lação do dólar, oaumento da ina-

dimplência e o fraco desem-penho da economia brasileira,que cresceu apenas 0,2% noprimeiro trimestre em relaçãoao período anterior, têm para-lisado os investimentos, prin-cipalmente de empresas docomércio, prejudicando o seg-mento de automação comer-cial. Para Isac Berman, diretorcomercial da DN Automação,se não bastassem os entraveseconômicos, há problemascomerciais históricos entre ostrês elos da cadeia produtivado setor – fabricantes, distri-buidores e revendas –, queagravam ainda mais a situa-ção. Segundo o executivo, nãoexiste uma política comercialclara por parte dos fabrican-tes, nem mesmo com preçossugeridos. "Vejo com muitapreocupação esses últimosmovimentos dos fabricantesno sentido de não quereremimplantar políticas comerciaisque possam reger a venda deseus produtos. Esta é uma dasgrandes preocupações dosegmento hoje – é precisoamadurecer esse relaciona-mento entre revendas, distri-buidores e fabricantes, nosentido de estabelecer ummodus operandi razoável pa-ra acabar com a prostituiçãode preços que impera no se-tor, para que o mercado nãoacabe se matando, o que nãoseria benéfico para ninguém",reclama Berman.

Falta parceria

Para o diretor da DN, os fabri-cantes alegam problemas coma Lei Antitruste e por isso nãopodem fazer sugestões de pre-ços. "O distribuidor é limitadopelo o que o fabricante permiteque ele faça. Se o fabricantenão tem determinada política,nem mesmo preço sugerido,eu temo que a gente veja no fu-turo uma carência de pessoasquerendo investir no segmen-to", afirma Berman, lembran-do que o fortalecimento da ca-deia produtiva é importantepara o mercado como um todo."O Brasil é um país continental,é muito difícil para um fabri-cante vender na ponta, por issoele precisa do distribuidor edas revendas. Além das gran-des redes de varejos, que o fa-bricante atende diretamente,também existe a venda pulve-rizada para pequenos e mé-dios estabelecimentos, aten-dido pela revenda".

Segundo Berman, outros se-tores da economia mostramque é possível definir políticascomerciais, valorizando a ca-deia produtiva. "Em uma fran-quia de chocolate, as diversaslojas, com donos diferentes,praticam os mesmos preços;um iPad custa o mesmo preçoem diversas lojas, assim comooutros produtos de informáti-ca. São mercados mais madu-ros, que possuem políticas co-merciais claras, o que nãoocorre hoje no mercado de au-tomação comercial", afirmaBerman. "Este não tem sidoum bom começo de ano, esta-mos passando por um momen-to difícil. Dentro deste contex-to, acho que os fabricantes de-veriam assumir uma posiçãomais firme de regulação destemercado, do contrário, todossaem prejudicados, o canal e ofabricante ", insiste.

Segundo o diretor da DN Au-tomação, o papel do distribui-dor não é apenas o de movercaixa, mas também analisarcrédito, fazer a logística. "O dis-tribuidor carrega o risco dacompra, da inadimplência, oônus é grande e é preciso teruma relação melhor entre ônuse bônus", comenta. "Tenhoproposto à comunidade um fó-

Varejoainda

em alta

Osetor varejistaapresentoualta de 5,1%

em maio, emcomparação com asvendas do mesmoperíodo do anopassado,fundamentada,basicamente, pelaexpansão da rede delojas, uma vez que ocrescimento noconceito "mesma loja"foi negativo em2,81%. Entre junho eagosto, estecrescimento estariaentre tímidos 0,05% e2,51%, segundoprojeção do IAV-IDV(Índice Antecedentede Vendas), estudorealizadomensalmente com osassociados do IDV(Instituto paraDesenvolvimento doVarejo).

Para junho, osassociados do IDVtambém estimam altanas vendas de 8,2%.Esta previsão apontapara números acimados apresentados nosmeses de março, abrile maio, e aexpectativa é de que ovolume de vendaschegue a 9,8% emjulho e 10,8% emagosto. "Ocrescimento dasvendas do varejo noúltimo mês sustentou-se, essencialmente,na expansão das redesde lojas e pelaintrodução de novosprodutos. Portanto,reflete a perda deritmo de crescimentoda atividadeeconômica, já quedesde o final do anopassado, o cenárioeconômico tem semostrado inconstante.O panoramaeconômico foibastantemovimentado nasúltimas semanas econfirmou apreocupação dogoverno com estadesaceleração da taxade crescimento daeconomia, confirmadapelo anúncio do PIB,que mostrou uma altatímida de apenas 0,2%no primeiro trimestrede 2012 sobre os trêsúltimos meses de2011", analisa opresidente do IDV,Fernando de Castro.

Os resultadospreliminares daeconomia brasileiraem 2012 indicam queos agenteseconômicos estãomais precavidos eaguardam maioresdefinições,principalmente nocenário externo.Apesar dos resultadospouco animadores daeconomia, o varejoacredita nocrescimentosustentável daeconomia brasileira econtinua investindo namodernização de seussistemas e logísticas ena expansão da rede",diz Castro.

rum de debates, com fabrican-tes, distribuidores e revendasno sentido de que todos opi-nem sobre o que está aconte-cendo, pois precisamos de umadiscussão mais madura, maisprofissional em relação à políti-ca de canal do setor".

Na Autocom

A Distribuidora Nacional deAutomação (DN Automação)foi fundada em agosto de

2000, fruto da união de trêsempresas distribuidoras regio-nais. "A DN se posiciona comoum distribuidor de valor agre-gado, temos executivos decontas e consultores de produ-tos para ajudar o fabricante notreinamento de revendas e ge-ração de demanda. Há distri-buidores que apenas movi-mentam caixa e por essa razãoo fabricante diminui a margemde lucro – normalmente, nãoatendemos o usuário final dire-

tamente, como fazem algunsdistribuidores, mas quando ofazemos, sempre há uma re-venda envolvida e pagamos acomissão", diz Berman.

Segundo ele, a distribuidoratradicionalmente participa daAutocom, que é praticamenteo único evento representativodo setor, onde se reúnem re-vendas do Brasil todo. "Paranós é importante a visibilidadeque a feira tem, da aproxima-ção com as revendas e os fa-

bricantes, que acabam fazen-do alguns eventos paralelospróximos à feira", comenta oexecutivo, explicando que aDN tem filiais em quatro Esta-dos - São Paulo, Pernambuco,Rio Grande do Sul e Rio de Ja-neiro. "Grande parte dos fabri-cantes estará na feira com es-tandes próprios. Vamos mon-tar bancadas com soluçõesdesses fabricantes, junto comfornecedores de softwares",observa. ( C . O. )

Momento dediscutir a re l a ç ã o

Page 4: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 20124 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Em buscade novosp a rc e i ro s

Gertec desenvolve RegistradorEletrônico de Ponto e faz cadastramentona Autocom de revendas especializadas

em controle de acesso

SXC

Com aobrigatoriedadedo uso do REP,a procura temsido grande

MAR CELO TER AMAE

Agrande novidaded a G e r t e c( w w w . g e r-tec.com.br) na

Autocom 2012 não tem a verdiretamente com automaçãocomercial, mas está desper-tando grande interesse em re-vendas que atuam no setor.Trata-se do Marque Ponto, umRegistrador Eletrônico de Pon-to (REP), equipamento obriga-tório em empresas com maisde dez funcionários desde odia 2 de abril último. O equipa-mento foi determinado pelaPortaria 1.510/09 e sofreu di-versos adiamentos. Ele fará oregistro da jornada de traba-lho dos funcionários da indús-tria, comércio em geral e ser-viços, incluindo, entre outros,os setores financeiro, trans-portes, construção, comuni-

cações, energia, saúde e edu-cação.

Segundo conta Marcelo Te-ramae, gerente comercial daGertec, empresa viu uma boaoportunidade de negócio nes-te setor. "Com a obrigatorie-dade do uso do REP, a procurapor soluções tem sido grande.Aproveitamos o bom nomeque temos no mercado e de-senvolvemos um equipamen-to robusto e com design sofis-ticado, que aceita o registropor teclado, código de barras,por aproximação (contac-tless) e até leitura biométricade digitais", comenta o execu-tivo.

Novos parceiros

Ele explica que o cliente po-de adquirir apenas o equipa-

mento ou também o softwarede gerenciamento, que é com-patível com qualquer sistemade ERP (sistema integrado degestão empresar ia l ) . "Osoftware permite gerenciar di-versos perfis de funcionários,como mensalistas, diaristas,horistas, por turno, etc. O sis-tema também identifica in-consistências, como, porexemplo, um funcionário queretornou do almoço e não re-gistrou a entrada", conta Tera-mae. "O sistema também trazuma versão digital da CLT(Consolidação das Leis do Tra-balho) para consultas", diz.

Na Autocom 2012, a Gertecestará demonstrando o Mar-que Ponto e cadastrando re-vendas especializadas em sis-temas de controle de acesso."Hoje, trabalhamos com três

distribuidoras – BP Solution,Scan Source CDC e DN Auto-mação –, que continuarãoatuando com os nossos produ-tos na área de automação co-mercial, e se tiverem interes-se, poderão comercializar estanossa nova solução. Mas que-remos formar um canal espe-cializado, com revendas queatuem no segmento de contro-le de acesso", diz Teramae.

Outra novidade da Gertecna Autocom 2012 é o aplicati-vo Pesquisa Rápida para ta-blet com sistema operacionalAndroid. No ano passado, aempresa havia entrado nestemercado de soluções parapesquisas de satisfação comum aparelho chamado Pesqui-sa Rápida, que permite a rea-lização de pesquisas de satis-fação de forma prática em su-permercados, restaurantes,lojas, bancos, etc. Logo em se-guida, para negócios comduas ou mais lojas, a Gerteclançou o Pesquisa RápidaWeb, em que pela internet oadministrador pode acompa-nhar os resultados das pesqui-sas online e em tempo real,além de elaborar novas ques-tões a serem respondidas. "Oaparelho não possui tecladopara que se coloque uma ob-servação, um comentário oupara anotar dados do entre-vistado, como nome, idade,telefone e e-mai l . Fomosquestionados quanto a isso epor essa razão desenvolve-mos esse aplicativo para ta-blet", explica Teramae. Se-gundo conta, haverá uma ver-são gratuita para teste, maissimples e com prazo de valida-de. Quem desejar a versãocompleta pagará um valormensal ainda não definido.

Automação comercial

A Gertec é um dos principaisplayers do mercado de auto-mação comercial do País. Aempresa desenvolve e produzpin pads, microterminais, te-clados programáveis, termi-nais de consultas, display declientes, display de propagan-da e leitores de cartões. A Ger-tec só não atua no segmentode impressoras fiscais e nãofiscais. "Fornecemos pin padspara o setor financeiro e esta-mos presentes nos principaisbancos, mas o mercado de au-tomação comercial, incluindoos adquirentes (res-ponsáveis pela co-m u n i c a ç ã o etransação entrea loja e a admi-nistradora decartões de crédi-t o ) , r ep resen ta70% do nosso fatu-ramento", afirmaTeramae.

Segundo ele, entre os prin-cipais produtos estão a linhade terminais de consulta depreços, que tem como objeti-vo atender a lei que determinaque sejam instalados, a cada15 metros, terminais de leitu-ra de código de barras, para

verificação de preços nos pon-tos comerciais, em todo o País.Os modelos dessa linha sãovoltados para os mais varia-dos tipos de estabelecimen-tos comerciais, desde a pe-quena mercearia ou drogaria,até as grandes redes de supere hipermercados, magazines,livrarias, lojas de materiais deconstrução, lojas de conve-niência, lojas de departamen-to e demais segmentos. O des-taque desta linha é o modeloTC 505 WIFI, equipamento pa-ra consulta de preços queacessa o banco de dados da lo-ja e informa ao consumidor opreço dos produtos consulta-dos. O seu leitor permite a lei-tura dos códigos mais difíceisde ler, como, por exemplo, eti-quetas de produtos resfriadose congelados e alguns códigosde pequenas dimensões emrevistas. Conta com um dis-play gráfico para apresenta-ção do resultado da consulta ea comunicação com o servidoré através de interface wire-less, WiFi 802.11B e G.

Outro produto de sucesso novarejo, mas que também é for-necido para os bancos, é o pinpad PPC 910. O produto apre-

senta alta velocidade de pro-cessamento e a mais recenteversão dos padrões internacio-nais de segurança para transa-ções de cartões de crédito e dé-bito e operações em institui-ções financeiras. Possui ver-sões com interface serial ouUSB e lê cartões magnéticos ecartões de chip. A senha docliente é tratada com cripto-grafia e o equipamento possuisistemas de segurança contraviolação dos dados, evitando aclonagem de cartões.

Em teclados programáveis, odestaque é o modelo TEC 55,que conta com uma melhor di-visão funcional das teclas e umdisplay gráfico para exibir até132 caracteres. O produto faci-lita a operação de um aplicativocomercial, diminuindo erros dedigitação e agilizando o proces-so de atendimento ao cliente nocaixa. É ideal para automaçãode supermercados, lojas de de-partamento, postos de gasoli-na, restaurantes, lojas de mate-rial de construção, farmáciasentre outros.

Já o MT 720 é um microtermi-nal que opera em rede Ether-net com protocolos TCP-IP.Seu teclado com 20 teclas pro-gramáveis pode ser utilizadocom funções específicas deatalhos para agilizar a opera-ção. As teclas re-legendáveispermitem a identificação dafunção de cada tecla. O displaycom back light (iluminado),com 20 caracteres por 2 li-nhas, permite a visualizaçãoda informação, principalmen-te em ambientes que possuempouca iluminação. ( C . O. )

Linha de terminaisde consulta de

preços da Gertec:voltados para os

mais variados tiposde estabelecimentos

comerciais.

Patrícia Cruz/Luz

Page 5: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 2012 ESPECIAL - 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

Raia com Drogasil, todo mun-do está fazendo IPO, existembancos investidores com-prando participação ou com-prando cadeias para depoisvender para alguma outra ca-deia nacional ou internacio-nal. Isso exige padronização esistemas. "A área de drogariasfoi uma das mais beneficiadascom a substituição tributária,que é o recolhimento dos tri-butos no início da cadeia, quefez com que os sonegadoresdesaparecessem. Isso benefi-ciou as grandes redes e virouum bom negócio". ( C . O. )

tá mais associado à indústriado que ao varejo, que continuacrescendo, principalmenteaqueles ligados à alimentos.No Nordeste, os estados estãocrescendo a PIBs asiáticos, is-so traz oportunidades muitograndes, com muita gente in-vestindo", comenta.

Segundo o executivo, temocorrido concentrações nomercado, sendo que o de su-permercados é o mais forteatualmente, mas o segmentode drogarias vem caminhan-do para isso - Drogaria SãoPaulo com Pacheco, Droga

Aposta em autoatendimentoe mobilidade

Entre os destaquesda Itautec na feiraestão o PayTower,

que dispensa ooperador de caixa,

e um sistema quepermite a compra

por meio da leiturade QR Code

Todos osvarejistasestão sentindoa necessidadede uma maiorprofissionalizaçãoe de ter dadosmaisconfiáveis emmãos.

Leonardo Rodrigues/e-SIM

No estande a Itau-tec na Autocom2012, os visitan-tes poderão con-

ferir o PayTower, uma soluçãode self checkout que dispensao operador de caixa. O próprioconsumidor irá registrar avenda e fazer o pagamentovia cartão de débito oucrédito. "Os supermer-cadistas e também lo-jas de magazines es-tão muito interessa-dos em soluções dessanatureza. No passado,esta tecnologia não tinhagrande aceitação, pois eratido como cara, enquanto osalário do brasileiro eramuito barato. O cenáriomudou, o Brasil está emum patamar de saláriosmais alto, o que vem tor-nando o produto mais viá-vel, pois também exis-te o problema dafalta de mão deobra para o vare-jo", diz Flávio Mon-tezuma, diretor comer-cial de Automação Co-mercial da Itautec.

Segundo o executivo,a Itautec já tem expe-riência com esse produ-to na Europa, onde ele é muitousado. "O PayTower está pre-parado para as demandas daCopa, pois ele é multilíngua",explica. O sistema tem umabalança, um monitor touchscreen, scanner, um pinpad,uma impressora. O clientepassa o produto no scanner e ocoloca numa sacola. "A nave-gação no monitor touch scre-en é muito simples e o paga-mento é sempre com cartão,ele não aceita dinheiro – hoje,70% do pagamento no varejoé por meio de cartões. A solu-ção é uma opção para aquelecliente que não quer ficar na fi-la do caixa convencional. Agi-lidade hoje é fundamental pa-ra fidelizar o cliente no vare-jo", afirma.

M obilidade

Na Autocom 2012, os visi-tantes poderão conferir solu-ções de mobilidade, outra ten-dência forte do varejo. "Va-mos demonstrar na feira umsistema de captura de vendade produto via celular, em queo cliente lê um QR Code na en-trada da loja e entra no siste-ma da loja, podendo fazer con-sultas de produtos via celulare fazer um pré-pedido, ondeno final recebe um código e fazo pagamento. A compra podeser entregue em casa. A com-pra pode ser feito dentro oumesmo fora da loja, em luga-res públicos por meio de pai-néis", comenta Montezuma.

Para Montezuma, ao longodos anos a Autocom vem mu-

se tudo está funcionandobem, com um ganho operacio-nal gigantesco", afirma.

A empresa também umagrande capilaridade em ter-mos de atendimento, assis-tência técnica e técnicos emcampo para suporte, com pre-

sença em quase todas as ci-dades do Brasil – dos 5,5 milmunicípios, a Itautec afirmaestar em 3,7 mil. "A nossaestratégia é one stop shop,o varejista fala com um úni-co fornecedor, com hardwa-

re, software e pós-ven-da, não importando otamanho do cliente. A

Itautec é uma daspoucas empresasque consegue pro-ve r se rv i ços deatendimento e pós-vendas em todas asregiões do País",afirma. "Muitas ve-

zes, um fornece-d o r t e m f o r t eatuação em algu-

m a s r e g i õ e s o ucentros urbanos,mas deficiênciasem outras localida-des. Para o gestor deuma rede de varejo

isso se torna um gran-de problema, pois ele terá defracionar os contratos de ser-viços para que ele possa terum bom atendimento e pós-venda", diz.

An á l i s e

A inteligência na gestão éuma tendência forte entre osvarejistas hoje. "Temos umagestão centralizada, com mo-nitoramento de promoções,sazonalidade, mas não faze-mos o tratamento desses da-dos via ERP, isso é feito pelosfornecedores do ERP, comoSAP, Oracle, etc. Também aparte de BI, que são aquelesrelatórios analíticos, é feitapor parceiros específicos. Anossa solução é mais simplifi-cada, mais comercial, masmesmo assim, capaz de forne-cer informações para mudan-ças de atitudes, por exemplo,gestão de promoções onlinedurante o dia, com flashes devendas de todas as lojas – sa-bendo quanto cada PDV estávendendo e quais tipos de pro-dutos. Para a gestão comer-cial, isso é muito importante.O varejista pode ter um painelcom o nosso software, acom-panhando todas as vendasque estão sendo realizadas –tipos de produtos, quais car-tões usados, se a promoçãoque ele lançou aquele dia estátendo resultado", explicaMontezuma.

Para o diretor da Itautec, to-dos os varejistas estão sentin-do a necessidade de umamaior profissionalização e ter

dados mais confiáveis emmãos. A competição está seacirrando, vários grandesplayers estão adquirindo ou-tras empresas, e diante dessequadro, os pequenos e médiosvarejistas precisam ter o con-trole da gestão para poderemsobreviver. "Isso estimula ca-da vez mais a automação, comsoluções de alta performancee disponibilidade, para que te-nham a clareza dos dados, deforma a trabalhar cada vezmais com margens menores –muitas vezes o varejista achaque está praticando uma mar-gem boa, mas não está, poisele não em a gestão do negó-cio como um todo. Todos osvarejistas estão olhando commais seriedade a qualidade daautomação que eles estão im-plantando, todos estão bus-cando uma automação maisrobusta, com fornecedoresmais confiáveis, para que elespossam ajudar a sobreviverneste novo cenário", observa.

Merc ado

Para Montezuma, a automa-ção comercial tem crescidomuito nestes últimos anos e aItautec está muito focada nes-te segmento, crescendo siste-maticamente, principalmentena área de software e gestão."O que eu sinto é que ninguémainda pôs o pé no freio. O fatode o PIB ter crescido pouco es-

A inteligênciana gestão é umatendência forte

entre osvarejistas

FLÁVIO MONTEZUMA

dando o seu perfil: antes erauma feira muito direcionada acanais e hoje tem um perfilcorporat ivo mui to for te ,atraindo não apenas os ca-nais, mas também os clientesfinais. "Corporativamente, éuma feira interessante, têm

PayTower: soluçãode self checkout quedispensa o operador

de caixa.

3,7mil é o número de

municípios em que aItautec está presente.A empresa afirma que

atende todas asregiões do País

Divulgação

várias palestras sobre assun-tos fiscais, o que acaba des-pertando o interesse do clien-te final. Por essa razão, a Itau-tec tem uma participação for-te na feira, tanto que estamosmontando um estande maiorque do ano passado e expondovárias soluções voltadas paratodos os segmentos do vare-jo", comenta.

Segundo o executivo, a Itau-tec tem uma ampla gama desoluções para o varejo. "Te-mos desde terminais de au-toatendimento para pagarcontas, passando por toda aplataforma de softwares de lo-ja, tanto para o PDV, paga-mento eletrônico (TEF), quan-to para monitoramento dosnegócios – com este sistema, ovarejista consegue monitorartodas as suas lojas, com dash-board central, onde ele sabe

Page 6: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 20126 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

O código debarras aindatem muito a

evoluirO DataBar permite carregar mais

informações do que o códigoconvencional; e os códigos

bidimensionais, de maiorcapacidade, já estão no mercado

QR Code: opapel da GS1 énormatizar,dar as regrasdeidentificação,para que oconsumidortenha acesso adadosconfiáveis.

Divulgação

Um dos destaquesda Filizola na Au-tocom é a balan-ça Platina, que

imprime a etiqueta com a datade validade do produto no có-digo de barras, além de outrasinformações, como o nome doproduto, o valor, peso, preçopor quilo e a data que ele foiembalado. Quando o clientepassar pelo caixa, caso a vali-dade esteja vencida, o siste-ma emitirá um alerta. A solu-ção atende as exigências doCódigo de Defesa do Consumi-dor, que prevê penas duraspara os estabelecimentos quevenderem produtos fora doprazo. Esta etiqueta com pra-

Os símbolos do GS1 DataBarsão capazes de carregar maisinformações do que o códigod e b a r r a s c o n v e n c i o n a l(EAN/UPC). Por isso, possibili-tam uma grande oportunida-de de codificação de itens emdiversos segmentos. O de fru-tas legumes e vegetais (FLV) eo de itens de pesos variáveis(carne, aves, peixes, padaria,embutidos, frios), por exem-plo, serão beneficiados.

Va nt a g e n s

Outro fator sensível é o ta-manho dos produtos e das em-balagens. Itens como cosmé-ticos, componentes eletrôni-cos e telecomunicações, fer-ragens, joias, entre outros,dificultam a identificação de-vido à falta de espaço para im-pressão dos códigos de bar-ras. O código GS1 DataBarpossibilitará a identificaçãode produtos com espaço limi-tado, com melhor desempe-nho de leitura e capacidade deincluir informações adicio-nais, como números de série elote e vencimento. Isso garan-te a melhor rastreabilidade doproduto. O código GS1 Data-Bar não irá substituir os códi-gos EAN/UPC, eles são com-plementares e cada um terásua aplicação específica.

Para Flávia Ponte Costa, as-sessora de soluções de negó-cios da GS1 Brasil, entidadeque está apoiando a Autocom2012, apesar de já ter 30 anosno Brasil, o código de barrasainda está em evolução. "O có-digo de barras tem evoluído aolongo do tempo e o DataBar éuma dessas evoluções, umanovidade que começa a serusada no mercado. Além daidentificação do produto, épossível colocar dados variá-veis, como data de validade,que hoje é crítico para o vare-jo, para que o consumidor nãoreceba um produto com datade validade vencida, e o nú-mero do lote, permitindo a ras-

treabilidade", explica.No dia 27, durante o Con-

gresso da Autocom, a GS1 faráuma palestra sobre rastreabili-dade de medicamentos. "Issoé feito por meio de um outro ti-po de código de barras, chama-do DataMatrix, específico paramedicamentos. Trata-se deum código bidimensional, emque é possível colocar lote e va-lidade. Ele é bem pequeno,sendo possível colocá-lo emuma pílula de remédio", co-menta Flávia. Segundo ela, ouso desse código garante ummaior nível de segurança. "Emum hospital, a enfermeira faráa leitura da pulseira do pacien-te e do medicamento que eleirá tomar, evitando enganos,que podem ser fatais", diz.

Flávia comenta que o Data-Matrix é muito parecido com oQR Code, muito usado em pu-blicidade e marketing – ele in-clusive está sendo incorpora-do ao portfólio de códigos daGS1, que é um órgão padroni-zador e dará regras ao QR Co-de. "Hoje, qualquer um pode irao um site especializado eacessar um QR Code Genera-tor e gerar um código. O pro-cesso é muito fácil. A GS1 en-tra na história estabelecendoregras para que se tenha con-fiabilidade na informação –precisará ter a identificaçãodo produto, a URL, etc. – paraque se garanta que aquelas in-formações que o usuário estálendo o leve para o site corre-to", explica. "Imagine alguémcom alergia e que leia no códi-go que o alimento não contémglúten, mas na verdade eletem, pois alguém colocou umainformação errada. O nossopapel é normatizar, dar as re-gras de identificação, para

que o consumidor tenha aces-so a dados confiáveis".

Etiqueta inteligente

Outra área em que a GS1atua é a de identificação porradiofrequência, tecnologiaconhecida pela sigla RFID. Háalguns anos, se falava que atecnologia iria revolucionar ovarejo, que os consumidoresiriam colocar os produtos nocarrinho dos supermercado,passar por um portal de ante-nas, que leriam as etiquetasde identificação, e em segun-dos saberiam o total a pagar,diminuindo as filas. "A tecno-logia de radiofrequência émais cara que a do código debarras, que já está massifica-da. O RFID pode ser visto comouma evolução do código debarras, já que as informaçõescontidas neste passam a sergravadas no chip de radiofre-quência, adicionado com ou-tros tipos dei n f o r m a-ções", expli-car Flávia. Se-gundo ela, es-sa tecnologiaestá mais for-te hoje no se-t o r t ê x t i l ." E x i s t e md u a s l o j a sq u e e s t ã ou s a n d o oRFID e outraste cno logi asd e p o n t a ,uma é a Me-m o v e , d oG r u p o V a l-dac, que setornou um ca-se internacio-nal, e a Billa-bong. O Gru-po Valdac di-vu lgou queirá implantareste sistemaem outras duas marcas, a Si-berian e a Crawford". Apesarde a tecnologia ser mais cara,uma peça de roupa tem um va-lor agregado maior do que umalimento, por isso, o investi-mento se justifica. "E na áreatêxtil, o controle de estoquetambém é mais complexo,pois envolve uma grade maior

de informações, como tama-nho, cor, etc., e a reposição émais elaborada. O uso do RFIDtraz muitos benefícios. O Exér-cito e a Aeronáutica brasilei-ros estão usando essa tecno-logia para controlar a área deuniformes", diz Flávia.

No médio prazo, o código debarras e o RFID vão conviver. Ocódigo de barras é uma tecno-logia muito barata e ainda temmais a evoluir, principalmentena parte de gerenciamento dedados variáveis. Hoje, ele estámuito voltado para a identifi-cação de um produto, que é oque se vê no supermercado.Agora, o código vem sendousado para o gerenciamentode outras atividades, princi-palmente no que se refere àrastreabilidade. No setor têx-til, o código pode comportar,por exemplo, a composição dotecido; em produtos eletrôni-cos, o número de série do equi-pamento. "Existem muito pro-

O Exército e aAeronáutica

usam o RFID naárea de

uniformes

FLÁVIA PONTE CO S TA

2014data limite para que ovarejo adote o GS1

DataBar, quearmazena data de

validade e número dolote do produto

jetos pilotos de RFID e anda-mento. À medida que a tecno-logia vai barateando, fica maisfácil a sua adoção", diz Flávia.

Tudo conectado

O desenvolvimento do RFIDé importante para uma tecno-logia que vem sendo pesqui-sada no mundo todo, chama-da Internet das Coisas (Inter-net of Things). "Na internetdas coisas estão envolvidasnanotecnologia, sistemas e oRFID, pois são as coisas, ou ob-jetos, se comunicando. A GS1participa de um grupo, a IoT eas reuniões ocorrem aqui naGS1 Brasil", comenta Flávia.Trata-se de uma novação eque ainda depende de algu-mas evoluções técnicas. Ascoisas estarão conectadas eestabelecendo relações, inte-ragindo entre si – a geladeiraavisando o usuário de que estáfaltando leite no momentoque ele estiver no supermer-cado, por exemplo. ( C . O. )

zo de validade sechama GS1 Da-

taBar. O traba-lho de disse-minação docódigo estásendo fe i topela GS1 Bra-

sil desde 2010,com prazo até

2014 para adoçãoplena pela cadeia de abas-

tecimento. O prazo privilegiaprincipalmente varejistas, pa-r a q u e p o s s a m a d a p t a rsoftwares, leitores e coleto-res, a fim de decodificar e pro-cessar informações do novocódigo, como lote e validade.

Paulo Pampolin/Hype

SXC

SXC

Page 7: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 2012 ESPECIAL - 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Bematech começauma nova etapa

Depois de amargar um forte prejuízo no ano passado, a empresa se reestruturoue vem embalada pelos bons resultados do primeiro trimestre

Divulgação

No início de maio, aBematech divul-gou o balanço doprimeiro trimes-

tre. Para alívio dos investidores,a empresa apresentou um lu-cro líquido de pouco mais de R$6 milhões, depois de amargarum prejuízo de R$ 42,4 milhõesem 2011. O balanço divulgadodestacou que a companhia re-tomou a rentabilidade em rela-ção ao primeiro trimestre de2011 (1T11), apresentandoevolução de 28,2% no lucro lí-quido e 47,5% no EBITDA (lucroantes de juros, impostos, amor-tizações e depreciações). Ape-sar da queda de 14,5% na recei-ta líquida em relação ao 4T11, jáesperada devido à sazonalida-de histórica do período, o lucrolíquido atingiu R$ 6 milhões, au-mentando a margem líquidaem 7,2 p.p.

"2011 foi um ano de ajustes.Fizemos algumas reestrutura-ções importantes, que resul-tou no desempenho demons-trado neste primeiro trimestrenas três linhas de negócios –hardware, software e servi-ços. A Bematech continua in-vestindo muito em melhoriasde processos e desenvolvi-mento de produtos", comentaE ros J an t sch , d i r e to r deHardware da empresa.

Pa rce ri a s

O executivo conta que hou-ve mudanças importantes naparte de canais para hardwa-re. A Bematech passou a ope-rar com dois distribuidores, aScanSource CDC e a Network 1– os dois parceiros estarão naAutocom com soluções Bema-tech em seus estandes. "Fir-m a m o s p a r c e r i a c o m aNetwork 1 no fim de 2011. Ou-tra novidade é que, com re-vendas regionais de grandeporte, passamos a fazer um fa-turamento direto, ou seja,atendemos diretamente es-sas revendas maiores e os dis-tribuidores atendem as de-mais", explica. "Este ano esta-mos apostando em progra-mas de desenvolvimento decanais. Em abril lançamos umprograma de canal para re-vendas de hardware e agoravamos lançar um programa dedesenvolvimento para servi-ços", revela Jantsch.

O diretor de Hardware daBematech admite que no pas-sado não havia políticas de ca-nais muito claras, até porqueos papéis dos participantes dacadeia produtiva eram confu-sos – havia revendedor quetambém era fabricante e fabri-cante vendendo diretamentepara o usuário final. "Agora co-meçou a ter uma definiçãomais clara dos papéis. Isso sedeve a um nível maior de com-petição no setor e à profissio-nalização do varejo, que é ocliente final – quanto mais pro-fissional é o cliente, mais pro-fissional será toda a cadeia defornecedores. Também a en-trada de empresas que atuamno setor de TI, um segmentomais amadurecido, como é ocaso da Network 1, tambémtraz mais profissionalizaçãopara o mercado", analisa.

Tudo num só lugar

De acordo com Jantsch, aBematech se posicionou co-mo uma fornecedora de solu-ções completas para automa-ção comercia l , inc lu indohardware, software e servi-ços. Antes, o cliente final pre-cisava correr atrás de váriosfornecedores e administrarvários contratos. "Vamos par-ticipar da Autocom com essamensagem – além do amploportfólio de hardware peloqual a Bematech é conhecida,desde ECF, leitores de códigode barras, gaveta de dinheiro,etc., também vamos demons-trar os nossos softwares já in-tegrados aos nossos hardwa-res. Vamos apresentar essassoluções de forma segmenta-da, mostrando desde um sis-tema bem simples para esta-belecimentos de pequenoporte, até aquelas mais com-plexas para clientes de grandeporte. Os varejistas e o nossocanal vão poder ver todas es-sas soluções integradas e fun-cionando", diz o executivo.

Jantsch conta que a Bema-tech vem acompanhando to-da a evolução da automaçãocomercial no Brasil. Ela nas-ceu focada em um produto,uma mini impressora, em1990; e em 2000 passou a

ofertar um portfólio completode hardware para o ponto devenda; em 2006, em funçãodas aquisições efetuadas, co-m o a c o m p r a d a G e m c oAnywhere, ela passou a incor-porar soluções de softwaresem seus hardwares; na mes-ma época incorporou solu-ções de Transferência Eletrô-nica de Fundos (TEF) e tam-bém oferecer serviços aosclientes.

"A Bematech fez essa trans-formação porque o varejo foievoluindo ao longo do tempo,mais rapidamente de 2010 pa-ra cá, principalmente os pe-

quenos e médios estabeleci-mentos, que até então não

precisavam tanto aprimo-rar sua gestão – o queeles usavam era muitobásico e quando ad-quiriam uma soluçãomais sofisticada, mui-tos recursos nem eram

utilizados. A partir de2010, começou a ver um

movimento grande deaquisições, com os grandes fi-cando maiores ainda e empre-sas de fora vindo para o Brasilcom nível de atendimentomuito alto; os varejistas nacio-nais sentiram uma pressãomuito grande e tiveram de in-vestir em automação paraoferecerem o mesmo nível deeficiência e inteligência nagestão", observa.

Em sua opinião, a próximaonda que vem forte no varejo éa mobilidade. "Os visitantesda feira poderão ver soluçõesmóveis, por exemplo, coman-das eletrônicas para restau-rantes com o nosso software;a área de AIDC (coleta de da-dos) também utiliza muita mo-bilidade na captura de dados ea Bematech também estaráapresentando soluções nestaárea", diz, acrescentando quea Bematech também está deolho em soluções para o e-commerce, um segmento quevem apresentando forte cres-cimento e que deverá crescerainda mais, abrindo muitas

oportunidades. "É uma áreaque nos interessa e talvez nofuturo possamos mostrar so-luções", diz.

Co m e ç o

A Bematech (www.bemate-ch.com.br) é um exemplo deempresa que começou pe-quena, em uma incubadora deCuritiba, e se transformou nomaior fornecedor de soluçõesem tecnologia para o comér-cio. Em 1987, os engenheiroseletrônicos Marcel Malczews-ki e Wolney Betiol, deram iní-cio ao curso de pós-graduaçãoe desenvolveram dois traba-lhos de dissertação relaciona-dos a sistemas de impressãomatricial por impacto. A partirdisso, decidiram transformaro projeto em um empreendi-mento, visando obter um pro-duto possível de ser industria-lizado e comercializado em es-cala.

Em dezembro de 1989,eles tiveram o projetode sistemas de im-pressão matri-cial aceito co-mo o primeiroem pree ndi-mento da re-cém funda-da Incuba-dora Tecno-l ó g i c a d eC u r i t i b a .( C . O. )

Unidadeindustrial da

Bematech emSão José dos

Pinhais (PR). Aempresa

começou emuma

incubadora deCuritiba.

6milhões de reais foio lucro líquido da

Bematech noprimeiro trimestredo ano, mostrandoque a empresa está

se recuperando

Estamosapostando emprogramas de

desenvolvimentode canais

ER OS JA N TS C H

Impressorafiscal MP-4200TH FI: aBematechpossui umamploportfólio dehardware esoftware.

Divulgação

Divulgação

Page 8: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 20128 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Estudo apontatransformações no varejo

A popularidade e aceitação do e-commerce, dos dispositivos móveis e de mídias sociais aumentaram, masos consumidores ainda apontam a loja como melhor forma de comunicação com os varejistas

Os varejistasprecisarão

monitorar deperto os canais

preferidos deseus clientes eter uma visão

360º de seu mixde produtos e doposicionamento

dos seusconcorrentes.

Wan

g Zh

ao/A

FP

Menos otimismoe mais

investimentos

Os varejistas pre-cisarão passarpor uma granderevisão de sua

forma de atuação ao longo dospróximos anos para se ade-quarem ao canal digital e aoperfil de compra dos consumi-dores, que se transforma a ca-da dia. Esta foi a principalconstatação feita por dois es-tudos recém-divulgados peladivisão de consultoria da IBM:"Winning over the Empowe-red Consumers e Collective In-telligence - Capitalizing on thecrowd".

Pe r s o n a l i z a ç ã o

O primeiro estudo, conduzi-do com 28 mil consumidoresde 15 países, incluindo 1,8 milbrasileiros, apontou que aspessoas estão cada vez maisdispostas a revelar informa-ções pessoais aos seus gruposfavoritos de varejo em buscade uma experiência de consu-mo mais personalizada e efi-ciente. Cerca de 60% dos en-trevistados se sentem confor-táveis em divulgar nome e en-dereço aos varejistas e 59%não veem problemas em reve-lar conteúdo sobre estilo de vi-da, como quantidade de bens,frequência de viagens e nú-mero de filhos. Os brasileirossão um pouco mais contidosneste compartilhamento deinformações: 55% estão dis-postos a passar dados demo-gráficos básicos e 41% con-cordam em divulgar informa-ções sobre estilo de vida.

Hoje, a maior resistência es-tá em passar aos varejistas in-formações financeiras, comorenda familiar mensal – 55%dos brasileiros responderamque não aceitam informar es-tes dados às empresas, contra21% que concordam. Já 50%dos entrevistados não gostamde informar dados que permi-tam sua localização e 45% não

aceitam passar o número dedocumentos pessoais, comoRG e CPF.

O estudo também apontouque os consumidores que-

rem usar cada vez mais dis-positivos tecnológicos parapesquisar e real izar com-pras. Mais de 50% dos brasi-leiros preferem as comprasem websites, pois acreditamque possuem mais variedadee preços menores.

Inteligência coletiva

Já o segundo estudo apon-tou alguns caminhos para osetor lidar com a complexida-de proveniente dos múltiploscanais de vendas e interaçãocom os clientes. O principaldeles será a inteligência cole-tiva, uma abordagem capaz

de desempenhar um papel im-portante no processo de gera-ção e compartilhamento deideias entre varejistas e con-sumidores. Este modelo temcomo objetivo explorar commaior precisão e eficiência oconhecimento distribuídodentro e fora dos limites for-mais de uma organização.

"Os clientes comentam to-do o instante sobre suas expe-riências na aquisição de pro-dutos e serviços em sites e re-des sociais e conquistam ummaior controle e influência so-bre as marcas", afirma JoãoPissutto, líder da consultoriada IBM Brasil para o setor de

distribuição. "As organiza-ções que aprenderem a apli-car este conhecimento paraoferecer benefícios tangíveisno desenvolvimento de novosprodutos e serviços e para pre-ver comportamentos futurosterão um grande diferencialcompetitivo frente à concor-rência", explica.

Inteligência coletiva

O estudo também indicouque a popularidade e a aceita-ção do e-commerce, dispositi-vos móveis e de mídia socialcontinua aumentando, mas osclientes ainda apontam a lojacomo melhor forma de comu-nicação com os varejistas.Além de compras normais, im-portantes partesdas transaçõesmóveis e de co-mércio eletrôni-co a inda ocor-rem na loja, co-mo entregas, de-v o l u ç õ e s eoutros serviços,sendo que 85%das decisões decompra tambémsão feitas na lojafísica.

"Para acompa-nhar essa rápidamudança no per-fil do consumidor,melhorar seus produtos e a ex-periência de compra os vare-jistas precisarão monitorar deperto os canais preferidos deseus clientes e ter uma visão360º de seu mix de produtos,do posicionamento dos con-correntes e da visibilidade desua marca no mercado", dizPissutto.

A IBM anuncia novos aplica-tivos para e-Commerce volta-dos ao mercado varejista quepermitirão que estas empre-sas ofereçam a seus consumi-dores a possibilidade de reali-zarem pesquisas e comprascom maior facilidade por meiode dispositivos móveis e redessociais. Os softwares da novasolução oferecem recursoscomo análise baseada na nu-vem, que permitem à empre-sa monitorar a presença desuas marcas em tempo realpor meio das mídias sociais,além da automatização defunções, como criação decampanhas e promoções, tan-to online como para dispositi-vos móveis.

55%dos brasileiros

estão dispostos apassar dadosd e m o gr á f i c o sbásicos e 41%

sobre seus estilosde vida

Ootimismo acerca dosnegócios na América Latinacaiu, as empresas estão

preocupadas com oenfraquecimento da demanda,instabilidade financeira global,competição de empresasestrangeiras, agenda política dogoverno e contratação detrabalhadores qualificados; 71%das empresas dizem que acorrupção tem impacto negativosignificativo sobre os seus negócios.Ainda assim, tanto as contrataçõese os gastos das empresas deverãopermanecer em alta.

Estes são alguns dos resultadosda recente pesquisa trimestralintitulada Panorama Global dosNegócios (CFO Survey - GlobalBusiness Outlook), conduzida pelaDuke University,Fundação GetúlioVargas e CFO Magazine. Apesquisa foi concluída no dia 6 dejunho e teve a participação de 811CFOs (responsável pelas decisõesfinanceiras das empresas) de todoo mundo, sendo 38 da AméricaLatina. A pesquisa versa sobre asexpectativas dos altos executivospara as suas empresas e para aeconomia.

Nesse trimestre, 43% dosdiretores financeiros (CFOs) latino-americanos tornaram-se maispessimistas quanto a economia deseus países. Apenas 27% setornaram mais otimista.

"Esse declínio do otimismo éconsistente com as fracasperspectivas econômicas naAmérica Latina e também nosmercados globais em que asempresas latino-americanasoperam", disse Antônio Gledsonde Carvalho, professor definanças da Fundação GetúlioVargas (FGV) e co-diretor do

Panorama Global de Negócios daAmérica Latina. "Curiosamente, ootimismo dos diretoresfinanceiros sobre suas própriasempresas continua forte, o quesugere que muitas empresaslatino-americanas estão prontaspara um crescimento rápido, oque pode acontecer caso ocorrauma melhora no panoramaeconômico global."

No ano, o emprego irá crescerem média mais que 5%. Oito emcada 10 empresas dizem queestão ativamente contratandoempregados. Muitas empresasdizem que estão tendo dificuldadeem preencher vagas abertas. OsCFOs estimam que os salários vãosubir 8% ao longo do ano.

As empresas dizem que ospreços dos seus produtos irãoaumentar em média 6% ou 7%.

A corrupção tem um efeitosignificante sobre a economia:71% dos CFOs latino-americanosdizem que a corrupção (subornos,fraudes, etc.) prejudicam os seusnegócios, provocando aumento depreços, queda de qualidade,menos concorrência e redução naarrecadação de impostos.

As principais preocupações dosCFOs latino-americanos estãorelacionadas à fraca demanda porseus produtos, intensacompetição, políticasgovernamentais e dificuldade emcontratar e manter trabalhadoresqualificados.

CFOs latino-americanos sedizem preocupados com acapacidade de suas empresasmanterem as margens de lucro. Asfontes de pressão são a intensacompetição de preços, oenfraquecimento da demanda e ainstabilidade econômica global.

Page 9: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 2012 ESPECIAL - 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

Especializadaem p ro j e t o s

de automaçãoCom larga experiência no mercado, a CRE

Automação tem em sua carteira de clientes desdepadarias até grandes rede do varejo

Integração da lista de casamentos na Preçolândia (acima) e troca doERP e sistema de frente de loja na rede Ri-Happy (abaixo)

Newton Santos/Hype

AGaleria dos Pães,na Rua EstadosUnidos, 1.645 - Jd.Europa, foi uma

das primeiras padarias de sãoPaulo a utilizar o sistema decomanda eletrônica – um car-tão numerado que armazenao consumo do cliente, que de-pois é entregue ao caixa paraque seja efetuado o pagamen-to. Isso foi em 1999, quando apadaria foi inaugurada. Serum estabelecimento que mes-classe as características depadaria, lanchonete, super-mercado e delivery, e já come-çar suas atividades totalmen-te automatizada, era o objeti-vo inicial do estabelecimento.Para isso, ela contratou a CREAutomação (www.cre.com.br), uma revenda de valoragregado (VAR), que desen-volveu e implantou todo o sis-tema do estabelecimento. Oprojeto inicial envolveu a im-plantação dos sistemas de có-digo de barras, de retaguarda,de transferência eletrônica defundos (TEF) e de leitura ópti-ca de cheques, além do moni-toramento das vendas contro-ladas pelo cartão de acessoentregue aos clientes na en-trada da loja.

"Hoje, com 450 funcionáriose com uma frequência diáriade cerca de 4.500 pessoas du-rante a semana e cerca de6.000 nos finais de semana,seria impossível ter um amplocontrole sobre as operaçõesda loja se não tivéssemos umsistema de gerenciamentopor software", confirma Rena-to Rinaldi, gerente geral daGaleria dos Pães. "Além disso,com os serviços oferecidos pe-la informática houve uma re-dução muito grande nos cus-tos, principalmente no contro-le dos estoques, o que propiciauma diminuição significativadas perdas", conclui.

Atualmente já foram imple-mentados os controles admi-nistrativos, estoque, fatura-mento, cobrança, pagamentoa fornecedores, controles fis-cais, interligação com os ban-cos e sistemas que permitemao cliente escolher a forma depagamento das despesas efe-tuadas. "Há três anos, substi-tuímos o sistema, que rodavaem Windows, para uma ver-são em Linux, mais leve, sem anecessidade de estar cons-tantemente sendo atualizadoe principalmente mais baratoe seguro, já que não há muitosvírus eletrônicos para essaplataforma", comenta ValdirBallet Jr., gerente de TI da re-venda CRE.

O gerente conta que atual-mente a CRE está implemen-tando um grande projeto deautomação comercial na Ri-Happy, rede com mais de cemlojas de brinquedos. O projeto

prevê a troca do ERP (sistemaintegrado de gestão empresa-rial) proprietário pelo ERP daArius na versão Linux, o WMS(Warehouse ManagementSystem, sistema de gestão dodepósito/centro de distribui-ção), todo o sistema de frentede loja e também o e-commer-ce, que já está em funciona-mento com a plataforma daRakuten. "Além da complexi-dade do projeto, um grandedesafio que temos é o treina-mento dos funcionários paraque eles conheçam e saibamtrabalhar no novo sistema",comenta Ballet Jr.

Outro case recente de im-plementação da CRE foi na re-de de lojas Preçolândia, quetem 14 lojas. "O projeto foi deintegração do sistema de listade casamento na frente de lojacom o e-commerce", diz o ge-rente. O cliente pode escolhero item que deseja presenteartanto nas lojas como pela in-ternet, basta saber o númeroda lista. Ao fazer a escolha emqualquer um desses canais, édada a baixa na lista e não hácomo o mesmo produto sercomprado por clientes dife-rentes.

Ballet Jr. Também destaca oprojeto implantado no parquede diversões Hopi Hari, envol-vendo a automação das lojas,lanchonete e troca do ERP."Vencemos uma concorrênciaem que participavam gigan-tes como IBM e Itautec", co-memora o gerente.

Linha de produtos

A CRE Automação mantémparcerias com as distribuido-res BP Solutions, ScanSourceCDC e Officer, com produtosdas marcar Epson, Elgin, Da-ruma, Gertec, entre outros. Naárea de software, a parceria écom a Arius Sistemas, "Somosuma revenda de projetos, anossa missão é entregar siste-mas completos para os nossosclientes, incluindo hardware,software e serviços", explicaBallet Jr.

O Arius Loja é o administra-dor das operações de atendi-mento a clientes no ponto devenda, possibilitando o geren-ciamento de funções de ven-das a crédito, cheques pré-da-tados e validação de limites declientes. Além disso, contacom outras recursos, como in-terface com mais de 30 mar-cas de impressoras fiscais,correspondente bancário,TEF, recarga de telefones ce-lulares diretamente no caixa,consolidação online de todasas transações realizadas e ad-ministração remota da redede PDVs

O Arius ERP é o sistema degestão empresarial, que au-tomatiza toda a retaguarda

da empresa. Integrado comtodos os departamentos, osistema se torna uma ferra-menta importe para a toma-da de decisões estratégicasque visam racionalizar me-lhor os recursos internos e ex-ternos, buscando melhoraros resultados e a lucrativida-de. O Arius ERP disponibilizaainda indicadores de todos osdepartamentos da empresa

Nossa missão éentregarsistemas

completos paraos clientes

VALDIR BALLET JR.

14lojas da rede

Preçolândia fizeram aintegração do sistemade lista de casamentocom o e-commerce,um projeto realizado

pela CRE

que visam oferecer de formaclara e eficiente o andamentodo seu negócio.

Para a gestão de relaciona-mento com o cliente a solu-ção é o Arius CRM, uma ferra-menta que possibilita aliarcontroles seguros de limitese formas de pagamento es-pecíf icas para cada caso,segmentar seus clientes porvalores de compra, categoria

de produtos consumidos oumesmo alertar sobre deter-minadas alterações nos hábi-tos de consumo.

Com o objetivo de atenderas novas obrigações fiscaiscom relação à contabilidadede sua empresa, a Arius Siste-mas disponibilizou um impor-tante módulo que se integratotalmente ao Arius ERP: oArius Contábil. ( C . O. )

Nilani Goettems/e-Sim

Divulgação

Page 10: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 201210 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Alcateia trazexperiência em TI

para o setor deautomação

Uma das maiores distribuidoras do mercado deinformática traz o seu know-how e parceiros para os

segmentos de automação comercial e AIDCSX

C

Foco em sustentabilidade

AAlcateia, tradicionaldistribuidora de pro-dutos de TI e infor-mática, entrou há

seis meses nos segmentos de au-tomação comercial e AIDC (cole-tas de dados) e está estreando naAutocom. Com 28 anos de atua-ção, ela iniciou sua operação dedistribuição com foco em perifé-ricos e rapidamente expandiusuas operações, conquistando adistribuição das maiores e maisimportantes marcas mundiaisem tecnologia. Hoje, a empresaafirma estar entre os três maio-res distribuidores de informáticae eletroeletrônicos no Brasil etambém na América Latina, pormeio de sua sede em Miami(EUA). São mais de 500 funcioná-rios, que atendem mais de 25 milclientes ativos dos mais diferen-tes segmentos: revendas, vare-jo, VAR (revenda de valor agre-gado), lojas virtuais, integrado-res e provedores de serviços es-p e c i a l i z a d o s e m e n e r g i a ,segurança e automação.

Segundo Carlos Henrique Tiri-ch, gerente comercial da distri-buidora, o crescimento do mer-cado de automação comercialnos últimos anos e as projeçõesotimistas do setor despertaram ointeresse da empresa. "Em nos-sa estratégia, de um lado vamostrabalhar com revendas que jáatuam neste segmento, ofertan-do também produtos de informá-tica, já que temos um amplo port-fólio desses produtos; por outrolado, também vamos incentivaras nossas revendas de informáti-ca e atuarem no segmento de au-tomação e AIDC", explica.

Habituado ao segmento de in-formática, Tirich diz que o merca-do de automação comercial não étão diferente, mesmo em termosde relacionamentos com fabri-cantes e revendas. "Temos par-ceria com cerca de 30 fabricantesda área de TI, desses, pelo menos90% são líderes mundiais emseus segmentos. Eu vejo que omomento de amadurecimentode políticas comerciais é similar,tanto em automação comercialquanto em TI. É claro que a gentesempre espera uma evolução,mas em ambos os segmentos ve-jo que o nível de serviços são bemparecidos; existem falhas, comoem todo setor, mas o que nos dei-xa satisfeitos é que vem ocorren-do uma melhoria contínua", opinaTirich. Em sua opinião, os fabri-cantes, tanto de TI quanto de au-tomação, estão preocupados emmelhorar o seu canal, as suas po-líticas comerciais e ter uma par-ceria estreita com o seu canal.

Am a d u re c i m e nto

Em sua opinião, vem ocorren-do uma profissionalização no se-tor. "Nos últimos sete anos, asempresas vêm se formalizando echegamos em um nível interes-sante de formalidade do merca-

do e com evolução contínua, atéporque os clientes finais estãoexigindo que os seus fornecedo-res sejam formalizados, pois elesprecisam prestar conta do queestão adquirindo", diz. Na outraponta, para uma revenda traba-lhar com um grande distribuidorou um grande fabricante, precisaestar formalizado. "Em muitasrevendas que trabalhamos, nósfaturamos diretamente para evi-tar bitributação, comissionandoa revenda, por isso sabemos queela é formalizada", comenta.

Tirich afirma que a Alcateia es-tá desenvolvendo uma série detreinamentos com as revendasque atuam em TI, municiando es-ses clientes com conhecimentossobre os produtos de automaçãoe o mercado, para que eles pos-sam ofertar as soluções. "Nestaárea de automação e AIDC temoshoje nove parceiros e estamosatuando onde eles têm penetra-ção, mas o nosso portfólio aten-de as diversas frentes. Neste pri-meiro momento, avaliamos queesses parceiros atendem bem as

nossas expectativas, futura-mente, trabalharemos com ou-tros fabricantes, incluindo tecla-dos programáveis, que no mo-mento não faz parte do nossoportfólio", diz.

Para o gerente comercial, a en-trada da Alcateia neste segmen-to se justifica pelo momento quevem passando o mercado geralde tecnologia. "Tem havido umaconvergência de tecnologias,com TI convergindo para auto-mação; celulares e mobilidadeconvergindo para TI e automa-

ção; tudo isso buscando ofereceraos clientes finais uma melhoriade processos. O nosso propósitoé que as revendas, seja de auto-mação, seja de TI, encontrem co-nosco uma ampla gama de solu-ções, desde um servidor, impres-sora fiscal, leitor de código debarras, até uma TV que fica ro-dando 24h as promoções dentroda loja", comenta.

Na feira, a Alcateia irá mostrarsua linha atual de automação eAIDC e também de TI. "Este é oevento mais importante do setore as nossas expectativas são asmelhores neste primeiro ano queestaremos participando", diz Ti-rich. Entre os parceiros presen-tes no estande da empresa es-tão: APC (equipamentos de ener-gia, no-breaks de grande a mediadisponibilidade), Cisco (produ-tos de mobilidade e networking),Datalogic (leitores de códigos debarra, coletores de dados com esem fio com tecnologia linearimage, que oferece velocidadena operação e qualidade na leitu-ra), Diebold (linha de PCs, servi-dores e impressoras não-fiscais,incluindo as impressoras Star Mi-cronics), Elo Touch Solutions(tecnologia touchscreen em mo-nitores desktop e computadoresall in one, com diferentes tecno-logias de toque), Epson (mini im-pressoras fiscais e não-fiscais),Honeywell (hardware baseadosem imagem e laser de alto de-sempenho para atividades comocaptação de dados, incluindocomputadores móveis e leitoresde códigos de barra), HP (linha deservidores), Microsoft (softwa-res compatíveis com sistemas deautomação), Zebra (soluçõesem impressão de códigos de bar-ra, cartões, pulseiras, quiosquese tecnologias RFID).

Q uiosque

A d i s t r ibu idora P r ime In-terway, que atua 100% via ca-nais, também participa da Auto-com com o objetivo de estreitar orelacionamento com seus par-ceiros, mostrando as possibilida-des de ampliar o giro de produtosnas revendas, assim como a ofer-ta de produtos e soluções em au-tomação, o que permitirá ala-vancar novos negócios.

Segundo Juliana Barletta, ge-rente de Marketing da Prime In-terway, “este ano, criamos paraa feira o Quiosque Prime In-terway, um espaço descontraí-do, que foi desenvolvido pensan-do no ‘atendimento prime’ quepreservamos com as nossas re-vendas". "Para atender nossoscanais, ávidos por tecnologia deponta, também apresentaremosem nosso estande soluções ino-vadoras, como o RUB e PDV Mó-vel. Temos a certeza de que esta-mos no caminho certo para pos-sibilitar boas oportunidades denegócios que nossa marca favo-rece”, diz Juliana. ( C . O. )

AAccept, fabricantenacional eintegradora de

soluções na área detecnologia e IntelTechnology ProviderPlatinum, está lançandouma linha de produtos comfoco na economia deenergia durante aAutocom.

A nova versão do SmartClient chega equipada como novo processador IntelAtom D2500. A grandevantagem do novo modeloestá no menor consumo deenergia, mantendo a suapotência dos 2 núcleos deprocessamento com 1.86GHz cada. Para aumentarainda mais o desempenho,sem alterar o consumo deenergia, o Smart Clientpossui versão com discoSSD da Kingston, quetransforma o acesso a disco2,5 vezes mais rápido,mantendo o custo bemacessível.

Outra novidade, o SmartClient Pró, chega para

aumentar a família AcceptSmart e é perfeito paraquem necessita de grandecapacidade deprocessamento, mas nãoabre mão da economia deespaço e de energia. Oequipamento possui opoder dos processadoresIntel Core da segundageração, nas versões IntelCore i3, Intel Corei5 e IntelCorei7 e pode vir com até16 GB de RAM. O AcceptSmart Client Pró possuirecursos de vídeoembutidos no processador,saída de video HDMI, eopções de disco híbrido(SSD + disco rígido) ou dedisco SSD de 128 GB daKingston.

Já o Smart Applianceatende às solicitações deparceiros Accept quedesenvolvem soluções deweb e networking, e quenecessitam de umhardware compacto, debaixo custo, com poucoconsumo de energia, mascom poder de

processamento e 2 saídasde Rede GigaLan, 2 Seriaise 2 Vídeos. Pode ser usadopara telefonia, servidoresde firewall, concentradoresde solicitações de TEF, etc.

O desktop AcceptDT6000AT-04 é o principalmodelo na linha deautomação da Accept, comexcelente custo beneficio,elevado padrão dequalidade na integração eprocessos que asseguramsua qualidade. Ele poderodar múltiplas tarefas commaior eficácia e menorconsumo de energia, aliadoa tecnologia doprocessador Dual Core IntelAtom de 1.86 GHz. É umequipamento capaz deatender às necessidadescomputacionais parapraticamente qualquer tipode uso comercial, taiscomo: escritórios,supermercados ou lojas.Dispõe de 4 portas seriaisindicadas para conexão dedispositivos de automaçãoa opção de SSD ou HD.

Page 11: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 2012 ESPECIAL - 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

Servir bem ouinvasão de privacidade?

O varejo usa cada vez mais a tecnologia em análises de comportamentoe hábitos de consumo para aumentar as suas vendas

Sistemas de câmeras analisam o fluxo de clientes pelos corredores da loja, contandoquantas pessoas estão passando e o caminho que elas percorrem.

Andrei Bonamin/Luz

Quanto o seu hábitode consumo podedizer de você? Osvarejistas acham

que muito e cada vez mais es-tão investindo em tecnologiase metodologias de análises,contratando especialistas emcomportamento e matemáti-cos para desenvolverem mo-delos de estatísticas. Um casorecente gerou muita discus-são nos Estados Unidos. A lojade departamentos Target –que vende tudo o que se possaimaginar, de ração para ani-mais, produtos de limpeza ede beleza, roupas e até móveispara jardim – desenvolveu umprograma que identifica se amulher está grávida apenasanalisando o seu hábito deconsumo. A polêmica ocorreuquando o pai de uma jovem re-clamou com o gerente que a fi-lha adolescente estava rece-bendo cupons de descontos epropaganda de berços e rou-pas de bebês. Dias depois, opai ligou para o gerente sedesculpando, a filha contouque estava grávida. A loja sa-bia disso antes do futuro avô.

Nada de novo

O caso colocou mais lenhana fogueira de uma antiga dis-cussão sobre invasão de pri-vacidade, um tema mais nor-te-americano e europeu doque brasileiro, pois aqui aspessoas, em geral, não ligammuito para isso – elas emitemcheques contendo os núme-ros do RG e CPF e ainda divul-gam o telefone. "Conceitual-mente, nada mudou muito.Trata-se de uma mesma abor-dagem que o dono de armari-nho ut i l izava há 50 anos:quanto melhor você conheceo seu cliente, melhor você con-segue servi-lo. O conceito é omesmo, só mudaram as ferra-mentas", diz Paulo EduardoGuimarães, diretor de Rela-ções Internacionais da Afrac(Associação Brasileira de Au-tomação Comercial).

Segundo ele, os donos defarmácia, da padaria, os co-merciantes de 50 anos atrásprocuravam puxar uma con-versa com o cliente que entra-va na loja, perguntava se eracasado, se tinha filhos, o quefazia profissionalmente, bus-cava informações para poderservir melhor. "Da próximavez que ele viesse, o chamavapelo nome, dava um docinhopara levar para as crianças –eu vivi isso, o meu pai traziapara nós doces que ganhavade comerciantes", diz.

Antes , um comer-ciante pequeno ti-nha uma média de100 a 200 clien-tes. Hoje, umcomérc io demédio portetem entre 2mil a 120 milc l ientes. "Om u n d o m u-dou muito, aq u e s t ã o d a sdistâncias aca-baram, as pessoascirculam mais, tem ocomércio eletrônico, não dámais para conhecer todos uma um. A tecnologia chegou pa-ra ajudar o comerciante a co-nhecer os seus clientes", dizGuimarães.

Ele explica que na primeira

geração de tecnologia nes-te sentido são os programas

de fidelidade, porexemplo o Mais,

do Pão de Açú-car. E les fo-ram a primei-ra tentativa ese apoiavamem tecnolo-

g i a , c o m obanco de da-

dos, cartão mag-nético para identifi-

cação do cliente, o sistemaatribui pontos pela quantida-de de compras. "Em seguida,veio uma segunda geração,que fez uso de tecnologias mó-veis, com uso de celulares,palmtops – há cerca de dez

anos, eu usava um palmtopque, quando eu entrava no ae-roporto, ele baixava informa-ções sobre a minha reserva devoo, se estava atrasado, porexemplo", comenta.

M onitoramento

Em uma terceira geraçãotecnológica, foram introduzi-das ferramentas modernas decaptura de dados, como ima-gens, sons, transações. "Sãoferramentas muito podero-sas. Existem câmeras que sãoprogramadas para identificaruma parte do rosto e capturara expressão do cliente, igualàs câmeras que estão nas ruashoje para identificar uma pla-

ca de carro. Essas ferramen-tas de captura de dados, asso-ciadas a um conjunto de tec-nologias de análise e interpre-tação é que es tão sendousadas hoje para conhecer oconsumidor e prever tendên-cias", explica Guimarães.

As câmeras analisam o fluxode clientes pelos corredoresda loja, contando quantas pes-soas estão passando. Associa-do a um software, o sistemafaz uma estatística da porcen-tagem de clientes que passampor cada corredor, qual cami-nho eles fazem, quais seçõeseles vão. "O varejista pode co-locar uma promoção no corre-dor de maior fluxo e o sistemaverifica quantas pessoas pa-

raram para ver essa promo-ção. Dessa forma, se sabe oseu nível de atratividade", dizGuimarães, explicando queestes são exemplos de análisede comportamento de grupo enão de indivíduos.

Nos programas de fidelida-de, o estabelecimento sabequantos quilos de carne umcliente consume por mês, seele compra vinho e em quequantidade. "Isso é invasão deprivacidade? Em minha opi-nião, não", afirma Guimarães."Eles estão usando a tecnolo-gia para me conhecer e meservir melhor. Acho conve-niente para os dois lados". Eleexplica que a primeira gera-ção era muito básica, na se-

gunda já se identificava o indi-víduo e na terceira é possívelfazer algumas previsões outendências de consumo – parao varejista, ter uma previsibili-dade de negócio é muito inte-ressante, pois ele pode plane-jar e negociar melhor as suascompras. "Essas tecnologiasainda são pouco usadas noBrasil. Nos EUA, a rede de su-permercados Safeway estácom um piloto com um progra-ma de fidelidade muito inte-ressante: comprando comeles, os clientes não precisammais se preocupar com o in-ventário da casa. Eles fazem aconta de quanto cada um con-some de cada item e eles man-dam por e-mail ou celular a lis-ta do que eles recomendamque se compre. Como as pes-soas não têm muito tempo, is-so é extremamente conve-niente – a loja avisa que o clien-te precisa comprar o sabone-te, pois ele pode esquecer e sóvai se lembrar quando chegarem casa".

Piloto automático

Um experimento nos labo-ratórios do famoso MIT - Mas-sachusetts Institute of Tech-nology estudou o comporta-mento de ratos em um labirin-to. Atrás de uma das paredesfoi colocado um pedaço dechocolate. Quando colocadosno labirinto, eles vagavam aesmo, sentiam o cheiro do cho-colate, arranhavam as pare-des atrás da guloseima. Tira-dos e colocados novamente nolabirinto, os ratos já não fareja-vam, iam direto à parede comchocolate. Neurotransmisso-res indicaram uma explosãode atividades cerebrais no iní-cio e depois que eles apren-diam o caminho, essas ativida-des diminuíam. Fazer o cami-nho para encontrar o chocola-te virou um hábito, os ratospassaram a fazer automatica-mente. É o mesmo processoquando as pessoas vão esco-var os dentes – elas pegam aescova, colocam a pasta e es-covam, não é preciso pensar.

E o que isso tem a ver comvendas no varejo? Um consu-midor, quando já conhece osupermercado e precisa sem-pre das mesmas coisas, entrana loja no modo "automático" -percorre os mesmos cami-nhos, as mesmas seções e nãopresta muita atenção ao queestá em volta. Por essa razão,o varejista, vez ou outra, faz al-gumas mudanças no layout daloja, troca os produtos de pra-teleira. "Fazer com que o clien-te percorra mais os corredorespode aumentar as vendas porimpulso, mas é preciso plane-jamento, pois se ele não en-contra o produto, ele pode de-sistir da compra", observaGuimarães. ( C . O. )

A tecnologiachegou para

ajudar aconhecer os

clientes

PAU LO GUIMARÃES

3ªgeração de tecnologia

utiliza ferramentasmodernas e

poderosas de capturade dados, comoimagens, sons e

t ra n s a ç õ e s

Page 12: Automação Comercial

terça-feira, 26 de junho de 201212 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

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O mundo nunca viunada igual

A Vip-Systems transformou a loja da Billabong na mais inteligente do mundo eque reúne as últimas tecnologias em interatividade, controle e gestão

Paul

o Pa

mpo

lin/H

ype

No mundointeiro não

existe uma lojacom todas essas

tecnologias

REGIANE RE LVA ROMANO

A Vip-Systems

doou todo o

sistema para a

loja da Billabong,

incluindo

hardwares,

softwares,

serviços e equipes

de profissionais

para a

implantação.

Aloja mais inteli-gente do mundof i ca no B ras i l ,mais precisamen-

te no Shopping Iguatemi de Al-phaville, em Barueri, regiãometropolitana de São Paulo.Trata-se de uma loja de 100 m²da Billabong, uma marca aus-traliana especializada em mo-da sportware. O sistema foi im-plementado pela Vip-Systemse a sua CIO (Chief InformationOfficer), Regiane Relva Roma-no, foi premiada no começo domês, na Itália, no evento IDWorld Internacional Congress2012. O objetivo do evento édemonstrar tecnologias inova-doras de identificação, segu-rança, biometria e mobilidade.O evento reúne pesquisadorese desenvolvedores da área pa-ra compartilhamento de expe-riências, conhecimentos,ideias e inovações nos mais va-riados setores da sociedade.

R e co n h e c i m e nto

"Ganhamos o prêmio por in-dicação de um ministro da Ale-manha. A gente fala que é a lojamais inteligente da América La-tina, mas na realidade no mun-do inteiro não existe uma lojaque utilize os conceitos que nósempregamos. Em outras lojashá apenas uma ou outra tecno-logia empregada, uma usaRFID, outra o provador inteli-gente, mas nenhuma integroutodas essas tecnologias em ummesmo local", diz Regiane. Elaconta que o case também ga-nhou destaque na última Cebit,em março na Alemanha, consi-derada a maior feira de tecnolo-gia do mundo. "Eles ficaram im-pressionados com a tecnologiae surpresos pelo fato de que noBrasil existe uma loja com tan-tos recursos tecnológicos, ain-da mais desenvolvido por umaempresa pequena como a Vip-Systems".

A história da implementaçãodeste sistema na Billabong é

curiosa, pois partiu de uma ne-cessidade acadêmica e não seesperava a repercussão que te-ve. "Eu precisava fazer a imple-mentação de diversas tecnolo-gias para a tese do meu douto-

rado. Eu procurei uma loja queaceitasse ser o estudo de caso",conta Regiane. A Vip-Systemsdoou todo o sistema para a loja,incluindo hardwares, softwa-res, serviços e equipes de pro-fissionais. "Fizemos a imple-mentação em 15 dias, mas a so-lução vem sendo desenvolvidahá 12 anos. Após a implanta-ção, de agosto a dezembro doano passado, eu fiz as mediçõese comprovei a minha tese doimpacto positivo que a tecnolo-gia traz para o varejo", diz.

Apesar do pouco tempo, asinovações tecnológicas não pa-ram. O catálogo eletrônico, queincorpora a tecnologia NUI (Na-

tural User Interface), que reco-nhece o movimento da mão daspessoas por meio de uma web-cam, de forma que o clientepossa folhear virtualmente umcatálogo, será substituída peloo Knect, da Microsoft, usado novideogame Xbox e que reco-nhece o movimento corporal dousuário. "O sistema que usa-mos hoje é ideal para pequenosvarejistas, já que a webcamcusta R$ 40. O Knect é bemmais sofisticado e é indicadopara o grande varejo", comentaa executiva.

Quem pensa que loja inteli-gente é só para grandes redes,Regiane afirma que, se este

mesmo sistema da Billabongfosse implantado em outra lojahoje, o custo ficaria em torno deR$ 50 mil. "Não é um valor alto eo retorno é imediato, o varejogasta muito mais que isso com-prando ferramentas separada-mente. Estamos em fase de ne-gociação com duas redes gran-des do varejo, mas o que estános surpreendendo é o interes-se de pequenos varejistas, queestão percebendo que essa so-lução também é para eles, queestão investindo em tecnologiaaté para poderem competircom os grandes. E fazer a im-plementação em uma loja pe-quena é mais fácil e barato do

que em uma grande rede".A inteligência da loja da Billa-

bong começa com o uso de eti-quetas RFID (identificação porradiofrequência) em todas aspeças. Dessa forma, foi desen-volvida a Arara Inteligente, quepossibilita a consulta a qual-quer momento do inventário,quantas e quais peças estão ex-postas, se estão no lugar corre-to e se a arara precisa ser rea-bastecida.

Parafernália tecnológica

Outra aplicação é o Inventá-rio Inteligente/Gestão de AtivosInteligente, que permite, pórmeio de software e coletores dedados RFID fazer todo o inven-tário da loja, um trabalho quemanualmente levaria dias eque agora se faz em minutos.

O Provador Inteligente foi de-senvolvido pensando na intera-tividade, no entretenimento ena venda cruzada de produtosdentro do provador. Quando ocliente entra no provador, aspeças são identificadas e exibi-das em um monitor touchscre-en. O sistema sugere produtosque combinam com as peçasescolhidas, permite a consultade tamanhos e cores disponí-veis, traz detalhes do produto econsulta de preços.

Também dentro do provadorestá o Espelho Interativo, quepermite ao cliente tirar uma fo-to e arrastar virtualmente a rou-pa ou acessório para o seu cor-po, ajustando o tamanho. Aimagem final ainda pode serenviada para o Facebook.

O sistema antifurto implan-tado tem como base as etique-tas RFID. Quando o cliente pas-sa no caixa e faz o pagamento,essa informação é gravada naprópria etiqueta. ( C . O. )