140
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Caesalpinia echinata Lam. FABACEAE - CAESALPINIOIDEAE USOS E RISCOS Elisangela Christhianne Barbosa da Silva RECIFE 2006

AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Caesalpinia echinata Lam …livros01.livrosgratis.com.br/cp106728.pdf · Elisangela Christhianne Barbosa da Silva AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Caesalpinia echinata

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Caesalpinia echinata Lam.

FABACEAE - CAESALPINIOIDEAE USOS E RISCOS

Elisangela Christhianne Barbosa da Silva

RECIFE 2006

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Elisangela Christhianne Barbosa da Silva

AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Caesalpinia echinata Lam.

FABACEAE - CAESALPINIOIDEAE USOS E RISCOS

RECIFE 2006

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Área de concentração: Avaliação e Obtenção de Produtos Bioativos e Naturais. Orientador: Profa. Dra. Ivone Antônia de Souza

Silva, Elisangela Christhianne Barbosa da

Avaliação biológica de Caesalpinia echinata Lam. Fabaceae- Caesalpinioideae : Usos e riscos / Elisangela Christhianne Barbosa da Silva. – Recife : O autor, 2006. Xii, 114 folhas : il., fig., tab., graf.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS.Ciências Farmacêuticas, 2006.

Inclui bibliografia .

1. Caesalpinia echinata – 2. Pau-brasil -toxicidade aguda. – 3. Matéria médica vegetal – 4. Atividade antineoplásica. 5. Atividade antiinflamatória I. Título.

615 CDU (2.ed.) UFPE 615.321 CDD (22.ed.) CCS/UFPE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Reitor

Amaro Henrique Pessoa Lins

Vice-Reitor

Gilson Edmar Gonçalves e Silva

Pró-Reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação

Celso Pinto de Melo

Diretor do Centro de Ciências da Saúde

José Thadeu Pinheiro

Chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas

Jane Sheila Higino

Vice-Chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas

Samuel Daniel de Souza

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas

Miracy Muniz de Albuquerque

Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas

Pedro José Rolim Neto

DEDICO

OFEREÇO

Ao Professor Roldão de Siqueira Fontes (in memorian) (UFRPE) por sua incansável luta a fim de resgatar aos brasileiros o pau-brasil como símbolo nacional.

As mulheres guerreiras de minha família, que me ensinaram a não esmorecer mesmo diante das maiores adversidades.

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta, de quem não conhece vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

AGRADECIMENTOS

Acima de tudo e todos, a Papai do Céu, meu Senhor, fiel guardador e mantenedor. Porque, quando diante de mim o mar não se abriu, TU me fizeste andar sobre as águas. A minha mãe Acidália, pelo apoio, investimento, incentivo e compreensão durante toda minha vida. Eu não teria palavras para te agradecer tudo que você fez por mim, teria que dedicar toda dissertação a esse fim, vou tentar resumir em uma frase muito significativa: EU TE AMO. Também ao meu pai Jeová, apesar da distância você também é parte fundamental na minha vida. A minha linda e amada avó Antônia (in memorian), meu passarinho, pelos ensinamentos e gestos de carinho. À minha prima Cristiane, por ter estado presente em todos os momentos, me ajudando e incentivando, você sempre vai morar em meu coração. À minha irmã Jannyere e meu cunhadão Alex, obrigada pelo apoio e pelas orações. E aos dois pequenos Sóis que trouxeram um brilho novo para nossas vidas: Guilherme e Fernanda. Ao meu irmãozinho Janieikcson, tenho fé que um dia Deus lhe dará juízo. As minhas tias Cleonice (Tia Nice) obrigada pelo carinho, pela alegria contagiante e pelo apoio que sempre me deu, e Severina (Tia Biu), obrigada pelo exemplo de honestidade, bondade, amor ao próximo, você lutou para criar uma pessoa do bem, espero nunca decepcioná-la. Aos meus tios: Geraldo (in memorian), Nilbam de Mello (in memorian), obrigada por terem feito parte da minha vida, o fofíssimo e mui amado Tio Issinho (Wilson), você se foi cedo demais, e meu anjinho da guarda Osmar (Mazinho), por seu carinho e atenção. As minhas primas Viviane e Liliane, e ao meu primo Max, vocês são muito especiais para mim, são parte de minha vida. A todos os meus familiares pelo apoio e incentivo, vocês são o meu alicerce, foi através de vocês que eu me tornei o que sou hoje, obrigada por TUDO que me deram. Ao meu amor Joabe Antônio Gomes (meu Bebê), por todos os domingos e feriados em que me acompanhou na realização dos experimentos, seu apoio e carinho foram fundamentais para a conclusão desse trabalho. À minha professora e ORIENTADORA Ivone Antônia de Souza. Parafraseando Ayrton Senna, “acho que a base do sucesso em qualquer atividade está primeiro em se ter uma oportunidade, que geralmente

aparece não porque você cria o momento, mas porque alguém chega e lhe abre uma porta”, você abriu esta porta para mim, me deu a oportunidade de crescer e acreditou em mim quando nem eu mesma acreditava. Muito obrigada pela paciência, confiança e por ter estado presente em todos os momentos. A meu amigo Aldo César pela ajuda sincera e desinteressada, por todas as “brigas”, pelo companheirismo e o amor fraterno que sempre me dedicou. Você sempre será meu irmão grandão. As amigas: Karen, Laurimar, Wyldenyra, Ítala, Patrícia Magalhães pelo enorme auxílio na elaboração do trabalho e companheirismo no dia-a-dia. Aos amigos André Luis Menezes por seus grandes conhecimentos farmacotécnicos, que me ajudaram numa fase essencial de meu trabalho, Thompson Oliveira e Frederico Duarte, mãos amigas chegadas no momento exato. À equipe do laboratório de farmacognosia: Janaina Melo, José Guedes, Evani Lemos, Jovita Braga, Luciana Ramos e Marcos Saraiva. Aos professores Antônio Camarotti, Haroudo Satiro Xavier, Rosa Galdino, Jane Sheila Higino, Fálba Bernadete, Diógenes L. Motta, Carlos Eduardo, Ana M. França, Arquimedes Melo e Edeltrudes de Oliveira Lima pela orientação e apoio na realização do trabalho. Aos meus amigos da graduação e da Pós-Graduação em Ciências Farmacêutica. A Fátima e Iguacy pelo valioso apoio administrativo. A todos os professores e amigos do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPE. Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que este trabalho se tornasse uma realidade.

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................

V

LISTA DE TABELAS...................................................................................

VI

LISTA DE FIGURAS...................................................................................

VII

LISTA DE GRÁFICOS................................................................................

IX

RESUMO..................................................................................................

XI

ABSTRACT................................................................................................

XII

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................

1

2. REVISÃO DA LITERATURA.................................................................. 6

2.1. ESTUDOS SOBRE CAESALPINIA ECHINATA LAM..........................................

7

2.1.1. BOTÂNICO................................................................................................ 7

2.1.2. FITOQUÍMICO............................................................................................... 10

2.1.3. FARMACOLÓGICO.................................................................................... 11

2.1.4. TOXICOLÓGICO....................................................................................... 14

2.2 ESTUDOS TOXICOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS DE PLANTAS

MEDICINAIS............................................................................................. 14

2.2.1. TOXICIDADE AGUDA................................................................................ 16

2.3. INFLAMAÇÃO........................................................................................... 17

2.3.1. AGENTES ANTIINFLAMATÓRIOS.............................................................. 20

2.3.2. TESTES ANTIINFLAMATÓRIOS................................................................. 21

2.4. CÂNCER................................................................................................... 22

2.4.1. CARCINOGÊNESE.................................................................................... 23

2.4.2. CARCINOMA............................................................................................. 25

2.4.3. SARCOMA................................................................................................. 25

2.4.4. PRODUTOS NATURAIS E A TERAPIA ANTICÂNCER.................................. 26

2.5. AGENTES ANTIMICROBIANOS.................................................................. 27

3.0

OBJETIVOS........................................................................................ 30

3.1. OBJETIVO GERAL........................................................................................... 31

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ 31

4.0. PERFIL FITOQUÍMICO DO CERNE DE CAESALPINIA ECHINATA

LAM....................................................................................................

32

INTRODUÇÃO........................................................................................ 33

MATÉRIAIS E MÉTODO.......................................................................... 34

LOCAL DE TRABALHO........................................................................... 34

IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL BOTÂNICO........................................... 34

OBTENÇÃO DO MATERIAL BOTÂNICO.................................................. 34

RESULTADOS....................................................................................... 35

DISCUSSÃO........................................................................................... 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 38

5.0.

ARTIGO I: AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO

DA CL50 E DA DL50 DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DE

CAESALPINIA ECHINATA LAM.

(FABACEAE/CAESALPINIOIDEAE)....................................................

40

RESUMO............................................................................................... 41

ABSTRACT............................................................................................. 42

INTRODUÇÃO........................................................................................ 42

METODOLOGIA..................................................................................... 43

MATERIAL BOTÂNICO........................................................................... 44

OBTENÇÃO DO EXTRATO..................................................................... 44

OBTENÇÃO DA CL50.............................................................................. 44

ANIMAIS................................................................................................ 44

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA

DL50....................................................................................................... 45

RESULTADOS........................................................................................ 45

DETERMINAÇÃO DA CL50...................................................................... 45

TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA DL50................................ 45

ADMINISTRADO POR VIA INTRAPERITONEAL....................................... 46

ADMINISTRAÇÃO POR VIA ORAL........................................................... 47

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO.................................................................. 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 50

6.0.

ARTIGO II: ESTUDO PRELIMINAR DA PROPRIEDADE

ANTIIFLAMATÓRIA DO EXTRATO BRUTO DE CAESAPINIA ECHINATA

LAM.

(FABACEAE/CAESALPINIODEAE).....................................................

55

RESUMO...............................................................................................

56

ABSTRACT............................................................................................. 57

INTRODUÇÃO........................................................................................ 57

METODOLOGIA...................................................................................... 58

ANIMAIS................................................................................................. 58

MATERIAL BOTÂNICO............................................................................ 58

OBTENÇÃO DO EXTRATO...................................................................... 58

EDEMA DE PATA INDUZIDO POR CARRAGENINA.................................. 59

TRATAMENTO DOS ANIMAIS................................................................ 59

ANÁLISE ESTATÍSTICA.......................................................................... 59

RESULTADOS........................................................................................ 60

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO.................................................................. 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS......................................................... 63

7.0.

ARTIGO III: ESTUDO DA PROPRIEDADE ANTICANCERÍGENA DA

CAESALPINIA ECHINATA LAM..........................................................

67

RESUMO................................................................................................ 68

ABSTRACT............................................................................................. 69

INTRODUÇÃO........................................................................................ 70

METODOLOGIA...................................................................................... 70

ANIMAIS................................................................................................. 70

MATERIAL BOTÂNICO............................................................................ 71

OBTENÇÃO DO EXTRATO...................................................................... 71

TRANSPLANTE DOS TUMORES.............................................................. 71

TRATAMENTO DOS ANIMAIS................................................................. 71

ESTUDO HISTOLÓGICO......................................................................... 72

ANÁLISE ESTATÍSTICA.......................................................................... 72

RESULTADOS......................................................................................... 72

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO................................................................... 74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 78

8.0.

ARTIGO IV: ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO BRUTO DA

CAESALPINIA ECHINATA LAM..........................................................

85

RESUMO................................................................................................ 86

ABSTRACT............................................................................................. 87

INTRODUÇÃO......................................................................................... 87

MATÉRIAS E MÉTODO........................................................................... 88

LOCAL DE TRABALHO........................................................................... 89

ENSAIOS MICROBIOLÓGICOS............................................................... 89

MATERIAL BOTÂNICO............................................................................ 89

METODOLOGIA...................................................................................... 89

RESULTADOS......................................................................................... 89

DISCUSSÃO........................................................................................... 90

CONCLUSÃO.......................................................................................... 91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 93

9.0.

CONCLUSÕES........................................................................................

96

10.0.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................

98

V

LISTA DE ABREVIATURA/SIGLAS AA – Ácido Araquidônico

BrCCl3 – Tetracloreto de Bromo.

CCDA – Cromatografia de Camada delgada Analítica. CCEA – Comitê de Ética em Experimentação Animal.

COX – Ciclooxigenases. COX2 – Ciclooxigenases 2. EE – Extrato Etanólico EEB – Extrato Etanólico Bruto EMB – Extrato Metanólico Bruto EMCb – Extrato Metanólico de C. bonducella EECe – Extrato Etanólico de C. echinata GABA – Ácido Gama-Aminobutírico LIPOX – Lipoxigenases LT – Leucotrienos OMS – Organização Mundial da Saúde PGs – Prostaglandinas PLA2 – Fosfalipases A2 SNC – Sistema Nervoso Central TXA – Tromboxanos vip – Via Intraperitoneal vo – Via Oral

VI

LISTA DE TABELAS

Perfil Fitoquímico

Tabela 1 Metabólitos, sistemas de eluição, reveladores e referências bibliográficas utilizadas para a investigação fitoquímica de Caesalpinia echinata Lam........................

35 Tabela 2 Metabólitos encontrados no EMB do cerne de

Caesalpinia echinata Lam. .............................................. 38

Artigo I

Tabela 1 Sinais clínicos da toxicidade observada em camundongos albinos swiss machos, tratados com diferentes doses do EE da C. echinata, por via intraperitoneal.................................................................

52

Tabela 2 Sinais clínicos da toxicidade observada em camundongos albinos swiss machos, tratados com diferentes doses do EE da C. echinata, por via oral.................................................................................

53

Tabela 3 Classificação da toxicidade relativa dos agentes químicos de acordo com a DL50.......................................

54

Artigo IV

Tabela 1 Ação antibacteriana do extrato de Caesalpinia echinata Lam. em diferentes concentrações contra bactérias de origem clínica e diversa ..............................

90

Tabela 2 Teste de atividade antifúngica do extrato de Caesalpinia echinata Lam. em diferentes concentrações contra fungos leveduriformes e filamentosos de origem clínica e diversa..............................................................

91

VII

LISTA DE FIGURAS

Revisão da Literatura

Figura 1 Caesalpinia echinata Lam. A: vista parcial de um individuo adulto; B: detalhe de um ramo mostrando folhas e fruto; C: detalhe contendo flor em vista frontal, com sépala abaxial, que é verde e pétala adaxial, que possui uma mancha vermelha escura; D: corte transversal do lenho.........................................................................

8

Figura 2 Formula estrutural da brasilina e da brasileína........................................................................

9

Figura 3 INICIAÇÃO: dano ao DNA; indução de mutação em genes alvos críticos; ativação de protooncogenes; inativação de genes supressores de tumor; replicação celular e fixação da mutação..........................................................................

24

Figura 4 PROMOÇÃO: expansão clonal de células tronco; desenvolvimento de tumor benigno (células pré-neoplásicas)....................................................................

24

Figura 5 PROGRESSÃO: expressão enzimática alterada; proteólise; adesão; invasão; migração e metástase.......................................................................

25

Artigo III

Figura 1 Fotomicrografia do córtex de rim de camundongo macho, portador de carcinoma de Ehrlich, tratado com EECe (50 mg/kg). Corpúsculo renal (1), congestão glomerular (2), corado com HE. Obj. 20x.........................

82

Figura 2 Fotomicrografia do fígado de camundongo macho, portador de carcinoma de Ehrlich, tratado com EECe (50 mg/kg). Vasos congetionados (1), hepatócitos vacuolizados (2), corado com HE. Obj. 20x.................................................................................

82

Figura 3 Fotomicrografia do pulmão de camundongo macho, portador de carcinoma de Ehrlich, tratado com EECe (50

VIII

mg/kg). Alvéolos congestionados (1), corado com HE. Obj. 20x..........................................................................

83

Figura 4 Fotomicrografia do pulmão de camundongo macho, portador de Sarcoma 180, tratado com EECe (50 mg/kg). Pontos de inflamação (1), corado com HE. Obj. 20x.................................................................................

83

Figura 5 Fotomicrografia do fígado de camundongo macho, portador de Sarcoma 180, tratado com EECe (50 mg/kg). Inflamação perivascular (1), Sinusóides aparentemente normais (2). Corado com HE. Obj. 20x................................................................................. 84

Figura 6

Fotomicrografia do rim de camundongo macho, portador de Sarcoma 180, tratado com EECe (50 mg/kg). Áreas de inflamação (1), Glomérulo de morfologia preservada (2). Corado com HE. Obj. 20x.................................................................................

84

IX

LISTA DE GRÁFICOS

Artigo I

Gráfico 1 Curva Dose-Resposta da toxicidade da C. Echinata Lam................................................................................

54

Artigo II

Gráfico 1 Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratos machos tratados por VIP, com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), indometacina 10 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student)..........................................................................

65

Gráfico 2 Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratas fêmeas tratados por VIP, com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), indometacina 10 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).........................................................................

65

Gráfico 3 Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratos machos tratados por VO, com o EE de C. echinata nas dose de 100mg/kg (▲), 150mg/kg (♦), 200mg/kg (■), indometacina 20 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. *Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).........................................................................

66

Gráfico 4 Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratas fêmeas tratados por VO, com o EE de C. echinata nas dose de 100mg/kg (▲), 150mg/kg (♦), 200mg/kg (■), indometacina 20 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-).

X

Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. *Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).....................................................................

66

Artigo III

Gráfico 1 Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos machos, portadores de carcinoma de Ehrlich, tratados por VIP com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Metotrexato (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student)..........................................................................

80

Gráfico 2 Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos fêmeas, portadores de carcinoma de Ehrlich, tratados por VIP com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Metotrexato(♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student)..........................................................................

80

Gráfico 3 Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos machos, portadores de Sarcoma 180, tratados por VIP com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Genuxal 2,5mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student)..........................................................................

81

Gráfico 4 Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos fêmeos, portadores de Sarcoma 180, tratados por VIP com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Genuxal 2,5mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student)..........................................................................

81

XI

RESUMO Caesalpinia echinata Lam., conhecida popularmente como pau-brasil, é uma árvore da família Fabaceae, subfamília Caesalpinioideae típica da mata atlântica. Foi intensamente explorada do período do descobrimento devido ao pigmento vermelho encontrado em seu lenho, a brasileína, além do uso na construção naval, civil e mobiliário. Atualmente é utilizado na arborização de ruas e parques e na confecção de arcos de violino. A medicina popular atribui a este vegetal algumas propriedades farmacológicas, sendo o extrato de seu lenho utilizado como: adstringente, cicatrizante, odontoálgico e tônico. Em nossa revisão bibliográfica, constatamos carência de informações toxicológicas e farmacológicas detalhadas sobre a espécie. Nesse sentido, o trabalho teve como objetivo avaliar a composição fitoquímica e a ação biológica (toxicológica, microbiológica e farmacológica) do extrato etanólico bruto (EEB) de espécie Caesalpinia echinata Lam. A análise fitoquímica foi realizada através de análise cromatográfica utilizando diversas fases móveis e reveladores específicos, apontando os flavonóides como constituintes majoritários desta parte do vegetal. Traços de taninos catéquicos e cumarinas também foram encontrados. Os testes de toxicidade aguda foram realizados por via oral e intraperitoneal em camundongos machos com observações das respectivas alterações comportamentais para cada dose administrada. As doses utilizadas foram 250 a 2000 mg/Kg para via intraperitoneal, e 250 a 4000 mg/Kg para via oral. Na administração por via intraperitoneal, foram observados efeitos estimulantes nos primeiros 15 minutos após administração do EEB, em seguida foram observados efeitos depressores, o valor de sua DL50 foi de 995,57mg/kg o que permite sua classificação quanto a toxicidade em moderadamente tóxico. A administração por via oral, apresentou efeitos estimulantes que duraram cerca de 30 minutos após administração do EEB, em seguida foram observados curtos períodos de depressão acompanhados por intervalos de agitação, quando administrado por esta via o EEB pode ser considerado atóxico, visto não ter provocado óbito em nenhuma das doses testadas. A avaliação da atividade antiinflamatória utilizou o método de edema de pata induzido por carragenina (Winter et al. 1962). O edema apresentou inibição significativa (p<0,05) em todas as doses administradas por via intraperitoneal para ambos os sexos; por outro lado ao ser administrado por via oral não foi observada inibição significativa. A avaliação antitumoral do EEB de C. echinata Lam frente ao Sarcoma 180 e Carcinoma de Ehrlich por via intraperitoneal (50, 75 e 100 mg/kg) apresentou significativa redução dos pesos médios dos tumores dos grupos tratados. Na análise microbiológica não houve resultados significativos. Palavras chave: Caesalpinia echinata, pau-brasil, toxicidade aguda, ação antiinflamatória, atividade antineoplásica, atividade antimicrobiana, avaliação histológica..

XII

ABSTRACT Caesalpinia echinata Lam., known popularly as brazilwood, is a Fabaceae families’s tree, subfamily typical Caesalpinioideae of the atlantics forest. It was been explored since of the period the Brazil’ s discovery due to red pigment found in the heartwood, “the brasilein”, beyond the use in the naval, civil and furniture’s construction. Actually It’s been used in the arborization of streets and parks and in the confection of violin’s arcs. The popular medicine attribute to this vegetable some pharmacological properties, being the extract of its used as: adstringent, healing, analgesic and tonic. In our bibliographical revision, we evidence lack of detailed toxicological and pharmacological information on this species. This work had an objective to evaluate the phytochemical composition and the biological action (toxicological, microbiological and pharmacological) of the crude ethanol extract (EEB) of species Caesalpinia echinata Lam. The phytochemistry analysis was carried through to chromatographic analysis using diverse specific mobile and revealing phases, and It was demonstrated that the flavonoids as the bigger constituent of this part on this vegetable. Traces of tannins barks and coumarins had been also found. The tests of acute toxicities had been realized by oral and intraperitoneal administration in male adult mice with comments of the respective alterations on the physical and behavioral for each managed dose. The doses that were used 250 mg/Kg to 2000 mg/kg for intraperitoneal administration and 250 mg/kg to 4000 mg/Kg for oral administration. By the intraperitoneal injection It was been observed stimulants effects at the first 15 minutes after administration of the EEB. Following It was observed depressors effects. The value of LD50 was 995,57mg/kg that allowed to classificate the extract in moderately toxic. The oral administration of the EEB presented stimulant effects that during about 30 minutes, after this It was been observed short periods of depression followed by agitation. The results of the EEB showed no death in none of the tested doses so It can be considered no toxic. The evaluation of the anti-inflammatory activity used the carrageean-induced paw edema (Winter et al. 1962). The edema presented significant inhibition (p<0,05) in all the doses managed by intraperitoneal administration for male and female mice; In the other hand, the oral administration was not observed significant inhibition. The antitumoral activity of the EEB of C. echinata Lam on Sarcoma 180 and Carcinoma of Ehrlich by intraperitoneal injection (50, 75 and 100 mg/kg) showed significant reduction of the average weights on the tumors of the treated animals. In the microbiological analysis it had not significant results. Words key: Caesalpinia echinata, wood-Brazil, acute toxicity, anti-inflammatory action, antitumour activity, antimicrobial activity, histological evaluate.

1

DDDDA \ÇàÜÉwâ†ûÉA \ÇàÜÉwâ†ûÉA \ÇàÜÉwâ†ûÉA \ÇàÜÉwâ†ûÉ

2

1. INTRODUÇÃO

O uso de produtos naturais com propriedades terapêuticas é tão

antigo quanto à civilização humana. O homem tem buscado na

natureza o suprimento para suas necessidades básicas, retirando dela

alimentos, abrigo, vestuário, meios de transporte, temperos e perfumes,

e finalmente, remédios (NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2000).

Os vegetais lançaram, há milhares de anos, as bases da medicina

moderna (BREVOORT, 1998). Pode-se dizer que a fitoterapia modificou-

se durante o curso de sua história, passando por épocas de esplendor e

épocas de obscuridade (GOLBERG, 2001). Os primeiros escritos, em

linguagem cuneiforme, vêm da região Mesopotâmica e datam de cerca

de 2600 a.C. (NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2000). O rei da Babilônia

Mardu Kapalidine II mandou construir um jardim onde cultivou 64

espécies de plantas medicinais, muitas das quais ainda utilizadas na

medicina popular (CARVALHO, 1999).

A medicina egípcia destacou-se com o melhor registro

farmacêutico da época, o “Papiro de Ebers” (1550 a.C.), este documento

abriga cerca de 700 drogas de origem vegetal, animal e mineral, e inclui

formulações, tais como: infusões e pomadas, e os veículos utilizados

nessas preparações, entre eles temos a cerveja, o leite, o vinho e o mel

(NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2000).

A civilização indiana desenvolveu a Ayurveda, considerada a mais

antiga ciência da saúde, originada há mais de 5 mil anos. O

Atharvaveda (cerca de1200 a.C.), Charak Samhita e o Sushrut Samhita

(1000–500 a.C.) (BHAGAVAN; SHARAMA, 2001) estão os principais

escritos clássicos da medicina ayurvédica, e descrevem detalhadamente

cerca de 700 ervas.

Nesta mesma época, ainda na civilização oriental desenvolvia-se a

medicina clássica chinesa, que constitui uma das primeiras doutrinas

médicas da humanidade. As práticas terápicas citadas no Huang Di Nei

Jing (Cânon interno do imperador amarelo) possuem raízes deitadas há

mais de 5.000 anos antes da era cristã. Um dos primeiros relatos que

3

trata da medicina interna "Huang Di Nei Jing", foi escrito na dinastia

Han, por volta de 3000 a C. Este tratado listava 13 fórmulas de

fitocompostos incluindo pílulas, pós, emplastos, chás e outros (BEAU,

1974). A Matéria Médica chinesa foi amplamente documentada durante

os séculos, com o primeiro registro datando de 1100 a.C. (Wu Shi Er

Bing Fang, contendo 52 prescrições), seguido por outros trabalhos,

como o Shennong Herbal (ano 100 a.C., 365 drogas) e o Tang Herbal

(659 d.C., 850 drogas) (NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2000). A obra do

Imperador Cho-Chin-kei, o “Hipócrates chinês”, é a mais notável na

farmacognosia chinesa antiga (MELLO; FILHO, 2000).

Na cultura ocidental, os gregos contribuíram substancialmente

para o desenvolvimento racional do uso das drogas vegetais. Teofrasto

(370-286 a.C.), sucessor de Aristóteles na escola de Atenas, em seu

“History of Plants” detalhou peculiaridades e qualidades médicas das

ervas. Dioscórides, médico grego (ano 100 d.C.), descreveu cerca de 500

plantas medicinais no seu tratado “Matéria Médica”. Galeno (130-200

d.C.), praticou e ensinou farmácia e medicina em Roma, ficou conhecido

por suas prescrições complexas e fórmulas utilizadas na composição

das drogas (NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2000; TESKE; TRENTINI,

1995).

Durante a idade média, as ciências sofreram um longo período de

estagnação. Do século V ao XII, os monastérios de países como

Inglaterra, Irlanda, França e Alemanha preservaram as sobras do

conhecimento ocidental. Entretanto, foram os árabes que se

responsabilizaram pela preservação de grande parte da sabedoria greco-

romana, e sua expansão através do mundo. O farmacêutico, físico e

filósofo persa Avicenna, muito contribuiu para as ciências farmacêutica

e médica através da elaboração de trabalhos como o Canon Medicinae,

considerado como “a codificação final de toda medicina Greco-Romana”

(NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2000).

No Brasil, as informações sobre plantas utilizadas com fins

medicinais têm sua história ligada à cultura dos povos indígenas e dos

4

africanos que foram trazidos ao Brasil como escravos (CARVALHO,

1999).

Com a revolução industrial e o advento da síntese química o uso

de plantas medicinais foi posto de lado, período em que foi considerada

simples superstição religiosa sem valor farmacológico, dando-se

preferência aos produtos sintéticos. Entretanto, com a descoberta da

penicilina, obtida de um microorganismo, e o desenvolvimento da

terapia anti-infecciosa, a imensa importância dos produtos naturais foi

reconhecida (RATES, 2001).

Atualmente a estimativa é de que cerca de 40% dos fármacos

empregados na terapêutica, são provenientes de fontes naturais, sendo

25% de plantas. Este percentual aumenta ainda mais se nos

restringirmos apenas aos fármacos anticancerígenos e antibióticos

(YUE-ZHONG SHU, 1998). Das 252 drogas, consideradas básicas pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), 11% são exclusivamente de

origem natural e um número significante destes são drogas sintéticas

obtidas de precursores naturais (RATES, 2001).

Apesar dos milhares de anos, o número de plantas medicinais

estudadas sob a óptica da farmacologia e toxicologia com o intuito de

comprovar o seu uso popular e segurança, respectivamente, ainda é

muito pequeno. Estima-se que das 250 a 500 mil espécies de plantas

existentes no planeta, apenas um pequeno percentual foi investigado

fitoquímicamente, da mesma forma muito pouco foi estudado em

termos de propriedades farmacológicas; em muitos casos apenas o

“screening” farmacológico foi realizado (PAYNE e cols, 1991).

Nos anos recentes, houve um crescente interesse pelas terapias

alternativas e pelo uso terapêutico de produtos naturais, especialmente

naqueles derivados de vegetais (GOLDFRANK e cols, 1982; MENTZ;

SCHENKEL, 1989; VULTO; SMET, 1988). Este fato encontra-se

associado ao crescimento do interesse da indústria farmacêutica pelo

uso da biodiversidade como fonte de novos medicamentos (CORDELL,

1995). O mercado mundial de fitoterápicos movimenta cerca de U$ 20

bilhões anuais (CALIXTO, 2000). No Brasil, o mercado de medicamentos

5

fitoterápicos tem apresentado crescimento na ordem de 15% ao ano.

Em 2001, este mercado movimentou R$ 270 milhões, cerca de 5,90 %

do mercado brasileiro de medicamentos, maior do que a comercialização

de medicamentos genéricos, que foi de R$ 226 milhões, no mesmo ano

(ABIFITO). Atualmente, as maiores indústrias farmacêuticas mundiais

possuem programas de pesquisa na área de produtos naturais

(CALIXTO, 2003).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 80% da

população mundial façam uso de plantas medicinais para o tratamento

de doenças (CRAGG; NEWMAN, 1999). Considerando que o acesso a

medicamentos pela população é baixo e que o Brasil é detentor de uma

megadiversidade, presume-se que o consumo de plantas com fins

medicinais seja bastante elevado, visto que esta alternativa constitui

uma opção de tratamento eficaz e de baixo custo. Com isso, as

preparações farmacêuticas contendo extratos padronizados de uma ou

mais plantas, conhecidas como medicamentos fitoterápicos, ganham

uma enorme importância.

Nesse contexto, a avaliação do potencial toxicológico e

farmacológico das plantas medicinais e de seu metabólitos secundários

mostra-se de fundamental importância para obtenção de novos

fármacos que apresentem eficácia associada a uma margem de

segurança satisfatória.

6

EEEEA exä|áûÉ wt A exä|áûÉ wt A exä|áûÉ wt A exä|áûÉ wt

_|àxÜtàâÜt_|àxÜtàâÜt_|àxÜtàâÜt_|àxÜtàâÜt

7

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Estudos sobre Caesalpinia echinata Lam.

2.1.1. Botânico

A família Fabaceae, também conhecida como Leguminosae,

pertence à ordem das Fabales, que contém aproximadamente 650

gêneros e cerca de 18000 espécies (OLIVEIRA; PAIVA, 2005). É a

terceira maior família das angiospermas (CHAPPILL, 1995), muitas

delas possuindo importância econômica (TUCKER, 2003).

Sistematicamente, o gênero Caesalpinia pertence à família

Fabaceae, subfamília Caesalpinioideae, tribo Caesalpineae. Trata-se de

um gênero importante devido ao seu alto interesse histórico, econômico,

ecológico (ZAIA, 2004) e biológico.

Caesalpinia echinata Lam. (Figura 1), ou “pau-brasil”, é uma

árvore nativa das partes mais secas da floresta pluvial atlântica,

ocorrendo desde o Rio de Janeiro (23ºS), até o estado do Rio Grande do

Norte (05º45’S) (CARVALHO, 1994), e possuindo maior abundância no

sul do estado da Bahia (REZENDE e cols., 2004). Sua estatura varia de

mediana até 30 metros de altura (CORRÊA, 1978); possui tronco de 40

a 70 cm de diâmetro. Sua copa é irregular; os ramos mais novos e as

cascas de espécimes mais jovens são repletos de acúleos. Seu cerne

muito duro e pesado varia de coloração castanha alaranjado ao

vermelho escuro e foi alvo da primeira grande exploração econômica de

recurso natural em território brasileiro desde a colonização portuguesa.

O alburno é amarelo-claro. Suas folhas são compostas, bipinadas, de

10 a 15 cm de comprimento (CORREA, 1984). Suas inflorescências

localizam-se nos ramos terminais, com flores amarelas muito

perfumadas. Seus frutos são do tipo vagem, possuindo deiscência

explosiva e são totalmente recobertos por acúleos que se formam logo

após a floração (CARVALHO, 1994).

8

FIGURA 1 – Caesalpinia echinata Lam. A: vista parcial de um individuo adulto; B: detalhe de um ramo mostrando folhas e fruto; C: detalhe contendo flor em vista frontal, com sépala abaxial, que é verde e pétala adaxial, que possui uma mancha vermelha escura; D: corte transversal do lenho.

Sua denominação botânica é derivada do latim e trata-se de uma

homenagem a um grande médico e botânico do século XVI – Andréa

Cesalpino. A palavra “echinata” é a forma latina do adjetivo “equinado”,

que nada mais quer dizer do que “vegetal com espinhos” (FONTES,

1995).

No Brasil, a planta é conhecida popularmente como pau-brasil,

ibirapitanga, ibirapiranga, ibirapita, muirapiranga, orabutã, brasileto,

paurosado e pau-de-pernambuco (CORRÊA, 1978).

Foi a primeira espécie arbórea a ser explorada comercialmente

(CORREIA, 2003). Sua exploração teve início quando Pedro Álvares

Cabral descobriu uma nova terra chamada inicialmente Santa Cruz, e

posteriormente Brasil devido a uma árvore de madeira vermelha que

florescia ao longo da linha costeira. O nome brasilium ou brasyll era a

denominação empregada para um tipo de corante vermelho-púrpura

brilhante, extraído de uma espécie arbórea asiática, Caesalpinia sappan

(DEPHILIPS, 1998), este corante, extraído durante a idade média era

A C

9

considerado exótico e muito caro, e seu transporte da Ásia para Europa

muito difícil (ARMSTRONG, 1994). A descoberta da nova espécie de

madeira vermelha na América do Sul, “árvore brasilia”, iniciou uma

intensa exploração, e entre os anos de 1501 e 1652 as florestas

brasileiras foram devastadas, e o pau-brasil levado para Europa

(SOUZA, 1945), acabando por levar a espécie para lista de plantas sob

alto risco de extinção (BRASIL, 1992).

Já no mercado europeu sua madeira de grande resistência era

utilizada na construção de móveis e de navios (FAUSTO 2002), e na

produção de arcos para instrumentos de corda (RIZZINI, 1971), porém,

sua principal utilidade foi, sem dúvida, na fabricação de tinta de

escrever e para tingimento de tecidos (AGUIAR; PINHO, 1986). Esta

coloração deve-se a brasileína (6a, 7-dihydro-3,6a, 10-trihydroxy-

benz[b]indeno[1,2-d]pyran-9(6H)-one (Zhao et al, 2006) (Figura 2)

pigmento de coloração vermelha, conhecido como brasileína (Figura 2),

que é obtida após a oxidação da brasilina [7,11b-

dihydrobenz[b]indeno[1,2-d]pyran-3,6a,9,10(6h)-tetrol] (OLIVEIRA e

cols., 2002; REZENDE e cols., 2004).

FIGURA 2 – Formula estrutural da brasilina e da brasileína.

Muitos químicos importantes se debruçaram sobre a matéria

corante do lenho do pau-brasil. Um dos pioneiros foi o francês Michel

Eugène Chevreul (1786-1889). William Henry Perkin (1838-1907), foi

outro que se dedicou ao estudo do corante do vegetal. Mas, coube a

Robert Robinson, Prêmio Nobel de Química de 1947, o privilégio de

Brasileína

10

chegar à estrutura química da substância responsável pela cor

vermelha do pau-brasil. Robinson, que foi estudante de Doutorado de

Perkin, em Manchester, investigou esta substância de 1906 a 1974

quando publicou seu último artigo sobre a brasilina, nome que deu à

substância extraída de C. echinata (PINTO, 2002).

2.1.2. Fitoquímico

Rezende e cols. (2004) em estudo de identificação dos

componentes químicos das flores e folhas do pau-brasil, encontrou o Ε-

beta-ocimeno como constituinte majoritário (57,2%) das flores, e o (Ε)-

3– hexeno- 1- ol (30,8%), como principal componente das folhas. Dessa

forma a classe de metabólitos mais bem representada foi a dos

compostos fenólicos. Isoprenóides são freqüentemente encontrados na

composição do aroma floral de diversas espécies, inclusive como

constituintes majoritários, este fato pode estar ligado à presença de

sinalizadores químicos específicos no processo de polinização

(REZENDE e cols, 2004). Derivados fenólicos C6-C3 e furanoditerpenos

são os metabólitos secundários mais observados em espécies do gênero

Caesalpinia (REZENDE e cols, 2004).

A análise das sementes do pau-brasil realizada por Oliveira e cols.

(2002) evidenciou a presença de pelo menos dois inibidores de tripsina

com massas moleculares de 19,5 e 10 kDa. A extração dos ramos do

vegetal revelou a presença de um diterpeno com esqueleto labdânico, o

ácido daniélico, anteriormente isolado de uma Caesalpineae africana

(SOUZA e cols, 2004).

O estudo fitoquímico da casca do vegetal demonstrou abundante

presença de taninos (SILVA, 2001). A investigação do lenho do vegetal

demonstrou a presença de ligninas, polímero de três álcoois: p-

coumaril, siringil e sinapil, este polímero está presente em 20-30% da

parede celular da madeira e lhe confere rigidez e durabilidade, e pode

ser responsável pelas propriedades vibracionais da madeira, explicando

seu emprego na fabricação de arcos de violino (FUKUSHIMA; FUZETO,

11

2003). Contudo, o principal constituinte do extrato bruto desta parte do

vegetal é sem dúvida a brasilina (OLIVEIRA e cols, 2002). Como

mencionado anteriormente a brasilina pode transformar-se em

brasileína através do contato com o ar ou com a luz, devido a um

processo de oxidação no qual a hidroxila da brasilina se torna um grupo

carbonila. Ambas pertencem à família dos homoflavonóides (XU;

YADAN, 1996), são compostos tetracíclicos com dois anéis aromáticos,

uma pirona, provavelmente originada da via do acetato, e um anel de

cinco membros procedente da via do ácido shiquímico (OLIVEIRA e cols,

2002).

Flavonóides constituem um grupo de substâncias naturais

originados nos vegetais, através dos aminoácidos fenilalanina, tirosina e

malonato (HARBONE, 1986). Sua estrutura básica é formada pelo

núcleo flavânico, constituído por quinze átomos de carbono distribuídos

em três anéis (C6-C3-C6). Existem naturalmente numa grande

variedade de alimentos de origem vegetal, presente em abundância no

grupo das angiospermas, fazendo parte integral da dieta humana

(YUNES; CALIXTO, 2001). Mais de 4.000 variedades destes compostos

fenólicos foram identificadas, muitos deles têm sido indicados por

possuir um amplo espectro de efeitos bioquímicos e farmacológicos (KIM

e cols., 1999; MATSUDA e cols, 2003). A quercertina, o kampferol e a

myricetina possuem efeito antimutagênico e anticancerígeno in vitro e in

vivo (HERTOG e cols., 1995). Estudos epidemiológicos apresentaram a

importância da ingestão de flavonóides na prevenção de doenças

cardíacas coronarianas, diminuindo a aterogênese (GROO; RAUEN,

1998). Vários outras atividades biológicas são conferidas a esta classe

de metabólitos, como ação antibacteriana, antifúngica, antiviral,

antiinflamatória, antiaalérgica e anticancerígena (MIDDLETON, 1998).

2.1.3. Farmacológico

Pouco se sabe da ação farmacológica do pau-brasil, alguns dados

da literatura relatam que a planta possui propriedades medicinais,

12

sendo o lenho adstringente, corroborante e secante, odontoálgico e

tônico (SILVA, 2001; XAVIER, 1995).

Em 2001, Alencar e cols. isolaram uma galactose/lactose ligada à

lecitina, das folhas do pau-brasil, a avaliação da atividade biológica do

composto evidenciou que a lecitina extraída da C. echinata é capaz de

induzir a migração de neutrófilos dependentes e independentes das

células residentes (macrófagos, mastócitos e linfócitos), apresentando,

desse modo, atividade pró-inflamatória. Estudos realizados na

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) demonstraram que o

extrato do cerne de C. echinata foi capaz de inibir o desenvolvimento de

câncer em 75,37% dos camundongos do experimento, bem como

impedir o desenvolvimento de microrganismos patogênicos, tais como E.

coli, P. mirabilis, P. vulgaris e B. cereus (Freire, 2004). A espécie também

apresentou potencial antifúngico, o extrato de seus ramos foi capaz de

inibir o crescimento de colônias de fungos da espécie Cladosporium

cladosporioides e C. sphaerospermum (SOUZA e cols, 2004).

Várias outras espécies do gênero Caesalpinia têm sido descritas

por apresentarem ações medicinais, muito embora no Brasil seu uso

não seja difundido em outros países já se conhece há bastante tempo

suas atividades e emprego no uso medicinal.

Em 2005, Rao e cols. apresentaram cinco novos flavonóides

isolados da C. pulcherrima com significativa capacidade de inibir

mediadores da inflamação. Gupta e cols. (2003) demonstraram que o

extrato metanólico das folhas da C. bonducella (EMCb) possui atividades

antiinflamatória, analgésica e antipirética. Um ano depois foi apontado

o potencial antitumoral do mesmo extrato (EMCb) contra o carcinoma

ascítico de Ehrlich em camundongos albinos Swiss. Este estudo

também demonstrou o potencial antioxidante do vegetal (GUPTA e cols.,

2004). A comunidade chinesa conhecida por sua medicina milenar

relata a espécie C. sappan por possuir atividade antioxidante (PAN

YINGMING, et al., 2004), além disso, é utilizada ainda como agente

antiinflamatório (HIKINO et al., 1977), hipocolestêmico (SAITOH e cols.,

1986), imunomodulatório (CHOI; MOON, 1977). Kim e cols. (2004)

13

avaliaram a atividade do extrato do lenho da C. sappan contra cepas

metaciclina-resitentes de Stafilococcus aureus obtendo inibição do

crescimento bacteriano em todas as amostras testadas. A pesquisa, em

busca de novos agentes antivirais, de Chiang e cols. (2003) revelou que

diferentes partes da C. pulcherrima apresentam forte atividade contra o

adenovírus (ADV-8) e herpesvírus (HSV).

Uma espécie nacional bastante estudada é a Caesalpinia ferrea,

em 1996, Carvalho e cols. analisando o extrato de seu fruto

comprovaram que o mesmo é detentor de atividade analgésica e

antiinflamatória. A espécie também é capaz de agir como regulador

positivo da hematopoiese, conforme estudos realizados por Queiroz e

cols. em 2001. Um ano depois Nakamura e cols. (2002), isolaram dois

constituintes, ácido gálico e metil galato, extraídos do fruto do vegetal,

que demonstraram possuir ação quimiopreventiva do câncer ao inibir a

ativação do vírus Epstein-Barr e o desenvolvimento do carcinoma

eptelial.

A brasilina, isolada da C. sappan, e também o maior constituinte

da C. echinata (OLIVEIRA e cols., 2002), tem ação hipoglicemiante em

animais de experimentação portadores de diabetes, efeito este

decorrente do aumento no metabolismo de glicose (MOON e cols.,

1993). Além disso, a brasilina demonstra também muitos outros efeitos

farmacológicos, incluindo atividade antimicrobiana (XU; LEE, 2004),

inibição da proteína quinase C e do receptor da insulina em estômago

de rato (KIM e cols., 1998); proteção da toxicidade induzida por BrCCl3

em cultura de hepatócitos (MOON et al., 1992). Em 2000, Xie e cols.

demonstraram que a vasodilatação induzida pela brasilina poderia ser

inibida pela NG-nitro-L-arginina metil éster (L-NAME), sugerindo que o

mecanismo de ação pelo qual o composto causa o relaxamento dos

vasos pode ser endotélio-dependente. Três anos após o estudo, Hu e

cols. (2003) confirmaram a veracidade do mecanismo de ação proposto.

A brasileína, exibe uma ação inotrópica positiva em tecido

cardíaco isolado, é capaz de inibir a atividade da Na+ K+-ATPase in vitro,

e apresenta atividade antioxidante tanto in vivo quanto in vitro (YAN e

14

cols., 2005). Zhao e cols. (2006) observaram que o eletrocardiograma

dos animais tratados com a substância não evidenciava arritmias

ventriculares, efeito comum do deslanosídeo, propondo que a brasileína

apresenta um menor efeito adverso e um índice terapêutico mais

elevado, mostrando-se superior aos glicosídeos cardíacos. Por

conseguinte, a brasileína, uma molécula com esqueleto não-esteroidal,

capaz de produzir aumento da contração do músculo cardíaco, através

da inibição da Na+,K+-ATPase, poderia gerar o desenvolvimento de novas

drogas. Além destes efeitos, a molécula constitui um importante

imunossupressor, sendo capaz de eliminar a resposta humoral bem

como a resposta celular, provavelmente, através da indução da

apoptose dos linfócito do timo e do baço dos camundongos, e da

inibição da proliferação linfocítica (MIN YE e cols., 2005).

2.3.4. Toxicológico

Desde tempos remotos as plantas vêm sendo utilizadas pela

medicina popular para o tratamento de várias doenças (REBECCA e

cols., 2002), e ao longo deste tempo desenvolveu-se a idéia de que estes

remédios são eficazes e seguros, isentos de efeitos colaterais, ou

qualquer tipo de toxicidade. Porém a planta medicinal é um xenobiótico

e, como todo corpo estranho, os produtos de sua biotransformação são

potencialmente tóxicos (LAPA e cols., 2000). Destarte, a idéia geral de

que as drogas vegetais são seguras e livre de efeitos colaterais é falsa

(DIMECH, 2003). De fato, não há razão para crer na inocuidade dos

vegetais, uma vez que desse reino são obtidas substâncias

extremamente tóxicas como a estricnina, digitoxina, tubocurarina,

cocaína, entre outras. (LAPA e cols., 2004). Por outro lado, segundos

estudos clínicos controlados, a incidência de efeitos colaterais é menor

com produtos fitoterápicos do que com drogas sintéticas (DREW;

MYERS, 1997).

A cultura popular brasileira apresenta o extrato etanólico do

lenho de pau-brasil como sendo capaz de interromper a gestação, este

15

efeito ainda não possui comprovação científica. Em nossa revisão de

literatura nos deparamos com a escassez de pesquisas que indicassem

o potencial tóxico deste vegetal.

2.2. Estudos toxicológicos pré-clínicos de plantas

medicinais

A toxicidade de uma substância pode ser definida como a

capacidade de causar dano grave ou morte a um dado organismo

(DRAIZE; WOODARD; CALVERY, 1944). Para que o dano ocorra é

necessário, em primeiro lugar, que o organismo seja exposto, em

segundo que este interaja com o agente intoxicante (PEÑA; CARTER;

AYALA-FIERRO, 2001).

De fato, toda substância pode ser considerada um agente tóxico,

esta condição irá depender das condições nas quais ocorrerá a

interação do agente químico com o organismo, como tempo e freqüência

de exposição, dose administrada ou absorvida, e via pela qual se deu a

administração (CASTRO, 1993).

Como discutido anteriormente a idéia de inocuidade dos

fitoterápicos é amplamente difundida, esta concepção tem resultado

numa série de acidentes por intoxicação ocasionados pela ingestão de

plantas como alimento ou como terapia para alguma doença. Nestes

casos a toxicidade pode ser resultante de altas doses ingeridas ou do

estado de conservação das plantas e formas de uso (RATES, 2001).

Deve-se ter em mente que uma planta medicinal ou fitoterápico não tem

somente efeitos imediatos relacionados à sua ingestão, mas que estes

podem se instalar a longo prazo e de forma assintomática, como os

carcinogênicos (HIRONO e colbs., 1978).

Os testes toxicológicos são realizados para se ter dados sobre as

condições em que as entidades químicas produzem efeitos tóxicos, qual

a natureza desses efeitos e quais os níveis seguros de exposição

(LOOMIS; HAYES, 1996).

16

Devido a questões legais e éticas os dados toxicológicos obtidos na

espécie humana são muito limitados (WHO, 1993). Dessa forma os

testes que visam indicar o grau de segurança a ser depositado em um

medicamento devem ser efetuados em uma etapa pré-clínica, onde são

utilizadas três espécies de mamíferos, sendo uma delas não roedora

(LAPA e cols, 2004).

No Brasil, as plantas medicinais são utilizadas em ambas as

áreas rural e urbana. Muitas são utilizadas de acordo com a tradição

popular, na forma de chás, decoctos, tinturas, etc., e menos

frequentemente como cápsulas e pílulas (MATOS, 1997; MENTZ;

SCHENKEL, 1989). Por considerar crítica a situação do mercado de

fitoterápicos no Brasil, a Secretária Nacional de Vigilância Sanitária, em

1995, estabeleceu uma série de regras para o registro dos

fitomedicamentos (Portaria n° 6 de 24.01.95, SVS-MS, Brasil, 1995a) e

para regulamentar a avaliação da toxicidade destes produtos (Portaria

n° 116 de 08.08.96, SVS-MS, Brasil, 1996).

Atualmente as regras, que norteiam os registros e alguns ensaios

de toxicidade aguda, subcrônica e crônica, com medicamentos

fitoterápicos, estão descritos na Resolução n° 90, de 16/03/2004

(Brasil, 2004).

2.2.1. Toxicidade aguda

Toxicidade aguda é definida como os efeitos adversos que ocorrem

dentro de um período curto após a administração de uma dose única ou

doses múltiplas administradas dentro de um período de 24 horas, tendo

como objetivo determinar a sintomatologia a curto prazo após a

administração de um composto, bem como o binômio dose-efeito letal,

que é estimada por um parâmetro denominado dose letal 50%, mais

conhecida como DL50 (BARROS ; DAVINO, 2003).

17

O teste da DL50 foi introduzido por J.W. Trevan em 1927,

atendendo a finalidade de estimar o potencial tóxico de substâncias

para uso humano tais como digitalis e insulina, ele sugeriu que se

considerasse como dose letal aquela que matasse 50% dos animais

injetados. Isto porque os valores em torno da DL50 variam menos que

aqueles ao redor da DL1 ou da DL99.

Este valor é um parâmetro estatístico onde o cálculo da dose letal

média seria obtido através de um gráfico, no qual se encontra nas

ordenadas a percentagem de animais mortos e nas abscissas as doses

empregadas, obtendo-se uma curva dose-resposta, representada,

teoricamente, por uma curva Gaussiana (BARROS; DAVINO, 2003;

BOTHAM, 2003; SCHLEDE et al, 2005).

Os ensaios de toxicidade aguda são comumente realizados em

camundongos e ratos, embora em certos casos também sejam utilizados

animais maiores, como coelhos e cães. Recomenda-se a mesma via de

administração utilizada no homem, sendo a via oral a mais comum

(KLAASSEN; AMDUR; DOULL, 1996).

2.3. Inflamação

Há cerca de 3500 anos a.C., foi encontrado um curioso símbolo

hieroglífico em um papiro egípcio, representado por um braseiro, um

pouco mais tarde, por volta de 2000 anos atrás, a civilização grega

utilizou o termo phlogosis enquanto os Romanos usaram a palavra

inflammation, todos possuíam o mesmo propósito, designar o fenômeno

atualmente conhecido como inflamação. O termo inflamação deriva do

latim eflamare que significa “atear fogo” (SIQUEIRA; DANTAS, 2000;

ALMEIDA; MENEZES, 2002).

Não obstante, foi um escritor romano do século I d.C., Aulus

Cornelius Celsus, o primeiro a citar os quatro sinais cardinais da

inflamação: rubor, calor, tumor e dor. Desde então esse processo tem

sido descrito de diversas maneiras. Functio laesa, ou perda de função,

18

foi o quinto sinal acrescentado posteriormente por Virchow

(MONTENEGRO; FRANCO, 1995).

Na Idade Média, pensava-se que a inflamação fosse ocasionada

por um acúmulo de calor advindo do coração, seguido por fluxo

sangüíneo, mucoso, e biliar; esta era a teoria da inflamação humoral.

Já no século XVIII esta idéia foi substituída pela teoria vascular

(ALMEIDA, MENEZES, 2002; SIQUEIRA, DANTAS, 2000). No final desta

época, o escocês John Hunter notou que a inflamação não se tratava de

uma doença, mas sim, uma resposta orgânica a uma agressão

(MONTENEGRO; FRANCO, 1995).

No século XIX com a descoberta das células, houve um grande

avanço no conceito da inflamação. Neste mesmo período o biólogo

russo, Eli Metchinikoff descobriu o processo da fagocitose. Julius

Cohnhein foi o primeiro a utilizar microscópio para visualizar vasos

sangüíneos em tecidos inflamados, subseqüentemente a inflamação

passou a ser vista como sendo precedida por uma injúria celular ou

tecidual, e que este processo envolvia modificações no leito vascular,

incluindo migração de leucócitos como evento secundário (BOGLIOLO,

1976; COLLINS, 2000; MOVAT, 1971). Este movimento dos leucócitos

do leito para a periferia vascular é chamado de rolagem (“roleux”)

(CHIEN, 1982).

A inflamação é fundamentalmente uma resposta protetora cujo

objetivo final é livrar o organismo da causa inicial da lesão celular e das

conseqüências dessa lesão (COLLINS, 2000).

A capacidade de gerar uma inflamação é fundamental para

sobrevivência e consiste na primeira linha de defesa do organismo. Seu

objetivo é basicamente, localizar a região afetada, eliminar o agente

agressor e remover os tecidos degenerados, preparando a região

acometida para a reparação. Entretanto, em algumas situações e

doenças, a resposta inflamatória torna-se exagerada, persistindo sem

qualquer benefício aparente (SILVA; CARVALHO, 2004; SIQUEIRA;

DANTAS, 2000;).

19

Os eventos inflamatórios envolvem mudanças microvasculares

com aumento da permeabilidade vascular, fluxo exudativo, que inclui

proteínas plasmáticas, e amplificação de mediadores químicos

endógenos (CIRINO, 1998).

Thomas Lewis definiu o conceito de que substâncias químicas,

como a histamina, são mediadores das alterações vasculares da

inflamação. Estes mediadores químicos são responsáveis pelo controle

da intensidade da resposta inflamatória, assim como por seu

desencadeamento. Podem ser detectados no plasma sob forma de pré-

enzimas estocados no interior de células ou ser sintetizados durante o

processo inflamatório (COLLINS, 2000; MONTENEGRO; FRANCO,

1995).

As duas aminas, histamina e serotonina (5-HT), são

especialmente importantes porque estão disponíveis em reservas pré-

formadas; estão entre os primeiros mediadores a serem liberados. Estas

liberações ocorrem através da desgranulação de mastócitos, basófilos e

plaquetas. A histamina induz rapidamente a liberação de selectina-P

(TONNEL e cols., 1996) que vai determinar o rolamento de leucócitos,

dando inicio ao processo de migração. Diversos fenômenos da resposta

inflamatória são mediados por três fatores derivados do plasma e inter-

relacionados: os sistemas do complemento, da coagulação e das

cininas. Este último gera peptídeos vasoativos, resultando na liberação

final do nonapeptídeo bradicinina, responsável pelo aumento da

permeabilidade vascular na inflamação aguda com conseqüente

migração de células (polimorfonucleares) (COLLINS, 2000; DUGALD;

FRANCIS; WILLIAM, 1994).

De modo semelhante, quando as células são ativadas por

diferentes estímulos, os lipídeos das suas membranas são rapidamente

remodelados para gerar mediadores lipídicos biologicamente ativos que

servem como sinais intra e extracelulares. Estímulos mecânicos,

químicos, físicos e outros, são capazes de mobilizar fosfolipídeos das

membranas celulares, através da atuação de lipases do tipo fosfolipase

20

A2 (PLA2), liberando um ácido graxo de 20 carbonos denominado ácido

araquidônico (AA). Duas classes principais de enzimas: ciclooxigenases

(COX) e lipoxigenases (LIPOX) atuam sobre o AA, produzindo as

prostaglandinas (PGs) e tromboxanos (TXA), e os leucotrienos (LT) e

lipoxinas, respectivamente. (FOEGH; RAMWELL, 2003; COLLINS,

2000).

As prostaglandinas, tais como as prostaciclinas provocam

vasodilatação, inibição da agregação plaquetária e dor. Os tromboxanos

(A2) promovem a agregação plaquetária e vasoconstricção. Os

leucotrienos, gerados a partir da LIPOX são potentes agentes

quimiotáticos, ativam as respostas funcionais dos neutrófilos, como

agregação e aderência dos leucócitos ao endotélio venular, também são

potentes vasoconstrictores, promovendo broncoespasmos e aumento da

permeabilidade vascular (BRIGHMAN, 1989; PHILIPS, MURRAY,

CROCKER, 1995; STEWART, 1989).

A inflamação divide-se em padrões agudo e crônico. A resposta

em sua fase aguda, que ocorre no máximo em 72 horas, implica em

eventos exsudativo ou supurativo bem como eventos microvasculares e

celulares. A fase crônica inclui eventos proliferativos e alterações

histológicas, diferente da fase aguda, é caracterizada por migração

celular e mitose intensa, também nota-se a presença de fibroblastos,

angioblastos e a necrose tecidual. Seu tempo de duração é mais longo e

é decorrente da persistência do agente agressor, que não é eliminado

pelos mecanismos da inflamação aguda (SOSA e cols,, 1997;

MONTENEGRO; FRANCO, 1995).

O processo flogístico pode ser fisiológico ou patológico, por vezes

ele apresenta-se de maneira exacerbada e constante, quando se torna

deletéria para o tecido onde está atuando, é o caso das doenças auto-

imunes, como a artrite reumatóide, em que a inflamação crônica produz

dor e resulta em destruição do osso e da cartilagem, podendo causar

grave incapacidade. De acordo com Almeida e Menezes (2002) a

21

inflamação pode ser apontada como um importante agente causador de

morbidade e mortalidade humana.

2.3.1. Agentes Antiinflamatórios

Atuando em algumas das fases da resposta inflamatória, inibindo

a ação dos mediadores químicos, ou inativando os componentes do

sistema complemento, assim como, impedindo a ação e a resposta

celular; os fármacos portadores dessas ações consistem, atualmente,

em armas mais ou menos eficientes para controlar os múltiplos sinais e

sintomas desencadeados pela resposta inflamatória (MOTA, 1982).

No presente, o mecanismo de ação das drogas antiflogísticas foi

definido como sendo dependente da inibição das enzimas produtora do

ácido araquidônico, fosfolipase A2 (PLA2), caso dos antiflamatórios

esteroidais, ou impedindo a liberação de seus metabólitos, como

prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos e outros, devido à

inativação da enzima ciclooxigenase (COX) (MYGIND, 1993; VANE;

BAKHLE; BOTTING, 1998). Além das diversas atividades terapêuticas

em comum, os agentes antiinflamatórios podem apresentar vários

efeitos colaterais. Vários estudos estão sendo realizados na tentativa de

descobrir novos medicamentos contra a inflamação, mais eficazes e com

menos efeitos colaterais (SILVA; CARVALHO, 2004).

Uma das primeiras substâncias consagradas por sua ação

antiinflamatória foi, sem dúvida, a salicina, um glicosídeo oriundo de

várias espécies de Salix e Populus (CLAUSS; TYLER, 1970), ela deu

origem a múltiplos compostos: os salicilatos, destacando-se o ácido

acetilsalicílico ou aspirina, obtido por acetilação do ácido salicílico. A

aspirina é um inibidor não-seletivo das duas isoformas da COX, esta

inibição é irreversível e ocorre devido à transferência do grupo acetil

para a proteína (FURST; MUNSTER, 2003).

22

Vários metabólitos secundários advindos dos vegetais tem sido

descritos por sua capacidade de inibir o processo inflamatório. Os

taninos têm sido repetidamente descritos por sua atividade

antiflogística, alguns deles foram ativos em testes in vitro envolvendo a

COX. Outros atuam por intervirem no mecanismo de reação

imunológica, é o caso dos triterpenos, sesquiterpenos e esteróides.

Os flavonóides, assim como o ácido salicílico, foram introduzidos

na terapêutica antes de serem testados sobre a atividade metabólica

das prostaglandinas (CARVALHO, 2004). Esta classe de compostos

apresenta ampla margem de segurança, não produzindo efeitos

colaterais tal como ulcerogenicidade (ALCARAZ; CARVALHO, 2004).

2.3.2. Testes Antiinflamatórios

Entre os muitos métodos utilizados para “screening” de drogas

antiinflamatórias, o edema de pata de rato, produzido por injeção de um

agente flogístico é o mais freqüente.

Este agente flogístico pode ser a carragenina, dextrana, kaolin,

etc. A carragenina é um polissacarídeo sulfatado extraído de uma alga

marinha, Chondrus chrispus (DAYRENS et al, 1980). O edema induzido

pela carragenina é capaz de demonstrar o papel dos leucócitos no

desenvolvimento da reação inflamatória aguda (GARCIA LEME, 1977).

O método descrito por Winter et al, 1962, utiliza a carragenina

como agente edematogênico, a formação do edema tem sido descrita

como um evento bifásico com vários mediadores atuando em seqüência

para produzir a resposta inflamatória (VINEGAR; SCHEIRBER; HUGO,

1969). A fase inicial (0-1h) tem sido atribuída à liberação de histamina,

serotonina e bradicinina, a fase seguinte (1-6h) tem sido correlacionada

com a elevada produção de prostaglandinas (DI ROSA; GIROUD;

WILLOUGHBY, 1971) e com a ativação da COX-2 (SEIBERT e cols.,

1994). A ativação e infiltração local dos neutrófilos também contribuem

23

para a formação da resposta inflamatória (BOUGHTON-SMITH e cols.,

1993; VINEGAR; TRUAX; SELPH, 1973), produzindo vários outros

mediadores com radicais livres derivados do oxigênio e radicais

hidroxilas (LIMA, 1999).

2.4. Câncer

Os primeiros relatos da ocorrência de câncer em seres humanos

foram encontrados nos papiros do Egito antigo por volta de 1500 a.C., e

são referentes à descrição de úlceras cutâneas resistentes a

tratamentos (COWDRY, 1955). O médico e filósofo grego Hipócrates de

Cós, 460 a 375 a.C., descreveu algumas das diversas manifestações

clínicas do câncer (FLOREY, 1977). No ano 150 da nossa era, Galeno

propôs um sistema de classificação para os tumores que os dividia em

benignos e malignos, e estes como fenômenos “contrários à natureza”

(COWDRY, 1955). Além do sistema de classificação, Galeno foi o

primeiro a empregar o termo câncer (do latim karkinos = caranguejo), ao

descrever um tumor maligno de mama. O órgão apresentava as veias

superficiais túrgidas e ramificadas, lembrando patas de caranguejo

(FILHO, 2000).

Segundo Baracat e cols. (2000) o câncer consiste em uma

proliferação local de clones celulares atípicos cuja reprodução foge ao

controle normal, e que tendem para um tipo de crescimento autônomo e

progressivo, e para a perda de diferenciação. Tal autonomia celular se

deve, basicamente, as alterações genéticas encontradas nestas células.

A capacidade de invadir tecidos, assim como de migrar pelo organismo

provocando metástase, sem dúvida alguma, são as grandes

responsáveis por levar o individuo a óbito.

Admitia-se, até o inicio do século XIX, que o câncer ocorria em

seres humanos, entretanto a natureza desse processo ainda era uma

incógnita, não se sabia se era de origem celular ou infecciosa (DUNN,

24

1962). Este questionamento só seria elucidado em 1838, quando

Johannes Muller demonstrou que os tumores eram constituídos por

células, a partir de então, passou-se a estudá-los também sob o ponto

de vista histológico (DAGLI, 1989).

Em 1858, o veterinário Leblanc apresentou evidências da

existência de neoplasias em animais, e que estes eram semelhantes as

dos humanos (DAGLI, 1989). Quarenta e seis anos após, Bashford e

Muray (1904) estabeleceram que as neoplasias eram processos que se

desenvolviam em animais selvagens e domésticos, provavelmente

presente em todos os vertebrados. Hoje se sabe que tais processos estão

presentes não só em vertebrados, mas também em cefalocordados,

urocordados, hemicordados e em inúmeras espécies de invertebrados

(DAGLI, 1989). Indo mais além, o câncer é um fenômeno onipresente

em todos os organismos pluricelulares (EVAN, 1992) tanto de origem

animal quanto vegetal.

2.4.1. Carcinogênese

As neoplasias, tanto benignas quanto malignas, são doenças

genéticas cujas mutações que lhes dão origem podem ser

hereditariamente transmitidas pela linhagem germinativa ou adquiridas

nos tecidos somáticos (ISSELBACHER, 1995). Resultam de uma

mudança pleiotrópica do estado celular a partir do acúmulo de

alterações genéticas e epigenéticas, que desorganizam os eventos

celulares normais (JONES; LAIRD, 1999; KAWAMURA, 1999).

Com base em estudos experimentais realizados em roedores a

carcinogênese consiste em um processo de múltiplas etapas, que tem

sido tradicionalmente dividido em três estágios: iniciação (Fig. 3),

promoção (Fig. 4) e progressão (Fig. 5) (HARRIS, 1991; HURSTING e

cols., 1999; TENNANT e cols., 1997).

A iniciação resulta da exposição de uma população de células a

uma dose apropriada de agente carcinogênico (iniciador), que pode ser

25

químico, físico ou biológico (vírus), o DNA danificado produz mutações

genéticas tornando-se apropriada a originar um tumor (JAKÓBISIAK;

LASEK; GOLAB, 2003). Entretanto somente esta etapa não é suficiente

para formação de tumor, para que este processo se estabeleça é

necessário que as células alteradas por carcinógenos sofram pelo menos

um ciclo de proliferação, de modo que a alteração no DNA se torne fixa

ou permanente (CONTRAN, KUMAR; COLLINS, 2000).

Figura 3 – INICIAÇÃO: dano ao DNA; indução de mutação em genes alvos críticos; ativação de protooncogenes; inativação de genes supressores de tumor; replicação celular e fixação da mutação.

A promoção é o segundo estágio da carcinogênese, pode ser

definida como um processo de expansão clonal de células iniciadas que

resultam na formação de células pré-neoplásicas produzindo nódulos,

pólipos ou papilomas (JAKÓBISIAK; LASEK; GOLAB, 2003).

Figura 4 – PROMOÇÃO: expansão clonal de células tronco; desenvolvimento de tumor benigno (células pré-neoplásicas).

O estágio de progressão é caracterizado pela transformação de

células pré-neoplásicas em tumor maligno invadindo tecidos vizinhos e

formando metástases (JAKÓBISIAK; LASEK; GOLAB, 2003). Nesse

estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das

Promoção

Danos ao DNA

26

primeiras manifestações clínicas da doença. (CONTRAN, KUMAR;

COLLINS, 2000).

Figura 5 – PROGRESSÃO: expressão enzimática alterada; proteólise; adesão; invasão; migração e metástase.

2.4.2. Carcinoma

As neoplasias malignas que se originam de células epiteliais,

derivadas de qualquer uma das três camadas germinativas, são

denominadas carcinomas (CONTRAN, KUMAR; COLLINS, 2000).

O tumor de Ehrlich, introduzido por Paul Ehrlich em 1896, e

descrito em 1906. Trata-se de neoplasia originária de carcinoma

mamário de camundongos fêmeas, transplantada inicialmente na forma

sólida. Somente em 1932, com Lowenthal e Jahn, foi convertido para

forma ascítica, através da passagem seriada de fluído ascítico de

animais inoculados intraperitonealmente com células tumorais (DAGLI,

1989).

Pode-se dizer que o carcinoma de Ehrlich, por ser um dos

primeiros tumores transplantáveis conhecido, é um dos mais

extensamente utilizados para experimentação (DAGLI, 1989).

2.4.3. Sarcoma

Refere-se a neoplasias malignas do tecido mesenquimal, a palavra

deriva do grego sar que significa carnoso, visto que possuem pouco

Progressão

27

estroma de tecido conjuntivo e, portanto, são carnosos (CONTRAN,

KUMAR; COLLINS, 2000).

O sarcoma 180, a princípio conhecido como tumor de Crocker, é

um tumor indiferenciado, foi descoberto em 1914 no Godcer Laboratory

(Columbia University, NY). Foi encontrado inicialmente como uma

massa sólida localizada na região axilar de um camundongo albino

(SUGIURA, 1965).

No ínicio foi classificado como carcinoma mamário, mas após

vários transplantes subcutâneos, observou-se que suas características

morfológicas e seu comportamento eram peculiares de um tumor

sarcomatoso, passando, então a ser chamado Sarcoma 180 (1919),

desde então sua nomenclatura não sofreu alterações (SUGIURA, 1994).

Suas células são de fácil obtenção, sendo utilizadas em vários

centros de pesquisa e, após a inoculação o tumor desenvolve-se em 90 a

100% dos casos (BUCHI, 2002).

2.4.4. Produtos Naturais e a Terapia Anticâncer

O câncer hoje constitui uma das principais causas de óbito da

humanidade, atualmente morrem no mundo cerca de 7 milhões de

pessoas, por ano (BOIK, 1996). Embora exista atualmente um vasto

arsenal terapêutico, somado a novas técnicas cirúrgicas, que tem

aumentado a expectativa de vida dos pacientes, ainda existe a clara

necessidade de continuar o desenvolvimento de novas drogas

anticâncer.

Os agentes anticâncer em uso atualmente incluem drogas de

origem microbiana como Doxorubicina, Dactomicina, Bleomicina

(MUKHERJEE e cols., 2001), e um grande número de moléculas

retiradas de vegetais, entre estas se encontram os alcalóides da vinca:

vimblastina e da vincristina, obtidos da Catharanthus roseus, o taxol

(paclitaxel) diterpenóide retirado da Taxus brvifolia, o alcaóide

28

camptotecina, da árvore ornamental chinesa Camptotheca acuminata, e

muitos outros (MONGELLI; COUSSIO; CICCIA, 2005).

Desde 1955 o Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos Estados

Unidos vem realizando triagens pré-clinicas de compostos e materiais,

que incluem extratos de origem natural. Mais de 400.000 compostos, de

origem sintética e natural foram testados para avaliar atividade

anticâncer, incluindo 180.000 derivados de microorganismos e 114.000

extratos vegetais. Entre os anos de 1990 e 1996, aproximadamente,

vinte agentes anticancerígenos, os quais incluem produtos naturais

puros ou modificações semi-sintéticas de material natural, foram

aprovados para o mercado. Entre eles estão o Docetaxel/Taxotere

(1995), Idarubicina (1990), Paclitaxel/Taxol (1993), Topotecan (1996),

Formestano (1993), Fosfato de Fludarabina (1991), Porfimer sodium

(1993), Raltitrexed (1996), muitos destes de origem vegetal

(MUKHERJEE e cols., 2003).

A fitoterapia tem desenvolvido, freqüentemente, importante papel

na terapia anticâncer e os mecanismos de interação entre fitocompostos

e células neoplásicas vem sendo extensivamente estudado

(MUKHERJEE e cols., 2001). Atualmente uma grande quantidade de

laboratórios internacionais se encontra engajados na tarefa de buscar

novos agentes terapêuticos anticancerígenos a partir de fontes naturais

(BOYD; PAULL, 1995).

2.5. Agentes Antimicrobianos

O homem convive com microrganismos desde seu aparecimento

na Terra. A possibilidade da existência de entidades vivas invisíveis ao

olho humano e que seriam a causa das doenças infecciosas remonta à

Antiguidade.

Hipócrates, médico grego, estabeleceu alguns conceitos de doença

que influenciaram a prática até a Idade Média e vários conceitos sobre

as doenças infecciosas ainda datavam da era a. C. No século XVI, o

29

monge e médico italiano Girolamo Fracastoro (1483-1553) publica o

livro "De contagione et contagionis" no qual especulava que doenças

contagiosas eram causadas por "germes vivos" que se transmitiam, de

alguma forma, de pessoa a pessoa. Entre os séculos XVII e XVIII, foram

descritos os primeiros relatos da observação de seres microscópicos.

Mas foi no século XIX, com estudos de pesquisadores eminentes como o

químico francês Louis Pasteur (1822-1895) e o médico alemão Robert

Koch (1834-1910) que o estudo dos microorganismos teve real avanço.

Neste período já se admitia a ligação destes seres com o aparecimento

de várias moléstias, e era objetivo de vários estudiosos encontrar

maneiras de combatê-los (GREENWOOD, 1997).

O termo “antibiose” foi utilizado pela primeira vez por Vuillemin

em 1889, e era definida como o antagonismo dos seres vivos em geral.

Quase meio século depois, em 1942, Waksman utilizou a palavra

antibiótico definindo-a como substância, produzida por

microorganismos, antagonista ao desenvolvimento ou à vida de outros

microorganismos em altas diluições no meio bioquímico do nosso corpo

(GREENWOOD, 1997).

Os primeiros registros de tratamento bem sucedido contra

infecções datam do século XVII, quando se utilizou o extrato da

cinchona no tratamento da malária (CLARK, 1996), e a raiz de

ipecacuanha para cura da disenteria amebiana. Esta fase ficou

conhecida como era dos alcalóides, porquanto durante muito tempo

estes extratos formaram o único grupo de recursos terapêuticos

conhecidos (CHAMBERS; SANDE, 1996).

A segunda fase, conhecida como era dos compostos sintéticos, foi

marcada pela descoberta do salvarsan por Paul Ehrlich (Alemanha) em

1909 para o tratamento de tripanossomas e outros protozoários.

Alexander Fleming, em 1928, deu um grande passo ao descobrir

acidentalmente, uma nova substância, a partir de um fungo da espécie

Penicillium notatum, capaz de inibir o crescimento de bactérias, e que

mais tarde daria origem a mais utilizada classe de antibióticos: os β-

30

lactâmicos (MATELES, 1998). Alguns anos mais tarde, foi anunciada a

descoberta de um novo composto antibacteriano, as sulfonamidas,

sintetizada por Klarer e Meitzsch em 1932.

A terceira fase, conhecida como a era moderna dos antibióticos,

foi marcada pelo controle das infecções por estreptococos e

pneumococos com o uso da sulfonamidas. Porém no final da década de

40 surgiram os primeiros casos de resistência bacteriana, com isso

houve a necessidade de partir em busca de novos compostos ativos. Em

1944, Selman Waksman e seu aluno Albert Schatz, isolaram a

estreptomicina, primeira droga efetiva contra o Mycobacterium

tuberculosis, causador da tuberculose, a partir de uma cepa de

Streptomyces griseus (NEWMAN,; CRAGG; SNADER, 2000). Brotzu, em

1948, investigando a espécie fúngica Cephalosporium acremonium,

conseguiu isolar o terceiro antibiótico conhecido: cefalosporina C,

estável na presença da penicilinase.

A descoberta e o uso de antibióticos consistiram em uma das

maiores realizações da ciência no século XX. Durante a “época de ouro”,

período que compreende de 1945 a 1970, um grande número de

estruturas, altamente eficazes, foi descoberto ou desenvolvido (GALE e

cols., 1981). Neste período as infecções bacterianas foram consideradas

contidas, e algumas foram tidas como erradicadas, é o caso do cólera e

da sífilis (NEU, 1992). Entretanto durante a década de 80 houve um

decréscimo no número de novos agentes antibacterianos introduzidos

na clínica (CULOTTA, 1994; OMURA, 1992). Neste mesmo período, com

a redução taxa de introdução de novos agentes, houve um alarmante

aumento da resistência bacteriana às drogas existentes, resultando em

uma séria ameaça para a saúde pública global (COHEN, 1992; NEU,

1992; KUNIN, 1993).

O problema da resistência bacteriana demanda que novos

esforços sejam empregados na procura de novos agentes contra as

bactérias patogênicas resistentes aos antibióticos atualmente em uso.

31

FA bu}xà|äÉáFA bu}xà|äÉáFA bu}xà|äÉáFA bu}xà|äÉá

32

3. OBJETIVO

3.1. Geral

Contribuir para o estudo toxicológico e farmacológico da espécie

Caesalpinia echinata Lam.

3.2. Específico

Realizar a classificação botânica do vegetal

Verificar a presença dos diversos grupos fitoquímicos no extrato

etanólico (EE) do vegetal.

Estimar o valor de DL50 em camundongos por via oral e intraperitoneal.

Investigar o efeito do extrato etanólico (EE) da Caesalpinia echinata em

modelo de inflamação.

Determinar o efeito da administração do EECe, quanto à inibição de

neoplasias malignas (Carcinoma de Ehrlich e sarcoma 180), em

camundongos.

Estudar as alterações morfológicas nos tecidos dos órgãos de animais

tratados com extrato etanólico de C. echinata.

Avaliar o efeito inibitório do EE da C. echinata sobre o crescimento de

cepas bacterianas e fúngicas.

33

GA cxÜy|GA cxÜy|GA cxÜy|GA cxÜy|Ä Ä Ä Ä Y|àÉÖâ•Å|vÉY|àÉÖâ•Å|vÉY|àÉÖâ•Å|vÉY|àÉÖâ•Å|vÉ

34

Perfil fitoquímico do cerne de Caesalpinia echinata Lam.

Introdução

Caesalpinia echinata Lam., é uma espécie arbórea nativa das

partes mais secas da floresta pluvial atlântica ocorrendo desde o Rio de

Janeiro até o Ceará (REZENDE e cols., 2004). Conhecida vulgarmente

como pau-brasil, é uma árvore ornamental, própria para arborização

urbana, mas de crescimento muito lento. O odor floral é intenso e

agradável, geralmente floresce nos meses de janeiro a fevereiro

(CORRÊA, 1984). Foi a primeira espécie brasileira a ser comercializada

em larga escala, possuindo grande importância econômica no período

de colonização, notadamente devido a um corante existente em sua

madeira que era utilizado no tingimento de tecidos (GIUDICE-NETO e

cols., 2004).

Em suas flores já foram descritos a presença de terpenos, sendo o

Ε-beta-ocimeno seu constituinte majoritário, e alguns compostos

nitrogenados como o indol e o antranilato de metila (REZENDE e cols.,

2004). As cascas do vegetal, com abundante presença de taninos

(SILVA, 2001), são úteis na cicatrização de feridas. Seu cerne, muito

duro, pesado e de grande resistência era utilizado na construção de

móveis e de navios (FAUSTO, 2002), e na produção de arcos para

instrumentos de corda (RIZZINI, 1971), varia de coloração castanho-

alaranjado ao vermelho escuro (CORRÊA, 1984). Dele se extrai a

substância conhecida por brasilina, um homoflavonóide formado por

dois anéis aromáticos, uma pirona e um anel de cinco membros. Entre

suas propriedades farmacológicas podemos citar sua ação

hipoglicemiante (MOON e cols., 1993), como inibidor da peroxidação

lipídica (MOON e cols., 1992) e imunomodulador (CHOI; MOON, 1997),

algumas delas resultantes do poder antioxidante do seu núcleo

catecólico (REZENDE e cols., 2004). Derivado por oxidação da brasilina

temos a brasileína, igualmente um homoflavonóide, conhecido por sua

capacidade imunomoduladora (MIN YE e cols., 2005), antioxidante e por

35

exibir uma ação inotrópica positiva em tecido cardíaco isolado (YAN e

cols., 2005).

O presente trabalho compreende um perfil fitoquímico do cerne

de Caesalpinia echinata através do emprego de cromatografia em

camada delgada empregando reveladores específicos para cada classe

de metabólitos. Isto se torna imprescindível como abordagem

introdutória a estudos mais aprofundados tais como: isolamento e

caracterização de moléculas, definição de extratos ou frações para

ensaios farmacológicos.

Materiais e Método

2.1. Local de Trabalho

O presente trabalho foi realizado no Laboratório de

Farmacognosia do Departamento de Ciências Farmacêuticas do Centro

de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco.

2.2. Identificação do Material Botânico

A exsicata da espécie vegetal foi identificada pela Drª. Marlene

Barbosa, botânica do Herbarium Geraldo Mariz, UFPE, e armazenada

neste herbarium sob número 41.764.

2.3. Obtenção do Material Botânico

O material vegetal foi coletado no campus da UFPE,

compreendendo cerne que foi seco em estufa com circulação de ar

(45°C) durante 24 horas. Para a execução dos ensaios fitoquímicos

cerca de 5 g do cerne pulverizado foram submetidos à infusão

metanólica durante 30 minutos. Alíquotas deste extrato (10 µL) foram

submetidas a cromatografia em camada delgada analítica (CCDA),

empregando-se como fase estacionária placas cromatográficas prontas

36

de gel de sílica (Merck-Alemanha, art. 105554), diversas fases móveis e

reveladores consoante a classe de compostos a analisar (Tabela 1).

Esta investigação fitoquímica coloca em evidências os principais

tipos de metabólitos secundários: alcalóides, terpenóides

(monoterpenóides, sesquiterpenóides diterpenóides, triterpenóides,

esteróides, iridóides, saponósidos), e polifenóis (cumarinas, derivados

cinâmicos, fenilpropanoglicosídeos, flavonóides, proantocianidinas).

Tabela 1 – Metabólitos, sistemas de eluição, reveladores e referências bibliográficas utilizadas para a investigação fitoquímica de Caesalpinia echinata Lam.

METABÓLITO SISTEMA DE ELUIÇÃO REVELADOR REFERÊNCIA

Alcalóides AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 11: 11: 26 v/v Dragendorf Wagner (1996)

monoterpenóides,

sesquiterpenóides e

diterpenóides

Tolueno-AcOEt

97 : 3

Vanilina

Sulfúrica Wagner (1996)

triterpenóides,

esteróides

Tolueno-AcOEt

90 : 12

Libermann-

Burchard Wagner (1996)

Iridóides AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 11: 11: 26 v/v

Vanilina

Sulfúrica

Harborne

(1998)

Saponinas - Afrogenicidade

Schenkel,

Gosmann,

Athayde (2000)

Cumarinas AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 11: 11: 26 v/v U.V. Wagner (1996)

Derivados Cinâmicos AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 11: 11: 26 v/v NEU Wagner (1996)

Fenilpropanoglicosídeos AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 11: 11: 26 v/v NEU Wagner (1996)

Flavonóides

AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 2: 2: 2 v/v e

AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 3: 3: 3 v/v

NEU

Markham

(1982)

Harborne

(1998)

Proantocianidinas

condensadas e

Leucoantocianidinas

AcOEt–HCOOH–AcOH-H2O

100 : 11: 11: 26 v/v

Vanilina

clorídrica

Robertson

(1956)

37

Resultados

Conforme demonstrado na tabela 2, a abordagem fitoquímica da

espécie C. echinata Lam. realizada com extrato metanólico bruto (EMB)

do cerne do vegetal, indicou a marcante presença de flavonóides.

Cumarinas e taninos catéquicos estiveram presentes em quantidades

muitos pequenas.

Tabela 2 - Metabólitos encontrados no EMB do cerne de Caesalpinia echinata Lam.

METABÓLITOS EMB

Alcalóides -

monoterpenóides, sesquiterpenóides e

diterpenóides -

triterpenóides, esteróides -

Iridóides -

Saponinas -

Glicosídeos Cardíacos -

Cumarinas +

Derivados Cinâmicos -

Fenilpropanoglicosídeos -

Flavonóides +++

Proantocianidinas condensadas e

Leucoantocianidinas +

Expressão dos resultados: (+) = positivo; (-) = negativo; (+++) = fortemente positivo.

Discussão

A presença de polifenóis está de acordo com os dados obtidos na

literatura, que aponta os derivados fenólicos C6-C3 como os metabólitos

mais observados em espécies do gênero Caesalpinia (REZENDE e cols.,

2004). Entre os metabólitos encontrados destaca-se a classe dos

flavonóides como constituinte majoritário deste extrato. Esta é

conhecida por suas inúmeras propriedades medicinais, destacando-se

seu poder antioxidante (BOHM e cols., 1998; GROOT; RAUEN, 1998);

38

antiinflamatório; (FERRANDIZ; ALCARAZ, 1991); antitrombótico

(PIETTA, 2000); antimicrobiano (RUSSO e cols., 2000); antialérgico

(RUSSO e cols., 2000); antitumoral (HIRONO, 1987); antiasmático

(HIRONO, 1987) e inibidor de enzimas como a transcriptase reversa,

proteína quinase C, tirosina quinase C, calmodulina, ornitina

decarboxilase, hexoquinase, aldol redutase, fosfolipase C e

topoisomerase II (GROOT; RAUEN, 1998; FORMICA ; REGELSON;

OLIVEIRA, 1995).

Oliveira et al (2002) apontou a brasilina e seu derivado brasileína,

como constituintes majoritários do cerne de C. echinata, ambos

homoflavonóides, ratificando os resultados encontrados em nosso

estudo.

39

Referências Bibliográficas

BOHM H, BOEING H, HEMPEL J, RAAB B, KROK A. Flavonols, Flavone and anthocyanins as natural antioxidants of foods and their possible role in the prevention of chronic diseases. Ernahrungswiss, v. 2, pp. 147-63, 1998. CHOI, S.; MOON, C. Effects of brazilin on the altered immune functions in the early phase of halothane intoxication of C57BL/6 mice. Planta Medica, v. 63 (5), pp. 400-404, 1997. CORRÊA, M. P; Dicionário de Plantas Úteis do Brasil, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal: Rio de Janeiro, 1984, vol. 5. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002. 657p. FERRANDIZ, M.L.; ALCARAZ, M.J. Anti-inflammatory activity and inhibition of arachidonic acid metabolism by flavonoids. Agents Actions, v. 32, pp. 283-8, 1991. FORMICA, J.V.; REGELSON, W. Review of the biology of quercetin and related bioflavonoids. Food Chem Toxicol, v.33, pp.1061-80, 1995. GIUDICE-NETO, J.D.; SEBBENN, A.M.; KAGEYAMA, P.Y. Herança e ligação em locos isoenzimáticos de Caesalpinia echinata L. (Pau-brasil). Rev. Inst. Flor., São Paulo, v. 16 (2), pp. 101-110, 2004. GROOT, H.; RAUEN, U. Tissue injury by reactive oxygen species and the protective effects of flavonoids. Fundam Clin Pharmacol, v. 3, pp. 249-55, 1998. HARBONE, J.B. Phytochemical methods. 3 ed., London: Chapman & Hall, p.228, 1998. HIRONO I. Bioactive molecular. Naturally ocurring carcinogenes of plant origin. Toxicology phatology and Biochemistry. Biol Pharm Bull, v. 2, pp. 120-58, 1987. MARKHAN, K.R. Techinques of flavonóide identification. London: Acad. Press., p.52-61, 1982. MIN YE, et al. Brazilein, an important immunosuppressive component from Caesalpinia sappan L. International Immunopharmacology, article in press, 2005. MOON, C.K. et al. Brazilin protects cultured rat hepatocytes from BrCCl3-induced toxicity. Drug Chem Toxicol., v. 15(1), pp. 81-91, 1992.

40

MOON, C.K., LEE, S.H., LEE, M.O., KIM, S.G. Effects of brazilin on glucose oxidation, lipogenesis and therein involved enzymes in adipose tissues from diabetic KK-mice. Life Sci., v.53, pp. 1291– 1297, 1993. OLIVEIRA, L.F.C.; EDWARDS, H.G.M.; VELOZO, E.S.; NESBITT, M. Vibrational spectroscopic study of brazilin and brazilein, the main constituents of brazilwood from Brazil. Vibrational Spectroscopy, v.28, p.143-249, 2002. PIETTA, P.G. Flavonoids as antioxidant. J Nat Prod, v.63, p.1035-42, 2000. REZENDE, CLAUDIA M., CORRÊA, VIVIAN F. S., COSTA, ALEXSANDER V. M. ET AL. Constituintes Químicos Voláteis das Flores e Folhas do Pau-Brasil (Caesalpinia echinata, Lam.) Quím. Nova, Jun, v.27, n.3, p.414-416, 2004. RIZZINI, C.T. Plantas do Brasil – Árvores e Madeiras Úteis do Brasil – Manual de Dendrologia Brasileira. Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1971. ROBERTSON, E.H.; CARTWRIGHT, R.A.; WOOD, J. J. Sci. Food Agr., v.7, pp. 637-640, 1956. RUSSO A, ACQUAVIVA R, CAMPISI A, SORRENTI V, DI GIACOMO C. Bioflavonoids as antiradicals, antioxidants and DNA cleavage protectors. Cell Biol Toxicol, v. 16, pp. 91-98. 2000. SILVA, R. C; Plantas medicinais na saúde bucal, Vitória, 2001. YAN, X.; WANG, W.; XING, D.; ZHAO, Y.; DU, L. Development and optimization of a method for the analysis of Brazilein by HPLC with electrochemical detection. Journal of Chromatography, v. 1077, pp. 44 –48, 2005. WAGNER, H.; BLADT, S. Plant drug analisis. A thin layer chromatografy atlas. 2ed Berlim: Springer Verlag, p.384, 1996.

41

HA TÜà|zÉ HA TÜà|zÉ HA TÜà|zÉ HA TÜà|zÉ I Artigo a ser submetido ao Journal of Ethnopharmacology.

42

Avaliação da toxicidade aguda e determinação da CL50 e da DL50 do extrato etanólico bruto de Caesalpinia echinata

Lam. (Fabaceae/Caesalpinioideae).

Elisangela C.B. Silvaa*; Aldo César P. Silvaa; Karen P. S. Cavalcantib; Antônio Camarottic; Arquimedes F. M. Meloa; Jane S. Higinoa; Ivone A.

de Souzad.

a Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco –

UFPE. Recife-PE, Brasil.

b Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Recife-PE,

Brasil.

c Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP. Recife-PE, Brasil.

d Departamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Recife-PE, Brasil.

Resumo

O extrato etanólico bruto do cerne de Caesalpinia echinata Lam., família Fabaceae-Caesalpinioideae, foi avaliado quanto a suas propriedades tóxicas através de dois bioensaios. Inicialmente avaliou-se a concentração letal 50% (CL50) em larvas de Artemia salina, em seguida determinou-se a dose letal 50% (DL50) em camundongos albinos Swiss, utilizando duas vias de administração: via oral (V.O.) e via intraperitoneal (V.I.P.). A CL50 encontrada foi de 705,615 µg/mL. O estudo da toxicidade aguda apontou uma DL50 de 995,57 mg/Kg quando administrado por via intraperitoneal, enquanto a via oral não apresentou óbito até a dose de 4g/Kg. Dos resultados obtidos pode-se verificar que o extrato etanólico do cerne de C. echinata possui toxicidade moderada quando utilizada por via parenteral, não obstante quando se emprega uma via enteral sua toxicidade torna-se pouco pronunciada.

Palavras-chave: Caesalpinia echinata Lam.; pau-brasil;; Leguminosae-

Caesalpinioideae, toxicidade aguda, DL50, CL50.

*Contato com o autor: Email: [email protected] Tel: (81) 3429-1887 Fax: (81) 2126-8510

43

Abstract The crude ethanolic extract of Caesalpinia echinata Lam.’s heartwood that belongs to the Fabaceae-Caesalpinioideae family, was been evaluated for its toxic properties as two differents bioassays. In the first part, the clinical trials were determined by lethal concentration 50% (LC50) in Artemia salina’s larvae. After this, the lethal dose 50% (LD50) was made in albino Swiss mice and used two way bioassays: oral via (V.O.) and intraperitoneal injection (.I.P.). The LC50 was 705, 615 µg/mL. The acute toxicity study of LD50 made by IP was 995, 57 mg/kg while the oral via did not present death until the dose of 4g/Kg. The present results indicated that the ethanolic extract of C. echinata’s heart-wood has moderate toxicity when used for parenteral via, in the other hand for a enteral via, its effect did not showed significant toxicity.

Keywords: Caesalpinia echinata Lam.; brazilwood; Leguminosae-Caesalpinioideae, acute toxicity; LD50, LC50.

1. Introdução

Sabe-se que desde a antiguidade o homem tem feito uso de ervas

e produtos naturais como remédio para várias doenças. Relatos de mais

de três mil anos a.C. mostraram que as mais antigas civilizações já

encontravam na natureza a cura de suas doenças. Recentemente

cientistas e profissionais da saúde demonstraram interesse no campo

da fitoterapia, reconhecendo a importância de seus benefícios para

saúde, e por representar um avanço na terapia medicamentosa, através

do descobrimento de novas moléculas com propriedades terapêuticas, e

lançando fármacos menos nocivos como alternativas para os já

existentes, melhorando assim, a qualidade de vida da população.

Embora exista uma crença popular de que produtos naturais não

possuem nenhum tipo de toxicidade, sabe-se, no entanto, que não

existe tal segurança na utilização destes produtos, por isso faz-se

necessário à avaliação de seus efeitos tóxicos. Nesta pesquisa foram

empregados dois bioensaios para avaliação da toxicidade do extrato

etanólico (EE) do cerne de C. echinata Lam.

No ensaio preliminar foi determinada a concentração letal 50%

(CL50), este ensaio tem como característica encontrar a toxicidade sobre

44

a Artemia salina e se destaca por ser um método que combina baixo

custo, rapidez, confiabilidade e simplicidade (Siqueira e cols., 2001). Em

seguida foi realizado o ensaio para determinação da toxicidade aguda,

que é definido como os efeitos adversos que ocorrem dentro de um

período curto após a administração de uma dose única ou doses

múltiplas administradas dentro de um período de 24 horas (Barros;

Davino, 2003). A investigação da toxicidade aguda tem por objetivo

determinar a sintomatologia em curto prazo após a administração de

um composto, bem como o binômio dose-efeito letal, que é estimada por

um parâmetro denominado dose letal 50%, mais conhecida como DL50

(Litchfield; Wilcoxon, 1949). O valor da DL50 é uma derivada estatística

definida como a dose capaz de causar efeito letal em 50 % dos animais

após uma administração aguda da substância, em ratos ou

camundongos.

A determinação da DL50 para o estudo de novos medicamentos é

um dos requisitos a ser atendido para avaliação tóxica de novos

fármacos (Melo, 2004), pois a partir dela é que poderemos verificar a

propedêutica utilizada na forma farmacêutica acabada.

Caesalpinia echinata Lam. (Fabaceae-Caesalpinioidae),

popularmente conhecida com pau-brasil, é uma espécie arbórea

característica da Mata Atlântica (Correa, 1931). O pau-brasil apresenta

propriedades medicinais, sendo o lenho adstringente, corroborante e

secante, odontálgico e tônico (Silva, 2001; Xavier, 1995).

Apesar de mais de 500 anos de uso pela humanidade, a avaliação

do potencial tóxico da Caesalpinia echinata é inexistente. Dessa forma,

este estudo visou analisar as propriedades tóxicas do vegetal através da

determinação da CL50, bem como caracterizar a relação dose/resposta

que conduz ao cálculo da DL50, em camundongos, quando administrado

pela via intraperitoneal.

2. Metodologia

2.1. Material Botânico

45

Amostras de diferentes partes de Caesalpinia echinata Lam. foram

coletadas no ano de 2004, no município de São Lourenço da Mata,

Brasil. A exsicata da espécie vegetal foi identificada pela botânica Drª.

Marlene Barbosa, e depositada no herbário Geraldo Mariz da

Universidade Federal de Pernambuco, sob número 41.764.

2.2. Obtenção do Extrato

O material botânico utilizado foi constituído pelo pó do lenho da

Caesalpinia echinata Lam. sob a forma de extrato etanólico (EE) obtido

após maceração, concentrado a secura em rotaevaporador sob pressão

reduzida para eliminação do solvente orgânico.

2.3. Obtenção da CL50

Neste ensaio biológico foram utilizadas larvas de Artemia salina

Leach, obtidas a partir da incubação de cerca de 20 mg de cisto de

Artemia salina, sob luz artificial por 48 horas. Grupos de 10 a 13

metanáuplios foram expostos a diferentes concentrações (50 µg/mL a

1000 µg/mL) de extrato etanólico de C. echinata (EECe) e as

percentagens de mortalidade determinadas após 24 horas de contato.

Cada ensaio foi repetido três vezes. Os dados foram plotados em

gráficos e com isto foi interpolada a CL50.

2.4. Animais

Foram utilizados camundongos albinos Swiss, Mus musculus,

adultos (25 e 30g), machos, provenientes do Biotério do Departamento

de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco. Os animais

foram mantidos em gaiolas de polipropileno, sob condições controladas

de iluminação (ciclo 12 horas claro/escuro) e temperatura (25 + 2oC), e

livre acesso à água e alimento. O protocolo experimental foi aprovado

pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da UFPE,

46

processo n° 23076.014521/2005-89.

2.5. Avaliação da Toxicidade Aguda e Determinação da DL50

Grupos com seis animais (n=6/machos) foram privados de ração,

recebendo água ad libitum (25 + 3oC) por 12 horas, em seguida

receberam o EEB por via intraperitoneal, nas doses de 250 a 2000

mg/Kg, e por via oral nas doses de 250 a 4000 mg/Kg. Os

camundongos foram observados durante 48 horas após administração

do EEB. O número de óbitos durante o período de estudo foi anotado

para cada grupo, subseqüentemente o valor da DL50 foi calculado

segundo o método proposto por Karber e Behrens (1964).

3.0. Resultados

3.1. Determinação da CL50

A análise comportamental da Artemia salina Leach nas

concentrações de 750 µg/mL e 1000 µg/mL revelou uma diminuição na

sua movimentação em relação àquelas selecionadas no controle,

mostrando que a exposição às maiores taxas de concentração da

amostra de C. echinata tem influência sobre a movimentação do

organismo estudado.

Após 24 horas de exposição da A. salina Leach, observou-se que

houve moderado número de óbitos na maioria das concentrações

utilizadas da amostra de C. echinata.

Desta forma, através de todos os fatos observados foi comprovado

experimentalmente que a amostra selecionada apresentou valores de

CL50 na faixa de 705,6 µg/mL.

3.2. Toxicidade Aguda e Determinação da DL50

3.2.1. Administrado por Via Intraperitoneal

47

Como demonstrado na tabela 01, o tratamento com EEB de C.

echinata por via intraperitoneal (VIP), apresentou inúmeros sinais

clínicos de toxicidade, os mais pronunciados foram os das atividades

motoras.

Nos primeiros minutos os animais mostraram efeitos

estimulantes como movimentos circulares, reação de fuga, piloereção e

espasmos, logo em seguida começaram a apresentar distúrbios de

movimentação. Tremor, perda da coordenação motora, marcha ebriosa,

espasticidade, e hemiplegia (750 mg/kg) são alguns dos mais

freqüentes. Nas doses de 1500 e 2000 mg/kg permaneceram em estado

de catatonia. Convulsões parciais e generalizadas estiveram presentes

nas doses de 750, 1000 e 2000 mg/kg.

Seguidos aos distúrbios de locomoção foram detectados outros

sinais, dentre eles destacaram-se alterações visuais: fotofobia,

lacrimejamento, miose, irritação da conjuntiva (750 mg/kg) após 24 h.

Dentre os sinais respiratórios se destacam: dispnéia e apnéia nas doses

mais elevadas; na pele foi percebido edema e cianose, aqui vale destacar

o aparecimento de cianose testicular em pelo menos 70% dos animais

submetidos ao tratamento. Nos sinais gastrointestinais o que mais

chamou a atenção foi a brusca diminuição na excreção fecal e da

diurese, com total ausência em algumas doses (1000, 2000 mg/Kg),

contudo nas dose de 750 mg/kg, houve aparecimento de diarréia após

24h da administração. Espasmos e contorções abdominais também

foram verificados.

A taxa de mortalidade do EEB de C. echinata cresceu

progressivamente com o aumento da dose (gráfico 1): a taxa de

mortalidade de 0% com 600 mg/kg elevou-se gradualmente para 100%

com 2000 mg/kg, a maior dose estudada. A dose em que não foram

observados efeitos adversos (NOAEL) foi de 250 mg/kg, enquanto que a

menor dose que apresentou efeitos adversos (LOAEL) foi de 600 mg/ kg.

A partir dos dados encontrados, foi calculada a DL50, que resultou

em 995,57 mg/kg de peso do animal.

48

3.2.2. Administração por Via Oral

A análise por via oral demonstrou ação estimulante em todas as

doses averiguadas, os animais apresentaram sinais de intensa agitação,

com elevada deambulação, movimentos estereotipados e circulares,

tremores, saltos e convulsões (tabela 2).

Os efeitos depressores foram mais intensos a partir da dose de

200mg/kg. Pôde ser verificada, ainda, a diminuição da coordenação

motora, nas doses mais elevadas, bem como espasticidade. Outros

sinais, como irritação da conjuntiva e espasmos, também foram

visualizados (tabela 2).

Não foi verificado óbito em nenhuma das doses testadas até 4000

mg/kg.

Discussão e Conclusão

Caesalpinia echinata tem sido utilizada na medicina popular há

pelo menos 500 anos para o tratamento de várias doenças (Côrrea,

1978), apresentando inclusive, resultados promissores na pesquisa

contra o câncer (Silva, 2006). Entretanto, a literatura examinada

indicou que a sua toxicidade não havia sido avaliada. A avaliação da

toxicidade é essencial, nos casos em que o extrato é utilizado por

humanos, para o estabelecimento de uma dose segura (Balliga e cols,

2004).

As reações comportamentais observadas na administração do

EECe tanto por via oral quanto por via intraperitoneal, são

características de drogas que alteram o equilíbrio que existe entre as

vias inibitória e excitatória do SNC, visto que foi observado um período

inicial de estimulação seguido por uma fase depressiva. Efeito

semelhante pode ser observado durante o consumo de etanol. Estudos

realizados sobre o consumo agudo e crônico do etanol revelaram que o

mesmo é um depressor do SNC, exercendo seu efeito tanto pelo

49

aumento da neurotransmissão inibitória (GABA), quanto pelo

antagonismo da neurotransmissão excitatória (glutamina) (Fleming e

cols., 2001; Lee; Becker, 1989). Inicialmente, em doses mais baixas

percebe-se ligeira euforia, resultante da depressão dos sistemas

inibitórios. Com o aumento da dose observa-se depressão, diminuição

do equilíbrio, grande alteração motora e perda do controle físico

(Figueira, 2002).

O efeito inibitório sobre a atividade motora apresentada, tanto

em Artemia salina Leach, quanto nos camundongos, sugere a ação do

extrato em nível do sistema nervoso central. Os efeitos observados -

diminuição da motilidade, espasticidade, tremores, marcha ebriosa, etc.

– também podem ser decorrentes de uma ação depressora mediada por

um desequilíbrio na relação entre neurotransmissores responsáveis

pela regulação do movimento no córtex motor e no cerebelo.

De acordo com a DL50, baseados na classificação de

Schuartsman (1980) (tabela 3), o EE de C. echinata quando

administrado por via I.P., pode ser considerado moderadamente tóxico,

resultado corroborado com o valor da CL50 (705,61 µg/mL) obtido. Na

avaliação da DL50 por via oral, não verificamos óbito até a dose limite de

4000 mg/kg, indicando que quando administrado por esta via o EE

apresenta baixa toxicidade. Resultados semelhantes foram descritos por

Bacchi e cols. (1995), no estudo onde avaliou a ação antiulcerogênica e

a toxicidade do extrato hidroalcoólico de Styrax camporum e Caesalpinia

ferrea.

Esta ausência de letalidade pode estar relacionada aos

mecanismos farmacocinéticos de absorção e/ou biotransformação, que

possivelmente diminuíram os níveis séricos necessários para provocar

efeito letal nos indivíduos, no entanto sinais clínicos de toxicidade

foram observados.

A determinação de uma dose terapêutica segura é de suma

importância para o uso de uma droga. Através da DL50, é possível

calcular o índice terapêutico de uma substância, fornecendo alguma

idéia da margem de segurança no uso da mesma (Dale; Rang; Ritter,

50

2001).

A permanência dos sintomas após 24h da administração e o

aparecimento de novos efeitos adversos, demonstraram que a droga

possui reações cumulativas.

O presente estudo demonstrou que o extrato etanólico de C.

echinata Lam. apresentou uma toxicidade moderada quando utilizada

uma via parenteral. Na administração oral concluímos que o vegetal

possui toxicidade muito baixa. Esses dados nos fornecem um

parâmetro para o estabelecimento de uma margem terapêutica segura,

e nos permite a continuidade da pesquisa, agora na determinação da

atividade farmacológica do vegetal, a partir de novos protocolos

experimentais com perspectivas de novos resultados sugestivos para a

ampliação de atividades terapêuticas relevantes.

51

Referências Bibliográficas BACCHI, E.M.; SERTIE, J.A.; VILA, N.; KATZ, H. 1995. Antiulcer action and toxicity of Styrax camporum and Caesapinia ferrea. Planta Med. 61, 204-207. BALLIGA, S.M.; JAGETIA C.G., ULLOOR, J.N.; et. al. 2004. The evaluation of the acute toxicity and long term safety of hydroalcoholic extract of Sapthaparna (Alstonia scholaris) in mice and rats. Toxicologicals Letters 151, 317-326. BARROS, S.B.; DAVINO, S.C. Avaliação da toxicidade. 2003. In: OGA, S. (Editor.) Fundamentos da toxicologia, 2ed., São Paulo: Atheneu Editora, pp.59-63. CORREA, M.P. 1931. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas Cultivadas. Ministério da Agricultura. Rio de janeiro. CORREA, M.P. 1978. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, v.5. DALE, M.M.; RANG, H.P.; RITTER, J.M. 2001. Farmacologia, 4º edição: Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. FIGUEIRA, I. 2002. Etanol e bebidas alcoólicas. Pode a atividade farmacológica do álcool, explicar a diversidade de efeitos nos diferentes sistemas? Revista da Faculdade de Medicina de Lisboa, série III, v. 7 (4), pp. 165-171. FLEMING, M.; MIHIC, S.J.; HARRIS, R.A. Ethanol. Cap 18 In: GOODMAN and GILMAN (eds.) The pharmacological basis of therapeutics. USA: McGraw-Hill, 10ª ed., pp.429-445, 2001. KARBER G, BEHRENS B. 1964. Estatistical Methods in Biological Assays. London: Ed. Griffin Ch. and C. LEE, N.M.; BECKER, C.E. 1989. The alcohols. Cap 22 In: KATZUNG, B.G. (eds.), Basic and Clinical Pharmacology. USA: Prentice-Hall International Inc., pp. 278-286. LITCHFIELD, J.T.; WILCOXON, F. A 1949. Simplified method of evaluating dose-effect experiments. J. Pharmacol. Exp. Ther. 96, p.99-113. MALONE, M. H. 1977. Natural Products & Plants Drugs with Pharmacological, Biological or Therapeutical Activit. MELO, A.F.M. 2004. Estudo galênico de formas plásticas (gel e creme)

52

do extrato bruto de Ancardium occidentale L. 2004. Dissertação (Mestrado em Ciências farmacêuticas), Universidade Federal de Pernambuco. SCHUARTSMAN, S. 1980. Produtos químicos de uso domiciliar – segurança e riscos toxicológicos. São Paulo: Almed, pp.92. SILVA, E.C.B. 2006. Avaliação da atividade Biológica de Caesalpinia echinata Lam. Usos e Riscos. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas), Universidade Federal de Pernambuco, Recife. SILVA, R. C. 2001. Plantas medicinais na saúde bucal, Vitória. SIQUEIRA, J.M.; BOMM, M.D.; PEREIRA, N.F.G.; GARCEZ, W.S.; BOAVENTURA, M.A.D. 2001. Estudo fitoquímico de Iunonopsis lingmanii – Anonnacae, biomonitoramento pelo ensaio de toxicidade frente a Artemia salina Leach. Química Nova 24 (2), 185-187. XAVIER, M.N; RAMOS, I.N.C.; XAVIER, L.F. 1995. A Fitoterapia no Combate as Afecções Bucais, Editora idéia.

53

TABELA 01 - Sinais clínicos da toxicidade observada em camundongos albinos swiss machos, tratados com diferentes doses do EE da C. echinata, por via intraperitoneal.

Dose (mg/Kg) Parâmetros 600 (D1) 700 750 1000 1500 2000 (D2)

Estimulantes

↑ Freqüência respiratória ++ ++ + - + + Agitação ++ ++ + ++ ++ +++ Piloereção +++ +++ +++ +++ +++ + Movimentos estereotipados + ++ + +++ +++ + Movimentos circulares ++ ++ + ++ +++ +++ Movimentos de vibrissas + + ++ + + +++ Convulsão - + - - + +++ Convulsão clônica + - - - - - Tremores finos/grosseiros +++ +++ +++ +++ +++ +++ Ereção de cauda ++ + + + + ++ Postura de ataque + + - - - - Saltos + - + +++ +++ - Irritabilidade - - - - - - Levantamento de trem posterior

- - - - - +

Arrastamento de trem posterior

+ ++ ++ +++ ++ ++

Depressores

Abaixamento de trem posterior

- - - - - -

Dispnéia + + ++ +++ +++ +++ Sonolência + - - - - + ↓ Freqüência respiratória + +++ +++ + + +++ Prostração - + ++ ++ ++ ++ Alteração de marcha + +++ +++ +++ +++ +++

Outros

Excreção fecal - + - + + - Contorções abdominais +++ ++ ++ ++ ++ - Reação de fuga ++ ++ + + + +++ Espasmos + ++ + + + - Elevação de trem anterior - - - - - - Diarréia - - - - - - Refluxo - + - + - - Palidez - + + ++ + - Distensão abdominal - - - - - - Agressividade - - - - - - Diurese ++ + - + + + Irritação da conjuntiva - - ++ ++ + + Espasticidade + +++ ++ +++ +++ +++ Cianose - ++ ++ ++ ++ +++ Edema de focinho - + + - - + Petéquias - - - - - -

- = sem efeito + = efeito leve ++ = efeito moderado +++ = efeito acentuado

54

TABELA 02 - Sinais clínicos da toxicidade observada em camundongos albinos swiss machos, tratados com diferentes doses do EE da C. echinata, por via oral.

Dose (mg/Kg) Parâmetros

250 500 1500 2000 3000 4000

Estimulantes ↑ Freqüência respiratória ++ ++ - + ++ - Agitação + +++ + ++ +++ ++ Piloereção ++ ++ ++ +++ +++ +++ Movimentos estereotipados ++ +++ +++ +++ +++ +++ Movimentos circulares ++ ++ - + ++ +++ Movimentos de vibrissas + + + ++ +++ Convulsão - - - + - - Convulsão clônica + - - + - - Tremores finos/grosseiros ++ +++ +++ +++ +++ +++ Ereção de cauda ++ + - +++ + +++ Postura de ataque ++ +++ ++ ++ ++ +++ Saltos - + - +++ ++ ++ Irritabilidade - - - - - - Levantamento de trem posterior

- - - - + ++

Arrastamento de trem posterior

- - + - - +

Depressores

Abaixamento de trem posterior

- - - ++ + +

Dispnéia + - - +++ + + Sonolência - - + - + ↓ Freqüência respiratória + + +++ +++ + +++ Prostração - - - + + ++ Alteração de marcha - + + ++ +++ +++

Outros

Excreção fecal - + - - + - Contorções abdominais - - - - - - Reação de fuga ++ +++ + +++ ++ ++ Espasmos + ++ ++ +++ ++ ++ Elevação de trem anterior - - - - - - Diarréia - - - - - - Refluxo - + + - + - Palidez - - - + + + Distensão abdominal - - - - - + Agressividade - - - - - - Diurese - + + - - - Irritação da conjuntiva + - + +++ ++ ++ Espasticidade - - - - - - Cianose - - - - - + Edema de focinho + - + - - - Petéquias - - - - - +

- = sem efeito + = efeito leve ++ = efeito moderado +++ = efeito acentuado

55

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2,7 2,78 2,85 2,86 2,87 3 3,17 3,3

Log da Dose

Letalidade (%)

Gráfico 1- Curva Dose-Resposta da toxicidade da C. Echinata Lam.

TABELA 03 – Classificação da toxicidade relativa dos agentes químicos

de acordo com a DL50.

Grau de

toxicidade Categoria DL50 em ratos

6 Supertóxico < 5 mg/kg

5 Extremamente tóxico 5-50 mg/kg

4 Muito tóxico 50-500 mg/kg

3 Moderadamente tóxico 0,5-5 g/kg

2 Pouco tóxico 5-15 g/kg

1 Praticamente Atóxico > 15 g/kg

56

IA TÜà|zÉIA TÜà|zÉIA TÜà|zÉIA TÜà|zÉ II

Artigo a ser submetido ao Journal of Ethnopharmacology.

57

ESTUDO PRELIMINAR DA PROPRIEDADE ANTIIFLAMATÓRIA DO

EXTRATO BRUTO DE CAESAPINIA ECHINATA LAM.

(FABACEAE/CAESALPINIODEAE)

Elisangela C. B. Silvaa*, Aldo C. P. Silvaa, Laurimar T. Rochaª, Karen P. Cavalcantib, Ivone Antônia de Souzac

aDepartamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco –

UFPE. Recife-PE, Brasil.

bHospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Recife-PE,

Brasil.

cDepartamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco – UFRPE. Recife-PE, Brasil.

Resumo

A avaliação da atividade antiinflamatória do extrato etanólico do lenho

da C. echinata foi realizado em ratos Wistar adultos, de ambos os sexos

e por duas vias de administração. O método utilizado foi o edema de

pata induzido por carragenina, descrito por Winter et al. (1962). O

edema apresentou inibição significativa (p < 0,05) em todas as doses

administradas por via intraperitoneal para ambos os sexos; por outro

lado ao ser administrado por via oral não foi observada inibição

significativa.

Palavras-chave: Caesalpinia echinata Lam.; pau-brasil; atividade antiinflamatória;

Leguminosae-Caesalpinioideae.

*Contato com o autor: Av. Prof. Moraes Rego, s/n CEP:50.740-521 , Recife-PE, Brasil. Tel:(81) 34291887 Email: [email protected]

58

Abstract For examine the antiinflammatory activity of the C. echinata ‘s ethanolic extracts were studied in Wistar rats thus in male and female using two ways of administration. The method utilized was the paw edema induced by subcutaneous injection of carrageenian, described for Winter et al. (1962). Edema presented significant inhibition (p<0,05) in all the doses managed by intraperitoneal injection for both sexs; In comparison to the oral via it had not observed significant reduction in paw edema. Keywords: Caesalpinia echinata Lam.; brazilwood; anti-inflammatory activity; Leguminosae-Caesalpinioideae.

1. Introdução

A inflamação é uma resposta protetora imediata, ocorrendo nos

tecidos circunjacentes sempre que há uma lesão ou destruição celular.

O processo inflamatório envolve uma série de fenômenos que podem ser

desencadeados não só por agentes infecciosos, como também por

agentes físicos (radiação, queimaduras, traumas), químicos

(substâncias cáusticas), isquemia e interação antígeno-anticorpo. Cada

estímulo provoca um padrão característico de resposta que, apesar da

diversidade e complexidade dos mediadores químicos, apresenta

variação relativamente pequena (Silva; Carvalho, 2004).

A reação inflamatória em sua fase aguda é regida por uma série

de modificações nos mediadores intracelulares, verificando-se aumento

da liberação de citoquinas, espécies oxigenadas e nitrogenadas, e

eicosanóides (Rao; Fang; Tzeng, 2005).

A utilização de extratos herbais como alternativa ou

complementando a terapia tradicional das doenças inflamatórias é bem

documentada na Ayurveda, e vem sendo praticada a cerca de 5000 anos

(Dahanukar; Kulkarni; Rege, 2000). Hoje, um grande e heterogêneo

grupo de fármacos é conhecido por sua habilidade em deter os efeitos

lesivos da inflamação, contudo a busca por novas moléculas com efetivo

potencial antiinflamatório ainda não foi interrompida.

59

Caesalpinia echinata Lam. (Fabaceae-Caesalpinioideae), é uma

espécie arbórea endêmica brasileira típica da floresta ombrófila densa

(Giudice-Neto; Sebbenn; Kageyama, 2004). Intensamente explorada no

inicio da colonização deste país, devido a um pigmento rubro que pode

ser extraído de seu lenho. As informações das propriedades

antiinflamatórias do extrato do lenho do pau-brasil são inexistentes,

entretanto outras espécies do gênero já possuem atividade comprovada

(Rao; Fang; Tzeng, 2005; Gupta e cols., 2003; Carvalho e cols., 1996).

Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação do

extrato etanólico (EE) do cerne de Caesalpinia echinata na reversão da

fase aguda do processo inflamatório em roedores.

2. Metodologia

Animais

Foram utilizados ratos Wistar, Rattus norvegicus, com três meses

de idade, de ambos os sexos, provenientes do Biotério do Departamento

de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco. Os animais

receberam água e ração ad libitum e foram mantidos em condições

controles (ciclo 12h claro/escuro) e temperatura (25 ± 2°C). O protocolo

experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação

Animal (CEEA), UFPE, processo n° 23076.014521/2005-89.

Material Botânico

Amostras de Caesalpinia echinata Lam., foram coletadas foram

coletadas no ano de 2004, no município de São Lourenço da Mata,

Brasil. A exsicata da espécie vegetal foi identificada pela botânica Drª.

Marlene Barbosa, e depositada no herbário Geraldo Mariz da

Universidade Federal de Pernambuco, sob número 41.764.

Obtenção do extrato

60

Para obtenção do extrato, o cerne triturado de Caesalpinia

echinata Lam. foi submetido à maceração em solvente etanólico, em

seguida concentrado até a secura em rotaevaporador sob pressão

reduzida para eliminação do solvente orgânico.

2.4. Edema de Pata Induzido por Carragenina

O edema foi induzido de acordo com o modelo descrito por Winter

e cols. (1962). A inflamação aguda foi obtida por administração

subplantar de 0,1 mL de solução de carragenina (0,1% p/v) na pata

posterior esquerda. O volume (mL) do edema induzido foi medido com

auxílio de um pletismômetro (Ugo Basile Itália Modelo 7150). A medição

foi realizada no momento anterior à indução e trinta minutos depois.

Após a administração das drogas, o volume da pata de cada animal

continuou sendo medido em intervalos constantes de uma hora por um

período de seis horas.

Tratamento dos Animais

Para cada ensaio, cinco grupos de ratos (n=6/6 macho/fêmea)

foram privados de ração por doze horas, em seguida tratados por via

oral com EE nas doses de 0,2; 0,15 e 0,1 g/kg, dose única. O grupo

seguinte recebeu por via intraperitoneal 0,1; 0,075; 0,05 g/kg, dose

única. As doses foram estabelecidas com base na DL50 do extrato. Os

grupos controle e padrão receberam solução fisiológica (0,9%) e

indometacina (20 mg/kg por via oral e, 10 mg/kg por via i.p.),

respectivamente.

Análise Estatística

Os valores foram expressos como média ± erro padrão médio

(epm). As diferenças entre os grupos foram analisadas através da

61

análise de variância (ANOVA), seguida pelo teste t de Student. O nível

de significância para rejeição da hipótese de nulidade foi sempre ≥ a

5%.

3.0. Resultados

Como esperado, a injeção de carragenina induziu edema na pata

dos ratos dos grupos C, P, T1, T2 e T3, atingindo seu pico entre a

segunda e a terceira hora, para ambos e sexos e vias de administração.

Os resultados estão representados nos gráficos adiante abaixo e

expressam o desenvolvimento do edema de pata (ml), para os grupos

tratados com EE de C. echinata em relação aos grupos padrão e

controle, durante as seis horas de experimento.

Como pode ser observado no gráfico 1, o EE na dose de 100

mg/kg, em ratos machos, tem sua ação antiedematogênica iniciada a

partir da primeira hora (42,9% de redução), superando o efeito da

indometacina, que começou reduzir, significativamente, a partir da

segunda hora (50,51%). Os resultados apresentaram um percentual de

inibição do edema nas doses de 71,3% e 82,07% respectivamente para

5ª e 6ª hora contra 73,31% e 79,21% de inibição do fármaco padrão,

resultados significantes quando comparado ao grupo controle. A dose

de 75mg/kg mostra ação antiflogística a partir da segunda hora

(55,67%), acompanhando o efeito da indometacina. O efeito do extrato

na redução do processo inflamatório cresceu progressivamente

atingindo pico de 77,53% e 82,07% na quinta e sexta hora,

respectivamente, superando a ação do padrão utilizado. A menor dose

(50mg/kg) administrada inibiu o crescimento do edema em 41,69% a

partir da primeira hora, chegando a 49,5% na terceira hora, e 77,6%

sexta hora. Os resultados apresentados são estatisticamente

significativos (p < 0,05) em comparação com o grupo controle.

A análise do gráfico 2 demonstrou que a administração

intraperitoneal do EE, em ratas fêmeas, na dose de 100mg/kg

apresentou atividade antiinflamatória a partir da segunda hora,

alcançando seu pico de inibição (84,1%) na quinta hora, este resultado

62

superou a ação da indometacina cuja ação inibitória iniciou a partir da

5ª h (56,83%), com inibição de 70,96% na sexta hora. O extrato de C.

echinata na dose de 75mg/kg mostrou-se ativo na 1ª h (49,09%),

apresentando resultados significativos também na 3ª h (60,72%) e na 6ª

h (74,18%). Para a dose de 50mg/kg observou-se redução significativa

na quinta hora (56,91%). Os resultados para a indometacina não foram

estatisticamente significativos. Os demais resultados apresentaram

diferença significativa (P < 0,05) em comparação com o grupo controle.

O tratamento, por via oral, de ratos machos não apresentou

redução significativa para as dose de 200 e 150 mg/kg, entretanto a

administração de 100 mg/kg do EE de C. echinata, exibiu inibição

significativa de 46,80 e 54,54% na quarta e quinta horas (Gráfico 3). O

grupo tratado com indometacina apresentou diminuição do edema

(42,54%) na quinta hora.

O gráfico 4 representa a redução do edema de pata após a

administração do extrato etanólico por via oral em ratas fêmeas.

A dose de 200 mg/kg não apresentou redução significativa do

edema. Até a sexta hora o extrato foi capaz de inibir o aumento da

inflamação em apenas 32,92%. O mesmo pode ser observado para a

dose intermediária (150 mg/kg) que apresentou discreta regressão de

29,95% durante a - sexta hora. A dose de 100mg/kg (V.O.) também

apresentou índice de inibição insuficiente, com redução do edema

inexpressiva (37, 64%) durante a quinta hora, alcançando inibição

máxima de 42,32% que não apresentou diferença significativa. O grupo

padrão também não foi capaz de inibir o processo inflamatório até a

sexta hora do experimento.

4.0. Discussão e Conclusão

O edema de pata induzido por carragenina tem sido utilizado

como modelo para avaliação da atividade de diversas substâncias sobre

a inflamação aguda (El-Shenawy e cols., 2002). A reação inflamatória

induzida por este modelo pode ser dividida em duas fases: a fase

63

primária (0-1h) é resultante da liberação de histamina, serotonina e

bradicinina, enquanto a fase tardia (1-6h) está associada com a

liberação de prostaglandinas (Di Rosa e cols., 1971; Ogonowski e cols.,

1997).

O EE da C. echinata apresentou atividade significativa (p < 0,05)

para inibição do edema de pata induzido por carragenina, quando

administrado por via intraperitoneal, em ambos os sexos, para todas as

doses testadas. Os resultados mais expressivos foram observados a

partir da segunda hora, sugerindo que a atividade antiinflamatória do

EECe seja decorrente de uma inibição na síntese, liberação ou atuação

de mediadores da inflamação, em especial das prostaglandinas. É

possível que os efeitos tardios sejam produzidos a partir da

vasodilatação induzida pelas prostaglandinas nos demais leitos

vasculares (vasos cutâneos e veias superficiais) o que levou a regressão

do processo inflamatório, com diminuição do edema.

Além disso, o efeito antiflogístico dose-dependente, produzido pela

administração do EECe, pode, também, ser devido a inibição da

permeabilidade microvascular, demonstrada em diferentes estágios da

inflamação, são sugestivos de propriedades anti-histamínica, anti-

bradicinina e anti-serotonina.

A administração do extrato por via oral não induziu inibição do

processo inflamatório, essa ausência de atividade por via oral pode estar

relacionada à baixa absorção de vários constituintes do EE pelo trato

gastrintestinal dos animais, impedindo que os níveis séricos necessários

para produção do efeito antiinflamatório, sejam atingidos.

Com base nos resultados obtidos é possível afirmar que a espécie

Caesalpinia echinata é possuidora de um expressivo potencial

antiinflamatório, mesmo quando comparada, a fármacos considerados

padrões para esta atividade. Futuras investigações, com aplicação de

novos protocolos experimentais, desenvolvidos a partir de novos estudos

pré-clínicos, poderão viabilizar um produto com potencial terapêutico

obtido a partir deste vegetal, bem como seus mecanismos de ação.

64

Agradecimentos

Agradecemos ao professor Antônio Camarotii (UNICAP), pelo

fornecimento do material botânico.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, J.C.T.; TEIXEIRA, J. R.M.; SOUZA, P.J.C.; BASTOS, J.K.; FILHO, D.S.; SILVIO, J. S. 1996. +Preliminary studies of analgesic and anti-inflammatoryproperties of Caesalpinia ferrea crude extract. Journal of Ethnopharmacology 53, 175-178. DAHANUKAR, S.A., KULKARNI, R.A., REGE, N.N. 2000.Pharmacology of medicinal plants and natural products. Indian Journal of Pharmacology 32, 81–S118. DI ROSA, M.; GIROUD, J.P.; WILLOUGHBY, D.A. 1971.Studies of the mediators of the acute in¯ammatory response induced in rats at diferent sites by carrageenan and turpentine. J. Pathol. 104, .15-29. EL-SHENAWY, S.M.; ABDEL-SALAM, O.M.; BAIUOMY, A.R.; EL-BATRAN, S.; ARBID, M.S. 2002. Studies on the Anti-inflammatory and antinociceptive effects of melatonin in the rat. Pharmacol Res. 46, 235-243. GIUDICE-NETO, J.D.; SEBBENN, A.M.; KAGEYAMA, P.Y. 2004. Herança e ligação em locos isoenzimáticos de Caesalpinia echinata L. (Pau-brasil). Rev. Inst. Flor., São Paulo, 16 (2), 101-110. GUPTA, M.; MAZUMDER, U.K.; KUMAR, R.S.; KUMAR, T.S. 2003. Studies on Anti-inflammatory, Analgesic and Antipyretic Properties of Methanol Extract of Caesalpinia bonducella leaves in Experimental Animal Models. Iranian Journal Of Pharmacology & Therapeutics 2, 30-34.

KOJ, A. 1998. REVIEW: Termination of Acute-Phase Response: Role of Some Cytokines and Anti-Inflammatory Drugs. Gen. Pharmac. 31 (1), 9–18. RAO, Y.K.; FANG, SHIH-HUA; TZENG, YEW-MIN. 2005. Anti-inflammatory activities of flavonoids isolated from Caesalpinia pulcherrima. Journal of Ethnopharmacology 100, 249–253.

65

SILVA, M.C.; CARVALHO, J.C.T. 2004. Inflamação. In: CARVALHO, J.C.T. Fitoterápicos Antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto, SP: Ed. Tecmed, 49ª ed., pp.49-67. WINTER, C.A., RISLEY, E.A., NUSS, G.W. 1962. Carrageenan-induced o edema in hind paw of the rat as an assay for anti-inflammatory drugs. Proceedings of the Society for Experimental Biology and Medicine Society for Experimental Biology and Medicine 111, p.544–547. OGONOWSKI, A.A.; MAY, W.S.; MOOR, A.B.; BARRET, L.T.; BRYANT, C.L.; POLLOCK, S.H. 1997. Anti-i nflammatory and analgesic activity of an inhibitor of neuropeptide amidation. J Pharm Exp Ther. 280, 846-853.

66

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0+ 1h 2h 3h 4h 5h 6h

Tempo (horas)

Volume do Edema (ml)

C: controle P: indometacina T1: EE 50mg/kg" T2: EE 75mg/kg" T3: EE 100mg/kg"

Gráfico 1 – Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratos machos tratados por VIP, com o EE de C.

echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), indometacina 10 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0+ 1h 2h 3h 4h 5h 6h

Tempo (h)

Volume do Edem

a (ml)

C:controle P:indometacina T1:EE 50mg/kg T2: EE 75mk/kg T3: EE 100mg/kg

Gráfico 2 – Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratas fêmeas tratados por VIP, com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), indometacina 10 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

67

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

0+ 1h 2h 3h 4h 5h 6h

Tempo (h)

Volume do Edem

a (ml)

C: controle P: indometacina T1: EE 100mg/kg T2: EE 150mg/kg T3: EE 200mg/kg

Gráfico 3 – Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratos machos tratados por VO, com o EE de C.

echinata nas dose de 100mg/kg (▲), 150mg/kg (♦), 200mg/kg (■), indometacina 20 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. *Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0+ 1h 2h 3h 4h 5h 6h

Tempo (h)

Volume do Edema (ml)

C:controle P: indometacina T1: EE 100mg/kg T2: EE 150mg/kg T3: EE 200mg/kg

***

Gráfico 4 – Comparação do desenvolvimento do edema de pata por injeção subplantar de carragenina, em ratas fêmeas tratados por VO, com o EE de C. echinata nas dose de 100mg/kg (▲), 150mg/kg (♦), 200mg/kg (■), indometacina 20 mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. *Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

68

JAJAJAJA TÜà|zÉ TÜà|zÉ TÜà|zÉ TÜà|zÉ IIIIIIIIIIII

Artigo a ser submetido a Revista Brasileira de Farmacognosia

69

ESTUDO DA PROPRIEDADE ANTICANCERÍGENA DA CAESALPINIA

ECHINATA LAM.

E.C.B. Silva1, A.C.P. Silva1, L.T. Rocha 1, K.P.S. Cavalcanti2, C.E.

Pacheco3, D.L. Mota3, F.B. Anjos 3, I.A. Souza 4 1Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Departamento de Ciências

Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife-PE, Brasil..

2Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Recife-PE,

Brasil.

3Departamento de Histologia e Embriologia, Universidade Federal de Pernambuco –

UFPE. Recife-PE, Brasil.

4Departamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco – UFRPE. Recife-PE, Brasil.

Resumo

A investigação do potencial anticancerígeno do extrato etanólico do cerne de Caesalpinia echinata Lam. (Fabaceae/Caesalpinioideae), foi realizada contra duas linhagens de tumorais: sarcoma 180 e carcinoma de Ehrlich, ambos em sua forma sólida. No ensaio foram utilizados camundongos albinos Swiss, Mus musculus, adultos, machos e fêmeas. Os resultados demonstraram que o referido extrato foi capaz de inibir o crescimento de tumores carcinomatosos em até 90%, enquanto a análise dos tumores sarcomatosos apresentou inibição significativa de até 70%. A avaliação histológica demonstrou que a administração do EE de C. echinata provoca discretas alterações nos tecidos hepático, renal e pulmonar, quando comparados com os animais dos grupos controle e padrão.

Palavras chave: atividade antitumoral, morfologia, câncer, pau-brasil,

Caesalpinia echinata.

70

PROPERTY ANTITUMOUR STUDY OF THE CAESALPINIA ECHINATA LAM.

Abstract The investigation of the antitumour activity of the ethanolic extract of Caesalpinia echinata Lam.’s heartwood (Fabaceae/Caesalpinioideae), been evaluated against two lines cancer: sarcoma 180 and carcinoma of Ehrlich, both in solid form. The assay used albino mice Swiss, Mus musculus, adults, males and females. The results demonstrated that referred him extract was capable to inhibit the growth of carcinoma tumor in up to 90%, while the analysis of the sarcoma tumor presented significant inhibition of up to 70%. the histological evaluation demonstrated that the acute administration of EE of C. echinata induce discreet alterations in the hepatic, renal and lung tissue, when compared with the animals of the groups control and standard.

Keywords: antitumour activity, morphology, cancer, brazilwood,

Caesalpinia echinata.

71

1. Introdução

Nos últimos séculos grandes avanços foram alcançados na terapia

antineoplásica (Kroeff, 2004), contudo o câncer ainda figura como uma

das maiores causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo,

sendo responsável por cerca de seis milhões de óbitos por ano (Guerra

et al., 2005). Na busca por substâncias com potencial antineoplásico os

produtos de origem natural se destacam como principal fonte destas

moléculas.

Caesalpinia echinata Lam. é uma árvore da família Fabaceae,

subfamília Caesalpinioideae, nativa da floresta pluvial atlântica (Polhill;

Vidal, 1981). No Brasil ocorre desde o sul do Rio de Janeiro, até o

Ceará, possuindo maior abundância ao sul do estado da Bahia

(Rezende et al, 2004). Desde sua descoberta a C. echinata Lam. tem sido

intensamente explorado devido à qualidade de sua madeira, por suas

propriedades acústicas (Matsunaga et al., 2000) e, especialmente,

devido à extração de um pigmento rubro muito valioso (Cardoso et al,

1998).

O uso deste vegetal na medicina popular brasileira é bastante

restrito. Segundo Xavier (1995) e Silva (2001) o lenho costuma ser

utilizado como adstringente, corroborante e secante, odontoálgico e

tônico. Porém sabe-se que sua madeira encerra um homoflavonóide

conhecido por seu alto poder antioxidante, a brasileína (Yan et al,

2005). Comprovações da atividade antitumoral de compostos desta

classe de polifenóis (Mukherjee, 2001; Ginter, 1995) nos levaram a

investigar a atividade anticancerígena do extrato etanólico bruto do

cerne de C. echinata Lam.

2. Metodologia

Animais

Foram utilizados camundongos albinos Swiss, Mus Musculus,

72

adultos, ambos os sexos, pensando entre 25 e 30 g, provenientes do

Biotério do Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de

Pernambuco. Os animais receberam água e ração ad libitum e foram

mantidos em condições controles (ciclo 12h claro/escuro) e temperatura

(23 ± 2°C). O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Experimentação Animal (CEEA) da UFPE, processo n°

23076.014521/2005-89.

Material Botânico

Diferentes amostras de Caesalpinia echinata Lam. foram

coletadas no ano de 2004, no município de São Lourenço da Mata,

Brasil. A espécie vegetal foi identificada pela botânica Marlene Barbosa,

e a exsicata do mesmo foi depositada no herbário Geraldo Mariz, da

Universidade Federal de Pernambuco, sob número 41.764.

Obtenção do extrato

Para obtenção do extrato, o cerne triturado de Caesalpinia

echinata Lam. foi submetido à maceração com solvente etanólico, em

seguida concentrado até a secura em rota evaporador sob pressão

reduzida para eliminação do solvente orgânico. O material obtido foi

ressuspenso em solução fisiológica, para posterior administração.

Transplante dos Tumores

Nos experimentos foram utilizadas duas linhagens de células

tumorais: Sarcoma 180 (forma sólida) e Carcinoma de Ehrlich (forma

sólida). Um fragmento de cerca de 3 mm de diâmetro foi introduzido na

região axilar do animal receptor por via subcutânea (Sugiura; Stock,

1954).

2.5. Tratamento dos animais

73

Ao grupo tratado foi administrado extrato de Caesalpinia

echinata, durante 8 dias. A quimioterapia experimental foi iniciada 48

horas após o transplante dos tumores. Ao término do tratamento todos

os animais foram pesados e sacrificados por deslocamento cervical. Os

tumores foram extirpados, dissecados e pesados.

Ao grupo controle foi administrado o veículo empregado na

diluição do extrato, enquanto o grupo padrão recebeu o fármaco de

referência para o tratamento das respectivas linhagens tumorais –

ciclofosfamida para o Sarcoma 180 e metotrexate para o Carcinoma de

Ehrlich.

2.6. Estudo Histológico

Os animais sacrificados foram colocados em decúbito dorsal e

submetidos a toracolaparotomia mediana. Em seguida, foram

perfundidos via transcardíaca por uma solução salina (0.85%) e depois

com uma solução fixadora de formol (10%).

Fígado, rins e pulmão foram retirados, cortados em pequenos

fragmentos e imersos em líquido de formol, no qual permaneceram em

temperatura ambiente durante 24 horas, segundo a metodologia

adaptada de Santiago (1991).

Após fixação as peças foram lavadas e processadas para inclusão

em parafina, em seguida cortadas com 7 µm de espessura, e coradas

pela técnica de Hematoxilina-Eosina (Michealany, 1980), e observadas

em microscopia óptica.

Análise Estatística

Os valores foram expressos como média ± erro padrão da média

(epm). As diferenças entre os grupos foram analisadas através da

análise de variância (ANOVA), seguida pelo teste t de Student. O nível

de significância para rejeição da hipótese de nulidade foi sempre p <

5%.

74

3.0. Resultados

Como demonstrado no gráfico 1, o extrato etanólico de C. echinata

(EECe), administrado por via intraperitoneal, foi capaz de inibir

significativamente, em 90,40%, o crescimento do tumor sólido de

Ehrlich, em camundongos machos na menor dose obtida (50 mg/Kg)

quando comparado com o grupo controle. Para as demais doses, 75

mg/Kg e 100 mg/Kg, foram verificadas inibições de 82,43% e 61,33%,

respectivamente.

Em camundongos fêmeas portadoras do Carcinoma de Ehrlich, a

inibição mais expressiva (91,35%) foi verificada na maior dose (100

mg/Kg) empregada, enquanto as outras doses apresentaram redução do

tumor na ordem de 84,44% (75 mg/Kg) e 60,55% (50 mg/Kg), como

observado no Gráfico 2.

O fármaco padrão, metotrexato (10 mg/kg), foi capaz de inibir

100% do crescimento tumoral (Gráficos 1 e 2).

Para o Sarcoma 180, o tratamento com EE de C. echinata por via

intraperitoneal, em camundongos machos apresentou índice de inibição

de crescimento tumoral de 73, 65% para a menor dose testada (50

mg/kg), quando comparado com o grupo controle. As doses de 75

mg/Kg e 100 mg/Kg apresentaram inibição de 51,35%, e 54,39%,

respectivamente.

O tratamento em camundongos fêmeas, portadoras de sarcoma

180, apresentou índice de inibição máximo (71,62%) na maior dose

obtida (100 mg/Kg). A dose de 75 mg/kg apresentou redução 68,96%,

enquanto a de 50 mg/kg não demonstrou inibição significativa, como

apresentado no gráfico 4.

O fármaco padrão utilizado para este tumor, genuxal, atingiu

índices de inibição na ordem de 72, 64% para camundongos machos, e

70,63% para camundongos fêmeas (Gráfico 3 e 4).

A análise microscópica dos grupos controles dos ensaios frente ao

Sarcoma 180 e Carcinoma de Ehrlich: hepatite multifocal, ativação de

células de Kupffer, necrose hepática disseminada, congestão nos rins,

75

glomerulite proliferativa membranosa, atrofia glomerular renal,

enfisema e congestão pulmonar, metástases no pulmão, fígado, rins e

baço.

Os grupos tratados com ciclofosfamida e metotrexato

apresentaram degeneração gordurosa difusa, presença de células de

Kupffer ativadas, metástases no fígado, pulmões, rins e baço, depleção

de polpa branca com figuras de apoptose nos centros germinativos no

baço, congestão renal, glomerulite e atrofia glomerular nos rins,

presença de congestão e metástases nos pulmões, miocardiose e

necrose de coagulação no coração.

No estudo histológico de camundongos machos portadores de

carcinoma de Ehrlich, na dose de 50 mg/kg, foram avaliadas as regiões

cortical e medular do rim, no qual o corpúsculo renal apresentou

glomérulo compacto, maciço e muito congesto possivelmente

comprometendo a função renal. No fígado evidenciaram-se hepatócitos

extremante vacuolizados com vasos congestionados e sinusóides,

quando comparado ao grupo controle (Figura 1 e 2). Os pulmões

desses animais também apresentaram congestão vascular, não

havendo, contudo, extravasamento sangüíneo nos alvéolos e

bronquíolos.

Na maior dose testada a morfologia destes órgãos mostrou-se

preservada, quando comparada aos grupos controle e padrão.

Os animais portadores do sarcoma 180, tratados com o EE em

todas as doses testadas, apresentaram órgãos com morfologia normal,

quando comparado aos portadores do carcinoma de Ehrlich.

4.0. Discussão e Conclusão

O câncer se caracteriza pela mutiplicação e disseminação

descontrolada de células anormais no organismo (Foon, 1989;

Goldenberg, 1989). Muitos esforços têm sido dispensados na busca de

terapias capazes de deter o desenvolvimento das neoplasias malignas.

Como estratégias mais usadas no combate a esta doença, destacam-se

76

as excisões cirúrgicas, agentes quimioterápicos, modificadores da

resposta biológica, tais como interleucina-2, interferon, e outros.

A natureza tem sido uma das principais fontes de origem de

substâncias farmacologicamente ativas para terapias medicamentosas

por milhares de anos. Atualmente, da mesma forma, o sistema de busca

por novas moléculas bioativas retiradas dos vegetais, continua

desempenhado papel fundamental no tratamento de saúde básico de

pelo menos 80% da população mundial (Chabner, 1990; Nakanishi,

1999).

Modelos experimentais, como de câncer espontâneo em animais,

proporcionam ensejo para estudos que propiciam o desenvolvimento de

novas substâncias bioativas.

O extrato etanólico de C. echinata foi avaliado contra duas

linhagens tumorais, sarcoma 180 e tumor de Ehrlich, apresentado

inibição significativa do crescimento tumoral, nos dois tipos de

neoplasia estudados.

Como demonstrado nos resultados, o EE apresentou maior

atividade quando utilizado no tratamento do carcinoma de Ehrlich,

considerado, segundo a literatura, um tumor de crescimento rápido e

comportamento agressivo (Ajith; Janardhanan, 2003, Kaneno, 2004).

A atuação do extrato contra a linhagem sarcomatosa mostrou-se

menos ativa. O sarcoma 180 é uma linhagem tumoral de crescimento

rápido e consistente, amplamente empregado em testes para avaliação

de agentes quimioterápicos (Levi-Montalcini, 1986).

Em ambos os tipos tumorais é possível perceber que em

camundongos fêmeas as maiores inibições só foram atingidas nas doses

superiores, mostrando claramente que atuação do EE, nesse caso é

dose-dependente. Ao contrário do comportamento apresentado pelos

camundongos machos, onde é possível observar que as doses inferiores

foram capazes de apresentar maior índice de inibição, característica

semelhante à de fármacos que apresentam dose limiar. Com relação ao

comportamento apresentado em camundongos fêmeas, este pode estar

ligado a interferência no mecanismo de inibição do crescimento

77

tumoral, pela variação hormonal apresentada no ciclo estral destes

animais.

Os resultados morfológicos obtidos revelaram que os animais

tratados com EE de C. echinata apresentaram melhor resposta, do tipo

dose-dependente, a ação lesiva dos tumores do que os animais controle.

Dentre os efeitos mais observados a hemorragia e a congestão

vascular predominaram em todos os tecidos.

O quadro instalado nos animais demonstrou a íntima relação

entre estes órgãos investigados e o sistema circulatório, uma vez que, o

controle vascular funciona como um grande aliado para a manutenção

da saúde.

Talvez o EE de C. echinata procure reajustar o sistema vascular,

prevenindo a queda inicial da pressão e possivelmente levando ao

estreitamento reflexo de um grande número de vasos de pequeno

calibre (vasoconstricção) em regiões tais como: membranas mucosas,

intestino, e outras porções do organismo. Assim sendo, o vegetal aja

mantendo o retorno venoso adequado, débito cardíaco, pressão

sanguínea arterial e aumento da resistência periférica.

A qualidade dos fitofármacos se mostra eficaz quando se avalia o

composto químico quanto à dosagem e forma de administração. Há

relatos de fitoterápicos usados como drogas antineoplásicas. Estes

compostos primários agem nos processos moleculares essenciais das

células cancerosas, como por exemplo, a vincristina e a vimblastina,

que atuam pertubando a atuação do fuso mitótico durante a fase de

metáfase do ciclo celular. São comuns ainda, inibidores do fuso mitótico

como o taxol, que parece ser ativo contra tumores sólidos, e ainda se

enquadra nesse grupo a etoposida (derivado semi-sintético da

mandrágora) usada contra o câncer de pequenas células do pulmão e o

carcinoma testicular (Magrath 1989; Preston e cols., 1990; Lazo;

Larner, 1997).

Newall e cols. (2002) fazem referências a plantas consideradas

imunoestimulantes que foram testadas “in vitro”, destacando-se a

calêndula, eupatório, equinácea e o palmito selvagem que foi testado “in

78

viv”o. Mencionam ainda estes autores a drosera com efeito depressor, a

eleuterococo, experimentadas em animais e seres humanos e o visco-

branco que atua como estimulante supressor nos seres humanos.

Sendo assim pode-se sugerir que o EE de C. echinata,

possivelmente aja interferindo no mecanismo de ação das neoplasias,

associados aos elementos intrínsecos celulares, inibindo a atividade

tumoral nos animais, alterando a morfologia e fisiologia dos tecidos

atingidos. Tais considerações discutidas anteriormente talvez sejam

motivos de novas pesquisas que venham esclarecer o verdadeiro

mecanismo de ação utilizado por este vegetal.

79

Referências bibliográficas

Ajith TA, Janardhanan KK 2003. Cytotoxic and antitumor activities of a polypore macrofungus, hellinusrimosus (Berk) Pilat. Journal of Ethnopharmacology, 84: 157-162. Cardoso MA, Provan J, Powell W, Ferreira PCG, Oliveira DE, 1998. High genetic differentiation among remnant populations of the endangered Caesalpinia echinata Lam. (Leguminosae-Caesalpinioideae). Molecular Ecology, 7: 601–608. Fonn KA 1989. Biological responser modifiers: the new immunotherapy. Cancer Res., 49: 1621. Ginter E, 1995. The role of antioxidants in the prevention of tumors. Bratisl Lek Listy, 96: 195-209. Goldenberg D1989. Targeted cancer treatment. Immunology today, 10: 286-288. Guerra MR, Moura Gallo CV, Mendonça GAS, 2005. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Revista Brasileira de Cancerologia, 51(3): 227-234. Kaneno R. et al. 2004. Effects of extracts from Brazilian sun-mushroom (Agaricus blazei) on the NK activity and lymphoproliferative responsiveness of Ehrlich tumor-bering mice. Food and Chemical Toxicology, 42 (6): 909-916. Lazo JS, Larner JM 1997. Drogas antineoplásicas individuais. In: Brody TM, Laner JM, Nneman KP, Neu AC (Eds). Farmacologia humana: da molecular à clínica, 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 513-547. Levi-Montalcini R 1986. The Nerve Growth Factor: Thirty-Five Years Later. Nobel lecture, 349-369. http://nobelprize.org/medicine/laureates/1986/levi-montalcini-

lecture.html, acessado em Janeiro de 2006. Magrath I 1989. New directions in cancer treatment. Berlim: Springer- Verlag. Matsunaga M, Sakai K, Kamitakahara H, Mitano K, Nakatsubo F, 2000. Vibrational property changes of spruce wood by impregnation with water-soluble extractives of pernambuco (Guilandina echinata Spreng.) II: structural analysis of extractive components. Journal of Wood Science, 46 (3): 253.

80

Mukherjee AK, Basu S, Sarkar N, Ghosh AC, 2001. Advances in Cancer Therapy with Plant Based Natural Products. Current Medicinal Chemistry, 8:1467-1486. Newall C, Anderson LA, Phillipson JD 2002. Plantas medicinais: guia para profissionais de saúde. São Paulo: Editorial Premier, 308p. Polhill RM, Vidal JE, 1981. Caesalpinieae. In: Polhill RM, Raven, PH (eds.) Advances in legume systematics. London: Royal Botanic Gardens, Kew, p.81–95. Preston TM, King RA, Ayans IS, 1990. The cytoskeletum and cell motility. Glasgow: Black, 613. Rezende CM, et al., 2004. Constituintes Químicos Voláteis das Flores e Folhas do Pau-Brasil (Caesalpinia echinata, Lam.) Quím. Nova, vol. 27, n. 3, p. 414 – 416. Silva RC, 2001. Plantas medicinais na saúde bucal, Vitória. Sugiura K, Stock CC, 1954. The effect of phosphoramides on the growth of a variety of mouse and rat tumors. Cancer Research, v.2, pp. Xavier MN, Ramos INC., Xavier LF, 1995. A Fitoterapia no Combate as Afecções Bucais, Editora idéia. Yan X, Wang W, Xing D, Zhao Y, Du L, 2005. Development and optimization of a method for the analysis of Brazilein by HPLC with electrochemical detection. Journal of Chromatography A, 1077: 44–48.

81

0 0,6 1,2 1,8 2,4 3 3,6 4,2

Média de Crescimento Tumoral

C: controle Metotrexato T1: EE 50mg/kg T2: EE 75mg/kg T3: EE 100mg/kg

Gráfico 1 – Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos machos, portadores de carcinoma de Ehrlich, tratados por VIP com o EE de C.

echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Metotrexato (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

0 0,8 1,6 2,4 3,2 4 4,8

Médias de Crescimento Tumoral

C: controle P: Metotrexato T1: EE 50mg/kg T2: EE 75mg/kg T3: EE 100mg/kg

Gráfico 2 – Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos fêmeas, portadores de carcinoma de Ehrlich, tratados por VIP com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Metotrexato(♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

82

0 0,6 1,2 1,8 2,4 3

Médias de Crescimento Tumoral

C: controle P: Genuxal T1: EE 50mg/kg T2: EE 75mg/kg T3: EE 100mg/kg

Gráfico 3 – Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos machos, portadores de Sarcoma 180, tratados por VIP com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Genuxal 2,5mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

0 0,6 1,2 1,8 2,4 3

Médias de Crescimento Tumoral

Controle P: Genuxal T1: EE 50 mg/kg T2: EE 75 mg/kg T3: EE 100 mg/kg

Gráfico 4 – Comparação das médias de crescimento tumoral em camundongos fêmeos, portadores de Sarcoma 180, tratados por VIP com o EE de C. echinata nas dose de 50mg/kg (▲), 75mg/kg (♦), 100mg/kg (■), Genuxal 2,5mg/kg (♦) e solução salina 0,9% (-x-). Os valores representam a média do volume da pata (ml) + EPM. Resultados significativos para p< 0,05 quando comparado ao grupo controle (Teste t de Student).

83

Figura 1- Fotomicrografia do córtex de rim de camundongo macho, portador de carcinoma de Ehrlich, tratado com EECe (50 mg/kg). Corpúsculo renal (1), congestão glomerular (2), corado com HE. Obj. 20x.

Figura 2- Fotomicrografia do fígado de camundongo macho, portador de carcinoma de Ehrlich, tratado com EECe (50 mg/kg). Vasos congetionados (1), hepatócitos vacuolizados (2), corado com HE. Obj. 20x.

1

2

1

2

84

Figura 3- Fotomicrografia do pulmão de camundongo macho, portador de carcinoma de Ehrlich, tratado com EECe (50 mg/kg). Alvéolos congestionados (1), corado com HE. Obj. 20x.

Figura 4- Fotomicrografia do pulmão de camundongo macho, portador de Sarcoma 180, tratado com EECe (50 mg/kg). Pontos de inflamação (1), corado com HE. Obj. 20x.

1

1

85

Figura 5- Fotomicrografia do fígado de camundongo macho, portador de Sarcoma 180, tratado com EECe (50 mg/kg). Inflamação perivascular (1), Sinusóides aparentemente normais (2). Corado com HE. Obj. 20x.

Figura 6- Fotomicrografia do rim de camundongo macho, portador de Sarcoma 180, tratado com EECe (50 mg/kg). Áreas de inflamação (1), Glomérulo de morfologia preservada (2). Corado com HE. Obj. 20x.

1

2

1 2

86

KA TÜà|zÉ KA TÜà|zÉ KA TÜà|zÉ KA TÜà|zÉ IVIVIVIV

Artigo submetido à Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança

87

Atividade antimicrobiana do extrato bruto da Caesalpinia echinata Lam.

Elisângela C. B. Silvaa, Thompson Lopes de Oliveira a, Edeltrudes de

Oliveira Limab, Ivone Antônia de Souza c

a Farmacêutica . Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas

da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Recife-PE, Brasil.

b Farmacêutico – Bioquímico. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Recife-PE, Brasil.

b Professora Adjunta do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade

Federal da Paraíba (UFPB). Doutora em Micologia.

c Professora Adjunta do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE). Doutora em Farmacologia Clínica.

Resumo

A Caesalpinia echinata (Lam), tem sido usada por povos antigos em decorrência de suas variadas propriedades medicinais, sendo utilizado na prevenção e tratamento de algumas doenças com ação cicatrizante, odontoálgico e tônica. O estudo de produtos naturais oriundos de vegetais de uso medicinal com atividade antimicrobiana vem ganhado grandes perspectivas para uma possível aplicação prática no tratamento das infecções fúngicas e bacterianas. Neste trabalho, foram realizadas avaliações da atividade antimicrobiana do extrato etanólico da Caesalpinia echinata Lam frente a espécimes de bactérias e fungos de origem clínica. Os ensaios foram realizados, através do método de difusão em meio sólido, incubados a uma temperatura de 35+/- 2°C por 24-48 horas para espécimes bacterianas, e 28-30°C durante 10-14 dias para espécies fúngicas. De acordo com os testes, não foi evidenciada nenhuma atividade antimicrobiana satisfatória dos extratos testados, diferindo de relatos na literatura que sugerem e afirmam a ação antimicrobiana desta planta.

Palavras chave: Antimicrobiano, plantas medicinais, extratos; Caesalpinia echinata

Lam.; pau-brasil; Fabaceae-Caesalpinioideae.

*Contato com o autor: Av. Prof. Moraes Rego, s/n CEP: , Recife-PE, Brasil. Tel:(81)-21268511, Email: [email protected]

88

Abstract

The Caesalpinea echinata (L), it has been used by old people due to your varied medicinal properties, being used in the prevention and treatment of some diseases with healing, analgesic and tonic actions. The study of natural products originating from of vegetables of medicinal use with activity antimicrob comes won great perspectives for a possible practical application in the treatment of the infections fungi and bacterial. In this work, evaluations of the activity antimicrob of the extract aqueous of Caesalpinea echinata L front to specimens of bacterials and mushrooms of clinical origin. The rehearsals were accomplished, through the diffusion method in solid middle, incubated her/it a temperature of 35+ / - 2°C for 24-48 hours for bacterial specimens, and 28-30 °C for 10-14 days for species fungi. In agreement with the tests, any activity antimicrob of the tested extracts was not verified, differing of reports in the literature that you/they suggest and they affirm to have evidenced action antimicrob of this plant. Keywords: Antimicrobial, medicinal extracts; Caesalpinia echinata Lam.; brazilwood; Anti-inflammatory; Fabaceae-Caesalpinioideae.

Introdução

A história das doenças e das suas causas de morte é tão antiga

quanto à própria espécie humana, talvez mais desconhecida. O impacto

das doenças infecciosas na evolução da espécie humana é de difícil

avaliação, tanto pela sua complexidade em si, como pela escassez de

dados e pontos obscuros (RODRIGUES e cols., 1997).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (1991), a alta

densidade demográfica somada a baixas condições de higiene

encontradas nos países em desenvolvimento, é responsável por uma

grande incidência de doenças infecciosas, causadas principalmente, por

bactérias enteropatogênicas e fungos, e esta são uma das principais

causas da morbidade e da mortalidade nestas regiões.

O pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), é uma espécie arbórea

da família Fabaceae, subfamília Caesalpinioideae, originária da mata

atlântica. Algumas de suas propriedades terapêuticas têm sido

descritas, sendo seu lenho adstringente, secante, e odontoálgico

(XAVIER, 1995; SILVA, 2001). Embora pouco se saiba sobre sua

atuação como agente antibacteriano, várias substâncias com esta

89

atividade têm sido descritas em espécies do gênero Caesalpinia, como a

brasilina observada na C. sappan (KIM e cols., 2004; REDDY e cols.,

2003).

A brasilina [7,11b-dihydrobenz[b]indeno[1,2-d]pyran-

3,6a,9,10(6h)-tetrol], substância encontrada no extrato do cerne de

várias espécies do gênero Caesalpinia, apresenta inúmeras

propriedades farmacológicas incluindo um potencial inibitório contra

microrganismos patogênicos (XU e cols., 2004).

Estudos realizados na Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE) demonstraram que o extrato de C. echinata impediu o

desenvolvimento de microrganismos patogênicos, tais como Escherichia

coli, Proteus. mirabilis, Proteus. vulgaris e Bacillus. cereus (FREIRE,

2004).

A espécie também apresenta potencial antifúngico, onde o extrato

preparado a partir de seus ramos foi capaz de inibir o crescimento de

fungos da espécie Cladosporium cladosporioides e C. sphaerospermum

(SOUZA e cols., 2004).

Várias outras espécies do gênero Caesalpinia têm sido descritas e

estudadas por apresentarem ações medicinais, muito embora no Brasil

seu uso não seja difundido, diferente de outras partes do mundo onde

já se conhece há bastante tempo suas atividades e emprego no uso

medicinal.

Matérias e Método

Local de Trabalho

O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Micologia do

Departamento de Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da

Saúde da Universidade Federal da Paraíba.

90

Obtenção do Material Botânico

Os extratos liofilizados foram obtidos no Departamento de

Química da Universidade Católica de Pernambuco, conforme técnicas

adotadas no respectivo laboratório.

Ensaios Microbiológicos

Para a realização dos ensaios microbiológicos, foram selecionados

espécimes de origem clínica, registradas no Laboratório de Micologia do

Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPB, bem como cepas

padrões obtidas no Laboratório da Faculdade de Ciências

Farmacêuticas - USP: Staphylococcus aureus (ATCC-25923),

Pseudomonas aeruginosa (ATCC-9028), Candida albicans (ATCC-9002),

Aspergillus flavus (FCF-126), Trichophyton rubrum (ATCC-2812),

Trichophyton rubrum (LM-69), Microsporum canis (LM-003), Microsporum

gypseum (LM-002), Penicillium spp (FCP-281) e Fusarium (FCP-108).

Metodologia

Método de difusão em meio sólido: utilizado na determinação do

“screening” da atividade antimicrobiana dos extratos da Caesalpinia

echinata contra bactérias e fungos de origem clínica: em placas

esterilizadas, foi depositado 1mL da suspensão de cada microrganismo,

preparada em solução fisiológica a 0,85 %, padronizada pelo tubo 0,5

Mc Farland e ajustada para 90 % T (530nm), correspondendo

aproximadamente a 106 UFC/mL (ODDS, 1989; CASALS, 1979). Em

seguida, foi adicionado 21 mL do meio sólido fundido a 50°C,

procedendo da seguinte forma: após solidificação, foram realizadas

cavidades de 6 x 8 mm de diâmetro, onde foram depositadas alíquotas

de 50 µL de cada extrato solubilizado em concentrações diferentes.

Foram utilizados controles com antimicrobianos padrões: tetraciclina

30g para bactérias e cetoconazol a 1000µg para fungos.

91

Os ensaios foram incubados por 24-48 horas a 35+ / - 2°C para

bactérias e leveduras e a temperatura de ambiente 28-30°C durante 10-

14 dias para fungos filamentosos (BENOUDIA e cols., 1988; SHADOMY

e cols., 1985; McGINNIS, 1980; CHIN LU, 1971; VICENT; VINCENT,

1944).

Resultados

Os resultados dos ensaios de atividade antibacteriana e

antifúngica do extrato de Caesalpinia echinata Lam., estão ilustrados

através das Tabelas 1 e 2 respectivamente.

Tabela 1 Ação antibacteriana do extrato de Caesalpinia echinata Lam. em diferentes concentrações contra bactérias de origem clínica e diversa.

MICRORGANISMOS

Produto (extrato)

Sthapylococcu

s aureus ATCC-25923

Sta

phylococcu

s epiderm

idis LM

Esch

erichia coli LM

Klebsiella pneumoniae LM

Pseudomonas aeru

ginosa ATCC-9028

Enterobacter spp. LM

Salm

onella spp. LM

Bacillus spp. LM

Diluições

100mg/mL - - - - - - - -

50mg/mL - - - - - - - -

25 mg/mL - - - - - - - -

12,5 mg/mL - - - - - - - -

Controle do microrganismo + + + + + + + +

* No controle do microrganismo foi utilizada uma droga antibacteriana de largo espectro conforme metodologia descrita.

Na Tabela 1, observam-se os resultados dos testes in vitro do

extrato aquoso da planta Caesalpinia echinata Lam em diferentes

concentrações frente a bactérias Gram-Positivas e Gram-Negativas de

origem clínica e diversa. Entretanto, o extrato da planta mostrou-se

92

totalmente inativo contra todas as espécies bacterianas utilizadas nos

ensaios microbiológicos.

Tabela 2 Teste de atividade antifúngica do extrato de Caesalpinia echinata Lam. em diferentes concentrações contra fungos leveduriformes e filamentosos de origem clínica e diversa.

MICRORGANISMOS

Produto (extrato)

Candida albicans ATCC-9002

Aspergillus flavus FCF-126

Trichophytom rubru

m ATCC-2818

Trichophyton rubrum Lm

69

Microsporu

m canis - 003

Fusarium FCF - 108

Penicillium FCF-281

Diluições

100mg/mL - - - - - - -

50mg/mL - - - - - - -

25 mg/mL - - - - - - -

12,5 mg/mL - - - - - - -

Controle do microrganismo + + + + + + +

* No controle do microrganismo foi utilizada uma droga antifúngica conforme

metodologia descrita

Na Tabela 2, observam-se os resultados dos estudos in vitro do

extrato de Caesalpinia echinata Lam em diferentes concentrações frente

a fungos filamentosos e leveduriformes de origem clínica e diversa. No

entanto, o extrato da planta mostrou-se totalmente inativo contra todas

às espécimes fúngicas utilizadas nos ensaios microbiológicos.

Discussão

O aparecimento das infecções, em destaque as hospitalares,

estimula uma crescente necessidade em combatê-las, principalmente

devido ao surgimento de cepas resistentes ou multiresistentes as drogas

antifúngicas e antibacterianas. O que se aplica em especial a amostras

93

de fungos aparentemente inofensivos, que há alguns anos atrás como é

o caso do gênero Candida spp. não se destacava tão

predominantemente em infecções no ambiente hospitalar (LACAZ e

cols., 2002).

Mas, na atualidade, um dos parâmetros mais importantes da

microbiologia geral é a pesquisa de novos produtos naturais, sintéticos

ou semi-sintéticos, os quais possam ser mais eficientes para o

tratamento das referidas infecções e bem menos tóxicos aos pacientes

(GRAYBILL, 1992). Nesse contexto o interesse em plantas medicinais

com propriedades medicamentosas tem evoluído com amplas

perspectivas, pela possibilidade que se tem em isolar substâncias

conhecidas ou inéditas a partir das mais variadas espécies de plantas.

Portanto, a partir de alguns relatos em literatura o nosso trabalho foi

fundamentado em todos esses parâmetros.

Tratando-se da atividade antibacteriana do extrato de Caesalpinia

xechinata Lam frente a bactérias de origem clínica e diversa, os

resultados deste trabalho diferiram totalmente dos dados encontrados

por Freire, 2004, que demonstrou ter ação ótima contra bactérias, em

especial às de origem Gram-negativas como o Proteus mirabilis, Proteus

vulgaris e Escherichia coli. Várias outras espécies do gênero Caesalpinia

têm sido descritas por apresentarem ações medicinais, muito embora

no Brasil seu uso não seja difundido, em outras partes do planeta já se

conhece há bastante tempo suas atividades e emprego no uso

medicinal. Estudos realizados por Kim e cols. (2004) avaliaram a

atividade do extrato do lenho da Caesalpinia sappan contra cepas

metaciclina-resitentes de Staphylococcus aureus obtendo inibição do

crescimento bacteriano em todas as amostras testadas. Todavia, em

nosso trabalho foi demonstrado a partir da realização dos testes in vitro

que o extrato etanólico em diferentes concentrações de Caesalpinia

echinata mostrou-se ineficaz frente às bactérias e aos fungos testados,

diferindo de relatos na literatura.

É cada vez mais estudado o potencial biológico de produtos

oriundos de espécies vegetais. E sempre no sentido de determinar a

94

atividade destas substâncias contra microrganismos de característica

patogênica como as espécies participantes neste estudo, principalmente

com ênfase naquelas de origem hospitalar.

O uso constante de medicamentos de origem vegetal e a

conseqüente recuperação da saúde, a não satisfação com a eficácia e o

alto custo dos medicamentos, associado à admiração pelos produtos

naturais, conduzem milhões de pessoas no mundo inteiro ao uso dos

medicamentos de origem natural para a terapêutica das mais diversas

patologias (ROBBERS e cols., 1997).

Conclusão

Nos últimos anos, pesquisas com plantas medicinais têm sido

desenvolvidas, considerando-se aspectos farmacológicos, botânicos,

fitoquímicos com ação antimicrobiana em especial contra fungos e

bactérias.

Estes objetivos tornam-se primordiais para pesquisadores do

mundo todo, e o este estudo traz consigo estes parâmetros. Apesar do

nosso trabalho não ter atingido o objetivo primordial que seria testar e

demonstrar a eficácia deste produto de origem natural contra

microrganismos de âmbito hospitalar, novas pesquisas e com

metodologia distinta, serão empregadas em uma continuidade do

estudo para a averiguação conforme relatos em literatura das mais

diversas recomendações do uso medicinal de Caesalpinia echinata Lam.

Agradecimentos

Agradecemos ao professor Antônio Camarotii (UNICAP), pelo

fornecimento do material botânico.

95

Referências Bibliográficas

BENOUDIA, A.; HASSAR, M.; BENJILALI, B. Les propiétés antiséptiques des huiles essentialles in vitro, testées contre germes pathogenes hôpitaliers. Fitoterapia, 59 (2): 1115-119, 1988. CASALS, J.B. Tablet sensitivity testing of pathogenic fungi. J. Clin.Pathol., 32:719-722,1979. CHIN LU, Y. In vitro study of pyrrolnitrin. Jama J. Am. Med. Assoc., 70 (8): 19-22, 1971. FREIRE, M.L.L.B. Avaliação da atividade antitumoral e antibacteriana do extrato etanólico da Caesalpinia echinata Lam. 25p. (Monografia de Conclusão de Curso) – Departamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004. GRAYBILL, J.R. Future directions of antifungical chemotherapy. Clin. Inf. Diseases, 14 (1): 170-181, 1992. KIM, KANG-JU; YU, HYEON-HEE; JEONG, SEUNG-IL; CHA, JUNG-DAN; KIM, SHIN-MOO; YOU, YONG-OUK. Inhibitory effects of Caesalpinia sappan on growth and invasion of methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Journal of Ethnopharmacology, v.91, p.81–87, 2004. LACAZ, C.S.; PORTO, E.; MARTINS,J.E.C. Micologia Médica. São Paulo: Savier, 2002. 695p. MATOS, F.J.A . Introdução à Fitoquímica Experimental. Fortaleza: Editora UFC, 1988.128p. McGINNIS, M.R. Laboratory Handbook of Medical Mycology. New York: Academic Press, 1980.411-416p. ODDS, F.C. Antifungical activity of saperconazole (R.66905) in vitro. J. Antimicrob. Chemother., 24:533-537, 1989. OMS – Organización Mundial de la Salud. Pautas para la evaluación de medicamentos herbários. Ginebra, 1991.

REDDY, V.L.N.; RAVIKANTH, V.; LAKSHMI, V.V.N.S.J.; MURTY, U. S.; VENKATESWARLU, Y. Inhibitory activity of homoisoflavonoids from Caesalpinia sappan against Beauveria bassiana. Fitoterapia, v.74, p.600–602, 2003.

96

RODRIGUES.E.A.C; MENDONÇA, J.AMARANTE,J.M.B.; ALVES FILHO, M.B.; GRINBAUM,R.S.; RICHTMANN, R. Infecções Hospitalares: Prevenção e Controle. São Paulo: Savier, 1997.3-27; 639-647pp. ROBBERS, J. E.; SPEEDIE, M.K.; TYLER, V.E. Farmacognósia e Farmacobiotecnologia. São Paulo: Editorial Premier, 1997.372p. SILVA, R. C; Plantas medicinais na saúde bucal, Vitória, 2001. SHADOMY, S.; ESPINEL-INGROF, A.,GEBHAR, R.J. In vitro studies with sf 86-327, a new orally active allylamine derivatives. I Med. Vet. Mycol., 23:125-132, 1985. SOUZA, R.T.D.; et al. Caracterização da presença de ácido daniélico em extratos de ramos de pau-brasil com atividade fungitóxica. Disponível em: <http://www.botanicasp.org.br/pau_brasil/resumos/29.htm>, Acesso em: 20 de Setembro de 2004. VICENT, J.G.; VICENT, H.W. Filter paper disc modification of the Oxoford cup penicillin determination. Proc. Soc. Exp. Biol. Med., 25:162-164, 1944. XAVIER, M.N; RAMOS, I.N.C.; XAVIER, L.F. A Fitoterapia no Combate as Afecções Bucais, Editora idéia, 1995.

XU, H.X.; LEE, S.F. The antibacterial principle of Caesalpina sappan. Phytother Res, v.18, p.647– 51, 2004.

97

LA VÉÇvÄâáÆxáLA VÉÇvÄâáÆxáLA VÉÇvÄâáÆxáLA VÉÇvÄâáÆxá

98

Diante dos resultados obtidos concluímos que:

De acordo com os valores de DL50 e CL50 apresentados podemos

concluir que o vegetal estudado apresenta toxicidade moderada quando

administrado por via intraperitoneal.

O extrato etanólico de cerne de C. echinata Lam apresenta baixa

toxicidade por via oral.

A avaliação das propriedades antiinflamatórias do vegetal demonstrou

que o mesmo, quando administrado por via intraperitoneal, possui a

capacidade inibir o processo inflamatório agudo.

A administração do EE por via oral não demonstrou inibição do edema

de pata induzido por carragenina nas doses testadas.

Quanto à capacidade de inibir o desenvolvimento tumoral, o extrato

mostrou-se eficaz contra as duas linhagens tumorais testadas, sendo

mais ativo contra o carcinoma de Ehrlich.

A avaliação histológica demonstrou que o tratamento com extrato de C.

echinata não promoveu alterações teciduais relevantes.

Não foi evidenciada nenhuma atividade antimicrobiana satisfatória do

extrato etanólico de c. echinata nas concentrações testadas.

99

DCA exyxÜ£Çv|tá DCA exyxÜ£Çv|tá DCA exyxÜ£Çv|tá DCA exyxÜ£Çv|tá U|uÄ|ÉzÜöy|vtáU|uÄ|ÉzÜöy|vtáU|uÄ|ÉzÜöy|vtáU|uÄ|ÉzÜöy|vtá

100

ABIFITO – Associação Brasileira de Indústrias de Fitoterápicos. Perspectivas do setor de fitoterápicos. In: IBAMA/ CENARGEN. REUNIÃO TÉCNICASOBRE RECURSOS GENÉTICOS DE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS – Estratégias para conservação e manejo sustentável, 1. Relatório (não publicado). Brasília, 2001. AJITH, T.A.; JANARDHANAN, K.K. Cytotoxic and antitumor activities of a polypore macrofungus, hellinusrimosus (Berk) Pilat. Journal of Ethnopharmacology, v. 84, pp.157-162, 2003.

AGUIAR, F.A.; PINHO, R.A. Pau-brasil: Caesalpinia echinata Lam. Folheto 18, São Paulo: Instituto de Botânica, 1986. ALANÍS, A.D. et al. Antibacterial properties of some plants used in Mexican traditional medicine for the treatment of gastrointestinal disorders. Journal of Ethnopharmacology, v.100, pp.153–157, 2005. ALCARAZ, M.J.; CARVALHO, J.C.T. Flavonóides como agentes antiinflamatórios. In: CARVALHO, J.C.T. Fitoterápicos Antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto, SP: Ed. Tecmed, 2004.

ALENCAR, V.B.M. et al. Pro-inflammatory effect of galactose binding lectin isolated from Caesalpinia echinata Lam seeds. Lectins, Biology, Biochemistry, Clinical Biochemistry. v.16. Series editor Thorkild C. Bøg-Hansen, published by TEXTOP, 2002. Disponível em: <http://plab.ku.dk/tcbh/Lectins16/Alencar/paper.htm> Acesso em: 25 de janeiro de 2006. ALMEIDA, E. C.; MENEZES, H. Anti-inflammatory activity of propolis extracts: a review. J. Venom. Anim. Toxins. v. 8, n. 2, p. 191-212, 2002. ARMSTRONG, W.P. Natural Dyes. Herbalgram, v.32, p.30, 1994. BACARAT, F.F. et al. Cancerologia Atual. Um enfoque multidisciplinar. Editora Roca, São Paulo: 2000. BACCHI, E.M., et al. Antiulcer action and toxicity of Styrax camporum and Caesalpinia ferrea. Planta Med., v. 61, issue 3, p. 204-207, 1995. BASHFORD, C.F.; MURRAY, J.A., 1904, apud STEWART, H.L.; SNELL, K.C.; DUNHAM, L.J.; SCHILYEN, S.M. Transplantable and transmissible tumors of animals. Washignton: Armed forces Inst. of Pathol., p. 12, 1959. BARROS, S.B.M.; DAVINO, S.C. Avaliação da Toxicidade. In: SEIZI, O. (org.) Fundamentos da Toxicologia. 2° ed. São Paulo: Editora Atheneu, p.59-67, 2003.

101

BERSANI-AMADO, C. A. et al. Avaliação das atividades antiinflamatória e antibacteriana do extrato bruto do Stryphnodendron adstrigens (barbatimão). In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL, 82, 1996, Florianópolis, Resumos..., Florianópolis: s.ed., 1996. BOHM H, BOEING H, HEMPEL J, RAAB B, KROK A. Flavonols, Flavone and anthocyanins as natural antioxidants of foods and their possible role in the prevention of chronic diseases. Ernahrungswiss, v.2, p.147-63, 1998. BOIK, J. Cancer and natural medicine. Oregon Medical Press, p.5-14, 1996. BOGLIOLO, L. Patologia. 2° ed. São Paulo: Guanabara, 1097p, 1976. BOTHAM, P.A. Acute systemic toxicity—prospects for tiered testing strategies. Toxicology in Vitro, v. 18, pp. 227–230, 2004. BOUGHTON-SMITH, N.K.; EVANS, S.M.; HAWKEY, C.J.; COLE, A.T. BALSITIS, M.; WHITTLE, B.R.J.; MONCADA, S. Nitric oxide synthase activity in ulcerative colitis and Crohn’s disease. Lancet, v. 341, pp. 338–340, 1993. BOYD, M.; PAULL, K. Some practical considerations and applications of the National Cancer Institute in vitro anticancer drug discovery screen. Drug Development Research, v. 34, pp. 91-109, 1995. BRASIL. Portaria IBAMA nº 06-N, de 15 de janeiro de 1992. Lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Diário Oficial da União, Brasília, DF, v. 130, n. 16, 23 jan. 1992. Seção I. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução – RE n° 89, de 16/03/2004 – Dispõe sobre o registro de fitoterápicos simplificado. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 18 de março de 2004a. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução – RE n° 90, de 16/03/2004 – Determina a publicação da "GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE TOXICIDADE PRÉ-CLÍNICA DE FITOTERÁPICOS”. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 18 de março de 2004. BREVOORT, P. The Booming U.S. Botanical Market: A New Overview. HerbalGram, v. 44, pp. 33-46, 1998. BRIGHMAN, K.L. Mediators of the inflammation process: prostanoids. In: HENSON,P.M.; MURPHY, R.C. Mediators of the inflammation process. Amsterdam: Elsevier, pp. 1-10, 1989.

102

BROTZU, G. Richerche su di un nuovo antibiotico. Lav. Ist. d'Igiene Cagliari, p.1-11, 1948. BUCCHI, D.F. Efeitos do medicamento homeopático. Método Canova em camundongos normais e portadores do tumor sarcoma 180. Dissertação (Compilação de duas teses de mestrado), Departamento de Biologia Celular, Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2002. CALIXTO, J.B. Efficacy, quality control, marketing and regulatory guidelines for herbal medicines (phytotherapeutics agents). Braz. J. Med. Biol. Res., v. 33, pp. 179-189, 2000. CALIXTO, J.B. Biodiversidade como fonte de medicamentos. Ciência e Cultura, v.55, n. 3, pp. 37-39, 2003. CARCALHO, I.B.M. O uso popular das plantas medicinais da caatinga do povoado de Curitiba, município de Canindé do São Francisco, Sergipe. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente), Universidade Federal de Sergipe, 1999. CARVALHO, J.C.T.; TEIXEIRA, J. R.M.; SOUZA, P.J.C.; BASTOS, J.K.; FILHO, D.S.; SILVIO, J. S. Preliminary studies of analgesic and anti-inflammatoryproperties of Caesalpinia ferrea crude extract. Journal of Ethnopharmacology, v. 53, pp. 175-178, 1996. CARVALHO, J.C.T. Constituintes de plantas com atividade antiinflamatória. In: CARVALHO, J.C.T. Fitoterápicos Antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto, SP: Ed. Tecmed, 2004.

CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso de madeira. Colombo: EMBRAPA-CNPF; Brasília, DF: EMBRAPA-SPI, 1994. 640 p.

CASTRO J.A. Toxicologia basica mecanismosa de toxicidad y sus aplicaciones. Acta Bioq. Clin. Latinoamericana, v.2, pp.197-206, 1993. CHABNER, B.A. In “Cancer Chemotherapy: Principles and practice”; CHABNER, B.A.; COLLINS, J.A. (Eds); Lippincott, Philadelphia, pp. 1-15, 1990. CHAMBERS, H.F.; SANDE, M.A. Antimicrobial Agents. In: HARDMAN, J.G.; LIMBIRD, L.E.; MOLINOFF, P.B.; RUDDON, R.W.; GILMAN, A.G. (Eds), The Farmacological Basis of Therapeutics, pp. 1029, 1996. CHAPPILL, J.A. Cladistic analysis of the Leguminosae: The development of an explicit hypothesis. In: CRISP, M.D.; DOYLE, J.J. (Ed.). Advances

103

in legumes systematic. Richmond: Royal Botanic Gardens, Kew, pp. 1-10, 1995. CHIANG, L. C. et al. In vitro antiviral activities of Caesalpinia pulcherrima and its related flavonóides. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 52, pp. 194–198, 2003. CHIEN S. Rheology in the microcirculation in normal and low flow states. Adv. Shock Res., v. 8, pp. 71-80, 1982. CHOI, S.; MOON, C. Effects of brazilin on the altered immune functions in the early phase of halothane intoxication of C57BL/6 mice. Planta Medica, v. 63, issue5, pp. 400-404, 1997. CIRINO G. Multiple controls in inflammation: extracellular and intracellular phospholipase A2 inducible and constitutive cyclooxygenase and inducible nitric oxide synthase. Biochem. Pharmacol., v. 55, pp. 111-20, 1998. CLARK, A.M. Natural Products as a Resource for New Drugs. Pharm. Res., v. 13 (8), p.1133-1141, 1996. CLAUS, E.P.; TYLER, V.E. Farmacognosia.. Ciencia y Técnica, Instituto del Libro. La Habana., 1970. COLLINS, T. Inflamação Aguda e Crônica. In: CONTRAN, R.S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. (Eds). Robbins -Patologia Estrutural e Funcional. 6° ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., pp.44-77, 2000. CONTRAN, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Neoplasia. In: CONTRAN, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. (Eds.) Robbins - Patologia Estrutural e Funcional. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., pp. 233-295, 2000. COHEN, M. L. Epidemiology of drug resistance: implications for a postantimicrobial era. Science, v.257, p.1050–1055, 1992.

CORDELL, G.A. Changing strategies in natural products chemistry. Phytochemistry, v.40, n.6, p.1585-1612, 1995. CORRÊA, A.M.S.; Morfologia polínica de Caesalpinia echinata Lam. (Leguminosae – Caesalpinioideae). Revista Brasil. Bot., V. 26 (3), pp. 355-359, 2003. CORRÊA, M. P; Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal: Rio de Janeiro, vol. 5, 1984. COWLDRY, E.V. Cancer Research. In: SAUNDERS, W.B. (org), Cancer cells. Philadelphia, p.546-574, 1955.

104

CRAGG, G.M.; NEWMAN, D.J. Discovery and development of antineoplastic agents from natural sources. Cancer Invest., v. 17 (2), pp. 153-163, 1999. CULOTTA, E. Funding crunch hobbles antibiotic resistance research. Science, v. 264, pp. 362–363, 1994. DAGLI, M.L.Z. Disseminação linfática do tumor de Ehrlich: estudo experimental. Dissertação (Mestrado) Patologia Experimental Comparada, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1989.

DAHANUKAR, S.A., KULKARNI, R.A., REGE, N.N. Pharmacology of medicinal plants and natural products. Indian Journal of Pharmacology, v. 32, issue 4, pp. 81–118, 2000. DAYRENS, P.; IVANOFF, B.; CUSSAC, M.; FONTAGES, R. Aspect actuel de l’inflammation. Paris: Sem. Hop., v.56, nº 19-20, p. 995, 1980.

DE PASQUALE, A., Pharmacognosy: the oldest modern science. Jounal of ethnopharmacology, v.11, p. 1–16, 1984. DEPHILIPS, R.A. Historical connections between the discovery of Brazil and the neotropical brazilwood, Caesalpinia echinata Lam. Arch. Nat. Hist., v. 25 (1), pp.103-108. 1998. DIMECH, G.S. Avaliação toxicológica pré-clínica do extrato bruto da Mentha crispa. Dissertação (Mestrado em Fisiologia) – Laboratório de Farmacologia e Toxicologia Pré-Clínica de Compostos Bioativos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003. DI ROSA, M.; GIROUD, P.J.; WILLOUGHBY, D.A. Studies of the mediators of acute inflammatory response induced in rats in different sites by carrageenan and turpine. J. Pathol. 101:15-29, 1971. DI ROSA, M. Biological properties of carrageenan. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutic, v. 24, p. 89-102, 1972. DRAIZE, J.H.; WOODARD, G.; CALVERY, H.O. Method for the study of irritation and toxicity of substances applied topically to the skin and mucous membranes. J. Pharmacol. Exp. Ther., v. 82, p. 337- 90, 1944. DREW, A.; MYERS, S.P. Safety issues in herbal medicine: implications for the health professions. Med. J. Australia, v. 166, p. 538-541, 1997. DUGALD, T.S.; FRANCIS, Y.; WILLIAM, R.F. Acute joint inflammation – Mechanisms and mediators. Gen. Pharmacol., v. 25, n. 7, p. 1285-1296, 1994.

105

DUNN, T.B. The value of animal research and the men who do this research. Cancer Research, v. 22, p. 898-905, 1962. EHRLICH, P. Experimentally carcinomstudiem an Mäusen. Arb. Inst. Exp. Ther. Frankfurt, v.1, p.78-80, 1906. EVAN, G.I. et al. Induction of apoptosis in fibroblast by c-myc protein. Cell, v. 69(1), p. 119-28, 1992. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002. 657p. FERRANDIZ, M.L.; ALCARAZ, M.J. Anti-inflammatory activity and inhibition of arachidonic acid metabolism by flavonoids. Agents Actions, v.32, p.283-8, 1991. FILHO, G.B. Patologia. 6º ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, p. 157-159, 2000. FLEMING, M.; MIHIC, S.J.; HARRIS, R.A. Ethanol. Cap 18 In: GOODMAN and GILMAN (eds.) The pharmacological basis of therapeutics. USA: McGraw-Hill, 10ª ed., pp.429-445, 2001. FOEGH, M.L.; RAMWELL, P.W. Os eicosanóides: prostaglandinas, tromboxanos, leucotrienos e compostos relacionados. In: KATZUNG, B.G. Farmacologia básica e clínica. 8º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. FONN, K.A., Biological responser modifiers: the new immunotherapy. Cancer Res., V. 49. pp. 1621, 1989.

FONTES, R.S. Pau Brasil, um sonho de resgate. Recife: Funbrasil, p. 26; 87-97, 195-95. FORMICA, J.V.; REGELSON, W. Review of the biology of quercetin and related bioflavonoids. Food Chem Toxicol, v.33, p.1061-80, 1995. FREIRE, M.L.L.B. Avaliação da atividade antitumoral e antibacteriana do extrato etanólico da Caesalpinia echinata Lam. 2004. 25p. (Monografia de Conclusão de Curso) – Departamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. FUKUSHIMA, R. S.; FUZETO, A. Quantificação do teor de lignina na madeira do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) através de três procedimentos analíticos. In: Simpósio Pau-brasil: ciência e arte, 2003, São Paulo, SP. Anais (CD-ROM), 2003.

106

FURST, D.E.; MUNSTER, T. Antiinflamatórios Não-esteroidais, Agentes Anti-reumáticos Modificadores da Doença, Analgésicos Não-opióides & Drogas Utilizadas na Gota. In: KATZUNG, B.G. Farmacologia básica e clínica. 8º ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. GALE, E.F.; CUNDLIFFE, E.; REYNOLDS, P.E.; RICHMOND, M.H.; WARING, M.J. The molecular basis of antibiotic action, 2nd ed. John Wiley & Sons, London, United Kingdom, 1981. GARCIA LEME, J.; BECHARA, G.H.; SUDO, L. The proinflammatory function of lymphocytes in non-immune inflammation: Effect of steroidal and non-steroidal anti-inflammatory agents. Br. J. Exp. Path., v. 58, p. 703, 1977. GINTER, E. The role of antioxidants in the prevention of tumors. Bratisl Lek Listy, v. 96, pp. 195-209, 1995.

GIUDICE-NETO, J.D.; SEBBENN, A.M.; KAGEYAMA, P.Y. Herança e ligação em locos isoenzimáticos de Caesalpinia echinata L. (Pau-brasil). Rev. Inst. Flor., São Paulo, v. 16, n. 2, p. 101-110, 2004. GOLBERG, S.H., 2001. De la Fitoterapia a la Fitomedicina. Disponível em: <http://www.plantasmedicinales.org/etno/mai/2001/lhtm> Acesso em: 27 de Novembro de 2005. GOLDENBERG, D. Targeted cancer treatment. Immunology today, v. 10, pp.286-288, 1989. GOLDFRANK, L., et al., The Pernicious Panacea: Herbal Medicine. Hospital Physician, v. 10, p. 64–86, 1982. GREENWOOD, D. Historical Introdution (cap. 1), In: O'GRADY, F.; LAMBERT, H.P.; FINCH, R.G.; GREENWOOD, D. (Eds), Antibiotic and Chemotherapy, Ed. Churchill Livingstone, p. 2-9, 1997. GROOT, H.; RAUEN, U. Tissue injury by reactive oxygen species and the protective effects of flavonoids. Fundam Clin Pharmacol, v.3, p.249-55, 1998. GUERRA, M.R.; GALLO, M.C.V.; MENDONÇA, G.A.S. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Revista Brasileira de Cancerologia, v.51, n.3, p. 227-234, 2005. GUERRA, M.R.; MOURA GALLO, C.V.; MENDONÇA, G.A.S. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 51(3), pp227-234, 2005. GUPTA, M.; MAZUMDER, U.K.; KUMAR, R.S.; KUMAR, T.S. Studies on Anti-inflammatory, Analgesic and Antipyretic Properties of Methanol

107

Extract of Caesalpinia bonducella leaves in Experimental Animal Models. Iranian Journal Of Pharmacology & Therapeutics, v.2, p.30-34, 2003. GUPTA M, MAZUMDER UK, KUMAR RS, SIVAKUMAR T, VAMSI ML. Antitumor activity and antioxidant status of Caesalpinia bonducella against Ehrlich ascites carcinoma in Swiss albino mice. J Pharmacol Sci., v.94 (2), p.177-84, 2004. HARBONE, J.B. Phytochemical methods. 3° ed., London: Chapman & Hall, p.228, 1998. HARRIS, C.C. Chemical and physical carcinogenesis: advances and perspectives for the 1990s. Cancer Res., V.51, p. 5023s – 5044s, 1991. HIKINO, H. et al. Antiinflammatory principles of Caesalpinia sappan wood and of Haematoxylon champechianum wood. Planta Med, v. 31, issue 3, p. 214-220, 1977. HIRONO, I.; MORI, H.; HAGA, M. Carcinogenic activity of Symphytum officinale. J. Natl. Cancer Inst., v. 61, p. 865 - 869, 1978. HIRONO I. Bioactive molecular. Naturally ocurring carcinogenes of plant origin. Toxicology phatology and Biochemistry. Biol Pharm Bull, v.2, p.120-58, 1987. HU, C. M. et al. Induction of vasorelaxation through activation of nitric oxide synthase in endothelial cells by brazilin. European Journal of Pharmacology, v.68, p.37– 45, 2003. HURSTING, S.D. et al. Mechanism-Based Cancer Prevention Approaches: Targets, Examples, and the Use of Transgenic Mice. J. Natl. Cancer Inst., v.91, p. 215 – 225, 1999. ISSELBACHER, K.J.; BRAUNWALD, E.; WILSON, J.D. Medicina Interna, 13° ed. México: Nueva Editorial Interamericana, 1995 (1): 391-409. JAKÓBISIAK, M.; LASEK, W.; GOLAB, J. Natural mechanisms protecting against cancer. Immunology Letters, v. 90, 103 – 122, 2003. JONES, P.A.; LAIRD, P.W. Cancer epigenetics comes of age. Nature Genet, v.21, p.163-167, 1999. KANENO, R. et al. Effects of extracts from Brazilian sun-mushroom (Agaricus blazei) on the NK activity and lymphoproliferative responsiveness of Ehrlich tumor-bering mice. Food and Chemical Toxicology, v. 42 (6), pp. 909-916, 2004.

108

KANG-JU K. et al. Inhibitory effects of Caesalpinia sappan on growth and invasion of methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Journal of Ethnopharmacology, v. 91, p. 81– 87, 2004. KAWAMURA M. DNA circulante em paciente com câncer. Germinis - Boletim Informativo Conselho Federal de Biologia, v.2, nº8, 1999. KIM, H.K. et al. Effects of naturally occurring flavonoids on nitric oxide production in the macrophage cell line RAW 264.7 and their structure–activity relationships. Biochemical Pharmacology, v. 58, p. 759–765, 1999. KLAASSEN, C.D.; AMDUR, M.A.; DOULL, J. Casarett and Doull´s: toxicology the basic science of poisons, 5° ed. New York: McGraw Hill, 1996. KOJ, A. REVIEW: Termination of Acute-Phase Response: Role of Some Cytokines and Anti-Inflammatory Drugs. Gen. Pharmac., v. 31, n.1, p. 9 – 18, 1998. KUNIN, C. M. Resistance to antimicrobial drugs-a world-wide calamity. Ann. Intern. Med, V. 118, p. 557– 561, 1993. LAPA, A. J. et al. Farmacologia e toxicologia de produtos naturais. In: SIMÕES, C.M.O. (org.) Farmacognosia da planta ao medicamento. 2° ed. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da UFRGS/ Editora da UFSC, p. 181-196, 2000. LAZO, J.S.; LARNER, J.M. Drogas antineoplásicas individuais. In: Brody TM, Laner JM, Nneman KP, Neu AC (Eds). Farmacologia humana: da molecular à clínica, 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, pp. 513-547, 1997. LEE, N.M.; BECKER, C.E. The alcohols. Cap 22 In: KATZUNG, B.G. (eds.), Basic and Clinical Pharmacology. USA: Prentice-Hall International Inc.,1989: 278-286. LEME, G.J. Regulatory mechanisms in inflamation: new aspects of autopharmacology. Gen. Pharmac., v.12, p.15, 1981. Levi-Montalcini R 1986. The Nerve Growth Factor: Thirty-Five Years Later. Nobel lecture, 349-369. http://nobelprize.org/medicine/laureates/1986/levi-

montalcini-lecture.html, acessado em Janeiro de 2006. LIMA, G.S., MARTINS, O.T. Screening farmacológico de plantas medicinais utilizadas popularmente como antiinflamatória. In: Resumo do XIV Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, Florianópolis, p. F-035, 1996.

109

LIMA, M.R.F. et al. Anti-bacterial activity of some Brazilian medicinal plants. Journal of Ethnopharmacology, 2005. Article in press. LOEWENTHAL, H.; JAHN, G. Ubertrangungversuche mit carcinomatoser Mause-Ascitesflussigkeit und ihr Verhalten gegen physikalische und Chemische Einwirkungen. Ztschr.f. Krebsforsch, v. 37, p. 439, 1932. LOOMIS, M.D.; HAYES, A.W. Loomis´s essentials of toxicology. 4° ed. California: Academic Press, 1996. LORENZI, Henry; SILVA, Juares. Técnicas de Plantio – Pau Brasil. Figura 1 D. Disponível em: http://www.udr.org.br/tecnicas_plantio2.htm. Acesso 20 de janeiro de 2006. MAGRATH, I. New directions in cancer treatment. Berlim: Springer- Verlag, 1989. MARKHAN, K.R. Techinques of flavonóide identification. London: Acad. Press., p.52-61, 1982. MATELES, R.I. Penicillin: A Paradigm for Biotechnology. Chicago: Ed. Candida Corporation, 1998. MATOS, A.F.J. Living pharmacies. Ciência e Cultura. Journal of the Brazilian Association for the Advancement of Science, v. 49, pp. 409 –412, 1997. MATOS, F.J.A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2ª ed, Fortaleza: Editora Universitária da Universidade Federal do Ceará, 1997. MATSUDA, H.; et al. Structural requirements of flavonoids for nitric oxide production inhibitory activity and mechanism of action. Bioorganic and Medicinal Chemistry, v. 11, 1995 – 2000, 2003. MATSUNAGA M, et al. Vibrational property changes of spruce wood by impregnation with water-soluble extractives of pernambuco (Guilandina echinata Spreng.) II: structural analysis of extractive components. Journal of Wood Science, v. 46 (3), 253, 2000. MELLO, E.C.C.; XAVIER FILHO, L. Plantas medicinais de uso popular no estado do Sergipe. Aracajú: UNIP, 384 p., 2000. MENTZ, L.A., SCHENKEL, E.P. A coerência e a confiabilidade das indicações terapêuticas. Caderno de Farmácia, v. 5 (1/2), p. 93 –119, 1989.

110

MICHALANY, J., 1980, Técnica histológica em anatomia patológica.. Editora Pedagógica e Universitária Ltda., São Paulo, 277p. MIN YE, et al. Brazilein, an important immunosuppressive component from Caesalpinia sappan L. International Immunopharmacology, article in press, 2005. MONGELLI, E.; COUSSIO, J.; CICCIA, G. Buscando nuevas sustancias naturales contra el cáncer. Disponível em: <http://www.plantasmedicinales.org/etno/1htm>. Acesso em: 27 de Novembro de 2005. MONTENEGRO, M.R.; FRANCO, M. Patologia: Processos Gerais. 3ºed., Ed. Atheneu, p. 122, 1995. MOON, C.K., et al. Effects of brazilin on glucose oxidation, lipogenesis and therein involved enzymes in adipose tissues from diabetic KK-mice. Life Sci. v. 53, p. 1291– 1297, 1993. MOON, C.K.; et al. Brazilin protects cultured rat hepatocytes from BrCCl3-induced toxicity. Drug Chem Toxicol., v. 15(1), p. 81-91, 1992. MOVAT, H.Z. The acute inflammatory reaction. In: MOVAT HZ. Inflammation, immunity and hipersensitivity. New York: Harper & Row, p. 430 - 98, 1971. MUKHERJEE, A.K.; et al. Advances in Cancer Therapy with Plant Based Natural Products. Current Medicinal Chemistry, v.8, p. 1467-1486, 2001. MYGIND N. Alergia. Um Texto Ilustrado. 1ª ed, Rio de Janeiro: Revinter, 1993. 483p. NAKAMURAA, E.S.; et al. Cancer chemopreventive effects of constituents of Caesalpinia ferrea and related compounds. Cancer Letters, v. 177, p.119–124, 2002. NAKANISHI, K. An historical perspective of natural products chemistry. In: S. Ushio (Ed.), Comprehensive Natural Products Chemistry, Vol. 1. Elsevier Science B.V., Amsterdam, pp. 23–40, 1999. NEU, H.C. The crisis in antibiotic resistance, Science, v. 257, p. 1064– 1073, 1992.

NEWMAN, D.J.; CRAGG, G.M.; SNADER, K.M. The influence of natural products upon drug discovery. Nat. Prod. Rep., v. 17, p. 215 – 234, 2000.

111

NEWALL, C.; ANDERSON, L.A.; PHILLIPSON, J.D. Plantas medicinais: guia para profissionais de saúde. São Paulo: Editorial Premier, 308p., 2002. OGONOWSKI, A. A.; et al. Anti-i nflammatory and analgesic activity of an inhibitor of neuropeptide amidation. J Pharm Exp Ther; v. 280, p. 846 - 853, 1997. OLIVEIRA, D.M.T.; PAIVA, E. A. S. Anatomy And Ontogeny OF Pterodon emarginatus SEED. Braz. J. Biol., v. 65, n. 3, p. 483-494, 2005. OLIVEIRA, L.F.C.; et al. Vibrational spectroscopic study of brazilin and brazilein, the main constituents of brazilwood from Brazil. Vibrational Spectroscopy, v. 28, p. 143 – 249, 2002. OLIVEIRA, L.G.; et al. Inibidores de proteases encontrados em sementes de Caesalpinia echinata (paubrasil) – isolamento e caracterização do inibidor de tripsina. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 12, supl., p. 72 - 74, 2002. OMS –Organización Mundial de la Salud. Pautas para la evaluación de medicamentos herbários. Ginebra, 1991. OMURA, S. Trends in the search for bioactive microbial metabolites. J. Ind. Microbiol., v. 10, p. 135–156, 1992. PAYNE, G., BRINGI et al. The quest for commercial production of chemical from plant cell culture. In: PAYNE, G.; BRINGI, V.; PRINCE, C.; SHULER, M.L. Plant Cell and Tissue Culture in Liquid Systems, Oxford: Oxford University Press, 1991. PEÑA, C.E.; CARTER, D.E.; AYALA-FIERRO, F. Toxicología Ambiental: Evaluación de riesgos y restauración ambiental, 2001. Distributed on the Internet via Southwest Hazardous Waste Program website at: http://superfund.pharmacy.arizona.edu/toxamb/. Acesso em 23 de abril de 2005. PEREIRA, W.M.M. Mortalidade e sobrevida por câncer de mama, no estado Pará. Dissertação (Mestrado Interinstitucional em Saúde Pública). FIOCRUZ / Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade Federal do Pará, 2001. PHILIPS, J.; MURRAY, P.; CROCKER, J. The biology of disease. Blackwell Science, v. 25, p. 22 - 43, 1995. PIETTA, P.G. Flavonoids as antioxidant. J Nat Prod, v.63, p.1035-42, 2000.

112

PINTO, A.C. O Pau-brasil e um pouco da história brasileira. Disponível em: <http://www.institutopaubrasil.org.br/conhecendo_o_pau_brasil.htm > Acesso: 15 de Junho de 2002. POLHILL, R.M., VIDAL, J.E. Caesalpinieae. In: POLHILL, R.M.; RAVEN, P.H. (eds.) Advances in legume systematics. London: Royal Botanic Gardens, Kew, pp. 81–95, 1981. PRESTON, T.M.; KING, R.A., AYANS, J.S. The cytoskeletum and cell motility. Glasgow: Black, 613p., 1990. QUEIROZ, M.L.S.; et al. Evaluation of caesalpinia ferrea extract on bone marrow hematopoiesis in the murine models of listeriosis and Ehrlich ascites tumor. Immunopharmacology and Immunotoxicology, v. 23, nº. 3, p. 367 - 382, 2001. RAO, Y.K.; SHIH-HUA FANG; YEW-MIN TZENG. Anti-inflammatory activities of flavonoids isolated from Caesalpinia pulcherrima. Journal of Ethnopharmacology, v.100, p 249–253, 2005. RATES, S. M.K., Plants as source of drugs. Toxicon, v. 39, p. 603 - 613, 2001. REBECCA, M.A.; et al. Toxicological studies on Stryphnodendron adstringens. Journal of Ethnopharmacology, v.83, p.101-104, 2002. REDDY, V.L.N.; et al. Inhibitory activity of homoisoflavonoids from Caesalpinia sappan against Beauveria bassiana. Fitoterapia, v. 74, p. 600 – 602, 2003. REZENDE, C. M., et al. Constituintes Químicos Voláteis das Flores e Folhas do Pau-Brasil (Caesalpinia echinata, Lam.) Quím. Nova, vol. 27, n. 3, p. 414 – 416. 2004. RIZZINI, C.T. Plantas do Brasil – Árvores e Madeiras Úteis do Brasil – Manual de Dendrologia Brasileira. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1971. ROBERTSON, E.H.; CARTWRIGHT, R.A.; WOOD, J. J. Sci. Food Agr., v.7, p.637-640, 1956. RODRIGUES, E.A.C; MENDONÇA, J.AMARANTE,J.M.B.; ALVES FILHO, M.B.; GRINBAUM,R.S.; RICHTMANN, R. Infecções Hospitalares: Prevenção e Controle. São Paulo: Savier, 1997.3-27; 639-647pp. RUSSO, A.; ACQUAVIVA, R.; CAMPISI, A.; SORRENTI, V.; DI GIACOMO, C. Bioflavonoids as antiradicals, antioxidants and DNA cleavage protectors. Cell Biol Toxicol, v.16, p.91-8. 2000.

113

SAITOH, T.; et al. 3-Benzilchroman derivatives related to brazilin from sappan lignum. Chem Pharm Bull, v. 34, issue 6, p. 2506 - 2511, 1986. SCHLEDE, E., et al. Oral acute toxic class method: A successful alternative to the oral LD50 test. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v. 42, p. 15 – 23, 2005. SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; ATHAYDE, M.L. Saponinas In: SIMÕES, C.M.O. (Ed.) Farmacognosia da planta ao medicamento. 2° ed. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da UFRGS/ Editora da UFSC, p. 181-196, 2000. SEIBERT, K..; ZHANG, Y.; LEAHY, K.; HAUSER, S.; MASFERRER, J.; PERKINS, W.; LEE, L.; ISAKSON, P. Pharmacological and biochemical demonstration of the role of cyclooxigenase 2 in inflammation and pain. Proc. Natur. Acad. Scie., v. 91, pp.12013-12017, 1994. SUGIURA, M. et al. Cryptic dysfunction of cellular immunity in asymptomatic human immunodeficiency virus (HIV) carriers and its actualization by an environmental immunosuppressive factor. In vivo. v. 8( 6), p. 1019-1022, 1994. SILVA, M.C.; CARVALHO, J.C.T. Inflamação. In: CARVALHO, J.C.T. Fitoterápicos Antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto, SP: Ed. Tecmed, 2004. SILVA, R. C; Plantas medicinais na saúde bucal, Vitória, 2001. SIQUEIRA, J.R.; DANTAS, C.J.S. Mecanismos Celulares e Moleculares da Inflamação. MEDSI, 225P, 2000. SOSA S., et al. Preliminary investigation on the anti-inflammatory and anti-microbial activities of propolis. Pharm. Pharmacol. Lett., 1997, 4, 168-71. SOUZA, P. F. Plants and Plant Sciences in Latin America, F. VERDOORN (ed.), Chronica Botanica Company, Waltham, MA, USA, pp. 111–119, 1945. SOUZA, R.T.D.; et al. Caracterização da presença de ácido daniélico em extratos de ramos de pau-brasil com atividade fungitóxica. Disponível em: <http://www.botanicasp.org.br/pau_brasil/resumos/29.htm>, Acesso em: 20 de Setembro de 2004. SUGIURA, K.; STOCK, C.C. The effect of phosphoramides on the growth of a variety of mouse and rat tumors. Cancer Research, v.2, pp. 318, 1954.

114

SRINIVAS, K.V.N.S., et al. Flavonoids from Caesalpinia pulcherrima. Phytochemistry, v. 63, p. 789 – 793, 2003. STEWART, J.M. Roles for kinins in inflammation. In: HERSON, P.M.; MURPHY, R.C. Mediators of the inflammation process. Amsterdam: Elsevier, p. 189 - 215, 1989. TENNANT, R. et al. Chemical Carcinogenesis. In: FRANKS, L.M.; TEICH, N.M. (eds) Uma Introdução a Biologia Celular e Molecular do Câncer, 3 ed., Ed. Oxford, Oxford University Press, p.106, 1997. TESKE, M.; TRENTINI, A.M. Compêndio de Fitoterapia. 2° ed. Curitiba: Herbarium, 1995. TONNEL, A.B.; et al. Interactions between endothelial cells and effector cells in allergic inflammation. In: Cytokines and Adhesion Molecular in lung inflammation. New York: Academy of Sciences, v. 746, 1996. TUCKER, S.C. Floral development in legumes. Plant Physiology, v.131, p. 911-926, 2003. VANE, J. R.; BAKHLE, Y. S.; BOTTING, R. M. Cyclooxygenases 1 and 2. Annu. Rev. Pharmacol. Toxicol., v. 38, p.97 – 120, 1998. VINEGAR, R.,W.; SCHEIRBER; HUGO, R.. Biphasic development of carrageenan edema in rats. J. Pharmacol. Exp.Ther.150: 328-334, 1969. VINEGAR R., TRUAX, J F.; SELPH, J.L.. Some quantitative temporal characteristics of carrageenan-induced pleurisy in the rat. Proc. Soc. Exp. Biol. Med., v. 143, pp. 711-714, 1973. VULTO, A.G., SMET, P.A.G.M., Drugs used in non-orthodox medicine. In: DUKES, M.M.G. (Ed.). Meyler’s Side Effects of Drugs, 11th Ed. Elsevier, Amsterdam, p. 999–1005, 1988. WAGNER, H.; BLADT, S. Plant drug analisis. A thin layer chromatografy atlas. 2ed Berlim: Springer Verlag, p. 384, 1996. WAYT, Thomas. The New York Botanical Garden. Figura 1-B e C. Disponível em http://www.nybg.org/bsci/res/bahia/Caesalpinia_whole.htm. Acesso 8 de novembro de 2005. WINTER, C.A., RISLEY, E.A., NUSS, G.W. Carrageenan-induced o edema in hind paw of the rat as an assay for anti-inflammatory drugs. Proceedings of the Society for Experimental Biology and Medicine Society for Experimental Biology and Medicine, v. 111, p. 544 - 547, 1962.

115

World Health Organization (WHO). Council for International Organizations of Medical Sciences (CIOMS). International Ethical Guidelines for Biomedical Research involving Humans Subjects. Geneva, 1993. World Health Organization (WHO). Scientific Working Group, Resistance to antimicrobial agents. Bulletin of the World Health Organization 71, 335–336, 1996. World Health Organization (WHO). The World Health Report. Life in the 21st Century: Vision for all. World Health Organization, Geneva, Switzerland, pp. 39–60. 1998. World Health Organization (WHO). WHO monographs on selected medicinal plants. Genebra: World Health Organization, p.35-44 2001. World Health Organization (WHO). Estrategia de la OMS sobre medicina tradicional. Organización Mundial de la Salud de Ginebra 1–9, 57, 2002. XAVIER, M.N., RAMOS, I.N.C., XAVIER, L.F. A Fitoterapia no Combate as Afecções Bucais, Editora idéia, 1995. XIE, YI-WU, et al. Vasorelaxing effects of Caesalpinia sappan Involvement of endogenous nitric oxide. Life Sciences, v. 67, p. 1913 -1918, 2000. XU, H.X., LEE, S.F. The antibacterial principle of Caesalpina sappan. Phytother Res, v. 18, p. 647– 51, 2004. XU, J., YADAN, J.C. F i r s t Synthesis of (+)-Brazilane from (+)-Brazilin. Tetrahedron Letters, v. 37, n. 14, p. 2421-2424, 1996. YAN, X., et al. Development and optimization of a method for the analysis of Brazilein by HPLC with electrochemical detection. Journal of Chromatography A, v. 1077, p. 44 - 48, 2005.

YINGMING, P., et al. Antioxidant activities of several Chinese medicine herbs. Food Chemistry, v. 88, Issue 3, p. 347-350, 2004.

YUE-ZHONG SHU. Recent natural products based drug development: a pharmaceutical industry perspective. J. Nat. Prod., v. 61, n. 8, p. 1053-1071, 1998.

YUNES, A.R.; CALIXTO, J.B. Plantas Medicinais – sob a ótica da Química Medicinal Moderna. Ed. Argos, Chapecó, 2001. ZAIA, H.A.B.A. Desenvolvimento floral de Caesalpinia echinata Lam., Caesalpinia peltophroides Benth e Caesalpinia ferrea Var. leyotachia

116

Benth (Fabaceae/Caeasalpinioideae). Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais, com opção em silvicultura), Escola Superior de Agrucultura “Luiz de Queiroz”, USP, Piracicaba, São Paulo, 2004.

ZHAO, YU NAN; PAN, YANG; TAO, JIA LIN; XING, DONG MING; DU, LI JUN. Study on Cardioactive Effects of Brazilein. Pharmacology, v.76, p.76-83, 2006.

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo