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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO DEPARTAMENTO DE MATERIAIS DENTÁRIOS E PRÓTESE AVALIAÇÃO CLÍNICA DO TEOR RESIDUAL DO PIROFOSFATO TETRASSÓDICO LIBERADO POR DOIS FIOS DENTAIS PRODUZIDOS COM DIFERENTES MATERIAIS. Leandro Pereira Corsi Ribeirão Preto 2008

"Avaliação clínica do efeito residual do pirofosfato tetrassódi

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Page 1: "Avaliação clínica do efeito residual do pirofosfato tetrassódi

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

DEPARTAMENTO DE MATERIAIS DENTÁRIOS E PRÓTESE

AVALIAÇÃO CLÍNICA DO TEOR RESIDUAL DO PIROFOSFATO TETRASSÓDICO

LIBERADO POR DOIS FIOS DENTAIS PRODUZIDOS COM DIFERENTES MATERIAIS.

Leandro Pereira Corsi

Ribeirão Preto

2008

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LEANDRO PEREIRA CORSI

AVALIAÇÃO CLÍNICA DO TEOR RESIDUAL DO PIROFOSFATO TETRASSÓDICO

LIBERADO POR DOIS FIOS DENTAIS PRODUZIDOS COM DIFERENTES MATERIAIS.

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto, da

Universidade de São Paulo, para

obtenção do título de Mestre em

Odontologia, junto ao Departamento de

Materiais Dentários e Prótese.

Área de Concentração: Reabilitação Oral Orientador: Prof. Dr. Vinícius Pedrazzi

Ribeirão Preto

2008

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO DO TEOR TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU

ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Campus Usp - Ribeirão Preto

Corsi, Leandro Pereira Avaliação clínica do teor residual do pirofosfato tetrassódico liberado por dois fios dentais produzidos com diferentes materiais. Ribeirão Preto, 2008.

101 p. : il. ; 30cm

Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP. Área de Concentração: Reabilitação Oral. Orientador: Pedrazzi, Vinícius.

1. Fio dental. 2. Pirofosfato tetrassódico. 3. Cromatografia de íons. 4. Cálculo dental. 5. Teor residual. 6. Nylon texturizado. 7. Polipropileno entrelaçado.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Leandro Pereira Corsi

Avaliação clínica do teor residual do pirofosfato tetrassódico liberado por dois fios

dentais produzidos com diferentes materiais.

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto, da

Universidade de São Paulo, para

obtenção do título de Mestre.

Área de Concentração: Reabilitação Oral

Aprovado em: ____/____/____

Banca Examinadora:

1) Prof.(a). Dr.(a).:_____________________________________________________ Instituição: ___________________________________________________________

Julgamento: ____________________________Assinatura: ____________________

2) Prof.(a). Dr.(a).:_____________________________________________________ Instituição: ___________________________________________________________

Julgamento: ____________________________Assinatura: ____________________

3) Prof.(a). Dr.(a).:_____________________________________________________ Instituição: ___________________________________________________________

Julgamento: ____________________________Assinatura: ____________________

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DEDICATÓRIA

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DEDICO ESTE TRABALHO:

A DEUS,

Pai de todos nós, que em sua imensa bondade, me

abençoou para alcançar e vencer mais esta etapa em minha vida. Agradeço ao

Senhor por me fazer uma pessoa verdadeira, autêntica, honesta e que busca a

cada segundo meus objetivos, sem necessitar me sobrepor aos outros para

concretizar meus ideais. Tua proteção e guia divina sempre serão fontes

inesgotáveis de inspiração, luta e, conseqüentemente, vitória.

Obrigado, meu senhor, por suas dádivas, antes de tudo, por

cada dia em minha vida.

Aos meus pais Donizete e Ângela,

Exemplos de caráter, perseverança, amor incondicional e

por me ensinarem o que é ser... humano.

Obrigado pela presença constante e única, presença esta

que sempre me incentiva a superar os obstáculos e a lutar pela vida com muito

trabalho, sabedoria, perseverança e amor. Fonte de estímulos, que me

impulsionam a buscar vida nova a cada dia.

Obrigado por sempre estarem presentes em minha vida, me

estimularem, me incentivarem e acreditarem em mim.

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Obrigado pelo amor, carinho e dedicação e pelo simples fato

de poder me chamar de filho e eu de chamá-los de pais.

Ao meu irmão William,

Por compartilhar de maravilhosos momentos, desde o nosso

crescimento até o nosso amadurecimento como pessoas e homens e por ser

fonte inundável de alegria e companheirismo. Pelos inúmeros momentos de

descontração e por sempre me apoiar e incentivar nessa longa jornada que é a

vida.

À minha noiva Gisleine,

Por me ensinar que amar não é algo complicado e que ficar

juntos não necessariamente significa “criar problemas”.

Obrigado pelo amor, apoio, compreensão, paciência, carinho

e respeito que tens por mim e por me ensinar que a vida a dois se torna uma

fonte inesgotável de alegria, prazer, felicidade, conquistas, respeito e eternidade.

Aos meus avós: Maria, Alcino e Rosa,

Pelo incentivo, carinho, respeito e dedicação demonstrados

por mim, não só durante a realização deste trabalho, mas em toda minha vida.

Obrigado por criarem seus filhos como eu quero criar os meus.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

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Agradecimentos especiais:

Ao Prof. Dr. Vinicius Pedrazzi,

Pela experiência e conhecimentos por mim adquiridos

durante sua cuidadosa orientação em todas as etapas desta pesquisa e em todas

as atividades que desenvolvi neste mestrado. O seu perfil profissional e ético de

dedicação e compromisso com o ensino e a verdade científica mostrou-me

também um exemplo a ser seguido na carreira docente.

Obrigado pelos conselhos, pela convivência cada dia mais

alegre e satisfatória, pela ajuda na tomada de decisões, pelos momentos alegres

que compartilhamos juntos, mas principalmente por nunca me deixar esquecer

que o ser humano não consegue nada na vida sem respeito, amor, humildade,

simplicidade, companheirismo e trabalho.

Obrigado por ser meu orientador e guia em minha vida.

À minha Família,

Minha querida cunhada Camila, todos os tios e tias, primos e

primas, pelo amor, carinho e respeito, expressados durante toda minha vida e na

realização deste e de outros projetos.

Agradeço também à família de minha noiva, Luis, Cleonice e

Michele pelo apoio, compreensão e respeito destinados a mim.

Agradeço a todos os familiares, pois vocês estão em meu

coração.

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Agradecimentos

À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, da Universidade de São

Paulo, seus professores e funcionários,

Agradeço a oportunidade de crescimento pessoal e profissional, por

tornar o âmbito acadêmico agradável e por me ensinar que a Faculdade oferece

sempre o que há de melhor, cabe a cada aluno se dedicar e escolher qual

profissional deseja se tornar.

Ao Prof. Dr. Osvaldo Luiz Bezzon,

Diretor da FORP/USP, pela dedicação que demonstra em tornar o

departamento e a FORP, lugares de alegria, respeito, trabalho e amizades.

À Dra. Sandra Sato,

Agradeço a valiosíssima colaboração na execução desta obra, que foi

muito além do auxílio na interpretação dos dados e da análise estatística.

À Acadêmica Thayla Tessa Scarabel,

Membro da equipe, que apresentou um resumo de parte desta

pesquisa na forma de painel científico, e nos brindou com o Primeiro Lugar no

Myaki Issao na 24ª Reunião Anual da SBPq-O.

Ao Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro, Prof. Dr. Raphael Freitas de Souza e Prof.

Dr. José Paulo Ribas,

Pela contribuição na minha formação acadêmica.

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À Profa. Dra. Alma Blásida Concepción Elizaur Benitez Catirse, Profa. Dra.

Cláudia Helena Lovato da Silva e Profa. Dra. Helena de Freitas Oliveira

Paranhos,

Pela contribuição na minha formação acadêmica e ética e pelos

momentos alegres compartilhados, não só durante a graduação como na Pós-

Graduação.

Aos funcionários do Departamento de Materiais Dentários e Prótese, da

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo,

Pelo apoio, dedicação e pelos bons momentos compartilhados.

Aos amigos da Pós-Graduação, Antonio Malheiros, Fabiano Gamero Aguilar,

Ingrid Machado, Patrícia Monteiro, Ana Carolina Rosa, Marina Xavier Pisani,

Daniela Felipucci, Rodrigo Soares, Rander Macedo, Diogo Cruvinel,

Jerônimo Manço de Oliveira Neto e Sandra Sato,

Pela amizade, aprendizado, vivências e experiências compartilhadas.

Aos amigos, Danilo Henrique Lattaro, Fabrício Mariano Mundim, Renato dos

Santos Schiavoni, Tamer Scandiuzzi, Guilherme Monteiro, Vinicius Diniz

Alves e Flávio Henrique Carriço,

Pela grande amizade iniciada ainda na Graduação.

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À Johnson e Johnson do Brasil, em especial à pessoa do Cientista Emílson

Ismael Netto,

Meus sinceros agradecimentos pelo fornecimento dos materiais

odontológicos, que possibilitaram a realização deste trabalho.

À Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do

Ministério da Educação – MEC),

Pela bolsa de estudo fornecida, que me auxiliou em muito neste

momento tão importante de minha vida.

A todos que, de uma maneira direta ou indireta, colaboraram com a realização

deste trabalho.

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RESUMO

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CORSI, LP. Avaliação clínica do teor residual do pirofosfato tetrassódico

liberado por dois fios dentais produzidos com diferentes materiais.

Dissertação (Mestrado em Reabilitação Oral). Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.

RESUMO

O objetivo deste estudo clínico foi comparar a influência do tipo de

material e da estrutura física de dois fios dentais em liberar pirofosfato

tetrassódico, no espaço interdental. Este estudo crossover foi conduzido em uma

população de 10 indivíduos (ambos os sexos) com faixa etária variando entre 18 e

30 anos. Os sujeitos da pesquisa foram alocados aleatoriamente em uma das

seguintes seqüências de uso dos fios dentais: (AB ou BA), onde A = polipropileno

entrelaçado e B = nylon texturizado de acordo com o material e a estrutura com

que os fios dentais foram produzidos. Cada indivíduo usou uma única vez,

perfazendo 6 passadas por área-alvo (sendo definido como área alvo as duas

faces interproximais dos dentes contíguos selecionados, ou seja, 3 passadas em

cada face) cada fio da seqüência a ele alocada. Antes do uso do primeiro fio

dental, assim como entre a permuta de fios, foi realizado um washout de uma

semana sem fazer uso de qualquer produto que contivesse o princípio ativo (sal

anti-tártaro). O fluido gengival das áreas-alvo foi colhido no espaço interdental,

com cones de papel absorventes esterilizados (calibre # 35), nos seguintes

tempos: (00) antes, (0) logo após; 1, 2, 4, (1, 2 e 4) horas após o uso de cada fio

dental. A presença de pirofosfato nas amostras foi verificada por meio de

cromatógrafo de íons IC 2000 (coluna AS-11 e pré-coluna AG-11). Os teores de

pirofosfato foram comparados entre os dois tipos de fios dentais e entre os

tempos de colheita das amostras. O pirofosfato tetrassódico foi detectado no

fluido gengival de ambos os grupos em 95% das amostras no tempo 0 –

imediatamente após o uso, em 45% das amostras no tempo 1 – após uma hora

do uso e em 10% das amostras após 2 horas do uso. Após 4 horas do uso, em

nenhuma das amostras foi detectada a presença do princípio ativo em níveis

terapêuticos. Conclui-se que a composição do material e a estrutura física dos fios

dentais não exerceram influência na liberação e na permanência do agente anti-

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tártaro, que permaneceu em níveis terapêuticos por um período de até 2 horas

após o uso único.

Descritores: Fio dental; Pirofosfato tetrassódico; Cromatografia de íons; Cálculo

dental, Teor residual; Polipropileno entrelaçado e Nylon texturizado.

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ABSTRACT

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CORSI, LP. Clinical evaluation of the tetrasodium pyrophosphate residual

content released by two dental flosses produced with different materials.

Dissertação (Mestrado em Reabilitação Oral). Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.

ABSTRACT

The aim of this investigation was to compare the influence of the type of

material and the physical structure of two antitartar dental flosses in releasing

tetrasodium pyrophosphate in the interdental space. This crossover study involved

10 subjects (both genders) with ages ranging from 18-30 years old. The

individuals were randomly assigned to one of the following sequences of use of

the dental flosses (AB or BA), where A = tangled polypropylene and B = texturized

nylon according to the structures and the materials what the dental flosses were

made, forming two groups of five individuals each. Each individual used the floss 6

times in the target areas (defined as both interproximal surfaces of the selected

teeth, 3 times in each surface). Before the use of the first dental floss and between

the employments of the two flosses, a one week washout period was done without

the use of products containing tetrasodium pyrophosphate. The gingival crevicular

fluid of the target areas was sampled with sterile paper points (tapering # 35) in

the following times: (00) before the use of the dental floss, (0) soon after the use;

1, 2, 4, (1, 2 and 4 hours after the use, respectively). The pyrophosphate contents

in the samples were verified using an ion chromatograph IC 2000 (column AS-11 e

pre-column AG-11). The contents of pyrophosphate were compared between the

two flosses and among the sample collection times. Pyrophosphate was detected

in the gingival crevicular fluid of both groups in 95% of the samples soon after their

use, 45% after 1h and 10% after 2h of the use. After 4h, none of the samples had

pyrophosphate at detectable levels. Both dental flosses released tetrasodium

pyrophosphate at therapeutic levels for up to 2 hours after flossing. Based in the

results it can be concluded that the material composition and the physical structure

of the flosses had no influence in releasing the antitartar agent, which remained in

therapeutic levels for a 2 hours period after the single use.

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Key words: Dental floss; Tetrasodium pyrophosphate; Ion chromatography;

Dental calculus; Drug residue; Tangled polypropylene; Texturized nylon.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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LISTA DE FIGURAS

FIGURAS REFERENCIADAS NO TEXTO

Figura 1. Estrutura do fio dental composto por polipropileno entrelaçado............ 46

Figura 2. Estrutura do fio dental de nylon texturizado. ......................................... 46

Figura 3. Embalagens contendo o mesmo fio a ser testado [Polipropileno

entrelaçado com (P) e sem (S) o Princípio ativo, respectivamente]. .................... 47

Figura 4. Embalagem contendo o mesmo fio dental a ser testado [Nylon

texturizado com (P) e sem (S) o Princípio ativo, respectivamente]. ..................... 47

Figura 5. Escova dental de cabeça pequena, macia, com cerdas de aparagem

plana (para não interferir com o biofilme interdental). .......................................... 48

Figura 6. Creme Dental sem Pirofosfato Tetrassódico (controle) – Suavydent

[Indústria e Comércio Floresta Ltda-Epp]. ............................................................ 49

Figura 7. Áreas escolhidas para a colheita do fluido gengival.............................. 50

Figura 8. Cone de papel absorvente e tubo Eppendorf utilizado para colheita do

fluido gengival. ..................................................................................................... 52

Figura 9. Cromatógrafo de íons IC 2000. ............................................................. 55

Figura 10. Gradiente previsto pelo sistema cromatográfico. ................................ 56

Figura 11. Curva de calibração do cromatógrafo para detecção do pirofosfato

tetrassódico. ......................................................................................................... 56

Figura 12. Detecção de pirofosfato tetrassódico nas amostras, divididas por

tratamento e tempo .............................................................................................. 66

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE TABELAS:

TABELAS REFERENCIADAS NO TEXTO

Tabela 1. Fios testados quanto à eficácia na liberação do princípio ativo para o

controle de tártaro……………………………………………………………………….51

Tabela 2. Efeitos dos fatores no modelo……………………………………………..60

Tabela 3. Porcentagens estimadas da ocorrência da detecção por amostra e

tempo.....................................................................................................................61

Tabela 4. Identificação do princípio ativo no grupo A - pirofosfato solúvel............61

Tabela 5. Identificação do princípio ativo no grupo a após crossover - pirofosfato

solúvel....................................................................................................................62

Tabela 6. Identificação do princípio ativo no grupo B - pirofosfato solúvel............62

Tabela 7. Identificação do princípio ativo no grupo B após crossover - pirofosfato

solúvel....................................................................................................................63

Tabela 8. Efeitos dos fatores no modelo……………………………………………..63

Tabela 9. Identificação do princípio ativo no grupo A - pirofosfato tetrassódico... 64

Tabela 10. Identificação do princípio ativo no grupo A após crossover - pirofosfato

tetrassódico............................................................................................................64

Tabela 11. Identificação do princípio ativo no grupo B - pirofosfato tetrassódico..65

Tabela 12. Identificação do princípio ativo no grupo B após crossover - pirofosfato

tetrassódico............................................................................................................65

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 25

2. REVISTA DA LITERATURA............................................................................. 28

2.1. Histórico....................................................................................................... 29

2.2. Biofilme dental............................................................................................. 30

2.3. Controle do biofilme dental ........................................................................ 34

3. PROPOSIÇÃO ................................................................................................. 40

4. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 42

4.1. Critérios de inclusão no estudo................................................................. 43

4.2. Critérios de exclusão do estudo ................................................................ 43

4.3. Metodologia da pesquisa............................................................................ 44

4.4. Métodos para analise dos dados.................................................................57 5. RESULTADOS...................................................................................................59

5.1. - Detecção do Teor Residual do Pirofosfato ............................................. 60

5.2. - Medida do Teor Residual do Pirofosfato Tetrassódico ......................... 63

6. DISCUSSÃO .................................................................................................... 67

7. CONCLUSÕES ................................................................................................ 79

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 81

ANEXOS .............................................................................................................. 90

APÊNDICES......................................................................................................... 94

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11.. IInnttrroodduuççããoo

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 26

1. INTRODUÇÃO

Desde os tempos mais remotos da civilização humana, a estética

sempre foi fator de socialização. Atualmente é imprescindível na conquista do

sucesso de qualquer ser humano, entendendo-se sucesso nos níveis pessoal,

profissional, econômico ou social. Em relação aos dentes, a estética se refere à

brancura, dentes bem posicionados, limpos e harmônicos.

Entretanto alguns fatores como alimentação, hábitos, condições de

higiene e traumatismos dentais podem ocasionar alterações na coloração dental

e, conseqüentemente, afetar a beleza do sorriso.

A correta limpeza dos dentes é o meio mais eficiente disponível

presentemente para a prevenção da gengivite, periodontite e cáries.

Seqüencialmente, dever-se-ia promover:

a) Ensino da higiene oral ao paciente;

b) Remoção máxima da placa bacteriana (biofilme dental), mineralizada

ou não, por meio da escovação com o auxílio de um dentifrício (NEWBRUN,

1988; THYLSTRUP, 1988).

Nesse sentido, surgem no mercado mundial, novos materiais dentários

preventivos e correlatos, com a indústria acompanhando essa tendência,

lançando produtos tradicionais com agentes inovadores (PEDRAZZI et al., 2004).

Com relação aos dentifrícios dotados de agentes anti-cárie, anti-

gengivite e anti-tártaro, é cada dia maior a gama de opções nas prateleiras, com

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 27

agentes físicos e químicos altamente eficientes. Cores, formas e sabores dão a

tônica na busca e promessa de conquistar a estética ideal.

Paralelamente a esse inegável avanço alcançado pelos dentifrícios,

escovas e fios dentais também têm sido desenvolvidos no sentido de conduzir os

benefícios obtidos com os mesmos até aos espaços interdentais.

Não obstante, há que se ressaltar os riscos e benefícios da utilização

desses produtos. Teriam mesmo a competência rotulada? Estariam ainda

mantendo as características básicas para o controle da placa bacteriana (biofilme

dental)? A ação anti-tártaro teria efeito duradouro?

Estas e outras indagações a respeito da efetividade destes agentes

para a promoção da saúde oral, no contexto do bem estar físico, mental, social e

espiritual, conduziram à necessidade de desenvolver este trabalho, a fim de

verificar se as novas construções dos fios dentais, designados para conter

agentes anti-tártaro, podem propiciar liberação e efeito duradouro do princípio

ativo no sítio aplicado.

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22.. RReevviissttaa ddaa LLiitteerraattuurraa

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 29

2. REVISTA DA LITERATURA

22..11.. HHiissttóórriiccoo

Alguns hábitos de higiene bucal faziam parte do costume de

determinados povos desde a antiguidade. O antigo testamento cita que os

Hebreus já se referiam à importância dos dentes limpos e sadios, cultuando a

estética e principalmente a manutenção da saúde oral e sistêmica (RING, 1998).

Celso (25 a.C. – 50 d.C.), um escritor Romano, salientou em algumas

de suas obras a necessidade da higienização bucal, explicitando que as

superfícies dentárias que se apresentavam escurecidas, deveriam ser raspadas e

esfregadas com uma mistura de pétalas de rosas trituradas, galhas e mirra, e em

seguida realizar bochechos com vinho puro (RING, 1998).

Os Romanos de classe alta quando recebiam convidados para a ceia,

colocavam na mesa, além dos talheres e taças, palitos de metal, com a finalidade

de realizar a higienização dental interproximal (SILVA et al., 2003).

O fio dental, produto indispensável para a higienização dental regular,

foi desenvolvido por um dentista de Nova Orleans, denominado Levi Spear

Parmly (1790-1859), no ano de 1815. Ele recomendava aos indivíduos que o

procuravam utilizarem o fio dental, confeccionado com seda, logo após as

refeições. No entanto, Levi desenvolveu o fio dental em pequenas quantidades e

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 30

recomendava apenas a seus pacientes (CONSELHO FEDERAL DE

ODONTOLOGIA, 2007).

A produção em escalas industriais dos fios dentais se iniciou com a

empresa Codman & Shurtleft em 1888. No ano de 1898, a empresa Johnson &

Johnson passou a ter a primeira patente do fio dental (CONSELHO FEDERAL DE

ODONTOLOGIA, 2007).

Durante esse século mencionado, o fio dental produzido era

confeccionado exclusivamente com seda, diferentemente dos fios que são

utilizados em maiores escalas atualmente.

Após a Segunda Guerra Mundial, o uso do fio dental se disseminou.

Foi nessa época que Charles C. Bass desenvolveu o fio de nylon, que

apresentava uma qualidade maior, possuindo maior resistência ao desfibramento

e flexibilidade em comparação ao fio de seda.

Segundo o Conselho Federal de Odontologia (2007), há atualmente no

mercado uma grande variedade de tipos, marcas e sabores. No Brasil, o consumo

do fio dental já passa de um milhão de metros por ano.

22..22.. BBiiooffiillmmee ddeennttaall

A placa bacteriana (biofilme dental) forma-se em dois estágios: no

primeiro, as glicoproteínas dissolvidas na saliva aderem-se à superfície dental,

auxiliadas pelas valências negativas do ácido siálico, e assim formam a película

primária ou adquirida, visto que o ácido siálico polariza-se com a superfície dental

eletricamente positiva (cristais de hidroxiapatita). No segundo estágio,

denominado colonização, as bactérias, em especial o S. mutans, iniciam a

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 31

colonização da película primária (MENAKER, 1984; NEWBRUN, 1988;

THYLSTRUP, 1988).

Estas bactérias iniciais sintetizam o dextrano, um hidrato de carbono de

alto peso molecular (polímero extracelular) que, agindo como uma verdadeira

"cola", fixa as bactérias na superfície do dente, formando, então, a placa

bacteriana. Esta placa não sendo removida e, sob a ação dos sais minerais da

saliva, mineraliza-se nas suas estruturas mais profundas, dando origem ao

cálculo (MENAKER, 1984; NEWBRUN, 1988; THYLSTRUP, 1988).

Segundo Kleber et al. (1998) o cálculo dental é uma substância

resistente e dura, resultante da mineralização da placa bacteriana, que se

acumula nos dentes de muitos adultos, e é considerado desagradável pelo ponto

de vista estético. Conseqüentemente, substanciais esforços estão sendo

direcionados para sua remoção e prevenção.

Assim, na superfície de todo cálculo, existe sempre uma placa

bacteriana em atividade e é por este motivo que na análise da etiologia da cárie e

da doença periodontal fala-se somente na placa bacteriana (MENAKER, 1984;

NEWBRUN, 1988; THYLSTRUP, 1988; PEDRAZZI et al., 1999).

Em condições normais, o dente se desmineraliza e remineraliza

dinamicamente, trocando íons com a saliva, de acordo com a queda do pH bucal

abaixo do limite crítico (4,5) e com o seu restabelecimento posterior devido aos

tampões salivares.

A placa bacteriana representando uma barreira facilita a

desmineralização, pois coloca os radicais ácidos diretamente em contato com a

superfície do dente e, depois, impedindo o contato da saliva com a superfície

dental, bloqueia a remineralização, criando condições para a instalação da cárie.

Essa placa madura libera enzimas, endotoxinas e substâncias antigênicas, as

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 32

quais causarão inflamação, perda dos tecidos de sustentação e reações

imunológicas nos tecidos periodontais de proteção e sustentação (NEWBRUN,

1988; ROSLING; LINDHE, 1988).

Até a primeira metade dos anos 60, havia uma preocupação com a

placa bacteriana em si, sem atentar para um ou outro microrganismo. Hoje

prevalece a "TEORIA DA PLACA ESPECÍFICA", visto que nem toda placa é

potencialmente cariogênica e/ou periodontopatogênica (NEWBRUN, 1988).

A doença periodontal é uma reação inflamatória dos tecidos de

sustentação dentais (ligamentos, osso e cemento) frente à placa bacteriana

periodontopatogênica. As reações que ocorrem nos tecidos periodontais são

complexas, envolvendo antígenos bacterianos (Ag) e uma gama de

imunoglobulinas (Ig) específicas à doença periodontal. Já existem testes, como o

BANA, com o qual, caracterizadas as enzimas presentes na inflamação, torna-se

possível quantificar a intensidade do processo inflamatório periodontal (GRISI,

1990).

Assim, a doença periodontal apresenta estágios ou graus de

comprometimento e o conhecimento destas fases da doença é fundamental para

a sua prevenção e tratamento (GRISI, 1990).

A placa bacteriana é um dos numerosos biofilmes existentes no corpo

humano, encontrado na cavidade oral e difícil de eliminar. É constituída de 400 a

1000 espécies bacterianas (SVOBODA et al., 2004).

O acúmulo do biofilme dental cria um nicho ecológico, onde cada

espécie bacteriana pode crescer, desenvolver e se multiplicar e

conseqüentemente promover o desenvolvimento de uma microbiota periodontal

patogênica e consecutivamente afetar os tecidos de suporte de um ou mais

elementos dentais (SVOBODA et al., 2004).

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 33

É sabido assim que o biofilme dental é o causador de diversas doenças

bucais, tais como a doença cárie e a doença periodontal em suas fases iniciais e

mais comprometedoras (SVOBODA et al., 2004).

As enfermidades bucais mediadas pela ação do biofilme dental estão

entre aquelas que mais incomodam os seres humanos, afetando severamente o

bem-estar e a qualidade de vida da população (MEZZOMO et al., 1997).

Um estudo recente de Thien-Fah Mah (2003) mostrou que alguns

microrganismos como Pseudomonas aeruginosa desenvolvem uma resistência

aos antibióticos muito mais complexos quando crescem sob a forma de biofilme

que quando colocados em cultura única. Aplicado à cavidade oral, é possível

comparar a placa dental com um verdadeiro "tecido bacteriano" cuja virulência é

muito superior a uma simples associação de bactérias.

Somando a isso, estudos recentes vem demostrando uma relação

entre pessoas portadoras de doenças periodontais e o risco aumentado destas

apresentarem um ataque cardíaco ou outras doenças cardíacas coronarianas,

como a arteriosclerose (BECK et al., 1998 ; DANESH et al., 1997).

Ridker et al. (2000) e Choi et al. (2002) estudaram o papel do processo

inflamatório na patogenia da arteriosclerose e conseqüentemente nas doenças

cardíacas coronarianas. Alguns marcadores inflamatórios como a proteína C

reativa, fibrinogênio e leucócitos são encontrados significantemente e em altos

níveis em pessoas com gengivite severa ou peridontite. Somando-se a isso, foram

encontrados em placas arteroscleróticas alguns anticorpos especificos para o

microrganismo P. gingivalis, encontrados unicamente na cavidade bucal, o que

nos sugere que as doenças periodontais podem contribuir para a formação de

ateromas em alguns indivíduos.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 34

22..33.. CCoonnttrroollee ddoo bbiiooffiillmmee ddeennttaall

A prevenção contra a formação da placa bacteriana pode ser feita pela

simples conscientização de uma higienização dental regular satisfatória com a

finalidade de remover a placa antes de sua mineralização (KLEBER et al., 1998).

Em face dessa busca por soluções referentes às doenças bucais

causadas pela presença da placa bacteriana, surgem no mercado mundial

diversos agentes antibacterianos, sejam embutidos na formulação de fios/fitas

dentais, dentifrícios, ou até mesmo em enxaguatórios bucais, sendo essenciais

para o controle e conseqüente redução dessas doenças bucais.

Focalizando a placa bacteriana como o agente causador da cárie e da

doença periodontal, fica evidenciada a importância que devem ter os dentifrícios

nos dias atuais, e, dado que outras fontes de eliminação ou diminuição do agente

"placa dental" são ainda incipientes, como a fluoretação das águas de

abastecimento e a ação da Saúde Pública na Educação como um todo, é

significativo que se explorem os hábitos e os costumes da nossa população na

escovação dos seus dentes (PANZERI et al., 1995).

O controle da placa bacteriana envolve diversos mecanismos, como

escovação dental, o uso de fio/fita dental, o uso de enxaguatórios bucais, entre

outros. O controle químico do biofilme dental deve-se principalmente por causar

uma desorganização na formação desse sistema, isso principalmente quando de

produtos a base de fluoreto e pirofosfato, que quando associados apresentam,

efeitos antibacterianos excelentes (BUSSHER et al., 2006).

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 35

Muitas vezes a escovação dental isolada é insuficiente, pois não

remove a placa interdental por completo, sendo necessária a utilização de alguns

dispositivos auxiliares, tais como: fios/fitas dentais, escovas dentais

interproximais, enxaguatórios bucais, entre outros (SILVA et al., 2003).

Segundo a American Dental Association (1991), a escovação dental

não é capaz de remover a placa bacteriana por completo, por isso há a

recomendação da associação com o uso do fio/fita dental e enxaguatórios bucais

diariamente.

O emprego do conjunto escova dental/dentifrício, quando desvinculado

do uso do fio dental, mostra-se ineficaz na remoção do biofilme interdental. Isso

pode ser comprovado pela simples observação da disposição dos dentes nos

arcos maxilares (AMERICAN DENTAL ASSOCIATION, 1991; BERGENHOLTZ;

OLSSON, 1984; CLARK et al, 1974; CONCIL ON DENTAL THERAPEUTICS,

1984; FINKELTEIN; GROSSMAN, 1979; GERMO; FLOTRA, 1970; HOROWITZ et

al., 1977; PANZERI et al., 1995).

O fio dental, à semelhança dos dentifrícios e das escovas dentais, vem

sofrendo, ao longo dos anos, sensíveis melhoras no seu desempenho e

alterações das matérias-primas com que é preparado, para alcançar uma

efetividade plena na remoção do biofilme da área interdental. (ABELSON et al.,

1981; AMERICAN DENTAL ASSOCIATION, 1991; BERGENHOLTZ; OLSSON,

1984; PADER, 1988; PANZERI et al., 1995; THORNTON; STEWART, 1978;

WONG; WADE, 1985; WRIGHT et al., 1977).

Com essa finalidade é que vem ocorrendo a adição de substâncias

químicas, como o pirofosfato e o triclosan, para controle da placa bacteriana e

conseqüentemente redução da formação de cálculo dental, além de contribuir

para a prevenção de doenças gengivais.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 36

O emprego regular de dentifrícios utilizados para a higienização oral,

que possuem em sua formulação o sistema pirofosfato/triclosan, pode

proporcionar uma redução na formação de placa bacteriana de até 15,4%

(GROSSMAN et al., 2002).

O uso de dentifrícios que contêm em suas formulações agentes anti-

tártaro, como o pirofosfato, é imprescindível na redução da formação do biofilme

dental, podendo resultar numa diminuição de até 22-23% do aparecimento

quando comparados com dentifrícios que não possuem agentes anti-tártaros em

sua formulação (FAIRBROTHER et al., 1997).

Sowinski et al. (2000) comprovou em seus estudos a efetividade na

inibição da formação de cálculos dentais supra-gengivais quando da utilização de

dentifrícios contendo pirofosfato solúvel em sua composição, podendo chegar a

31% essa redução.

Segundo McClanahan et al. (2002), alguns dentifrícios que contêm em

suas composições agentes anti-tártaro como pirofosfato e triclosan podem

proporcionar uma redução na formação de inflamação gengival ou gengivite em

até 15%, quando comparados a dentifrícios sem esse princípio ativo, ou seja,

dentifrícios placebos.

Os benefícios clínicos dos dentifrícios no controle e na prevenção da

formação de cálculo dental não incluem somente redução na formação destes,

mas também proporcionam uma maior facilidade do Cirurgião-dentista na fase de

remoção destes tecidos calcificados durante a profilaxia dental (WHITE et al.,

1996).

Mesmo com a adição de agentes anti-tártaro na composição dos

dentifrícios, há que se ressaltar que esse método por si só não é eficaz para

remover o biofilme dental completamente, sendo necessária à associação com o

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 37

uso dos fios e escovas dentais para a remoção de uma quantidade elevada de

placa bacteriana, sobretudo nas áreas interproximais dos dentes.

Segundo a literatura, nas dentições relativamente normais em que o

espaço interdental é preenchido com a papila dental, o fio é efetivo na remoção

de 80% do biofilme interdental. (ABELSON et al., 1981; AMERICAN DENTAL

ASSOCIATION, 1991; COUNCIL ON DENTAL THERAPEUTICS, 1984; HILL et

al., 1973; LAMBERT et al., 1982; PADER, 1988; REITMAN et al., 1980 ; SIDI,

1989).

Corretamente utilizado, o fio dental pode remover até 80% da placa

bacteriana interdental, além de poder ser inserido subgengivalmente, 2 a 3 mm

abaixo da papila gengival, levando a essa região produtos farmacológicos

(SVOBODA et al., 2004).

Quanto à apresentação dos fios dentais, essa é variada, podendo ser

encerada ou não, embora não haja na literatura, resultados evidentes que uma ou

outra forma apresente eficácia maior (SVOBODA et al., 2004).

Segundo Pader (1988), o fio/fita dental é o melhor meio de higiene nos

espaços interdentais, principalmente naqueles casos de espaços menores

(Classe I de Carranza), e ainda pode conduzir e impregnar a superfície dental

com fluoreto abaixo ou acima da papila gengival, incluindo toda a superfície

interproximal dos dentes contactantes.

Dada sua natureza e frente às novas técnicas de construção, o fio e a

fita dentais podem atuar como veículos ou meios potenciais para conduzir os

princípios ativos comuns em dentifrícios e enxaguatórios bucais até ao espaço

interdental, onde o conjunto escova/dentifrício tem pouca efetividade de atuação.

(ABELSON et al., 1981; BERGENHOLTZ; OLSSON, 1984; BOHRER et al., 1983;

CHAET; WEI, 1977; REITMAN et al., 1980; WONG; WADE, 1985).

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 38

O fio/fita dental impregnado com íons fluoreto pode servir como fonte

deste na superfície interproximal dos dentes humanos, proporcionando um efeito

anti-cárie essencial no combate a essa doença específica (BOHRER et al., 1983).

A ação do fio/fita dental, devido à sua capacidade de remover

depósitos e de friccionar o agente terapêutico na região, pode ser

autopotencializada, acrescentando-se a isso o fato de que a papila gengival pode

proporcionar um meio de absorção e veiculação interna dos agentes terapêuticos

(GERMO; FLOTRA, 1970; HILL et al., 1973; JORGENSEN et al., 1989; LAMBERT

et al., 1982; PANZERI et al., 1995).

O fio dental composto por nylon texturizado contendo o pirofosfato

tetrassódico embutido em sua composição reduz significantemente a formação de

cálculo dental supra-gengival no espaço interdental em até 37% (KLEBER et al.,

1998).

Há que se ressaltar que esses produtos, embora constituídos por

excelentes materiais e contendo agentes terapêuticos em sua composição, só

terão a eficácia desejada se os pacientes possuírem uma motivação inicial para

realizar a higiene oral, e é nesse momento que deve iniciar o trabalho do

Cirurgião-dentista (WHITE; GERLACH, 2000).

Há que se salientar a importância da prevenção no combate a certas

doenças bucais que podem se instalar na cavidade oral de um indivíduo. Essa

deve ser realizada através de um esforço diário e contínuo e direcionada ao

contexto social e ao convívio do indivíduo com a sociedade (LOPEZ et al., 2007).

Essa prevenção deve ser feita de maneira adequada e seguindo alguns

passos imprescindiveis: Escovação dental, dieta adequada e uso de dentifricio

que contenha agentes preventivos, ou seja, contendo fluoretos (LOPEZ et al.,

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 39

2007). Acrescente-se o uso do fio dental imediatamente antes de cada

escovação.

A utilização dos fios dentais deve ser ensinada pelos Cirurgiões-

dentistas com demonstrações de apoio e ser realizadas pelos pacientes sempre

na frente de um espelho, e a explicação da importância de seu uso é

imprescindível (SVOBODA et al., 2004).

O progresso recente na elaboração dos fios/fitas dentais e dos

materiais que os compõem justifica a realização do presente trabalho, quanto à

sua eficácia na liberação do princípio ativo para o controle de tártaro e na duração

do efeito residual. Os dois fios dentais utilizados neste trabalho são fabricados,

um com polipropileno entrelaçado e outro com nylon texturizado.

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33.. PPrrooppoossiiççããoo

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 41

3. PROPOSIÇÃO

O objetivo deste estudo clínico randomizado, desenvolvido como

ensaio crossover, foi comparar a eficácia na liberação e na duração do teor

residual do princípio ativo (pirofosfato tetrassódico), empregado para o controle de

tártaro, de dois fios dentais com diferentes estruturas de fabricação: Reach® PE

(com polipropileno entrelaçado) e Reach® NT (com nylon texturizado).

Especificamente, foram avaliados:

• Eficácia na liberação do princípio ativo no sulco gengival pelos

dois tipos de fio;

• Tempo de permanência do princípio ativo pós o uso único,

avaliada nos tempos:

00 - antes do uso dos fios dentais;

0 - imediatamente após o uso;

1 - 1 hora após o uso;

2 - 2 horas após o uso e

4 - 4 horas após o uso.

Page 42: "Avaliação clínica do efeito residual do pirofosfato tetrassódi

44.. MMaatteerriiaall ee MMééttooddooss

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 43

4. MATERIAL E MÉTODOS

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi estabelecido um estudo

duplo cego, randomizado e desenvolvido como ensaio crossover, de modo que

nem os participantes nem os examinadores tinham o conhecimento da

distribuição dos produtos testados. A seleção dos indivíduos para participar da

pesquisa foi baseada em alguns critérios, entre eles:

44..11.. CCrriittéérriiooss ddee iinncclluussããoo nnoo eessttuuddoo

• Homens e mulheres, com faixa etária entre dezoito e trinta anos;

• Boas condições de saúde sistêmica e oral;

• Possuir os dentes escolhidos para o estudo na cavidade bucal;

• Aquiescerem e assinarem o termo de consentimento livre e

esclarecido.

44..22.. CCrriittéérriiooss ddee eexxcclluussããoo ddoo eessttuuddoo

• Indivíduos com má higiene oral e portadores de cálculos dentais

supra e sub-gengivais;

• Indivíduos possuidores de aparelhos ortodônticos fixos;

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 44

• Voluntários portadores de Próteses Parciais Fixas (PPF);

• Indivíduos portadores de Próteses Parciais Removíveis (PPR);

• Indivíduos possuidores restaurações interproximais;

• Voluntários que apresentavam o hábito de tabagismo;

• Indivíduos que possuíam o hábito de etilismo;

• Indivíduos com complicações sistêmicas, como Diabetes,

Hipertensão arterial, Hepatite, AIDS e Tuberculose;

• Voluntários realizando tratamento de Quimioterapia e/ou

Radioterapia, uma vez que nessas situações a quantidade de

saliva e o sangramento provocado encontram-se alterados;

• Voluntários fazendo uso de antibióticos, antiinflamatórios,

antidepressivos, anticoagulantes, anti-histamínicos, beta-

bloqueadores, diuréticos e esteróides, inibidores das MAO

(monoaminoxidades), pois a utilização desses medicamentos

poderia interferir nos resultados do trabalho.

44..33.. MMeettooddoollooggiiaa ddaa ppeessqquuiissaa

Este trabalho envolveu 10 voluntários, com faixa etária entre dezoito e

trinta anos, os quais foram submetidos a um experimento crossover estruturado

através de um quadrado latino 2x2 (duas seqüências de dois produtos, replicado

quatro vezes), ou seja, duas seqüências de dois fios dentais que através da

metodologia crossover, foram utilizados quatro vezes, tanto no grupo A

(polipropileno entrelaçado) quanto no grupo B (nylon texturizado).

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 45

Duas diferentes seqüências de fios dentais foram alocadas

aleatoriamente aos indivíduos incluídos no estudo, através de um programa

gerado por computador, formando dois grupos de cinco indivíduos cada, de modo

que todos participantes utilizaram os diferentes fios dentais em diferentes

períodos de tempo. Cada indivíduo usou uma única vez, perfazendo 6 passadas

por área-alvo (sendo definido como área alvo as duas faces interproximais dos

dentes selecionados, ou seja, 3 passadas em cada face) cada fio da seqüência a

ele alocada.

Os fios dentais testados apresentavam diferentes estruturas físicas

(trama do tecido) e distintas formas de introdução do pirofosfato tetrassódico. No

fio dental produzido com nylon texturizado, a introdução do princípio ativo é feita

apenas por simples imersão do fio numa solução contendo o princípio ativo,

diferentemente do fio dental fabricado com polipropileno entrelaçado, onde a

inserção do princípio ativo é obtida com uma cera micro-cristalina que contém

além do princípio ativo estudado, agentes de sabor de longa duração. As figuras 1

e 2 exibem a estrutura dos fios dentais testados, e as figuras 3 e 4 contêm as

embalagens codificadas dos fios dentais.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 46

Fig. 1. Estrutura do fio dental composto por polipropileno entrelaçado.

Fig. 2. Estrutura do fio dental de nylon texturizado.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 47

NTBrSPEBrP PEBrS

Fig. 3. Embalagens contendo o mesmo fio a ser testado [Polipropileno entrelaçado com (P) e sem (S) o Princípio ativo, respectivamente].

NTBrP NTBrS

Fig. 4. Embalagem contendo o mesmo fio dental a ser testado [Nylon texturizado com (P) e sem (S) o Princípio ativo, respectivamente].

O pirofosfato tetrassódico, cuja fórmula estrutural é Na4P2O7, é um sal

inorgânico, de pH ligeiramente alcalino, constituído principalmente por pó ou

grânulos brancos. É um sal levemente tóxico e mediamente irritante. Presente em

alguns materiais dentários preventivos e correlatos atua como agente no controle

da formação do cálculo dental (PERRY; PHILLIPS, 1995).

Antes de iniciar o uso do primeiro fio, assim como entre a troca de fios,

foi realizado um washout de uma semana sem fazer uso de qualquer produto que

contivesse o princípio ativo (pirofosfato tetrassódico). O objetivo desse período de

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 48

washout foi de eliminar qualquer resquício de princípio ativo que pudesse existir

na cavidade bucal dos voluntários.

No momento da entrega dos produtos aos indivíduos, esses foram

alocados de maneira aleatória, assim sendo, receberam um dos fios codificados e

o conjunto escova dental/dentifrício de acordo com um estudo tipo crossover com

2 tipos de fio dental (ver, por exemplo: Cochran e Cox (1957), pp. 127 e

seguintes, e Jones e Kenward (2003)). Cada uma das seqüências de fios dentais:

1. (A,B); 2. (B,A); foi alocada aleatoriamente a 5 indivíduos.

Os produtos alocados aos indivíduos neste período de washout foram:

(Escova dental Johnson & Johnson cabeça pequena, macia, com cerdas de

aparagem plana / Creme dental Suavydent [Indústria e Comércio Floresta Ltda-

Epp] – sem pirofosfato tetrassódico e o mesmo fio dental a ser usado, porém sem

o princípio ativo incorporado), conforme demonstrado nas figuras 5 e 6.

Fig. 5. Escova dental de cabeça pequena, macia, com cerdas de aparagem plana (para não haver interferência com o biofilme interdental).

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 49

Fig. 6. Creme Dental sem Pirofosfato Tetrassódico (controle) – Suavydent [Indústria e Comércio Floresta Ltda-Epp].

Após esse período de washout realizou-se a primeira etapa da

pesquisa, ou seja, a primeira colheita do fluido gengival interdental.

As respostas do experimento foram as médias dos valores dos teores

de pirofosfato tetrassódico medidos em cada paciente, antes e depois da

aplicação do fio dental, nos tempos 00 (antes), onde foi colhida amostra do fluido

gengival antes do uso dos fios dentais, 0 (imediatamente após o uso), 1 (1 hora

após), 2 (2 horas após) e 4 (4 horas após o uso).

Após a passagem do fio dental nos sítios específicos, o fluido gengival

interdental foi colhido com cones de papéis absorventes esterilizados (calibre #

35), escolhidos após ensaio piloto pré-clínico, uma vez que pelo diâmetro do cone

de papel, cones menores iriam se deformar e se contaminar com fluido gengival e

cones maiores iriam ferir o tecido gengival e haveria a contaminação com sangue

e outros fluidos bucais.

Para cada vinte cones de papel absorvente utilizados para colher o

material do fluido gengival, 5 cones eram retirados das embalagens e levados

diretamente a um tubo de Eppendorf (grupo controle negativo) para fins de

calibração do cromatógrafo de íons.

Foi condição seletiva aos voluntários possuírem, pelo menos, os

seguintes dentes em contato entre si: Incisivos Centrais, Incisivos laterais e

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 50

caninos e segundos pré-molares e primeiros molares, todos os dentes superiores,

como demonstrados na figura 7.

Fig. 7. Áreas escolhidas para a colheita do fluido gengival.

O projeto de estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa com Humanos da FORP/USP, Processo nº. 2005.1.657.58.8 (Anexo I).

Todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido

(Anexo II) antes do início da etapa clínica.

A Tabela 1 contém alguns dados concernentes à procedência dos fios

(fabricante), e ao material que compõe os mesmos. Distingue, ainda, cada fio

para um diferente grupo, os quais foram testados por todos os 10 sujeitos da

pesquisa. Ambos os fios continham 11mg de pirofosfato tetrassódico por dezoito

polegadas de fio, o que corresponde a aproximadamente 11mg do princípio ativo

a cada quarenta e seis cm (45,72cm). Assim, em 3 cm, que corresponde ao

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 51

espaço utilizado por cada passada de fio no teste, teríamos 0,72 mg de

pirofosfato tetrassódico.

Tabela 1 - Fios testados quanto à eficácia na liberação do princípio ativo para o controle de tártaro.

GRUPO FIO TESTADO FABRICANTE COMPOSIÇÃO

A Reach® PE Johnson & Johnson Polipropileno Entrelaçado

B Reach® NT Johnson & Johnson Nylon Texturizado

Após uma semana de período de washout os voluntários receberam o

mesmo fio dental que foi distribuído de maneira aleatória na semana anterior,

onde foi realizada a etapa clínica do estudo.

Para possibilitar uma padronização da maneira em que era feita a

passagem do fio dental nos sítios específicos, o mesmo examinador realizou as

passagens dos fios dentais em todos voluntários, utilizando-se de EPI

(Equipamento de Proteção Individual) com troca de luvas após examinar cada

sujeito da pesquisa. Foi colhido o fluido gengival interdental por meio de cone de

papel absorvente esterilizado de número 35 – Fig. 8 - nas 5 regiões selecionadas

para o estudo (Fig. 7), e os cones contendo o fluido colhido foram inseridos em

recipientes específicos, os tubos de Eppendorf – Fig. 8, e enviados ao laboratório

específico para a realização da cromatografia iônica.

Os sujeitos da pesquisa foram submetidos à utilização do fio dental

testado nos espaços interdentais selecionados, à razão de 6 passagens por

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espaço interproximal. Após o uso do fio dental, foi colhido o fluido das áreas-teste

nos seguintes intervalos de tempo:

Tempo 00 = antes do uso do fio dental

Tempo 0 = logo após o uso do fio dental;

Tempo 1 = 1 hora após o uso do fio dental;

Tempo 2 = 2 horas após o uso do fio dental e

Tempo 4 = 4 horas após o uso do fio dental.

Fig. 8. Cone de papel absorvente e tubo Eppendorf utilizado para colheita do fluido gengival.

Consecutivamente à primeira colheita do fluido gengival, os pacientes

foram orientados ao uso diário e por um período de uma semana do conjunto

escova/dentifrício e fios dentais placebos (polipropileno entrelaçado e nylon

texturizado sem princípio ativo) fornecidos para cada ensaio do uso do fio dental

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 53

estabelecido para o trabalho, com os fios dentais testados alternadamente, pelo

método crossover preconizado.

Após uma semana de uso desses produtos foi feita a segunda colheita

do fluido gengival interdental e esses cones contendo o princípio ativo foram

encaminhados ao laboratório para análise cromatográfica, a exemplo da primeira

colheita.

Os tubos de Eppendorf foram enviados ao Laboratório Analytical

Solutions, sob coordenação do Dr. Glauco Bauerfeldt - Químico, DSc.

Coordenador de Laboratórios da Analytical Solutions S.A., sito à Rua Cubatão,

1088 - Vila Mariana – São Paulo – SP, onde os cones contendo o fluido gengival

interdental de cada indivíduo foram analisados por meio de cromatografia de íons

(Dionex IC 2000, Sunnyvale, Califórnia, EUA) usando gerador de eluente KOH

EG40, supressora de condutividade ASRS ultra 4 mm a 174mA, coluna analítica

AS-11 e pré-coluna AG-11, como demonstra a figura 9.

A cromatografia se origina do grego “Chroma” – cor e “Grafein” – escrita. É

um método de separação de misturas e identificação de seus componentes. Esta

separação depende da diferença entre o comportamento dos analitos entre a fase

móvel e a fase estacionária. A interação dos componentes da mistura com estas

duas fases é influenciada por diferentes forças intermoleculares, incluindo iônica,

bipolar, apolar, e específicos efeitos de afinidade e solubilidade.

A cromatografia pode ser conceituada como um método físico-químico

de separação, no qual os constituintes da amostra a serem separados são

particionados entre duas fases, uma estacionária, geralmente de grande área, e a

outra um fluido insolúvel na fase estacionária, que percola através da primeira

(CIOLA, 1998).

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 54

Esta técnica compreende um conjunto de equipamentos especiais, que

se caracterizam por terem os seguintes componentes:

1- Reservatório e sistema de bombeamento da fase móvel

2- Sistema de introdução da amostra – injetor

3- Sistema analítico – coluna cromatográfica e termostato das colunas

4- Sistema de detecção (nesse caso, um detector UV foi usado)

5- Sistema de registro e tratamento de dados - integrador.

De maneira simplificada, o funcionamento do aparelho ocorre da

seguinte forma: o solvente que se encontra no reservatório é bombeado com o

auxílio da bomba através do sistema de introdução da amostra até a coluna

cromatográfica. Nela, efetua-se a separação dos componentes da mistura de

acordo com a natureza da fase móvel, fase estacionária e a natureza dos

componentes analisados. A fase móvel sai da coluna e passa por um sistema de

detecção, onde são detectadas alterações de alguma propriedade física

específica. Esta variação é transformada em sinal elétrico, que é

convenientemente registrado e tratado matematicamente por um processador. O

gráfico obtido se chama cromatograma. O aparelho utilizado para a realização da

cromatografia está representado na Figura 9.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 55

Fig. 9. Cromatógrafo de íons IC 2000.

Após a realização da cromatografia de íons e da identificação do

princípio ativo, foram obtidas as Figuras 10 e 11 que representam,

respectivamente, o gradiente cromatográfico previsto no ensaio e a curva de

calibração para a detecção do pirofosfato tetrassódico, gerados pelo cromatógrafo

de íons.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 56

Fig. 10. Gradiente previsto pelo sistema cromatográfico.

Na corrida cromatográfica, não foi utilizado aumento da temperatura do

forno, mantendo-se esse parâmetro em 30 ºC. Nestas condições, o pirofosfato

tetrassódico apresenta tempo de retenção na faixa de 13.6 minutos (Fig. 11).

P iro fo s fa to y = 0 ,1339x + 9E -05R 2 = 0 ,9991

00,020 ,040 ,060 ,08

0 ,10 ,120 ,140 ,16

0 0 ,2 0 ,4 0 ,6 0 ,8 1 1 ,2

C o n c (m g /L )

Sin

al (

uS/m

in)

Fig. 11. Curva de calibração do cromatógrafo para detecção do pirofosfato tetrassódico. Tendo como LD (limite de detecção) 10µg/L e LQ (limite de quantificação) 20µg/L.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 57

Em relação à curva de calibração, temos que um padrão de 1000mg/L

foi produzido a partir do produto comercial (VETEC) de pureza 99%. A curva de

calibração foi preparada por diluições sucessivas dessa solução estoque, gerando

os pontos de 0,01, 0,02, 0,05, 0,1, 0,5 e 1,0 mg/L.

Para o preparo das amostras, os cones foram transferidos para um

balão volumétrico e avolumados para 10 mL com solução de KOH 50 mm. A

solução permaneceu por 30 minutos em ultra-som e, após esse período, foi

decantada e filtrada. Finalmente, o conteúdo foi transferido para um vial de 5mL e

injetado no IC (cromatógrafo de íons).

A coluna utilizada foi Nova-Pak analítica AS-11 e pré-coluna AG-11, de

300mm de comprimento e 3,9mm de diâmetro interno, com partículas de tamanho

igual a 4µm.

44..44.. MMééttooddooss ddaa aannáálliissee ddooss ddaaddooss

As respostas do experimento foram as médias dos valores dos teores

de pirofosfato tetrassódico medidos em cada paciente, antes e depois da

aplicação do fio dental, nos tempos 00 (antes), onde foi colhida amostra do fluido

gengival antes do uso dos fios dentais, 0 (imediatamente após o uso), 1 (1 hora

após), 2 (2 horas após) e 4 (4 horas após o uso). Para este estudo, empregou-se

a variação relativa das médias dos índices, antes e depois do uso. Os cálculos

foram feitos com o sistema SAS 9.1 (SAS Institute, Cary, NC, EUA), sob sistema

operacional Linux.

Para a detecção do pirofosfato, o teste estatístico utilizado, máxima

verossimilhança, comparou as distribuições das ocorrências por tratamento e

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 58

tempo; já para a medida do teor residual, os dados foram ajustados segundo um

modelo longitudinal misto, no qual o efeito de voluntário foi considerado aleatório

e produto e tempos foram tomados como efeitos fixos.

Os teores de pirofosfato solúvel e pirofosfato tetrassódico, em cada

cone, foram avaliados para cada fio e tempo analisados.

Para isto, o teste estatístico comparou as distribuições das ocorrências

por tratamento e tempo. A distribuição postulada foi a Binomial, e o nível de

significância referiu-se à hipótese: as distribuições nas populações sendo iguais

(as proporções de categorias correspondentes sendo iguais).

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55.. RReessuullttaaddooss

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 60

5. RESULTADOS

Todos os voluntários que iniciaram o estudo em questão finalizaram

todas as etapas clínicas da pesquisa, ou seja, não houve desistência alguma

durante as duas fases do estudo. Quanto à segurança do estudo, também não foi

detectada qualquer reação adversa pelo uso dos produtos higienizadores,

reportada ou observada, em quaisquer das fases.

5.1. - Detecção do Teor Residual do Pirofosfato

O passo inicial para que pudéssemos fazer uma conclusão estatística

foi a detecção do pirofosfato solúvel, para posteriormente realizarmos a avaliação

da detecção do composto pirofosfato tetrassódico.

A tabela 2 contém os efeitos dos fatores nos modelos estatísticos. Foi

encontrado efeito de tempo (p<0.0001) (fio A=PE ou B=NT) (p=1.00).

Tabela 2 - Efeitos dos fatores no modelo.

Fonte GL Quadrados

médios Valor de p

ordem 1 0,00 1,0000

tratamento 1 0,00 1,0000

tempo 5 86,49 <0,0001

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 61

A Tabela 3 contém a distribuição das percentagens estimadas da

ocorrência da detecção por amostra e tempo.

Tabela 3 - Porcentagens estimadas da ocorrência da detecção por amostra e tempo.

Tratamento tempo Ocorrência Pirofosfato

Não Sim

% estimada % estimada

A Controle 100 0 Antes 100 0 0 5 95 1 55 45 2 90 10 4 100 0

B Controle 100 0 Antes 100 0 0 5 95 1 55 45 2 90 10 4 100 0

A tabela 4 contém a identificação do pirofosfato solúvel no grupo A

(polipropileno entrelaçado), antes da realização da permuta dos fios dentais

(crossover).

Tabela 4 - Identificação do princípio ativo no grupo A - Pirofosfato solúvel (mg/L).

Grupo A1A Grupo A2A Grupo A3B Grupo A4A Grupo A5BControle ND ND ND ND ND Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 0,19 0,14 0,05 0,05 0,15 Tempo 1 0,02 0,01 ND 0,01 ND Tempo 2 ND ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

A tabela 5 demonstra a identificação do pirofosfato solúvel no grupo A,

após a realização do crossover.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 62

Tabela 5 - Identificação do princípio ativo no grupo A - Pirofosfato solúvel após crossover (mg/L).

Grupo A1B Grupo A2B Grupo A3A Grupo A4B Grupo A5A Controle ND ND ND ND ND Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 0,42 0,16 0,06 0,11 0,20 Tempo 1 0,02 0,01 ND 0,02 0,01 Tempo 2 0,01 ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

A tabela 6 contém a identificação do pirofosfato solúvel no grupo B

(nylon texturizado), antes da permuta dos fios (crossover).

Tabela 6 - Identificação do princípio ativo no grupo B - Pirofosfato solúvel (mg/L).

Grupo B1B Grupo B2B Grupo B3A Grupo B4B Grupo B5A Controle ND ND ND ND ND Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 0,18 ND 0,13 0,03 0,06 Tempo 1 0,02 ND 0,02 ND ND Tempo 2 0,01 ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

A tabela 7 contém a identificação do pirofosfato solúvel no grupo B,

após crossover.

Page 63: "Avaliação clínica do efeito residual do pirofosfato tetrassódi

Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 63

Tabela 7 - Identificação do princípio ativo no grupo B - Pirofosfato solúvel após crossover (mg/L).

Grupo B1A Grupo B2A Grupo B3B Grupo B4A Grupo B5B ND ND ND ND ND Controle

Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 0,24 0,04 0,03 0,04 0,06 Tempo 1 ND ND ND ND ND Tempo 2 ND ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

5.2. - Medida do Teor Residual do Pirofosfato Tetrassódico

Após a detecção da presença do pirofosfato solúvel, foi feita a detecção

e avaliação da presença do produto pirofosfato tetrassódico.

Na tabela 8 estão demonstrados os efeitos dos fatores no modelo

estatístico. Foi encontrado efeito de tempo (p<0.0001). O tratamento não se

mostrou significante (p=1.00).

Tabela 8 - Efeito dos fatores no modelo.

Source DF X2 p-valor

1 0,00 1,0000Ordem 1 0,00

A tabela 9 contém a identificação do pirofosfato tetrassódico no grupo

A (polipropileno entrelaçado), antes da realização da permuta dos fios

(crossover).

Tratamento 1,0000

Tempo 5 86,49 <,0001

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 64

Tabela 9 - Identificação do princípio ativo no grupo A - Pirofosfato tetrassódico (mg/L).

Grupo A1A Grupo A2A Grupo A3B Grupo A4A Grupo A5B Controle ND ND ND ND ND Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 2,89 2,15 0,77 0,81 2,36 Tempo 1 0,31 0,21 ND 0,22 ND Tempo 2 ND ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

A tabela 10 contém a identificação do pirofosfato tetrassódico no grupo

A após a realização da permuta dos fios (crossover).

Tabela 10 - Identificação do princípio ativo no grupo A - Pirofosfato tetrassódico após crossover (mg/L).

Grupo A1B Grupo A2B Grupo A3A Grupo A4B Grupo A5A Controle ND ND ND ND ND Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 6,47 2,43 0,88 1,72 3,02 Tempo 1 0,38 0,17 ND 0,33 0,15 Tempo 2 0,17 ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

A tabela 11 contém a identificação do pirofosfato tetrassódico no grupo

B (nylon texturizado), antes da realização da permuta dos fios (crossover).

Tabela 11 - Identificação do princípio ativo no grupo B - Pirofosfato tetrassódico (mg/L).

Page 65: "Avaliação clínica do efeito residual do pirofosfato tetrassódi

Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 65

Grupo B1B Grupo B2B Grupo B3A Grupo B4B Grupo B5A Controle ND ND ND ND ND Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 2,76 ND 2,06 0,46 0,92 Tempo 1 0,33 ND 0,29 ND ND Tempo 2 0,22 ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

A tabela 12 contém a identificação do pirofosfato tetrassódico no grupo

B após a realização da permuta dos fios (crossover).

Tabela 12 - Identificação do princípio ativo no grupo B após crossover - Pirofosfato tetrassódico (mg/L).

Grupo B1A Grupo B2A Grupo B3B Grupo B4A Grupo B5B Controle ND ND ND ND ND Antes ND ND ND ND ND Tempo 0 3,47 0,57 0,48 0,59 0,90 Tempo 1 ND ND ND ND ND Tempo 2 ND ND ND ND ND Tempo 4 ND ND ND ND ND

A figura 12 demonstra a distribuição das porcentagens estimadas da

ocorrência de detecção de teor por amostra de tempo.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 66

Fig. 12. Detecção de pirofosfato tetrassódico nas amostras, divididas por tratamento e tempo.

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66.. DDiissccuussssããoo

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 68

6. DISCUSSÃO

Recentemente, alguns fios dentais contendo agentes anti-tártaro em

sua composição foram lançados no mercado mundial. Entretanto, existem poucas

informações científicas sobre a veracidade da presença do princípio ativo nos fios

dentais e a comprovação da eficácia clínica desses produtos.

As pesquisas que visam estudar ou avaliar os materiais dentários

preventivos e correlatos, têm ganho importância clínica tanto para o profissional

quanto para o paciente, pois é necessário conjugar as necessidades destes às

características dos materiais a serem utilizados.

Essa dinâmica faz com que o Cirurgião-dentista analise diversos

materiais a fim de verificar se as propriedades exibidas por eles seriam suficientes

para atender ao ambiente que se estabelecerá e às funções que irão cumprir.

Em relação aos fios/fitas dentais, essa postura não é diferente, sendo

necessária e extremamante válida a realização de pesquisas que realmente

comprovem a competência rotulada.

Segundo o Conselho Federal de Odontologia (2007), há atualmente no

Brasil um consumo de fio dental que já ultrapassa um milhão de metros por ano, o

que evidencia que a população está começando a compreender a importância de

uma higienização bucal satisfatória, não só para a manutenção da saúde bucal,

como também para a saúde sistêmica.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 69

A batalha contra as doenças que podem se instalar na cavidade oral de

um indivíduo deve ser feita por meio de um esforço diário e contínuo, do

nascimento à adolescência, e essa idéia de prevenção de doenças bucais deve

ser encaminhada ao contexto da família e ao convívio social de cada indivíduo

(LOPEZ et al., 2007).

Essa prevenção deve ser feita de maneira adequada e seguindo três

passos imprescindíveis: Escovação dental, dieta adequada e uso de dentifricios

com produtos preventivos, ou seja, contendo fluoretos (LOPEZ et al., 2007).

Acrescente-se o uso do fio dental imediatamente antes de cada escovação, o uso

dos enxaguatórios bucais e dos higienizadores de língua, com a função de

remover a placa bacteriana completamente, sobretudo nos espaços

interproximais.

De acordo com Kleber et al. (1998), a prevenção contra a formação da

placa bacteriana pode ser feita pela simples conscientização de uma higienização

dental regular satisfatória, com a finalidade de remover a placa antes de sua

mineralização. Entretanto, falhas na passagem do fio dental e uma escovação

deficiente podem conduzir as pessoas ao acúmulo da placa bacteriana e

conseqüentemente à formação de cálculo dental.

Segundo Mezzomo et al. (1997), a falta do uso rotineiro do fio dental

omite a limpeza dos espaços interproximais, e torna-se necessária a utilização de

algum artifício extra para essa complementação da higienização.

O controle químico do biofilme dental deve-se principalmente por

causar uma desorganização na formação deste, principalmente quando do uso de

produtos à base de fluoretos e pirofosfatos solúveis, que quando associados

apresentam efeitos antibacterianos excelentes, no combate a diversas patogenias

bucais (BUSSCHER et al., 2006).

Page 70: "Avaliação clínica do efeito residual do pirofosfato tetrassódi

Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 70

Essa associação de métodos é eficaz e deve sempre ser seguida;

entretanto, alguns métodos adicionais devem ser utilizados para se conseguir

uma limpeza e prevenção adequadas de algumas doenças bucais, como a cárie

dental, a gengivite e a periodontite.

O desenvolvimento das doenças periodontais está relacionado à

presença ou à ausência de biofilme dental. O cálculo dental forma um nicho

ecológico onde os microrganismos se alojam, desenvolvem e se proliferaram,

causando danos às estruturas de suporte dentais (SVOBODA et al., 2004).

O acúmulo e a proliferação bacteriana sobre todo cálculo se devem

principalmente por ser esta uma região repleta de fissuras e anfractuosidades,

onde os meios de higiene bucal conhecidos não obtêm êxito por completo.

Uma vez instalado, o cálculo dental necessita ser removido, seja por

meio cirúrgico ou mecânico, mas é essencial o Cirurgião-dentista demonstrar aos

pacientes os procedimentos de higiene oral. Esta informação deve ser adaptada à

natureza do material disponível, de sua utilização, e da adequação ao seu uso,

conforme a situação clínica específica do paciente.

Associados com as intervenções profissionais regulares de profilaxia

dental, os procedimentos individuais de higiene oral devem proporcionar controle

e prevenção na evolução das doenças periodontais e é necessário que se torne

ação continuada permanentemente pelo paciente (SVOBODA et al., 2004).

Uma vez que o indivíduo não consiga remover a placa bacteriana

completamente, ocorrerá a formação de cálculo dental, e a probabilidade deste

apresentar uma reação inflamatória gengival aumentará consideravelmente.

Somando-se a isso, está claramente evidenciada a associação dos processos

inflamatórios, presentes tanto na gengivite severa como na periodontite, com o

Page 71: "Avaliação clínica do efeito residual do pirofosfato tetrassódi

Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 71

risco aumentado de um indivíduo apresentar doença cardíaca coronariana (BECK

et al., 1998 ; DANESH et al., 1997).

Esse mecanismo se deve sobremaneira pelo fato de algumas bactérias

adentrarem a corrente circulatória e atingirem órgãos maiores, dando início a um

novo processo infeccioso, e conseqüentemente aumentando o risco do indivíduo

desenvolver algumas doenças cardíacas.

É claro que um indivíduo não pode mudar a sua história familiar ou

genética de risco cardíaco, mas pode perfeitamente modificar seu estilo de vida,

visando diminuir fatores de risco como hipertensão arterial, hipercolesterolemia,

obesidade e controle da dieta, inatividade física ou sedentarismo, diabetes e

prevenção ou controle da doença periodontal (SERRANO; SOUZA, 2006).

É neste ponto que o uso dos fios dentais torna-se essencial, para

propiciar uma limpeza adequada das superfícies interproximais dos dentes. E se

nesse produto coexistir a ação profilática e a adição de princípios ativos como o

pirofosfato tetrassódico, que é um agente anti-tártaro, a prevenção de certas

doenças bucais será otimizada, proporcionando à população um efeito preventivo

ideal.

A estrutura do fio dental é de suma importância, posto que o biofilme

da placa dentária necessita de ação física do agente limpador para ser

efetivamente removido. Assim, quanto mais superfície de arraste apresente o

fio/fita dental, melhor a ação higienizadora propiciada pelo mesmo (PEDRAZZI et

al., 2004).

Fica evidenciada, com isso, a importância de se realizar um estudo

clínico onde se possa analisar tanto a qualidade da estrutura de um determinado

fio dental, quanto a capacidade de retenção em sua estrutura do agente

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 72

terapêutico, como o pirofosfato tetrassódico, para uma efetiva melhora na

higienização bucal de um indivíduo.

O príncipio ativo, aqui estudado, só estava presente em um fio dental

produzido com nylon texturizado, e esse trabalho foi desenvolvido com o objetivo

de inserir o pirofosfato tetrassódico em outro fio dental de melhor qualidade, que

apresenta maior resistência ao desfibramento e causa menos trauma na papila

interdental dos indivíduos, no caso o polipropileno entrelaçado (PEDRAZZI et al.,

2004), e verificar se haveria ou não uma semelhança na liberação do pirofosfato

tetrassódico em comparação à liberação que ocorre no fio de nylon texturizado.

Kleber et al. (1998) concluíram que o fio dental composto por nylon

texturizado com o pirofosfato tetrassódico embutido em sua composição reduz

significantemente (37%) a formação de cálculo dental supra-gengival no espaço

interdental quando comparado ao grupo controle, onde foi utilizado fio dental sem

o princípio ativo, ou seja, fio dental placebo.

O pirofosfato tetrassódico está presente na composição de alguns

materiais dentários preventivos e correlatos, e atua como agente no controle da

formação de cálculo dental. Este princípio ativo, cuja fórmula estrutural é

Na4P2O7, é um sal inorgânico, de pH ligeiramente alcalino, constituído

principalmente por pó ou grânulos brancos. A principal função desse princípio

ativo é inibir os depósitos de cálcio nas superfícies dentais, ou seja, ocorre a sua

união ao fosfato de cálcio presente na saliva, e impede a formação de novos

cristais de fosfato de cálcio (PERRY; PHILLIPS, 1995).

O primeiro passo buscado no estudo foi selecionar os voluntários que

adentrariam ou seriam excluídos no estudo. E esta seleção foi baseada não

somente nos critérios de inclusão e exclusão ao estudo, descritos na seção de

material e métodos, mas também foi observado a disponibilidade e o interesse

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 73

destes em serem coadjuvantes no desenvolvimento de um novo material dentário

preventivo.

Antes de iniciar o uso do primeiro fio, assim como entre a troca de fios,

foi realizado um washout de uma semana onde os voluntários não fizeram uso de

qualquer produto que contivesse o princípio ativo (pirofosfato tetrassódico). O

objetivo desse período de washout foi de eliminar qualquer resquício de princípio

ativo que pudesse existir na cavidade bucal dos voluntários, e a eficácia desta

medida foi comprovada pelos resultados (Figura 12, tempo 00 - A).

Após a passagem do fio dental nos sítios específicos, realizada pelo

examinador como forma de padronizar a maneira como era feita a passagem do

fio dental, o fluido gengival interdental foi colhido com cones de papéis

absorventes esterilizados calibre (# 35), conforme descrito no item material e

métodos, definido por um teste piloto.

Após a realização da colheita do fluido gengival, os cones de papéis

absorventes esterilizados eram levados aos tubos de Eppendorf, todos rotulados

com o grupo e o tempo em que foram colhidas as amostras, e posteriormente

enviados ao Laboratório Analytical Solutions, conforme descrito previamente,

onde os cones contendo o fluido de cada indivíduo foram analisados por meio de

cromatografia de íons. A análise foi conduzida em Cromatógrafo de íons (IC 2000,

Sunnyvale, Califórnia, EUA) usando gerador de eluente KOH EG40, supressora

de condutividade ASRS ultra 4 mm à 174mA, coluna analítica AS-11 e pré-coluna

AG-11.

O método pelo qual o princípio ativo foi identificado baseou-se em uma

reação química denominada dissociação iônica. As amostras contendo o fluido

gengival interdental extraído dos cones foram transferidas para um recipiente

próprio denominado coluna cromatográfica. A este recipiente foi injetado um

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 74

solvente, o Hidróxido de Potássio, e nesta fase se iniciou a separação dos

componentes da mistura devido à reação química ocorrida. Essa variação foi

transformada em sinal elétrico, que foi convenientemente registrado e tratado

matematicamente por um processador.

O primeiro passo realizado para a obtenção dos resultados foi a

detecção da presença do pirofosfato solúvel, uma vez que se este não houvesse

sido detectado, não haveria a necessidade de se buscar o composto pirofosfato

tetrassódico.

Neste sentido, pelos achados das Tabelas 3, 4, 5, 6 e 7 podemos

concluir que houve a detecção de pirofosfato solúvel em todas as amostras

analisadas, porém somente até o período de 2 horas após a passada dos fios

dentais pelas áreas-alvos.

O próximo passo foi a detecção do pirofosfato tetrassódico, com a

mesma metodologia empregada anteriormente, igualmente detectado até o

período de 2 horas após a utilização do fio dental específico nas áreas-alvos, em

níveis significantes, como demonstrado na Figura 12 e nas tabelas 9, 10, 11 e 12.

Estudos prévios salientam que o fio/fita dental é o meio mais eficaz

para a higienização dos espaços dentais interproximais, além de poder agir

conduzindo agentes terapêuticos às papilas interdentais, maximizando seu efeito

preventivo, ou seja, atuando como um verdadeiro veículo para a entrega de

princípios ativos (WRIGHT et al., 1977; PANZERI et al., 1995; PEDRAZZI et al.,

2004).

A gengiva quando saudável, por meio de sua rica vascularização

presente também no ligamento periodontal, age como um reservatório de

princípio ativo, fazendo com que a ação do produto testado tenha um efeito

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 75

duradouro e atue eficazmente na homeostase do meio bucal (PEDRAZZI et al.,

2004).

Quando esse princípio ativo está presente nos dentifrícios, ele reduz a

formação de biofilme dental em níveis elevados, e se pudermos associar outros

métodos de conduzir esse princípio ativo aos espaços interproximais, como fios

dentais ou enxaguatórios bucais, a prevenção contra algumas doenças

periodontais será otimizada.

Estudos demonstram a efetividade na inibição da formação de cálculos

dentais supra-gengivais com dentifrícios contendo pirofosfato solúvel em sua

composição, podendo essa redução chegar a 31% (SOWINSKI et al., 2000).

No estudo de Fairbrother et al. (1997), essa redução na formação de

cálculos dentais foi menor, porém significativa, em 23%, quando comparados ao

grupo placebo, que não continha o princípio ativo na sua composição.

Segundo Grossman et al. (2002), alguns dentifrícios que contêm em

suas composições agentes anti-tártaros, como pirofosfatos solúveis associados

ao anti-séptico triclosan, podem proporcionar uma redução na formação de

inflamação gengival ou gengivite em até 15%, quando comparados a dentifrícios

sem esses princípios ativos (McCLANAHAN et al., 2002).

Essa redução na formação de biofilme dental, cálculos dentais e

inflamação gengival obtida pelos estudos com dentifrícios contendo pirofosfato

solúvel na composição, e a possibilidade de o produto testado nesse trabalho

conduzir o princípio ativo ao espaço interdental atuando como um ótimo veículo,

evidenciam sua importância no combate às doenças periodontais.

De acordo com Kleber et al. (1998), a quantidade de pirofosfato

tetrassódico que foi adicionada à estrutura dos fios dentais testados (11mg do

princípio ativo a cada 46 cm do fio dental) é eficaz em reduzir a formação do

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 76

cálculo dental em até 37% quando comparados com fios dentais sem o princípio

ativo.

Entretanto, o fio dental estudado por esses autores, produzido com

nylon texturizado, apresenta uma qualidade inferior ao fio de polipropileno

entrelaçado, objetivo da hipótese apresentada nesta pesquisa, pois ele danifica as

estruturas de suporte dentais, além de ser um fio que apresenta altos índices de

desfibramento e que incomoda os indivíduos durante o ato de higienização dental

(PEDRAZZI et al., 2004).

E foi nesse sentido que esse trabalho foi desenvolvido, com a

possibilidade de adicionar o princípio ativo aqui estudado, em um fio dental de

qualidade maior e avaliar se a liberação do pirofosfato tetrassódico ocorreria em

níveis terapêuticos.

De acordo com as Tabelas 2 e 8, pôde-se concluir que não houve

diferença significante entre os fios dentais testados, (fio A ou B) para um p=1,00,

ou seja, ambos os fios dentais testados foram eficientes em liberar o princípio

ativo em níveis terapêuticos pelo mesmo período de tempo e a diferença foi

significativa apenas entre diferentes tempos pesquisados (p<0,0001).

Posteriormente à detecção e análise estatística realizada, pôde-se

concluir que houve a liberação do pirofosfato tetrassódico em níveis terapêuticos

até 2 horas após o emprego de ambos os fios dentais, sem diferenças entre eles,

como demonstrado na tabela 3 e na figura 12.

Pelos dados obtidos no presente estudo, verifica-se que as estruturas

físicas dos fios dentais não influenciaram na liberação do pirofosfato solúvel nem

sequer no tempo de permanência do mesmo no sítio onde foi aplicado, ou seja,

os resultados obtidos tanto para a liberação do teor residual de pirofosfato solúvel

quanto do pirofosfato tetrassódico foram estatisticamente semelhantes.

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 77

É óbvio que não é o fio dental unicamente que proporcionará a redução

na formação de biofilme e cálculos dentais, pois nada deve substituir a

higienização oral completa e bem conduzida. Estudos têm demonstrado que a

associação da escovação dental com o dentifrício após o uso do fio dental

regularmente, proporciona uma melhora significativa da saúde bucal como um

todo (MEZZOMO et al., 1997; PEDRAZZI et al., 2004).

Não obstante este fato, o desenvolvimento de um material dentário

preventivo de alta qualidade pode e deve contribuir para a melhora dos níveis de

saúde bucal da população (SILVA et al., 2003; PEDRAZZI et al., 2004).

Há que se ressaltar também a importância de os indivíduos utilizarem o

fio dental de maneira correta, que deve ser ensinada pelos Cirurgiões-dentistas

com demonstrações de apoio, e ser realizadas pelos pacientes sempre defronte

um espelho, e a explicação da importância de seu uso é imprescindível para que

ocorra esse esperado efeito de redução na formação de cálculo dental

(SVOBODA et al., 2004).

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 78

_________________________________________________________________

CONTRIBUIÇÃO CLÍNICA DO ESTUDO ==============================================================

O desenvolvimento de estudos clínicos controlados e aleatorizados,

conduzidos adicionalmente como ensaios crossover, garante evidência clínica

com ausência ou um mínimo de vieses, uma vez que os sujeitos da pesquisa

tomam parte em diferentes tempos do estudo, no teste de todos os produtos a

serem avaliados. Também há uma racionalização com o número diminuído de

participantes, conferindo respeito à ética em pesquisa com seres humanos. O

presente estudo comprovou que os Cirurgiões-dentistas, quando munidos de

idéias baseadas em experiência clínica própria, podem contribuir

substancialmente com a indústria de OTC (produtos de venda livre), com efetivo

ganho para o consumidor final. O fio dental constituído de polipropileno

entrelaçado, mais eficiente na remoção do biofilme interdental e mais

seguro/confortável ao uso que o de nylon texturizado (PEDRAZZI et al., 2004), foi

igualmente eficiente em conter e liberar pelo mesmo período de tempo o agente

anti-tártaro quando comparado ao fio dental originalmente vendido no comércio.

Com as limitações do presente estudo, evidencia-se a necessidade de

desenvolvimento de novas tecnologias visando melhorias em relação ao tempo de

duração do princípio ativo no fluido, para que haja a produção de um efeito anti-

tártaro duradouro, além de um estudo clínico aleatorizado para verificar a eficácia

do novo fio na prevenção da formação do tártaro interdental.

_________________________________________________________________

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77.. CCoonncclluussõõeess

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7. CONCLUSÕES

Após a análise estatística dos resultados obtidos dentro das condições

experimentais e metodológicas empregadas no presente trabalho, é lícito concluir

que:

1. Ambos os fios dentais foram eficientes em liberar o pirofosfato

tetrassódico em níveis terapêuticos no fluido gengival interdental;

2. O princípio ativo pôde ser detectado por um período de até 2 horas

após o uso único dos ambos os produtos;

3. A estrutura física dos fios dentais não influenciou na liberação do

pirofosfato solúvel nem sequer no tempo de permanência do mesmo no sítio onde

foi aplicado.

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RReeffeerrêênncciiaass

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 82

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AAnneexxooss

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ANEXO-A

APROVAÇÃO DO PROJETO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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ANEXO-B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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ANEXO-C

CERTIFICADO DE PREMIAÇÃO MYAKI ISSAO – 2007, PELA APRESENTAÇÃO

DOS RESULTADOS DESTE ESTUDO NA 24ª SBPQ-O

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AAppêênnddiicceess

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APÊNDICE A – IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS – PRIMEIRA COLHEITA – GRUPO A

001 Branco A1A 002 A1A 003 A1A-0 004 A1A-1 005 A1A-2 006 A1A-4 007 Branco A2A 008 A2A 009 A2A-0 010 A2A-1 011 A2A-2 012 A2A-4 013 Branco A3B 014 A3B 015 A3B-0 016 A3B-1 017 A3B-2 018 A3B-4 019 Branco A4A 020 A4A 021 A4A-0 022 A4A-1 023 A4A-2 024 A4A-4 025 Branco A5B 026 A5B 027 A5B-0 028 A5B-1 029 A5B-2 030

A5B-4

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Apêndice B – IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS – PRIMEIRA COLHEITA – GRUPO B

031 Branco B1B 032 B1B 033 B1B-0 034 B1B-1 035 B1B-2 036 B1B-4 037 Branco B2B 038 B2B 039 B2B-0 040 B2B-1 041 B2B-2 042 B2B-4 043 Branco B3A 044 B3A 045 B3A-0 046 B3A-1 047 B3A-2 048 B3A-4 049 Branco B4B 050 B4B 051 B4B-0 052 B4B-1 053 B4B-2 054 B4B-4 055 Branco B5A 056 B5A 057 B5A-0 058 B5A-1 059 B5A-2 060

B5A-4

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APÊNDICE C – IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS – SEGUNDA COLHEITA – GRUPO A CROSSOVER

061 Branco A1B 062 A1B 063 A1B-0 064 A1B-1 065 A1B-2 066 A1B-4 067 Branco A2B 068 A2B 069 A2B-0 070 A2B-1 071 A2B-2 072 A2B-4 073 Branco A3A 074 A3A 075 A3A-0 076 A3A-1 077 A3A-2 078 A3A-4 079 Branco A4B 080 A4B 081 A4B-0 082 A4B-1 083 A4B-2 084 A4B-4 085 Branco A5A 086 A5A 087 A5A-0 088 A5A-1 089 A5A-2

090 A5A-4

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Apêndice D – Identificação das amostras – Segunda colheita – Grupo B Crossover

091 Branco B1A 092 B1A 093 B1A-0 094 B1A-1 095 B1A-2 096 B1A-4 097 Branco B2A 098 B2A 099 B2A-0 100 B2A-1 101 B2A-2 102 B2A-4 103 Branco B3B 104 B3B 105 B3B-0 106 B3B-1 107 B3B-2 108 B3B-4 109 Branco B4A 100 B4A 111 B4A-0 112 B4A-1 113 B4A-2 114 B4A-4 115 Branco B5B 116 B5B 117 B5B-0 118 B5B-1 119 B5B-2

120 B5B-4

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Apêndice E - Contrastes de interesse do tempo – Pirofosfato Solúvel

Contrastes Nível de significância corrigido

Controle vs Antes 1,00

Controle vs 0 <0,0001

Controle vs 1 <0,0001

Controle vs 2 0,112

Controle vs 4 1,00

Antes vs 0 <0,0001

Antes vs 1 <0,0001

Antes vs 2 0,112

Antes vs 4 1,00

0 vs 1 <0,0001

0 vs 2 <0,0001

0 vs 4 <0,0001

1 vs 2 0,018

1 vs 4 <0,0001

2 vs 4 0,112

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 100

Apêndice F - Contrastes de interesse do tempo – Pirofosfato Tetrassódico

Contrastes Nível de significância corrigido

Controle vs Antes 1,00

Controle vs 0 <0,0001

Controle vs 1 <0,001

Controle vs 2 0,11225

Controle vs 4 1,00

Antes vs 0 <0,0001

Antes vs 1 <0,001

Antes vs 2 0,112

Antes vs 4 1,00

0 vs 1 0,005

0 vs 2 <0,0001

0 vs 4 <0,0001

1 vs 2 0,018

1 vs 4 <0,001

2 vs 4 0,112

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Corsi, Leandro Pereira (Mestrado em Reabilitação Oral) 101

Apêndice G - Efeito dos fatores nos modelos de fios dentais testados

Fonte GL Valor de F Valor de p

Ordem 1 1,13 0,2945

Tratamento 1 0,09 0,7648

Tempo 2 26,57 <,0001

Tratamento*tempo 2 0,02 0,9843

Apêndice H - Comparações entre os tempos significantes

tempo Tempo

Nível de significância

corrigido

0 1 <,0001

0 2 <,0001

1 2 0,9284